Metalworking World 1/2013
Transcrição
1/13 a revista de negócios e tecnologia da sandvik coromant Anna-Karin Wahlström, operadora, Scana Energy, Suécia. empreendedor: richard branson vai fundo A Scana Energy testa sua nova classe Reinventando o aço Signal Snowboards inova tecnologia Engenharia do bloco do motor inovação Lá vem o sol alemanha O papa das engrenagens tecnologia O futuro da usinagem inspiração Sushi sustentável tecnologia Fresamento total perfil editorial klas forsström presidente da sandvik coromant Ampliando o conceito de inovação A Sandvik Coromant é líder de conhecimento em nossa indústria. Há um bom tempo temos focado em três áreas para nos tornarmos líderes: educação, competência e inovação. Enquanto outros falam de inovação pela perspectiva do desenvolvimento de produtos - a última versão de uma broca é um pouco mais eficiente do que sua antecessora - nós ampliamos o significado do termo. Inovação não é apenas desenvolver ferramentas, é focar no que ela tem a oferecer. Está intimamente ligada ao nosso lema "Your Success in Focus" (Seu sucesso em foco), não apenas fornecendo um produto bem acabado, como também o conhecimento sobre a melhor forma de usá-lo. Grande parte do trabalho no campo da inovação acontece nos 26 Centros de Produtividade ao redor do mundo, com mais de cem profissionais certificados treinando clientes e nosso próprio pessoal. Neles também podemos trazer os clientes para testes de materiais, como fizemos com a sueca Scana Energy (página 20), cuja nova classe de aço foi exaustivamente testada antes de ser lançada no mercado. Em nossos oito exclusivos Centros de Aplicação trabalhamos ao lado dos clientes em busca de soluções inovadoras. Muitas vezes, aprendemos novas formas de utilização e aplicação das ferramentas nesses trabalhos conjuntos. Desafio técnico é geralmente uma força motriz das inovações, exemplificado pela alemã ZF (página 9), com a qual desenvolvemos um projeto conjunto que resultou na produção de uma ferramenta de fresamento completamente nova. Inovação e colaboração formaram também 2 metalworking world uma combinação de sucesso que levou a italiana Avio a achar uma solução para as turbinas do Boeing 787 (pág. 32). Em nosso segmento, temos muito orgulho de sermos líderes em conhecimento: ao mesmo tempo em que ampliamos nosso próprio conceito de inovação, também estamos sempre atentos e abertos para nos inspirarmos em soluções inovadoras que surgem no mercado. É o caso da diferenciadas Petra Wadström e seu recipiente que usa energia solar de uma maneira revolucionária para purificar água suja (página 27) e dos jovens empresários da californiana Signal (página 5), cujas inovadoras - ou simplesmente loucas - ideias os fazem desafiar a si próprios para melhorar seus snowboards. Há quanto tempo você não acompanha uma ideia maluca? Toda vez que você abre uma caixa com ferramentas da Sandvik Coromant, você faz parte de nossa inovadora maneira de pensar. Boa leitura! klas forsström Presidente da Sandvik Coromant Metalworking World é uma revista de negócios e tecnologia da AB Sandvik Coromant, 811 81 Sandviken, Suécia. Tel: +46 (26) 26 60 00. Metalworking World é publicada três vezes por ano em inglês americano e britânico, alemão, chinês, coreano, dinamarquês, espanhol, finlandês, francês, holandês, húngaro, italiano, japonês, polonês, português, russo, sueco, tailandês e tcheco. A revista é gratuita para clientes da Sandvik Coromant no mundo inteiro. Uma publicação da Spoon Publishing, Estocolmo, Suécia. ISSN 1652-5825. Editora-chefe e responsável legal na Suécia: Jessica Alm. Editor-executivo: Mats Söderström. Gerente de contas: Christina Hoffmann. Editor: Henrik Emilson. Direção de arte: Emily Ranneby. Editor técnico: Börje Ahnlén. Subeditora: Valerie Mindel. Coordenação: Lianne Mills. Coordenação de idiomas: Sergio Tenconi. Diagramação das versões: Louise Holpp. Pré-impressão: Markus Dahlstedt. Foto de capa: Martin Adolfsson. Artigos não solicitados serão recusados. O conteúdo desta publicação só poderá ser reproduzido com autorização do gerente editorial da Metalworking World. Matérias e opiniões expressas na Metalworking World não necessariamente refletem os pontos de vista da Sandvik Coromant ou da editora. Correspondências e pedidos de informação sobre a revista são bem-vindos. Contato: Metalworking World, Spoon Publishing AB,Kungstensgatan 21B, 113 57 Estocolmo, Suécia. Tel: +46 (8) 442 96 20. E-mail: [email protected]. Informações sobre distribuição:Catarina Andersson, Sandvik Coromant. Tel: +46 (26) 26 62 63. E-mail: [email protected] Impresso na Suécia, gráfica Sandvikens Tryckeri. Impresso em papéis MultiArt Matt 115g e MultiArt Gloss 200g, da Papyrus AB, com certificação ISO 14001e registro junto ao Sistema Comunitário Europeu de Ecogestão e Auditoria (EMAS). Coromant Capto, CoroMill, CoroCut, CoroPlex, CoroTurn, CoroThread, CoroDrill, CoroBore, CoroGrip, AutoTAS , GC, Silent Tools e iLock são todas marcas registradas da Sandvik Coromant. Receba sua cópia gratuita da revista. Envie seu e-mail para [email protected]. A Metalworking World tem caráter informativo. As informações veiculadas na revista são de natureza genérica e não devem ser entendidas como recomendações ou utilizadas como base para tomadas de decisão em casos específicos. Qualquer uso dessas informações é de total responsabilidade do usuário. A Sandvik Coromant não se responsabiliza por qualquer dano direto, acidental, consequencial ou indireto resultante do uso das informações disponibilizadas pela Metalworking World. conteúdo 32 Itália. Uma produtiva união de três parceiros. 9 7 Alemanha. Fresamento de engrenagens. 10 Limpando o lixo espacial. A patented new technique puts Voith Turbo on the map. 4 Perfil: 22 5 Perfil: 27 6 Jogo Rápido: 38 7 Notícias do mundo Richard Branson Signal snowboards Efeito estufa Suécia: Nasce uma nova classe de aço Inovação: Explorando o sol e o vento Nota final: Olhe para cima na Coréia do Sul 32 16 Inspiração. Preparando sushi sustentável. Tecnologia De armas a trens de pouso Oferta total Usinagem de motores Para usinar furos longos e precisos com eficiência, use as mais novas tecnologias e conhecimento da aplicação. Evite riscos na usinagem de roscas com um parceiro que tem uma ampla gama de ferramentas e conhecimento da aplicação. Veja como atender as demandas da usinagem de blocos de motores com economia de custo. 26 30 14 Tecnologia preparada para o futuro Como aumentar a troca de ferramentas sem monitoramento e eliminar os problemas de escoamento de cavacos em centros de torneamento . 36 metalworking world 3 jogo rápido texto: Henrik emilson imagens: getty images Essa broca seria capaz de levar três passageiros para o núcleo do vulcão. Negócio quente! Richard Branson Brincadeira de perfuração. O empresário Richard Branson gosta de desafios - e de boas risadas. Em 2012, aos 62 anos de idade, ele se tornou a pessoa mais velha a atravessar o Canal da Mancha em uma prancha de kitesurf. Antes, ele havia tentado dar a volta ao mundo em um balão de ar quente. No dia 1º de abril, o fundador do multifacetado Grupo Virgin anunciou uma nova meta – explorar o núcleo de um vulcão ativo utilizando um veículo especialmente desenvolvido para o trabalho. O veículo para vulcões da Virgin, criado com um pioneiro material de carbono específico para exploração espacial, seria parecido com uma grande broca mas, ao contrário dela, capaz de adentrar as profundezas do vulcão e capaz de carregar três passageiros. “Eu tenho uma fascinação de longa data por vulcões. Ainda criança li a Viagem ao Centro da Terra, de Julio Verne”, recordou Branson em comunicado à imprensa. “Eu decidi que, um dia, eu iria para lá também. Eu adoro desafios!” Claro que se tratava de uma brincadeira, além de uma inteligente jogada de marketing do empresário. n jogo rápido texto: Henrik emilson foto: emily shur Olho na neve Desenvolvimento criativo Empreendedores. Imagine-se deslizando ladeira abaixo sobre um alto-falante, guitarra ou peças de Lego. Esses pensamentos são rotineiros no dia a dia de trabalho na Signal, fabricante de pranchas de snowboard dos Estados Unidos. Na terceira quinta-feira de cada mês, os fundadores Marc Wierenga e Dave Lee e seus colegas param a produção normal para se dedicarem à criação dessas pranchas personalizadas. “Eu buscava uma desculpa para tirar nossas cabeças da produção convencional na esperança de que isso agregasse mais criatividade à nossa marca”, justifica Lee. “Isso levou à criação do ‘Toda Terceira Quinta-Feira’ e à ideia de que nenhum conceito é inacessível”. Esse conceito também gerou um programa no You Tube, onde cada criação é documentada. Sua preferida é a “Peixe fora d’água”, uma prancha para surf que foi adaptada para snowboard. A “Sweet tooth candy”, feita com balas e chicletes de ursinhos, foi um fracasso, ele admite, mas foi a mais divertida de construir. A Signal também aprendeu bastante sobre desenvolvimento de produtos. “Trabalhamos com diferentes materiais, fibra de vidro de vários pesos e construções de núcleo, e isso permitiu que nossas pranchas evoluíssem”, afirma Lee. Qual o conselho dele para uma pessoa se tornar inovadora? “Não se acomode. Só porque você tem um produto que funciona, ou funciona muito bem, não significa que não possa ser ainda melhor. Estabeleça desafios, independentemente da qualidade de seus produtos. Você sempre aprende algo passando pelo processo, o que é sempre bom para o produto.” n Os fundadores da Signal Marc Wierenga, com uma prancha de snowboard feita de vinil (à esq.) e Dave Lee, com a prancha alto-falante. Veja os vídeos na edição da Metalworking World para iPads. metalworking world 5 jogo rápido texto: henrik emilson ILUSTRAção: peter grundy sul Carro verde O PlantaCar, um carro movido a restos da estufa, está sendo projetado pela Plantagon. bons frutos do efeito estuFa escritórios A estrutura tem os espaços para escritório na parte norte do prédio. A estufa estará no lado sul do edifício. investimentos Moradores doam parte dos fundos para a estufa. Por 10 coroas suecas ou mais, o investidor vai receber parte das futuras colheitas. Menu Dentre as plantas a serem cultivadas estão aipo branco, kailaan (brócolis chinês), mostarda roxa osaka e saladini oriental. Aipo branco Kailaan Mostarda roxa osaka Saladini oriental A estufa da Plantagon em Linköping, Suécia a Plantagon, uma empresa sueco-americana de