Revista NT 02 - NFT Alliance

Transcrição

Revista NT 02 - NFT Alliance
N˚ 08 - ano 03
novembro/2011
A Revista da produção animal
Nutrition for
Tomorrow
Desafios e
oportunidades
para a produção de carnes
nos próximos 20 anos
2011
ano de grandes eventos e ações
promovidas pela NFT Alliance
Circuito feicorte Nft 2012
www.nftalliance.com.br
shaping tomorrow’s nutrition
N˚ 08 I ano 03 I Março/2011
Expediente
A REVISTA NT é uma publicação
trimestral da Nutrition for Tomorrow
Alliance, distribuída gratuitamente para
a cadeia da produção animal.
Comitê NFT Alliance
Nutron – Alessandro Roppa
MSD – Rudy Claure
Serrana – Thais Martins
Gestão NFT Alliance:
Alessandro Roppa
Carolina Tanese
Celso Mello
Diretor Presidente
Nutron Alimentos
Jornalista responsável:
Alessandra Cavicchioli
MTB 027.257
Redação:
Bianca Ferreira
Fernanda de Paulo
Revisão:
i9 Comunicações
Foto da capa e matérias:
César Machado - Agrostock
Projeto gráfico e diagramação:
Produção Coletiva
www.producaocoletiva.com.br
Impressão:
Silvamarts
Tiragem:
15 mil exemplares
Contato:
[email protected]
A revista em formato eletrônico pode ser
acessada no site www.nftalliance.com.br
Nutrition for Tomorrow Alliance é um
projeto desenvolvido e administrado
pela Nutron Alimentos que reúne
empresas do setor da produção
animal, concentrando o melhor capital
humano e fornecendo conteúdo
técnico para gerar e fortalecer a
sustentabilidade dos clientes.
A REVISTA NT é uma publicação
dirigida a produtores, empresários,
técnicos, pesquisadores e
colaboradores ligados à cadeia de
produção animal. Os artigos assinados
não expressam necessariamente a
opinião da revista. O conteúdo dos
artigos é de responsabilidade dos
autores. Não é permitida a reprodução
parcial ou total das reportagens e dos
artigos publicados sem autorização.
4
NT
índice
NT
Fatos e números não nos deixam dúvidas. Nos últimos
anos, poucos países tiveram um crescimento tão expressivo
do agronegócio quanto o Brasil.
O País é um dos líderes mundiais na produção e exportação de produtos agropecuários, lidera o ranking das vendas
externas de carne bovina, carne de frango, soja, tabaco, couro
e calçados de couro. As projeções indicam que o país também
será, em pouco tempo, o principal pólo mundial de produção
de algodão e biocombustíveis, feitos a partir de cana-de-açúcar e óleos vegetais. Milho, arroz e suínos são destaques no
agronegócio brasileiro.
Com tantos aspectos positivos, torna-se fundamental
manter os produtores bem informados. Este é o papel da Revista NT, uma publicação trimestral da Nutrition for Tomorrow Alliance, que reúne informações técnicas e de nutrição
para o criador.
Nesta edição, contamos com o lançamento do projeto
Circuito Feicorte NFT 2012, uma iniciativa da NFT Alliance
juntamente com a Feicorte que levará o evento para outras
quatro capitais do país. Teremos também a cobertura de
eventos relevantes organizados e/ou promovidos pela NFT
Alliance, como o Balde de Ouro, o Workshop NFT Feileite,
o NFT Marketing Trends, que reuniu grandes nomes para
discussão do marketing no agronegócio, e o balanço positivo
de todas as ações promovidas pela Alliance durante este
ano. Você vai conferir eventos como o Simpósio Brasil Sul de
Suinocultura, workshop sobre produção animal, Agroleite e
Troféu Agroleite, bem como o Congresso Latinoamericano de
Avicultura. Notícias sobre o Balde de Ouro e o Projeto Pecuária
Brasileira da ABIEC. Artigos técnicos sobre a influência do
processo de incubação sobre a qualidade de pintos de um
dia; alimentação de frango de corte: fase pré-inicial; maiores
avanços na criação de bezerras, a participação da empresa
em eventos, prêmios recebidos e a parceria com nossos
clientes. E, também, a cobertura completa do 1º Congresso
da Raça Girolando.
Estes são apenas alguns dos assuntos abordados nesta
edição da Revista NT, que traz ainda muito mais para você
nas próximas páginas.
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Giro na Produção Animal
eventos
08 | Simpósio brasil sul
de suinocultura
18 | XXII congresso
latinoamericano de avicultura
10 | workshop gestão
estratégica de suprimentos
20 | baldedeouro
14 | agroleite2011
21 | workshopnftfeileite
Gestão
24 | gerenciamento de
pecuária brasileira
mercado
48 | Mercado do boi gordo
agronegócio - Globo rural
empresas parceiras
52 | avaliação e perícia e
dados em confinamento
notícias
28 | nft mkt trends
32 | um novo olhar sobre a
22 | melhores do
consultoria ambiental
Circuito
Nutrition for Tomorrow
36 | 2011: ano de grandes
98 | curcuito
eventos e ações promovidas
pela NFT Alliance
49 | Mercado do leite
feicorte nft 2012
50 | o futuro da pecuária de corte
bovinos de leite
60 | vem chegando o verão
54 | influência da nutrição e dos métodos
de aleitamento e desaleitamento
66 | PARCERIAS E BENEFícios aos produtores de leite
nutrição do amanhã
40 | Desafios e Oportunidades para produção de carnes
108 | RALLY
DA PECUária
nos próximos 20 anos
72 | dioxinas e metais pesados
aves
80 | a influência do processo
de incubação sobre a qualidade
de pintos de um dia
76 | tecnologia nir
84 | alimentação de frangos
de corte
Um abraço e boa leitura!
suínos
90 | ambiência na
Comitê NFT
AlliancE
Celso Mello
Alessandro Roppa
Carolina Tanese
Nutron Alimentos
Vilson Antonio Simon
RudY claure
MSD Saúde Animal
bovinos de corte
96 | uso de óleos essenciais
suinocultura
Thaís Martins
Serrana Nutrição Animal
68
Raças
104
1 Congresso
girolando
o
na nutrição de ruminantes
Novas contratações
NUTRON
MSD
110
Cooperativismo
coopa
114
agenda
NT
5
PUBLIQUE
GIRO
“O que estamos vendo hoje no
cenário em que estamos inseridos
são pecuaristas muito interessados
e adeptos ao investimento em
tecnologias, a fim de aumentar a
produtividade e atender a demanda
por proteína animal. Mas não se pode
esquecer que isso tudo deve estar
de acordo com as regras e noções
de sustentabilidade, ou seja, o uso de tecnologias e o consequente
atendimento à demanda acontecem – e deverão continuar acontecendo – de forma sustentável, sem que se aumentem as áreas de
produção – produtividade maior em espaços iguais ou menores aos
que já temos disponíveis.”
na produção
animal
O que você está
vendo no seu dia
a dia referente à
produção animal?
6
Alexei Castro
MSD Saúde Animal
“No nosso dia a dia assistimos a competência do produtor
rural na produção de alimentos
a preços competitivos. Um
esforço tremendo para a redução dos custos e aumento da
produtividade. O problema está
no pós porteira, com o sucateamento das estradas de ferro,
rodovias e congestionamento
dos portos. A falta de atenção à
infra-estrutura é preocupante.
De nada adiantará esse
esforço do fazendeiro se houver
agregação de custos com
relação ao armazenamento e
ao transporte. Se nada for feito,
morreremos na praia depois de
atravessar o oceano a nado.”
“’A crescente utilização de
tecnologias para a produção
de proteína animal está diretamente ligada à rentabilidade do
setor.’ Esta afirmação baseia-se
no que vimos diariamente
pelos meios de comunicação
onde observa-se a valorização
da produção primária. Diante
deste cenário é que nós, fornecedores de insumos, temos que
nos focar, contribuindo com
os pecuaristas que estão cada
vez mais saindo do anonimato
e virando empresários rurais
com seus anseios e perspectivas para a busca da máxima
rentabilidade.”
Alcides Torres
Scot Consultoria
Pedro Costa
Serrana
NT
“A produção animal passará
por um período de fortes mudanças nos próximos 10 anos em
virtude de fortes pressões das
áreas de meio ambiente, segurança
alimentar, bem-estar dos animais
e pela mudança de padrões de
consumo da população mundial.
Estas pressões, associadas à geografia do crescimento populacional,
às mudanças climáticas, à menor
disponibilidade de água, terras e energia, obrigarão a busca por
melhorias contínuas na produtividade. As áreas de genética,
nutrição, manejo, instalações e reprodução terão fortes avanços
e serão a base para uma pecuária mais eficiente e com uma
sustentabilidade melhor que a atual.”
Luciano Roppa
Lroppa Consulting
“Acredito que a flexibilidade
dos produtores/exportadores
de aves e suínos brasileiros
em se adaptar rapidamente às
alterações nas legislações internacionais, variações nos preços
deste mercado e ao mesmo
tempo, continuar enfrentando
um câmbio doméstico forte,
permanecem sendo os principais fatores para o constante
crescimento dos negócios destes
segmentos. Por outro lado, também já é possível perceber uma
maior maturidade para a manutenção do abastecimento ao
mercado local, como um negócio seguro e rentável.”
Ricardo Costa
CJ do Brasil
C
M
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CM
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CMY
K
EVENTOS
Simpósio Brasil Sul
de Suinocultura:
Entre os dias 9 e 11 de agosto a cidade de Chapecó, em Santa Catarina, foi o foco da atenção dos
produtores de suínos de todo o Brasil com a quarta
edição do Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, o mais
importante evento técnico do setor. O Simpósio aconteceu junto com a III Pig Fair e reuniu especialistas,
técnicos e produtores para apresentar e discutir os
principais desafios e oportunidades do setor.
A NFT Alliance marcou presença no Simpósio Brasil de Suinocultura e patrocinou o coquetel de abertura do evento. A Nutron, em seu estande, expôs a linha
completa de produtos para suínos, mas a novidade ficou por conta do lançamento da ração Prime, pronta
para uso e indicada para leitões de até 28 dias de idade. “Nosso estande teve um número alto de visitantes
e tivemos participação intensa de um grande grupo
de colaboradores e clientes da Nutron inscritos. Foi
um evento muito produtivo para nós”, afirma Nilson
Sabino, gerente de contas da Nutron.
O Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de
Nés recebeu mais de 1000 participantes entre médi-
cos veterinários, zootecnistas, profissionais da agroindústria, pesquisadores e empresários para debater
as novas tecnologias e soluções inovadoras para a
suinocultura com atualização técnica consistente e
econômica. À frente da organização do evento que
acontece anualmente está o Núcleo Oeste de Médicos
Veterinários e Zootecnistas. Na programação deste
ano constaram debates nos setores de sanidade, nutrição, manejo, bem-estar animal e mercado, além de
um Pré-Simpósio sobre Manejo de Maternidade.
A Nutron participou de todas as edições do Simpósio e se destaca hoje como uma das maiores patrocinadoras do evento. “Elegemos este evento como
prioritário. Estimulamos a presença de todos e trouxemos inúmeros colaboradores, técnicos e clientes.
Sendo a Nutron uma empresa técnica por excelência, a contribuição deste evento para a empresa se
dá no sentido de que quanto mais capacitados forem
os clientes ou seus técnicos, maior o entendimento
e compreensão do real valor de produtos e serviços
oferecidos” finaliza Nilson.
Fotos: João Barichello
produtores de olho em Chapecó
NFT Alliance esteve presente em um
dos principais eventos do calendário da
suinocultura
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NT
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EVENTOS
V Workshop
Gestão Estratégica
de Suprimentos na
Produção Animal
foca na negociação
Foto: Gabriel Fiorini
Negociação estratégica. Este foi o tema central do
V Workshop Gestão Estratégica de Suprimentos da
Cadeia de Produção Animal, realizado entre os dias
28 e 30 de setembro no Hotel Iberostar, na Praia do
Forte (BA). Cerca de 180 convidados do Brasil, Argentina, Colômbia e México prestigiaram o evento que
veio confirmar o sucesso da NFT Alliance. “A Alliance
é uma união de empresas para gerar conteúdo relevante para o segmento e contribuir com o desenvolvimento do agronegócio no País”, afirmou Celso Mello,
diretor presidente da Nutron Alimentos, durante a
abertura do workshop.
Reconhecendo o lugar de destaque que a agropecuária brasileira ganhou nos últimos anos, a organização do evento levou especialistas nas áreas de
economia e política para esclarecer o cenário atual
mundial. “Procuramos sempre trazer temas distintos e o retorno tem sido muito positivo ao longo dos
anos”, assegura Alessandro Belucio, gerente de com-
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NT
pras da ProvimiLatAm.
Segundo Alexandre Mendonça de Barros, consultor de mercado e proprietário da MBAgro, “estamos
diante de um cenário político e econômico diferente
do que vivemos nos últimos 12 anos” e, por este motivo, o diagnóstico feito com suas pesquisas para as
áreas de grãos e carnes foram um dos assuntos mais
comentados no evento.
Outros nomes presentes foram: Ariovaldo Zanni,
vice-presidente executivo do Sindirações, com o tema
“Atualidades sobre aditivos na produção animal”; a
jornalista Denise Campos de Toledo, com “Panorama
político e econômico brasileiro”; Gustavo Penz, da
Provimi América Latina, na palestra “Mercado de microingredientes”; professor Jaci Correa, da Fundação
Getúlio Vargas, sobre “A arte e a ciência da negociação”; e os professores Carlos Viveiro e Robert Srour,
da Fundação Dom Cabral, com “Negociação colaborativa” e “Ética na negociação”, respectivamente.
NT
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Ana Maria Carrasco – Agroservet (Bolívia)
“Trabalhamos há pelo menos 20 anos com a Nutron. É uma relação muito
fiel entre as empresas e estamos muito felizes com todo o trabalho. As palestras do workshop foram muito interessantes, com temas atuais e de importância
mundial”.
Carlos Dallelmole – MSD Saúde Animal
“A NFT se diferencia por reunir diversos segmentos em um prol comum que
é a evolução do setor agropecuário. Essa união está agregando muito ao agronegócio brasileiro. Para o futuro, acredito que o mercado está muito positivo.
As empresas estão com um crescimento sólido apesar de toda a instabilidade
no câmbio.”
Rudy Claure – MSD Saúde Animal
“Consideramos que a Alliance ajuda a divulgar conhecimento e inovação, no sentido de agregar valor aos negócios dos nossos clientes, com base, principalmente,
no conceito de sustentabilidade. São em eventos como este que temos a interação
com eles. Hoje, a informação ter um valor enorme no agribusiness. É muito bom, por
exemplo, quando temos a oportunidade de trazer um professor da FGV e um economista para debate, pois trazem uma visão mais clara da politica econômica.”
Gilberto Wagner – Agroavila
“No evento conseguimos nos atualizar e fazer networking com pessoas de
diferentes partes do Brasil. Isto agrega muita informação para nós, pois ficamos
sabendo como está funcionando o mercado a nível nacional. Há mais de 10 anos
temos parceria com a Nutron, que se diferencia pela qualidade e segurança dos
produtos. Sabemos de onde está vindo a matéria-prima. Esta é a vantagem de
comprar com a Nutron, porque investem em tecnologia e em produtos de primeira qualidade.”
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NT
Ricardo Chapla – Copagril
“Como hoje tudo acontece muito rápido, cada informação nos ajuda nas tomadas de decisões. Temos que aprender a cada dia e nos atualizar com o que
acontece no Brasil e no mundo. E o workshop trouxe estas informações para
nós, fiquei muito feliz em poder participar. Somos um dos primeiros clientes da
Nutron. Crescemos em produção ao longo dos anos e a empresa sempre foi nossa parceira. Estamos satisfeitos pela forma como somos atendidos, em termos
comerciais e em informações técnicas para melhorar a produtividade.”
Ilmo Welter – Cooperativa Primato
“O evento superou nossas expectativas. Estamos em um momento em que as
oscilações de informações são muito grandes e as palestras nos ensinaram como
devemos trabalhar dentro deste cenário. Aqui, recebemos muitas informações da
Nutron, nossa parceira há anos e que, gradativamente, fica ainda mais forte.”
Sergio Giacomelli – Cooperalfa
“Estamos muito satisfeitos com a Nutron e esperamos que continue assim,
proporcionando eventos como este, com palestras que enriquecem o nosso conhecimento e nos proporcionam a atualização na área, além do contato com
pessoas de todo o Brasil.”
Hudson Castro – Nutron
“Sempre vemos uma relação de conflito entre quem compra e quem vende, e o evento vem justamente para quebrar este paradigma, porque é uma
empresa de vendas capacitando o comprador. Acho que alinhar o discurso
entre ambos mostra que a parceria só gera ganhos para os dois lados.”
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EVENTOS
A segunda semana de agosto foi movimentada em
Castro, interior do Paraná, com a realização da 11ª edição da Agroleite 2011, a vitrine da tecnologia do leite do
Brasil. Com participação de mais de 50 mil pessoas e um
volume de negócios de R$ 32 milhões, o evento proporcionou uma vasta gama de conhecimentos para produtores de diversas regiões do Brasil e do exterior.
A feira segue competitiva aos grandes eventos internacionais do setor leiteiro e, em 5 dias, apresentou
julgamentos das raças jersey, simental, pardo-suíça e
holandesa (principal raça da região de Castro), animais
suntuosos com produção superior a 85kg de leite/dia. A
feira também foi palco para o recorde nacional de preço
para a raça holandesa. No Leilão Top Agroleite, realizado
na noite de quinta-feira (11 de agosto), o destaque foi para
Rhoelandt 613 Leda Red-Marker Roy, arrematada por R$
153.600,00.
Na pista, depois de dois anos consecutivos vencidos
pela raça Jersey, a holandesa Borg Encorina Lheros 842
conquistou o campeonato suprema do Agroleite. O animal é do criador Ubel Borg, da Castrolanda.
Nutron conquista 4ª colocação em
concurso
Agroleite 2011:
Plataforma da tecnologia do leite
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NT
Em um ano especial para a Cooperativa Castrolanda, organizadora do evento, pela comemoração
dos 60 anos e do centenário da imigração holandesa no Brasil, um concurso entre os expositores foi
lançado e a Nutron conquistou a 4ª colocação. O
quesito de avaliação era a originalidade. Todo o parque recebeu uma decoração especial voltada para
a cultura holandesa: flores, tamancos, trajes típicos,
músicas holandesas e cafés típicos se misturaram
ao público que visitou a feira. O 1º lugar ficou para a
revenda Chevrolet, Kugler, do Paraná, 2º lugar para
a Bayer, e 3º houve empate entre a Escola Evangélica de Castrolanda e a ITC do Brasil.
