- Revista do Aço

Transcrição

- Revista do Aço
LATÃO
INOX
COBRE
ALUMÍNIO
Ano IV - edição 17 - 2015
REVOLUÇÃO
CONSTRUTIVA
Empresa Certificada
C RCC
PETROBRAS
índice
Mercado
Companhia Siderúrgica Nacional escolhe ferramenta para apoiar obras .................. 18
Perfil
Unival tem nova sede em Guarulhos ....................................................................................... 20
Produto
SSAB lança nova marca de aços de alta resistência ........................................................... 24
Capa
O aço na construção civil ............................................................................................................. 27
Artigo
Aços TRIP da Usiminas ................................................................................................................... 36
Reciclagem
Métodos para aumentar o valor agregado dos metais ..................................................... 44
Classificados................................................................................................................................ 48
REVISTA DO AÇO – Ano IV – Número 17 – é uma publicação bimestral da Editora Revista do Aço.
Editor-chefe Marcelo Lopes ([email protected])
Edição Carlos Alberto Pacheco (Mtb 14.652-SP 2) ([email protected])
Projeto Editorial Revista do AÇO®
Projeto Gráfico Elbert Stein ([email protected])
Capa Imagem: Construmetal
Colaboradores desta edição Laura Calado e João Francisco Batista Pereira, Gleyder Oliveira
Bustamante e Rafael Fagundes Ferreira
Publicidade e Comercial Marcelo Lopes – (11) 9 7417-5433 ([email protected])
Luis Cortez – (11) 9 9125-8489 ([email protected])
Impressão e Acabamento Mundial Graff Ltda
Tiragem 12.000 exemplares
Redação, Publicidade, Administração e Correspondência:
Rua Manuel Buchalla, 180 – São Paulo
Cep: 04230-030 – SP – Brasil – Telefone: +55 (11) 2062-1231
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Marcelo Coelho
USIMINAS FAZ PARCERIA COM A JEEP
A Usiminas reforça a parceria com o grupo Fiat-Chrysler Automobiles (FCA) e será a principal fornecedora de aço para
a fábrica da Jeep no Brasil, localizada em Goiana-PE. Já a
Soluções Usiminas, especializada em transformação do aço,
prestará serviços no corte e estoque do produto, mediante
investimentos de R$ 63 milhões em sua unidade de Cabo de
Santo Agostinho (Complexo Industrial Portuário de Suape),
localizado a cerca de 100 quilômetros da Jeep. A matéria-prima terá como destino o Renegade, primeiro veículo da
montadora fabricado em solo brasileiro.
A parceria aumenta a integração da Usiminas com o setor
automotivo, a partir do desenvolvimento de novas tecnologias em aço e da especialização dos nossos
serviços. Estamos trabalhando fortemente para consolidar a liderança no atendimento a este mercado de
alto valor agregado�, afirma o presidente da Usiminas, Rômel Erwin de Souza.
Processos inteligentes
e Pessoal qualificado.
• Chapas Grossas e Extragrossas Classificadas
• Oxicorte de 6 a 500mm de Espessura
• Perfis Laminados I H U
• Perfis Soldados
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5 5
1 1
2 2 0 7 - 6 7 0 0
DESDE 1964
NOVA FÁBRICA DE FLANDERS NO RS
A Joint-venture em Coreanos e Brasileiros anunciaram a construção de uma
fábrica para produção de folhas de flanders, material utilizado em peças de arte
e embalagens de alimentos, dentre outras aplicações. A ideia é que esta, seja
construído no RS, pois o objetivo é o mercado brasileiro e do Mercosul.
Ainda estão a procura do local/município para instalação e o alvo é a proximidade do porto do RS. Estratégico na logística.
Serão cerca de 100 empregos diretos, fora os indiretos, desta que é a 2ª fábrica
no país desta linha. A empresa que chamará Nenzo Industrial S/A, estima um
investimento na ordem US$ 70 a 80 milhoes, para uma produção de 150 mil
toneladas ano.
A matéria-prima – aço estanhado - será importada da Coreia e o prazo de construção será de cerca de 2 anos.
Imagens: Divulgação
AUTOPEÇAS BRASILEIRAS NA ÁFRICA DO SUL
O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) participou pela primeira vez da Automechanika Johannesburg que aconteceu entre os dias 6 e 9 de maio, no Johannesburg Expo
Centre. A coordenação da participação brasileira coube ao programa Brasil
Auto Parts, parceria entre o Sindipeças e a Agência Brasileira de Promoção
de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para promoção comercial das
autopeças brasileiras. Para Antônio Carlos Bento, conselheiro do Sindipeças
responsável pela área de Feiras e Eventos, a Automechanika Joannesburg é
uma vitrine para os compradores de países africanos e também de outros
mercados. O mercado externo é muito importante para o nosso setor. Estamos num momento bastante
favorável ao fomento das exportações em virtude do desaquecimento do consumo interno e da desvalorização cambial.
Imagens: Divulgação
AÇO PARA BLINDAGEM
NA LAAD 2015
A siderúrgica SSAB mostrou durante
a Feira Internacional de Defesa e
Segurança
LAAD
2015 uma porta à
prova de balas desenvolvida com o
aço. O aço balístico
de alta resistência,
que visa atender a
demanda por segurança, é usado para
blindagem e também em veículos
de segurança, estruturas de portas e
paredes, bem como equipamentos
militares.
Informações: www.ssab.com.
TUPER CONTRATA REPRESENTANTES PARA
CONSTRUÇÃO CIVIL
A Tuper está buscando representantes
comerciais para o segmento de construção civil (residencial, comercial, industrial e serviços). Os profissionais
atuarão na venda de sistemas de coberturas, produtos para estruturas metálicas (perfis leves, pesados e especiais), sistema de lajes mistas e andaimes, além
de oferecer aos clientes apoio técnico nas áreas de engenharia e projetos.
Há vagas disponíveis para os estados do Mato Grosso, Espírito
Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entre os pré-requisitos estão
formação técnica (preferencialmente na área de engenharia
civil), experiência no ramo de aço voltado à construção civil,
empresa própria de representação comercial e experiência
com gestão de negócios. Os interessados em representar a
Tuper nas linhas de construção civil devem encaminhar seu
currículo por e-mail para [email protected]
CSN PRODUZ VERGALHÃO USANDO
PLACA DE ACIARIA LD
Uma mescla de equipamentos e processos consolidados no mercado siderúrgico internacional, aliada a novas tecnologias de fabricação de fio máquina com placas da aciaria LD, caracterizam a
infraestrutura da planta de aços longos da CSN. Um forno elétrico
a arco de ultra alta potência, equipado com três queimadores e
duas lanças supersônicas, lidera a área de aciaria de nova unidade
produtiva, integrada à usina Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ). Essa aproximação entre duas
rotas tecnológicas diferentes de produção de aço possibilitou a incorporação de diversas sinergias à
planta de longos. A aciaria, que é abastecida com 298 mil toneladas/ano de sucata reciclada e 127 mil
toneladas/ano de ferro-gusa, além de outros metálicos e fundentes, conta também com uma máquina
de lingotamento contínuo equipada com torre giratória, agitador eletromagnético e sistema de troca
rápida. A torre giratória possibilita menor tempo de sequenciamento entre corridas e de manobras da
ponte rolante.
RESÍDUOS QUE GERAM RECEITA
A ArcelorMittal Brasil reaproveitou cerca de 3,1 milhões de toneladas de resíduos industriais durante 2014, dando novos usos às
escórias, gases e outros coprodutos derivados do processo de produção do aço. A venda desses mais de 30 tipos de coprodutos gerou uma receita extra de R$180 milhões à empresa. Os principais
destinos dos materiais foram as indústrias de cimento e química.
Em 2015, a ArcelorMittal Brasil vai investir R$2,8 milhões em pesquisa e desenvolvimento de novas
aplicações para os resíduos, evitando o descarte no meio ambiente, economizando no uso dos recursos naturais e ainda gerando riqueza. Ao todo, serão 17 novas linhas de pesquisa, conduzidas em parceria com universidades federais, com o Núcleo de Pesquisas do grupo ArcelorMittal na Europa, com
clientes, além de sinergia interna entre as usinas.
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Imagem: TruBend
TRUMPF NA FEIMAFE
A TRUMPF deve mostrar aos visitantes da feira esculturas de aço cortada a laser. E, no processamento de
chapas metálicas, a empresa mostrará tecnologias de
corte a laser, dobra, puncionamento e marcação. A exposição Rota da Fama, um conjunto de esculturas de
aço cortadas a laser que integra o projeto The Portrait
Bench, de autoria da Sustrans, uma organização britânica não governamental que promove a mobilidade
sustentável. São ao todo 250 estátuas de celebridades
mundiais andando a pé ou em bicicletas, das quais 12
virão para o Brasil. A lista de personalidades expostas
no Brasil inclui Charles Chaplin e Mick Jagger. A 13ª estátua é brasileira e presta homenagem a Ayrton Senna, o nosso eterno tricampeão mundial de Fórmula 1.
