EQUIPA - Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Transcrição
EQUIPA - Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 EQUIPA Promotor Câmara Municipal de Santiago do Cacém Descrição do Documento Relatório de Património Cultural e Natural Versão Data Coordenação do Plano 5ª versão junho de 2015 Câmara Municipal de Santiago do Cacém Equipa do Plano Equipa para elaboração do presente volume – Património Cultural e Natural Urb. João Godinho Eng. António Tojinha Arq. Elsa Figueiredo Grade Dra. Ana Malão Eng. Jorge Penedo Anabela Figueiredo Dra. Sofia Tereso Eng. Joaquim Pinheiro Dra. Olívia Carvalho Arq.João de Sousa Fernanda Vale José Matias Com a colaboração de: Dra. Luísa Gomes Gentil Cesário Arq.Ricardo Ambrósio Ana Filipa Gonçalves Versão Final 1 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 ÍNDICE EQUIPA ...............................................................................................................................1 ÍNDICE .................................................................................................................................2 ÍNDICE FIGURAS...................................................................................................................3 ÍNDICE QUADROS ................................................................................................................5 SIGLAS E ACRÓNIMOS..........................................................................................................7 1 - PATRIMÓNIO CULTURAL E NATURAL ...............................................................................8 1.1 - PATRIMÓNIO CULTURAL CLASSIFICADO E EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO .......................... 10 1.1.1 - Monumentos Nacionais ............................................................................................ 10 1.1.2 - Imóveis de Interesse Público ..................................................................................... 13 1.1.3 - Imóvel de Interesse Municipal .................................................................................. 19 1.1.4 - Imóveis em Vias de Classificação .............................................................................. 20 1.2 - PATRIMÓNIO CULTURAL NÃO CLASSIFICADO .................................................................. 21 1.2.1 - Património Arqueológico .......................................................................................... 22 1.2.2 - Património Arquitetónico.......................................................................................... 56 1.2.3 - Centros Históricos ................................................................................................... 100 1.2.4 - Património Imaterial ............................................................................................... 106 1.3 - PATRIMÓNIO NATURAL ................................................................................................. 206 1.3.1 - Áreas Classificadas .................................................................................................. 207 1.3.2 - Outro Património Natural ....................................................................................... 211 1.3.3 - Outros Elementos Naturais ..................................................................................... 220 1.4 - INVESTIGADORES E PUBLICAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA LOCAL ....................................... 223 2 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 250 4 - ANEXO........................................................................................................................ 307 Versão Final 2 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 ÍNDICE FIGURAS FIGURA 1 – IGREJA MATRIZ E CASTELO DE SANTIAGO DO CACÉM ............................................................ 11 FIGURA 2 – RUÍNAS DE MIRÓBRIGA .................................................................................................... 15 FIGURA 3 – PELOURINHOS DE SANTIAGO E DE ALVALADE ....................................................................... 16 FIGURA 4 – ANTIGA POUSADA DE SANTIAGO (ESQUERDA) E ERMIDA DE S. PEDRO (DIREITA)........................ 17 FIGURA 5 – IGREJA MATRIZ DE ALVALADE OU IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DA OLIVEIRA ........ 17 FIGURA 6 - PALÁCIO DA CARREIRA (ESQUERDA) E QUINTA DOS OLHOS BOLIDOS (DIREITA) .......................... 18 FIGURA 7 – IGREJA DA MISERICÓRDIA DE SANTIAGO DO CACÉM .............................................................. 19 FIGURA 8– PONTE MEDIEVAL DE ALVALADE......................................................................................... 20 FIGURA 9 –IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA ............................................................................... 21 FIGURA 10 – ESCAVAÇÃO ARQUEOLÓGICA E ANTROPOLÓGICA NA IGREJA DA MISERICÓRDIA DE ALVALADE, CMSC, 2011/2012................................................................................................................. 22 FIGURA 11 – LOCALIZAÇÃO DAS QUINTAS HISTÓRICAS NO CONCELHO DE SANTIAGO DO CACÉM ................... 77 FIGURA 12 – MOINHO DO PANEIRO NO CERCAL DO ALENTEJO (ESQUERDA) E MOINHO EM VALE D’ÁGUA (DIREITA)................................................................................................................................. 92 FIGURA 13 – CENTRO HISTÓRICO DE SANTIAGO DO CACÉM (ESQUERDA) E LIMITE DO CENTRO HISTÓRICO DO PPCHSC ............................................................................................................................... 101 FIGURA 14 – CENTRO HISTÓRICO DE ALVALADE (ESQUERDA) E LIMITE DO CENTRO HISTÓRICO (DIREITA) ..... 103 FIGURA 15 – RUA DO CENTRO HISTÓRICO DO CERCAL DO ALENTEJO (ESQUERDA) E LIMITE DO CENTRO HISTÓRICO DO CERCAL DO ALENTEJO (DIREITA) ........................................................................... 106 FIGURA 16 – CARTA DE FORAL, OUTORGADO POR D. MANUEL I A SANTIAGO DO CACÉM EM 1510 ............ 106 FIGURA 17 – MANUEL JOÃO DA SILVA .............................................................................................. 118 FIGURA 18 – RELICÁRIO DE SANTO LENHO, MUSEU DE ARTE SACRA DE SANTIAGO DO CACÉM ................... 124 FIGURA 19 – SANTIAGO COMBATENDO OS MOUROS, IGREJA MATRIZ DE SANTIAGO DO CACÉM................. 126 FIGURA 20 – INTERIOR DA IGREJA DE SÃO BARTOLOMEU DA SERRA ....................................................... 127 FIGURA 21 – GRUPO CORAL DA CASA DO POVO DO CERCAL DO ALENTEJO.............................................. 133 FIGURA 22 – FOLHETO DE DIVULGAÇÃO DO TEATRO HARMONIA, 1933................................................. 136 FIGURA 23 – FESTA DA NOSSA SENHORA DA GRAÇA, SANTO ANDRÉ...................................................... 144 FIGURA 24 – MASTRO TRADICIONAL ................................................................................................ 148 Versão Final 3 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 FIGURA 25 – PEREGRINO JUNTO À IGREJA MATRIZ DE SANTIAGO DO CACÉM ........................................... 151 FIGURA 26 – FEIRA DA ABELA, INÍCIO DOS ANOS 50 DO SÉCULO XX ....................................................... 157 FIGURA 27 – CERCAL DO ALENTEJO, ANOS 80 SÉC. XX......................................................................... 163 FIGURA 28 – A PESAGEM DA CORTIÇA NO INÍCIO DO SÉCULO XX............................................................ 167 FIGURA 29 – AVENIDA DA ESTAÇÃO, ERMIDAS-SADO, DÉCADA DE 60 DO SÉCULO XX ............................... 169 FIGURA 30 –MONTE DA FREGUESIA DE VALE D’ÁGUA ......................................................................... 174 FIGURA 31 – A “COMPANHA” NA COSTA DE SANTO ANDRÉ, ANOS 50 DO SÉCULO XX (ESQUERDA) E O “ARRAIAL” E O “TIO CANIÇO”, COSTA DE SANTO ANDRÉ, MEADOS DO SÉC. XX (DIREITA) ................. 178 FIGURA 32 –PAINEL DE AZULEJOS DA ESTAÇÃO DE CAMINHO DE FERRO DE SANTIAGO DO CACÉM .............. 183 FIGURA 33 – EDIFÍCIO DA SOCIEDADE INDUSTRIAL ALENTEJO E SADO, LDA., ANOS 50 DO SÉCULO XX ......... 185 FIGURA 34 – “OS TIRADORES DE CORTIÇA”, PAINEL DE AZULEJOS DA ESTAÇÃO CAMINHOS DE FERRO DE SANTIAGO DO CACÉM ............................................................................................................. 187 FIGURA 35 – “A FERRAR O BOI NO TRONCO”, OFICINA DO FERRADOR JOAQUIM CONTREIRAS, CERCAL DO ALENTEJO, CERCA DE 1950 ...................................................................................................... 190 FIGURA 36 – ARTESÃO JÚLIO PEREIRA, SANTA CRUZ .......................................................................... 193 FIGURA 37 – SÍTIO ARQUEOLÓGICO DE MIRÓBRIGA ........................................................................... 195 FIGURA 38 – MUSEU MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM ................................................................. 197 FIGURA 39 – EDIFÍCIO “HOSPITAL DO ESPÍRITO SANTO”, CENTRO HISTÓRICO DE SANTIAGO DO CACÉM ...... 199 FIGURA 40 – MUSEU DO TRABALHO RURAL, ABELA ........................................................................... 200 FIGURA 41 – MOINHO DA QUINTINHA – CUMEADAS – SANTIAGO DO CACÉM ........................................ 202 FIGURA 42 – ARQUIVO MUNICIPAL ................................................................................................. 203 FIGURA 43 – LIMITE DA RESERVA NATURAL DAS LAGOAS DE SANTO ANDRÉ E DA SANCHA (ESQUERDA) E LAGOA DE SANTO ANDRÉ (DIREITA) ..................................................................................................... 209 FIGURA 44 – ZONA DE PROTEÇÃO ESPECIAL DA LAGOA DE SANTO ANDRÉ (ESQUERDA) E VISTA AÉREA DA LAGOA (DIREITA)............................................................................................................................... 210 FIGURA 45 – SÍTIO REDE NATURA 2000 COMPORTA GALÉ (ESQUERDA) E PRAIA DA COSTA DE SANTO ANDRÉ (DIREITA)............................................................................................................................... 211 FIGURA 46 – LIMITE DO SÍTIO REDE NATURA 2000 COSTA SUDOESTE, NO MUNICÍPIO DE SANTIAGO DO CACÉM ........................................................................................................................................... 211 Versão Final 4 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 FIGURA 47 – MONTADO DE SOBRO E AZINHO NAS FREGUESIAS DO CERCAL DO ALENTEJO (ESQUERDA) E S. DOMINGOS (DIREITA) .............................................................................................................. 214 FIGURA 48 – SOBREIRAIS ESTREMES NO LIVRAMENTO S. FRANCISCO DA SERRA (ESQUERDA) E SERRA DO CERCAL DO ALENTEJO (DIREITA) ................................................................................................ 215 FIGURA 49 – SISTEMAS AGRÍCOLAS E SILVOPASTORIS EM SÃO DOMINGOS (ESQUERDA) E CERCAL DO ALENTEJO (DIREITA)............................................................................................................................... 216 FIGURA 50 – RIO SADO NA FREGUESIA DE ERMIDAS-SADO (ESQUERDA) E AFLUENTE/RIBEIRA DE S. DOMINGOS NA FREGUESIA DE SÃO DOMINGOS ............................................................................................ 217 FIGURA 51 – VISTAS PARA A ZONA COSTEIRA A PARTIR DAS ROMEIRINHAS, SANTIAGO DO CACÉM (ESQUERDA) E DO LIVRAMENTO, S. FRANCISCO DA SERRA (DIREITA).................................................................... 218 FIGURA 52 – ESPELHOS DE ÁGUA, BARRAGEM DE FONTE SERNE, S. DOMINGOS (ESQUERDA) E BARRAGEM DE CAMPILLHAS, CERCAL DO ALENTEJO (DIREITA) ............................................................................. 219 FIGURA 53 – PRAIAS DA FONTE DO CORTIÇO (ESQUERDA) E PRAIA DA COSTA DE SANTO ANDRÉ (DIREITA) ... 220 FIGURA 54 – EUCALIPTOS DE VALE VERDE, SANTIAGO DO CACÉM ......................................................... 221 FIGURA 55 – PATRIMÓNIO NATURAL NO MUNICÍPIO DE SANTIAGO DO CACÉM ....................................... 222 FIGURA 56 – CASTELO DE SANTIAGO DO CACÉM, POR OCASIÃO DA EXPOSIÇÃO “NO CAMINHO SOB AS ESTRELAS – SANTIAGO E A PEREGRINAÇÃO A COMPOSTELA”, JULHO DE 2007 ................................................ 249 ÍNDICE QUADROS QUADRO 1 - PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO IDENTIFICADO PELO IGESPAR E PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM ............................................................................................................... 55 QUADRO 2 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO RELIGIOSO IDENTIFICADO PELO IGESPAR E PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM .......................................................................................... 62 QUADRO 3 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO MILITAR IDENTIFICADO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM ................................................................................................................................... 64 QUADRO 4 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO CIVIL – PONTES, VIAS E MIRADOUROS - IDENTIFICADO PELO IGESPAR E PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM ..................................................... 65 Versão Final 5 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 QUADRO 5 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO CIVIL – EDIFÍCIOS PÚBLICOS E SOCIAIS - IDENTIFICADO PELO IGESPAR E PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM ..................................................... 69 QUADRO 6 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO CIVIL – EDIFÍCIOS DE HABITAÇÃO - IDENTIFICADO PELO IGESPAR E PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM ...................................................................... 71 QUADRO 7 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO CIVIL – QUINTAS HISTÓRICAS - IDENTIFICADO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM .......................................................................................... 76 QUADRO 8 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO CIVIL – MONTES E HERDADES - IDENTIFICADO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM .......................................................................................... 81 QUADRO 9 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO CIVIL – FONTES E CHAFARIZES – IDENTIFICADO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM .......................................................................................... 87 QUADRO 10 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO INDUSTRIAL IDENTIFICADO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM ............................................................................................................... 91 QUADRO 11 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO INDUSTRIAL – MOINHOS DE VENTO - IDENTIFICADO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM .......................................................................................... 96 QUADRO 12 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO INDUSTRIAL – MOINHOS DE ÁGUA - IDENTIFICADO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM .......................................................................................... 99 Versão Final 6 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 SIGLAS E ACRÓNIMOS CMSC – Câmara Municipal de Santiago do Cacém; ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais IGP – Instituto Geográfico Português; IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico IPPAR – Instituto Português do Património Arquitetónico; PDM – Plano Diretor Municipal; POOC – Plano de Ordenamento da Orla Costeira PP – Plano de Pormenor; PPCHSC – Plano de Pormenor do Centro Histórico de Santiago do Cacém PU – Plano de Urbanização; SWOT – Strenghts (pontos fortes), Weaknesses (pontos fracos), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças); ZEP – Zona Especial de Proteção; ZAM – Zonas de Atividades Mistas; ZIL – Zona Industrial Ligeira; IRHU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana; PAP – Perímetro Altura do Peito. Versão Final 7 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1 - PATRIMÓNIO CULTURAL E NATURAL “A terra de um povo já não é um simples dado da natureza, mas uma porção de espaço afeiçoado pelas gerações, onde se imprimiram, no decurso do tempo, os cunhos das mais variadas influências. Uma combinação original e fecunda, de dois elementos: território e civilização”. (Ribeiro, Lautensach e Daveau, 1991) “Qualquer criação tem por origem as tradições culturais mas apenas se desenvolve plenamente em contacto com outras culturas. É por esta razão que o património, em todas as suas formas, deverá ser preservado, valorizado e transmitido às gerações futuras, como testemunho da experiência e das aspirações humanas, de modo a fomentar a criatividade em toda a sua diversidade e estabelecer um verdadeiro diálogo entre culturas” Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural UNESCO, 2002, Art.º 7 Diversidade e identidade são as ideias mais fortes que se nos oferecem, quando nos detemos sobre o património do Município de Santiago do Cacém. O mar e a lagoa costeira, as serras e os cursos de água, as planícies interiores e o Rio Sado, constituíram, desde sempre, recursos naturais relevantes e propiciaram a fixação humana no território desde o Paleolítico. Séculos de vida sustentaram, aqui, a comunhão com a natureza e uma construção incessante de vivências e testemunhos que se reconhecem, de forma depurada, tanto nos espaços urbanos como nos territórios rurais. Versão Final 8 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Os sinais da história e as identidades próprias são facilmente percetíveis, como partes dinâmicas de um todo que concorre para a ideia do Alentejo e integra a matriz do seu modo cultural. O conhecimento deste património local é ainda relativamente modesto, como o demonstra a escassez dos estudos e trabalhos publicados e o diminuto conjunto de elementos classificados. Tais insuficiências de conhecimento são sobretudo evidentes no âmbito arqueológico. Contrariamente aos territórios vizinhos, o mapa municipal denota alguma escassez de vestígios arqueológicos sinalizados, tudo indicando que tal resulta, não da sua inexistência, mas antes da necessidade de prospeções que os identifiquem. No âmbito do “património imaterial”, de natureza tão vasta e múltipla, são inúmeros os recursos por conhecer e inventariar. O estudo do património rural - onde o Município investiu de forma relevante na última década – está numa fase inicial e repleta de novas oportunidades. Tanto no plano arqueológico como histórico-cultural, a urgência impera, pois que o tempo esgotará, a breve prazo, os testemunhos edificados e as memórias verbais. Desta forma optou-se, no presente relatório, pelo relato exaustivo dos testemunhos identificados, com consciência de alguma dissonância de conteúdos no que respeita à importância relativa de muitos dos elementos apresentados. Privilegia-se assim, a descrição da extensão e diversidade dos testemunhos já sinalizados ou estudados mas, quase sempre, suscetíveis de aprofundamento. E isto com o intuito de facilitar, na fase seguinte, o estabelecimento de prioridades quanto ao seu estudo e inventariação, tendo em conta, não só a importância absoluta dos elementos patrimoniais como também a sua fragilidade temporal e riscos de desaparecimento. Versão Final 9 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A salvaguarda e valorização do património local constituem um recurso privilegiado, de curto, médio e longo prazo, para o desenvolvimento socioeconómico do Município de Santiago do Cacém. 1.1 - PATRIMÓNIO CULTURAL CLASSIFICADO E EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO O conjunto de Património que se encontra classificado reflete, genericamente, os testemunhos conhecidos mais importantes da herança histórica do Município, com destaque para o Castelo e a Igreja Matriz de Santiago do Cacém como Monumentos Nacionais e Miróbriga e cinco outros imóveis como de Interesse Público. Com classificação de Interesse Municipal encontramos a Ponte de Alvalade. Em vias de classificação encontramos outros testemunhos, totalmente merecedores de classificação. 1.1.1 - MONUMENTOS NACIONAIS 1 Castelo de Santiago do Cacém (1) – Monumento Nacional, Decreto-Lei n.º 16-10-1910, DG 136, de 23-06-1910, Zona Especial de Proteção, DG (II série), n.º 265, de 15-11-1949; Igreja Matriz de Santiago do Cacém (2) – Monumento Nacional, Decreto-Lei n.º 16-06-1910, DG 136, de 23-06-1910, Decreto-Lei n.º 8 518, DG 248, de 30-11-1922, Zona Especial de Proteção, DG (IIª série), n.º 265, de 15-11-1949. 1 Número correspondente na representação cartográfica. Versão Final 10 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: www.cm-santiago.pt e http://www.igespar.pt Figura 1 – Igreja Matriz e Castelo de Santiago do Cacém O Castelo de Santiago do Cacém é da época muçulmana. No século XVII/XVIII este monumento foi descrito, pelos visitadores, em estado de ruína e na década de 30 do século XX, iniciou-se a reconstrução deste imóvel. No recinto intramuros do Castelo é ainda possível ver as ruínas do Paço da Alcáçova, da torre de menagem e da antiga mesquita cristianizada, que deu lugar à primeira Igreja Matriz, antes da construção da atual. Este monumento alberga, desde 1838, o cemitério público de Santiago. “A atual tipologia do castelo apresenta a forma de um paralelogramo envolvido por nove torres e cubelos - a décima foi destruída em 1796, quando se reedificou a igreja matriz - acedendo-se ao seu interior pela única porta subsistente, onde se pode observar um conjunto brasonado que ostenta a cruz da bandeira ou estandarte da Ordem de Santiago, a cruz espatária e um escudo de cavaleiro com as cinco quinas do reino. O interior do castelo é dominado pelas ruínas do antigo espaço da alcaidaria ou alcaçar, construção com origem nos séculos XIII/XIV e que foi remodelada nos séculos XV/XVI - espaço onde também se encontra escondida uma tulha cerealífera medieval. A partir de inícios do século XVI, o castelo começa a perder a antiga função defensiva para que fora dotado, facto que acelerou a sua degradação. Em 1605 este já não era habitado, o que o degradava ainda mais, circunstância que levou a que no ano de 1700 já se encontrasse em adiantado estado de ruína. (...) A partir dos anos 30 do século XX o castelo sofreu grandes restauros efetuados pela Direção Geral dos Serviços dos Monumentos Nacionais. Estas obras proporcionaram-lhe a atual Versão Final 11 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 configuração que conhecemos. Está classificado como Monumento Nacional desde 1910”.2 Este Castelo, também classificado como património arqueológico, tem um silo subterrâneo, provavelmente islâmico, posto a descoberto por um abatimento de terras causado por uma inundação no cemitério instalado no Castelo. Tem 3,30 m de diâmetro por 4,30 m de altura. O interior está recoberto com argamassa de cal. A Igreja Matriz de Santiago, que se localiza junto ao Castelo, é do século XIII. Com o terramoto de 1755, e posteriormente, entre 1895 e 1912, com os incêndios anarquistas, este imóvel ficou parcialmente destruído. Em 1930, tal como no Castelo, iniciam-se as obras de reconstrução. Atualmente este monumento está aberto aos visitantes e alberga algumas exposições. “O exterior do edifício destaca-se pelas imponentes linhas barrocas tardias, dirigidas por uma orientação verticalista, que privilegiou a marcação externa das três naves, e pelo movimentado frontão, de forte cariz cenográfico – com referências aos atributos do apóstolo Santiago. No alçado lateral Sul, destaca-se um portal gótico dos séculos XIII/XIV, denominado de Porta do Sol, onde prevalece uma figuração zoofitomórfica. No interior podem-se observar as abóbadas manuelinas da antiga capela-mor e das naves laterais ou as arcadas quebradas, com a sua hermética iconografia cristã. A par destes elementos, podem também ser vistos os altares laterais, os azulejos do século XVII e o famoso alto-relevo gótico representando Santiago MataMouros, obra de escultura do século XIV, muito provavelmente oferecida por D.ª Vataça Lascaris. A igreja está classificada como Monumento Nacional desde 1910. A Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais tem vindo, nos últimos anos, a beneficiar esta igreja com sucessivas obras de conservação e restauro. A Igreja Matriz alberga o núcleo museológico do Tesouro da Colegiada onde se pode ver o relicário do Santo Lenho – uma obra notável que também pertencia a D. Vataça Lascaris – e um espólio riquíssimo destinado a servir sobretudo 3 cerimónias litúrgicas. Em 2007, foi objeto de obras de manutenção” . Ambos os Monumentos Nacionais estão também classificados como património arqueológico. 2 3 Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém Versão Final 12 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.1.2 - IMÓVEIS DE INTERESSE PÚBLICO Sítio Arqueológico de Miróbriga (40) – Imóvel de Interesse Público - IIP, Dec. N.º 30 762, DG 225 de 26 setembro 1940, Dec. N.º 30 838, DG 254 de 01 novembro 1940 e Dec. N.º 32 973, DG 175 de 18 agosto 1943, ZEP, DR 254 de 05 novembro 1991. Pelourinho de Santiago do Cacém (3) – Imóvel de Interesse Público, Decreto-Lei n.º 23 122, DG 231, de 11-10-1933, Zona Especial de Proteção, DG (II série), n.º 262, de 07-11-1956; Pelourinho de Alvalade (4) – Imóvel de Interesse Público, Decreto-Lei n.º 23 122, DG 231, de 11-10-1933; Antiga Pousada de Santiago do Cacém (5) – Imóvel de Interesse Público, Portaria n.º 82/2010, DR, 2ª Série, n.º 18, de 27-01-2010, com Zona Especial de Proteção; Ermida de São Pedro (6) – Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 383/2011, DR, 2.ª Série, n.º 36, de 21-02-2011, com Zona Especial de Proteção; Quinta dos Olhos Bolidos (8) – Imóvel de Interesse Público, Portaria n.º 740-EU/2012, DR, 2.ª série, n.º 252 (suplemento), de 31-12-2012; Igreja da Misericórdia de Santiago do Cacém (9) – Monumento de Interesse Público, Portaria nº 227/2013, DR, 2ª Série, nº 72, de 12.04.2013 A Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Oliveira (10) ou Igreja Matriz de Alvalade – Monumento de Interesse Público, Portaria nº 227/2013, DR, 2ª Série, nº 72, de 12.04.2013. Palácio da Carreira (12) – em vias de classificação, como Imóvel de Interesse Público, proposta de 30-11-2010 da DRCAlentejo. O Sítio Arqueológico de Miróbriga, localizado junto à Cidade de Santiago do Cacém, albergou um povoado que surgiu durante o Bronze Final e a Idade do Ferro (séculos VI-I a.C.) e permaneceu até ao século IV d.C. Estas ruínas estão referenciadas desde o século XVI por André de Resende e estão assentes sobre uma elevação provida de estruturas defensivas, Versão Final 13 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 numa zona de visibilidade favorecida, o que permitia o controlo territorial de uma vasta região, que conta com vários “recursos agrícolas, marítimos e mineiros, pelo que este povoado 4 terá desempenhado um papel comercial de relativo destaque” . Na Época Romana o local sofreu uma considerável ampliação, mediante a execução de um alargado programa construtivo. Assim, nesta altura, Miróbriga contava com um fórum, onde estava erigido um templo provavelmente dedicado ao culto imperial e outro dedicado a Vénus. Envolvendo o fórum localizavam-se as restantes edificações e a sul situava-se a área comercial que contava com várias lojas (tabernae) e uma hospedaria. As termas surgem numa das zonas mais bem conservadas de Miróbriga, eram constituídas por dois edifícios um para o uso masculino e outro para o feminino e entre os séculos I e II d.C. surgem as restantes construções (zona de entrada, sala de vestiário e jogos e uma zona para banhos frios – frigidarium – e outra para banhos quentes – caldarium e tepidarium). Conta ainda com uma ponte de arco único de volta inteira e o pavimento, constituído por lajes de calcário, é ainda o original. O sistema de drenagem de águas pluviais é também visível. A aproximadamente 1 km do Sítio Arqueológico de Miróbriga situam-se as ruínas do hipódromo. Mede 370 m por 75 m e era dividido ao meio pela “spina” possuindo uma meta em cada extremidade. O hipódromo servia para corridas de carros puxados por dois ou quatro cavalos (bigas/quadrigas). O Sítio Arqueológico começou a ser escavado em 1801, promovido pelo Bispo de Beja, D. Frei Manuel do Cenáculo, e conta atualmente com um Centro de Acolhimento e Interpretação para a explicação do complexo de Miróbriga, construído pelo IPPAR. “O Centro possui uma exposição permanente sobre o sítio, organizada de forma temática, assim como uma sala para 5 acolhimento de grupos. O percurso da visita encontra-se devidamente sinalizado.” Está classificado desde 1940, como Imóvel de Interesse Público, e está afeto à Direção Regional de Cultura do Alentejo. 4 5 www.ippar.pt Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém Versão Final 14 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte www.alentejolitoral.pt Fonte: www.esec-manuel-fonseca.rcts.pt/mirohis.htm Figura 2 – Ruínas de Miróbriga O Pelourinho de Santiago do Cacém foi construído entre 1844 e 1845, e substituiu o antigo pelourinho do reinado de D. João V, destruído parcialmente pelo terramoto de 1755, e as obras no Hospital Velho em 1899 destruíram o restante. O atual Pelourinho de Santiago “resultou de uma encomenda que a Câmara Municipal fez ao canteiro José Miguel Rodrigues, (…) a obra dava-se por concluída e a estrutura era montada no centro da Praça Conde do Bracial. A estrutura da nova marca do poder municipal passou a assentar em três ordens de degraus, que foram seguidos de um plinto retangular - epigrafado com a data de 1845 - e de um fuste oitavado, prolongamento de um capitel liso, rematado por um globo dividido em vários meridianos, que termina com uma cruz em ferro da Ordem de Santiago”. 6 O Pelourinho de Alvalade, construído no século XVI, “não é peça artística, como muitos outros, pois consiste apenas n’um fuste de calcareo, encimado por um pequeno cone truncado. Está colocado no ângulo N.E. do edifício dos antigos Paços do Concelho, hoje escola oficial, e assenta sobre uma banqueta de 2,08 de alto, tendo o fuste 0,94 e o cone 0,64, n’um total de 6 Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém Versão Final 15 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 3,66” (Padre Jorge de Oliveira, Nossa Terra, nº18 de 13 de março de 1932). Aquando do terramoto de 1755, sofreu grandes danificações, pelo que perdeu parte da sua decoração. As peças sobreviventes foram remontadas posteriormente, sobre um grande plinto quadrado e em meados do século XX foi desmontado, sendo as peças guardadas. No início do século XXI foi reconstruído e montado no centro da Praça. Fonte: Equipa do PDM Fonte: www.cm-santiago.pt Figura 3 – Pelourinhos de Santiago e de Alvalade A Antiga Pousada de Santiago do Cacém foi inaugurada em 1947, teve projeto de Miguel Jacobetty Rosa, que também assinou a ampliação do edifício em 1969. Elemento integrante do primeiro momento do conceito turístico de Pousada, o edifício de S.Tiago do Cacém apresenta planta composta, irregular de três pisos. A Ermida de São Pedro foi construída no século XVI, recebeu a pintura do altar-mor no século XIX. Situa-se na encosta do Castelo de Santiago do Cacém e sofreu ruína com o terramoto de 1775, e foi incendiada pelos anarquistas em 1895. Esta ermida apresenta planta composta por nártex, nave retangular, capela-mor quadrada e sacristia, também de secção quadrada, adossada lateralmente. No nártex hoje sem cobertura, encontra-se o campanário, 4 escadas de abobadilha e, a toda a volta, bancos para descanso dos fiéis. Versão Final 16 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 “No seu interior pode ser observado um registo de azulejo de João Paulo II, da década de 7 oitenta do século XX, e a imagem do orago, um São Pedro do século XVIII.” Fonte: equipa do PDM Figura 4 – Antiga Pousada de Santiago (esquerda) e Ermida de S. Pedro (direita). A Igreja Matriz de Alvalade ou Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Oliveira foi construída no século XVI, ao estilo manuelino, sendo o altar-mor do século XVIII, em talha dourada. Figura 5 – Igreja Matriz de Alvalade ou Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Oliveira 7 Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém Versão Final 17 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 O Palácio da Carreira foi construído entre 1785 e 1808, e recebeu a sua rica decoração pictórica e azulejar durante a primeira metade do século XIX. A Quinta dos Olhos Bolidos situa-se na freguesia de Santa Cruz e data do século XVIII. É uma antiga quinta senhorial que pertenceu ao bispo de Nanquim e ao seu sobrinho Frei Bernardo Falcão Murzello (o autor das "Memórias da Antiga Miróbriga"). O seu nome advém da grande abundância de água, os «olhos de água», que suportam um extenso sistema de rega que alimenta fontes, cascatas, repuxo e tanques, nos jardins formais e nos pomares. O edifício principal apesar da sua antiguidade, não possui elementos que o evidenciem. Os grandes destaques da quinta são os jardins e os pomares, estruturados e sujeitos a uma composição espacial que relaciona os seus principais elementos e zonas funcionais. Figura 6 - Palácio da Carreira (esquerda) e Quinta dos Olhos Bolidos (Direita) A Igreja da Misericórdia de Santiago do Cacém encontra-se incluída na Zona Especial de Proteção (ZEP) do Pelourinho de Santiago do Cacém. O imóvel foi construído no início do século XVI, ao estilo manuelino. O terramoto de 1755 danificou bastante o edifício, que foi reedificado entre 1759 e 1769. Em 1895, o templo foi incendiado por anarquistas. Em todos os séculos, incluindo o atual, sofreu obras, mantendo marcas dessas transformações. Versão Final 18 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Figura 7 – Igreja da Misericórdia de Santiago do Cacém 1.1.3 - IMÓVEL DE INTERESSE MUNICIPAL Ponte Medieval de Alvalade (7) – Classificada como Imóvel de Interesse Municipal, Diário da República N.º 236, de 2004-10-07, com Zona Especial de Proteção. “Ponte medieval, sobre a qual se suspeita uma origem mais antiga, reconstruída no século XVI. Edificada em alvenaria de tijolo e pedra, rebocada. É formada por um “tabuleiro relativamente estreito, com guardas, que assenta em cinco arcos abatidos com quebra-correntes semicilíndricos de remate cónico. Localizada em espaço peri-urbano, no antigo leito da ribeira de Campilhas, próximo do local onde esta entrega as suas águas ao rio Sado. Esta ponte esteve em tempos inserida numa via romana muito importante que estabelecia a ligação entre Miróbriga e Pax Iulia (Beja) passando por Aljustrel (Vipasca). Foi alvo de uma recuperação por parte da Câmara Municipal de Santiago do Cacém e da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (2001) ”. 8 8 Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém Versão Final 19 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: www.cm-santiago.pt Figura 8– Ponte Medieval de Alvalade. 1.1.4 - IMÓVEIS EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO Igreja, Casa de Romeiros e Fonte de Nossa Senhora da Graça (11) – em vias de classificação, como Imóvel de Interesse Público, com proposta de classificação de 20-06-2008 da Direção Regional de Cultura do Alentejo, tendo o prazo para a conclusão dos procedimentos relativos à classificação de bens imóveis em curso sido prorrogado até 31 de dezembro de 2012 através de despacho n.º 19338/2010, publicado no Diário da República, 2.ª serie, n.º 252, de 30 de dezembro; A Igreja da Nossa Senhora da Graça, localizada na freguesia de Santo André, foi edificada em 1744. O templo possui casas construídas originalmente para apoio aos peregrinos, como a Casa de Romeiros, e para além disso conta com uma fonte e um tanque. Versão Final 20 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Figura 9 –Igreja de Nossa Senhora da Graça 1.2 - PATRIMÓNIO CULTURAL NÃO CLASSIFICADO O património cultural do Município suscetível de proteção e valorização está muito para além do modesto conjunto que se encontra classificado ou em vias de classificação. Englobando um vasto conjunto de testemunhos de natureza diversa – da arqueologia ao património arquitetónico, dos centros históricos ao património rural, das coleções museológicas aos falares regionais – pretende-se de seguida identificar e caracterizar de forma sucinta os elementos mais marcantes e identitários do Município. Perante a morosidade dos processos de classificação vigentes constatamos a falta de motivação por parte dos proprietários para promover a classificação do seu património edificado. Com vista a reforçar a sensibilização para a sua valorização, consideramos importante, no presente âmbito do PDM, equacionar medidas de incentivo à proteção do património local, material e imaterial, assentes em critérios de reconhecimento não excessivamente onerosos, nem para o governo local nem para os proprietários, eventualmente, em vários casos, por via de soluções no âmbito do turismo e de parcerias locais. Versão Final 21 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.2.1 - PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO Os vestígios arqueológicos do Município constituem parte integrante do Património Cultural Português e são um recurso cultural, não renovável, essencial para a História. Os sítios arqueológicos são testemunhos da história. A proximidade de recursos hídricos importantes, como o rio Sado, a presença marítima a poucos quilómetros, a riqueza dos solos, a possibilidade de obtenção de matérias-primas para a execução dos utensílios, foram grandes motivos para a fixação de populações nesta região desde a Pré-História. Figura 10 – Escavação arqueológica e antropológica na Igreja da Misericórdia de Alvalade, CMSC, 2011/2012 Contudo, em comparação com os territórios circundantes, observamos no Município alguma escassez de vestígios arqueológicos, o que aponta para a vantagem de uma investigação mais aprofundada. Versão Final 22 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Existe, cada vez mais, a necessidade de conciliar a preservação do património arqueológico com o desenvolvimento socioeconómico. Importa saber conciliar o novo e o existente, para dar a conhecer às gerações vindouras a sua história, a sua memória, as suas pré-existências. O Quadro Património Arqueológico identificado pelo IGESPAR e pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém, que se apresenta de seguida, constitui a descrição dos sítios arqueológicos já identificados no Concelho, aos quais se adicionaram elementos resultantes do levantamento realizado no âmbito da presente caracterização, com vista à confirmação de alguns sítios, cuja localização era incerta ou onde a fonte de informação deixava dúvidas. Vários dos sítios e edifícios constantes no Quadro 1 e categorizados no âmbito do património arqueológico, por conterem, ou haver notícia de vestígios arqueológicos no seu subsolo ou à superfície, são igualmente apresentados noutros capítulos do presente relatório, em conformidade com outros atributos da sua natureza e estado de classificação. Os sítios arqueológicos foram enquadrados em três níveis de valoração, segundo os resultados (média aritmética) dos seguintes critérios: singularidade por tipo de sítio; conhecimento do sítio; densidade de ocupação; precisão da informação; proteção legal e estado de conservação9. Estes três níveis - que de seguida se apresentam - apontam o valor patrimonial e as medidas de minimização necessárias e obrigatórias, que se terão de aplicar para cada um dos sítios, tendo em conta o regulamento. Sítios arqueológicos de nível 1 – áreas de valor patrimonial arqueológico elevado e consolidado, com pré-existências já identificadas e de inegável valor e potencial patrimonial. Para este nível são propostas trabalhos arqueológicos de diagnóstico prévio adequado e/ou escavação do sítio. 9 A definição dos critérios de valoração e o valor por critério para cada sítio arqueológico, encontram-se no anexo deste relatório. A atribuição dos critérios e a definição dos mesmos foram elaborados pelo IGESPAR. Versão Final 23 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Sítios arqueológicos de nível 2 – áreas de potencial valor arqueológico elevado. Locais onde já foram detetados testemunhos arqueológicos e onde se presume a existência de maior densidade de vestígios. Os sítios que integram este nível deverão ser alvo de acompanhamento arqueológico. Áreas arqueológicas de nível 3 – áreas condicionadas de potencial valor arqueológico. Locais onde as informações disponíveis indiciam a existência de vestígios arqueológicos. Neste nível todos os sítios deverão ser confirmados e relocalizados através da prospeção arqueológica. Versão Final 24 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Designação Herdade de Corona N.º Freguesia 1 Abela Tipo Achado isolado CNS 5898 Descrição Inscrição praticamente ilegível. Localização incerta. Castelo Velho de Corona 2 Abela Povoado O Castelo Velho da Corona identificado em 1998/9 por Jorge Vilhena e Emílio Ambrona no âmbito das "Prospeções do território da civitas de mirobriga" enquadradas no projeto de "valorização das ruínas de Miróbriga", direção de Filomena Barata (IPPAR). O acesso ao povoado é barrado por 33064 um fosso escavado na rocha na zona mais estreita do istmo de acesso ao cabeço/península. O fosso poderá ter profundidade maior que dois metros e largura de 3-4, numa extensão de uns 15 a 20 metros, segundo informação do Dr. Jorge Vilhena. Vale de Zebro de Baixo 3 Abela Necrópole Informação oral de 1982 refere o 33066 aparecimento de duas sepulturas em 1968/69. Localização incerta. Versão Final 25 Cronologia Fonte/Precisão CMP X (Long) Y (Lat) Valoração Romano Toponímica 517 167904,6 111717 3 II Idade do Ferro Cartográfica 517 165576,9 112670,7 1 Indeterminado Informação oral 518 172261 117710 3 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Gaspeia 4 Alvalade Estação de Ar Livre 632 Habitat de ocupação sazonal do Neolítico Antigo. Foram detetadas várias estruturas de combustão e exumado espólio (lítico e cerâmico). Foram recuperadas taças de calote e em forma de "saco" com decoração impressa e incisa e indústria lítica sobre sílex. A escavação foi feita pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal. Neolítico Antigo/Mesolítico Cartográfica 528 Idade do Bronze Bibliográfica 528 3 Romano Bibliográfica 528 3 Romano/Islâmico Cartográfica 537 Herdade da Defesa 1 5 Alvalade Achado isolado 1456 Tampa insculturada de sepultura, com representação de espada e figura ancoriforme. Foram também recuperados dois machados de pedra. Localização incerta. Herdade da Defesa 2 6 Alvalade Sepultura 5902 Sepultura com um vaso de barro. Herdade da Defesa 3 7 Versão Final Alvalade Villa Durante o acompanhamento arqueológico dos trabalhos de modernização da linha do sul no troço Ermidas do Sado/ Funcheira foi identificada uma área onde foram 17020 recolhidos materiais maioritariamente de cronologia romana. Trata-se de uma villa cuja ocupação inicial terá sido no séc. I, estendendo-se até ao séc. V. Foi alvo de escavação arqueológica em 2002. 26 179232,7 179109 105482,7 99544 1 1 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Herdade da Defesa 4 Herdade da Defesa 5 Monte das Gáspeas 8 9 10 Versão Final Alvalade Alvalade Alvalade Vestígios diversos Sítio de ocupação romana que se localiza a 600 m da villa da Herdade da Defesa 3. Tem 2 à volta de 1364 m de dispersão de materiais à superfície. Os materiais encontrados são maioritariamente de construção (imbrices, láteres), alguma cerâmica comum, um fragmento de dollia. Ausência de tegulae. Romano (?) Bibliográfica 528 179097,1 100095 2 Villa (?) No âmbito do acompanhamento arqueológico da linha do Sul, em 2002, foram identificados em prospeção materiais dispersos de época romana: fragmentos de 33022 dolium, material de construção, escória de ferro, fragmentos de ânforas tipo Lusitana 2, dolia. Poderá tratar-se da Pars rustica de uma villa. Romano Cartográfica 528 179617,2 100751,9 2 Vestígios diversos No âmbito do acompanhamento arqueológico da linha do Sul, em 2002, foram identificadas estruturas durante a abertura de uma vala. No local observou-se a existência de materiais de construção de época romana e fragmentos de bojos de ânforas. Por informação oral foi possível saber que o sítio tinha já sido escavado há 30 anos atrás. Romano Cartográfica 528 175955,04 109811,15 2 5900 27 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Monte da Corredoura 11 Versão Final Alvalade Vestígios diversos 5901 No sítio da Corredoura foram detetados ao longo de cerca de 300 metros visíveis no talude Este da linha de caminho de ferro estratos arqueológicos aparentemente coevos com a ocupação neolítica do povoado da Gaspeia (jazida pré-histórica atribuível a finais do 6.º / primeira metade do 5.º milénio a.C. - CNS 632) separados tão só pela linha de água a Sul. Tal facto surgiu também observado numa vala junto ao Monte da Corredoura, que veio igualmente a assinalar a presença de diversos fragmentos de cerâmica de cronologias proto-históricas - aparentemente da IDADE DO FERRO. Por fim saliente-se ainda uma mais antiga referência para o Monte da Corredoura de igualmente vestígios romanos não especificados. Neolítico/Idade do Ferro/Romano 28 Cartográfica 528 179138,9 105901,9 2 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Herdade de Conqueiros 12 Versão Final Alvalade Villa 13 Situada na margem direita do rio Sado, encontra-se bastante destruída até nos pavimentos, tendo ficado apenas os alicerces das estruturas. Provavelmente foi abandonada em consequência de uma cheia excecional do rio, tendo em conta os calhaus rolados depositados junto da estação. Terá sido abandonada voluntariamente ou pelo menos sem destruição violenta. A cerca de 150 m a NE da estação foram encontradas duas lápides funerárias, possivelmente da necrópole da villa. Romano 29 Cartográfica 528 178718,3 107616,2 1 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Monte do Roxo 13 Versão Final Alvalade Villa O sítio implanta-se numa zona de vale, de terras muito férteis, sobranceira ao rio Sado. Trata-se de uma villa romana, com ocupação em época visigótica, islâmica e moderna. Observou-se a existência de dois fragmentos de cancelas visigóticas reaproveitadas. A mais completa encontrase diante da entrada da Capela do Monte, 24912 situada na zona norte. A segunda serve de poial numa das entradas. Deste local são provenientes outro fragmento de cancela e um fragmento de mainel. O motivo decorativo das cancelas tem por base octofólios incertos em quadrados e retângulos. Este local é conhecido desde, pelo menos, finais do século XVIII. Romano/Visigótico 30 Cartográfica 518 177799,6 113062,4 1 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Alvalade -Rua Dr. António Guerreiro Fernandes 14 Versão Final Alvalade Achado isolado Uma empresa subcontratada pela EDP esteve no núcleo histórico de Alvalade a remodelar a rede de abastecimento de energia. Segundo Luis Pedro Ramos, numa vala na Rua Dr. António Guerreiro Fernandes (nas traseiras da Casa do Povo de Alvalade), em pleno passeio, fortuitamente surgiu um recipiente cerâmico que guardava um pequeno tesouro monetário, constituído 28470 por cerca de 70 moedas em prata, num estado praticamente imaculado. Por informação oral de habitantes de Alvalade que as viram referem que as moedas são quinhentistas e do reinado de D. João III. O trabalhador que fez o achado ainda ofereceu várias a alguns moradores, mas ficou com a maioria do tesouro. Não foi possível ver nenhuma. Informação de Luis Pedro Ramos. Moderno 31 Cartográfica 518 177065,5 108163,7 2 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Alvalade - Rua 25 de Abril 15 Versão Final Alvalade Achado isolado Por informação oral de um trabalhador, aquando da construção do café "O Pelourinho" no centro da vila de Alvalade foram encontrados dois "potes" de grandes 33070 dimensões, espessos, com ossos e terra no interior. Sabe-se que um deles foi partido, mas o segundo mantém-se, segundo ele, por baixo do passeio, junto a um dos pilares do edifício. Indeterminado 32 Cartográfica 518 177040,1 108203,6 2 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Alvalade do Sado 16 Versão Final Alvalade Núcleo de povoamento Nos inícios de 1755, a vila possuía 275 fogos e 1208 habitantes. O terramoto do 1.º de novembro desse ano, também se fez sentir fortemente em Alvalade, provocando a derrocada da maior parte dos edifícios públicos da povoação, e grande número de habitações. Regista-se também a presença de vestígios arquitetónicos de época romana. O núcleo urbano de Alvalade apresenta características próprias de um aglomerado concentrado a partir da zona primitiva junto à igreja. A zona histórica 31883 apresenta em geral uma arquitetura popular bem enquadrada no aglomerado e na paisagem. A malha urbana do núcleo histórico, de cariz medieval, onde se inclui a Igreja matriz do século XV, tem como núcleo central a Praça D. Manuel I, coração da vila. Esta Praça representava o centro cívico da povoação onde se localizavam as principais instituições. Na Praça localizam-se o Pelourinho Manuelino do século XVI, a capela da Misericórdia do século XVI, de influência maneirista e o edifício dos antigos Paços do Concelho. Romano/Medieval Cristão 33 Bibliográfica 528 Os critérios não se aplicam Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Monte da Ameira 1 17 Versão Final Alvalade Villa e necrópole A primeira referência de vestígios da época romana neste monte é já do Padre Jorge de Oliveira. No seu caderno de apontamentos refere a presença de vários materiais de construção, cerâmicas brancas, vermelhas e escuras, e mós. No âmbito do acompanhamento arqueológico da linha do Sul, em 2002, o sítio terá sido relocalizado. A dispersão de materiais seria um pouco superior a 1,5 ha. Atribuem uma cronologia do Séc. I. A georreferenciação do sítio na sequência do PDM não foi possível, por causa da vegetação densa e rasteira da zona. Apareceram apenas alguns fragmentos informes de cerâmica comum, possivelmente romana, num caminho. Esses materiais poderão ter sido arrastados de outro sítio. Romano 34 Cartográfica 528 176042 108267,3 2 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Monte da Ameira 2 18 Versão Final Alvalade Vestígios de superfície Pequeno sítio de ocupação romana identificado junto ao monte da Ameira, durante prospeções efetuadas por Jorge Feio em 2003. Apareceram materiais de construção romanos, inclusive opus signinum. Por informação oral do feitor do Monte da Ameira sabe-se que foram 33073 recolhidos no local machados de pedra polida. Na sequência do PDM prospetou-se a zona e não foram detetados quaisquer materiais. De qualquer forma fica registado que o feitor informou que durante a lavra é possível ver uma grande quantidade de material. Romano 35 Cartográfica 528 175833,4 109647,6 2 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Monte da Ameira 4 Monte da Ameira 5 19 20 Versão Final Alvalade Alvalade Muro No caderno do Padre Jorge de Oliveira aparece uma referência a materiais romanos, tais como uma tegula, um fragmento de asa de ânfora e cerâmica amarela. Jorge Feio refere que encontrou uma estrutura cujo aparelho é construído por paredes de médias dimensões ligadas 33074 com argamassa de cal, situado no caminho de acesso ao monte. Na sequência do PDM o feitor do Monte da Ameira indicou-nos o sítio, mas segundo ele, a estrutura só é visível quando chove com intensidade. O caminho de terra batida abre fendas com a água, o que permite a visualização do muro. Indeterminado Cartográfica 528 175942,5 107633,5 2 Vestígios superfície Na sequência da revisão do PDM foram identificados alguns materiais de construção romanos numa zona de encosta, próxima a 33075 uma zona de pinheiros mansos, do lado esquerdo do caminho de acesso ao Monte da Ameira. Fica muito próximo do monte. Romano Cartográfica 528 175740,8 108929,9 2 36 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Monte Branco da Ameira Cerrado de Maria Lança 21 22 Versão Final Alvalade Alvalade Necrópole A primeira referência de vestígios da época romana é já do Padre Jorge de Oliveira. No seu caderno de apontamentos refere a presença de duas sepulturas romanas. Na 33025 primeira constatou que a caixa era feita por imbrices e tegulae e a segunda por láteres, sendo que esta última tinha um vaso, destruído pelos trabalhadores agrícolas no momento da descoberta. Romano Toponímica 518 175792,4 110952,7 3 Lagar (?) Foi o Padre Jorge de Oliveira que, em 1924, identifica estruturas do que acha ser um lagar. A descrição que faz é de uma sapata extensa de alvenaria e de um pavimento 33026 que parece ser, através da descrição de camadas, de opus signinum. O atual cemitério de Alvalade ocupa parte do Cerrado de Maria Lança e poderá ter afetado o possível sítio. Romano Bibliográfica 528 176902,6 107893,7 3 37 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Figueira à Metade 23 Alvalade Estela funerária O sítio localiza-se na Herdade de Conqueiros, sensivelmente a 200 metros da villa romana. Será possivelmente a necrópole da villa. Foram recolhidas três estelas funerárias em grauvaque, que 33076 seriam depositadas na Casa do Povo de Alvalade. As estelas foram detetadas durante trabalhos agrícolas e foram recolhidas pelos arqueólogos Clementino Amaro e Manuel Rosivelt dos Santos que se encontravam a escavar a villa. Monte Espada 24 Alvalade Achado isolado No Monte Espada foi recolhida uma ânfora 33027 do tipo Lusitana 2, completa. Pertence a coleção particular. Versão Final 38 Romano Bibliográfica 528 2 Romano Bibliográfica 519 3 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Monte da Vinha Monte da Sapa 25 26 Versão Final Alvalade Alvalade Achado isolado Vaso encontrado em trabalhos agrícolas na Herdade do Monte da Vinha. Foi doado em junho de 2003 ao Museu Nacional de Arqueologia. Trata-se de um vaso de forma ovoide, ou em "fundo de saco", de colo alto e cilíndrico, com 23,5 cm de altura e 18,9 cm de diâmetro máximo, ostentando três asas verticais e assimétricas da suspensão e 33077 decoração feita a partir de matriz impressa, organizada em faixas paralelas e horizontais marcando o início do bojo e asas. O vaso encontra-se a ser estudado pelo Dr. Carlos Tavares da Silva. Este vaso integra-se no conjunto das mais antigas produções de cerâmicas, características do Neolítico Antigo do Mediterrâneo Ocidental. Neolítico Antigo Toponímico 528 178539 106857,6 3 Vestígios diversos Nota no caderno de apontamentos do Padre Jorge de Oliveira que refere a descoberta de algumas moedas de época romana. Jorge 33078 Feio fez prospeção no local e detetou alguns materiais de época romana, bem como cerâmica comum e bojos de ânfora. Romano Cartográfica 528 178170,28 107430,81 2 39 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Ponte Medieval de Alvalade Ermida de São Roque 27 28 Alvalade Alvalade Ponte A ponte é conhecida entre a população de Alvalade como "Ponte Romana". No 33028 entanto, será da época Medieval, com reconstruções de época Moderna. Medieval Cartográfica 528 176317,5 108757,5 1 Sepultura A ermida de São Roque remonta ao último terço do Séc. XV e surge referida na visitação realizada em novembro de 1510. É um pequeno edifício de uma só divisão, com 2 33079 cerca de 20 m , com paredes de taipa e um pequeno altar também em taipa. Nos registos paroquiais foi encontrada a referência de um enterramento dentro da ermida. Localiza-se na Herdade do Faial. Medieval/Moderno Toponímica 528 181896 111478 2 Indeterminado Cartográfica 526 151794 101601,9 2 Romano/Moderno Cartográfica 535 150947 92876,4 2 Faneca 29 Cercal Indeterminado Num rasgo lavrado, circundando um pequeno monte, ocorrem fragmentos do que parece ser escória de ferro (restos de 23359 fundição?). São acompanhados por cerâmica comum incaracterística e de construção (ambas muito raras). O material encontra-se concentrado em encosta suave. Mandorelha 1 30 Cercal Barragens Estão identificadas duas barragens, uma 33080 possivelmente de época romana e uma outra de época Medieval/Moderna Versão Final 40 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Mandorelha 2 Herdade do Raco 31 32 Cercal Cercal Vestígios diversos Encosta próxima às barragens da 33081 Mandorelha 1 com muitas escórias à superfície. Indeterminado Cartográfica 535 150949,7 92807,1 2 Necrópole Frei Manuel do Cenáculo fala de uma necrópole na Herdade do Raco e diz ter aberto à volta de dez sepulturas. Numa das sepulturas destaca o achado de uma bracelete em bronze, à qual o Cenáculo 33014 atribui o «symbolo da aternidade figurada na serpente circular (…)». A figura apresenta duas cabeças de serpente em cada uma das duas pontas do bracelete. Faz referência a cerâmicas, vidros e objetos de adorno noutras sepulturas. Romano Toponímica 545 153278,5 89274,4 3 Sítio paleolítico localizado no âmbito do projeto de investigação "Levantamento 23200 arqueológico do Alentejo". Foi aberta uma sondagem de onde foram recolhidas 35 peças líticas, das quais três são núcleos. Paleolítico Cartográfica 519 184879 113687 2 Cartográfica 505 148315,9 122679,6 2 Lagoa da Pedra 33 Ermidas do Sado Estação de Ar Livre Herdade do Parral/Parral de Baixo 34 Santa Cruz Vestígios de superfície Versão Final 22497 Vestígios de material de construção romana Romano/Indetermina e escória. do 41 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Parral de Baixo 1 35 Santa Cruz Villa Herdade do Sobral da Várzea 36 Santa Cruz Depósito Versão Final O sítio localiza-se numa zona chamada de Várzea dos Pereiros, em Parral de Baixo (Herdade do Parral). Situa-se numa zona de vale junto da ribeira do Forneco uma concentração de material de construção romano e alguma cerâmica comum bastante 33087 rolada. Segundo os proprietários, encontrase muito material quando se fazem as lavras do terreno. Obteve-se também uma Informação oral de uma habitante local que muito próximo do local existe uma possível necrópole nas proximidades. 25390 Depósito de objetos de bronze (escopros, machados e foice). 