NT
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Seminário Internacional
surpreende organizadores e
bate recorde de público
Nutron recebe homenagem especial
Outra conquista da Nutron neste importante evento
da cadeia leiteira foi o decacampeonato do Troféu Agroleite, já considerado o “Oscar do Leite”. O prêmio, já na
10ª edição, rendeu para a Nutron uma homenagem especial pelos 10 anos invictos na categoria nutrição. Diretores, gerentes e coordenadores estiveram presentes no
tapete vermelho do Memorial da Imigração Holandesa
para a comemoração de mais esta conquista.
Com o auditório do Parque de Exposições
completamente lotado, a Nutron realizou na
quarta-feira (10 de agosto), em parceria com
a Castrolanda, o Seminário Internacional. Na
terceira edição a qualidade do público surpreendeu os organizadores, que trouxeram o que
há de mais inovador em temas para auxiliar a
rentabilidade leiteira e a eficiência alimentar.
O evento apresentado por especialistas internacionais dos Estados Unidos e Holanda ocupou quase 8 horas da programação oficial. A
primeira palestra, ministrada por Jeff Defrain,
dos Estados Unidos, abordou o tema lameness,
que também apresentou a maximização da
saúde dos cascos. Estratégias nutricionais para
vacas em estresse térmico e a melhoria da eficiência alimentar de vacas leiteiras foram abordadas por Tim Thompsom dos Estados Unidos
e Gijsbert van Winkoop, da Holanda. Gijsbert é
especialista em novas tecnologias para vacas
leiteiras.
Durante o evento, aproximadamente 600
participantes acompanharam as palestras através da tradução simultânea e ao final de cada
tema tiveram espaço para esclarecimento de
dúvidas. Para o próximo ano, a Nutron já tem
a agenda reservada para novos temas de abordagem dentro da programação oficial do Agroleite 2012.
Castrolanda anuncia nova
estrutura para Agroleite
Ciente da importância no contexto nacional, a Castrolanda, organizadora do Agroleite,
anunciou para os participantes da cerimônia
do Troféu Agroleite uma nova estrutura para os
próximos anos. Um centro de convenções foi
apresentado para o público que, com aplausos,
demonstraram uma atitude muito positiva e esperam uma nova roupagem para o evento nos
próximos anos. A intenção apresentada pela
cooperativa é aplicar o investimento em fases.
O projeto reafirma a importância do evento e
fortalece o setor, já que contribui para a formação como oportunidade de troca de experiências e conhecimentos entre os produtores.
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EVENTOS
Provimi LatAm participa do
XXII Congresso
Latinoamericano de
Avicultura
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e apresenta novo membro no
Salão da Fama
NT
Aconteceu entre os dias 6 e 9 de setembro o XXII
Congresso Latinoamericano de Avicultura, promovido
pela Cámara Argentina de Productores Avícolas (CAPIA) e pelo Centro de Empresas Procesadoras Avícolas
(CEPA) em Buenos Aires, na Argentina. O Congresso
reuniu mais de 3 mil participantes entre cientistas, empresários, profissionais da área e estudantes.
A Provimi LatAm esteve presente no evento, que
aconteceu no prédio de Exposições de La Rural, em Buenos Aires, e teve presença de congressistas de países da
América Latina e do Caribe. Com um estande na feira, a
Provimi LatAm patrocinou a vinda do Dr. Michael Czarick da Universidade da Georgia (EUA), especialista em
ambiente de galpões avícolas que, juntamente com o
diretor global de avicultura da Provimi, Dr. Antônio Mário
Penz Júnior, realizaram um Seminário Pré-Congresso.
A Provimi LatAm também promoveu o evento “Poultry Business Exchange”, com o objetivo de compartilhar
assuntos de negócios com os donos das empresas produtoras de aves.
Para Teresa Cristina Ruocco Dari, gerente de avicultura da Provimi América Latina, o XXII Congresso
Latinoamericano de Avicultura é uma oportunidade de
estreitar o relacionamento com os clientes e reforçar o
posicionamento da empresa. “Tivemos a oportunidade
de reforçar o posicionamento da Provimi nos eventos
próprios promovidos durante o Congresso, que é aumentar o retorno do investimento do nosso cliente através
da otimização do seu negócio, oferecendo produtos de
qualidade e serviços especializados para o atendimento
de suas necessidades”, diz.
A Provimi tem uma participação expressiva no mercado da América Latina, se colocando fortemente como
uma empresa que investe em tecnologia, inovando com
amplo portfólio de soluciones (produtos e serviços) em
nutrição e produção animal. As palestras do Congresso
foram apresentadas simultaneamente pela manhã em
cinco salas diferentes e abordaram os mais diversos
Mário Penz, diretor
mundial de avicultura
da Provimi, recebeu
homenagem pela
atuação no setor
temas do setor avícola – sanidade, manuseio, nutrição,
genética, reprodução, incubação e a área industrial-empresarial. Além das apresentações, o Congresso Latinoamericano de Avicultura realizou uma exposição setorial
com mais de 8.000 m2 de estandes comerciais que contou com empresas renomadas das áreas de genética,
equipamento, nutrição, sanidade e serviços.
Salão da Fama homenageia profissional
da Provimi
A cada dois anos de realização o Congresso Latinoamericano de Avicultura apresenta os novos membros
do “Salão da Fama”, solenidade que surgiu em 1987 e
homenageia os pioneiros e líderes da avicultura na América Latina com base no currículo e no histórico dos indicados. Este ano, a Provimi teve o prazer e a alegria de
receber o reconhecimento através do diretor mundial de
avicultura da empresa, Antônio Mário Penz Júnior.
Além de figura extremamente importante para o setor e profissional mais que valorizado na Provimi, Mário
Penz foi um dos fundadores da Nutron Alimentos e acumulou 35 anos de carreira como pesquisador e professor de Nutrição Animal da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. É hoje considerado o nutricionista avícola
mais reconhecido na América Latina e já divulgou cerca
de 345 trabalhos em publicações internacionais e congressos, além de palestras em mais de 30 países.
“Foi um prazer receber este reconhecimento, oferecido aos profissionais do nosso setor. Ele representa
muitos e muitos anos de dedicação à avicultura.”, diz.
A cerimônia de nomeação do “Salão da Fama” aconteceu no dia 8 de setembro durante a programação oficial do Congresso Latinoamericano de Avicultura .
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EVENTOS
Balde de Ouro
homenageia os destaques de 2011 do setor leiteiro
As categorias do prêmio Balde de Ouro
Segunda edição do evento
é parte da programação
oficial da Feileite
O principal evento do calendário dos produtores de
leite começa no final do mês de outubro e traz em sua
programação uma homenagem àqueles que fizeram a
diferença para o setor. No dia 31 de outubro tem início
a Feileite – Feira Internacional da Cadeia Produtiva do
Leite, maior feira indoor da pecuária leiteira que reúne
mais de 2.000 animais, e já no segundo dia de atividades
acontece o prêmio Balde de Ouro, idealizado e organizado pela NFT Alliance em parceria com o Agrocentro.
O troféu Balde de Ouro é um evento de reconhecimento dos destaques no segmento de bovinocultura de
leite pioneiro no setor. Esse ano, o prêmio chega à sua
segunda edição, que marca a entrada no calendário oficial de eventos mais importantes do segmento. Para a
premiação dos homenageados, a NFT Alliance, junto ao
Agrocentro e ao Canal Terra Viva, formaram um comitê
especializado que, reunido, julga e elege os melhores na
atividade leiteira do país. Serão 25 ganhadores em diferentes categorias.
A cerimônia de homenagens será realizada no dia 1º
de novembro às 19h no Centro de Exposições Imigrantes, durante a programação oficial da Feileite. Para a
recepção dos 200 convidados será realizado um jantar
organizado pela NFT Alliance em parceria com o Canal
Terra Viva, Feileite, Nutron Alimentos, Cargill, MSD Saúde Animal, Serrana Nutrição Animal e Dow AgroSciences. Logo depois, os homenageados serão chamados
ao palco para receber, das mãos dos patrocinadores do
evento, os troféus que simbolizam o reconhecimento
da relevância para a atividade leiteira. O encerramento
acontece com um jantar de confraternização.
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NT
Inovação
Sustentabilidade
Meio Ambiente
Integração Lavoura Pecuária
Empreendedorismo - Fora da Porteira
Empreendedorismo - Dentro da Porteira
Cooperativismo
Personalidade Política
Personalidade Sindical
Exemplo para o leite
Gratidão
Alta Gestão - Cooperativas
Alta Gestão - Fazendas
Workshop NFT
estreia na maior feira indoor
Feileite da pecuária leiteira
Evento se inspira no debate realizado na Feicorte e repete uma fórmula de sucesso
Quando um evento gera retorno bem sucedido e prova que o setor precisa de mais atividades como aquela,
ele deve servir de inspiração para outras iniciativas que
também contribuam para o crescimento do segmento. Identificando uma oportunidade como essa é que a
NFT Alliance, em parceria com a Feileite, lança esse ano
o Workshop NFT Feileite para discutir os assuntos mais
importantes da bovinocultura de leite.
No mesmo molde do workshop que aconteceu durante a programação oficial da Feicorte, a NFT Alliance lança na 5ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite
um debate que reunirá alguns dos profissionais mais renomados do cenário atual. “O objetivo do Workshop NFT
Feileite é gerar interação entre os produtores participantes do workshop e os palestrantes para que se discutam
os principais temas relacionados à produção de leite no
Brasil”, explica Alessandro Roppa, diretor de marketing
da Nutron, responsável pela organização do evento.
No palco, os palestrantes Mauricio Silveira Coelho
(Grupo Cabo Verde), Rafael Ribeiro (Scot Consultoria),
o vencedor da categoria destaque “produtores” do Balde de Ouro (palestra case de gestão) e o vencedor da
categoria destaque “cooperativas” irão expor assuntos
atuais e novidades do setor leiteiro para um debate com
o público presente. Ao final das apresentações haverá
uma mesa redonda com os palestrantes presidida por
Rodrigo Alvim.
O Workshop NFT Feileite terá duração de um dia e
estará na programação oficial da Feileite nos próximos
anos. Confira a programação abaixo:
Jovem Empreendedor
Técnico Autônomo
Técnico de Cooperativa
Técnico de Empresa
Técnico de Universidade
02 de novembro de 2011
Horário
Tema
Palestrante
Empresa
14 - 14h10
Abertura
Celso Mello/Vilson Simon
Nutron Alimentos/
MSD Saúde Animal
14h10 - 14h3
Mercado do leite: situação atual e
perspectivas para 2012
Rafael Ribeiro
Scot Consultoria
14h30 - 14h50
Marketing no Leite
Maurício S. Coelho
Grupo Cabo Verde
14h50 - 15h20
Case de Gestão: Modelo Cooperativa
Henrique C. Junqueira
Castrolanda
15h20 - 15h50
Case de Gestão: Modelo Produtor
Reinaldo C. Figueiredo
Fazenda Figueiredo
Homenagem Especial (Desenvolvimento
Cooperativista)
15h50 - 16h10
Rastreabilidade na Indústria Láctea
Pedro Gonçalves
Tetra Pak
Homenagem Especial (Pioneirismo)
Homenagem Especial (Integração Pecuária)
16:h0 - 17h
Mesa redonda
Mediador Otávio C. Junior (Canal Terra Viva), com participação: João Almeida Sampaio
Filho (Presidente do Conselho Superior do Agronegócio - COSAG/FIESP) e Rodrigo
Sant’Anna Alvin (Presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CAN)
Parceiro do Leite
Memória do Leite
Sucessão Familiar
Homenagem Especial (Cooperativa)
Homenagem Especial (Produtor)
Homenagem Especial (Empreendedorismo
Cooperativista)
NT
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EVENTOS
Nutron recebe o prêmio
“Melhores do
Agronegócio 2011”
da revista Globo Rural
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NT
Confira as categorias e as empresas
vencedoras do prêmio “Melhores do
Agronegócio 2011”
Pelo quinto ano consecutivo, a Nutron recebe o prêmio “Melhores do Agronegócio 2011” da revista Globo
Rural na categoria `Rações’. O evento de premiação das
30 categorias aconteceu no dia 24 de outubro, no hotel
Unique, em São Paulo, com a presença das principais
empresas que se destacaram no setor do agronegócio
em 2011.
Para Celso Mello, diretor presidente da Nutron Alimentos, receber novamente esse prêmio é um orgulho
para a empresa. “Essa conquista traduz nosso foco no
trabalho profissional e ético no mercado de nutrição animal brasileiro, ajudando nossos clientes e também nosso
país a continuar sendo referência na produção de carnes, leite e ovos”, diz.
Nesta sétima edição do “Melhores do Agronegócio”
participaram 350 convidados, entre empresários, autoridades e representantes de entidades ligadas ao setor.
Aos presentes foi oferecido um jantar com um cardápio
especialmente baseado na agricultura brasileira e com
pitadas internacionais. O evento foi patrocinado por Bradesco, Ford Caminhões e SuperGasbras.
Abate de animais: Frigorífico Silva
Açúcar e álcool: Copersucar
Alimentos básicos: Sococo
Atacado e varejo: Pão de Açúcar
Avicultura: Nutriza
Cana-de-açúcar: Agroterenas
Comércio exterior: Copersucar S.A
Conservas, sucos e congelados: Arosuco
Couros e calçados: Arezzo
Criação e pesca: Pioneira da Costa
Defensivos agrícolas: Syngenta
Desenvolv. agropecuário: Emater-MG
Expl. vegetal e reflorestamento: Duraflora
Ferramentas e impl. agrícolas: Kepler Weber
Fertilizantes: Vale Fertilizantes
Frutas e sementes: Gibran
Grãos: CBI Agropecuária
Ind. de café e chá: Grupo 3corações
Ind. de carnes: Marfrig
Ind. de doces e salgados: Garoto
Ind. de soja e óleos: Coamo
Laticínios: Yakult
Massas e farinhas: M. Dias Branco
Papel e celulose: Suzano
Pecuária: Agropecuária Jubran
Produção de soja: C. Vale
Produtos veterinários: Vetnil
Rações: Nutron
Tabaco e bebidas: Ambev
Tratores e máquinas agrícolas: CNH Latin America
NT
23
Eduardo Batista
é Gerente Regional Bovinos Corte - Nutron Alimentos região
de Goiás, Tocantins, Pará e Maranhão
gestão
GERENCIAMENTO
DEDADOS
EMCONFINAMENTO
Nos últimos anos, observamos um crescimento acentuado da atividade de confinamento no Brasil, mesmo
em anos de crise econômica mundial, a atividade vem
ganhando espaço cada vez maior dentro do agronegócio brasileiro. Diversos fatores, internos e externos, nos
leva a crer que esse ramo continuará a crescer nos próximos anos, tais como:
• Demanda por carne bovina no mundo continuará
aquecida nos próximos 10 anos.
• O aumento de renda da classe C continuará impulsionando o consumo interno, só o crescimento econômico
brasileiro de 4,5% ao ano trará 20 milhões de novos consumidores da classe D para classe C em apenas cinco anos.
• Pressões ambientais dificultarão a abertura de novas terras, o que obrigará o pecuarista tradicional a adotar novas tecnologias.
• Aumento da seca nas principais regiões produtoras
e a exigência por uma carne de melhor qualidade para
atender o mercado externo.
Com o crescimento da agricultura e com a dificuldade de abrir novas áreas de floresta, não temos dúvida
em afirmar que o Brasil aumentará a produção de carne
24
NT
bovina nos próximos anos com o aumento de eficiência
e produtividade. Só para termos uma ideia do impacto
do aumento de eficácia e produtividade, tomaremos o
exemplo dos produtores norte americanos. Eles possuem um rebanho de 100 milhões de cabeças e produzem 12 milhões de toneladas de carne bovina por ano,
já nós temos um rebanho de 209 milhões de cabeças
e produzimos 8,9 milhões de toneladas, ou seja, com
um rebanho de 109 milhões de cabeças a mais, conseguimos produzir 25% a menos do que os americanos.
Dá para imaginar o quanto de terra poderíamos economizar se diminuirmos o nosso rebanho e aumentarmos
a produção. É claro que estamos sendo extremistas ao
compararmos o nosso sistema com o mais eficaz do
mundo, não achamos que o nosso sistema de produção
deva ser igual ao deles, só queremos mostrar o quanto
ainda temos de espaço para melhorarmos.
Voltando a nossa realidade, a primeira onda de crescimento da atividade de confinamento no Brasil ocorreu
há sete anos, especialmente no Estado de Goiás e se deu
de forma muito desordenada. A simples desvalorização
que existia no preço de compra do boi magro garantia
uma boa rentabilidade ao confinador, somando-se a isso,
ao fato que os preços dos grãos eram muito inferiores
aos preços praticados hoje, a margem de lucro da atividade era muito elevada, o que fazia com que o confinador convivesse com ineficiências e ingerências de
uma atividade mal conduzida. A lucratividade fácil que
a atividade proporcionava, desestimulava o produtor a
buscar ferramentas que pudessem ajudá-lo na gestão
do seu negócio. As únicas métricas avaliadas eram ganho de peso e rendimento de carcaça, comumente decisões eram tomadas de forma errada como, período de
permanência no confinamento, peso mínimo de entrada, peso de saída, tipo racial ideal a ser confinado etc.
Até nós nutricionistas tínhamos dificuldades, pois eram
poucas as informações sobre o nosso rebanho, muitas
informações que tínhamos eram retiradas de confinamentos norte americanos, com uma realidade de genética e nutrição completamente distinta da nossa. A partir daí, a Nutron começou a desenvolver um software de
gerenciamento de confinamentos, com ele foi possível
reunir todas as informações zootécnicas e econômicas
de um confinamento que nos auxiliam no dia a dia e nas
tomadas de decisões, além disso, foi possível montar um
banco de dados gigantesco com informações do rebanho brasileiro.
Uma operação de confinamento, por menor que
ela seja, é uma atividade que envolve muitos recursos
financeiros aplicados. Atualmente uma operação considerada pequena, tal como 700 animais confinados,
pode ter uma receita bruta anual que ultrapassa R$
1.200.000,00. As operações de confinamento comuns
no centro-oeste brasileiro acima de 5.000 cabeças têm
faturamento bruto anual equivalente a uma empresa de
médio porte. Voltando um pouco, há sete anos, essas
mesmas operações dispunham de pouquíssimas informações a respeito da gestão de suas atividades. Não
dispunham de vagões misturadores com balanças, não
tinham informações sobre: consumo por lotes, consumo
de ingredientes, conversão alimentar, retorno financeiro
por lote. Os tratos eram feitos em vagões forrageiros na
“bica corrida” uma expressão muito usada no meio e
não era usado nenhum software que ajudasse na gestão
da atividade. Comumente, decisões eram tomadas sobre
métricas equivocadas. Isso me lembra uma celebre fra-
NT
25
se: “O que é medido é gerenciado, o que não é gerenciado está à deriva”.
