um estudo exploratório sobre a metodologia de ensino kumon
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um estudo exploratório sobre a metodologia de ensino kumon
UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE A METODOLOGIA DE ENSINO KUMON MARCOS ANTONIO SANTOS DE JESUS - UNISANTA – Universidade Santa Cecília, Brasil [email protected] RESUMO A presente pesquisa teve como objetivo verificar a relação entre o desempenho e as atitudes em relação à Matemática de alunos submetidos ao processo de ensino e aprendizagem de Matemática, através do método Kumon. Esta pesquisa é do tipo exploratória quanto aos objetivos e ex-post-facto quanto à metodologia adotada e com um modelo de análise correlacional. Foram utilizados como instrumentos para coleta de dados os testes diagnósticos P6 (específico do método Kumon) e uma escala de atitudes em relação à Matemática, adaptada por Brito (1998). Todos os sujeitos de pesquisa foram submetidos a um pré e pós-teste. Os sujeitos foram 52 alunos regularmente matriculados em unidades do Método Kumon, situadas na Baixada Santista, SP e que estavam cursando a 2ª fase do Ensino Fundamental. Após a aplicação do pré-teste, os alunos foram submetidos às aulas de Matemática através do método Kumon e, em seguida foi aplicado o pós-teste. Os resultados demonstraram que as médias de desempenho, no pré e pós-teste apresentaram diferença altamente significativa (p=0,000), nesse caso, (p<0,05). Os resultados encontrados através do calculo coeficiente da correlação de (Pearson) r=0,503 indicaram uma correlação altamente significativa entre as atitudes dos sujeitos e o desempenho no pós-teste (p=0,000) Palavras-chave: Aprendizagem, Método Kumon, Atitudes, Desempenho em Matemática. 1. INTRODUÇÃO A METODOLOGIA KUMON Desenvolvido por Toru Kumon em 1958 o método Kumon tem como objetivo facilitar o ensino da Matemática. Suas abordagens sempre têm início com conteúdos mais simples e conforme o aluno vai avançando, os conteúdos ficam mais complexos. De acordo com Kumon (1998), uma de suas experiências foi de comprovar que um material didático bem elaborado funciona para qualquer criança. Na atualidade as disciplinas de Metodologia do Ensino e Didática Especial da Matemática, existentes nos curso de Licenciatura em Matemática apontam uma preocupação de vários educadores em relação às dificuldades que os alunos apresentam em desenvolver gosto pelo estudo de Matemática. O Método Kumon é um sistema de ensino que visa desenvolver nas crianças a capacidade de estudos, tornando-as mais independentes e, ao mesmo tempo, incrementar nelas a capacidade de auto-instrução. Neste processo de desenvolvimento da capacidade de estudo, temos dois pontos fundamentais, o material didático e a orientação individualizada na resolução desse material. Segundo Kumon (1997), o principal objetivo da metodologia Kumon é formar alunos autodidatas. Autodidatismo significa estudar por si mesmo, resolver sozinhos os problemas e corrigir os próprios erros. No método Kumon, o material didático evolui em pequenos degraus e incluem exemplos quando novos conceitos são introduzidos para que os alunos possam aprender independentemente. Os alunos resolvem os problemas observando os exemplos. Pelo método Kumon, os alunos solucionam sozinhos os exercícios e avançam até os conteúdos matemáticos do ensino médio. (Kumon, 1997) O material do método Kumon tem uma seqüência de assuntos que propicia ao aluno o desenvolvimento da capacidade de estudo. E, ao resolver e fazer as revisões necessárias dos exercícios, o aluno pode desenvolver a capacidade de fazer uma série de associações mentais e levantar hipóteses, confirmar suas suposições e chegar às próprias conclusões. Tais conclusões dificilmente serão esquecidas, pois não foram informações recebidas e memorizadas, mas geradas pelo próprio aluno. Baseado nisso, o material é estruturado de modo a fazer com que os alunos trabalhem mais os conteúdos básicos, criando, assim, condições para um estudo com autonomia dos conteúdos mais avançados. Cada estágio tem um objetivo claro de conteúdo, que dá sustentação ao próximo conteúdo, ampliando a capacidade do