42 Romano Cartográfica 505 149672,5 122153,7 1 Idade do Bronze Bibliográfica 505 148680,7 121494,2 3 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Santa Cruz (Torre e Herdade do Saragoçal, Ademas, Francisquinho 37 Santa Cruz Vestígios diversos Estruturas (muros, sepulturas) e peças arqueológicas (cerâmica, vidro, Inscrição) dispersas por vasta área que engloba estes topónimos. A inscrição funerária encontrada no sítio Francisquinho alude a um 25392 mirobrigense céltico sepultado neste local. Foi achada em 1957 conjuntamente com numerosos materiais de época romana. Encarnação (1984:233) suspeita da sua autenticidade. Torre Nova 38 Santa Cruz Povoado 7575 Ribeira do Nabarro 39 Versão Final Santa Cruz Vestígios de superfície Pequeno cabeço com ocupação préhistórica, no sopé do qual há diversos abrigos rupestres com possível ocupação. Plataforma aplanada em encosta suave virada a Sul, ocupada por montado de sobro e terreno limpo com boa visibilidade para materiais e estruturas. A área de dispersão 29233 de materiais estende-se aproximadamente num diâmetro de 50 m, onde se observa cerâmica comum e de construção (tegulae e imbrices) 43 Romano Toponímica 505 149676,7 120652,9 3 Calcolítico Cartográfica 505 150198,8 120900,4 1 Romano Cartográfica 505 147806 121152,7 2 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Miróbriga 40 Versão Final Santiago do Cacém Cidade 4 O sítio arqueológico de Miróbriga situa-se nas proximidades da Cidade de Santiago do Cacém. Classificado como imóvel de interesse público desde 1940, este sítio passou a estar afeto afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico e Arqueológico desde 1982. Encontra-se em pleno funcionamento o Centro de Acolhimento e interpretação, construído pelo IPPAR. Trata-se de um extenso complexo arqueológico da época romana que possui vários núcleos: área comercial, termas, hipódromo, santuário e zona habitacional. Este conjunto foi um importante centro urbano no período romano, assentando parcialmente sobre um aglomerado mais antigo da Idade do Bronze e do Ferro. Romano 44 Cartográfica 516 151630 116000 1 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Hospital do Espirito Santo 41 Santiago do Cacém Monte da Ortiga do Meio 42 Santiago do Cacém Necrópole Pomar dos Mouros 43 Santiago do Cacém Formiga 44 Santiago do Cacém Versão Final Necrópole/Ac hado isolado Antigo edifício fundado no Séc. XVI. O terramoto danificou grande parte do edifício, tendo sido posteriormente reconstruido, mantendo atualmente a fachada do século XVIII. Foi feita uma intervenção arqueológica e antropológica no âmbito do projeto de criação de um Museu de arte sacra. As escavações 18085 decorreram na cave do edifício, onde se localizava a necrópole medieval. Foram exumados os enterramentos e recuperado o espólio que os acompanhava. Neste mesmo edifício foi recuperada uma Ara votiva a "Esculapio", proveniente de Miróbriga, que se encontrava na fachada lateral direita do edifício. Medieval/Romano Cartográfica 517 150495 116675 1 4420 Foram encontrados no local dois sarcófagos em arenito selados por tampas, ambos com espólio osteológico, durante a construção de uma pocilga. Romano Bibliográfica 516 147684 113610 1 Achado isolado 4821 Capitel de calcário decorado por folhas de acanto. Revela forte influência romana. Alta Idade Média Toponímica 516 150997,5 117048,3 3 Necrópole 5896 Necrópole que forneceu, entre outro material, uma taça de vidro do século I d.C. Romano Bibliográfica 516 150704,6 115507,4 3 45 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Convento do Loreto 45 Versão Final Santiago do Cacém Convento Convento de fundação franciscana erguido no local onde existiria uma antiga ermida, da mesma invocação. Não é certa a data da sua fundação que oscila entre 1450-1460 e 1502. Em 1995, realizou-se uma intervenção arqueológica que tinha como objetivo implantar uma quadrícula que permitisse o levantamento sistemático dos materiais arqueológicos encontrados à superfície. A 10760 quadrícula, com a orientação N-S em relação a toda a área do convento, permitiu definir dois setores de intervenção: setor 1 – área a sul da fachada, antiga portaria do convento; setor 2 – área que rodeia a torre ainda visível do convento. Foi impossível fazer uma leitura espacial dos materiais de superfície devido aos fenómenos de deslizamento. Medieval Cristão 46 Cartográfica 516 150198,2 112602,6 1 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Castelo de Santiago do Cacém Aldeia dos Chãos 46 Santiago do Cacém Castelo 47 Santiago do Cacém Achado isolado Versão Final 1694 A construção do Castelo remonta originalmente à ocupação muçulmana desta zona do Alentejo. A atual tipologia do Castelo apresenta a forma de um paralelogramo envolvido por nove torres e cubelos. O interior do Castelo é dominado pelas ruínas do antigo espaço da alcaidaria ou alcáçar, construção com origem nos séculos XIII/XIV e que foi remodelada nos séculos XV/XVI. No seu interior foi escavado um silo, provavelmente islâmico, posto a descoberto por um abatimento de terras causado por uma inundação no cemitério instalado no castelo medieval de Santiago do Cacém. Tem 3,30 m de diâmetro por 4,30 m de altura. O interior está revestido por argamassa de cal e saibro, reforçado por cerâmica comum. No fim da escavação foi entulhado com areia e selado. A sua localização mantém-se assinalada. Medieval/Islâmico Cartográfica 516 Moeda romana encontrada durante trabalhos de prospeção do Grupo de Trabalhos de Arqueologia do Gabinete da Área de Sines. Romano Informação oral 516 47 150355,5 116542,8 1 3 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Zambujeiro 2 Herdade da Cascalheira Areal 48 49 50 Versão Final Santo André Santo André Santo André Mancha de materiais e indícios de estruturas soterradas. Foram detetados bojos de cerâmica manual e de roda, alguns Idade do relativamente espessos (possivelmente 31503 Ferro/Contemporâne pertencentes a grandes recipientes) e o outros finos e apresentam-se rolados. Foi identificado um fundo plano de cerâmica de torno lento Cartográfica 505 147729 125148,5 2 Inscrição A ara funerária aparece desenhada numa folha solta de papel branco, incluída num dos cimélios da coleção de Cenáculo existente na Biblioteca eborense (Códice 25366 CXXVII/1-2, fls [1-1]). Estaria encastrada numa azenha na Herdade da Cascalheira, numa várzea fértil irrigada pela ribeira da Cascalheira. Nunca se conseguiu descobrir a sua localização. Romano Toponímica 505 146454 126725 3 Habitat Habitat sobre área plana da margem esquerda da ribeira do Areal. Materiais 25363 arqueológicos recolhidos à superfície: indústria lítica sobre sílex e cerâmica de fabrico manual. Neolítico Cartográfica 505 143018,7 122774,8 1 Mancha de ocupação 48 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Cerradinha 51 Santo André Habitat Deixa-o-Resto 52 Santo André Necrópole Versão Final Habitat em "ilha" de inverno da margem esquerda da Lagoa de Santo André. Restos muito destruídos de estruturas de habitat. As escavações arqueológicas estiveram a cargo do Grupo de Trabalhos de Arqueologia do Gabinete da Área de Sines. O conjunto cerâmico encontrado pertencente ao Horizonte de cerâmica com decoração brunida do Bronze Final comprova a integração da estação neste período cronológico. Acresce ainda, o facto 25364 Idade do Bronze Final das pastas e do tratamento das superfícies da cerâmica não demonstrarem a perfeição técnica atribuída à primeira fase do Bronze Final (existente na Estremadura portuguesa e em Huelva). A indústria lítica, a cerâmica e a implantação geográfica permitem pressupor que os elementos materiais aqui encontrados pertenceram a uma comunidade de pescadores que se dedicaram igualmente à pecuária e à metalurgia. Cartográfica 505 143276,1 125903,1 1 Necrópole de incineração, destruída, com 25365 urnas cinerárias, terra sigillata sudgálica, lucerna e moeda de Augusto. Toponímica 505 146010,2 122572,8 3 Romano 49 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Casas Novas Pedra da Atalaia Várzea do Outeirinho 53 Santo André 54 São Bartolomeu da Serra 55 Versão Final São Bartolomeu da Serra Habitat Escavação arqueológica de emergência do Museu de Arqueologia e Etnografia do Bronze Final/Islâmico Distrito de Setúbal, em 1996. Povoado 1723 Situado numa elevação de encostas suaves e de reduzidas dimensões. Trata-se de um povoado da Idade do Ferro, registando-se vestígios constituídos por fragmentos cerâmicos dessa ocupação na superfície. 5897 Necrópole de época romana destruída. Foram recolhidos fragmentos de opus signinum e de uma mó. Localização incerta. Segundo descrição de Leite de Vasconcelos, havia sepulturas no sítio da Várzea do Outeirinho, “e uma delas com púcaro de barro à cabeceira. Fui a essa herdade, mas já não vi nem paredes nem sepulturas, e apenas vi pedaços de opus signinum grosseiro, e uma mó chata de 0,56 m, com orifício central; também vi, e trouxe para o Museu, um rebolo achatado nos dois pólos, que tem de circuito 0, 27 m (seria projétil?), feito, ao que parece, de um calhau rolado, como se induz de uns restos de polido.” Vestígios diversos 50 Informação oral 505 3 Idade do Ferro Cartográfica 517 152939,5 118959 1 Romano Toponímica 517 156016 118004 3 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Herdade das Pereiras Herdade das Antas 56 São Bartolomeu da Serra 57 São Francisco da Serra Estela Tampa sepulcral insculturada da época do 25403 Bronze. Está depositada no Museu Municipal de Santiago do Cacém. Tholos Idade do Bronze Cartográfica 517 160642,6 117195,4 2 4857 Sepultura de falsa cúpula. Intervencionado em 1973 por Manuel F. dos Santos. Foi encontrada uma placa de xisto. Não há publicação. Calcolítico Toponímica 506 154432 128595 2 Situada numa área plana da margem esquerda da ribeira da Cascalheira, apresentando testemunhos da estruturação interna original do habitat: empedrados, fornos. Identificou-se ainda cerâmica impressa, incisa e plástica do Neolítico, indústria lítica sobre sílex e pedra polida (machados e mós). Neolítico Antigo Cartográfica 505 148142 126220 1 Calcolítico Bibliográfica 505 147971 126512 Destruído Salema 1 58 São Francisco da Serra Estação de Ar Livre 3327 Salema 2 59 São Francisco da Serra Monumento megalítico Monumento funerário destruído por uma 25400 exploração da pedreira junto do Monte da Salema. Versão Final 51 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Franciscos 60 Versão Final São Francisco da Serra Mancha de ocupação No topo de um cabeço aplanado encontram-se vestígios pouco frequentes de fragmentos cerâmicos (de uso doméstico e de construção) e de argamassas esbranquiçadas, num diâmetro de cerca de 50 m. O cabeço encontra-se no interior de Moderno/Contempor 13342 uma propriedade que era murada com âneo muros de adobe de forma sub-retangular, dos quais ainda restam muitos troços, tendo sido cortado pelo lado Norte por melhorias realizadas no estradão de terra batida. Provavelmente trata-se de vestígios de um pequeno casal de construção em adobe. 52 Cartográfica 505 159383,1 124089,2 2 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Marco Branco Palhota 61 62 Versão Final São Francisco da Serra São Francisco da Serra Sepultura Monumento megalítico Em 1978, Carlos Tavares da Silva e Joaquina Soares identificaram, nas proximidades do Monte do Marco Branco, uma sepultura protomegalítica, de câmara ovalada, fechada e sem corredor. A cista megalítica apresenta planta sub-retangular, com orientação aproximada de E-W, formada por esteios grossos e estreitos de calcário e xisto 25394 grauváquico. Conservava ainda os restos de uma cintura tumular constituída por blocos de xisto e calcário. A escavação arqueológica do Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal permitiu recolher na área do tumulus, um geométrico trapezoidal em sílex. A sepultura foi posteriormente destruída pelo proprietário. Sepultura megalítica com câmara funerária subtrapezoidal e corredor bem diferenciado. Foi identificado espólio lítico e cerâmico. 25399 Escavações arqueológicas do Grupo de Trabalhos de Arqueologia do Gabinete da Área de Sines. 53 Neolítico Cartográfica 505 148411 126143 Destruída Neolítico Cartográfica 505 147995,3 126893 1 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Enxacafres 2 63 São Francisco da Serra Anta Monte Sardinha 64 São Francisco da Serra Necrópole Versão Final Anta de corredor com mamoa localizada no topo de uma pequena elevação. Os esteios sobressaíam à superfície encontrando-se a sua posição perturbada por dois sobreiros. Comprimento aproximado de 3,80 m; 29237 largura aproximada de 3 m e diâmetro aproximado de 1,90 m, correspondendo o diâmetro aproximado da mamoa a 13 m. A anta foi desmantelada depois de ser escavada para dar continuação à obra do IP8. Necrópole de incineração muito destruída. Durante trabalhos agrícolas foram trazidos à superfície alguns fragmentos de cerâmica comum distribuídos por quatro grupos de fabrico diferente; fragmentos de três lucernas nomeadamente uma DresselLamboglia 20; um copo de vidro transparente, copa em U, bordo, aresta viva, decorado com linhas incisas e com 81 mm 33089 de diâmetro; um prego de ferro; escória de ferro; carvões e cinzas que continham pequenos fragmentos de osso. O estudo dos materiais descritos anteriormente foi realizado por Luísa Ferrer Dias e João Rosa Viegas e permitiu confirmar a hipótese de se tratar de uma necrópole romana com incinerações, cujo “terminus post quem” é reinado de Cláudio. 54 Neocalcolítico Cartográfica 506 157122,7 124502,5 Escavada e desmantelad a Romano Bibliográfica 505 148952,7 125496 2 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Figueirinha 65 São Francisco da Serra Vestígios diversos Situado a aproximadamente 700 metros para Oeste da necrópole do Monte da Sardinha, em terreno denominado «Figueirinha», Luísa Ferrer Dias e João Rosa 33088 Viegas identificaram à superfície abundantes vestígios do que teria sido uma habitação romana. Destaca-se a observação de cerâmica do séc. I. Romano Bibliográfica 505 Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém Quadro 1 - Património Arqueológico identificado pelo IGESPAR e pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém Versão Final 55 148296,5 125468,6 2 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.2.2 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO O património urbano construído – à exceção dos edifícios religiosos que se encontram em quase todas as sedes de freguesia – apresenta maior expressão nos três mais antigos aglomerados do Município, com relevância administrativa no passado: Alvalade, como sede de município, Cercal do Alentejo como sede da Comenda do Cercal da Ordem de Santiago e Santiago do Cacém, como ancestral sede do Município. Efetivamente, é dentro das áreas delimitadas como Centros Históricos, que encontramos os edifícios mais emblemáticos, com uma arquitetura mais elaborada, com maior nobreza de materiais empregues na sua construção e com maior peso histórico e cultural. Dentro dos aglomerados urbanos e em especial, nos Centros Históricos, o valor patrimonial extravasa claramente o edifício religioso, a casa senhorial, ou a casa com determinado estilo arquitetónico reconhecido, porque é a sua integração na envolvente edificada que lhe acrescenta a importância patrimonial. Daí que, os edifícios de arquitetura mais vernácula, de volumetria e decoração mais simples, sejam igualmente importantes e indispensáveis neste contexto. A aprovação de Planos de Pormenor nas áreas delimitadas como Centros Históricos é de primordial importância para salvaguardar a integridade destes conjuntos, sem se recorrer à classificação integral dos edifícios com reconhecido valor patrimonial. No âmbito do património arquitetónico rural, desde logo menos estudado, constatamos maiores ameaças na sua salvaguarda. No caso do edificado civil, mais popular e pobre quanto a materiais e técnicas, despojado de artifícios e embelezamentos, não tem sido prioridade para os requisitos de classificação vigentes. A pobreza dos materiais condiciona a sua fraca resistência e rápido desaparecimento, como é o caso das construções em taipa, utilizada na esmagadora maioria dos tradicionais “montes” da região. A criação de condições para a sua valorização pode ser uma verdadeira prioridade. Versão Final 56 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.2.2.1 - Património Arquitetónico Religioso Designação Número Freguesia Tipologia Descrição Fonte A sua construção remonta ao início do século XX, com projeto de Augusto Fuschini, cuja construção se arrastou até meados do mesmo século. Foi construída no estilo neogótico, com uma grande torre sineira que lembra uma catedral. A sua imagem arquitetónica foi inspirada na Sé de Lisboa, iniciada igualmente nos inícios do século XX. Igreja Paroquial de Abela 13 Abela Igreja Capela Nova de São Brissos 14 Abela Capela Foi mandada construir no monte da Quinta de Corona, nas primeiras décadas do século XX. CMSC Memorial Em 2006 a comunidade local prestou homenagem à Igreja e à Santa, padroeira da Aldeia, que na década de 70 do séc. XX foi demolida, perto do local onde hoje se encontra implantado o Memorial. A Igreja terá sido construída no séc. XIV, em honra da Santa que, segundo reza a lenda terá aparecido junto à Ribeira de Corona, perto do local da sua implantação. O marco é constituído por uma base circular em calçada de vidraço branco, sobre a qual assenta um tronco de pirâmide. São duas as faces que têm elementos alusivos à memória da Igreja e da Santa, executados em mármore branco. Numa das faces está representada a fachada principal da Igreja, com um pequeno texto que a identifica, bem como o século em que terá sido construída e o século em que foi demolida. Na face oposta, é representada a silhueta da fachada da Igreja e nela está enquadrado um nicho em baixo relevo, representando à escala natural a Santa, que se encontra na atual Igreja Matriz de Abela. Abaixo desta, fica um texto alusivo à lenda do aparecimento da Santa e a justificação para a construção da antiga Igreja: “Junto à Ribeira de Corona “apareceu” às gentes da Terra, Nossa Senhora A Bella e no local da sua CMSC Memorial a N. Sra. da Abela Versão Final 15 Abela CMSC 57 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 “Aparição” foi construída uma Igreja em sua honra”. Igreja da Misericórdia de Alvalade 16 Alvalade Igreja Templo construído em 1570. No século XIX deixou de funcionar como igreja, com a extinção da confraria da Santa Casa da Misericórdia de Alvalade. IGESPAR Capela Nova de Nossa Sr.ª do Roxo 17 Alvalade Capela A capela foi mandada construir cerca da segunda metade do século XX e integra fragmentos de cancelas visigóticas. CMSC Ruínas da Ermida de São Roque 18 Alvalade Ermida Foi edificada no final do século XV ou nos inícios de XVI. CMSC Capela da Bica Santa 19 Cercal do Alentejo Capela Construída provavelmente no século XVI, sofreu obras no arco triunfal e no altar-mor na segunda metade do século XVIII. Em meados do século XX sofreu nova campanha de obras. CMSC Igreja Matriz de Cercal do Alentejo 20 Cercal do Alentejo Igreja Construída no século XVIII, recebeu as pinturas murais no último quartel do século XIX. CMSC Ruínas da Ermida de Santo Isidoro 21 Cercal do Alentejo Ermida Não se conhece a data da fundação da Ermida de Santo Isidoro, que distava do Cercal cerca de meia légua (2,5 km). No século XVIII já se encontrava arruinada, restando atualmente do templo apenas as fundações. CMSC Igreja de Ermidas 22 ErmidasSado Igreja Na sequência do crescimento da povoação e após a sua passagem a freguesia em 1953, houve a necessidade de a dotar de templo adequado para a população residente. CMSC Cruzeiro O cruzeiro foi erigido em 2006, junto à entrada nascente da Igreja, como alusão à sua reconstrução após dois sismos, o de 1755 e o de 1858 e à notável peça escultórica representando Cristo crucificado, com a qual, por essa ocasião, se presume, terá sido embelezado o altar. A inscrição gravada no cruzeiro consta de: “Que o seu orago é Santa Cruz na qual se acha esculpido um admirável Crucifixo firmado sobre a mesma”. O Pároco de Santa Cruz em 25 de maio de 1758”. A data de 3 de maio em que foi inaugurado o cruzeiro, evoca o aparecimento, há muitos anos, da imagem de uma santa, colocada numa oliveira perto da aldeia. Essa imagem ainda se encontra dentro da Igreja e crê-se que a mesma abençoa a festa anual da aldeia nessa mesma data. CMSC Cruzeiro da Igreja de Santa Cruz Versão Final 23 Santa Cruz 58 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Igreja Paroquial de Santa Cruz 24 Santa Cruz Igreja Oratório dos Passos da Paixão de Cristo na Rua Dr. Francisco Beja da Costa 25 Santiago do Cacém Oratório Oratório dos Passos da Paixão de Cristo na Rua Padre António de Macedo 26 Santiago do Cacém Oratório Oratório dos Passos da Paixão de Cristo no Quintal da Igreja da Misericórdia 27 Santiago do Cacém Oratório Igreja construída no século XV. O batistério é da segunda metade do século XVI. O púlpito, o altar-mor e os retábulos datam da segunda metade do século XIX. CMSC Conjunto de oratórios ao ar livre, construídos entre 1708 e 1810, que se destinavam a marcar os Passos da Paixão de Cristo na procissão homónima, ainda hoje têm a mesma utilização. IGESPAR IGESPAR Antiga Igreja do Espírito Santo 28 Santiago do Cacém Igreja Construída no século XIV, estava inicialmente ligada ao hospital fronteiro. No século XVIII passou para a posse da Ordem Terceira de S. Francisco, recebendo a atual fachada barroca. Nos inícios do século XX, pertencia a D. Camila Maldonado Passanha. Capela de São Brás 29 Santiago do Cacém Capela Capela, construída no século XVI, recebeu o retábulo em estuque nos finais do século XIX. IGESPAR Capela de São Sebastião 30 Santiago do Cacém Capela Construída no século XVI, foi muito danificada pelo sismo de 1969, que obrigou à reconstrução da fachada principal. IGESPAR 31 Santiago do Cacém Capela Construída em 1630 pela Confraria das Almas, mantém hoje a mesma função de capela funerária. Foi muito danificada pelo terramoto de 1755 (recebendo então o altar-mor pombalino) e pelo sismo de 1858. CMSC 32 Santiago do Cacém Nos finais do século XVIII, surgem em Portugal, as primeiras manifestações para a realização da prática dos enterramentos fora dos locais de culto. Foi através do decreto de 21 de setembro e 8 de outubro de 1835 e, com o ministro Rodrigo da Fonseca Magalhães, que se legalizou a CMSC Capela das Almas Cemitério no Castelo de S. Cacém Versão Final 59 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 criação de Cemitérios. O art.º 5.º do mesmo decreto refere “que cada corpo deverá ser enterrado em cova separada, a qual terá pelo menos cinco palmos de profundidade e será separada das outras covas por um espaço de palmo e meio por todos os lados.” (Silva, 2008). A repartição de Saúde Pública foi criada através do diploma de 18 de setembro de 1844. Esta reforma estabelecia a obrigatoriedade de um Cemitério em cada Concelho, e a proibição de enterrar os mortos dentro de qualquer igreja ou capela da freguesia onde houver Cemitério público e, a de fazer enterramentos de cadáveres fora dele depois de estabelecido e benzido (Silva, 2008). Foi no ano de 1838 que a Câmara Municipal de Santiago do Cacém, cumprindo a Lei imposta pelo Reino, instalou o cemitério público no interior do Castelo, e que é utilizado até hoje. A construção de um novo cemitério é matéria de interesse por parte da população, especialmente no que respeita as decisões sobre transladações e futura valorização histórica do atual cemitério. Este apresenta túmulos e jazigos do século XIX de famílias e de individualidades importantes na história de Santiago do Cacém, que devem ser preservados e, porque não, visitáveis, como acontece em muitos países da Europa do Norte. Alguns dos túmulos mais importantes: Túmulo de José Joaquim Salema de Andrade Guerreiro de Aboim e irmãos: construído em meados do século XIX; Jazigo dos Condes de Avillez: construído em finais do século XIX; Jazigo da Família Jacinto Pais de Matos Moreira Falcão, meados do século XIX; Túmulo de João Estaço: devido à demolição, no início da década de 20 do século XX, da Igreja de Nossa Senhora do Monte, a Câmara organizou, em 1923, a trasladação solene dos restos mortais de João Estaço e do seu túmulo para o Cemitério Público; Túmulo de João de Moura de Brito: transladado da capela de Santo António, fundada pela família Brito no século XVII. Na década de 30 do século XX, a edilidade santiaguense resolveu demolir este templo e transladar os restos mortais de João de Moura de Brito e o seu túmulo para o cemitério público, onde atualmente se encontra. Jazigo dos condes de Avillez, no cemitério de Santiago do Cacém Versão Final 60 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Jazigo da Família de Jacinto Pais de Matos Falcão, no cemitério de Santiago do Cacém. Cruzeiro da igreja Matriz de S. Cacém Capela de Nossa Sr.ª do Monte 33 34 Santiago do Cacém Santiago do Cacém Cruzeiro Situado no exterior da Igreja Matriz, foi inaugurado no dia 1 de dezembro de 1940, aquando do oitavo centenário da Independência e terceiro da Restauração de Portugal. No frontal e na parte posterior do cruzeiro apresentam-se duas inscrições com o seguinte texto: «CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA III DA RESTAURAÇÃO DE PORTUGAL 1940» (parte frontal) e «CÂMARA MUNICIPAL 1940» (parte posterior). CMSC Capela O pequeno templo dedicado a Nossa Sr.ª do Monte resultou de um projeto de 1956, da autoria do arquiteto italiano Luigi d’Evilacqua. A capela constitui uma evocação à antiga Igreja da Sr.ª do Monte, demolida no início dos anos 20 do século XX. CMSC CMSC Cruzeiro da Costa de Sto. André 35 Santo André Cruzeiro Foi erigido em agosto de 1955 por iniciativa de José da Costa, na altura funcionário municipal. Duas ordens de degraus antecedem o plinto datado e epigrafado, onde assenta uma imponente coluna de fuste oitavado, a que se sobrepõe um globo encimado com uma cruz epigrafada da Ordem de Santiago da Espada. Igreja Paroquial de Santo André 36 Santo André Igreja Foi construída no século XVI, sofreu danos elevados no terramoto de 1755 e foi reconstruída entre 1815 e 1839. Este imóvel tem um portal manuelino. IGESPAR Igreja Paroquial de São Bartolomeu 37 São Bartolomeu da Serra Igreja Construída no século XV, foi reconstruída em finais do século XVIII. CMSC Igreja Paroquial de São Domingos 38 São Domingos Igreja Construída no século XVI, foi bastante danificada com o terramoto de 1755, sendo reconstruída ainda no século XVIII CMSC Versão Final 61 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Igreja Paroquial de São Francisco 39 São Francisco da Serra Igreja Construída no século XVI, ainda nessa centúria começou a receber as pinturas a fresco, cuja campanha continuou no século seguinte. CMSC Ruínas da Ermida de Nossa Sr.ª do Livramento 40 São Francisco da Serra Ermida Foi construída em 1740, num local situado a 299 metros de altura, de onde se descobre completamente a Serra da Arrábida CMSC Igreja de Vale de Água 41 Vale d'Água Igreja Dedicada ao taumaturgo Santo António, a igreja foi fundada em 13 de maio de 1989, tendo-lhe sido acrescentada a capela mortuária em finais de 1996, inícios de 1997 CMSC Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Quadro 2 - Património Arquitetónico religioso identificado pelo IGESPAR e pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém Na salvaguarda do património religioso edificado, de construção anterior ao século XIX, é sobremaneira importante a abordagem multidisciplinar, nomeadamente a participação da arqueologia nas intervenções de restauro ou remodelação que possam afetar o subsolo. Nestes edifícios existe sempre a probabilidade de se detetarem enterramentos, tanto no seu interior como no exterior, uma vez que, até meados do século XIX, as igrejas eram local de cemitério. No caso do Município, são os seguintes os testemunhos edificados onde o estudo multidisciplinar adquire maior relevância: • Igreja de N.ª Sra. da Conceição no Cercal e envolvente; • Ermida de Santo Isidoro no Cercal e envolvente; Versão Final 62 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 • Igreja de São Bartolomeu da Serra e envolvente; • Igreja de São Domingos e envolvente; • Igreja de São Francisco da Serra e envolvente; • Igreja de Santa Cruz e envolvente; • Capela de São Pedro em Santiago do Cacém; • Capela das Almas e envolvente em Santiago do Cacém; • Capela de São Sebastião e envolvente em Santiago do Cacém; • Igreja Paroquial de Santo André e envolvente em Santo André; • Igreja de Nossa Senhora da Graça e envolvente em Santo André; • Castelo de Santiago do Cacém e Igreja Matriz; • Hospital e Igreja do Espírito Santo e Igreja da Misericórdia e envolvente em Santiago do Cacém; • Igreja da Misericórdia de Alvalade e envolvente, incluindo a Praça D. Manuel I; • Igreja Matriz de Alvalade e envolvente; 1.2.2.2 - Património Arquitetónico Militar Designação Torre da Ordem de Santiago Versão Final Número Freguesia Tipologia 42 Santiago do Cacém Torre de atalaia Descrição Fonte Torreão de datação incerta, provavelmente anterior à decoração que apresenta. Hoje o acesso à torre faz-se pelo edifício a sul mas, inicialmente, estava ligada à vizinha Casa da Colegiada, como se pode comprovar pelos vãos entaipados mas ainda visíveis 63 CMSC Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 por onde os dois edifícios comunicavam. A construção inicial do edifício que albergou a Colegiada é anterior ao século XVI. A torre apresenta-se decorada no topo por esgrafitados alternando losangos e ovais, numa faixa que parece esconder um anterior remate em ameias. Na sua face Norte apresenta outro esgrafitado: uma cruz de Santiago com moldura chanfrada, composta também por losangos e ovais alternadas. Esta decoração poderá remontar aos finais do século XVII ou, mais provavelmente, à primeira metade do século XVIII. Situa-se na Rua Dr. Manuel de Arriaga, no troço entre a Rua Dr. Francisco Beja da Costa e Rua Padre António Macedo. Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Quadro 3 - Património Arquitetónico Militar identificado pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém 1.2.2.3 - Património Arquitetónico Civil 1.2.2.3.1 - PONTES, VIAS E MIRADOUROS Designação Número Freguesia Tipologia Descrição Fonte Ponte do Burdo 43 Cercal do Alentejo Ponte Antiga ponte sobre o barranco do Burdo, constituída por um único arco abatido. CMSC Ponte do Cacém 44 Santiago do Cacém Ponte A Ponte do Cacém localiza-se em Vale Verde, na freguesia de Santiago do Cacém, vencendo um pequeno curso de CMSC Versão Final 64 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 água denominado Rio da Velha. Era parte integrante da antiga estrada que ligava Santiago do Cacém a Sines. De cronologia indefinida, remonta provavelmente aos séculos XVI ou XVII. A referência mais antiga que se conhece relativa ao imóvel consta de um livro de posturas da autarquia, datado de 1680. As fundações da ponte assentam parcialmente na rocha viva, afeiçoada para o efeito. Vários silhares de cantaria aparelhada formam a estrutura principal de suporte da ponte. O vão da ponte é constituído por um arco ligeiramente abatido, construído com tijoleira disposta em cutelo. O tabuleiro, com aproximadamente quatro metros de largura é provido de guardas em alvenaria com cerca de vinte centímetros de altura. Passeio das Romeirinhas Troço de Estrada Real 45 46 Santiago do Cacém Foi criado em 1840, entre os Penedos, na zona da Central Elétrica, e os arrabaldes de S. Pedro, onde se erguera o coreto. Bordejado por bancos de alvenaria e por árvores, este era o passeio romântico da Belle Époque, mirando os pomares das quintas históricas e, mais além, o oceano. As Romeirinhas faziam-se a pé ou de bicicleta, devagar e com decoro, pelo final das tardes calmosas, quando a brisa vinda do mar adoçava o sol inclemente, ao som dos acordes da filarmónica que, do alto do coreto de S. Pedro, Miradouro encantavam os melómanos. O coreto do século XIX foi substituído por outro, nos inícios do século XX, mas este também não chegou aos nossos dias. Os passeios às Romeirinhas foram desaparecendo dos hábitos da “sociedade elegante” e dos santiaguenses, na segunda metade do século XX. O local, com belíssimas tomadas de vistas, foi recentemente requalificado, numa ótica de retorno ao percurso pedonal ou em bicicleta, secundarizando a utilização automóvel. CMSC Santiago do Cacém Localiza-se na encosta das Cumeadas, este troço da antiga Estrada Real que ligava Santiago do Cacém a Alcácer do Sal. Esta via era importante, atendendo às suas características construtivas. Embora de cronologia indefinida, poderá corresponder a um traçado medieval. Pavimento em calçada irregular, com margens constituídas por pedras de maiores dimensões, relativamente aparelhadas e afeiçoadas. A via passa próximo da Capela de S. Sebastião. Era a proteção contra a peste, à entrada da vila. CMSC Estrada Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Quadro 4 - Património Arquitetónico civil – Pontes, Vias e Miradouros - identificado pelo IGESPAR e pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém Versão Final 65 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.2.2.3.2 - EDIFÍCIOS PÚBLICOS E SOCIAIS Designação Número Freguesia Tipologia Casa dos Magistrados de Alvalade 47 Alvalade Tribunal Antigo Açougue 48 Santiago do Cacém Açougue Teatro da Sociedade Harmonia 49 Santiago do Cacém Teatro Edifício do Museu Municipal 50 Santiago do Cacém Museu Antigos Paços do Concelho 51 Santiago do Cacém Câmara Municipal Edifício dos Atuais Paços do Concelho 52 Santiago do Cacém Câmara Municipal Edifício da Administração do Concelho e Escola Feminina 53 Santiago do Cacém Edifício Versão Final Descrição Fonte Local onde possivelmente residia o corpo jurídico local, que no ano de 1708 era composto por dois juízes residentes, com a ajuda dos respetivos escrivães. Situada na Rua de S. Pedro, junto à Praça D. Manuel I. Construído em 1765, destinava-se à venda pública de carne e peixe. Entre 1855 e 1856 foi remodelado, passando a servir apenas para a venda de carne. Situado no gaveto da Rua Manuel de Arriaga com a Rua Marquês de Pombal. Fundada em 1847, a Sociedade Harmonia só viria a construir a sua sede em 1860. Em 1875, foi-lhe acrescentado o edifício do Teatro. Destaca-se a frontaria, de dois corpos arquitetónicos diferenciados – realçada por uma cartela alusiva à fundação do teatro, por uma balaustrada com as suas urnas e vasos cerâmicos e pelo óculo de iluminação – e o alçado lateral direito, com as suas portas envidraçadas e o comprido terraço, com elegante gradeamento em ferro fundido. Situada na Rua Sociedade Harmonia. Edifício da autoria do Eng.º Shiappa Monteiro foi inaugurado em 1884 para Cadeia Comarcã e funcionou como tal até 1968. Em 1972 passou a albergar o Museu Municipal. Situado na Praça do Município. Foi construído em 1781 sobre outros edifícios anteriores, por provisão da rainha D. Maria I. Em meados do século XIX (entre 1858 e 1866), sofreu obras profundas. Em 1900 foi substituído pelo atual edifício dos Paços do Concelho. Situado na Praça Conde do Bracial. Construído nos finais do século XIX, com projeto inicial do Eng.º Schiappa Monteiro, foi inaugurado em 1900, mantendo ainda hoje a mesma função de sede da autarquia. Situado na Av. D. Nuno Álvares Pereira. Edifício construído entre 1861 e 1862 destinava-se a albergar diversos serviços municipais. A sua arquitetura neoclássica, muito rica em pormenores decorativos (cariátides, grinaldas, pilastras caneladas, apainelados, etc...) recorre a elementos da tradição clássica, utilizando-os com grande liberdade, dando primazia ao efeito decorativo. Situado na Praça Conde do Bracial. 66 CMSC CMSC CMSC CMSC CMSC CMSC CMSC Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Hospício da Ordem Terceira de São Francisco 54 Santiago do Cacém Hospício Hospital Conde do Bracial 55 Santiago do Cacém Hospital Hospital do Espírito Santo 56 Santiago do Cacém Hospital Antigo Quartel dos Bombeiros 57 Santiago do Cacém Edifício Torre do Relógio 58 Santiago do Cacém Torre Versão Final Construído em 1752, pela Ordem Terceira de S. Francisco da Província dos Algarves, tornou-se habitação particular no século XIX, depois da extinção das ordens religiosas. Situado na Rua Sociedade Harmonia. Construído na segunda metade do século XIX, para substituir o Hospital Velho, localizado na Praça Conde do Bracial, no início do século XX ainda tinha apenas um piso. Em meados do mesmo século recebeu o 1.º andar, tendo sido posteriormente ampliado. Foi recentemente recuperado para albergar valência de cuidados continuados de saúde. Situado na Rua do Hospital. Construído no século XIV, num conjunto de edifícios que incluía a antiga Igreja do Espírito Santo e as Casas da Câmara. No século XVI o Hospital passou para a Misericórdia. Situado na Praça Conde do Bracial. Edifício eclético construído em 1931, no local onde ficava a Capela de St.º António, com projeto do Arq.º Rafael Castro, para albergar os Bombeiros de Santiago do Cacém. Situado no gaveto da Rua Dr. Francisco Beja da Costa com a Rua António José de Almeida. Foi construída entre 1667 e 1687, destinando-se a receber o relógio. O exterior da torre, adossada às antigas casas da Câmara, apresenta uma arquitetura maneirista tardia, caracterizada por cunhais e porta de acesso em aparelho rusticado e estrutura vertical desequilibrada. O seu interior orienta-se por uma escada disposta em torno de um poço central quadrado – destinado aos pesos do relógio – que depois se liga a vários patamares, até ao interior do coruchéu coberto com abóbada de barrete de clérigo. Situada no Beco da Misericórdia. CMSC CMSC IGESPAR CMSC CMSC 67 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Escola “Conde Ferreira” 59 Santiago do Cacém Escola Antiga Casa do Povo 60 Santiago do Cacém/ Vale Verde Edifício Casa de Povo de Santiago do Cacém 61 Santiago do Cacém Edifício Mercado Municipal de Santiago do Cacém 62 Escolas do Plano dos Centenários 63 10 Santiago do Mercado Cacém Todas as Freguesias Escola O Conde Ferreira, grande impulsionador da instrução pública em Portugal, deixou um legado para a construção de escolas em sedes de concelho, todas construídas com base num único projeto. Na generalidade, os edifícios são encimados “ por um pequeno frontão, que lembra um campanário, apresentando-se como contraponto da igreja, com a qual procura concorrer, sendo um símbolo do positivismo nascente, aliado do progresso e da transformação social. O derramar do lux da instrução aparecia como o instrumento fundamental da erradicação das trevas da ignorância e da superstição, uma forma de moralizar e civilizar o povo. O novo templo dessa crença cívica era a escola.” Situada na Rua Conde Ferreira. Foi construída para “Casa do Povo”, após a implantação da República, por um grupo de voluntários da “Associação de Trabalhadores Rurais de Santiago do Cacém”, criada em 1911. Encerrado pouco depois, foi recuperado pelo Estado Novo por volta de 1936-37, para ”Posto Escolar Masculino” e “Casa do Povo”. O Posto terá funcionado poucos anos e a Casa do Povo foi transferida para a vila, ficando o edifício novamente votado ao abandono. Elemento primário da organização corporativa do trabalho rural do regime do Estado Novo, as Casas do Povo foram criadas por decreto-lei de 1938. Trata-se de um edifício do designado estilo “português suave”, com elementos alusivos à arquitetura da região. Situada na Rua 1.º de Maio. “Arquitetura civil, movimento moderno. Mercado municipal, no qual o jogo de volumes paralelepipédicos brancos, as coberturas em terraço, as paredes rasgadas por envidraçados resguardados por palas de betão e grelhas pré-fabricadas e a total ausência de elementos decorativos, apontam claramente a sua inclusão no movimento 10 moderno”. Situado na Praça do Mercado. O Plano dos Centenários foi lançado pelo governo de Salazar, em 1940. Até ao final da década de 50, foram construídos mais de 7000 edifícios escolares, num total de mais de 12 000 salas de aula. A construção de escolas continuou até meados da década de 60. As escolas do Plano dos Centenários, cujo estilo arquitetónico ficou conhecido como “Português Suave”, incorporam características da arquitetura tradicional da região onde se inserem. Das 69 escolas ainda existentes no Município, 31 integram-se no Plano dos Centenários, desenvolvidas a partir de Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém Versão Final 68 CMSC CMSC CMSC CMSC CMSC Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Estações dos caminhos de ferro do Município 64 São Bartolomeu da Serra Estação Ferroviária 65 ErmidasSado Estação Ferroviária 66 Santiago do Cacém Estação Ferroviária 67 Alvalade Estação Ferroviária projetos-tipo de Raul Lino, adaptados por outros projetistas. Neste conjunto, encontramos edifícios de 9 modelos diferentes, com 1,2,4 e 8 salas de aula. Os 5 edifícios de 4 ou de 8 salas, com dois pisos, situamse nas sedes das Freguesias de Ermidas-Sado, Cercal do Alentejo, Alvalade e Santiago do Cacém. As 18 escolas de duas salas (1 piso) localizam-se nas sedes das Freguesias de S. Domingos, Abela e Vale de Água, bem como noutras aldeias e aglomerados rurais. As 8 escolas com uma única sala de aula estão sediadas em pequenos aglomerados e fora dos povoamentos. Das 31 escolas tipificadas, 18 estão encerradas e algumas delas já degradadas. Constituindo o primeiro lanço do ramal de Sines, a ligação ferroviária entre Ermidas e S. Bartolomeu da Serra, foi inaugurada a 8 de abril de 1927, contando com a honrosa presença do Presidente da República, General Carmona. A estação ferroviária de S. Bartolomeu da Serra constitui pela beleza da sua arquitetura, pela importância histórica e significado para a população local, um património de inegável valor. Situada na Av. 25 de Abril. Construída na herdade do Cartaxo, foi inaugurada no dia 1 de agosto de 1915, aquando da abertura do troço da linha férrea do Vale do Sado, entre Alvalade e Lousal. Constitui como que a 1.ª pedra da futura povoação. Situada na Av. Manuel Joaquim Pereira. Inaugurada em 1934, possui uma rica coleção de painéis de azulejos, assinados por Gilberto Renda, realizados a partir de fotografias de José Benedito Hidalgo de Vilhena, captadas nos inícios do século XX. Situada na Rua da Estação dos caminhos de ferro. No dia 23 de agosto de 1914 era inaugurado o troço da Linha do Vale do Sado entre a Funcheira e Alvalade. “…às 9,30 vê-se avançar lenta e majestosa, sob um arco triunfal e uma nuvem espessa de foguetes, que atroavam os ares, a primeira locomotiva, as primeiras carruagens e os primeiros passageiros. Os lenços de uns e outros saem, instintivamente das algibeiras e esvoaçam, no ar como pombas brancas, e o comboio entra, na estação, sob uma trovoada de palmas e vivas ao som do hino nacional.” Situada junto à ZIL de Alvalade. CMSC CMSC CMSC CMSC Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Quadro 5 - Património Arquitetónico Civil – Edifícios Públicos e Sociais - identificado pelo IGESPAR e pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém Versão Final 69 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.2.2.3.3 - EDIFÍCIOS DE HABITAÇÃO Designação Número Casa “A.P.C. 1930” Freguesia Tipologia 68 Cercal do Alentejo Misto Casa Comercial 69 Cercal do Alentejo Misto Edifício com frontão neoclássico 70 Cercal do Alentejo Casa Edifício “J.A.M.” 71 Cercal do Alentejo Misto Vivenda Maria Luiza 72 Cercal do Alentejo Casa Casa dos painéis de azulejos 73 Cercal do Alentejo Casa 74 Santiago do Cacém Casa 75 Santiago do Cacém Casa Casa das Heras Casa da família Lobo de Vasconcellos Fonte Descrição Edifício unifamiliar que constitui um bom exemplar de Arte Nova, com friso naturalista com flores e animais. Sobre a porta observa-se as inscrições “A.P.C.” e “1930”. Situado no gaveto do Largo augusto Fuschini com a Rua Sebastião Sobral Figueira. Edifício de comércio e habitação unifamiliar, estilo Arte Nova, revestido a azulejo verde. Situado no gaveto da Rua Teófilo Braga com a Rua Sebastião Sobral Figueira. Edifício unifamiliar neoclássico, com frontão de cor rosa. Situado na Rua Sebastião Sobral Figueira, em frente ao Largo Augusto Fuschini. Edifício misto de comércio e habitação unifamiliar, estilo neoclássico. Sobre a porta observa-se a inscrição “J.A.M.” Situado na Rua da Parreira. Edifício de habitação unifamiliar, bom exemplar do modernismo. Situada na Rua Teófilo Braga. Edifício unifamiliar tipo “casa portuguesa”, com vários painéis de azulejos de qualidade. Situada no gaveto da Rua General Humberto Delgado com a Rua Centenários da Independência. Segunda habitação do Prior Bonifácio foi construída (ou reconstruída) entre 1803 e 1804. Remonta ao século XVI, foi reconstruída em finais do século XVIII pelo Prior Bonifácio Gomes de Carvalho. Situada na Rua Condes de Avillez. CMSC CMSC CMSC CMSC CMSC CMSC CMSC CMSC Os arcos góticos no interior do edifício indicam que ele foi construído na Idade Média, no entanto, foi adquirido e transformado em 1733, pela Colegiada da Igreja Matriz. Foi a antiga residência dos freires da Ordem de Santiago. Situada no gaveto da Rua Padre António Macedo com a Rua Dr. Manuel de Arriaga. Casa da Colegiada 76 Santiago do Cacém Casa CMSC Moldura com Espada da Ordem de Santiago e cartela epigrafada de 1733, Casa da Colegiada, Centro Histórico de Santiago do Versão Final 70 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Cacém Casa da Poetisa Alda Guerreiro 77 Santiago do Cacém Casa Casa do Jardim de inverno 78 Santiago do Cacém Casa Casa Amarela 79 Santiago do Cacém Casa Palacete Falcão 80 Santiago do Cacém Palacete Palacete Aboim e Parreira de Lacerda 81 Santiago do Cacém Palacete Palácio e Tapada dos Condes de Avilez 82 Santiago do Cacém Palácio Vivenda estilo Arte Nova 83 Santiago do Cacém Chalé Edifício de habitação do século XIX foi a residência do pintor Manuel do Espírito Santo Guerreiro e da sua filha, a poetisa Alda Guerreiro Machado. O seu interior encontrase ricamente decorado com pinturas a fresco. Situada no gaveto da Rua da Misericórdia, rua dr. Manuel de Arriaga e Rua Dr. Francisco Beja da Costa. Casa localizada junto ao Palácio da Carreira. Possui uma fachada (a tardoz) muito elaborada e ricamente decorada, que corresponde ao espaço do Jardim de inverno, também ele decorado, com molduras ovais em estuque trabalhado. Situada no gaveto da Rua Poetisa Alda Guerreiro com a Rua Pedro Álvares Cabral. Edifício mandado construir pelo advogado António Pereira de Carvalho em finais do século XIX, inspirado na igreja vizinha (hoje desaparecida) de Nossa Senhora do Monte. Em 1922 recebeu a garagem cujo portal possui cantarias decoradas. Situada na Rua João de Deus. A mais elegante fachada neoclássica de Santiago do Cacém surgiu neste edifício no século XIX, provavelmente enquanto serviu de residência ao 2.º conde de Bracial. Situado na Praça Conde do Bracial. Tal como a maioria dos edifícios da zona alta do Centro Histórico de Santiago do Cacém, foi construído inicialmente na Idade Média, como demonstra o portal gótico ainda existente no logradouro do edifício. As fachadas públicas foram provavelmente tratadas ao longo do século XIX, tendo recebido o último piso nos inícios do século XX. Situado na Praça Conde do Bracial. O Palácio dos Condes de Avilez foi construído na segunda metade do século XIX. Nos inícios do século XX foi murada e plantada a tapada (com espécies exóticas). Foi igualmente no início do século XX, que foram construídos os edifícios da tapada: Casa de Chá, Capela de S. Jorge e Estufa Neogótica. A tapada, que possui ainda uma gruta artificial e torreões na muralha, foi concebida dentro do espírito do romantismo, evocando nos seus espaços e edifícios a Idade Média e o século XVI. Situa-se entre a Rua Condes de Avillez e o Castelo. Edifício estilo Arte Nova, em bom estado de conservação, com friso de azulejo naturalista floral enquadrado com um jardim da época. Situada no gaveto da Av. D. Nuno Álvares Pereira, com a RuaD. Filipa de Lencastre. CMSC CMSC CMSC CMSC CMSC IGESPAR CMSC Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Quadro 6 - Património Arquitetónico Civil – Edifícios de Habitação - identificado pelo IGESPAR e pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém Versão Final 71 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.2.2.3.4 - QUINTAS HISTÓRICAS Com alguma especificidade destacam-se igualmente as “quintas históricas”, assim denominadas por constituírem conjuntos edificados e paisagísticos de qualidade arquitetónica e patrimonial onde, à produção agrícola e pecuária, se aliam componentes de recreio e lazer. Conforme descreve Francisco Lobo de Vasconcellos, a propósito das quintas históricas que rodeiam Santiago do Cacém: “Importa ter em conta que, apesar da sua componente de recreio e lazer, eram, acima de tudo, propriedades agrícolas, com uma forte componente produtiva, rentáveis enquanto a agricultura, neste caso a fruticultura, assim o foi. Apesar da sua importância, estavam integradas numa paisagem e num território mais vasto, em conjunto com outras explorações agrícolas, com uma grande ligação e interdependência, que, em alguns casos ainda, hoje subsiste, nas relações familiares, de entreajuda, da gestão de águas, caminhos, unidade paisagística, etc.”11 A maioria das quintas do Município, denominadas “históricas”, localizam-se em redor de Santiago do Cacém, numa região que o mesmo autor designa como “Vale de Santiago” e que, “aproximadamente compreende a parte sul da freguesia de Santa Cruz e a parte sudoeste da freguesia de Santiago do Cacém. É uma área de cerca de 2600 ha, relativamente plana, com altitudes que variam entre os 163 e os 73 metros”.12 A sua diferenciação, nomeadamente em relação aos montes e às herdades, pode evidenciar-se pela presença de algumas características, partilhadas por todas elas: 11 As Quintas em redor de Santiago do Cacém – elementos para um inventário “ – Francisco Lobo de Vasconcellos, Atas do 2º Encontro de História do Alentejo Litoral, 2009 12 As Quintas em redor de Santiago do Cacém – elementos para um inventário “ – Francisco Lobo de Vasconcellos, Atas do 2º Encontro de História do Alentejo Litoral, 2009 Versão Final 72 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 • “Um acesso cenográfico, de aproximação, quase que a preparar para o que se iria encontrar, um engenhoso aproveitamento e gestão da água, que ao longo do seu percurso, serve para animar os componentes decorativos: repuxos, espelhos de água. • Utilização de tanques como bacias de retenção, mas existindo quase sempre um que se destaca, com uma grande carga decorativa, um elemento focal da paisagem. • Tirando a Quinta de S. João e talvez o Rio da Figueira, em que as casas têm alguma imponência, a ênfase está no jardim, na sua decoração e espécies arbóreas. • Nunca perdem a sua função de quinta de produção, com os pomares e hortas integrados na paisagem e quase que fazendo parte do jardim. • Um grande cuidado nas espécies arbóreas e arbustivas, com exemplares de grande raridade, espécies exóticas, que fazem parte da cenografia e composição do espaço”. 13 13 “As Quintas em redor de Santiago do Cacém – elementos para um inventário “ – Francisco Lobo de Vasconcellos, Atas do 2º Encontro de História do Alentejo Litoral, 2009. Versão Final 73 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Designação Quinta da Mandorelha Quinta das Relvas Quinta dos Olhos Bolidos Número 86 88 8 Freguesia Cercal do Alentejo S. Bartolomeu Santa Cruz Tipologia Descrição Fonte Quinta Quinta já referida na Idade Média, à qual se associa lenda com o mesmo nome, destacam-se aqui a água, as fontes e o verde da intensa paisagem arbórea e arbustiva, pelo que foi local de festas e passeios populares até meados do século XX. Possui uma azenha, atualmente em ruinas. CMSC Quinta Quinta senhorial mandada construir entre finais do século XVIII e a 1.ª metade do XIX, pelo capitão-mor de Santiago do Cacém José Joaquim Salema Guerreiro de Aboim. A casa da quinta tem fachada barroca e o moinho (em cantaria) está datado de 1833. CMSC Quinta Antiga quinta senhorial nos arredores de Santiago do Cacém tem cerca de 40 ha e compõe-se de casa com capela. A primeira notícia conhecida sobre a quinta data de 1706. O seu grande destaque são os jardins e os pomares, bem como a água, que tem origem num sistema de minas, com condutas subterrâneas, que conduzem a um tanque que suporta o sistema de rega. CMSC Quinta da Ortiga 89 Santiago do Cacém Quinta Quinta de S. João 90 Santiago do Cacém Quinta Versão Final Situada nas Relvas Verdes, a cerca de 3 km de Santiago do Cacém, é referenciada em vários documentos desde 1680. Com dimensão considerável, apresentava uma forte componente agrícola, com extensos pomares, olivais, e vinhas, para além da parte florestal. A sua área de lazer desenvolve-se ao longo de um eixo de aproximação que atravessa o ribeiro e num tanque, passando pela casa e pela capela. Nesta zona situavam-se os jardins formais e as hortas de apoio à casa e partiam dois caminhos pergolados, ladeados por caleiras de água, com vários tanques, que se prolongavam até um moinho, entretanto desaparecido. Foi expropriada pelo Gabinete da Área de Sines na década de 70 do séc. passado, tendo sido utilizada pelo Estado para usos diversos. Atualmente encontra-se em processo de devolução aos seus antigos proprietários. Situa-se e cerca de 2 km de Santiago do Cacém, tem atualmente cerca de 26 ha e compõe-se de casa senhorial com capela, da primeira metade do séc. XVIII, talvez o conjunto edificado mais imponente e melhor conservado das quintas históricas do Município. A quinta possui grande abundância de água, com origem principal num poço de feições mouriscas, que alimenta por gravidade e sistema de caleiras, numerosos tanques de rega. Os seus jardins e pomares constituem outro dos seus destaques. Foi sede do morgadio de S. João. 74 CMSC CMSC Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: Postal ilustrado de foto de H. Vilhena, edição F. Duarte, 1.º quartel do séc. XX. Portal de entrada da Quinta de S. João, arredores de Santiago do Cacém Quinta do Meio (ou de São José) Quinta do Pomar Grande Versão Final 91 92 Santiago do Cacém Santiago do Cacém Quinta Quinta Pertenceu, até 1975, à Quinta de S. João, com a qual partilha a mesma cronologia. Os seus elementos notáveis são o portão (com arco de volta perfeita em pedra rusticada), o tanque com a pequena casa de Fresco e a fonte barroca, datados e decorados. Nos arredores de Santiago do Cacém, o “Pomar Grande” constituiu uma das mais emblemáticas casas agrícolas da região. Para além da casa senhorial, construída em 1824, possui vários conjuntos de instalações agrícolas, de que se destacam a fábrica de moagem para uso exclusivo da casa, o lagar de azeite “tipo Veraci”, garagens, armazéns, celeiros e adegas. Um pouco mais distantes, dispõem-se as cavalariças, um parque de manutenção e criação de vacas e um “cortelhado” para criação de suínos em larga escala. Em frente à casa de habitação dispunha-se um jardim, embelezado por um pátio e um enorme tanque. Mais acima existem canis, capoeiras com várias secções e coelheiras “de luxo”. Da sua produção agrícola destacavase a laranja dos extensos pomares que deram o nome à quinta e que se exportava para o estrangeiro e Lisboa. A extensa vinha, de grande qualidade, produzia vinhos brancos, tintos e moscatéis. O seu apogeu produtivo teve lugar no século XIX e primeira metade do século XX. Entrou depois em progressivo declínio, associado às mudanças nas políticas agrícolas e consequente perda de rentabilidade. Apresenta, na atualidade, profundos sinais 75 CMSC CMSC Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 de degradação. Quinta da Azenha (ou Assenha) de Baixo Monte da Vinha Quinta da Fonte Santa 93 Santiago do Cacém Quinta 94 Santiago do Cacém Quinta 95 Santiago do Cacém Quinta Quinta do Rio da Figueira 96 Santiago do Cacém Quinta Herdade do Canal 97 Santiago do Cacém Quinta Quinta que pertenceu à família Passanha, nos inícios do século XX fornecia frutas e leite à vila de Santiago do Cacém. A casa senhorial, de dois pisos, tem uma arquitetura muito interessante. Antiga quinta senhorial nos arredores de Santiago do Cacém, cuja casa de habitação se destaca pelo seu interesse arquitetónico. Localizada na zona do Fidalgo, defronte da Quinta do Rio da Figueira, supõe-se ter pertencido à Comenda da Ordem de Santiago. Aparece referida desde 1799 e até à década de 70 do séc. XX pertenceu aos mesmos proprietários da Quinta do Rio da Figueira, com a qual comunga a organização em socalcos encaixados no vale, onde se localizam tanques, condutas de água e uma fonte que dá o nome à quinta. Possui um interessante conjunto de edifícios dos séculos XIX e inícios do XX. Antiga quinta de recreio, que pertenceu aos Condes de Avillez, passou a fazer parte do património do Município na década de 80 do séc. XX – após ter sido expropriada pelo Gabinete da Área de Sines – e foi recuperada como parque verde urbano. Já nada resta do palacete outrora existente, cujos registos fotográficos evidenciam elementos pombalinos. Permanecem alguns testemunhos dos antigos jardins formais – ao longo do ribeiro que deu nome à quinta – a fonte e os tanques, bem como uma azenha, ainda não recuperada. O conjunto edificado e os jardins estendiam-se ao longo de socalcos, proporcionando um forte efeito cénico. Situada na zona do Fidalgo, junto a Santiago do Cacém, pertenceu à família Teixeira de Aragão (do arqueólogo e numismata Augusto Teixeira de Aragão). A casa senhorial, de um único piso, possui todos os vãos rematados em arcos de volta perfeita. CMSC CMSC CMSC CMSC CMSC Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Quadro 7 - Património Arquitetónico Civil – Quintas Históricas - identificado pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém Versão Final 76 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Figura 11 – Localização das Quintas Históricas no concelho de Santiago do Cacém 1.2.2.3.5 - MONTES E HERDADES A desertificação da área rural, o abandono das habitações tradicionais isoladas e as políticas agrícolas têm contribuído para o abandono e desaparecimento deste património, identidade desta região. Versão Final 77 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 No caso de Santiago do Cacém, este património arquitetónico apresenta uma riqueza tipológica fora do comum, uma vez que abrange a planície litoral mais fresca e húmida e a serra e a planície interior de clima continental seco. A importância destes edifícios e conjuntos vai muito para além da riqueza arquitetónica do detalhe e da nobreza dos materiais empregues, valendo pela marca que criaram na região, definidora da arquitetura do Alentejo. Neste âmbito há que destacar não só os simples “Montes” – com uma humilde habitação e pequenos anexos contíguos, como os mais completos complexos agrícolas, as Herdades, com todo um conjunto de edifícios de habitação do proprietário e dos trabalhadores assalariados, de infraestruturas e anexos, adequados à dimensão e importância da propriedade. A designação de “Monte” atribui-se às construções isoladas em área rural, geralmente implantadas em pequenas elevações do terreno natural, formadas por uma ou mais habitações e por edifícios destinados aos animais e alfaias de lavoura, para além do forno para cozedura do pão. São construções de piso térreo, normalmente caiadas de cor branca, de planta retangular alongada, de processo construtivo muito simples, normalmente com paredes em taipa, que suportam o telhado com estrutura de madeira, revestido a telha cerâmica de canudo com duas águas e geralmente em telha vã (sem forro ou teto). Na generalidade dos casos a implantação do edifício faz-se dispondo o eixo longitudinal no sentido Norte-Sul, ficando a porta voltada a nascente. Quando existe uma segunda porta esta encontra-se na fachada oposta à primeira e também localizada no compartimento de entrada que serve de sala e cozinha. Os quartos localizam-se a cada um dos lados da sala. As paredes dos compartimentos raramente chegam ao telhado. A abertura de vãos ao exterior é nula ou mínima, reduzindo-se à porta de entrada e a janelas de reduzidas dimensões, nem sempre servindo todos os compartimentos. Versão Final 78 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A título de exemplo, são identificados alguns imóveis e conjuntos que não esgotam o valioso património do Município de Santiago do Cacém. Versão Final 79 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Designação Quinta de Corona Herdade do Roxo Herdade de Monte Silva Número 84 85 87 Freguesia Abela Alvalade ErmidasSado Tipologia Descrição Fonte Conjunto A maior propriedade agrícola do Concelho e uma das maiores do Litoral Alentejano, pertenceu aos Guedes de Miranda, senhores de Murça, antes de passar (no século XIX) para a posse dos condes de Bracial. Nela ficava a Ermida de S. Brissos, cuja tradição dizia ter sido a morada do santo ermitão. CMSC Conjunto Herdade agrícola e local onde ficava a sede da paróquia do Roxo (séculos XVI / XVII - XIX). Ligado à vizinha aldeia de Ermidas, mas também à génese da freguesia de Ermidas-Sado e à história de Alvalade. CMSC Casa Antiga propriedade de Manuel Joaquim Pereira, benemérito de Ermidas-sado, já documentada na carta de Portugal de 1877, confina com a atual vila. Trata-se de uma casa agrícola que, até meados do século XX detinha grande importância local. Apresenta um conjunto edificado em elevado estado de degradação, constituído pela casa principal, do lavrador, com a sua chaminé e dois fornos, as dependências dos serviçais, nas traseiras e as casas do gado, no caminho para a fonte. CMSC CMSC Monte da Borbolega 98 Alvalade Conjunto Edifício de piso térreo com telhado de quatro águas, beirados funcionando como palas sobre os vãos e telhados de quatro águas no remate superior das imponentes chaminés, tipo “Casa Portuguesa”, constituído por várias habitações dispostas em banda. Casa Principal da Herdade do Faial 99 Alvalade Casa Edifício com características senhoriais, de dois pisos com telhados de quatro águas. CMSC Conjunto Edifício de piso térreo com telhado de duas águas, destinado a várias habitações em banda. Caracterizase pelo facto de ter apenas portas de entrada no alçado principal, com total ausência de janelas. Também conhecido como Monte das Sete Chaminés. CMSC Monte das Fontainhas Versão Final 100 Cercal do Alentejo 80 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Edifício de piso térreo com telhado de duas águas, caracterizando-se pelo grande número de habitações dispostas em banda, com escassas janelas. Monte do Porto de Beja 101 Alvalade Conjunto CMSC Fonte: Postal ilustrado, edição CMSC, foto de Luís Pavão. Monte do Porto de Beja, Alvalade, anos 80 do séc. XX Casa da Cortiça 102 Santo André Casa Monte dos Lentiscais 103 Vale de Água Conjunto Trata-se de um caso raro da utilização da cortiça como material de construção. Esta habitação rural, apresenta as paredes exteriores construídas com pedaços de cortiça, alguns dos quais com mais de 0.20m de espessura, ligados entre si por terra negra da várzea de Sto. André, onde se localiza. Edifício de piso térreo com telhado de duas águas, constituído por habitação e anexos, caracterizado pela existência de uma chaminé de grandes dimensões, profusamente decorada com motivos geométricos. CMSC CMSC Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Quadro 8 - Património Arquitetónico Civil – Montes e Herdades - identificado pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém 1.2.2.3.6 - FONTES E CHAFARIZES Atendendo à importância social, histórica e cultural que as fontes sempre tiveram para o meio rural e os chafarizes para o meio urbano do Município, a Câmara Municipal de Santiago do Cacém elaborou um levantamento abrangendo todo o território concelhio, mostrando as diferentes tipologias que caracterizam este património, descrevendo a sua arquitetura de uma forma resumida, tal como os materiais utilizados na sua construção. Versão Final 81 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A arquitetura diversificada e de cariz popular das fontes, essenciais à vida quotidiana, construídas ao longo de séculos pelas populações, quando o espaço rural apresentava uma maior ocupação humana, contrasta em absoluto, com uma arquitetura erudita e muito mais elaborada dos chafarizes em meio urbano. “Para caracterizar os exemplares existentes no município optou-se pela utilização de conceitos arquitetónicos que refletissem o sentido popular e prático, religioso ou erudito das construções que captam e distribuem a água, nalguns casos seguramente há vários séculos.”14 Designação Número Freguesia Tipologia Descrição Fonte Exemplar notável de arquitetura de utilidade pública, este fontanário barroco do séc. XVIII - XIX, localizado em pleno campo, possui um portal decorado por três arquivoltas, uma cornija muito danificada e um pesado nicho a rematar a construção. Com um pé-direito superior às suas congéneres, esta fonte apresenta uma grande abóbada de berço, um conjunto de seis frestas e janelas e um vão bem rasgado no pano mural da fachada principal. Fonte Santa de Abela 104 Abela Fonte Fonte da Fataca 105 Abela Fonte Fonte de Martinhanes (Martim Anes) 106 Abela Fonte De construção circular, é constituída por paredes de alvenaria rebocada, cúpula hemisférica em tijolo rebocado e poço em aparelho fuste. CMSC Fonte A cobertura da fonte é constituída por uma abóbada de berço, assente sobre duas paredes laterais e uma fundeira, cobrindo uma enorme pia de cantaria e cimento. À direita localiza-se um conjunto formado por tanque e lavadouro. CMSC CMSC Fonte do Arneiro da Vinha 107 Abela CMSC CMSC Chafariz de Abela 108 Abela Chafariz Construído pela CMSC em 1952, localiza-se no largo principal de Abela. Apresenta o alçado principal constituído por blocos de cantaria aparelhada, incluindo um lajedo boleado, uma pia boleada e um corpo central avançado, rematado por um minúsculo frontão circular. Fonte e Lavadouro da Bica 109 Alvalade Fonte/Tanque Lavadouro e fonte ricamente decorada com azulejos Arte Nova, construída em 1918 pelo caminho de ferro. CMSC Fonte do Salgado 110 Cercal do Alentejo Fonte Está localizada na herdade do Salgado e constitui um dos mais característicos exemplares ainda em uso da arquitetura utilitária. CMSC 14 Sobral, Carlos, in “Rota das fontes”, Câmara Municipal de Santiago do Cacém (Não Editado) Versão Final 82 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Chafariz da Rua Aldegalega Chafariz do Largo Augusto Fuschinni 111 Cercal do Alentejo 112 Cercal do Alentejo Chafariz Chafariz de espaldar, datado de 1921, mistura elementos neoclássicos e Art Déco. CMSC Chafariz Construído pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém no ano de 1947. É uma peça despojada, utilizando a pedra de cantaria em abundância, nos tanques, coruchéus chanfrados e escudo de face dupla. CMSC CMSC Chafariz do Largo da Castanheirinha 113 Cercal do Alentejo Chafariz Construído pela CMSC em 1947, apresenta planta em Cruz Grega, terminando dois braços em forma boleada e dois em forma quadrada. A estrutura é constituída por três sólidos blocos de pedra aparelhada. Possui dois bebedouros em cantaria de forma boleada. Chafariz do Largo 1.