O fato é que alguns confinadores sobreviveram a
essa fase com uma gestão pouco profissional. Infelizmente a lucratividade reduziu e os confinadores foram
obrigados a se profissionalizar. É necessário conviver
com a lucratividade obtida através das @ produzidas e
não mais com valorização das @ magras. Temos que nos
acostumar a produzir com grãos cada vez mais caros e
não se admite estar na atividade sem equipamentos e
softwares que nos ajudam no operacional do dia a dia e
na tomada de decisões. Um exemplo de ferramenta de
gestão em confinamento é o Feed Manager, que é um
software de gerenciamento com foco no manejo dos animais, no controle dos tratos e na fabricação de rações.
Esse programa auxilia o controle de custos, o estoque
de alimentos e a elaboração de índices de desempenho
técnico e financeiro. Além disso, hoje em dia é possível
prever o ponto ótimo de abate de um lote através de
equações de predição e consequentemente, obter o lucro máximo em cada lote.
Hoje os riscos da atividade de confinamento são
elevados. O principal item de risco são os animais (67%
dos riscos da atividade referem-se ao preço de compra e
venda dos animais). Existem ferramentas que nos auxilia
a minimizar os nossos riscos como a venda no mercado futuro BM&F, mercado de opções e boi a termo junto
aos frigoríficos. Porém, a decisão de “trava de preços”
deve ser tomada após o cálculo do custo da @ produzi-
26
NT
da. Neste sentido o Feed Manager se torna fundamental,
pois através dele podemos retirar informações como:
conversão alimentar esperada de acordo com a composição racial dos animais, custo médio da @ produzida
de diferentes composições raciais e diferentes pesos de
entrada e saída; equações de predição nos indicam os
dias de confinamento necessários para obtermos o lucro
máximo em cada lote. Com essas informações é possível
ser mais preciso na tomada de decisão sobre a venda
futura.
Existem ferramentas no mercado que fazem a gestão
de cria e recria a pasto e integrando esses softwares com
o Feed Manager, podemos obter informações valiosas no
que se refere à seleção de rebanho, como relatórios de
ganho de peso e conversão alimentar individuais, que
ajudam a selecionar vacas e touros que produzem animais com melhores resultados zootécnicos. Até então,
a seleção de animais era feita baseada principalmente
no ganho de peso. Existe uma correlação moderada entre ganho de peso e lucratividade, porém não é possível
afirmar que quanto maior o ganho de peso maior a lucratividade. Já a conversão alimentar e a lucratividade
têm uma correlação quase que perfeita e positiva, com
isso é possível afirmar que: quanto melhor a conversão
alimentar maior a lucratividade. Por isso, a importância
da seleção de rebanhos baseada nesse critério.
Outra ferramenta de gestão que se pode obter com
o Feed Manager é o chamado benchmarking. Com ele,
podemos comparar o desempenho entre dois ou mais
sistemas, sendo possível avaliar o quão eficaz está na
nossa atividade, apontar ineficácias e posteriormente
realizar a correção dos erros melhorando assim, o nosso
desempenho. É possível comparar resultados de desempenho de dietas com níveis de energia diferentes, níveis
de acabamento, programas de promotores de eficiência
alimentar diferentes, etc. Uma reunião no final da operação de confinamento, mostrando o resultado zootécnico
e financeiro do seu confinamento comparado, por exemplo, com o resultado dos cinco melhores do Brasil e de
sua região. Mostrar o que esses cinco melhores fizeram
de diferente, pode ajudar muito a melhorar o seu negócio. Aprofundaremos mais sobre benchmarking numa
próxima oportunidade.
Abaixo vemos um relatório de índices zootécnicos
de 10 lotes abatidos com 1.088 cabeças. Nota-se que o
resultado de conversão alimentar (em kg MS/@ produzida) é melhor 13,2% nos animais Nelores, quando comparado com os animais compostos. Essa informação nos
ajuda na tomada de decisão com relação à aquisição de
animais para o confinamento. De posse dessa informação, sabemos o quanto podemos pagar a mais em lote
de animais de genética superior ou o quanto devemos
pagar a menos em animais de genética inferior.
O Feed Manager, além de tudo, é também uma ferramenta indispensável para o nutricionista, pois é através
dele que acompanhamos o desempenho dos animais
lote a lote, principalmente através do monitoramento da
curva de consumo (veja gráfico abaixo). Durante a fase
de adaptação dos animais, período de transição onde a
flora ruminal deixa de digerir carboidratos disponíveis
exclusivamente de forragem (pasto) e passa a digerir
amido oriundo de grãos presentes na dieta, o nutricionista deve estar muito atento para o consumo dos animais para evitar problemas metabólicos. Nessa fase, o
objetivo é o aumento de consumo diário progressivo
atingindo a meta de consumo até o 21º dia de confinamento. Através do gráfico de consumo, acompanhamos
essa evolução. Além disso, no gráfico de consumo diário
podemos identificar problemas de manejo tais como, falta de ingrediente, quebra de equipamento, etc. O gráfico
pode ser usado para determinar quais os lotes devem
ser enviados para abate, pois sabemos que animais próximos ao período final de engorda diminuem o consumo
de matéria seca.
Os confinamentos brasileiros evoluíram muito nos
últimos anos, posso dizer que, em termos de gestão e
manejo, estamos muito próximos dos melhores do mundo. O confinador brasileiro tem uma vantagem muito
grande em relação aos outros países, pois o produtor
brasileiro é muito dinâmico e adota novas tecnologias
com muita rapidez, seja ele pequeno, médio, ou grande
confinador. A evolução que tivemos em sete anos, alguns países demoraram décadas para concretizar, isso
mostra o espírito do produtor brasileiro.
O Feed Manager conta hoje com um banco de dados
de mais de 40 milhões de diárias, de diversos confinamentos no Brasil, este ano estará presente também em
outros países como Paraguai, Bolívia e Argentina.
E essa é uma ferramenta disponível para os clientes
Nutron e mostra o compromisso da empresa em tornar
o negócio dos nossos clientes cada vez mais duradouro.
NT
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notícias
César Machado - Agrostock
NFT
Marketing Trends:
evento reúne gestores de
marketing no agronegócio
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NT
A NFT Alliance promoveu mais uma iniciativa de sucesso: o NFT Marketing Trends 2011. Com o objetivo de
discutir o marketing dentro do agronegócio, a segunda
edição do evento aconteceu no dia 18 de outubro, no
Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Realizado pelo Agrocentro, Canal Terra Viva e Sandra Paschoal
Soluções em Palestras, o NFT Marketing Trends teve o
apoio também da ABIEC e contou com a presença de vários profissionais que realizaram palestras voltadas aos
gestores do agronegócio.
Após um almoço no recinto do Agrocentro, Alessandro Roppa, gerente de marketing da Nutron e um dos
idealizadores do NFT Marketing Trends, abriu o evento
mostrando a evolução da NFT Alliance e agradeceu os
parceiros. “A Alliance une diversas empresas para fazer
ações de interesse de todas elas. É um projeto evolutivo,
mas o foco é verificar estratégicas em comum e o que
podemos ajudar dentro de um projeto único para atingir
os objetivos que traçamos”, comenta.
Vilson Simon, diretor presidente da MSD Saúde Animal, enfatizou a importância da NFT Alliance e comentou a entrada da empresa. “Juntamos forças para levar
soluções mais abrangentes para o mercado”, diz. Logo
em seguida, o presidente da Nutron, Celso Mello, fez uma
breve retrospectiva dos dois anos de existência da NFT
Alliance e comentou que a aliança contribui para o agronegócio, principalmente no setor da carne. “As ações da
Alliance querem ajudar na profissionalização na cadeia
da produção da carne”, diz.
Para abranger o tema “Marketing para o agronegócio”, o professor de MBA na ESPM, Dado Schneider,
fez uma palestra motivacional destacando a receita de
sucesso de um gestor. “É preciso que ele esteja aberto
às mudanças. Mudar é aceitar o novo. Gestor que não
se atualizar, daqui há três anos estará fora do mercado”.
Ele destacou também o uso das redes sociais. “Estamos
num mercado cada vez mais competitivo. É preciso mais
contato com o mercado, dominar novas tecnologias, falar inglês e entrar nas redes sociais. Temos que aprender a conviver com os mais jovens, atendendo melhor
nossos clientes sabendo que eles têm muitas outras opções”, conclui.
O gerente de marketing da Nutron, Alessandro Roppa, falou sobre o tema “Marketing corporativo”. Roppa
apresentou algumas ações que a NFT Alliance desenvolveu nos seus dois anos de existência. Entre elas estão a
revista NT, os eventos, o canal NFT na internet com palestras online para consultorias, e as mídias sociais. Segundo Roppa, o marketing na NFT Alliance atua também
na parte comercial. “Temos conseguido gerar uma percepção de marca e uma exposição das empresas maior
do que através das ações de marketing isoladas que as
empresas fazem. Quando postamos um conteúdo na internet, e através de ferramentas de buscas, temos resultados que são mais amplos”, diz. Maurício Palma Nogueira, da Bigma Consultoria, discutiu sobre o tema “Safra Pecuária, é preciso prever?”. Para
responder a essa pergunta, Nogueira disse que é preciso
buscar indicadores. “Os principais impactos são climáticos
e tecnológicos. Devemos diagnosticar a pecuária por indicadores e analisar a reação dos produtores diante dos
possíveis cenários, se há disponibilidade tecnológica para
o agricultor e se tiver, qual é o prazo dessa tecnologia entre ser implantada até o produto final, e o principal que
é se existe disponibilidade de capital”, diz. Nogueira destacou o Rally da Pecuária, projeto da Bigma, que tem o
objetivo de conhecer melhor esse setor. “É um projeto de
longo prazo. Andamos a cada 20 km e fazemos amostragem de tudo o que está no pasto e pesamos, até a matéria
morta”, conta. Entre os pontos-chave de sua palestra, Nogueira apontou que os investimentos em tecnologia estão
se consolidando. “Pecuária vai demandar cada vez mais
tecnologia. Sem produtividade, o pecuarista não vai ter o
orçamento para manter a safra das pastagens e a perderá
por efeitos do clima e pragas”, conclui.
NT
29
“Esse evento vem para confirmar a proposta que a NFT tem desde o começo que é juntar as competências
individuais de diferentes empresas e, além dos valores, transformar isso numa melhoria, de fazer com que o
cliente final comum de nossas empresas tenha um ganho de proatividade. Eu vi nas apresentações, principalmente o Rally da Pecuária 2011, da Bigma, que é exatamente isso: o salto quântico brasileiro de produzir e o
ganho através da implantação de tecnologias. Esse tipo de evento é a questão de como nós da agroindústria
podemos juntos levar tecnologia para fazer esse salto quântico”
Vilson Simon – diretor presidente da MSD Saúde Animal
30
NT
de observar quais são as boas práticas para inovar de
acordo com cada característica local. “O setor está muito
preocupado com isso. É preciso entender o que é sustentabilidade e competitividade”, diz.
Carla Tuccilio, do AgroCentro, falou sobre o sucesso
de ações da NFT como o Espaço Carne na Feicorte desse
ano, evento que aconteceu em São Paulo. Diante disso,
Carla anunciou o Circuito Feicorte 2012, uma proposta
de montar um grupo de empresas que vão passar por
Cuiabá (MT), Salvador (BA), Goiânia (GO) e Campo Grande (MS), pólos principais de produção de gado de corte.
“Pretendemos atingir um maior número de produtores
do que atingimos na Feicorte, com o objetivo de também
levar discussões sobre a qualidade da carne para essas
capitais”, diz.
Fernando Sampaio, da Associação Brasileira das
Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), falou sobre
as evoluções da pecuária brasileira e as novas ações de
marketing da carne bovina no exterior e no mercado
local. “É preciso mudar a imagem ruim que a carne bovina
brasileira tem no exterior, daquele pasto queimado”, diz.
Nesse cenário, Fernando Sampaio idealizou o Brazilian
Beef, projeto que busca melhorar a imagem que a carne
bovina nacional tem fora do Brasil, e defende o produto.
“A carne bovina brasileira é nutritiva e aqui temos a
diversidade de raças”, comenta. Flávio Azevedo, da
agência de comunicação Prole, que trabalha para a
ABIEC, complementou falando sobre o Projeto Pecuária
do Brasil, outra iniciativa que tem como objetivo defender
os interesses da exportação da carne bovina brasileira.
“Pegamos várias histórias de sucesso e filmamos. Temos
veículos como a feira e a internet que nos ajudam a mudar
essa imagem”, conta. O destaque da apresentação ficou
para o final com a exibição do vídeo que mostra essas
histórias de sucesso e as melhores práticas da pecuária.
Por último, foi a vez de Guilherme Reis, gerente comercial da editora Animal World, que apresentou “As
ferramentas e soluções para o marketing em avicultura
e suinocultura”. Reis associou essas ferramentas com a
internet e a tecnologia, como o uso de páginas no Facebook e realizações de eventos. “É preciso investir mais
em marketing”, diz. Após as palestras, um coquetel de
encerramento marcou o NFT Marketing Trends.
“É a primeira vez que estou participando do evento e achei extraordinário conhecer tantas pessoas de empresas do nosso segmento que vieram aqui buscar o mesmo objetivo. Estamos aqui para
entender o mercado e quais são as estratégias que podemos usar para conquistar cada vez mais
nossos clientes. A organização do evento está de parabéns pelo nível dos palestrantes.”
Maurício Silveira Coelho – Diretor Comercial do Grupo Cabo Verde
“É um evento excepcional que reúne grandes gestores para discutir sobre marketing, que normalmente é pouco discutido. O pecuarista e o agricultor normalmente não têm noção do que é o marketing
setorial. A iniciativa da NFT Alliance é excelente.”
Bruno Jesus de Andrade – Zootecnista do departamento técnico da ASSOCON
“O NFT Marketing Trends foi um fórum que nos deu a chance de estarmos mais
próximos e de adquirirmos um conhecimento coletivo que será certamente útil para a
promoção da pecuária brasileira.”
Fernando Sampaio – diretor da ABIEC e palestrante
César Machado - Agrostock
Após a apresentação, uma pausa para um café foi o
momento de networking entre os presentes no evento.
Logo em seguida, Alcides Torres, engenheiro agrônomo
da Scot Consultoria, falou sobre a “Liberdade dos preços
do boi gordo com os dias contados”. Torres comentou
sobre esse setor. “No mercado do boi gordo é o mercado do preço, o ganho varia com a produtividade”, diz.
Ele também destacou as estratégias que os frigoríficos
vêm adquirindo depois da crise 2008. “O Brasil tem um
processamento de carne incomparável com grupos de
especialistas que estudam aspectos como o boi, o clima,
a produção de grãos, etc”, conta.
Em seguida, foi a vez de Fernando Lummertz, presidente da IBRAEXPO, com o tema “Como obter bons resultados nas feiras de negócios”. Para Lummertz, o gestor precisa fazer um planejamento antes de montar um
estande na feira. “Feira se mede por resultados, tem que
estabelecer objetivos para a participação. É preciso definir o que vai ser exposto e ter uma equipe responsável”.
Lummertz apresentou uma pesquisa da Westinghouse
que aborda a importância da participação em feiras
como ferramenta de marketing. “O estudo mostrou que
só 10% das consultas em canais de vendas têm chance
de fechamento de negócios. Na propaganda tivemos um
melhor resultado com 50% dessa chance. Já as feiras
possuem 80% de chance de fechamento de negócios,
pois ali o visitante está lá para comprar”, diz. Para concluir, Lummertz ressalta os benefícios de se participar
de feiras. “Expor na feira certa leva resultados concretos
porque fortalece relacionamentos, amplia vendas a curto, médio e longo prazo, e gera novidades”, finaliza.
Alexandre Bortolai, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, no qual o canal Terra Viva faz parte, falou sobre
“As tendências da mídia eletrônica para o agronegócio
em 2012”. Para ele, o mercado ainda não sabe explorar
as oportunidades de negócio que um canal de TV pode
dar. “Televisão ainda é responsável pelo grande consumo de mídia”, comenta.
Marco Antonio Conejero, do Centro de Pesquisa e
Conhecimento em Agribusiness (PWC), ficou a cargo de
expor seus conhecimentos sobre “O papel das associações do agronegócio na coordenação da sustentabilidade”. Segundo ele, a sustentabilidade demanda aspectos
“A ideia de unir várias empresas em prol de um maior entendimento é um grande benefício. Quanto mais pessoas colocarmos para discutir temas relevantes, será bom para o meu aprendizado e para levar a minha empresa.”
Marco Antonio Conejero - Centro de Pesquisa e Conhecimento em Agribusiness – palestrante
NT
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notícias
Um novo olhar
sobre a pecuária
brasileira
A imagem negativa da pecuária brasileira, que
durante muito tempo foi divulgada tanto no mercado interno quanto externo, pode estar com seus dias
contados. A tarefa não é tão simples e nem tão fácil,
mas a ABIEC - Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne está empenhada em mudar esta
realidade.
O trabalho já começou com o Projeto Pecuária
Brasileira. Por meio de um filme que reunirá relatos de
produtores de diferentes localidades do Brasil, como
também de reportagem fotográfica, a ABIEC pretende mostrar que o país tem muitas boas histórias para
contar na área, diferentemente do que tem sido divulgado até o momento. Novas tecnologias, inseminação
artificial, melhoramento genético, adequações à nova
legislação ambiental e muitas outras.
O projeto teve início com o envio de
uma equipe com cinegrafista para os
estados do Pará, Mato Grosso do Sul
e Rio Grande do Sul. O presidente da
ABIEC, Fernando Sampaio, explica
que o objetivo é mudar o cenário
da pecuária brasileira por meio de
relatos colhidos em vários estados e regiões. “São áreas críticas,
com muita pecuária, com tecnologias novas surgindo. A pecuária está evoluindo, tem gente
que vive de pecuária e que está
trabalhando para melhorar o setor. Aquela imagem do
boi, do pasto queimado, degradado, aquilo não pode
ser a realidade da pecuária brasileira, precisamos ter
outras histórias, e estamos achando muita coisa boa
para ser mostrada”, diz.
A primeira apresentação das fotos e do vídeo elaborado pela ABIEC foi feita na Alemanha, durante o
evento internacional Anuga, a maior feira de alimentos da Europa, realizada de 3 a 7 de outubro.
Outras frentes de divulgação
O Brasil evolui com a pecuária.
A pecuária evolui com o Brasil.