estudante. E, conforme o aluno desenvolve sua capacidade de estudo e domina os assuntos básicos, menor é a necessidade de se trabalhar muitas folhas do mesmo assunto. Uma outra característica do material são os pontos de desafios. Ao longo de todo o material existem pontos de desafios ou de dificuldade maior, que têm duas funções: a primeira é identificar alunos de maior capacidade, pois estes geralmente não apresentam dificuldades em resolver estes exercícios e a segunda e aumentar ainda mais a capacidade dos estudantes. A organização dos conteúdos é estruturada da forma mais seqüencial possível e que através do domínio do assunto estudado, o aluno cria subsídios para estudar o próximo assunto, proporcionando um estudo sólido e auto-instrutivo. O aluno quando chega à unidade, pega seu material do dia e entrega a lição de casa resolvida. Este é o primeiro passo para que o aluno tenha organização na unidade e desenvolva uma postura independente. O material está estruturado para que, a cada estágio por meio das disciplinas, o aluno desenvolva a concentração, cálculo mental, capacidade de ler e interpretar reserva de capacidade, hábito de estudo e de leitura. Por meio das disciplinas, são desenvolvidas características, que são pré-requisitos para que o aluno se torne autodidata; pois o material didático do kumon foi totalmente formulado para que o aluno possa trabalhar no próprio ritmo e, à medida que avança nos estágios, adquira habilidades. A próxima etapa da rotina é a correção do material didático que desenvolve no aluno a capacidade de aprender com os próprios erros. Após a correção, o aluno passa suas notas no boletim de notas onde é marcado também o tempo de resolução de cada bloco; assim o orientador pode visualizar informações valiosas como quantidade de revisões realizadas no estágio estudado; programação das próximas lições de acordo com a avaliação realizada pelo aluno; análise comparativa do desempenho do aluno em classe e em casa; número de revisões realizadas em determinado assunto e, por fim, com as notas obtidas pelo aluno perceber em que bloco ou folha teve dificuldade, tendência de cometer erros nas mesmas folhas. O ato de preencher o boletim desenvolve no aluno responsabilidade, organização e capacidade de se auto-avaliar. O boletim é o registro completo do desempenho aula a aula e em casa que precisa ser do conhecimento do aluno e do orientador. Por sua vez, o orientador, aprimorando a verificação do material didático e do boletim de notas, poderá perceber: os tipos de alunos que freqüentam a unidade; quais os blocos importantes que permitem um desenvolvimento tranqüilo para os próximos estágios; qual o tempo a ser atribuído para resolução de determinado bloco para determinados alunos serão necessários outros parâmetros que permitam o avanço individualizado. O feedback é a última etapa da rotina de aula que verifica, conclui como foi o desempenho do aluno até o momento para programar as próximas lições. Essa atividade permite que o aluno possa interagir com o orientador a respeito daquilo que está estudando para que consiga desenvolver a capacidade de se auto-avaliar. Um aluno que desenvolve essa capacidade está ciente daquilo que estuda e de cada etapa de resolução precisará revisar e estar preocupado em garantir o entendimento para que tenha satisfação em seu estudo. Mas, para que o feedback aconteça, todas as etapas citadas anteriormente da rotina de aula precisam acontecer de maneira eficiente, pois só assim o orientador conseguirá estipular uma meta adequada para cada tipo de aluno de sua unidade. Uma meta concreta e adequada faz os alunos adquirirem: 1. Maior motivação (estudam mais motivados; espírito de desafio, desafios para superar a meta); 2. Concentração (estudam mais concentrados); 3. Responsabilidade (fazem a lição de casa, marcam o tempo, etc...);4. Autonomia (tentam resolver sozinhos a lição); 5. Realização (sentem-se realizados quando conseguem superar a meta); 6. Alegria; 7. Confiança mútua; 7. Autoconfiança e satisfação em estudar Matemática. ATITUDES E DESEMPENHO EM MATEMÁTICA No estudo de atitudes no processo de ensino e aprendizagem deve-se