Peregrino
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Peregrino das Letras Informação, Cultura e Livre Expressão IMPRESSO DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA PREÇO NAS BANCAS R$1,00 www.jperegrino.com.br Ribeirão - -SP VIII - Nº 86 junho/2007 Ribeirão Preto - SPPreto - Ano IV Nº -41Ano - Setembro/2003 - R$- 1,00 “Todo amor que não tem a amizade como base é como a mansão construída sobre a areia”. Ella Wheeler Wicox A relação entre amamentação e pensamento Um dos primeiros movimentos orais que o bebê realiza é o de sugar, pois esse é um ato reflexo que garantirá a sua sobrevivência para, posteriormente, auxiliá-lo na futura mastigação e produção da fala. Um dos grandes benefícios da amamentação é adquirir resistência contra várias doenças, além da afetividade que se instala entre a mãe e o bebê. No entanto, meu objetivo neste momento é realizar uma aproximação entre a amamentação, deglutição, mastigação, respiração, fala e pensamento que se desenvolvem no ser humano. A função adequada da cavidade oral pode ser estudada partindo-se da sucção do neonato. Quando o recém-nascido apreende o bico do seio, há um vedamento intenso dos lábios e um movimento deslizante da mandíbula para frente e para trás e, de acordo com dados de observação, sabe-se que tal movimento se repete cerca de um milhão de vezes durante o período de amamentação (Zur Linden, 1983). Esse é um exercício completo para a cavidade oral, pois lábios, maxila, mandíbula, língua e bochechas participam ativamente desse processo. Página 10 Horizontes Mais Amplos no Escotismo Mundial “Se você deseja escrever uma mensagem, que seja impossível que a maioria das pessoas compreendam, use o còdigo morse ou semáforas ao invés do alfabeto comum. Porém, a mensagem vai ser facilmente entendida por seus colegas que saibam sinalização. Igualmente, se você desejar usar uma língua secreta na sua patrulha, todos os seus membros devem iniciar o estudo do “Esperanto”. Ela não é difícil, e é ensinada em um pequeno livro, que custa um “pence”. Esta língua está sendo usada em todos os países, de forma que você poderá usá-la no exterior”. (Escotismo para Rapazes, pág. 202, da primeira edição original inglesa.) - Baden-Powell Página 16 A Audição e o aprendizado O diagnóstico das deficiências auditivas é realizado a partir da avaliação médica e audiológica. Em geral a primeira suspeita quanto à existência de uma alteração auditiva em crianças muito pequenas, é originalmente percebida pela própria família; a partir da observação da ausência de reações a sons, comportamento diferente do usual (a criança que é muito quieta dorme muito e em qualquer ambiente, não se assusta com sons intensos); e, à medida que vai crescendo, não apresenta desenvolvimento de linguagem. A busca pelo diagnóstico também poderá ser originada a partir... Página 4 Livros Imagem cedida pela Escola Waldorf Ribeirão UFO – Os códigos proibidos – Alfredo Lissoni Acionamentos Elétricos – Claiton Moro Franchi DVD Gerda Malaperis - La filmo! - Espernto Página 15 A importância do brincar na aprendizagem “Dize-me como brincas e te direi... como tu és”. Há algum tempo atuando na clínica psicopedagógica, percebo a necessidade de refletir com os pais, educadores, e outros interessados a importância do brincar na construção do conhecimento. As brincadeiras fazem parte do patrimônio lúdicocultural, traduzindo valores, costumes, formas de pensamentos e aprendizagens. O brincar fornece à criança a possibilidade... Página 5 Peregrino das Letras 2 Informação, Cultura e Livre Expressão Editorial Quando nos enamoramos de alguém ou de alguma coisa é realmente necessário que eles obedeçam aos padrões vigentes de beleza e de adequação? O dito popular parece não concordar com isto. É só lembrarmos: “Quem ama o feio, bonito lhe parece”. Chico Buarque nosso felicíssimo compositor também deixou bem claro que ao nos sentirmos enfeitiçados por alguém, não é necessário que ele seja assim digamos uma beleza. É só prestar atenção à letra do Tanto Amar onde ele diz que “amo tanto e de tanto amar, acho que ela é bonita”. Se prestarmos atenção ao que nos cerca, observamos que as pessoas se enamoram, sentem-se atraídas. São elas de todos os tipos. Magras, altas, baixas, gordas, bonitas, feias, simpáticas e antipáticas. Cupido parece não escolher. Ele foca o alvo, envia sua seta, acerta os corações e não vê caras ou aparência. Ele não escolhe apenas os maravilhosos e os sarados. Em determinado ano, em determinado mês, em determinado dia, somos afetados pelos seus dardos. Estabelece-se de repente a química, aquela que nos faz perceber o outro, através do batimento cardíaco, das tremedeiras. Quem não sentiu isto? Independe de narizes grandes, de espinhas no rosto, de dentes com aparelhos móveis (hoje em dia, há até um charme nisto). Daí nada mais importa. Os pequenos defeitos se tornam qualidade. Até que... acordamos. E aí é um tal de achar defeito, de enxergar o que não havíamos percebido antes. É que somos seres em busca do amor. Em princípio talvez seja apenas o amor que estamos buscando através do outro. Vejamos que a palavra enamorar vem de en + amor + ar. Uma vontade de mergulhar no amor. O objetivo talvez seja o de alcançar o amor maior que é aquele que realmente prescinde da aparência. Enquanto isto vamos nos enamorando. Um dia chegamos lá. Feliz dia dos En + amor + ados. Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz [email protected] Cursos – Oficinas - Palestras – Workshops Junho 2 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Ribeirão Preto / SP - Informações: (16) 3021 5490 / 9994 7224 / 3931 6140 / 9994 5605. 3 – Curso de Reiki Nível III – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3931 5226 / 9962 1976. 3 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Atibaia / SP - Informações: (11) 4402 7287 / 9220 3754. 10 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Jaboticabal / SP - Informações: (16) 3202 3998 / 9708 0692. 15, 16 e 17 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Mococa / SP - Informações: (19) 3665 8618 / 9283 7256. 16 – Curso de Reiki Nível I - Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3630 2236 / 9782 4150. 17 – Curso de Reiki Nível II – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3931 5226 / 9962 1976. 23 e 24 – Workshop “Constelação Sistêmica” – São Paulo / SP - Informações: (11) 7464 4229. 24 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Jaboticabal / SP - Informações: (16) 3021 5490 / 9994 7224. 30 – Curso de Reiki Nível I - Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3630 2236 / 9782 4150. Caro Leitor NOTA: Estamos realizando em nosso site uma PESQUISA com os nossos leitores. Solicitamos a todos que tem acesso a um computador que respondam as perguntas. O resultado da pesquisa nos permitirá melhorar o conteúdo do jornal. Desde já agradecemos a colaboração e as pessoas que já enviaram a pesquisa. Peregrino das Letras Peregrino Informação Cultura e Livre Expressão Ribeirão Preto - SP - junho/2007 JPeregrino Comunicação Visual Ltda. Peregrino - 1ª edição - Maio / 2000 José Roberto Ruiz Direção: José Roberto Ruiz - MTb 36.952 - Redatora: Mariza Helena R. Facci Ruiz WebDesign: Francisco Guilherme R. Ruiz Fotolito e Impressão: Fullgraphics Gráfica e Editora - (16) 3965 5500 Endereço para correspondência: Av. Guilhermina Cunha Coelho, 350 A6 - Ribeirão Preto - SP - 14021-520, Telefone: (0**16) 3621 9225 / 9992 3408 Site: www.jperegrino.com.br / e-mail: [email protected] (16) 3621 9225 / 9992 3408 e-mail: [email protected] As idéias emitidas em artigos, matérias ou anúncios publicitários, são responsabilidades de seus autores e, não são expressão oficial do Peregrino das Letras, salvo indicação explícita neste sentido. É expressamente proibida a reprodução parcial ou total desta publicação sem a prévia autorização. das Letras Peregrino das Letras Ribeirão Preto - SP - junho/2007 Gravidez Psicológica em Cadelas Também denominada pseudociese, falsa prenhez ou ainda gravidez psicológica, onde a cadela passa a apresentar sinais que simulam o comportamento maternal, como se realmente estivesse gestante. É uma patologia relativamente freqüente e comum nas cadelas e ocorre geralmente 2 a 3 meses após o cio, em decorrência de alterações hormonais. Durante a ocorrência do processo, o comportamento da fêmea torna-se bastante alterado, onde há inquietação, irritabilidade, auto-amamentação, começa a fazer “ninhos” com objetos como brinquedos, bichinhos de pelúcia ou ainda outros animais; podem ainda ocorrer outros sintomas como vômitos, depressão, anorexia (diminuição ou total falta de apetite), aumento de tamanho das glândulas mamárias com secreção láctea (galactorréia), secreção vaginal e raramente sinais de trabalho de parto. As alterações hormonais podem ter diferentes causas, como o hipotireoidismo, o uso de anticoncepcionais ou ainda em fêmeas que foram castradas em uma fase do ciclo estral não indicada para tal (denominada diestro), onde os níveis de progesterona estão elevados no sangue. 3 Informação, Cultura e Livre Expressão Para a confirmação do diagnóstico o animal deverá ser criteriosamente avaliado por um médico veterinário, para que possam ser descartadas outras patologias que também podem apresentar sintomas semelhantes como neoplasias (tumores) das glândulas mamárias, processos inflamatórios ou infecciosos (mastites), hipotireoidismo, prenhez verdadeira ou ainda piometrite, que é uma patologia do útero que pode ser de alto risco para a fêmea. Radiografia, ultrasonografia ou ainda exames de esfregaço vaginal podem ter grande valor ao diagnóstico. É recomendável o uso de colar elizabetano para evitar a autoamamentação ou lambedura e sucção, minimizando estímulos que promovem a lactação (produção de leite). Também são indicadas compressas frias e mornas alternadas sobre as glândulas mamárias. A redução de alimentos por 3 a 4 dias pode auxiliar a redução da lactação. A pseudociese deve ser considerada normal a todas as cadelas que estejam ovulando e não significa impedimento para o acasalamento. Poderão ter novas recorrências em cios futuros. Recomenda-se a cirurgia de castração caso o proprietário opte definitivamente não mais acasalar a cadela e o procedimento cirúrgico deverá ser realizado na fase de anestro, que em condições normais ocorre de 2 a 3 meses antes do próximo cio previsto. A cirurgia durante a ocorrência do processo não é indicada, pois os níveis do hormônio progesterona estarão aumentados e só iriam prejudicar ainda mais a saúde da cadela e não aliviariam os sintomas. O tratamento deverá ser instituído pelo médico veterinário após avaliação clínica. Dr. Mussi A. de Lacerda Médico Veterinário - CRMVSP 3065 Arca de Noé