º de Maio 114 ErmidasSado Chafariz Chafariz construído em 1943 pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém, no centro do largo mais importante da povoação. Possui decoração Art Déco. CMSC Fonte da Quinta da Laranjeira 115 Santa Cruz Fonte A fonte apresenta um paredão fundeiro recortado e rematado em frontão circular e um prolongamento de muros laterais que cintam o espaço envolvente. CMSC Fonte da Casa Telhada 116 Santa Cruz Fonte A fonte é de grande antiguidade pois já vem citada em 1758, na "Memória Paroquial" da Freguesia de Santa Cruz. CMSC Fonte A fonte está inserida numa construção que apresenta uma planta em U invertido, com paredes laterais altas e grossas e parede fundeira com nicho, contendo a imagem de Santo António. A bica em cantaria despeja o precioso líquido que corre em abundância para uma enorme vieira, também em cantaria. CMSC Fonte A fonte está envolvida por um tanque circular em pedra, assentando num alto tambor circular e num cálice ou taça invertida com revestimento de folhagem, elemento que aqui surge sobrepujado por uma cabaça, da qual a água jorrava em abundância. CMSC CMSC IGESPAR Fonte de Santo António da Quinta dos Olhos Bolidos Fonte do Jardim da Quinta dos Olhos Bolidos 117 118 Santa Cruz Santa Cruz Chafariz de Santa Cruz 119 Santa Cruz Chafariz O chafariz está inserido numa construção, do tipo alpendre, que é rematada por um frontão escalonado de coroamento circular. No seu tímpano encontra-se um registo de seis azulejos com a imagem de S. José com o Menino e uma placa toponímica com versos que convidam, quem passa, a beber a água pura do chafariz. Chafariz da Senhora do Monte 120 Santiago do Cacém Chafariz Construído em 1772, foi remodelado e ampliado em meados do século XIX. Integra memorial à Igreja da Sr.ª do Monte, constituído por lápide e azulejo. Versão Final 83 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Chafariz do Fidalgo Chafariz do largo 25 de Abril Fonte da Quinta do Meio Fonte Santa de Santiago do Cacém Fonte do Rio da Figueira Versão Final 121 122 123 124 125 Santiago do Cacém Santiago do Cacém Santiago do Cacém Santiago do Cacém Santiago do Cacém Fonte Construído em data incerta (o site do IHRU, indica o século XVII), em meados do século XIX foi remodelado e ampliado. CMSC Chafariz Construído em cantaria, data de 1938 este chafariz ao estilo Estado Novo. Apresenta duas bicas que vertem água para uma única bacia envolvendo a coluna. A face voltada ao largo exibe as armas municipais. No lado oposto, uma cartela datada e com as iniciais CM. O topo é rematado por quatro brasões estilizando as armas nacionais. CMSC Fonte Esta fonte constitui um dos mais belos e completos exemplares do Concelho, sendo o conjunto formado pela fonte, tanque e pérgula. Possui a arca de água sob o chão de uma pequeníssima “casa de fresco”, à qual se acede por uma esguia porta lateral. Esta construção abre para o exterior através de dois arcos geminados, de feição tardo mudéjar, assentes sobre um painel, no qual se inscreve um lavabo rococó em mármore cinzento com a data de 1777. CMSC Fonte Localizada na herdade da Fonte Santa, apresenta-se inserida num muro de suporte de terras. Destaca na sua frontaria os dois “ouvidos”, (nichos) dos púcaros, o arco de volta perfeita do vão, a cobertura em abóbada de berço e as pinturas que revestem o interior. CMSC Fonte O acesso à fonte faz-se a coberto de uma frondosa pérgula assente sobre doze grossas colunas. Acede-se ao interior do edifício descendo-se sete degraus em cantaria. A abóbada de berço suportada por grossas paredes laterais permite uma cobertura de duas águas, camufladas por um frontão ricamente decorado, exibindo ao centro um nicho com um pequeno painel de azulejos, representando S. Jorge a combater o dragão. A fonte é pavimentada por grandes lajes de pedra, existindo lateralmente dois poiais e uma janela do lado direito. O interior é parcialmente revestido a azulejaria com motivos florísticos e religiosos, destacando-se o painel de S. João Batista a revestir o fundo do nicho onde se localiza a bica da água. CMSC 84 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte do Rio de Figueira, Parque Rio da Figueira, Santiago do Cacém Fonte do Convento do Loreto Chafariz da Quinta de S. João Fonte da Sr.ª da Graça Fonte dos Olheiros Versão Final 126 127 128 129 Santiago do Cacém Santiago do Cacém Santo André Santo André Fonte Chafariz De planta retangular, apresenta uma robusta cobertura em abóbada de berço assente sobre fortes muros, um vão com a forma aproximada de arco de ferradura e um largo poço da nascente. É de salientar ainda o cruzeiro colocado na parede do fundo e o tanque, com uma bica em cantaria de recorte setecentista. O chafariz possui uma planta quadrada, sobre a qual assentam as quatro paredes que formam a arca de água. Esta era alimentada pelo exterior por um cano que está colocado no vértice da própria cobertura piramidal, a qual assenta sobre uma pronunciada cimalha. CMSC CMSC Fonte A fonte localiza-se junto à Igreja de N.ª Senhora da Graça, rodeada por frondosa vegetação. O recinto é murado, apresentando lateralmente dois poiais e pavimento em calçada. A fachada é rematada por frontão triangular, rasgado superiormente, sendo a fonte coberta por uma abóbada de berço. CMSC Fonte A fonte apresenta uma cobertura em abóbada de berço apoiada em três paredes, um poial baixo e corrido, onde se encontra inscrita a data de 1957 e um poço com paredes de lajes. CMSC 85 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Chafariz do Monte das Relvas Fonte de Dourados Fonte do Monte Alto 130 São Bartolomeu da Serra 131 São Bartolomeu da Serra 132 São Domingos Chafariz O chafariz do Monte das Relvas era, provavelmente, alimentado por intermédio de um aqueduto de que atualmente apenas restam algumas arcadas meio soterradas junto à EN 121. Possui enormes semelhanças com o remate do frontão do monte e utiliza a folhagem de acanto na sua decoração. CMSC Fonte Apresenta uma arquitetura tradicional muito interessante, onde se destacam a implantação no solo, os muros laterais de suporte de terra em pedra xistosa, a forma circular do poço em alvenaria “insossa” e, finalmente, a cobertura de mó de moinho, certamente de moinho de água. Verifica-se ainda que a fonte abastecia, por uma caleira, um antigo tanque situado a jusante, exemplar de grande interesse. CMSC Fonte A fonte apresenta uma planta retangular e uma estrutura com fortes paredes de tijoleira e alvenaria, elementos que se repetem na abóbada de berço que cobre todo o espaço. CMSC Fonte do Vale de Olheiro 2 133 São Domingos Fonte Chafariz do Largo 25 de Abril 134 São Domingos Chafariz 135 São Francisco da Serra 136 São Francisco da Serra Fonte do Sobrado Fonte do Cabo Fonte do Pé do Meio Fonte do Vale de Arramas Versão Final 137 São Francisco da Serra 138 São Francisco da Serra A construção apresenta uma planta quadrangular e uma estrutura de fortes paredes em alvenaria de tijolo, nalgumas zonas ainda com o reboco original. A cobertura é em abóbada de berço e o poço da nascente em alvenaria não rebocada. Construído pela Câmara Municipal em 1952, é constituído por blocos de pedra calcária bujardada a pico fino, apresentando duas pias de cantaria em meio círculo. Os alçados frontais e posteriores são revestidos a azulejos de cor branca. CMSC CMSC Fonte A arquitetura da fonte é constituída por três paredes com cobertura em abóbada, por um tanque com travamento na diagonal em pedra para retenção da água e uma pequena pia em cantaria tosca. CMSC Fonte Utilizando pedra da região, a fonte foi toda construída abaixo do nível do solo. Uma escadaria descendente em curva para a esquerda dá acesso ao interior da fonte e à bica de água. CMSC Fonte A fonte constitui uma das mais genuínas construções da freguesia. A sua estrutura construtiva é composta por paredes laterais muito grossas, sendo a parede fundeira de orientação enviesada. A abóbada de berço proporciona exteriormente uma cobertura de duas águas. CMSC Fonte A fonte apresenta uma cobertura em abóbada de berço, que parte de impostas existentes nas paredes laterais. Do lado esquerdo a fonte foi protegida por um muro lateral com a forma de L. CMSC 86 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Chafariz de São Francisco 139 São Francisco da Serra Chafariz Localizado na periferia da aldeia, apresenta uma planta em L, situando-se maioritariamente abaixo do nível do solo. A construção é formada por um conjunto de muros laterais que desembocam num frontão circular datado de 1933. O acesso faz-se por uma escadaria que dá para um pequeno pátio rodeado de poiais corridos. Fonte dos Nascedios 140 Vale d'Água Fonte É uma forte construção de planta retangular, caiada de branco, com paredes em alvenaria de grande grossura e cobertura de abóbada de berço. CMSC Fonte da Saragoça 141 Vale d'Água Fonte Situada na propriedade da Saragoça – Vale de Água, é constituída por uma interessante construção de xisto, de planta circular. CMSC CMSC Fonte: Sobral, Carlos; “Inventário das fontes das freguesias do concelho de Santiago do Cacém”, Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Quadro 9 - Património Arquitetónico Civil – Fontes e Chafarizes – identificado pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém 1.2.2.4 - Património Arquitetónico Industrial Designação Obra de Rega dos Vales de Campilhas e de S. Domingos Versão Final Número * Freguesia Cercal do Alentejo Tipologia Obra de Rega Descrição Fonte A Obra de Rega dos Vales de Campilhas e de S. Domingos, levada a cabo na década de 50 do século XX no âmbito da obra de fomento hidroagrícola, constituiu um marco decisivo no desenvolvimento do Município e da região. Para além dos novos recursos de aproveitamento agrícola decorrentes do regadio, a Obra de Rega viabilizou o abastecimento de energia elétrica às freguesias do interior do Município e concelhos limítrofes, permitiu o funcionamento de estações elevatórias para o abastecimento de água, induziu melhorias nas acessibilidades e assegurou o controlo de cheias. A barragem de Campilhas, projetada e construída a cargo da Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola, foi inaugurada a 18 de julho de 1954 viabilizando a obra de rega, que se desenvolveu progressivamente, sob a gestão da então designada Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e São Domingos, criada em 1938 e com alvará do Ministério da Economia de 15 de junho de 1954. A Obra de Rega comporta, para além da albufeira, um sistema de distribuição de água por gravidade, constituído por canais principais e secundários, em betão, trapezoidais e retangulares, pontes e sifões, rede de enxugo 87 CMSC Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 para drenagem de excedentes e duas estações elevatórias. “A zona irrigada desenvolve-se por 1935 ha de estreitas e compridas várzeas ao longo dos vales da ribeira de Campilhas (1417 ha), São Domingos (400ha) e do Sado (118 ha). A água armazenada numa barragem de terra construída no leito da ribeira de Campilhas, no sítio de Pego Longo, depois de acionar uma central elétrica de pé de barragem com a potência de 400Kw, é conduzida pelo canal condutor geral que, através das diferentes tomadas e regadeiras a leva a vivificar as terras irrigadas. Depois de atravessar S. Domingos, o condutor geral bifurca-se, dirigindo-se um ramo para poente para alimentar uma estação elevatória, onde a água é bombada, para uma parte regar as várzeas do curso inferior de S. Domingos e a restante, depois de ser novamente bombada em segunda estação elevatória, ir irrigar as várzeas do curso médio desta ribeira, a jusante da povoação do mesmo nome. O outro ramo do condutor geral, continuando para norte, vem regar as várzeas de Campilhas até Alvalade e depois de atravessar o Sado, em sifão, rega ainda a várzea da margem direita deste rio”. In, Vida Rural – Semanário da Lavoura, n.º 530 – 13-VII1963 A referida central hidroelétrica, encerrada em 1970, por motivos operacionais e tecnológicos, mantém-se cuidadosamente preservada, sendo hoje, em conjunto com o edifício que a aloja, um precioso exemplar da arquitetura industrial da segunda metade do século XX. Desde logo a elevada adesão ao regadio por parte da lavoura da região marcou o sucesso desta obra de rega. Com níveis de utilização acima dos 80 %, Campilhas sempre foi apresentada como um exemplo a seguir, até porque aqui se cultiva o arroz, o milho e tomate, com níveis de produtividade acima das médias nacionais e mundiais. Volvido mais de meio século sobre a sua promoção, o Aproveitamento Hidroagrícola de Campilhas e S. Domingos evoluiu e modernizou-se, sempre sob a gestão da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado. O sucesso desta obra de rega deve-se ao trabalho e empenho dos agricultores que tiveram desde logo a coragem de assumir a gestão da obra de rega, de todos os bons agricultores que por aqui têm passado e desenvolvido um trabalho notório em seu proveito, da região e do Pais. Indissociável da história do Município, constitui um testemunho de indiscutível valor histórico e patrimonial. Versão Final 88 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Posto de Culturas Regadas D. Manuel Castello Branco 142 Alvalade Estação Agrária Fábrica de Cortiça e Habitação, Gonçalves & Douradinha, Lda. 143 ErmidasSado Fábrica Antiga Central Elétrica 144 Santiago do Cacém Central Elétrica Fábrica de Moagem de José Mateus Vilhena 145 São Domingos Fábrica Versão Final “Estação Experimental”, situada na várzea do Sado, nas imediações de Alvalade. Trata-se de um conjunto de instalações rurais, cuja parte central se abre para um pátio amplo, delimitado por casões, oficinas e armazéns. Foi criado por despacho ministerial de 22 de janeiro de 1937. Por iniciativa e voluntarismo dos seus técnicos, o topo das instalações foi ocupado com alfaias agrícolas e o equipamento da antiga manteigaria. Do mesmo modo, no escritório, velhos mapas, fotografias e estudos técnicos, oferecem outras memórias de um percurso de mais de meio século em torno da água, como motor do desenvolvimento agrícola. Está-se perante um protomuseu de sítio. Conjunto de edifícios construídos entre a 1.ª metade e meados do século XX, com rica composição dos alçados do edifício administrativo e de habitação, utilizando elementos da Art Déco, como as pilastras estilizadas, com capitéis substituídos por barras canelas, platibandas escalonadas, gradeamentos de ferro em espinha ou quadrícula, com sujeição de todos os elementos decorativos a uma regra geral de composição ortogonal. Edifício construído na década de 1930, com projeto que alguns atribuem a Raul Lino. Edifício de arquitetura eclética e modernista, de caráter utilitário (destinava-se a albergar a central elétrica da vila) demonstra a reutilização da arquitetura tradicional, com os cunhais, pináculos e grelhas de tijoleira, tratados com a simplificação da arquitetura modernista. O edifício da moagem foi construído por volta de 1925, numa cerca em S. Domingos, onde já existia um pequeno moinho com um casal de mós. O seu proprietário, José Mateus Vilhena, que até então realizava trabalhos de debulha e moagem de trigo, com recurso às mós tradicionais, movidas a vento ou a vapor, investiu de forma decisiva no desenvolvimento do seu negócio familiar. O novo edifício, de rés do chão e 1ª andar, acolheu a nova fábrica de moagem de ramas, com a maioria dos equipamentos em madeira e acionada por um motor a gasóleo, sendo os movimentos feitos por correias de transmissão, ligadas a quatro eixos horizontais, com vários tambores de diferentes dimensões. A fábrica de moagem funcionou até 1982 e chegou a ser, segundo os proprietários, a de maior movimento do Distrito de Setúbal. Atualmente a parte do edifício que compreende a padaria, a antiga habitação e os dois celeiros da fábrica, tem projeto aprovado para unidade de turismo rural. O projeto contempla também a musealização desta antiga unidade moageiro, como núcleo museológico, sobre a história do local e espaço de preservação da memória de grande parte da população de S. Domingos. 89 CMSC CMSC CMSC CMSC Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Lagar de azeite de S. Domingos 146 São Domingos Lagar Casa Beja da Costa 147 Santiago do Cacém Casa 148 Santiago do Cacém Casa Pereira Varela Versão Final Casa Fonte: CMSC; Fábrica de moagem de José Mateus Vilhena, S. Domingos O lagar de azeite, localizado na malha urbana da aldeia de São Domingos, ocupa dois pavilhões mandados construir para o efeito por José Miguel de Jesus, seu proprietário, tendo iniciado a laboração em 1957. A partir de 1965, o lagar passou a ser gerido por António Páscoa de Jesus, por falecimento de seu pai. Deixou de funcionar em 1994, empregando nos meses de novembro e dezembro dez trabalhadores. O primeiro pavilhão apresenta três compartimentos distintos: a casa da lenha e dos motores que acionavam os equipamentos mecânicos; um espaço destinado à lavagem da azeitona e a casa das tulhas, onde, depois de pesada, a azeitona ficava depositada. O segundo pavilhão alberga o coração do lagar. A sala onde está instalado o moinho onde a azeitona era esmagada e as duas prensas, onde a massa colocada em seiras era espremida, passando o azeite e a água russa aos tanques de decantação, localizados num nível inferior, no compartimento contíguo, onde também se encontram as caldeiras para o aquecimento de água. No terceiro compartimento estão instalados os depósitos de azeite e o escritório. O quarto e último espaço, apresenta dois níveis distintos: o superior para armazenamento de seiras ou capachos, e o inferior, onde era depositado o bagaço da azeitona, que se destinava à alimentação dos porcos. Os equipamentos do lagar foram construídos pela conceituada Fundição “F. J. SOARES MENDES” do Rossio d’ Abrantes. Edifício neoclássico, construído no final do séc. XIX com algumas intervenções interiores do primeiro quartel do séc. XX (Arq. Raul Lino). De características palacianas, tinha anexa a “Courela Grande”, fortemente arborizada que funcionava como local de desporto e lazer da familia, servindo ainda para produção agrícola. Edifício construído no séc. XVIII, caracterizado pela nobreza e simplicidade de linhas. De salientar o conjunto de cinco varandas que compõe o piso superior da fachada principal, bem como a cantaria trabalhada que guarnece a porta principal. 90 CMSC CMSC CMSC Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Casa Fernando Peres 149 Santiago do Cacém Casa Vila Nogueira 150 Santiago do Cacém Vila Rede Molinológica do Município 151-230 Todas Moinhos Edifício construído no séc. XVIII, com intervenções posteriores efetuadas no séc. XIX, nomeadamente a colocação de balaustrada, ao gosto da época. Caracteriza-se pela sua imponência, ao nível da volumetria com 3 pisos, quer pela dimensão e ritmo dos vãos. Vila construída na primeira metade do séc. XX, sofre uma intervenção para aproveitamento da cobertura no final do mesmo século. Fachada com influência típica do final da arte nova, principio do modernismo, caracterizada pelos inúmeros elementos decorativos estilizados, ao longo da platibanda, friso e guarnecimento de vãos. Possui na platibanda a inscrição “Vila Nogueira – 1930” Estão identificados no concelho 80 moinhos, divididos por tipologias diferentes. No que respeita aos Moinhos de Vento, identificam-se 50 de torre fixa, 1 giratório de madeira e 1 “Americano” que esteve montado numa das torres fixas. Quanto aos Moinhos de Água, encontramos 27 de rodízio e 2 azenhas. CMSC CMSC CMSC * - Sem representação cartográfica Quadro 10 - Património Arquitetónico industrial identificado pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém 1.2.2.4.1 - REDE MOLINOLÓGICA O Município de Santiago do Cacém apresenta grande riqueza ao nível do património molinológico, não só pelo elevado número de moinhos ainda existentes, como igualmente pela sua diversidade tipológica. Encontram-se atualmente identificados 80 moinhos, sendo 51 de vento e 29 de água, caracterizados por cindo tipologias diferentes. Registamos, de seguida, os moinhos existentes – de vento e de água – bem como a sua localização, tipologia, fonte energética, época de construção e estado de conservação. Versão Final 91 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Figura 12 – Moinho do Paneiro no Cercal do Alentejo (esquerda) e moinho em Vale D’Água (direita) Versão Final 92 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 MOINHOS DE VENTO “A distribuição dos moinhos de vento no território assenta basicamente num eixo Norte – Sul, com uma incursão a Nascente entre Santiago do Cacém e Abela, correspondendo à mancha de serra“15. Moinhos de torre fixa – “A tipologia dominante nos moinhos de vento da região corresponde ao moinho de torre mediterrânica. Trata-se de uma torre fixa, tronco-cónica, construída em alvenaria de pedra e cal, pedra e barro ou taipa, constituída por piso térreo, sobrado e por vezes sótão. O aparelho motor externo é composto por um capelo giratório acionado por um sistema de tração por sarilho; mastro com oito varas, quatro velas triangulares ou latinas; espias e travadoiras. O mecanismo de transmissão e de moagem é composto pelo mastro e entrosga, carreto, veio e segurelha que transmitem o movimento à mó andadeira fazendo-a girar sobre a mó fixa ou pouso”.16 Designação Moinho do Barão Moinho da Ervideira Moinho do Luzio Moinho de Vale de Pulgas Moinho do Coelho Número Freguesia Localização Tipologia Fonte energética Data de construção Data de desativação Anterior a 1891 Anterior a 1890 Anterior a 1867 Estado de conservação 151 Abela Foros do Barão Torre fixa e Americano Vento 152 Abela Ervideira Torre fixa Vento 153 Abela Luzio Torre fixa Vento 154 Abela Vale de Pulgas Torre fixa Vento Anterior a 1848 155 Abela Monte do Coelho Torre fixa Vento Anterior a 1877 Bom Moinho da Olhalva 156 Alvalade Herdade da Olhalva Torre fixa Vento Anterior a 1877 Degradado Moinho do Paneiro 1 157 Cercal do Alentejo Paneiro Torre fixa Vento 1847 Bom Moinho do Paneiro 2 158 Cercal do Alentejo Paneiro Torre fixa Vento 1852 Bom Moinho da Atalaia 159 Cercal do Alentejo Atalaia Sonega Torre fixa Vento 1844 Utilização atual Degradado Degradado 1992 Habitação Degradado 15 Moagem José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém”, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, nº1, Setúbal, 2004 16 José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, n.º, Setúbal, 2004 Versão Final 93 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Moinho do Saboia 160 Cercal do Alentejo Sonega Torre fixa Vento Moinho Vale Pocinho 161 Cercal do Alentejo Herdade do Pocinho Torre fixa Vento Anterior a 1890 Ruína Moinho das Teimosas 162 Cercal do Alentejo Teimosas Torre fixa Vento 1963 Em recuperação Moagem Moinho das Sesmarias 163 Cercal do Alentejo Herdade das Torre fixa Sesmarias Vento Anterior a 1877 Recuperado Habitação Moinho do Outeiro 164 Cercal do Alentejo Outeirinho Torre fixa Vento Anterior a 1877 Degradado Moinho das Silveiras 165 Cercal do Alentejo Silveiras Torre fixa Vento Anterior a 1877 Ruína Moinho da Fonte Santa 166 Cercal do Alentejo Fonte Santa de Cima Torre fixa Vento Degradado Moinho da Castanheira 167 Cercal do Alentejo Castanheira Torre fixa Vento Bom Habitação Moinho do Salgadinho 168 Cercal do Alentejo Torre fixa Vento Bom Habitação Moinho da Cotovia 169 Cercal do Alentejo Torre fixa Vento Aprox. 1922 Moinho do Pedrógão 170 Santo André Pedrógão Torre fixa Vento Anterior a 1868 Degradado Moinho do Cabeço 171 Santo André Aldeia de Santo André Torre fixa Vento Anterior a 1868 Bom Moinho das Relvas 172 São Herdade das Bartolomeu Torre fixa Relvas da Serra Vento 1833 Degradado Moinho da Moita 173 São Moinho da Bartolomeu Moita da Serra Torre fixa Vento Anterior a 1890 Em recuperação Moinho da Azinheira 174 São Herdade da Bartolomeu Azinheira da Serra Torre fixa Vento Moinho do Tio Chiné 175 Santa Cruz Casa Telhada Torre fixa Vento 176 Santa Cruz Barrada Torre fixa Vento 1954 177 Santa Cruz Herdade dos Torre fixa Carvalhais Vento Anterior a 1877 Degradado 178 Santiago do Cumeadas Cacém Torre fixa Vento Anterior a 1877 Ruína Moinho da Cerca Velha 179 Santiago do Cumeadas Cacém Torre fixa Vento Anterior a 1877 Bom Moinho do Carneirinho 180 Santiago do Cumeadas Cacém Torre fixa Vento Moinho do Bregue 181 Santiago do Cumeadas Cacém Torre fixa Vento Anterior a 1877 Bom Habitação Moinho da Estrada 182 Santiago do Cumeadas Cacém Torre fixa Vento Anterior a 1813 Bom Depósito de água Moinho Novo da Barrada Moinho do Porto Cordeiro Moinho da Perna Grande Versão Final Herdade Salgadinho Cotovia Aldeia do Cano Ruína 1978 Habitação Degradado 1970 Armazém agrícola Bom Habitação e atelier Ruína 94 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Moinho da Fome Aguda 183 Santiago do Cumeadas Cacém Torre fixa Vento Bom Moinho da Tumba 184 Santiago do Cumeadas Cacém Torre fixa Vento Ruína Moinho da Senhora do Monte 185 Santiago do Senhora do Cacém Monte Torre fixa Vento Anterior a 1813 Moinho da Quntinha 186 Santiago do Cumeadas Cacém Torre fixa Vento Anterior a 1813 Bom Moagem Moinho dos Celões 187 Santiago do Cumeadas Cacém Torre fixa Vento Anterior a 1813 Razoável Mirante Moinho de Pau 188 Santiago do Fidalgo Cacém Giratório de Vento madeira Moinho do Casoto 189 Santiago do Cumeadas Cacém Torre fixa Vento Moinho da Campa 190 Santiago do Moinho da Cacém Campa Torre fixa Moinho dos Chãos 191 Santiago do Aldeia dos Cacém Chãos 192 Anterior a 1940 Habitação Ruína Ruína Anterior a 1877 Recuperado Habitação Vento Bom Adaptado a alojamento turístico Torre fixa Vento Degradado Santiago do Cacém Torre fixa Vento Anterior a 1877 Degradado 193 Santiago do Vale das Cacém Traves Torre fixa Vento Anterior a 1850 Degradado Moinho da Aldeia 194 São Francisco da Serra São Francisco da Serra Torre fixa Vento Anterior a 1877 Degradado Moinho dos Lobaes 195 São Francisco da Serra São Francisco da Serra Torre fixa Vento Anterior a 1877 Recuperado Habitação Moinho do Outeiro do Vento 196 São Francisco da Serra Outeiro do Vento Torre fixa Vento Bom Habitação Moinho da Cruz de João Mendes 197 São Francisco da Serra Cruz de João Torre fixa Mendes Vento 1881 Bom Habitação Moinho do Outeiro do Marco 198 São Francisco da Serra Roncão Torre fixa Vento Anterior a 1877 Degradado Arrumos Moinho do Marmeleiro 199 São Francisco da Serra Detrás da Pedra Torre fixa Vento Anterior a 1799 Bom Armazém Moinho de Vale de Água 200 Vale de Água Rua José Brissos Pereira Torre fixa Vento Razoável Armazém Moinho das Quereiras 201 Vale de Água Arneirinho Torre fixa Vento Bom Habitação Moinho Queimado Moinho de Vale das Traves Versão Final Anterior a 1877 1972 95 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Quadro 11 - Património Arquitetónico industrial – Moinhos de Vento - identificado pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém Como exemplos de recuperação e valorização patrimonial deste conjunto, destacamos: • O Moinho da Quintinha, nas Cumeadas, Santiago do Cacém, cuja reabilitação integral – edifício e mecanismos – permitiu a sua reabertura como Pólo Museológico Municipal, realizando moagem tradicional de cereais. • O Moinho da Cerca Velha, também nas Cumeadas, Santiago do Cacém, adaptado para habitação e atelier da pintora Chloë Mac Millan e integrado nos Roteiros dos Moinhos da Europa através do programa “Euromills”. • Moinhos do Paneiro, localizados em Vale Seco, foram reabilitados e encontram-se integrados num empreendimento de turismo rural. MOINHOS DE ÁGUA Localizam-se sobretudo na bacia hidrográfica da Lagoa de Santo André, onde se julga que o descasque de arroz terá contribuído para a construção de algumas unidades. Estão igualmente presentes no rio Sado, a norte de Ermidas-sado, na ribeira de Corona e ainda a sul, na envolvente do Cercal do Alentejo. “Os moinhos de água caracterizam-se pela posição da roda hidráulica. Horizontal (moinhos de rodízio e rodete) e vertical (azenhas)”17. Moinho de rodízio – Tido como o moinho hidráulico mais antigo, julga-se que terá sido introduzido no território português pelos romanos. “Em 1868 existiam no concelho 34 moinhos de água. 17 José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, nº1, Setúbal, 2004 Versão Final 96 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Estes moinhos são construídos em alvenaria de pedra e cal, comportando um ou dois pisos, cobertura constituída por estrutura de madeira, coberta por telha mourisca ou de canudo, equipados com um ou dois casais de mós. Nestes engenhos, o eixo vertical do rodízio é o próprio eixo motor da mó andadeira (...). Quando o moleiro pretendia moer ou descascar arroz, levantava um pouco a comporta da represa e a água era então conduzida através de um canal inclinado (...) saindo pela seteira com a pressão suficiente para acionar o rodízio. Este funcionava numa pequena caverna que, por ser escura, húmida e soturna, era conhecida por inferno”18. Designação Moinho dos Álamos Moinho da Estalagem Nova Moinho do Furadouro Número Freguesia Localização Tipologia Fonte energética Data de construção Data de desativação Estado de conservação 202 Abela Álamos Rodízio Água Anterior a 1891 Degradado 203 Abela Abela Rodízio Água Anterior a 1782 Bom 204 Abela Furadouro Rodízio Água Anterior a 1877 Degradado 205 Alvalade Herdade da Boa Vista Rodízio Água Anterior a 1889 206 Cercal do Alentejo Vale Travessinho Rodízio Água Ruína 207 Cercal do Alentejo Sesmarias Rodízio Água Bom Moinho da Mandorelha 208 Cercal do Alentejo Quinta da Mandorelha Azenha Água Ruína Moinho do Raco 209 Cercal do Alentejo Herdade do Raco Rodízio Água Moinho da Gamitinha 210 ErmidasSado Herdade do Monte Novo Rodízio Água Anterior a 1857 Ruína Moinho da Gamita 211 ErmidasSado Saturninha Rodízio Água Anterior a 1877 Degradado Moinho da Boa Vista Moinho de Vale Travessinho Moinho das Sesmarias Aprox. 1953 Utilização atual Habitação Habitação Degradado 18 José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, nº1, Setúbal, 2004 Versão Final 97 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Moinho Novo 212 Santo André Moinho da Laranjeira 213 Santo André Moinho do Seco Moinho da Pereira 214 215 Santo André Santo André Anterior a 1813 Galiza Rodízio Água Granja das Laranjeiras Rodízio Água Seco Rodízio Água Herdade da Pereira Rodízio Água Rodízio Água Anterior a 1877 Anterior a 1813Ampli.1930/40 Anterior a 1761 Anterior a 1868 Sede da Delegação Regional Quercus Bom Ruína Degradado Moinho do Barranco 216 São Bartolomeu da Serra Moinho das Pereiras 217 São Bartolomeu da Serra Herdade das Pereiras Rodízio Água Anterior a 1878 Ruína 218 Santa Cruz Vale Coelhos Rodízio Água Anterior a 1813 Degradado 219 Santa Cruz Sobral da Várzea Rodízio Água Anterior a 1813 Ruína 220 Santiago do Cacém Azenha de Baixo Rodízio Água Anterior a 1888 221 Santiago do Cacém Azenha do Meio Rodízio Água Anterior a 1877 222 Santiago do Cacém Rio da Velha Rodízio Água Degradado Azenha do Rio da Figueira 223 Santiago do Cacém Copeira de propulsão superior Água Ruína Moinho da Ortiga 224 Santiago do Cacém Rodízio Água Anterior a 1799 Moinho dos Escaravelhos 225 Santiago do Cacém Herdade do Mº dos Rodízio Escaravelhos Água Anterior a 1758 Moinho do Barranco 226 São Francisco da Serra Moinho do Barranco do Livramento Rodízio Água Moinho do Rego 227 Vale de Água Rego Rodízio Água Moinho do Rego de Baixo 228 Vale de Água Rego de baixo Rodízio Água Moinho do Bravo 229 ErmidasSado Rodízio Água Ruína Moinho do Vale das Eiras 230 Abela Vale de Eiras - Monte da Rodízio Rosa Água Ruína Moinho do Cachucho Moinho do Sobral da Várzea Moinho da Azenha de Baixo Moinho da Azenha do Meio Moinho do Rio da Velha Parque Urbano do Rio de Figueira Quinta da Ortiga Ruína Ruína Anterior a 1782 Fonte: Levantamento realizado pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém Versão Final 98 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Quadro 12 - Património Arquitetónico industrial – Moinhos de Água - identificado pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém Como exemplares particularmente interessantes ao nível dos moinhos de água do Município, destacamos: • O Moinho da Gamita – “Próximo da localidade de Vale da Eira, na freguesia de Ermidassado, num cenário de grande beleza natural, localiza-se na margem esquerda do rio Sado (...). Trata-se de um importante exemplar do nosso património molinológico. Evidencia uma tipologia mista rodízio/rodete. Edifício de um só piso, construído em alvenaria de pedra e cal, apresenta uma interessante arquitetura pensada para as grandes cheias (...)”19. • A Azenha do Rio da Figueira - situada no Parque do Rio da Figueira, em Santiago do Cacém, o conjunto é formado pela azenha e pelo aqueduto, a primeira em ruínas, o segundo muito degradado. Considerada por especialistas como um exemplar raro: “No piso inferior, entre a parede exterior poente e a parede lateral esquerda do compartimento da roda hidráulica, corre a linha de água que alimentava a azenha. (...) No piso superior, a sala de moagem, armazém, compartimento da roda hidráulica e uma passagem superior sobre a mesma, estabelecendo ligação entre a sala de moagem e o armazém. A cobertura era de quatro águas, em estrutura de madeira, coberta com telha mourisca ou de canudo. Adossado a norte, localiza-se o aqueduto, que transportava a água do barranco do Rio da Figueira, desviada a montante, conduzindo-a à caixa de água localizada ao nível da cobertura (...)”20 19 José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, nº1, Setúbal, 2004 20 José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, nº1, Setúbal, 2004 Versão Final 99 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.2.3 - CENTROS HISTÓRICOS Fundado em tempos imemoriais, o concelho de Santiago do Cacém integra hoje onze Freguesias e distribui-se por uma vasta área, desde a Faixa Litoral ao Baixo Alentejo interior. Ao longo dos tempos, o seu mapa administrativo sofreu várias alterações. Para além de Santiago do Cacém, também Alvalade foi sede de concelho ao longo de três séculos, de um território correspondendo, grosso modo, às atuais Freguesias de Alvalade e Ermidas – Sado. Cercal do Alentejo deteve igualmente importantes funções de centralidade, nomeadamente a cabeça de comenda da Ordem de Santiago, tendo sido, em vários períodos, séria candidata a capital do Concelho que foi o de Vila Nova de Milfontes, em meados do século XIX.21. São precisamente estes aglomerados, localizados em áreas outrora de grande produção agrícola que, por inerência das funções que exerceram obtiveram maior desenvolvimento urbano e, consequentemente, maior concentração de infraestruturas, equipamentos e edifícios, administrativos, religiosos e civis. As suas condições de centralidade facilitaram a fixação dos proprietários rurais mais abastados e, consequentemente, a construção das suas casas, normalmente de arquitetura mais rica e de maior qualidade patrimonial. É precisamente em Santiago do Cacém, Alvalade e Cercal do Alentejo que se encontram os Centros Históricos do Município. 1.2.3.1 - Centro Histórico de Santiago do Cacém O Centro Histórico de Santiago do Cacém “localiza-se na encosta Este do cerro do Castelo, edificação atribuída ao período islâmico que forma um conjunto monumental com a Igreja Matriz do séc. XIII, ambos monumentos nacionais. O antigo centro nevrálgico da cidade, estendendo-se 21 “Vila Nova de Milfontes, História” – António Martins Quaresma – Ed. J. Freguesia de V. N. Milfontes, dezembro de 2003. Versão Final 100 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 harmoniosamente pela encosta voltada ao sol nascente, constitui um valioso património arquitetónico com as suas ruas estreitas e íngremes e casas senhoriais.”22 No Centro Histórico de Santiago do Cacém encontra-se o Pelourinho de Santiago, os Antigos Paços do Concelho, a Igreja da Misericórdia de Santiago do Cacém e o Hospital do Espírito Santo, entre outro património arquitetónico e arqueológico. Este Centro Histórico, conta com um Plano de Pormenor, que visa requalificar o centro histórico através da manutenção e recuperação do edificado e espaços públicos. Fonte: CMSC Figura 13 – Centro Histórico de Santiago do Cacém (esquerda) e Limite do Centro Histórico do PPCHSC 1.2.3.2 - Centro Histórico de Alvalade “Alvalade é abraçada por um rio, conhecido ao tempo dos Romanos como Callipus, e a partir, provavelmente da ocupação islâmica, como Sadão (…). Conhece-se vestígios da ocupação humana desde o Mesolítico no território do Sado, que nos remetem a essa relação mais estreita com o rio, onde as populações vão buscar os seus recursos alimentares e, a partir das sociedades nómadas e agrícolas do Neolítico, mós, enxós, vasos cerâmicos falam-nos de uma terra cedo domesticada, 22 Plano de Intervenção no Património, Câmara Municipal de Santiago do Cacém, 2011 Versão Final 101 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 até aos nossos dias, com a presença dos grandes montes, das cearas, e mais recentemente dos arrozais até ao consequente desenvolvimento das grandes obras hidráulicas para o regadio, efetuadas já no século XX, e que apenas reforçam a razão de ser da fixação das pessoas (…). O cruzamento de vias em Alvalade, já em período romano, a quantidade de uillae situadas em seu redor, associada à fertilidade dos solos, sobretudo os da várzea do Sado e à abundância de água, permitem que alguns arqueólogos suspeitem que ali tenha existido um uicus. Da ponte medieval se suspeita uma origem mais antiga, mas nenhum dos elementos construtivos existentes na mesma o permite confirmar. Contudo, ela marcava as saídas do aglomerado urbano, apontando caminhos para os lados de Aljustrel, onde as minas eram o grande recurso, ou então bifurcando para o litoral, escoador de produtos agrícolas e fornecedor de pescado, abrindo as portas às exportações (…) Da presença árabe lhe ficou provavelmente o nome. Pertenceu à Ordem de Santiago da Espada que, na matriz, ainda conserva as insígnias. Ao tempo de D. Manuel, em 1510, recebeu foral, tendo-se erguido o pelourinho que lhe conferia a autonomia concelhia. O concelho, que chegou a ter duas freguesias, a do Roxo a Norte e a da Vila a Sul, manteve a sua autonomia até ao século XIX. (…) O concelho extinguiu-se em 1836, tendo sido incorporado em Messejana. Em 1855 o concelho de Messejana foi também extinto, transitando para o concelho de Aljustrel. Finalmente, em 1871, passou para o concelho de Santiago do Cacém, onde se mantém até à atualidade”.23 O Centro Histórico de Alvalade corresponde à dimensão da vila há mais ou menos cem anos atrás. Inclui, evidentemente, o seu núcleo mais antigo, onde se notam vestígios arquitetónicos de época romana. “A Rua de Lisboa, onde teriam sido erguidas as primeiras casas, na proximidade da Igreja Matriz, do século XV, templo que teria vindo a ser por diversas vezes remodelado, mas que corresponde 23 Artigo “O Património é um recurso: Alvalade do Sado, o meu testemunho”, Maria Filomena Barata, 2011, www.setubalnarede.pt Versão Final 102 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 do ponto de vista simbólico à fundação matricial, com o antigo cemitério no seu adro e como que 24 projetando-se sobre as várzeas amplas e férteis de Campilhas e do Sado.” “A malha urbana do núcleo histórico, de cariz medieval tem como núcleo central a Praça D. Manuel I, coração da vila. Representava o centro cívico da povoação onde se localizavam as principais instituições. Na Praça D. Manuel I localizam-se o Pelourinho Manuelino do século XVI, a Igreja da Misericórdia do século XVI, de influência maneirista e o edifício dos antigos Paços do Concelho.”25 Figura 14 – Centro Histórico de Alvalade (esquerda) e Limite do Centro Histórico (direita) 1.2.3.3 - O Centro Histórico do Cercal do Alentejo 24 25 Plano de Intervenção no Património, 2011 Câmara Municipal de Santiago do Cacém. www.igespar.pt Versão Final 103 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 “A Aldeia do Cercal, cuja primeira referência escrita data de 1274, constitui-se como núcleo populacional de trabalhadores rurais, sem pólo aglutinador específico, uma vez que não nasceu em torno de um ponto militar específico, ou de qualquer mosteiro ou convento (…). O Cercal foi sempre terra d´El Rei – não sendo couto, honra ou concelho, embora se situasse na esfera de influência dos Espatários. A reforma administrativa do Antigo Regime integrou-o no Concelho de Vila Nova de Milfontes, embora como freguesia separada, em 1855 integrou o de Odemira e em 1875, por decreto régio, passou ao de Santiago do Cacém. Por este facto, não havia juiz ou Câmara sediados. Alguns autores referem ter sido cabeça de concelho entre 1836 e 1855 (…). O núcleo histórico, original, apresenta um traçado sinuoso e serpenteante, que desemboca repentinamente nos cabos do povo, nos terrenos aráveis ou olival, dos quais apenas as fiadas de casas nos separam. Traçado orgânico e também racional, uma vez que otimiza a ligação direta às terras de cultivo, formando nesse processo vias de comunicação onde se foram implantando as construções em banda, permitindo assim, uma vizinhança, sociabilidade e interajuda prontas e também o quintal traseiro, tão importante para guardar alfaias, animais ou para as culturas mimosas – formando assim a outra característica da urbanidade do Cercal. Construções em banda, definidoras de espaço-canal confluentes em pontos-de-encontro, como o entroncamento, o cruzamento, o largo. No seu cerne a confluência das ruas cria o logradouroquintal, antevisão do quarteirão ortogonal citadino-burguês. O quintal desenvolve-se radialmente na direção dos terrenos agrícolas. A malha é, deste modo, potenciadora e fruto da atividade económica secularmente predominante no Cercal – a agricultura. Na verdade este núcleo primitivo e mais sedimentado, está inclusivamente arredado de um pólo aglutinador tradicional – a igreja, só mais recentemente rodeada pelo povoado, pois segundo testemunho do Padre Cardoso, «a paróquia dedicada a Nossa Senhora da Conceição está fora do povo». Versão Final 104 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Deve, em tempos mais recuados, ter disposto de um largo maior ou rossio, cujo vestígio toponímico ainda existe, possivelmente ocupado pelo quarteirão irregular, estranho a esta malha radial – estruturada e definida pelo quotidiano da população rural. A ocupação em banda espraiou-se também ao longo das vias mais importantes de ligação aos outros povoados, mormente em direção a Sul, na estrada que ligava o Algarve a Setúbal, em bom 26 funcionamento já desde o tempo de D. Maria.” 26 Estudos de Caracterização para o Plano de Urbanização de Cercal do Alentejo - 1.ª fase; Vasco da Cunha, arquitetura e planeamento urbanístico, Lda., 1999. (não editado). Versão Final 105 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Figura 15 – Rua do Centro Histórico do Cercal do Alentejo (esquerda) e Limite do Centro Histórico do Cercal do Alentejo (direita) 1.2.4 - PATRIMÓNIO IMATERIAL Figura 16 – Carta de Foral, outorgado por D. Manuel I a Santiago do Cacém em 1510 Versão Final 106 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Genericamente definida como o “conjunto dos traços distintivos, espirituais e materiais, intelectuais e afetivos, que caracterizam uma sociedade ou um grupo social”, a cultura e os direitos culturais constituem um imperativo ético, inseparável dos Direitos Humanos e das liberdades fundamentais, um “dever sagrado” das nações, e assim reconhecidos por algumas delas pelo menos desde 1945, aquando da Constituição da UNESCO. Questão central para a identidade e relacionamento harmonioso entre pessoas e grupos, a diversidade cultural, património comum da humanidade, é inseparável, em contextos democráticos, da assumpção de políticas de inclusão e participação dos cidadãos, em prol da coesão social e da paz. Assegurar e promover as expressões culturais, significa ampliar a criatividade e os recursos intelectuais e espirituais dos indivíduos e dos grupos sociais. No âmbito da Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial, a UNESCO define o património cultural imaterial como sendo “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objetos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos 27 reconheçam como fazendo parte integrante de seu património cultural”. Nos termos do Decreto-Lei nº139 / 2009 de 15 de junho, que estabelece o regime jurídico de salvaguarda do património imaterial, os seus domínios de salvaguarda são: • As tradições e expressões orais, incluindo a língua como vetor do património cultural imaterial; 27 • As expressões artísticas e manifestações de caráter performativo; • As práticas sociais, rituais e eventos festivos; Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial – UNESCO, Paris, 17 de outubro de 2003, in www.cultura-alentejo.pt Versão Final 107 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 • Os conhecimentos e práticas relacionadas com a natureza e o universo; • As competências no âmbito de processos e técnicas tradicionais. O presente subcapítulo constitui a primeira oportunidade de apresentação geral e conjunta dos diversos domínios que respeitam ao património imaterial do território municipal, em conformidade com o ordenamento jurídico entretanto constituído. Sujeito a numerosas insuficiências e mesmo omissões, procura apresentar de forma inclusiva, as áreas patrimoniais cujo conhecimento é ainda muito fragmentado e incipiente, a par de outras, onde a investigação e as metodologias de salvaguarda se encontram mais sistematizadas. O intuito é sinalizar não só as realidades como, sobretudo, as potencialidades, suscitar interesses de investigação para as múltiplas áreas ainda escassamente abordadas, cujo conhecimento constituirá um precioso enriquecimento cultural para o Município. Dá-se igualmente primazia ao registo e identificação dos trabalhos produzidos, ao longo dos tempos, pelos diversos investigadores que, no âmbito da edilidade e de outras entidades oficiais ou por iniciativa particular, contribuíram para o conhecimento e reflexão sobre a história local. Tais estudos e trabalhos, cujas publicações e autorias procuramos identificar de forma tão exaustiva quanto possível, constituem o subcapítulo 1.2.4 do presente relatório. 1.2.4.1 - Tradições e Expressõs Orais Versão Final 108 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.2.4.1.1 - CRIAÇÃO LITERÁRIA “Quase toda a criação literária de autores alentejanos traz a forte dedada do social, também é certo, do metafísico e do místico, conotados com a infinitura do espaço vazio (…) terra do pão e dos homens sem pão”.28 28 Urbano Tavares Rodrigues in Luís Filipe Maçarico, “A personalidade poética do alentejano”, Arquivo de Beja, Vol. X – série III. 1999. Versão Final 109 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Alda Guerreiro Machado Alda Guerreiro Machado nasceu em 1878 em Santiago do Cacém e faleceu em 1943 (?). “Foi, ainda antes da proclamação da República, uma defensora entusiasta do ensino popular. As suas composições poéticas, muitas delas marcadas por um profundo lirismo, mas donde a dimensão social e cívica não está arredada, encontram-se, tal como outros escritos, espalhados por jornais da época como a Enciclopédia da Família, o Alvanéo, A Folha de Sines, Nossa Terra, Renovação, Portugal Feminino.”29 Manuel da Fonseca Escritor português, vulto destacado do Neorrealismo, nasceu a 15 de outubro de 1911, em Santiago do Cacém, e morreu a 11 de março de 1993, em Lisboa. Partiu ainda jovem para Lisboa para realizar estudos secundários, tendo desempenhado posteriormente na capital diversas atividades profissionais no comércio, na indústria e no jornalismo. Antes de colaborar em Novo Cancioneiro, com Planície, coleção onde se afirmariam algumas coordenadas da estética poética Neorrealista, numa primeira fase editou, em 1940, Rosa dos Ventos, obra pioneira do neorrealismo poético português, nascida do convívio com um grupo de jovens escritores, entre os quais Mário Dionísio, José Gomes Ferreira, Rodrigues Miguéis, Manuel Mendes e Armindo Rodrigues, unidos numa "obstinada recusa de ser feliz num mundo agressivamente infeliz, uma ânsia de dádiva total e o grande sonho de criar uma literatura nova, radicada na convicção de que, na luta imensa pela libertação do Homem, ela teria um papel estimável a desempenhar contra o egoísmo, os interesses mesquinhos, a conivência, a indiferença perante o crime, a glorificação de um mundo podre".30 29 30 João Madeira. 1985. Alda Guerreiro. Recolha poética. Coleção Memória 2. Sant’yago Associação Cultural. DIONÍSIO, Mário - prefácio a “Obra Poética” de Manuel da Fonseca, 1984. Versão Final 110 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Manuel da Fonseca utiliza como matéria-prima dos seus textos o povo e a geografia do Alentejo. Em Cerromaior, mais do que em qualquer outro escrito, Manuel da Fonseca usa a cidade que o viu nascer como cenário da sua obra: “Até o título que me foi sugerido pelo cerro do castelo novo, novo de mil anos, entenda-se que é o chão de Santiago, vila onde a minha experiência encontrara, e recriava agora, as personagens. Cercado de cerros, que vão de roda em anfiteatro com o lugar do palco largamente aberto sobre a planície e o mar, o cerro de Santiago é de todos o mais alto. Daí o título: Cerromaior.”31 Usando de toda a liberdade da ficção, recria Santiago do Cacém a partir quer da realidade do tempo em que decorre a ação (anos 30 do séc. XX, mais precisamente, o período da Guerra Civil de Espanha), quer das suas memórias de infância. Estas paisagens descobrem-se a cada passo da obra, cheias de vida e cor, podendo ser identificadas e explicadas em vários recantos da cidade de Santiago do Cacém: o Jardim Municipal, com a Cadeia (atual Museu Municipal), o Largo, a Sociedade Harmonia, o Castelo. Bibliografia: rosa dos ventos, poemas Lisboa, 1940; Planície, poemas Coimbra, 1941; Aldeia Nova, contos, Lisboa, 1942; Cerromaior, romance. Lisboa, 1943; O Fogo e as Cinzas, contos, Lisboa, 1953; Nortada, contos. Lisboa, 1955; Seara de Vento, romance. Lisboa, 1958; Poemas Completos: rosa dos ventos, Planície, Poemas dispersos Lisboa, 1958 (inclui obras anteriores e poemas inéditos, Lisboa, 1969); Um Anjo no Trapézio, contos. Lisboa, 1968; Tempo de Solidão, conto. Lisboa, 1969; Manuel da Fonseca: Antologia Poética (Org. e pref. Fernando L. Soares) Lisboa, 1976; Obra Poética, Lisboa, 1984, reedição de Poemas Completos (aumentada); Antologia de Fialho de Almeida – seleção de textos e introdução, Beja, 1984; Crónicas Algarvias. Lisboa, 1986; Bairro de Lata: antologia de 12 histórias. Lisboa, 1986; À Lareira, nos Fundos da Casa onde o Retorta tem o Café, contos. Lisboa, 2000; O Vagabundo na Cidade. Lisboa, 2001; Pessoas na Paisagem. Lisboa, 2002. José da Fonte Santa 31 Manuel da Fonseca, Prefácio de Cerromaior, Editorial Caminho, 1981. Versão Final 111 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 José Jacinto Romão Guerreiro, conhecido por José da Fonte Santa, nasceu em 1925 e faleceu em 1998. “ (...) Natural de Colos, poeta, prosador e desenhador, iniciou a sua vida literária no 1º número do Caderno Encontros, publicado em Santiago do Cacem em 1957/58, de parceria com Eduardo Olímpio, Casimiro de Brito, Carolina Lima Vaz e Domingos Carvalho e foi colaborador do jornal A Planície. Colaborou ainda nas revistas Ocidente, em 1958, e na Cooperação no ano seguinte. Frequentou as tertúlias lisboetas do café Portugal e do café Gelo nos anos 50. Publicou a novela, Silêncio Quebrado, em 1954. 32 A sua poesia está dispersa em páginas literárias de jornais e outras publicações periódicas.” Eduardo Olímpio Eduardo Olímpio nasceu em Alvalade a 24 de janeiro de 1933. Depois de um longo período de "experimentador de profissões", de onde se destacam as de caixeiro, livreiro, tradutor e editor, passou a dedicar-se à escrita a tempo inteiro, sendo autor de prosa e poesia, incluindo literatura infantil. Para além da obra publicada, possui uma vasta colaboração em jornais e revistas, nomeadamente na Planície, Diário do Alentejo, Imenso Sul, Diário Popular, Diário de Lisboa, Diário de Notícias, República, A União, Cadernos do Meio-Dia, Colóquio Letras, Ínsula, Sílex, O Escritor, Sol XXI e Sirgo, entre outros. Bibliografia: As Esmolas do Mendigo, Ed. Autor, 1954; Enlouqueço Amanhã, Ed. Autor, 1964; O Franco-atirador e outros poemas, Ed. Autor, 1965; Uma Porta para o Alentejo, A. M. D. Beja, 1980; Como quem leva ao ombro a vida toda, Ed. Caminho, 1983; Memória Arável, Universitária Editora, 2000; Às cavalitas do tempo, crónicas, Prelo Editora, Lisboa, 1974; Um girassol chamado Beatriz, crónicas, Prelo Editora, 1975, Didática Ed., 1980, Lisboa; António dos olhos tristes, novela, Prelo 32 Eduardo Raposo. Informação Municipal, CMSC, outubro - dezembro. 1998. Versão Final 112 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Ed.1975, Didática Editora, 1980, Editorial Caminho, 1989, Ed. O Escritor, 1996, Lisboa; A menina da carreira de Manique, crónicas, Ed. Maria da Fonte, 1978, Lisboa; Éramos oito na Pensão Celeste, romance, Ed. O Escritor, 1994, Lisboa; Dava respostas lindas, contos, Ed. O Escritor, 1997, Lisboa; Moça querida, contos, Ed. O Escritor, 2005, Lisboa; O gato Tarzan, contos, Prelo Editora, Lisboa, 1974, Lisboa; Ternura, memórias, Ed. Maria da Fonte, 1978, Lisboa; A Senhora Dona Casa e o Senhor Automóvel, conto, Plátano Editora, 1980, Lisboa; O comboio do Estoril, poesia, Plátano Editora, 1980, Lisboa. 1.2.4.1.2 - POESIA POPULAR “A poesia é uma forma de expressão que serve tanto ao grande pensador cheio de sabedoria como ao rural analfabeto, que viva isolado do mundo, no seu modesto lugarejo.” 33 A Cantiga ou Quadra A modalidade de poesia popular praticada no Alentejo resume-se quase exclusivamente à chamada “cantiga” ou “quadra”de “40 pontos”. Cada cantiga é constituída por um mote de 4 “pontos” (versos) e 4 “décimas” de 10 “pontos” (versos). Cada verso do mote repete-se no último verso da décima respetiva. As “cantigas” mais apreciadas eram as “cantigas de Afundamento”, isto é, as que tratavam de assuntos sérios e que o poeta demonstrava a sua “filosofia” sobre determinado tema, numa serie de “cantigas”. Alguns dos “afundamentos” mais usados pelos poetas populares eram por exemplo; a crítica social, a campa, a História, os astros, o mar, a primavera, as flores e os pássaros, o Amor, a velhice… Enfim, tudo o que impressionava as pessoas, conforme a sua vivência. (...) 33 Manuel João da Silva, “ Poesia Popular, História do Povo contada pelo Povo”, in O Fado Operário no Alentejo, séculos XIX – XX, de Paulo Lima. Ed. Tradisom. 