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Edição Especial do Prêmio FINEP de Inovação Tecnológica 2007 Nº 29 • Setembro • 2007 Informativo da FINEP Nordeste surpreende D as seis empresas cearenses vencedoras regionais, quatro são finalistas à etapa nacional da 10ª edição do Prêmio FINEP de Inovação Tecnológica. Elas concorrem nas categorias Produto, Processo, Pequena Empresa e Grande Empresa com as primeiras colocadas nas demais regiões do País. Representantes da Paraíba e da Bahia disputam o primeiro lugar nacional nas categorias Inovação Social e Instituição de Ciência e Tecnologia, respectivamente. O prêmio nacional é disputado no final do ano em Brasília. Os vencedores recebem o troféu das mãos do presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, em cerimônia no Palácio do Planalto. No décimo ano em que é disputado, o Prêmio FINEP obteve 732 projetos inscritos, e bateu seu próprio recorde, de 679 inscrições em 2005. No ano passado, foram 677 participantes. A região Nordeste cresceu aproximadamente 10% em relação a 2006. Foram 127 inscrições em todas as categorias. Em 2006, concorreram 115 projetos. De acordo com o coordenador do Prêmio FINEP na região Nordeste, Mario Cumeira, além do aumento no número, a qualidade dos projetos inscritos este ano também é superior. "É o Nordeste mostrando ao Brasil que também faz e acontece", comemora. Estado-sede do Prêmio FINEP 2007, Sergipe se destacou com um crescimento de 355% no número de participantes. Concorreram, este ano, 32 projetos; em 2006 foram apenas nove. Das oito inscrições na categoria Inovação Social, uma é vencedora regional. Na categoria Instituição de Ciência e Tecnologia, o estado inscreveu três projetos, tendo um segundo colocado. Com três vencedores nacionais em 2006, o coordenador do Prêmio FINEP acredita no potencial das empresas que vão representar a região este ano em Brasília: "Pela qualidade dos projetos selecionados no julgamento, o Nordeste vai novamente surpreender o Brasil", afirma Mario. 2 Categoria P R O D U T O ARMTEC Tecnologia em Robótica Aparelho simula condições do asfalto em rodovias O Sistema Integrado de Simulação de Tráfego Normatizado (SISTRAN) consegue prever as condições de uma estrada depois de até 10 anos de uso. Ele funciona como um laboratório, que testa o tipo de asfalto mais indicado para uma determinada rodovia, antes do início das obras. É composto por dois equipamentos: o compactador e o simulador. No primeiro, são misturados os materiais com os quais a estrada será construída – brita, borracha, material reciclado, cerâmica – dando origem ao protótipo do asfalto. No segundo, duas rodas simulam sobre o protótipo, num movimento contínuo de ida e vinda, o tráfego e a carga estimados de carros e caminhões na rodovia, durante um período de dez anos. Esta simulação leva, aproximadamente, 8 horas. 1º lugar Desenvolvido pela empresa cearense Armtec, o SISTRAN, ao permitir a avaliação prévia do uso de novos agregados para produção do asfalto, garante um ganho de qualidade na pavimentação das estradas brasileiras. este desgaste acontece porque a maioria das estradas brasileiras já ultrapassou seu período de vida útil, que é de 20 anos. Quando foram construídas, as estradas receberam um pavimento adequado ao tráfego e à Os dois equipamentos custam R$ 270 mil, cerca de 40% a menos que o similar francês, o LCPC, que sai a R$ 460 mil. O produto está em uso no Laboratório Mecânico de Pavimentação da Universidade Federal do Ceará (UFC). De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), de junho a agosto de 2006, em 84.382 quilômetros de estradas brasileiras, 75% da extensão apresentaram algum grau de imperfeição. Trechos com afundamentos, ondulações ou buracos totalizam 12,6% (10.615 quilômetros). O professor do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, Hostilio Xavier Ratton Neto, explica que carga previstos na época. Hoje, veículos já têm homologação para trafegar com carga superior às antes permitidas, causando problemas de ruptura, afundamentos e fissuras no pavimento. Lançado em janeiro deste ano, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê o investimento de aproximadamente R$ 33,4 milhões na recuperação e duplicação de 35.214 quilômetros de rodovias e na construção de 6.878 quilômetros de novas estradas. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mais de 60% de toda a carga no Brasil é transportada através de rodovias. 3 Categoria P R O D U T O Protensão Impacto 2º lugar Material reciclado é usado para construir prédios Produzido a partir de plástico reciclado, o Plasterit substitui o uso da madeira e reduz o tempo de produção de uma laje de duas horas para 20 minutos. Na construção civil, o concreto é moldado em formas de madeira até adquirir resistência. A inovação da Protensão Impacto substitui esses moldes antigos, menos resistentes e de difícil manuseio e montagem. O Plasterit pode ser reutilizado até 300 vezes, enquanto o molde de madeira suporta apenas 20 usos. Obras com o material já foram realizadas em vários estados. A Protensão tem um contrato firmado com uma empresa de Cabo Verde, na África, para a construção de um prédio de 23 andares. Em Manaus, o produto foi usado para a construção de um shopping de 150 mil metros quadrados. Serttel 3º lugar Tecnologia detecta falhas nos semáforos Redução de acidentes e diminuição de congestionamentos são alguns dos benefícios da Gestão de Redes Semafóricas. A solução faz o controle informatizado dos serviços de manutenção e conserto de semáforos. Qualquer falha operacional é detectada pelo sistema, que também aciona uma equipe especializada para realizar o reparo. A Serttel tem até duas horas para consertar uma lâmpada vermelha queimada, e até seis horas no caso de uma lâmpada verde. O sistema controla ainda serviços em andamento, vida útil e tempo viço prestado, avaliada todo mês pelo vação um faturamento adicional de de garantia dos materiais de reposição, e prazos para reparo de defeitos. Para se antecipar às reclamações dos usuários, além do controle informatizado, equipes realizam a vistoria dos semáforos diariamente. O objetivo é garantir e manter a qualidade do ser- cliente. O custo médio mensal para manutenção é de R$ 300,00 por semáforo. A solução está implantada desde 2005 na Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) de Recife. O plano da empresa é gerar com a ino- R$ 15 milhões em três anos. Através de uma parceria com o Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Serttel está testando um sistema capaz de otimizar os intervalos de tempo dos semáforos de acordo com o fluxo de veículos. 4 Categori a P R O C E S S O Cerâmica 1º lugar Dantas Forno gasta menos lenha para produzir cerâmica O processo utilizado pela Cerâmica Dantas (CEDAN) para produção de tijolos e telhas reduz em 2/3 o volume de lenha utilizado através das técnicas convencionais. Com a inovação, a cada mil telhas produzidas, são consumidos atualmente 700 gr. de lenha. Antes, o consumo chegava a aproximadamente dois quilos para produzir a mesma quantidade. O produto é composto por doze fornos, que acoplados uns aos outros, facilitam a transferência do calor e dos gases necessários para a combustão, com a redução do tempo utilizado para a produção das peças. Com o Forno CEDAN, são necessárias apenas 18 horas para produzir de 13 a 20 mil tijolos. Nos fornos convencionais, esse processo pode levar de 30 a 70 horas. O produto final é mais homogêneo, devido à uniformidade da temperatura que circula de um forno ao outro, garantindo uma maior competitividade na comercialização. 