MA13 – Geometria – AV1 – 2014 Quest˜ao 1 [ 2,0 pt ] Considere um
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MA13 – Geometria – AV1 – 2014 Questão 1 [ 2,0 pt ] Considere um paralelogramo ABCD e sejam • M o centro da circunferência definida pelos vértices A, B e C • N o centro da circunferência definida pelos vértices B, C e D; • O o centro da circunferência definida pelos vértices C, D e A; • P o centro da circunferência definida pelos vértices D, A e B; com M , N , O e P dois a dois distintos. Nessas condições, e sabendo que ABCD não é um retângulo, mostre que: (a) M N OP é um paralelogramo; (b) M N OP e ABCD possuem ângulos internos iguais. Solução (a) Como M é centro de uma circunferência que contém A e B, temos M A ≡ M B, portanto, M pertence à mediatriz do lado AB. Mas P também é centro de uma circunferência que contém A e B, logo, P também pertence à mediatriz do lado AB. Assim, M P está contido nesta mediatriz. Da mesma forma, N e O são centros de circunferências que contêm os pontos C e D, portanto, N e O pertencem à mediatriz do lado CD, o que implica que o segmento N O está contido nesta mediatriz. Como ABCD não é um retângulo, as mediatrizes que contêm M P e N O não coincidem. Como os lados AB e CD são paralelos, suas respectivas mediatrizes também serão. Mas, como os segmentos M P e N O estão contidos cada um em uma destas duas mediatrizes, eles serão também paralelos. Por argumentação análoga, M N e OP estão contidos, respectivamente, nas mediatrizes de BC e AD, portanto serão também paralelos. Isto mostra que M N OP é um paralelogramo. (b) Denotemos por E e F os pontos médios de AB e BC, respectivamente. Considerando o quadrilátero M EBF , temos ∠(EBF ) + ∠(BF M ) + ∠(F M E) + ∠(M EB) = 360◦ , e, como B F̂ M e M ÊB são retos, temos ∠(ABC) + ∠(F M E) + ∠(EBF ) + ∠(F M E) = 180◦ . Por outro lado, ∠(ON M ) + ∠(F M E) = ∠(ON M ) + ∠(N M P ) = 180◦ , pois ON̂ M e N M̂ P são ângulos suplementares, já que M P e OP são retas paralelas. Assim, ∠(ABC) = ∠(ON M ), valendo o mesmo para seus congruentes no paralelogramo, isto é, ∠(ADC) = ∠(M P O). Consequentemente, seus suplementares B ĈD, DÂB, N M̂ P e P ÔN serão também congruentes. Questão 2 [ 2,0 pt ] Seja ABCD (em ordem) um quadrilátero convexo. Prove que se ∠BDA = ∠ACB então o quadrilátero é inscritı́vel em um cı́rculo. Verifique, justificando, se a recı́proca é verdadeira. Solução Considere o cı́rculo determinado por A, B e C. Vamos provar que D pertence a esta circunferência. Seja D0 a −−→ interseção (diferente de B) da semirreta BD com a circunferência. Supondo por absurdo que D não pertença à circunferência, teremos D0 6= D. Com isso, ∠(BD0 A) = ∠(ACB), pois ambos são ângulos inscritos na circunferência _ e determinam o mesmo arco AB, e, com isso, ∠(BD0 A) = ∠(BDA), pois ∠(BDA) = ∠(ACB) por hipótese. Caso D esteja entre D0 e B, o ângulo externo AD̂B do triângulo ADD0 seria congruente ao ângulo interno AD̂0 D, o que é um absurdo. Caso D0 esteja entre D e B, o ângulo externo AD̂0 B seria congruente ao ângulo interno AD̂D0 , o que também é um absurdo. A recı́proca é obviamente verdadeira, pois