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NT
Já temos o site Brazilian Beef (www.brazilianbeef.
org.br), que tem como público-alvo o mercado internacional. Para o mercado interno, ‘será lançado o portal Pecuária do Brasil. “O que fizemos com o Brazilian
Beef fisicamente, é um trabalho de “branding”, conectar pessoas envolvidas na produção ou na indústria,
conectar importadores lá fora, e isso nos deu uma
base sólida para nos comunicarmos melhor com os
nossos públicos”, explica Sampaio.
Segundo ele, o reforço também está sendo feito
junto à mídia. “Temos um trabalho de influência importante, pois chamamos jornalistas para conhecer
frigoríficos e áreas de produção para que entendam
e conheçam o nosso negócio de perto.”
Para a área da publicidade, o professor Marcos
Fava Neves, da USP de Ribeirão Preto, elaborou para
a ABIEC um embasamento econômico de cada elo
da cadeia, a influência no PIB brasileiro, geração de
impostos e de empregos, o tamanho e a importância
que representa para a economia brasileira. “Vamos
mostrar que nos últimos 15 anos a exportação aumentou mais de 731% e a área de
pastagem diminuiu. Não adianta colocar um anúncio em uma
revista falando da nossa pecuária, sem termos números para
comprovar isso. A pecuária é
uma chave que o Brasil tem para
fazer crescer o agronegócio com
sustentabilidade”, diz Sampaio.
As expectativas com os resultados do projeto, segundo o presidente da ABIEC, são as melhores
possíveis. “É mudar a forma como as
pessoas enxergam o setor, principalmente os formadores de opinião. As pessoas precisam
enxergar a pecuária como o setor que mais emprega
no país, que está contribuindo para a sustentabilidade, pois vacas não causam aquecimento global, a pecuária na verdade sequestra carbono.”
Envolvimento do setor
“Esperamos que outras empresas ligadas ao setor
também entrem nisso. Queremos que o setor se mantenha movido por essa campanha, que tenha uma linguagem única para se comunicar e se defender”, diz
Sampaio.
Ele lembra que mesmo antes da campanha a
ABIEC conta com o apoio de universidades, associações de produtores, consultorias que trabalham com
pecuária, instituições e do Serviço de Informação da
Carne – SIC.
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Não faltou motivação
A ABIEC foi criada também com a intenção de promover a exportação da carne brasileira no mercado
internacional, em um trabalho conjunto com a APEX
- Agência de Promoções e Exportações. “Começamos
a fazer isso com o programa que se chama Brazilian
Beef há 10 anos, junto com a APEX. E funciona assim:
a indústria entra com uma parte, a APEX entra com
a outra metade e isso é usado para participarmos de
feiras, fazer workshops, eventos promocionais para
empresas que vendem lá fora. É para divulgar, para
o marketing da carne bovina com o propósito de aumentar o consumo e as exportações. São ações para
o mercado externo”, explica Sampaio.
A motivação maior para focar neste projeto, segundo ele, foram as notícias publicadas na mídia sobre
a pecuária brasileira, que era vista como uma atividade devastadora que causava aquecimento global, que
não tinha bons procedimentos de preservação ambiental e até mesmo de denúncia de trabalho escravo.
“Na Europa, já ouvimos pecuaristas de lá dizendo que
a carne brasileira ajudava a devastar a Amazônia. Estamos negociando um acordo bilateral entre Mercosul e União Europeia. A Confederação dos Produtores
Rurais da Europa é contra pois acha que somos uma
ameaça à agropecuária européia. Mostramos números dentro do Parlamento Europeu desmontando essa
tese. Estão sempre querendo criar novas barreiras e
exigências contra o Brasil”, diz.
Sampaio conclui dizendo que a pecuária é uma atividade que abre caminhos para outras, e que ela foi
realidade graças a incentivos de sucessivos governos
brasileiros. “Só que essa história nunca tinha sido contada pelo nosso ponto de vista.”
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notícias
2011: ano de
grandes eventos e
ações promovidas
pela NFT Alliance
O ano de 2011 foi muito produtivo para a NFT
Alliance. As empresas que fazem parte dessa aliança
de marketing corporativa (entre elas Nutron Alimentos,
MSD Saúde Animal e Serrana Nutrição Animal)
participaram de ações que contribuíram para o grande
sucesso de importantes eventos que aconteceram
nesse ano.
Feicorte
Simpósio Brasil Sul de Avicultura e
Suinocultura
Durante a 12ª edição do Simpósio Brasil Sul de
Avicultura, que aconteceu entre os dias 5 e 7 de abril,
em Chapecó (SC), um coquetel patrocinado pela NFT
Alliance deu o pontapé inicial ao evento que contou
com a presença de membros da organização e representantes do setor de avicultura. A NFT também montou um estande exclusivo com os profissionais das
empresas parceiras da Aliança, que ficaram à disposição da imprensa e do público, facilitando o relacionamento entre os participantes do evento, a abertura de
novos negócios e contato com novos parceiros.
Similar as ações do Simpósio Brasil Sul de Avicultura, a NFT Alliance esteve presente na quarta edição
do Simpósio Brasil Sul de Suinocultura patrocinando
o coquetel de abertura. O evento que aconteceu na
cidade de Chapecó (SC), entre os dias 9 e 11 de agosto,
foi um encontro entre especialistas técnicos e produtores. O objetivo era discutir as oportunidades e desafios do setor. A Nutron expôs em seu estande uma
linha completa de novos produtos para suínos. Entre
os participantes do Simpósio Brasil Sul de Suinocultura compareceram profissionais da área, médicos veterinários, pesquisadores e empresários que discutiram
soluções inovadoras para a suinocultura.
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NT
Na Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne) desse ano, a NFT Alliance, sendo representada pelas empresas Nutron Alimentos, MSD
Saúde Animal e Serrana Nutrição Animal, cumpriu
o objetivo da feira de disponibilizar o que há de mais
moderno no setor da carne, realizando grandes ações
que firmaram a edição desse ano como a melhor de
todas. Com a presença de um estande especial da NFT
Alliance, a MSD Saúde Animal levou uma equipe para
fortalecer parcerias, apresentar novidades e prestar
consultoria.
Além de um estande especial da Nutron, a MSD
Saúde Animal também levou uma equipe para fortalecer parcerias, apresentar novidades e prestar consultoria. Para Vilson Simon, diretor-presidente da empresa, a presença da MSD Saúde Animal na Feicorte
junto à NFT Alliance foi de extrema importância para
a organização. “A exposição da nossa marca foi um
grande benefício, visto que passamos por uma mudança de identidade – de Intervet Schering-Plough
para MSD Saúde Animal. Do ponto de vista institucional, esse canal da NFT Alliance tem ajudado a acelerar
esse conhecimento da nova identidade no mercado.
Do ponto de vista prático, foi bastante produtiva a interação durante a feira, bem como a participação no
Caminho do Boi e no Workshop NFT. Pudemos participar e contribuir, aprender e ganhar com isso.”
Uma das ações da NFT Alliance na Feicorte foi a
criação do projeto Espaço Carne, que ganhou grande
destaque promovendo a carne bovina nacional. Nesse
espaço, 24 empresas do segmento expuseram produtos e conhecimentos sobre a pecuária e a produção
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da carne bovina. Dentro desse ambiente o visitante também pode conhecer o “Caminho do Boi” que
mostrou o trajeto do boi de corte, desde a pastagem
até o embarque para o frigorífico. Outra atração foi o
“Festival do Boi” com degustação diária de carne bovina e um comparativo de cortes das raças Hereford,
Braford, Brangus, Angus, Simental e Simbrasil. Já o
“Workshop NFT Alliance” reuniu 1.200 pessoas durante três dias para discutir o futuro da carne bovina
no País. Profissionais do Instituto para o Agronegócio
Responsável (ARES), JBS, Feed Solutions, MSD Animal, ABIEC, Marfrig, NFA, Assocon, Bigma, Scot, Dow
AgroScience, Aprova e Acrimat formaram o time de
palestrantes. Na “Academia da Carne” aconteceram
palestras voltadas a estudantes das áreas de agronomia, zootecnia e veterinária. Um dos destaques da
Feicorte no Espaço Carne foi a entrega do “Prêmio
Nelson Pineda da Excelência em Confinamento”. O
Prêmio é uma iniciativa do Agrocentro, Assocon e
Scot Consultoria e tem como objetivo incentivar boas
práticas de confinamento. O vencedor ganhou uma
viagem para conhecer o confinamento JBS nos Estados Unidos.
foi “Desempenho dos frangos: importância da incubação e nutrição na primeira semana de vida”.
Organizado pela Nutron, a NFT Training contou
com um time de palestrantes recheado de grandes
nomes da avicultura como Ron Meijerhof (consultor
particular nas áreas de Frango de Corte, Produtores
de Frango de Corte e Incubação), Edwin Moran (mestre em Ciências pela Universidade Estadual de Washington), Antônio Mário Penz Júnior (diretor mundial
de aves do Grupo Provimi), Tuffi Bichara (consultor
técnico de aves da Nutron) e Luís Otávio Roberto (coordenador técnico comercial de avicultura da Nutron).
Com grande sucesso, o NFT Training teve a participação de 75 empresas de países como Brasil, México,
Colômbia e Argentina,
Workshop Gestão Estratégica de
Suprimentos na Cadeia de Produção
Animal
NFT Training
Entre os dias 29 de junho a 1 de julho, em Salvador
(BA), a NFT Alliance realizou a terceira edição do NFT
Training, um evento que reuniu profissionais de avicultura da América Latina. Demonstrando ser uma ótima
oportunidade para profissionais debaterem assuntos
importantes e atuais da avicultura, o tema apresentado
38
NT
O V Workshop Gestão Estratégica de Suprimentos na Cadeia de Produção Animal é mais um exemplo de sucesso da parceira da aliança NFT com outras empresas que representam os diversos elos da
cadeia produtiva de proteína animal. Realizado na
Bahia, entre os dias 27 e 29 de outubro, e organizado
pela NFT, o workshop já é considerado o melhores e
mais completos no setor de produção animal.
Com a presença de palestrantes como Denise de
Campos Toledo (Rádio Jovem Pan e SBT), Ariovaldo
Zanini (Sindicações), Alexandre Mendonça de Barros
(MB Agro), professor Jaci Correa Leite (FGV-SP), professor Carlos Tadeu Viveiro, Gustavo Penz (Provimi
América Latina) e do professor Robert Henry Srour
(FDC) foram discutidos os temas “Panorama político
e econômico brasileiro”, “Atualidade sobre aditivos
na produção animal”, “Mercado de commodities
agropecuárias”, “A arte e a ciência da negociação”,
“Negociação colaborativa”, “Mercado de microingredientes” e “Ética na negociação”.
A parceria com a MSD Saúde Animal
A NFT Alliance só poderia existir se houvessem
empresas e organizações que confiassem no objetivo e, principalmente, no sucesso da iniciativa. A satisfação de poder contar com uma empresa do porte
da MSD Saúde Animal é grande, e o ano de 2011 só
trouxe motivos para ambas comemorarem.
Desde fevereiro, quando firmou-se a parceria entre a MSD Saúde Animal e a NFT Alliance, o aprendizado de ambas as partes tem alcançado níveis
altíssimos de produtividade. Vilson Simon, diretorpresidente da empresa, afirma que a expectativa da
diretoria da MSD Saúde Animal foi alcançada. “Os resultados conseguidos até agora entre as equipes das
parceiras estão dentro da nossa expectativa. Ainda
existe muita coisa a ser explorada nos próximos meses e o segredo de um projeto como esse é que as
empresas percebam que todas podem alavancar o
desenvolvimento da outra. Ainda estamos construindo uma relação de confiança entre as pessoas envolvidas, um processo natural, mas estamos felizes com
os resultados até hoje.”
Empresa líder em saúde animal e segunda maior
do mundo no segmento, a MSD Saúde Animal confere
imensa credibilidade à NFT Alliance no que se refere
ao assunto do bem-estar e qualidade de vida dos animais. Vilson explica que esse fato dá segurança aos
parceiros da NFT Alliance quando lidam diretamente
com esse contexto. Mas muito além de um só assunto
ou segmento, Vilson considera a aliança um pioneirismo louvável para a divulgação do agronegócio. “A
tendência hoje é a união de forças, principalmente no
agronegócio, para a realização de ações de comunicação e co-marketing devido à questão dos recursos de
investimentos disponíveis para as empresas. Quando
você soma forças, você ganha e melhora a comunicação do setor. Se um colabora com o outro, a soma dos
recursos amplia esse nível.”
Para os próximos meses, a MSD Saúde Animal já
visualiza boas ações e, ainda, afirma o compromisso
com a NFT Alliance por mais um ano. “Quando fomos
convidados para participar da aliança, explicamos que
a nossa entrada não era um projeto de curto prazo.
Vemos com bastante expectativa a parceria para o
ano que vem, já que o ano de 2012 será muito importante para nós em termos de crescimento”, ressalta o
diretor-presidente.
Do ano que fica, a MSD Saúde Animal leva boas lembranças, muito aprendizado e a confiança de que 2012
será ainda melhor. “Percebemos que a NFT Alliance
está se estabelecendo como veículo de comunicação
e co-marketing bastante forte. Ela está presente em
todos os eventos do setor de produção de alimentos
e acho que isso agrega bastante valor ao nosso maior
projeto, que é levar plataformas combinadas de serviços, produtos e soluções para os clientes. Vejo que o
próprio mercado está reconhecendo a NFT como um
projeto diferenciado dentro do setor”, avalia Vilson.
NFT Alliance nas redes sociais
Seguindo a tendência mundial da internet de troca de informações entre pessoas que têm o mesmo
interesse e com o objetivo manter atualizado e bem
informado o público que se interessa por questões
sobre aves, bovinos de corte e leite, e notícias sobre
parceiros, neste ano, a NFT entrou para o mundo
das redes sociais nesse. No site oficial da NFT (www.
nftalliance.com.br) ficou possível acessar links com
palestras online, e-books, versão digitalizada da revista NT e acompanhar a atuação da NFT no blog,
Facebook, Twitter e Linkedin.
NT
39
Luciano Roppa
é Diretor da LRoppa Consultoria.
nutrição do amanhã
Desafios e
oportunidades
para a produção de carnes
nos próximos 20
anos
40
NT
Próximas duas décadas
apresentarão grandes mudanças
no consumo de carne
“O mercado do agronegócio passará por muitas pressões e precisará se adaptar a uma nova realidade até o ano
de 2030”. É nessa afirmação que Luciano Roppa, diretor
da L.Roppa Consultoria, baseia os seus estudos sobre o
mercado mundial de carnes. O especialista constatou que
o agribusiness mundial terá um imenso desafio nos próximos 20 anos devido a adaptações comportamentais da
população e mudanças climáticas e socioeconômicas do
mundo.
Com informações preocupantes sobre a realidade em
que se vive atualmente, Luciano apresenta uma série de
dados que contextualizam essa conclusão. Um dos fatos
dessa realidade é que, apesar de o agribusiness de hoje
produzir alimento suficiente para toda a população mundial, muitas pessoas ainda passam fome no mundo devido
à má distribuição desses alimentos. O diretor da L.Roppa
Consultoria explica que uma mulher precisa de 2.200
a 2.400 quilocalorias por dia, e um homem de 2.400 a
2.600. “Hoje nós estamos produzindo o suficiente para
fornecer 2.800 quilocalorias por pessoa por dia, ou seja,
estamos produzindo acima do que mulheres e homens
precisam. O problema é que esses alimentos são mal
distribuídos: ao lado de 0,9 bilhões de famintos, existem
1,3 bilhões de obesos. Tem gente com falta e gente com
excesso”, explica.
Quadro 1
Disponibilidade atual de alimentos para a
população humana
Kg/
pessoa/
ano
CEREAIS
165,0
RAÍZES e TUBÉRCULOS
69,4
ÓLEOS VEGETAIS (óleo eq.)
12,0
CARNES
LEITE (leite fresco eq.)
41,4
99,6
PEIXES
17,2
AÇÚCAR
Kcal/pessoa/dia
23,6
2.800
2008
2009
89,59
78,12
2010
2011
87,42
99,50
Fonte: Luciano Roppa, 2011.
NT
41
Outro motivo que baseia o estudo é a renda per
capita mundial, também distribuída de forma totalmente
desequilibrada. Hoje, 43% da população mundial vive com
menos que o equivalente a 2 dólares por dia. Cerca de
13% da população mundial possui 60% do PIB do mundo,
enquanto que os outros 87% detêm os 40% restantes.
Os Estados Unidos, a comunidade europeia e o Japão
correspondem aos 13% mais privilegiados, deixando os
outros 200 países com apenas 40%, incluindo o Brasil.
Além desses dois tópicos, Luciano comentou sobre
um terceiro grande problema. “Estamos produzindo muito alimento, mas muitos dos sistemas de produção destes alimentos são insustentáveis. Teremos que mudá-los,
porque hoje eles degradam o ambiente, destroem a biodiversidade, causam mudanças climáticas, e isso poderá
acarretar uma diminuição da produção”, conclui.
O desperdício
Segundo um estudo do Instituto Sueco de Alimentos
e Biotecnologia (SIK) realizado para a Agência das Nações
Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o problema do mundo não é de produção, e sim de desperdício.
A Organização apontou que um terço dos alimentos produzidos no mundo inteiro vão para o lixo.
Em termos de volume, países ricos e em desenvolvimento desperdiçam quase a mesma coisa – são 670 milhões de
toneladas desperdiçadas pelos países desenvolvidos e 630
milhões de toneladas desperdiçadas pelos países em desenvolvimento. A FAO alertou, ainda, que o tipo de desperdício é diferente. Enquanto os países em desenvolvimento
perdem a maior parte dos alimentos na produção e no
transporte, os consumidores dos países ricos desperdiçam
os alimentos já industrializados. Muitos produtos vão direto
para o lixo antes mesmo da data de validade expirar. Só o
desperdício dos consumidores dos países ricos é equivalente a quase toda a produção de alimentos da África abaixo
do Deserto do Saara – é um desperdício de 222 milhões de
toneladas pelos consumidores dos países industrializados,
enquanto que a produção de alimentos na África Subsaariana é de 230 milhões de toneladas.
A FAO aponta que a solução para os problemas dos
países em desenvolvimento está em mais investimentos
em infraestrutura, enquanto que em países desenvolvidos
seria preciso uma mudança radical no comportamento
dos consumidores.
O consumo de carnes
De acordo com o que apontam os estudos de Luciano Roppa, a carne com maior crescimento no consumo
será a de frango, devido às suas qualidades nutricionais,
baixo custo, diversidade do seu aproveitamento e por
melhor se adaptar atualmente às exigências sociais do
consumidor moderno.