2º lugar Figood Figos tipo exportação produzidos no Ceará Tradicionalmente cultivados no município de Valinhos, em São Paulo, figos são produzidos agora também no Ceará. A Figood conseguiu adaptar o cultivo da fruta ao clima semi-árido, através da fertiirrigação, aplicação de adubo orgânico diluído na água que irriga a planta. No método tradicional, o adubo é colocado em buracos feitos ao lado da planta, o que prejudica o desenvolvimento da raiz. Como chove pouco na região, os Figos do Ceará não levam a calda bordaleza, mistura de sulfato de cobre e cal, usada para dar resistência à casca da fruta durante o cultivo. O clima semi-árido, agregado à irrigação, favorece o rápido amadurecimento do figo, aumentando o período das safras. Comercializadas no Ceará, as frutas são exportadas para Inglaterra e França. 5 Categoria P R O C E S S O 3º lugar Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia Baianos beneficiados com programa de inclusão digital Com mais de 360 Centros Digitais de Cidadania (CDCs) funcionando em 274 municípios, o Programa de Inclusão Sócio-Digital da Bahia é considerado um dos maiores do País. Qualquer pessoa pode utilizar os computadores com acesso à internet, disponibilizados nos CDCs. Basta ir até uma unidade e se cadastrar no programa. Cada usuário pode utilizar o computador por até 30 minutos. O gestor que deseje um CDC em seu município deve entrar em contato com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (SECTI) e fazer a solicitação. Após a aprovação do pedido, a SECTI providencia a compra dos móveis e dos 10 computadores que compõem cada CDC, e faz a instalação da rede elétrica e de acesso à internet. Esse processo leva em torno de seis meses. O 6 gestor deve indicar ainda três monitores que darão suporte aos usuários. De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, 90% dos usuários dos CDCs têm renda familiar de até dois salários mínimos, o que demonstra um aumento na taxa de inclusão digital nos segmentos mais necessitados. Desde o início de janeiro até hoje, são mais de 4,4 milhões de acessos à internet, realizados por cerca de 430 mil usuários cadastrados. Categoria G R A N D E E M P R E S A Fotosensores ® Empresa toma medidas para coibir infrações Educar, prevenir e proteger vidas no trânsito são as principais funções dos produtos desenvolvidos pela cearense Fotosensores. Incubada de 1993 a 1995, no Parque de Desenvolvimento Tecnológico (PADETEC) da Universidade Federal do Ceará, a empresa é hoje a maior da América Latina no segmento semafórico. No ano passado, investiu 9% dos cerca de R$ 25 milhões faturados, em pesquisa e desenvolvimento. Pioneira na fiscalização eletrônica de infrações cometidas nos semáforos, como parada sobre a faixa de pedestres e excesso de velocidade, a Fotosensores especializa-se também A solução completa, o MoniTran, é composta por 15 produtos, que também podem ser comercializados individualmente. O FotoGestão é um deles. Através do software, órgãos de trânsito conseguem fazer o levantamento de todas as informações do veículo infrator. Outro exemplo é o FotoTalão, que substitui os blocos de papel usados por agentes de trânsito para registrar as ocorrências, facilitando o armazenamento e o processamento. Em 1996, foram instalados 56 equipamentos nas ruas de Fortaleza. Naquele ano, foram registradas 148.322 infrações. Em 2002, com 91 fotossensores instalados, este número caiu 35%, totalizando 51.859 infrações. Recife, Aracaju, Florianópolis, Blumenau, Natal e João Pessoa em criar soluções voltadas ao gerenciamento do trânsito. são algumas cidades que já adotaram a solução da Fotosensores. 