AÇUDE TUCUNDUBA RELATÓRIO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Transcrição

AÇUDE TUCUNDUBA RELATÓRIO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
COMPANHIA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS
DIRETORIA
ópiaDE OPERAÇÕES
GERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO OPERACIONAL
AÇUDE TUCUNDUBA
RELATÓRIO DE
IMPACTOS AMBIENTAIS
Fortaleza / Ceará
2009
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
SECRETARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS - SRH
COMPANHIA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS - COGERH
RELATÓRIO DE IMPACTOS AMBIENTAIS DO AÇUDE TUCUNDUBA:
FORTALEZA / CEARÁ
Julho de 2009
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ: CID FERREIRA GOMES
SECRETARIO DOS RECURSOS HÍDRICOS: CÉSAR AUGUSTO PINHEIRO
PRESIDENTE DA COGERH: FRANCISCO JOSÉ COELHO TEIXEIRA
DIRETOR DE OPERAÇÕES: JOSÉ RICARDO DIAS ADEODATO
GERENTE DE DESENVOLVIMENTO OPERACIONAL: WALT DISNEY PAULINO
CONCEPÇÃO/COORDENAÇÃO
Walt Disney Paulino
ELABORAÇÃO
COLABORAÇÃO/APOIO
Deborah M. B. Alexandre (COGERH)
Marciana França (COGERH)
Lílian Rodolfo (COGERH SOBRAL)
Raimundo (COGERH SOBRAL)
Copyright © 2009 COGERH
Direitos reservados. Proibida a publicação, tradução ou reprodução desta obra, no todo ou
em parte, sem autorização prévia.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................05
2. CARACTERIZAÇÃO DO RESERVATÓRIO..............................................................06
2.1. Caracterização Fisiográfica...............................................................................................06
2.2. Características Ambientais................................................................................................06
2.3 Material Utilizado..............................................................................................................09
2.4 Trabalhos Realizados.........................................................................................................09
3. INDICADORES SOCIOECONÔMICOS.......................................................................09
4.USOS
E
FONTES
DE
POLUIÇÃO
NO
ENTORNO
E
NA
BACIA
HIDROGRÁFICA.................................................................................................................12
5. COMPORTAMENTO HIDROLÓGICO.......................................................................15
6. QUALIDADE DA ÁGUA.................................................................................................17
7. CONCLUSÕES E DISCUSSÕES................................................................................... 19
8. RECOMENDAÇÕES E MEDIDAS MITIGADORAS..................................................20
9. BIBLIOGRAFIA................................................................................................................21
APÊNDICE.............................................................................................................................23
Formulário de Campo aplicado no entorno do açude Tucunduba
____________________________________________________________________
5
1. INTRODUÇÃO
O gerenciamento dos recursos hídricos da região semi-árida do Brasil é
fundamental para seu uso sustentável. Tal região apresenta escassez tanto em termos de
quantidade quanto de qualidade das águas, ocasionada pelos fatores climáticos, geológicos
e antrópicos, que influenciam na renovação das reservas hídricas e na variação da
qualidade das águas.
Algumas pesquisas vêm procurando observar as conseqüências da ocupação do solo
pelo homem, associando a urbanização à poluição dos corpos hídricos devido aos esgotos
domésticos, parcialmente ou não tratados, aos despejos industriais, além da
impermeabilização de grandes áreas das bacias hidrográficas. Já nas áreas rurais, segundo
Mansor et al. (2005), a poluição é de origem difusa e devida, em grande parte, à drenagem
pluviométrica de solos agrícolas e ao fluxo de retorno da irrigação, sendo associada aos
sedimentos carreados quando há erosão do solo, aos nutrientes nitrogênio e fósforo e aos
defensivos agrícolas. A drenagem das precipitações em áreas de pecuária é associada,
ainda, aos resíduos da criação animal, como nutrientes, matéria orgânica e coliformes.
O açude em questão é o Tucunduba, conhecido localmente, também como açude
da Serrota, com barragem localizada no município de Senador Sá. Foi construído pelo
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS, com o objetivo de
abastecimento humano de distritos dos municípios de Marco e Senador Sá.
O Relatório de Impactos Ambientais do Açude Tucunduba foi elaborado com
base nas informações levantadas pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos Cogerh, através da Gerência Regional da Bacia do Acaraú/Coreaú e da Gerência de
Desenvolvimento Operacional – GEDOP, com o objetivo de investigar as atuais condições
do reservatório, verificando as possíveis relações com os seus usos, sua estrutura física e
seus processos hidrológicos.
O presente documento extraiu informações colhidas na bacia hidrográfica, de
acordo com formulário de campo, na base de dados da Cogerh e complementadas com
diagnósticos realizados pela equipe técnica da Cogerh – Sobral. Foram colhidas e
sistematizadas informações socioeconômicas, de uso e ocupação do solo na bacia
hidrográfica e no entorno do reservatório, fontes de poluição pontuais e difusas, enfim
informações variadas acerca de fatores que podem influenciar na qualidade das águas.
____________________________________________________________________
6
2. CARACTERIZAÇÃO DO RESERVATÓRIO
2.1 Caracterização Fisiográfica
A região pesquisada compreende a bacia hidrográfica do açude Tucunduba,
distante 290 km de Fortaleza, a oeste, com 295,0 km2 de área drenada, abrangendo parte
dos municípios de Senador Sá, Marco, Morrinhos e Santana do Acaraú, com uma
população total de 35.614 pessoas, conforme o Censo Demográfico de 2000 – Desenhos 1
e 2.
O referido açude barra o riacho Tucunduba e é composto por uma barragem de
terra homogênea, localizada nas coordenadas geográficas 338.937 E e 9.648.337 N. Possui
área de espelho d’água de 1.077,00 hectares e capacidade de armazenamento de 41
milhões de metros cúbicos (CEARÁ, 2007).
2.2 Características Ambientais
A bacia hidrográfica do açude Tucunduba está inserida na micro-região de Sobral,
apresentando baixos a médios índices pluviométricos, cerca de 1.000 mm/ano,
concentrados de janeiro a abril. A temperatura varia de 26 a 28 ºC, com clima classificado
como tropical quente semiárido e a região possui alto poder de evaporação, que provoca
um regime de escoamento superficial de alta variabilidade, com cursos d’água
intermitentes, apresentando vazões nulas por longos períodos.
A bacia apresenta características predominantes do semiárido nordestino, com
cobertura vegetal do tipo caatinga arbustiva densa e solos classificados como podzólico
eutrófico vermelho-amarelo e planossolo solódico (IPECE, 2007).