Em 1985, o consumo de carnes tinha as seguintes
proporções: 39% de carne suína, 32% de carne bovina,
21% de carne de aves e 8% de outras carnes. Hoje esta
proporção é de 36%, 23%, 33% e 8% respectivamente,
com a carne de aves ultrapassando a bovina. No ano de
2020 a previsão é de que esta proporção seja de 34%,
22%, 37% e 7% respectivamente, com a carne de aves
ultrapassando a carne suína.
Considerado o período de 2009 a 2019, o crescimento no consumo de carnes será mais acentuado nos países em desenvolvimento (16%) do que nos países desenvolvidos (3,5%). Apesar desta diferença de crescimento
percentual, os países desenvolvidos continuarão tendo
um consumo acentuadamente maior que os países em
desenvolvimento. Hoje nos países desenvolvidos o consumo é de 66,1 kg de carnes e aumentará para 68,4 kg
em 2019. Nos países em desenvolvimento passará dos
atuais 24,2 kg para 28,1 kg per capita, por ano, no mesmo
período (Quadro 2).
Quadro 2
Aumento no consumo de carnes, 2009 a 2019
Países Desenvolvidos
Países Em
Desenvolvimento
2009
2019
2009
2019
Suíno
23,3
23,5
9,2
10,8
Frango
Bovino
25,8
15,0
27,9
15,0
8,7
4,7
10,4
5,1
Ovelha
TOTAL
1,7
66,1
1,4
68,4
1,6
24,2
1,8
28,1
Crescimento
3,5 %
16,1 %
Mudanças no consumo
Com a produção já prejudicada devido aos motivos citados, Luciano Roppa explica que algumas tendências afetarão também o consumo de carnes. Dentre elas, ele cita o
crescimento da população mundial (1,2 bilhões de pessoas
a mais em 2030, 85% vivendo em países em desenvolvimento), o crescimento do número de idosos (de 0,8 bilhões
pra 1,5 bilhões em 2030), um superávit no número de pessoas vivendo nas cidades (de 3,3 para 4,9 bilhões), o déficit
nas áreas de cultura disponíveis, a falta de água que afetará
a produção em diversas partes do mundo e o crescimento
do poder aquisitivo. Hoje 40% da população mundial vive
em regiões com crescimento anual do PIB superior a 8%.
Na China e na Índia temos atualmente uma classe média de
400 milhões de pessoas; em 20 anos, devido ao crescimento da renda, esta classe passará a ser formada por 1,600
bilhões de pessoas.
Somando-se todos estes fatores, a previsão é de que
nos próximos 20 anos, o consumo de carnes, no geral, aumente dos atuais 42 kg para 48,5 kg per capita (Quadro 3).
Este crescimento será muito pequeno na Comunidade
Européia (0,4%), médio nos Estados Unidos (11%) e muito
fortes no Brasil, China e Rússia; Brasil e pelos Estados Unidos, com base em sua forte produção de grãos, disponibilidade de terra, água, forte parque industrial e bom quadro
de profissionais ligados à produção agropecuária, são e
continuarão sendo os maiores exportadores mundiais de
proteínas animais (Quadro 5).
Quadro 5
Maiores exportadores mundiais de carnes
em 2019 (milhões de toneladas)
Bovina
Suína
Aves
Total
Brasil
2,556
0,706
5,972
9,234
EUA
1,145
2,788
3,096
7,029
Europa
0,032
1,009
0,895
1,936
Canadá
0,519
1,182
0,190
1,891
6,647
13,175
28,667
MUNDO 8,845
Fonte: Luciano Roppa, 2011.
Quadro 3
Crescimento da renda per capita e o
consumo de carnes, 2010 a 2030.
Ano
PIB per capita
(base USD
2005)
Consumo de
Carnes, Kg/
pessoa/ano
2010
6,100
42,0
2030
8,290
48,5
Fonte: Luciano Roppa, 2011.
Produção e exportação
A produção mundial de carnes crescerá das atuais 286
milhões de toneladas para 398 milhões no período de 2010
a 2030. Este crescimento de 39,2% será superior ao crescimento da população humana (20,5%), devido ao aumento
do consumo per capita pelo melhor poder aquisitivo.
Os recursos naturais e a produção de grãos
O mundo terá que produzir 336 milhões de toneladas
a mais de grãos para fazer frente ao aumento de 112 milhões de toneladas de carnes nos próximos 20 anos. Este
valor não leva em consideração as perdas na colheita e no
transporte, e considera uma conversão alimentar média de
1:3. Quando a pergunta é se o mundo tem terra e água disponíveis para este aumento na produção, a resposta é sim,
apesar de que algumas áreas terão maiores dificuldades
para enfrentar este desafio do que outras.
Em relação à quantidade de terra arável, algumas áreas
no mundo possuem vantagens de disponibilidade: a América Latina e a África Central. Mas a perspectiva para os
próximos 20 anos é de que o aumento da produção agrícola não ocorra pelo uso de maiores quantidades de terra,
mas sim pelo aumento da produtividade (Quadro 6). Muitas
áreas atuais de cultura podem aumentar a produção através da melhora das técnicas de cultivo.
Quadro 4
Crescimento da produção de carnes, de 2010 a 2030 (milhões de toneladas)
Carne Carne
Carne de Ovelhas e Outras
Total de População
Bovina Suína
Aves
Cabras
Carnes
Carnes
Humana
2010
65,0
106,9
95,7
12,9
5,6
286,2
6,80
2030
83,6
136,1
153,8
18,2
6,6
398,5
8,20
Aumento % 28,6
27,3
60,7
41,1
17,8
39,2
20,5
Fonte: Luciano Roppa, 2011.
Fonte: Luciano Roppa, 2011.
42
NT
NT
43
Meio Ambiente e Sustentabilidade
Quadro 6
Aumento da produção agrícola, 2010 a 2030
Produtividade Intensidade Expansão de
área
Mundo
77 %
Países em
71 %
Desenvolvimento
14 %
9%
8%
21 %
Fonte: Luciano Roppa, 2011.
dois terços da água consumida mundialmente, uma maior
produção por gota será o grande desafio deste século.
Com a menor disponibilidade de água e de terras
aráveis, alguns países partem para a estratégia de adquirir terras no exterior, para lá produzir seus grãos e depois
importá-los para seu próprio consumo (Quadro 8). China,
União dos Estados Árabes, Coreia do Sul, Arábia Saudita
e Líbia têm se destacado no volume de terras adquiridas,
principalmente na África Central e Brasil.
Em relação à quantidade de água, as áreas do Norte da
África, do Oriente Médio e parte da Ásia enfrentarão sérios
problemas de disponibilidade. A Ásia e a África possuem
36% da água doce do mundo, mas juntas concentram 75%
da população. Infelizmente, estas áreas têm forte relação
do seu PIB e do número de empregos baseadas na agricultura (Quadro 7) e se defrontarão com sérios problemas
econômicos devido a esta menor disponibilidade de água.
Como a Agricultura é responsável pelo consumo de
Quadro 7
Áreas com menor disponibilidade de água (cores mais claras)
Agricultura
emprega 2-4%
da população e
representa 2%
do PIB
Agricultura
emprega
58-62% da
população e
representa
12-18 % do
PIB
Agricultura
emprega 20%
da população e
representa 6%
do PIB
Compra de Terras no estrangeiro
(em ‘000 km2, 2006-2009)
Quadro 8
Compra de Terras no estrangeiro (em ‘000 km , 2006-2009)
2
31.0
Fonte: Luciano Roppa, 2011.
44
NT
Quadro 9
Impacto ambiental: contribuição das várias
Quadro 9
animais.
Impacto Ambiental: Contribuiçãoespécies
das várias espécies
animais
TODOS
IMPACTOS
TODOS
OS IMPACTOS
Respiração
orgânica
Respiração
orgânica
Ozonio fotoquímico
Ozônio fotoquímico
Ocupação
da da
natureza
Ocupação
natureza
Aquecimento
global
Aquecimento
global
Eutroficação,
aquatica
Eutroficação
aquática
Acidificação Acidificação
0%
Frango
Suíno
50%
B. Corte
100%
B. Leite
Fonte: Luciano Roppa, 2011
Fonte: Luciano Roppa, 2011.
Quadro 8
China
China
“Há uma grande inquietação com a questão do meio
ambiente. A produção de animais é responsável pela produção de 18% dos gases com efeito estufa emitidos no
mundo. É responsável por 9% do dióxido de carbono, por
35 a 40% de Metano e 62% do Óxido Nitroso. O frango
tem o menor impacto na questão ambiental (Quadro 9) e
a pecuária tradicional vai ser cada vez mais questionada. O
desafio, a partir de agora, é produzir mais, com mais qualidade, com menos recursos ambientais e com total preocupação com a sustentabilidade”, comenta Luciano Roppa.
maior número, simplesmente solicita por acesso a maiores
quantidades de alimento por um preço condizente com
suas realidades sociais. O ideal, segundo o médico veterinário, seria ter ambas as solicitações numa mesma solução
a baixo custo. A realidade, porém, é outra. Quanto mais se
trabalha para o aprimoramento de uma solução que proteja o ambiente e os animais, mais se eleva o custo do alimento e mais se reprime o consumo de uma população que não
possui o poder aquisitivo para pagar por isso. “Este é sem
dúvida o grande desafio atual: evoluir para uma produção
mais eficiente e segura, por um custo condizente com a
capacidade aquisitiva das populações mais carentes. Todos
7.3
6.9
5.1
UAE
UAE
Coreia do
Coréia
Sul
Arábia
Arábia
Saudita
do Sul
Fonte: Luciano Roppa, 2011
Saudita
3.5
Líbia
Líbia
O que espera a sociedade dos
produtores
De acordo com Luciano Roppa, vivemos em um momento histórico de forte dicotomia social, onde de um lado
temos uma população de forte poder aquisitivo, e de outro
lado uma população preocupada em sobreviver. A primeira,
em menor número, impõe as linhas de desenvolvimento do
mercado, exigindo maior segurança alimentar, maior proteção ao meio ambiente, maior respeito ao bem estar animal e maior sustentabilidade do agronegócio. A outra, e em
têm direito a um alimento de melhor qualidade, mas antes
de tudo, todos têm direito ao alimento.”
A sociedade espera que se aumente a produção de carnes em 40% nos próximos 20 anos. Espera que o mundo
esteja preparado para produzir sem contaminantes (dioxinas, melanina, metais pesados, etc.). Espera uma contribuição para diminuir o abismo entre o consumo dos países
desenvolvidos e em desenvolvimento (Quadro 10) e a colaboração para atingir as “Metas do Milênio”, de diminuir o
número de pessoas famintas dos atuais 925 milhões para
cerca de 440 milhões em 2030.
NT
45
Uma interessante pesquisa de opinião pública realizada com 97 mil pessoas de 26 diferentes países pelos
pesquisadores Matt Erickson e Dennis Di Pietre teve o
resultado publicado no trabalho intitulado “The International Consumer Attitudes Study” e mostrou o quanto
a população mundial realmente se importa com muitos
dos argumentos pejorativos presentes na imprensa no
momento de comprar um produto de origem anima. O
resultado foi o seguinte:
Quadro 10
Aumento do consumo nos Países Desenvolvidos e Em Desenvolvimento, 2010-2030 (kg/pessoa/ano)
Países
em Desenvolvimento
Países
Desenvolvidos
2000
2030
2000
2030
CEREAIS (alimento)
165,7
166,0
162,4
159,0
RAÍZES e TUBÉRCULOS
67,0
75,0
66,7
61,0
ÓLEOS VEGETAIS (óleo eq.)
10,4
14,0
21,5
24,0
CARNES
26,7
38,0
90,2
99,0
LEITE (leite fresco eq.)
45,2
67,0
214,0
223,0
2.654
2.960
3.446
3.520
Kcal/pessoa/dia
% de Melhora
11,5 %
95 % dos consumidores são compradores de alimentos
• Apoiam ou são neutros em relação à utilização de
novas tecnologias de melhora da eficiência;
• Fazem compras com base no custo, sabor e valor
nutritivo;
• Não tomam decisões de compra diária com base
em preocupações de segurança alimentar;
• Não tomam decisões de compra com base no que sentem sobre questões políticas, como o direito dos animais.
2,1 %
Fonte: Luciano Roppa, 2011.
A sociedade espera também que se melhore a produtividade para diminuir a emissão de gases de efeito estufa e
para diminuir o consumo de água. O agribusiness é responsável por 70% do consumo mundial de água e a melhora
da produtividade é essencial para sua sustentabilidade futura. A Bovinocultura terá certamente o maior desafio, pois
é a espécie animal que mais consome água e mais emite
gases de efeito estufa (Quadro 11).
Unindo todos os anseios, a sociedade espera que se
melhorem a qualidade, a segurança, a rastreabilidade, o
trato dos animais e o respeito ao meio ambiente.
Quadro 11
Consumo de litros de água por quilo de
Quadro 11
produto produzido.
Consumo de litros de água por quilo de produto produzido.
Fonte: Luciano Roppa, 2011
Fonte: Luciano Roppa, 2011.
46
NT
4 % dos consumidores são compradores de estilo de vida
• Compram de acordo com seu estilo de vida: etnicidade, vegetarianismo, apoio aos orgânicos, apoio a fornecedores locais, etc;
• Para este grupo, o fator em sua decisão não está
baseado em dinheiro.
O que esperam os produtores da
sociedade
De acordo com Luciano Roppa, os produtores respeitam e concordam com as exigências da sociedade e se
empenham diariamente para melhorar o sistema de produção. Concordam que precisa-se de maior segurança
alimentar, respeitar o direito dos animais e preservar o
ambiente para as gerações futuras. O que os produtores
pedem, porém, é que as legislações impostas pela sociedade atendam a um parecer com fundo científico, e não
a um parecer de fundo emocional.
“Há uma grande diferença entre antropomorfismo e
desempenho animal. Antropomorfismo é a associação
de atitudes animais com posturas humanas. Esta ideia
pela qual os pensamentos e emoções de um animal podem ser traduzidos diretamente em termos humanos,
é totalmente distorcida e equivocada. Não podemos
julgar se um animal se sente bem com base no que os
humanos sentem. Cada espécie animal, inclusive o homem, tem diferentes exigências de conforto. Quando um
animal tem suas exigências de conforto atendidas, ele
manifesta sua satisfação com um máximo desempenho
de crescimento. A isso chamamos de desempenho animal: quanto melhor o desempenho, melhor o conforto
do animal. Animais que estão em condições ambientais
adversas não expressam seu máximo potencial genético”, explica o diretor da L.Roppa Consultoria.
A conclusão é que uma pequena minoria impõe, sem
fundamentos cientificamente comprovados, regulamentações que afetam e encarecem todo um sistema idôneo
de produção. Ao invés de contribuir, aumentam ainda
mais o abismo econômico de acesso das populações
menos favorecidas a um alimento de qualidade. Precisase de uma regulamentação baseada na ciência e em
fatos comprovados pela pesquisa. O público precisa ser
informado e entender a ciência por trás do que é feito. O
investimento em comunicação é fundamental para isso.
A preparação dos líderes para lidar com
as mudanças
“Nossa geração tem vivido momentos de fortes
emoções nos últimos anos: enfrentamos a maior crise
de energia da nossa história, estamos assistindo a uma
crise alimentar de grandeza extraordinária e, simultaneamente, convivemos com uma profunda crise financeira.
E sabemos que este é apenas o começo de um período
de grandes mudanças. O líder atual tem que saber lidar
com estes desafios. Tem que entender as tendências do
mercado e projetar seu crescimento baseado exatamente nestas tendências. Tem que entender para onde cresce o mercado, qual vai ser seu papel nesta nova geografia e com qual produto vai trabalhar para atender seus
clientes”, finaliza Luciano.
NT
47
Rafael Ribeiro de Lima Filho
é Zootecnista Scot Consultoria.
Mercado do leite
Mercado do
boi gordo
dá sinais que pode perder força
Tabela 1.
Média de preços do boi gordo no terceiro e
quarto trimestres de cada ano.
Ano
3º trim. 4º trim.
Variação
2000
40,49
40,97
1,2%
2001
41,92
45,92
9,6%
2002
47,35
50,47
6,6%
2003
56,97
59,62
4,6%
2004
60,36
60,54
0,3%
2005
50,85
54,19
6,6%
2006
54,66
56,51
3,4%
2007
61,68
69,02
11,9%
2008
89,59
86,39
-3,6%
2009
78,12
75,08
-3,9%
2010
87,42
103,63
18,5%
2011
99,50
?
?
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
48
NT
Preço médio do leite ao produtor, média
nacional, em R$/litro.
0,90
0,85
0,80
0,75
0,70
set/11
jul/11
ago/11
jun/11
abr/11
mai/11
mar/11
jan/11
fev/11
dez/10
nov/10
set/10
out/10
jul/10
ago/10
jun/10
abr/10
0,60
mai/10
0,65
mar/10
Em setembro, comparando com o mesmo período
de 2010, o preço do farelo de soja estava 1,1% menor e o
milho 22,6% mais caro.
O farelo era negociado por R$ 673,10/t e o milho por
R$525,00/t (preços médios em São Paulo).
O preço do boi magro em São Paulo, negociado em
setembro por R$ 1,2 mil/cabeça, está 5,0% maior que
em setembro de 2010. O boi gordo em Barretos-SP está
7,5% mais caro que no mesmo período do ano passado.
Apesar da ligeira melhora na relação de troca, causada pela maior valorização do boi gordo, o aumento do
custo da alimentação pesou na decisão de confinar.
Do lado da demanda, há a questão do consumo
melhor nos últimos meses do ano, impulsionado pelas
contratações temporárias, décimos terceiros salários e
renda extra na economia, que geram maior consumo de
carne.
Historicamente, a média de preços do boi gordo no
último trimestre em São Paulo é 5,0% maior que a do
terceiro. Tabela 1.
O preço médio do boi gordo no terceiro trimestre foi
de R$ 99,50/@, a prazo, livre de imposto. Caso o mercado se comporte de acordo com a média histórica, preços
ao redor de R$ 104,50/@ nos últimos meses do ano não
seriam um ponto fora da curva.
Por outro lado, caso as incertezas econômicas na Europa e Estados Unidos contaminem a economia interna,
podemos ter um consumo doméstico menos aquecido
para o final do ano.
Figura 1
jan/10
A oferta de animais de confinamento pressionou as
cotações no mercado do boi gordo em setembro, principalmente na região Centro Sul.
Para o último trimestre existe a expectativa quanto
ao volume confinado no segundo turno.
O mercado futuro sem muito otimismo. Bois magros
com cotações firmes e a alimentação cara desestimularam parte dos que iam confinar.
