resumo da resenha das forças armadas 29 dez 2011 - ASMIR
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resumo da resenha das forças armadas 29 dez 2011 - ASMIR
RESUMO DA RESENHA DAS FORÇAS ARMADAS 29 DEZ 2011 O Globo Fantasmas do STF Opinião Carolina Brigido O ano de 2011 consolidou a tendência do Supremo Tribunal Federal para o empate. Com a falta de um dos onze ministros desde agosto, esse fantasma assombra a Corte. Em novembro, deu cinco a cinco o julgamento sobre a aplicação da Lei da Ficha Limpa para o caso Jader Barbalho. Um mês depois, o presidente Cezar Peluso desistiu de esperar por uma composição completa e usou, pela primeira vez, um dispositivo criado pelos próprios ministros em 2010: o voto duplo do presidente para sair do impasse. Àquela época, o medo do placar cravado em cinco a cinco já ameaçava a paz no tribunal. E com razão. Meses depois, houve empate na primeira tentativa de analisar a aplicação da Ficha Limpa. A verdade é que o Supremo anda dividido. Se falta um ministro, ou se tem uma cadeira vaga, o risco de empate é grande. Em agosto deste ano, a ausência de Joaquim Barbosa, que estava de licença médica, provocou empate no julgamento que definiria se empresas exportadoras continuariam recolhendo a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre seus lucros. Eventual derrota da União pode representar prejuízo de R$30 bilhões ao Erário. A questão ainda está em aberto. Dez anos atrás, não era assim. O placar mais comum era o 10 a 1. Ao fim dos julgamentos, era ouvida a frase indefectível: "Vencido o ministro Marco Aurélio." Em setembro de 2001, o plenário do tribunal aprovou os valores de salários mínimos regionais criados pelo governo do Rio para 39 categorias. Só Marco Aurélio Mello, que presidia o colegiado, votou contra. Em outubro do ano seguinte, novamente Marco Aurélio ficou vencido. O STF autorizou que as sessões de julgamento do Tribunal de Justiça do Rio fossem secretas. Sepúlveda Pertence foi o único a acompanhá-lo. Conhecido pelos colegas de outrora como "do contra", o ministro, dono de uma cadeira no plenário há 21 anos, já não pode se vangloriar de ser minoria. Em novembro de 2002, em entrevista ao GLOBO, ele declarou, profético: "Minha sina é estar com as minorias. Oxalá a minoria de ontem e a minoria de hoje sejam, numa alternância salutar, a maioria de amanhã." Dez anos depois, não foi Marco Aurélio que mudou, mas o perfil da Corte. O tribunal de ontem, menos ousado, que nunca tinha condenado ninguém em ação penal, foi substituído por um mais progressista. Talvez a Corte do passado não teria dado aos homossexuais o direito à união estável. Ou, à sociedade, a garantia de protestar pela liberação do uso de drogas. Os dois temas foram julgados em 2011. As mudanças no STF ficaram mais nítidas a partir das primeiras nomeações de Luiz Inácio Lula da Silva. De uma só vez, ele escolheu três perfis diferentes para os padrões da época: Carlos Ayres Britto e Joaquim Barbosa, mais alinhados com as repercussões das decisões na sociedade, e Cezar Peluso, magistrado de profundo conhecimento técnico. Em oito anos, Lula nomeou oito ministros. Aos poucos, o tribunal foi povoado de perfis díspares o suficiente a ponto de ser complicado para os ministros, nos bastidores, arrebanhar o apoio dos colegas em prol de uma causa. Mesmo porque não são todos que gostam desse tipo de conversa antes do julgamento. O fator surpresa tem preponderado. A composição do tribunal está completa desde o dia 19, com a posse de Rosa Weber. Mas o fantasma do empate ainda vai assombrar. Afinal, nas sessões do plenário, é frequente faltar um ministro. CNJ puniu 49 magistrados em sete anos Das condenações, 38 foram originadas no órgão, hoje envolvido no debate sobre a restrição de seus poderes Catarina Alencastro BRASÍLIA. Em meio à polêmica sobre a extensão de seus poderes, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) completa sete anos de criação no próximo dia 30, data da promulgação da emenda que instituiu o controle externo do Judiciário. De lá para cá, o CNJ condenou 49 magistrados, sendo 24 punidos com aposentadoria compulsória; 15 afastados em decisões liminares; seis colocados à disposição (o que significa que não podem julgar); dois removidos de seus postos originais e dois censurados. Dessas condenações, a maior parte - 38 - são processos iniciados no próprio CNJ; apenas 11 são originários das corregedorias locais. Dados da Corregedoria Nacional do CNJ dão conta de que atualmente há 2.595 processos em andamento. Esse número inclui desde reclamações contra magistrados até sindicâncias. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), há processos em tramitação ou arquivados contra 15 dos 27 presidentes dos tribunais de Justiça dos estados. Além disso, 18 dos atuais 29 corregedores dos tribunais de Justiça respondem ou já responderam a processos no próprio órgão. Nos tribunais regionais federais, três dos cinco corregedores já foram ou são alvo do CNJ. Dos cinco presidentes de tribunais regionais federais, dois possuem processos em tramitação ou arquivados. Entre os punidos está o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça Paulo Medina, obrigado a se aposentar compulsoriamente depois de ter sido acusado de participar de um esquema para beneficiar donos de bingos. Outro que teve aposentadoria compulsória foi o desembargador José Eduardo Alvim, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, pondera que o número de punições a magistrados revela que há poucos juízes e desembargadores fazendo mau uso do cargo. Embora elogie a atuação do CNJ, ele defende que as corregedorias dos próprios tribunais se encarreguem das investigações: - O número de punições é pequeno porque magistrados que violam deveres do cargo são um mínimo. O sistema está concebido para evitar esse tipo de coisa. Mostra que a magistratura é uma instituição confiável. Já o presidente da OAB no Rio de Janeiro, Wadih Damous, diz que é um erro restringir os poderes do CNJ para investigar e punir juízes, porque as corregedorias regionais são cobertas por "um sentimento corporativista". - Quem tem medo e não consegue dormir por causa do órgão de controle externo da magistratura são os que não cumprem com o seu dever ou têm algum tipo de elo com práticas irregulares, inclusive a corrupção - avalia. O conselheiro mais antigo do CNJ, Marcelo Nobre, também critica a recente decisão do STF que limitou o poder de investigação da instituição. - Você quer maior legitimidade para o CNJ do que a aprovação da sociedade brasileira à sua atuação? Não existe. Se acham que, por meio de uma decisão judicial se pode fazer com que a sociedade acredite na atuação das corregedorias locais, estão redondamente enganados - afirma. Radicalismos Panorama Político Ilimar Franco Há grande expectativa em torno da indicação, pela presidente Dilma, dos integrantes da Comissão da Verdade no início do próximo ano. Antes mesmo de entrar em funcionamento, a comissão já provoca polêmica. Os militares temem revanchismo, e a esquerda, que ela seja superficial. Familiares de mortos e desaparecidos defendem, por exemplo, a revisão da Lei da Anistia, o que já foi descartado pelo Supremo Tribunal Federal. Comissão do B Militantes da esquerda já criaram uma subcomissão de acompanhamento da Comissão da Verdade. Ela pretende estimular a criação de grupos de trabalho nas Assembleias Legislativas para levantar informações sobre o período da ditadura e pressionar a Comissão da Verdade. A subcomissão também vai realizar audiências públicas, mantendo uma agenda paralela. A subcomissão já está agindo em articulação com o Ministério Público para colher documentos enviados por familiares de mortos e desaparecidos. O objetivo é encaminhar à Justiça se ficarem comprovadas responsabilidades por crimes cometidos. Temos que passar o país a limpo" - Luiza Erundina, deputada federal (PSB-SP) e presidente da subcomissão de acompanhamento da Comissão da Verdade. A melhor fase já passou para os Brics Michael Patterson Na década passada, fundos mútuos despejaram quase US$70 bilhões em Brasil, Rússia, Índia e China, ações de empresas desses países mais do que quadruplicaram os ganhos no Standard & Poor"s 500 Index, e suas economias cresceram quatro vezes mais rapidamente que a americana. Agora, a Goldman Sachs, que cunhou o termo Brics, diz que o melhor já passou para os maiores países emergentes. Os fundos dos Brics tiveram perdas de US$15 bilhões este ano, enquanto o índice MSCI Brics caiu 24%, segundo dados da EPFR Global. O indicador, que superou o S&P 500 por 390 pontos percentuais de novembro de 2001 a setembro de 2010, agora vem ficando abaixo dele nos últimos quatro meses, o mais longo período desde que o Goldman Sachs