Dissertation in der Stilart Klassisch

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Dissertation in der Stilart Klassisch
CURSO DE NIVELAMENTO 2010 - PEQ/COPPE/UFRJ
PROF. ARGIMIRO
SISTEMA DE EQUAÇÕES ALGÉBRICAS
Matemática – Aula 2
Sistemas de Equações Algébricas
Considerando o problema de um reator contínuo de tanque agitado (CSTR) nãoisotérmico, com propriedades físicas constantes (, cp):
Fe , CAe , Te
Fws , Tws
Fwe , Twe
Fs , CA , T
Para o caso de uma reação de ordem n:
rA = k C An ,
onde k (T )  k0  e

E
R T
temos as seguintes equações de balanço de massa e energia do modelo:
dV
 Fe  Fs
dt
d VC A 
 FeC Ae  F s C A  k C An V
dt
V c p
dT
 Fe  c p (Te  T )  (H r ) k C An V  U At (T  Tw )
dt
2
2. SISTEMAS DE EQUAÇÕES ALGÉBRICAS
onde Fe e Fs são as vazões volumétricas de entrada e saída, respectivamente, V é o volume do
meio reacional, CA é a concentração molar do reagente, T e Tw são as temperaturas do meio
reacional e do fluido de refrigeração, respectivamente, Hr é a entalpia de reação, U é o
coeficiente global de transferência de calor e At é a área de troca térmica.
No estado estacionário:
Fe = Fs  F
F
C Ae  C A   k C An

V
F
U At
(H r ) k C An
(T  Te ) 
(T  Tw ) 
V
Cp V
Cp
Substituindo a equação de balanço de massa do componente A no balanço de energia:
U At
F
F (H r )
(T  Te ) 
(T  Tw ) 
(C Ae  C A )
V
 CpV
 C pV
e definindo as variáveis adimensionais:
x1 
CA
C Ae
e
x2 
T  Te
Te
temos:
 x 
n 1 n
n 1 n
x1  Da C Ae
x1 exp   2 
(1  x1 )  k C Ae
 1  x2 
x2 =  + (1 – x1)
onde , ,  e Da estão definidos no capítulo anterior. Ou seja, um sistema de equações
algébricas:

 x 
n 1 n
 f1 ( x1 , x2 )  1  x1  Da C Ae x1 exp   2    0 
F ( x)  
 1  x2     0 

 f 2 ( x1 , x2 )  
  
 x2     (1  x1 )

Neste caso em particular, a segunda equação poderia ser substituída na primeira para eliminar
a variável x1, resultando em uma equação algébrica a uma variável, mas, para efeitos de
ilustração, vamos manter como um sistema de equações a duas variáveis.
Para o caso sem reação química ( = 0 e Da = 0), resulta no sistema linear:
 1  x1 
F ( x)  

 x2   

  1 0
A
,
 0 1
1
b 
  
1 0 
A 1  

0  1

F(x) = A x – b
1 
x 
 

x = A–1b
2.1 MÉTODOS ITERATIVOS PARA SISTEMAS LINEARES
3
Existe uma grande variedade de métodos para solução de sistemas lineares, sendo
muitos deles dependentes da estrutura da matriz A (matriz densa, esparsa, simétrica, blocodiagonal, etc.). Os métodos mais conhecidos para solução de sistemas lineares são:
métodos diretos:
• eliminação Gaussiana
• fatorações (LU, LLT, LDLT, QR, ...)
• método de Thomas
métodos iterativos:
• método de Jacobi
• método de Gauss-Seidel
• métodos SOR
• minimização
Para o caso não-linear, trataremos da solução do sistema de equações algébricas
F(x) = 0 pelos métodos:
• Substituições sucessivas
• Newton-Raphson
Para sistemas de equações algébricas, o procedimento de adimensionamento das
variáveis com o intuito de deixá-las com a mesma ordem de grandeza é crucial para o bom
desempenho dos métodos numéricos. Por exemplo, ao usarmos a norma euclidiana como uma
medida da distância entre pontos de uma seqüência convergente:
 N

x  y    ( xi  yi ) 2 
 i 1

1
2
E se não adimensionarmos a concentração e a temperatura para o exemplo do reator CSTR;
digamos que a concentração é aproximadamente 5,0  103 kmol/m3 e a temperatura 500 K,
então ao calcular a distância entre dois pontos de um método iterativo:
EAx  x
ERx 
( k 1)
iteração
Concentração (kmol/m3)
Temperatura (K)
k
5,0  103
500
k+1
6,0  103
501
x
(k )
x ( k 1)  x ( k )
x
(k )