Mais uma demonstração da excelência e qualidade de
acabamento que as máquinas TRUMPF conseguem alcançar, ressalta Visetti.
CONFIANÇA E QUALIDADE NA FABRICAÇÃO
DE CARROCERIAS DESDE 1946
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Imagem: Hyundai
MOTOR R22 VENCE O PRÊMIO MÁQUINA DO ANO 2015
Com apenas 15 meses após seu lançamento mundial na Agritechnica 2013, o motor R22 da FPT Industrial recebeu o primeiro
reconhecimento internacional. Na edição 2015 do SIMA (Show
Internacional de Agrobusiness realizado em Paris), o R22, que
equipa o trator compacto New Holland Boomer™ 54D, venceu o
prêmio “Máquina do Ano 2015” na categoria “Trator Compacto e
Especializado”. O New Holland Boomer™ 54D, vencedor recém-coroado na categoria “Compacto e Especializado”, apresenta o
motor R22 de três cilindros, solução da FPT Industrial para o setor
off-road que garante baixo consumo de combustível. A unidade
R22 turbinada tem uma configuração em linha, duas válvulas por
cilindro e sistema de injeção “Common Rail”, possibilitando uma potência de 53 cavalos e um torque
máximo de 180 Nm.
Informações: www.fptindustrial.com
LINHA DE BRITADORES CÔNICOS NA M&T EXPO 2015
Entre os dias 9 e 13 de junho, a Metso marca presença na M&T Expo 2015,
maior evento em negócios do setor de equipamentos para mineração e construção na América Latina. Um dos destaques que a empresa preparou para a
feira é a nova série de britadores cônicos Nordberg HP (High Performance),
que combina alto desempenho, elevada produtividade e baixos custos de
operação e desgaste.
O equipamento é ideal para a produção de agregados e para minas; etapas
de britagem secundária, terciária e de finos; além de aplicações estacionárias e móveis. Entre os principais benefícios da linha de britadores cônicos
Nordberg série HP da Metso, destacam-se a alta capacidade e rendimento,
manutenção fácil e custo-eficiente, flexibilidade de aplicação, facilidade de
operação e peças de desgaste originais (OEM) duráveis.
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• Revista do Aço
Imagem: Metso
ARMCO STACO PROMOVE WORKSHOPS SOBRE GALVANIZAÇÃO
A Armco Staco está organizando uma séria de workshops sobre Galvanização para
mostrar como é o processo, os benefícios da técnica, quais os requisitos ou preparos que podem melhorar o desempenho do procedimento, itens de conformidade
técnica, entre outras informações práticas. Voltado para profissionais que já atuam
no mercado de aço, as palestras têm apresentações teóricas e práticas, com visitas
às plantas industriais da Armco Staco, onde é possível acompanhar o processo de
galvanização ao vivo. Os workshops abordam ainda as diferentes aplicações do
método nos diversos estados do Brasil. O próximo encontro, acontece em 18 de agosto, na filial de Guarulhos (SP). Outras datas já estão sendo agendadas para o segundo semestre. Mas é preciso se inscrever
com antecedência através do telefone (11) 3728-3250 ou do email [email protected], pois as
vagas são limitadas.
Imagem: Divulgação
HYPERTHERM DESENVOLVE
PLATAFORMA ONLINE
A Hypertherm, referência em
equipamentos e tecnologias
para corte industrial, desenvolveu uma plataforma online
de educação. Denominada
Hypertherm Cutting Institute
(HCI), a ferramenta gratuita e
em português disponibiliza
grande quantidade de informações a respeito das tecnologias de corte e formas de reduzir o custo operacional, entre outros temas. Fernanda
Lemos, gerente de marketing na América do Sul da
Hypertherm explica que a ferramenta é dividida em
três áreas: E-learning, em que os cursos detalham
como os canais de venda da Hypertherm podem
melhorar o atendimento aos usuários finais; “Vídeos”,
com informações técnicas sobre diferentes assuntos,
como assistência remota, processos, tecnologia True
Hole™ (melhora a qualidade do furo em aço carbono) e introdução às soluções integradas de corte; e
Recursos, espaço para documentos que orientam
os usuários, como guias e checklists. A plataforma é
constantemente atualizada com assuntos de interesse dos usuários finais, a partir de informações fornecidas pelos nossos profissionais e canais de venda.
Para conhecer a HCI, acesse www.hypertherm.
com/HCI e selecione o seu idioma
DESEMPENHO DA GERDAU NO PRIMEIRO
TRIMESTRE
No primeiro trimestre a receita líquida consolidada
da Gerdau alcançou R$ 10,4 bilhões. O EBITDA do
atingiu R$ 1,1 bilhão, comparado com R$ 1,2 bilhão
no primeiro trimestre de 2014. A margem EBITDA
atingiu 10,4% no primeiro trimestre de 2015, abaixo
dos 11,3% alcançados no mesmo período de 2014,
refletindo, principalmente, a menor performance das
ONs Brasil e Minério de Ferro, parcialmente compensada pela maior performance da ON América do Norte. O lucro líquido foi de R$ 267 milhões no primeiro
trimestre de 2015. No primeiro trimestre desse ano,
os investimentos em CAPEX totalizaram R$ 612,3 milhões. A dívida líquida era de R$ 17,0 bilhões em 31
de março de 2015, representando 3,2 vezes o EBITDA
gerado nos últimos doze meses. A Gerdau S.A. deliberou o pagamento de dividendos, no montante de
R$ 101,2 milhões (R$ 0,06 por ação), referentes aos
resultados do primeiro trimestre, que serão pagos a
partir de 2 de junho de 2015.
SENSORES CONVIVEM COM PROCESSOS
DE SOLDA
Os sensores indutivos resistentes a áreas de
solda são projetados para uso em ambientes
severos da indústria metalmecanica, para ter
longa vida útil e aumentar a produtividade
na indústria que utiliza solda no seu processo
industrial. Os sensores indutivos resistentes a
áreas de solda Balluff podem ser montados em
pinças de solda, onde as correntes elétricas são
de até 125 kA/m. Já os sensores de proximidade indutivos Balluff devem realizar uma ampla
variedade de detecções e indicações em ambientes de solda. O acúmulo de respingos de
solda, elevadas temperaturas do ambiente e
os fortes campos eletromagnéticos emitidos
pelas máquinas de solda podem causar falsos
acionamentos e prejudicar a performance dos
sensores.
Informações: www.balluff.com.br
Imagens: Divulgação
PREVISÕES DO SETOR DE AUTOPEÇAS
O Sindipeças atualizou as previsões
de desempenho
do setor para este
ano e já trabalha
com perspectivas
também para 2016. O faturamento nominal
(não deflacionado) das cerca de quinhentas
empresas associadas deve cair 11,5% sobre o
registrado em 2014, para R$ 67,9 bilhões. No
ano que vem, pode haver recuperação, da ordem de 4%, devido principalmente aos efeitos
do Inovar-Auto, que estimula a produção local
de autopeças, e também ao câmbio, atualmente desfavorável à importação. Os investimentos
sofrem forte redução este ano, de cerca de 40%,
para US$ 830 milhões. Em 2016 crescem 2,4%,
para US$ 850 milhões.
Informações: http://www.sindipecas.org.br/
sindinews/Economia/Desempenho_Projecoes_2015_2016_Marco_2015_v3.pdf
Imagem: Divulgação
COBRE E OUTROS METAIS SOBEM COM
FRAQUEZA DO DÓLAR
O cobre e outros metais básicos operaram em alta no
mês de abril, favorecidos pela
tendência de desvalorização
do dólar desde que o Federal
Reserve (Fed, o banco central
dos EUA) sugeriu no fim do
mês que deve demorar mais para elevar os juros
básicos. “O comunicado do Fed claramente disse
ao mercado que as taxas baixas continuarão e enfraqueceu o dólar”, comentou Richard Fu, chefe de
negócios com commodities asiáticas da Newedge.
Para muitos investidores, o documento, que trouxe
uma perspectiva econômica mais pessimista para os
EUA, significa que o Fed não deverá começar a elevar juros na reunião de junho.
GRUPO TRUMPF EXPANDE SEUS NEGÓCIOS
NO REINO UNIDO
A fabricante de lasers SPI
Lasers - membro do Grupo
TRUMPF - adquire a empresa JK Lasers. Com quase 100
funcionários e vendas anuais
de 17,6 milhões de euros. A
JK Lasers era membro do
grupo GSI, com mais de 40
anos de experiência em desenvolvimento de lasers, seu core business é a fabricação de laser de fibra com potências de 100watts a 4 kilowatts, bem
como unidades de acoplamento para diferentes
fontes de feixes de lasers e componentes para a
guia dos raios. Entre os clientes mais importantes
da JK Lasers estão: os fabricantes de máquinas
para aplicações de corte a laser, impressoras 3D e
sistemas de deposição a laser.