1º lugar Tecnologia Eletrônica 7 Categoria PEQUENA EMPRESA 1º lugar ARMTEC Tecnologia em Robótica Com um crescimento de 350% estimado para o próximo ano, a Armtec foi criada em 2004 a partir do resultado do projeto de conclusão de curso do engenheiro eletrônico Roberto Lins faturamento da empresa, é capaz de simular as condições do asfalto em rodovias depois de um longo tempo de uso. Nascida na incubadora de empresas da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), a pequena empresa faturou R$ 400 mil em 2006, dos quais investiu 63% em pesquisa e desenvolvimento. Até o final do ano, a Armtec apresenta o primeiro pro- de Macedo, o Sistema de Apoio ao Combate de Incidentes (SACI). Com a aparência de um tanque de guerra, o equipamento é utilizado no combate ao fogo. Seu jato de água alcança até 60 metros de distância em linha reta e 15 metros de altura, o equivalente a um prédio de quatro andares. Outra solução inovadora produzida pela Armtec é o Sistema Integrado de Simulação de Tráfego Normatizado (SISTRAN), finalista nacional na categoria Produto do Prêmio FINEP 2007. O equipamento, que representa 43% do tótipo de um submarino não-tripulável. Além de verificar a extensão de um desastre ambiental e checar vazamentos ou danos na estrutura de um navio, o equipamento também faz reparos. Entre os diferenciais do projeto estão um sistema de posicionamento para manter a estabilidade em meio às correntes marítimas, e a capacidade de fazer diferentes movimentos em todos os sentidos. O objetivo é que o Submarino de Avaliação Brasileiro Automatizado (SAMBA) tenha um custo final abaixo de R$ 300 mil. Engenheiro eletrônico cria solução inovadora para combater incêndios 8 Categori a PEQUENA EMPRESA 2º lugar AiLeader Tecnologia Equipamento permite alterar texto escaneado A AiLeader é provedora de soluções para extração, recuperação, busca e organização de informações contidas em imagens de documentos. Graças à tecnologia desenvolvida pela empresa, dados armazenados em papel podem ser extraídos eletronicamente, sem a necessidade da digitação manual das informações. A inovação economiza o tempo utilizado para transcrição de grande quantidade de informação impressa, contida principalmente em cheques, prontuários médicos, ou processos jurídicos. Os documentos são escaneados e o software realiza uma varredura em toda informação contida na imagem digitalizada, transformando dados que não poderiam ser acessados em texto editável. Informações podem também ser extraídas através de uma ferramenta semelhante aos mecanismos de busca disponíveis na internet, como o Google. Incubada desde 2005 no Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), a AiLeader investiu aproximadamente R$ 1 milhão em pesquisa e desenvolvimento no ano passado. A tecnologia desenvolvida pela empresa já está em uso por empresas nacionais e estrangeiras. Daccord Music Software 3º lugar Software ensina a tocar instrumentos musicais Empresa pernambucana instalada no Porto Digital, um dos principais e mais inovadores parques tecnológicos do País, a Daccord Music Software investiu, em 2006, 55% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento. Especializada na produção de softwares para o mercado musical, sua linha de produtos é destinada ao ensino de instrumentos como violão, guitarra, teclado e bateria. Entre algumas inovações da pequena empresa, o software Violão Player é um professor virtual que toca a música junto com a letra cifrada e mostra ao aluno como executar cada acorde. Basta escolher a música – são mais de 100 títulos à disposição na versão 2.0 – e começar a praticar com o instrumento virtual. Com o iChords, o músico não precisa procurar as cifras de uma música. O programa abre arquivos de áudio e mostra no violão virtual os acordes que estão sendo tocados. Os softwares são vendidos em livrarias e bancas de jornal, e na internet, através do site da empresa. A Daccord exporta sua linha de produtos para mais de 60 países, o que corresponde aproximadamente a 50% de seu faturamento. Com foco no usuário doméstico, o objetivo da empresa agora é entrar no mercado corporativo, com produtos e serviços para a indústria fonográfica. 