Com relação ao uso e ocupação do solo, ao longo da bacia hidrográfica existe a
prática de agricultura comercial e as áreas nas proximidades da bacia hidráulica são
utilizadas para culturas de subsistência como feijão e milho.
500000
500000
CONTEXTO LOCAL
60
CONTEXTO ESTADUAL
0
6
Serrota
Marco
â
N
Aç. Tucunduba
80
N
Morrinhos
Senador Sá
80
40
o
Santana do Acaraú
s
s
R
c
h
.
G
ro
0
4
0
10
6
0
80
80
80
80
9500000
9500000
10
Panacui
8
0
0
â
8
0
100
80
0
6
10
60
0
0
24
2
8
0
0
20
4
0
e
240
1
rt
60
100
N
o
60
o
R
io
G
ra
n
d
e
200
. Ban
guê
0
2
1
í
u
ia
P
d
Rch
8
80
0
0
14
0
8
0
8
0
28
0
100
14
1
8
0
0
1
0
0
8
0
10
0
2
1
0
4
1
200
1
0
0
P
a
80
ra
íb
a
Rch. dos Jucás
0
6
6
0
2
rã
o
0
16
0
8
h
c
o
d
.
h
c
R
0
1
4
18
0
220
1
#
240
9550000
Senador Sá
0
10
Quantidade de habitantes na bacia hidrográfica
500000
â
4
1
20
9550000
Pernanbuco
e
P
R
0
6
1
0
Senador Sa
0
ix
.
6
1
e
d
o
C
a
1
0
16
0
1
6
120
SÃO VICENTE
0
0
4
1
3000 6000 Km
100
0
16
Escala: 1:130000000
3000
0
0
1
os
240
0
2
inh
2
qu
0
18
an
s T
160
2
do
0
22
00
a
Picad
. da
Rch
1
0
16
0
h.
Rc
16
0
26
0
4
80
Rch.
100
Rc
0
h.
co
Pache
0
1
Au
iá
0
16
Fonte: Censo Demográfico de 2000 (IBGE).
500000
* O percentual utilizado é em relação a área do município que está dentro da bacia hidrográfica
do açude Tucunduba.
Legenda:
Bacia Hidrográfica
Bacia Hidráulica
Drenagem
#
â
Observações:
SECRETÁRIA DOS RECURSOS HÍDRICOS - SRH
Projeção Universal Transversa
Limite Municipal
Estradas pavimentadas
Altimetria
Sede Municipal
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
Postos Pluviométricos
de MERCATOR (UTM)
Origem: Equador e Meridiano Central de 39°WGR
Estradas Vicinais
INVENTÁRIO AMBIENTAL DOS AÇUDES -IVA
Datum Horizonte: SAD-69
Título:
Mapa de Localização do Açude Tucunduba
Data:
Julho de 2009
N° do desenho:
Fonte:
COGERH, IPECE e IBEGE
01
490000
500000
510000
40
6
0
8
0
9590000
8
0
0
8
9590000
80
520000
0
8
0
N
8
8
0
60
0
6
Serrota
â
9580000
9580000
Aç. Tucunduba
80
o
40
s
6
0
R
c
h
.
G
ro
s
0
4
0
10
80
Panacui
80
10
0
â
0
8
9570000
9570000
100
80
0
6
60
0
24
2
8
200
0
0
20
4
0
240
1
60
100
60
Rch
. Ba
ngu
ê
2
0
1
80
0
14
0
8
0
8
8
14
1
8
0
0
1
0
0
8
0
10
9560000
9560000
0
0
28
0
100
0
2
1
Rch. dos Jucás
0
200
1
0
0
80
4
1
0
o
16
rã
0
6
e
d
o
C
a
1
ix
e
P
c
h
.
0
6
1
R
0
d
o
6
1
0
c
R
0
4
1
0
12
Senador Sá
#
0
220
18
9550000
â
0
10
9550000
1
h
.
4
Senador Sa
0
16
6
1
120
0
0
1
inh
SÃO VICENTE
os
240
0
2
qu
2
an
s T
0
18
do
160
2
da
Pica
. da
0
16
00
0
Rch
2
0
22
h.
Rc
0
4
1
0
16
60
0
0
4
1
100
16
80
Rch.
100
Pache
co
0
Rc
h.
0
1
Au
iá
9540000
9540000
0
16
180
24
0
Tangente
0
16
Rch
. do
Mulu
n
Escala: 1:110000000
0
2000 4000
â
o
nd
Fu
10
0
gu
a
eir
jaz
Ca
h.
c
R
80
Km
60
2000
h.
Rc
12
180
0
0
52
490000
500000
1
4
510000
0
520000
Observações:
Legenda:
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
Bacia Hidrográfica
Limite Municipal
Bacia Hidráulica
Estradas
#
Sede Municipal
Projeção Universal Transversa
de MERCATOR (UTM)
Drenagem
Altimetria
Pavimentadas
SECRETÁRIA DOS RECURSOS HÍDRICOS - SRH
Estradas Vicinais
â
Datum Horizonte: SAD-69
INVENTÁRIO AMBIENTAL DOS AÇUDES -IVA
Origem: Equador e Meridiano Central de 39°WGR
Postos Pluviométricos
Data:
Título:
Bacia Hidrográfica do Açude Tucunduba
Fonte:
Julho de 2009
N° do desenho:
COGERH e IPECE
02
____________________________________________________________________
9
2.3 Material Utilizado
O documento cartográfico utilizado foi a carta planialtimétrica da Sudene/DSG de
Bela Cruz, em formato digital, na escala de 1:100.000. Foram utilizados, também, os
mapas temáticos do Estado do Ceará, em formato digital, da Companhia de Pesquisa de
Recursos Minerais - CPRM (2001) e da base digital da Cogerh (shapfile) composta pelas
bacias hidráulicas e hidrográficas dos açudes monitorados, e de toda a rede de drenagem
do Estado do Ceará. A imagem utilizada foi a do satélite CBERS 2, bandas 2, 3 e 4.
2.4 Trabalhos Realizados
A construção do açude Tucunduba foi iniciada em 1913, mas só foi concluído em
1919. A COGERH iniciou o monitoramento quantitativo e qualitativo das suas águas em
setembro de 1998. Para elaboração deste trabalho foi utilizado o banco de dados do
reservatório e realizadas viagens de campo, de 26 a 27/03/2009, para coleta de amostras
em um ponto representativo da bacia hidráulica e aplicação de um formulário de campo,
concebido com o objetivo de subsidiar a elaboração de Inventários Ambientais de Açudes,
com localização e o devido registro fotográfico das fontes poluidoras.