MERCADO
Companhia Siderúrgica Nacional
escolhe ferramenta para
apoiar obras
indÚstria agiliZa O gerenciamentO de empreendimentOs cOm Ferramenta
de cOlaBOraçãO de dOcumentOs dispOniBiliZada em nuvem
por assessoria de imprensa CSN
Imagens: divulgação
C
om a expansão dos negócios de mineração, porto e fabricação de cimento da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), várias obras foram demandadas.
Com tantos empreendimentos em curso as áreas de projeto
naturalmente recebem uma gama de desenhos técnicos para
serem analisados e revisados até que cheguem a uma versão
estável e final. Nesse ponto, cabe à área de tecnologia da Informação buscar soluções que agreguem valor ao processo.
Sem um sistema de informação que gerenciasse a documentação em fase de obras de forma a atender aos fluxos de aprovação dos documentos, a CSN buscou uma solução que atendesse a essa premissa para os negócios de
mineração (Casa de Pedra e Namisa), cimentos (em Arcos)
e portuário (Itaguaí). A escolha, entre as propostas analisadas no mercado, se deu pelo Colaborativo, software fornecido pelo Construtivo, empresa especializada em soluções
para a gestão de projetos de engenharia.
O Construtivo fornece solução para gestão e processos
(começo, meio e fim) para o mercado de Engenharia, com
oferta 100% na nuvem e na modalidade de serviço (SaaS,
do inglês Software as a Service). Com um portfólio completo de soluções colaborativas e de computação gráfica,
a meta da companhia é manter-se em evidência entre os
18
• Revista do Aço
fornecedores de tecnologia para o mercado de engenharia civil e arquitetura, estimulando a realização de pesquisas acadêmicas focadas na melhoria da coordenação de
projetos e na qualidade das obras, além de expandir o uso
de sua aplicação para outros setores, como infraestrutura,
gerenciadores de obras, energia, varejo, entre outros.
“A CSN procurou uma solução que gerenciasse melhor
os documentos em fase de obras dos diversos empreendimentos em expansão. Diante do alto volume de projetos
futuros e em andamento, buscamos uma ferramenta de
colaboração na modalidade SaaS (Software as a Service)
para viabilizar a gestão de documentos nas unidades de
Casa de Pedra, Namisa, Arcos e Porto de Itaguaí, sem a necessidade de obter infraestrutura de TI e com a vantagem
da rapidez fornecida pela nuvem”, confirma o gerente de TI
da CSN, Márcio Ramalho.
Com a solução em operação, a integração entre os
profissionais que atuam nas áreas de projetos, coordenação e obras foi visível. O processo, que antes era
feito através de e-mail, ficava restrito ao responsável
que estivesse com o fluxo de aprovação do documento. Hoje, com o Colaborativo, a CSN tem uma base de
dados e repositório de documentos únicos, no qual
Mercado
Software oferece solução para gestão e processos para
engenharia
todos os funcionários envolvidos no projeto podem
ter acesso ao status das informações, ficando o controle de acesso ao documento em função do responsável
pelo estado de aprovação.
O presidente do Construtivo, Marcus Granadeiro, diz
que o fluxo de colaboração desenvolvido pela empresa
parte da premissa da aceleração do processo para que
os documentos sejam liberados para as obras. Dentre as
funcionalidades disponibilizadas está a notificação automática aos responsáveis, a possibilidade de comentários
simultâneos, a visualização do histórico dos documentos,
o controle de versão e revisão de maneira automática, a
funcionalidade de check-in e check-out de desenhos, a geração de relatórios e a visualização rápida de documentos,
sem a necessidade de fazer download, entre outros.
Para Granadeiro, todo o fluxo de informações estabelecido pelo Colaborativo confere aos projetos de engenharia o acompanhamento e cumprimento de prazos
conforme os padrões estabelecidos. “Estamos levando ao
mercado uma possibilidade de ter controle e agilidade
nos processos para que as obras sejam entregues nos
prazos”, acrescenta ele.
IDENTIFICAÇÃO RASTREABILIDADE
E CAPTURA DE DADOS
A KSA Tecnologia, com mais de 20 anos de experiência,
especializada em soluções de identificação automática e
captura de dados, ajuda seus clientes na automação de processos através do uso do código de barras e RFID, sendo focada em equipamentos, serviços e insumos para ambiente
industrial.
Atuando sempre na busca de melhores soluções, a KSA
Tecnologia apresenta uma solução inovadora para identificação de produtos siderúrgicos durante o processo
produtivo, através da utilização de código de barras em
etiquetas metálicas resistentes a altas temperaturas
(até 1.000°C) e a alguns processos, termo-químicos,
como decapagem, recozimento e limpeza, entre
outros.
www.ksa.com.br • [email protected] • (24) 3348 4995
Rua Altair Nogueira da Silva, 743 • São João • Volta Redonda/RJ
PERFIL
UNIVAL tem nova sede
em Guarulhos
empresa OFerece prOdutOs sOB medida cOnFOrme necessidade dOs clientes
Da Redação – [email protected]
Imagens: divulgação
E
specializada na comercialização de válvulas gaveta,
válvulas globo, válvulas retenção, válvulas borboleta, válvulas esfera, válvulas agulha, conexões (curva,
tê, redução, cap, cruzeta, niple, cotovelo), a Unival foi
fundada em fevereiro de 1986 na região central de São
Paulo. A supervisora de marketing da empresa, Marcelle Delfino, acrescenta ainda que a Unival também comercializa flanges SO, flanges WN, flanges cego, flanges
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• Revista do Aço
Roscado,flanges SW, flanges lap joint, flanges RTJ. “Todos
os nossos produtos são fabricados sob normas internacionais como ASTM, ASME, DIN, entre outras”.
Para oferecer um atendimento personalizado a seus
clientes, Marcelle explica que a Unival costuma oferecer
produtos de acordo com a necessidade. “Conseguimos
fazer desde a fabricação de tamanhos difíceis, até adaptação de atuadores nas válvulas tudo sob encomenda”,
Perfil
nada menos do que 800 mil peças, paletizados vertical e
regularmente em 13.000 metros -, Marcelle diz que a empresa injeta sistematicamente recursos na contratação
de pessoal altamente especializado e capaz de oferecer
pronto atendimento aos seus clientes, onde quer que
eles estejam no mapa do Brasil. “A Unival é representante
exclusiva do BTL Valve Group no Brasil, empresa interna-
explica. A Unival está localizada em Guarulhos e tem
certificação ISO9001:2008, CRCC Petrobras, além de seguir padrões de normas internacionais de construção.
Atualmente a empresa conta com mais de 120 colaboradores e atende prioritariamente os mercados de
siderurgia e mineração no país, além dos de celulose &
papel, açúcar & álcool, química & petroquímica, óleo &
gás, farmacêutico e de engenharia de montagem industrial, entre outros. “Devido ao período delicado da economia e mercado, nossas perspectivas são de manter
um crescimento sólido de até 5%”, revela a supervisora
de marketing da Unival.
“devidO aO períOdO
delicadO da ecOnOmia
e mercadO , nOssas
perspectivas sãO
de manter um
crescimentO sólidO
de atÉ
5%”
Para ampliar a “onipresença” no mercado, além de
investir em estoques acima da média de marcado - são
cionalmente renomada na fabricação de todos os tipos
de válvulas industriais em aço carbono, aço inox e aço
ligado de 1/2 a 72 polegadas”, esclarece.
Recentemente a Unival inaugurou uma nova sede,
na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, em que
atende consultas de empresas de todos os segmentos,
incluindo os grandes projetos. A empresa tem ainda
três filiais em lugares-chave próximos a usinas de aço e
a campos de mineração, onde mantém lojas de abastecimento contínuo, oferecendo desde produtos de maior
valor e alto grau de sofisticação, até itens de miscelânea,
para uso no dia a dia de uma manutenção, instaladas em
Serra (ES), Ipatinga (MG) e Cubatão (SP).
Revista do Aço •
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PRODUTO
SSAB lança nova marca
de aços de alta resistência
s trenX É uma nOva marca de açOs estruturais de alta resistÊncia que
aBre nOvas pOssiBilidades cOmpetitivas para Os clientes prOduZirem
prOdutOs mais FOrtes , leves e sustentÁveis
Da redação – [email protected]
Imagens: divulgação
O
Strenx é projetado para os setores em que a
alta resistência estrutural e a redução de peso
são fatores competitivos importantes, especialmente na
indústria de elevação de carga, movimentação e transporte. O Strenx também é ideal para agricultura, estruturas de
máquinas de grande porte, transporte ferroviário, setores
offshore e de construção. Agora, os clientes poderão projetar produtos mais competitivos e sustentáveis - guindastes com maior alcance, implementos com carga útil maior
e caminhões que economizam combustível.