Centro Médico Veterinário www.arcadenoehv.com.br Quando fazemos o contato visual com uma Mandala nossa energia se altera e essa modificação é sempre muito positiva. Além disso, a arte de criação de uma Mandala implica em voltar a sua atenção para o mundo interior, trabalhando assim com o autoconhecimento e a auto-estima. A Mandala existe em um lugar de beleza no interior de cada pessoa, assim, cada um pode descobrir as belezas e potencialidades que estão dentro de si, por meio do trabalho de interiorização psíquica proporcionado pelas Mandalas. O que são mandalas A palavra Mandala vem do sânscrito e significa círculo. A forma é, portanto, uma regra e a mais importante deste círculo é o centro. Ao olhar uma Mandala vemos um desenho circular que contém em seu interior o centro e ao redor, formas geométricas variadas e símbolos. As Mandalas foram encontradas já nos primórdios da evolução humana, pois há desenhos de mandalas nas cavernas préhistóricas, ainda que bastante simplificados. Ao longo dos séculos diversos tipos de Mandalas surgiram em diferentes civilizações e religiões, tais como tribos indígenas, na cultura egípcia, tibetana, budista, judaica e até cristã, como as rosáceas das grandes Catedrais, por exemplo. As Mandalas apresentam diversas utilidades: podem ser cultuadas, podem ser objeto de meditação e até mesmo um recurso psicoterapêutico para tratamento de pacientes. Elas são utilizadas também com fins de proporcionar maior equilíbrio de energias para as pessoas ou mesmo como uma obra de decoração artística. A despeito das diversas utilidades da Mandala, todas elas apresentam uma vibração, pois elas emanam energia. Esta vibração não está só ligada às suas formas ela tem muito a ver com as cores usadas, pois desenho e cor são inseparáveis numa Mandala e as cores também emanam tipos específicos de energia. Sendo assim, uma Mandala pode alterar as vibrações daquilo que suas emanações atingem. Texto elaborado pelo grupo de estudo, pesquisa e arte ALEN ANUNCIAR 3621 9225 4 NOTA: ESTAMOS REALIZANDO EM NOSSO SITE UMA PESQUISA COM OS NOSSOS LEITORES. SOLICITAMOS A TODOS QUE TÊM ACESSO A UM COMPUTADOR QUE RESPONDAM ÀS PERGUNTAS. O RESULTADO DA PESQUISA NOS PERMITIRÁ MELHORAR O CONTEÚDO DO JORNAL. DESDE JÁ AGRADECEMOS A COLABORAÇÃO E ÀS PESSOAS QUE JÁ NOS ENVIARAM A PESQUISA. Peregrino das Letras Ribeirão Preto - SP - junho/2007 Informação, Cultura e Livre Expressão Srs. Pais - A Audição e o aprendizado – Parte III Vamos continuar com a nossa discussão sobre os efeitos “devastadores” da perda auditiva quando manifestada ainda na infância. . Identificação e Diagnóstico O diagnóstico das deficiências auditivas é realizado a partir da avaliação médica e audiológica. Em geral a primeira suspeita quanto à existência de uma alteração auditiva em crianças muito pequenas, é originalmente percebida pela própria família; a partir da observação da ausência de reações a sons, comportamento diferente do usual (a criança que é muito quieta dorme muito e em qualquer ambiente, não se assusta com sons intensos); e, à medida que vai crescendo, não apresenta desenvolvimento de linguagem. A busca pelo diagnóstico também poderá ser originada a partir dos programas de prevenção das deficiências auditivas na infância como o registro de fatores de risco e triagens auditivas. O profissional da saúde procurado em primeiro lugar é geralmente o pediatra. Este por sua vez, em casos possivelmente positivos, encaminhará a criança ao otorrinolaringologista, quando se iniciará o diagnóstico, fazendo um histórico do caso observando o comportamento auditivo. Como conduta padrão, realizará o exame físico das estruturas do ouvido, nariz e das diferentes partes da faringe. Em casos de diagnósticos afirmativos, o passo seguinte é o encaminhamento para a avaliação audiológica (fonoaudióloga). No caso dos adultos, geralmente, as queixas de alterações auditivas são do próprio indivíduo, e, no caso de trabalhadores expostos a situações de risco para audição (ruído, produtos químicos, altas temperaturas, e etc), o encaminhamento poderá advir através dos Programas de Conservação de Audição (PCA), da Medicina do Trabalho. Devido ao grau de importância em se detectar a perda auditiva em crianças, principalmente na fase escolar, nós desenvolvemos um projeto muito simples visando à prevenção e o descobrimento precoce deste problema, que podem ser fatores de impedimento ao bom aprendizado e à comunicação. Estaremos encaminhando a várias escolas, um estudo cuja análise aponta para a necessidade de se investigar todas e possíveis causas do baixo rendimento escolar nos primeiros anos de estudo. Uma análise corriqueira da percepção frente ao estímulo sonoro não é precisamente um diagnóstico claro, mas sim, um indício de que se faz necessária uma investigação mais apurada acerca dos mecanismos fisiológicos da audição desta criança nesta fase de sua vida. O exame de Audiometria Tonal é o que chamamos de um “diagnóstico presuntivo”. Uma vez que, através deste exame, averigüemos que a capa- cidade auditiva encontra-se dentro dos chamados “Padrões de Normalidade”, descartamos a perda auditiva como fator inibitório do bom rendimento escolar; e, por conseguinte, indicamos a necessidade de se investigar todos os demais fatores que possam ser indícios de prejuízo do aprendizado. Caso contrário, se detectarmos uma possível perda na audição, realizamos uma avaliação mais detalhada, incluindo no exame de Audiometria Tonal, outros dois tipos de emanações sonoras:- a estimulação por “Via Aérea” (a fim de analisar a condução mecânica do som pelos canais auditivos); e, a estimulação por “Via Óssea” (através de uma estimulação sonora na chamada porção mastóidea do osso temporal), onde em casos diagnóstico dentro do “Padrão de Normalidade” temos reais indícios de tratar-se realmente de uma perda condutiva (reversível) ou neurossensorial (em muitos casos, irreversíveis, porém, com a devida adequação terapêutica). As perdas auditivas são classificadas em vários patamares distintos, que vão desde um Grau Leve, passando por Moderado, Severo e até Profundo. Os casos mais graves são facilmente detetados, pois em perdas profundas, não há a mínima manifestação positiva em relação à percepção da estimulação sonora. Todavia, os casos mais leves, são passíveis de averiguação, pois podem originar-se de fatores que vão desde um simples impedimento da condução do som pelo conduto auditivo (rolhas de cera, sinuosidade condutiva, obstrução por má formações e etc) até o surgimento de lesões neurológicas citadas aqui anteriormente (podendo ser medicamentosa, por excesso de exposição a ruídos intensos, infecções e etc.) Informe-se se a escola do seu filho se preocupa com a audição infantil. Dra. Gisele Mary Berbare Fonoaudióloga – CESAUDIO “M.V.” [email protected] Tel/Fax: (16) 3636 7836 Peregrino das Letras Ribeirão Preto - SP - junho/2007 5 Informação, Cultura e Livre Expressão ANTROPOSOFIANDO A importância do brincar na aprendizagem “Dize-me como brincas e te direi... como tu és”. Há algum tempo atuando na clínica psicopedagógica, percebo a necessidade de refletir com os pais, educadores, e outros interessados a importância do brincar na construção do conhecimento. As brincadeiras fazem parte do patrimônio lúdico-cultural, traduzindo valores, costumes, formas de pensamentos e aprendizagens. O brincar fornece à criança a possibilidade de ser um sujeito ativo, construtor do seu próprio conhecimento, alcançando progressivos graus de autonomia frente às estimulações do seu ambiente. É dentro desse contexto, que o lúdico possibilita o falar, o ouvir, a livre escolha, a criatividade, a cura, a transformação... Na Pedagogia Waldorf, criada pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner (1861-1925), o brincar é o principal conteúdo na pré-escola. Desse modo, a criança desde pequena vivencia ricamente a sua imaginação e a fantasia, através das brincadeiras de roda, bonecas de pano, contos de fada, além de pintar, modelar, cantar; dentre outras atividades, que são importantes elementos para a formação das forças criadoras da personalidade. Para Heydebrand (1996), “deveríamos evitar nessa idade toda atividade intelectual; e não-artística, de caráter abstrato e alheia à vida real’’. Por meio do brincar, as crianças exploram o mundo com todos os seus sentidos e desenvolvem as primeiras noções de espaço, tempo, textura, temperatura, forma e consistência. Alguns estudos neurofisiológicos relatam que a formação do cérebro e a ampliação do número de sinapses (conexões nervosas) são estimuladas pelo processo natural de brincar. Segundo Kishimoto (2000), pesquisadora da USP e autora de diversos livros sobre Jogos e Educação Infantil, “a criança procura o jogo como uma necessidade e não como uma distração... (...) É pelo jogo que a criança se revela. As suas inclinações boas ou más, a sua vocação, as suas habilidades, o seu caráter, tudo que ela traz latente no seu eu em formação, torna-se visível pelo jogo e pelos brinquedos que ela executa”. Certo dia lendo a revista Veja, psicólogos e educadores discutiam sobre o tema, e achei bem oportuno, algumas questões abordadas por eles. Pesquisas americanas afirmam que as crianças educadas precocemente demonstram menos criatividade e menos entusiasmo pela aprendizagem, ocasionando muitas vezes, stress e depressão infantil. Elas alertam ainda, que as crianças precisam ter mais tempo livre para rir ou mesmo para o ócio, e que brincadeiras simples como caça ao tesouro, desenvolvem mais o raciocínio e podem aprimorar a alfabetização, a matemática e outros tipos de conhecimentos. Por vivermos numa cultura predominantemente tecnológica, percebemos que a criança está perdendo a sua capacidade original de brincar, e em conseqüência disso observo que muitas das dificuldades de aprendizagens estão associadas a estes fatores, pois segundo Oliveira (2007), “a atividade lúdica revela-se como instrumento facilitador da aprendizagem, possuindo valor educacional intrínseco, criando condições para que a criança explore seus movimentos, manipule materiais diversos, interaja com seus colegas e resolva situações-problema”. No trabalho psicopedagógico, observo algumas crianças apáticas e desinteressadas que brincam pouco e são muito endurecidas tanto física quanto psiquicamente. Elas apresentam dificuldades em se expressar de forma criativa, e de se reconhecerem autoras de suas produções. Outras crianças, incansavelmente querem brincar, mas não conseguem, por excesso de tarefas ou pela ausência de conhecimento dos pais sobre o assunto. Para que o processo de aprendizagem seja real e objetivamente eficaz, é imprescindível ampliar nossos conhecimentos a esse respeito, e esclarecer aos pais, educadores, e