3. INDICADORES SOCIOECONÔMICOS
De acordo com dados do IBGE (2007), a agricultura praticada dos municípios
onde está inserida a bacia hidrográfica do açude Tucunduba é baseada, principalmente, na
cultura de castanha de caju, caju, coco, manga, banana e fruta do conde, além das
tradicionais culturas de subsistências de arroz, feijão e milho. A maioria dos agricultores
da região é formada por pequenos e médios produtores rurais os quais exploram suas
atividades em reduzidas faixas de áreas agrícolas. Já na pecuária, destacam-se as criações,
na seguinte ordem: aves, gado bovino, suínos, ovinos e caprinos (Desenho 3).
No tocante ao saneamento básico, constatou-se que há poluição causada pelo
lançamento de esgotos domésticos nos rios e riachos da região. No entorno do reservatório
e nas localidades de montante há inúmeras residências com fossa rudimentar. Os distritos
com influência direta para a qualidade da água do açude são Serrota, em Senador Sá e
Panacuí, em Marco.
O distrito de Serrota possui uma população total de 2.098 pessoas, sendo 564
pessoas na sua sede, localizada na margem direita do açude. Na sede de tal distrito há rede
de esgoto, com o tratamento feito através de lagoa de estabilização e a água para o
____________________________________________________________________
10
abastecimento é filtrada e distribuída e pelo SAAE. O lixo é recolhido uma vez por
semana e é disposto em lixão sem influência para o reservatório.
Já na sede de Panacuí, com população de, aproximadamente, 1.500 pessoas, existe
uma rede de esgoto inacabada, com 280 ligações ativas conectadas a uma seqüência de 4
(quatro) lagoas de estabilização, sendo que duas estão em funcionamento desde 1993. O
Sistema Integrado de Abastecimento Rural - SISAR/Cagece fornece água para
abastecimento com os tratamentos de filtragem e cloração. A coleta de lixo não possui
uma rotina, por isso é comum avistar lixo a céu aberto.
O Quadro 1 mostra alguns indicadores socioeconômicos da bacia hidrográfica do
açude Tucunduba.
Quadro 1 - Alguns indicadores socioeconômicos da bacia hidrográfica do açude
Tucunduba.
Educação
Municípios
Salas
de
aula
Índices de
desenvolvimento
Saúde
Alunos/ Médicos/
Matrícula
sala de
1.000
inicial
aula
hab
Leitos/
1.000
hab
Taxa
mortalidade
infantil/
1.000 nasc.
vivos
IDM1
IDH2
IDS-R3
Senador
Sá
Marco
79
2.761
34,95
3,40
0,34
7,69
20,12 0,600 0,3795
224
10.455
46,67
1,28
1,63
27,29
29,33 0,616 0,4130
Morrinhos
155
155
60,95
0,29
0,98
27,61
21,30 0,608 0,4131
Santana
do Acaraú
355
11.060
49,16
3,38
1,38
20,20
0,38
Fonte: Adaptada de IPECE, 2004a, 2004b, 2004c e 2004d.
1
Índice de Desenvolvimento Municipal – 2004
2
Índice de Desenvolvimento Humano – 2000
3
Índice de Desenvolvimento Social de Resultado – 2005.
0,619
18,46
Legenda:
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
Observações:
SECRETÁRIA DOS RECURSOS HÍDRICOS - SRH
Dados levantados através
do sistema SIDRA - IBGE
(http://www.sidra.ibge.gov.br
Documentos Pesquisados:
-Censo Demográfico de 2000
INVENTÁRIO AMBIENTAL DOS AÇUDES -IVA
-Produção Pecuária Municipal de 2005
-Produção Agrícola Municipal de 2005
Título:
Fonte:
Indicadores Sócio-econômicos
Sistema SIDRA- IBGE
Data:
Julho de 2009
N° do desenho:
03
04
____________________________________________________________________
12
4. USOS E FONTES DE POLUIÇÃO NO ENTORNO E NA BACIA
HIDROGRÁFICA
Nas visitas de campo, o volume armazenado era de 49.423.964 m3, estando o
reservatório sangrando com uma lâmina de 0,80 m.
Com relação aos principais usos na bacia hidráulica do açude Tucunduba, no seu
entorno foram localizadas inúmeras residências com fossa rudimentar, pontos de lavagem
de roupas e lavagem de carros.
No distrito de Panacuí foi observada a intensa criação de bovinos nas margens do
açude. O cemitério do distrito é localizado bem próximo ao açude, exercendo influência
direta sobre o mesmo. Parte da sua rede de esgoto está inacabada e os efluentes escoam a
céu aberto até as lagoas de estabilização que, por sua vez, deságuam no açude. O distrito
possui duas localidades bem próximas da bacia hidráulica: Juvenal e Feijão Bravo. Em
Juvenal, observou-se de que o gado é criado nas margens e se alimenta de plantas
aquáticas. Os moradores relataram que são jogados animais mortos em um córrego
afluente do riacho Tucunduba, bem próximo ao açude. Outra prática comum é a de colocar
os suínos nas margens para se alimentarem de camarões. Já em Feijão Bravo, que possui
uma população aproximada de 400 habitantes, verificou-se que há muita ocupação da área
de preservação permanente (APP). Os diversos animais, como gado bovino, ovinos,
caprinos e aves são criados soltos e bebendo água diretamente no açude.
Na bacia hidrográfica, a montante do açude, além dos usos já relatados, foram
identificados os seguintes usos: 1) Presença de muitas residências na APP, tendo as
mesmas fossa rudimentares. Possível contribuição para a bacia hidráulica; 2) Existência de
balneário em Serrota, com muita intensa freqüência nos finais de semana e cuja estrutura
física se encontra dentro do açude e ainda outro em Juremal, cujas mesas e cadeiras são
dispostas nas margens do açude; 3) Extensas áreas de cultivo de feijão e milho, inclusive
na APP.
Com relação às doenças de veiculação hídrica, as registradas mais freqüentemente
são as gastroenterites, as verminoses e as doenças de pele, que ocorrem durante todo o
ano, com intensificação no período chuvoso.