Luiz Monegatto, gerente geral de vendas para América do Sul da SSAB, explica que o produto é um aço
24
• Revista do Aço
estrutural de alta resistência com portfolio mais completo do mercado, tanto com respeito ao range de espessuras (entre 0,7 e 160mm) como também quanto as
grades disponíveis (com limites de escoamento mínimo, de 600 a 1300mpa). “O Strenx surgiu da combinação do que havia de melhor de ambas as usinas, SSAB e
Ruukki”, afirma.
Ele acrescenta que além da oferta foi agregado à oferta todo o suporte comercial e técnico oferecido pela
SSAB, pequenos lotes, nossos três centros de distribuição no Brasil, orientação quanto ao processamento,
solda, conformação, corte e também a oportunidade
Produto
de um trabalho de desenvolvimento do projeto em
conjunto. “Outro ponto importante é a possibilidade
de se trabalhar não apenas com chapas, mas também
com tubos e perfis de alta resistência (entre 650 e
960mpa de limite de escoamento), em diversos tamanhos e formatos”, diz.
O Strenx possui variedade de aços estruturais de
alta resistência, tanto em termos de resistência como
em dimensões. Limites de escoamento que variam de
600 Mpa a 1300 Mpa tornam este o aço mais resistente do mercado. O Strenx está disponível em tubos,
bobinas e chapas em espessuras que variam de 0,7
mm a 160 mm. “Para os clientes, este é um produto totalmente original, uma vez que o Strenx agora
abrange as três marcas registradas de produtos, Optim, Weldox e Domex, bastante conhecidas da SSAB e
da antiga Ruukki. O Strenx incorpora os nossos mais
de 50 anos de experiência no ramo de aços de alta
resistência,” diz Gregoire Parenty, diretor de desenvolvimento de mercado na SSAB.
Uso diverso
O Strenx conta com a consistência de propriedades
garantida, serviços para auxiliar os negócios do cliente e
assistência permanente para melhorar o desempenho do
produto final. Monegatto diz que o Strenx permite aos
clientes melhorarem a performance de seu produto. “Hoje quando há uma necessidade de maior resistência num
projeto ou equipamento, a solução mais comum é de se
aumentar a espessura do material utilizado, aumentando
assim o peso do equipamento. Com Strenx e sua variada
oferta de grades (com limites de escoamento mínimo, de
600 a 1300mpa), o cliente pode manter a espessura atual,
utilizando de resistências maiores, como o Strenx 700 ou
mesmo 960”, explica.
Monegatto também acrescenta que o Strenx já é
aplicado não apenas no Brasil, mas mundialmente em
diversos setores. Nos equipamentos agrícolas onde
existe uma tendência de equipamentos maiores e mais
leves, que aumentem a produtividade do produtor
rural, existem projetos diversos como colheitadeiras,
pulverizadores, adubadoras, guindastes, implementos
rodoviários em geral. Quanto ao setor de construção,
vemos os mesmos benefícios em equipamentos móveis, guindastes, bombas de concreto, betoneiras, equipamentos de pavimentação etc.
O Strenx é o aço carbono estrutural de alta resistência e baixa liga, com portfólio mais completo do mercado, tanto com respeito ao range de espessuras (entre
0,7 e 160 mm) como também quanto as grades disponíveis (com limites de escoamento mínimo, de 600 a
1300mpa). “Mesmo em sua maior grade disponível, o
Strenx 1300, o material foi projetado para utilização em
aplicações severas, sendo conformado, soldado e com
alta tenacidade, quando comparado com aços de menor resistência”, relata Monegatto.
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O aço na
construção civil
O uso do aço proporcionou uma revolução nos padrões arquitetônicos,
não só pelo tamanho das estruturas que agora eram possíveis,
mas principalmente pelo melhor aproveitamento do espaço
Imagens: Andaime Tuper
Laura Calado
A
tualmente por onde se olha há aço. Largamente usado na construção civil, o aço pode estar presente como parte das obras ou
como material principal. Já é sabido e amplamente divulgado que o sistema construtivo em aço permite liberdade no projeto de arquitetura. Ele
oferece flexibilidade no projeto e compatibilidade com outros materiais
além do menor prazo de execução, racionalização de materiais e mão de
obra, alívio de carga nas fundações, garantia de qualidade, maior organização nos canteiros de obras e precisão construtiva.
De acordo com o Centro Brasileiro de Construção em Aço (CBCA),
a construção em aço representa atualmente cerca de 14% do universo
do setor de edificações. De acordo com o Instituto Aço Brasil, o consumo de aço para estruturas metálicas voltadas para a construção cresceu
6,4% entre 2013 e 2012. Em 2013, o setor dos fabricantes de estruturas de aço empregou aproximadamente 31 mil trabalhadores e faturou
cerca de R$ 9 bilhões. No período de 12 meses, houve um crescimento
de 1,4% da capacidade produtiva destas empresas em relação a 2012.
O nível de utilização dessa capacidade ficou em 73%. Os dados são da
pesquisa Perfil dos Fabricantes de Estruturas de Aço – 2014, realizada
pelo CBCA - Centro Brasileiro da Construção em Aço em parceria com a
ABCEM - Associação Brasileira da Construção Metálica, abrangendo um
universo de 166 empresas participantes.
Outra pesquisa realizada pelo CBCA e ABCEM pelo segundo ano
consecutivo com os fabricantes de telhas de aço e steel deck apresentou
para esse setor uma produção total em 2013 de cerca de 415 mil toneladas, representando 16,5% do mercado brasileiro de coberturas, com
60% de participação no segmento industrial e comercial. As telhas trapezoidais` e/ou onduladas foram responsáveis por aproximadamente
75% dessa produção.
Revista do Aço •
27
Imagem: Andaime Tuper
Capa
O segmento expressa também a preocupação com a
qualidade e conformidade com seus processos de produção: 70% das empresas mantém algum tipo de certificação. Considerando-se que o segmento residencial
representa cerca de 72% do mercado total de coberturas,
e que o aço ainda é inexpressivo nessa categoria, conclui-se que há um enorme potencial de crescimento nesse
importante mercado.
Pesquisa inédita realizada pelo CBCA em parceria
com o ICZ – Instituto de Metais Não Ferrosos em 2014,
“Cenário dos Fabricantes de Perfis Galvanizados” mostrou que o segmento apresentou uma produção total de
cerca de 36 mil toneladas de perfis para Light Steel Frame
em 2013, com capacidade produtiva instalada de 78 mil
toneladas. Já a produção total de perfis para Drywall no
mesmo período ficou em cerca de 69 mil toneladas, com
capacidade instalada de cerca de 123 mil toneladas.
Uso e vantagens
A presença do aço na construção só tem aumentado. São inúmeras as vantagens no uso desse material.
Maurício Giacomel, gerente comercial da Brafer, diz que a
presença da estrutura metálica na construção vem sendo
observada desde o século 18 e cada vez mais utilizada
28
• Revista do Aço
em projetos que possuem características técnicas distintas como pontes e viadutos com grandes distâncias entre
apoios, inovações arquitetônicas, prédios multiandares,
bem como demais itens específicos como estacas em
perfil laminado, coberturas, pontes rolantes etc. “Com
este significativo aumento da utilização do aço na construção, durante as décadas seguintes a sua introdução
no mercado, buscaram-se novas tecnologias para capacitação das usinas, como fabricação de perfis laminados,
bem como chapas laminadas a quente e a frio”, diz.
James Mauro, diretor de Unidade de Negócio da Tuper,
diz que o uso do aço na construção traz inúmeras vantagens. Além da já citada questão arquitetônica, modernidade, beleza e estética, ele lembra que o aço é 100% reciclável.
Para cada aplicação, há ainda vantagens específicas. Para
ele, com o uso de tubos de aço, por exemplo, é possível contabilizar ganhos econômicos já que eles resistem a grandes
cargas como estrutura metálica e suportam grandes volumes e pressões em aplicações como dutos. “Já na utilização
em indústrias alimentícias, de bebidas, químicas ou farmacêuticas, a higiene é certamente uma vantagem considerável ao se optar pelo uso do tubo de aço, por minimizar o
acúmulo de poeira”, elenca. Outro item importante lembrado por Mauro é o fato de os perfis de aço também serem
Capa
mais baratos, mais leves e resistentes no caso de estruturas.
“Nas coberturas metálicas (telhas) há um ganho econômico
e estético, rigidez e durabilidade”. Ele diz que os produtos
feitos pela Tuper possuem certificado de origem. “Os andaimes Tuper, por exemplo, se destacam pela segurança e
Giacomel diz que a Brafer está há 39 anos no mercado
nacional e internacional e oferece uma série de produto
no fornecimento e montagem de estruturas metálicas
específicos para diversas áreas como siderurgia e mineração; papel e celulose; energia; obras especiais; edifícios;
Imagem: Piperack Brasfer
qualidade e são certificados de acordo com a NR 18”, atesta.
galpões, óleo e gás e telecomunicações: Postes e torres
que também podem ser adquiridas sob encomenda
metálicas para suporte de antenas de telecomunicações
para projetos especiais.