pessoas afins, a importância do brincar na sua essência, como fator decisivo para o desenvolvimento humano, e não apenas como mera discussão intelectual, ou como “coisa do passado”. Convido você leitor a repensar seus conceitos sobre o assunto: O que eu entendo sobre o brincar? Como foi a minha infância? Como é a de meus filhos? E a escola, tem permitido que os professores brinquem? E os alunos? O que esperar do futuro, se as crianças hoje entram para a escola precocemente? É de fundamental importância, tomarmos consciência de que a atividade lúdica é uma necessidade da criança, que propicia o seu desenvolvimento físico-motor, emocional, cognitivo e afetivo. Brincando a criança ordena o mundo à sua volta, assimilando experiências e informações, incorporando atividades e valores. O brincar permite que o aprendiz tenha mais liberdade de pensar e de criar para desenvolver-se plenamente. Em síntese, brincar é aprender, aprender é brincar (deveria ser, pelo menos)... É conectar-se com o prazer de ser autor, é tornarse mais humano... Lílian de Almeida P. B. Sá Pedagoga e Psicopedagoga Formação em Pedagogia Waldorf, ArteEducação e Socioterapia [email protected] Quem somos? Somos um grupo de profissionais multidisciplinares da área médico / terapêutica, que possui como orientação comum a antroposofia. Numa das reuniões do grupo nasceu a idéia de iniciarmos este caderno, o antroposofiando, onde pretendemos divulgar noções básicas sobre os princípios antroposóficos, e também exprimir idéias a respeito de acontecimentos do nosso dia-a-dia. Gostaríamos também de interagir com os leitores ouvindo suas opiniões ou esclarecendo possíveis dúvidas. O grupo é formado por: Annelvira Gabarra, terapeuta artística, Dra. Beatriz Ferriolli, fonoaudióloga, Elisabeth Martha Tesheiner, musicoterapeuta, Dr.Júlio José Cunha, médico, Marina Fernandes Calache, pedagoga curativa, Dr. Paulo Neves Junior, médico, Dra. Zélia Beatriz Ligório da Fonseca, médica, Lilian de Almeida P. B. Sá, pedagoga e psicopedagoga e a Escola Waldorf de Ribeirão Preto. 6 ANTROPOSOFIANDO Peregrino das Letras Informação, Cultura e Livre Expressão O Meio Ambiente e três Motivos para Consumir Verduras Na semana do meio ambiente, nós produtores e consumidores de produtos orgânicos podemos comemorar com mais satisfação do que os que produzem e consomem produtos convencionais. Quando temos visitantes aqui no sítio para ver a produção de verduras orgânicas, eu sempre os convido para comerem cenouras, ervilhas, vagem, direto da planta. Sinto orgulho em poder dizer isso, não precisar esconder nada, sabendo que não tem veneno, nem adubo químico, mas sim bastantes minerais e vitaminas e um sabor todo especial. Então, ao consumir e produzir orgânicos, nós ajudamos concreta e ativamente na eliminação de inseticidas, fungicidas, herbicidas e adubos químicos no solo, nos rios e lençóis freáticos, etc. O segundo argumento é a questão da necessidade da terra. Se as pessoas consumissem quase exclusivamente vegetais, a necessidade de terra para produzir seria muito menor. Um hectare de terra pode alimentar 12 consumidores vegetarianos, mas somente 3 pessoas consumidoras de uma “dieta americana”, com muita carne, leite, manteiga, queijo, etc. Com isso, a terra que hoje é usada para alimentar gado com pasto e com soja e milho para fazer ração, pode ser usada para diminuir o desmatamento, recuperar florestas nativas, reflorestamento, produção de energia, etc. Veja em nosso site o Artigo: “A agricultura orgânica pode alimentar o mundo?” O terceiro argumento é a descoberta recente da riqueza enorme de verduras e frutas em fitoquímicos ou fitoterápicos. São micronutrientes presentes em plantas com capacidade de maximizar a defesa do corpo contra doenças, quase todas descobertas nos últimos 20 anos e são mais de 10.000 até agora. Elas funcionam melhor se forem consumidas cruas e em grande variedade. Então, uma dieta mais vegetariana fornece ao consumidor quantidades grandes desses miraculosos fitoterápicos, além das vitaminas, sais minerais, antioxidantes e suas baixas calorias facilitam manter o peso normal, proporcionando uma vida saudável. O melhor presente que podemos dar para o meio ambiente é procurar saúde plena. Isso começa com a eliminação do veneno nas refeições. Fazendo isso, obrigamos os produtores a produzir orgânicos. Aumentar bastante o consumo de vegetais é outra mudança de hábito necessária para conseguir eliminar doenças do coração, derrames, câncer, obesidade, etc, que hoje matam 80% das pessoas antes do tempo. Consumindo mais vegetais, podemos alimentar o mundo com menos terra que fica disponível para manter e aumentar as reservas florestais. Isso traz de volta os pássaros, animais selvagens, as fontes de água pura e ajuda a diminuir a temperatura do globo. A longo prazo, podemos esperar uma mudança de clima com menos desastres naturais. Joop Stoltenborg Sítio A Boa Terra Tel.: (19) 3647 1321 www.aboaterra.com.br Ribeirão Preto - SP - junho/2007 São João, acende a fogueira do meu coração As festas juninas fulguram no calendário brasileiro com destaque crescente. São três os santos exaltados nesta época, São Pedro, Santo Antônio e São João; sendo que este último traz uma íntima ligação com a figura crística desde sua concepção. São João foi anunciado pelo arcanjo Gabriel a seu pai Zacarias, que se mostrou admirado e incrédulo, pois ele e sua mulher Isabel já tinham idade avançada e ela nunca havia conseguido gerar uma criança por ser estéril. Porém, a anunciação se cumpriu e Zacarias perdeu o dom da fala, castigo por sua incredulidade. Sua voz somente foi recuperada quando seu filho nasceu e recebeu o nome de JOÃO. Na época o costume seria receber o mesmo nome paterno; o que não se cumpre. Maria, ao visitar Isabel, que se encontrava no sexto mês de gravidez, saudoua e no mesmo instante Isabel sente sua criança dar um pulo em seu ventre. João tornou-se um grande profeta, viveu como eremita no deserto onde recebeu a revelação da vinda do Messias, também sabia que teria que ajudar as pessoas a se prepararem e reconhecerem o Messias quando este chegasse. As pessoas o procuravam para serem batizadas, ele os orientava para a chegada do grande Messias, no evangelho de Lucas, suas palavras são as seguintes: “Eu batizo com água, mas já está entre vós aquele que não reconheceis, que virá depois de mim. Ele irá batizar-vos com o Espírito Santo e o fogo. Não sou digno de desatar a correia de seu sapato”. Através destas palavras ele apresentava aos corações humanos toda a perspectiva do futuro onde algo novo deveria chegar à humanidade, uma nova possibilidade de evolução carregada pelo ser solar, o Cristo. E ele, digno representante da cultura lunar teria que diminuir para que o Sol pudesse brilhar. Quando Jesus foi batizado, também foi reconhecido por João como Messias, o Filho do Pai. Logo depois, João Batista é encarcerado e decapitado. E começam os três anos onde Cristo inscreve com seus atos e palavras todo ensinamento que nos levam para um caminho de amor, movido pela interiorização e que o tornou disponível a toda humanidade. Onde o ego deve diminuir para que o ser crístico cresça em nós. Nesta época de São João somos lembrados do quanto é possível fazer para que a generosidade, a gratidão, o perdão e o amor cresçam em nós promovendo o crescimento da consciência, proporcionando posturas éticas e responsabilidade desenvolvidas para uma atuação social justa. São João acenda a fogueira em nossos corações... Marina Fernandes Calache Pedagogia Curativa, Terapeuta do Movimento, Visão Ampliada pela Antroposofia. Peregrino ANTROPOSOFIANDO das Letras Ribeirão Preto - SP - junho/2007 Informação, Cultura e Livre Expressão O HOMEM COMO UM SER “ENTRE” A formação de uma pessoa advém de pólos e leis bem opostos. Se pensarmos na união do óvulo e do espermatozóide, temos de um lado a maior célula do corpo humano em número limitado durante a vida, com forma arredondada, cheio de substância vital, sem movimento próprio, e do outro lado o espermatozóide, infinitamente maior e numeroso, radial quanto à forma, ágil em seus movimentos e, na união dos dois torna-se possível a concepção de um ser humano. Temos na formação de nossos corpos físicos a impressão dessas leis opostas, nossa cabeça é arredondada com ossos soldados em prol da forma, guardando em seu interior algo mole, em contrapartida temos nossos membros cuja forma é radial, contendo ossos isolados, e a parte mole fica para fora, e entre essas duas polaridades temos o tronco, que se torna uma terceira lei porque integra esses dois pólos opostos, e justamente porque possui algo das suas leis não é nem uma, nem outra. Quanto mais perto da lei da cabeça estivermos, mais parecido com esta lei estaremos, o mesmo ocorrendo no pólo oposto, na parte de baixo do tronco temos o osso da coluna vertebral e na frente todos os órgãos estão expostos, sem proteção óssea. Agora, se observarmos por outro ângulo, temos um corpo que é absolutamente transitório que possui existência limitada por duas colunas bem claras: nascimento e morte. E dentro deste intervalo de vida e morte o corpo está sujeito a uma evolução ascendente, onde há crescimento e amadurecimento, e uma fase de involução e envelhecimento até seu perecimento. Com esta corporalidade física estamos ligados a todas as necessidades e desejos que a carne possui. Porém, surge ao lado desse físico algo que se liga não às próprias neces- sidades, mas às verdades impregnadas nas coisas do mundo, e na compreensão do outro, isto traz uma contrapartida: o autoconhecimento. Entre este corpo físico que se une egoisticamente às próprias necessidades e este, digamos, ser espiritual, que se liga altruisticamente às leis inerentes ao mundo circundante, surge algo que une essas duas necessidades; não sendo nem uma, nem outra, mas uma terceira, a que na antroposofia chamamos de alma, ou mundo interno, que é aquele âmbito onde dirigimos nossa atenção ao que nos interessa, deixamos nosso ser espiritual reconhecer as leis daquilo que nos interessa conhecer, e por outro lado conhecemos aquilo que nosso corpo suporta conhecer. No mundo interno transitamos em três níveis distintos: pensar, onde “apalpo” as leis com meu ser espiritual, agir, onde o que o meu ser espiritual conseguiu apreender do mundo circundante e transformou em algo próprio que interfere nesse meio. E entre esses dois pólos temos o sentir, que não é pensar, porém possui um pouco dele, e não é ação, mas tem também um pouco dela. É como se fosse um pensar ativo e uma ação refreada. É nesse mundo interno intermediário entre o ser espiritual e o ser material, onde temos nosso âmbito de liberdade para deixarmos adentrar o mundo externo, reconhecer suas verdades, tanto