2004, p. 273. Versão Final 113 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 “Era costume nesta espécie de poesia popular, o poeta inventar duas personagens, geralmente contrárias e estabelecer entre elas o diálogo, pondo na boca de cada um a sua cantiga (...).” Versão Final 114 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 O Despique “ (...) Esta poesia não ficou escrita porque era toda improvisada. O seu autor acabava de cantar os seus versos e acabava por esquece-los. (...) Aos serões, em dia de festa ou aos domingos, juntava-se um grupo de amigos. Bebiam uns copos, “ alegravam-se”. E era certo aparecer o “ despique”. Um dos elementos dava o “ponto”, isto é a rima, e todos os parceiros tinham de cantar os seus versos empregando o “ ponto” dado. As rimas mais fáceis eram o “ ponto de grão”, isto é, as palavras terminadas em “ao” e o “ ponto de ar”. Quando um parceiro pisava o “ponto”, quer dizer, repetia uma palavra que na rima obrigatória já tivesse sido cantada, era “multado” com o pagamento de uma rodada de copos, para todos beberem. “Sempre que fosse possível, a canção do despique era acompanhada à guitarra ou à viola.”34 A poesia popular no Município Apresentar, de forma exaustiva, a poesia e os poetas populares do Município, constitui, por si só, uma tarefa quase infindável, dada a extensão e riqueza deste domínio, onde a memória oral é ainda - em muitos casos - o único registo existente. Para além de Manuel José Santinhos e José Pedro Guerreiro, o Rei dos Malhadais que, pela sua importância, se destacam, muitos outros poetas populares contribuíram para a inquestionável riqueza cultural do Município e do Alentejo neste domínio. São numerosas as publicações -muitas vezes editadas pelos próprios ou pelas autarquias locais que se encontram disponíveis nas bibliotecas do Município. 34 Manuel João da Silva, “ Poesia Popular, História do Povo contada pelo Povo” in O Fado Operário no Alentejo, séculos XIX – XX, de Paulo Lima. Ed. Tradisom. 2004, p.274,275. Versão Final 115 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A investigação e o conhecimento deste domínio – a que Manuel João da Silva deu um contributo essencial – encontram-se, em grande parte por desenvolver. Manuel José Santinhos, o poeta do Tojal «A água da minha fonte Dou eu a quem a vá buscar Nunca por mim foi vendida E há queixumes lá no monte Que a têm ido comprar Em nome de outra bebida» “Manuel José Santinhos, mais conhecido por Manel Zé do Tojal, nascido em 24 de dezembro de 1905, no Tojal de Baixo da Ribeira de Baleizão, Freguesia de Santo André, Santiago do Cacém. Com menos de 10 anos começou a ajudar no pastoreio. Aos 11 anos fez o primeiro poema – que se lembre – para ser recitado numa venda; como prémio, obteve um rebuçado. Foi boieiro, ganhão e um dos bons porcariços, abegão, servente de pedreiro, cadeireiro, cesteiro, seareiro, agricultor e um profanista afamado. Embora não o reivindique, decididamente, é Poeta e grande. (...) A sua fonte de inspiração é o mundo rural e os seus habitantes nas suas múltiplas atividades e facetas.”35 “E, em todo o Portugal meridional, será Manuel João Santinhos, o poeta do Tojal, o elo que permitirá reconstituir toda a cadeia entre a poesia popular alentejana e o fado de Lisboa. Será 35 Vítor M. Bastos e Maria Celeste M. Rodrigues, texto de contra – capa in “Memória das Gentes do Lugar, Manuel José Santinhos, poeta popular ”, Edição CMSC, 1991. Versão Final 116 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 esse o seu grande mérito: ter mantido intacto o legado fadista operário, anarquista, socialista e republicano. Entender, pois, a poesia, ou melhor, os fados do poeta do Tojal é entender uma parcela da história não só do fado, mas também deste imenso sul português.”36 José Pedro Guerreiro, “ O Rei dos Malhadais” ou o “ Rei do Carvão” “José Pedro Guerreiro, o Rei dos Malhadais ou o Rei do Carvão, como a si próprio se chamava, nasceu em S. Francisco da Serra, concelho de Santiago de Cacém, em 1887, aí vindo a falecer em 1950. Carvoeiro de profissão, “O Rei” como era conhecido entre as gentes de S. Francisco foi, sem dúvida, um dos melhores poetas populares alentejanos. Cantador de décimas exímio, oferece-nos dezenas de composições a que hoje apenas temos acesso por via da tradição oral, que as manteve no essencial. A sua facilidade de memorização, a sua capacidade de entendimento e o seu poder de improvisação permitiam que, com extraordinária rapidez, elaborasse as suas composições que versavam os mais variados temas – da natureza à religião, aspetos autobiográficos, assuntos sociais ou episódios e personagens com quem se relacionava de perto”.37 1.2.4.1.3 - MANUEL JOÃO DA SILVA: “O PASTOR DE PALAVRAS” Manuel João da Silva, professor do 1º ciclo, nasceu em Sines em 1923. Residiu desde 1960, até ao seu falecimento, em 23 de abril de 2002, em Santiago do Cacém. 36 Paulo Lima in “O Fado Operário no Alentejo, séculos XIX . XX, O contexto do profanista, Manuel José Santinhos”, Edição Tradisom, pág. 153 37 João Madeira. 1985. José Pedro Guerreiro. O Rei dos Malhadais recolha de Cantigas. Coleção Memória 2. Sant’yago Associação Cultural. Versão Final 117 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 17 – Manuel João da Silva Começou a trabalhar na agricultura (monda do trigo) aos 9 anos de idade, continuando como trabalhador rural até aos 25 anos. Foi mais tarde professor do 1º ciclo do ensino básico e um autodidata que procurou sempre saber um pouco mais para melhor ensinar. Após o 25 de Abril começou a escrever sobre a vida dos trabalhadores rurais e outros dados etnográficos da região do Litoral Alentejano. Manuel João da Silva desenvolveu um vasto trabalho no âmbito do levantamento histórico e etnográfico do Município de Santiago do Cacém, que patrocinou a maioria dos seus trabalhos. O universo inesgotável do património oral da região – tanto ao nível dos falares regionais como da poesia popular-foram a preocupação central das suas pesquisas, registos e estudos, com o intuito de contribuir para o conhecimento e preservação do património cultural da sua região: Versão Final 118 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 “Assim se perdeu tudo com a morte do autor. A não ser as “quadras” que ficaram na “cabeça” de algum admirador do poeta. Conscientes dessa perda irreparável, e não querendo que ela continue a registar-se, nos poetas que conhecemos, vimos desde há anos a esta parte, recolhendo toda a espécie de poesia que nos é possível” 38 Um “pastor de palavras”, como lhe chamou Paulo Lima, que assim ilustrou a forma como se dedicou aos seus trabalhos: “O Professor Manuel João da Silva foi, em muitos aspetos, o último erudito local. Ou melhor o último amador nas etnográficas transtaganas. E assumimos amador não no sentido daquele que pouco sabe, mas sim daquele que ama o que viveu e se esforça para partilhar um momento que já não existe, (...) Ao contrário de muitos dos seus pares, a sua obra não retrata de forma arqueológica coisas do passado etnográfico. Tudo está vivo e é contado de forma bela e simples, como só os que viveram plenamente as coisas podem contar”. 39 Bibliografia: Riqueza tradicional dos Falares Regionais, Ed. CMSC, 1989, Santiago do Cacem; O Mastro da Fonte do Lobo, Ed. CMSC, 1988, Santiago do Cacém; Pobrezinhos e Malteses de Porro e Manta, Ed. CMSC, 1996, Santiago do Cacém; Como era a Vida em Casa do Lavrador: Boieiros e Ganhões, Ed. CMSC, 2001, Santiago do Cacém; Os lobos: várias histórias dos lobos que existiam na região, contadas conforme a linguagem popular da época, Ed. CMSC, 2006, Santiago do Cacém; Toponímia das Ruas de Santiago de Cacém: breve história, Ed. CMSC, 1992, Santiago do Cacém; Ermidas no Tempo e no Espaço, Ed. J.F. Ermidas-sado, 1997, Ermidas-sado; Feiras tradicionais do Município de Santiago do Cacém, Ed. Colibri/CMSC, 2004, Lisboa; 38 Manuel João da Silva, “ Poesia Popular, História do Povo contada pelo Povo” in O Fado Operário no Alentejo, séculos XIX – XX, de Paulo Lima. Ed. Tradisom. 2004, p.274,275. 39 Paulo Lima, “Manuel João da Silva, pastor de palavras”, in “Feiras Tradicionais do Município de Santiago do Cacém”, edição Colibri – CMSC, 2004. Versão Final 119 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.2.4.1.4 - AS LENDAS LOCAIS Elementos chave do imaginário coletivo das sociedades e grupos, reconstruídas desde tempos imemoriais, as lendas constituem um importante veículo de transmissão, tradicionalmente oral, de modelos de comportamento, de valores e de conceções do mundo. Lenda de Nossa Senhora, A Bela “Conta a Lenda que junto à Ribeira de Corona “apareceu” às gentes da terra, Nossa Senhora, A Bela, e no local da sua aparição foi construída uma igreja em sua honra”. 40 Lenda da Mandorelha / Lenda da casa das heras “A lenda diz-nos que uma rapariga foi presa na “casa das heras”, tendo seu pai lançado a chave da porta para a queda da água, sendo este o sinal de que a rapariga jamais sairia de lá com vida. Nos primeiros tempos de cativeiro ouvia-se a rapariga cantar e via-se pentear junto da abertura que dava para as águas revoltas e os campos verdejantes. Depois calou-se e não deu mais sinal de vida. Muitos anos depois alguém conseguiu entrar na casa e a única coisa que viu foi o chão gasto pela rapariga, de tanto andar o mesmo percurso. Tentou encontrar vestígios da falecida, mas nada viu. E não se sabe se ela se atirou às águas. Apenas se sabe que a partir dai, num certo dia do ano, a rapariga aparece à janela a pentear-se com pente de Ouro. Conta a história, que em tempos remotos, vivia nesta casa uma jovem rapariga, que durante a noite vagueava pelos caminhos circundantes e que ao romper da aurora se transformava em serpente, regressando a casa e refugiando-se nas heras. Há quem diga, que a determinada hora do dia, quem visitasse esta casa quebraria o encantamento, que o destino reservou a esta jovem. A chamada “Casa das Heras” é na realidade uma azenha arruinada de planta semicircular com dois pisos, que seria acionada por uma roda hidráulica vertical exterior. 40 Gentes e Culturas / Freguesia de Abela, Edição LASA, 2004 Versão Final 120 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 O edifício localiza-se a jusante da segunda barragem da Mandorelha e utilizaria a água aí represada para a moagem”.41 A Lenda da Senhora do Livramento “Conta a lenda que há muitos, muitos anos, existiu um jovem pastor que guardava o seu rebanho num monte situado nas proximidades de Santiago do Cacém, e numa aldeia próximo de Santiago do Cacém, que se chama São Francisco. Certo dia ao conversar com um pastor seu vizinho, esse disse-lhe que o cabelo de uma cabra se podia transformar numa cobra. Informou-o da forma como ele o poderia fazer. Ora bem, cheio de curiosidade, o pastor pensou logo em fazer essa experiência, é claro, a curiosidade mata o gato. Então o que é que ele faz? Introduziu um cabelo duma cabra numa cana e todos os dias lá deitava umas gotas de leite das cabras. Passado algum tempo, aconteceu o que o pastor esperava, o cabelo tinha-se realmente transformado em cobra. Bem, o tempo foi-se passando, passando, todos os dias ordenhava uma cabra para alimentar o bicho, a cobra, porque até sentia um grande carinho pelo animal, porque tinha sido ele que lhe tinha dado a vida. A cobra foi crescendo, crescendo e passou a andar por ali, naqueles matos. Andava em liberdade. E quando o pastor a queria ver, bastava assobiar, um assobio quadrado e ela aparecia ao pé do pastor. Ela aparecia-lhe logo ali ao pé, para ele a alimentar, para tomar a refeição de leite. O pastor como teve de ir cumprir o serviço militar, teve que deixar o seu rebanho e a amiga cobra. (...) Bem, passados alguns anos regressou à terra, e como tinha já uma certa saudade da cobra, porque tinha sido ele que lhe tinha dado a vida, foi passear a esses sítios, onde dantes ia passear com o seu rebanho. Ali por aqueles campos. E como levava um companheiro, um amigo seu, contou-lhe o que tinha acontecido relativamente à cobra. Oh, o amigo é claro, não acreditou, duvidou um pouco da história. E ele disse: - Ah não acredita? Então vais ver, se ela andar aqui por perto, vai aparecer imediatamente. E soltou o tal assobio quadrado. Ao ouvir o sinal a cobra dirigiu-se para o local. Foi ter com o pastor que lhe tinha dado a vida. Bem, aquilo começou a ouvir-se um barulho, a terra tremia, parecia tipo um tremor de terra. E a cobra ao chegar à frente do pastor, verificando que este não tinha leite para lhe dar, tentou atacá-lo. (...). 41 Plano de Intervenção no Património, CMSC, 2010, não editado Versão Final 121 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Se nossa senhora me livrar e eu for capaz de matar esta cobra, mandarei aqui construir uma capela, que será dedicada a nossa senhora do Livramento. Ele deu com a vara na cobra, e ela morreu, morreu logo, teve morte instantânea. Foi esta lenda que deu origem à construção da tal capelinha e o que é certo é que ainda existem as ruínas”. 42 A Lenda da Fundação do Castelo de Santiago do Cacém Conta a lenda que ”durante a ocupação Árabe, foi dono desta região um proprietário mouro, muito rico de terras e outros haveres. Tinha esse senhor dois filhos e uma filha. Já muito velho, sentindo aproximar-se a morte, um dia chamou os filhos para junto de si e disse-lhes: - Estou velho e doente. Sei que não posso durar muito. Mas antes de morrer, queria que vocês repartissem os bens que possuo, de modo que todos ficassem satisfeitos e amigos. Morrerei feliz se fizerem o que vos peço. Então, como era costume na época, o filho mais velho tirou para si as terras que pretendia. O segundo filho procedeu do mesmo modo com a parte restante. Apesar disso enormes propriedades ficaram para a irmã, uma gentil moura, linda como os amores. - Ficaste satisfeita, minha filha? Sim meu pai, mas não quero propriedades. Acho mais necessário ter um castelo para nossa defesa. Para mim apenas quero o terreno que se possa cobrir com a pele de um boi. Grande foi a admiração do pai e dos irmãos. Apresentaram-lhe a pele que pedia para que pudesse demarcar a parte da sua herança. A jovem mandou cortar a pele em tiras muito finas e com elas limitou o perímetro da área do terreno que pretendia. 42 Manuel João da Silva, 2003. In Gentes e Culturas / Freguesia de S. Francisco. Edição LASA. Versão Final 122 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Depois disto vieram três dias de intenso nevoeiro. Passado este tempo o nevoeiro dissipou-se e aparece o castelo de Santiago do Cacém, no lugar traçado pela nossa gentil Mourinha onde hoje ainda o podemos admirar“ (recolha de Manuel João da Silva)”43. A Lenda da Princesa Bizantina D. Vataça Conta a lenda que uma nobre mulher chamada Bataça Lascaris, fugindo do mediterrâneo oriental, comandava aguerrida esquadra por ela mesmo armada. Desembarcou em Sines e à frente do exército marchou para Sul e atacou a vila islâmica, governada por um certo Kassen e tomou o castelo no dia de Sant’lago (25 de julho) e por isso lhe pôs o nome de Sant’Iago de Kassen (Júlio Gil em “ Os Mais Belos Castelos de Portugal”) 44. 1.2.4.1.5 - TOPONÍMIA DE SANTIAGO DO CACEM “A toponímia estabelece uma estreita relação com o património cultural de um povo, e a sua preservação constitui a perpetuação do histórico (aí envolvidos todos os aspetos físico geográficos e sócio – histórico - culturais inerentes) e dos valores desse mesmo grupo”. 45 Vários investigadores se debruçaram sobre o estudo da toponímia no Município de Santiago do Cacém, nomeadamente António Jacinto Maria de Vilhena, professor dos Institutos Industrial e Comercial de Lisboa, que em 1938 publicou o Roteiro da Vila de S. Tiago de Cacém.46 Igualmente José António Falcão, através da publicação “Toponímia do Município de Santiago do Cacém” 47 e Batalha Gouveia sobre o Topónimo Santiago do Cacém.48 43 Plano de Intervenção no Património, CMSC, 2010, não editado Plano de Intervenção no Património, CMSC, 2010, não editado 45 Alexandre Melo de Sousa “Como aplicar a toponímia sala de aula”, in www.filologia.org.br 46 Roteiro da Vila de S. Tiago de Cacém, Edição Sociedade Industrial de Tipografia, Lda. agosto de 1938 47 Toponímia do Município de Santiago do Cacém”, Santiago do Cacém, 1979 48 Os nomes das terras – Santiago do Cacém” -Arquivo de Beja, Vol I, série II, outubro/84 44 Versão Final 123 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Também Manuel João da Silva escreveu sobre a toponímia local, trabalhos que foram editados sob o título “Toponímia das ruas de Santiago do Cacém – Breve história”.49 1.2.4.2 - Expressões Artísticas e Manifestações de Caráter Performativo 1.2.4.2.1 - A ARTE SACRA NO MUNICÍPIO O património religioso assume relevância especial no contexto do património cultural do Município, tanto ao nível arquitetónico (1.1 - Património Classificado e Em Vias de Classificação) como documental e de arte sacra. Figura 18 – Relicário de Santo Lenho, Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém Este espólio, pertencente às Paróquias, Santa Casa da Misericórdia e outras instituições eclesiásticas e, nalguns casos, a coleções particulares, tem vindo a merecer, por parte da Diocese de Beja e do seu Departamento do Património Histórico e Artístico, um intenso trabalho de estudo, salvaguarda e valorização, que muito tem contribuído para a valorização cultural do Alentejo e do Município em particular: “O concelho de Santiago do Cacém possui um amplo e diversificado património histórico-artístico de caráter sacro e religioso. Integrando peças que vão desde os tempos da Antiguidade Tardia até 49 Toponímia das ruas de Santiago do Cacém – Breve história”. Edição CMSC, 1992 Versão Final 124 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 ao século XX, constitui ele um extraordinário repositório de documentos sobre a história da Igreja na região, os valores culturais e das mentalidades e os próprios ritmos de desenvolvimento da nossa comunidade”50 Os objetos visitáveis integram os espólios das Igrejas do Concelho, o Museu Municipal de Santiago do Cacém e, sobretudo, o Tesouro da Colegiada de Santiago do Cacém – Pólo da Rede de Museus da Diocese de Beja, situado na Igreja Matriz de Santiago do Cacém. A importância da arte sacra no Município justificou igualmente a fundação, em 1986, do “Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém”, por iniciativa do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. Este Museu aguarda financiamento para reabilitação do edifício do Hospital do Espírito Santo, que constituirá a sua sede, e consequente abertura ao público. Entretanto, parte do seu acervo encontra-se patente ao público no Pólo museológico do Tesouro da Colegiada. De forma não exaustiva, nomeiam-se, de seguida, alguns dos testemunhos mais representativos da arte sacra local: • “Santiago Combatendo os Mouros” – Mestre do Retábulo de Santiago, século XIV (inícios), alto-relevo de calcário policromado, Igreja Matriz de Santiago do Cacém: “Levemente requebrada no sentido da direita, a cabeça do apóstolo guerreiro desenha uma mandorla. (...) Aqui e ali ainda se encontram alguns pequenos vestígios da camada de ouro que os cobriu. Eis a imagem da bem-aventurança celeste, tal como a espiritualidade do Gótico a concebeu no seu mais elevado grau.”51 50 51 José António Falcão, Arte Sacra do Concelho de Santiago do Cacém, in Roteiro da Exposição – CMSC, 1990 José António Falcão, “A a Z Arte Sacra da Diocese de Beja”, DPHA da Diocese de Beja, 2006. Versão Final 125 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 19 – Santiago Combatendo os Mouros, Igreja Matriz de Santiago do Cacém • “Santiago Maior ” – Escultura madeira policromada e dourada, Escola Portuguesa, século XVIII, Igreja Matriz do Cercal do Alentejo; • “S. Bartolomeu” – escultura de pedra policromada, século XIV, Paróquia de São Bartolomeu da Serra: “S. Bartolomeu sustenta o livro na mão esquerda, segurando ao mesmo tempo uma cadeia que acorrenta o demónio. A mão direita aponta a figura diabólica. Apresenta vestígios de policromia e tem a cabeça desligada do corpo. Pequena imagem de paróquia rural, cumpre a sua função de combate às forças do Mal e aos inimigos da Fé, aqui simbolizados pelo demónio acorrentado. Pela época a que pertence, liga-se à conjuntura que produziu o relevo da igreja matriz de Santiago do Cacém. Citada nas visitações da Ordem, foi substituída por nova imagem após o terramoto de 1755” 52 52 José António Falcão e Fernando António Batista Pereira in “A Imagem gótica da Igreja de São Bartolomeu da Serra, Edição D.P.H.A. da Diocese de Beja, 1996” Versão Final 126 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 20 – Interior da Igreja de São Bartolomeu da Serra • “São Brás” – escultura de pedra policromada século XIV, Museu Municipal de Santiago do Cacém; • “Nossa Senhora da Conceição” – Bento Coelho da Silveira, 1680, óleo sobre tela, Igreja Matriz de Alvalade: “A representação da Mãe de Deus no papel de combatente pela fé católica, aniquilando o dragão, símbolo de heresia, tornou-se uma imagem suficientemente poderosa para impressionar os mais céticos e aprofundar a devoção mariana que, desde a Idade Média, se fazia sentir em crescendo. (...).”53 • “Adoração dos Pastores” de Francisco de Campos, 1550 /1560, óleo sobre madeira, Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém: “Ponto de encontro de muitos caminhos, este 53 José António Falcão in “A a Z Arte Sacra da Diocese de Beja”, DPHA da Diocese de Beja, 2006. Versão Final 127 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 painel ilustra à perfeição a arte maior de Francisco de Campos, mestre flamengo radicado em Portugal e que foi referência fundamental da primeira geração da nossa pintura maneirista”54 • “O Cristo de Santa Cruz”, Igreja Paroquial de Santa Cruz: “Obra saída da orbita da oficina de um escultor flamengo e que é portadora de uma qualidade superior dentro do panorama da escultura do Sul (…). A sua realização pode ter ocorrido até cerca de 1530, como resultado de uma provável encomenda dos vizinhos da paróquia (...). Em pleno século XVIII, correndo o ano de 1758, era descrita pelo pároco de Santa Cruz, com consideração e deslumbramento, sendo-lhe rendida homenagem nas seguintes palavras: «Que o seu orago he Santa Crux, no qual se acha esculpi/do hum admirável crucifixo firmado sobre a mesm/a Crux e tudo de pedra, que tem de altura quatro palmos» (…)”55 • “A Adoração do Santíssimo Sacramento de S. Francisco da Serra”, finais do século XVI/ inícios do século XVII, fresco da Igreja Paroquial de S. Francisco da Serra; No caso da pintura da edícula do altar-mor da igreja de S. Francisco da Serra (…) “encontramos uma presença central da custodia com a hóstia no altar-mor, sendo intencional a sua representação como um sol radiante, certamente modelada a partir de uma peça de ourivesaria, e o emolduramento circular destacado para a reforçar, composto pela descida do Espírito Santo (pomba envolta em resplendor) e pelos vários querubins. Além disso, também as duas figuras seculares que seguram turíbulos de incenso purificador (…) contribuem para a glorificação do tema. A data para a execução desta interessante representação iconográfica pode ser apontada para o último quartel do século XVI / primeiras décadas do século XVII e atribuída a um pintor regional, dadas as evidentes dificuldades formais que apresenta, devendo ser das poucas que restam sobre esta 54 55 José António Falcão in “A a Z Arte Sacra da Diocese de Beja”, DPHA da Diocese de Beja, 2006. Carlos Manuel V. N. Sobral in Gentes e Culturas, “ Freguesia de Santa Cruz, Edição LASA, 2003 Versão Final 128 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 temática. No entanto não deixa de ser uma obra valorizadora do património fresquista do Alentejo”. 56 • “Adoração dos Pastores” e “Adoração dos Reis Magos”, José de Escobar, finais do século XVI / inícios do século XVII, óleo sobre madeira, Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém: “ Os dois painéis epi-maneiristas que o operoso mestre eborense José Escobar realizou para um desmembrado retábulo de Santiago do Cacém, datáveis da transição do século XVI para o XVII, constituem um bom testemunho da produção pictural tridentina no Alentejo meridional”.57 • “Senhor Morto” – Escola Portuguesa, século XVII, escultura de madeira policromada, Igreja Matriz do Cercal do Alentejo: “(...) Aqui o corpo sem vida de Cristo guarda-se em caixão próprio, com tampo de forma abaulada, que está colocado num aposento atrás do retábulo do altar-mor (...) De mãos cruzadas sobre o peito, num sinal de anuência face á vontade do Pai, e tendo o rosto ainda marcado pelo ricto doloroso, a figura jacente é, no vigor das suas formas, um impressionante testemunho das capacidades expressivas dos nossos imaginários do Tardo-Maneirismo.”58 • “Relicário do Santo Lenho” - Trabalho português, século XIV (inícios), chapa do reverso da cruz interior; Século XVI (final) / século XVII (inícios), relicário; Prata, vidro, rubis, quartzos, madeira, cera, lacre, osso, cobre, papel; Tesouro da Colegiada/ Igreja Matriz de Santiago do Cacém. “O relicário do Santo Lenho chegou praticamente íntegro aos nossos dias, tendo escapado a diversas vicissitudes (...) Confiada durante mais de cinquenta anos à guarda de uma família cristã e hoje adstrita ao Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém, a peça continua a ser um dos sinais fundamentais da identidade deste Concelho”59 56 Carlos Manuel V. N. Sobral in Gentes e Culturas, “ Freguesia de S. Francisco da Serra, Edição LASA, 2003 José António Falcão, “Entre o Céu e a Terra, Arte Sacra da Diocese de Beja”, Parte II do Tomo II, D.P.H.A. da Diocese de Beja, 2000. 58 José António Falcão in “A a Z Arte Sacra da Diocese de Beja”, DPHA da Diocese de Beja, 2006. 59 Entre o Céu e a Terra, Arte Sacra da Diocese de Beja”, Parte II do Tomo II, D.P.H.A. da Diocese de Beja, 2000. 57 Versão Final 129 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 • “Casula” – trabalho italiano, século XVIII (finais), veludo, seda algodão, Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém: “Este sebasto do dorso de uma casula da Colegiada de Santiago do Cacém, (...) ostenta uma cartela com a figuração do Agnus Dei. A combinação das variações das diferentes cores das sedas e dos pontos sobre o fundo de veludo define magistralmente o desenho de base e o seu preenchimento, como se se tratasse de uma pintura feita com tecidos”. • “Nossa Senhora da Conceição” – Escola Portuguesa, século XVIII (finais), escultura de madeira policromada, dourada e estofada, Igreja Matriz de Santiago do Cacém: “ (...). Sem se afastar, nas suas linhas gerais, da opção figurativa então em voga, mas oferecendo uma síntese entre modernidade e tradição em que ainda pervivem as reminiscências da imaginária seiscentista, projeta – dentro de certa elementaridade plástica – um peculiar sentido da expressividade mística do tema”.60 • “Ex-voto marítimo” – trabalho português, início do século XIX, madeira, cortiça, papel e rede, Igreja Paroquial de Santo André: “De acordo com a tradição que ainda hoje faz vir lágrimas aos olhos das pessoas antigas da freguesia que a sabem narrar, o referido Francisco Caniço saiu um dia para a pesca num barco de que era um dos responsáveis, com mar bonançoso, mas este começou subitamente a ficar revoltoso, sulcado por vagas de grande altura. (...) Não obstante as dificuldades, lograram regressar todos sãos e salvos. Em sinal de gratidão, o mestre satisfez o voto, construindo ele mesmo (com a ajuda de familiares) uma réplica em escala reduzida da embarcação, que foi depois entregar, juntamente com outros óbolos, à igreja paroquial (...) ”61 • “Serviço dos Santos Óleos” – marca de garantia da Contrastaria de Lisboa e marca do ourives Manuel Pinto de Lima, 1938, prata, Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém: “Este conjunto de alfaias destinadas á unção com os Santos Óleos – Santo Crisma, Óleo dos Catecúmenos e Óleo dos Enfermos – representa um dos momentos altos da 60 61 José António Falcão, in “As Vozes do Silêncio, Imaginária Barroca da Diocese de Beja”, ESTAR editora. José António Falcão in “ As Formas do Espírito, Arte Sacra da Diocese de Beja”, Tomo II, Beja 2003. Versão Final 130 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 ourivesaria lisboeta da década de 1930. (...) Não menos importante foi o seu significado para Santiago do Cacém: depois dos momentos difíceis vividos durante a I República, a comunidade cristã local conheceu um período de renascimento que se traduziu na aquisição de diversas peças litúrgicas, incluindo as presentes”.62 1.2.4.2.2 - PATRIMÓNIO FOTOGRÁFICO – JOSÉ BENEDITO HIDALGO DE VILHENA “José Benedito Hidalgo de Vilhena, de descendência espanhola pelo lado materno, nasceu em 1870 e morreu em 1943. Viveu o crepúsculo do estado liberal. Tempo de convulsões, assistiu ao entusiasmo e às expectativas que a República trouxe aos trabalhadores da terra; conheceu o esvaziar dramático dessas ilusões e o chegar da Ditadura Militar, e, por fim, a institucionalização do Estado Novo de Salazar. (...) Como fotógrafo deixou-nos um importante legado, infelizmente muito disperso e fragmentado. A tradição oral aponta-o como fotógrafo premiado. Um segundo lugar num concurso nacional de fotografia, cujo vencedor inevitável teria sido o próprio rei D. Carlos, também ele, como se sabe, amante da fotografia” 63 “Em José Benedito Hidalgo de Vilhena não é o retrato que predomina, mas o instantâneo, mesmo que um instantâneo suscitado. Hidalgo de Vilhena preferiu à pose do retrato oficial ou de família, a fotografia – documento, testemunho histórico de um tempo e de um espaço próprios. As fotografias constituem, por isso, documentos insubstituíveis para um conhecimento mais amplo e mais profundo de Santiago do Cacém, nas décadas de viragem do século. Somo-lhes, hoje, devedores desse conhecimento. 62 63 José António Falcão in “A a Z Arte Sacra da Diocese de Beja”, DPHA da Diocese de Beja, 2006 João Madeira, Portfólio José Benedito Hidalgo de Vilhena Versão Final 131 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Dos seus documentos, verdadeiras imagens-texto ficaram-nos os ambientes, os rostos, os gestos, elementos que nos envolvem, que nos suscitam emoções.” 64 1.2.4.2.3 - O CANTE ALENTEJANO “O Cante é o nosso património mais valioso, um elemento aglutinador das espiritualidades alentejanas, uma verdadeira argamassa que nos liga a todos e cada um de nós, a um imaginário sócio cultural coletivo e, por essa via, constitui-se como um verdadeiro farol da nossa 65 identidade”. Grupo Coral da Casa do Povo de Cercal do Alentejo O Grupo Coral do Cercal do Alentejo nasceu a 1 de maio de 1974, com o intuito de interpretar e dignificar a “moda alentejana”. Conta atualmente com 20 elementos, todos homens, com idades compreendidas entre os 48 e os 76 anos. As “modas” ou “corais majestosos” “são canções a duas, três ou quatro vozes, «feitas» pelo povo alentejano, e cantadas por grupos de cantadores, simples ou mistos, em geral constituídos só por homens, que se reúnem espontaneamente, especialmente nos dias de festa, para esse fim”.66 64 Fotografias de José Benedito Hidalgo de Vilhena 1870/1943, Associação Cultural de Santiago do Cacém J.F. Colaço Guerreiro in, Moda – Associação do Cante Alentejano, 2002 /http:// cantoalentejano.com 66 Ernesto Veiga de Oliveira in Música Popular Polifónica Vocal – O Cante Alentejano, http:// cantoalentejano.com 65 Versão Final 132 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 21 – Grupo Coral da Casa do Povo do Cercal do Alentejo 1.2.4.2.4 - OS GRUPOS FOLCLÓRICOS LOCAIS "Um grupo folclórico (ou rancho folclórico, etnográfico) é por inerência da sua constituição uma força ao serviço da investigação, defesa e promoção dos valores patrimoniais da comunidade em que se insere, no campo específico das tradições orais. Orais e não só, na medida em que estas se 67 articulam com registos escritos e materiais.” O Rancho Folclórico Ninho de uma Aldeia O Rancho Folclórico Ninho de Uma Aldeia foi criado em fevereiro de 1978, em S. Bartolomeu da Serra, concelho de Santiago do Cacém. “A intenção do Grupo é ser digno representante das tradições da região em que se encontra inserido. O Rancho apresenta hoje, na sua totalidade, músicas recolhidas no nosso concelho. Exemplo disso são as Valsas, as Meias-Passadas, Palminhas, Bailes de Roda, Corridinhos Rasteiros, e, não podia deixar de ser Valsas Mandadas, música que só se dança nos concelhos de Santiago do Cacém e Grândola. As canções que acompanham algumas das músicas são também elas recolhidas no concelho de Santiago do Cacém – Ricotum, Vai de Centro ao Meio, Palminhas, etc. Os seus trajes são reproduções fiéis da forma de trajar de há mais de 80/90 anos no concelho de Santiago do Cacém. 67 António Magalhães Cabral, Grupos de Folclore e Música Popular e Tradicional, in www.folcoreonline.com Versão Final 133 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Apresenta os trajes de trabalho: Pastor, Vaqueiro, Ceifeira de Trigo, Ceifeira de Arroz, Padeira, Tirador de Cortiça, Taqueira e Molheiros; E trajes domingueiros e de cerimónia, tais como: Noivos, Padrinhos de Casamento, Marchante, Traje de Ver a Deus e Trajes Domingueiros e de Romaria. O Rancho leva a efeito, anualmente, um Festival de Folclore, que traz ao concelho de Santiago, Ranchos Folclóricos de outras regiões, fazendo assim o intercâmbio de culturas e tradições e patrocinando às populações das freguesias onde se realizam os Festivais, momentos de grande 68 espetáculo”. O Grupo de Dança da Valsa Mandada do Centro de Dia de S. Francisco da Serra “O grupo de Dança da Valsa Mandada do Centro de Dia de S. Francisco da Serra tem como objetivo preservar a tradição e a identidade cultural das gentes de S. Francisco da Serra. A Valsa Mandada, o “baile mandado” a “mandadinha” é uma dança típica que se dança em roda, ao som dos mandos de um dos pares, desde há duas centenas de anos, nas chamadas “funções”, ou seja, nos bailes realizados em casas particulares, quando se contratava um acordeonista para animar a festa. Dançava-se sobretudo no Litoral Alentejano, nas “ funções” que não eram mais do que bailes, festas organizadas em casas particulares, nos montes., eram frequentemente organizadas no inverno. No verão, bailava-se nas “ Festas dos Mastros”, nas “Festas das Fontes”, nas festas de celebração da quinta-feira da Assunção, do 1º de maio. Era uma dança popular, do povo para o povo com um objetivo recreativo e social. As várias “modas” ou “toques” como o da “valsa mandada”, o”toque e meia”, as “palminhas”, a “ meia passadinha, o “corridinho”, o “ corridinho da azenha”, a “ marcha da entrada” e “ marcha de saída” são interpretados, alguns, em forma de roda (em par), e outros em forma de quadrilha (em 68 Folheto de divulgação do Rancho Folclórico Ninho de Uma Aldeia Versão Final 134 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 grupo). Por seu turno, determinado tipo de “mandos”, contribuem para compor a coreografia. Um aspeto característico desta dança é o facto de incluir “mandadores” que vão ditando os “ mandos” que os restantes elementos do grupo tem de dançar. (...) A música serve a dança. O que se dança na música é o ritmo e não a melodia. O acompanhamento musical, proporcionado pelos acordeões ou mesmo por realejos, pelas concertinas, de 2 ou 4 escalas, é essencialmente rítmico”69 1.2.4.2.5 - O MOVIMENTO ASSOCIATIVO, PATRIMÓNIO SOCIAL DO MUNICÍPIO “ (...) Ao longo de 150 anos, as associações, vivendo do empenhamento, da conjugação de vontades e de inteligências de gerações de dirigentes, de animadores, de militantes associativos, no mais puro e límpido sentido que o termo pode ter, foram como barcas flutuando, naufragando, ressurgindo no vendaval do tempo”.70 A Sociedade Harmonia A Sociedade Harmonia constitui a primeira entidade associativa do Município. Sediada no centro histórico de Santiago do Cacém, mantém a sua atividade após mais de 165 anos de vida: “A sua criação em 1847, ou talvez antes, simboliza como que o abrir de um novo tempo, o arranque da contemporaneidade encarado de um ponto de vista social (...) Velhas e novas aristocracias, negociantes e proprietários endinheirados, alicerçam uma nova noção de comunidade numa ideia de progresso e de desenvolvimento a que a paz regeneradora dará expressão ao longo do terceiro quartel do século XIX, fechando as feridas que o processo de institucionalização do liberalismo político gerara, com o cortejo de guerras civis, revoluções e tumultos”. 71 69 Teresa Castro Roque, 2004. In Gentes e Culturas, “ Freguesia de S. Francisco da Serra. Edição LASA. João Madeira, 2000, “Janelas de luz no negrume da vila, 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém” in Cadernos de Estudos Locais 1. 71 João Madeira, “Janelas de luz no negrume da vila, 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém” in Cadernos de Estudos Locais 1, 2000. 70 Versão Final 135 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 22 – Folheto de divulgação do Teatro Harmonia, 1933 Com o objetivo de promover o convívio entre sócios, a leitura, a música, o teatro e os “ jogos permitidos por lei”, a Sociedade Harmonia inaugurou a sua nova sede e o seu teatro nos anos sessenta do século XIX: “É o tempo das operetas – “Amor e Ódio, em 1897, “No reino das flores” em 1899 (...). É também o tempo da atuação da banda (...). A identidade da Sociedade Harmonia está assim marcada pelo seu caráter de elite, mas também por uma atividade que desde cedo deixou de se restringir a um pequeno número de associados ou a uma atividade como mera sala de encontro, de convívio e de jogo. As atividades primeiro musicais mas, depois e fundamentalmente, ligadas ao teatro e ao canto, como ao cinema, e, em menor escala, também à dança, constituem um traço definitório claro, que lhe permitiu que fosse durante largas décadas e não obstante as conjunturas, os circunstancialismos ou os regimes Versão Final 136 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 políticos, um pólo cultural de importância fundamental em Santiago do Cacém mas, desde a viragem do século um pólo entre outros, ainda que porventura o mais importante” 72 As Bandas de Música em Santiago do Cacém “Antes de 1920, houve em Santiago do Cacém, 2 bandas de música conceituadas, a Harmonia pertencente à Sociedade Harmonia e a Recreativa, pertencente à Sociedade recreativa ou Pantanas (…). Nos meados de 1924, é criada a atual banda, com a direção entre outros de António Jacinto Costa, que por volta de 1920, cria a Tuna Musical. A banda teve a sua primeira atuação no palco da Sociedade Harmonia, no Natal de 1924 e a primeira saída à rua, no 1º de janeiro de 1925. Funcionou durante vários anos, no Salão da Sociedade Harmonia, com o nome de Filarmónica União Artística. Por divergências com a Direção da Harmonia, foi intimada a sair das suas instalações, passando por diversas casas, até ficar na atual sede da Sociedade Recreativa, ficando como Filarmónica União Artística da Sociedade Recreativa (…)”.73 De Santiago para as aldeias “Mais tarde, uns bons anos mais tarde, é que se começarão a constituir outras associações, também nas aldeias, mas adquirindo a forma de clubes desportivos. O Sporting Clube Abelense, em 1933, a Sociedade União Desportiva e Recreativa Cercalense, em 1936, o União Sport Clube, em 1938, o S. Domingos Futebol Clube, em 1939, a Sociedade Recreativa de S. Francisco em 1952, entre outras mais recentes. (...) Está por fazer a história (...) (de) todo o processo de construção das identidades associativas, do fervor clubístico que é parcela ou expressão da identidade comunitária, que em meados do 72 João Madeira, “Janelas de luz no negrume da vila, 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém” in Cadernos de Estudos Locais 1, 2000. 73 António Cipriano. Alguns apontamentos sob a existência de Bandas de Música em Santiago. Gentes e Culturas, “ Freguesia de Santiago do Cacém. Edição LASA, 2004 Versão Final 137 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 século está a atingir os meios pequenos, pois se são de clubes de aldeia que se trata na maior 74 parte dos casos“. O associativismo de classe Quanto ao povo mais pobre e mais humilde, “esses terão antes, nas associações de classe, o local das suas novas sociabilidades, num contexto embebido num caldo cultural de cariz radical, largamente influenciado pelas ideias anarquistas e anarcossindicalistas, mas exteriores à vila, como que envolvendo-a, cercando-a, com as importantes, embora fugazes, associações de trabalhadores rurais nos Escatelares ou em Santo André, mas também no Cercal ou em S. Domingos.” 75 Ao mesmo tempo que o Estado Novo controlava os movimentos autónomos do associativismo, através de uma apertada tutela politico administrativa dissuasora de qualquer foco de desordem, surgiam no Município as Casas do Povo, como tentativa de afirmação da doutrina corporativista do Estado: “Na constelação dos organismos corporativos, marcando o terreno dos meios rurais, concebiam-se as Casas do Povo, com pretensões de eficácia plena na prevenção da conflitualidade e exprimindo o enlace entre assalariados e proprietários, entregando a sua direção aos grandes proprietários e repousando a gestão diária em funcionários burocráticos da estrita confiança política“. (...) “Na realidade o movimento de criação de Casas do Povo em Santiago do Cacém, imposto, como por todo o País, de cima para baixo, estende-se por um período dilatado de tempo a partir dos anos trinta. A Casa do Povo de Santiago do Cacém cria-se em 1937, a do Cercal em 1939, a de S. 74 João Madeira, “Janelas de luz no negrume da vila, 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém” in Cadernos de Estudos Locais 1, 2000. 75 João Madeira, “Janelas de luz no negrume da vila, 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém” in Cadernos de Estudos Locais 1, 2000. Versão Final 138 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Domingos e da Abela em 1942 e a de Alvalade em 1943. A quadrícula do terreno ficará assim 76 praticamente coberta” (...) 76 João Madeira, “Janelas de luz no negrume da vila, 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém” in Cadernos de Estudos Locais 1, 2000. Versão Final 139 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 O associativismo na democracia As profundas alterações na sociedade portuguesa decorrentes da Revolução de abril de 1974 e da nova ordem democrática permitiram novos horizontes ao associativismo local, cuja investigação histórica se encontra por fazer. Destacam-se contudo, pela sua relevância, os movimentos protagonizados pelas associações de moradores, sobretudo nas zonas rurais do Município, cuja intervenção se orientou especialmente para a melhoria das condições de vida das comunidades locais, mas com um papel igualmente relevante na valorização das identidades locais, de que são exemplo as festas populares tradicionais. Este movimento gerou ainda um vasto conjunto de património edificado, maioritariamente concretizado com trabalho voluntário e apoio das autarquias locais, composto por uma vasta rede de salões comunitários, vulgarmente designados “Casas de Convívio”. 1.2.4.2.6 - OUTRAS EXPRESSÕES ARTÍSTICAS NA ATUALIDADE Nos domínios da música, artes plásticas, dança, teatro, entre outros, encontramos vários intérpretes e criadores com estreitas ligações ao Município, alguns com projeção internacional, como é o caso de António Chainho, mestre da guitarra portuguesa, H. Mourato, pintor, ou o Grupo de Teatro Ajagato. Não sendo possível incluir uma descrição rigorosa e exaustiva das obras e dos seus autores, optamos pela simples sinalização deste domínio, cuja importância patrimonial não é menor que as restantes áreas assinaladas. Versão Final 140 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.2.4.3 - PRÁTICAS SOCIAIS, RITUAIS E EVENTOS FESTIVOS 1.2.4.3.1 - OS CULTOS RELIGIOSOS E AS FESTIVIDADES POPULARES O culto dos Santos “Exemplos a imitar e a venerar mas também intermediários privilegiados no relacionamento entre o Céu e a Terra, os santos ocuparam – sobretudo a partir dos finais da Idade Média – um lugar de relevo na vida quotidiana das populações do Baixo Alentejo. Com efeito, quer oferecendo um amparo quando surgem situações difíceis, quer pautando o avanço do calendário, quer ainda servindo de pretexto para a realização de festividades e romarias, eles são sempre uma presença próxima e acessível“. 77 O culto de Santiago Em Santiago do Cacém, o culto de Santiago, Apóstolo (Santiago Maior), Peregrino e Guerreiro (Santiago Mata Mouros) adquire uma amplitude histórica e religiosa de extrema relevância, dando o nome à sede do Município e à sua Igreja Matriz e fixando o seu feriado municipal no dia 25 de julho, dia litúrgico do santo. “O apóstolo Santiago Maior, filho de Zebedeu e Salomé e irmão de São João Evangelista, nasceu na Galileia. Pescador, tornou-se um dos discípulos mais destacados de Jesus. Sofreu o martírio em Jerusalém no ano 44. A tradição aponta-o com o evangelizador da Península Ibérica e diz ter recebido em Saragoça a aparição de Nossa Senhora do Pilar. Desde os meados do século IX que lhe é prestado o culto em Santiago de Compostela, local para onde terão sido levadas as suas relíquias. 77 Introdução de Parte V - A Corte Celestial, in “Entre o Céu e a Terra, Arte Sacra da Diocese de Beja, Tomo III, D.P.H.A. da Diocese de Beja, 2000. Versão Final 141 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Santiago aparece geralmente representado como apóstolo, peregrino ou guerreiro. Este último tipo, o mais difundido no Sul de Portugal, recorda a lenda da sua aparição na batalha de Clavijo, em 834, triunfando sobre os Mouros. Padroeiro das Espanhas, deu também nome a uma Ordem militar que teve importante papel na Reconquista. Os seus principais atributos são a vieira, o bastão, o chapéu e a cabaça de peregrino, a que se juntam por vezes o livro (símbolo dos apóstolos) e a palma (símbolo dos mártires). Como cavaleiro, empunha uma espada.”78 O culto do Santo Lenho “ (...) D. Vataça fez reedificar, presumivelmente ao redor de 1315, a igreja matriz de Santiago do Cacém, a principal povoação dos territórios que recebera, em 1310, por escambo com a Ordem de Santiago da Espada. Mais tarde dotou-a de diversos fragmentos do Santo Lenho, além de vestígios de ossos de um ou vários santos cuja identidade se desconhece, combinação habitual nas estaurotecas coevas (...). Estas relíquias foram alvo, desde a época medieval, de intenso culto na região, o que levou a atribuir o nome de Santa Cruz, decerto por influência da donatária, a uma pequena paróquia rural localizada nas imediações de Santiago do Cacém”. (...). “A expansão do culto das relíquias no séc. XVI levou a que, em data indeterminada da mesma centúria, se instituísse a Confraria do Santo Lenho, que ficou com a responsabilidade da capela da mesma invocação. (...) Em ocasiões de calamidade pública, especialmente nos anos em que a agricultura perigava por escassez de chuva, era costume fazer-se uma procissão com o relicário do Santo Lenho, a requerimento dos lavradores (...) Os habitantes do termo de Santiago do Cacém tinham uma fé inquebrantável na intervenção das relíquias durante estas circunstâncias dramáticas (...)”79 78 Exposição no caminho sob as estrelas – Santiago e a peregrinação a Compostela / Igreja Matriz, memória descritiva da Exposição, in www.presidencia.pt/ arquive. 79 José António Falcão, Relicário do Santo Lenho in “ Entre o Céu e a Terra, Arte Sacra da Diocese de Beja”, Tomo II, D.P.H.A. da Diocese de Beja, 2000. Versão Final 142 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 O culto a Nossa Senhora Presente desde a fundação de Portugal, o culto mariano está fortemente entrosado na cultura alentejana, constituindo, segundo D. Manuel Franco Falcão, Bispo Emérito de Beja, “a mais clara expressão de religiosidade popular das gentes da Diocese de Beja”. 80 No Município subsistem algumas expressões desta devoção, que em épocas passadas adquiriu grande relevância, marcando decisivamente as vivências sociais destas comunidades. São diversas as igrejas e santuários em honra de Nossa Senhora, povoadas com as imagens que concretizam as suas múltiplas invocações: N.ª Sr.ª da Conceição no Cercal do Alentejo e Nossa Sr.ª da Bica na mesma freguesia, Nossa Senhora – A Bela na Abela, Nossa Sr.ª do Livramento em S. Francisco da Serra, N.ª Sr.ª do Monte em Santiago do Cacém ou N.ª Sr.ª da Graça perto de Santo André. O seu culto integrava, tradicionalmente, festividades anuais, por vezes com romarias, quase sempre com missa e procissão com a imagem. Reportando-se à primeira metade do século XX, Maria Assunção Vilhena documentou desta forma as Festas de Nossa Senhora da Graça e as Festas de Santa Cruz: Festa da Nossa Senhora da Graça “ … Aquela romaria que sempre conheci com grande afluência de gente de todas as idades. (…) Víamos pagar as promessas (…). A festa começou por se realizar na 2ª oitava de Pentecostes mas depois mudou para o último domingo do citado mês. Na minha infância, a maior parte das pessoas tinham como meio de transporte carros de besta, que estacionavam na parte sul do recinto, cada um procurando a melhor sombra, onde, depois da missa, se comiam abundantes farnéis. Do lado norte, as principais estruturas ficavam feitas de 80 In Rosa Mystica Nossa Senhora na Arte do Sul de Portugal, Exposição no Tesouro da Catedral de Ratisbona, dezembro 1999 fevereiro 2000 Versão Final 143 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 véspera: um coreto de madeira, onde a banda da vila tocava e a barraquinha da quermesse. Uns ao lado dos outros, arrumavam-se, de manhã, os carros de vinho da Vidigueira, os carros das mulheres das pataniscas de bacalhau e os vendedores de pirolitos. O centro do recinto era destinado à procissão que, antes de recolher, dava a volta à capela. Esta estava enfeitada com lindas flores e a imagem da Senhora chegava ao fim do dia com as mãos cheias de fitas de várias cores, cada uma representando uma graça recebida. Nas paredes interiores estavam expostos muitos ex-votos (…). Fonte: CMSC Figura 23 – Festa da Nossa Senhora da Graça, Santo André Na bonita galilé, sobre uma mesa, estavam as fogaças, a maior das quais era a da Juíza que constava de vários pratos dentro de um grande tabuleiro: uma galinha assada, um pão, uma garrafa de vinho do Porto, um bolo grande bem decorado, um prato de fritos, etc.. Quando se fazia o leilão, a luta era renhida entre os jovens que queriam comprar aquela fogaça para se irem banquetear. Era geralmente depois da missa que começava o leilão, por vezes interrompido por Versão Final 144 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 causa da procissão que começava pelas 3 ou 4 horas. (…) O andor com a imagem da Senhora enfeitado com lindas flores, era seguido por várias crianças vestidas de anjo. A banda tomava parte na procissão tocando música sacra (…). Para o cortejo passar, tinha-se preparado com antecedência uma passadeira de verdura – junco, junça e rosmaninho – que ao ser pisada exalava um cheiro fresco, agradável (…). A comissão da festa era formada pela Juíza e por alguns senhores e meninas da vila. No fim de cada festa, o celebrante costumava anunciar quem tinha sido escolhido para organizar a festa do ano seguinte. Meninas da vila, com saquinhos ou cestinhos, vendiam pequenas medalhas com a efígie da Senhora da Graça presas num lacinho de fita de seda com um pequeno alfinete que pregavam na lapela dos homens ou nas blusas das senhoras”.81 Festa de Santa Cruz “ … O povo venera com mais fé Nossa Senhora, cuja imagem usa manto de cetim azul com galão dourado, substituído, de vez em quando, por voto feito por alguns fiéis. (…) A festa constava de missa, procissão, quermesse, leilão de fogaças e foguetes morteiros”. 82 As festividades populares Refletindo, em geral, o cruzamento de influências diversas, onde a religiosidade se mistura com outras dimensões culturais, as festividades populares constituem elementos fortemente identitários das comunidades locais. A título não exaustivo, referem-se mais alguns dos eventos festivos no Município, nos finais do século XIX e no desenrolar do século XX. 81 82 M. Assunção Vilhena, “Gente do Monte / Recordações da Infância”, ed. autor, Santiago do Cacém, 1997. M. Assunção Vilhena, “Gente do Monte / Recordações da Infância”, ed. autor, Santiago do Cacém, 1997. Versão Final 145 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 O Bôdo do Espírito Santo Em 1921, o Semanário local “O Petizinho”, dedicou a 1.ª página a esta festividade da vila de Santiago do Cacém que, à data, havia já sido interrompida há cerca de quarenta anos: “Era por excelência a festa mais ruidosa que aqui se fazia, em que havia muita fé, muita devoção e muita alegria (...).Constava o bôdo do seguinte: Talvez com uns 10 ou 12 dias de antecedência era preparada uma casa, que ainda hoje existe na rua das Almas, onde foi a loja do mestre Inácio, e ahi se peneirava e amassavam grandes quantidades de pão, e pelas senhoras mais distintas da vila, eram confecionados os fartes (bolos especiais para este bodo). Pelos dias seguintes iam chegando carradas de lenha que os lavradores ofereciam (...). Tudo trabalhava com afam e entusiasmo e no sábado chegava o gado que deveria ser abatido e que em alguns anos foram mais de quinze vacas; eram enchocalhadas e enfeitadas com fitas e flores e depois de presas por cordas, eram corridas pelas ruas da vila seguidas de enorme turba de rapazio (...) e depois de bem corridas para que o sangue não congelasse eram levadas ao matadouro e ali mortas, e aquele sangue quente, que d´elas brotava a jorros, era por tanta gente aproveitado, uns para curar uma chaga, outros para alivio de uma dor, enfim o sangue do Divino Espírito Santo, era com grande fé, o remédio para muito mal. Chega porém o domingo e no referido quintal a que já aludi vae grande balbúrdia na confeção do bodo; talvez mais de vinte azados são colocados ao lume de enormes fogueiras, ao som do rataplam dum tambor, e a um azado especial vão nessa tarde as senhoras da vila provar o cozido. Armam-se depois grandes mezas na praça Conde Bracial e ahi era servido o bodo, por senhoras e cavalheiros que S. Thiago tinha de mais distinto e prelongava-se esta festa quasi sempre até terçafeira onde toda a gente então ia em romaria à senhora da Graça, em muitas carretas todas elas Versão Final 146 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 enfeitadas de grinaldas de flores e assim terminava sempre com muita alegria, muita música e muita devoção”.83 Festas de S. Pedro Em Santiago do Cacém, nos anos 30/40 do século XX: “Era véspera da Festa do Santo – 28 de junho – ao fim do dia. (…) Fiquei espantada quando ouvi música de acordeão, acompanhando um homem que cantava quadras aos santos populares. Havia um grande movimento de gente, de um lado para outro, debaixo dos arcos com muitos balões acesos mesmo antes de escurecer. Ouvia-se o estralejar de bombas e rabisca – pés e o coreto, de alvenaria com claraboias, (…), estava preparado para a banda se exibir.”84 Os Mastros de promessa “O mastro de promessa é uma festa que se realiza nos meios rurais, onde se mistura o profano do baile com o religioso da prece, onde se paga a promessa ao Santo que “ouviu” as pessoas em hora de aflição. Os Santos a quem se usava prometer mastros eram: Santo António, S. João, S. Pedro, Santo Amaro, S. Sebastião, Santa Maria, Nossa Senhora das Neves, Nossa Senhora do Livramento.”85 O Mastro de Santo António-“Em Vale de Água realizam-se todos os anos as festas do Mastro de Santo António, nos dias 12 e 13 de junho. O mastro vai ao ar no dia 12 de junho, antes das 17 horas e mantém-se até ao final das festas, que acaba com um almoço oferecido a todos aqueles que aqui trabalharam. O mastro tem armação própria. Tem bandeiras, com imagens de Santo António e de Nossa Senhora. Os enfeites foram feitos em tecido de cor vermelha e branca.”86 83 “O Petizinho Semanário Literário e de Anúncios”, nº7, de 15.5.1921. M. Assunção Vilhena, “Gente do Monte / Recordações da Infância”, ed. autor, Santiago do Cacém, 1997. 85 Manuel João da Silva. 1993. O Mastro da Fonte do Lobo. Riqueza dos Falares Regionais II, 2ª Ed. CMSC. 86 Fonseca Santos, In Gentes e Culturas / Freguesia de Vale de Água. Edição LASA, 2003 84 Versão Final 147 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 24 – Mastro Tradicional As Festas de S. Romão As festividades tinham lugar no dia 9 de agosto e eram o evento mais importante da pequena comunidade agrícola e piscatória da Costa de Santo André. “Na véspera de S. Romão, pelo entardecer, começavam a chegar à praia, vindos a pé, de carroça e a cavalo, centenas de pessoas de aldeias próximas, de freguesias e concelhos vizinhos, que se iam espalhando pela areia da praia, enfrentando o mar agreste e assim esperavam o nascer do sol. No dia seguinte, havia mais gente na praia, e todos, novos e velhos, homens e mulheres, passeavam à beira do mar e molhavam os pés, eles de calças pelos joelhos e elas de saias arregaçadas. Versão Final 148 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 O resto do dia passava-se comendo e bebendo, conversando na praia e, pela noitinha, iam desaparecendo, também aos grupos, tal como tinham aparecido”.87 O Cortejo de Oferendas a favor do Hospital Conde do Bracial Em folheto divulgativo de 1946, os organizadores do evento – Meza da Misericórdia e Comissão Municipal de Assistência – apresentam, deste modo, a “manifestação coletiva de Caridade”, a ter lugar no dia 11 de agosto, em Santiago do Cacém: “Eis a organização do Cortejo: À frente, uma numerosa cavalgada, na qual tomarão parte algumas amasonas e cavaleiros da vila que se apresentarão com os seus trajes a rigor; segue-selhes a Meza da Misericórdia conduzida em carruagens tiradas por fogosas parelhas de cavalos; desfila depois a Corporação dos Bombeiros Voluntários no máximo da sua força (...) depois surgirá o carro da Caridade, no qual a figura da rainha D. Leonor, que foi a fundadora das Misericórdias, nos aparecerá simbolizado por uma linda rapariga (...) incorpora-se depois a Filarmónica União Artística desta vila, que irá executando alegres marchas; a seguir vem o Carro da Saudade, assim chamado, porque transportará as oferendas dos filhos da terra que vivem ausentes (...) passa depois o carro da Academia, tripulado por alunas e alunos do Colégio de S. José (...); agora é a vez dos desportistas locais, que num carro caprichosamente decorado, veem trazer uma afirmação de entusiasmo e mocidade ao cortejo (...); novo carro vistosamente enfeitado vai agora surgir, é a Orquestra Lusa, novo, mas já famoso agrupamento musical (...) Começam depois a desfilar as freguesias do Concelho. Vem na vanguarda a freguesia da Abela, logo seguida da de Alvalade, representadas pelas suas Comissões locais e que acompanham os seus carros de oferendas; depois vem o Cercal do Alentejo com a sua embaixada grandiosa, a fazer a demonstração do seu grande valor material e artístico (...); Santo André promete surpresas interessantes na sua apresentação; S. Bartolomeu, Santa Cruz e S. Domingos têm agora o seu lugar trazendo os seus valores para brilho do cortejo; e a fechar o desfile das freguesias vem a de 87 Gentes e Culturas – Freguesia de Santo André – Edição LASA, outubro de 2004 Versão Final 149 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 S. Francisco da Serra, que prometeu enviar o seu Grupo Folclórico sob a direção de Manuel Malhadais. Após a passagem das freguesias, vem um lindo carro, cheio de arte e bom gosto, alusivo à Indústria e Comércio, traz na cauda os carros com oferendas destas atividades locaes, depois é o rosário interminável dos carros das casas agrícolas, e todos aqueles veículos que transportam oferendas, e por ultimo a fechar o cortejo, um interessantíssimo carro alusivo ao ornamento característico da nossa cumeada “os Moinhos”. (...) À noite, no recinto das festas dos Bombeiros Voluntários, realiza-se grandioso festival em honra dos forasteiros, revertendo o producto líquido a favor do Hospital Conde do Bracial”. 