se ABCD é inscritı́vel em um cı́rculo, os ângulos inscritos B D̂A e AĈB _ determinarão o mesmo arco AB, portanto, ∠(BDA) = ∠(ACB). Questão 3 [ 2,0 pt ] Num cı́rculo, tomam-se um diâmetro AB e uma corda CD, perpendiculares entre si. Sendo E um ponto qualquer de CD, as retas suportes de AE e BE cortam a circunferência em F e G, respectivamente. −→ −−→ (a) Prove que a semirreta F A bissecta C F̂ D e que a semirreta GB bissecta C ĜD. (b) Prove que o quadrilátero CF DG tem dois lados consecutivos na mesma razão que os dois outros. Solução (a) Como AB é um diâmetro que intersecta a corda CD perpendicularmente, esta interseção ocorrerá no ponto médio M de CD. Assim, sendo O o centro do cı́rculo, pelo caso LLL, os triângulos COM e DOM serão congruentes, e então C ÔA ≡ DÔA. _ _ Com isso, AC≡AD, portanto os ângulos inscritos que os determinam, C F̂ A e AF̂ D, serão congruentes. Isto −→ mostra que a semirreta F A intersecta o ângulo C F̂ D. _ _ Da mesma forma, BC≡BD, logo os ângulos incritos, C ĜB e DĜB, serão congruentes. Isto mostra que a −−→ semirreta GB intersecta o ângulo C ĜD. (b) Considerando o triângulo CF D, F E será uma bissetriz interna, portanto CE DE DF DE = ∴ = . CF DF CF CE Da mesma forma, no triângulo CGD, GE também será uma bissetriz interna, e então CE DE DG DE = ∴ = . CG DG CG CE Assim, DF DG = . CF CG Questão 4 [ 2,0 pt ] Dado um triângulo acutângulo ABC de baricentro G, constrói-se os triângulos equiláteros ABD e ACE, exteriores a ABC, de baricentros H e I, respectivamente. (a) Mostre que CD ≡ BE. (b) Mostre que GH ≡ GI. Solução (a) Observe que ∠(CAD) = ∠(CAB) + 60◦ = ∠(EAB). Além disso, como AC ≡ AE e AD ≡ AB, pelo caso LAL, os triângulos ACD e AEB serão congruentes. Com isso, os lados BE e CD serão congruentes. (b) Sejam M e N pontos médios de AB e AC, respectivamente. Como GN = 1 1 BN e IN = EN , 3 3 e como GN̂ I ≡ B N̂ E, os triângulos BN E e GN I serão semelhantes, de razão de semelhança 31 . Assim, GI = 1 BE. 3 Analogamente, trabalhando com os triângulos semelhantes CM D e GM H, GH = 1 CD. 3 Mas, como CD ≡ BE, temos GI = GH, portanto GI ≡ GH. Questão 5 [ 2,0 pt ] Seja ABCD um trapézio de base maior AB e base menor CD. Sendo AB = a, CD = c, BC = b, AD = d, determine a soma dos quadrados das medidas das diagonais AC e BD em função de a, b, c e d. Solução Sejam por P e Q as projeções ortogonais sobre AB de C e D, respectivamente. Denotemos por m e n as medidas de P B e AQ, respectivamente, e por h a altura do trapézio, relativa a AB. Aplicando o Teorema de Pitágoras aos triângulos AP C e BQD, temos D12 = (a − m)2 + h2 , D22 = (a − n)2 + h2 , onde D1 e D2 são as medidas das diagonais AC e BD, respectivamente. Por outro lado, aplicando Pitágoras aos triângulos AQD e BP C, h2 = d2 − n2 , h2 = b2 − m2 , logo, D12 = (a − m)2 + d2 − n2 , D22 = (a − n)2 + b2 − m2 . Somando as duas equações, temos D12 + D22 = (a − m)2 + d2 − n2 + (a − n)2 + b2 − m2 = 2a2 − 2am − 2an + b2 + d2 = 2a2 − 2a(m + n) + b2 + d2 . Como m + n = a − c, temos então D12 + D22 = 2a2 − 2a(a − c) + d2 + b2 = 2ac + b2 + d2 .
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