previu que os Brics se juntariam aos EUA e ao Japão como as maiores economias do mundo, em 2050. "Nos mercados emergentes, achamos que as coisas vão piorar antes de tornarem a melhorar", disse Michael Shaoul, presidente da Marketfield Asset Management, de Nova York, que em fevereiro previu que as ações de países em desenvolvimento cairiam este ano. O Marketfield Fund, que gerencia US$845 milhões, superou 97% dos concorrentes em 2011, segundo dados da Bloomberg. Os índices dos Brics poderão cair mais 20% no próximo ano, golpeados pela redução de liquidez decorrente da crise da dívida soberana da Europa, segundo Arjuna Mahendran, responsável pela estratégia de investimento na Ásia do HSBC Private Bank, que gerencia cerca de US$499 bilhões. Países como Indonésia, Nigéria e Turquia podem ofuscar os Brics nos próximos cinco anos ao acelerar seu crescimento a partir de níveis mais baixos de desenvolvimento, diz Mahendran. E continua: "A desaceleração a que estamos assistindo nos Brics pode continuar no primeiro semestre. Comparando com os EUA, os lucros das empresas não têm sido o que se esperava, na medida em que elas enfrentam reivindicações salariais, juros mais elevados e volatilidade cambial. Na melhor das hipóteses, só começaremos a ver os efeitos de uma política monetária mais frouxa no segundo semestre de 2012." No último trimestre, o PIB dos quatro países teve o menor crescimento em quase dois anos e o Goldman Sachs atribuiu isto a uma menor oferta de nova mão de obra, concluindo que as taxas de crescimento desses países provavelmente chegaram ao pico. Apesar de as autoridades no Brasil e na Rússia terem começado a baixar o custo do dinheiro, o avanço do índice MSCI diminuirá para 5% no próximo ano, perdendo para o S&P 500 por cinco pontos percentuais, segundo estimativas de mais de 12 mil analistas compiladas pela Bloomberg. A taxa média de crescimento nos países Brics desacelerará para 6,1% em 2012, contra 9,7% em 2007, de acordo com estimativas do FMI. Isto reduziria o fosso em relação à expansão da economia americana para 4,3 pontos percentuais, o menor desde 2004. A economia global deverá crescer 4% no próximo ano, contida pelo avanço de apenas 1,1% na zona do euro, informou o FMI. Na China, a maior economia emergente, a expansão está sendo contida pela desaceleração das exportações para a Europa e pelas restrições impostas pelo governo aos investimentos no mercado imobiliário local. O crescimento da Índia tem sido dificultado pela mais rápida elevação das taxas de juro desde 1935 e pela queda recorde do valor da rúpia, o que causou inflação e desestimulou o investimento estrangeiro. Brasil e Rússia, cujo crescimento na última década foi impulsionado pelo aquecimento da demanda por commodities, foram prejudicados pela queda do preço dos metais e pela desaceleração da China. O índice BSE India Sensitive liderou as perdas entre os instrumentos de avaliação de ativos dos Brics este ano, caindo 23%. O índice Xangai Composite, da China, também caiu 23%, enquanto o Micex, da Rússia, recuou 18% e o Bovespa, do Brasil, 16%. O índice MSCI Emerging Markets caiu 20%, enquanto o S&P 500 ganhou 0,6%. As taxas de crescimento de longo prazo nos Brics deverão apontar para baixo à medida que sua população economicamente ativa aumente mais vagarosamente e eventualmente se reduza, segundo um relatório do Goldman Sachs. Nele, o economista Dominic Wilson escreveu: "Provavelmente teremos visto o ápice do crescimento dos Brics como um grupo." Embora o Goldman Sachs ainda preveja que os Brics se juntem a EUA e Japão como maiores economias do mundo em 2050, o banco antecipou que a contribuição desses países para a expansão global diminuirá nas próximas décadas. Em 2050, o crescimento econômico dessas nações poderá recuar para 4% à medida que sua população economicamente ativa encolha. O número de pessoas de 15 a 64 anos na Rússia já começou a cair. Na China, o número de trabalhadores chegará a 1 bilhão em 2020 e declinará, segundo estimativas da ONU. O ápice no Brasil será em 2040 e, na Índia, em 2060. Já os EUA deverão continuar ampliando sua mão de obra até 2100. Parentes de jovem morto denunciam ameaças Familiares afirmam que integrantes da Força de Pacificação do Exército, na Vila Cruzeiro, mandaram cessar os protestos Isabel de Araújo Parentes do adolescente de 15 anos morto na última segunda-feira