1.2.4.3.2 - O CAMINHO DE SANTIAGO “O Caminho de Santiago é constituído pelos diferentes itinerários utilizados, ao longo dos séculos, pelos peregrinos a Santiago de Compostela, sulcando praticamente toda a Europa, de Norte a Sul e de Este a Oeste. A peregrinação ao túmulo de Santiago marcou, logo a partir dos seus primórdios, no século IX, a identidade europeia. Atingiu o apogeu na transição da Idade Média para a época moderna. Após alguns momentos de crise, voltou a ganhar vigor na segunda metade do século XX. Hoje permanece bem presente no quotidiano do velho continente, adquirindo uma dimensão internacional cada vez mais notória e sendo percorrido por milhões de pessoas todos os anos. Declarado Primeiro Itinerário Cultural Europeu (1987) e Património da Humanidade em Espanha (1993) e França (1998) o Caminho de Santiago, embora fiel a raízes plurisseculares, não deixa de ser uma realidade em constante evolução”. 88 88 In http://www.snpcultura.org Versão Final 150 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 25 – Peregrino junto à Igreja Matriz de Santiago do Cacém “Por aqui (Igreja Matriz de Santiago do Cacém) passam, desde a Idade Média, peregrinos a caminho de Compostela. Uns vinham do Promontorium Sacrum (Promontório de Sagres), outros vinham de Espanha e atravessavam o Alentejo, zona mais plana e segura que a meseta ibérica. Alguns eram gente importante, mas a maioria era gente anónima, despojada de bens, com lugar “reservado” na missa para trás da coluna que ainda tem gravado na pedra PAUCI, pobres, em latim.” 89 Santiago do Cacém e a Igreja Matriz, referências do Caminho “A região de Santiago do Cacém possui uma profunda vinculação ao culto de Santiago Apóstolo, ao Caminho de Santiago e à Ordem Militar de Santiago de Espada (aqui estabelecida desde o século XIII até à sua extinção, em 1834). O Caminho de Santiago constituiu, após a queda do Império Romano, uma estrutura fundamental para a circulação de pessoas, bens e ideias por todo o continente europeu. 89 Costa, José Constantino – Igreja Matriz de Santiago do Cacém ”, in Revista Itinerante nº 3, 2010. Versão Final 151 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Santiago do Cacém deve o seu nome e boa parte da sua prosperidade precisamente à ligação à devoção de Santiago Maior e à passagem dos peregrinos, que tinham na igreja matriz desta localidade (notável edifício da época gótica, encastrado no conjunto do castelo e da autoria de um arquiteto aragonês ou catalão) um santuário complementar no seu itinerário para Compostela e dispunham de outras infraestruturas de acolhimento, como o Hospital do Espírito Santo. A Ordem Militar de Santiago, que recebeu extensos territórios na região após a Reconquista, tomou também a seu cargo a proteção e o apoio espiritual aos peregrinos, cuja circulação significava riqueza e importância política e religiosa, mas exigia também assistência. O segmento do Caminho de Santiago que passava pelo Alentejo Litoral caiu no esquecimento a partir das invasões francesas, nos inícios do século XIX, mas tem-se notado um gradual recrudescimento da passagem dos peregrinos, sobretudo a pé, a cavalo e de bicicleta, que vêm solicitar na igreja matriz de Santiago do Cacém e noutros templos da zona a aposição da “Compostelana” (carimbo que atesta a passagem, para poderem obter benefícios espirituais) no Passaporte do Peregrino”.90 “A partir da década de 90 “começaram a surgir, de novo, os peregrinos a Santiago do Cacém (…). Com o incremento da passagem dos peregrinos, veio a consciência de que se estava perante o regresso de um fenómeno plurissecular e, em virtude disso, a necessidade de investigações profundas. Os diversos estudos realizados a partir de 1993 puseram a descoberto um segmento do Caminho, vindo do antigo “ Promontorium Sacrum”, o Cabo de São Vicente, que entrava no Alentejo em Odeceixe, continuava por Odemira e Cercal e tinha uma referência primordial em Santiago do Cacém. (…). A igreja Matriz de Santiago do Cacém, referência do Caminho, tornou-se célebre pelas relíquias do Santo Lenho que a princesa bizantina D. Vataça Lescaris, neta do imperador de Niceia, nela depositou em inícios do século XIV. Devota do apóstolo, esta nobre senhora contribuiu para incrementar o seu culto, fazendo reedificar a matriz e dotando-a, além dos preciosos fragmentos 90 Exposição no caminho sob as estrelas – Santiago e a peregrinação a Compostela / Igreja Matriz, memória descritiva da Exposição, in www.presidencia.pt/ arquive. Versão Final 152 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 da Cruz de Cristo e outras relíquias, de alfaias preciosas. Deve-se-lhe também, provavelmente, a ereção do hospital do Espírito Santo, destinado ao acolhimento dos pobres viandantes. A igreja de Cacém constituiu, em várias épocas, um centro difusor do culto de Santiago, existindo variados testemunhos históricos e artísticos que apontam nesse sentido. Se a devoção ao “Mata – Mouros” se encontra patente no alto-relevo encomendado c. 1330 a Telo Garcia, obra – prima da arte do tempo de D. Dinis, nos trabalhos de valorização do monumento que tiveram lugar em 2007 identificámos, lavrada num arco da nave sul, a efígie do apóstolo como peregrino. O facto de estar situado justamente no alinhamento da antiga capela do Santo Lenho, onde os transeuntes vinham venerar as relíquias da Vera Cruz, não deixa de ser expressivo. Este percurso litoral continuava por Grândola e, transposto o rio Sado, tinha uma referência importante em Alcácer (...) ” 91 Do Cercal do Alentejo a Santiago do Cacém “ (...). O percurso faz a ligação entre duas localidades do Baixo Alentejo – mais concretamente entre as suas igrejas matrizes – com inúmeras referências à passagem de peregrinos: Cercal e Santiago do Cacém. A maior parte do Caminho decorre em zonas agrícolas, com pisos de terra, com paisagens de grande beleza e com largos horizontes. Também tem uma componente forte de alcatrão, pela antiga Estrada Real, estreita, arborizada e muito agradável de percorrer, devido à paisagem circundante. É uma etapa de grande extensão, com um pouco mais de 31 km (...)”.92 1.2.4.3.3 - OS JOGOS TRADICIONAIS Os jogos tradicionais constituem um elemento precioso para o conhecimento da cultura local, sendo eles próprios “factos sociais totais”, que refletem a cultura e organização social das comunidades, as suas relações sociais, tradições, mitos e superstições, expectativas e interesses. 91 92 José António Falcão, “Caminhos de Santiago, caminhos do mundo”, in Revista Itinerante nº 3, 2010. In revista Itinerante, nº3, 2010. Versão Final 153 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Dos escassos estudos identificados sobre este domínio, regista-se o profundo entrosamento das atividades lúdicas com o trabalho rural, no início do século XX, mesmo nos momentos festivos ou de descanso: “A ceifa do centeio ou do trigo era um trabalho muito cansativo, feito manualmente, durante horas a fio, debaixo de um sol ardente. Todavia, (…) ainda havia disposição entre os rapazes e raparigas do rancho para cantarem ou realizarem brincadeiras e partidas humorísticas durante a faina, bem com organizarem jogos e bailaricos após o trabalho.”93 A maioria dos trabalhos rurais coletivos desenvolvia-se com momentos lúdicos, por vezes indissociáveis da atividade laboral. Havia jogos da monda, da ceifa e da malha, da apanha da azeitona ou da matança do porco. Momentos de aprendizagem e de expressão criativa, os jogos constituíram, na época em causa, uma importante oportunidade de diálogo cultural para os nossos antepassados: “Quando permaneciam nas Herdades (os Beirões), em grupos de 12 ou 15, animavam e alegravam muito os Montes pois que, nos dias santificados, pelos Santos, Natal, Ano Novo, Reis, Carnaval e Páscoa, organizavam folguedos alegres com as suas danças, cantares, jogos característicos, inteiramente distintos dos do folclore alentejano. Foram eles que, em grande parte, ajudaram a desbravar a charneca alentejana que passou à História” 94 Em contextos mais urbanos, nas vilas e nas aldeias, os jogos eram igualmente, à época, uma constante nas tabernas e cafés, nas sociedades recreativas, nas feiras e eventos festivos e até nos serões familiares. A título de exemplo, transcreve-se uma descrição do jogo popular “ Carolino”: “Este jogo popular fora em tempos muito jogado em S. Domingos. 93 94 Mário Cameira Serra, “O Jogo e o Trabalho”, Edições Colibri. Inatel, 2ª edição, 2004 Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado. Versão Final 154 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Quase todas as tabernas e cafés tinham este jogo para ocupação dos clientes, já que na altura poucas eram as formas de entretenimento. Com regras muito simples, este jogo é fácil de disputar, consiste basicamente em colocar as malhas de metal em cima da tábua do jogo ou fazê-las introduzir nos buracos, cada um com pontuação correspondente, podendo ser disputado por várias pessoas ao mesmo tempo. O objetivo dos jogadores é tentar fazer maior pontuação, não podendo exceder os 24 pontos. Se algum dos jogadores ultrapassar essa pontuação, manda a regra que volte aos 15 pontos e daí volte novamente a fazer pontuação que lhe permita ganhar ou ficar melhor pontuado.” 95 1.2.4.3.4 - AS FEIRAS TRADICIONAIS “As feiras tradicionais, pelo menos aquelas que preservam de algum modo a sua identidade, continuam a ser um mostruário de antigos usos e costumes das gentes locais, do seu passado histórico e das suas tradições. São, por assim dizer, um livro aberto para todos os estudiosos da nossa cultura tradicional”96 As feiras constituíram uma das mais importantes instituições do período medieval em Portugal e quase sempre se relacionavam com as festividades religiosas. Segundo Manuel João da Silva, até ao final da primeira metade do século XX, as feiras tradicionais do Município desempenharam funções socioeconómicas fundamentais: “Cidade, vila ou simples povoação, a feira é sempre o principal acontecimento da localidade. Era a feira que punha as populações isoladas em contacto com os progressos. Ali, juntavam-se milhares de pessoas, com interesses diversificados: era o pregão dos vendedores, o lamento dos mendigos, a roda dos “ cavalinhos”, as gargalhadas da multidão. (...) 95 96 Marco Cardita in “ Gentes e Culturas, “ Freguesia de São Domingos. Edição LASA, 2004. Carlos Gomes, “ Feiras Tradicionais conservam velhas usanças” in www.folclore-online.com Versão Final 155 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A feira durava de dois a três dias. Entre os feirantes, havia o negociante ambulante, caso dos paneiros, os tendeiros, os louceiros, isto é negociantes que compravam mercadorias na fábrica e vinham vender na feira e os donos de oficinas, que produziam mercadorias para vender nas feiras.”97 No Município de Santiago do Cacém eram três as feiras mais características e mais antigas da região: a Feira da Abela, entretanto interrompida, a Feira do Monte, em Santiago do Cacém e a Feira de Santo André. “(...) O luxo dos lavradores era levar à feira a junta de bois mais gorda e bonita. Era o que se podia chamar uma exposição de gado. Aí se vendiam os produtos da terra, mas também os produtos algarvios: alcofas, capachos, sacos de empreita para os cereais. Os alentejanos com os molins, as albardas, as pigarças, as cangas… vários apetrechos que os lavradores precisavam para a sua lavoura. E mais: as mantas de Castro Verde, os safões, as pelicas o calçado … A feira era um pequeno mundo, onde estava representada a sociedade de então: o rico lavrador, o pobre mendigo, o “carteirista”, os artesãos, os feirantes profissionais, o cigano”. 98 A Feira do Monte – “Nesse tempo ainda se realizava no dia 8 de setembro. Realizou-se na chamada courela da Feira. Aí se vendiam os produtos da terra: os melões, as uvas, as melancias e o feijão de Santo André, as “frutas do ar” dos Escatelares, de Santa Cruz e do Cercal. O feijão amarelo vindo de Alvalade, colhido nas várzeas do Roxo. Da Vidigueira vinham os enormes carros toldados (ou de canudo). Traziam o afamado vinho branco daquela região, muito apreciado pelas bocas sequiosas dos feirantes. (…) O artesanato 97 98 Manuel João da Silva 2004. Feiras tradicionais do Município de Santiago do Cacém. Riqueza dos falares regionais. Ed. Colibri/CMSC Manuel João da Silva, 2004. Feiras tradicionais do Município de Santiago do Cacém. Riqueza dos falares regionais, Ed Colibri/CMSC. Versão Final 156 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 alentejano também estava ali bem representado. Os molins, as albardas, as pigarças, os tamoeiros, as brochas, as cangas …Vários apetrechos que os lavradores precisavam para a sua lavoura. (…)”99 A Feira da Abela – “ (…) Até há cerca de 30 ou 40 anos, era a mais importante do Baixo Alentejo, e de características vincadamente tradicionais. (…) Enchiam-se carretas de molhos de folha (palha de milho), gorpelhas de palha de trigo, molhos de aveia seca para o gado. A arca ia bem fornecida do melhor mantimento que havia na casa. É que, incluindo os dias da viagem e estada na feira, as pessoas estavam fora de casa, às vezes, mais duma semana. (…) Dia 3 de outubro. (…) A pequena povoação da Abela sumia-se abafada pelas grandes barracas dos circos, dos restaurantes, dos sapateiros, dos tendeiros…”100. Fonte: Casa do Povo de Abela Figura 26 – Feira da Abela, início dos anos 50 do século XX 99 Manuel João da Silva, 2004. Feiras tradicionais do Município de Santiago do Cacém. Riqueza dos falares regionais. Ed. Colibri/CMSC. Manuel João da Silva, 2004. Feiras tradicionais do Município de Santiago do Cacém. Riqueza dos falares regionais. Ed. Colibri/CMSC 100 Versão Final 157 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A Feira de Santo André – “Como era a última feira do ano, que se realizava no concelho, e vinha no princípio do inverno, as pessoas lembravam-se que tinham de comprar as coisas que precisavam, principalmente os agasalhos. (…) - Que produtos da freguesia se vendiam na feira? - O feijão, batata – doce e, principalmente, o vinho que era a mercadoria mais afamada. Os lavradores pegavam nos seus carros de bestas, com uns barris de vinho e colocavam-se no recinto da feira. Ao lado, vendiam-se tremoços e as pataniscas. Cada agricultor trazia o melhor vinho que colhia, e assim arranjar clientela para vender o resto da colheita. Além destes produtos, ainda se vendiam objetos do artesanato local: cadeiras de palhinha, cestos e cabazes de cana e verga. Outros produtos da região muito apreciados eram alcomonias e rebuçados de pinhão, fabricados em Santo André e Santa Cruz”.101 1.2.4.3.5 - MEDICINA POPULAR, CRENÇAS E SUPERSTIÇÕES Em 1945 afirmava-se, a propósito da medicina popular no Baixo Alentejo: “É quase infindável a série de «orações, rezas e benzeduras» a que o povo recorre para encontrar remédio para os seus males, quer físicos quer morais. (...) É vulgar ouvir dizer que fulano está «desmanchado» e vai ou foi «amanhar-se» ao «vertuoso». (...)”102 Tradicionalmente, existia todo um universo de crenças, que permanentemente ameaçavam as pessoas. Uma das mais temidas era o “mau-olhado”, com toda uma série de sintomas e malefícios. A “doença” típica provocada pelo mesmo era o “quebranto”, onde o atingido apresentava perda da vivacidade, olhos lacrimejantes, sonolência entre outros. A cura implicava muitas benzeduras. 101 102 Manuel João da Silva, 2004. Feiras tradicionais do Município de Santiago do Cacém. Riqueza dos falares regionais. Ed. Colibri/CMSC. Joaquim Roque, “Aspetos da medicina popular no Baixo Alentejo – As rezas e as benzeduras” in Boletim do Arquivo de Beja, 1945 Versão Final 158 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Existiam benzeduras para quase tudo: «cobreiro», «sapão», «mau-olhado» e «quebranto», «espinhela caída», dor de cabeça, tal como rezas com os mais diversos objetivos: para conseguir casamento, para dormir, para ser feliz, para abrandar os mais exaltados. O “Lavrador dos Pereiros” Manuel José da Silva, o “Lavrador dos Pereiros”, curandeiro afamado em todo o Alentejo e não só, nasceu a 13 de fevereiro de 1891 e faleceu a 6 de fevereiro de 1965. No Monte dos Pereiros, perto da Aldeia do Cano, freguesia do Cercal do Alentejo, onde viveu, o “Lavrador dos Pereiros” dividia o seu tempo entre os trabalhos agrícolas e o tratamento dos doentes, que incessantemente procuravam o seu saber e intuição, como “amanhador de ossos” e curandeiro. “Era um homenzarrão alto e forte, cara cheia, mãos papudas, o cinto apertando-lhe as calças quase ao fundo da barriga saliente, sempre de cigarro ao canto da boca (...) Ele nunca abrira um livro, nunca andara na escola, não sabia que havia tratados de Osteologia nem aparelhos de Radioscopia. Sabia apenas, pelo menos era isso que ele afirmava, que “ver o corpo de uma pessoa e ver o porco aberto era o mesmo”103 “Durante uma longa vida viu parar à sua porta centenas de carros, carrinhas, e não poucos automóveis que lhe levavam doentes com fraturas – de braços, pernas, costelas (...). O julgamento de «Ti Manel dos Prêros», por exercício ilegal de Medicina, levou a Santiago do Cacém a maior assistência que até então fora vista no tribunal, com centenas de pessoas que não couberam na sala (...). O funeral reuniu um dos maiores acompanhamentos de que ali há memória”.104 Alguns dos seus dezoito filhos continuaram a sua vocação, praticando a medicina popular. 103 104 Machado Guerreiro, A. in “Alentejo tinha sombras - Contos”, Edição Câmara Municipal de Odemira, 1991. Machado Guerreiro, A. in “Colos - Alentejo, elementos monográficos”, Edição Câmara Municipal de Odemira, 1987. Versão Final 159 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.2.4.4 - COMPETÊNCIAS NO ÂMBITO DE PROCESSOS E TÉCNICAS TRADICIONAIS 1.2.4.4.1 - OS TRABALHOS RURAIS NA VIRAGEM DOS SÉCULOS XIX-XX As memórias de então mostram como era diversa a paisagem e a geografia humana na região e no concelho, como testemunha o Padre Jorge de Oliveira, nos seus estudos sobre Alvalade: “Quem percorresse esta região (...) encontrá-la-ia de «grenha e hirsuta barba intonsa»... nem o arvoredo nem o chão eram limpos (...). As azinheiras e os sobreiros estavam afogados no matagal, geralmente composto de estevas, torga, urze, lentiscos e tojos que ascendiam a boa altura não podendo descortinar-se de fora o que lá se passava por dentro. As raras veredas que por lá se encontravam só eram conhecidas dos pastores e dos caçadores. Compreende-se que grenha e barba tão mal tratadas deveriam ter seus parasitas... e não eram poucos: lobos, raposas, ginetes, gatos-bravos, javalis, texugos, coelhos e lebres, libernes e também alados: bufos, milhafres, corujas, mochos, perdizes, pombos, rolas, noitibós, etc. ”105 Nos primeiros anos do séc. XX, “com a lei que valorizou o trigo, os proprietários abastados começaram a fazer a limpeza nos terrenos e no arvoredo e, os que não dispunham de meios para custear as despesas, davam as terras para limpeza a trabalhadores ou seareiros, em troca de lenha e de uma ou duas colheitas. Foi assim que o Alentejo mudou de aspeto”.106 A charneca – imensidão de terrenos incultos e matos – foi progressivamente dando lugar às “terras novas”, limpas e cultivadas, sobretudo com trigo, mas também com aveia, centeio, cevada, fava, milho, tremoços, grão-de-bico e feijão. A mão de obra local tornou-se insuficiente para as crescentes campanhas agrícolas e, do Algarve e das Beiras, chegavam ranchos de homens e mulheres à procura de trabalho. 105 106 ”Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado Versão Final 160 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Os trabalhadores das Beiras, conhecidos pelo seu labor, vinham para os trabalhos da ceifa - os “ratinhos” - bem como para a limpeza das terras e preparação das sementeiras: os…”alcobias ou galegos”. No advento do século XX, a mecanização era ainda incipiente, sobretudo nas pequenas herdades. A grande maioria dos trabalhos era executada de forma manual e com a ajuda dos animais: “O ferro lanceolado do arado romano, que lavra o solo, na ocasião das sementeiras, alterna com as relhas das charruas que preparam o alqueive; o ronceiro e gemebundo carro manchego, de origem remontíssima, arrastando-se pelas estradas ao impulso de pachorrentos bois, desvia-se da sua diretriz para dar passagem à potente e resfolegante viadora a vapor, os toscos arneiros de pele de porco, com que os nossos avós joeiravam os cereais, cederam o lugar a ótimos crivos de metal (...) as ceifeiras tentam suplantar-se às foices manuais (...) e os ecos dos manguais, são abafados pelos silvos e roncos das locomóveis e debulhadoras que, a dois passos de distância 107 laboram em igual mister, num afã assombroso, inacreditável há cem anos” Os trabalhos rurais implicavam, então, um vasto conjunto de conhecimentos, ao nível das técnicas e operações agrícolas, suportadas num universo de alfaias e equipamentos, que exigiam aprendizagem e experiência. As Searas As culturas de cereais implicavam múltiplos serviços, concretizados através de um razoável número de funções, as mais exigentes a cargo dos homens, outras específicas das mulheres. As raparigas e os rapazes desempenhavam as tarefas mais simples, num processo de aprendizagem prática que os levaria, mais tarde, ao domínio das funções mais complexas: 107 José da Silva Picão, “Através dos Campos, usos e costumes agrícolo – alentejanos”, Publicações D. Quixote, 1983 Versão Final 161 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 “Serviços culturais – Constam dos seguintes: lavouras propriamente ditas, gradagem, desmoita, 108 adubação, sementeira, monda, ceifa, acarretos e debulha (...) “. A título de exemplo, no que concerne apenas às lavouras: “As lavouras executam-se com charrua ligeira, de aiveca móvel ou com o arado romano. Com charrua nos «ferros» do alqueive. Somente com o arado, por ocasião da sementeira. Charruas ou arados, cada qual é puxado por uma junta de bois ou por uma parelha de muares. As juntas dirigem-nas os ganhões, o boieiro e o abegão, com o auxílio da aguilhada. Das parelhas cuidam os almocreves, guiando-as com as arreatas e um pequeno chicote – a bengaleta – no cabo da arrilhada.” 109 Fonte: José Matias 108 109 José da Silva Picão, “Através dos Campos, usos e costumes agrícolo – alentejanos”, Publicações D. Quixote, 1983 José da Silva Picão, “Através dos campos, usos e costumes agrícola – alentejanos” Publicações D. Quixote, 1983 Versão Final 162 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Figura 27 – Cercal do Alentejo, anos 80 séc. XX Ao longo de cada ciclo agrícola, as sementeiras, mondas, ceifas e debulhas constituíam os momentos mais marcantes, onde o trabalho, geralmente coletivo, supunha permanente entreajuda e grande exigência física: • As sementeiras e as mondas – Em outubro terminava a limpeza das terras e, com a charrua, começava a preparação da sementeira do trigo e restantes cereais. Logo que a planta “vingava”, começava a monda das ervas daninhas, com pequenos sachos. Estes trabalhos decorriam até março ou abril, a cargo das mulheres, raparigas e rapazes. • As ceifas - Em maio começavam a ceifa da aveia e da cevada, também a das favas, seguindo-se a do trigo. Era trabalho de homens que, ao longo do séc. XX, sobretudo em campanhas de pequena dimensão, passou a ser também executado pelas mulheres. • As debulhas – decorriam de finais de junho a setembro, após o transporte dos cereais para as eiras. Estes eram debulhados “a trilho” ou à máquina. Depois de debulhados e recolhidos em sacos eram pesados e “tirada a maquia” da debulha, conduzidos ao celeiro. A moagem dos cereais: os moinhos e as fábricas Já abordada no ponto 1.2.2 enquanto património arquitetónico, os moinhos constituíram um suporte tecnológico essencial ao desenvolvimento rural: “O aproveitamento da água e do vento como forças motrizes representou um progresso extraordinário no setor moageiro. Os modelos anteriores ficaram praticamente limitados à satisfação das necessidades domésticas (...) ”110 110 José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém”, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, n.º1, Setúbal, 2004 Versão Final 163 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 “Em Portugal, nos séculos XII e XIII são referidos moinhos de vento pertencentes a alguns mosteiros, tendo-se verificado a difusão dos moinhos de torre no país, apenas nos séculos XVI e XVII. O Padre António de Macedo e Silva refere a existência de 35 moinhos de vento no concelho de 111 Santiago do Cacém no ano de 1868”. . “Eram escolhidos os serros mais elevados, onde não existissem obstáculos aos corredores dos ventos dominantes, para assim os moleiros poderem tirar maior rendimento dos seus engenhos. As freguesias de Santiago do Cacém e Cercal do Alentejo são as que registam uma maior concentração de moinhos. Na periferia da cidade de Santiago do Cacém, na zona das Cumeadas, localiza-se a cintura moageira pré-industrial”.112 “Relativamente aos moinhos hidráulicos no nosso município, muito há ainda para investigar. Temos no entanto referência da sua existência no primeiro quartel do século XVIII: «Em 1724, o Moinho da Cascalheira pertence ao Capitão António Dias Borralho, de Sines». Em 1868 existiam no concelho 34 moinhos de água”. 113 No concelho, os moinhos permaneceram como a única forma de moagem dos cereais ao longo de todo o século XIX, uma vez que as novas soluções assentes na tecnologia dos motores a vapor, que progrediam já nos meios urbanos portugueses, se mostravam ainda muito pouco lucrativas nas zonas rurais, com povoamentos dispersos. Na tentativa de aumentar a sua rentabilidade, alguns proprietários locais adaptaram motores a vapor nos moinhos tradicionais. 111 José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém”, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, n.º1, Setúbal, 2004 112 José Matias, Moinhos de Vento do Concelho de Santiago do Cacém, Edição Colibri, 2002 113 José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém”, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, nº1, Setúbal, 2004 Versão Final 164 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 “O Moinho é a faceta mais importante e completa do património popular edificado, representando a conjugação de conhecimentos ancestrais do ponto de vista etnológico, “numerosos exemplos de aplicação prática da física, em especial da mecânica”, domínio de materiais e técnicas tradicionais de construção. Com o tempo, estas máquinas artesanais 114 tornaram-se obsoletas e pouco rentáveis, pela introdução das moagens tradicionais (...)” Ao longo da primeira metade do séc. XX a abertura de fábricas de moagem progrediu, ao mesmo tempo que alguns moinhos e azenhas ainda laboravam. Em junho de 1949, no “Anteplano de Urbanização da Vila de S. Tiago do Cacém”, dava-se conta dos seguintes elementos: Descasque de arroz – na campanha de 1946-47 havia em atividade no concelho de Santiago do Cacém 3 instalações com menos de 21 operários cada, sendo: 1 fábrica com a capacidade de laboração de 64 quintais em 8 horas de trabalho; 1 moinho e 1 azenha, cada uma delas com a capacidade de 4 quintais no mesmo tempo. Moagem de farinhas em rama – também na campanha de 1946-47 verificou-se uma atividade de 59 instalações (8 fábricas, 34 moinhos e 17 azenhas) com um total de 80 casais de mós e uma capacidade média de laboração, expressa por 51 toneladas de trigo farinado. Estas instalações produziram um total de 3457 toneladas de farinha de trigo e 691 toneladas de milho ou centeio encorporado. “Moagem de farinhas espoadas – registou-se, no mesmo ano, a existência de atividade de uma fábrica no Concelho, classificada, quanto ao nº de operários, no grupo dos de 21 a 50. Trata-se de uma importante fábrica existente em Ermidas – Gare.”115 Os Montados e a Cortiça 114 115 José Matias, Moinhos de Vento do Concelho de Santiago do Cacém, Edição Colibri, 2002 Anteplano de Urbanização da Vila de S. Tiago do Cacém – Câmara Municipal de S. Tiago de Cacém, junho de 1949, não editado. Versão Final 165 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Património incontornável do Município de Santiago do Cacém, os sobreirais e os montados adquiriram maior valor produtivo em harmonia com o aproveitamento das “terras novas”, no início do séc. XX, ao mesmo tempo que a criação pecuária se diversificou: “No arvoredo, composto de sobreiros e azinheiras encontra-se o rendimento da cortiça e a bolota e a lande para a engorda dos suínos. A erva dos prados e o restolho das terras semeadas engordam numeroso gado vacum e lanígero, do qual se aproveita a lã e o leite para a indústria dos tecidos e lacticínios. O gado vacum é 116 vendido para o talho, aproveitando-se algum para os trabalhos da lavoura.” A atividade corticeira local “Constitui a cortiça, incontestavelmente, uma das maiores riquezas do Concelho. De elementos fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística, referentes a 1946, pode deduzir-se o seguinte quadro comparativo da cortiça extraída (...) do qual se conclui ser este Concelho, em números redondos, o produtor de 1/3 da produção total do Distrito de Setúbal e 1/20 da de todo o continente.” 117 A produção e extração de cortiça constituem assim, neste Município, domínios tradicionais onde o trabalho rural há muito se especializou, exigindo domínio de competências técnicas, que são adquiridas não só com a prática, mas também com a imprescindível orientação e ensino dos mais velhos, geralmente de pais para filhos. A tiragem de cortiça “A tiragem da cortiça processou-se entre 25 de maio e 25 de julho, num horário de 9 horas de trabalho de 2ª a 6ª feira; 8 horas aos sábados e domingos, com apenas um dia de descanso (tipo empreitada); a companha é de 30 trabalhadores (homens e mulheres) já que é necessária uma 116 117 Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado Anteplano de Urbanização da Vila de S. Tiago do Cacém – Câmara Municipal de S. Tiago de Cacém, junho de 1949, não editado. Versão Final 166 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 “coqueira” – cozinheira, uma “marcadora” – marca o ano da tiragem, e uma “taqueira” – apanhadora dos tacos ou restos de cortiça. Dos 30 tiradores de cortiça, A.G. tem 67 anos e o mais jovem R.L., tem 16 anos, sendo o trabalho desenvolvido por uma “parelha”, um mais idoso com 118 um mais jovem ao lado.” Fonte: Hidalgo Vilhena, 1.º quartel do séc. XX Figura 28 – A pesagem da cortiça no início do século XX A indústria corticeira Contudo, o Alentejo Litoral veio a constituir igualmente uma zona de sediação da indústria corticeira – a partir de finais do século XIX e até aos anos 60/70 do século XX – em consonância com o importante pólo que se desenvolveu na margem sul do estuário do Tejo e até à transferência geográfica do setor, do Sul para o Norte do país. 118 Raul Oliveira, Adiafa, in Gentes e Culturas, Freguesia de S. Domingos, Caderno Temático nº 8, LASA, 2004. Versão Final 167 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Tal como nos concelhos limítrofes de Sines e Grândola, Santiago do Cacém albergou, na primeira metade do século XX, algumas unidades industriais corticeiras, operando sobretudo ao nível da preparação. No “Anteplano de Urbanização da Vila de S. Tiago do Cacém”, registam-se no Concelho, em 1947, 22 fábricas de cortiça em atividade, sendo 20 preparadoras e 2 transformadoras, com um total de 401 operários. No anuário 1945/1946 do “Guia Profissional Corticeiro” encontramos ainda, para além dos inventários das unidades fabris, o registo da atividade de negociante de cortiça que, no ano em causa, detinha 10 elementos. A localização destas indústrias predominava em Santiago do Cacém e arredores e também em Ermidas-Sado. Igualmente em Alvalade, Cercal do Alentejo e Abela se sediavam, à época, algumas unidades. Apoiada no interface ferroviário entretanto concretizado, Ermidas-Sado foi, efetivamente, um ponto importante da indústria corticeira local: (...) Em 1938 Ermidas-Sado já contava com cerca de onze empresas do setor (...) Numa época em que a mesma estava a declinar na região algarvia, em detrimento da Península de Setúbal, muitos foram os algarvios que para aqui vieram, em busca de melhor sorte, trazendo consigo o conhecimento do trabalho da cortiça (...) O período áureo da cortiça em Ermidas-Sado, foi sem dúvida o que vai de 1941 a 1960, período onde se registou um quase “êxodo” algarvio para Ermidas-Sado. É também durante este período que algumas fábricas se dedicaram á transformação, e nomeadamente ao fabrico de rolha (...) Em 1959 Ermidas – Sado teria entre Versão Final 168 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 fábricas e pequenas oficinas/armazéns, cerca de dezoito firmas dedicadas á atividade corticeira 119 (...). Fonte: Revista Alentejana, junho de 1965 Figura 29 – Avenida da Estação, Ermidas-Sado, década de 60 do século XX O setor corticeiro local contava, na década de 40 do século XX, com uma secção do Sindicato dos Operários Corticeiros do Distrito de Setúbal sediada em Santiago do Cacém, “que no Concelho conta 360 sócios e 450 contribuintes”.120 Segundo Américo Leal, este setor constituiu um dos primeiros pólos de organização do proletariado na sub-região: “Contra a ação exploradora e repressiva da classe patronal que o operariado corticeiro do Alentejo Litoral se vinha insurgindo e tentando organizar a sua ação reivindicativa no Estado monárquico, no inicio do século XX há uma explosão de pequenas ações reivindicativas, incluindo greves, que envolveram, na indústria corticeira, os rolheiros manuais, os quadradores, recortadores e enfardadores (...) É em dezembro de 1907 que se conhece a primeira greve, a dos corticeiros na Sociedade de Cortiças Lda. de Santiago do Cacém, por os recortadores 119 Paulo Alexandre N. Gomes – “caminhos de ferro e indústria na origem e desenvolvimento de Ermidas-Sado” in Cadernos de Estudos Locais, nº 1, 2000, Associação Cultural de Santiago do Cacém 120 Anteplano de Urbanização da Vila de S. Tiago do Cacém – Câmara Municipal de S. Tiago de Cacém, junho de 1949, não editado. Versão Final 169 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 se negarem a receber a cortiça pesada para o recorte, medida patronal destinada a aumentar a produtividade, mas com o trabalho a ser pago à jorna.” 121 121 Américo Leal, “A luta da classe operária e das populações do Alentejo Litoral no século XX – contribuição para a história dos acontecimentos” in http://mundosdotrabalho.upp.pt/wp-content/uploads/2011/04/Americo-Leal.pdf Versão Final 170 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 O Olival e a Vinha Com menor importância económica, o olival e a vinha constituem, contudo, elementos ancestrais da cultura portuguesa com marcas profundas no Alentejo e no Município. O Olival e o Azeite “Em fins de novembro começa a fazer-se a apanha da azeitona já caída e da outra, varejada ou ripada, serviço geralmente feito por mulheres, raparigas e rapazes e por alguns homens que tenham de subir às oliveiras. Antes de começar o varejo da azeitona são estendidos no chão largos panos de linhagem e daí é apanhada a azeitona que, depois de cirandada e separada das folhas, é recolhida em sacos indo para o lagar que a fábrica com pequena demora, visto que os lagares locais usam já a moenda e a pressão do bagaço por processos modernos, pelo que a salga só é empregada na azeitona reservada para o fim da safra. Feito o azeite e tirada a maquia, vem para casa em talhas de folha ou bidons” 122 Promovida na Península Ibérica pelos Romanos, Visigodos e Árabes, a cultura da oliveira e a produção do azeite entrosou-se profundamente na vida quotidiana e espiritual dos nossos antepassados: na medicina tradicional, na higiene e beleza, foi também um elemento essencial nos ritos religiosos. Assegurava ainda importantes funções de combustível para a iluminação, lubrificante de ferramentas e alfaias e impermeabilizante de fibras têxteis. No Município subsistem as instalações de vários lagares de azeite entretanto desativados, no Cercal do Alentejo, Alvalade, S. Domingos, Ermidas-sado e Santiago do Cacém (Lagar da Azenha, próximo de Valverde). O Lagar da Abela, ainda se mantém em laboração reduzida. 122 Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado Versão Final 171 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 O Lagar do Parral Apenas um deles, o Lagar do Parral, na Freguesia de Santa Cruz, acompanhou a evolução dos tempos e continua a produzir azeite, desde 1908: Conforme relato do filho do fundador “ (...) meu pai era um pequeno proprietário, tinha pouco rendimento, no ano de 1908 construindo um lagar de azeite com duas prensas italianas, sistema manual, que foi uma obra moderna naquela época (…) Aos 14 anos, fui com os muares trabalhar para o lagar, porque nessa época a azeitona era moída num engenho puxado a animais (…) continuou com a sua faina agrícola e com a laboração de um lagar de azeite sistema manual, que lhe coube de herança de seus pais, que trabalhou com ele até ao ano de 1963, e foi nesse ano que remodelou o lagar e montou prensas hidráulicas. (…). Em 1983, o lagar sofreu uma nova remodelação, tendo sido retirado o moinho de galgas e instaladas duas novas prensas, um moinho de martelo, uma batedeira, um encapachador e desencapachador, um lavador de azeitonas e uma centrifugadora. Em 1996, o lagar foi modernizado, desde a receção da azeitona até ao armazenamento do azeite”. 123 A Vinha e o Vinho Reportando-nos, novamente ao início do séc. XX, segundo o relato do Padre Jorge de Oliveira: “Em outubro faz-se a vindima que dura, mais ou menos, segundo o volume da colheita (...). Colhidas as uvas, os proprietários que possuem ovinos metem-nos nas vinhas para lhe comerem as parras das cepas, fazendo-se a poda em novembro, depois a cava que é feita com o charrueco e com um só animal, quando os alinhamentos das cepas são largos, ou à enxada, quando são estreitos”124 123 124 Manuel João António Nunes, “Lagar de Azeite do Parral” in Gentes e Culturas / Freguesia de Santa Cruz. Edição LASA., 2003 Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado. Versão Final 172 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A produção de vinho no Município era tradicionalmente dominada por produções familiares, com pequenas adegas, nomeadamente nas Freguesias Santa Cruz e Santo André. Perto de Santiago do Cacém, a Adega do Pomar Grande, inserida numa das principais quintas agrícolas do Município, constituía uma referência de destaque. A sua produção vinícola foi extinta há pouco mais de uma década. Duas das mais importantes adegas tradicionais do Município – a Adega de Conqueiros, Freguesia de Alvalade e a Adega do Cebolal, Freguesia de Vale de Água – chegaram aos nossos dias, mantendo a sua laboração e inclusive, valorizando-a. Nos anos 30/40 do séc. XX, a Adega de Conqueiros era assim descrita: “Salienta-se, entre todas, a vinha de Conqueiros, pela sua grande área e por ser dotada de grande adega que trabalha segundo os modernos processos da enologia, fabricando boa aguardente, vinhos licorosos e de pasto que são vendidos em grande escala”. 125 A vinha do Cebolal foi impulsionada por Caio Loureiro, que arrendou a Herdade no ano de 1900. Para os seus trabalhos recorria, na altura, ao pessoal da Beira Alta, “ os Ratinhos”, assim chamados pela forma do chapéu bicórneo que usavam. Formando ranchos, também conhecidos pela malta, vinham até ao Cebolal todos os anos ocupar-se da limpeza da herdade, da “ cava da vinha” e da tirada da cortiça. Em 2008 e após a reestruturação das instalações de vinificação, a Adega do Cebolal iniciou um novo ciclo, com o objetivo de reforçar a qualidade dos seus vinhos. Nos dias de hoje, apenas esta adega produz, no Município, vinhos engarrafados. 1.2.4.4.2 - SISTEMAS TRADICIONAIS DE CONSTRUÇÃO A taipa nos “montes” alentejanos 125 Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado Versão Final 173 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 “Ao muçulmano invasor, deve-se, em boa parte, o mérito de ter desenvolvido e aplicado esta tecnologia nesta região. As fracas pluviosidades, a ausência de pedra, os reduzidos custos de construção e a existência abundante de terra com características adequadas, foram fatores importantes para o desenvolvimento e disseminação da construção em taipa no Alentejo e Algarve, (...) desde o período islâmico. Genericamente esta tecnologia milenar consistia num sistema de cofragem através de taipais, que se enchiam com barro, cuja argamassa era depois batida e compactada fortemente com maços, ao que se seguia um período de secagem. Através de blocos individuais, ou feita diretamente na parede como acontecia em Alvalade, as taipas eram assentes sobre fundações de pedra, a fim de evitar o efeito corrosivo que as humidades ascendentes produziam neste tipo de estruturas. Cada fiada era intercalada com uma camada de pequenas pedras. Por fim, o alvanel aplicava um reboco nas paredes com uma argamassa de cal e areia fina. A pintura a cal finalizava a construção, cuja cobertura era geralmente em telha vã.”126 Fonte: CMSC Figura 30 –Monte da freguesia de Vale D’Água As Cabanas de colmo da Costa de Santo André 126 Luís Pedro Ramos In www.infalvalade.com Versão Final 174 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 As cabanas de colmo surgiram com os primeiros pescadores oriundos da zona de Aveiro, que no início do século XX se instalaram na área a Norte da Lagoa de Santo André. O designado “arraial”, da comunidade piscatória, era constituído pelas habitações, erigidas com materiais de origem vegetal, aproveitando os recursos disponíveis no local: madeira, caniço e estorno. Para além destas, o crescimento do arraial também se fazia com armazéns para guardar as redes e outros utensílios e com barracões onde pernoitavam os malteses de passagem pelo local e que ajudavam ao puxar das redes durante a safra. “As cabanas apresentam uma planta quadrangular e telhado de duas águas. A porta principal localiza-se geralmente numa das empenas, preferencialmente voltada para nascente. O seu interior era composto por duas divisões, a casa - de - entrada, divisão que ligava diretamente com o exterior e funcionava como cozinha e sala, incluindo uma área de fogo (inicialmente uma lareira, depois fogão); e o quarto, compartimento onde se localizava a área de dormir. Estas duas divisões eram servidas por pequenas janelas, cuja função principal era o arejamento. A estrutura de suporte das cabanas, eram prumos de pinho enterrados na areia com intervalos de 60 cm, onde apoiavam as traves de suporte à cobertura, e eram pregados elementos horizontais, canas e ripas de madeira que permitiam colocar o revestimento exterior e interior. No revestimento exterior eram utilizadas espécies vegetais características do mato envolvente: caniço, estorno, camarinheiras, entre outras. Interiormente estas construções eram forradas de madeira e caiadas de branco, a caiação anual permitia embelezar e limpar a casa, bem como conservar os materiais. (…) Versão Final 175 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A partir de meados do século passado, assiste-se à decadência deste povoamento, no fim da década de 60 apenas cerca de dez famílias mantinham este modo de vida”. 127 127 Ana Isabel Marcelo Escoval, “ O Homem, a Terra e a Lagoa” in Cadernos do Património Versão Final 176 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Paredes de cortiça Não fazendo parte das soluções construtivas tradicionais mais frequentes na região ou no país, a utilização de cortiça na construção de paredes pode ainda hoje ser observada num pequeno edifício de habitação localizado na Várzea de Santo André, Freguesia de Santo André. “ O que diferencia esta construção é o facto de as paredes exteriores terem sido fabricadas com pedaços de cortiça, alguns dos quais com mais de 0.20 m de espessura, ligados entre si por terra negra da Várzea de Santo André, onde a mesma se localiza. As paredes têm cerca de 0,60 a 0,70 m de espessura e as fundações são de alvenaria ordinária. (...) Várias intervenções ao longo dos tempos têm substituído a cortiça por outros materiais”.128 1.2.4.4.3 - ATIVIDADE MINEIRA As minas da Serra do Cercal “A Freguesia do Cercal foi uma importante região mineira, com explorações provavelmente desde o período Romano, mas com registos conhecidos apenas desde 1874. As minas de maior valor eram as da “ Serra da Mina”, “ Toca do Mocho” e “Serra de Rosalgar” onde existiam cinco milhões de toneladas de minério, com 50% de ferro e 12% de manganês. Daqui saiu muito ferro para a construção da ponte sobre o Rio Tejo. Junto dos filões de ferro, apareceram filões de barita, que foram utilizados na indústria das tintas...”129 As minas em S. Francisco “Explorou-se chumbo, desde 1709, na herdade das Minas, da freguesia de S. Francisco, numa mina de galena. 128 Fernando da Silva Pinho, “ Paredes de edifícios antigos em Portugal – principais soluções construtivas”, in revista Materiais de Construção 129 “Gentes e Culturas – Freguesia do Cercal do Alentejo”, Caderno Temático n.º 1, abril 2003/ LASA. Versão Final 177 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A mina foi passando sucessivamente de mão e por ser fraco o seu rendimento, a exploração tem tido largas intermitências, nunca nela se registando apreciável atividade” 130 1.2.4.4.4 - A PESCA: NA LAGOA, NO MAR E NO RIO Os pescadores da Costa de Santo André A pesca na Lagoa de Santo André, já regulada em posturas municipais no séc. XVIII, fazia-se então por arrendamento à Câmara Municipal, com o compromisso de cumprimento do período de defeso e em consonância com a abertura anual da Lagoa ao mar. Era também obrigação do rendeiro, no tempo próprio de pesca, a venda semanal de peixe na vila de Santiago do Cacém. Fonte: particular, cedida ao Museu Municipal para a exposição “O Homem, a Terra e a Lagoa”, 2002. Figura 31 – A “companha” na Costa de Santo André, anos 50 do século XX (esquerda) e O “arraial” e o “Tio Caniço”, Costa de Santo André, meados do séc. XX (direita) Contudo, não só a pesca na Lagoa mas também a pesca no mar, constitui um aspeto singular da história do Município: “A memória oral faz remontar ao século XIX o estabelecimento dos primeiros pescadores na Costa de Santo André, junto do local onde, ano após ano, o cordão dunar era rompido à força de homens e de animais para que a “lagoa fosse ao mar”. Aí, um pouco mais a norte, abrigados pela duna dos ventos finos e cortantes, se fixaram as primeiras famílias vindas do litoral centro, das zonas de Aveiro, Murtosa, Ílhavo. 130 Anteplano de Urbanização da Vila de S. Tiago do Cacém – Câmara Municipal de S. Tiago de Cacém, junho de 1949, não editado Versão Final 178 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 (...) Os pescadores enfrentavam, com os seus barcos de proa alta e revirada, a braveza do mar encapelado para lançarem grandes redes que, depois, eram puxadas em arrasto para terra. Preso nas redes vinha o peixe que era desmalhado no areal, desproporcionalmente repartido entre donos da companha, pescadores de aluguer e ajudas da praia. Era a arte da xávega. (...) a velha arte da xávega e do arraial que a enquadrou já nada resta. Subsiste, por enquanto, a memória individual e social, porventura o maior património a cuidar e a valorizar”131. A abertura da Lagoa ao mar A renovação da água lagunar, necessária à utilização agrícola das terras húmidas adjacentes, repete-se anualmente com a “abertura da lagoa ao mar”. Este procedimento, de grande importância para as comunidades locais ligadas à agricultura e à pesca, constitui um evento que atrai muitos curiosos. A abertura é atualmente realizada por meios mecânicos sendo no passado concretizada à força de braços e com a ajuda de animais. Num registo de 1747 da autoria de P. Luiz Cardoso, descreve-se: “Esta lagoa está contígua com o mar Oceano, e só a divide hum banco de arêa, que quando he mais grosso, terá cincoenta passos: este se rompe quasi todos os annos, à custa de grande trabalho, e despeza dos moradores, no mez de março, para que as terras circumvisinhas da mesma lagoa se semeem, que ordinariamente são inundadas das suas águas, ou das correntes de alguns regatos, que para ella correm, ou das ondas do mar, que continuamente se lanção por cima das suas margens: quando a lagoa se despeja para o mar, fica huma barra capaz de entrarem, não só barcas do alto, mas ainda navios de alto bordo; e neste tempo que permanece aberta, que muitas vezes são seis, sete e oito mezes, he grande a copia de peixe, que lhe entra em cardumes e de que então se vê enriquecida. Continuamente se pesca nela , principalmente de inverno, e todas as terras circumvisinhas de quatro e mais léguas se socorrem do seu pescado ”132 131 132 Dina Nunes Calado, 2004 in Gentes e Culturas / Freguesia de Santo André, Edição LASA. P. Luiz Cardoso, Dicionário Geográfico, MDCCXLVII Versão Final 179 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A pesca no Rio Sado Nas primeiras décadas do séc. XX, era tradição das populações marginais das ribeiras realizar uma ou duas pescarias anuais: “ As ribeiras são, geralmente, muito piscosas. No verão, o curso de água suspende-se e reduz-se aos pegos, onde o peixe se recolhe e reproduz. Depois das primeiras águas, ligada e estabelecida a corrente, combina-se a pescaria feita com redes, tresmalhos e outras artes de pesca. Apanhavamse muitas dezenas de quilos de barbos, robalos e pardelhas que eram distribuídos pelos improvisados pescadores. Em local aprazado era feita grande caldeirada (...). Outros também aqui se dedicavam à pesca de cágados de que faziam excelente sopa. Havia também no Sado, entre os Coitos e o Porto Ferreira, moluscos de água doce, de concha muito parecida com a do mexilhão (...).”133 1.2.4.4.5 - OS TRANSPORTESOS TRADICIONAIS, O 1º AUTOMÓVEL E O COMBÓIO Pelo virar do século “as estradas eram poucas e mal conservadas, praticamente só existiam para ligação aos grandes centros. A maior parte delas, cheias de buracos, eram autênticos carreiros”134 Os veículos mais comuns na região, utilizados nas zonas rurais e nos trabalhos do campo, eram rebocados por juntas de bois ou por muares: o carro cantador, a carreta de bois, o carro alentejano ou de parelha, o carro churrião ou de molas e o carro de varais ou carrinha. “Todos se compõem de quatro peças principais: leito, eixo e duas rodas, peças que se constituem com outras subsidiárias (...) umas de madeira de diferentes qualidades, predominando o azinho e o sobro; outras de ferro, como é vulgar em todo o País”. O carro cantador ou chião – considerado o mais antigo de todos os veículos usados na lavoura, herança dos romanos, era muito robusto e podia transportar cargas enormes, pelos piores 133 134 Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado Joaquim de Brito Nobre, “ Messejana d´algum dia...” in Cadernos Culturais II, Edição Junta de Freguesia de Messejana, abril de 1992 Versão Final 180 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 caminho. Era rebocado por uma, duas ou três juntas de bois. De madeira de azinho ou sobro, “as suas duas pesadas rodas não tinham massas (cubos) nem raios nem pinas, pois eram feitas de partes inteiriças, fixadas por peças de ferro solidamente pregadas. Ao contrário dos outros carros, as suas rodas não giravam sobre o eixo; eram fixadas ao mesmo, girando o eixo sobre umas chumadeiras fixadas nos limões”. O som do atrito provocado pelo funcionamento do eixo valeulhe o nome de carro cantador ou chião.135 A carreta de bois – mais ligeiro que o anterior (o chião), com o leito de estrutura idêntica, e munido de rabicho, assemelha-se também ao carro alentejano. Podia ser rebocado por uma junta de bois ou por uma parelha. O carro alentejano ou carro de parelha – considerado por alguns como “o melhor da geração dos carros de tração animal”, de madeira de azinho ou de sobro e com acessórios em ferro, possuía duas grandes rodas e permitia o transporte de todo o género de mercadorias pelos piores caminhos. A sua carga normal rondava os 1.000 kg e era rebocado exclusivamente por muares. Era igualmente utilizado para transporte de pessoas, altura em que era adaptado com acessórios específicos que melhoravam a comodidade dos passageiros, nomeadamente toldos e cortinas, cadeiras, bancos e até um colchão de lã, nomeadamente para o transporte de doentes. Carro churrião ou de molas – com estrutura idêntica ao carro alentejano, destinava-se em exclusivo ao transporte de pessoas, para trânsito em estradas e caminhos. Tinha travão e lanternas à frente, alimentadas por velas de estearina. Com toldo impermeável e cortinados vistosos, o seu interior era estofado e tinha bancos almofadados. Decorado de forma garrida, a parelha de muares que o puxava era sempre a melhor da casa, luxuosamente arreada. Carro de varais ou carrinha – puxado por uma só besta, diferia dos restantes por conter varais em vez de varas e servia para transportar comida, na época da ceifa, ir à moagem trocar o trigo por farinha, transportar água e hortaliças, e também o próprio lavrador, nas suas deslocações pelo campo. 135 Joaquim de Brito Nobre, “Messejana d´algum dia...” in Cadernos Culturais II, Edição Junta de Freguesia de Messejana, abril de 1992 Versão Final 181 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 “Havia ainda as carinhas ligeiras (chamadas aranhas ou charretes) sem caixa de carga e equipadas com boas molas no leito e no assento, proporcionando aos seus ocupantes uma ótima comodidade. Geralmente eram rebocadas por gado cavalar que as puxavam com desembaraço.”136 O primeiro automóvel em Portugal “Foi em 1895 que Portugal teve o primeiro contacto com o automóvel. Adquirido em Paris pelo Conde Jorge de Avilez, o "Panhard et Levassor" dá entrada em Portugal, tornando-se assim no primeiro carro a circular nas estradas portuguesas. Despachado na Alfândega de Lisboa, foi desencaixotado e preparado para a viagem até Santiago do Cacém, local onde habitava o Conde de Avilez. A velocidade máxima era da ordem dos 15 km/hora, durante o trajeto, foram muitas as peripécias, entre elas relata-se o atropelamento de um burro, lá chegou ao seu destino, "Santiago do Cacém". Entre as muitas viagens que o senhor Conde de Avilez fez, encontram-se as idas a Beja e Évora. "Imaginem só a dureza dessas mesmas viagens, pois as estradas da época nada tinham a ver com as dos dias de hoje e o carro possuía rodados de madeira e aros de ferro". Em 1901 o Conde de Avilez vendeu o Panhard et Levassor ao Senhor Mariano Sodré de Medeiros por setecentos mil réis, mas não se sentindo satisfeito com as performances do carro, acabou por o dar à troca por um "Decauville", vendido por João Garrido, do Porto”.137 O “caminho de ferro”: a Linha do Vale do Sado e o Ramal de Sines As primeiras décadas do séc. XX trouxeram o “caminho de ferro” ao Município: a linha do Vale do Sado chegou, em 1915, a Alvalade e a Ermidas e em, 1936, concretizou-se a parte final do Ramal 136 Joaquim de Brito Nobre, “ Messejana d´algum dia...” in Cadernos Culturais II, Edição Junta de Freguesia de Messejana, abril de 1992 137 José Barros Rodrigues, 2004, “O Trem do Conde, História do Primeiro Automóvel que entrou em Portugal”. Ed. Caleidoscópio – Edição e Artes Gráficas, S.A. Versão Final 182 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 de Sines, que passou a ligar Sines, Santiago do Cacém, Abela, S. Domingos e S. Bartolomeu da Serra a Ermidas-sado e à linha de Vale do Sado: “Finalmente, em 14 de setembro de 1936, foi aberta à exploração a parte do ramal de Sines, compreendida entre Santiago do Cacém e Sines, na extensão de 17 quilómetros, aproximadamente. A inauguração realizou-se com grande solenidade, tendo sido fretado, pela Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Sines, um comboio especial, para transporte dos seus numerosos convidados (...) O comboio inaugural foi esperado, na estação de caminho de ferro de Sines (...) por muitos elementos oficiais e não oficiais, e por uma enorme multidão de povo”. 138 Fonte: CMSC Figura 32 –Painel de azulejos da Estação de Caminho de Ferro de Santiago do Cacém Nos últimos anos do século XIX já a cobertura ferroviária da sub-região, e nomeadamente a ligação Interior - Litoral, ou seja, Beja – Sines, constituía uma demanda para novas oportunidades de desenvolvimento, por via do aproveitamento do Porto de Sines e do transporte marítimo, para o escoamento das produções locais, em especial minérios e cortiça, mas também as produções 138 A de Vilhena - “Ramal de Sines ou linha férrea de Ermidas-Sado a S. Tiago de Cacém e Sines”, 1937 Versão Final 183 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 agrícolas e o pescado. Na publicação sobre o Ramal de Sines de A. de Vilhena, é citado um parecer da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses que, à data, opinou: “É esta linha, desde há muito, solicitada pelos povos da região (...) Ela é um natural complemento da linha do Vale do Sado, na sua função de servir a região, talvez a mais rica em todo o país em produção de cortiça. (...) Além da cortiça, há na região jazigos mineiros, que já têm tido exploração, não continuada, exatamente por causa da dificuldade de transportes”.139 Às perspetivas animadoras de desenvolvimento socioeconómico – malgrado os tempos de crise económica e política – e de forma indissociável, o “caminho de ferro” veio proporcionar ao Município um segundo grande benefício, o nascimento de Ermidas-Sado: “Ermidas-Sado existe porque um dia, em 1898, algures num Ministério em Lisboa se decidiu construir a via-férrea do Vale do Sado, incluindo esta já o ramal para Sines. O seu objetivo era não só servir as populações da região, bem como encurtar, no mínimo em 60 km, a distância para o Algarve” (...) possibilitando “ (...) a melhor ligação entre a mais rica zona agrícola do Baixo Alentejo, os barros de Ferreira do Alentejo/Beja, com o litoral, nomeadamente Sines e o seu porto de águas fundas”.140 No contexto do movimento industrial, Ermidas-Sado desenvolveu-se, atraindo unidades industriais e armazéns, associadas não só ao setor corticeiro como à atividade mineira e da moagem de cereais. 