9 Categoria I N S T I T U I Ç Ã O D E C I Ê N C I A E T E C N O L O G I A 1º lugar Labiomar Microorganismos indicam poluição do meio ambiente O Laboratório de Bio-Marinha e Biomonitoramento (Labiomar) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) é o único das regiões Norte e Nordeste que realiza pesquisas em Ecotoxicologia. Através deste ramo da ciência, pesquisadores conseguem estipular o nível de substâncias contaminantes presentes em rejeitos de fábricas que são lançados sem tratamento no meio ambiente. O processo é simples. Embriões de microorganismos – ostras e ouriços, os mais comuns nas pesquisas – são colocados em ambientes contaminados e seu desenvolvimento é acompanhado por 24 horas. Qualquer anormalidade na formação indica o nível de poluentes presente na amostra e sinaliza as providências que o emissor deve tomar antes de descartá-los. Cada análise custa R$ 500,00. O Labiomar já atendeu mais de 30 empresas, entre elas o Pólo Petroquímico de Camaçari, na Bahia. 10 Categoria I N S T I T U I Ç Ã O D E C I Ê N C I A E T E C N O L O G I A Embrapa Tabuleiros Costeiros 2º lugar Áreas litorâneas já podem ser cultivadas Com sede em Aracaju, Sergipe, a Embrapa Tabuleiros Costeiros realiza pesquisas para viabilizar o desenvolvimento sustentável dos tabuleiros costeiros – áreas que abrangem todo o litoral do Nordeste e se caracterizam por solos profundos e de pouca fertilidade. Os projetos compreendem também as áreas de restinga, dunas e mangues, típicas da baixada litorânea. Essa região se caracteriza também pela degradação causada pela especulação imobiliária e pelo turismo. O lançamento de variedades híbridas de coco é um dos projetos em andamento na instituição. De acordo com a demanda industrial – água ou fruto comestível – e da área onde será feito o cultivo, são determinados os tipos ideais de cruzamento entre as espécies. CTGÁS 3º lugar Pesquisa busca ampliar utilização do gás natural O Centro de Tecnologias do Gás (CTGÁS) de Natal é resultado de um consórcio entre a Petrobras, através de seus Centros de Excelência, e dos Centros Nacionais de Tecnologia do SENAI. A partir de sua estrutura em Natal e em outros 16 núcleos localizados em 15 estados brasileiros, o CTGÁS é responsável por avaliar as necessidades das distribuidoras e dos consumidores finais de gás natural – indústrias, estabelecimentos comerciais, residências e motoristas. A atuação de cada núcleo dá abrangência nacional ao Centro. Com papel decisivo no desenvolvimento sustentado da indústria nacional, a instituição realiza pesquisas de novas oportunidades de negócios com a introdução do gás natural no mercado. Fornece, também, serviços de assessoria técnica que garantem a utilização do gás natural de forma racional, segura e econômica, em substituição a outras fontes de energia. Para atender a demanda dos clientes, o CTGÁS já possui serviços formatados, como: capacitação de recursos humanos para instalação do gás natural em veículos; informações estratégicas para conversão de equipamentos; tecnologias de transporte, distribuição e armazenamento de gás; entre outros. 11 Categoria I N O V A Ç Ã O S O C I A L Cooperativa dos Floricultores do 1º lugar Estado da Paraíba Crisântemos garantem renda de ex-bóias-frias No município de Pilões, a 140 quilômetros de João Pessoa, 21 mulheres aumentaram sua renda média mensal plantando flores. Antes elas recebiam R$ 200,00 no corte da cana, hoje ganham até dois salários mínimos por mês com a venda dos crisântemos de corte – flores sem raiz, vendidas para ornamentação. Pioneiras no cultivo dessa planta, o desejo das integrantes da Cooperativa dos Floricultores do Estado da Paraíba (COFEP), é transformar o município de Pilões no pólo de flores do estado. São 38 estufas cobertas numa área de cinco mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol. A cada semana, são colhidos aproximadamente 8.750 crisântemos de cada estufa. O pacote, com 25 flores, é vendido a R$ 12,00 na Paraíba e em Pernambuco. 