  6, 0 103  5, 0 103



2
1

  501  500    106  12

2
2

1
1
1
EAx


1
(k )
2
x
 5, 0 103 2   500 2 
25 106  25 104





1
2

1

2
1
 0, 002
500
4
2. SISTEMAS DE EQUAÇÕES ALGÉBRICAS
Ou seja, se um erro relativo de 0,2% fosse aceitável, o procedimento iterativo encerraria antes
da convergência para a solução, pois haveria um erro de 20% na concentração (100 vezes
maior que o desejado).
Supondo agora que CAe = 50,0  103 e Te = 400 K e aplicando os adimensionamentos
definidos para o CSTR, teríamos para estas mesmas iterações:
iteração
x1
x2
k
0,1000
0,2500
k+1
0,1200
0,2525
1

2
2
EAx   0,1200  0,1000    0, 2525  0, 2500    4 104  6, 25 106


ERx 
0, 0202
 0,1000 2   0, 2500 2 


1

2
2

1
2
 0, 0202
0, 0202
 0, 075  7,5%
0, 2693
E, neste caso, o critério de convergência ainda não teria sido satisfeito.
2.1 Métodos iterativos para sistemas lineares
Da mesma forma que os métodos diretos (visto na aula anterior), existe uma grande
variedade de métodos iterativos para solução de sistemas lineares, dentre estes:
• iterações de Jacobi
• iterações de Gauss-Seidel
• iterações SOR
• Minimização
• iterações ADI
• iterações de Richardson
• iterações de Chebyshev
• Gradiente Conjugado (CG)
• Gradiente Conjugado Quadrático (CGS)
• Gradiente BiConjugado (BiCG)
• Gradiente BiConjugado Estabilizado (BiCGSTAB)
• Resíduo Mínimo Generalizado (GMRES)
Abordaremos aqui somente os quatro primeiros.
Jacobi
2.1 MÉTODOS ITERATIVOS PARA SISTEMAS LINEARES
5
É um método iterativo para a solução de sistemas lineares expresso, na forma
matricial, por:
x k 1  M x k  c , k  0,1,2,...
onde M = D-1 B, c = D-1 b, B = D - A. Sendo D a diagonal da matriz A. O método escrito
para cada elemento do vetor x apresenta a seguinte forma:
bi 
x ik 1 
N
 a ij x kj
j 1 (  i )
, i  1,... , N
a ii
e
k  0,1,2, ...
Gauss-Seidel
Este método é uma modificação do método de Jacobi, cujo princípio é de usar os
novos valores de x tão logo eles estejam disponíveis. Neste caso a matriz M = (D - L)-1 U e o
vetor c = (D - L)-1 b, onde D, L e U são as matrizes diagonal, triangular inferior e triangular
superior, respectivamente, extraídas da matriz A = D - L - U. O método escrito para cada
elemento do vetor x apresenta a seguinte forma:
i 1
x ik 1 
bi   a ij x kj 1 
j 1
N
 a ij x kj
j  i 1
, i  1, ... , N
a ii
e
k  0,1,2, ...
SOR
O método das sobre-relaxações sucessivas (SOR - successive overrelaxation) é uma
variação do método de Gauss-Seidel pela introdução de um fator de relaxação ():
xik 1  xik   ( xik 1  xik )
onde xik 1 é proveniente do método de Gauss-Seidel. Tanto o método SOR, quanto o método
de Gauss-Seidel, ao contrário do método de Jacobi, dependem da ordem em que as equações
são resolvidas.
A convergência destes métodos iterativos é caracterizada pela matriz de iteração, M:
x k 1  M x k  c , k  0,1,2,...
sendo convergentes se, e somente se, todos os valores característicos de M possuírem valor
absoluto menor que 1. Uma condição suficiente para convergência é:
1
M
l