Menegotto destaca ainda que prédios habitacionais
com alturas de 30 a 120 metros.
Tipos usados
utilizam muito os perfis I laminados e pontes e viadutos
Existem diversos materiais produzidos pelas usi-
costumam fazer uso de chapas grossas, “normalmente
nas nacionais com grande utilidade em obras indus-
com qualidade de materiais resistente a corrosão, a fim
triais de estrutura metálica. Modesto Menegotto,
de aumentar a vida útil da estrutura”.
gerente de Suprimentos da Brafer, lembra que as
James Mauro, diretor de Unidade de Negócio da Tu-
mais comuns são bobinas de aço, chapas grossas,
per, diz que o portfólio de produtos da empresa con-
perfis laminados (perfis I, perfis U, cantoneiras,
templa soluções para diferentes aplicações em sistemas
barras redondas, barras chatas, entre outro). “Esses
construtivos, desde tubos para fundação e estaquea-
materiais são produzidos pelas usinas em aços es-
mento até os mais modernos sistemas de coberturas me-
truturais principalmente nas qualidades ASTM A36 e
tálicas. “Além de tubos estruturais e de condução pretos
ASTMA 572G50. Para projetos especiais existe a op-
e galvanizados, fornecemos eletrodutos, chapas de aço,
ção de aços estruturais patináveis (resistentes a cor-
perfis estruturais, escoras metálicas, sistema de lajes mis-
rosão), ASTM A588”, descreve. Ele lembra ainda que
tas nervuradas e andaimes”, relata. Ele acrescenta ainda
existem outras normas específicas de cada usina
que nos prédios habitacionais e comerciais, é comum
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• Etc.
Capa
promissores para a economia”, diz James Mauro, diretor
de Unidade de Negócio da Tuper. Além disso, ele diz que
a empresa também desenvolve projetos especiais em
conjunto com clientes parceiros, feitos sob medida para
as necessidades do setor.
Imagem: Brasfer
Imagem: Divulgação
também o uso de escoras metálicas e as lajes mistas
nervuradas, ambas patenteadas pela Tuper, além dos andaimes e tubos de condução para redes de combate a
incêndio. No caso de obras estruturais, como pontes, viadutos, passarelas, a empresa fornece tubos helicoidais,
tubos estruturais, perfis e andaimes.
Luiz Carlos Caggiano, vice-presidente da Brafer, concorda que o setor de construção civil esteve bem ativo nos
últimos anos, mas lembra que o setor, como a Brafer, tiveram crescimento constante até a crise de 2008, voltando a
crescer em 2010, tendo seu ápice em 2014.
James Mauro
A caldeira Klabin com Pipe Rack, pontes Vale (na região norte), arenas olímpicas Handball e Deodoro Rio de
Janeiro, estruturas Angra III, entre outras. “Nossas perspectivas são as do nosso País, crises, como 2008 e agora,
principalmente com falta de trabalho, nos faz sair da zona
de conforto e nos força a pensar seriamente em aumento
da competitividade’, sinaliza. Ele acrescenta que com a
escassez de obras industriais de grande porte, principalmente nos setores de mineração, siderurgia e óleo e gás,
a empresa migrou os objetivos para obras civis de menor
porte, obras de infraestrutura, torres para linhas de transmissão, telecomunicação e serviços.
A Tuper aposta no mix de produtos. “Embora a perspectiva geral do setor seja de baixa nos negócios, mais
do que produtos, ofertamos soluções completas para
nossos clientes, o que nos torna referência no fornecimento para o setor da construção civil e nos permite
manter boas expectativas mesmo em períodos não tão
30
• Revista do Aço
Atenta às oportunidades e demandas de mercado,
José Mauro diz que a Tuper pretende contribuir de forma significativa para impulsionar o setor do aço no Brasil. As áreas de Engenharia e de Pesquisa e Desenvolvimento contam com a parceria de centros de pesquisas,
“
... eXistem diversOs
materiais prOduZidOs
pelas usinas naciOnais
cOm grande utilidade
em OBras industriais
de estrutura metÁlica “
universidades nacionais e internacionais, entidades representativas e empresas líderes mundiais em tecnologia. “Para o setor da construção civil, um dos destaques
é o sistema de Lajes Mistas Nervuradas que substituem
os modelos convencionais de lajes e trazem vantagens
econômicas e estruturais”, explica. Ele diz ainda que os
andaimes são baseados nas normas europeias de fabricação, como a EN 12811, e também respeitam as exigências brasileiras impostas pela NR-18, que regulamenta
as condições e o meio ambiente de trabalho na indústria da construção, incluindo andaimes e plataformas, e
determina os requisitos de segurança no trabalho, e da
ABNT NBR 6494, que trata da segurança das estruturas.
“Estamos aptos e focados também no fornecimento de
tubos estruturais para uso como estacas, em substituição a perfis laminados e estacas de concreto”.
Imagem: Divulgação
Capa
Capa
Imagem: Divulgação
escoras desenvolvidas pela Tuper
...as estruturas metÁlicas
pOdem ser aplicadas em
diversas Fases da OBra ...
Podem ser usadas em pórticos, passarelas, arenas, aeroportos, shoppings, galpões fabris, centros
de distribuição, edifícios entre outros. As estruturas metálicas são usadas também quando há a
32
• Revista do Aço
Votorantim entrega aço sob medida
A Votorantim Siderurgia atua na fabricação
e comercialização de
aços longos. A empresa oferece vergalhões
em diferentes formatos
para a construção civil e
aprimora serviços para
o setor. Por meio de sua
marca, Votoraço, a siderúrgica fabrica vergalhões em
diferentes formatos (Votoraço VS 25, 50 e 60) para
aplicação em concreto armado, arames recozidos,
telas eletrosoldadas e armaduras treliçadas.
Além da entrega de produtos em barras retas, a
empresa também oferece vergalhões customizados
de acordo com as especificações de cada projeto de
construção. A entrega de aços sob medida é feita por
meio do sistema Obra Fácil, na qual a empresa registra todas as linhas do projeto de construção na planta
e produz peças de aços longos cortados e dobrados,
em diferentes medidas, adequadas à cada parte da
obra do cliente.
O serviço Obra Fácil tem sido cada vez mais demandado pelos engenheiros pelos ganhos de eficiência e
de redução de custos no canteiro da obra. Por meio
de uma entrega mais ágil de aços nos tamanho e
medidas de cada parte da construção, o engenheiro
consegue melhores condições para cumprir todo o seu
cronograma na obra.
Por meio da excelência dos processos internos, aprimoramento de softwares e treinamento de equipes
técnicas, a Votorantim Siderurgia tem conseguido se
destacar no apoio aos engenheiros em obter maior
eficiência no desenvolvimento da obra. As equipes
de análise técnica de obras da empresa atuam no
acompanhamento personalizado da execução do
projeto, desde a solicitação do pedido do cliente até
a aplicação do material no canteiro de obra.
Com esses diferenciais, a empresa tem conseguido
aumentar o seu poder de fidelização de clientes,
principalmente na grande São Paulo. “Soluções que
tragam maiores ganhos de eficiência no canteiro de
obra são cada vez importantes para o mercado de
construção civil e tornam-se ainda mais relevantes
diante do contexto econômico atual”, afirma o gerente
geral de vendas e marketing da Votorantim Siderurgia, Fernando Passos.
Imagem: Votorantim
Usos
James Mauro diz que as estruturas metálicas podem
ser aplicadas em diversas fases da obra, como fundações,
pilares, tesouras em aço, terças metálicas, coberturas e estruturas de sustentação ou espaciais.
necessidade de agilidade na construção ou em obras
sustentáveis. Também são aplicáveis para a redução
de custos, para dar mais funcionalidade à obra e beleza arquitetônica.
Capa
Algumas vantagens do uso de
aço no sistema construtivo
E
strutura metálica aparente ou revestida? Essa é a
primeira decisão que o arquiteto deve tomar ao
trabalhar com estrutura de aço. Ao contrário do que
muitos possam pensar, a maior parte das obras em aço
existentes no exterior são realizadas com o aço revestido. Essa solução, que pode significar redução nos custos
de pintura e proteção contra incêndios, deve ser adotada quando o que importa são as inúmeras vantagens do
aço como material estrutural e não a “estética do aço”.
Cabe ao profissional definir qual a solução mais adequada para cada obra. Nessa etapa do projeto é interessante
uma consulta a um calculista que poderá orientar sobre
as melhores alternativas.