quanto nosso desenvolvimento nos permitir, e deixar este mundo externo tornar-se interno. Com o passar do tempo e o amadurecimento, vemos então surgir algo que ilumina o ser humano com uma luz própria, singular. Esta luz que nos ilumina diariamente tem que nos deixar entregues à recuperação do próprio corpo, para que ele tenha condições de suportar, pois esta luz desgasta a vitalidade. Para tanto, diariamente dormimos. Há então o estágio de consciência onde estamos plenamente dentro de nós mesmos, estamos em vigília. Há por outro lado o momento em que esta consciência nos abandona e entramos em sono profundo. Porém, entre vigília e sono profundo existe um estágio intermediário, onde não estamos plenamente despertos nem placidamente adormecidos, mas temos uma vaga consciência de nós mesmos, que é o estágio onírico. Resumindo, o ser humano está sempre “entre”. Entre pólos na formação do corpo transformados em corpo, porque tem o “entre” que une os pólos formando uma terceira força que reúne esses pólos num só organismo. Entre dentro e fora, com o mundo interno que escolhe o que do mundo externo que deixará entrar, transformandoo em algo seu, participante de sua cognição. Entre vigília e sono profundo ligando esses dois mundos nos seus sonhos. Existe ainda a polaridade das leis a que o ser humano se submete, uma lei, a da gravidade, o prende a terra, outra lei, a do empuxo, o suspende da terra, dando-lhe a condição de ser ereto, que se liberta, e nesta posição ele se coloca entre céu e terra. Ser humano é, portanto um ser “entre”, e por ser “entre” reúne polaridades, e por unir polaridades é trimembrado. Marina Fernandes Calache Pedagogia Curativa, Terapeuta do Movimento, Visão Ampliada pela Antroposofia. “Em dias longínquos... o Espírito de tudo que é terreno foi ter com o Espírito do Céu, e foi assim que ele falou: Eu sei falar Com o espírito humano, Mas peço-te dar-me Aquela língua pela qual O coração do mundo Fala ao coração do Homem. Foi então que o bondoso Espírito Celeste Deu ao Espírito Terrestre A Arte!” Rudolf Steiner Criatividade é uma parte essencial dos homens: uma força vital sem a qual podemos existir, mas não podemos realmente viver. Ela é um fluxo contínuo dentro de nós e no nosso ambiente. Podemos nos abrir para seu movimento se superarmos nossas defesas... Praticar uma arte é explorar o ato de criação como um exercício espiritual. É um meio de acordar para a nossa realidade íntima e entrar em 7 contato com a beleza e o mistério da vida. Em todo processo de criação acontece o aglutinar e o dissolver da matéria e da forma, a dissolução de velhos padrões, de formas enrijecidas, de antigos bloqueios, juntando e aglutinando imagens novas, vivas e livres. Rudolf Steiner desvendou à consciência moderna a função essencial do criar artístico. Neste criar artístico, o homem desenvolve uma consciência processual, aprende a viver no fluir da vida, aprende a pôr o vigor da sua ação a serviço da corrente criadora do mundo, insere-se no atuar de leis universais. No verdadeiro criar artístico o homem experimenta um poder abrangente que transcende sua subjetividade, seu egoísmo. O homem passa a conhecer o “processo” que une matéria ao mundo ideal e, uma vez inserido no fluir dos processos, ele aprende a “auscultar” o desenvolvimento necessário, aprende a “ouvir” o futuro. Annelvira Gabarra Terapia Artística (16) 3623 3319 Homem, torna-te essencial, pois, se o mundo parar, o acaso desaparecerá e só o essencial permanecerá. Angelus Silesius 8 ANTROPOSOFIANDO Peregrino das Letras Informação, Cultura e Livre Expressão Ribeirão Preto - SP - junho/2007 DEPRESSÃO, EPIDEMIA CONTEMPORÂNEA A tristeza é um estado interior que corresponde a um sentimento normal a todos nós. Há constantes motivos que nos deixam tristes, situações que nos devem mobilizar para tratar do conteúdo que nos entristece, de maneira natural e equilibrada. O estado depressivo é uma outra situação, pois é algo de maior intensidade e que nos afeta o cotidiano de maneira mais prolongada e sintomática. Há uma comum confusão no uso da terminologia de tristeza e depressão em nossos dias. É bastante freqüente que as pessoas digam que estão com depressão quando na realidade estão tristes. Nem por isso, deixo de perceber em minha clínica diária, o quanto a depressão acomete um número grande e expressivo da população. E em níveis crescentes. Como historicamente as sociedades se expressam também pelas enfermidades, produzimos coletivamente nossas depressões. Todos temos um eu que em estado germinal na criança, ao longo de seu caminho biográfico, passa pela fase de crescimento físico-vital de 1 a 21 anos. A partir daí inicia-se um autêntico processo gradativo de autodesenvolvimento. Então o eu carrega qualidades inatas que nós podemos observar na infância e ele detém características instrumentais em potencial, que cada um como missão de vida sente que pode trabalhar em um processo de auto-aperfeiçoamento. Dessa maneira, gradativamente vamos ao longo dos anos nos percebendo e imprimimos no mundo nossa individualidade. Sentimos que estamos aqui para cumprir nossas grandes metas de vida e uma vez que nos mantemos nesse fio condutor, sentimo-nos realizados existencialmente. Contudo vivemos riscos de aplacamentos do eu, que resulta na diminuição de nossa auto-expressão. Olhando ao nosso redor social percebemos que a economia é a grande religião do momento. Seus aspectos conceituais moldam o ensinamento nas universidades, que representam o seu templo. Naturalmente as escolas de ensino fundamental e médio se nutrem dessa hegemonia pensamental e praticam ações coadunadas. Isso resulta nas escolas empresas e suas deturpações. A pedagogia convencional prepara desde cedo as crianças para entrarem em um “mundo competitivo”, a linguagem de mercado que culmina na grande competição denominada vestibular. Porém nem todos os seres humanos nascem para competir... Assim uma parcela importante dos nossos jovens é massacrada por esse trator impiedoso e fica no meio do caminho cheios de cicatrizes e seqüelas, não aparecendo no “sucesso” da aprovação do vestibular - ou na não aprovação nas ditas melhores faculdades (as públicas, habitualmente)... Já que ter “sucesso” virou meta econômica e de status, muitos adolescentes, pós adolescentes e eternos adolescentes vendem suas almas e corpos a qualquer preço para galgarem esse patamar. Como o mercado cria constantes ídolos, numa clonagem ou metamorfose da mesmice para rodar o consumismo, ele também destrói os velhos sucessos para abrir espaço. De maneira interessante é que a velocidade de criar e destruir está cada vez maior, pois a sociedade de consumo está cada vez mais ávida e apressada em consumir o prazer seguinte pois o atual não está suprindo a ânsia imperativa da nossa alma sofrida. Como a lógica do prazer é ter, já que as empresas estão transformando tudo em produtos, para quem não tem, a este é levado um sentimento de inferioridade. Ter conforto está ficando cada vez mais caro... Mais a gente vai se gastando para ter... Mais horas vamos trabalhando no mundo conectado da tecnologia... Nessa esfera, os alimentos vão ficando progressivamente mais baratos. Contudo é a proliferação de comida industrializada, pobre em nutrientes, ricas em carboidratos, cheias de químicas que poluem nosso corpo e sobrecarregam o fígado. Órgão desintoxicador visto pela medicina antroposófica como órgão da vida. Quem está com depressão sente-se sem vida, desvitalizado. Dessa maneira vivemos entre o pavor da obesidade mórbida à ditadura de beleza das modelos esqueléticas e de cabelos lisos. Por essas trilhas é preciso ter bastante serenidade para lidar com esses fatores para não sucumbir a esse discurso, falso, de ‘‘ser alguém”, em que é embutido em todos nós que a felicidade é ser rico. Sabiamente diz o meu amigo que a falta de dinheiro acentua os problemas. É interessante acompanhar algumas biografias que “se matam” em construir fortunas e quando as tem, continuam se estressando em mantê-las. E claro, passam a gastar seu dinheiro (consigo ou seus familiares), em grande quantidade para tratar dos males decorrentes desse comportamento. A imposição de ter dinheiro, segurança (palavra ilusória, isso não existe), status, entre outros, está levando as pessoas a irem a direções profissionais completamente distantes de sua realidade pessoal. Cada um de nós é diferente dos demais, temos perfis diferentes, nascemos para determinadas missões das quais ao nos afastarmos, secamos literalmente nossa alma. Adoecer por isso é simples decorrência. Quando trabalhamos por dinheiro (exclusivamente), só nos resta mesmo no final do dia buscar uma rota de fuga para atenuar o vazio que provocamos em nós. Não é à toa que somos uma sociedade consumidora de drogas ou de outros instrumentos de dependência: televisão, internet, enfim somos prato cheio para a indústria do entretenimento que buscamos para nos entorpecer. Estar na profissão que você adora torna você bem humorado e produtivo para o bem-comum: é a pessoa certa no lugar certo. Depressão, tecnicamente falando é distúrbio de humor. Trabalhar na profissão em que você se realiza não significa retorno financeiro, mas você não estará mentindo para si mesmo e adoecendo por causa disso. Temos que tomar muito cuidado para não cairmos na tentação de abandonar aquilo que almejamos para nós mesmos em sentido maior e existencial: nossa realização estritamente pessoal, o que implica satisfação profissional. Diga para si mesmo: “pode não ser agora”, mas amanhã estarei na profissão em que expresso o tesouro da minha individualidade, meus dons inatos juntos com os instrumentos pessoais que lapido ao longo dos anos. Um dos sintomas sociais é a freqüente busca de ir atrás da segurança e do dinheiro através de prestar concursos para virar funcionário público. Seara tão almejada por muitos pelas pretensas condições favoráveis a uma estabilidade profissional. Como também sou funcionário público, tenho a oportunidade diária de exercer minhas observações. Ali observo uma grande gama de seres humanos que estão cotidianamente exercendo seu detestável trabalho, sem que se tenha qualquer afinidade por ele. Qualquer trabalho sem atividade sentimental minha alma repele como detestável. O resultado é a indiferença, o mauhumor, mau atendimento, produtos e serviços de máqualidade. Um impacto na alma dos outros e de si próprio é o que se dá para perceber quando se tem um mínimo de autocrítica. E mesmo que alguns funcionários públicos não gostem de suas profissões, mas sejam pessoas muito responsáveis, acabam virando pessoas sobrecarregadas, pois carregam os erros dos outros nas suas costas. Ambas as situações são depressivas, quando levadas no correr de vários