SOLOS
504000
512000
520000
9584000
9584000
9584000
496000
488000
496000
504000
512000
520000
9584000
488000
USO DO SOLO
N
N
9576000
9576000
9576000
9576000
Marco
Marco
9568000
9568000
9560000
9560000
9560000
9560000
9568000
9568000
Morrinhos
Morrinhos
Senador Sá
Senador Sá
Santana do Acaraú
Santana do Acaraú
9552000
9552000
488000
Legenda:
496000
504000
512000
9544000
9544000
Escala:1:160000000
2000 4000 Km
2000
488000
520000
0
2000
4000
Km
9544000
0
9544000
2000
9552000
9552000
Escala: 1:160000000
496000
504000
SECRETÁRIA DOS RECURSOS HÍDRICOS - SRH
Projeção Universal Transversa
INVENTÁRIO AMBIENTAL DOS AÇUDES - IVA
de MERCATOR (UTM)
Drenagem
Limite Municipal
#
Datum Horizonte: SAD-69
Origem: Equador e Meridiano Central de 39°WGR
Título:
Aspectos Ambientais e Uso do Solo na Bacia
Hidrográfica do Açude Tucunduba
Fonte:
Sede Municipal e Distrital
520000
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
Observações:
Bacia Hidrográfica
Bacia Hidráulica
512000
COGERH e CPRM
Data:
Julho de 2009
N° do desenho:
03
04
RESENHA FOTOGRÁFICA
1. CONSTRUÇÕES IRREGULARES DENTRO DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE -
APP
Balneário
Residência
Plantação
de milho
Lixo
F 03
F 02
F 01
F 04
F 05
F 06
F 07
F 12
F 13
F 14
2. MACRÓFITAS AQUÁTICAS E OUTROS IMPACTOS NA BACIA HIDROGRÁFICA
Cavalos
Detalhe
d`água
Bomba
de captação
Macrófitas
F 10
F 09
F 08
F 11
3. LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO
Açude
Tucunduba
Açude Tucunduba
Efluente da logoa
de estabilização
F 17
F 16
F 15
F 19
F 18
F 20
F 21
4. PONTOS DE POLUIÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA
Tubulação para
Açude
saída do efluente
Tucunduba
Cemitério
Detalhe da caixa de
captação de efluentes
F 22
F 23
F 24
F 25
F 27
F 26
Descrição:
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
Observações:
F 01 - Vista do sangradouro do açude Tucunduba
F 14 : F 21- Buracos escavados no solo para
e do muro de uma residência construido
captação e tratamento de esgoto "Lagoa de
irregularmente na margem esquerda.
Estabilização" do município de Panacuí.
F 02 : F 07 - Visualização de residências
F 22 : F24 - Águas residuárias do município de
construídas irregularmente dentro da APP.
Panacuí, percorrendo em valas abertas.
F 08 : F 14 -
F 25 - Caixa de captação de efluentes sem
Proliferação de macrófitas aquáticas
em diferentes localizações na bacia hidráulica
proteção, ocasionando a proferação de mosquitos.
do reservatório.
F 26 : F 27 - Cemitério do município de Panacuí.
F 28
SECRETÁRIA DOS RECURSOS HÍDRICOS - SRH
Registro Fotográfico da
INVENTÁRIO AMBIENTAL DOS AÇUDES -IVA
Bacia Hidraúlica e Hidrográfica
na viagem de campo do dia
Data:
Título:
Painel Fotográfico dos Pontos de Poluição do Açude Tucunduba
(27/03/2009)
Julho de 2009
N° do desenho:
Fonte:
Dados do Banco da COGERH e Levantamentos de Campo
05
06
____________________________________________________________________
15
5. COMPORTAMENTO HIDROLÓGICO
A qualidade das águas de um reservatório pode sofrer alterações expressivas, de
acordo com as condições de ocupação da bacia, alem dos fatores naturais bióticos e
abióticos. O conhecimento do volume médio mensal permite conhecer a evolução sazonal
da disponibilidade hídrica de um reservatório, constituindo-se como uma ferramenta na
gestão de recursos hídricos (Rebouças, 1997). Portanto, o conhecimento do
comportamento hidrológico de um corpo hídrico é de extrema importância para subsidiar a
tomada de decisões na sua gestão, uma vez que permitirá conhecer a disponibilidade deste
recurso.
Nos últimos 10 anos o açude Tucunduba sangrou em todas as estações chuvosas,
tendo o início do aporte acontecendo até meados de fevereiro e as sangrias iniciadas entre
a segunda quinzena de março e a primeira quinzena de abril.
O seu tempo de residência médio é aproximadamente 10 meses e a profundidade
média é de 9 metros. O açude permanece com uma média de 50% da sua capacidade no
período seco.
O estudo do comportamento hidrológico do açude Tucunduba foi elaborado
considerando-se as chuvas anuais incidentes na sua bacia hidrográfica e os níveis de água
diários constantes no banco de dados da COGERH. O Desenho 6 apresenta uma síntese
das informações relevantes relativas ao açude, tais como a evolução do volume
armazenado e o seu tempo de residência.
110,4
90%
109,8
80%
109,2
70%
108,6
60%
108,0
50%
107,4
40%
106,8
30%
106,2
Cota
20%
105,6
Vol. Armaz.
10%
Tempo de Residência (dias)
01/01/10
01/01/09
01/01/08
01/01/07
01/01/06
01/01/05
01/01/04
01/01/03
01/01/02
01/01/01
01/01/00
01/01/99
01/01/98
01/01/97
01/01/96
01/01/95
01/01/94
01/01/93
01/01/92
01/01/91
01/01/90
01/01/89
01/01/88
01/01/87
0%
01/01/86
105,0
Volume Armazenado
100%
700
5,00
630
4,70
560
4,40
490
4,10
420
3,80
350
3,50
280
3,20
210
2,90
140
2,60
T. Resid.
70
2,30
1/1/10
1/7/09
1/1/09
1/7/08
1/1/08
1/7/07
1/1/07
2,00
1/7/06
1/1/06
1/1/05
1/7/04
1/1/04
1/7/03
1/1/03
1/7/02
1/1/02
1/7/01
1/1/01
1/7/00
1/1/00
1/7/99
1/1/99
1/7/05
Prof. (m)
0
Profundidade Média (m)
Cota (m)
111,0
Chuva (mm)
2.500
2.250
Muito Chuvoso (MC)
2.000
1.750
1.500
1.250
Chuvoso (C)
1.000
Normal (N)
750
Seco (S)
500
250
Muito Seco (MS)
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
0
ANO
1986
1990
2000
6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Sangria
V. Morto
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
SECRETARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS
COMPANHIA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS
AÇUDE TUCUNDUBA
TÍTULO:
DATA:
Comportamento Hidrológico
FONTE:
OBSERVAÇÃO:
OUTUBRO/2009
No. DESENHO:
06
____________________________________________________________________
17
6. QUALIDADE DA ÁGUA
Foi realizada a consolidação dos dados do monitoramento qualitativo, através de
consulta ao banco de dados da COGERH. O banco de dados é composto de resultados
obtidos em laboratório e por utilização de sondas num período de dez anos de coletas
(15/04/1999 a 17/03/2009). Tais coletas foram realizadas pela COGERH em um ponto
considerado como representativo na bacia hidráulica – Figura 1.