arquitetura, sonha alto com seu conceito de agricultura vertical, que combina escritórios e estufas para conservar a terra em grandes cidades. A construção da primeira estufa da Plantagon começou em 2012, em Linköping (Suécia), e está prevista para ser finalizada em 2014. Depois disso, a empresa pretende focar nas megacidades estrangeiras. “As cidades já têm 6 metalworking world densidade e infraestrutura necessárias para comportar as fazendas verticais, e arranha-céus super verdes poderiam fornecer não apenas alimentos, mas também energia, criando um ambiente verdadeiramente autossustentável”, diz Hassle Hans, CEO da Plantagon. Outras estufas verticais estão sendo planejadas em Xangai e Wuxi (China), Hamburgo (Alemanha) e Barcelona (Espanha). n Agricultura urbana: • Abastece o mercado com produtos que não precisam de transporte; • Pouca ou nenhuma necessidade de pesticida; • Menos problemas relacionados a desastres climáticos; • Promove a biodiversidade nas cidades; • Cria novos tipos de trabalhos na cidade; • Elimina o intermediário no caminho entre a fazenda e a mesa. nasa jogo rápido Do fundo do baú: dejetos . No espaço, o lixo é um problema crescente. Pedaços de satélite, foguetes, peças abandonadas, combustível despejado e manchas flutuantes de pintura são alguns dos mais de cem milhões de dejetos que orbitam ao redor da Terra, uma grande ameaça para os viajantes espaciais. a força aérea dos EUA catalogou 20 mil objetos em órbita, sem considerar os restos com menos de 28 cm de diâmetro, que não podem ser detectados. Para estes, duas empresas disputam um o número: 6A É o assento mais popular em um avião. O 6A é na janela, ao mesmo tempo perto da saída e longe do tráfego da cozinha e dos banheiros. contrato de 3,5 bilhões de dólares para construir um sistema de cerca espacial, a ser lançado em 2015. O sistema de radar seria poderoso o suficiente para catalogar cem mil objetos e detectar dejetos tão pequenos quanto 2 cm de diâmetro. n Fantásticos tênis de plástico novos materiais. Apenas oito garrafas PET são necessárias para criar um par de tênis Newsky, da New Balance. O produto é feito com Eco-fi, um poliéster com 95% de plástico de garrafas PET. As garrafas são cortadas em pedaços, aquecidas e moldadas em fibra, criando o novo tecido. A Sandvik Coromant vende as ferramentas que produzem os moldes para o calçado. n Novo design africano REaproveitamento. Hamed Ouattara, um artista e designer de Burkina Faso, transforma barris de petróleo e de óleo de cozinha em móveis. Em seu novo estado “reaproveitado” (veja à página 8), os barris amassados e corroídos se tornam marcas de beleza. A intenção de Ouattara é oferecer design moderno para os africanos - e para o mundo. n Barris de petróleo reaproveitados viram móveis nas mãos inovadoras de Hamed Ouattara. china. Em junho, a Sandvik Coromant abriu um novo Centro de Produtividade em Pequim, para oferecer à região as mais recentes técnicas de usinagem e conhecimento. O centro é o segundo aberto na China. O primeiro, um Centro de Aplicação, foi inaugurado em Xangai, em 2004. Arte no gelo gettyimages Limpeza geral Alguns objetos orbitam a velocidades entre 11 mil e 30 mil quilômetros por hora. Sandviken não só emprestou seu nome ao Grupo Sandvik e à Sandvik Coromant, como também inspirou a Sandvik Big Band, uma orquestra fundada em 1968 com várias conexões com a cidade e empresa. O LP Sandvik Big Band em Vancouver capta a banda em turnê em 1983. 70 equipes disputam o título mundial. ferramentas. O 24º Campeonato Mundial de Arte no Gelo está agendado para acontecer em Fairbanks, Alasca, entre 26 fevereiro e 24 março de 2013. Mais de cem artistas usarão suas ferramentas para criar esculturas em enormes blocos de gelo. Quase dois milhões de quilos de um gelo excepcionalmente claro e grosso, conhecido como “Arctic Diamond” (Diamante Ártico), será retirado do lago local para servir como matéria-prima para as esculturas. n metalworking world 7 jogo rápido FEIRAS 2013 2 perguntas sobre: o novo centro de treinamento técnico na Romênia Desde 2011, a Sandvik Coromant tem sido uma empresa parceira ativa no apoio ao cliente Schaeffler Romênia e seu Centro Técnico de Educação, formando jovens talentos que mais tarde se tornam colaboradores técnicos dos fabricantes de máquinas. P: Dragos Baila da Sandvik Coromant Romênia, como você Uwe Kando (à esq.) dá suporte a seus clientes? e Dragos Baila. “A Schaeffler Romênia está à procura de soluções de produtividade, e a Sandvik Coromant fornece conhecimento e recursos com as mais recentes tecnologias em ferramentas de corte, processos e estratégias de usinagem. Equipamos todas as máquinas DMG deles com ferramentas de corte, e também oferecemos documentação técnica completa. Além disso, Evelin Georgescu, nossa experiente engenheira de aplicação, já fez demonstrações ao vivo na oficina do Centro Técnico de Educação para o departamento técnico e para os jovens estudantes. Nossos eventos têm sido bem recebidos por todos os participan- tes e também pelos gestores técnicos Adrian Muscalu, líder da Central de Tecnologia, e Uwe Kando, líder do Centro Técnico de Educação.” P: Como você continuará a atender seus clientes? “O Centro Técnico da Schaeffler tornou-se um bom exemplo para outras empresas romenas. Projetos semelhantes já começaram este ano, como a DWK [Deutscher Wirtschaftsklub Kronstadt]. Treze empresas alemãs da área de Brasov decidiram abrir uma escola técnica privada para os jovens. Esta iniciativa é também apoiada pelo Ministro da Educação da Romênia. As aulas práticas de usinagem serão feitas no Centro de Treinamento Técnico da Schaeffler. Estamos aqui para atender às necessidades de nossos clientes, tanto com materiais profissionais como com o nosso conhecimento e competência, por meio de uma formação de alto nível e de demonstrações ao vivo. O Grupo Schaeffler tem um slogan: ‘Juntos movemos o mundo’, e a Sandvik Coromant os apoia nessa empreitada.” n dragos baila Sandvik Coromant, Romênia. IMTEX 24 a 30 de janeiro Bangalore, Índia 8 metalworking world O objetivo do avião protótipo é demonstrar que ele pode percorrer 400 quilômetros (215 milhas náuticas) em silêncio, de forma eficiente e com zero emissão. Caso a carga se esgote em pleno voo, o avião é equipado com pára-quedas. n reaproveitamento... ... significa reutilizar resíduos diretamente, sem submetê-los a processos de refinamento que consomem energia, como é o caso dos métodos convencionais de reciclagem, nos quais os resíduos passam por extensos processos a fim de serem convertidos em materiais utilizáveis. O reaproveitamento é uma tendência popular entre artistas e designers. Veja à páginas 5 e 7. TECMA 5 a 8 de março Cidade do México EMO 16 a 21 de setembro Hannover, Alemanha você sabia? A Sandvik foi a primeira a usar um nome fantasia, na feira mundial em 1876 na Filadélfia, EUA. Para mais eventos e feiras acesse www.sandvik.coromant.com O portador dos ventos energia. Um problema da energia eólica é a dificuldade de se conseguir armazenar vento em excesso. A empresa canadense Hydrostor está tentando resolver a questão usando Voos elétricos espaço aéreo. A indústria aeroespacial trabalha constantemente para tornar as aeronaves mais leves e eficientes. Um grande passo nessa direção é o Panthera Electro, avião de quatro lugares da empresa eslovena Pipistrel, que possui um motor totalmente elétrico de 145 kW. a palavra: O Panthera Electro pode voar 400 quilômetros com uma única carga turbinas no litoral para inflar balões subaquáticos. A eletricidade é, então, convertida em ar comprimido e armazenada em acumuladores flexíveis montados debaixo d’água. O peso da água mantém o ar sob pressão e os balões são trazidos à tona quando necessário. Cerca de 200 desses balões gigantes poderiam fornecer dois megawatts por quatro horas. n textO: tomas lundin Foto: christoph papsch Câmbio superior Friedrichshafen, Alemanha. Novas ferramentas que utilizam tecnologia de pastilhas intercambiáveis desafiam o aço rápido sinterizado nos processos de produção que exigem alta precisão. A alemã ZF, líder mundial na fabricação de caixas de câmbio para a indústria automotiva, está na vanguarda. nnn enquanto a neblina matinal cobre o lago Constança, o terceiro maior da Europa Central, um Zeppelin sobrevoa em um límpido céu azul. Os cumes dos alpes suiço-austríacos brilham ao fundo e balsas brancas flutuam em toda a extensão da água. Na costa norte do lago está Friedrichshafen, uma cidade universitária e vibrante centro de tecnologia, com raízes nas indústrias aeroespaciais e automotivas alemãs. Desde o início do século XX ela abriga empresas como Dornier, MTU e Zeppelin, que ficou famosa quando o dirigível Hindenburg pegou fogo durante uma aterrissagem nos EUA, em 1937. Entre as pioneiras da década de 1900 estava a Friedrichshafen Zahnradfabrik (ZF), ainda hoje símbolo da engenharia de qualidade e do talento para a inovação dos alemães. O grupo produz de caixas de câmbio a sistemas de direção para a indústria automotiva mundial e também está fortemente envolvido na expansão da indústria de energia eólica, na qual a vida da peça é um fator crítico. "Nós sobrevivemos por estarmos sempre na vanguarda e por nunca comprometer nosso padrão de qualidade, independentemente do esforço necessário", afirma Heinrich Geiger, responsável pela produção de engrenagens na ZF, o homem que os colegas da Sandvik Coromant descrevem como "o Papa das Engrenagens". Alguns anos atrás, a ZF começou a pensar em alternativas para a usinagem de engrenagens em aço rápido para veículos comerciais, bem como para caixas de câmbio. Ferramentas de aço rápido são feitas a partir de um corpo sólido e têm sido, há muito tempo, o único meio de alcançar a precisão exigida para uma caixa de câmbio operar o mais fácil e sem ruído possível. A desvantagem de aço rápido é o longo tempo de manuseio e a logística envolvida. Quando a ferramenta está cega, ela é fresada na ZF e depois enviada para o revestimento da superfície externa. Técnicos da ZF começaram a pesquisar alternativas. E foi quando o gerente de desenvolvimento de negócios globais para soluções de fresamento de engrenagens da Sandvik Coromant, Kenneth Sundberg e o gerente técnico de fresamento de engrenagens, Mats Wennmo, visitaram a ZF há dois anos que a tecnologia de pastilhas intercambiáveis ganhou destaque. A Sandvik Coromant já havia desenvolvido um protótipo para a 10 metalworking