anos. E agora pensemos na esfera privada, o âmbito das empresas. Aí é o terreno das inspetorias, das auditorias, dos controles. Os funcionários são induzidos a trabalharem o máximo que podem, em diversas funções – são os chamados funcionários polifuncionais – o que significa trabalhar por vários, já que muitos são demitidos por causa disso. Além do mais há a cultura de atingir metas de vendas dos produtos e serviços. Sobrecarga de trabalho, aumentos progressivos de metas, jornadas de trabalho crescentes (levar serviço para casa, e-mails e uso de celular para a empresa), competição pelos cargos entre colegas de trabalho, chefes e gerentes autoritários (ou sádicos, ou paranóicos, entre outros), o fantasma de ser demitido, enfim temos aí uma cesta de situações que também criam um estímulo depressivo. E se em toda essa atmosfera em que se sinta algo deprimido, você resolver tomar álcool no fim do dia “para dar uma relaxada”, ele destrói células do fígado, e acaba que você vai ficar ainda mais deprimido... Que tal mudarmos essas condições sociais? A abordagem tomada acima considera a relação entre o ambiente e o ser humano como interação que leva à depressão. Existem depressões de caráter intenso e que a investigação médica não revela maiores fatores externos que a induzem ou estão agregadas. É a chamada Depressão Endógena que merece uma abordagem diferente da tomada aqui. Fica para outros artigos. Dr. Paulo Neves Júnior Clínica Médica e Reumatologia Antroposóficas. Consultor Biográfico Peregrino das Letras Ribeirão Preto - SP - junho/2007 Informação, Cultura e Livre Expressão MUSICOTERAPIA Apresentação A Musicoterapia é a utilização controlada do som e da música em um processo que possibilita a ampliação da comunicação, da expressão dos sentimentos, dos afetos e das experiências vivenciais do indivíduo. A Musicoterapia atende o ser humano com dificuldades em diversas áreas como distúrbios de comportamento, de aprendizagem, desordens psiquiátricas, estresse, geriatria, bloqueios emocionais, busca do autoconhecimento proporcionando maior integração e melhoria na qualidade de vida. A Musicoterapia é conduzida por um musicoterapeuta habilitado e treinado, que trabalha num contexto clínico. O musicoterapeuta é um profissional inserido na área da saúde e está apto para atuar em diversos locais como consultórios, hospitais, instituições, escolas, creches, indústrias e fábricas no setor de Recursos Humanos entre outros. Este profissional é preparado durante quatro anos e seu diploma é de Bacharel em Musicoterapia. Isto quer dizer que conhece profundamente a psique humana, bem como seus distúrbios e doenças. Ele faz uma avaliação das necessidades do cliente, formula um programa e uma abordagem terapêutica, desenvolvendo atividades específicas para alcançar os objetivos. O objetivo do tratamento é centrado no cliente. Para isso o profissional utiliza o som, a música e o movimento para produzir os efeitos terapêuticos que permitirão iniciar um processo de recuperação do cliente. Musicoterapia não é aula de música, portanto, não é mobilizar o potencial de saúde do cliente. Tocando, cantando, improvisando, acompanhando e ouvindo música a pessoa partilha a sua experiência em sessões individuais ou de grupo. Da primeira infância à terceira idade a Musicoterapia pode significar, para as pessoas que a buscam, um fator de crescimento e uma contribuição para a melhoria da qualidade de vida. Um ponto fundamental da Musicoterapia é permitir o resgate da confiança e o desenvolvimento do potencial interior de cada um, a partir de uma escuta verdadeira de si mesmo, do reconhecimento dos seus ruídos, das desarmonias e desafinações internas. Serenata ao Luar Imagem cedida pela Escola Waldorf Ribeirão necessário que o cliente saiba tocar algum instrumento ou cantar para que possa ser atendido, pois como já foi dito, o objetivo principal do atendimento é a terapia ou a reabilitação. As vivências musicais proporcionadas pela Musicoterapia estimulam a criatividade e a autoconfiança, ajudando a Elisabeth Martha Tesheiner Musicoterapeuta, Terapeuta Corporal, Educadora Musical Visão Ampliada pela Antroposofia [email protected] Tels.: (16) 3623 0512 / 9725 1503 ANTROPOSOFIANDO 9 Peregrino 10 ANTROPOSOFIANDO das Letras Ribeirão Preto - SP - junho/2007 Informação, Cultura e Livre Expressão A RELAÇÃO ENTRE AMAMENTAÇÃO E PENSAMENTO Um dos primeiros movimentos orais que o bebê realiza é o de sugar, pois esse é um ato reflexo que garantirá a sua sobrevivência para, posteriormente, auxiliá-lo na futura mastigação e produção da fala. Um dos grandes benefícios da amamentação é adquirir resistência contra várias doenças, além da afetividade que se instala entre a mãe e o bebê. No entanto, meu objetivo neste momento é realizar uma aproximação entre a amamentação, deglutição, mastigação, respiração, fala e pensamento que se desenvolvem no ser humano. A função adequada da cavidade oral pode ser estudada partindo-se da sucção do neonato. Quando o recémnascido apreende o bico do seio, há um vedamento intenso dos lábios e um movimento deslizante da mandíbula para frente e para trás e, de acordo com dados de observação, sabe-se que tal movimento se repete cerca de um milhão de vezes durante o período de amamentação (Zur Linden, 1983). Esse é um exercício completo para a cavidade oral, pois lábios, maxila, mandíbula, língua e bochechas participam ativamente desse processo. Além do exercício intenso sobre essas estruturas, é realizado um trabalho de eficiência respiratória, pois enquanto o bebê suga o ar entra e sai através da cavidade nasal propiciando uma adequação desta função, já que com o vedamento labial o pequeno não conseguirá respirar pela boca. O esforço exigido aos músculos da região oral e o movimento de ordenha que o bebê realiza durante a sucção, auxilia no crescimento da mandíbula, bom posicionamento da língua e equilíbrio entre as funções da cavidade oral. Todo esse sistema em sintonia contribuirá para a futura mastigação e fala da criança. Quando o bebê não é amamentado no seio e são utilizados bicos artificiais e não anatômicos, falta-lhe a oportunidade de desenvolver bem suas funções orais, inclusive de crescimento da face, podendo ocorrer a deglutição de ar ou aerofagismo que propiciará problemas gástricos e digestivos, além de predisposição para problemas de infecções nas vias aéreas superiores, tal como as otites. Nesses casos, toda a musculatura fica comprometida, a língua adota uma posição incorreta porque sua mandíbula não pôde se desenvolver adequadamente. Como conseqüência, podemos encontrar alterações no vedamento labial (boca aberta), na mastigação (unilateral, ineficiente ou rápida demais), na deglutição (invertida e com interposição de língua) e na fala (distúrbios articulatórios). Com relação à função mastigatória, verificamos que hoje em dia há uma tendência ao consumo de alimentos não integrais e com texturas pouco consistentes, dessa forma, não há necessidade de se realizar um trabalho mastigatório ativo. De acordo com Zur Linden (op. cit., p.97), “Dentes sadios, maxilares bem formados são o cartão de visitas de uma pessoa sadia e bela. Destruição dentária e deformações dos maxilares revelam o grau de degeneração da saúde de uma pessoa”. Para retomarmos os conceitos antroposóficos, sabemos o quanto os fenômenos degenerativos exercem influência sobre o pensamento humano, dificultando sua lucidez e a atuação do homem em seu meio. Uma boa oclusão auxilia a elaboração correta das expe- riências anímicas, assim como a mastigação correta com movimentos circulares e verticais colaboram para o “bem triturar” das vivências e o equilíbrio na resolução de seus problemas. Podemos dizer que ocorre justamente o contrário com aqueles que, em função de uma má oclusão e incompetência mastigatória, não conseguem resolver seus conflitos internos e, muitas vezes, tornam-se superficiais e alienados diante de muitas situações da vida e em suas relações afetivas. Se a criança não for trabalhada em seus primeiros anos de vida, o quadro tende a se agravar e o comprometimento poderá ser ainda maior com prejuízo da postura corporal global (ombros caídos e tendência a desenvolver uma cifose - curvamento da coluna). Além desses aspectos, é possível notar um embotamento do pensamento, dispersão e desatenção pela dificuldade em respirar, acarretando dificuldades de aprendizagem escolar pela pouca concentração. Para concluir, gostaria de recomendar a todas as mães que amamentem seus filhos pelo menos por seis meses e que divulguem a importância em fazê-lo. Caso a amamentação natural não seja possível, escolham um bico ortodôntico adequado à anatomia da boca. Os bebês agradecem! Beatriz Ferriolli Fonoaudióloga clínica e professora universitária. Especialista em Linguagem, Mestre e Doutora pela FFCLRPUSP. Formação em Antroposofia: Medicina Antroposófica, Quirofonética, Biográfico. “No objeto de percepção “homem” existe a possibilidade de transformação, do mesmo modo como a semente encerra a possibilidade de transformar-se numa planta inteira. A planta se transforma por causa da lei natural objetiva que lhe é inerente; o homem permanece em seu estado imperfeito, a menos que tome em seu interior o material para a transformação, e se transforme por sua própria energia. A natureza faz do homem um mero ser natural; a sociedade transforma-o em um ser que age conforme leis, só ele pode fazer de si mesmo um ser livre. A natureza liberta o homem em certa fase de sua evolução; a sociedade conduz esta evolução uns passos adiante; o último aperfeiçoamento só o homem pode dá-lo a si mesmo.”