ter clareza do que venha a ser atitude. Para Brito (1996), o conceito de atitude pode ser entendido como sinônimo de comportamento, num enfoque que venha a priorizar somente o aspecto observável, como equivalente à motivação e outros. Segundo a autora, atitude não pode ser compreendida como sinônimo de comportamento e também não pode ser confundida com ele. Na linguagem de Bardin (1977), na Psicologia social, as atitudes são caracterizadas pela sua intensidade e também direção. O indivíduo pode ser a favor ou contra, favorável ou desfavorável. A opinião pode ser positiva ou negativa, amigável ou hostil, aprovadora ou desaprovadora, otimista ou pessimista. Entre os dois pólos claramente orientados, existe eventualmente um estado intermediário, a neutralidade. Para a autora, a intensidade delimita a força ou o grau de convicção expressa, ou seja, uma adesão pode ser fria ou apaixonada, uma oposição pode ser ligeira ou veemente. Para Coll et al. (1998), no decorrer do desenvolvimento da Psicologia como Ciência, vêm sendo elaboradas algumas hipóteses, ou seja, algumas construções teóricas com o propósito de se compreender melhor e também medir aspectos do comportamento humano, chamados de constructos hipotéticos. Na Psicologia, constructo hipotético é um processo ou entidade que se supõe existir, mesmo não sendo possível observar ou inferir de forma direta. Portanto, atitude é um dos constructos hipotéticos elaborados por psicólogos pesquisadores, que se dedicam a estudar fatores que influenciam o comportamento humano. Para se conceituar atitude se deve considerar as propriedades que são atribuídas a ela, por se tratar de um constructo hipotético. Inúmeras são as definições apresentadas sobre atitudes, porém todos os teóricos que procuram formalizar um conceito de atitude mantiveram como fator comum a possibilidade de ser algo que influencie o comportamento. Desta forma, Brito (1996) definiu atitude como: “disposição pessoal, idiossincrática, presente em todos os indivíduos, dirigida a objetos, eventos ou pessoas, que assume diferente direção e intensidade de acordo com as experiências do indivíduo. Além disso, apresenta componentes do domínio afetivo, cognitivo e motor”. (Brito, 1996, p.11). De acordo com Ausubel et al. (1980), recentemente, aceitou-se a idéia de que fatos cognitivos, bem como afetivos, podem ser responsáveis por efeitos diferentes das atitudes positivas ou negativas sobre a aprendizagem de material controvertido. Também sugerem que tanto variáveis motivacionais quanto cognitivas estão provavelmente envolvidas em diferentes resultados de aprendizagem. Para Jesus (2005) o educador que realmente está interessado em oferecer uma aprendizagem significativa a seus alunos, não deve nunca desconsiderar o fator atitude como de extrema relevância. As atitudes, além de conteúdos específicos de ensino, impregnam todo o processo educacional, e ocupam um papel de destaque em todo ato de aprendizagem. Brito (1996) salientou que as atitudes surgem e podem ser modificadas porque elas podem ser aprendidas, por essa razão podem ser ensinadas, concluiu a autora. Nesse sentido, o papel do professor em sala de aula é de grande relevância. Ele poderá ser o elemento que fará intervenções para modificar as atitudes de seus alunos, nesse caso irá torná-las favoráveis ao processo de ensino e aprendizagem. As atitudes podem ser modificadas ou deixar de existir devido a vários fatores, tais como: observação, imitação, reflexão, avaliação, e outros. Um professor pode ensinar atitudes ou modificá-las, (Klausmeier e Goodwin, 1977). O presente estudo foi desenvolvido considerando a posição dos estudos (Ausubel et al., 1980; Brito, 1996; Klausmeier e Goodwin, 1977) sobre as atitudes, principalmente no que diz respeito à possibilidade de modificação. É evidente que não se deve deixar de considerar que a maturidade social e a intelectualidade, são também fatores que estão relacionados às atitudes de um sujeito. Na visão de Jesus (2005), educadores que pretendem modificar as atitudes de seus alunos devem considerar que há muitos fatores para isto ocorrer. Dentro do ambiente escolar, as atitudes de um