2º lugar Instituto Aliança Cursos preparam jovens para o primeiro emprego Através do projeto Com.domínio Digital, 1.935 jovens já foram inseridos no mercado formal de trabalho nos estados do Ceará, Pernambuco, Bahia e Sergipe. Com cursos multidisciplinares, o programa prevê não apenas a inserção, mas a permanência do jovem no primeiro emprego. Os interessados devem estar cursando o ensino médio, ter entre 16 e 24 anos, renda familiar mensal de até dois salários mínimos e o desejo de se desenvolver pessoal e profissionalmente. O Instituto Aliança, responsável pelo projeto, faz a capacitação dos professores, que chegam a ganhar mais de R$ 2.000,00 por mês. Com duração de um ano, 560 horas de aula, além da formação profissional, os jovens são motivados a desenvolver relações pessoais e sociais e capacidade de trabalho em equipe. Ao final do curso, são acompanhados durante quatro meses, até a inserção no mercado de trabalho. 12 Categoria I N O V A Ç Ã O S O C I A L Artesãos de Papel Trançado e Reciclado Associação de 3º lugar Jovens sobrevivem do trabalho artesanal Em Cumbe, município de três mil habitantes a 96 quilômetros de Aracaju, jovens entre 16 e 19 anos que nunca tiveram uma fonte de renda, hoje ganham em média R$ 600,00 por mês, graças ao Projeto Tudo Encaixa. O único pré-requisito é que estejam matriculados numa das escolas da cidade. Eles fazem parte da Associação de Artesãos de Papel Trançado e Reciclado e fabricam, aproximadamente, 200 peças de artesanato por mês. Embalagens, objetos de decoração, caixas e cestos de material reciclado são alguns dos produtos idealizados pelos próprios jovens, com influência da cultura local. Vendidos a uma média de R$ 10,00 cada a cooperativas de artesanato de Sergipe, a produção também é exportada para os Estados Unidos. Cerca de 80 quilos de papel, doados pela própria comunidade, são gastos na fabricação de 100 peças de artesanato. Desde agosto, um grupo de artesãs da associação produz e exporta bijuterias feitas a partir da mesma técnica. Desde 1998, quando o projeto foi criado, já foram beneficiados aproximadamente 60 jovens. Na sede da associação funciona também a Escola de Informática e Cidadania, que promove cursos gratuitos de computação básica. Composição do Júri Augusto Guimarães NUTERAL – Ceará Luiz Antonio Magalhães Pontes Universidade Salvador Célia Maria da Rocha Ribeiro Universidade Federal do Rio Grande do Norte Marcus Antonio Guedes Vasconcelos Fonseca Instituto Euvaldo Lodi – Rio Grande do Norte Felipe Souza Pinheiro CETRA-ASA – Ceará Paulo Roberto Dantas Brandão Instituto Euvaldo Lodi - Sergipe Flávio Luiz Guimarães SENAI – Petrolina/PE Roberto do Amaral Ribeiro ROCHETEC – Ceará Francisco Sérgio Buarque Gusmão LABOREMUS – Paraíba Vinicius Reis Galdino Xavier Financiadora de Estudos e Projetos José Teófilo de Miranda Sergipe Parque Tecnológico Vittoria Cerbino Financiadora de Estudos e Projetos Kênia Samara Farias Quirino Instituto Euvaldo Lodi – Paraíba COORDENADOR DO P RÊMIO FINEP Mario Cumeira NA REGIÃO NORDESTE [email protected] 13 Opinião Augusto Guimarães O negócio O Prêmio FINEP de Inovação Tec- Como tradicionalmente somos um nológica é responsável por ter colocado na pauta das empre- povo muito criativo, não tenho dúvida sas no Brasil a importância dos de que, quando o Brasil aprender na didática e sistematicamente como fazer produtos e processos inovativos para a o processo de inovação, vamos conse- competitividade. A iniciativa proporciona guir um espaço muito grande entre os aos participantes uma oportunidade para sistematizar o olhar sobre o que vêm fa- competidores mundiais. Penso que o Brasil zendo nesta área. Para os ganhadores, primeiro precisa superar o conceito de que inovação é coisa de louco, coisa que traz visibilidade nacional e reforça as ini- não funciona e não dá certo. Pelo con- ciativas que já vinham sendo adotadas trário. Tem que incentivar as pessoas pela companhia. ainda quando crianças a