 m
onde
N
M
1
 max  mij
j i 1
norma 1
M
F
N
N
i 1 j 1
2
ij
 tr ( M  M T )
norma Frobenius
6
2. SISTEMAS DE EQUAÇÕES ALGÉBRICAS
N
M

 max  mij norma 
i j 1
Minimização
A solução de sistemas lineares também pode ser obtida por técnicas de otimização,
através da transformação do problema A x = b em:
S ( x )  ( A x  b) T ( A x  b)
ou
S ( x) 
1 T
x A x  bT x
2
no caso de A ser simétrica e positiva definida,
onde deseja-se encontrar x tal que S(x) é mínimo.
2.2 Sistemas tri-diagonais
Método de Thomas: Um caso particular, muito comum, de sistemas lineares, é o
sistema tri-diagonal, que pode ser representado da forma:
ai xi 1  bi xi  ci xi 1  di ,
i = 1,2,...,n
onde a é a sub-diagonal, b é a diagonal e c é a super-diagonal da matriz A, com x0 = 0 e
xn+1 = 0 como condições de contorno. A solução deste sistema pelo método de Thomas tem a
forma:
xn   n
xi   i 
ci
xi 1
i
,
i  bi 
ai ci 1
e
i 1
i 
i = n-1, n-2, ...., 2, 1
onde
com 1  b1 e  1 
d1
1
di  ai  i 1
i
,
i = 2,3,...,n.
.
Para entendermos este procedimento, temos:
Primeira equação:
b1 x1  c1 x2  d1
Última equação:
an xn 1  bn xn  d n
Fazendo:
xi   i 
Pela primeira equação:
ci
i
i  1, , n
xi 1
x1 
d1 c1
 x2
b1 b1
xn   n
x1   1 
c1
1
x2
2.2 SISTEMAS TRI-DIAGONAIS
Logo, 1  b1 e  1 
7
d1
1
xi 1   i 1 
Equação i:
ci 1
ai xi 1  bi xi  di  ci xi 1
xi ;
i 1


c
ai   i 1  i 1 xi   bi xi  di  ci xi 1
i 1 


ai ci 1 
 bi 
 xi   di  ai i 1   ci xi 1
i 1 

xi   i 

ci
i
i   bi 

i 
xi 
 di  ai i 1  

ai ci 1 
 bi 

i 1 

ci
xi 1

ai ci 1 
 bi 

i 1 

xi 1
ai ci 1 

i 1 
di  ai i 1
para i  2, , n com 1  b1
para i  2, , n com  1 
i
xi   i 
xn   n
ci
i
xi 1
d1
1
para i  n  1, n  2, ,1
Quando x0 e/ou xn+1 não são nulos, isto é X 0  A e X n 1  B , a solução do sistema
ai X i 1  bi X i  ci X i 1  d i , usando o princípio da superposição, é expressa na forma:
X i  xi  A  y i  B  z i sendo xi a solução do sistema apresentada acima (com x0  x n 1  0 ,
mas ai xi 1  bi xi  ci xi 1  d i ) os termos yi e zi são soluções das equações homogêneas com
condições de contorno não-homogêneas:
(i) a i y i 1  bi y i  ci y i 1  0 com y 0  1 e y n 1  0 , assim a primeira equação seria:
a1 c1
 y 2 , buscando uma forma recursiva da mesma forma
b1 b1
c
que na resolução anterior: y i   i  i y i 1 como y n 1  0 , tem-se: y n   n e, em vista de:
a1  1  b1 y1  c1 y 2  0  y1  
i
y1  
a
a
a1 c1
 y 2 : 1  b1 e  1   1   1 .
b1
1
b1 b1
y i 1   i 1 
ci 1
 i 1