César Machado - Agrostock
no último trimestre
Segundo levantamento da Scot Consultoria,
no pagamento de setembro, que remunera a produção de agosto, a média nacional ficou em R$
0,846 por litro. O aumento foi menor que 1,0% em
relação ao pagamento de agosto.
A produção de leite se recuperou nas últimas
semanas no Sul do país, mas no Centro-Oeste e
Sudeste a pastagem ruim limita a oferta de matéria-prima para as indústrias.
Nestas duas últimas regiões, apesar de o volume de leite captado ter aumentado em alguns
laticínios, em boa parte das empresas (aproximadamente 60% do volume da pesquisa) a captação
ficou estável ou apresentou ligeira queda.
Em São Paulo, o preço médio ao produtor subiu
0,6% no pagamento de setembro. Mercado praticamente estável em relação a agosto.
O produtor paulista recebeu, em média, R$0,910
por litro. Para o leite de qualidade, os valores ultrapassaram R$ 1,05/litro nas regiões de Avaré, Campinas e São Carlos.
No Nordeste a situação é mais complicada. A
produção caiu entre 5% e 10% em agosto nas bacias pesquisadas.
No mercado spot, considerando a média de São
Paulo, Minas Gerais e Goiás, o preço do leite caiu
2,9% em setembro na comparação com agosto. Os
recuos ocorreram na segunda quinzena do mês e
o preço médio ficou em R$ 0,99 por litro, com negócios em até R$ 1,07 em Minas Gerais.
Para o próximo pagamento, a ser realizado em
meados de outubro, a expectativa é de estabilidade de preços para o produtor.
Quedas nas cotações são esperadas a partir de
novembro, com a rebrota do capim e consequente
aumento da produção, em especial no Sudeste e
Centro-Oeste.
fev/10
mercado
Hyberville Paulo D´Athayde Neto
é médico veterinário
Scot Consultoria
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Dificuldade de repasse de preço para o
longa vida
O preço do leite longa vida UHT caiu 2,5% no atacado em setembro na comparação com agosto.
Mesmo com a indústria pagando mais pela matéria
prima, o UHT parece ter encontrado um pico neste patamar de preço.
Existe dificuldade de repasse das altas no atacado.
Os laticínios sinalizam estoques elevados do produto.
É importante destacar também que o varejo diminuiu
as compras diante da expectativa de queda no preço do
leite (safra) em curto e médio prazos.
Já no varejo em São Paulo, o preço do leite longa
vida subiu 1,4% em setembro frente a agosto.
Na ponta final, o valor médio atual, de R$ 2,40 por
litro, está bem próximo dos patamares recordes verificados na entressafra de 2009.
Os maiores valores verificados em setembro ultrapassaram R$ 3,00 por litro no varejo em São Paulo.
O consumo de lácteos está aquecido, ao mesmo
tempo em que a captação está pequena.
O limitante para novas altas será a demanda. Fica
também a expectativa com relação à retomada da produção com a safra.
NT
49
Maurício Palma Nogueira
é Engenheiro Agrônomo e
Diretor da Bigma Consultoria.
mercado
Figura 2
O FUTURO DA
PECUÁRIA DE CORTE
E O BRASIL NO
FUTURO
O mundo todo quer comer carne nos próximos anos. Projeções recentes indicam que em 2020, o consumo das carnes em geral será 60 milhões de toneladas maior do que o atual. Ásia e Pacífico demandarão o maior volume de toda
essa carne, abocanhando 56% do aumento previsto na demanda.
Figura 1
Figura
Representativodade por região no aumento
do1.
Representatividade por região no aumento do consumo de carnes (bovinas, suína e aves) até
consumo de carnes (bovinas, suína e aves) até 2020.
2020.
Fonte: Bigma Consultoria – Dados da FAO/OCDE
50
NT
Fonte: Bigma Consultoria - Dados da FAO/OCDE
Evolução da taxa de desfrute internacional
da2.
Figura
pecuária,
por
período,
considerada
na
projeção.
Evolução da taxa de desfrute internacional da pecuária, por período, considerada na projeção
Fonte: Bigma Consultoria – Dados da FAO/FAPRI/USDA/OCDE
A maior parte do aumento será representada pela
carne de frango ou aves, cuja capacidade de resposta é
bem superior às demais, além de ser a única carne que
não tem nenhuma restrição religiosa, dentre as três.
Do total estimado, a carne bovina deverá representar
apenas 14% com um aumento previsto de 8,4 milhões de
toneladas de equivalentes carcaças.
Para analisar a capacidade global de atender a esta demanda, fizemos uma projeção com base nas estatísticas e
nos indicadores zootécnicos da pecuária internacional.
A base da projeção foi a necessidade de aumentar em
36,7 milhões a quantidade de animais abatidos ao ano em
2020. Um abate quase proporcional à produção brasileira.
Partimos do pressuposto de que o rebanho estará
em crescimento e, sendo assim, além de ofertar cada vez
mais animais ao mercado, é preciso aumentar o rebanho
base que possibilitará essa produção. Concomitantemente a esse processo consideramos um acréscimo do nível
tecnológico da pecuária mundial, cujo desfrute deveria
aumentar nas proporções da figura 2. Desfrute é a quantidade percentual de animais abatidos em relação ao re-
banho base.
Em 2010, o desfrute internacional foi da ordem de
19,31% com um volume de 264,6 milhões de cabeças abatidas a partir de um rebanho de 1,37 bilhão de bovinos.
Seguindo o raciocínio, podemos estimar que até 2020,
para que o abate aumente em 36,7 milhões de cabeças
sem comprometer o rebanho e considerando a evolução
de desfrute da figura 2, o rebanho mundial teria que aumentar 101,8 milhões de animais.
Observe a evolução das projeções analisadas até o
ano de 2050, na tabela 1.
Quando se realiza diagnósticos e se analisa o potencial brasileiro e de outros países para os próximo anos, a
pecuária brasileira parece ser a única capaz de atender a
maior parcela deste aumento na demanda.
Isso implicaria um aumento considerável na participação do Brasil no cenário internacional de produção e
exportações de carne bovina.
No momento, essa análise é mais importante ainda,
pois até setembro, tudo indicava que Brasil, Austrália e
Estados Unidos finalizassem 2011 com volumes praticamente iguais nas exportações de
carne bovina. Em alguns cenários,
Tabela 1
Evolução da taxa de desfrute internacional da o Brasil poderia finalizar o ano até
pecuária, por período, considerada na projeção. em terceiro do ranking, perdendo
duas colocações.
Mesmo assim, vale ressaltar
Ano
Milhões de cabeças Evolução Aumento no Aumento
Prod
Desfrute rebanho + Acumulo
mundial
que se trata de uma situação moMil Tec
Abate Rebanho Mundial Abate (mi cab) Rebanho
mentânea, pois no médio e longo
prazo o país deverá manter a lide0,0
0,0
264,7 1.346,6
19,31%
2010 60.872
40,0
40,0
280,8 1.370,5
20,49%
2015 64.575
rança no comércio mundial de car61,8
1.411,7
101,8
301,4
21,35%
2020 69.321
ne, e essa liderança é de extrema
67,3
129,1
331,4 1.449,2
22,85%
2030 78.813
importância para que a produção
69,2
136,5
362,2 1.487,4
24,35%
2040 86.200
brasileira atinja cada vez mais mer62,9
132,1
392,8 1.519,6
25,85%
2050 94.280
cados no mundo todo.
Fonte: Bigma Consultoria – Dados da OCDE/FAPRI/FAO/USDA/ODD Consulting
NT
51
empresas parceiras
Avaliação e Perícia e
Consultoria Ambiental:
Scot Consultoria apresenta novos serviços
Consultoria Ambiental
A Scot Consultoria é uma empresa 100% dedicada
ao agronegócio. A organização já acumula 20 anos de
estrada, vivenciando o mercado e desenhando cenários
para informar e auxiliar decisões. Sua equipe técnica é
formada por engenheiros agrônomos, médicos veterinários, zootecnistas, administradores e matemáticos.
Além de todos os serviços que já oferece, a Scot Consultoria inaugura duas novas divisões dentro da sua ampla área de atuação.
Avaliações e perícias
Os serviços de Avaliações e Perícias informará rigorosamente o valor dos bens do produtor (terra nua,
culturas, benfeitorias, maquinários, entre outros) segundo normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) e do IBAPE (Instituto Brasileiro de Avaliações
e Perícias de Engenharia). A divisão oferecerá também
apoio a operações de financiamento, processos judiciais,
cálculo de ITR, acompanhamento patrimonial, divisão de
bens, desapropriação, entre outros.
52
NT
Na Consultoria Ambiental, o objetivo é colocar produção e meio ambiente em harmonia. O novo serviço
oferecerá consultoria em:
- Licenciamento Ambiental
- Plano de Recuperação de Áreas Degradadas
- Regularização Agrária e Fundiária
- Declaração Cadastral de Produtor Rural
- Geoprocessamento
- Reserva Legal
- Relatório de Controle Ambiental – RCA
- Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD
- Diagnóstico de Passivos Ambientais em Áreas Rurais
- Compensação Ambiental
- Monitoramento Ambiental
- Georreferenciamento
- Manejo Sustentável de Reserva Legal
- Sistema Agroflorestal – SAF
- Outorga
- Adequação Ambiental de Propriedades Rurais
- Restauração Florestal
- Instituição de Reserva Particular de Patrimônio
Nacional (RPPN)
- Macro paisagismo
- Perícias Ambientais, Laudos e Pareceres Técnicos
- Preenchimento de Ada e Receita Federal
- Atualização Cadastral no INCRA
NT
53
James K. Drackley
Department of Animal Sciences
University of Illinois, USA
bovinos de leite
INFLUÊNCIA DA
NUTRIÇÃO E DOS
MÉTODOS DE
ALEITAMENTO E
DESALEITAMENTO
Um programa alimentar que permita uma tranquila
transição da dieta líquida (leite ou sucedâneos) para os alimentos sólidos (concentrado e forragem) é fundamental
para minimizar o estresse e a perda de peso ao desaleitamento, que estão diretamente relacionados ao sucesso
da criação de bezerras e novilhas. No passado, os esforços
das pesquisas eram direcionados ao desenvolvimento de
manejos alimentares que permitissem um desaleitamento
precoce. Como forma de estimular o consumo de alimentos sólidos, os programas convencionais de aleitamento
limitavam a ingestão diária de leite a 10% do peso vivo da
bezerra. Revisando a literatura disponível sobre a relação
entre métodos de fornecimento de leite, consumo de alimentos sólidos e desenvolvimento do rúmen, concluímos
que as bezerras podem seguramente ingerir 20% do seu
peso vivo em leite (aproximadamente 8 litros/dia), e que
essa maior ingestão propicia maiores ganhos de peso,
maior eficiência alimentar, menor incidência de doenças e
maior produção futura de leite.
Requisitos Nutricionais
César Machado - Agrostock
O National Research Council (NRC), em sua mais recente publicação sobre os requisitos nutricionais de gado
de leite (NRC, 2001) estabeleceu as exigências nutricionais
de bezerros jovens em termos de energia metabolizável
(EM). Recentes trabalhos desenvolvidos na University of
Illinois e Cornell University forneceram dados para desenvolver modificações nas equações do NRC que as tornem
melhores preditoras do desempenho de animais jovens
sob condições de criação típicas dos EUA (Tabela 1) .
Muitos princípios importantes podem ser demons-
54
NA SAÚDE, DESENVOLVIMENTO DO RÚMEN E
DESEMPENHO DAS BEZERRAS
NT
Flávia Fontes
é DSc. Nutrição Animal
e Editora Chefe da Revista Leite Integral
trados à partir dos dados da Tab. 1. Em primeiro lugar, a
quantidade de sólidos do leite necessária para suprir os
requisitos de EM para mantença não é pequena. Os requisitos de EM para mantença, em condições termoneutras
(15ºC a 25ºC) é de aproximadamente 1,75Mcal/dia para
um bezerro de 45kg. O leite integral contém, em média,
4,9 Mcal de EM/kg de MS, o que significa que um bezerro
de 45kg necessita de aproximadamente 0,32kg de sólidos
do leite, ou 2,5 litros de leite, apenas para sua mantença.
Uma vez que a maior parte dos sucedâneos do leite possuem menores conteúdos de gordura que o leite integral,
eles possuem menor quantidade de EM por kg de MS (4,6
a 4,7 Mcal/kg). Consequentemente, um bezerro de 45kg
necessita de aproximadamente 0,39kg de MS de sucedâneos para sua mantença. As quantidades de MS consumidas, acima dos requisistos de mantença, é que serão
utilizadas para o crescimento.
Como pode ser visto na Tab. 1, a quantidade de proteína bruta (PB) necessária para mantença, em porcentagem da MS, é muito baixa, mas aumenta consideravelmente com o aumento nas taxas de ganho de peso.
Além da quantidade em si, é muito importante equilibrar
os consumos de proteína e energia de acordo com o desempenho esperado dos bezerros. Por exemplo, o fornecimento de 950g/d (o equivalente a aproximadamente
8 litros) de um sucedâneo do leite com 20% de PB não
suprirá os requisitos de proteína para um adequado crescimento e desenvolvimento dos tecidos do organismo, e o
excesso de energia será convertido em gordura. Por outro
lado, o fornecimento de um sucedâneo com altos níveis
de proteína (28%, por exemplo) nas quantidades utilizadas convencionalmente (450 a 600g/dia, o equivalente a
Tabela 1
Exigências nutricionais e eficiência alimentar de bezerros de 50-kg sob condições
termoneutras, utilizando as modificações de Cornell-Illinois do NRC (2001)
Taxa de ganho, Ingestão de
EM,
PB,
PB,
Eficiência alimentar
kg/d
MS, % PV
Mcal/d
g/d
% da MS
estimada
0.2
1.05
2.34
94
18.0
0.38
0.4
1.30
2.89
150
22.4
0.63
0.6
1.57
3.49
207
26.6
0.77
0.8
1.84
4.40
253
27.4
0.86
1.0
2.30
4.80
318
28.6
0.87
(Van Amburgh & Drackley, 2005)
NT
55
zerros conseguem consumir nutrientes que permitam o
início de um rápido crescimento.
Em contraste, o sistema “acelerado” permite aos bezerros maiores consumos de dieta líquida durante os primeiros dias de vida, assemelhando-se muito às condições
que ocorrem na natureza, onde o bezerro tem livre acesso
ao leite de sua mãe. O consumo de leite ou sucedâneo é
aproximadamente o dobro daquele permitido no sistema
convencional – 1,5% do peso vivo (de MS de leite ou sucedâneo) na primeira semana de vida, e 2% da segunda até
a semana anterior ao desaleitamento, quando inicia-se o
desaleitamento gradual (step-down). Os sucedâneos utilizados nesse programa devem conter entre 24%-26% de
PB. O consumo de concentrado será menor em relação
ao sistema convencional, mas aumenta aproximadamente nas mesmas taxas com o desaleitamento.
Como pode ser visto na Fig. 1, a maior diferença no
crescimento é observado nas primeiras 2-3 semanas de
vida, quando as taxas de ganho tornam-se semelhantes.
Figura 1. Exemplo da diferença no
crescimento inicial entre bezerros
alimentados de forma convencional (625g/
dia de sucedâneo e desaleitamento aos 35
dias) ou no método “acelerado” (900g/dia
de sucedâneo na primeira semana e 1125g
da segunda à quinta semana). Os bezerros
tiveram livre acesso a água e concentrado
desde a primeira semana e foram
desaleitados com 42 dias. (B.C. Pollard &
J.K. Drackley, dados não publicados)
Benefícios do programa “acelerado”
Maior crescimento e menor idade ao primeiro parto
O maior desenvolvimento inicial das bezerras pode ser
traduzido em uma redução de 2 semanas na idade ao primeiro parto se forem mantidos os níveis recomendados
de crescimento e ganho de peso após o desaleitamento.
Mais saúde
Além dos efeitos imediatos na morbidade e mortalidade durante a fase de aleitamento, a inadequada nutrição
durante as fases iniciais de vida das bezerras parece ter
efeitos negativos de longo prazo na produção futura de
leite e longevidade.
A saúde dos bezerros jovens é afetada pela interação
entre a nutrição inicial e o ambiente. As deficiências nutricionais são mais problemáticas para o sistema imune
quando os animais estão submetidos a estresse calórico
ou por frio, aumentando a incidência de doenças e a mortalidade.
Tabela 2.
Crescimento e dados da primeira lactação de bezerras
alimentadas de forma “convencional” ou “acelerada”
Variável
Convencional
Acelerado
Experimento 1
0.52
0.75
Experimento 2
0.56
0.71
Experimento 1
25.4
26.5
Experimento 2
24.0
24.3
563
584
565
563
Trial 1
9.245
10.577
Trial 2
8.796
9.138
GPD até a desmama (kg)
Idade ao 1º parto a (meses)
Alimentação convencional ou
“acelerada”
O programa de alimentação convencional tem como
base o fornecimento de pequenas quantidades de leite
(aproximadamente 8% a 10% do peso vivo ao nascimento ou 4 litros de leite/dia). A ideia é que a ingestão limitada
de leite estimulará o consumo precoce de concentrado,
facilitando o desaleitamento precoce, e reduzindo os custos da fase de criação. Esse programa permite apenas o
suprimento dos requisitos de mantença e um ganho de
peso de aproximadamente 225g/dia, em condições termoneutras (Tabela 1). Com o início do consumo de concentrado, que normalmente dobra a cada semana, os be-
Maior produção futura de leite
Um dos pontos mais excitantes da pesquisa relacionada à nutrição inicial das bezerras diz respeito aos seus
efeitos de longo prazo, na produção futura de leite. Com
a disponibilização de mais e mais dados de lactações de
bezerras alimentadas em diferentes programas iniciais,
torna-se cada vez mais claro que a nutrição inicial pode
impactar a produção de leite futura. Os trabalhos mostram aumentos de produtividade variando de 500 a 1.500
litros de leite na lactação.
Os dados da Tab. 2 sumarizam alguns dos efeitos relacionados ao programa “acelerado”, como aumento no
ganho de peso diário (GPD) e na produção de leite. Análises de correlação indicaram que o GPD correlacionou-se
negativamente com a produção futura de leite no tratamento “convencional”, mas positivamente no “acelerado” (dados não publicados de M. E. Van Amburgh & J. K.
Drackley).
César Machado - Agrostock
4-5 litros) levará a um excesso de proteína no organismo
do bezerro, que não poderá ser utilizado para um maior
crescimento, porque os níveis de energia serão limitados.
Nesse caso, o excesso de proteína será degradado em nitrogênio e excretado na urina.