. RUDOLF STEINER Peregrino das Letras Ribeirão Preto - SP - junho/2007 Tudo se acerta e se preenche. É só saber esperar. E o advento de sua felicidade ano e campos irão propiciar. Até que um dia você sente o perfume do grão. Você se põe a caminhar para trazer a colheita e a armazenar. Informação, Cultura e Livre Expressão Eu não sou eu. Eu sou aquele que caminha ao meu lado, sem que eu o enxergue, que eu visito freqüentemente e que freqüentemente eu esqueço. Aquele que cala em silêncio quando eu falo, que docilmente perdoa quando eu odeio, que fica em pé, quando eu morro. Juan Ramón Jimenez Tal qual cada flor fenece e toda juventude cede à idade, floresce cada patamar da vida. Toda sabedoria e toda virtude também florescem a seu tempo e não devem durar eternamente. O coração precisa estar, em cada patamar da vida, predisposto à despedida e a novo início para, na coragem e sem pesar, entregar-se a novas ligações. E em todo começo reside uma magia que nos protege e nos ajuda a viver. Temos de transpor, dispostos, espaço a espaço, e a nenhum nos apegar como a uma pátria. ANTROPOSOFIANDO 11 O Espírito Universal não nos quer prender e limitar: quer erguer-nos degrau a degrau, quer nos ampliar. Mal nos habituamos a um ambiente, sentindo-o familiar, ameaça o acomodar-nos. Só quem esteja pronto a partir e viajar talvez escape do hábito paralisante. Talvez ainda a hora da morte nos envie, jovens a novos espaços; o apelo da vida a nós jamais há de findar. Vamos lá, meu coração: despede-te e convalesce. Hermann Hesse MINHA PEDAGOGIA BOTÂNICA Aluna - Lina Imagem cedida pela Escola Waldorf Ribeirão Não ensine a seu filho que as estrelas não são do tamanho que parecem ter: maiores do que a terra! São lâmpadas que os anjos acendem todos os dias assim que o sol começa a escurecer... Não diga a seu filho que as asas dos anjos só existem na imaginação. Já vi meu anjo em sonho e posso jurar que ele tem asas claras que até parecem feitas de luz. Não encha a cabeça de seu filho ensinando-lhe hipóteses precárias que amanhã de nada servirão. Povoe de beleza o olhar inocente de seu filho. Dê-lhe uma provisão de bondade que chegue para a marcha da vida. Infunda-lhe na alma o amor de Deus - e tudo o mais, por acréscimo, ele terá. Dom Helder Câmara Peregrino 12 ANTROPOSOFIANDO das Letras Ribeirão Preto - SP - junho/2007 Informação, Cultura e Livre Expressão CONTO DE SÃO JOÃO Pelas ruas da grande cidade andava um homem: calçava sandálias e vestia uma pele de camelo segurada por um cinto de couro. Não era velho, mas seu rosto enrugado e queimado mostrava os vestígios que o calor, o frio e o vento deixavam de uma vida no deserto. Os seus olhos brilhavam, seu coração ardia ansioso de anunciar o que somente ele sabia: “O Cristo estava por vir”! Assim, João andava para achar alguém que desse ouvido à sua mensagem. Na janela de uma casa ele viu uma jovem mulher com um nenê no colo: “O reino de Deus está próximo”! Mas a mulher lhe disse: “Quem deve saber disso são os sacerdotes, eu preciso cuidar do alimento do meu filhinho”. Na entrada de uma loja ele viu um homem sentado à mesa: “O Cristo vai chegar”! “Um dia sim, daqui a não sei quantos anos. Deixa-me acabar de contar meu dinheiro, depois já vou te atender...” Um religioso estava entrando na sinagoga, João segurou-o pelo manto e disse: “Está chegando o Messias”. O homem virou-se: “Deixa-me primeiro fazer as orações prescritas pela nossa lei, depois posso discutir isso contigo”. À tarde, cansado e desiludido, João saiu da cidade, sentou-se numa pedra do deserto. Diante dele só viu pedras, areia, espinhos secos. “Os corações dos homens são pedras, as suas almas, mortas como o deserto. Já que eles não querem ouvir a minha mensagem, vou falar às pedras do deserto, às plantas e aos animais”. Levantou-se e gritou em voz alta:”O Cristo chegará!”. O som ecoou pelas rochas do deserto. Houve depois um momento de silêncio e logo soou uma voz como que de dentro da terra: “Desde a criação do Mundo estamos à sua espera. Que seu pé santo nos toque! Queremos ser o chão firme da sua caminhada na terra!”. João viu um carneiro procurando a grama esparsa entre as rochas e comendo as folhas secas dos arbustos. “Já sabes que o Cristo está para chegar?” “Minha lã fofa e macia vai servir de manto para ele”. E João olhou os ramos secos e espinhosos dos arbustos. “E vós, como ides servir ao Cristo quando ele chegar?” “Ele nos dará a sua vida, floresceremos por sua graça”. João pegou o caminho que descia para o vale do rio Jordão. Na paisagem morta de pedras e penhascos, de repente surgiu uma faixa de plantas verdes, de árvores com rica folhagem, cheias de flores. Ouviu-se o zumbido de muitos insetos. “O Cristo está para chegar”. Gritou João de novo. E de todos os lados ele ouviu vozes das plantas mais diversas: “Ele poderá descansar à minha sombra”. “Os meus frutos servir-lhe-ão de alimento”.”Minha seiva ser-lheá refresco”. “Tomara que seu olhar divino repouse em nós”. “Que ele respire o nosso perfume”. “Que ele se alegre com o nosso florescer”. João sentou-se à beira do rio. “Toda criatura está esperando o Cristo”, pensou ele “somente os corações dos homens estão endurecidos”. “Ai se eu pudesse regar o deserto de suas almas, abrindoas e fazendo-as florescer como o rio faz com o deserto”. Aí as ondas do grande rio murmuraram: “Isso só poderá ser feito por aquele que é maior do que tu. Mas traze os homens aqui e mergulha-os no rio.”. Nisso, passou uma caravana perto do rio, João contou-lhes o que tinha ouvido nas pedras, das plantas, dos animais e do rio. Então os homens, um após o outro quiseram ser batizados por João. Ao serem mergulhados na água fresca e pura sentiram a sua própria impureza. “Somos como galhos secos de uma velha árvore. Ajuda-nos rejuvenescer as nossas almas”. João respondeu: “Eu voz batizo com a água do rio. Depois de mim virá aquele que é mais poderoso do que eu. Ele vos dará a água da vida e vos batizará com o Espírito Santo”. João ficou no vale do rio Jordão. Cada vez mais pessoas vinham ao deserto para serem batizadas por ele. Vinham até mesmo da grande cidade: homens, mulheres e crianças. Entre eles também um sacerdote, um comerciante e uma jovem mãe... E quando Cristo chegou, muitos já tinham seus corações preparados para receber. Imagem cedida pela Escola Waldorf Ribeirão FRIEDHELM ZIMPEL AS FASES DE 0 A 21 ANOS Tu, que iluminas o Universo, Ilumina também a mim e tira a venda dos meus olhos para que eu veja o Sol verdadeiro. Está ainda coberto com um véu; entretanto, em um mar de luz dourada transluz minha alma. Agora, concede-me vê-lo na imagem da claridade e da verdade pura. Deixa que reconheça em Sua luz quais são os meus deveres. E logo, terminada a viagem, permite-me chegar ao Lugar Sagrado. E Tu, consolo do Universo, brinda-me a força para alcançá-lo em realidade. E Tu, ó Amor Divino, acolhe-me em meus desígnios e mantém puro o eterno raio de minha fiel vontade. Rudolf Steiner Ribeirão Preto - SP - junho/2007 A LEI DO EQUILÍBRIO NOS SISTEMAS FAMILIARES O Equilíbrio é uma Força, uma Lei presente em todos os sistemas. Dentro dos sistemas há uma necessidade de compensação entre perdas e ganhos, dar e receber, e como uma Lei Sistêmica, ela atua em todos os níveis. Consciente ou inconscientemente tem-se a necessidade de compensação, e às vezes isso ocorre fazendo com que se perca algo, com que se vivencie algo de ruim, mesmo sem a aparente necessidade ou sem se perceber de onde isto vem. É como se houvesse um sentido de equilíbrio. Ele diz se há crédito ou débito com alguém. É quase matemático: se você deu algo, então você espera receber algo também (ainda que não seja na mesma moeda). O outro, por sua vez, sente uma pressão para retribuir, dar também. Deve-se algo, há uma pressão para pagar, para devolver, para quitar. Se esta troca for efetiva, produtiva, positiva, a relação será fértil e rica. E isto ocorre tanto no positivo quanto no negativo. A troca equilibra as relações, tornando possível uma convivência longa e saudável. Se, em uma negociação há equilíbrio, então há também liberdade, alegria e portas abertas para próximas negociações. Os dois lados ficam satisfeitos. Caso contrário, uma das partes não se sente bem. E quando há dívida, uma das partes fica presa. A dívida funciona como uma necessidade de pagar algo para que o equilíbrio retorne. Ela muitas vezes atua como um fantasma, retorna, assombra, pode ser transformada em sentimentos de culpa, atuando secundariamente, sem que se perceba sua origem. Os que recebem pouco – injustiçados -, muitas vezes também ficam presos nesse sentimento, que se secundariza, fazendo com que a pessoa se sinta uma vítima eterna e transforme sua vida em verdadeira pobreza. No negativo, quando há necessidade de troca, então é necessário que se retribua com menor intensidade: um pouco menos. Isso traz possibilidades para um novo equilíbrio na relação. Se há revide na mesma intensidade, ou em maior escala, então esta relação permanece equilibrada no negativo, o que significa conflito e sofrimento. Nos sistemas familiares é comum a observação de sentimentos de vazio ligados a não tomar os pais, o que significa que os filhos querem receber apenas o que é bom dos pais, e rejeitar o que não é bom. Para tomar os pais é necessário receber tudo o que eles têm de bom e de ruim. Não é possível selecionar, separar. Muitas vezes os pais estão disponíveis – prontos para se relacionar com o filho apenas como são, com o que têm (não é possível dar aquilo que não se tem). E o filho critica, julga, condena, nega, reclama e simplesmente não recebe, não toma seus pais. Muitas depressões têm origem nesta dinâmica. O filho acaba sentindose vazio, só. Esta é uma dinâmica relacionada à Lei do Equilíbrio e que cria outros emaranhamentos. O que traz solução é o bem, o respeito e o amor. Outros tipos de compensação que na maioria das vezes estão vinculados ao sofrimento das pessoas, não trazem solução, apenas causam mais desequilíbrios sistêmicos. Ana Lucia Braga Terapeuta de Constelações Sistêmicas, Terapeuta Corporal Neo Reichiana, Psicopedagoga Tel.: (16) 3021.5490 / 9994.7224 CURSOS, OFICINAS, PALESTRAS, WORKSHOPS Veja nossa agenda na Página 2, ou, em nosso site visite a página Cursos - www.jperegrino.com.br. Peregrino das Letras 13 Informação, Cultura e Livre Expressão Falando sobre HATHA YOGA “O segredo da felicidade está na escolha de nossos pensamentos, ou antes na direção de nossa atenção, a cada segundo. A desventura vem do encadeamento automático e ininterrupto dos pensamentos infelizes.” Pierre Levy. Vivemos hoje o que os primórdios já viviam, talvez com outras palavras ou sinônimos. Desde então a fonte primária do sofrimento do ser humano, inclusive os problemas morais, religiosos e psicológicos, é decorrência da perda de contato com o Ser, da perda de contato do homem com a base da existência. A nossa busca pela felicidade em fontes errôneas, dirigindo nossos pensamentos para o mundo exterior, gera cada vez mais incessante busca e desgaste pessoal. Colocamos nossos corações e conseqüentemente nossos pensamentos em direção outra, que não da nossa felicidade. Parece-me que o homem se perde nesta busca, e isso não é mérito nosso, dos nossos dias, mas cada vez mais agravamos este estado de mente. Concentrando nossa energia onde ela se esvai, ficamos desolados e enfraquecidos. Como falar de Hatha Yoga neste contexto? Estamos distantes do centro mais profundo de nosso próprio ser. Hatha Yoga trata de uma técnica de integração natural do homem mediante a progressiva purificação do corpo, com o desenvolvimento de suas potencialidades, objetivando a perfeição de seu funcionamento e assim a crescente integração da mente com este corpo. Mens sana in corpore sano... princípio da Hatha Yoga. Uma melhora constante de nosso físico e fisiológico vai construir um estado psicomental mais elevado. Uma