determinado aluno podem ser diferentes conforme o momento e o espaço físico. Um aluno que apresente atitude positiva em relação à matemática poderá apresentar tendência à atitude negativa em relação à outra disciplina qualquer, ou até mesmo à matemática, num outro momento. Porém, cabe a cada um dos educadores envolvidos nesse processo de ensino-aprendizagem intervir com técnicas adequadas, visando que seus alunos melhorem as atitudes em relação à disciplina ministrada por ele. Ainda segundo Jesus (2005), é claramente perceptível esse comportamento de alunos em sala de aula, manifesto de uma dada atitude. Quando, por exemplo, durante uma aula qualquer o acadêmico procura evitá-la, afirmando que não gosta ou não tem interesse, mas em outras aulas o mesmo acadêmico pode fazer questão de estar presente, com muita atenção e prontidão para o que lhe é transmitido. Nesse caso, ele tem interesse e provavelmente uma atitude positiva em relação ao que lhe será apresentado. De acordo com Ausubel et al. (1980), quando está ocorrendo uma aprendizagem por recepção significativa as atitudes do sujeito envolvido nesse processo poderão influenciar na emergência de significados, aumenta o esforço e atenção. Segundo esses autores, variáveis motivacionais e de atitudes não estão diretamente envolvidos no processo de interação cognitiva. Mas, elas podem energizar e acelerar esse processo durante a aprendizagem. 2. MÉTODO, SUJEITOS E MATERIAL MÉTODO PROBLEMA DE PESQUISA No estudo foi considerada a visão de alguns teóricos quanto à influência em situação de aprendizagem, como atitude e desempenho em Matemática, para, assim, analisarmos a Metodologia Kumon. A partir dessas considerações, apresentou-se o seguinte problema de pesquisa: “Qual a relação entre atitudes e desempenho em matemática de alunos de Nível Fundamental II antes e após serem submetidos a um processo de ensino e aprendizagem de matemática através do Método Kumon?”. OBJETIVOS DA PESQUISA Verificar se existe diferença de desempenho dos sujeitos em matemática antes e após a intervenção com o método Kumon; Verificar a relação entre atitudes e o desempenho dos sujeitos em matemática antes e após a intervenção com o método Kumon; DEFINIÇÕES DE VARIÁVEIS DESEMPENHO O desempenho em relação à Matemática é do tipo quantitativo, obtido através de teste diagnóstico P6, a ser resolvido pelos alunos antes de serem submetidos ao Método Kumon. ATITUDES Pontuação na Escala de Atitude: Diz respeito ao valor da pontuação obtida na escala de atitudes em relação à matemática (anexo 1), e admite valores de 20 a 80 pontos. Essa variável foi analisada quantitativamente. PROCEDIMENTOS Foram utilizados testes diagnósticos P6 do Método Kumon, contendo 50 questões referentes aos conteúdos de operação com números naturais e fracionários: adição, subtração, multiplicação, divisão e simplificações, sendo analisados os testes feitos pelos alunos ao iniciarem o Método Kumon e, quando os mesmos estavam nos estágios E, F ou G, foram submetidos novamente ao mesmo teste da maneira habitual, ou seja, o aluno resolveu o teste marcando horário de início e término do referido teste. As questões foram corrigidas e pontuadas seguindo o critério de número de respostas corretas. SUJEITOS CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS Os sujeitos envolvidos neste estudo foram alunos regularmente matriculados em algumas unidades do Método Kumon, situadas na Baixada Santista nas cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande, Itanhaém e Peruíbe, que estavam cursando o Ensino Fundamental II, e que, ao iniciarem o Método Kumon, alcançaram rendimento satisfatório em teste diagnóstico P6, próprio do material didático do Kumon. MATERIAL Todos os instrumentos são do tipo lápis e papel. Os instrumentos utilizados neste estudo foram: 1. ESCALA DE ATITUDES EM RELAÇÃO À MATEMÁTICA1 A escala de atitudes em relação à Matemática é composta por 20 (vinte) afirmações, onde 10 (dez) tratam os sentimentos negativos e outras 10 (dez) os sentimentos positivos em relação à Matemática. Nenhuma das afirmações foi excluída, pois houve orientação dada aos sujeitos da pesquisa para que não deixassem qualquer item sem resposta. Essa escala trata as atitudes com relação à Matemática em si, evitando outros componentes, como: o professor, o método de ensino, etc. 2. TESTE P6 DO MÉTODO KUMON UTILIZADO COMO PRÉ E PÓS-TESTE Teste diagnóstico P6 de Matemática do Método Kumon, contendo 50 questões, sendo 9 questões de multiplicação com números naturais, 16 questões de divisão com números naturais e 23 questões referentes à simplificação, adição, subtração, multiplicação e divisão de números fracionários. 