Até esse ponto, os requisites nutricionais estão sendo
discutidos com base em condições termoneutras, nas
quais o bezerro não precisa gastar energia para manter
a temperatura corporal. Como dito anteriormente, a zona
termoneutra para bezerros com menos de 21 dias de
idade é de 15ºC a 25°C (NRC, 2001). Consequentemente,
a maior parte dos bezerros criados no Brasil irão passar
uma parte considerável de suas vidas fora dessa zona
de conforto térmico. Acima ou abaixo desses limites,
os bezerros têm que gastar energia para manter sua
temperatura corporal; em altas temperaturas eles irão
aumentar a frequência respiratória e a transpiração, e em
condições de frio eles irão tremer e utilizar outros meios
para aumentar a produção de calor. Esse gasto energético
passa a ser computado como aumento nas exigências
energéticas de mantença. Para bezerros com mais de 21
dias, o limite crítico inferior de temperatura passa a ser
de 5 °C, o que indica que eles se tornam mais capazes
de suportar o frio, em função do aumento do conteúdo
corporal de gordura e da cobertura de pêlos.
O estresse calórico é responsável por aumentos significativos nos requisitos energéticos de mantença dos
bezerros. Estimativas baseadas em dados do NRC (2001)
indicam aumentos de 20% a 30% (aproximadamente
70g a 115g de sucedâneo) nas exigências de mantença.
O acesso irrestrito a água e a disponibilidade de sombra
são pontos críticos para a manutenção da temperatura
corporal em bezerros jovens. Camas de areia são mais eficientes que madeira ou palha para auxiliar os bezerros na
dissipação do calor.
Peso ao parto (kg)
Trial 1
Trial 2
305-d milk
abc
(kg)
a
Trial, P < 0.01.
b
Diet, P < 0.01.
c
Diet × trial, P = 0.13.
Fonte: Drackley et al.(2007)
56
NT
NT
57
Manejo para o sucesso do programa
“acelerado”
mento. Parte dessa queda ocorre porque os concentrados
contém apenas 65% a 70% da EM presente no leite ou
sucedâneos (NRC, 2001). Esse fato indica que o consumo
de concentrado tem que ser consideravelmente maior do
que o comumente utilizado para manter as taxas de ganho observadas durante a fase de aleitamento (Tabela 4).
O consumo de concentrado aumenta rapidamente
quando o fornecimento de leite ou sucedâneo diminui.
Entretanto, quando o desaleitamento é feito antes que
o rúmen esteja desenvolvido para digerir eficientemente
o amido e absorver os AGV resultantes, pode haver uma
grande queda no desempenho dos bezerros .
O desaleitamento gradual, no qual a quantidade de
leite fornecida é lentamente reduzida após a 3ª semana
de vida, estimula o consumo de concentrado, mantendo
as taxas de crescimento após o desaleitamento. Outros
métodos para reduzir os impactos negativos do desaleitamento são a diluição do leite ou sucedâneo com água, e
o fornecimento de água morna no mesmo horário de fornecimento do leite, por 2 a 3 dias após o desaleitamento.
Um grande número de fatores de manejo têm sido
identificados como responsáveis pelo sucesso ou fracasso na implementação do programa “acelerado” de
alimentação, incluindo a colostragem, disponibilidade de
água e forma de desaleitamento.
Uma colostragem adequada é essencial para se alcançar os melhores resultados com o programa “acelerado”. Bezerros que tiverem falha na transferência de
imunidade passiva não apresentarão os mesmos desempenhos daqueles com colostragem adequada (Tabela 3).
Isso pode ocorrer, em parte, devido à maior predisposição
às doenças, mas parece estar relacionado também à insuficiente ingestão de nutrientes, hormônios e fatores de
crescimento presentes no colostro.
Uma das grandes frustrações nos programas “acelerados”, incluindo em nossos próprios estudos, é a pronunciada queda no ritmo de crescimento no pós-desaleita-
Tabela 3. Efeitos da colostragem (ruim ou boa)1 no crescimento de bezerros alimentados de
forma convencional ou acelerada nas 5 primeiras semanas de vida
Convencional
Variáveis
Ruim
Boa
Número de bezerros
21
20
IgG sérica média, mg/dl
558
Média de GPD2, kg/dia
0.53a
a
1
Ruim = < 10 mg/mL, Boa = > 10 mg/dL.
2
Interação entre colostro e tipo de dieta (P < 0.05).
1793
b
0.50a
Acelerado
Ruim
Boa
17
25
609
2036b
0.63b
0.74c
a
Médias seguidas de letras minúsculas diferentes, na mesma linha, são estatisticamente
diferentes (P < 0.10).
abc
Fonte: Osorio and Drackley (2009), dados não publicados
César Machado - Agrostock
Tabela 4. Consumo de concentrado necessário para
assegurar diferentes taxas de crescimento em bezerros.
PV, kg
GPD, g/dia
Consumo de concentrado
necessário (kg MS/d)
60
600
1.53
60
80
800
600
1.90
1.80
80
800
2.18
Concentrado contendo 3,1 Mcal EM/kg MS (NRC, 2001)
Fonte: Osorio and Drackley (2009), dados não publicados
58
NT
NT
59
bovinos de leite
Eduardo Valias Vargas
é Médico Veterinário, Gerente
Nacional Negócios - Bovinos
de Leite - Nutron Alimentos.
“Vem
chegando o
verão”...
Renato Palma Nogueira
é Zootecnista, especialista em Nutrição e
Manejo de vacas leiteiras e Consultor Técnico
em Bovinos de Leite da Nutron Alimentos.
Todos sabemos que a lactação é a consequência natural de um parto, que ocorre, obviamente, cerca de nove
meses depois de se conseguir vencer uma das mais difícies batalhas da pecuária de leite moderna: a prenhez!
A prenhez em tempo adequado nos permite incrementar a produção e a eficiência do rebanho leiteiro e
aumentar assim sua lucratividade. É isso que pretendemos tratar neste artigo.
É inegável a importância que a eficiência reprodutiva
exerce na produtividade e lucratividade de um rebanho.
Mike Hutjens, extensionista da Universidade de Illinois, em um dos mais importantes artigos técnicos escritos após a crise na pecuária leiteira americana em
2009, sobre as lições que poderiam ser colhidas com as
decisões técnicas desesperadas que são tomadas em
momentos de crise, buscou dados de Wisconsin e demonstrou um custo de US$ 2,00 por vaca, a cada dia
excedente a 120 dias em aberto (dias em aberto = tempo
médio que vai do parto à nova concepção), sendo que
este valor salta para US$ 8,00 após 180 dias em aberto.
Reprodução e lucratividade
Usando uma das ferramentas de gestão do Portifólio
de Serviços Nutron, faremos aqui uma rápida simulação
de duas situações comuns de como a reprodução pode
impactar tremendamente o desempenho de um reba-
Giuliano Pavani Campos
é Zootecnista, Gerente de Ruminantes
América Latina Nutron Alimentos/Provimi.
nho. Para isso, utilizaremos o DEL (Dias em Lactação),
para mostrar como este índice altera significativamente
a distribuição de animais nos lotes de produção, mesmo
sem modificarmos os níveis de produção por lote.
Imagine um rebanho (fictício) de 160 vacas em confinamento total, divididas em 4 lotes de produção: 2 lotes
de alta produção (DEL até 200 dias) e 2 lotes de baixa
produção (DEL maior que 200 dias).
Fixaremos o preço recebido pelo litro de leite em R$
0,95.
Situação 1: Distribuição de 25% das vacas em cada
um dos lotes.
Situação 2: Por efeito de melhor eficiência reprodutiva (menor taxa de dias em aberto), o DEL médio foi menor, ou seja, tivemos a oportunidade de trabalhar com
maior número de vacas nos lotes de maior eficiência de
produção, de alta produção.
Consideramos nas duas simulações um preço atualizado de alimentação (por lote de produção) e assumimos um custo fixo fictício* (que não varia pelo nível de
produção do rebanho) de R$ 10,00 por vaca por dia.
• Todos os custos que não sejam referentes ao custo de alimentação total da vaca em lactação, tais como
manutenção de camas, instalações, recria, bezerras em
aleitamento, período seco, ordenha, assistência técnica,
resfriamento leite, detergentes, medicamentos, mão-deobra, etc.
Situação 1.
25% das vacas em cada lote de produção. Desta maneira teremos um Dias Médio em Lactação
Situação
1 de 215 dias.
do
rebanho(DEL)
César Machado - Agrostock
Pitágoras
60
Lote
Lote
Lote
Lote
NT
1
2
3
4
10/21/2011 10:20
Mês: Fevereiro
Dias mês: 28
Preço do Leite R$ 0.95
Custo Fixo Vaca/dia R$ 10.00
Custo
Alimentação
Vaca/
Litro/
Num. Prod.
%
DEL
Dia
Leite
Vacas (kg/dia) Gordura
100 R$ 12.00 R$ 0.30
3.5
40
40
180 R$ 9.50 R$ 0.34
3.5
28
40
250 R$ 7.00 R$ 0.32
3.5
22
40
330 R$ 5.90 R$ 0.35
3.5
17
40
Custo
Total
Litro/
Leite
R$ 0.55
R$ 0.70
R$ 0.77
R$ 0.94
NT
61
Reprodução e
Estresse térmico
Produção Total/mês
Produção Média do Rebanho
DEL Médio do Rebanho
Gordura Média do Rebanho
Produção Média Corrigida 150d
Custo Alimentação
Custo Alimentação
Custo
119840 kd/dia
26.75 kg/dia
215.00 dias
3.50 %
31.81 kg/leite/dia
R$ 8.60 vaca/dia
R$ 0.33 Litro/leite
R$ 0.74 Litro/leite
O “simples” fato de reduzirmos o DEL médio do rebanho de 160 vacas, implicou em “transferirmos” 20
vacas dos lotes de baixa produção para os lotes de alta
produção e os resultados no fluxo de caixa da fazenda
podem ser vistos com clareza na tabela abaixo. A produção de leite aumentou quase 2 kg/vaca/dia, o custo por
litro de leite reduziu em R$ 0,03 vaca/dia, e isso permitiu
um aumento de 14,8% na lucratividade para a situação
2 em relação à situação (espaço)1. Apenas diminuímos
18,75 dias nos dias médios em lactação.
DEL
Média Produção
Custo/Litro leite
Situação 1
215
26,75
R$ 0,74
Situação 2
196,25
28,56 kg
R$ 0,71
Situação 2.
Ganho de 18,75 dias no DEL. Isto significa doar 10 vacas do lote 3 e 4 para os lotes 1 e 2. Não
aumentamos a2eficiência dentro dos lotes, apenas atuamos reduzindo o DEL médio do rebanho,
Situação
o que nos permite ter mais vacas nos lotes de alta produção.
Preço do Leite R$ 0.95
Custo Fixo Vaca/dia R$ 10.00
Num. Prod.
%
Vacas (kg/dia) Gordura
Lote 1
3.5
40
50
Lote 2
3.5
28
50
Lote 3
3.5
22
30
Lote 4
3.5
17
30
Resumo da situação 2: Apresentamos os mesmos
dados da simulação anterior, ou seja, a produção total da
fazenda no mês, a produção média no mês, os dias médios em lactação, gordura do leite do rebanho, produção
corrigida para 150 dias, custo médio da alimentação do
rebanho (por vaca por dia e por litro de leite) e custo total
por litro de leite (assumindo, hipoteticamente, que todos
os outros custos neste rebanho confinado serão R$ 10,0
por vaca em lactação)
Resumo - Situação 2
Produção Total/mês
Produção Média do Rebanho
DEL Médio do Rebanho
Gordura Média do Rebanho
Produção Média Corrigida 150d
Custo Alimentação
Custo Alimentação
Custo
62
NT
127960 kd/dia
28.56 kg/dia
196.25 dias
3.50 %
32.41 kg/leite/dia
R$ 9.14 vaca/dia
R$ 0.32 Litro/leite
R$ 0.71 Litro/leite
(Gwazdauska et al, Journal of Dairy Science 56:873)
DEL
100
180
250
330
Custo
Custo
Total
Alimentação
Vaca/
Litro/ Litro/
Dia
Leite
Leite
R$ 12.00 R$ 0.30 R$ 0.55
R$ 9.50 R$ 0.34 R$ 0.70
R$ 7.00 R$ 0.32 R$ 0.77
R$ 5.90 R$ 0.35 R$ 0.94
Diminuição da fertilidade em bovinos
de leite: um desafio global
Nos Estados Unidos da América, a taxa de concepção
ao primeiro serviço tem declinado 0,45% ao ano desde
1979. Na Inglaterra a queda se aproxima de 1% ao ano.
Na Holanda a reprodução caiu de 55,5% para 45,5% em
um período de 10 anos. Na Irlanda, a taxa de concepção
que era de 1.54 em 1990 foi para 1.75 em uma década.
Na Espanha 4,6% de aumento na inatividade do ovário
de 1991 para 2000. (Fonte: James Spain no Seminário
Internacional Nutron no Agroleite 2009).
Esses dados têm demandado esforços ilimitados ao
redor do mundo, na busca constante por vencer o desafio reprodutivo em vacas leiteiras, especialmente em
períodos de estresse térmico.
60
50
40
30
20
10
0
Concepção (%)
Resumo - Situação 1
Impacto na redução de 18,75 dias nos dias
médios em lactação destas 160 vacas
JFMAMJJASOND
Mês
Se considerarmos a taxa de concepção dos rebanhos
ICE: uma nova tecnologia para vacas
leiteiros, sabemos que este índice cai pela metade, ou até
em estresse térmico
menos, se compararmos os períodos sem e com estresse
térmico afetando as vacas.
A Provimi, uma das maiores empresas de nutrição
É um grande e limitante gargalo para a eficiência do
animal do mundo, a qual pertence a Nutron, através de
sistema de produção de leite. Com baixa consua plataforma global de inovação, o Feed
cepção, o rebanho tem o DEL aumentado e a
Solutions, disponibiliza à pecuária de leite
eficiência diminuída, como já demonstramos
do Brasil um conceito já validado nos Estanas simulações que fizemos.
dos Unidos e Europa. Trata-se de um aditivo
Parafraseando um famoso ex-presidente
alimentar que auxilia a vaca a dissipar calor,
da República, o verão nos gera para o ano
reduzindo assim a ação negativa do estresse
uma “herança maldita” que afeta todos os
térmico.
índices produtivos do rebanho.
Essa melhor eficiência é comprovada em dados comE dessa “herança maldita”, o maior desafio, repetimos,
(Gwazdauska
et al, Journal of Dairy Science
parativos que mensuraram a temperatura retal do lote
é lidar com a queda drástica que ocorre na reprodução das
tratado comparado com o lote controle segundo tabelas
vacas leiteiras devido ao consistente aumento da temperaabaixo (dados ainda não publicados), mas que se referem
tura retal das vacas, fruto de uma combinação entre tema experimento conduzido no Brasil, e que valida os dados
peratura e unidade, que ocorre principalmente no verão.
americanos e europeus, obtidos pela PROVIMI.
P<0,01
Core body temperatura (oC)
Resumo da situação 1. Na tabela abaixo apresentamos a produção total da fazenda no mês, a produção
média no mês, os dias médios em lactação, gordura
do leite do rebanho, produção corrigida para 150 dias,
custo médio da alimentação do rebanho (por vaca por
dia e por litro de leite) e custo total por litro de leite (assumindo, hipoteticamente, que todos os outros
custos neste rebanho confinado serão R$10,0 por
vaca em lactação)
Um aumento de 0,5 oCelsius n
temperatura retal de uma va
leiteira causa um declínio de 12,8
Reprodução e Estresse térmico
na taxa de concepçã
“Um aumento de 0,5 ºCelsius na temperatura retal de uma vaca leiteira causa um declínio de 12,8% na taxa de concepção”.
39.2
56:873
Control
ICE
39
38.8
38.6
38.4
38.2
38
7 9 11 13 15 17 19 21 23 1 3 5
Time (hours)
NT
63
Site do ICE nos USA com trabalho do JAS publicado na forma de resumo em 2009
Pressão osmótica
Intracelular = Extracelular
Pressão osmótica
Intracelular = Extracelular
Estresse
calórico
RESULTADOS OBTIDOS
Melhora consistente da reprodução de vacas leiteiras
sob estresse térmico, maior teor de gordura do leite e
maior saúde das vacas no final do período de verão.
NOSSA AMBIÇÃO
O que é o I.C.E. ? Internal Cooling
Elements
O ICE é um osmorregulador, que ajuda a reduzir a
severidade do aumento da temperatura corporal, pela
manutenção da hidratação das células das vacas leiteiras sob efeito de estresse térmico.
ICE é indicado principalmente para se obter uma
melhora no desempenho reprodutiva de vacas leiteiras
em estresse térmico.
Importante aqui ressaltar o efeito do estresse térmico no metabolismo da água e recomendar o bom manejo deste “precioso líquido” para as vacas, lembrando
sempre que a água é o maior constituinte do leite.
Somos uma empresa de nutrição animal, cujos pilares que norteiam nossa atuação são a Nutrição Responsável, a Evolução Constante e a Alta Performance.
Somos uma empresa comprometida com os resultados
dos nossos clientes, com segurança alimentar para o ser
humano. Buscamos a excelência no que fazemos para a
produção de proteínas animais, e o ICE vem de encontro
às demandas que o mercado nos gerou, de como melhorar os resultados de nossos clientes, já que a grande
maioria das vacas leiteiras do Brasil passa por períodos
realmente severos de estresse térmico, o que gera gran-
Estresse
calórico
des prejuízos para toda a cadeia produtiva do leite.
Nossa ambição, então, é disponibilizar ao mercado
mais uma solução inovadora, responsável, de alta performance, que visa contribuir para o desenvolvimento
da pecuária de leite do Brasil, trazendo efetivamente retorno para o produtor, via incremento de desempenho
de suas vacas.
Contem sempre com a Nutron!
NOTAS IMPORTANTES
O verão é com certeza o maior problema no Brasil
para manutenção de bons índices econômicos e zootécnicos em nossos rebanhos. Todas as ações básicas e
conhecidas para amenizar o estresse térmico são recomendadas e o ICE não exclui todas as prioridades conhecidas ao combate do estresse térmico. Dentre elas ressaltamos sombra e água de qualidade para os animais (o
consumo de água deve dobrar no verão).
Esquema de atuação do ICE
64
NT
César Machado - Agrostock
Na figura da esquerda, a célula sob estresse térmico perde água para o meio. Já na figura da direita,
com adição do osmorregulador ICE é possível manter a
célula hidratada e preservar a integridade de proteínas
celulares durante períodos de elevadas temperaturas,
o que resultará em uma melhor eficiência em dissipar
calor, diminuindo consistentemente a severidade do estresse térmico nos animais, medido experimentalmente por diminuição da temperatura retal em períodos
críticos do ano, de elevadas temperaturas e umidades.
