o gene da amelogenina como uma alternativa para

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o gene da amelogenina como uma alternativa para
VI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
VII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA
DRACENA, 06 A 08 DE OUTUBRO DE 2010
REVISÃO DE LITERATURA
O GENE DA AMELOGENINA COMO UMA ALTERNATIVA PARA SEXAGEM
ANIMAL
SILVA, B.; IOSHIDA, C. A. K.
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Unesp – Botucatu, São Paulo/SP
INTRODUÇÃO: A idéia de pré-determinar o sexo de animais de produção tem
sido a meta de vários grupos de pesquisa nas últimas décadas. Há uma grande
variedade de marcadores genéticos sendo utilizados para sexagem de animais
por PCR (Polymerase Chain Reaction). Através desta técnica machos e fêmeas
vêm sendo identificados pela amplificação de sequências específicas do
cromossomo Y (SHEA et al., 1999; GARCIA et al., 1999; LOPES et al., 2001;
ALVES et al., 2003) ou sequências presentes nos dois cromossomos sexuais,
como o gene da amelogenina (ENNIS e GALLAGHER, 1994; CHEN et al., 1999;
WEIKARD et al., 2006).
A amelogenina constitui a mais importante classe de proteínas
responsáveis pela formação do esmalte nos dentes. Na maioria dos
mamíferos ela é codificada por dois genes alelos, um localizado no
cromossomo X, e outro localizado no cromossomo Y. Mesmo apresentando
grande homologia, os alelos do gene da amelogenina possuem diferenças no
tamanho e na sequência de nucleotídeos (CHEN et al., 1999; YAMAUCHI et
al., 2000; HASEGAWA et al., 2000; BRADLEY et al., 2001; LATTANZI et al.,
2005; PFEIFFER e BRENIG, 2005). E é justamente esta diferença de
tamanho entre os dois alelos que faz do gene da amelogenina um marcador
genético com grande potencial para ser utilizado na sexagem de animais.
DESENVOLVIMENTO: As técnicas mais comuns para determinação do sexo
envolvem a amplificação de sequências específicas do cromossomo Y, pelo fato
dessas sequências serem altamente repetitivas, assim o número de cópias no
final das reações tende a ser maior, se comparado à amplificação de sequências
de uma cópia única. A utilização de sequências repetitivas é muito vantajosa no
caso de embriões, onde a quantidade de DNA disponível para as amplificações é
limitada (PARK et al., 2001).
Entretanto estas técnicas podem apresentar desvantagens, como
ausência de um controle interno para as reações. Em vista que o diagnóstico
de fêmea é caracterizado pela ausência do sinal de amplificação que pode
facilmente ser confundido com uma falha na reação. Consequentemente, a
taxa de embriões identificados como fêmeas tende a ser maior (LOPES et al.,
1999).
Tal problema pode ser resolvido com o uso de um controle interno para as
reações, assim juntamente com a amplificação de uma sequência específica do
cromossomo Y se faz a amplificação de uma sequência presente nos dois sexos
(geralmente uma sequência autossômica). Contudo, a utilização conjunta de mais
de um par de primers em uma mesma reação pode diminuir a eficiência e a
precisão da PCR. Apesar de alguns marcadores poderem ser co-
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amplificados em uma mesma amostra, esta é uma prática muito difícil, uma
vez que as condições da reação podem variar para cada amplificação. Além
disso, a amplificação de um dado marcador pode interferir com a amplificação
de outro marcador, dificultando assim a interpretação dos resultados (CHEN
et al., 1999; KAGEYAMA et al., 2004).
Devido esses fatores é que o gene da amelogenina tem se mostrado
de tamanha importância na sexagem animal. Segundo GIBSON et al. (1992),
existem duas classes distintas de cDNA – classe I e classe II – que são
produtos dos genes localizados no cromossomo X e Y, respectivamente.
Durante a amplificação de uma sequência do gene da amelogenina através
de PCR observam-se duas bandas bem diferenciadas, uma proveniente da
amplificação do gene de classe I e outra do gene de classe II.
CHEN et al. (1999) relataram 100% de eficiência nas reações, com
100% de precisão nos diagnósticos realizados através do gene amelogenina
para sexagem de embriões bovinos, que foi confirmada após o nascimento
dos animais. Resultados similares foram obtidos por ENNIS e GALLANGHER
(1994), sendo observada uma eficiência de 81% nas reações.
Além desses resultados, estudos com outras espécies domésticas –
eqüinos (HASEGAWA et al., 2000), caprinos (PHUA et al., 2003) e ovinos
(PFEIFFER e BRENIG, 2005) – confirmam positivamente a eficiência do gene
da amelogenina como marcador genético para a sexagem, pois funciona
como controle interno das reações e não necessita da utilização de um par de
primers adicional.
CONCLUSÃO: É bastante óbvia a importância comercial da sexagem de
animais de produção, e cada vez mais os produtores têm procurado
ferramentas não invasivas para tal propósito. Assim, o foco das pesquisas é
desenvolver uma técnica rápida e confiável, que possa atender essas
necessidades. Nesse quesito, o gene da amelogenina têm se mostrado uma
peça fundamental na determinação precoce do sexo dos animais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
LEAL, R. S. Desenvolvimento de novos primers para determinação do
sexo em bovinos via Nested-PCR. Campos dos Goytacazes – RJ: UENF,
2007. 69 p. Tese (Mestrado) – Centro de Ciências e Tecnologias
Agropecuárias Estadual do Norte Fluminense, Universidade Estadual do
Norte Fluminense, Rio de Janeiro, 2007.
CESAR, A. S. M.; MEIRELLES, F. V. Desenvolvimento de Marcadores
Moleculares para determinação da origem sexual e racial de produtos
cárneos. Relatório final apresentado ao PIBIC – CNPq. Faculdade de
Zootecnia e Engenharia de Alimentos – USP. Pirassununga – SP, 2005.
LEAL, S. R. et al. Sexagem de embriões bovines via Nested-PCR. In: VIII
Simpósio de Melhoramento Animal, Maringá – PR, 2010.