Índices dos Brics negociados no Brasil

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Índices dos Brics negociados no Brasil
MERCADOS
NEY CASTRO ALVES
Índices dos Brics
negociados no Brasil
■ A BM&FBOVESPA realizou em 30 de
Março/2012, evento que marcou o início da
negociação dos contratos futuros dos principais índices de ações dos membros fundadores da “Aliança das Bolsas dos países
BRICS”. Foram convidados, para o tradicional toque de campainha de início simbólico
do Pregão, o embaixador Affonso de Alencastro Massot, os Cônsules Mikhail Troyanskiy (Rússia), G.V Srinivas (Índia), Hy Ying
(China) e Yusuf Omar (África do Sul) e o
diretor de Renda Variável, Julio Ziegelman.
A aliança, anunciada em 12 de Outubro/2011,
é composta, além da Bolsa brasileira, pelas
Bolsas da Rússia (Moscow Interbank Currency Exchange - MICEX-RTS); Índia
(Bombay Stock Exchange (BSE) Limited); China, representada inicialmente pela
Hong Kong Exchanges and Clearing Limited (HKEx); e Africa do Sul (Johannesburg
Stock Exchange (JSE) Limited). Todas as
Bolsas também realizaram cerimônia de celebração do início da negociação dos contratos futuros dos índices dos países BRICS.
No Brasil, serão negociados no segmento
BM&F Derivativos, os Contratos Futuros
de índices com Liquidação Financeira Referenciada do: (i) índice SENSEX. da Bombay Stock Exchange - BSE; (ii) FTSE/JSE
Top40 da Johannesburg Stock Exchange JSE; (iii) índice Hang Seng da Hong Kong
Exchange - HKEx; e (iv) índice MICEX da
MICEX-RTS.
Os ativos subjacentes dos contratos futuros são os índices de ações utilizados
nos derivativos listados e negociados em
cada uma das Bolsas BRICS, sendo que a
metodologia dos índices encontra-se disponível nos seguintes sites:
• Rússia -Moscow - http://fs.rts.micex.ru/
files/834.
• Índia - http://www.bseindia.com/about/
abindices/bse30.asp;
• China-Hong Kong - http://www.hkex.com.hk;
•África do Sul - http://www.jse.co.za/Libraries/FTSE-JSE;
Ground_Rules/FTSE_JSE_Ground_
Rules_l.sflb.ashx;
Metodologia - A versão em português
das metodologias estará disponível no site
MAIO/ JUNHO DE 2012 | BANCO HOJE
da BM&FBOVESPA. Os contratos futuros
serão negociados no sistema de negociação
do mercado de derivativos do segmento
BM&F, sujeitando-se a: (i) Regulamento de
Operações do segmento BM&F - Sistemas
de Negociação de Derivativos; (ii) Manual
de Procedimentos Operacionais da Câmara
de Derivativos: segmento BM&F; (iii) Regulamento da Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Derivativos do segmento BM&F, bem como nas
demais normas e regulamentos pertinentes.
O cálculo do índice de Liquidação dos Contratos Futuros dos BRICS segue metodologia própria da BM&FBOVESPA com base
no valor de liquidação em pontos dos índices
estrangeiros. A metodologia de liquidação é
atualizada mensalmente.
Negociação - Os Códigos de Negociação desses indices são: BSE, JSE, HSÍ,
MIX, com oscilação máxima diária de 8%,
para mais ou para menos, aplicado sobre
o preço de ajuste do dia anterior do vencimento negociado. O limite de posições
em aberto por comitente ou grupo de
comitentes atuando em Conjunto terá o
maior valor entre 20% (vinte por cento)
das posições em aberto para todos os vencimentos ou 13. 000 contratos futuros
(BSE); 25.000 (JSE); 15.000 (HSI) e 2.000
contratos futuros (MIX).
Com o objetivo de fomentar negócios, a
Bolsa autorizará a negociação dos contratos futuros, com isenção de taxas e emolumentos, pelo período de 6 (seis) meses.
Expansão - As cinco Bolsas pretendem
expandir a oferta de seus produtos para
além dos limites dos mercados domésticos, propiciando aos investidores locais
acesso às economias dinâmicas, emergentes e cada vez mais importantes dos
países Brics. A próxima etapa do convênio
contemplará o desenvolvimento do Índice
Bricsmart, que representará os cinco índices das Bolsas participantes. A terceira
fase prevê o desenvolvimento de produtos
e cooperação para serviços adicionais.
Declaração de Nova Delhi – A nosso ver,
a negociação dos índices das Bolsas dos
Brics na BM&FBOVESPA se insere na es-
tratégia de desenvolvimento desses países,
objeto do recente encontro dos presidentes
dos países dos Brics, que resultou nos 50
pontos da Declaração de Delhi, em 29 de
Março/2012, onde foram unânimes em pedir reformas no BIRD e no FMI e alteração
urgente no sistema de ambos, para garantir
os interesses das nações mais pobres.
Paralelamente, os presidentes de bancos
de desenvolvimento dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) assinaram, na ocasião, acordos que vão permitir o
financiamento de comércio e investimento
em moeda local, um assunto que vem sendo
discutido desde a primeira reunião do grupo.
O objetivo da medida é aumentar a cooperação entre os bancos de desenvolvimento dos Brics e elevar o comércio entre os
países do bloco, já que facilita a obtenção
de financiamento com instituições de fomento do país onde o investimento será
realizado, e também evita a vinculação do
negócio ao dólar, e, portanto, a exposição à
flutuação cambial.
Segundo a presidente Dilma Rousseff, a
medida será um dos pilares do dinamismo
das economias do grupo. "Os Brics continuam sendo um elemento dinâmico da economia global e vão responder por uma parcela significativa do comércio. A notável
expansão dos últimos anos do comércio intra Brics evidencia também o potencial dessas relações que passou de US$ 27 bilhões
em 2002 para estimados US$ 250 bilhões
em 2011”. A definição de um grupo de trabalho para criar um banco de desenvolvimento dos Brics - que atue especialmente em
projetos de infraestrutura, inovação, e ciência e tecnologia - sinaliza a disposição dos
países de trabalhar em projetos conjuntos.
Ney Castro Alves, é presidente da Fenadistri, Membro do Conselho Consultivo
da Ancord, Vice-presidente do Conselho
de Representantes da CONSIF, Membro
do Conselho da CNF - Confederação
Nacional das Instituições Financeiras e
Conselheiro Certificado do IBGC.
[email protected]
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