c 
y i , assim: ai y i 1  bi y i   bi  ai i 1  y i  ai  i 1 , mas:
 i 1 

8
2. SISTEMAS DE EQUAÇÕES ALGÉBRICAS
ai y i 1  bi y i  ci y i 1  0 e identificando:  i  bi  ai
ci 1
 i 1
  i y i   ai  i 1  ci y i 1 , obtendo-
se a mesma forma recursiva de determinação de  i e  i  

i   bi 

i  
ai ci 1 

i 1 
a i  i 1
i
a i  i 1
i
. Deste modo:
para i  2, , n com 1  b1
para i  2, , n com  1  
y n   n e yi   i 
ci
i
a1
1
y i 1 para i  n  1, n  2, ,1
(ii) ai z i 1  bi z i  ci z i 1  0 com z 0  0 e z n 1  1 , assim a primeira equação seria:
c1
z 2 , buscando uma forma recursiva da mesma forma que nas
b1
c
c
resoluções anteriores: z i  i  i z i 1 como z n 1  1 , tem-se: z n   n  n e, em vista de:
b1 z1  c1 z 2  0  z1  
i
z1  
n
c1
z 2 : 1  b1 e 1  0 .
b1
z i 1  i 1 
ci 1
 i 1

c 
z i , assim: ai z i 1  bi z i   bi  ai i 1  y i  ai i 1 , mas:
 i 1 

ai z i 1  bi z i  ci z i 1  0 e identificando:  i  bi  ai
ci 1
 i 1
  i z i  a i i 1  ci z i 1 , obtendo-
se a mesma forma recursiva de determinação de  i e i  

i   bi 

i  
ai ci 1 

i 1 
ai i 1
i
ai i 1
i
. Deste modo:
para i  2, , n com 1  b1
para i  2, , n com 1  0  i  0 para i  1, , n
z n 1  1 e z i  
ci
i
z i 1 para i  n, n  1, ,1
Observe que as soluções dos itens (i) e (ii) acima também podem ser obtidas
diretamente pelas relações recursivas do sistema original bastando fazer:
(i)
d1 = -a1 y0 e di = 0, i = 2,3,...,n
2.3 MÉTODO DAS SUBSTITUIÇÕES SUCESSIVAS
(ii)
9
dn = -cn zn+1 e di = 0, i = 1,2,...,n-1
e considerar ambas as condições de contorno nulas (x0 = 0 e xn+1 = 0), pois elas já foram
embutidas em d1 e dn, respectivamente. Ao final deve-se lembrar que y0 e zn+1 são dados.
2.3 Método das Substituições Sucessivas
No método das substituições sucessivas para uma variável, o processo iterativo é
aplicado à equação algébrica na forma modificada:
x = g(x)
da equação f(x) = 0, que pode ser obtida por um rearranjo interno desta equação ou pela
simples adição de x em ambos os lados da igualdade. Assim,
x(k+1) = g(x(k)) , k = 0, 1, 2, ...
g(x)
45°
x*
x1
x0
x
que convergirá para a solução x* se, para alguma constante 0 <  < 1,
g ( x ( k ) )  g ( x*)   x ( k )  x *
Isto é, se g(x) for um mapeamento contrativo. Esta relação pode ser vista expandindo
f ( x)  x  g ( x) em série de Taylor em torno da solução x* e truncando no segundo termo:
x  g ( x)  f ( x)  f ( x*)  f ( x*)( x  x*)
Como f(x*) = 0, então:
x  g ( x)  (1  g ( x*))( x  x*)  ( x  x*)  g ( x*)( x  x*)
Como x* é um ponto fixo, isto é, x* = g(x*), obtemos:
g ( x)  g ( x*)  g ( x*)( x  x*)
Note que este resultado também pode ser obtido pela expansão em série de Taylor de g(x) em
torno de x*.
Aplicando o módulo nesta expressão e comparando com a desigualdade acima, chegamos a:
10
2. SISTEMAS DE EQUAÇÕES ALGÉBRICAS
g ( x)  g ( x*)  g ( x*)  ( x  x*)
g ( x*)    1
Portanto, se g ( x*)  1 o processo iterativo não converge. Além disto, a expressão
acima escrita para a k-ésima iteração:
x ( k 1)  x *  g ( x*)  ( x ( k )  x*)
mostra que o método das substituições sucessivas apresenta convergência linear.
O gráfico a seguir ilustra uma situação onde g ( x*)  1 e g ( x*)  0 , onde a primeira
condição leva a não convergência e a segunda a uma seqüência oscilatória em torno da
solução.
g(x)
45°
x * x0
x
Exemplos:
1) Aplicando o método das substituições sucessivas ao caso do reator CSTR:
 x 
Da exp  