Diante das inúmeras possibilidades, Mauricio Giacomel, gerente comercial da Brafer lista alguns benefícios
que a estrutura metálica traz ao processo construtivo
convencional:
• Prazo de Execução: A atividade de fabricação
das estruturas metálicas, visto que produzidas em fabrica específica, poderá ser realizada de forma paralela à construção das fundações no canteiro de obras,
proporcionando a execução de etapas de forma simultânea. A montagem das estruturas no canteiro ocorre
de forma paralela as demais atividades e com prazo
inferior a 30% do necessário para construção em concreto convencional.
• Arquitetura: A utilização do aço proporciona ao
arquiteto novas possibilidades com a construção de
projetos antes nunca viáveis devido a baixa resistência
à tração do concreto.
• Área de utilização: Muito importante em espaços limitados, as dimensões de colunas e/ou vigas em Aço são
na maioria dos casos muito menores que em concreto,
traduzindo em maior área de utilização do projeto.
• Retrofit: Sempre que necessário em um empreendimento existente, as alterações e reformas em construções
convencionais são extremamente desgastantes técnica e
comercialmente. Quando utilizamos estruturas em Aço
para estes tipos de modificações, normalmente temos
menos impactos na estrutura existente e caso necessário a troca de um elemento estrutural, a utilização do
Aço se mostra em 99% dos casos mas adaptável.
Capa
Outras vantagens no uso do aço
* Liberdade no projeto de arquitetura - A tecnologia do
aço confere aos arquitetos total liberdade criadora, permitindo a elaboração de projetos arrojados e de expressão arquitetônica marcante.
* Maior área útil - As seções dos pilares e vigas de aço
são substancialmente mais esbeltas do que as equivalentes em concreto, resultando em melhor aproveitamento do
espaço interno e aumento da área útil, fator muito importante principalmente em garagens.
* Flexibilidade - A estrutura metálica mostra-se especialmente indicada nos casos onde há necessidade de adaptações, ampliações, reformas e mudança de ocupação de
edifícios. Além disso, torna mais fácil a passagem de utilidades como água, ar condicionado, eletricidade, esgoto,
telefonia, informática etc.
* Compatibilidade com outros materiais - O sistema construtivo em aço é perfeitamente compatível com qualquer tipo
de material de fechamento, tanto vertical como horizontal,
admitindo desde os mais convencionais (tijolos e blocos, lajes
moldadas in loco) até componentes pré-fabricados (lajes e
painéis de concreto, painéis “drywall”, etc).
* Menor prazo de execução- A fabricação da estrutura em
paralelo com a execução das fundações, a possibilidade
de se trabalhar em diversas frentes de serviços simultaneamente, a diminuição de formas e escoramentos e o fato
da montagem da estrutura não ser afetada pela ocorrência de chuvas, pode levar a uma redução de até 40% no
tempo de execução quando comparado com os processos
convencionais.
* Racionalização de materiais e mão de obra- Numa
obra, através de processos convencionais, o desperdício de
materiais pode chegar a 25% em peso. A estrutura metálica
possibilita a adoção de sistemas industrializados, fazendo
com que o desperdício seja sensivelmente reduzido.
• Construções mistas: Mesmo em estrutura em
Estrutura metálica, há a possibilidade de utilização
de elementos de fechamento, lajes, etc de forma
mista, com utilização de elementos comuns a componentes pré-moldados como Drywall, painéis de
concreto e esquadrias.
• Diminuição no peso das cargas estruturais: A
estrutura metálica é significativamente mais leve que o
concreto, desta forma, para cálculo de fundações é expressamente mais econômica a execução quando a estrutura é feita em Aço. Considerando que estes serviços
34
• Revista do Aço
* Alívio de carga nas fundações - Por serem mais leves,
as estruturas metálicas podem reduzir em até 30% o custo
das fundações.
* Garantia de qualidade - A fabricação de uma estrutura
metálica ocorre dentro de uma indústria e conta com mão
de obra altamente qualificada, o que dá ao cliente a garantia de uma obra com qualidade superior devido ao rígido controle existente durante todo o processo industrial.
* Antecipação do ganho - Em função da maior velocidade de execução da obra, haverá um ganho adicional
pela ocupação antecipada do imóvel e pela rapidez no
retorno do capital investido.
* Organização do canteiro de obras - Como a estrutura metálica é totalmente pré-fabricada, há uma melhor organização do canteiro devido entre outros à ausência de grandes
depósitos de areia, brita, cimento, madeiras e ferragens, reduzindo também o inevitável desperdício desses materiais.
O ambiente limpo com menor geração de entulho, oferece
ainda melhores condições de segurança ao trabalhador contribuindo para a redução dos acidentes na obra.
* Reciclabilidade - O aço é 100% reciclável e as estruturas podem ser desmontadas e reaproveitadas.
* Preservação do meio ambiente - A estrutura metálica é
menos agressiva ao meio ambiente pois além de reduzir
o consumo de madeira na obra, diminui a emissão de material particulado e poluição sonora geradas pelas serras
e outros equipamentos destinados a trabalhar a madeira.
* Precisão construtiva - Enquanto nas estruturas de concreto a precisão é medida em centímetros, numa estrutura
metálica a unidade empregada é o milímetro. Isso garante
uma estrutura perfeitamente aprumada e nivelada, facilitando atividades como o assentamento de esquadrias,
instalação de elevadores, bem como redução no custo dos
materiais de revestimento.
de escavação ocorrerem em solos diversos, a diferença
no custo entre a carga em estruturas metálicas e a convencional, podem chegar a 35% a menor.
• Sustentabilidade (Materiais e Mão de Obra): A
construção metálica, diferentemente da convencional
em concreto e demais elementos, é constituída de materiais e produção industrializados, que diretamente resulta
em economia de materiais e principalmente diminuição
dos desperdícios em campo. Quanto a fabricação em aço,
o desperdício ou sobra de material é de 7%, contra 25%
em média no sistema convencional de construção. Muito
Capa
mais evidente quando em situações específicas como
construção de grandes empreendimentos como portos,
aeroportos e obras do tipo. Adicionalmente, o aço é um
material 100% reciclável, portanto esta perda apresentada pode ser vendida como sucata e transformada em
material utilizável novamente.
• Garantia de Qualidade e Segurança: Sendo que a
fabricação das estruturas metálicas ocorre em ambientes controlados, é muito mais exequível o controle de
qualidade e segurança dos processos e atividades. Normalmente reguladas por Normas técnicas brasileiras e internacionais, as estruturas em Aço passam por inúmeras
verificações técnicas que permitem à ótima trabalhabilidade e consequente qualidade dos serviços.
• Valor econômico: Diante de uma redução no prazo da obra e consequente entrega do empreendimento
antes do prazo previsto, há a possibilidade de previa utilização do espaço. Este prazo de tempo ganho traduz em
retorno imediato ao investidor, objeto principal do empreendimento.
• Espaço de trabalho: Diante de um sequenciamento de fabricação e portanto montagem das estruturas,
não se mostra necessário, salvo em empreendimentos
específicos, a utilização de grandes espaços para armazenamento e pré-montagem das estruturas. Este espaço adicional certamente necessário para estoque de
areia,brita, cimento e demais materiais convencionais,
está cada vez mais escasso visto os terrenos e localizações dos empreendimentos. Fato realmente mais evidente em shopping centers, mercado, centro de convenções, postos de gasolina, e outros espaços situados em
grandes centros operacionais.
ARTIGO
Aços de Alta Resistência
Caracteristicas e Aplicação
1
e
t
r
a
P
João Francisco Batista Pereira
Gleyder Oliveira Bustamante
Rafael Fagundes Ferreira
Imagens: Divulgação
N
os últimos anos a indústria automotiva tem
evoluído de forma significativa em relação à
preservação ambiental (redução da emissão de CO 2)
e com respeito à segurança veicular. A Usiminas, alinhada com esse direcionamento, tem realizado diversos estudos visando obter novos produtos de alta resistência mecânica que possibilitem a redução
do peso dos veículos e diminuição do consumo de
combustível, além do aumento da segurança.
O aço TRIP, desenvolvido recentemente e comercializado pela Usiminas, é um exemplo dessa nova geração
36
• Revista do Aço
de produtos avançados, que conciliam alta resistência
mecânica e alta capacidade de conformação.
O trabalho apresenta as características do aço TRIP desenvolvido pela Usiminas assim como os resultados de aplicação em peças automotivas da Fiat Chrysler Automobiles.