139 A de Vilhena - “Ramal de Sines ou linha férrea de Ermidas-Sado a S. Tiago de Cacém e Sines”, 1937 Paulo Alexandre N. Gomes – “Caminhos de ferro e indústria na origem e desenvolvimento de Ermidas-Sado” in Cadernos de Estudos Locais, nº 1, 2000, Associação Cultural de Santiago do Cacém 140 Versão Final 184 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: Guia do Forasteiro, setembro de 1956 Figura 33 – Edifício da Sociedade Industrial Alentejo e Sado, Lda., anos 50 do século XX 1.2.4.4.6 - OS OFÍCIOS TRADICIONAIS E O ARTESANATO LOCAL “O artesão é o depositário da memória gestual e tecnológica da sua comunidade. O artesão – artífice – artista é o transmissor dos ritos e imagens, da cultura não escrita, da cultura cujas raízes mergulham no inconsciente coletivo, por vezes nas zonas mais cinzentas da formação da humanidade, em que a mão-instrumento-ferramenta define o humano”.141 Resistindo à passagem do tempo, integrando e assimilando elementos novos, continuam a ser desenvolvidas no Município atividades tradicionais, centradas no artesanato e recorrendo, em muitos casos, a técnicas ancestrais. Às funções utilitárias, somam-se sempre funções ornamentais, que expressam vocabulários organizados ao longo dos milénios em estreita ligação com as atividades agropastoris e rurais: “As incisões na madeira feitas á faca estão talvez entre as mais antigas técnicas decorativas, cuja origem se perde no mesmo longínquo passado de onde vieram a roca e o cossoiro que decoram 141 Cláudio Torres, “ Uma velha cultura serrenha” in Mantas Tradicionais do Baixo Alentejo - Ângela Luzia, Isabel Magalhães e Cláudio Torres – Cadernos do Campo Arqueológico de Mértola, nº 1, edição C.M. Mértola, 1984 Versão Final 185 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 (...). Um certo tipo de ornamêntica é dominante nos trabalhos de tecelagem, madeira e barro. Sente-se o mesmo ritmo decorativo nos entrançados da lã e nos traços de pincel que decoram a cerâmica, onde a «espiga com silva» e o losango balbuciam a mesma linguagem “ 142 O barro e a cortiça Testemunhando culturas e tecnologias ancestrais, os objetos em barro e cerâmica, por vezes fortemente decorados, constituem elementos centrais do ambiente rural local, mas também do urbano e religioso. Desde a tradicional taipa e telha de “canudo”, nos edifícios, aos utensílios e esculturas: alguidares, cântaros, tachos e panelas, vasos, presépios e imagens religiosas e decorativas. A cortiça – material nobre e de utilização ancestral pela sua resistência, flexibilidade e qualidades térmicas e acústicas excecionais – está presente em todos os objetos do quotidiano local, ligados ao trabalho, tanto nas alfaias agrícolas como nas artes de pesca e ofícios tradicionais. Sendo a sua aplicação mais antiga para peças vedantes de vasilhas, aplicou-se tradicionalmente na construção de edifícios, no mobiliário (berços, esteiras de camas, cadeiras e bancos) e utensílios domésticos (tarros, coxos, vasilhas diversas, molduras, miniaturas). Constitui um dos materiais mais utilizados no artesanato local dos nossos dias. Ofícios e técnicas tradicionais Não sendo possível uma descrição exaustiva, ou sequer representativa, dos ofícios e técnicas tradicionais da cultura local – muitos deles implícitos nas secções anteriores do presente subcapítulo - mesmo assim sinalizam-se alguns dos mais relevantes: Tiradores de cortiça 142 Cláudio Torres, “ Uma velha cultura serrenha” in Mantas Tradicionais do Baixo Alentejo - Ângela Luzia, Isabel Magalhães e Cláudio Torres – Cadernos do Campo Arqueológico de Mértola, nº 1, edição C.M. Mértola, 1984 Versão Final 186 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A técnica permaneceu quase invariável desde há três mil anos até aos nossos dias e concretiza-se no período estival. Fonte: CMSC Figura 34 – “Os tiradores de cortiça”, painel de azulejos da Estação Caminhos de Ferro de Santiago do Cacém “Com a ajuda de um machado, os «tiradores» golpeiam a cortiça de uma forma linear para a poderem despegar das árvores sem as ferir (...) através de grupos de operadores especialmente treinados para o efeito. Essas equipas constituem uma estrutura muito particular e tradicional que envolve um capataz que coordena o trabalho, um grupo que se encarrega da extração propriamente dita – normalmente constituído apenas por homens – outro, responsável pelo carrego, e ainda um outro, pelo empilhamento da cortiça no campo, operação que, para ser bem feita, também exige alguma experiência.”143 Moleiros 143 In “ Tiradores de cortiça”, Revista Rubra nº 7 Versão Final 187 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 “Durante séculos, o moleiro foi considerado uma personagem importante no meio rural. (...) apesar de ser uma vida dura, era melhor do que andar a lavrar, a cavar ou a ceifar. (...) Contrariamente ao inverno, o verão traz consigo ventos propícios à prática da moagem. O moleiro tinha, então, que recuperar o tempo perdido, moendo dia e noite se o tempo ajudasse. O maquinismo da moagem exigia muita atenção. Era deitar o grão no tegão, ensacar a farinha, dar um jeito na aliviadoura se a mó não estava a dar boa farinha. O picar das mós era uma tarefa árdua (...) O moleiro, utilizando apenas alguns acessórios de madeira, levantava a mó e, com um jeito de mestre, deixava-a cair suavemente sobre o cavalo, peça semelhante a um cavalete, utilizada para suportar a mó a ser picada. De picadeira em punho, ia abrindo regos de aresta viva, naquela roda de produzir pão. Picagem terminada, voltava a mó andadeira a ser colocada sobre a fixa. (...) Para além das já mencionadas, há sempre uma peça que é necessário substituir, aquela vela de pano que se rasgou e tem de ser remendada, a entrosga que necessita de afinação...”144 Cesteiros e Cadeireiros “Nesta região, mãos hábeis, maioritariamente masculinas, entrelaçam num ritual que passa de geração em geração, o bunho ou buínho com que tecem os assentos dos mochos e cadeiras e o salgueiro, a verga, a cana, ou o vime com que se fabricam os diferentes tipos de cesto. Os cestos em fibras vegetais foram, até à utilização do plástico, os recipientes usados no transporte de matérias sólidas. Um cesto começa pelo fundo. O fundo define a forma e o tamanho do cesto. Do fundo parte a armação, a estrutura em torno da qual as mãos rudes do cesteiro vão construindo o pano, dando corpo ao cesto. A técnica apurada e a rapidez dos gestos na manufatura destes artefactos utilitários constituem uma arte. 144 José Matias, Moinhos de Vento do Concelho de Santiago do Cacém, Edição Colibri, 2002 Versão Final 188 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Os cadeireiros são normalmente trabalhadores rurais que nas horas livres se dedicam a este ofício. O bunho, apanhado junto das ribeiras, é seco e, posteriormente, são empalhadas as cadeiras com 145 perfeição invejável, preceito muito antigo na região”. 145 Palmo a Palmo, Artesanato, Artes decorativas, Produtos Tradicionais, Santiago do Cacém, Edição CMSC,2004. Versão Final 189 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Ferradores Ferrador e ferreiro eram duas “artes” inseparáveis. Com o animal (cavalos, mulas ou bois de trabalho) preso a uma argola ou a um cepo, as ferraduras velhas eram despegadas com o “despegador” e as tenazes. Depois, com um formão especial e uma grosa, cortavam e limavam-se os cascos. Em seguida era colocada a ferradura, pregada com cravos, cujas pontas eram cortadas, deixando-se uma que era rebatida com um ferro e revirada com o martelo. Fonte: José Contreiras Figura 35 – “A ferrar o boi no tronco”, oficina do ferrador Joaquim Contreiras, Cercal do Alentejo, cerca de 1950 Tecedeiras Ocupação de raparigas e mulheres, as tecedeiras recebiam a aprendizagem como um legado da família e, por vezes, o tear como dote de casamento. “O processo de aprendizagem era (e é) faseado: começava-se pela urdura; seguiam-se as mantas de retalhos, as toalhas de linho e de linha, as mantas de trabalho, as mantas «graves» e, por fim, Versão Final 190 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 as colchas de «carapulo». Tudo isto durante cerca de um mês em que a aprendiza era sujeita a longos períodos de trabalho” 146 Para além das técnicas no tear, os trabalhos de tecelagem tradicionais implicavam também o domínio da preparação da lã e do linho, bem como os tingimentos. Nos teares familiares as mulheres realizavam um conjunto variado de peças de agasalho e uso doméstico, nos quais se destacam as mantas de retalhos (realizadas com aproveitamentos de trapos velhos) e as mantas de lã. Estas últimas apresentavam diversos tipos de padrões e cuidados decorativos, conforme se destinavam a simples mantas de trabalho (dos maiorais e camponeses) ou eram mantas de agasalho e de enfeite (mantas de fusis, de quadradinhos, de barras, de losangos). Para além das mantas, destacam-se igualmente as colchas de lã e de aparelho (estas últimas para enfeitar os animais nos dias festivos), os cobertores, os alforges, as toalhas, os lençóis e os sacos, realizados com lã e linho. Tanoeiros Nesta região fabricava-se essencialmente vasilhame para guarda e transporte de vinho e azeite e também pequenos objetos de uso corrente, como baldes de poço e de picota para regar as hortas, celhas, balseiros para curtir azeitonas, canecos, tinas e pipas. Na oficina aprendiam-se os vários ofícios e coexistiam diversas categorias profissionais: mestre capataz, tanoeiro, serrador – mecânico, serrador manual, servente e aprendiz. A arte da tanoaria começa na escolha e no período de corte da madeira. Esta deve ser cortada em pleno inverno para evitar que se comuniquem ao vinho os gostos e aromas das resinas, mais 146 Ângela Luzia, Isabel Magalhães e Cláudio Torres, Mantas Tradicionais do Baixo Alentejo / Cadernos do Campo Arqueológico de Mértola, nº 1, edição C.M. Mértola, 1984. Versão Final 191 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 intensivos no verão. As madeiras mais utilizadas na tanoaria local são o carvalho, o castanho e o freixo. Latoeiros Para a produção de utensílios domésticos e do trabalho (funis, aros para queijos, regadores, cântaros paro o vinho, almotolias e enxofradeiras, candeias e lampiões, caldeiras e cilindros) utilizava-se tradicionalmente o zinco, o cobre e o latão. As ferramentas do latoeiro são a bigorna, a máquina de quinar, a prancha, os martelos, o maço, os alicates, o maçarico, o compasso, o esquadro, o raspador, o barão quadrado, as tesouras e as limas. As peças nascem a partir de moldes de papel, que são depois riscados na chapa, e cortados. De seguida, passa-se na máquina de quinar e molda-se a peça, soldando-se as diferentes partes. Quando estas partes são redondas são feitas na bigorna. Utiliza-se ainda a máquina de passar para fazer os frisos. Miniaturizar o real Miniaturizar o real constitui um ato comum a todas as culturas. Através da construção de miniaturas, o homem do campo e o artífice encontram-se com o seu imaginário e com as memórias ligadas ao trabalho. Ao fazer miniaturas, o artesão revive e revisita o passado, esforçando-se por representá-lo com toda a perfeição e realismo. Versão Final 192 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 36 – Artesão Júlio Pereira, Santa Cruz Por todo o concelho de Santiago do Cacém, podemos apreciar miniaturas e objetos decorativos representando animais, alfaias e cenas da vida rural, fabricados em madeira e cortiça, esculpidos ou recortados a canivete. 1.2.4.4.7 - GASTRONOMIA TRADICIONAL No Município de Santiago do Cacém, como em todo o Alentejo Litoral, a proximidade do mar e a Lagoa de Santo André proporcionam grande diversidade gastronómica já que, aos pratos tradicionais da cozinha alentejana, se juntam vários outros, de peixe, nomeadamente o ensopado de enguias e a caldeirada. A gastronomia da região é, para além disso, tradicionalmente sazonal. Em novembro, dezembro e janeiro, altura da “matança do porco”, destacavam-se as carnes e os enchidos. O porco é temperado com massa de pimentão e, não raras vezes, conservado e cozinhado na sua própria manteiga. Entre os enchidos, predominam as linguiças e os chouriços de sangue, que se encontram à venda em todos os talhos da região. Em muitas padarias e mercearias estão disponíveis os bolos de torresmos. Versão Final 193 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Os borregos eram mortos na Páscoa e confecionados como ensopado, assado no forno ou então guisado com ervilhas. A esta tradição juntam-se as recorrentes sopas ou açordas, onde o pão se combina com as verduras e as ervas aromáticas: coentros, orégãos, poejos, hortelã e muitos mais. O pão, de trigo, é – como em todo o Alentejo – a componente essencial e presente em todos os pratos. Vários pratos de caça e de aves de capoeira fazem igualmente parte do nosso património gastronómico, a que se juntam os vinhos da região, o mel de rosmaninho, os queijos de cabra e ovelha. Na doçaria destacam-se as “alcomonias”, doce tradicional de origem árabe, em forma de losango, confecionado com uma massa conseguida a partir de farinha torrada, pinhão e mel. De confeção semelhante, os rebuçados de pinhão e mel, apresentam-se embrulhados em coloridos papéis. De referir ainda os licores (de poejo e outros), as argolinhas de massa frita, as filhós e “popias caiadas” de Alvalade, o bolo da massa do pão e, ligadas às festividades dos santos populares, as alcôncoras e as cachamorras. 1.2.4.5 - PATRIMÓNIO MUSEOLÓGICO E ARQUIVISTICO 1.2.4.5.1 - O SITIO ARQUEOLÓGICO DE MIRÓBRIGA O Sitio Arqueológico de Miróbriga foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1940 (ver Capítulo 1.1 - Património Classificado e em Vias de Classificação). Versão Final 194 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 37 – Sítio Arqueológico de Miróbriga “As ruínas da Miróbriga romana, que se estendem por mais de 12 ha, incluem restos de edifícios de habitação, calçadas pavimentadas, um hipódromo, balneários, uma ponte e um fórum. A ocupação romana do oppidum deve ter-se dado no século II a.C. Miróbriga deverá ter sido promovida à categoria de município no século I d.C., durante a dinastia flaviana, quando a política de fomento económico e de desenvolvimento urbanístico na Hispânia recebeu novo impulso. Nessa altura já controlaria um vasto território. As razões que motivaram o seu abandono não foram ainda determinadas, mas os vestígios arqueológicos indiciam uma gradual desativação a partir do século IV d. C., correspondendo, possivelmente, ao fenómeno similar de decadência de outras cidades num império já conturbado. No entanto, os materiais arqueológicos comprovam que Miróbriga foi ocupada, pelo menos, até aos séculos V-VI. Assentando num aglomerado anterior fortificado, a urbanização romana deve ter-se adaptado à ocupação anterior e à topografia do local, pelo que não apresenta as características ortogonais do modelo ideal de urbanismo romano. No entanto, a construção dos templos do fórum, no terceiro ou quarto quartel do século I d.C., bem como a edificação dos balneários conferem a Miróbriga um cariz marcadamente latino. Um templo, provavelmente dedicado ao culto imperial, detém uma Versão Final 195 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 posição privilegiada e centralizada no fórum. Este templo foi, nas campanhas de D. Fernando de Almeida, nos anos 60 e 70, objeto de restauro e reconstrução apresentando, nos nossos dias, um aspeto cenográfico que domina toda a praça pública. Esta praça era ladeada de inúmeras construções, cuja função deverá corresponder às comuns a um fórum provincial de pequenas dimensões – basílica e cúria. Nos declives que contornam o fórum desenvolvem-se as zonas comerciais com as respetivas lojas – termopolia ou tabernae. Os balneários de Miróbriga são compostos de dois edifícios distintos: Este e Oeste, que se deveriam destinar respetivamente a homens e mulheres. Os compartimentos que os compõem são os comuns a todo o mundo romano: zona de entrada, com salas para massagens, vestiário – apodyterium; zona fria – frigidarium; zona aquecida – tepidarium e caldarium. As salas aquecidas das Termas Oeste apresentam, para além do sistema subterrâneo, paredes duplas para circulação do ar quente. Uma latrina, implantada nas Termas Oeste, deve ter servido os dois edifícios. Nas proximidades das termas situa-se uma ponte de um só arco quase perfeito, construída em opus incertum, aparentemente regularizado por fiadas de xisto. O Hipódromo de Miróbriga é, até ao presente, o único exemplo de planta totalmente conhecida de uma construção deste tipo, em Portugal. Medindo aproximadamente 369 x75 m, poderia ter bancadas de madeira”. 147 O Centro Interpretativo de Miróbriga O Sitio possui um centro de acolhimento e interpretação, com exposição permanente, auditório, receção, cafetaria, salas de trabalho e laboratório e destina-se ao apoio aos trabalhos arqueológicos e ao acolhimento dos visitantes. 147 Filomena Barata, “O Sitio Arqueológico de Miróbriga” in Revista Estudos do Património n.º 1, 2001. Versão Final 196 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.2.4.5.2 - O MUSEU MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM Localizado na Praça do Município em frente aos Paços do Concelho e tendo de permeio o jardim público, o Museu está instalado desde 1972 no edifício que outrora foi Cadeia Comarcã. Fonte: CMSC Figura 38 – Museu Municipal de Santiago do Cacém Notável exemplar da arquitetura civil oitocentista com projeto de Chiapa Monteiro, neste edifício funcionou a cadeia, até à construção do novo Tribunal, em 1968. Em 1972, e após obras de conservação e adaptação, abriu de novo as suas portas como Museu Municipal. A fundação do Museu teve lugar em março de 1931, quando o Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Santiago do Cacém propôs a criação do Museu Municipal, bem como a nomeação do Dr. João da Cruz e Silva para a presidência da respetiva Comissão de Instalação. A instalação das coleções viria a concretizar-se, então, na sala da secretaria, no edifício da Câmara Municipal. As coleções de arqueologia e de numismática constituem as maiores referências do Museu, sendo que o núcleo arqueológico tem, como origem essencial, os objetos encontrados em Santiago do Cacém e Miróbriga. Versão Final 197 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 O núcleo numismático inclui a coleção exumada em Miróbriga e moedas de outras proveniências. As moedas expostas seguem o programa do Dr. João Cruz e Silva que valorizou dois grandes grupos numismáticos: o núcleo romano e o núcleo português. Desenvolve-se seguindo critérios cronológicos, destacando-se as diferentes séries e centros emissores. O Museu apresenta igualmente diversas coleções etnográficas, valorizando, por um lado, a cultura alentejana, (sendo a área da cozinha a referência máxima) e, por outro, mostrando as vivências dos grandes proprietários, com destaque para os núcleos provenientes da “ Casa Avillez”. A história do próprio edifício está refletida no Museu, através da presença da rede de segurança, tão característica das prisões portuguesas e da reconstituição de uma cela prisional. 1.2.4.5.3 - O TESOURO DA COLEGIADA DE SANTIAGO DO CACÉM, IGREJA MATRIZ DE SANTIAGO DO CACÉM O Tesouro da Colegiada de Santiago do Cacém constitui um pólo da Rede de Museus da Diocese de Beja, patente ao público na Igreja Matriz de Santiago do Cacém, classificada como Monumento Nacional em 1910. “Numa iniciativa conjunta, a Câmara Municipal de Santiago do Cacém e o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja uniram esforços, para a organização do núcleo museológico do Tesouro da Colegiada, que abriu as suas portas ao público no dia 25 de julho de 2002, com o objetivo de dar a conhecer um espólio secular, entrosando com a história da igreja matriz. A igreja matriz de Santiago do Cacém faz parte do circuito do castelo desta povoação, documentando a devoção dos freires da Ordem de Santiago de Espada ao seu patrono, o apóstolo Santiago Maior. Desde a sua fundação até 1834, existiu aqui uma Colegiada de freires espatários. A existência desta colegiada, uma das mais ricas do Alentejo, favoreceu uma intensa atividade pastoral e cultural que se traduziu na encomenda de numerosas alfaias e outras obras de arte que Versão Final 198 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 a igreja foi acumulando ao longo dos séculos. Para tal contribuiu decisivamente D. Vataça, que ofereceu à igreja o alto-relevo de Santiago Combatendo os Mouros, obra-prima da escultura trecentista, e um conjunto de fragmentos do Santo Lenho, mais tarde reunidos em relicário próprio. A Colegiada reuniu assim um espólio notável, destinado a servir sobretudo nas principais cerimónias litúrgicas, conhecido pela designação de “Tesouro”.” 148 1.2.4.5.4 - O MUSEU DE ARTE SACRA DE SANTIAGO DO CACÉM “O Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém foi fundado em 1986 por iniciativa do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, na sequência de um protocolo de colaboração subscrito entre esta entidade e a Paróquia de Santiago do Cacém. Tem a sua sede no Hospital do Espírito Santo, na Praça Conde de Bracial, em pleno centro histórico de Santiago do Cacém. Este monumento foi alvo de um projeto de reabilitação, realizado pelo Arqt.º Eduardo Souto Moura em 2000, que está aprovado pelas autoridades competentes e aguarda financiamento para poder ser levado a efeito. Fonte: CMSC Figura 39 – Edifício “Hospital do Espírito Santo”, centro histórico de Santiago do Cacém 148 Santiago do Cacém – Informação Municipal, 2002 Versão Final 199 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Constituiu-se, para tal, um consórcio entre a Diocese de Beja, o Município de Santiago do Cacém e o Instituto Português de Museus. O Museu funciona, a título provisório, na Igreja Matriz de Santiago do Cacém, partilhando instalações com o Tesouro da Colegiada de Santiago, e faz parte da Rede de Museus da Diocese de Beja desde a fundação desta estrutura, em 2001. Tem promovido o inventário e a salvaguarda dos bens culturais religiosos do concelho e do arciprestado de Santiago do Cacém”.149 1.2.4.5.5 - O MUSEU DO TRABALHO RURAL NA ABELA O Museu do Trabalho Rural foi inaugurado no dia 1 de maio de 2008, constituindo um passo decisivo para a valorização do património rural do Município. Localizado na praça principal da Abela, num edifício da Junta de Freguesia, destina-se a ilustrar a vida rural do concelho. Fonte: CMSC Figura 40 – Museu do Trabalho Rural, Abela 149 http://pt.wikipedia.org/Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém Versão Final 200 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 O edifício foi construído no início da década de quarenta do século XX, tendo albergado uma Escola e um Posto Médico e, mais tarde, o quartel da Guarda Nacional Republicana. Trata-se de um pólo museológico do Museu Municipal, que apresenta uma exposição permanente – “Memória e Identidade – Alfaia agrícola tradicional” – sugerindo um percurso que acompanha o ciclo agrolaboral e as operações específicas que lhe estão associadas em cada fase, desde a lavra, a cava, o desterroar e as sementeiras no inverno, as mondas, as regas e demais cuidados com as colheitas na primavera, as ceifas, as debulhas e o armazenamento dos cereais no verão. A alfaia agrícola é apresentada em grande proximidade, espacial e lógica, com os transportes e sistemas de atrelagem, estes últimos indispensáveis, por exemplo, à própria tração do arado e do trilho. 1.2.4.5.6 - O MOINHO DA QUINTINHA Situado nas Cumeadas, em Santiago do Cacém, este moinho integra a cintura moageira da periferia do núcleo urbano de Santiago do Cacém e constitui, na atualidade, um pequeno museu do sítio, onde é possível observar uma recuperação rigorosa e funcional do edifício e das vivências do moinho, incluindo o mecanismo de moagem e o trabalho do moleiro. Versão Final 201 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 41 – Moinho da Quintinha – Cumeadas – Santiago do Cacém “Monumento às técnicas ancestrais de moagem, o moinho da Quintinha é, no início do século XXI, o único moinho escola conhecido em Portugal”. 150 Está integrado nos roteiros dos Moinhos da Europa através do programa “Euromills”, está representado no Museu do Moinho Vitorino Nemésio em Penacova e faz parte das visitas de estudo dos Cursos de Molinologia Portuguesa ministrados pela TIMS – Portugal. 1.2.4.5.7 - O ARQUIVO MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM O Arquivo Municipal de Santiago do Cacém é constituído por um vasto acervo documental de natureza pública e privada de inegável valor e interesse para a história do Município e das suas gentes. Os vários conjuntos documentais que o integram assumem-se como testemunhos do conhecimento do passado, que pode ser compreendido quer através de uma reflexão sobre os seus produtores, quer através da análise das funções dos documentos nas relações internas e externas estabelecidas por aqueles. 150 José Matias, Moinhos de Vento do Concelho de Santiago do Cacém, Edição Colibri, 2002 Versão Final 202 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Os 27 fundos documentais à guarda do Arquivo Municipal foram produzidos por entidades de natureza diversa: pública, privada, pessoas singulares e coletivas, e possuem diferentes proveniências: administração pública (Administração do Concelho de Santiago do Cacém, Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Juntas de Paróquia, Escola Conde Ferreira,), famílias (Manuel Espírito Santo Guerreiro e Alda Guerreiro, Condes de Avilez), indivíduos (Coronel Carlos Vilhena, Francisco Duarte, Irene Reis Gancho, Policarpo Godinho, Maria da Conceição Vilhena), empresas e associações (Sociedade Harmonia de Santiago do Cacém, Empresa de Concentrados de Alvalade, Sociedade de Cortiças), Irmandades e Confrarias. (V. Roteiro de Findos e Coleções / site da CMSC). E, a informação constante destes fundos assumiu ao longo dos tempos distintas formas de escrita sobre diferentes suportes. O património arquivístico custodiado pelo Arquivo Municipal toca, de um modo ora veemente ora ténue e delicado, a vida politica, económica, social e cultural do Município Santiaguense e dos seus Homens, sendo por isso verdadeiramente adotado pela comunidade, tornando-se a sua memória. Este património considerado nas suas vertentes instrumental, cultural e científica é alvo de uma política de salvaguarda. Neste sentido, o Arquivo Municipal promove a sua aquisição, organização, descrição, preservação, divulgação e acessibilização. Fonte: CMSC Figura 42 – Arquivo Municipal Versão Final 203 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.2.4.5.8 - PROJETOS EM CURSO De entre um vasto conjunto de projetos museológicos que constituem novas oportunidades de valorização do território mas que ainda não obtiveram condições de concretização, sinalizam-se os seguintes, onde existem já trabalhos prospetivos adiantados, ou projetos em curso: Pólo Arqueológico de Alvalade A criação de um Pólo de Arqueologia do Museu Municipal, na vila de Alvalade, é uma aspiração que remonta a 1981, prevendo-se a sua instalação na Igreja da Misericórdia de Alvalade, edifício dos finais do século XVI. O projeto teve início em 2009, no âmbito das comemorações dos 499 anos da concessão do Foral à Vila de Alvalade por D. Manuel I, através da exposição “Alvalade no Tempo, Historiografia do Médio e Alto Sado”, que se traduziu numa retrospetiva historiográfica e arqueológica da investigação e dos investigadores que estudaram a Freguesia de Alvalade ao longo dos anos. A exposição decorreu em paralelo com a “Feira Medieval de Alvalade”, importante evento de recriação histórica local, que festeja a concessão do foral manuelino e resulta de uma organização local que integra as principais instituições de Alvalade. No âmbito do projeto foram feitas escavações arqueológicas e antropológicas da necrópole da Igreja da Misericórdia, acompanhadas de perto pela população e visitantes, acompanhadas de programas de sensibilização para a salvaguarda do património, dos quais se destacam os ateliers infantis de arqueologia. Igualmente no âmbito das comemorações do foral, o Município levou a cabo, em 2010, uma exposição dedicada aos 500 anos do Foral da Vila de Alvalade e aos trabalhos de antropologia biológica, que permitiu dar a conhecer os objetivos desta ciência nos trabalhos de escavação da necrópole da Igreja. Versão Final 204 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 “Coleção visitável” na antiga fábrica de moagem de José Mateus Vilhena em S. Domingos. “José Mateus Vilhena acabou com o gado e a lavoura, quando decidiu adquirir uma cerca em S. Domingos, no local onde existia um pequeno moinho, pertença dos Miguéis e que funcionava com uma caldeira a vapor, que se usava nas debulhadoras fixas. Nesse local, construiu uma moagem, 151 por volta do ano de 1925, que chegou a ser a de maior movimento do Distrito de Setúbal. (...)” No âmbito do projeto de recuperação da antiga moagem de S. Domingos para instalação de um empreendimento de turismo rural, consideraram os proprietários propor à autarquia uma parceria de colaboração, com vista á constituição de uma pequena unidade museológica dedicada á memória do sítio. O projeto encontra-se em desenvolvimento, com o apoio da Câmara Municipal de Santiago do Cacém e da Junta de Freguesia de S. Domingos. 151 Fonseca Santos, in “Fábrica de Moagem de José Mateus Vilhena”, Gentes e Culturas, Freguesia de São Domingos, Caderno temático nº 8, LASA, 2004. Versão Final 205 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Valorização do espólio do Posto de Culturas Regadas D. Manuel Castello Branco em Alvalade “Estação Experimental”, situada na várzea do Sado, nas imediações de Alvalade. Trata-se de um conjunto de instalações rurais, cuja parte central se abre para um pátio amplo, delimitado por casões, oficinas e armazéns. Foi criado por despacho ministerial de 22 de janeiro de 1937. Por iniciativa e voluntarismo dos seus técnicos, o topo das instalações foi ocupado com alfaias agrícolas e o equipamento da antiga manteigaria. Do mesmo modo, no escritório, velhos mapas, fotografias e estudos técnicos, oferecem outras memórias de um percurso de mais de meio século em torno da água, como motor do desenvolvimento agrícola. Está-se perante um protomuseu de sítio. A Junta de Freguesia de Alvalade encetou contactos com os responsáveis do Ministério da Agricultura no sentido da avaliação conjunta de ações e projetos em prol da salvaguarda e valorização museológica do sítio e do seu acervo. 1.3 - PATRIMÓNIO NATURAL Assistimos hoje a uma mudança global dos processos ecológicos, capaz de pôr em causa o equilíbrio dos sistemas ambientais mais elementares, a água, a atmosfera, o solo e a biodiversidade. Estes desequilíbrios causados nos ecossistemas e na biosfera influenciam diretamente a vida das pessoas. A preocupação com as causas ambientais e a constatação que os recursos naturais não são inesgotáveis levou as sociedades a interiorizarem a necessidade de fazer esforços para, se não reverter, pelo menos, amenizar os impactos causados. Nesta oportunidade, pretende-se identificar os valores do património natural e paisagístico, com vista à sua sistematização e incremento do ordenamento e valorização do território, através da promoção e utilização racional dos recursos. A definição de redes coerentes de zonas e elementos Versão Final 206 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 notáveis permitirá, no futuro, perspetivar novas medidas de conservação e combater situações de degradação. A diversidade biológica, ou biodiversidade, refere-se à multiplicidade e variabilidade de vida, incluindo a variabilidade genética dentro das populações e espécies, a variabilidade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variabilidade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas, a variabilidade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos. 1.3.1 - ÁREAS CLASSIFICADAS Com relevo especial e com estatutos de proteção já estabelecidos, temos no Município de Santiago do Cacém várias áreas classificadas: A Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha; A Zona de Proteção Especial da Lagoa de Santo André; O Sítio Rede Natura 2000 Comporta/Galé; O Sítio Rede Natura 2000 Costa Sudoeste. 1.3.1.1 - A Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha A Reserva Natural das Lagoas de Santo André e Sancha “é constituída essencialmente por um conjunto de ecossistemas litorais e sub-litorais, incluindo como elemento fundamental os sistemas lagunares de Santo André e da Sancha. Marginando ambas as lagoas ocorre um conjunto diversificado de ecossistemas aquáticos e ribeirinhos influenciados, em maior ou menor grau, pelas águas doces e salobras, incluindo pequenas áreas de sapal, salgueirais, caniçais, juncais, urzais palustres e pastagens húmidas. A classificação como Área Protegida teve como principal objetivo a conservação do elevado valor ecológico destas duas zonas húmidas e das suas áreas envolventes, nomeadamente enquanto áreas importantes para a reprodução, invernada e Versão Final 207 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 migração de aves. O estatuto de proteção visa também a proteção do complexo dunar envolvente e da faixa marítima adjacente que alberga uma fauna marinha característica”152. A elevada produtividade do ecossistema lagunar revela-se na forte tradição histórica da atividade piscatória, assinalada desde meados do século XVIII, que levou à fixação de uma comunidade de pescadores do litoral centro (Aveiro, Murtosa e Ílhavo). Na atualidade a pesca envolve entre 30 a 50 pescadores, que se dedicam sobretudo à captura da enguia (Anguilla anguilla). A importância socioeconómica da pesca na Lagoa e a importância desta atividade tradicional para a cultura e identidade local é simultaneamente uma ameaça e uma oportunidade tanto para a preservação do ecossistema da Lagoa quanto para a projeção desta área protegida enquanto fator de desenvolvimento económico, nomeadamente através do turismo. A pesca da enguia é também um elemento de valorização cultural da Reserva, contribuindo para a conservação do seu património histórico e cultural. 152 http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007-AP-LagoasSAndre/A+Reserva/Porque+foi+classificado/ Versão Final 208 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Figura 43 – Limite da Reserva natural das Lagoas de Santo André e da Sancha (esquerda) e Lagoa de Santo André (direita) 1.3.1.2 - A Zona de Proteção Especial da Lagoa de Santo André A Zona de Proteção Especial da Lagoa de Santo André (PTZPE0013) é constituída por uma lagoa costeira separada do mar por uma estreita faixa de dunas e cuja profundidade média anual é de 1,8 m. Nas margens existe uma vegetação palustre dominada por Phragmites australis, Scirpus maritimus, Scirpus lacustris, Spartina versicolor e Tamarix africana. É uma das mais importantes zonas húmidas nacionais para as aves, sendo de destacar a presença de Pato-de-bico-vermelho e Galeirão. Possui grande valor para a passagem de passeriformes migradores transarianos, ciconiiformes e limícolas.153 Fonte: CMSC 153 Plano sectorial da Rede Natura 2000, Vol. II – Fichas de ZPE e glossário de orientações de gestão Versão Final 209 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Figura 44 – Zona de Proteção Especial da Lagoa de Santo André (esquerda) e vista aérea da Lagoa (direita) 1.3.1.3 - O Sítio Rede Natura 2000 Comporta/Galé O Sítio Comporta/Galé (PTCON0034), na sua zona sul compreende uma faixa costeira constituída por um sistema dunar bem desenvolvido e estabilizado. Os habitats psamófilos estão muito bem representados e é observável a sequência de dunas desde o mar ao interior, incluindo as depressões intradunares. A flora é de elevado valor, com diversas espécies prioritárias (Armeria rouyana, Linaria ficalhoana e Thymus camphoratos) endemismos lusitanos e ainda outras espécies protegidas. Quanto à fauna, destaca-se a presença de boga-portuguesa (Chondrostoma lusitanicum) e de lontra (Lutra lutra). 154 Fonte: CMSC 154 sectorial da Rede Natura 2000, Vol. I – Relatório e Fichas de Sítios da Lista Nacional Versão Final 210 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Figura 45 – Sítio Rede Natura 2000 Comporta Galé (esquerda) e praia da Costa de Santo André (direita) 1.3.1.4 - O Sítio Rede Natura 2000 Costa Sudoeste O Sítio Costa Sudoeste (PTCON0012) é uma área litoral de qualidade paisagística e ecológica extraordinária, sendo no Município de Santiago do Cacém constituída pelas cabeceiras do sistema hidrográfico do Mira. 155 Fonte: CMSC Figura 46 – Limite do Sítio Rede Natura 2000 Costa Sudoeste, no Município de Santiago do Cacém 1.3.2 - OUTRO PATRIMÓNIO NATURAL Para além das áreas classificadas, existem outros territórios e elementos de inegável valor, tanto do ponto de vista da conservação da natureza, como histórico, cultural, paisagístico e até identitário. 155 Plano sectorial da Rede Natura 2000, Vol. I – Relatório e Fichas de Sítios da Lista Nacional Versão Final 211 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.3.2.1 - As Paisagens As paisagens desde sempre sofreram modificações. Antes de qualquer ação humana, a ação natural dos elementos operou transformações que criaram as realidades geográficas sobre as quais se implantaram as atividades humanas. A paisagem é, pois, o resultado das transformações operadas pelo Homem sobre a natureza, para colmatar as suas necessidades e o seu desenvolvimento. A sua preservação significa a salvaguarda de valores históricos, culturais e naturais, que são a chave da identidade dos lugares e das suas populações. Contribuindo de forma marcante para a construção das culturas locais e para a consolidação da sua identidade, a paisagem é igualmente um elemento fundamental na qualidade de vida das populações. 156 No Município de Santiago do Cacém são de especial importância as seguintes unidades de paisagem: O montado de sobro e azinho; O sobreiral estreme das encostas das serras; O troço do médio Sado bem como as suas ribeiras afluentes; As vistas para as zonas costeiras, tomadas a partir do Passeio das Romeirinhas, Cerro da Inês, Livramento e outros sítios destacados; 156 Os espelhos de água das barragens de Campilhas e Fonte Serne; As praias. Convenção Europeia da Paisagem, Conselho da Europa 2000. Versão Final 212 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.3.2.1.1 - O MONTADO DE SOBRO E AZINHO O montado de sobro e azinho deve ser relevado não apenas pela sua importância geográfica no Município mas também pela sua importância socioeconómica, biofísica, faunística e florística e, ainda, pela tradição e importância dos sistemas agrossilvopastoris na região mediterrânica. O uso múltiplo dos povoamentos de sobreiro e azinheira tem um elevado valor para a conservação da diversidade biológica e “uma das explicações possíveis para o maior índice de diversidade dos montados resulta da existência de diferentes tipos de “sub-habitats” que arrastam, cada um deles, cortejos distintos de espécies, os quais somados originam um número de espécies sempre superior aos dos habitats considerados “naturais””157 Neste mosaico de paisagem deverá ser sempre conjugada a permanência dos povoamentos e do sistema cultural com a conservação da biodiversidade. “O montado corresponde à imagem de marca da paisagem agrária do Alentejo. É um tipo de paisagem, inteiramente construído, em que todos os traços se devem à história agrária e ao trabalho humano, que transformaram a brenha mediterrânea”. 158 Fonte: CMSC 157 158 Avaliação dos planos territoriais face às dinâmicas de desenvolvimento do concelho de Santiago do Cacém – Sidónio Pardal Evolução da paisagem de Montado no Alentejo Interior ao longo do séc. XX – Denise de Brum Ferreira Versão Final 213 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Figura 47 – Montado de Sobro e Azinho nas freguesias do Cercal do Alentejo (esquerda) e S. Domingos (direita) 1.3.2.1.2 - OS SOBREIRAIS ESTREMES DAS ENCOSTAS DA SERRA Os sobreirais estremes das encostas da serra são um tipo de paisagem caracterizador da região de Santiago do Cacém. As serras de Grândola e do Cercal estendem-se na direção Norte-Sul e fazem a transição entre a planície litoral e a planície cerealífera do interior, apresentando bosque de sobro e sub-bosque de matos, em que a densidade e variedade do coberto com espécies florísticas e faunísticas interessantes se devem a intervenções humanas pouco degradadoras. Estas serras surgem como ilhas de relevo por contraste com as planícies envolventes e que, devido à proximidade do mar, criam condições ecológicas específicas. O seu clima, de influência atlântica, é mais moderado do que na planície interior, para o qual a serra constitui uma barreira à passagem das massas de ar carregadas de humidade vindas do mar. Devido às diferenças de temperatura e precipitação, a vegetação apresenta características próprias. Os densos sobreirais estendem-se por vales e encostas, sob os quais se desenvolve um matagal mediterrânico riquíssimo, onde aparecem medronheiros (Arbutus unedo), aroeiras (Pistacia lentiscus), gilbardeiras (Ruscus aculeatus), entre outros. De destacar o aparecimento do carvalhoportuguês (Quercus faginea) junto às linhas de água, o que revela a influência atlântica no clima. Aqui desenvolve-se uma densa vegetação ripícola, habitat de diversas espécies de aves e mamíferos. Os povoamentos suberícolas, para além da sua função produtiva direta, produzem bens e prestam importantes serviços ecológicos à sociedade que – por não terem mercado no sentido económico do termo - dificilmente se podem contabilizar. Versão Final 214 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 48 – Sobreirais Estremes no Livramento S. Francisco da Serra (esquerda) e Serra do Cercal do Alentejo (direita) 1.3.2.1.3 - OS SISTEMAS AGRÍCOLAS E SILVOPASTORIS ASSOCIADOS À CULTURA CEREALÍFERA Os sistemas agrícolas e silvopastoris associados à cultura cerealífera são um tipo de paisagem caracterizadora do interior do Município, constituindo a continuação para Este e para Sul da área de montado de sobro. Trata-se de uma das paisagens mais identitárias do Alentejo que, no Município de Santiago do Cacém, se revela muito bem integrada em mosaicos de sequeiro e regadio, entrecortado pelas áreas de montado, traduzindo-se em riqueza e diversidade paisagística. Versão Final 215 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 49 – Sistemas agrícolas e silvopastoris em São Domingos (esquerda) e Cercal do Alentejo (direita) 1.3.2.1.4 - O TROÇO DO MÉDIO SADO E SUAS RIBEIRAS AFLUENTES O troço do médio Sado e suas ribeiras afluentes constituem a encosta suave que desce da Serra de Grândola em direção ao vale do Sado e se prolonga para Este até ao limite do Município, onde o montado de sobro se associa a superfícies agrícolas de sequeiro. É percorrida por uma rede hidrográfica intercetada por albufeiras, que permitem a rega das várzeas das ribeiras de Campilhas, S. Domingos e Corona a Oeste, e Messejana e Roxo a Este do Sado. O povoamento rural é concentrado em montes e em compactos aglomerados urbanos distantes uns dos outros. Os usos e costumes são consistentes com as características biofísicas do território e com a sua história, e transmitem sensações de calma e tranquilidade. Nos pontos mais altos e abertos, a sensação de amplitude do território e de domínio sobre o horizonte longínquo é bastante marcado. A peneplanície cerealífera é constituída por paisagens de horizontes baixos onde se vislumbram os contrastes de luz e as cambiantes cromáticas devido à sua ampla abrangência visual e de onde se realçam as cambiantes de cor ao longo do ano. Versão Final 216 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 50 – Rio Sado na Freguesia de Ermidas-Sado (Esquerda) e afluente/ribeira de S. Domingos na Freguesia de São Domingos 1.3.2.1.5 - AS VISTAS PARA A ZONA COSTEIRA As vistas para a zona costeira podem ser desfrutadas a partir de pontos proeminentes do território, de entre os quais se destacam o Passeio das Romeirinhas, Castelo de Santiago do Cacém, Cerro da Inês, Livramento, Convento, Moinho Queimado, cabeços da Serra do Cercal, entre outros. Os pontos elevados e abertos para o horizonte são locais de elevado valor cénico e sensorial, permitindo uma leitura ampla do território e uma sensação de anfiteatro banhado por uma luz especial, em que os ventos e brisas nos trazem a presença e o cheiro de mar. Como elemento especial e singular de referenciação temos a Área Industrial de Sines, nova componente visual tecnológica que já se entranhou na paisagem e no quotidiano das populações. Versão Final 217 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 51 – Vistas para a Zona Costeira a partir das Romeirinhas, Santiago do Cacém (esquerda) e do Livramento, S. Francisco da Serra (direita) 1.3.2.1.6 - OS ESPELHOS DE ÁGUA Os espelhos de água mais marcantes do Município são as albufeiras das barragens de Campilhas, Fonte Serne e Daroeira e a Lagoa de Santo André. A presença destes espelhos de água de dimensão apreciável empresta à paisagem uma nova configuração e enriquece, diversifica e valoriza a beleza natural do território. As barragens e as suas albufeiras - além das funções como reservatórios de água para a agricultura e como reguladores dos caudais dos cursos de água - têm bastante interesse para a exploração da sua vertente turística e porque são locais chave de concentração de biodiversidade, por possuírem inúmeros espaços de orla ou charneira e pela amenização do clima que proporcionam. Nas suas margens joga-se um permanente confronto, em que o verde das galerias ripícolas se digladia com os reflexos prateados e acobreados das massas de água, para deleite dos transeuntes. A Lagoa de Santo André tem um elevado interesse em termos paisagísticos, devido à dinâmica de formas, cores, cheiros, texturas e atividades que se sucedem ao longo do ano. Versão Final 218 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 52 – Espelhos de Água, Barragem de Fonte Serne, S. Domingos (esquerda) e Barragem de Campillhas, Cercal do Alentejo (direita) 1.3.2.1.7 - AS PRAIAS As quatro praias do Município de Santiago do Cacém - Costa de Santo André, Porto das Carretas, Areias Brancas e Fonte do Cortiço - são parte integrante do extenso (mais de 60 km) areal arqueado que liga Troia a Sines. Aqui a planície litoral é separada do Oceano por um longo e bem conservado cordão dunar onde, a espaços, espreitam arribas areníticas. No caso da Costa de Santo André, a praia apresenta ainda a singularidade de ser banhada por um lado, pelo Oceano e por outro pela Lagoa. Três destas praias, Porto das Carretas, Areias Brancas e Fonte do Cortiço, têm ainda a particularidade de estarem incluídas na área da Reserva Natural das Lagoas de Santo André e Sancha. Versão Final 219 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 53 – Praias da Fonte do Cortiço (esquerda) e Praia da Costa de Santo André (direita) 1.3.3 - OUTROS ELEMENTOS NATURAIS Algumas árvores apresentam características excecionais e chamam a nossa atenção. Por motivos variados conseguem sobreviver à passagem do tempo, tornando-se autênticas lendas vivas, fortemente unidas ao homem e à sua envolvente. Os seres vivos maiores e mais velhos que se conhecem são árvores. No Município de Santiago do Cacém existem alguns exemplares ou conjuntos de árvores notáveis, no entanto, este património não foi, ainda, sistematizado e devidamente estudado e catalogado. Desta forma, é, a título de exemplo, referido o conjunto de eucaliptos de Vale Verde. Os eucaliptos de Vale Verde Os Eucaliptos de Vale Verde constituem um conjunto de três árvores - uma delas centenária - que pelo seu porte, desenho e interesse, encerram um património de valor ecológico, paisagístico e cultural. Versão Final 220 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Ernesto Goes já referenciava a maior destas árvores como tendo 8,44 m de PAP (a 1,30 m do solo) e uma copa frondosa com 32 m de diâmetro.159 Este conjunto é também um património excecional do ponto de vista da proteção dos recursos genéticos. Fonte: CMSC Figura 54 – Eucaliptos de Vale Verde, Santiago do Cacém 159 Arvores Monumentais de Portugal Versão Final 221 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Figura 55 – Património Natural no Município de Santiago do Cacém Versão Final 222 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 1.4 - INVESTIGADORES E PUBLICAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA LOCAL • A. Marcos G. de Carvalho Tufos Calcários quaternários de Santiago do Cacém. Lisboa, Ed. Finisterra. 1973. • A. M. Dias Diogo Ânforas romanas de Miróbriga, Arquivo de Beja, Vol. X. 1999. • A. Pedro de Azevedo Cercal. Grutas. Arqueólogo Português, v. 3. Lisboa. 1897. • António Martins Quaresma Sines: séculos XIX e XX. In Catálogo da exposição instalada no Museu de Sines, Sines, Município de Sines, 2009 (no prelo). De Milícia de Cristo a Entidade Senhorial. Notas sobre a Ordem de Santiago da Espada no Litoral Alentejano. In Catálogo da exposição No caminho sob as estrelas (julho – outubro 2007), dir. José António Falcão, Beja, Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (no prelo). O Alentejo Meridional: Mito e Realidade. In Entre o Céu e a Terra: Arte Sacra da Diocese de Beja (dir. José António Falcão), vol. I, Beja, Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, 2000. Sines no Trânsito da Época Medieval para a Época Moderna. In Da Ocidental Praia Lusitana, Vasco da Gama e o seu Tempo, Lisboa, Comissão Nacional para Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1998 Forte do Pessegueiro. Guerra, religião e poder. In Atas do I Encontro de História do Litoral Alentejano, Sines, Centro Cultural Emmerico Nunes, 2009. Versão Final 223 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Rio Mira: Características Físicas e Navios de Comércio. In II Congresso Sobre o Alentejo. Semeando Novos Rumos, II, Beja, maio 1987. Importância Histórica do Rio Mira como Via de Penetração no Interior – Séculos XIX e XX. In I Congresso Sobre o Alentejo. Semeando Novos Rumos, I, Évora, 1985. Porto Covo. O Iluminismo no litoral alentejano, conferência apresentada, em 5 de junho de 2009, no ciclo de conferências, sob o tema Arquitetura e Urbanismo na Época Pombalina, org. Espaço e Memória, Oeiras, 5 de junho de 2009. Entre aplausos e lamentos: a chegada do caminho de ferro a Odemira, colóquio para assinalar os 120 anos da construção do troço ferroviário Casével – Amoreiras, em Amoreiras-Gare, 2 de maio de 2008, promovido pelo Município de Odemira e Associação de Desenvolvimento Local de Amoreiras. Porto Covo. O Iluminismo no litoral alentejano, Sines, Museu de Sines e Câmara Municipal de Sines, no prelo. Forte do Pessegueiro, Sines, Museu de Sines e Câmara Municipal de Sines, 2009. Cerealicultura e farinação, no concelho de Odemira. Da baixa Idade Média à Época Contemporânea, Odemira, Município de Odemira, 2009. Alexandre Massai: a “Escola Italiana” de Engenharia Militar no Litoral Alentejano (séculos XVI e XVII), Sines, Centro Cultural Emmerico Nunes, 2007. Odemira Histórica. Estudos e Documentos, Odemira, Município de Odemira, 2006. Vila Nova de Milfontes. História, V.N. de Milfontes, Junta de Freguesia, 2003. Rio Mira. Moinhos de Maré, Aljezur, Suledita, 2000. Colos. Contributo para a sua História, Odemira, Câmara Municipal de Odemira, 1999. Versão Final 224 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A Barca de Odemira, Odemira, Câmara Municipal de Odemira, 1993. • António Jacinto Maria de Vilhena Roteiro da Vila de Santiago do Cacém, Lisboa. 1938. Ramal de Sines – Subsídios para a sua Construção. Lisboa. 1937. • Américo Lazaro Leal O rosto da Reforma Agrária. Lisboa. Avante. 2005. Col. Resistência. • Alfredo Duro História do primeiro automóvel entrado em Portugal. Lisboa. Ed. Autor. 1955. • Ana Barceló y Cármen Labarata Lápides Árabes em el Museo de Santiago do Cacém (Portugal), Al-quantara, revista de estudios árabes, Madrid, 1951. • Ana Durão Machado Casas e Cozinhas : uma breve abordagem sobre a arquitetura doméstica no Concelho de Santiago do Cacém (não publicado), 2004. Alfaiates e costureiras: um olhar sobre o engenho da agulha e do dedal. Cadernos do património, 2 Santiago do Cacém: Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Museu Municipal. 2008. A barbearia: a arte de barbear e pentear. Cadernos do património, 1 Santiago do Cacém: Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Museu Municipal. 2008. • Batalha Gouveia Os Nomes das Terras de Santiago do Cacém. Arquivo de Beja, v.2, Beja. 1984. • Carlos Soares Versão Final 225 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém (Breves notas para a sua História). Ed. Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém. Famílias Antigas de Santiago do Cacém. Alguns Falcões na Santa Casa da Misericórdia. In Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, 2.ª Série – 2.º Volume, ed. Real Sociedade Arqueológica Lusitana. 1988. • Carlos Sobral Ao Encontro do Nosso Património Histórico. Igreja de Abela, in «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 5, março de 1999. Ao Encontro do Nosso Património. Alvalade, in «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 6, junho de 1999. Ao Encontro do Nosso Património. Cercal do Alentejo, in «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 7, outubro de 1999. Ao Encontro do Nosso Património. Ermidas-Sado, in «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 8, janeiro de 2000. Santiago do Cacém. De Miróbriga ao Castelo, in «Centros Históricos», Ed. Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico, An. I, 2.º ser., n.º 3, Abr./junho de 2000. Ao Encontro do Nosso Património. Santo André, in «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 9, maio de 2000. Versão Final 226 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Ao Encontro do Nosso Património. Santiago do Cacém, in «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 10, setembro de 2000. Ermidas de Alvalade (Séculos XVI a XX), in «Notícias de Beja», Beja, n.º 3622, 21 setembro de 2000. Ao Encontro do Nosso Património. Santa Cruz, in «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 11, dezembro de 2000. Pero a Caminho, ou o Caminho Que Leva ás Casas, de João Lourenço, Guia de Percursos/Alentejo, Ed. Esdime, 2000 (colaborador para as Freguesias de Abela, S. Domingos, S. Bartolomeu e Santiago do Cacém). Ao Encontro do Nosso Património. S. Domingos, in «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal, n.º 12, março de 2001. Manuel José Santinhos (Ti Manel Zé do Tojal), in «O Canto do Tojal», Folheto da Exposição, Escola Básica do 1.º Ciclo, Santo André, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, abril de 2001. Ao Encontro do Nosso Património. S. Francisco, in «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 13, maio de 2001. Património Edificado de Santiago do Cacém. Breve Inventário, Lisboa, Ed. Edições Colibri/Câmara Municipal de Santiago do Cacém, julho de 2001. Diferentes abordagens Didáticas ao Alto - Relevo de Santiago Matamouros da Igreja Matriz de Santiago do Cacém, in «Cadernos de Estudos Locais», Ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém, n.º 2 (não publicado). Versão Final 227 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Medalha Comemorativa dos 100 anos do Automóvel em Portugal, in «Catálogo da I Mostra de Medalhística - Santarém 2001», Ed. Câmara Municipal de Santarém, 2002. Património Edificado de Cercal, in «Gentes e Culturas - Freguesia de Cercal do Alentejo», n.º 1, Ed. LASA, 2003. Uma obra de referência para o conhecimento do património artístico das freguesias do concelho de Santiago do Cacém: O Cristo de Santa Cruz, in «Gentes e Culturas - Freguesia de Santa Cruz», n.º 2, Ed. LASA, 2003. Duas obras de referência para o conhecimento do património artístico das freguesias do concelho de Santiago do Cacém: A Adoração do Santíssimo Sacramento de S. Francisco da Serra e A Árvore de Jessé de S. Francisco da Serra, in «Gentes e Culturas - Freguesia de S. Francisco da Serra», n.º 3, Ed. LASA, 2003. O Monte das Relvas (S. Bartolomeu da Serra) - Analogias arquitetónicas com outros edifícios do centro histórico de Santiago do Cacém, in «Gentes e Culturas- Freguesia de S. Bartolomeu da Serra», n.º 5, Ed. LASA, 2004. A Porta do Sol - Ensaio sobre o seu simbolismo e iconografia, in «Gentes e Culturas - Freguesia de Santiago do Cacém», n.º 6, Ed. LASA, 2004. Os muros da nossa paisagem, in «Cena's», n.º 4, Vila Nova de Santo André, Ed. Ajagato, 2005. Capelas, atalaias, e outros topónimos que tais, in «Cena's - Publicação Cultural», n.º 5, Vila Nova de Santo André, Ed. Ajagato, 2005. A Patrimónia - História com Histórias em Santiago, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, 2005 (coautor). As Fontes, in «Cena's-Publicação Cultural», n.º 6, Vila Nova de Santo André, Ed. Ajagato, 2006 (a publicar). Versão Final 228 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Chapas de Companhias de Seguros do Centro Histórico de Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém e Companhia de Seguros Fidelidade - Mundial S.A., 2006. A Importância da Localização da Igreja de S. Pedro na Construção Administrativa do Extinto Concelho do Cercal, in «MUSA. Museus, Arqueologia e Outros Patrimónios», Ed. Fórum Intermuseus do Distrito de Setúbal Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, 2006. • Caderno de Património, n.º 0. (coord. C.M.S.C.). O Homem a Terra e a Lagoa. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. • Cadernos de Estudos Locais. /cord. João Madeira). Ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém. 2000. • Carlos Tavares da Silva e Joaquina Soares O monumento megalítico da Palhota (Santiago do Cacém). Setúbal Arqueológica, 2-3, 1976-77. Ocupação da II Idade do Ferro da Pedra da Atalaia (Santiago do Cacém). Setúbal Arqueológica, 4, 1978. Uma jazida do Bronze Final na Cerradinha (Lagoa de Santo André, Santiago do Cacém). Setúbal Arqueológica, 4, 1978. Alguns aspetos do Neolítico antigo do Alentejo Litoral. Atas da I Mesa Redonda sobre o Neolítico e o Calcolítico em Portugal. Porto: GEAP, 1979. Cerâmica pré-romana de Miróbriga (Santiago do Cacém). Setúbal Arqueológica, 5, 1979. GONÇALVES, V. S.; PINHO MONTEIRO, J.; SOARES, J.; FERRER DIAS, L.– Descobertas arqueológicas no Sul de Portugal. Setúbal/Lisboa: MAEDS e UNIARQ. 1980. Pré-história da Área de Sines. Lisboa: Gabinete da Área de Sines. 1981. Versão Final 229 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Des structures d’habitat du Neolithique ancien au Portugal. In Le Neolithique ancien mediterraneen. Actes du Colloque Internacional de Prehistoire (Archeologie en Languedocnºspecial). Montpellier. 1982. Contribuição para o estudo do Megalitismo do Alentejo Litoral. A sepultura do Marco Branco (Santiago do Cacém). O Arqueólogo Português, 1 (S. IV), 1983. Les communautés du Néolithique Ancien dans le Sud du Portugal. Prémières Communautés Paysannes en Méditerranée Occidentale. Actes du Colloque International du C.N.R.S., Montpellier, 1983), Paris, 1987. FERREIRA, E. J.; LOURENÇO, F. S.; SOUSA, P. - O património arqueológico do Distrito de Setúbal. Subsídios para uma carta arqueológica. Setúbal: Associação de Municípios do Distrito de Setúbal. 1993. De Miróbriga a Santo André pelos domínios da Arqueologia. Da Arqueologia à História. Pelo caminho das pedras. Santiago do Cacém: Câmara Municipal de Santiago do Cacém, 1997. Protomegalitismo no Sul de Portugal: inauguração das paisagens megalíticas, In V. S. GONÇALVES (ed.), Muitas antas, pouca gente?. Atas do I Colóquio Internacional sobre Megalitismo (Trabalhos de Arqueologia, 16), 2000. Territórios da Pré-história em Portugal. Setúbal e Alentejo Litoral. Tomar: Centro de Préhistória do Instituto Politécnico de Tomar. 2006. • Clementino Amaro BARRETO, Manuel Rosivelt dos Santos. Villa Romana da Herdade dos Conqueiros, (Alvalade Sado). Informação Arqueológica, 2, Lisboa, 1982. • Cónego António Rebelo dos Anjos A Igreja Matriz de Sant’Iago de Cacém (Apontamentos Histórico – litúrgicos). Santiago do Cacém, Tip. A Gráfica. 1933. Versão Final 230 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 • Dina Nunes Calado Pescadores e Pesca na Costa de Santo André. In História, n.º 41, janeiro. 2002. Pescadores e Pesca na Costa de Santo André. In Gentes e Culturas, Freguesia de Santo André. Edição LASA. 2004. • Fernando D Almeida Nota sobre os restos do circo romano de Miróbriga dos Célticos (Santiago do Cacém), Revista de Guimarães, Guimarães, 73, 1963 Ruínas de Miróbriga dos Célticos (Santiago do Cacém), Setúbal, Junta Distrital de Setúbal. 1964. O Santuário romano campestre de Miróbriga dos Célticos, Revista Guimarães, Guimarães, 78, 1968. A Arte Visigótica em Portugal. O Arqueólogo Português. Vol. 4. Lisboa. 1962. • Fonseca Santos Direção e autoria de artigos nos cadernos temáticos “Gentes e Culturas”. Freguesias de Santiago do Cacém. 2003 – 2004. Ed. LASA. • Francisco Fernandes Lopes Bataça e Mirobriga. Atas do XII Congresso Luso-Espanhol para o progresso das Ciências. Tomo III. Lisboa. 1950. • Francisco Lobo de Vasconcellos José de Benedito Hidalgo Vilhena. O Inicio do século através de um pioneiro da fotografia. Atas do 1.º Encontro de História do Alentejo Litoral. Edição Centro Cultural Emmerico Nunes. 2008. Versão Final 231 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 As quintas em redor de Santiago do Cacém – elementos para o seu inventário in Atas do 2.º Encontro de História do Alentejo Litoral. Ed. Centro Cultural Emmérico Nunes. Sines, dezembro de 2010. • Gentil José Cesário Casas de Terra – Coautoria de artigo, publicado em Caderno de Estudos Locais 1, 2000, Santiago do Cacém, páginas 4 a 12, edição Associação Cultural de Santiago do Cacém. Memórias do Passado, Momentos do Presente – Catalogo da exposição homónima, patente na Feira do Monte/2007 (1 a 2 de setembro de 2007), lançado no dia 1 de setembro de 2007, edição CMSC (DCI). Açúcar, Pimenta e Canela, Retrato de Santiago do Cacém ao Tempo do Foral Manuelino – coautoria do catálogo da exposição com o mesmo nome, em conjunto com Dr.ª Luísa Gomes (Arquivo Municipal), lançado do dia 14 de setembro de 2010, edição CMSC. 1755, O Terramoto de Todos os Santos em Santiago do Cacém – Livro lançado no dia 28 de fevereiro de 2009, edição JFSC. 1808, Santiago do Cacém e a 1.ª Invasão Francesa – Livro lançado no dia 9 de julho de 2010, edição JFSC 1755, O Terramoto de Todos os Santos em Santiago do Cacém – artigo publicado na revista MUSA, lançada no dia 13 de novembro de 2010, publicação MAEDS. 