As coletas deverão ser realizadas com a freqüência trimestral, com a devida
inspeção na bacia hidráulica. A partir desses dados deverá ser elaborado o Inventário
Ambiental do açude Tucunduba, com o objetivo de sistematizar e confrontar todas as
informações que, de alguma forma, estejam relacionadas com a deterioração da qualidade
da água do reservatório, dando ênfase ao processo de eutrofização. Assim deverá
possibilitar a identificação do estado atual da qualidade da água, a adequação desta aos
diversos tipos de usos; a quantificação das condições reinantes e condicionantes desta
qualidade e definição de ações mitigadoras para a contenção dos impactos ambientais
negativos existentes
Figura 1 – Localização do ponto monitorado pela COGERH no açude Tucunduba.
Parâmetro
pH Lab.
Turbidez Lab.
Nitrog. Total
Fósforo Total
OD Lab.
Colif. Termotolerantes
DBO
Sólidos Totais
Sól. Dissolv. Totais
Cloretos Lab.
Temperatura Água
C. Elét. Sonda
OD Sonda
Clorofila a Sonda
pH Sonda
Salinidade
Turbidez Sonda
Cloretos Sonda
C. Elét. Lab.
Contagem dos Demais Grupos
Contagem de Cianobacterias
Alc. Hidróx.
Potássio
Sódio
Alc. Carb.
Nitrogênio Amoniacal Lab.
Magnésio
Dureza Total
Ferro
Sulfatos
Unidade
Mínimo Média
Mediana
Máximo
CV(%)
N
Cl. 2
Cl. 3
Potab.
0-5
7,5
3,5
7,924
8,529
7,89
8
8,75
17,5
10,8
12,0
7
7
6-9
0-100
6-9
0-100
0
4,98
4
5,95
0,019
5,85
35,333
5,95
0,006
5,51
9
5,95
0,064
7,38
93
5,95
20,0
10,9
18,7
14,1
4
7
3
2
0-0,03
5-15
0-250
0-5
0-0,05
4-15
0-2500
0-10
136
21,6
27,1
0,078
0,7
1
3,93
%o
0
NTU
0
mg/L Cl
0
mS/cm
0,11
Célula/mL
30,5
Célula/mL
1800
mg/L CaCO3
0
mg/L K
0,84
mg/L Na
20,7
mg/L CaCO3
0
mg N-NH3/L
0
mg/L Mg
3,7
mg/L CaCO3 22,5
mg/L Fe
0,24
mg/L
0
311,5
75,333
28,83
0,208
7,866
2,619
7,743
0,002
4,091
0,109
0,197
873,34
13518
0
3,03
36,093
0
0,014
10,771
59,214
0,526
0,79
310,5
69
28,41
0,212
7,79
1,8
7,54
0
2
0,08
0,185
182,4
6761,45
0
2,1
34,08
0
0
6,1
36
0,55
0
476
198,2
46,2
0,417
9,83
17,6
9,17
0,01
30
0,34
0,404
5025,5
38323,2
0
6,59
48,7
0
0,08
33,1
157,4
0,87
5,36
11,8
11,6
10,1
10,3
10,2
14,0
10,2
25,5
18,4
14,9
11,2
21,2
14,9
0,0
12,6
11,1
0,0
23,6
14,5
13,5
12,0
27,7
6
21
84
80
76
54
32
25
22
15
12
9
8
7
7
7
7
7
7
7
7
7
0-500
0-250
0-500
0-250
5-15
4-15
6-9
6-9
0-100
0-250
0-100
0-250
NTU
mg/L
mg/L P
mg/L O2
NMP/100ml
mg/L O2
mg/L
mg/l
mg/L Cl
ºC
mS/cm
mg/L O2
µg/L
0-0
0-1000
0-250
0-5
0-250
0-50000 0-50000
0-200
-
0-0,3
0-250
-
0-1,5
0-5
0-250
0-500
0-0,3
0-250
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
SECRETARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS
COMPANHIA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS
AÇUDE TUCUNDUBA
TÍTULO:
Síntese das análises realizadas
FONTE:
PERÍODO:
Banco de dados da COGERH
15/09/98 - 20/03/09
DATA:
OUTUBRO/2009
No. DESENHO:
07
____________________________________________________________________
19
7. CONCLUSÕES
Na análise dos dados constantes no banco de dados do açude Tucunduba,
verificou-se que há uma forte tendência de degradação da qualidade de suas águas. Tal
fato pode ser atribuído à grande contribuição de agentes poluidores no seu entorno. As
fontes difusas são resultantes das atividades agrícolas e das criações de gado bovino,
inclusive na área de preservação permanente, e as fontes pontuais, provenientes dos
esgotos lançados a céu aberto e escoando para a sua bacia hidráulica.
Assim como a maioria dos açudes localizados no semiárido, o açude Tucunduba
tem problemas indicativos do inicio do processo de eutrofização, que, normalmente, se
agrava nos períodos em que o nível do reservatório baixa.