A indústria automotiva, por força de uma legislação cada
vez mais restritiva, tem buscado o aumento da segurança
veicular e também a redução da emissão de CO2, através de
melhorias, tais como: maior eficiência dos motores, melhor
aerodinâmica e diminuição de peso do veículo. Em sintonia
com as novas tendências, a Usiminas mantém um programa
Artigo
de desenvolvimento de aços de alta resistência mecânica que
ASPECTOS TEÓRICOS
possibilitam a utilização de peças de menor espessura, contri1. As novas tendências na construção
buindo assim, para a redução de peso nos veículos.
automotiva
Os aços TRIP, desenvolvidos na Usiminas ao longo dos
Várias considerações direcionam a seleção de mateúltimos 10 anos homologados recentemente pela Fiat
riais na construção automotiva. A seleção é feita de forma
Chrysler Automobiles, se enquadram nessa perspectiva.
a preencher, da forma mais eficiente possível, requisitos
Esses materiais oferecem uma combinação de propriecomo: segurança, eficiência no consumo de combustíveis,
dades bastante interessante. Eles representam um passo
desempenho ecológico, manufatura, durabilidade etc. Em
significativo ao encontro do ideal do leve e resistente,
relação à segurança, o desempenho em testes de impacto
pois permitem produzir componentes de menor espesé o principal requisito na escolha dos aços. Nesses testes, os
sura em substituição de outros, mas com propriedades
aços devem atender aos requisitos de duas zonas distintas,
de conformação iguais ou superiores. De fato, a baixa
identificadas na figura 1.
capacidade de conformação sempre foi o fator limitador
do uso de materiais mais resistentes.
Um aumento de resistência mecânica é geralmente acompanhado de
uma redução na ductilidade. Atenuando esse efeito, os aços TRIP
oferecem hoje um vasto campo de
aplicação.
O trabalho apresenta as características do aço TRIP desenvolvido pela
Usiminas assim como os resultados de
aplicação em peças automotivas da
Fiat Chrysler Automobiles.
Figura 1. Tendências na construção automotiva.
Artigo
O compartimento dos passageiros, designado como
zona de segurança, é projetado para proteger os passageiros em eventos de baixa ou alta velocidade de impacto; a estrutura deve prevenir qualquer deformação ou
intrusão que poderia comprometer a zona de segurança
e interferir com o espaço ao redor dos passageiros. As zonas de deformação, localizadas na frente e na traseira do
veículo, são projetadas para absorver a maior quantidade
possível da energia de impacto no evento de uma colisão
frontal ou traseira. Pela absorção da energia, a zona de
deformação irá amortecer o impacto e ajudar a preservar
a estrutura do compartimento de passageiros.
Claramente, as propriedades mecânicas requeridas
em uma aplicação guiam a escolha do tipo correto de
aço. No caso particular do aço TRIP, como se verá, ele é
normalmente aplicado nas zonas de deformação, as
quais, em um evento de colisão, devem se deformar absorvendo boa parte da energia de impacto.
transformação de fase no estado sólido, pelo efeito
termodinâmico da tensão aplicada e pelo efeito catalítico da produção de novos defeitos quando da deformação plástica.
Uma distinção é feita entre transformação assistida por tensão (stress-assisted transformation), na qual
a nucleação da martensita ocorre nos mesmos locais
responsáveis pela transformação espontânea no decorrer do resfriamento, e transformação induzida pela
deformação (strain-assisted transformation), na qual a
martensita é nucleada sobre os novos locais criados
na deformação plástica, figura 2.
2. O efeito TRIP
O efeito TRIP pode ser definido como uma transformação de fase provocada por uma deformação
plástica macroscópica. Este efeito é conhecido desde
os anos 50, e foi primeiramente estudado por Zackay
et al, citado por Moutinho, nos aços inoxidáveis austeníticos metaestáveis de alta resistência, e fortemente
ligados ao cromo, níquel, molibdênio e silício.
Os aços multifásicos com efeito TRIP apresentam
a particularidade da austenita se transformar em
martensita no decorrer da deformação plástica. Essa
transformação proporciona, simultaneamente, uma
ductilidade crescente, associada a uma elevada resistência mecânica. A importância dessa transformação
é dupla: primeiramente provoca um efeito de endurecimento estático causado pelo surgimento de uma
fase dura, a martensita e, simultaneamente, provoca um amaciamento dinâmico graças à própria
transformação e ao fato de que ela mesma provoca
uma deformação suplementar.
Segundo Olson e Cohen, citados por Moutinho, uma deformação pode estimular a cinética de
38
• Revista do Aço
Figura 2. Variação da tensão a ser aplicada para provocar a transformação martensitica, em função da temperatura.
Mas é a temperatura na qual a transformação martensítica se inicia espontaneamente após resfriamento
desde o campo austenítico. É possível provocar a transformação martensítica a uma temperatura superior a Ms,
fornecendo um acréscimo suplementar à força motriz da
transformação sob a forma de energia mecânica. Com isso a tensão a ser aplicada para produzir a transformação
Artigo
martensítica aumenta quando a temperatura aumenta.
Isso ocorre até que seja atingido o limite de elasticidade
da austenita (sa) à temperatura Msσ. Para temperaturas inferiores a Msσ, a transformação ocorre antes do início da
deformação plástica da austenita. Acima da temperatura
Msσ há uma mudança de regime: nesse caso a austenita deforma-se plasticamente antes da transformação ser
estimulada mecanicamente. Ao se atingir a temperatura
Md, a tensão necessária para deformar a austenita torna-se tão elevada que é praticamente impossível provocar
a sua deformação. Assim, Md é definida como a temperatura acima da qual a transformação y-α’ não pode ser
induzida mecanicamente.
Consideremos a variação da energia livre da austenita
e da martensita para diferentes temperaturas, figura 3.
Para se formar martensita espontaneamente, é necessário um sobreresfriamento até a temperatura Ms o que
implica uma energia de ativação ΔGMsγ->α. À temperatura
T1, a energia de ativação não é suficiente para induzir a
transformação. Falta uma energia U’ em relação à força
motriz mínima ΔGMsγ->α. U’ pode ser fornecida externamente ao material sob a forma de uma energia mecânica
no caso do efeito TRIP.
Suponhamos agora, que graças ao ajuste dos elementos de liga gamagêneos, seja possível estabilizar
a austenita à temperatura ambiente. Isto significa que
a variação da energia livre de Gibbs, ΔGMsγ->α’, não será
Figura 3. Energia livre da martensita e austenita puras
para diferentes temperaturas.
uma força motriz suficiente para provocar a transformação no decorrer do resfriamento, ou que a temperatura na qual se dá início a transformação martensítica é
inferior a temperatura ambiente. Devido ao seu efeito
termodinâmico, a tensão aplicada permite então que a
transformação se produza devido ao complemento de
força motriz por ela cedido.
Artigo
Tabela 1. Composição química (%peso)
C
(max.)
Si
(max.)
0,30
2,2
(Ni + Cr + Mo) < 1,5%
Mn
(max.)
S
(max.)
P
(max.)
Al
(min.)
Cu
(max.)
2,5
0,015
0,090
0,010
0,20
Figura 4. Desenho esquemático do processo de recozimento contínuo do aço TRIP.
biente, uma pequena energia de ativação complemen-
CARACTERÍSTICAS DO AÇO TRIP
PRODUZIDO NA USIMINAS
tar (provocada por uma tensão elástica) é suficiente para
O aço TRIP é o resultado da combinação de um proje-
provocar a transformação. Ao contrário, se Ms é bastante
to de liga e um processo de fabricação adequados. Essa
inferior à temperatura ambiente, então é necessário en-
combinação conduz a uma microestrutura que, em última
trar no domínio plástico para atingir a tensão que permi-
análise, é a responsável pelas propriedades do material. A
te fornecer o complemento de energia de ativação sufi-
Usiminas desenvolveu o aço TRIP nos graus 700 e 780. A
ciente para ocorrer a transformação.
composição química básica e o processo esquemático de
Se a temperatura Ms se aproxima da temperatura am-
Como tal, é necessário controlar a estabilidade da
austenita controlando a temperatura Ms em relação a
temperatura de trabalho na conformação do material, de
modo a acentuar o efeito TRIP.
recozimento contínuo são mostrados, respectivamente,
na tabela 1 e figura 4.
Os principais elementos presentes no aço TRIP produzido pela Usiminas são C, Si e Mn. Desses elementos,
Artigo
Tabela 3. Propriedades mecânicas a tração típicas
C e Mn são gamagêneos, isto é, retardam a transforma-
igualdade de valores em relação às diferentes direções
ção g-> a aumentando a estabilidade da austenita. Já o
da chapa (0º, 45º e 90°), assegura um comportamento
Si é estabilizador da ferrita e está presente para promo-
quase isotrópico do material em relação à capacidade de
ver a reação bainítica. Nessa reação ocorre a rejeição do
encruamento, criando facilidade adicional para o posi-
carbono para a austenita, aumentando sua estabilidade
cionamento de blanks.
e inibindo a precipitação da cementita. Com isso o fluxo
Ainda sobre as propriedades do aço TRIP, o alto valor
de carbono na ferrita é menor, contribuindo para uma
BH é uma característica bastante importante desse aço.
austenita mais estável.