1808, Santiago do Cacém e a resistência aos franceses – artigo publicado nas Atas do 2.º Encontro de História do Alentejo Litoral, lançadas no dia 29 de janeiro de 2011, publicação Centro Cultural Emmerico Nunes. • Jeanette – Smit Nolen Alguns fragmentos de paredes finas de Mirobriga, Setúbal Arqueológica, Setúbal, 2-3, 1976-77. Ampurian gray wore from Miróbriga, Conimbriga, Coimbra, 18, 1979. Versão Final 232 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 • Joaquim Alberto da Paz Alguns Aspetos petrográficos das rochas carbonatadas do MALM inferior da região de Santiago do Cacem – Sines. Lisboa, Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal. 1971. • João da Cruz e Silva Apontamentos e Considerações sobre as Pesquisas Arqueológicas Realizadas desde 1922 nos Concelhos de S. Tiago do Cacem, Sines e Odemira. Arquivo de Beja, 1,2,3, Beja, 1, 1944. 1945. 1946. As Moedas. Livro de Registo das Moedas e Medalhas, Museu Municipal de Santiago do Cacém. 1938. Manuscrito. Concelho de Santiago do Cacém: Notícia Histórica, Baixo Alentejo. • João Esteves Alda Guerreiro Machado. Dicionário no Feminino (séculos XIX – XX). Ed. Livros Horizonte. 2005. • João Madeira Alda Guerreiro e os 'modernos princípios da pedagogia' em Santiago do Cacém. Santiago do Cacém. Centro de Formação Contínua de Professores - Santiago do Cacém, Sines e Grândola, 1995 ABREU, Laurinda As associações de classe dos trabalhadores rurais em Santiago do Cacém (1910-1914) ; Escrituras matrimoniais em Setúbal no século. Setúbal : SALPA - Associação para a Salvaguarda do Património Cultural e Natural da Região de Setúbal, DL 1988. - (Património Ensaio ; 3) Ensaio galardoado com o Prémio Almeida Carvalho 1985-86 Edição subsidiada pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém A Greve dos Corticeiros de Sines em 1908. História, n.º 87, janeiro. 1986. E se inventássemos um mar de volta....Cena's. – N.º 3 (primavera - verão 2004), 1974 Versão Final 233 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Anarquistas nos campos do sul. In: Memória Alentejana : boletim informativo. – N.º 11 (inverno 2003) Os anos novecentos portugueses. In: História. - Ano 22, Série 3, n.º 23 (março 2000) Os ceifeiros de arroz vieram à vila. In: Cena's. – N.º 9-10 Chegada do comboio a Sines : o "extremar de campos”. In: História. - Ano 24, série 3, n.º 52 (janeiro 2003). A Cidade Nova. In:Cena's. – N.º 7 (inverno 2006-2007). Os comboios chegaram tarde a Sines. In: Memória Alentejana: boletim informativo. – N.º 3 (outono 2001). Corticeiros de Sines: um pequeno e dinâmico núcleo proletário. In: Memória Alentejana: boletim informativo. – N.º 3 (outono 2001). Escola liberal. In: Cena's. – N.º 12. Estava um 'cante' do mais lindo. In: Cena's. – N.º 2 (outono - inverno 2003). A exposição das searas no porvir. In: História. - Ano 20, (Nova série), n.º 1 (abril 1998). Uma história local do PCP ou o «real e determinante papel dos comunistas»? In: História. - Ano 19, (Nova série), n.º 33 (julho 1997). Janelas de luz no negrume da vila : 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém. In: Cadernos de estudos locais. – N.º 1 (2000). - p. 45-54 Comunicação apresentada nos colóquios "150 anos de Associativismo em Santiago do Cacém", novembro de 1997, janeiro de 1998. Mondadeiras de arroz nas várzeas alagadas de Brescos. In: Cena's. – N.º 5 (primavera - verão 2005). Versão Final 234 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A morte e o mito nos campos do Sul. In: História. - ISSN 0870-4538. - Ano 25, série 3, n.º 66 (maio 2004). Pasmo na vila e nas aldeias: um conde de "Locomóvel". In: Arquivo de Beja. - ISSN 0873-3422. Série 3, vol. 5 (agosto 1997). Ranchos de fora nos campos de arroz de Alcácer. In: Memória Alentejana: boletim informativo. – N.º 5 (verão 2002). Tempos de Sol Nascente: Sol Nascente. Da cultura republicana e anarquista ao Neorrealismo. In: Nova Síntese. - ISSN 1646-5989. – N.º 2-3 (2007-08). • J. A. Ferreira de. Almeida Três Lucernas do Museu de Santiago do Cacém”, o Arqueólogo Português, Nova série I, Lisboa, 1951. Introdução ao estudo das lucernas romanas em Portugal. O Arqueólogo Português. Lisboa. 2 (N.S.). 1953. • José António Falcão Duas paisagens românticas no património alentejano. In: Mais Alentejo. - ISSN 0874-5056. – N.º 87 (Nov. 2008), p. 102-103 A a Z : Arte Sacra da Diocese de Beja. Beja : Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, 2006. Achega para o estudo da atividade do entalhador António da Fonseca em Santiago do Cacém: a construção do retábulo-mor da igreja da misericórdia em 1742. Santiago do Cacém : Santa Casa da Misericórdia, 1995. - (Estudos e documentos ; 1) Arte Sacra do concelho de Santiago do Cacém: roteiro da exposição. pref. [de] Ramiro Francisco Guiomar Beja. - Santiago do Cacém : Câmara Municipal de Santiago do Cacém, 1990 Versão Final 235 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Caminhos de Santiago, caminhos do mundo. In: Itinerante: caminhar, conhecer, conviver. ISSN 1647-4082. – N.º 3 (Julho-Outubro 2010), p. 38-41 A capela de Santo António em Santiago do Cacém. Santiago do Cacém : Câmara Municipal de Santiago do Cacém, 1980. As estrelas de Santiago. In: Mais Alentejo. - ISSN 0874-5056. – N.º 75 (Set. 2007), p. 96-98 Fontes sobre o segundo retábulo da Igreja de Nossa Senhora do Monte (Santiago do Cacém). Ferreira do Zêzere : Centro de Estudos Históricos e Etnológicos, 1986 Igreja matriz de Santiago Maior (Santiago do Cacém). In: Mais Alentejo. - ISSN 0874-5056. – N.º 79 (Fev. 2008), p. 90-91 Pintores que trabalharam para a Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém. Lisboa : [s.n.], 1986 Vol. 1: 1707-1708, 1710-1711 Referência acerca da capela de Santo António de Santiago do Cacém em 1689. In: Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana. - ISSN 0870-7766. - Série 2, vol. 1 (1987), p. 93-96 Toponímia do município de Santiago do Cacém. Santiago do Cacém : [s.n.], 1979 José António Falcão em colaboração com: CARDOSO, Carlos Lopes, e outro. Santo António e as alminhas populares / In: Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana. - ISSN 0870-7766. - Série 2, vol. 1 (1987), p. 197-220 Carlos Lopes, e outro Santo António e as alminhas populares : apêndice documental : ilustrações.In: Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana. - ISSN 0870-7766. - Série 2, vol. 2 (1988), p. 239-244. Epigrafia romana do concelho de Santiago do Cacém I : a ara funerária da Herdade da Cascalheira (Santo André) / José António Falcão, Jorge M. Rodrigues Ferreira, Amílcar Guerra, Versão Final 236 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Arnaldo Espírito Santo In: Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana. - ISSN 0870-7766. Série 2, vol. 2 (1988), p. 37-48 Fundo Local Gentes e culturas: freguesia de Santo André / [textos de] Fonseca Santos, José António Falcão, Dina Nunes Calado, Albano Miguel, João Madeira, Celina Dhanani, Teresa Chaves, Raul Oliveira. - [1.ª ed.]. - Vila Nova de Santo André: LASA-Liga dos Amigos de Vila Nova de Santo André, 2004. - (Caderno temático; 11). PEREIRA, Fernando António Batista, e outro Pintura maneirista do distrito de Setúbal I : duas adorações da igreja matriz de Santiago do Cacém atribuídas a José de Escovar.In: Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana. - ISSN 0870-7766. - Série 2, vol. 2 (1988), p. 155-186. PEREIRA, Fernando António Batista. O alto-relevo de Santiago combatendo os mouros da igreja matriz de Santiago do Cacém. 2.ª Ed. - Beja; Santiago do Cacém: Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja; Câmara Municipal de Santiago do Cacém, 2001. FERREIRA, Jorge M. Rodrigues. A banheira para crianças da coleção de olaria da Sociedade Arqueológica Lusitana. In: Arquivo de Beja. - Série 2, vol. 2 (1983-1985), p. 189-193 CONESA, Jaime Coll. Fragmentos de azulejos mudéjares provenientes das ruinas do convento de Nossa Senhora do Loreto (Santiago do Cacém). In: Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana. - ISSN 0870-7766. - Série 2, vol. 2 (1988), p. 91-102. PEREIRA, Fernando António Batista. A imagem gótica da Igreja de São Bartolomeu da Serra (Santiago do Cacém). Beja: Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, 1996. - (Monografias; 2) ISBN 972-8354-01-0 FERREIRA, Jorge M. Rodrigues. Marcas lapidares da igreja matriz de Santiago do Cacém (I) In: Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana. - ISSN 0870-7766. - Série 2, vol. 1 (1987), p. 6176. Versão Final 237 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 FERREIRA, Jorge M. Rodrigues. Versões de Janeiras e Reis na região de Santiago do Cacém (Baixo Alentejo - Diocese de Beja). - Évora: [s.n.], Separata de: Igreja Eborense, n.º 10, 1986, p. 182-192. José António Falcão e a compilação de Textos: Décimas populares do Alentejo / [compil. de] José António Falcão. - Braga : Gabinete de Estudos Históricos de Santiago do Cacém, 1980. - (Biblioteca de Etnografia & Etnologia ; 1).l José António Falcão e a direção de publicações: BEJA. Diocese. Departamento do Património Histórico e Artístico Entre o Céu e a Terra : arte sacra da diocese de Beja / dir. de José António Falcão. - Beja: Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, 2000 Vol. 1: Estudos Vol. 2: Catálogo - Núcleos I, II, III Vol. 3: Catálogo - Núcleos IV e V Catálogo da exposição "Entre o Céu e a Terra - Arte Sacra da Diocese de Beja", convento de São Francisco, Beja, 1998 ISBN 972-8354-04-5 BEJA. Diocese. Departamento do Património Histórico e Artístico As formas do espírito: arte sacra da diocese de Beja / dir. de José António Falcão. - Beja: Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, 2003 Vol. 1: Estudos e Catálogo: Núcleo I - O Crepúsculo Vol. 2: Catálogo: Núcleo II - A Noite Vol. 3: Catálogo: Núcleo III - A Aurora. Catálogo da exposição "As Formas do Espírito - Arte Sacra do Sul de Portugal", Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa, 2003 ISBN 972-8354-07-X As formas do espírito: arte sacra da diocese de Beja: roteiro do serviço educativo / textos [de] José António Falcão, José Alberto Ribeiro, Susana Flor; il. [de] Catarina Félix. - [Beja] : Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, [2003]. Roteiro infantil da exposição "As Formas do Espírito - Arte Sacra da Diocese de Beja", Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa, 2003 ISBN 972-8736-73-8 • Jorge Feio Versão Final 238 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.2009. Vestígios da Cristianização do Concentus Pacensis - As Basilicae de São Bartolomeu (Alvito) e Monte do Roxo (Alvalade, Santiago do Cacém). Vipasca, Arqueologia e História, n.º 2, 2.ª série, 2007. • José Barros Rodrigues O Trem do Conde, História do Primeiro Automóvel que entrou em Portugal. Ed. Caleidoscópio – Edição e Artes Gráficas, S. 2004. • José de Encarnação Inscrições romanas do conventus pacensis. Subsídios para o estudo da Romanização. Coimbra. 1984. • José Carlos Quaresma Terra sigillata africana, hispânica, foceense tardia e cerâmica africana de cozinha de Mirobriga (Santiago do Cacém). Conimbriga. XXXVI, 1999. Terra sigillata africana D e foceense tardia das escavações recentes de Miróbriga (Chãos Salgados, Santiago do Cacém). Revista Portuguesa de Arqueologia. vol. 2. N.º 2, 1999. Terra sigillata sudgálica num centro de consumo: Chãos Salgados, Santiago do Cacém (Miróbriga?). (Trabalhos de Arqueologia; 30). Lisboa: IPA (tese de mestrado em Pré-História e Arqueologia, consultável on-line em 2003. http://www.ipa.min-cultura.pt/). Les fabriques des sigillées hispaniques provennantes de La Rioja et Andújar (s. I-II d.C.) à Chãos Salgados, Santiago do Cacém - Mirobriga?- (Portugal), Rei Cretariae Romanae Fautorum. Ata 40, 2008. Economia antiga a partir de um centro de consumo lusitano. Terra sigillata e cerâmica africana de cozinha em Chãos Salgados (Mirobriga?), Dissertação de doutoramento apresentada à Versão Final 239 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Edição policopiada, 2009. (tese de doutoramento em Arqueologia, consultável on-line em http://repositorio.ul.pt/R/?func=dbinjump-full&object_id=20859) Une hypothèse d’importation de vaisselles d’ Henchir es-Srira et de Sidi Aïch à Chãos Salgados (Mirobriga?), Portugal ?, Rei Cretariae Romanae Fautores. Ata 41, 2010. Changement et continuité: la romanisation à Chãos Salgados, Santiago do Cacém – Mirobriga? – (Portugal). In CORSI, C.; VERMEULEN, F., eds. - Changing Landscapes. The impact of Roman towns in the Western Mediterranean. Proceedings of the international colloquium, Castelo de Vide-Marvão. 15th-17th May 2008. Universidade de Évora/Ante Quem (Ricerche. Series maior; 1), 2010. Les importations de céramique culinaire africaine à Chãos Salgados, Santiago do Cacém (Mirobriga ?), Portugal. In MENCHELLI, S.; et Al., eds. - LRCW3 Late Roman Coarse Wares, Cooking Wares and Amphorae in the Mediterranean. Archaeology and Archaeometry. Comparison between Western and Eastern Mediterranean. (BAR – IS; 2185), 2010. (no prelo) - Chronologie final de la sigillée africaine A à partir des contextes de Chãos Salgados (Mirobriga?): différences chronologiques entre l’Orient et l’Occident de l’Empire Romain. In M. Cau Ontiveros, P. Reynolds e M. Bonifay, eds. - Late Roman Pottery: solving problems of typology and chronology. European Science Foundation. (no prelo) - Chãos Salgados (Mirobriga?): génese, evolução e abandono de uma cidade romana. Jornadas Culturais: Santiago. Os caminhos do património. De 30 de junho a 2 de julho de 2010, Santiago do Cacém. (no prelo) - Romanização: adaptações culturais e ambientais em Chãos Salgados (Mirobriga?). Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa. (no prelo) - Escavações de 2004 e 2005 na área da ponte de Chãos Salgados (Mirobriga?): estratigrafia, arquitetura e materiais de um setor público da cidade romana. MUSA. Versão Final 240 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 • José Maria de Almeida e João José de Oliveira Barros Jazigos de Ferro e Maganés de Odemira e Cercal (Mina da Serra da Tulhas). Ed. Serviço de Fomento Mineiro. 1946. • José Matias Moinhos de Vento do Concelho de Santiago do Cacém. Edições Colibri. 2002. Património Molinológico do Concelho de Santiago do Cacém. MUSA, n.º1. Fórum Intermuseus do Distrito de Setúbal e Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal. Setúbal. 2004. • José Olívio Caeiro Miróbriga- 1982. Santiago do Cacém. Informação Arqueológica, 5, Lisboa, 128- 129. 1985. SOREN, D. E BIERS, W., Santiago do Cacém, Informação Arqueológica – 1981. Lisboa. IPPC/Departamento de Arqueologia. 1984. • Leontina Ventura / Helena Cruz Coelho Uma Dona na Vida e na Morte. Separata das atas das II Jornadas Luso – Espanholas de História Medieval. Porto. 1986. • Padre Luiz Cardoso Alvalade e S. André. Diccionário Geográfico. Tomo I, Lisboa. Officina Sylviana, e da Academia Real. 1747. Cercal e S. Cruz. Diccionário Geográfico. Tomo I, Lisboa. Officina Sylviana, e da Academia Real. 1747. • Luís Pedro Ramos Alvalade “ Das Origens ao Século XX”. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. • Luísa Ferrer Dias Versão Final 241 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Terra Sigillatta de Mirobriga. Setúbal Arqueológica, 2-3, pp.361 – 422. 1976-77. • Luísa Ferrer Dias J. R. Viegas Necrópole lusitano - romana de Monte Sardinha (S. Francisco da Serra), Setúbal Arqueológica, 2-3: 1976-77. • Luísa Gomes Açúcar, Pimenta e Canela, Retrato de Santiago do Cacém ao Tempo do Foral Manuelino – coautoria do catálogo da exposição com o mesmo nome, em conjunto com Gentil Cesário lançado no dia 14 de setembro de 2010, edição CMSC. • Manuel João da Silva Ermidas no tempo e no espaço. Junta de Freguesia de Ermidas-Sado. 1997. Toponímia das ruas de Santiago do Cacém: breve história Santiago do Cacém. Santiago do Cacém. Câmara Municipal Santiago do Cacém. 1992. Como era a vida em casa do lavrador: Boieiros e Ganhões. Riqueza dos falares regionais IV. Edições Colibri / Câmara Municipal de Santiago do Cacém. 2001. Feiras tradicionais do Município de Santiago do Cacém. Riqueza dos falares regionais V. Edições Colibri / Câmara Municipal de Santiago do Cacém. 2004. Pobrezinhos e Malteses de Porro e Manta. Riqueza dos falares regionais III. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. 1996. O Mastro da Fonte do Lobo. Riqueza dos falares regionais II. 2.ª Ed. Santiago do Cacém: Câmara Municipal Santiago do Cacém. 1993. Os Lobos. Riqueza dos falares regionais VI. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. 2006. Riqueza tradicional dos falares regionais. Riqueza dos falares regionais I. 3.ª ed. Santiago do Cacém: Câmara Municipal de Santiago do Cacém, 1989. Versão Final 242 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 • Manuel Heleno Tampas sepulcrais insculturadas da época do bronze, O Arqueólogo Português, Lisboa, 29: 186189. 1933. • Maria Adelaide Garcia Pereira Subsídio para o estudo da terra sigillata de Miróbriga, Atas do II Congresso Nacional de Arqueologia, Coimbra, 1970, Coimbra, Junta Nacional de Educação, 2, 1971. Maria da Conceição Vilhena • Ventos de Mudança em Santiago do Cacém. Ed. Colibri e Câmara Municipal de Santiago do Cacém. 2006. Por Santiago do Cacém, viajando na divagação. Ed. Colibri. 2008. ALCOMONIAS – Uma reminiscência da doçaria árabe, Arquipélago (História), 2.ª série, vol. IV. 2000. Vataça, a Comendadeira de Santiago do Cacém (no reinado de D. Dinis). Atas do 1.º Encontro de História do Alentejo Litoral. Edição Centro Cultural Emmerico Nunes. 2008. As Invasões Francesas no Litoral Alentejano (1808). Atas do 2.º Encontro de História do Alentejo Litoral. Ed. Centro Cultural Emmérico Nunes. Sines, dezembro de 2010. • Maria de Lourdes da Costa Arthur Meróbriga. Santiago do Cacém (Portugal), Cesaraugusta, Zaragoza, 57-58, 1983. Sobre a necrópole de Santo André (Santiago do Cacém), Humanitas, Coimbra, 7-8, 1955-56. • Maria Elizabeth Figueiredo Neves Cabral Lucernas romanas de Miróbriga (Museu Municipal de Santiago do Cacém), Setúbal Arqueológica, Setúbal, 2-3, 1976-77. Versão Final 243 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 • Maria Filomena dos Santos Barata CORREIA, Susana Helena: Miróbriga no Mundo Romano, Santiago do Cacém. 1992. Alguns vidros romanos do Museu Municipal de Santiago do Cacém, Vipasca, 2, Aljustrel. 1993. Mirobriga: una ciudad romane en la Lusitania Atlántica, Revista de Arqueologia, 145, Madrid. 1993. A cidade romana de Miróbriga, Almadan, 2, Almada. 1993 O Território de Miróbriga, Atas do XV Congresso Internacional de Arqueologia Clássica, 2, Tarragona. 1994 A propósito do Touro esculpido de Miróbriga, Vipasca, 3, Aljustrel. 1994. As habitações de Miróbriga e os ritos domésticos romanos, Revista Portuguesa de Arqueologia, Vol. 2, n.º 2. 1999. Trabalhos arqueológicos na Ponte Romana de Miróbriga – Balanço dos últimos trabalhos de investigação e valorização de Miróbriga, Vipasca, 8, Aljustrel. 1999. Miróbriga, Roteiros da Arqueologia Portuguesa. 2001. O Sítio Arqueológico de Miróbriga, Estudos/Património, IPPAR – Departamento de Estudos, n.º 1, 2001. • Maria Isabel Sousa Pereira SILVA, Teófilo: Moedas romanas do Museu Municipal de Santiago do Cacém, Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Santiago do Cacém, 2007. Tesouro do Monte Cavaleiro. Algarve. Ata Numismática, 21, 22 e 23. Barcelona. (Homenagem ao Dr. Leandro Villaranga). 1991. 1992.1993. Versão Final 244 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 O Museu e a Coleção de Moedas: Santiago do Cacém. Pelo Caminho das Pedras. Santiago do Cacém, 1997. A circulação Monetária em Miróbriga. Atas II Congresso de Arqueologia Peninsular. Alcalá. 4. 1996. • Maria Luísa Abreu Nunes Moedas romanas de Miróbriga, Atas das II Jornadas Arqueológicas, Lisboa, 1972, Associação dos Arqueólogos Portugueses, Lisboa, 2. 1974. • Mário Fortes Ruinas Romanas de Miróbriga. Qualidade visual da paisagem: programa preliminar, Lisboa. 1977. Ruínas Romanas de Miróbriga. Da idealização à paisagem, Caderno de Estudos Locais, ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém. 2000. • Matos Gago Jogos e brincadeiras do Alentejo Litoral na Obra de Manuel da Fonseca. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. 1997. • Padre Jorge de Oliveira O Duque da Terceira em Alvalade. In Nossa Terra, n.º 9, novembro 1931. A Misericórdia de Alvalade. In Nossa Terra, n.º 16, janeiro 1932. O Foral de Alvalade. In Nossa Terra, n.º 20, abril 1932. A Comenda de Alvalade. In Nossa Terra, n.º 24, junho 1932. Alvalade Antiga. In Nossa Terra, n.º 26, julho 1932. • Paulo Alexandre P. N. Gomes Versão Final 245 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Ermidas-Sado: História de uma Povoação Contemporânea (Monografia Sócio – Histórica 1915 – 1970). Ed. Junta de Freguesia de Ermidas-Sado. 2000. • Paulo Lima O Fado Operário no Alentejo, séculos XIX – XX. Ed. Tradisom. 2004. • Pe. António Macedo Silva O Castello de Santiago do Cacém. O Panorama, 1843. Annaes do Municipio de Sanct - Yago de Cassem. Typografia de Sousa Porto & Vaz. Beja. 1866. Annaes do Municipio de Sant´Lago do Cacem. Beja. 1866. • Salete da Ponte As fíbulas de Miróbriga, Setúbal Arqueológica, Setúbal, 5, 1979. • Sérgio Pereira Bento e outro. A Tulha do pátio do Castelo de Santiago do Cacém. Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, 2.ª série, II. 1988. Versão Final 246 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 • Sousa Viterbo S. Thiago de Cacém. A Ordem de Santiago e a música religiosa nas Igrejas pertencentes à mesma Ordem. Coimbra. Imp. Da Universidade. 1912. • Susana Helena Correia Estação Arqueológica de Miróbriga (Santiago do Cacém): Balanço de uma Investigação e Perspetiva de Intervenções Futuras. Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitano, Santiago do Cacém. 1987. Miróbriga, Roteiros de Arqueologia Portuguesa. Instituto Português do Património Cultural de Lisboa. 1990. e OLIVEIRA José Carlos. Intervenção Arqueológica do Serviço Regional da Arqueologia da Zona Sul no Baixo Alentejo. Trabalhos de Arqueologia e Etnologia, 32, Porto, 1992. • R. William Biers Mirobriga: investigation ato n Iron Age and Roman site in Southern Portugal by University of Missouri – Columbia 1981-86, British Archaeological Reports – International Series, 451, Oxford. 1988. BIERS, Jane C.; SOREN, David .Excavations at Mirobriga – The 1982 Season, Muse, Missouri, 16, 1982. et alii : Investigações em Mirobriga (Santiago do Cacém) – Portugal, 1981, Arquivo de Beja, Beja, 1 (S.2), 1984. DARLING, Janina K.; MIKSICEK, Charles; SOREN, David: Mirobriga: a Portuguese-American project in southern Portugal, Muse, 18, Missouri-Columbia. 1984 • Autores Vários Arquitetura Popular em Portugal. Lisboa. Ed. Associação dos Arquitetos Portugueses. 1980. Versão Final 247 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Encontro sobre a Lagoa de Santo André. Ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém. 1993. O Estado do Património. Ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém. 1998. Cadernos de Estudos Locais. Ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém. 2000. A Zona Costeira do Alentejo. Porto. Ed. Associação Eurocoast – Portugal. 2000. Euromills, The Exhibition. (Catálogo da exposição). 2002. O Homem a Terra e a Lagoa. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Gentes e Culturas, Freguesia do Cercal do Alentejo. Caderno Temático n.º 1. LASA. 2003. Gentes e Culturas, Freguesia de Santa Cruz. Caderno Temático n.º 2. LASA. 2003. Gentes e Culturas, Freguesia de S. Francisco da Serra. Caderno Temático n.º 3. LASA. 2003. Gentes e Cultura, Freguesia de Abela. Caderno Temático n.º 4. LASA. 2004. Gentes e Culturas, Freguesia de S. Bartolomeu da Serra. Caderno Temático n.º 5. LASA. 2004 Gentes e Culturas, Freguesia de Santiago do Cacém. Caderno Temático n.º 6. LASA. 2004. Gentes e Culturas, Freguesia de Vale de Água. Caderno Temático n.º 7.LASA. 2004. Gentes e Culturas, Freguesia de São Domingos. Caderno Temático n.º 8. LASA. 2004. Gentes e Culturas, Freguesia de Alvalade. Caderno Temático n.º 9. LASA. 2004. Gentes e Culturas, Freguesia de Ermidas – Sado. Caderno Temático n.º 10. LASA. 2004. Gentes e Cultura, Freguesia de Santo André. Caderno Temático n.º 11. LASA. 2004. Miróbriga – O Tempo ao Longo do Tempo. Catálogo da Exposição. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. 2010. Versão Final 248 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Fonte: CMSC Figura 56 – Castelo de Santiago do Cacém, por ocasião da exposição “No Caminho Sob as Estrelas – Santiago e a Peregrinação a Compostela”, julho de 2007 Versão Final 249 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 2 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, 2002 UNESCO, Art.º 7 PORTAL REGIONAL DO ALENTEJO LITORAL, <www.alentejolitoral.pt> INSTITUTO DE GESTÃO DO PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO E ARQUEOLÓGICO, <www.igespar.pt> Património Arqueológico 1 - Herdade de Corona (Abela) ALARCÃO, JORGE DE, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd. ENCARNAÇÃO, J. D’, 1984. Inscrições romanas do conventus pacensis. Subsídios para o estudo da Romanização, Coimbra. FERREIRA, C., 1993. O Património Arqueológico do Distrito de Setúbal. Subsídios para uma carta arqueológica. Associação de Municípios do Distrito de Setúbal. javascript:AbreBibliografia(23975); 2 - Castelo Velho de Corona (Abela) VILHENA, JORGE; RODRIGUES, JOSÉ, 2008. O grande fosso: a escavação arqueológica no cineteatro Camacho Costa e o Cerro do Castelo de Odemira na Idade do Ferro Tardia, Atas do 1.º Encontro de História do Alentejo Litoral, p. 204-214. 3 - Vale de Zebro de Baixo (Abela) Informação oral Versão Final 250 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 4 - Gaspeia (Alvalade) FERREIRA, J.; SILVA, C. T.; LOURENÇO, F. S.; SOUSA, P. (1993): O Património Arqueológico do Distrito de Setúbal – Subsídios para uma Carta Arqueológica, Associação de Municípios do Distrito de Setúbal, Setúbal. SILVA, T., SOARES, J. (1982): Des structures d´habitat du Neolithique ancien au Portugal”, Actes du Colloque international de Prehistoire, Montpellier, 1981, p. 17-18. SILVA, T., SOARES, J. (1987): Les communautés du Néolithique ancien dans le sud du Portugal, Premiéres Communautés Paysannes en Mediterranée Occidentale (Actes du Colloque International du C.N.R.S., Montpellier, 1983, Paris, p. 663-671. 5 - Herdade da Defesa 1 (Alvalade) ALMAGRO BASCH, M., 1966. Las estelas decoradas del suroeste peninsulal, Biblioteca Praehistorica Hiapana, 8, Madrid. GOMES, M. V., MONTEIRO, J. P., 1976-77. As estelas decoradas da Herdade do Pomar (ErvidelBeja) – Estudo comparado, Setúbal Arqueológica, 2-3: 281-343. HELENO, MANUEL, 1933. Tampas sepulcrais insculturadas da época do bronze, O Arqueólogo Português, Lisboa, 29: 186-189. VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, 1908. Estudos sobre a época do bronze em Portugal. V. Lápide da insculturada da Defesa (Santiago do Cacém), O Arqueólogo Português, Lisboa, 13: 300-302. VIANA, ABEL, 1945. Museu de Beja: alguns objetos da Idade do Bronze, da Idade do Ferro e da Época Romana; Cerâmica argárica; Cerâmica árabe, Arquivo de Beja, Vol. II, fasc. III e IV, julho/dezembro. VIANA, ABEL, 1962. Algumas noções elementares de arqueologia prática, Beja. p. 51-52. Versão Final 251 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 6 - Herdade da Defesa 2 (Alvalade) ALARCÃO, JORGE DE, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd. LOPES, E. A. C., 1913. Aquisições do Museu Etnológico Português, O Arqueólogo Português, Lisboa, 18: 131-165. 7 - Herdade da Defesa 3 (Alvalade) FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. SOUSA, VANESSA; CARVALHO, LUÍS, 2002. Relatório final dos trabalhos arqueológicos realizados no sítio Herdade de Defesa 3, Santiago do Cacém. 8 - Defesa 4 (Alvalade) FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. 9 - Defesa 5 (Alvalade) FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. 10 - Monte das Gáspeas (Alvalade) FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. 11 - Monte da Corredora (Alvalade) ALARCÃO, JORGE DE, 1987. Portugal Romano, Editorial Verbo. Versão Final 252 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 SAA, M., 1962 As grandes vias da Lusitânia. O itinerário de António Pio, Lisboa, Tipografia da Sociedade Astoria, Lda, Vol.4. 12 - Herdade de Conqueiros (Alvalade) ALARCÃO, JORGE DE, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd. AMARO, CLEMENTINO; BARRETO, MANUEL, 1979. Villa Romana da Herdade de Conqueiros, Alvalade, Informação Arqueológica, II, Lisboa. ENCARNAÇÃO, J. D’, 1984. Inscrições romanas do conventus pacenses. Subsídios para o estudo da romanização, Dissertação de Doutoramento em Pré-história e Arqueologia apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2 vol. FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. FERREIRA, J.; SILVA, C. T.; LOURENÇO, F. S.; SOUSA, P., 1993. O Património Arqueológico do Distrito de Setúbal – Subsídios para uma Carta Arqueológica, Associação de Municípios do Distrito de Setúbal, Setúbal. 13 - Monte do Roxo (Alvalade) DELGADO, MANUEL J. 1947. Sisenando Mártir e Beja sua Pátria (por D. Frei Manuel do Cenáculo), Arquivo de Beja, Vol. IV, Fascs. III e IV, julho/dezembro, p. 352-363. FEIO, JORGE, 2007. Vestígios da Cristianização do Concentus Pacensis - As Basilicae de São Bartolomeu (Alvito) e Monte do Roxo (Alvalade, Santiago do Cacém). Vipasca, Arqueologia e História, n.º 2, 2.ª série, p. 477-489. SANTOS, MICHELLE; FEIO, JORGE, 2002. EIA – Linha de Caminho de Ferro do Sul – Troço Ermidas do Sado – Funcheira. Versão Final 253 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 VASCONCELLOS, J. LEITE, 1895. Antiguidades romanas do Roxo (S. Tiago do Cacem). O Archeologo Portugues, Vol. I, Imprensa Nacional, Lisboa: 339-340. VIANA, ABEL, 1946. Arqueologia do Baixo Alentejo na obra do Bispo pacense, D. Frei Manuel do Cenáculo Vilas-Boas, Arquivo de Beja, Jan./junho, Vol. III, Fasc. I e II, p. 118-127. 14 - Alvalade do Sado-Rua Dr. António Guerreiro Fernandes (Alvalade) Informação oral de Luís Pedro Ramos (página web www.alvalade.info) 15 - Alvalade – Rua 25 de Abril (Alvalade) Informação oral do Sr. Augusto, um dos trabalhadores que ajudou na construção do edifício do café “O Pelourinho”. 16 - Alvalade – núcleo de povoamento (Alvalade) www.alvalade.info 17 - Monte da Ameira 1 (Alvalade) Caderno de apontamentos do Padre Jorge de Oliveira. FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. 18 - Monte da Ameira 2 (Alvalade) FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. 19 - Monte da Ameira 4 (Alvalade) Caderno de apontamentos do Padre Jorge de Oliveira. Versão Final 254 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. 20 - Monte da Ameira 5 (Alvalade) Identificado na sequência da georreferenciação dos sítios do Monte da Ameira aquando da revisão do PDM (2011). 21 - Monte Branco da Ameira (Alvalade) Caderno de apontamentos do Padre Jorge de Oliveira. FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. 22 - Cerrado de Maria Lança (Alvalade) Caderno de apontamentos do Padre Jorge de Oliveira. FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. 23 - Figueira à Metade (Alvalade) ALARCÃO, Jorge de, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd. AMARO, CLEMENTINO; BARRETO, MANUEL, 1979. Villa Romana da Herdade de Conqueiros, Alvalade, Informação Arqueológica, II, Lisboa. ENCARNAÇÃO, J. D’, 1984. Inscrições romanas do conventus pacenses. Subsídios para o estudo da romanização, Dissertação de Doutoramento em Pré-história e Arqueologia apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2 vol. FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. Versão Final 255 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 FERREIRA, J.; SILVA, C. T.; LOURENÇO, F. S.; SOUSA, P., 1993. O Património Arqueológico do Distrito de Setúbal – Subsídios para uma Carta Arqueológica, Associação de Municípios do Distrito de Setúbal, Setúbal. 24 - Monte Espada (Alvalade) Caderno de apontamentos do Padre Jorge de Oliveira. FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. 25 - Monte da Vinha (Alvalade) Notícia do Boletim Informativo do Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia – “O MNA recebe acervos notáveis: Vaso do Monte da Vinha e espólio da Gruta do Correio-Mór” – janeiro de 2005, n.º 5. 26 - Monte da Sapa (Alvalade) Caderno de apontamentos do Padre Jorge de Oliveira. FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. 27 - Ponte Medieval de Alvalade (Alvalade) FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. 28 - Ermida de São Roque (Alvalade) Livro da “Visitação” de novembro de 1510. FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. Versão Final 256 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 www.alvalade.info 29 - Faneca (Cercal) Não se conhece nenhuma publicação. 30 - Mandorelha 1 (Cercal) Não se conhece nenhuma publicação. 31 - Mandorelha 2 (Cercal) Informação oral de José Matias – CMSC 32 - Herdade do Raco (Cercal) DELGADO, MANUEL J., 1947. Sisenando Mártir e Beja sua Pátria (por D. Frei Manuel do Cenáculo), Arquivo de Beja, Vol. IV, Fascs. III e IV, julho/dezembro, p. 229-231/352-356. VASCONCELLOS, J. LEITE DE, 1895. Antiguidades romanas da herdade do Raco (S. Tiago do Cacem). O Archeologo Português, Vol. I, Imprensa Nacional, Lisboa, p.338-339. VIANA, ABEL, 1946. Arqueologia do Baixo Alentejo na obra do Bispo pacense, D. Frei Manuel do Cenáculo Vilas-Boas, Arquivo de Beja, Jan./junho, Vol. III, Fasc. I e II, p. 118-127. 33 - Lagoa da Pedra (Ermidas do Sado) ARIANE BURKE – Levantamento Arqueológico do Alentejo 34 - Herdade do Parral/Parral de Baixo (Santa Cruz) FERREIRA, J.; SILVA, C. T.; LOURENÇO, F. S.; SOUSA, P., 1993. O Património Arqueológico do Distrito de Setúbal – Subsídios para uma Carta Arqueológica, Associação de Municípios do Distrito de Setúbal, Setúbal. Versão Final 257 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 35 - Parral de Baixo 1 (Santa Cruz) VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, 1914. Excursão à Estremadura Transtagana, O Archeologo Português, Vol. XIX, Imprensa Nacional, Lisboa, p. 315. Versão Final 258 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 36 - Herdade do Sobral da Várzea (Santa Cruz) VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, 1914. Excursão à Estremadura Transtagana, O Archeologo Português, Vol. XIX, Imprensa Nacional, Lisboa, p. 316-317. 37 - Torre e Herdade do Saragoçal, Ademas, Francisquinho (Santa Cruz) ALARCÃO, JORGE DE, 1968. Vidros romanos de museus do Alentejo e Algarve, Conímbriga, Coimbra, 7, p. 7-39. ALARCÃO, JORGE DE, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd. 4. ALMEIDA, FERNANDO, 1964. Ruínas de Miróbriga dos Célticos (Santiago do Cacém), Setúbal, Junta Distrital de Setúbal. ENCARNAÇÃO, J. D’., 1984. Inscrições romanas do conventus pacensis. Subsídios para o estudo da Romanização, Coimbra. VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, 1914. Excursão à Estremadura Transtagana, O Archeologo Português, Vol. XIX, Imprensa Nacional, Lisboa, p. 317. 38 - Torre Nova (Santa Cruz) Não se conhece nenhuma publicação. 39 - Ribeira do Nabarro (Santa Cruz) Não se conhece nenhuma publicação. 40 - Miróbriga (Santiago do Cacém) ALARCÃO, JORGE DE, 1968. Vidros romanos de museus do Alentejo e Algarve, Conimbriga, Coimbra, 7, p. 7-39. Versão Final 259 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 ALARCÃO, JORGE DE, 1970. Abraded and engraved late roman glass from Portugal, Journal of Glass Studies, Corning, 12: 28-34. ALARCÃO, JORGE DE, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd.4 ALARCÃO, JORGE DE, 2008. Notas de Arqueologia, epigrafia e toponímia – V, Revista Portuguesa de Arqueologia, Vol. 11, n.º 1, p. 103-121. ALMEIDA, FERNANDO, 1962. A Arte Visigótica em Portugal, O Arqueólogo Português, Vol. 4, Lisboa, p. 5-278. ALMEIDA, FERNANDO, 1963. Nota sobre os restos do circo romano de Miróbriga dos Célticos (Santiago do Cacém), Revista de Guimarães, Guimarães, 73, p. 147-154. ALMEIDA, FERNANDO, 1964. Ruínas de Miróbriga dos Célticos (Santiago do Cacém), Setúbal, Junta Distrital de Setúbal. ALMEIDA, FERNANDO, 1968. O Santuário romano campestre de Miróbriga dos Célticos, Revista Guimarães, Guimarães, 78, p. 92-96. ALMEIDA, J. A. FERREIRA DE, 1951. Três Lucernas do museu de Santiago do Cacém, O Arqueólogo Português, Lisboa, 1 (N.S.), p. 125-129. ALMEIDA, J. A. FERREIRA DE, 1953. Introdução ao estudo das lucernas romanas em Portugal, O Arqueólogo Português, Lisboa, 2 (N.S.), p. 5-208. ARTHUR, MARIA DE LOURDES COSTA, 1983. Meróbriga. Santiago do Cacém (Portugal), Cesaraugusta, Zaragoza, 57-58, p. 51-109. BARATA, MARIA FILOMENA; CORREIA, SUSANA HELENA, 1992. Miróbriga no Mundo Romano, Santiago do Cacém. BARATA, MARIA FILOMENA, 1993. Alguns vidros romanos do Museu Municipal de Santiago do Cacém, Vipasca, 2, Aljustrel. Versão Final 260 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 BARATA, MARIA FILOMENA, 1993. Mirobriga: una ciudad romane en la Lusitania Atlántica, Revista de Arqueologia, 145, Madrid. BARATA, MARIA FILOMENA, 1993. A cidade romana de Miróbriga, Almadan, 2, Almada. BARATA, MARIA FILOMENA, 1994. O Território de Miróbriga, Atas do XV Congresso Internacional de Arqueologia Clássica, 2, Tarragona. BARATA, MARIA FILOMENA, 1994. A propósito do Touro esculpido de Miróbriga, Vipasca, 3, Aljustrel. BARATA, MARIA FILOMENA, 1999. As habitações de Miróbriga e os ritos domésticos romanos, Revista Portuguesa de Arqueologia, Vol. 2, n.º 2. BARATA, MARIA FILOMENA, 1999. Trabalhos arqueológicos na Ponte Romana de Miróbriga – Balanço dos últimos trabalhos de investigação e valorização de Miróbriga, Vipasca, 8, Aljustrel. BARATA, MARIA FILOMENA, 2001. Miróbriga, Roteiros da Arqueologia Portuguesa. BARATA, MARIA FILOMENA, 2001. O Sítio Arqueológico de Miróbriga, Estudos/Património, IPPAR – Departamento de Estudos, n.º1, p. 46-48. BIERS, WILLIAM R. (ed.), 1988. Mirobriga: investigation ato n Iron Age and Roman site in Southern Portugal by University of Missouri – Columbia 1981-86, British Archaeological Reports – International Series, 451, Oxford. BIERS, WILLIAM R.; BIERS, JANE C.; SOREN, DAVID, 1982. Excavations at Miróbriga – The 1982 Season, Muse, Missouri, 16, p. 29-43. BIERS, WILLIAM R ET ALII, 1984. Investigações em Miróbriga (Santiago do Cacém) – Portugal, 1981, Arquivo de Beja, Beja, 1 (S.2), p. 107-114. CABRAL, MARIA ELISABETH F. C. NEVES, 1976-77. Lucernas romanas de Miróbriga (Museu Municipal de Santiago do Cacém), Setúbal Arqueológica, Setúbal, 2-3, p. 453-470. Versão Final 261 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 CAEIRO, JOSÉ, 1985. Miróbriga – 1982, Informação Arqueológica – 1982-83, Lisboa, IPPC/Departamento de Arqueologia, 5, p. 128-129. CAEIRO, JOSÉ; SOREN, D.; BIERS, W., 1984. Santiago do Cacém, Informação Arqueológica – 1981, Lisboa, IPPC/Departamento de Arqueologia, 4, p. 104. CESÁRIO, GENTIL; FRAGOSO, RUI (coord.), 2010. Miróbriga – o Tempo ao longo do Tempo. História e Historiografia. Investigação em Miróbriga (Catálogo), Câmara Municipal de Santiago do Cacém. DARLING, JANINA K.; MIKSICEK, CHARLES; SOREN, DAVID, 1984. Miróbriga: a PortugueseAmerican project in southern Portugal, Muse, 18, Missouri-Columbia. DELGADO, MANUELA, 1971. Cerâmica campaniense em Portugal, Atas do II Congresso Nacional de Arqueologia, Coimbra, 1970, Coimbra, Junta Nacional de Educação, 2, p. 403-420. DIAS, LUISA FERRER, 1976-77. Terra Sigillata de Miróbriga (conservada no Museu Municipal de Santiago do Cacém), Setúbal Arqueológica, Setúbal, 2-3, p. 361-408. DIOGO, A. M. DIAS (1999): Ânforas romanas de Miróbriga, Arquivo de Beja, Vol. X, série III, p. 15-27. ENCARNAÇÃO, J. D’., 1984. Inscrições romanas do conventus pacensis. Subsídios para o estudo da Romanização, Coimbra. ENCARNAÇÃO, J. D’, 1996. Problemas em aberto na epigrafia Mirobrigense, Conimbriga, 35, Coimbra. FERREIRA, OCTÁVIO DA VEIGA, 1971. Cerâmica negra de tipo grego encontrada em Portugal, Arqueologia e História, Lisboa, 3 (S.9), p. 313-202. FONSECA, F. A. M. BELARD DA, 1945. Anéis de ouro, romanos, achados no Baixo Alentejo, Arquivo de Beja, Beja, 2, p. 39-42. Versão Final 262 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 FORTES, MÁRIO, 1977. Ruínas Romanas de Miróbriga. Qualidade visual da paisagem: programa preliminar, Lisboa. FORTES, MÁRIO, 2000. Ruínas Romanas de Miróbriga. Da idealização à paisagem, Caderno de Estudos Locais, ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém. GRAÇA, MARIA ANTÓNIA; MACHADO, JOÃO L. SAAVEDRA, 1971. Uma coleção de pedras gravadas. Elementos para um catálogo geral, Atas do II Congresso Nacional de Arqueologia, Coimbra, 1970, Coimbra, Junta Nacional de Educação, 2, p. 371-390, il. LACERDA, MANUEL; BARATA, MARIA FILOMENA, 2001. Estruturas de Acolhimento e Interpretação. Programa Itenerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve. Estudos/Património, IPPAR – Departamento de Estudos, n.º 1, p. 43-45. NOLEN, JEANNETTE U. S, 1976-77. Alguns fragmentos de paredes finas de Miróbriga, Setúbal Arqueológica, Setúbal, 2-3, p. 423-454. NOLEN, JEANNETTE U.S, 1979. Ampurian gray wore from Miróbriga, Conimbriga, Coimbra, 18, p. 105-112. NUNES, MARIA LUÍSA ABREU, 1974. Moedas romanas de Miróbriga, Atas das II Jornadas Arqueológicas, Lisboa, 1972, Associação dos Arqueólogos Portugueses, Lisboa, 2, p. 185-193. PEREIRA, ISABEL; SILVA, TEÓFILO, 2007. Moedas romanas do Museu Municipal de Santiago do Cacém, Câmara Municipal de Santiago do Cacém. PEREIRA, MARIA ADELAIDE GARCIA, 1971. Subsídio para o estudo da terra sigillata de Miróbriga, Atas do II Congresso Nacional de Arqueologia, Coimbra, 1970, Coimbra, Junta Nacional de Educação, 2, p. 433-444. PONTE, SALETE DA, 1979. As fíbulas de Miróbriga, Setúbal Arqueológica, Setúbal, 5, p. 195203. Versão Final 263 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 QARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA, 1999. Terra Sigillata africana, hispânica, foceense tardia e cerâmica africana de cozinha de Miróbriga (Santiago do Cacém), Conimbriga, Vol. XXXVIII, Faculdade de Letras, Instituto de Arqueologia, Coimbra. QARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA, 2003. Terra Sigillata Sud-Gálica num centro de consumo: Chãos Salgados, Santiago do Cacém (Miróbriga), Trabalhos de Arqueologia, 30, Instituto Português de Arqueologia, Lisboa. SANTOS, PAULA, 2001. Centro de Acolhimento e Interpretação de Miróbriga, Estudos/Património, IPPAR – Departamento de Estudos, n.º 1, p. 49-52. SILVA, CARLOS TAVARES DA; SOARES, JOAQUINA, 1979. Cerâmica Pré-romana de Miróbriga, Santiago do Cacém, Setúbal Arqueológica, Vol. V-II, Setúbal. SILVA, J. A. HORDA DA; MENDONÇA, V. D. T., 1979. Nota prévia sobre a composição mineralógica e condições de cozedura de cerâmica pré-romana de Miróbriga, Setúbal Arqueológica, Setúbal, 5, p. 185-194. SILVA, JOÃO GUALBORTO DA CRUZ E, 1944, 1945 e 1946. Apontamentos e considerações sobre as pesquisas arqueológicas realizadas desde 1922 nos Concelhos de Santiago do Cacém, Sines e Odemira, Arquivo de Beja, Beja, 1: 226-231; 2: 291-299; 3: 336-351. SLANE, K. WARNER et alii (1983): Miróbriga: the 1983 season, Muse, Missouri, 17, p. 38-63. SOARES, JOAQUINA; SILVA, CARLOS TAVARES DA, 1979. Cerâmica pré-romana de Miróbriga (Santiago do Cacém), Setúbal Arqueológica, Setúbal, 5, p. 159-184. VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, 1914. Excursão à Estremadura Transtagana, O Archeologo Português, Vol. XIX, Imprensa Nacional, Lisboa, p. 316-317. 41 - Hospital do Espírito Santo (Santiago do Cacém) INÁCIO, ISABEL (…): Relatório da intervenção arqueológica no Hospital do Espírito Santo, Santiago do Cacém. Versão Final 264 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 42 - Monte da Ortiga do Meio (Santiago do Cacém) CORREIA, S., OLIVEIRA, C., 1992. Sarcófagos do Monte da Ortiga do Meio - Santiago do Cacém. Intervenções Arqueológicas do Serviço Regional de Arqueologia da Zona Sul no Baixo Alentejo. Antropologia e Etnologia. Porto. 32 [Homenagem a Ernesto Veiga de Oliveira], p. 315-334. “Dois Sarcófagos no Monte da Ortiga do Meio” in Diário do Alentejo, 11 de junho de 1987. 43 - Pomar dos Mouros (Santiago do Cacém) ALMEIDA, F., 1962. Arte Visigótica em Portugal, O Arqueólogo Português, Lisboa, 4 (N.S.): 5278. 44 - Formiga (Santiago do Cacém) ALARCÃO, JORGE DE, 1968: Vidros romanos de museus do Alentejo e Algarve, Conimbriga, Coimbra, 7: 7-39. ALARCÃO, JORGE DE, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd. 45 - Convento do Loreto (Santiago do Cacém) Não se conhece nenhuma publicação. 46 - Silo do Castelo de Santiago do Cacém (Santiago do Cacém) BENTO, S. P., 1988. A Tulha do pátio do Castelo de Santiago do Cacém. Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, 2ª série, II: 67-72. 47 - Aldeia dos Chãos (Santiago do Cacém) Não se conhece nenhuma publicação. 48 - Zambujeiro 2 (Santo André) Não se conhece nenhuma publicação. Versão Final 265 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 49 - Herdade da Cascalheira (Santo André) FALCÃO, JOSÉ A.; FERREIRA, JORGE M. R.; GUERRA, AMÍLCAR; SANTO, ARNALDO E., 1988. Epigrafia Romana do Concelho de Santiago do Cacém. A ara funerária da Herdade da Cascalheira (Santo André). Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, Santiago do Cacém, 2ª série, II: 37-48. 50 - Areal (Santo André) SILVA, CARLOS TAVARES DA; SOARES, JOAQUINA, 1981. Pré-História da Área de Sines – Trabalhos arqueológicos de 1972-77, ed. Gabinete da Área de Sines, Lisboa. 51 - Cerradinha (Santo André) COFFYN, ANDRÉ, 1985. Le Bronze final atlantique dans la Péninsule Ibérique, Paris (Publications du Centre Pierre Paris, 11). SILVA, CARLOS TAVARES DA, 1978. Uma jazida do Bronze Final na Cerradinha, Lagoa de Santo André, Santiago do Cacém, Setúbal Arqueológica, IV, Setúbal. 52 - Deixa-o-resto (Santo André) ALARCÃO, JORGE DE, 1988.Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd. ARTHUR, MARIA DE LOURDES COSTA, 1955-56. Sobre a necrópole de Santo André (Santiago do Cacém), Humanitas, Coimbra, 7-8, p. 174-176. 53 - Casas Novas (Santo André) Não se conhece nenhuma publicação. 54 - Pedra da Atalaia (São Bartolomeu da Serra) SILVA, CARLOS TAVARES DA, 1978. Ocupação da II Idade do Ferro da Pedra da Atalaia, Santiago do Cacém, Setúbal arqueológica, IV, Setúbal. Versão Final 266 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 55 - Várzea do Outeirinho (São Bartolomeu da Serra) ALARCÃO, JORGE DE, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd. VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, 1914. Excursão à Estremadura Transtagana, O Archeologo Português, Vol. XIX, Imprensa Nacional, Lisboa, p. 300-323. 56 - Herdade das Pereiras (São Bartolomeu da Serra) ALMAGRO BASCH, M. (1966): Las estelas decoradas del suroeste peninsular, Biblioteca Praehistorica Hispana, 8, Madrid. GOMES, MÁRIO VARELA; MONTEIRO, JORGE PINHO (1976-77): As estelas decoradas da Herdade do Pomar (Ervidel – Beja) – Estudo comparado, Setúbal Arqueológica, 2-3: 281-343. HELENO, MANUEL, 1933. Tampas sepulcrais insculturadas da época do bronze, O Arqueólogo Português, Lisboa, 29, p. 186-189. 57 - Herdade das Antas (São Francisco da Serra) Não se conhece nenhuma publicação. 58 - Salema 1 (São Francisco da Serra) SILVA, CARLOS TAVARES DA; SOARES, JOAQUINA, 1981. Pré-História da Área de Sines – Trabalhos arqueológicos de 1972-77, ed. Gabinete da Área de Sines, Lisboa. SILVA, CARLOS TAVARES DA, 1982. Des structures d’habitat du Neolithique au Portugal, Actes du Colloque International de Prehistoire, Montpellier, 1981, p. 17-28. SILVA, CARLOS TAVARES DA, 1987. Les communautés du Neolithique ancien dans le sud du Portugal, Premiéres Communautés Paysannes en Méditerranée Occidentale, Actes du Colloque International du C.N.R.S., Montpellier, 1983, Paris, p. 663-671. Versão Final 267 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 SOARES, JOAQUINA; SILVA, CARLOS TAVARES DA, 1979. Alguns aspetos do Neolítico Antigo do Alentejo Litoral, Atas da I Mesa Redonda sobre o Neolítico e o Calcolítico em Portugal, Porto, p. 9-52. SOARES, JOAQUINA; SILVA, CARLOS TAVARES DA, 2000. Protomagalitismo no Sul de Portugal: inauguração das paisagens Megalíticas, (Atas do I Colóquio Internacional sobre Megalitismo – Muita gente, poucas antas? Origens, espaços e contextos do Megalitismo), Trabalhos de Arqueologia, 16, p. 117-134. SOARES, JOAQUINA; SILVA, CARLOS TAVARES DA, 2003. A transição para o Neolítico na costa sudoeste portuguesa, (Atas do II Colóquio Internacional sobre Megalitismo – Muita gente, poucas antas? Origens, espaços e contextos do Megalitismo), Trabalhos de Arqueologia, 25, p. 45-56. 59 - Salema 2 (São Francisco da Serra) SILVA, CARLOS TAVARES DA; SOARES, JOAQUINA, 1981. Pré-História da Área de Sines – Trabalhos arqueológicos de 1972-77, ed. Gabinete da Área de Sines, Lisboa. 60 - Franciscos (São Francisco da Serra) Não se conhece nenhuma publicação. 61 - Marco Branco (São Francisco da Serra) SILVA, CARLOS TAVARES DA, 1987. Les communautés du Neolithique ancien dans le sud du Portugal, Premiéres Communautés Paysannes en Méditerranée Occidentale, Actes du Colloque International du C.N.R.S., Montpellier, 1983, Paris, p. 663-671. SILVA, CARLOS TAVARES DA; SOARES, JOAQUINA, 1981. Pré-História da Área de Sines – Trabalhos arqueológicos de 1972-77, ed. Gabinete da Área de Sines, Lisboa. Versão Final 268 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 SILVA, CARLOS TAVARES DA; SOARES, JOAQUINA, 1983. Contribuição para o estudo do Megalitismo do Alentejo Litoral – A sepultura do Marco Branco, Santiago do Cacém, O Arqueólogo Português, Série IV, 1, Lisboa. 62 - Palhota (São Francisco da Serra) SILVA, CARLOS TAVARES DA, 1987. Les communautés du Neolithique ancien dans le sud du Portugal, Premiéres Communautés Paysannes en Méditerranée Occidentale, Actes du Colloque International du C.N.R.S., Montpellier, 1983, Paris, p. 663-671. SILVA, CARLOS TAVARES DA; SOARES, JOAQUINA, 1981. Pré-História da Área de Sines – Trabalhos arqueológicos de 1972-77, ed. Gabinete da Área de Sines, Lisboa. SOARES, JOAQUINA; SILVA, CARLOS TAVARES DA, 1976-77, O monumento megalítico da Palhota (Santiago do Cacém), Setúbal Arqueológica, Setúbal, 2-3, p. 109-150, il. 63 - Enxacafres 2 (São Francisco da Serra) Prospeção 2005 – A anta foi posteriormente escavada no âmbito das obras do IP8, mas ainda não existe publicação. 64 - Monte Sardinha (São Francisco da Serra) ALARCÃO, JORGE, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd. FERRER, DIAS, L.; VIEGAS, J. R., 1976-77. Necrópole lusitano-romana de Monte Sardinha (S. Francisco da Serra), Setúbal Arqueológica, 2-3: 353-359. 65 - Figueirinha (São Francisco da Serra) FERRER, DIAS, L.; VIEGAS, J. R., 1976-77. Necrópole lusitano-romana de Monte Sardinha (S. Francisco da Serra), Setúbal Arqueológica, 2-3: 353-359. Versão Final 269 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Outra bibliografia utilizada: FERNÁNDEZ CACHO, S., 2008. Património arqueológico y planificacíon: estratégias de gestión para Andalucía. Sevilla: Junta de Andalucía/Universidad de Sevilla. FRAGOSO, RUI, 2011. Futuro Museu de Arqueologia de Alvalade – Alvalade no tempo, História e Historiografia do Médio e Alto Sado (Primeira Fase), Atas do 2.º Encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. [no prelo] REAL, FERNANDO; BRANCO, GERTRUDES, 2009. Critérios para quantificar o valor do património arqueológico. Praxis Archaeologica, 4, p. 15-19. RIBEIRO, O.; LAUTENSACH, H.; DAVEAU, S., 1991. Geografia de Portugal, I, A Posição geográfica e o território. Lisboa: João Sá da Costa. Património Arquitetónico ARIÈS, PHILIPPE, 1975. Sobre a História da Morte no Ocidente desde a Idade Média, Teorema, 2.ª ed. CESÁRIO, GENTIL, 2011. Património & História, revista disponível em www.patrimonius.net. SILVA, MANUELA, 2008. O Brasileiro do Pombal (1849-1920), CITEM, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Guimarães. Património Imaterial ABASCAL, PALAZON, J. M., (1994), Les Nombres Personales en las Inscriptions Latinas en Hispania. Murcia. Versão Final 270 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 ALARCÃO, JORGE DE, (1968), “Vidros Romanos de Museus do Alentejo e Algarve”. Conimbriga, Universidade de Coimbra, 7. ALARCÃO, JORGE DE, (1970), “Abraded and engraved late roman glass from Portugal”. Journal of Glass Studies, Corning, 12 ALARCÃO, JORGE DE, (1973), Portugal Romano. Lisboa, Verbo. ALARCÃO, JORGE DE, (1976), “Sobre a Economia Rural do Alentejo na Época Romana”. Conimbriga, Universidade de Coimbra, Coimbra, 15. ALARCÃO, JORGE DE, (1978), “Vidros Romanos do Alentejo no Museu Nacional de Arqueologia”. Conimbriga, Universidade de Coimbra, Coimbra, 17. ALARCÃO, JORGE DE, (1985), “Sobre a Romanização do Alentejo e do Algarve (a propósito de uma obra de José d’ Encarnação) ”. Arqueologia, Porto. ALARCÃO, JORGE DE, (1987), Portugal Romano. Editorial Verbo. ALARCÃO, JORGE DE, (1988), O Domínio Romano em Portugal. Lisboa, Publicações Europa América. ALARCÃO, JORGE DE, (1988), Roman Portugal. Warminster, Aris & Phillips Lt. ALARCÃO, JORGE DE, (1989), “Recensões Bibliográficas”. Conimbriga, Universidade de Coimbra, Coimbra, 28. ALARCÃO, JORGE DE, (1993), Les Ciutats Romanes de Portugal. La Ciutat Hispano-Romana. Barcelona, Ministério da Cultura. ALARCÃO, JORGE DE, (1990), Identificação das Cidades da Lusitânia Portuguesa e dos seus Territórios. Les Villes de Lusitanie Romaine. Paris, C.N.R.S. Versão Final 271 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 ALARCÃO, JORGE DE, (1999), “Três notas sobre o Alentejo Romano”. Al-madan, Almada, 2.ª serie, 8.º. ALARCÃO, JORGE DE, (2008), “Notas de Arqueologia, Epigrafia e Toponímia”. Revista Portuguesa de Arqueologia, Vol. 11, n.º 1. ALMAGRO BASCH, M., (1966). Las estelas decoradas del suroeste peninsular. Biblioteca Praehistorica Hispana, Madrid, 8. ALMAGRO, MARTIN, (1966 – 1967). “Sobre la interpretacion de las figuras en forma de hacha de las estelas decoradas alentejanas de la edad del bronce”. Arquivo de Beja, Beja, vol. XXIII – XXIV. ALMEIDA, ANTÓNIO GOMES DE E ZÉ MANEL, (2008), A História e as Histórias de Santiago do Cacém. Ed. Junta de Freguesia de Santiago do Cacém. ALMEIDA, D. FERNANDO DE, (1962), “A Arte Visigótica em Portugal”. O Arqueólogo Português, Lisboa, Vol. 4. ALMEIDA, D. FERNANDO DE, (1963), “Nota sobre os restos do circo romano de Miróbriga dos Célticos (Santiago do Cacém) ”. Revista de Guimarães, Guimarães, 73. ALMEIDA, D. FERNANDO DE, (1964), Ruínas de Miróbriga dos Célticos (Santiago do Cacém). Setúbal, Junta Distrital de Setúbal. ALMEIDA, D. FERNANDO DE, (1968), “O Santuário romano campestre de Miróbriga dos Célticos”. Revista Guimarães, Guimarães, 78. ALMEIDA, J. A. FERREIRA, (1951), “Três Lucernas do Museu de Santiago do Cacém”. O Arqueólogo Português, Lisboa, Nova série I. ALMEIDA, J. A. FERREIRA DE, (1953). “Introdução ao estudo das lucernas romanas em Portugal”. O Arqueólogo Português, Lisboa, 2 (N.S.). Versão Final 272 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 ALMEIDA, JOSÉ MARIA DE E BARROS, JOÃO JOSÉ DE OLIVEIRA, (1946), Jazigos de Ferro e Maganés de Odemira e Cercal (Mina da Serra da Tulhas). Ed. Serviço de Fomento Mineiro. ANJOS, CÓNEGO ANTÓNIO REBELO, (1933), A Igreja Matriz de Sant’Iago de Cacém (Apontamentos Histórico – litúrgicos). Santiago do Cacém, Tip. A Gráfica. AMARO, CLEMENTINO E BARRETO, MANUEL ROSIVELT DOS SANTOS, (1982), “Villa Romana da Herdade dos Conqueiros, (Alvalade Sado) ”. Informação Arqueológica, Lisboa, 2. ARTHUR, MARIA DE LOURDES COSTA, (1955-56), “Sobre a Necrópole de Santo André (Santiago do Cacém) ”. Humanitas, Coimbra, 7-8. ARTHUR, MARIA DE LOURDES DA COSTA, (1983), “Meróbriga, Santiago do Cacém. Caesaraugusta”, Institución Fernando el Católico, Zaragoza, 57-58. AZEVEDO, PEDRO A., (1897), “Cercal. Grutas”. Arqueólogo Português, Lisboa, V. 3. BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS; CORREIA, SUSANA HELENA E SILVA, ANTÓNIO CARLOS, (1992), Miróbriga no Mundo Romano. Santiago do Cacém. C. M. Santiago do Cacém e Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Santiago do Cacém. BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS, (1993), “Alguns Vidros Romanos do Museu de Santiago do Cacém”. Vipasca, Aljustrel, 2. BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS, (1993), “A Cidade Romana de Miróbriga, Portugal”. Revista de Arqueologia, Madrid, Zugarto Ediciones. BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS, (1993), “Miróbriga: una ciudad romane en la Lusitania Atlántica”. Revista de Arqueologia, Madrid, 145. BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS, (1993), “A Cidade Romana de Miróbriga”. Almadan, Almada, julho. Versão Final 273 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS, (1994), “A propósito do Touro esculpido de Miróbriga”. Vipasca, Aljustrel, 3. BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS, (1994), “O Território de Miróbriga”. Atas do XIV Congresso Internacional de Arqueologia clássica, Tarragona, 2. BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS, (1998), Miróbriga: Urbanismo e Arquitetura. Porto. Dissertação de Mestrado. Policopiado. BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS, (1999), “As habitações de Miróbriga e os ritos domésticos romanos”. Revista Portuguesa de Arqueologia, vol. 2, n.º 2. BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS, (1999), “Trabalhos arqueológicos na Ponte Romana de Miróbriga – Balanço dos últimos trabalhos de investigação e valorização de Miróbriga”. Vipasca, Aljustrel, 8. BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS, (2001). Miróbriga. Roteiros da Arqueologia Portuguesa. BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS, (2001), “O Sitio Arqueológico de Miróbriga”. Revista Estudos do Património, n.º 1. BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS, “O património é um recurso: Alvalade do Sado, o meu testemunho”. Disponível na internet em: http:/ www.setubalnarede.pt. BARBOSA, IGNACIO DE VILHENA, (1862). “A Villa de Santiago do Cacem”. In As Cidades e Villas da Monarchia Portugueza que teem Brasão d’ Armas. Typographia do Panorama, Volume III. BARCELÓ, CÁRMEN E LABARATA, ANA, (1951), “Lápides Árabes em el Museo de Santiago do Cacém (Portugal) ”. Al-quantara, Revista de Estudios Árabes, Madrid. BASTOS, VÍTOR M. E RODRIGUES, MARIA CELESTE M, (1991), Texto de contra – capa in Memória das Gentes do Lugar, Manuel José Santinhos, poeta popular, Edição CMSC. Versão Final 274 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 BENTO, SERGIO PEREIRA ET AL, (1988), “A Tulha do Pátio do Castelo de Santiago do Cacém”. Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, 2ª série, II. BIERS, WILLIAM ET AL, (1981), Investigações em Miróbriga. Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Santiago do Cacém. BIERS, WILLIAM ET AL, (1981), “Investigations at Miróbriga, Portugal in 1981”. Muse, Missouri – Columbia,15. BIERS, JANE E WILLIAM; SOREN, DAVID, (1982), “Excavations at Miróbriga: The 1982 Season”. Muse, Missouri – Columbia, 16. BIERS, JANE E WILLIAM; SLANE KATKLEEN W. E SOREN, DAVID, (1983), “Miróbriga the 1983 Season”. Muse, Missouri – Columbia, 17. BIERS, JANE; DARLING, JAMINA; MIKSICEK, CHARLES; SLANE, KATKLEEN W. E SOREN, DAVID, “1984. Miróbriga. A Portuguese – American Project in Southern Portugal”. Muse, Missouri – Columbia,18. BIERS, WILLIAM ET AL, (1988), Miróbriga. BAR Internacional, Oxford, Series 451. Boletim Informativo do Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia, (2005), “O MNA recebe acervos notáveis: Vaso do Monte da Vinha e espólio da Gruta do Correio-Mór”. janeiro, n.