world empresa alemã Voith Turbo, produtora de engrenagens para indústrias de trens e de energia eólica. A nova tecnologia de pastilhas intercambiáveis levou a Voith a aumentar a produtividade em 55% e a reduzir significativamente os custos. os engenheiros da Sandvik Coromant tinham certeza de que havia muito a ganhar trabalhando com uma empresa especializada na produção de massa como a ZF. Assim, um projeto de desenvolvimento intensivo foi iniciado - e continua até hoje. "Começamos do nada", lembra Willy Åström, da divisão de pesquisa da Sandvik Coromant, que monitorava os testes realizados tanto no laboratório, na Suécia, como no ambiente de produção na fábrica da ZF, em Friedrichshafen. Åström teve suporte do vendedor local, “Papa das engrenagens” Henrich Geiger, da ZF afirma: Bernd Schweikhardt. “Uma grande vantagem em Rapidamente ficou evidente que as trabalhar com a Sandvik caixas de câmbio da ZF eram um desafio Coromant é a possibilidade de desenvolver ferramentas completamente diferente das engrenagens sob medida para a ZF.” da Voith Turbo. Na ZF, as tolerâncias são de um micrômetro, no máximo. "Alguns dizem que somos loucos - verdadeiros fanáticos por qualidade", afirma Geiger. "É que gostamos de manter o nível elevado". Ele lembra como a Sandvik Coromant recebia frequentes pedidos de melhorias. O primeiro protótipo tinha pastilhas fixadas em um corpo de metal por meio de um parafuso. Gastaram mais tempo do que o aceitável para trocar 150 pastilhas em cada ferramenta e havia incertezas quanto à precisão. A Sandvik Coromant voltou com um conceito completamente novo que, depois de combinar pesquisa e desenvolvimento, resultou em uma ferramenta inteiramente nova. Na nova CoroMill 176 as pastilhas são fixadas por uma cunha, o que significa que elas podem ser substituídas em cinco ou seis segundos, em vez de gastar um minuto por pastilha. Outra vantagem é que cada ferramenta pode ser equipada com diferentes pastilhas de variadas geometrias ou materiais. A tecnologia também leva em conta exigências ambientais e a necessidade de poupar recursos limitados. Os dentes que foram substituídos representam menos de 5% do material da ferramenta, e o corpo de metal pode ser usado por vários anos. "Empresas de grande porte sabem que o acesso aos recursos estratégicos pode se tornar um problema em Acima: A ZF Friedrichshafen está situada na costa norte do lago Constança, na Alemanha. direita: A ZF fornece de caixas de câmbio a sistemas de direção para a indústria automotiva mundial e também está envolvida com a indústria de energia eólica. abaixo: O vendedor local da Sandvik Coromant, Bernd Schweikhardt, garante a montagem correta da CoroMill 176. acima: A ZF nunca compromete seu padrão de qualidade e atenção aos detalhes. Ersin Oguz dá o toque final em uma engrenagem. AO LADO: Danilo Neumann confere a qualidade da engrenagem. metalworking world 11 insight técnico: zahnradfabrik friedrichshafen fixação RÁPIDA As pastilhas são fixadas por cunha e podem ser substituídas em cinco ou seis segundos, em vez de um minuto por pastilha. desde o final de 2010 está em Grande vantagem Cada CoroMill 176 pode ser equipada com diferentes pastilhas de variadas geometrias e materiais. 12 metalworking world andamento um projeto intensivo e conjunto entre a ZF Friedrichshafen e a Sandvik Coromant para desenvolver uma nova solução de pastilha intercambiável. A parceria resultou na produção de uma ferramenta completamente nova, a CoroMill 176. Hoje, o aço rápido é a tecnologia padrão para engrenagens, nas quais precisão extrema é fundamental. A desvantagem é que ela exige várias ferramentas para produzir um único tipo de engrenagem. Quando a ferramenta está gasta, é enviada para retificação e revestimento, processo que leva, em geral, cerca de duas semanas. Com a nova CoroMill 176 da Sandvik Coromant, apenas duas ferramentas são utilizadas, uma na máquina e outra para o cliente trocar as pastilhas. Ela também pode utilizar pastilhas com perfis diferentes, mas com o mesmo tamanho do módulo, o que significa que são necessárias apenas duas ferramentas para produzir engrenagens variadas. Na CoroMill 176 as pastilhas são fixadas por cunha, o que permite que elas sejam trocadas em cinco ou seis segundos. Comparada com a tecnologia em aço sinterizado, existem vários materiais de pastilhas que permitem mais oportunidades para otimizar a produção. "A produtividade aumentará radicalmente no futuro com classes otimizadas para pastilhas intercambiáveis, que vêm sendo cada vez mais fabricadas. Isto, por sua vez, reduz o consumo", conta Willi Åström, gerente de P&D para fresamento de engrenagens na Sandvik Coromant. alguns anos", explica Hans Dürr, gerente de clientes estratégicos da Sandvik Coromant, responsável pela ZF em base global. Para o "Papa das Engrenagens" Heinrich Geiger, o desafio agora é melhorar a lucratividade e, com o tempo, aumentar o grau de automação, usando sistemas óticos que monitoram se a pastilha está montada corretamente e com o grau correto de inclinação. "Não há nenhum problema com a qualidade. Mesmo considerando a alta demanda de pastilhas intercambiáveis da ZF, a tecnologia pode ser utilizada para fabricar caixas de câmbio. Também não há problema com a produtividade. No entanto, precisamos otimizar a vida útil da ferramenta e reduzir os custos. Se conseguirmos gerenciar isso, o mundo estará aberto para essa tecnologia." O trabalho agora continua a todo quarteto-chave Hans Dürr (Sandvik Coromant), Heinrich vapor. O projeto foi classificado pelo Geiger e Steffen Schmidberger (ambos da ZF) e Bernd Grupo ZF como um projeto de pesquisa Schweikhardt (Sandvik Coromant). "A Sandvik Coromant é nossa fornecedora mais importante há mais de 20 anos. Nós global. Kenneth Sundbergh, da Sandvik nos vemos como parceiros estratégicos, que compartilham a Coromant, acredita que haverá um mesma filosofia básica", diz Heinrich Geiger. grande avanço. "A ZF é um cliente bem exigente", conta. "Se nós podemos uma mudança significativa de tecnologia, com atendê-los significa que podemos atender enormes vantagens econômicas e ambientais. Nossa às demandas de outras empresas igualmente ambição é encabeçar a transformação." exigentes, e então ninguém Mas, de acordo com Geiger, ainda há muito o que mais vai querer a tecnologia fazer. "Não paramos de otimizar nossa atual antiga". Estou convencido de que a indústria de usinagem de tecnologia. Ela ainda é o padrão que todos têm para se balizarem. E isso não é um desafio pequeno.” n engrenagens está à beira de zf em números 1915 Ano em que Luftschiffbau Zeppelin GmbH fundou a ZF para fabricar componentes para aeronaves viajarem sobre o Atlântico. 71.500 Número de colaboradores. 27 Países onde a ZF atua. 4 Número de divisões da empresa, responsáveis pela fabricação de produtos como transmissões, eixos e peças de chassis para equipamentos de energia eólica e da indústria aeronáutica. Peças para carros e veículos comerciais de menos de seis toneladas compõem dois terços das vendas. Peças para veículos comerciais pesados, principalmente caminhões, representam mais 25%. 15,5 bilhões de euros Volume de negócios em 2011. 540 milhões de euros Lucro de 2011, já descontados os impostos. Crescimento de 22%. 754 milhões de euros Em 20 de agosto de 1915, a Zahnradfabrik foi Investimento da ZF em P&D em 2011. Crescimento de17%. fundada em Friedrichshafen como uma sociedade limitada. No mês seguinte, a empresa foi inscrita no registro comercial no tribunal distrital em Tettnang. O objeto da empresa, de acordo com o registro, era produzir engrenagens e transmissões para aeronaves Zeppelin, veículos a motor e lanchas. metalworking world 13 tecnologia texto: turkka kulmala solução: Empregar um método comprovado de usinagem de furos profundos, usando os mais recentes conhecimentos em tecnologia de ferramentas e aplicações. desafio: Como usinar furos longos e precisos em peças difíceis com eficiência? De canos de armas a trens de pouso a origem da furação profunda remonta às primeiras oficinas de canos de armas. A partir deste bélico início, a tecnologia de usinagem de furos profundos (DHM - Deep Hole Machining, na sigla em inglês) evoluiu para uma sofisticada e produtiva série de métodos de usinagem destinada a aplicações como trens de pouso de aeronaves e turbinas de usinas de energia. As características que definem a DHM incluem altas taxas de remoção de materiais e de precisão, incluindo a retilineidade do furo, tolerâncias dimensionais e acabamento superficial. "Profundo" refere-se a elevada relação comprimento/diâmetro do furo, variando entre 5 a 150 x “D”. A segurança do processo é uma preocupação fundamental na maioria das operações de DHM. Tornos CNC convencionais, máquinas multitarefas e centros de usinagem com poderosos sistemas de refrigeração também estão sendo cada vez mais usados na usinagem de furos profundos, com o objetivo de minimizar o número de set ups necessário. 