descobrirem que inovação é a coisa mais interessante do mundo e a gente pode pensar diferente em tudo que seja. Isso vai dar mobilidade às empresas, vai dar eficiência. “Quando o Brasil aprender o A FINEP, em parceria com o Con- processo da inovação, selho Britânico, propiciou às empresas ganhadoras do Prêmio uma experiência vamos conseguir um espaço prática em empresas e teórica para muito grande entre os aprender como um dos maiores centros competidores mundiais” do mundo em estudos da inovação lida com esta área do conhecimento. Na Inglaterra, fomos recepcionados pelos professores do Freeman Centre e do Aproximar o conhecimento da aca- Centro de Gerenciamento de Inovação demia dos processos tecnológicos e industriais, e transformar as inovações em (Centrim – Centre of Innovation Mana- produtos para o mercado são duas ne- gement) da Universidade de Brighton em um programa de uma semana para apren- cessidades urgentes do País, que o Prê- der didaticamente como gerenciar a ino- mio FINEP destaca e incentiva. Quando vação. o Brasil transferir para a produção de patentes a mesma capacidade que demons- 14 A inovação não tem fronteira. Os con- tra ter na publicação de trabalhos em ceitos ingleses, que na verdade são conceitos globais, podem e devem ser apli- revistas científicas internacionais inde- cados pelo Brasil. A inovação pode ser in- xadas, teremos como resposta o aumen- centivada, motivada, aprendida dentro da to do PIB, que beneficiará a sociedade como um todo. escola e sobretudo enfatizado o seu aspecto que eu considero mais importante da inovação FOTO João Luiz Ribeiro plesmente deu um estalo, inovou e se desenvolveu. Muito pelo contrário: é o processo da inovação no seu cotidiano de maneira perceptível e clara, gerenciando as etapas claramente. Estamos trabalhando com inovação na Nuteral desde a época em que fundamos a empresa. Mas não tínhamos ainda exercitado esse processo de uma forma didática e tão inteligente em relação a gerenciar de forma tão sistemática. Iniciamos o primeiro curso de Gestão da Inovação dentro da Nuteral para motivar as pessoas. Seja em que atividade vêm executando, elas podem dar uma colaboração no sentido de melhorar a eficiência do processo, e melhorar e agregar valor com novas idéias. Fazer o suficiente, o necessário, fazer o possível, já não é mais a coisa mais importante no “O Brasil primeiro precisa negócio. Tem de fazer o diferente. Pen- superar o conceito de que maneira diferente e mais eficiente, agregando valor a isso. inovação é coisa de louco, sar fora da caixa. Fazer uma rotina de coisa que não funciona e não dá certo. Pelo contrário.” do ponto de vista social. A inovação no fundo serve para melhorar a vida das pessoas. Tanto que tem um excelente alcan- Augusto Guimarães é diretor-presidente da Nuteral Indústria de Formulação Nutricionais, pequena empresa vencedora nacional do Prêmio FINEP 2006. Nutricionista, Doutor em Ciência de ce social. Não é inovação do puro acaso, não Alimentos e Nutrição Experimental pela Uni- é invenção como algumas pessoas ima- departamento de Nutrição da Universidade ginam ser no Brasil, de que pura e sim- Estadual do Ceará. versidade de São Paulo, é professor titular no 15 Ministério da Ciência e Tecnologia Praia do Flamengo, 200 – 1 o, 2o , 3o , 4o , 5o, 7 o, 9o , 13o e 24o andares Rio de Janeiro - RJ - CEP 22210-030 www.finep.gov.br Presidente Coordenação e Edição Fotos Luis Manuel Rebelo Fernandes Vera Marina da Cruz e Silva Divulgação Diretoria de Inovação Redação Telefone Eduardo Moreira da Costa Roberta Defaveri (21) 2555-0716 Diretoria de Administração e Finanças Revisão e-mail Fernando de Nielander Ribeiro Jorge Ramos [email protected] Diretoria de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Programação Visual e d iagramação Fax Eugenius Kaszkurewicz DPRO– FINEP (21) 2555-0719
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