º 5. CABRAL, ANTÓNIO MAGALHÃES, “Grupos de Folclore”. In Trilhos de Cultura Popular Portuguesa. Disponível na internet em: http:// www.folclore-online.com CABRAL, MARIA ELIZABETH FIGUEIREDO NEVES, (1976-1977), “Lucernas Romanas de Miróbriga”. Setúbal Arqueológica, Setúbal, 2-3. CAEIRO, JOSÉ OLIVIO, (1985), “Miróbriga - 1982. Santiago do Cacém”. Informação Arqueológica, Lisboa, 5. Versão Final 275 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 CAEIRO, JOSÉ; SOREN, D. E BIERS, W., (1984), Santiago do Cacém, Informação Arqueológica – 1981, Lisboa, IPPC/Departamento de Arqueologia. CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM, (1931), Livro de Atas das Reuniões Ordinárias da Câmara. Arquivo Municipal de Santiago do Cacém, Manuscrito. CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM, (1949), Anteplano de Urbanização da Vila de S. Tiago do Cacém, não editado. CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM, (2002), Boletim Municipal de Santiago do Cacém. CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM, (2010), Plano de Intervenção no Património, CMSC, não editado. O Panorama, (1843), “O Castelo de Santiago do Cacém”. CALADO, DINA NUNES, (2002), “Pescadores e Pesca na Costa de Santo André”. In História, nº 41, janeiro. CALADO, DINA NUNES, (2004), “Pescadores e Pesca na Costa de Santo André”. In Gentes e Culturas, Freguesia de Santo André, Edição LASA. CARDITA, MARCO, (2004), “Memórias Paroquiais de S. Domingos”. In Gentes e Culturas, Freguesia de São Domingo, Edição LASA. CARDOSO, PADRE LUIZ, (1747), “Alvalade e S. André”. Diccionário Geográfico. Tomo I, Lisboa, Officina Sylviana e da Academia Real. CARDOSO, PADRE LUIZ., (1747), “Cercal e S. Cruz”. Diccionário Geográfico. Tomo I, Lisboa, Officina Sylviana e da Academia Real. CARVALHO, A. MARCOS G. DE, (1973), Tufos calcários quaternários de Santiago do Cacém. Lisboa, Ed. Finisterra. Versão Final 276 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 CARVALHO, DOMINGOS, (1994), Por Alvalade, O Grito Retumbante da Moirama. Ed. do Autor. CENTENO, R. M. S, (1983), “A Dominação Romana”. História de Portugal, I, Lisboa, Alfa. CESÁRIO, GENTIL JOSÉ ET AL, (2000), “Casas de Terra”. Caderno de Estudos Locais, 1. Santiago do Cacém, Edição Associação Cultural de Santiago do Cacém. CESÁRIO, GENTIL JOSÉ, (2007), Memórias do Passado, Momentos do Presente. Catálogo da Exposição Feira do Monte/2007. Edição Câmara Municipal Santiago do Cacém. CESÁRIO, GENTIL JOSÉ, (2009), 1755, O Terramoto de Todos os Santos em Santiago do Cacém. Edição Junta da Freguesia de Santiago do Cacém. CESÁRIO, GENTIL JOSÉ, (2010), 1808, Santiago do Cacém e a 1.ª Invasão Francesa. Edição da Junta de Freguesia de Santiago do Cacém. CESÁRIO, GENTIL JOSÉ ET AL, (2010), Açúcar, Pimenta e Canela, Retrato de Santiago do Cacém ao Tempo do Foral Manuelino. Edição Câmara Municipal de Santiago do Cacém. CESÁRIO, GENTIL JOSÉ, (2010), “1755. O Terramoto de Todos os Santos em Santiago do Cacém”. MUSA, Setúbal, Fórum Intermuseus do Distrito de Setúbal e Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal. CESÁRIO, GENTIL JOSÉ, (2011), “1808, Santiago do Cacém e a resistência aos franceses”. Atas do 2.º Encontro de História do Alentejo Litoral. Edição Centro Cultural Emmerico Nunes. CIPRIANO, ANTÓNIO, (2004), “Alguns apontamentos sob a existência de Bandas de Música em Santiago”. In Gentes e Culturas, Freguesia de Santiago do Cacém, Edição LASA. COELHO, MARIA HELENA DA CRUZ E VENTURA, LEONTINA, (1987), “Vataça - Uma Dona na Vida e na Morte”. Porto, Separata de: Atas das II Jornadas Luso – Espanholas de História Medieval, vol. I. Versão Final 277 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial. Paris, UNESCO, 17 de outubro de 2003. Disponível na internet em: http://www.cultura-alentejo.pt. COFFYN, ANDRÉ, (1985), Le Bronze final atlantique dans la Péninsule Ibérique, Paris, Publications du Centre Pierre Paris, 11. CORREIA, SUSANA HELENA, (1987), “Estação Arqueológica de Miróbriga (Santiago do Cacém): Balanço de uma Investigação e Perspetiva de Intervenções Futuras”. Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, Santiago do Cacém. CORREIA, SUSANA HELENA, (1987), “Dois Sarcófagos no Monte da Ortiga do Meio”. Diário do Alentejo, 11 de junho. CORREIA, SUSANA HELENA, (1990), Miróbriga. Roteiros de Arqueologia Portuguesa. Lisboa. Instituto Português do Património Cultural. CORREIA, SUSANA HELENA E OLIVEIRA JOSÉ CARLOS, (1992), “Intervenção Arqueológica do Serviço Regional da Arqueologia da Zona Sul no Baixo Alentejo”. Trabalhos de Arqueologia e Etnologia, Porto, 32. COSTA, FRANCISCO ARRAES FALCÃO BEJA DA, (1935), Resposta. Lisboa, Edição de Autor, Sociedade Industrial de Tipografia, Lda. COSTA, JOSÉ CONSTANTINO, (2010), “Igreja Matriz de Santiago do Cacém”. Revista Itinerante, n.º 3. COSTA, MANUEL BEJA DA, (1961), Revolução Agrícola. Lisboa, Edição de Autor, Tipografia da L.C. G.G. CRUZ, ANTÓNIO LUÍS SEIXAS FÉLIX DA, (1941), A Freguesia de Alvalade (Subsídios para um estudo económico – Agrícola) – Relatório final do Curso de Engenheiro Agrónomo. Universidade Técnica de Lisboa / Instituto Superior de Agronomia. (Datilografado). Versão Final 278 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 DARLING, JANINE K; MIKSICEK, CHARLES E SOREN, DAVID, (1984), “Miróbriga a Portuguese American Project in Southern Portugal”. Muse, Missouri- Columbia, 18. DELGADO, MANUEL J. (1947), “Sisenando Mártir e Beja sua Pátria (por D. Frei Manuel do Cenáculo) ”. Arquivo de Beja, Vol. IV, Fascs. III e IV, julho/dezembro. DELGADO, MANUELA, (1971), “Cerâmica campaniense em Portugal”. Atas do II Congresso Nacional de Arqueologia, Coimbra, 1970, Coimbra, Junta Nacional de Educação, 2. DIAS, LUISA FERRER, (1976-77), “Terra Sigillata de Miróbriga”. Setúbal Arqueológica, 2-3. DIAS, LUISA FERRER E VIEGAS, JOÃO ROSA, (1976-77), “Necrópole lusitano-romana de Monte Sardinha (S. Francisco da Serra) ”. Setúbal Arqueológica, 2-3. DIAS, NÉLIA ET AL, (1998), “Museu Municipal de Santiago do Cacém”. Roteiro de Museus Alentejo e Algarve (Coleções etnográficas), Lisboa, Olhapim, 2. DIOGO, A. M. DIAS, (1999), “Ânforas romanas de Miróbriga”. Arquivo de Beja, Vol. X, série III. DOMERGUE, CLAUDE, (1987), Catalogue des Mines e des Fondaries Antiques de la Peninsule Ibérique. Paris, Bocard, 1,2. DURO, ALFREDO, (1955), História do primeiro automóvel entrado em Portugal. Lisboa. Ed. Autor. ENCARNAÇÃO, JOSÉ D’, (1984), Inscrições Romanas do Conventus Pacensis. Subsídios para o estudo da Romanização. Instituto de Arqueologia, Faculdade de Letras. ENCARNAÇÃO, JOSÉ D’, (1996), “Problemas em aberto na epigrafia mirobrigense”. Conimbriga, Faculdade de Letras, Coimbra, 35. ESCOVAL, ANA ISABEL MARCELO, (2003),” Cabanas: um exemplo de construção tradicional na costa de Santo André”. In O Homem, a Terra e a Lagoa. Cadernos do Património nº 0. Edição Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Versão Final 279 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 ESTEVES, JOÃO, (2005), “Alda Guerreiro Machado”. Dicionário no Feminino (séculos XIX – XX). Ed. Livros Horizonte. ETIENNE, ROBERT ET AL, (1994), Um Grand Complex Industriel a Troia (Portugal). Paris, Boccard. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (1979), Toponímia do Município de Santiago do Cacém. Santiago do Cacém, Tipografia Vieira. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (1980), Décimas populares do Alentejo. Braga. Ed. Tip. Edit. Franciscana. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (1980), A capela de Santo António em Santiago do Cacém. Santiago do Cacém, Câmara Municipal de Santiago do Cacém. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (1986), Fontes sobre o segundo retábulo da Igreja de Nossa Senhora do Monte (Santiago do Cacém). Ferreira do Zêzere, Centro de Estudos Históricos e Etnológicos. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (1986), Pintores que Trabalharam para a Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém I (1707 – 1708- 1710 – 1711). Lisboa, Separata de «Armas e Troféus», V série, Tomo VI, n.os 1-3. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (1987), “Referência acerca da capela de Santo António de Santiago do Cacém em 1689”. Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, série 2, vol. 1. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (1990), “Arte Sacra do Concelho de Santiago do Cacém”. Roteiro da Exposição. Préf. [de] Ramiro Francisco Guiomar Beja. Santiago do Cacém. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (1995), Achega para o estudo da Atividade do entalhador António da Fonseca em Santiago do Cacém. A Construção do retábulo - mor da Igreja da Misericórdia em 1742, I. Ed. Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacem. Versão Final 280 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (1997), As Vozes do Silêncio. Imaginária barroca da diocese de Beja. Beja, Departamento do Património Histórico e Artístico – Estar Editora. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (1998), Entre o Céu e a Terra. Arte Sacra da Diocese de Beja. I-III, Beja, Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (2004), As Formas do Espírito. Arte Sacra da Diocese de Beja. I-III, Beja, Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (2006), A a Z – Arte Sacra da Diocese de Beja. Beja, Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (2007), “As estrelas de Santiago”. Revista Mais Alentejo, n.º 75. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (2008), “Igreja matriz de Santiago Maior (Santiago do Cacém) ”. Revista Mais Alentejo, nº 79. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO, (2010), “Caminhos de Santiago, caminhos do mundo”. Revista Itinerante, n.º 3. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO E FERREIRA, JORGE M. RODRIGUES, (1983-1985), “A banheira para crianças da coleção de olaria da Sociedade Arqueológica Lusitana”. Arquivo de Beja, série 2, vol. 2. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO E FERREIRA, JORGE M. RODRIGUES, (1986), “Versões de Janeiras e Reis na região de Santiago do Cacém (Baixo Alentejo - Diocese de Beja) ”. Évora, Separata da Igreja Eborense, n.º 10. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO E FERREIRA, JORGE M. RODRIGUES, (1987), ”Marcas Lapidares da Igreja Matriz de Santiago do Cacem (I)”. Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, série 2, vol.1, Ed. Real Sociedade Arqueológica Lusitana. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO E CARDOSO, CARLOS LOPES, (1987), “Santo António e as alminhas populares”. Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, série 2, vol. 1. Versão Final 281 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO ET AI, (1988), “Epigrafia Romana do Concelho de Santiago do Cacém. A ara funerária da Herdade da Cascalheira (Santo André)”. Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, série 2, Santiago do Cacém. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO E PEREIRA, FERNANDO ANTÓNIO BATISTA, (1988), “Pintura Maneirista do Distrito de Setúbal. Duas Adorações da Igreja Matriz de Santiago do Cacém, atribuídas a José de Escobar”. Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana. 2.ª Série – Volume 2. Ed. Real Sociedade Arqueológica Lusitana. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO E CONESA, JAIME COLL, (1988), “Fragmentos de Azulejos Mudéjares provenientes das ruínas do Convento de Nossa Senhora do Loreto”. Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, 2.ª Série – Volume 2. Ed. Real Sociedade Arqueológica Lusitana. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO E PEREIRA, FERNANDO ANTÓNIO BATISTA, (1996), A imagem gótica da Igreja de São Bartolomeu da Serra (Santiago do Cacém). Beja, Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. FALCÃO, JOSÉ ANTÓNIO E PEREIRA, FERNANDO ANTÓNIO BATISTA, (2001), O Alto-Relevo de Santiago combatendo os Mouros da Igreja Matriz de Santiago do Cacém. Beja, Santiago do Cacém, Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja – Câmara Municipal de Santiago do Cacém. FARIA, ANTÓNIO MARQUES, (1989), “A Numária de «Cantnipo» ”. Conimbriga, Coimbra, Universidade de Coimbra, 28. FARIA, ANTÓNIO MARQUES, (1989), “A Presença Romana no Território Português”. Conimbriga, Coimbra, Universidade de Coimbra, 28. FARIA, ANTÓNIO MARQUES, (1995), “Plínio – O – Velho e os estatutos das cidades privilegiadas hispano - romano e localizadas no atual território português”. Vipasca, Aljustrel, 4. Versão Final 282 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 FARIA, ANTÓNIO MARQUES, (1996), “Nomes de magistrados em moedas hispânicas, correções e aditamentos”. Conimbriga, Coimbra, 35. FEIO, JORGE, (2007), “ Vestígios da Cristianização do Conventus Pacensis - As Basilicae de São Bartolomeu (Alvito) e Monte do Roxo (Alvalade, Santiago do Cacém) ”. Vipasca, Arqueologia e História, n.º 2, 2.ª série. FEIO, JORGE, (2009), “A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados”. Atas do 1.º Encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. FEIO, MARIANO, (1983), Le Bas Alentejo et l’ Algarve. Instituto Nacional de Investigação Científica. Évora. FERNÁNDEZ CACHO, S., (2008), Património arqueológico y planificacíon: estratégias de gestión para Andalucía. Sevilla: Junta de Andalucía/Universidad de Sevilla. FERREIRA, CARLOS JORGE ALVES ET AL, (1993), O Património Arqueológico do Distrito de Setúbal. Subsídios para uma Carta Arqueológica. Setúbal, Associação de Municípios do Distrito de Setúbal. FERREIRA, OCTÁVIO DA VEIGA, (1971), “Cerâmica negra de tipo grego encontrada em Portugal”. Arqueologia e História, Lisboa, 3. FONSECA, F. A. M. BELARD DA, (1945), “Anéis de ouro romanos achados no Baixo Alentejo. Beja, Arquivo de Beja. Folheto de divulgação do Rancho Folclórico Ninho de Uma Aldeia FONSECA, MANUEL DA, (1981), Cerromaior. Lisboa, Editorial Caminho. FONSECA, MANUEL, (1984), Obra Poética. Préf. [de] Mário Dionísio. Lisboa, Caminho. FORTES, MÁRIO, (1977), Ruínas Romanas de Miróbriga. Qualidade Visual da Paisagem: Programa Preliminar. Lisboa, IPPAR. Versão Final 283 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 FORTES, MÁRIO, (2000), “Ruínas Romanas de Miróbriga. Da idealização à paisagem”. Caderno de Estudos Locais. Ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém. FRAGOSO, RUI, (2011), “Futuro Museu de Arqueologia de Alvalade – Alvalade no Tempo, História e Historiografia do Médio e Alto Sado (Primeira Fase)”. Atas do 2.º Encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes. FUSCHINI, AUGUSTO, (1900), A eleição de S. Thiago de Cacem em 1899. Lisboa, Companhia Typographica. GARCIA – BELLIDO, M. P E BLAÁSGUEZ, C, (1995), “Formas y Usos de las Magistraturas en las Monedas Hispánicas. La Moneda Hispanica: Ciudad y Territorio”. Atas del I Encuentro Peninsular de Numismática Antigua; Madrid, Noviembre. GAGO, CÂNDIDO MATOS, (1997), Jogos e brincadeiras do Alentejo Litoral na Obra de Manuel da Fonseca. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. GOMES, CARLOS, “Feiras Tradicionais conservam velhas usanças” In Trilhos de Cultura Popular Portuguesa. Disponível na internet em: http:// www.folclore-online.com. GOMES, PAULO ALEXANDRE P.N, (2000), Ermidas-Sado: História de uma povoação contemporânea (monografia sócio histórica 1915/1970). Ed. Junta de Freguesia de Ermidas – Sado. GOMES, PAULO ALEXANDRE N., (2000), “caminhos de ferro e indústria na origem e desenvolvimento de Ermidas-Sado”. Cadernos de Estudos Locais, n.º 1, Associação Cultural de Santiago do Cacém. GOMES, M. V. E MONTEIRO, J. P., (1976-77), “As estelas decoradas da Herdade do Pomar (Ervidel-Beja) – Estudo comparado”. Setúbal Arqueológica, 2-3. GOMES, LUISA ET AL, (2010), Açúcar, Pimenta e Canela, Retrato de Santiago do Cacém ao Tempo do Foral Manuelino. Edição Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Versão Final 284 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 GOUVEIA, BATALHA, (1984), “OS NOMES DAS TERRAS - Santiago do Cacém”. Arquivo de Beja, Beja, V,I-II série. GRAÇA, MARIA ANTÓNIA E MACHADO, JOÃO L. SAAVEDRA, (1971), “Uma coleção de pedras gravadas. Elementos para um catálogo geral”. Atas do II Congresso Nacional de Nacional de Arqueologia. Coimbra, 1970, Coimbra, Junta Nacional de Educação, 2. GUERRA, AMILCAR, (1995), Plínio – O – Velho e a Lusitânia. Lisboa, Edições Colibri. GUERREIRO, J.F. COLAÇO, “Moda”. Encontro da Vidigueira 4/11/04. Disponível na internet em: http:// www.cantoalentejano.com / textos sobre o Cante GUERREIRO, MACHADO, (1991), Alentejo Tinha Sombras – Contos. Edição Câmara Municipal de Odemira. GUERREIRO, MACHADO, (1987), Colos - Alentejo, Elementos Monográficos. Edição Câmara Municipal de Odemira. HELENO, MANUEL, (1933), “Tampas sepulcrais insculturadas da época do bronze”. O Arqueólogo Português, Lisboa, 29. LACERDA, MANUEL E BARATA, MARIA FILOMENA DOS SANTOS, (2001), Estruturas de Acolhimento e Interpretação. Programa Itinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve. Estudos/Património, IPPAR – Departamento de Estudos, n.º 1. LEAL, PINHO, (1874), “Portugal Antigo e Moderno”. Dicionário. Lisboa. Livraria Editora Tavares Cardoso e Inácio. LEAL, AMÉRICO LAZARO (2005), O rosto da Reforma Agrária. Col. Resistência. Lisboa. Avante. LEAL, AMÉRICO, A luta da classe operária e das populações do Alentejo Litoral no século XX – contribuição para a história dos acontecimentos. Disponível na internet em: http:// www.mundosdotrabalho.upp.pt/wp-content/uploads/2011/04/Americo-Leal.pdf LIMA, PAULO, (2004), O Fado Operário no Alentejo, séculos XIX – XX. Ed. Tradisom. Versão Final 285 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 LIMA, PAULO, (2004), “Manuel João da Silva, pastor de palavras”. In Feiras Tradicionais do Município de Santiago do Cacém. Edições Colibri / Câmara Municipal de Santiago do Cacém. LOPES, FRANCISCO FERNANDES, (1950), “Bataça e Mirobriga.” Atas do XII Congresso LusoEspanhol para o progresso das Ciências, Lisboa, Tomo III. LOPES, E. A. C., (1913), “Aquisições do Museu Etnológico Português”. O Arqueólogo Português, Lisboa, 18. LUÍS FILIPE MAÇARICO; LUIS FILIPE, RODRIGUES; 1990 in Arquivo de Beja, vol. X – série III. LUZIA, ÂNGELA; MAGALHÃES, ISABEL E TORRES, CLÁUDIO, (1984), “Mantas Tradicionais do Baixo Alentejo”. Cadernos do Campo Arqueológico de Mértola, n.º 1. Edição C.M. Mértola. MACHADO, ANA DURÃO, (2004), Casas e Cozinhas: uma breve abordagem sobre a arquitetura doméstica no Concelho de Santiago do Cacém (não publicado). MACHADO, ANA DURÃO, (2008), “A Barbearia «A arte de barbear e pentear» ”. In Cadernos do Património, n.º 1, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. MACHADO, ANA DURÃO, (2008), “Alfaiates e Costureiras «Um olhar sobre o Engenho da Agulha e do Dedal» ”. In Cadernos do Património, n.º2, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. MADEIRA, JOÃO, As Associações de Classe dos Trabalhadores Rurais em Santiago do Cacém (1910 – 1914). Ed. SALPA. MADEIRA, JOÃO, (1984), “Escola Liberal de Santiago: Uma intervenção Cívica e Pedagógica numa época de Mudança”. Jornal da Educação, n.º 75, março. MADEIRA, JOÃO, (1985), “Alda Guerreiro. Recolha poética”. Coleção Memória 2, Sant’yago Associação Cultural. Versão Final 286 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 MADEIRA, JOÃO, (1985), “José Pedro Guerreiro. O Rei dos Malhadais recolha de Cantigas”. Coleção Memória 2, Sant’yago Associação Cultural. MADEIRA, JOÃO, (1986), “A Greve dos Corticeiros de Sines em 1908”. História, n.º 87, janeiro. MADEIRA, JOÃO, Portfólio José Benedito Hidalgo de Vilhena. MADEIRA, JOÃO, (1995), Alda Guerreiro e os 'modernos princípios da pedagogia' em Santiago do Cacém. Santiago do Cacém. Centro de Formação Contínua de Professores - Santiago do Cacém, Sines e Grândola. MADEIRA, JOÃO, (1997), “Uma história local do PCP ou o «real e determinante papel dos comunistas»?”. In História, Ano 19, (Nova série), n.º 33, julho. MADEIRA, JOÃO, (1997), “Pasmo na vila e nas aldeias: um conde de «Locomóvel» ”. Arquivo de Beja. Série 3, vol. 5. agosto. MADEIRA, JOÃO, (1998), “A exposição das searas no porvir”. In História, Ano 20, (Nova série), n.º 1, abril. MADEIRA, JOÃO, (2000), “Janelas de luz no negrume da vila, 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém”. Cadernos de Estudos Locais, n.º 1. MADEIRA, JOÃO, (2000), “Os anos novecentos portugueses”. In História, Ano 22, Série 3, n.º 23, março. MADEIRA, JOÃO, (2001), “Os comboios chegaram tarde a Sines”. In Memória Alentejana, Boletim Informativo, n.º 3. MADEIRA, JOÃO, (2001), “Corticeiros de Sines: um pequeno e dinâmico núcleo proletário”. In Memória Alentejana, Boletim Informativo, n.º 3. MADEIRA, JOÃO, (2002), “Ranchos de fora nos campos de arroz de Alcácer”. In Memória Alentejana, Boletim Informativo n.º 5. Versão Final 287 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 MADEIRA, JOÃO, (2003), “Chegada do comboio a Sines: o «extremar de campos»”. In História, Ano 24, série 3, n.º 52, janeiro. MADEIRA, JOÃO, (2003), “Anarquistas nos campos do sul”. In Memória Alentejana, Boletim Informativo, n.º 11. MADEIRA, JOÃO, (2004), “A morte e o mito nos campos do Sul”. In História, Ano 25, série 3, n.º 66, maio. MADEIRA, JOÃO, “Os ceifeiros de arroz vieram à vila”. In Cena's, N.º 9-10. MADEIRA, JOÃO, (2006-2007). “A Cidade Nova”. In Cena's, N.º 7. MADEIRA, JOÃO,” Escola liberal”. In Cena's, N.º 12. MADEIRA, JOÃO, (2005), “Mondadeiras de arroz nas várzeas alagadas de Brescos”. In Cena's, N.º 5. MADEIRA, JOÃO, (2007-08), “Tempos de Sol Nascente: Sol Nascente. Da cultura republicana e anarquista ao Neorrealismo”. Nova Síntese, n.º 2-3. MADEIRA, JOÃO E ABREU LAURINDA, (1988), “As associações de classe dos trabalhadores rurais em Santiago do Cacém (1910-1914) ”;”Escrituras matrimoniais em Setúbal no século” Setúbal, SALPA - Associação para a Salvaguarda do Património Cultural e Natural da Região de Setúbal, DL, (Património. Ensaio ; 3) Ensaio galardoado com o Prémio Almeida Carvalho 198586 Edição subsidiada pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém. MAIA, MANUEL, (1980), “Povos do Sul de Portugal nas Fontes Clássicas”. Clio, 2. MAIA, MANUEL E MAIA, MARIA GARCIA, (1996). Os Castella do Sul de Portugal e a Mineração da Prata nos Primórdios do Império. Mineração no Baixo Alentejo. Câmara Municipal de Castro Verde, Castro Verde. Versão Final 288 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 MATIAS, JOSÉ, (2002), Moinhos de Vento do Concelho de Santiago do Cacém. Edições Colibri e CEDA – Centro de Estudos Documentais do Alentejo. MATIAS, JOSÉ, (2004), “Património Molinológico do Concelho de Santiago do Cacém”. MUSA, n.º3 - 1, Setúbal, Fórum Intermuseus do Distrito de Setúbal e Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal MUSEU MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM, (2001), Adesão Rede Portuguesa de Museus, Santiago do Cacém. Policopiado. NOBRE, JOAQUIM DE BRITO, (1992), “Messejana d’algum dia...” Cadernos Culturais, II, Edição Junta de Freguesia de Messejana. NOLEN, JEANETTE – SMIT, (1976-1977), “Alguns Fragmentos de «Paredes Finas» de Miróbriga”. Setúbal Arqueológica, Setúbal, Junta Distrital de Setúbal, 1,3. NOLEN, JEANNETTE U.S, (1979), “Ampurian gray wore from Miróbriga”. Conimbriga, Coimbra, 18. NUNES, MARIA LUISA ABREU, (1972), “Moedas Romanas de Miróbriga”. Actas das II Jornadas Arqueológicas, Lisboa, Associação dos Arqueólogos Portugueses. NUNES, MANUEL JOÃO ANTÓNIO, (2003), “Lagar de Azeite do Parra”. In Gentes e Culturas / Freguesia de Santa Cruz. Edição LASA. OLIVEIRA, ERNESTO VEIGA DE, “Música Popular Polifónica Vocal – O Cante Alentejano”. In Instrumentos Musicais Populares Portugueses. Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 1964 / 2000. Apêndice III. Disponível na internet em: http:// www.folclore-online.com OLIVEIRA, ERNESTO VEIGA DE; GALHANO, FERNANDO E PEREIRA, BENJAMIM, (1983), Sistemas de Moagem (Tecnologia Tradicional Portuguesa). Ed. Instituto Nacional de Investigação Científica, Centro de Estudos de Etnologia. Versão Final 289 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 OLIVEIRA, ERNESTO VEIGA DE; GALHANO, FERNANDO E PEREIRA, BENJAMIM, (1988), Construções Primitivas em Portugal. Ed. Publicações D. Quixote. OLIVEIRA, PADRE JORGE DE, Subsídios para a Monografia de Alvalade. Não editado. OLIVEIRA, PADRE JORGE DE, (1931), “O Duque da Terceira em Alvalade”. Nossa Terra, n.º 9, novembro. OLIVEIRA, PADRE JORGE DE (1932), “A Misericórdia de Alvalade”. Nossa Terra, n.º 16, janeiro. OLIVEIRA, PADRE JORGE DE (1932), Nossa Terra, n.º 18, março. OLIVEIRA, PADRE JORGE DE, (1932), “O Foral de Alvalade”. Nossa Terra, n.º 20, abril. OLIVEIRA, PADRE JORGE DE, (1932), “A Comenda de Alvalade”. Nossa Terra, n.º 24, junho. OLIVEIRA, PADRE JORGE DE, (1932), “Alvalade Antiga”. Nossa Terra, n.º 26, julho. OLIVEIRA, RAUL, (2004), “Adiafa”. In Gentes e Culturas, Freguesia de S. Domingos, Caderno Temático n.º 8, LASA. PALMO A PALMO, (2004), Artesanato, Artes decorativas, Produtos Tradicionais. Santiago do Cacém, Edição CMSC. PASTOR, MUNOZ, (1993), “Miróbriga Turdolorum: Síntese Histórico – Arqueológica”. Atas do II Congresso Peninsular da História Antiga Letras, Universidade de Coimbra. PAZ, JOAQUIM ALBERTO, (1971), Alguns Aspetos petrográficos das rochas carbonatadas do MALM inferior da região de Santiago do Cacem – Sines. Lisboa, Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal. PENA, M. J., (1995), “Algumas observations sobe la forma de los Nombres de los Magistrados Monetales em Epoca Republicana. La Moneda Hispánica: Ciudad y Territorio”. Atas del I Encuentro Peninsular de Numismática Antigua; Madrid, Noviembro 1994. Versão Final 290 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 PEREIRA, ISABEL, (1996), “A circulação Monetária em Miróbriga”. Atas II Congresso de Arqueologia Peninsular, Alcalá, 4. PEREIRA, ISABEL, (1997), “O Museu e a Coleção de Moedas: Santiago do Cacém”. Pelo Caminho das Pedras. Museu Municipal de Santiago do Cacém. PEREIRA, ISABEL E SILVA TEÓFILO, (2007), Moedas Romanas do Museu Municipal de Santiago do Cacém. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. PEREIRA, MARIA ADELAIDE GARCIA, (1971), “Subsídio para o Estudo da Terra Sigillata de Miróbriga”. Atas do II Congresso Nacional de Arqueologia, Coimbra. PEREIRA, RODRIGO E ALEXANDRE, LUÍS MIGUEL, (1998),” O dia – a – dia do moleiro”. Informação Municipal – Município de Santiago do Cacém, março / abril. O Petizinho, (1921), Semanário Literário e de Anúncios, nº7, de 15 de maio. PICÃO, JOSÉ DA SILVA, (1983), Através dos campos, usos e costumes agrícolo –alentejanos. Publicações D. Quixote. PINHO, FERNANDO DA SILVA, “Paredes de edifícios antigos em Portugal – principais soluções construtivas”. Revista Materiais de Construção. PONTE, SALETE DA, (1979), “As fíbulas de Miróbriga”. Setúbal Arqueológica, Setúbal, 2. QUARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA, (1999), “Terra Sigillata africana, hispânica, foceense tardia e cerâmica africana de cozinha de Miróbriga (Santiago do Cacém) ”. Conimbriga, Vol. XXXVIII, Faculdade de Letras, Instituto de Arqueologia, Coimbra. QUARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA, (1999), “Terra sigillata africana, hispânica, foceense tardia e cerâmica africana de cozinha de Mirobriga (Santiago do Cacém)”. Conimbriga. XXXVI. Versão Final 291 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 QUARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA, (1999),”Terra sigillata africana D e foceense tardia das escavações recentes de Mirobriga (Chãos Salgados, Santiago do Cacém)”. Revista Portuguesa de Arqueologia. vol. 2. nº 2. QUARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA, (2003), “Terra Sigillata Sud-Gálica num centro de consumo: Chãos Salgados, Santiago do Cacém (Miróbriga)”. Trabalhos de Arqueologia, 30, Instituto Português de Arqueologia, Lisboa. QUARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA, (2008), “Les fabriques des sigillées hispaniques provennantes de La Rioja et Andújar (s. I-II d.C.) à Chãos Salgados, Santiago do Cacém Mirobriga?- (Portugal)”. Rei Cretariae Romanae Fautoru,. Ata 40. QUARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA, (2009), Economia antiga a partir de um centro de consumo lusitano. Terra sigillata e cerâmica africana de cozinha em Chãos Salgados (Mirobriga?). Dissertação de doutoramento apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Edição policopiada. QUARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA, (2010), “Une hypothèse d’importation de vaisselles d’ Henchir es-Srira et de Sidi Aïch à Chãos Salgados (Mirobriga?), Portugal?”. Rei Cretariae Romanae Fautores, Ata 41. QUARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA, (2010), “Changement et continuité: la romanisation à Chãos Salgados, Santiago do Cacém – Mirobriga? – (Portugal)”. In CORSI, C.; VERMEULEN, F., eds. - Changing Landscapes. The impact of Roman towns in the Western Mediterranean. Proceedings of the international colloquium, Castelo de Vide-Marvão. 15th-17th May 2008. Universidade de Évora/Ante Quem (Ricerche. Series maior; 1). QUARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA, (2010), “Les importations de céramique culinaire africaine à Chãos Salgados, Santiago do Cacém (Mirobriga ?), Portugal”. In MENCHELLI, S.; et Al., eds. - LRCW3 Late Roman Coarse Wares, Cooking Wares and Amphorae in the Mediterranean. Archaeology and Archaeometry. Comparison between Western and Eastern Mediterranean, BAR – IS; 2185. Versão Final 292 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 QUARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA (no prelo), Chronologie final de la sigillée africaine A à partir des contextes de Chãos Salgados (Mirobriga?): différences chronologiques entre l’Orient et l’Occident de l’Empire Romain . In M. Cau Ontiveros, P. Reynolds e M. Bonifay, eds. - Late Roman Pottery: solving problems of typology and chronology. European Science Foundation. QUARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA (no prelo), “Chãos Salgados (Mirobriga?): génese, evolução e abandono de uma cidade romana”. Jornadas Culturais: Santiago. Os caminhos do património. Santiago do Cacém De 30 de junho a 2 de julho de 2010. QUARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA (no prelo), “Romanização: adaptações culturais e ambientais em Chãos Salgados (Mirobriga?)”. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa. QUARESMA, JOSÉ CARLOS DA COSTA (no prelo), “Escavações de 2004 e 2005 na área da ponte de Chãos Salgados (Mirobriga?): estratigrafia, arquitetura e materiais de um setor público da cidade romana”. MUSA. RAMOS, LUÍS PEDRO. Alvalade - Das Origens ao Século XX. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. RAMOS, LUÍS PEDRO, História, Património e Identidade. Disponível na internet em: http:// www.alvalade.info.com. RAPOSO, EDUARDO, (1999), José da Fonte Santa – Memória (s). Ed. Colibri e Câmara Municipal de Santiago do Cacém. RAPOSO, EDUARDO, (1998). Informação Municipal, CMSC. outubro - dezembro REAL, FERNANDO E BRANCO, GERTRUDES, (2009), “Critérios para quantificar o valor do património arqueológico”. Praxis Archaeologica, 4. RIBEIRO, O.; LAUTENSACH, H. E DAVEAU, S., (1991), “A Posição geográfica e o território”. Geografia de Portugal,I, Lisboa: João Sá da Costa. RESENDE, ANDRÉ DE, (1593). De Antiquitatibus Lusitaniae. Évora, Liv. IV. Versão Final 293 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 REVISTA RUBRA, “Tiradores de cortiça”, nº 7. RODRIGUES, JOSÉ BARROS, (2004), O Trem do Conde, História do Primeiro Automóvel que entrou em Portugal. Ed. Caleidoscópio – Edição e Artes Gráficas, S.A. ROQUE, JOAQUIM, (1945), “Aspetos da medicina popular no Baixo Alentejo - As rezas e as benzeduras”. In Boletim do Arquivo de Beja. ROQUE, TERESA CASTRO, (2004). “ A «Valsa Mandada» em S. Francisco da Serra”. In Gentes e Culturas, Freguesia de S. Francisco da Serra. Edição LASA. Rosa Mystica Nossa Senhora na Arte do Sul de Portugal, dezembro 1999, fevereiro 2000, Exposição no Tesouro da Catedral de Ratisbona, Vilhena SAA, MÁRIO, (1962), As grandes vias da Lusitânia. O itinerário de Antonino Pio. Lisboa, Tipografia da Sociedade Astoria, Lda., Vol.4. SANTA, JOSÉ DA FONTE, (1999), Magia Alentejana, Poesia e Desenho. Edições Colibri. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Exposição: No Caminho sob as Estrelas - Santiago e a Peregrinação a Compostela (memória descritiva da Exposição). Disponível na internet em: http:// www.presidencia.pt. SANTINHOS, MANUEL JOSÉ, (1991), Memória das Gentes do Lugar. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. SANTOS, FONSECA, (2003) “ Vale de Água”. In Gentes e Culturas / Freguesia de Vale de Água. Edição LASA. SANTOS, FONSECA, (2003) “ Igreja de Santo António”. In Gentes e Culturas / Freguesia de Vale de Água. Edição LASA. SANTOS, FONSECA, (2003) “ Mastro de Santo António”. In Gentes e Culturas / Freguesia de Vale de Água. Edição LASA. Versão Final 294 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 SANTOS, FONSECA, (2004), “Fábrica de Moagem de José Mateus Vilhena”. Gentes e Culturas, Freguesia de São Domingos, Caderno temático nº 8, LASA. SANTOS, MANUEL FARINHA DOS, (1972), “Moedas Hispânicas Recolhidas no Cabeço de Vaiamonte (Monforte, Alto Alentejo) ”. Anais da Academia Portuguesa de História, Lisboa, II série, 21. SANTOS, MANUEL FARINHA DOS, ET AL (1977), “Moedas com Inscrição Púnica de Quatro Oficinas Hispânicas do Litoral Pertencentes ao Museu de Évora (Portugal) ”. Atas do XIV Congresso Nacional de Arqueologia, Saragoça. SANTOS, MANUEL FARINHA DOS, (1979), “A oficina Monetária Lusitana Romana de Mérida e a sua representação no Museu de Évora”. Anais da Academia Portuguesa de História, Lisboa, II série, 25. SANTOS, MANUEL FARINHA DOS, (1982), “Algumas Oficinas Monetárias Hispânicas Representadas no Museu de Évora”. F.N. (Filatelia, Numismática), 10, fevereiro, pp.30-31, março, pp. 31-32 e abril, p.30. SANTOS, M. L. AFONSO, (1971-1972), Arqueologia Romana do Algarve. Lisboa. 2 Vols. SANTOS, MICHELLE E FEIO, JORGE, (2002), EIA – Linha de Caminho de Ferro do Sul – Troço Ermidas do Sado – Funcheira. SANTOS, PAULA, (2001), “Centro de Acolhimento e Interpretação de Miróbriga”. Estudos/Património, IPPAR – Departamento de Estudos, nº1. SERRA, MÁRIO CAMEIRA, (2004), O Jogo e o Trabalho. Episódios lúdico-festivos das antigas ocupações agrícolas e pastoris coletivas. Edições Colibri / Inatel. SILVA, PE. ANTÓNIO DE MACEDO E, (1843), “O Castello de Santiago do Cacém”. O Panorama. SILVA, PE. ANTÓNIO DE MACEDO E, (1866), Annaes do Municipio de Sanct-Yago de Cassem. Beja, Typografia de Sousa Porto & Vaz. Versão Final 295 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 SILVA, PE. ANTÓNIO DE MACEDO E, (1869), Annaes do Municipio de Sant´Lago de Cacem. Lisboa, Imprensa Nacional. SILVA, CARLOS TAVARES DA, (1978), “Uma jazida do Bronze Final na Cerradinha, Lagoa de Santo André, Santiago do Cacém”. Setúbal Arqueológica, Setúbal, IV. SILVA, CARLOS TAVARES DA, (1978), “Ocupação da II Idade do Ferro da Pedra da Atalaia, Santiago do Cacém”. Setúbal arqueológica, Setúbal, IV. SILVA, CARLOS TAVARES DA, SOARES, JOAQUINA E SANTOS, MANUEL FARINHA DOS, (1973), “Moedas Hispânicas do Povoado do Padrão, Setúbal”. Atas das II Jornadas Arqueológicas, Associação dos Arqueólogos Portugueses, Lisboa, 1. SILVA, CARLOS TAVARES DA E SOARES, JOAQUINA, (1976-77), “O monumento megalítico da Palhota (Santiago do Cacém) ”. Setúbal Arqueológica, Setúbal, 2-3. SILVA, CARLOS TAVARES DA E SOARES, JOAQUINA, (1979), “Cerâmica Pré-Romana de Miróbriga, Santiago do Cacém”. Setúbal Arqueológica, Assembleia Distrital de Setúbal, Setúbal, 5. SILVA, CARLOS TAVARES DA E SOARES, JOAQUINA, (1979). “Alguns aspetos do Neolítico Antigo do Alentejo Litoral”, Atas da I Mesa Redonda sobre o Neolítico e o Calcolítico em Portugal, Porto. SILVA, CARLOS TAVARES DA E SOARES, JOAQUINA GONÇALVES, V. S.; PINHO MONTEIRO, J.; SOARES, J.; FERRER DIAS, L., (1980), Descobertas arqueológicas no Sul de Portugal. Setúbal/Lisboa, MAEDS e UNIARQ. SILVA, CARLOS TAVARES DA E SOARES, JOAQUINA, (1981), Pré-História da Área de Sines – Trabalhos arqueológicos de 1972-77. Ed. Gabinete da Área de Sines, Lisboa. Versão Final 296 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 SILVA, CARLOS TAVARES DA E SOARES, JOAQUINA (1982), “Des structures d´habitat du Neolithique ancien au Portugal”, Actes du Colloque international de Prehistoire, Montpellier, 1981. SILVA, CARLOS TAVARES DA E SOARES, JOAQUINA, (1983),” Contribuição para o estudo do Megalitismo do Alentejo Litoral – A sepultura do Marco Branco, Santiago do Cacém”. O Arqueólogo Português, Lisboa, Série IV, 1. SILVA, CARLOS TAVARES DA E SOARES, JOAQUINA (1987), “Les communautés du Néolithique ancien dans le sud du Portugal, Premiéres Communautés Paysannes en Mediterranée Occidentale”. Actes du Colloque International du C.N.R.S., Montpellier, 1983, Paris. SILVA, CARLOS TAVARES DA, SOARES, JOAQUINA, FERREIRA, E. J.;LOURENÇO, F. S.; SOUSA, P., (1993), O património arqueológico do Distrito de Setúbal. Subsídios para uma carta arqueológica. Setúbal, Associação de Municípios do Distrito de Setúbal. SILVA, CARLOS TAVARES DA E SOARES, JOAQUINA, (1997),” De Miróbriga a Santo André pelos domínios da Arqueologia”. In Da Arqueologia à História. Pelo caminho das pedras. Santiago do Cacém: Câmara Municipal de Santiago do Cacém. SILVA, CARLOS TAVARES DA E SOARES, JOAQUINA, (2000), “Protomegalitismo no Sul de Portugal: inauguração das paisagens Megalíticas”. Atas do I Colóquio Internacional sobre Megalitismo – Muita gente, poucas antas? Origens, espaços e contextos do Megalitismo, Trabalhos de Arqueologia, 16. SILVA, CARLOS TAVARES DA E SOARES, JOAQUINA, (2003), “A transição para o Neolítico na costa sudoeste portuguesa”. Atas do II Colóquio Internacional sobre Megalitismo – Muita gente, poucas antas? Origens, espaços e contextos do Megalitismo), Trabalhos de Arqueologia, 25. Versão Final 297 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 SILVA, CARLOS TAVARES DA E SOARES, JOAQUINA, (2006), Territórios da Pré-história em Portugal. Setúbal e Alentejo Litoral. Tomar: Centro de Pré-história do Instituto Politécnico de Tomar. SILVA, J. A. HORDA DA E MENDONÇA, V. D. T., (1979), “Nota prévia sobre a composição mineralógica e condições de cozedura de cerâmica pré-romana de Miróbriga”. Setúbal Arqueológica, Setúbal, 5. SILVA, JOÃO GUALBERTO DA CRUZ E, (1938), “As Moedas”. Livro de Registo das Moedas e Medalhas, Museu Municipal de Santiago do Cacém. Manuscrito. SILVA, JOÃO GUALBERTO DA CRUZ E, (1944, 1945, 1946), “Apontamentos e Considerações sobre as Pesquisas Arqueológicas Realizadas desde 1922 nos Concelhos de S. Tiago do Cacem, Sines e Odemira”. Arquivo de Beja, Beja, 1,2,3. SILVA, JOÃO GUALBERTO DA CRUZ E, (s/d), Concelho de Santiago do Cacém: Notícia Histórica, Baixo Alentejo. SILVA, MANUEL JOÃO DA, (1989), Riqueza tradicional dos falares regionais. Riqueza dos falares regionais I. 3.ª ed. Santiago do Cacém: Câmara Municipal de Santiago do Cacém. SILVA, MANUEL JOÃO DA, (1992), Toponímia das ruas de Santiago do Cacém: breve história Santiago do Cacém. Santiago do Cacém,1ª Edição, Câmara Municipal Santiago do Cacém. SILVA, MANUEL JOÃO DA, (1993), O Mastro da Fonte do Lobo. Riqueza dos Falares Regionais, II. 2ª Ed. Santiago do Cacém: Câmara Municipal. SILVA, MANUEL JOÃO DA, (1996), Pobrezinhos e Malteses de Porro e Manta. Riqueza dos Falares Regionais III. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. SILVA, MANUEL JOÃO DA, (1997), Ermidas no Tempo e no Espaço. Junta de Freguesia de Ermidas-Sado. Versão Final 298 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (1999), “Ao Encontro do Nosso Património Histórico. Igreja de Abela”. in «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 5, março. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (1999), “Ao Encontro do Nosso Património. Alvalade”. In «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 6, junho. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (1999), “ Ao Encontro do Nosso Património. Cercal do Alentejo”. In «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 7, outubro. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2000), “Ao Encontro do Nosso Património. Ermidas-Sado”. In «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 8, janeiro. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2000), “Santiago do Cacém. De Miróbriga ao Castelo”. In «Centros Históricos», Ed. Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico, Ano I, 2.º ser., n.º 3, Abr./junho. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2000), “Ao Encontro do Nosso Património. Santo André”. In «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 9, maio. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2000), “Ao Encontro do Nosso Património. Santiago do Cacém”. In «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 10, setembro. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2000), “Ermidas de Alvalade (Séculos XVI a XX). In «Notícias de Beja», Beja, n.º 3622, 21 setembro. Versão Final 299 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2000), “Ao Encontro do Nosso Património. Santa Cruz”. In «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 11, dezembro. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2000), “Pero a Caminho, ou o Caminho Que Leva ás Casas, de João Lourenço”. Guia de Percursos/Alentejo, Ed. Esdime. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2001), “Ao Encontro do Nosso Património. S. Domingos” In «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal, n.º 12, março. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2001), “Manuel José Santinhos (Ti Manel Zé do Tojal)”. In «O Canto do Tojal», Folheto da Exposição, Escola Básica do 1.º Ciclo, Santo André, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, abril. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2001), “Ao Encontro do Nosso Património. S. Francisco” In «Informação Municipal do Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 13, maio. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2001), Património Edificado de Santiago do Cacém. Breve Inventário. Lisboa, Ed. Edições Colibri/Câmara Municipal de Santiago do Cacém. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2002), “Medalha Comemorativa dos 100 anos do Automóvel em Portugal”. In «Catálogo da I Mostra de Medalhística - Santarém 2001», Ed. Câmara Municipal de Santarém. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2003), “Património Edificado de Cercal”. In «Gentes e Culturas - Freguesia de Cercal do Alentejo», n.º 1, Ed. LASA. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2003), “Uma obra de referência para o conhecimento do património artístico das freguesias do concelho de Santiago do Cacém: O Cristo de Santa Cruz”. In «Gentes e Culturas - Freguesia de Santa Cruz», n.º 2, Ed. LASA. Versão Final 300 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2003), “Duas obras de referência para o conhecimento do património artístico das freguesias do concelho de Santiago do Cacém: A Adoração do Santíssimo Sacramento de S. Francisco da Serra e A Árvore de Jessé de S. Francisco da Serra”. In «Gentes e Culturas - Freguesia de S. Francisco da Serra», n.º 3, Ed. LASA. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2004), “O Monte das Relvas (S. Bartolomeu da Serra) Analogias arquitetónicas com outros edifícios do centro histórico de Santiago do Cacém”. In «Gentes e Culturas- Freguesia de S. Bartolomeu da Serra», n.º 5, Ed. LASA. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2004), “A Porta do Sol - Ensaio sobre o seu simbolismo e iconografia”. In «Gentes e Culturas - Freguesia de Santiago do Cacém», n.º 6, Ed. LASA. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2005), “Os muros da nossa paisagem”. In «Cena's», n.º 4, Vila Nova de Santo André, Ed. Ajagato. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2005), “Capelas, atalaias, e outros topónimos que tais”. In «Cena's - Publicação Cultural», n.º 5, Vila Nova de Santo André, Ed. Ajagato. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N.E AL, (2005), A Patrimónia - História com Histórias em Santiago. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2006), Chapas de Companhias de Seguros do Centro Histórico de Santiago do Cacém. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém e Companhia de Seguros Fidelidade - Mundial S.A. SOBRAL, CARLOS MANUEL V. N., (2006), “A Importância da Localização da Igreja de S. Pedro na Construção Administrativa do Extinto Concelho do Cercal”. In «MUSA. Museus, Arqueologia e Outros Patrimónios», Ed. Fórum Intermuseus do Distrito de Setúbal Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal. SOUSA, ALEXANDRE MELO DE, Como aplicar a toponímia sala de aula, Disponível na internet em: http://www.filologia.org.br. Versão Final 301 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 SOUSA, VANESSA E CARVALHO, LUÍS, (2002), Relatório final dos trabalhos arqueológicos realizados no sítio Herdade de Defesa 3, Santiago do Cacém. TORRES, CLÁUDIO ET AL (1984), “ Uma velha cultura serrenha”. In Mantas Tradicionais do Baixo Alentejo. Cadernos do Campo Arqueológico de Mértola, nº 1, edição C.M. Mértola. VV.AA, (1980), Arquitetura Popular em Portugal. Lisboa, Ed. Associação dos Arquitetos Portugueses. VV.AA, (1993), Encontro sobre a Lagoa de Santo André. Ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém. VV.AA, (1998), O Estado do Património. Ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém. VV.AA, (2000). Cadernos de Estudos Locais. Ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém. VV.AA, (2000), A Zona Costeira do Alentejo. Porto. Ed. Associação Eurocoast – Portugal. VV.AA, (2002), Euromills, The Exhibition. (Catálogo da exposição). VV.AA, (s/d), O Homem a Terra e a Lagoa. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. VV.AA, (2003), Gentes e Culturas, Freguesia do Cercal do Alentejo. Caderno Temático nº 1, LASA. VV.AA, (2003), Gentes e Culturas, Freguesia de Santa Cruz. Caderno Temático nº 2, LASA. VV.AA, (2003), Gentes e Culturas, Freguesia de S. Francisco da Serra. Caderno Temático nº 3, LASA. VV.AA, (2004), Gentes e Cultura, Freguesia de Abela. Caderno Temático nº 4, LASA. VV.AA, (2004), Gentes e Culturas, Freguesia de S. Bartolomeu da Serra. Caderno Temático nº 5, LASA. Versão Final 302 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 VV.AA, (2004), Gentes e Culturas, Freguesia de Santiago do Cacém. Caderno Temático nº 6, LASA. VV.AA, (2004), Gentes e Culturas, Freguesia de Vale de Água. Caderno Temático nº 7, LASA. VV.AA, (2004), Gentes e Culturas, Freguesia de São Domingos. Caderno Temático nº 8, LASA. VV.AA, (2004), Gentes e Culturas, Freguesia de Alvalade. Caderno Temático nº 9, LASA. VV.AA, (2004), Gentes e Culturas, Freguesia de Ermidas – Sado. Caderno Temático nº 10, LASA. VV.AA, (2004), Gentes e Cultura, Freguesia de Santo André. Caderno Temático nº11, LASA. VV.AA, (2010), Miróbriga – O Tempo ao Longo do Tempo. Catálogo da Exposição. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. VASCONCELLOS FRANCISCO LOBO DE, (2008),” José Benedito Hidalgo de Vilhena. O Inicio do século através de um pioneiro da fotografia”. In Atas do 1º Encontro de História do Alentejo Litoral, Sines, Edição Centro Cultural Emmérico Nunes. VASCONCELLOS FRANCISCO LOBO DE, (2010), “As quintas em redor de Santiago do Cacém – elementos para o seu inventário” In Atas do 2º Encontro de História do Alentejo Litoral, Sines, Ed. Centro Cultural Emmérico Nunes. VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, (1908), “Estudos sobre a época do bronze em Portugal. V. Lápide da insculturada da Defesa (Santiago do Cacém) ”. O Arqueólogo Português, Lisboa. VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE, (1895), “Antiguidades romanas do Roxo (S. Tiago do Cacem) ”. O Archeologo Portugues, Vol. I, Lisboa, Imprensa Nacional. VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, (1895), “Antiguidades romanas da herdade do Raco (S. Tiago do Cacem) ”. O Archeologo Português, Vol. I, Lisboa, Imprensa Nacional. Versão Final 303 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, (1914), “Excursão Arqueológica à Estremadura Transtagana”. O Archeologo Português, Vol. XIX, Lisboa, Imprensa Nacional. VIANA, ABEL, (1945), “Museu de Beja: alguns objetos da Idade do Bronze, da Idade do Ferro e da Época Romana; Cerâmica argárica; Cerâmica árabe”. Arquivo de Beja, Vol. II, fasc. III e IV, julho/dezembro. VIANA, ABEL, (1962), Algumas Noções Elementares de Arqueologia Prática. Beja. VIANA, ABEL, (1946),” A Arqueologia do Baixo Alentejo na Obra do Bispo Pacense, D. Frei Manuel do Cenáculo Vilas – Boas”. Arquivo de Beja, Beja, Jan./junho, Vol. III, Fasc. I e II. VILHENA, ANTÓNIO JACINTO MARIA DE, (1937), Ramal de Sines ou linha férrea de ErmidasSado a S. Tiago de Cacém e Sines. VILHENA, ANTÓNIO JACINTO MARIA DE, (1938), Roteiro da Vila de S. Tiago de Cacém. Edição Sociedade Industrial de Tipografia, Lda. VILHENA, ANTÓNIO JACINTO MARIA DE, (1939), A Politica no Concelho de S. Tiago de Cacém. I. Lisboa. VILHENA, JORGE E RODRIGUES, JOSÉ, (2008), “O grande fosso: a escavação arqueológica no cineteatro Camacho Costa e o Cerro do Castelo de Odemira na Idade do Ferro Tardia”. In Atas do 1º Encontro de História do Alentejo Litoral, Edição Centro Cultural Emmerico Nunes. VILHENA, MARIA DA ASSUNÇÃO, (1997), Gente do Monte (Recordações de Infância). Ed. de Autor. VILHENA, MARIA DA CONCEIÇÃO, (2000), “Reminiscências Árabes na Doçaria Portuguesa – As Alcomonias”. In Arquipélago, História, Ponta Delgada, Universidade dos Açores, 2ª série, vol. IV, nº2. VILHENA, MARIA DA CONCEIÇÃO, (2006), Ventos de Mudança em Santiago do Cacém. Ed. Colibri e Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Versão Final 304 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 VILHENA, MARIA DA CONCEIÇÃO, (2008). Por Santiago do Cacém, Viajando na Divagação. Edições Colibri. VILHENA, MARIA DA CONCEIÇÃO, (2008), “Vataça, a Comendadeira de Santiago do Cacém (no reinado de D. Dinis) ”. Atas do 1º Encontro de História do Alentejo Litoral. Edição Centro Cultural Emmerico Nunes. VILHENA, MARIA DA CONCEIÇÃO, (2010), “As Invasões Francesas no Litoral Alentejano (1808) ”. Atas do 2º Encontro de História do Alentejo Litoral, Sines, Ed. Centro Cultural Emmérico Nunes. “VISITAÇÃO” de novembro de 1510. VITERBO, SOUSA, (1912), S. Thiago de Cacém. A Ordem de Santiago e a música religiosa nas Igrejas pertencentes à mesma Ordem. Coimbra. Imp. Da Universidade. Http://www.snpcultura.org Http://pt.wikipedia.org/Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém Património Natural CONSELHO DA EUROPA adaptado à língua portuguesa, pelo Decreto n.º 4/2005, de 14 de fevereiro, 2000. Convenção Europeia da Paisagem. FERREIRA, DENISE DE BRUM, 2001. Evolução da paisagem de montado no Alentejo interior ao longo do sec. XX: Dinâmicas e Incidências Ambientais. Consultado http://www.ceg.ul.pt/finisterra/numeros/2001-72/72_16.pdf. GOES ERNESTO, 1984. Árvores Monumentais de Portugal, Portucel. Versão Final 305 em Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 INSTITUTO DA CONSERVAÇÃO DA NATUERZA, RNLSAS. Porque foi classificada. Consultado em http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007-APLagoasSAndre/A+Reserva/Porque+foi+classificado/ PARDAL, SIDÓNIO, 2003. Avaliação dos Planos Territoriais face às Dinâmicas de Desenvolvimento do concelho de Santiago do Cacém. GAPTEC – CMSC. MAOT (Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território), 2008. Plano sectorial da Rede Natura 2000, Vol. I Relatório e Fichas de Sítios da Lista Nacional. MAOT (Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território), 2008. Plano sectorial da Rede Natura 2000, Vol. II Fichas de Zonas de Proteção Especial e Glossário de Orientações de Gestão. Versão Final 306 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 4 - ANEXO Critérios e Níveis de Valoração do Património Arqueológico O património arqueológico encontra-se reconhecido na legislação nacional e internacional em vigor e, como tal, acarreta consequências ao nível da sua proteção. Os sítios arqueológicos têm um valor relativo que pode ser quantificado e que só reforça a sua proteção. Todas as regiões possuem a sua própria cultura e a sua própria história. Quando estes dois conceitos são reconhecidos e valorizados oferecem à sua população o sentido de identidade, permitindo uma ponte entre o passado e o futuro (Real e Branco, 2009). Cada vez mais existe uma maior consciência de que o ordenamento do território e os estudos de impacte ambiental não entravam o desenvolvimento, antes pelo contrário, proporcionamno. Para que a atribuição de um valor patrimonial não seja empírica e subjetiva, devem-se explicar todos os critérios que levaram ao resultado da valoração final de um sítio arqueológico. Esse valor final corresponderá a uma medida de minimização de impacte. Antes de qualquer análise de valoração deve caracterizar-se cada situação fazendo consulta bibliográfica, consulta de bases de dados, recolha de informação oral e análise toponímica e fisiográfica da cartografia (Real e Branco, 2009). A inventariação dos sítios arqueológicos existentes na área de incidência direta e indireta de um projeto deve conter as bases necessárias à atribuição de um valor patrimonial (Real e Branco, 2009). Desta forma, para este trabalho de revisão do PDM baseámo-nos nos seguintes critérios de valoração (adaptado de Fernández Cacho, 2008): Versão Final 307 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Singularidade por tipo de sítio: equaciona a importância que o sítio referenciado pode assumir numa escala regional, relacionando com os demais conhecidos a nível tipológico: Singularidade por Tipo de sítio Valoração Indeterminado 0 Achado Isolado/notícia de sepultura/estrutura/necrópole não confirmada no terreno 1 Vestígios de superfície/vestígios diversos/mancha de ocupação 2 Estruturas (pontes, barragens, etc.) 3 Povoado/Estação de ar livre/necrópoles/antas/villas 4 Conhecimento do sítio: equaciona o conhecimento real do sítio arqueológico, aplicando valores distintos entre se é conhecido apenas por documentos, se a sua localização suscita dúvidas, se tem valor relevante ou se foi escavado. Conhecimento do sítio Valoração Conhecido de informação oral/informação oral antiga e pouco precisa/documental/material 1 Sítios conhecidos no terreno que suscitam dúvidas de localização 2 Sítios conhecidos no terreno de valor relevante 3 Sítios bem conhecidos e sítios escavados 4 Versão Final 308 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Densidade de ocupação: equaciona o número de períodos históricos documentados em cada um dos sítios arqueológicos, valorizando os que apresentam um maior potencial a nível estratigráfico. Densidade de ocupação Valoração Indeterminado 0 1 período cronológico 1 2 períodos cronológicos 2 3 ou mais períodos cronológicos 3 Precisão da informação: equaciona os conhecimentos disponíveis sobre o sítio referenciado. Precisão da informação Valoração Sem informação 0 Informação oral 1 Toponímica 2 Bibliográfica 3 Cartográfica 4 Proteção legal: equaciona se existe algum tipo de proteção legal sobre o local. Proteção legal Valoração Versão Final 309 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Inventariado 1 Classificado 2 Estado de conservação: equaciona o estado de conservação atual do Monumento/Sítio. Estado de conservação Valoração Indeterminado 0 Parcialmente destruído 1 Médio 2 Bom 3 Restauro 4 Aos critérios utilizados aplica-se a média aritmética e quanto maior for o total obtido, maior o nível de valoração e, consequentemente, maior será o valor patrimonial atribuído ao sítio arqueológico. Portanto, os sítios arqueológicos foram enquadrados em três níveis de valoração, segundo os resultados a média aritmética. Estes três níveis apontam o seu valor patrimonial e para as medidas de minimização necessárias e obrigatórias que se terão de aplicar para cada um dos sítios, tendo em conta o regulamento. Sítios arqueológicos de nível 1 – áreas de valor patrimonial arqueológico elevado e consolidado, com pré-existências já identificadas e de inegável valor e potencial patrimonial. Versão Final 310 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Para este nível são propostas trabalhos arqueológicos de diagnóstico prévios adequadas e/ou escavação do sítio. Sítios arqueológicos de nível 2 – áreas de potencial valor arqueológico elevado. Locais onde já foram detetados testemunhos arqueológicos e onde se presume a existência de maior densidade de vestígios. Os sítios que integram este nível deverão ser alvo de acompanhamento arqueológico. Áreas arqueológicas de nível 3 – áreas condicionadas de potencial valor arqueológico. Locais onde as informações disponíveis indiciam a existência de vestígios arqueológicos. Neste nível todos os sítios que deverão ser confirmados e relocalizados através da prospeção arqueológica. Para os núcleos de povoamento existentes no Quadro 1 não foram aplicados os critérios de valoração, porque eles próprios integram uma área considerada como “centro histórico” com medidas de proteção definidas em regulamento. São ainda consideradas zonas de potencial arqueológico todas as igrejas não classificadas e de construção anterior ao século XIX, assim como o seu perímetro envolvente . No Quadro seguinte contam os valores atribuídos para cada critério, por sítio arqueológico. Versão Final 311 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 Versão Final 312 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 N.º Designação Singularidade por tipo de sítio Conhecimento do sítio Densidade de ocupação Precisão da informação Proteção legal Estado de conservação Total da valoração Nível de valoração atribuído 1 Herdade de Corona 1 1 1 2 1 0 6 3 2 Castelo Velho de Corona 4 3 1 4 1 2 15 1 3 Vale de Zebro de Baixo 1 1 0 1 1 0 4 3 4 Gaspeia 4 4 2 4 1 1 16 1 5 Herdade da Defesa 1 1 1 1 3 1 0 7 3 6 Herdade da Defesa 2 1 1 1 3 1 0 7 3 7 Herdade da Defesa 3 4 4 2 4 1 2 17 1 8 Defesa 4 2 2 1 3 1 0 9 2 9 Defesa 5 4 2 1 4 1 0 12 2 10 Monte das Gáspeas 0 2 11 Monte da Corredora 2 3 3 4 1 1 14 2 12 Herdade de Conqueiros 4 4 1 4 1 1 15 1 Versão Final 313 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 13 Monte do Roxo 4 4 2 4 1 0 15 1 14 Alvalade do Sado-Rua Dr. António Guerreiro Fernandes 1 3 1 4 1 0 10 2 15 Alvalade - Rua 25 de Abril 1 2 0 4 2 1 10 2 16 Alvalade do Sado 4 3 2 4 2 0 15 Os critérios não se aplicam 17 Monte da Ameira 1 2 2 1 3 1 0 9 2 18 Monte da Ameira 2 2 2 2 3 1 0 10 2 19 Monte da Ameira 4 3 1 0 3 1 0 8 2 20 Monte da Ameira 5 2 2 1 4 1 0 10 2 21 Monte Branco da Ameira 1 1 1 1 1 0 5 3 22 Cerrado de Maria Lança 1 1 0 3 1 0 6 3 23 Figueira à Metade 1 2 1 3 1 1 9 2 24 Monte Espada 1 1 1 1 1 0 5 3 Versão Final 314 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 25 Monte da Vinha 1 1 1 1 1 0 5 3 26 Monte da Sapa 2 2 1 3 1 0 9 2 27 Ponte Medieval de Alvalade 3 4 1 4 2 4 18 1 28 Ermida de São Roque 1 3 1 3 1 0 9 2 29 Faneca 0 3 0 4 1 0 8 2 30 Mandorelha 1 3 3 0 4 1 1 12 2 31 Mandorelha 2 2 2 0 4 1 0 9 2 32 Herdade do Raco 1 1 1 2 1 0 6 3 33 Lagoa da Pedra 2 4 1 4 1 1 13 2 34 Herdade do Parral/Parral de Baixo 2 2 1 4 1 0 10 2 35 Parral de Baixo 1 4 4 1 4 1 1 15 1 36 Herdade do Sobral da Várzea 1 1 1 3 1 0 7 3 37 Santa Cruz (Torre e Herdade do Saragoçal, Ademas, Francisquinho 2 1 1 2 1 0 7 3 38 Torre Nova 4 4 1 4 1 1 15 1 Versão Final 315 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 39 Ribeira do Nabarro 2 3 1 4 1 0 11 2 40 Miróbriga 4 4 3 4 2 4 21 1 41 Hospital do Espirito Santo 4 4 2 4 2 2 18 1 42 Monte da Ortiga do Meio 4 4 1 4 1 1 15 1 43 Pomar dos Mouros 1 1 1 2 1 0 6 3 44 Formiga 1 1 1 3 1 0 7 3 45 Convento do Loreto 4 4 1 4 1 2 16 1 46 Castelo de Santiago do Cacém 4 4 2 4 2 4 20 1 47 Aldeia dos Chãos 1 1 0 1 1 0 4 3 48 Zambujeiro 2 2 3 2 4 1 0 12 2 49 Herdade da Cascalheira 1 1 1 2 1 0 6 3 50 Areal 4 4 1 4 1 1 15 1 51 Cerradinha 4 4 1 4 1 2 16 1 52 Deixa-o-Resto 1 1 1 2 1 0 6 3 Versão Final 316 Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015 53 Casas Novas 0 1 0 1 1 0 3 3 54 Pedra da Atalaia 4 4 1 4 1 1 15 1 55 Várzea do Outeirinho 2 1 1 2 1 0 7 3 56 Herdade das Pereiras 1 4 1 4 1 0 11 2 57 Herdade das Antas 4 2 1 2 1 0 10 2 58 Salema 1 4 4 1 4 1 2 16 1 59 Salema 2 0 Destruído 60 Franciscos 12 2 61 Marco branco 0 Destruída 62 Palhota 16 1 63 Enxacafres 2 64 Monte Sardinha 4 2 1 3 1 0 11 Escavada e Desmantelada 2 65 Figueirinha 2 2 1 3 1 0 9 2 2 4 3 4 1 1 4 1 4 1 2 0 Fonte: IGESPAR Quadro 13 – Critérios de valoração por sítio arqueológico. Versão Final 1 317