14 metalworking world estudo de caso: peça: grade tubular com diâmetro de 40 mm (1,575 polegadas) e comprimento de1330 mm (52,362 pol.) Material: aço carbono (CMC 02.1/02.2) ferramenta: stationary STS CoroDrill 800 velocidade de corte vc: 88 m/mm (289 ft/min) Avanço fn: 0,37 mm (10 in/min) Broca soldada velocidade de corte vc: 88 m/mm (289 ft/min) Avanço fn: 0,24 mm (7 in/min) Resultado: A produtividade aumentou 53% e os custos por peça caíram 50%. Métodos DHM podem ainda ser aplicados em furos mais curtos, devido à necessidade de alta produtividade. Metódos. O método mais comum de furação profunda é a furação em cheio, na qual é feito um furo em um material sólido, em uma única operação. O alargamento é usado principalmente para ampliar um furo já existente, torná-lo mais retilíneo e melhorar o acabamento superficial. O mandrilamento reverso é uma variante na qual a ferramenta avança para trás através da peça. A trepanação forma um núcleo no centro do furo e traz a vantagem de apresentar um consumo de energia menor. Os núcleos são muitas vezes usados para teste, especialmente quando se trabalha com materiais exóticos, e também como matéria-prima para outros processos de produção. Um método especializado, corte de núcleo, é utilizado para remover o núcleo após a trepanação. Os métodos mais especializados geralmente visam tolerâncias muito baixas e/ou formatos especiais. Brunimento e roletamento envolvem essencialmente uma combinação de ferramentas para proporcionar extremo acabamento superficial e tolerâncias dimensionais e de circularidade. No mandrilamento em forma de garrafa, um furo longo é feito no interior da peça, deixando um diâmetro menor no orifício de entrada e/ou saída. Uma vantagem particular é a capacidade de usinar formatos internos complexos, permitindo ao fabricante reduzir o peso dos componentes essenciais sem comprometer a integridade superficial. Ferramentas para furos cegos são usadas principalmente para usinar superfícies de diferentes diâmetros em aplicações com altas exigências de integridade superficial. sistema de ferramentas. O sistema mais comum de usinagem de furos profundos, furação com brocas canhão, usa uma ferramenta sólida equipada com um duto de refrigeração e um canal com formato V para remoção de cavacos. Ele tem sido cada vez mais popular em máquinas-ferramenta CNC convencionais equipadas com sistemas de refrigeração de alta pressão. Brocas canhão, que são ferramentas de alta precisão, são úteis para exigências rigorosas de acabamento superficial e diâmetros abaixo de um milímetro, mas a taxa de penetração é baixa em razão da dimensão da haste. A profundidade máxima de furação é 100 x “D”. O sistema de tubo único (STS, na sigla em inglês) pode ser comparado a uma broca canhão reversa: a refrigeração flui para a cabeça da broca, entre a parede do furo e o tubo da broca, e expulsa os cavacos para dentro do tubo. Isto requer uma cabeça de pressão para vedar a entrada lateral da peça. O STS é ideal para furos extremamente profundos e, devido a sua alta velocidade de refrigeração, para materiais difíceis como aço baixo carbono, aço inoxidável e titânio. O STS tem um diâmetro padrão que varia entre de 15,6 e 130 milímetros (0,61425,112 polegadas) e é a única alternativa para diâmetros maiores que 200 mm (7,874 pol.). Em um sistema Ejector ou de tubo duplo, a refrigeração flui entre um tubo interior e um exterior. Uma grande vantagem é a possibilidade de adaptar este sistema em máquinas-ferramenta convencionais, como tornos. Não é necessário vedação entre a peça e a bucha-guia. A faixa de diâmetro padrão é entre 18,4 e 65 milímetros (0,7244 a 2,559 pol.) e o diâmetro máximo é de 200 milímetros (7,874 pol.).n O STS tem diâmetro padrão na faixa de 15,60 a 130 milímetros. Abaixo, em tamanho real. {15,6 mm} {130 mm} Vantagens da CoroDrill 818: •Melhor flexibilidade devido ao perfil da geometria e classe aprimorada •Desenho aprimorado da boca de cavacos para melhor escoamento dos mesmos •Melhor segurança do processo devido à nova pastilha e interface do trilho T do tip-seat •Maior capacidade de ajuste do raio Vantagens da CoroDrill 801: • Processo altamente seguro • Melhor flexibilidade devido à maior capacidade de ajuste • Desenho rígido com três guias • Melhor desempenho durante a vida útil da ferramenta devido à nova tecnologia da pastilha e da guia • É possível ajustar sem serviço da sala de ferramentas resumo Usinagem de furos profundos ainda é uma solução avançada e produtiva para aplicações que exigem elevadas taxas de remoção de materiais e precisão. A segurança do processo é uma preocupação fundamental. Vários métodos e sistemas de ferramentas oferecem flexibilidade operacional e amplas possibilidades para a otimização de aplicações específicas. metalworking world 15 Texto: Risto Pakarinen Ilustração: Moa Bartling/agent molly & co foto: Martin adolfsson CRU como sushi Inspiração. Se você for a um shopping em qualquer lugar do mundo com certeza encontrará dois tipos de comida: pizza e sushi. E isso é um problema. Mas, ao menos para o sushi, existe uma solução sustentável. nnn Sushi, a tradicional iguaria japonesa feita de arroz, algas e peixes crus, partiu de suas modestas raízes históricas para se transformar no sabor mundial da década. Mas essa popularidade tem um preço. Sushi é, sobretudo, peixe cru. E com a crescente demanda global, garantir esse peixe tem se tornado algo problemático - tanto no preço quanto na sustentabilidade ambiental. A história do sushi nos leva ao século X e ao sushi nare (sushi maduro), processo que consistia em colocar arroz ainda não cozido dentro do peixe cru e deixá-lo fermentar. Quando a fermentação acabava, o arroz era jogado fora e o peixe era comido. Com o passar dos anos, as pessoas começaram a comer o arroz utilizado na fermentação. E então, por volta de 1830, em Tóquio, Hanaya Yohei criou 16 metalworking world uma versão fast-food do sushi, colocando uma fina fatia de peixe cru sobre um bolinho de arroz, fácil de comer com os dedos. Nascia o Edomae sushi. “Edo” é muitas vezes traduzido como "sushi tradicional". Na verdade, Edo era o antigo nome de Tóquio, e mae significa "em frente a". Então, Edomae literalmente significa ‘da baía de Tóquio', afirma Casson Trenor, amante de sushi e um dos sócios do restaurante Tataki, em São Francisco, nos Estados Unidos. Até o sushi se tornar um fenômeno global, foram mais de 150 anos. Em 1923, o terremoto Grande Kantō devastou Tóquio, matando quase 150 mil pessoas. Os habilidosos chefs que tiveram a sorte de sobreviver precisaram se mudar. Na década de 1960, o sushi tornou-se uma indústria. Em 1968, Kin Syo Chin, um engenheiro taiwanês que virou empresário, criou um restaurante no qual uma esteira levava sushis frescos para os clientes. Seis anos depois, Chin possuía 85 filiais no Japão e uma em Nova York. o Sushi surgiu nos EUA no início dos anos 60. O Café Kawafuku, na área de Los Angeles conhecida como Pequena Tóquio, é considerado o primeiro restaurante americano a servir o prato. Fundado por Nakajima Tokijiro, o estabelecimento atraiu empresários japoneses, muitas vezes acompanhados de clientes americanos. Quatro anos mais tarde, o primeiro restaurante do gênero fora da Pequena Tóquio foi aberto – e o sushi se tornou global. "A globalização do sushi foi muito rápida", diz Trenor, que também é ativista do Greenpeace nos Estados Unidos e um entusiasta por trás do movimento que deseja tornar o sushi sustentável. "A popularidade do sushi está destruindo os oceanos", afirma. Em uma ponta do espectro, estão chefs famosos como Nobuyuki Matsuhisa, cujos 30 restaurantes incluem três com estrelas do Guia Michelin. No outro extremo estão os fast foods, com preços mais populares, que podem ser encontrados em qualquer lugar. Enquanto isso, a cultura que outrora fez parte da experiência do sushi tem sido deixada para trás. "Por que um restaurante em Amsterdã serve o pargo japonês, um peixe que vive a mais de 15 mil km da Holanda?”, pergunta Trenor. "E ainda assim eles o fazem”. Algo se perdeu no meio do caminho. No Japão, certas coisas, incluindo peixe, são simplesmente consideradas melhores. "Ninguém pensou sobre isso criticamente", diz Trenor. “Gastamos muito combustível e carbono para trazer grandes quantidades de peixe do Japão, de onde veio a regra." A globalização do sushi, iguaria apreciada pelas massas e por refinados conhecedores, tornou-se uma questão de sustentabilidade. em outras palavras, os novos mercados de sushi identificaram o peixe que deveria estar no cardápio - "o peixe do sushi" – sem compreender a tradição japonesa. E quando a popularidade do sushi se espalhou pelo Canadá, via Europa, um formato foi criado. metalworking world 17 "Tudo que um dono de restaurante de sushi precisa saber é como obter dez tipos de peixes e como fazer um arroz decente", afirma Trenor. "Há distribuidores que se especializaram nos peixes para sushi, e assim você pode consegui-los em qualquer lugar do mundo”. Trenor lista os mais populares: salmão, camarão e hamachi (do rabo amarelo, criados em cativeiro), enguias de água doce, e atum rabilho, um peixe que pode custar 170 mil dólares no leilão do mercado de Tsukiji, em Tóquio. "Você não precisa pensar em nada. Apenas assine na linha pontilhada, consiga o peixe e você tem um restaurante. Infelizmente, isto tem deformado a indústria a tal ponto que agora está afetando o planeta. O salmão vem de lugares como o Chile, onde a quantidade de antibióticos utilizada é quase 300 vezes a prescrita”. "A enguia de água doce tem sido tão caçada que hoje está reduzida a 10% do total de 30 anos atrás", continua Trenor. Populações de bacalhau e atum estão em vias de extinção. É hora de trazer o Edomae sushi de volta às suas raízes, evoca. "Acreditamos que o Edomae é tradicional, mas se você quer mesmo ser assim, sirva o peixe que está na sua frente”, afirma Trenor. "O sushi foi Distribuidores especializaram-se em peixes para sushi e seus ingredientes são enviados para todo o mundo. criado a partir de uma consciência das estações e uma reverência aos oceanos. Nós o transformamos em uma versão distorcida e não precisa ser dessa maneira”. É aí que entra o sushi sustentável. Trenor explica que quando Tataki, seu restaurante, foi inaugurado em 2008, era o primeiro de sushi sustentável dos Estados Unidos, e possivelmente, do mundo. Agora, há 11 restaurantes que servem sushi sustentável nos EUA, sendo três da cadeia Tataki. Um deles é o Bamboo Sushi, em Portland, o primeiro a obter uma certificação por seu processo sustentável. "Todos os peixes que servimos devem vir de populações abundantes e saudáveis”, anuncia o site do Bamboo Sushi. "Além disso, os pescadores devem pegá-los de uma forma ambientalmente ética". O Bamboo Sushi também está atento à sustentabilidade em seus processos. O restaurante consome energia de fontes renováveis e usa palitos de madeira reutilizada. "O sushi sustentável exige trabalho do dono do restaurante", garante Trenor. "Devemos pensar mais criticamente e sermos mais humildes, porque, de repente, precisamos ouvir mais do que apenas nossos clientes e nosso próprio gosto - temos que ouvir a ciência. "Quando os cientistas dizem que a população do atum rabilho está muito pequena, os chefs devem dar um passo atrás e dizer ‘Ok, você sabe mais do que eu, não vou vender este peixe e ser parte do problema. Em vez disso, vou usar meu restaurante e minhas habilidades culinárias para ser parte da solução'". Em vez de tentar descobrir como melhor substituir o Madai, o atum rabilho e os outros peixes, os chefs precisam ver o que têm e inovar a partir daí, diz Trenor. Mas isto é mais fácil de dizer do que de fazer. "Se você considerar o atum rabilho como o melhor que existe e apenas tentar encontrar uma reposição para ele, você vai sempre ficar aquém do desejado, pois nada é exatamente igual a outra coisa. Devemos