1 x 

x 
 x 
1  Da exp  

 1  x

g ( x)
e
 x 
Da exp  


1 x 


g ( x) 
2
(1  x) 2 
 x 
1
exp
D


a



 1  x 

2.3 MÉTODO DAS SUBSTITUIÇÕES SUCESSIVAS
11
0,6
x
g(x)
0,4
0,2
0,0
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
x
-0,2
Partindo de duas estimativas iniciais distintas, x(0) = 0,1 e x(0) = 0,11, verificamos que a
segunda raiz não pode ser obtida por esta escolha de g(x), pois g ( x*)  1 neste ponto.
0,6
x
g(x)
0,4
0,2
0,0
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
x
-0,2
Iteração
(0)
x
x(1)
x(2)
x(3)
x(4)
x(5)
x(6)
x(7)
x(8)
x(9)
x(10)
x(11)
x(12)
x(13)
x(14)
x(15)
x(16)
x(17)
x(18)
x(19)
x(20)
x
(0)
= 0,1
x
0,100000
0,090606
0,072510
0,039398
-0,012058
-0,063675
-0,087489
-0,092758
-0,093613
-0,093742
-0,093762
-0,093765
-0,093765
(0)
= 0,11
0,110000
0,110264
0,110787
0,111822
0,113870
0,117928
0,125971
0,141875
0,172732
0,227741
0,301672
0,355769
0,375029
0,379499
0,380406
0,380584
0,380619
0,380626
0,380627
0,380628
0,380628
12
2. SISTEMAS DE EQUAÇÕES ALGÉBRICAS
2) f ( x)  e  x  2  sen( x)
 e x 
b) g  x   arcsen 

 2 
a) g ( x)   ln  2  sen  x  
c) Newton-Raphson
e  x  2  sen( x)
g ( x)  x   x
e  2  cos( x)
CASO
a
b
c
(0)
x
0,400000
0,700000
0,700000
x(1)
0,249954
0,250917
0,309208
(2)
0,703766
0,399593
0,357327
x(3)
-0,257883
0,341920
0,357327
(4)
ARGUMENTO INVÁLIDO
0,363131
0,357327
x
x
Similarmente ao caso monovariável, o método das substituições sucessivas aplicado a
sistemas de equações algébricas tem a forma:
x k 1  G ( x k ) , k  0,1,2, 
com critério de convergência também similar:
2.4 MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON
13
G ( x k )  G ( x*)   x k  x * , 0 <  < 1.
Exemplo:

 x2 
n 1 n
 x1  1  Da C Ae x1 exp  
  g1 ( x1 , x2 )