8. RECOMENDAÇÕES E MEDIDAS MITIGADORAS
O açude Tucunduba tem como uso preponderante o abastecimento humano, no
entanto, encontra-se em processo de eutrofização, o que torna urgente a definição de uma
série de ações para melhoria de suas águas. As ações, de médio e longo prazo, incluem:
•
Criação de condições sanitárias adequadas, tanto nas sedes distritais quanto nas
comunidades. O ideal para a população rural, principalmente nas residências
mais próximas ao reservatório, seria a implementação de fossas sépticas
biodigestoras;
•
Adoção de práticas agrícolas orgânicas e de conservação do solo compatíveis
com o relevo, com o plantio em curva de nível, adubação verde e plantio
direto, respeitando devidamente a área de preservação permanente do
reservatório;
•
Exploração de pecuária fora da APP e da área de entorno, além de construção
de cochos para dessedentação animal, evitando assim que os animais tenham
acesso ao reservatório;
•
Adoção de programa para coleta seletiva de lixo e escolha de locais mais
adequados para disposição de lixo orgânico;
•
Implementação de programas de educação ambiental nas escolas e junto às
comunidades, com o objetivo de conscientização quanto aos cuidados de
preservação do manancial;
•
Por fim, para a certificação das medidas adotadas e para uma gestão efetiva do
reservatório em questão, é recomendada a realização de adequações no seu
____________________________________________________________________
20
programa de monitoramento qualitativo/quantitativo e a fiscalização dos usos
do solo e da água, para tanto são imprescindíveis as ações das instituições:
Prefeituras Municipais de Senador Sá e Marco, Superintendência de Meio
Ambiente – SEMACE, Companhia de Água e Esgoto – CAGECE, Secretaria
de Recursos Hídricos – SRH/COGERH e sociedade civil organizada,
juntamente com o Comitê da Bacia do Salgado.
9. BIBLIOGRAFIA
AYERS, R. S.; WESTCOT, D. W. A qualidade da água na agricultura. Trad. GHEYI, H.
R.; MEDEIROS, J. F., DAMASCENO, F. A. V. Campina Grande: UFPB, 1991, 218 p.
(estudos da FAO: Irrigação e Drenagem, 29 revisado 1).
CEARÁ. Secretaria de Recursos Hídricos do Estado do Ceará (SRH). Plano Estadual dos
Recursos Hídricos. Fortaleza, 1995. CD-Rom.
CEARÁ. Secretaria de Recursos Hídricos do Estado do Ceará (SRH). Atlas Eletrônico dos
Recursos Hídricos e Meteorológicos do Ceará. Disponível em:
http://atlas.srh.ce.gov.br/obras/index.asp. Acesso: 14 abr. 2008.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Atlas dos Recursos Hídricos Subterrâneos do
Ceará. Fortaleza: Programa de Recenseamento de Fontes de Abastecimento por água
subterrânea no estado do Ceará, 2001. CD-ROM.
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2000. Censo Demográfico 2000.
IBGE: Rio de Janeiro, 2000. Disponível em:
http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=t&c=1437. Acesso : 14 abr. 2009.
IPECE. Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará. Perfil Básico Municipal:
Senador Sá. Fortaleza, 2007a. Disponível em:
http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/perfil_basico/PBM_2007/senadorsa.pdf. Acesso:
14 abr. 2009.
IPECE. Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará. Perfil Básico Municipal:
Marco. Fortaleza, 2007b. Disponível em:
http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/perfil_basico/PBM_2007/marco.pdf. Acesso: 14
abr. 2009.
____________________________________________________________________
21
IPECE. Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará. Perfil Básico Municipal:
Morrinhos. Fortaleza, 2007c. Disponível em:
http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/perfil_basico/PBM_2007/morrinhos.pdf. Acesso:
14 abr. 2009.
IPECE. Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará. Perfil Básico Municipal:
Santana do Acaraú. Fortaleza, 2007d. Disponível em:
http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/perfil_basico/PBM_2007/santanadoacarau.pdf.
Acesso: 14 abr. 2009.
KÖPPEN, W. Climatologia: con un estudio de los climas de la tierra. México: Fondo de
Cultura Econômica, 1918. 478p.
MANSOR, M. T. C.; TEIXEIRA FILHO, J.; ROSTON, D. M. Avaliação preliminar das
cargas difusas de origem rural, em uma sub-bacia do Rio Jaguari, SP. Revista Brasileira
de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.10, n.3, p.715–723, 2006.
REBOUÇAS, A. da C. Água na Região Nordeste: desperdício e escassez. Estudos
Avançados 11(29), 1997 B.
____________________________________________________________________
APÊNDICE
22
____________________________________________________________________
23
Governo do Estado do Ceará
Secretaria dos Recursos Hídricos
Data: 26/03/2009
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos
INVENTÁRIO AMBIENTAL DOS AÇUDES - IVA
(FICHA DE CAMPO)
1 - IDENTIFICAÇÃO
1.1 - RESERVATÓRIO
Nome: Açude Tucunduba
Bacia Hidrográfica: Coreaú
Ano de construção: 1919
Coordenada: Latitude
Município: Senador Sá
Localidade/Distrito:
Serrota
[ 9.648.337 ]
Longitude [ 338.937 ]
1.2 – TÉCNICO COGERH
Técnico Responsável:
Deborah Barros, Lílian Rodolfo e Marciana França
1.3 - SOLICITANTE
Técnico:
Órgão:
Telefone: (
)
FAX:
E-mail:
Problema Alegado:
1.4 - INSTITUIÇÕES VISITADAS
INSTITUIÇÃO /
TÉCNICO
LOCALIDADE*
CONTACTADO
Secretaria de Saúde/ Serrota/ Senador
Sá
Rubens
Associação Comunitária/ Juremal/
Marco
Lucimar
Sistema de abastecimento/ Juremal/
Marco
Antonio Osvaldo
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
(Cargo / Fone / E-mail / Endereço)
Agente de Saúde/ Pres. Associação
Comunitária de Santa Ana
Pres. Associação Comunitária
Operador sistema de abastecimento
Associação Comunitária/ Feijão Bravo/ Júnior
Marco
Membro Associação Comunitária
Associação Comunitária/ Panacuí/
Marco
Pres. Associação Comunitária
José Alcino
* - recomenda-se que previamente à visita de campo sejam relacionados no quadro (plano de viagem), do anexo, os
locais e instituições a serem visitadas.
24
____________________________________________________________________
2 - USOS
2.1 - USOS DA ÁGUA
LOCALIZAÇÃO
ENTORNO
JUSANTE
(x)
( )
FORMAS DE USOS
Dessendentação Animal
Usos Domésticos Locais
(x)
(
)
Recreação de Contato Primário*
(x)
(
)
Recreação de Contato Secundário**
(
)
(
)
Usos Públicos (Empresas Concessionárias)
(x)
(
)
Irrigação
(x)
(
)
Pesca Artesanal
(x)
(
)
Piscicultura Intensiva (criação em gaiolas)***
(
)
(
)
Piscicultura Intensiva (criação em viveiros) ***
(
)
(
)
Indústria
(
)
(
)
*- natação e esqui aquático; ** - pesca e navegação; *** - emprego de ração, aeração, etc.