série de correntes nervosas inativas começam a ser despertas na prática da Hatha Yoga dando ao yoguii (a pessoa que pratica Yoga) uma consciência mais profunda. Conseqüentemente o resultado é um adestramento de nosso corpo para então adquirimos um rendimento físico, afetivo, mental e espiritual. Através da prática da Hatha Yoga começamos a fazer o religar, a volta do homem com o centro mais profundo do seu ser, e não estamos falando aqui de religião. Yoga não é uma religião, mas uma ciência. Na raiz da palavra yoga, o radical sânscrito de verbo yug, significa ligar, unir, controlar. Ou seja, união, controle! União do homem com Divino, do indivíduo com a realidade universal, de cada um com a totalidade existencial. Controle, autodisciplina adequada, o que nos beneficia neste controle da mente, e onde colocar nosso coração. Assim, o Yoga é um método ou técnica, programa de adestramento psicofísico, moral e espiritual que nos possibilita cumprir o destino supremo da vida. Maravilhosamente Yoga não só é a finalidade, mas o caminho para esta realização. A essência do Yoga é a união existencial. Constantino Sarantopoulos Instrutor Hatha Yoga Espaço Benoni Gabarra Tels.: (16) 3620 0637 / 9713 3103 ANUNCIAR 3621 9225 Peregrino das Letras 14 Ribeirão Preto - SP - junho/2007 Informação, Cultura e Livre Expressão Aves sem teto Não faço parte de nenhuma ONG ambientalista, nem sou ativista em prol da ecologia, mas, tenho consciência ecológica e busco exercitar a cidadania, fazendo a minha parte: seleciono meu lixo, economizo água, energia elétrica e arborizo meu espaço. Preocupo-me com o futuro do planeta. Atualmente, moro no centro da cidade, perto da Catedral. Gostaria que os sinos dela tocassem como na cidade da minha mãe – S. S. do Paraíso: escandalosamente maravilhoso e inesquecível! Aqui, não escuto sinos ou carrilhões (acho que não têm) e o relógio marca as horas em som quase inaudível. Às 18 horas, gostaria de me emocionar com o som da Ave Maria, porém, fico impressionada e horrorizada com o som ensurdecedor dos fogos para afugentar os pássaros! Eu os vejo do alto de meu apartamento, como loucos, voando de um lado para o outro, procurando uma árvore, um abrigo... Que culpa têm eles, se a cidade é carente de árvores? Eu os comparo com os sem-teto: para onde ir? Onde viver? Vamos invadir... Muitos condomínios fechados em Ribeirão Preto, estão com problemas para serem regularizados, porque a Legislação Estadual e Municipal, exige que todos tenham 20% de área verde, ou então, o terreno onde se localiza o imóvel tenha essa porcentagem. Quem não tem essa área verde, deve comprar um lote equivalente a 20% da área da propriedade, arborizar, cuidar por cinco anos e depois, doá-lo à Prefeitura. Acho correto e louvável, mas, me pergunto: Só isso? As autoridades não percebem que precisamos de árvores ao redor da cidade? Nas avenidas? Que deveria ter no mínimo uma árvore em frente de cada residência? Além da sombra refrescante em uma cidade tão quente, haveria a captura do gás carbônico, embelezaria e ainda serviria de abrigo para algumas aves. E, é claro, que com um maior número de árvores, a concentração de aves não se daria em pontos únicos. O que me deixa feliz, é que percebo, que algumas pessoas, mesmo morando em apartamentos, deixam o verde embelezar as sacadas e floreiras: parabéns! Morei dois anos em Maringá – PR e, o que mais me encantava, era olhar as ruas arborizadas dos dois lados, árvores grandes, copas que se abraçavam no alto, formando um túnel longo, refrescante, charmoso e romântico... e, no outono, todas as calçadas ficavam forradas de flores amarelas, formando um tapete doado pela natureza! Com raras exceções, nossas praças estão abandonadas, principalmente as dos bairros. O mato assola e as árvores não são tratadas com consideração: falta poda, ficam doentes e secas, ao menor vento se quebram e ficam lá, estiradas, esperando que o caminhão da Prefeitura faça seu enterro. Será que vai aparecer uma autoridade competente e exigir que alguma coisa seja feita? Ribeirão Preto transformou-se numa Selva de Pedras envolvida por Canaviais!!! Ninguém merece!!! A praça das Bandeiras, onde fica a feira do artesanato, precisa ser alvo de uma Campanha de Limpeza. O Homem joga ali, todo tipo de Lixo, claro, os pombos também ficam ali... Que tal uma Campanha Pública e Eclesiástica (fica em frente a Catedral) para Conscientizar a População de modo que as pessoas se envergonhem de jogar o lixo no chão? Uma campanha nos moldes daquela de anos atrás, para não jogar lixo nas estradas, a do Sugismundo? O odor desagradável que exala não é culpa só das aves, mas também do Homem... Os pombos e as andorinhas adorariam ir para um lugar, onde pudessem comer insetos e frutos silvestres, e não, pipoca, pão, arroz, feijão e macarrão que ali são jogados. Amariam dormir em paz, protegidos por galhos firmes, ao som de grilos e cigarras e não do espocar Terrorista dos rojões. Mas, eu, gostaria, de coração, que ficassem por aqui alguns bem-te-vis. Adoro o canto deles e, é tão alto e lindo, que um dia, durante um telefonema internacional, minha filha ouviu e disse: mamãe, esse bem-te-vi é falso ou verdadeiro? (tenho um relógio que a cada hora é um tipo de pássaro que canta) e eu disse: verdadeiro e está na sacada! E ela respondeu: Ah! Quero um para mim, na minha janela! Se essas aves invadem e sujam os nossos espaços e transmitem doenças, a culpa é do homem. Ele que as expulsou de seu habitat, destruiu o ecossistema com as queimadas e o desmatamento. Elas não têm onde morar e o que comer, são aves-semteto e é responsabilidade do homem reverter com urgência essa situação. Lembro-me de uma história que um rei quis premiar um artista que melhor captasse, em uma pintura, a paz perfeita. Ele viu muitas, mas só gostou de duas. A primeira era um lago calmo e cristalino e o céu de um azul perfeito. A segunda tinha um quebra-mar sobre rochas escuras. O céu enegrecido e pontilhado por raios e relâmpagos. O rei observou atentamente e verificou que no alto das rochas, havia um pequeno arbusto crescendo em uma fenda e nele um pequeno ninho e, ali, no meio do mar revolto e céu tempestuoso, um pequeno passarinho descansava calmamente. O rei escolheu a segunda e explicou que a Paz não é estar em um lugar calmo e tranqüilo, sem trabalho árduo ou sem dor. Paz significa que, apesar de estarmos no meio da adversidade e das turbulências da vida, permanecemos calmos em nossos corações. Estamos diante de problemas aparentemente insolúveis, onde um joga a culpa e a responsabilidade no outro, mas com boa vontade, bom senso, união e em paz, teremos que achar a solução, caso contrário, o preço que pagaremos no futuro, pela atual negligência, será alto demais! Angela Borelli Astrologia Karmica Tels.: (16) 3421 4277 / 3021 1727 FIAT Nilva Mariani I Uma semente madura, uma terra fértil. Uma ansiosa de germinar, outra de acolher, produzir. Um sêmen impetuoso, um útero apaixonado e aconchegante. E o milagre da vida se produz. E o milagre do amor se faz sentir. Uma parte de cada um e a terceira ponta do triângulo... II Um vaso arredondado, úmido, cheio de terra fértil à espera do plantio, da semente. Quando ela aparece, mil cuidados a envolvem e ela cresce devagarinho, enchendo todo o receptáculo e enfim brota! - Que mistério lindo, Senhor, o da concepção e do nascimento! Peregrino das Letras Ribeirão Preto - SP - junho/2007 15 Informação, Cultura e Livre Expressão Acionamentos Elétricos – Claiton Moro Franchi UFO – Os códigos proibidos – Alfredo Lissoni Gerda Malaperis - La filmo! - DVD Composto de seis capítulos e dois apêndices, descreve de maneira dinâmica e didática os conhecimentos fundamentais relativos a acionamento de máquinas elétricas. Aborda motores elétricos de indução monofásicos, trifásicos e síncronos, assim como conceitos relativos à potência e fator de potência. Detalha de maneira clara e técnica os dispositivos utilizados em acionamentos elétricos. Ao final de cada capítulo há um conjunto de exercícios para facilitar a fixação do conteúdo. Destinado a técnicos, tecnólogos e engenheiros que atuam nas áreas de automação, mecatrônica e eletrotécnica. Editora Érica Ltda. Tel.: (11) 2295 3066 – Fax: (11) 6197 4060 www.editoraerica.com.br O autor apresenta uma análise aprofundada dos mais secretos códigos da Bíblia, com os textos cátaros que a Igreja tentou ocultar, encontrando provas de antigas visitas de seres de outros mundos que, desde tempos imemoráveis, disputam a Terra entre si. Desse modo, são redefinidos os papéis de alguns dos personagens mais importantes da teologia cristã. Para demonstrar isso, o autor examina as diversas versões da Bíblia católica e protestante, os livros gnósticos e apócrifos de Basílides e Valentim (que tratam dos enigmáticos “Anjos da face”, observadores do Universo) e os confronta com o Gênesis indígena e os escritos proto-sumérios e pré-rabínicos. Grupo Editorial Madras Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090 www.madras.com.br Baseado no livro de mesmo nome, do conhecido escritor franco-suíço, Claude Piron. Ótimo material para o curso de aperfeiçoamento, o DVD inclui ainda, making off, cenas descartadas, e legenda em 7 línguas. A Imagu Filmes abriu com chave de ouro com Gerda Malaperis, o primeiro longa metragem em esperanto da história, feito inteiramente por esperantistas! . Gerda Malaperis é o livro mais usado pelos alunos de Esperanto, para se iniciarem na conversação. O filme segue a idéia do livro: ser didático. Tem como prioridade a pronúncia, permitindo ao espectador aprender, se emocionar, se divertir e curtir cenas extras muito engraçadas! Imagu Filmes Tel.: (37) 3351 4838 www.imagu.com.br Representante em Ribeirão Preto: APERP – Associação Pró-Esperanto de Ribeirão Preto Tel.: (16) 3633 2784 Alimento Orgânico Melhor pra você. Bom pra todo mundo. Vocês já perceberam como nós seres humanos, tendemos talvez por conveniência ou por autoproteção a achar que tudo que acontece não nos atinge. Eu mesmo passei por uma situação desta. Quando alguém descobria que tinha câncer a notícia era muito triste. Mas eu não conhecia nenhum caso e achava que aquilo estava muito longe do meu mundo, amigos, parentes e até de mim mesmo. Até que tive o primeiro caso na família, uma tia. Comecei a acompanhá-la no hospital para os tratamentos. A quantidade de pessoas que já existiam com esta doença me surpreendeu! Por não escolher idade, sexo ou posição social. Hoje ouvimos falar do Efeito Estufa, provocando o Aquecimento Global. Esta questão já vem sendo levantada há tempos e nós, mais uma vez, não tomamos nenhuma providência. Resultado: enchentes, secas, temperatura alta, aumentando o risco de câncer de pele, água potável diminuindo, geleiras derretendo, oceano aumentando o nível e a temperatura trazendo uma série de inconvenientes para o nosso equilíbrio. Olha onde já chegamos! Poderia completar esta página somente com os efeitos do aquecimento do planeta. Chorar o leite derramado nós podemos, mas não vai resolver. O que está feito está feito. Vamos pensar daqui pra frente o que podemos colaborar, o que podemos evitar, no que podemos contribuir, para não piorar a situação ou pelo menos minimizar o máximo possível. Hoje no mundo corporativo está havendo uma revolução para a adaptação das empresas como a nova exigência do mercado mundial. Empresas que não poluam. Empresas Verdes! Empresas preocupadas com as suas emissões e seqüestro do carbono. Devemos realmente exigir, apoiar estas empresas e atitudes de pessoas. Uma das recomendações da Organização das Nações Unidas (ONU) é que se consuma alimentos orgânicos. Você sabia que a agricultura orgânica além de produzir um alimento sem agrotóxico e produtos químicos se preocupa com o meio ambiente? Preservando nascentes, rios, florestas, fauna, solo e etc. Veja a seguir 10 motivos pra você consumir um alimento orgânico, segundo reportagem publicada na revista “Em Ecologia”: 1. Alimentos mais nutritivos e saborosos: com solos equilibrados produzem um alimento mais completo e mais nutritivos, agora quanto ao sabor não adianta falar, tem que experimentar. 