3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS A seguir, é apresentada a distribuição de sujeitos por idade. A idade 12 anos foi predominante no número total de sujeitos (40,4%), enquanto 36,5% tem 13 (treze) anos, 15,4% são representados pelos sujeitos com 11 (onze) anos de idade 5,8% tem 14 (quatorze) anos e 1,9% é o de 15 (quinze) anos, conforme é apresentada na Tabela 1 abaixo. Essas idades foram levantadas na primeira e segunda fase de aplicação de testes, 1 BRITO, Márcia R. F. (1998).Adaptação e validação de uma escala de atitudes em relação à Matemática. Zetetiké.v (9), n (6), pp. 109 – 162. jan/jun. deste modo foi considerada a idade apresentada pelo aluno na segunda fase de aplicação de testes. TABELA 1: DISTRIBUIÇÃO DOS SUJEITOS POR IDADE Idade Nº de alunos Porcentagem 11 8 15,4 12 21 40,4 13 19 36,5 14 3 5,8 15 1 1,9 Total 52 100 ANÁLISE EMPARELHADA DO DESEMPENHO DOS SUJEITOS NA PROVA DE MATEMÁTICA ANTES E APÓS A INTERVENÇÃO COM A METODOLOGIA KUMON. Não foi feita nenhuma interferência estatística sobre as variáveis de controle da pesquisa, conforme previsto, e a comparação foi feita entre as variáveis de interesse de estudo com todos os alunos (N=52). Na Tabela 2 a seguir, são apresentadas as médias de desempenho dos sujeitos em matemática no pré e pós – teste. TABELA 2: RESULTADOS DO T-TESTE STUDENT DE DESEMPENHO ANTES E DEPOIS DAS INTERVENÇÕES. Teste Nº de Pares Média Desvio Padrão Correlação p-valor Pré-Teste Pós-Teste 52 59,192 73,789 13,653 17,943 0,769 0,000 TABELA 3: RESULTADOS DO T-TESTE STUDEST DE DESEMPENHO EMPARELHADO NO PRÉ E PÓS-TESTE. Média das Diferenças Desvio Padrão t-valor Graus de liberdade p-valor 14,596 11,467 -9,179 51 0,000 Um dos objetivos deste foi o de verificar se existia diferença de desempenho em matemática quando comparados os resultados antes e após a intervenção com o método Kumon. Sendo assim, os dados coletados através da prova de desempenho, apresentados nas Tabelas 2 e 3, demonstram que os 52 sujeitos que compuseram a amostra apresentaram médias de desempenho no pré-teste inferior a média do pós-teste. Os resultados contidos da Tabela 3 demonstram que as medias de desempenho, no pré e pós-teste apresentam diferença altamente significativa (p=0,000), nesse caso, (p<0,05). Desta forma pode-se dizer que o desempenho dos sujeitos em matemática sofreu mudanças após a intervenção com o método Kumon. Estes resultados indicam que a intervenção com o material do Método Kumon no processo de ensino - aprendizagem de matemática poderá alterar o desempenho dos alunos submetidos a esse método ensino. ANALISE DA RELAÇÃO ENTRE ATITUDES E DESEMPENHO DOS SUJEITOS EM MATEMÁTICA ANTES E APÓS AS INTERVENÇÕES. GRÁFICO 1: REGRESSÃO LINEAR ENTRE AS VARIVEIS ATITUDES E DESEMPENHO NO PRÉ-TESTE. Regressão Linear Entre Atitudes em Relação a Matemática e Desempenho no Pré-teste 90 80 70 y = 0,3715x + 37, 648 60 Prev is to(a) 68 50 Linear (Prev is to(a) 68) 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Pontuação na Escala de Atitudes em Relação à Matemática Os resultados encontrados através do calculo coeficiente da correlação de (Pearson) r=0,308 indicaram uma baixa correlação entre as atitudes dos sujeitos e o desempenho no pré-teste. Esta correlação foi significativa (p=0,026). Observa-se no Gráfico 1, uma grande dispersão dos pontos em torno da reta ajustada. Assim considerou-se o desempenho em matemática no pré-teste como variável dependente e as atitudes em relação a matemática como variável independente, ou seja, foi modelado o desempenho em matemática em função das atitudes. Os resultados obtidos foram: desempenho = 37,648 + 