partir de um ponto diferente. Precisamos olhar para o que temos – a recompensa específica de onde estamos e da época do ano, e fazer o nosso melhor para tornar isso verdadeiramente belo. O que nós não temos não pode fazer parte do quadro. "O sushi sustentável apenas começou", aponta Trenor. “Vai ficar ainda maior. Tem que acontecer. Se vamos salvar a arte e a culinária do sushi, precisamos voltar às suas raízes.” n Top 6 Alguns dos mestres mundiais do sushi Tóquio | Sukiyabashi Jiro Las Vegas | Nobu Tóquio | Sushi Mizutani Nova York | Nobu Tóquio | Araki Nova York | Masa Jiro Ono Nobuyuki "Nobu" Matsuhisa Hachiro Mizutani Masaharu Morimoto Mitsuhiro Araki Masa Takayama Chef-proprietário do Araki, um restaurante de Tóquio. Alcançou direto o status de três estrelas em 2010. Mais conhecido por seu atum (maguro). Chef e proprietário do Masa de Nova York, que possui três estrelas Michelin. Considerado um dos restaurantes mais caros do mundo. Chef no Sukiyabashi Jiro, restaurante três estrelas pelo Guia Michelin em Tóquio. Ono, 86 anos, foi reconhecido pelo governo japonês como um tesouro nacional por suas contribuições para a culinária do país. Proprietário e sócio de mais de duas dúzias de restaurantes, vários com três estrelas Michelin. Chef executivo do Nobu, em Las Vegas. Chef principal do Sushi Mizutani, em Tóquio, que também ganhou três estrelas Michelin. Chef do restaurante Nobu de Nova York. Sören Olsson Especialista em Aplicações da Sandvik Materials Technology fala sobre: Faca, a ferramenta mais preciosa do chef do sushi P: Há quanto tempo a Sandvik Materials Technology produz aço para facas? Desde 1960. Produzimos milhares de toneladas de aço por ano, para todos os tipos de faca: dos modelos de mão esportivos e para pesca a facas de cozinha, navalhas, facas industriais e tosquiadores de jardim. O aço usado nas facas é basicamente o mesmo das lâminas de barbear e bisturis cirúrgicos. P: Como é o processo de produção do aço para as facas dos chefs? É necessário balancear corretamente as características mais importantes de uma faca: firmeza, resistência, durabilidade e resistência à corrosão. Você não pode ter o máximo de tudo. Se produzir algo muito duro, pode perder, por exemplo, em resistência à corrosão. Acredito que as mesmas características e equilíbrio são importantes para todos os produtos da Sandvik Coromant. O aço para as facas dos chefs é feito por meio do derretimento de matérias-primas ferro e ligas metálicas – fundição, laminação a quente, tratamento térmico e laminação a frio. P: Que cuidados os chefs devem ter ao manusear suas facas? MESTRE DA METALURGIA Keijiro Doi, e seu filho Itsuo, são considerados dois dos melhores ferreiros que já viveram no Japão. Keijiro é aclamado por aperfeiçoar a Yakidoshi, difícil técnica de forjamento em baixa temperatura, e pelo complexo trabalho com o Blue Steel. . É necessário protege-las de outros materiais duros. Um erro comum é colocar a faca na lava-louças ou na gaveta junto com outras lâminas, que podem bater umas contra as outras e danificar suas arestas. Já me disseram que, no final do dia, o chef afia a sua faca e a deixa descansar durante a noite, porque uma superfície de aço recém-afiada pode deixar gosto de metal na comida. Verdade ou mentira, não vale a pena correr o risco. Leia a história exclusiva na edição para iPad da Metalworking Word. metalworking world 19 texto: Susanna Lindgren Foto: daniel månsson Ancorada na história Söderfors, Suécia. A siderúrgica Scana Energy está pronta para o futuro e recebendo os louros pelo Stellax, seu aço de alta resistência. A Sandvik Coromant realizou o teste e documentou as propriedades do novo aço na usinagem. Trata-se de uma reinvenção industrial em uma cidade que tem sua história ligada ao aço desde 1676. A cidade de Söderfors já foi célebre pelas âncoras que produzia para a marinha sueca. Essa produção foi extinta no século 19, mas a indústria de ferro e aço na região persiste, empregando centenas de pessoas. 20 metalworking world nnn desde 1676, quando se iniciou a produção de âncoras para a marinha sueca, a pequena cidade industrial de Söderfors tem tradição de excelência em aço e tratamento térmico. Hoje a cidade é a casa da Scana Energy, que mantém a tradição na fabricação de aços de alta-liga, alto desempenho e alta pureza. Cerca de 200 funcionários trabalham em turnos para manter ininterrupta a produção. Em uma das áreas, a porta aberta de um enorme forno revela vários lingotes incandescentes, esperando para serem prensados em uma grande bigorna. Uma máquina gigante move uma viga de aço parcialmente moldada de volta para dentro do forno para reaquecimento. O operador usa os dois enormes mordentes de aperto para pegar outro lingote que será moldado em uma prensa maciça. A máquina suporta até seis toneladas, mas mesmo com uma capacidade tão grande é essencial ter habilidade. Todas as dimensões são medidas à mão para garantir que o produto final atenda as exigências do cliente. A Scana Energy é especializada na fabricação de séries limitadas de produtos sob medida. Há poucos pedidos repetidos, de modo que todo pedido é um novo desafio. A empresa oferece um processo de produção completo e integrado - da produção interna do aço até o processamento - na unidade de usinagem vizinha. Quer seja o produto um grande eixo ou um perfil de aço com poucos quilos, ele é Após cerca de um ano e meio de testes, a nova classe de aço Stellax foi lançada. laminado e forjado de acordo com as especificações precisas, em um processo que vai se tornando cada vez mais detalhado. "Há centenas de produtores de aço no mundo", afirma Linus Svensson, diretor de marketing e vendas da Scana Energy. "O que nos torna diferentes é que nós gostamos de fazer o que os outros não fazem, e estamos dispostos a assumir as tarefas mais desafiadoras." Ele levanta um perfil - que serve como peça central em uma mesa da sala de conferências - e mostra suas bordas afiadas, necessárias para o corte de lascas de madeira na produção de papel-cartão. "Somos uma das poucas empresas do mundo que fazem perfis laminados usando aço rápido sinterizado -, um dos materiais mais complica- sobre a scanA Energy a Scana Energy Söderfors AB é um fabricante especializado em aços de alta-liga, alto desempenho e alta pureza, destinados a aplicações exigentes. Em 1995 a empresa passou a fazer parte do Grupo Scana, um grupo industrial nórdico estruturado em três áreas de negócio: energia, motores e offshore. A Scana tem uma organização descentralizada, e muito de sua experiência técnica e comercial está dividida nas diversas empresas do grupo. O Grupo Scana tem a sua sede em Stavanger, na Noruega. A Scana Energy é especialista em produtos feitos sob medida e recebe poucos pedidos repetidos. Cada pedido é um novo desafio. metalworking world 21 Cerca de 200 funcionários trabalham na Scana Energy, onde ter habilidade é essencial. Na foto, a operadora Camilla Hoffman. ACIMA: Tem havido muitas solicitações de produtos processados ou acabados, e quando a Scana Energy foi consultada se poderia criar uma classe de aço de alta resistência ela aceitou o desafio e trouxe uma parceira de longa data – a Sandvik Coromant – para testar as ligas e aperfeiçoar o processo de produção. Na foto, o especialista técnico da Sandvik Coromant, Kenneth Lundberg, vestindo a característica capa amarela, conversa com o técnico de produção da Scana Steel, Per Hedqvist. Anna-Karin Wahlström, operadora. "O que é único hoje pode não ser único amanhã. Temos que evoluir para nos mantermos competitivos. Desenvolver novas classes de aço é uma maneira de fazer isso", afirma Per Hedqvist. O líder do grupo, Manfred Pettersson, à esquerda, e o operador Christer Johansson durante 200 anos, todas as âncoras da marinha sueca foram produzidas na cidade de Söderfors. O Rei Karl XI em pessoa ordenou a produção, após uma embaraçosa derrota em uma batalha naval contra a Dinamarca, em 1676. O movimento dos navios foi o culpado pela péssima mira dos suecos com seus canhões. Söderfors acabou sendo o lugar perfeito para a produção de âncoras, já que minério e energia hidrelétrica estavam disponíveis no local. Hoje uma âncora exibida no parque da cidade ilustra o passado aos visitantes – a produção de âncoras foi extinta no século XIX. Enquanto isso, as indústrias de ferro e aço ainda empregam centenas de pessoas na região. Rei Karl XI 24 metalworking world dos de se trabalhar,” afirma Svensson. Nos últimos anos tem aumentado a demanda por produtos já processados ou finalizados, tanto por parte daqueles que compram diretamente da Scana Energy quanto por subcontratados que obtém sua matéria-prima em Söderfors. "Recebemos uma série de consultas perguntando se poderíamos criar um aço de alta resistência com boas propriedades de usinagem para hidráulicos - como válvulas de bloqueio e pistões", diz Svensson. Os pedidos, em sua maioria feitos por empresas subcontratadas, são bem específicos. O material deve ser ao mesmo tempo robusto e fácil de usinar, o que em si é uma contradição. O material também deve ser entregue em formato retangular, a fim de evitar desperdícios e minimizar o peso, economizando espaço de armazenamento e dinheiro. O técnico de produção Per Hedqvist e seus colegas aceitaram o desafio. Após um ano de preparação, quatro ligas estavam prontas para serem testadas. A Scana Energy procurou sua parceira de longa data – a Sandvik Coromant – para testar as ligas e aperfeiçoar o processo de produção. "Encontrar a classe perfeita de aço é um desafio e tanto", diz Hedqvist. "O teste é uma parte essencial do processo." As quatro classes de aço foram testadas tanto no Centro de Produtividade da Sandvik Coromant como nas instalações da Scana Energy. “Elas foram comparadas usando um material como referência e com base nos testes de como a Scana e seus clientes processam o material em suas produções,” afirma Kenneth Lundberg, especialista técnico da Sandvik Coromant. "Nós realmente exigimos bastante tanto das ferramentas quanto do material.” Todos os testes e dados de corte foram documentados. O desgaste nas arestas de corte foi fotografado através de um microscópio e o processamento foi filmado. Todos os dados e parâmetros foram levados em consideração e comparados, a fim de encontrar a classe ideal de aço para fresamento e insight técnico O Stellax é um aço estrutural recém-desen- volvido pela Scana Energy com