2.2 - CONSUMO HUMANO
Localidade
Empresa
Pop. Atendida*
Tratam. Convencional**
N
S
Localização
(Município ⁄ Distrito)
Senador Sá/ Serrota
Concession. Atual
SAAE
1.100
Marco/Panacuí/Feijão Bravo
SISAR
265
x
(
)
(x )
Marco/Panacuí/Juremal
SISAR
400
x
(
)
(x )
Marco/Panacuí
SISAR
280
x
(
)
(x )
(
)
(
)
(
)
(
)
Potenc.
Floc.
Dec. Fil. Des.
x
x
No
Mont. Ent.
( ) (x )
* - diz respeito à população atendida pelas ligações existentes; ** - Floc.: floculação; Dec.: decantação; Fil.: filtração; Des.:
desinfecção; N: não convencional; S: sem tratamento.
3 - FATORES CONDICIONANTES DA QUALIDADE DA ÁGUA
FONTES DE POLUIÇÃO EXISTENTES
FONTES DE POLUIÇÃO
Esgoto Doméstico
LOCALIZAÇÃO
MONTANTE
ENTORNO
(x)
(x)
Esgoto Hospitalar
(
)
(
)
Esgoto Industrial
(
)
(
)
Lavagem de Roupa
(
)
(x)
Lavagem de Carro
(
)
(x)
Balneário
(
)
(x)
Banho
(
)
(x)
Uso de Agrotóxicos (defensivos)
(
)
(
)
No
25
____________________________________________________________________
Uso de Fertilizantes (adubos)
( )
( )
Aterro Sanitário
(
)
(
Lixão
(
)
(x)
Matadouro
(
)
(
Cemitério
(
)
(x)
Confinamento de Animais (currais)
(
)
(x)
Animais Soltos
(
)
(x)
Efluentes ETA
(
)
(
Efluentes ETE
(
)
(x)
Indústria Alimentícia
(
)
(
)
Indústria Couro e Curtume
(
)
(
)
Indústria Têxtil
( )
( )
Olarias
(
)
(
)
Outros (descrever):
(
)
(
)
)
)
)
Obs: Montante = excluindo a bacia hidráulica e entorno; Entorno = diretamente ou nas adjacências da
bacia hidráulica.
3.1 - FONTES DE POLUIÇÃO PONTUAL
3.1.1 – PISCICULTURA INTENSIVA
Área
Ocupada
(ha)*
Espécies:
Produção de Peixe
(kg/ano)*
Ração
Utilizada
Quant.
(kg/ano)*
Concentração de
Fósforo na Ração
(%)
Marca
Conversão
Alimentar**
No
(x ) Pesca Artesanal
- No de pescadores cadastrados: [não existe
cadastro]
Tilápia, camarão,
* - Se a unidade não for (ha) ou (kg) indicar a unidade; ** - quantidade de ração para produzir 1 kg de peixe.
3.1.2 - PRODUÇÃO DE ÁGUAS SERVIDAS
Localidade
(Municipio ⁄ Distrito)
Empresa
Concess.
F
DS
Tipo
População
Tratamento*
Atendida**
TL
CO
FS
N
RU
CA
Atual
Potencial
Localização
No
Mont. Ent.
Senador Sá/ Serrota
(
)
(x )
Marco/Panacuí/Feijão
Bravo
(
)
(x )
Marco/Panacuí/Juremal
(
)
(x )
Marco/Panacuí
(
)
(x )
(
)
(
)
*- F: Filtro; DS: Decantação Simples; TL: Tratamento do Lodo; CO: Completo; N: Nenhuma (FS: fossa séptica, RU: fossa
rudimentar e CA: céu aberto). ** - Diz respeito às ligações existentes.
26
____________________________________________________________________
3.1.3 - RESÍDUOS SÓLIDOS
No pessoas
Localidade
(Município ⁄ Distrito)
Senador Sá/ Serrota
atendidas
pela coleta
Destino Final
Aterro
Sanitário
( )
Sem Local
Definido
( )
Localização
No
Lixão Enterrado Queimado
Mont.
Ent.
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
Marco/Panacuí/Feijão Bravo
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
Marco/Panacuí/Juremal
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
Marco/Panacuí
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
3.1.4 – OUTRAS FONTES NA BACIA HIDRÁULICA
Freqüência Semanal
Lavagem
Balneário/
No
ME
MD
(x)
(
)
(
)
(x)
(x)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
Roupa
Carro
Ilha da Fantasia - Panacuí
(x)
Sem identificação
Proprietário
Localização*
(Quantidade de Pessoas)
Durante
Final
a semana
de semana
* - ME: margem esquerda e MD: margem direita.
3.2 - FONTES DE POLUIÇÃO DIFUSA
3.2.1 - AGRICULTURA
Área
Cultura *
Plant.
(ha)
Adubação**
Distrib.
U D
Intensidade
A M B N
Defensivos**
Distrib.
U
D
Irrigação***
Localização
No
Intensidade
Tipo de sistema
Mont. Ent.
A M B N G MA A S
( ) ( )
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
Culturas:
* - é permitido informar a quantidade global sem discriminação da cultura ou apenas a relação de culturas sem distinguir área
ocupada por cada; ** - U: uniforme; D: desuniforme; ** - A: alta; M: média; B: baixa; N: nenhuma. *** - G: gotejamento;
MA: microasperção; A: asperção; S: sulcos.
27
____________________________________________________________________
3.2.2 - PECUÁRIA
Rebanho (No de Cabeças)
Localidade
(Município ⁄ Distrito)
Bovino
Suíno
Caprino
Ovino
Localização
Galináceos
Outros
Mont.
( )
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
3.2.3 – DEGRADAÇÃO DA VEGETAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA
Intensidade*
Localidade
(Município ⁄ Distrito)
A
M
B
Distribuição**
N
U
D
L
Localização
No
Mont. Ent.
( ) ( )
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
* - A: alta; M: média; B: baixa; N: nenhuma ** - U: uniforme; D: desuniforme; L: Local.
3.3 - COMPORTAMENTO HIDROLÓGICO
3.3.1 - INDICADORES DO COMPORTAMENTO HIDROLÓGICO DO AÇUDE
a) Sangra com freqüência?
( x ) SIM
b) Ano da última sangria?
[
(
2009
) NÃO
]
c) Quantas vezes sangrou nos últimos 10 anos?
[
]
d) Durante quantas vezes esteve no volume morto nos últimos 10 anos?