 1  x2 

 x     (1  x )  g ( x , x )
1
2
1
2
 2

2.4 Método de Newton-Raphson
No método de Newton-Raphson a uma variável, o processo iterativo é aplicado
diretamente sobre a equação algébrica f(x) = 0 na forma:
x ( k 1)  x ( k ) 
f ( x(k ) )
, k = 0, 1, 2, ...
f ( x ( k ) )
f(x)
x*
x1
x0
x
Isto é, a função é linearizada em torno da estimativa inicial e o próximo ponto é
encontrado de modo a satisfazer esta função linearizada. Diferente da convergência do
método das substituições sucessivas, que converge linearmente (pois x ( k 1)  x *   x ( k )  x *
para 0 <  < 1), o método de Newton converge quadraticamente:
x ( k 1)  x *   x ( k )  x *
2
onde 0 <  < 1. Para verificar tal convergência, expande-se f(x(k)) em torno da solução x*:
f ( x ( k ) )  f ( x*)  f ( x*)( x ( k )  x*) 
f ( x*) ( k )
( x  x*) 2
2
e substitui-se esta expressão na equação de Newton-Raphson, considerando que x(k) esteja
próximo da solução de modo que se pode fazer a aproximação f ( x ( k ) )  f ( x*) e sabendo
que f(x*) = 0:
14
2. SISTEMAS DE EQUAÇÕES ALGÉBRICAS
x ( k 1)  x ( k ) 
f ( x*) ( k )
( x  x*) 2
f ( x*) ( k )
2
 x ( k )  ( x ( k )  x*) 
( x  x*) 2
2 f ( x*)
f ( x*)
f ( x*)( x ( k )  x*) 
que rearranjando resulta em:
f ( x*) ( k )
( x  x*) 2
2 f ( x*)
x ( k 1)  x*  
Aplicando-se o módulo na equação resultante, chega-se a:
x ( k 1)  x * 
2
f ( x*) ( k )
x  x*
2 f ( x*)
f ( x*)
   1 . A expressão acima mostra que o método de Newton-Raphson
2 f ( x*)
apresenta convergência quadrática.
onde
Expressando o método de Newton-Raphson como um mapeamento:
x ( k 1)  x ( k ) 
f ( x(k ) )
 g ( x(k ) )
(k )
f ( x )
podemos analisar a convergência de maneira similar ao método das substituições sucessivas.
Então expandindo g(x) em série de Taylor em torno de x*:
g ( x)  g ( x*)  g ( x*)( x  x*) 
g ( x*)
( x  x*) 2
2
f ( x*) f ( x*)
 0 , é necessário utilizar o termo de segunda ordem desta
[ f ( x*)]2
f ( x*)
, chegando ao mesmo resultado da análise anterior.
expansão onde g ( x*) 
f ( x*)
Como g ( x*) 
Algoritmo: Newton-Raphson e Substituição Sucessiva
Dados  , kmáximo e x0
k0
Faça
x1  g(x0)
y  f(x1)
  | x1  x0|
x0  x1
kk+1
enquanto ( >  ou |y| > ) e k < kmáximo
2.4 MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON
15
Ao final do algoritmo, se k < kmáximo então x0 contém a raiz encontrada de f(x) e y contém o
valor de f(x0), senão o número máximo de iterações foi atingido sem convergência, devendose modificar a estimativa inicial, x0, ou trocar de função g(x).
A função g(x) deve ser escolhida de acordo com o método:
1) Método das Substituições Sucessivas: g(x) é escolhida pelo usuário tomando o cuidado em
assegurar que g ( x)  1 em todo o intervalo de busca da raiz;
2) Método de Newton-Raphson com derivada analítica: g ( x)  x 
f ( x)
;
f ( x)
3) Método de Newton-Raphson com derivada numérica: g ( x)  x 
f ( x)
.
 f ( x  )  f ( x ) 





Newton-Raphson modificado
Uma modificação simples no método de Newton é considerar constante a derivada da
função f(x) durante todo, ou parte, do processo iterativo:
x ( k 1)  x ( k ) 
f ( x( k ) )
, k = 0, 1, 2, ...
f ( x ( m ) )
onde m  k. Se m = 0, todas as retas que interceptam a função f(x) nos pontos das iterações
são paralelas.
f(x)
x*
x1
x0
x
Esta modificação tem a vantagem de calcular um número menor de derivadas da função, mas
apresenta uma menor taxa de convergência.
A extensão do método de Newton ao caso multivariável implica na substituição da
derivada da função f(x) pela matriz das derivadas parciais de F(x) com respeito a x,
16
2. SISTEMAS DE EQUAÇÕES ALGÉBRICAS
denominada de matriz Jacobiana, J(x). Assim, o método de Newton-Raphson apresenta a
seguinte forma:


1
x ( k 1)  x ( k )  J ( x ( k ) ) F ( x ( k ) ) , k  0,1,2, 
onde J ij ( x ( k ) ) 
Fi ( x ( k ) )
. A solução do sistema linear resultante pode ser resolvido tanto por
x j
métodos diretos como por métodos iterativos.
Uma modificação no método de Newton-Raphson é manter a matriz Jacobiana fixa
por um determinado número de iterações:


1
x ( k 1)  x ( k )   J ( x ( m ) ) F ( x ( k ) ) , k  0,1,2, 
onde m  k e 0    1 . O parâmetro , que depende da iteração, é usado para compensar o
fato da matriz Jacobiana ser mantida fixa por algumas iterações. Obviamente,  = 1 quando
m = k.
Caso não se tenha disponível a expressão analítica da matriz Jacobiana, esta pode ser
obtida numericamente por perturbações em F(x):
J ij ( x ( k ) ) 
Fi ( x ( k )   j e j )  Fi ( x ( k ) )
j
onde ej é o j-ésimo vetor unitário (vetor com valor 1 na posição j e zero nas demais) e j é a
perturbação na variável x (kj ) , por exemplo, j = abs ou  j    max(| x (jk ) |,  abs,100  ) ,
onde abs é a tolerância absoluta para x e  é a precisão da máquina. A maneira usual de
construir esta matriz é o preenchimento coluna a coluna, ou seja, ao perturbar a variável j,
calcula-se o vetor das funções F ( x ( k )   j e j ) e monta-se a coluna j da matriz. Por outro lado,
existem vários softwares disponíveis para obtenção analítica da matriz, tanto por
diferenciação simbólica (MAPLE, MATHCAD, MAXIMA, etc.) quanto por diferenciação
automática que aplica a regra da cadeia (ADIFOR, ADOL-C, etc.).
A extensão do método da continuação para sistemas de equações algébricas segue o
mesmo caminho do método de Newton-Raphson.
Lista de exercícios
1) O modelo estacionário do estágio i de uma coluna de absorção de prato, na qual ocorre uma
reação química irreversível na fase líquida, é descrito pelas equações de balanço de massa
abaixo:
L  xi 1  V  yi 1  L  xi  V  yi  H  k  xi2 para i  1, 2,  , N (N: número total de pratos)
L: vazão molar da fase líquida;
V: vazão molar da fase gás;
H: número de moles da fase líquida no prato i;
k: constante de velocidade da reação [tempo-1];
xi : fração molar na fase líquida;
2.4 MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON
17
yi : fração molar na fase gás.
A relação de equilíbrio entre as fases é dada pela expressão: yi 
m  xi
.
1    xi
Utilizando os seguintes valores das varáveis e de parâmetros: L = 40 kmol/h; V = 60 kmol/h;
H = 20 kmol; k = ½ h-1, m = 0,75 ,  = 0,05, N = 6; y0 = 0,254237 e x7 = 0 , as equações do
modelo transformam-se em:

x2 
2
2
 yi 1   xi   yi  i   xi 1  0 para i  1, 2, 3, 4, 5, 6
3
3
6 

onde y0  0, 25 ; x7  0
e yi 
0, 75  xi
para i  1, 2, 3, 4, 5, 6 .
1  0, 05  xi
Para resolver este sistema, adotam-se inicialmente os valores iniciais que constituem a
solução do problema linear:
2 (0)  (0) 2 (0)  (0)
 yi 1   xi   yi   xi 1  0 para i  1, 2, 3, 4, 5, 6
3
3


onde y0(0)  0, 254327 ; x7(0)  0
e yi(0)  0, 75  xi(0) para i  1, 2, 3, 4, 5, 6
Este sistema por ser linear e tri-diagonal pode ser resolvido recursivamente resultando nos
valores:
 x1(0)   0,168157 
 (0)  

 x2   0, 082744 
 x3(0)   0, 040037 
 (0)   