excelentes propriedades de usinagem. Ele proporciona menor tempo de usinagem, redução no desgaste das ferramentas e uma usinabilidade previsível que minimiza a quebra de ferramentas e a necessidade de supervisão. Durante o desenvolvimento, a Sandvik Coromant auxiliou a Scana Steel nos testes e documentação de usinabilidade. O Stellax foi desenvolvido especialmente para válvulas hidráulicas de bloqueio, nas quais são necessárias usinagens e furações complexas e extensas. O produto foi testado no Centro de Produtividade da Sandvik Coromant, em Sandviken, para alcançar a usinabilidade ideal, a fim de maximizar a produtividade da Scana Energy e demonstrar ao cliente final a qualidade da nova classe. Potenciais compradores do Stellax poderão estudar os dados de corte dos produtos da Sandvik Coromant como CoroMill 345 e 490, bem como a CoroDrill 860 e 846. Com as ferramentas certas para a nova classe de aço. Elias Ragnarsson, Kenneth Lundberg e Per Hedqvist. Stellax é uma marca registrada. furação com ferramentas da Sandvik Coromant. "Para um técnico como eu não há nada mais agradável do que trabalhar em um material completamente novo e testá-lo por todos os ângulos possíveis", anima-se Lundberg. Após um ano e meio de testes, uma classe se destacou. Denominada Stellax, ela foi lançada em maio de 2012. O primeiro pedido foi entregue logo depois, na Finlândia. "A cooperação da Sandvik Coromant foi extremamente importante em todo o desenvolvimento", diz Svensson. “A capacidade de mostrar sua usinabilidade ao cliente final e de fornecer todos os dados de corte é importante também no marketing do novo produto”. ‘‘ Linus Svensson, diretor de vendas e marketing A Sandvik Coromant também vê isso como um conceito vencedor. "É importante pensar globalmente mesmo se você só trabalha em âmbito local,” diz Mikael Larsson, gerente regional da Sandvik Coromant Suécia. "Acreditamos que isso auxiliará nas nossas vendas ao redor do mundo.” Tanto Sandvik Coromant como Scana Energy têm clientes em todo lugar, e a Scana faz referência, na ficha de dados do material, aos produtos específicos da Sandvik Coromant utilizados na fase de testes. "Trabalhar na Suécia, mas sendo capaz de ajudar a Scana e a Sandvik Coromant em todo o mundo, é realmente uma situação em que ambas as partes ganham", completa. n "Nós realmente exigimos bastante, tanto das ferramentas quanto do material.” metalworking world 25 tecnologia textO: turkka kulmala desafio: Escolher o método errado para usinagem de roscas pode trazer riscos para a produtividade e para a qualidade. solução: Procurar um parceiro com uma gama abrangente de ferramentas de corte e conhecimento da aplicação. Fornecedor total é uma forma relativamente simples e produtiva de usinar roscas de alta qualidade em peças rotativas. Também é uma área historicamente forte da Sandvik Coromant, que conta com uma extensa gama de perfis e passos de roscas. A CoroThread 266 é uma ferramenta ultrarrígida com uma interface iLock exclusiva. Outra ferramenta é o CoroTurn XS, útil para furos muito pequenos. A maior desvantagem do torneamento de roscas é a baixa adequação a peças como tubos de paredes finas, que tem tendência de se deformarem sob cargas pesadas. O fresamento de roscas é, muitas vezes, a melhor alternativa devido a forças de corte mais baixas. O fresamento é uma solução versátil para peças não rotativas e muitas vezes é um solucionador de problemas para peças grandes e forças de corte extremas. Além disso, o fresamento oferece um bom controle de cavacos em materiais de cavacos longos. A gama de fresamento de roscas da Sandvik Coromant inclui tanto ferramentas sólidas quanto intercambiáveis, com faixa entre 3,2 e 80 mm. Rosqueamento com machos é um metódo de rosqueamento interno altamente produtivo para grandes lotes e condições estáveis.* Ao decidir entre rosqueamento com machos ou fresamento, um fator importante é o material. Em materiais torneamento de roscas 26 metalworking world duros ou difíceis, um macho pode se quebrar catastroficamente – um problema que não existe no fresamento. Para materiais de cavacos longos suscetíveis a problemas de escoamento dos cavacos, o fresamento é uma solução útil. Turbilhonamento de roscas é um método especializado para peças delgadas, pequenas ou grandes, como parafusos de chumbo. A principal aplicação é na tecnologia médica. Turbilhonamento é uma alternativa para o fresamento em aplicações que requerem perfis de rosca específicos. n estudo de caso: Material: Aço, MC P2.1.Z.AN, CMC02.1, 180 HB rosca: M80 x 4 interna fresa: 328-063Q22-13M pastilha: 328R13-400VM-TH 1025 dados de corte CoroMill 328 220 nº de pastilhas: 5 avanço/dente, mm: 0,12 tempo de corte, min: 10,32 vida útil, peças: 18 vel. de corte m/min: aumento de produtividade Concorrente 150 6 0,06 21,64 1 +188% *Leia mais sobre rosqueamento na Metalworking World 2/2012, p. 32, ou em www.sandvik.coromant.com. resumo Escolher o método correto de usinagem de roscas requer um cuidadoso equilíbrio de fatores: material, geometria, produtividade e qualidade. A Sandvik Coromant oferece soluções para as principais tecnologias de usinagem de roscas. Texto: Johan Rapp Capturando o sol e o vento Inovação. Em casas, praias ensolaradas, universidades e escritórios há getty images pessoas tentando responder grandes questões da humanidade: Como resolver nossas futuras necessidades de energia? Como evitar danos à natureza? Como construir sociedades sustentáveis? A resposta correta é: inovação. nnn Enquanto se alongava no quintal, apreciando o sol do verão de Estocolmo, a bioquímica e artista sueca Petra Wadström refletia sobre a enorme quantidade de energia solar em torno dela. Seus pensamentos foram até aldeias da África e Ásia, onde água suja era a causa de doenças e má higiene. A mesma energia solar que a aquecia não poderia ser usada para limpar a água nestas aldeias? Ela começou a pensar em várias soluções de pequena escala. Alguma delas poderia ser viável. Ao mesmo tempo, em uma praia na Austrália, o pesquisador Dylan Thorpe observava windsurfistas se atirando para frente e para trás no vento costeiro. "Foi um vislumbre do poder do vento", lembra. Acima do nível das árvores, a velocidade do vento aumenta bastante. Pesquisas mostram que em uma altitude de dez mil metros os ventos são tão fortes que apenas 1% dessa energia é suficiente para suprir toda a necessidade energética da humanidade. Inspirado pelos windsurfistas, Thorpe iniciou um projeto de pesquisa no Royal Melbourne Institute of Technology com o objetivo de aproveitar os ventos de altas altitudes. muitos de nós temos ideias inovadoras e deixamos por isso mesmo. Não foi assim com Dylan Thorpe Wadström e Thorpe. Eles encararam os desafios envolvidos na realização de suas ideias para transformá-las em realidade. “Você tem que ser corajoso quando trabalha com inovação", afirma Wadström. "Você deve ousar inovar – bater em muitas portas, acreditar no que 28 metalworking world faz e progredir com sua solução. Dá mais trabalho que a própria invenção.” Wadström trabalhou em pesquisas durante muitos anos, principalmente no campo de tecnologia de DNA. Ela adora resolver problemas e acredita que a mistura de arte e ciência ajuda a ver as coisas por uma nova perspectiva. Em seu projeto de purificação de água em pequena escala, a ideia central era de que as bactérias transmitidas pela água morrem se você aquecê-las e submetê-las à radiação ultravioleta. O primeiro desafio foi dinheiro. Ninguém queria investir em seu projeto. "Então fui até minha madrasta e peguei emprestado", recorda. Wadström, que reside em Estocolmo, construiu diversos protótipos – vários tipos de caixas que foram preenchidas com água – e usou um painel solar para direcionar o máximo de radiação possível para as caixas e a água dentro delas. Ela teve um importante avanço nas instalações locais de purificação de água de Estocolmo. A planta de tratamento pôs bactérias e acompanhou a limpeza no protótipo. O resultado: a água estava completamente limpa e tão quente que poderia ser usada para chá. Com o sucesso, Wadström se animou. "Eu não conseguia resistir a trabalhar com esta invenção", diz. "Eu via claramente como ela ajudaria as pessoas." Seu dispositivo de limpeza se parece com uma mala de viagem com um painel solar na lateral. Ao enchê-lo com água e deixá-lo sob o sol, a água fica limpa e quente em pouco tempo. Ele é usado para tornar a água potável ou, Enquanto assistia windsurfistas australianos usarem a força do vento, Dylan Thorpe, do Royal Melbourne Institute of Technology, teve a ideia de usar o vento que sopra acima do nível das árvores como fonte de energia. Apenas 1% dos fortes ventos a dez mil metros de altura é suficiente para fornecer à humanidade o total de suas necessidades energéticas. como nas escassas áreas florestais no norte da Índia, como forma de aquecê-la sem ter que derrubar árvores para usar com combustível. Ela chamou o dispositivo de Solvatten (água do sol, em sueco). O cientista australiano Thorpe passou quatro anos e meio pesquisando como aproveitar a energia eólica em altas altitudes. Pesquisas semelhantes foram feitas em vários lugares do mundo, com pipas e até com turbinas ultra-leves, que são suspensas com cabos. Thorpe fez o seu trabalho com planadores, também ligados à terra por cabos. A energia gerada pelo movimento do cabo podia ser transmitida para um gerador. “um planador é semelhante a uma pipa quando preso, mas a asa tem algumas vantagens", explica. "Se o vento cessa, ele irá deslizar para o chão pouco a pouco, e vai subir se houver novos ventos." Thorpe foi capaz de transformar sua ideia em trabalho, mas o caminho para o uso comercial é longo, por isso ele deixou a universidade para trabalhar como consultor em um projeto de dessalinização com uma empresa privada. Ele tem sido parte de algo que no futuro pode contribuir para uma forma sustentável de energia. "Eu acredito que os seres humanos precisam ser sustentáveis no que fazem", diz Thorpe. "Ultimamente, a estrutura e a forma como a sociedade funciona precisam mudar para sermos completamente sustentáveis, sem esgotar os recursos humanos." Wadström, com seus filhos e uma pequena equipe, trabalha para tornar seu dispositivo acessível para as pessoas que precisam dele, apesar da falta de infraestrutura e de comunicação nestas áreas. As próprias pessoas são sua inspiração. "Eu posso ver um usuário feliz na