[
]
e) Estado atual do volume armazenado:
Cota atual:
m
( ) Cheio
(
) Médio
(
) Vazio
f) Predominância do volume armazenado ao longo dos últimos anos: ( ) Cheio
3.3.2 - IDENTIFICAÇÃO DE AÇUDES A MONTANTE
a) Quantidade de açudes a montante? [
]
b) Existem problemas com eutrofização? (
c) Freqüência de ocorrência? (
) SIM (
) Freqüente
d) Número de açudes atingidos? [
(
) NÃO
) Raramente
] – Localidades:
(
) Nunca
(
) Médio
(
Ent.
( )
) Vazio
No
28
____________________________________________________________________
3.4 - DESMATAMENTO NA BACIA HIDRAULICA
a) Intensidade de remoção da vegetação: ( ) Remoção Total ( x ) Remoção Parcial ( ) Nenhuma
b) Relativo ao nível da água: (
) Uniforme ( x ) Variável com a cota
4 – CENÁRIO ATUAL
4.1 - MACRÓFITAS AQUÁTICAS
a) Identificação de Macrófitas (Registro Fotográfico)
N0 das fotos: 72 - 77
b) Presença ao longo de toda a margem? ( ) SIM ( x ) NÃO
c) Que percentual ocupam no espelho d’água? ( 30% )
d) Predominância em que estação? ( x ) Durante estação seca (
e) Espécies de Macrófitas predominantes?
) Tão logo inicia a estação chuvosa
N o:
Não classificadas. A maioria do tipo flutuante.
4.2 - QUALIDADE DA ÁGUA
b) Foi coletado amostra de água:
a) Qualidade aparente da água (Registro Fotográfico):
( x ) SIM
(
) NÃO
No das fotos:
c) Presença na amostra de:
( x ) Cheiro (x ) Cor ( ) Partículas em Suspensão ( x ) Turbidez Acentuada
d) Estes parâmetros variam ao longo do ano? (x ) SIM ( ) NÃO
e) Eventos de ‘esverdeamento’ da água: ( x ) Freqüente ( ) Raramente ( ) Nunca
Quando: ( ) Durante estação chuvosa ( x ) Durante estação seca
f) Transparência:
m g) Veloc. Vento:
m/s h) Arquivo Perfilagem:
N o:
4.3 - MORTANDADE DE PEIXES
a) Quando foi a última ocorrência e que espécies morreram?
b) Em que período do ano?
c) Freqüência das mortes: ( ) ANUAL ( x ) ESPORADICA
d) Após qual evento? ( ) Chuvas isoladas ( ) Ventos fortes (
) Outros (definir):
N o:
4.4 - DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA
a) Tipos:
( ) Cólera ( ) Febre Tifóide ( ) Hepatite Infecciosa A e B ( ) Amebíase ( ) Giardíase
( x ) Gastroenterites ou “infecção estomacal e intestinal” ( x ) Verminoses ( ) Doenças de pele
b) Quando foi a última ocorrência e em que período do ano?
Mais freqüentes em períodos chuvosos.
N o:
29
____________________________________________________________________
4.5 - TRATAMENTO EXISTENTE DADO À ÁGUA PARA ABASTECIMENTO HUMANO
Descrição do
Tratamento*
SD
S
CV AV
Intensidade**
Evolução***
A
A
Parâmetros Problemáticos: (
M
B
D
C
Pior Período
Estação Chuvosa
) Turbidez ( x ) Cor ( x ) Cheiro (
) pH (
No
Estação Seca
) Coliformes
Fonte da Informação:
*- SD - simples desinfecção; S - simplificada; CV - convencional; AV - avançada;
** - A - alta; M - média; B - baixa; *** - Nos últimos anos: A - aumentou; D decresceu; C - permaneceu constante.
ANEXO
1- PLANO DE VIAGEM
Localidade
(Município ⁄ Distrito)
Senador Sá/ Serrota
Instituição
Objetivo
Contato
AG PEC TA EG DVH DVG
x
x
x
x
x
Agente de saúde/
Associação Comunitária
Rubens
Marco/Panacuí/Feijão Bravo
Associçaão Comunitária
Júnior
x
x
x
x
x
Marco/Panacuí/Juremal
Operador do sistema de
abastecimento
Antonio Osvaldo
x
x
x
x
x
Marco/Panacuí
Associação comunitária
José Alcino
x
x
x
x
x
* - AG: agricultura; PEC: pecuária; EG: esgoto; DVH: doença veiculação hídrica; DVG: degradação da vegetação.
____________________________________________________________________
2- OBSERVAÇÕES E INFORMAÇÕES ADICIONAIS
No
30
Descrição*
01
02
03
04
05
06
07
* - incluir o número e o relato das observações de campo.
____________________________________________________________________
31
3- DESCRIÇÃO DOS PONTOS
N
o
01
Identificação
Filtros de tratamento de água Serrota
Coordenadas
Latitude
Longitude
9647993
338578
Localização
M
E
( )
( x )
No das
Fotos
)
(
)
03-07
01-02
02
Parede açude
(
03
Vista geral da bacia hidráulica
(
)
(
)
08-11
04
Captação Juremal/Panacuí/Marco
9648734
339474
(
)
(
)
12-14
05
Macrófitas
9648937
339695
(
)
(
)
15-18
)
(
)
19-22
23-24
06
Lagoa de estabilização de Panacuí
9644043
342788
(
07
Cemitério de Panacuí
9643728
342552
(
)
(
)
)
(
)
08
Lagoa de estabilização 1
9643610
342424
(
09
9643441
342862
(
)
(
)
(
)
(
)
13
Lagoa de estabilização 2
Sangria da Lagoa de estabilização 2 para o
riacho
Lagoa de estabilização 3
Esgoto a céu aberto destinado à vala da
lagoa desativada
Vala destinada a lagoa desativada
14
10
9643893
342601
(
)
(
)
9643887
342954
(
)
(
)
9647853
338832
(
)
(
)
Captação SISAR
9647781
338744
(
)
(
)
15
Captação
9646538
341470
(
)
(
)
16
Ilha com animais soltos
9645998
341129
(
)
(
)
17
Cultura de vazante – milho/feijão
9645684
340408
(
)
(
)
18
Macrófitas margem esquerda
9644406
341060
(
)
(
)
19
Residências na APP
9644192
341192
(
)
(
)
20
Lavagem de roupas/ macrófitas
9644027
341446
(
)
(
)
21
Residências e macrófitas
9644076
341921
(
)
(
)
22
Ponto de monitoramento 3
9648036
338995
(
)
(
)
23
Balneário Ilha da Fantasia
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
11
12
45-48