na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio, dizem estar sendo ameaçados por militares da Força de Pacificação que ocupam os complexos do Alemão e Penha. Abraão da Silva Maximiano, de 15 anos, foi morto a tiros, segundo o Comando Militar do Leste (CML), durante um confronto entre traficantes e os militares. A denúncia da ameaça foi feita ontem à tarde, após o enterro do menino no Cemitério do Irajá. O coronel Malbatan Leal, chefe de comunicação social da Força de Pacificação, no entanto, nega que tenham ocorrido ameaças. — Dificilmente isso iria acontecer. Todos os militares que fazem parte da Força de Pacificação foram treinados para se relacionar com a comunidade e estão contagiados pelo espírito de pacificação— afirmou. Revoltados com o que classificaram de covardia, os parentes que acompanharam o sepultamento tornaram a afirmar ontem que Abraão estava sozinho em uma praça quando foi baleado. Cerca de 30 pessoas, entre vizinhos e parentes, fretaram um ônibus para participar do enterro. O corpo não foi velado, por falta de dinheiro dos parentes. A Kombi que transportava o corpo deu uma parada dentro do cemitério para que os parentes pudessem se despedir do jovem, antes do sepultamento. — É um absurdo falarem que o Abraão tinha envolvimento com o tráfico. Desde os onze anos ele presta serviço voluntário na Igreja Nova Vida de Olaria, cortando cabelo de mendigos. Ele completou 15 anos no dia 23, era um menino cheio de vida e sonhos — disse o vizinho da família, Bruno Rodrigues, também voluntário na igreja. Após o enterro, a tia e a irmã do menino registraram a queixa de ameaça na 22ª DP ( Penha) e entregaram as capsulas recolhidas por elas perto do local onde o rapaz morreu. — Fomos ameaçados na porta do hospital. Um grupo nos abordou e nos mandou parar de reclamar. Caso contrário, sofreríamos as consequências — contou a tia do jovem, Eliane Lopes, completando que os militares afirmam que o sobrinho estava armado e andando com traficantes, mas até agora não mostraram provas. O subsecretário de Direitos Humanos, Antônio Carlos Biscaia, esteve no cemitério e afirmou que vai oferecer proteção à família: — Pretendo convidá-los para conhecerem o trabalho da secretaria. Vamos mostrar como funciona o serviço de proteção. Se for preciso, num primeiro momento, vamos retirá-los da comunidade e levá-los para um outro local, seguro e, depois, mandá-los para fora do estado. A oferta, a princípio, será rejeitada pela família. A irmã do adolescente, Jéssica da Silva Maximiano, garante que não pretende deixar a comunidade. — Se algo nos acontecer, todo mundo já vai saber que foram os militares. Quem tem que deixar a favela são eles. Lá é a minha casa, não saio mesmo. Polícia fará a reconstituição da morte na favela O delegado José Pedro Costa da Silva, titular da 22ª DP, não estava na delegacia no momento em que os parentes chegaram lá. Pela manhã, ele havia afirmado ao GLOBO que pretendia retornar à favela para realizar a reconstituição do tiroteio e tentar montar a cena do crime. O delegado garantiu também que Abraão não tinha passagem pela polícia e contou já ter interrogado, na terça-feira, os oito militares que participaram da ação: — Quero saber a posição exata dos militares e a distância de onde partiu a bala que matou o adolescente. Preciso de todas as provas técnicas para concluir a investigação, em 20 dias. O Estado de São Paulo TCU condena antigos dirigentes da Infraero Tribunal quer que bens do ex-presidente Carlos Wilson, morto em 2009, sejam usados para ressarcir cofres públicos VANNILDO MENDES / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo O Tribunal de Contas da União (TCU) condenou o espólio do ex-presidente da Infraero Carlos Wilson, morto em 2009, a devolver aos cofres públicos, juntamente com o exdiretor comercial da estatal Fernando Brendaglia, R$ 19,5 milhões por gestão "temerária". O dano total foi, segundo o TCU, de R$ 26,8 milhões, mas quando se trata de pessoa morta a lei prevê que o ressarcimento não ultrapasse o valor da herança. Auditoria do TCU realizada em 2007 constatou que os dois favoreceram a empresa FS3 Comunicação e Sistemas, que explorava os serviços de mídia dos aeroportos brasileiros, num contrato sem licitação nem justificativa técnica, que "não produziu os resultados esperados e causou danos ao patrimônio da estatal", segundo anotou o