 x4   0, 018684 
 x (0)   0, 008007 
 5(0)  
 x  0, 002669 

 6  
1a) Explique sucintamente como estes valores foram determinados;
1b) Para resolver o problema aplicou-se o método de Newton-Raphson ao sistema original,
indique abaixo como seria este procedimento indicando claramente a matriz Jacobiana
correspondente;
1c) Como pode ser aproveitada a estrutura tri-diagonal da matriz Jacobiana no método
iterativo desenvolvido?
1d) Na Tabela a seguir apresentam-se os valores obtidos nas 3 primeiras iterações do
procedimento implementado em computador. Comente estes resultados!
xi
Chute Inicial
x1
x2
x3
x4
x5
x6
0,168157
0,082744
0,040037
0,018684
0,008007
0,002669
Iteração 1
0,162553
0,078082
0,037362
0,017350
0,007422
0,002472
Iteração 2
0,162543
0,078072
0,037356
0,017347
0,007420
0,002472
Iteração 3
0,162543
0,078072
0,037356
0,017347
0,007420
0,002472
18
2. SISTEMAS DE EQUAÇÕES ALGÉBRICAS
2) O método de Gauss-Jacobi consiste em resolver de forma iterativa o sistema linear de
n
equações:
a
j 1
ij
 x j  bi para i  1, 2,  , n na forma:
k 1
xk( r 1) 
bi   aij  x(jr ) 
j 1
n
a
j  k 1
ij
 x(jr )
aik
para i  1, 2, , n . Sendo x (jr ) é o valor da variável xj na
n
iteração r. Este procedimento tem a convergência garantida se: 
aij
aik
j k
 1 para i  1, 2, , n .
j 1
Baseado nestas informações descreva claramente um procedimento iterativo,
inequivocamente convergente, resultante da aplicação do método de Gauss-Jacobi ao sistema
linear abaixo:
 x1  2  x2  4  x3  11

2  x2  x3  3

4  x  x  2  x  16
3
 1 2
3) Resolva o sistema linear abaixo:
 3 2 0 0 0 0 0   x1   1 

    
1 0 0 0 0   x2   2 
 3 4
 0
1 2
1 0 0 0   x3   3 

    
 0 0 4 6 2 0 0    x4    0 
 0 0 0 2 6 4 0   x5   3 

    
1 2
1  x6   2 
 0 0 0 0
 0 0 0 0 0
3 4   x7   1 

4) Resolva a equação de diferenças:
ui  2  4  i  ui 1  ui  i para i  1, 2, 3, , n com u1  0 e un  2  1 .
Resolva para n = 4, 5 e 6.
5) O modelo estacionário do estágio i de uma coluna de absorção de prato é descrito pela
equação de balanço de massa:
L  xi 1  V  yi 1  L  xi  V  yi para i  1, 2,  , N (N: número total de pratos)
L: vazão molar da fase líquida;
V: vazão molar da fase gás;
xi : fração molar na fase líquida;
yi : fração molar na fase gás.
BIBLIOGRAFIA
19
Sabendo-se que a relação de equilíbrio entre as fase é linear e dada pela expressão:
yi = m . xi, sugira um procedimento iterativo para resolver este sistema conhecendo-se: L, V,
m , y0 e xN+1. Para ilustrar seu procedimento adote: L = 40; V = 65; m = 0,72; N = 6; y0 = 0,25
e x7 =0.
Avalie o que ocorre com as composições de saída [x1 e yN] quando N tende a infinito.
Bibliografia




Cálculo Numérico: Características Matemáticas e Computacionais dos Métodos
Numéricos - D. Sperandio, J.T. Mendes e L.H.M. Silva - Pearson-Prentice Hall, 2003.
Matrix Analysis and Applied Linear Algebra - C.D. Meyer, SIAM, 2000.
Matrix Computations - G. H. Golub e C. F. Van Loan - Johns Hopkins, 1996.
Álgebra Linear a Aplicações - C.A. Callioli, H.H. Domingues e R.C.F. Costa - Atual
Editora, 6ª ed., 1989.

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