minha frente, alguém que é ajudado pela minha invenção.” n Harri Weckström da área de Desenvolvimento de Negócios da Sandvik Coromant, fala sobre o assunto: Cerca de um bilhão de pessoas no mundo não tem acesso à água potável. Agora, graças a uma inovadora sueca e seu novo purificador de água por energia solar, essa realidade pode começar a mudar. PORTAS ABERTAS PARA A INOVAÇÃO P: Qual é o plano? Avançar na gestão da inovação. A ideia é estimular um ambiente criativo, fornecendo tempo e recursos para ideias que causam estranheza à primeira vista, mas que podem ser valiosas. P: A Sandvik Coromant já é uma empresa muito inovadora. O que há de novo? Sempre fomos inovadores, mas somos muito disciplinados e estruturados como empresa e a criatividade é focada na melhoria do que já temos. Com a gestão de inovação, queremos incentivar ideias "fora da caixa" – novos conceitos para atrair mais clientes. P: Qual ideia você ouviu recentemente? Uma ideia consiste em utilizar uma tecnologia específica de outra área em nossas soluções de produtos. Ela soa promissora. Enquanto isso, há muitas pessoas na organização com ideias que estão apenas esperando para serem realizadas. P: Por que começar a gestão de inovação agora? A empresa está indo bem, mas é importante ser proativo e olhar para o futuro. Que produtos, serviços ou modelos de negócios teremos em dez ou 15 anos? Estamos vivenciando uma competição cada vez maior, o que torna ainda mais importante desenvolver produtos de valor agregado e estar no topo quando se trata de inovação. daniel månsson INOVE! A inovadora Wadström Petra com o Solvatten. O recipiente é fácil de utilizar e as instruções são apresentadas em imagens, para evitar problemas de tradução e compreensão. Aprenda como tornar suas ideias realidade na edição da Metalworking World para iPad metalworking world 29 tecnologia textO: Elaine McClarence desafio: Como cumprir as exigências da usinagem de blocos de motor na indústria automotiva? solução: Opte por ferramentas eficazes, fáceis de usar e com bom custo-benefício. Usinagem estratégica Qualidade, custo-benefício e confiabilidade são fatores determinantes na indústria automotiva. Por isso, produzir blocos de motor exige ferramentas que se comportem de forma previsível e altamente consistente. Os fabricantes estão sempre atentos ao controle de estoque e custos de produção, com soluções de ferramentas que são rápidas e fáceis de usar e cujas partes podem ser acessadas rapidamente pelos fornecedores. Com a evolução da tecnologia de fundição, a usinagem do bloco do motor passa a focar em operações de semiacabamento e acabamento, mais do que na significativa remoção de material. A furação continua sendo fundamental nesta parte complexa e o custo por furo e segurança do processo são fatores importantes. Os furos são produzidos como uma combinação escalonada e furos chanfrados são normalmente seguidos por uma operação de rosqueamento ou, dependendo do tamanho, são mandrilados em acabamento ou alargados para a tolerância preferida. A Sandvik Coromant desenvolveu soluções de ferramentas específicas que atendem as necessidades de 30 metalworking world fabricação dessa peça complexa. Entre elas estão a introdução da nova geração de fresas de facear S-60 para desbaste e semiacabamento e uma gama de ferramentas de metal duro, a CoroDrill 460, para operações de furação, complementadas por uma gama já existente de machos de roscar com geometrias otimizadas e adequadas para materiais em ferro fundido. Além da ampla gama de soluções de ferramentas, a Sandvik Coromant tem presença global e centros de competência específicos, dedicados a aplicações automotivas, incluindo usinagem do virabrequim. Desta forma, a empresa oferece competência e soluções inigualáveis para este componente automotivo chave, ajudando fabricantes a estarem de acordo com as necessidades de melhoria contínua da produtividade e ao mesmo tempo controle de custos. n A evolução da tecnologia de fundição significa que a usinagem do bloco do motor agora está focada em operações de semiacabamento e acabamento, mais do que na significativa remoção de material. CoroMill S-60 Semiacabamento Para as operações de semiacabamento no bloco do motor, a nova ferramenta para operações de fresamento para ferro fundido é a S-60. Esta solução oferece vida útil longa e previsível e dados de corte elevados, que levam à redução do tempo de usinagem. CoroMill 365 CoroMill 590 Faceamento— Desbaste e acabamento O faceamento da face de combustão é necessário e requer fresas com grandes diâmetros, que cobrem toda a extensão do bloco; pequenas ferramentas podem realizar usinagem de pequenas faces e saliências. As Coromill 365 e 590 e a S-60 são concebidas para o uso de conjuntos de centros de usinagem. Novas classes de pastilhas, geometrias e pastilhas multiarestas com até 12 arestas foram introduzidas para oferecer ferramentas de corte confiáveis e produtivas para a indústria automotiva. resumo CoroDrill 460 furação Para operações de furação, a CoroDrill 460, complementada por uma vasta gama de machos de roscar, foi projetada para trabalhar em ferro fundido. Esta solução foi otimizada para bom escoamento de cavacos em um ambiente de produção com elevada precisão e baixas tolerâncias, abrangendo todas as necessidades de furos escalonados e com chanfros. Produzir blocos de motor para a indústria automotiva exige ferramentas previsíveis e que se comportem de maneira consistente. As soluções de ferramentas específicas da Sandvik Coromant atendem as necessidades de qualidade, custo-benefício e confiabilidade dos fabricantes. metalworking world 31 que venha o calor A Avio produz pás de turbinas para o motor GEnx do Boeing 787. As pás são feitas de René N5, uma liga de níquel com alta resistência ao calor. textO: Claudia flisi Foto: maurizio camagna Parceria nas alturas Pomigliano, Itália. Por meio de uma parceria tripla com a Makino e com a Sandvik Coromant, a italiana Avio reduziu consideravelmente o tempo de usinagem e melhorou a confiabilidade e a qualidade de seus processos. nnn mais de meio século antes de o termo "alta tecnologia" ter sido cunhado (em 1964), a empresa italiana Avio já criava soluções dessa natureza para os problemas do setor aeroespacial. A Avio foi fundada em 1908 como uma subsidiária da Fiat, maior montadora italiana de automóveis. Sua atribuição inicial era desenvolver e fabricar um motor de avião, o AS 8/75, baseado no motor de um carro de corrida. A Primeira Guerra Mundial foi um estimulador de pesquisa e desenvolvimento em aplicações aeroespaciais, e a divisão que se tornaria a Avio passou da construção de motores para a fabricação completa de aeronaves. Em 1918, o grupo passou a se chamar Fiat Aviazione. A diversificação durante os anos 1930 incluiu o desenvolvimento de motores para uso industrial. Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, experiência e know-how neste setor levaLuigi Cuccaro ram - através de um acordo de colaboração com a Westinghouse, em 1954 - ao desenvolvimento de uma turbina a gás. O sucesso deste projeto convenceu a gerência da Fiat Aviazione a se concentrar nesse produto. A especialização acelerou quando a Fiat vendeu suas atividades de construção de aeronaves em 1972 e passou a se focar na produção de motores aeronáuticos. Em 1989, a Fiat Aviazione se tornou Fiat Avio, com clientes como Boeing, Airbus e NATO. Novas áreas de conhecimento foram incluídas em 1994 e 1996, graças a aquisições estratégicas em propulsão espacial e MRO (manutenção, reparo e operações) de aeronaves civis. Esta última surgiu pela compra da Alfa Romeo Avio em Pomigliano d'Arco, na região de Nápoles. A cidade é hoje um importante centro de produção da empresa, com produção de combustores, pós-combustores, aerofólios e pequenas peças estruturais para motores aeronáuticos, assim como três células de teste para motores. "Mais de 90% do nosso negócio é com a General Electric, especificamente no motor a jato turbofan de alta tecnologia GEnx (General Electric next-generation), destinado ao novo Boeing 787,” conta o engenheiro Luigi Cuccaro, engenheiro-chefe de fabricação de pás na Divisão de Motores de Aeronaves da Avio, sediada em Pomigliano. Pomigliano é também o local da Divisão AvioService Civil da empresa, que cuida de fundação: 1908, em Turim, como parte da entrada da Fiat no setor aeronáutico. gestão: Francesco Caio, CEO produtos: Concepção, desenvolvimento e fabricação de peças e sistemas de propulsão para aeronaves, com um forte viés tecnológico. colaboradores: 5.200, dos quais 86% atuam na Itália. metalworking world 33 insight técnico: avi0 lugares MRO e da assistência técnica nos motores de aeronaves civis e da reparação e revisão geral de peças projetadas e fabricadas pela Avio. Embora os clientes da empresa sejam predominantemente globais, a produção fora da Itália só começou em 2001, com a criação de Avio Polska, na Polônia. Investimentos contínuos em P&D e parcerias com os melhores centros de pesquisa e universidades italianas e internacionais consolidaram a reputação da Avio nos setores aeronáutico e aeroespacial de todo o mundo. Em 2003, enquanto enfrentaDomenica Di Palo, operadora de va uma crise automotiva, seu máquinas, e Antonio principal negócio, a Fiat vendeu Maurelli, gerente de a Fiat Avio para um consórcio processamento de pás de turbinas. controlado pela americana Carlyle Group. Nascia a Avio S.p.A. Em agosto de 2006, a gestora de fundos de private equity Cinven adquiriu as ações pertencentes à Avio Carlyle. Atualmente a Avio é propriedade da Cinven e do governo italiano. Embora o controle da empresa tenha se estabilizado, os desafios e pressões econômicas aumentaram e convergiram. A pressão para aumentar a produtividade é feroz e global. "Todos os nossos desafios se resumem a duas palavras: custos e prazo", diz Antonio Maurelli, gerente de processamento de pás de turbinas no Centro de Aerofólios de Turbina da Avio, em Pomigliano. 