relator do processo, ministro Raimundo Carreiro. A Infraero alegou que pareceres técnico e jurídico recomendaram a assinatura do contrato e vai aguardar a notificação do TCU para recorrer. O contrato entre a Infraero e a FS3, firmado em 2003, previa o fornecimento e instalação de um software destinado a gerenciar e comercializar espaços publicitários nos 65 aeroportos brasileiros. Implantado em 2005, o sistema deveria produzir lucros, mas foi suspenso com menos de um ano, quando já acumulava prejuízos. Numa primeira inspeção, em 2007, o TCU já detectara vícios no contrato desde a origem, como ausência de licitação e prática de ato antieconômico. Pelos termos do contrato, a empresa prometia alavancar os lucros da Infraero com a exploração dos espaços publicitários dos aeroportos. O Ministério Público considerou que havia vícios graves e vantagens excessivas à FS3, recomendando tomada de contas especial pelo TCU, que constatou a inexistência de estudos que justificassem a dispensa de licitação. A estatal, segundo o voto do relator, não pesquisou sequer a existência de similares do produto no mercado. O TCU considerou que o contrato, além de nocivo economicamente, deixou a Infraero "refém da FS3, na condição de suposta fornecedora exclusiva". Para o tribunal, foi uma decisão temerária porque, em vez de firmar contrato com terceiros, a estatal deveria buscar o desenvolvimento de software por meios próprios, "visto que o sistema é de baixa complexidade" e a Infraero possui parceria com a CTIS para, entre outros objetivos, desenvolver sistemas desse tipo. Defesa. Ouvido em 2007, Carlos Wilson alegou ter assinado o contrato "respaldado em manifestações técnicas e jurídicas", uma vez que não detinha conhecimento da área da contratação. Brendaglia também negou favorecimento à empresa e vínculos pessoais com seus dirigentes. Ele alegou ainda que a aquisição recente de um software semelhante pela Infraero "comprova o acerto da decisão" de contratar a FS3. Ontem, o ex-diretor não foi localizado para comentar a decisão do TCU, cujo acórdão foi publicado no útlimo dia 15. Além de ter de pagar solidariamente o valor da indenização, Brendaglia foi condenado a uma multa de R$ 195 mil. Ele ficará também inelegível por oito anos, período em que não poderá exercer qualquer cargo em comissão na administração pública. Os valores da condenação aos dois ainda estão sujeitos a atualização monetária. Folha de São Paulo Militares criticam lista de acusados de tortura Biblioteca Nacional vai publicar nomes Associações de militares criticaram a publicação, por parte de revista ligada à Biblioteca Nacional, de lista de 233 militares e policiais que supostamente torturaram presos durante o governo Ernesto Geisel (1974-1979). A informação foi publicada ontem na coluna Mônica Bergamo. A lista, que faz parte de acervo de Luís Carlos Prestes (1898-1989), estará na edição de janeiro da "Revista de História da Biblioteca Nacional", editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional. "[A publicação] Não deixa dúvida de que lado está o órgão público", disse o vicepresidente do Clube Militar, General Clóvis Bandeira. "Isso cria uma situação de conflito gratuito, que já deveríamos ter superado há muito tempo", disse o presidente da Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Brasil, coronel Abelmídio Sá Ribas. Segundo o editor da revista, Luciano Figueiredo, os documentos de Prestes serão doados ao Arquivo Nacional, o que os tornará públicos. Após ao anos, Jader volta ao Senado no recesso e ganha extra de R$30 mil Peemedebista fora enquadrado na Ficha Limpa, mas recebeu autorização do STF para assumir Posse antecipada rende bônus de fim de ano ao senador, que disse estar 'confortável' em voltar para a Casa que presidiu MARIA CLARA CABRAL Dez anos após renunciar ao cargo de senador devido a suspeitas de corrupção, Jader Barbalho (PMDB-PA) voltou ontem ao Senado, em rara sessão realizada durante o recesso parlamentar. Se seguisse os trâmites comuns, ele tomaria posse apenas em fevereiro. Mas, graças à cerimônia adiantada, receberá pelo menos R$ 30 mil extras -referentes ao salário proporcional ao resto deste mês (R$ 3,5 mil) e outros R$ 26,7 mil pagos a todo parlamentar ao final de cada ano. Questionado se pretende abrir mão dos valores, desconversou: "Essa não era uma preocupação. Espero receber aquilo que