2. Saúde: com alimentos mais ricos em vitaminas e sais minerais. O relatório da Academia Americana de Ciências, publicado em 1982, calculou em 1,4 milhão/ano o número de novos casos de câncer provocados por agrotóxicos. 3. Proteção às futuras gerações: crianças são mais vulneráveis da agricultura com agrotóxicos. De acordo com o relatório do Environmental Working Group (Grupo de Trabalho Ambiental), quando uma criança completa um ano de idade, já recebeu a dose máxima de agrotóxicos que seria permitida para uma vida inteira. 4. Amparo ao pequeno produtor: ao comprar produtos orgânicos, contribuímos para a redução da migração de famílias para as cidades evitamos o êxodo rural. 5. Solos férteis: uma das principais preocupações da agricultura orgânica é com a preservação e equilíbrio do solo. 6. Água pura: os agrotóxicos utilizados nas plantações atravessam o solo, alcançam o lençol freático e poluem rios e lagos. Dados da Agência de Proteção Ambiental Americana revelam que a ação dos pesticidas causadores de câncer já está presente em mais de 50% da água dos Estados Unidos. 7. Biodiversidade: a agricultura orgânica preserva sementes por muitos anos e impede o desaparecimento de numerosas espécies, incentivando as culturas mistas e fortalecendo o ecossistema. 8. Redução do aquecimento global e economia de energia: o solo tratado com substâncias químicas libera uma quantidade enorme de gás carbônico, gás metano e óxido nitroso. A agricultura orgânica e administração florestal sustentáveis podem eliminar 25 % do aquecimento global. 9. Custo social e ambiental: o alimento orgânico não é, na realidade, mais caro que o alimento convencional se considerarmos que, indiretamente, estaremos reduzindo nossas despesas com médicos e medicamentos e os custos com a recuperação ambiental. 10. Cidadania e responsabilidade social: consumindo produtos orgânicos, você exercita seu papel social, contribuindo para a conservação e preservação do meio ambiente. Você já pensou quantas coisas você pode fazer pra ajudar o meio ambiente? Uma delas eu posso afirmar: “Alimento Orgânico – Melhor pra você. Bom pra todo mundo”. Egberto L. da Silva Armazém Orgânico Tel.: (16) 3931 5163 www.armazemorganico.com.br Essência do ser Mandalas Mandala, do Uno à perfeição, à unidade, à individualidade, à concentração de energia à essência do ser. Trabalhar com a mandala é tocar no sagrado interno é ir de encontro às próprias origens, tudo isso já sabemos. O que precisamos agora é trabalhar, começarmos então a usar a arte como base de uma terapia do “eu”, criando nosso momento particular de liberação do stress diário a procura do espaço sagrado. O que vamos fazer é nos preparar para entender esse objeto que não pode e não deve ser decorativo. O primeiro passo – o silêncio, a busca do eu, a conexão reflete exatamente a sua necessidade no momento, faça perguntas a esse ser tão conhecido seu. - o que quer? - o que deseja saber dessa pessoa que é tão íntima e ao mesmo tempo tão desconhecida? Talvez não saiba desenhar, mas comece a pensar na possibilidade de passar alguns minutos detalhando figuras e colorindo – as em benefício próprio. O segundo passo - Faça círculos, quadrados, triângulos sobrepostos, esta é uma forma de expressar e exteriorizar sentimentos e frustrações que não se consegue normalmente, provavelmente escondidos em hábitos ou vícios. Quando você cria algo expõe a linguagem da alma, e acima de tudo fortalece a confiança e segurança em si próprio. O terceiro passo – Colorir, escolha as cores, deixe fluir, sentese como fazia em sua infância. Espalhe vários lápis ou tintas e pinte. As cores também dizem o que sua alma precisa naquele momento. E para finalizar. O quarto passo – Observe o seu trabalho, tranqüilize-se, acalme sua respiração e entre, navegue no seu desenho, saiba se entender através da sua linguagem procure mudar o que precisa e conservar o que é bom dentro e fora do seu ser. E se depois disso se ainda precisar, repita quantas vezes for necessário, porque a procura de si mesmo não tem contra-indicação. Com o tempo esse processo se tornará um hábito e você estará pronto para o silêncio que o fará encontrar com o seu tão esperado Espaço Sagrado. Cássia Maria Beletti Del Vechio [email protected] Tels. : 3615 2010 / 9153 6416 / 9168 7128 Peregrino das Letras 16 Ribeirão Preto - SP - junho/2007 Informação, Cultura e Livre Expressão Horizontes Mais Amplos no Escotismo Mundial Fonte: Skolta Esperanto-Ligo. uando Lorde Baden-Powell fundou o Escotismo, ele foi o pioneiro na “educação extra-escolar”. A grande importância disto só foi compreendida mais tarde. Os princípios fundamentais do Escotismo são imutáveis e universais. Na firmeza e solidez de princípios e, flexibilidade na sua aplicação prática, residem a força, dinâmica e grande valor do Escotismo. O Escotismo permite o intercâmbio de experiências e idéias, a construção da amizade e da compreensão. O Escotismo faz crescer o amor ao serviço social e ao desenvolvimento da sociedade. Em 1957 nasceu o “Jamborée do Ar” (JOTA) para unir escoteiro(a)s de todo o mundo por meio do radioamador. Da mesma forma, foram criados os “Jamborees Gêmeos” (“Join in Jamboree”). Atualmente, a internet JOTI (Jamboree na Internet) é uma grande aliada nesta união, através da qual bandeirantes e escoteiro(a)s de todo o mundo podem se encontrar. Para a maioria que não tem a oportunidade de trocar um aperto de mão com seus colegas estrangeiros, a correspondência, troca de postais e, os e-mail são práticas de grande êxito. Muitas coisas podem ser trocadas, apesar das distâncias. Por causa dos problemas lingüísticos, você pode ter uma limitação no contato com escoteiro(a)s estrangeiro(a)s, porque só aqueles que estudaram línguas poderão fazê-lo. O estudo de outros idiomas é preciso. Este problema pode ser resolvido de uma maneira fácil através do estudo de uma única língua - o Esperanto, fácil de se aprender, dá resultados rápidos e, deixa todos em condições de igualdade. Baden Powell escreveu, há cerca de cem anos, o manual “Escotismo para Rapazes” (Scouting for Boys) e, no terceiro caderno, aconselha aos escoteiros o uso da Língua Internacional Esperanto como “língua secreta da patrulha”, uma única frase que desapareceu nas edições seguintes. O Comitê Escoteiro Internacional, do ano de 1964, na sua reunião em Luxemburgo, declarou: “O Esperanto conseguiu provar suas possibilidades em muitos meios e campos, e em algumas associações nacionais já se permite conquistar a especialidade de intérprete por meio dele.” Através do Esperanto você poderá falar com pessoas de outros países cujos costumes sejam muito diferentes dos nossos, trocando informações sobre o país e o povo, canções, jogos, proteção ambiental, recursos naturais, temas estes comuns a todos os países. Se viajarem para o exterior, uma possibilidade muito interessante é o “Pasporta Servo” (“Serviço Passaporte”) para bandeirantes e escoteiro(a)s que falam a língua internacional Esperanto. Muitas pessoas em diversos países oferecem hospedagem. Normalmente, a única recompensa esperada é que você retribua a hospedagem em sua casa, ou tão somente que você fale na língua Esperanto com seu anfitrião. Bandeirantes e escoteiro(a)s que sabem, estudam ou simplesmente simpatizam com a língua Esperanto, podem tornar-se membros da Liga de Escoteiros e Bandeirantes Esperantistas, e assinar sua revista, que aceita anúncios gratuitos de quem procura correspondentes. Existem insígnias de “Amizade Internacional” ou “Fraternidade Internacional”. Outra especialidade muito interessante é a de “Intérprete”, ou “Tradutor”, ou “Línguas”. Você pode escolher entre muitos idiomas, até Esperanto. Em alguns países existe mesmo um distintivo especial para esta língua. A Liga Escoteira Esperantistas - Skolta Esperanto-Ligo (SEL) é uma organização mundial de Bandeirantes e Escoteiro(a)s, fundada em 1918, cujos membros falam ou têm simpatia pela língua internacional Esperanto. Edita livros para ensinar Esperanto, especialmente planejados para bandeirantes/escoteiros, que se chama “Ëamborea Lingvo” (“A Língua dos Jamborees”), apresentado oficialmente em 22 de agosto de 1969, aos membros da Conferência Escoteira, reunida em Helsinki, Finlândia. Este livro foi especialmente planejado para a Fraternidade Mundial Escoteira e já contribuiu para a divulgação da Língua Internacional Esperanto por todo o mundo. Existe também um manual, semelhante a um dicionário, com os termos escoteiros e palavras úteis em acampamentos, etc. Este vocabulário é chamado “Skolta kaj Tenduma Terminaro” (“Nomenclatura Escoteira e de Acampamento”). Encontramos ainda, a revista “La Skolta Mondo” - (“O Mundo Escoteiro”), editada na Língua Internacional Esperanto, que tem um enfoque voltado para Bandeirantes e Escoteiro(a)s e sua relação de amizade com o Esperanto, possibilitando o intercâmbio pessoal, de jogos, técnicas e culturas. JOTI (Jamboree na Internet): h t t p : / / w w w. j o t i . o r g / p t / index.html Liga Escoteira Esperantistas Skolta Esperanto-Ligo (SEL): http://www.esperanto.org/ skolta/index.html La Skolta Mondo” - (O Mundo Escoteiro): http://www.esperanto.org/ skolta/eo/eldonajxoj/la-skoltamondo/index.htm “Pasporta Servo” (“Serviço Passaporte”): h t t p : / / w w w. t e j o . o r g / p s / ps_lingv/ps_pt.htm
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