Esse parâmetro caracteriza o aumento adicional da resis-
De acordo com o ciclo térmico, figura 4, o material é
aquecido até o campo g+a, e resfriado até a temperatura
de transformação bainítica. Nessa temperatura, a austenita se transforma parcialmente em bainita rejeitando
carbono para a austenita remanescente. Um novo resfriamento acelerado até a temperatura ambiente, assegura
uma microestrutura constituída de ferrita, bainita e austenita retida. É essa austenita remanescente metaestável
tência mecânica devido ao envelhecimento por deformação quando a carroceria do veículo é levada à estufa
para a cura da pintura.
Contrariamente aos aços Bake Hardenable, cujo aumento da resistência tende a diminuir com o aumento
da deformação, nos aços TRIP esse parâmetro tende a aumentar com o aumento da deformação, figura 5[3].
que dará origem à martensita durante a conformação em
mecanismo como o descrito nas figuras 2 e 3.
A distribuição das fases presentes no aço TRIP780 é
apresentada na tabela 2.
Tabela 2
Análise metalográfica típica do aço TRIP780 (%)
Ferrita
Martensita
Austenita
Outros(1)
27
5,7
13,9(2)
53,4
(1) Bainita, carbonetos e perlita (2) Teor de carbono = 1,3%
Figura 5. Influência da deformação no valor BH de aços[3].
A explicação para o fenômeno é que sobram deslocações livres (ou com pouco carbono) no aço TRIP
São características do aço TRIP, a presença de auste-
no interior dos grãos de ferrita, o que faz com que
nita retida de alto teor em carbono e uma porcentagem
o aumento do limite de escoamento seja pequeno
elevada de bainita.
para baixa deformação. À medida que alguma defor-
Com relação às propriedades mecânicas, Tabela 3,
mação é aplicada as deslocações que estão na inter-
observa-se que a característica principal desse material
face ferrita/martensita são liberadas e escorregam
é a elevada ductilidade, caracterizada pelo alto alonga-
em direção ao interior dos grãos de ferrita, tornando
mento total. O coeficiente de encruamento, valor n, é ou-
a distribuição de deslocações mais uniforme. Com o
tra propriedade interessante. Além do alto valor, a quase
tratamento de envelhecimento, o carbono também
42
• Revista do Aço
Artigo
se distribui mais uniformemente entre as deslocações, ancorando-as todas, o que resulta em um
aumento do valor BH. No material BH tradicional,
com o aumento adicional da pré-deformação,
novas deslocações são introduzidas e o bloqueio
torna-se menos efetivo em função do teor limitado de carbono em solução sólida.
Uma propriedade que tem assumido destaque especial nos aços de alta resistência é capacidade de estiramento de flange/borda, visto a presença frequente
desse modo de deformação na estampagem de peças
estruturais e sua correlação com a vida em fadiga e o
comportamento à fratura. O ensaio de expansão de furo é o teste laboratorial que melhor expõe o material
a este modo de deformação e, por isso, em conjunto
com as propriedades mecânicas em tração, tem sido
bastante utilizado para a previsão do comportamento
durante estampagem desses aços.
Figura 6. Resultados médios de expansão cônica de furo para
o aço TRIP780 e DP780.
A figura 6 apresenta resultados médios de expansão cônica de furo, ECF, do aço TRIP780 em comparação com o aço DP780. Os ensaios foram realizados
com furos puncionados com folga de corte de 12%,
norma ISO/TS 16630:2003. O melhor resultado de ECF
no aço TRIP é atribuído à presença mais significativa
da bainita nesses aços do que nos aços Dual Phase, o
que contrabalança a diferença de resistência entre fases, responsável por criar caminhos preferenciais para
Continua na próxima edição
propagação de trincas.
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RECICLAGEM
Métodos para aumentar o
valor agregado dos metais
diante de um mercadO que cOntinua estagnadO , Os recicladOres prOcuram
aumentar sua carteira de clientes
Fonte: assessoria de comunicação Tomra
Imagens: divulgação
O
mercado de produtos acabados de metais também enfrenta grandes desafios: o mercado entrando em recessão enquanto os preços da matéria-prima
aumentam. Estes desafios impulsionam as empresas a
procurar formas alternativas de crescimento e gestão para
aumentar o número de clientes e, em última análise, sua
margem de lucro, podendo optar pela substituição da matéria-prima secundária.
Aproximadamente 11,7% do Resíduo Urbano gerado
são metais. A maioria deles são embalagens: latas fabricadas de ferro, zinco, estanho, aço e alumínio. Além disso, devemos adicionar os metais procedentes de veículos fora de
uso (VFU), eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos. .
Como exemplo, o Brasil reciclou 540 mil toneladas
de alumínio em 2013. Cerca de 40% de todo material
recuperado, corresponde a latas, no qual Brasil se posiciona como líder mundial alcançando uma taxa de
recuperação de 97,9%, segundo estatísticas de Associação Brasileira de Alumínio (Abal). Os demais 60%
corresponde a outros segmentos (como esquadrias
de janelas, carcaças de automóveis, entre outros). Por
tanto, ainda que a recuperação de alumínio siga por
um bom caminho, o grande desafio para o setor de recuperação de metais no Brasil é conseguir uma separação eficaz e moderna de todos os metais.
Oportunidades de negócio
TOMRA Sorting Recycling observou um aumento significativo do número de empresas que entraram em contato conosco nos últimos 6 meses para saber mais sobre
como separar cobre e latão a partir de uma mistura de metais não ferrosos.
Nessas empresas estão incluídos diferentes tipos de
clientes, que vão desde pequenos operadores de fragmentadoras de materiais ferrosos, operadores de plantas
para flotação de metais e de resíduo eletrônico (REEE) a
Revista do Aço •
45
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Reciclagem
partir de pequenos eletrodomésticos até empresas que
compram resíduos metálicos para processamento posterior.
Tais empresas não se preocupam somente em conseguir aumentar o valor agregado do seu material (um objetivo importante, mas não o principal). Elas compreendem
que a separação baseada em sensores pode ser um meio
para alcançar melhores posições no mercado, permitindo
conseguir um número maior de clientes.
Recicladores de menor porte podem ter apenas um ou
dois clientes estrangeiros a quem vender uma fração não
ferrosa. Ainda que a situação seja aceitável em alguns casos,
essas empresas podem ser “chantageadas” pressionadas
por seus clientes que, uma vez sabendo serem os únicos
clientes, forçariam a desvalorização do material.
Alguns destes recicladores se deram conta de que podem multiplicar seu número de clientes se separarem corretamente o cobre e o latão dos metais não ferrosos, o que
lhes permite a rápida circulação de seu estoque ao invés de
tê-lo armazenado, e até ampliar seu mercado local em vez
de exportar material, o que sempre otimiza as operações.
A separação do cobre e do latão de outros metais pode
ser conseguida manualmente, mas com limitações e em pequenas quantidades. Além de não oferecer uma qualidade
homogênea, é um método que requer muita mão de obra,
sendo por isso muito dispendioso. Contudo, existe um processo alternativo que oferece qualidade homogênea e re-
quer mão de obra mínima: usando a tecnologia de separação
baseada em sensores é possível separar primeiro uma fração
mista de cobre e latão da outra com metais mistos não ferrosos e, na segunda etapa, separar o cobre do latão em frações
de um único material, com qualidade muito elevada.
Separar materiais permite maior circulação de estoque
Esse resultado é obtido usando o TITECH Combisense,
que combina a tecnologia de uma câmera a cores com um
detector de metais integrado. Os dados processados a partir
do sensor e da câmera a cores são usados para obter até as
frações mais difíceis, em termos de composição e granulometria. Essas frações de um único material de pureza elevada são comercializadas mais facilmente na Europa, ao invés
de serem exportadas para posterior separação manual onde
seja mais barata. Para evidenciar as vantagens econômicas
do processo basta ter em conta que, em condições normais,
uma tonelada de mistura não ferrosa contém aprox. 10% de
cobre e 10% de latão. Sendo o preço do cobre cerca de três
vezes superior ao valor da mistura de metais não ferrosos,
é fácil compreender por qual motivo a recuperação desses
metais valiosos coloca os novos recicladores em uma posição muito mais forte, do ponto de vista comercial.
Em resposta aos pedidos de informação recebidos sobre
a separação de cobre e de latão, a TOMRA Sorting Recycling
oferece a seus clientes a possibilidade de testar os equipamentos com seu próprio material e em uma estrutura com
escala quase industrial, que permite demonstrar como nossas soluções oferecem os resultados esperados delas.
Não se espera que a recuperação do mercado de metais ocorra em curto prazo. Ainda assim, o atual panorama
nos mostra que um número considerável de recicladores de
metais está inquieto, procurando maximizar o valor de seus
produtos - e, para esse fim, TOMRA Sorting Recycling tem as
soluções tecnológicas que podem oferecer a solução adequada para cada necessidade.
Revista do Aço •
47
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46
• Revista do Aço
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