tenho direito, nem a mais nem a menos". Jader volta ao Senado dizendo-se "confortável", mas afirma não ter pretensão de assumir postos mais altos, como liderança do PMDB ou presidência do Senado. Em 2001, quando renunciou após ter seu nome envolvido em suspeitas de fraudes na Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), ele presidia a Casa. FICHA LIMPA Foi a renúncia de dez anos atrás que quase o impediu de tomar posse, mesmo tendo recebido 1,7 milhão de votos nas eleições do ano passado. Inicialmente, a Justiça Eleitoral entendeu que ele se enquadrava na Lei da Ficha Limpa, cujo texto torna inelegíveis políticos que desistiram do mandato para se livrar de uma cassação. Mas o Supremo Tribunal Federal entendeu que a lei não valeu para o pleito de 2010, e, depois da pressão do PMDB, o tribunal permitiu, há 15 dias, a posse de Jader. Sobre o impasse judicial que o fez chegar ao Senado mais de 11 meses após o início da atual legislatura, ele disse que a Lei da Ficha Limpa foi seu maior rival político desde o senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007). "Eu jamais havia enfrentado um adversário tão difícil", afirmou o peemedebista. Jader disse que deve apoiar o governo. Marinor Brito (PSOL-PA), que deixa a Casa para dar lugar ao peemedebista, era crítica à gestão da presidente Dilma Rousseff. Poucos parlamentares acompanharam o evento. Entre eles, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que comemorou: "É um aliado importante. Se fez justiça". Correio Braziliense Homenagem Brasília-DF Luiz Carlos Azedo O Ministério da Cultura fez ontem o tombamento do Monumento Nacional dos Mortos na Segunda Guerra, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, um símbolo da cidade e uma das poucas referências aos heróis que tombaram na Itália. Agora só falta o governo homenagear os poucos pracinhas que ainda estão vivos. No ano passado eles quase perderam a sede de sua associação — uma espécie de museu — na capital fluminense. DCI-SP Navio italiano é sequestrado por piratas na costa de Omã ROMA (ITÁLIA) - Um navio de bandeira italiana foi sequestrado hoje por piratas na costa de Omã, segundo confirmou o Ministério das Relações Exteriores da Itália. A embarcação, chamada de "Enrico Ievoli", é da companhia Marnavi Spa e já foi atacada por piratas em março de 2006, próximo ao Iêmen. A Chancelaria italiana informou que acompanha a situação e está "em estreito contato com a Marinha Militar" através de sua Unidade de Crise. "Acompanho, próximo da Unidade de Crise, o sequestro do petroleiro 'Ievoli'", disse o ministro das Relações Exteriores Giulio Terzi. Ao todo, há 18 pessoas a bordo, sendo seis italianos originários da região da Sicília, cinco ucranianos e sete indianos. "Os piratas estão a bordo, mas estamos todos bem", disse o comandante da embarcação, Agostino Musumeci, em uma ligação telefônica com o armador Domenico Ievoli. De acordo com informações publicadas no site da Marnavi Spa, a embarcação havia partido de Fujairah, nos Emirados Árabes, e tinha o Mediterrâneo como destino final. O navio leva 15 mil toneladas de soda cáustica. Zero Hora-RS Brasil já mira o quinto lugar Mantega afirma que o país poderá desbancar a França antes de 2015, como prevê o FMI Um dia depois de reagir com cautela à informação de que o Brasil deve superar a GrãBretanha como sexta economia do planeta, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez projeções mais ufanistas. Afirmou que o Brasil deve chegar ao quinto lugar antes do previsto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). – A previsão do FMI é que em 2015 o Brasil será a quinta economia, ultrapassando a França. Acho que 2015 está bom, mas pode ser um pouco antes – disse Mantega durante entrevista em São Paulo. Nas projeções do Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR na sigla em inglês), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá alcançar US$ 2,51 trilhões neste ano, enquanto o da Grã-Bretanha ficaria em US$ 2,48 trilhões. O valor oficial do PIB de cada país só deverá ser informado no início de 2012, quando a troca de posições deve se confirmar. Num exercício para 2020, a consultoria que situou o Brasil no sexto posto mantém o país no mesmo lugar nos próximos nove anos. Na segunda-feira, Mantega afirmara que o Brasil levaria 20 anos para alcançar o padrão de vida dos países europeus.