210 a 250 passageiros, dois corredores ENVERGADURA A aeronave tem 60 metros de envergadura então, quando a General Electric, a maior cliente da Avio, pediu reduções no prazo de entrega e no custo das pás das turbinas dos motores a jato GEnx, sem causar perda de qualidade, a empresa ficou ansiosa por atendê-la. 34 metalworking world 14.200 a 15.200 quilômetros aeronave Super eficiente getty images ‘‘ Mais de 90% do nosso negócio aqui é com a General Electric, especificamente no motor a jato turbofan de alta tecnologia GEnx, destinado ao novo Boeing 787.” autonomia O Boeing 787 utiliza 20% menos combustível do que qualquer outro avião de seu tamanho. Novo processo de ferramentas o novo processo de ferramentas de usinagem resultou em uma produtividade 70% maior. o problema Cooperação pode ser tão importante quanto tecnologia e inovação na busca pela redução de custos e melhoria da qualidade na produção industrial. Introduzida em um estágio inicial, ela pode levar a inovações nos processos e à integração de novas tecnologias, com ganhos de custos para clientes e fornecedores. A GE, cliente da Avio, precisava de mais rapidez e qualidade na fabricação de turbinas para o novo Boeing 787. A Avio contou com a ajuda de uma equipe da Sandvik Coromant e de engenheiros da Makino, uma fabricante de máquinas-ferramenta, para chegar a uma solução. a solução dimensões O corpo tem 57 metros de comprimento, 17 de altura e 5,74 de largura "O especialista de investimento em máquinas da Sandvik Coromant, Roberto Appiani, trabalhou em um método de fresamento e calculou o provável tempo de ciclo, utilizando a CoroMill 316 da Sandvik Coromant, e baseando-se em resultados de testes anteriores", lembra o especialista de área da Sandvik Coromant, Bruno Schisa, que esteve profundamente envolvido no projeto. Um engenheiro da Makino desenvolveu os percursos de fresamento e configurou a máquina - equipada com um mandril HydroGrip - para garantir a estabilidade do processo e técnicos da Avio desenvolveram os componentes de fixação. "Atuamos em cooperação para garantir a qualidade das peças, e a Sandvik Coromant, com seu produto de fresamento e seu especialista em aplicação, Stefano Bertoni, ajudaram a Avio na otimização da vida útil da ferramenta", avalia Schisa. O resultado O processo que a equipe desenvolveu foi uma nova abordagem para as ferramentas de usinagem, nem estritamente baseada nas peças, nem completamente integrada. Os resultados dos testes foram tão atrativos que a Avio optou por esta solução, que gerou um aumento de 70% na produtividade. O GEnx será o propulsor original do novo Boeing 787 que, após uma série de contratempos e atrasos, fez um bem-sucedido teste de voo em maio de 2011. O mercado global de motores para o 787 é estimado em 40 bilhões de dólares ao longo dos próximos 25 anos. O pedido específico da GE foi de melhorar o processo de usinabilidade das pás, que são feitas de René N5, uma liga à base de níquel que tem elevada resistência ao calor. Desde setembro de 2011, uma equipe da Avio, da Sandvik Coromant e da fabricante de máquina-ferramenta Makino se reúne para discutir a questão. Ela desenvolveu um processo para reduzir o tempo de produção de 46 para 30 minutos ou menos por peça, sem perda de qualidade. "Nosso problema não era só o material, mas sua forma geométrica, volume e a questão da vibração", explica Maurelli. Por meio da tripla parceria, a Avio reduziu o tempo de usinagem em 16 minutos e aumentou a confiabilidade e a qualidade do processo. Desde que a produção começou, em janeiro de 2012, houve apenas uma peça com defeito – por um motivo que não está associado ao novo processo. n Antonio Maurelli, gerente de processamento de pás de turbinas (à esq.), com o especialista da Sandvik Coromant Bruno Schisa. metalworking world 35 tecnologia textO: Christer Richt desafio: Aumentar a troca não manual de ferramentas e eliminar problemas no manuseio de cavacos nos centros de torneamento. solução: Transição para a troca automática de ferramentas e aumento na pressão de refrigeração nos centros de torneamento. Preparado para o futuro centros de torneamento dominam a indús- nada pela necessidade da indústria de ter mais tria de manufatura. Independentemente do máquinas versáteis e automatizadas, a fim de tamanho, eles tendem a ter longas paradas minimizar a movimentação de peças e ter a desnecessárias para a troca manual de capacidade de utilizar longas barras de ferramentas e um sistema de refrigeração pelo mandrilar sem limitar as posições da torre. qual o refrigerante flui passivamente para a Está claro que equipamentos com troca zona de corte. Trabalhos de desenvolvimento automática de ferramentas e interfaces de torre nessas máquinas visam a minimizar tanto as padrão farão parte do conceito da máquina no paradas planejadas quanto as não planejadas. futuro. O desenvolvimento de ferramentas é Embora hoje ninguém considera comprar impulsionado pela evolução da usinagem e um centro de usinagem que não tenha troca vice-versa, com a indústria da manufatura automática de ferramentas, o recurso não é conduzindo ou reagindo à nova tecnologia e padrão nos centros de torneamento. Em parte, tendo os custos de usinagem como ponto de isso é causado pela falta de uma interface de partida. fixação para torres que permita a troca automática de ferramentas. Inteligentes, os sistemas de refrigeração de alta pressão centros de torneamento horizontais evoluíram fazem parte da maioria das máquinas para incluir um eixo Y, duas torres, subfusos e modernas, mas a maioria não é usada de forma monitoramento e medição para a produção a gerar uma diferença real no processo de eficiente de altos volumes, tornando-os extremamente eficientes e versáteis durante a Está claro que equipamentos com troca usinagem. Centros de torneamento automática de ferramentas e torres paverticais estão agora evoluindo para drão serão parte do conceito da máquina a fase onde a troca automática de no futuro.” ferramentas é uma opção, determi- 36 metalworking world ‘‘ usinagem. Existem conceitos como o CoroTurn HP, que comumente exploram recursos de alta pressão, na faixa de 30 a 80 bars. Nestes, precisos jatos refrigerantes com fluxo laminar paralelo são direcionados para levantar o cavaco que está sendo gerado, reduzir o calor e melhorar o controle de cavacos em centros de torneamento, melhorando o desempenho e a segurança da produção automatizada na maioria dos materiais. Mas para alcançar o máximo benefício no torneamento de alta pressão assistido em materiais com maior exigência quanto à quebra de cavacos, são necessárias ainda maiores velocidade e pressão do refrigerante - até 150 bars - para abranger a maioria das aplicações. Isto traz grandes vantagens para o processo de corte e manejo dos cavacos na zona de usinagem e no transportador de cavacos. Para realização de uma usinagem automatizada em centros de torneamento, o novo recurso deve ser levado em consideração, pois materiais exigentes e de cavacos longos são risco potencial para a confiabilidade e o momento de limpeza dos cavacos. Soluções são baseadas no sistema modular Centros de torneamento verticais Tal como os centros de usinagem, centros de torneamento verticais estão evoluindo para a troca automática de ferramentas. Em parte por causa da necessidade de remover ferramentas longas que obstruem a usinagem feita com ferramentas mais curtas, e em parte pelas necessidades de maior eficiência e de se adotar a produção automatizada. O desenvolvimento do Coromant Capto será a interface comum para ferramentas estáticas e manuais e a norma para o estabelecimento da troca automática de ferramentas. de fixação Coromant Capto, certificado pela norma ISO, que há anos é amplamente utilizado como o principal sistema de troca rápida manual nos centros de torneamento com suportes estáticos ou móveis. Hoje, tornos verticais e máquinas multitarefas usam a mesma interface combinada com o recurso de troca automática de ferramentas. O próximo capítulo da evolução do Coromant Capto será o desenvolvimento de centros de torneamento que incorporem a troca automática de ferramentas. Na preparação para aumentar a pressão do refrigerante, novos mecanismos de fixação têm sido desenvolvidos com vedação para resistir à pressão de, pelo menos, 150 bars. Isto vale para unidades de fixação manual em centros de torneamento, bem como para fixação de fusos rotativos em máquinas multifuncionais. Uma grande vantagem do desenvolvimento em curso é que a interface permanece consistente, com as atuais unidades de usinagem e adaptadores sendo totalmente compatíveis. n Controle de cavacos consistente Para alcançar um controle de cavacos mais consistente em materiais mais exigentes, os benefícios da usinagem de alta pressão assistida devem ser explorados por meio de pressões mais elevadas do que as geralmente usadas. Até 150 bars serão necessários para a maioria das aplicações. Isso trará grandes vantagens para o processo de corte e para o manejo de cavacos na zona de usinagem e no transportador de cavacos. resumo Mudar o tempo de troca de ferramentas e a forma como o refrigerante é aplicado na zona de corte permitirá que as fábricas sejam mais competitivas em um futuro próximo – especialmente centros de torneamento. metalworking world 37 nota final texto: henrik emilson 38 metalworking world foto: Jean Chung Busan Cinema Centre, Coréia do Sul Olhe para cima pré-estreias de grandes filmes sempre contam com tapetes vermelhos no piso da entrada. Mas no Busan Cinema Centre, na Coréia do Sul, a atração passa do chão para o teto. Sobre as cabeças dos espectadores está a maior cobertura suspensa do mundo, com um vão livre de 85 metros e 7.200 metros quadrados de superfície. Construído para a abertura do Festival de Cinema de Busan de 2011, o telhado está suspenso por uma única coluna em forma de cone, utilizada como entrada para a sala de projeção e que também abriga um café. A cobertura é toda iluminada com lâmpadas de LED e funciona como principal forma de comunicação com os visitantes, exibindo espetáculos de luzes e trailers de filmes. Agora, todos no Busan Cinema Centre podem se misturar com as estrelas – uma das variações das imagens de LED. metalworking world 39 Print n:o C-5000:565 POR/01 © AB Sandvik Coromant 2013:1 Participe desse movimento! Juntos, reciclamos centenas de toneladas de metal duro por ano*. A ação benecia o meio ambiente e gera economia para você. Nós fornecemos tudo o que é necessário: caixas de coleta gratuitas, um processo de reciclagem exclusivo e pagamento imediato por suas pastilhas usadas. Comece já a participar desse nosso serviço de reciclagem. Leia o código QR ou informe-se na nossa seção de serviços em www.sandvik.coromant.com/br * Aceitamos pastilhas de metal duro da Sandvik Coromant e de outras marcas.
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