0,37∗atitudes, com coeficiente de determinação R2 = 7,78%. Isso significa que para cada ponto a mais nas atitudes em relação a matemática, obteve-se 0,37 (pontos) no desempenho em matemática e que 7,78% da variação do desempenho em matemática pode-se ser explicada pela variação das atitudes. GRÁFICO 2: REGRESSÃO LINEAR ENTRE AS VARIVEIS ATITUDES E DESEMPENHO NO PÓS-TESTE. Regressão Linear Entre o Desempenho no Pós-teste e as Atitudes em Relação à Matemática 110 Desempenho em Matemática no Pós- Teste 100 90 80 y = 0,7953x + 27,912 70 60 Previsto(a) 80 50 Linear (Previsto(a) 80) 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Pontuação Na Escala de Atitudes em Relação a Matemática Os resultados encontrados através do calculo coeficiente da correlação de (Pearson) r=0,503 indicaram uma correlação altamente significativa entre as atitudes dos sujeitos e o desempenho no pós-teste (p=0,000). Observa-se no Gráfico 2 uma moderada dispersão dos pontos em torno da reta ajustada. Assim considerou-se o desempenho em matemática no pós-teste como variável dependente e as atitudes em relação à matemática como variável independente, ou seja, foi modelado o desempenho em matemática em função das atitudes. Os resultados obtidos foram: desempenho = 27,912 + 0,7953∗atitudes, com coeficiente de determinação R2 = 23,87%. Isso significa que para cada ponto a mais nas atitudes em relação à matemática, obteve-se 0,7953 (pontos) no desempenho em matemática e que 23,87% da variação do desempenho em matemática pode-se ser explicada pela variação das atitudes. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS E IMPLICAÇÕES DO ESTUDO Diante destes resultados analisados, discutidos e apresentados é possível supor que o desempenho dos alunos após as intervenções com as aulas estruturadas dentro da metodologia de ensino kumon foi dos fatores que influenciaram na mudança de desempenho dos alunos, tanto do gênero feminino quanto do gênero masculino. Assim, o presente estudo mostrou que utilização do método Kumon poderá facilitar uma evolução no desempenho em matemática dos alunos que são submetidos a esse método. Uma outra variável de extrema relevância para a atual pesquisa foi às atitudes em relação à matemática. Os resultados encontrados no presente estudo podem ser comparados aos estudos Jesus (1999), Jesus (2005), Brito (1996) e Gonçalez (2000). Todos os referidos estudos mostraram que as atitudes em relação à matemática de alunos do ensino fundamental podem ser consideradas com favoráveis ao processo de ensino e aprendizagem da matemática, diferentemente do que pensa a comunidade estudantil. Segundo as pessoas os alunos não gostam de matemática, isso não é verdade, apesar dos desempenhos baixos nesta Ciência. Com base nos resultados aqui apresentados acredita-se que o método Kumon possa favorecer um estudo individualizado e que este método de ensino e aprendizagem da matemática também ofereça condições para formar alunos autodidatas, desenvolvendo-lhes potencial e habilidades para resolver conteúdos matemáticos de nível superior à série escolar do educando. Este estudo não pretendeu de forma alguma ser conclusivo sobre os resultados aqui apresentados, podendo por tanto, ser desenvolvidos novos estudos com base nos resultados aqui apresentados. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AUSUBEL, David P., NOVAK, Joseph D. e HANESIAN, Helen. Psicologia Educacional. Tradução de Eva Nick. Rio de Janeiro. Editora Interamericana Ltda, 1980. BARDIN, Laurence.. Análise de conteúdo. Tradução: Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa - Portugal. Edições 70, Lda, 1977. BRITO, Márcia R. F.Um estudo sobre as atitudes em relação à Matemática em estudantes de 1º e 2º graus. Campinas, São Paulo: Unicamp. Tese de Livre Docência, 1996. BRITO, Márcia R. F. Adaptação e validação de uma escala de atitudes em relação à Matemática. Zetetiké.v (9), n (6), pp. 109 – 162. jan/jun, 1998. COLL, C. et al. (1998). Os conteúdos na reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Tradução: Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: Artes Médicas. 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