NT
65
apcbrh
APCBRH:
parcerias e benefícios aos
produtores de leite
Altair Antonio Valloto
é Superintendente Técnico da APCBRH e Médico
Veterinário Especialista em Bovinos Leiteiros.
66
NT
Diante da necessidade de promover o melhoramento genético para aperfeiçoar as qualidades dos rebanhos
leiteiros, surgiu em 1953, no Paraná, a Associação Paranaense de Criadores de Bovinos. Mas foi em 1990, por
meio de uma Assembléia Geral, que os criadores resolveram mudar a razão social para Associação Paranaense
de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa, que ficou
conhecida como APCBRH. Trazendo inúmeros benefícios
para os produtores da raça, indústria e consumidores, a
Associação desde então construiu parcerias, gerou novidades e atualmente possui 670 associados ativos, 51.000
animais registrados da raça holandesa em todo o Brasil
em 2010, sendo 17.500 no Estado do Paraná.
Uma das missões da APCBRH é levar informações
e benefícios para os seus associados através de seus
serviços. Entre elas está o controle leiteiro com 32 supervisores em várias regiões do Paraná. Esse processo
acompanha mensalmente mais de 300 propriedades
especializadas na produção do leite, onde são coletadas
amostras de leite e dados de 30.000 vacas mensalmente.
Posteriormente são gerados relatórios sobre produção,
reprodução, genética, saúde e nutrição. Segundo Altair
Antonio Valloto, superintendente técnico da APCBRH,
muitas dessas informações também acabam sendo disponibilizadas para as empresas parceiras. “São utilizadas
pelos técnicos que fazem parte das empresas com “parcerias ouro”, dentre elas destacamos a Nutron e Agrária.
Um destes relatórios possibilita o criador fazer comparativo (benchmark) do seu rebanho com outros da sua região
e do estado em vários”, diz. Segundo ele, essas parcerias
são realizadas para que os criadores tenham sucesso. “A
Nutron é uma empresa que vive junto com os produtores,
tem produtos de excelência e que fazem a diferença, além
de possuir uma equipe de profissionais altamente comprometida em ajudar na sustentabilidade dos rebanhos
leiteiros”, comenta.
Outro serviço que ganha destaque é o registro de
animais que tem como objetivo preservar o patrimônio
genético dos criadores. Segundo Valloto, o grande valor
está no pedigree dos animais. “Ele contém dados e informações de produção, composição do leite dos animais, a
descendência, reprodução, identifica o animal e qual foi o
criador que o criou, servindo como um importante documento de rastreabilidade animal”, diz.
Como entidade credenciada pelo MAPA (Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e para atender os
seus associados, a APCBRH possui um laboratório de análise de qualidade de leite que surgiu em uma parceria com
a Universidade Federal do Paraná e conta com o apoio do
Ministério da Agricultura, FINEP (Financiadora de Estudos
e Projetos), Secretaria de Ciência e Tecnologia e da EMBRAPA. “Temos as principais fazendas de gado de corte
que fazem a rastreabilidade de seus animais com algumas
propriedades fazendo parte da Lista TRACE, autorização
para que a carne desses animais possa ser exportada para
Europa”, conta.
Com mais de 5 milhões de análises por ano, a APCBRH possui técnicos que estão visitando frequentemente
os seus sócios e se reunindo para acompanhar as metas
e descobrir o grau de satisfação dos associados. “Recebemos equipamentos modernos que fazem exame de ureia
no leite (uns dos indicadores que a vaca está bem alimentada) e isso possibilita análise por preços extremamente
baixos”, diz.
Para o futuro, Altair Antonio Valloto conta que a Diretoria da Associação já aprovou a ampliação das instalações e aquisição de novos equipamentos. Também será
realizado um grande evento com os parceiros ouro, mas o
principal projeto é a elaboração de um Programa de Gerenciamento de Rebanhos Leiteiros, que será oferecido
aos produtores e técnicos, para que juntos possam fazer
um diagnóstico preciso das oportunidades de melhorias
no rebanho por meio dos índices zootécnicos.
NT
67
girolando
Congresso aponta novos caminhos para o
girolando
68
NT
Uma série de inovações tecnológicas na pecuária
leiteira foi apresentada durante o 1º Congresso
Brasileiro da Raça Girolando. O evento, realizado
entre os dias 22 e 24 de setembro, reuniu mais de 400
produtores rurais e pesquisadores no Tauá Grande
Hotel e Termas de Araxá, em Minas Gerais.
Várias autoridades participaram da solenidade
de abertura do Congresso, entre elas o secretário de
Agricultura de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, o
secretário de Ciência e Tecnologia de Minas, Narcio
Rodrigues, o prefeito de Araxá, Geová Moreira da
Costa, o presidente da Embrapa Gado de Leite, Duarte
Vilela, o presidente da Comissão
de Leite da CNA, Rodrigo
Alvim e o presidente da Fepale
(Federação Pan-americana do
Leite), Vicente Nogueira.
De acordo com o secretário
Narcio Rodrigues, a raça
girolando é uma obra genética
extraordinária. “O zebu foi
importado da Índia. O holandês
e outras raças taurinas vieram
da Europa. Já o girolando foi
uma raça criada aqui no Brasil
e, por isso, traz a identidade da
nossa pecuária. Temos interesse
em investir em novas tecnologias para garantir um
avanço ainda maior da raça. Vários investimentos já
estão sendo feitos nas instituições de pesquisa de
Minas Gerais para proporcionar essa evolução”, disse
Narcio.
Os números da Embrapa Gado Leite mostram
como os investimentos em melhoramento genético
levam ao aumento de produção significativa. De 1989
a 2010, a produção de leite por vaca girolando em
lactação subiu 239%. “A produção que antes era de
1990 kg/leite por lactação saltou para 4781 kg/leite. A
raça é responsável hoje por 80% da produção de leite
do país”, afirmou o presidente da Associação Brasileira
dos Criadores de Girolando, José Donato Dias Filho.
O Brasil produz cerca de 30 bilhões de litros de leite/
ano. Já Duarte Vilela ressaltou que há uma grande
demanda pela genética da raça Girolando o mercado
internacional.
A programação do Congresso incluiu uma série de
palestras técnicas. O pesquisador da Embrapa Gado
de Leite, Marcos Vinícius Barbosa da Silva, falou sobre
os avanços genéticos que a raça vem alcançando e
os projetos de seleção genômica. “Vamos iniciar a
mensuração de novas características da raça, como
termotolerância e de ordenha com/sem bezerro.
Para o próximo ano, vamos publicar a conclusão do
sequenciamento do genoma do girolando, o que
nos permitirá identificar marcadores específicos para
características que o mercado deseja”, explicou
Silva. As pesquisas com o genoma estão sendo
desenvolvidas em parceria com a Universidade de
Guelph, do Canadá, e a USDA.
A pesquisadora da Embrapa
Gado de Leite, Marta Martins,
falou sobre a formação do Banco
de DNA da raça girolando, que
já conta com 1.063 amostras
coletadas dos touros e de filhas
dos reprodutores do Teste de
Progênie da Girolando.
Os estudos com genoma
bovino também foram abordados
pelo professor da UNESP,
José Fernando Garcia. “Com o
desenvolvimento de ferramentas
genômicas
(especificamente
os painéis de marcadores SNP
de alta densidade), passa a ser possível realizar o
ajuste fino dos cruzamentos e pré-determinar os tipos
animais exigidos para cada sistema de produção.
É necessário, entretanto, aproveitar a organização
e os avanços conquistados pelo programa de
melhoramento genético hoje existente no girolando
para desenvolver as pesquisas necessárias para criar
testes de DNA preditivos para determinar a melhor
combinação cromossômica para cada sistema”,
explica Garcia.
Outro assunto no Congresso foi a estratégia de
cruzamentos na pecuária de leite no Brasil. O consultor
e ex-professor da Universidade Federal de Minas
Gerais, Fernando Enrique Madalena, destacou a
evolução dos cruzamentos a partir da década de 70.
De acordo com a pesquisadora da Embrapa Gado
de Leite, Elizângela Guedes, a atividade agrícola
evoluída e com boa rentabilidade é baseada em três
pilares: manejo nutricional, melhoramento genético e
saúde animal. “Se houver um desbalanço entre esses
NT
69
três itens, o sistema de produção deixa de ser atrativo
e lucrativo para o produtor”, informou Elizângela.
A pesquisadora lembra que novas alternativas
de controle e tratamento baseadas no material
genético, ou seja, no DNA dos animais estão sendo
pesquisadas. “Uma delas é a seleção genômica de
animais resistentes a vermes e carrapatos, através dos
estudos de associação. Seguindo por esse caminho,
pretendemos obter os fenótipos (contagens de ovos
de vermes nas fezes e contagem de carrapatos) e os
genótipos que são indispensáveis para a realização
de um estudo genômico, a partir dos animais
inscritos no Teste de Progênie da Girolando. A análise
desses dados permitirá a identificação de regiões
que contenham genes responsáveis pela resistência
ou susceptibilidade desses animais a vermes e
carrapatos”, acrescentou.
As novidades na área de produção, fertilidade e
termotolerância na raça girolando foram apresentadas
pelo professor da UNESP, José Luiz Moraes de
Vasconcelos. Já o professor da Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG), Ronaldo Braga Reis,
abordou os desafios na ordenha de vacas Girolando
F1. O professor da Universidade Federal de Lavras
(UFLA), Marcos Neves Pereira, encerrou a rodada de
palestras apresentando o potencial do girolando para
alta produção de leite e sólidos.
A formação de um Comitê Técnico Independente,
formado por pesquisadores das principais
universidades e centros de pesquisa brasileiros
interessados em contribuir com a consolidação da
raça girolando, foi uma das sugestões apresentadas
durante o debate.
Para Mauricio Coelho, vice-presidente da
Associação Brasileira do Girolando e coordenador
do Congresso, a iniciativa teve sucesso absoluto.
“Realizar o 1º Congresso Brasileiro da Raça Girolando
foi uma satisfação muito grande para todos nós da
diretoria. Pela primeira vez conseguimos reunir na
mesma mesa pesquisadores, técnicos, criadores e
a própria Associação para debater o futuro da raça
Girolando, nossas fortalezas e os maiores desafios.
Foram discussões maduras que resultaram na certeza
de que temos muito trabalho pela frente, mas que
serão trabalhos coordenados para a evolução da
raça girolando na direção de atender a demanda do
mercado nacional e internacional”, destaca.
Além das palestras, os participantes do Congresso
puderam conferir as novidades apresentadas por várias
empresas do setor, entre elas os Parceiros Master
da Girolando: Nutron, Sersia France, Elanco, Pfizer,
Semex, Intervet, CRV Lagoa, GEA Farm Technologies,
RealH e ABS Pecplan.
O aditivo antimicotoxinas aprovado
in vivo contra fumonisinas e aflatoxinas
O aditivo antimicotoxinas
Oaprovado
aditivo antimicotoxinas
in vivo contra
Controle
de precisão
aprovado inde
contra
fumonisinas
evivo
aflatoxinas
micotoxinas
fumonisinas e aflatoxinas
shaping tomorrow’s nutrition
shaping tomorrow’s nutrition
70
NT
SAC: 0800.979.99.94
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www.nutron.com.br
71
NT
03.08.10 15:50:05
Erika Prieto
é Zootecnista - Coordenadora de Qualidade Assegurada
- Depto. Técnico da Qualidade Nutron
nutrição do amanhã
Dioxinas
e Metais
Pesados
Conhecendo
os Riscos da
Contaminação
72
NT
Um dos problemas mais sérios que afetam na atualidade à segurança dos alimentos é a presença de altos
níveis de contaminantes nas matérias-primas utilizadas
na alimentação animal.
Os episódios da Vaca Louca, Febre Aftosa e Gripe
do Frango, aumentaram a preocupação com a contaminação das matérias-primas utilizadas na alimentação
animal, uma vez que o Brasil é um dos principais exportadores de proteína animal.
Entre estes principais contaminantes, podemos citar: dioxinas, metais pesados, furanos, melamina, etc.
O problema surge quando estes contaminantes
chegam ao consumidor a níveis que podem ser prejudiciais para sua saúde humana.
É essencial, conhecer os riscos das matérias-primas, para podermos controlar e monitorar estes contaminantes, mantendo-os em níveis aceitáveis e que não
sejam prejudiciais á saúde animal e conseqüentemente
a humana.
Dioxinas:
As dioxinas são uma classe de compostos químicos
amplamente reconhecidos como algumas das substâncias químicas mais tóxicas já produzidas pelo homem.
As dioxinas compreendem uma família de compostos aromáticos, constituída por dois grupos de compostos (PCDD e PCDF). Formadas por dois anéis de benzeno ligados entre si por duas pontes de oxigênio.
É estável e resistente a biodegradação, a conseqüência desta estabilidade é a não destruição e a acumulação destes produtos na natureza, nos vegetais e
animais, em particular no organismo humano.
Uma vez lançadas no meio ambiente, as dioxinas
podem alastrar-se por grandes distâncias, carregadas
por correntes aéreas e marinhas. Por possuírem essa
capacidade de disseminação, as dioxinas representam
um tipo de contaminante onipresente, que pode ser encontrado nos tecidos, no sangue e no leite materno das
populações de quase todos os países do mundo.
São subprodutos dos processos industriais (metalurgia, siderurgia, químicas, reciclagem de metais, indústrias de celulose, incêndios florestais, incineração
e fontes ambientais), formados em condições de combustão incompleta.
Em relação às fontes de minerais, utilizadas na alimentação animal, deve-se ter uma atenção especial na
produção de sulfato de cobre. O uso de fios de cobre,
com resíduos plásticos em reatores a elevadas temperaturas pode ocasionar a liberação de dioxinas.
A análise laboratorial é realizada através de espectrofotometria de massa e o resultado é dado na ordem
de picogramas (pg). As análises de dioxinas são caracterizadas pelo alto custo, em decorrência da dificuldade de execução e da conseqüente pequena quantidade
de laboratórios aptos a realizarem este trabalho.
Metais pesados:
O termo metal pesado refere-se a qualquer elemento químico metálico que tenha uma densidade relativamente alta e seja tóxico em baixas concentrações.
Os metais pesados podem ser: cobre, selênio, zinco em
concentrações acima do recomendado, mercúrio, cádmio, arsênio, cromo, vanádio e chumbo.
São elementos bioacumulativos, altamente reativos e que não podem ser degradados, são amplamente
distribuídos no ar; água, solo e alimento;
Estudos mostram que, a distribuição dos metais pesados pelo organismo animal depende de uma série de
fatores como intervalo de exposição, quantidade ingerida, fase produtiva e/ou reprodutiva, idade e raça. E sua
deposição no organismo não depende exclusivamente
da concentração na fonte, mas também do equilíbrio
metabólico dos demais minerais que são absorvidos.
Em razão do desequilíbrio entre os minerais, os mecanismos de absorção e excreção dos metais pesados
são comprometidos, gerando maior acúmulo deles nos
órgãos.
A análise laboratorial, destes metais pode ser realizada através de absorção atômica ou ICP com digestão
em microondas.
Importante salientar, que o processo industrial está
caracterizado pelo uso de insumos (matérias-prima,
água, energia, etc) que, submetidos a uma transformação, dão lugar a produtos, subprodutos e resíduos.
Cada um destes processos industriais - metalurgia,
química e alimentícia - possuem diferentes tipos de
resíduos, que requerem tratamentos especiais em cada
situação.
Quando este resíduos não são devidamente tratados, poluem o meio ambiente, podendo contaminar
matérias-primas que serão utilizadas na alimentação
animal.
Outra fonte importante de contaminação do ambiente por metais pesados são os incineradores de lixo
NT
73
4]b]a(1{aO`;OQVOR]
74
Arsênio
Metalurgia, Manufatura de
vidros e fundição, fabricação
de ligas metálicas, pigmentos e
reagentes.
Cádmio
Soldas, baterias e pilhas
Chumbo
Fabricação e reciclagem de
baterias de autos, indústrias de
tintas, pintura em cerâmica e
soldagem.
Mercúrio
Indústrias de Cloro-solda,
garimpo de ouro e lâmpadas
fluorescentes.
A importância do controle
Conclusão
Recentemente, detectaram níveis de dioxinas, acima do permitido em Bicarbonato de Sódio produzidos
na Alemanha e em Sulfato de Cobre produzidos na
Romênia.
Devido aos diversos problemas de contaminação,
vinculados ao tema da nutrição e a fraudes de alimentos se faz necessário, conhecer as novas políticas,
normativas e regulações específicas que se geram nos
laboratórios de controle da qualidade e que incidem
diretamente nos modelos de gestão das empresas do
agro-alimentares.
Para avaliação de riscos destes contaminantes na
alimentação animal, é imprescindível conhecer a fonte
e o processo produtivo de cada uma das matérias-primas utilizadas, bem como analisar os riscos envolvidos
em cada etapa.
A preocupação com segurança dos alimentos permeia as atividades do agronegócio. De fato, vários problemas relacionados à segurança dos alimentos podem
ser originados de matérias primas para alimentação
animal. Os contaminantes, além de prejudicar a saúde
do consumidor, podem comprometer as exportações
do Brasil e danificar seriamente o balanço das empresas.
A produção dos alimentos é um processo complexo
e pode ter inúmeras variáveis que interferem no seu
desempenho. Se faz necessário identificar estas causas
e utilizar ferramentas adequadas para que ocorra redução dos níveis de contaminantes e uma melhora na
qualidade e segurança dos alimentos.
O consumidor tem o direito de saber qual a procedência, bem como o respectivo grau de segurança e de
qualidade dos alimentos que tem adquirido.
NT
dd 2
Indústrias
19.08.10 14:42:15
fotos.in
Metal
Pesado
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Fontes de contaminação com metais
pesados
É essencial, elaborar um procedimento para qualificação e aprovação de fornecedores, que atenda de forma
segura e completa todos os itens relacionados à qualidade
e segurança do produto. Esta qualificação pode ocorrer
através do envio de uma amostra para análise, de certificados de qualidade, histórico de análises, ou até mesmo
mediante auditorias, com um check-list previamente desenvolvido para cada tipo de família de produto.
A aquisição de matérias-primas de qualidade é de
suma importância, por isso ter padrões para a aquisição, fazer uma boa amostragem na chegada, avaliar
os padrões no laboratório, e ter um bom processo, será
capaz de preservar a qualidade das matérias primas e
conseguir traduzir fielmente a fórmula da ração.
Os órgãos competentes, nacionais e internacionais,
possuem programas para gestão de riscos deste contaminantes.
O Ministério da Agricultura através do Plano Nacional de Controle de Resíduos Biológicos em produtos de
Origem Animal ( PNCRB), disse que no ano de 2011, irá
reforçar o programa de controle de resíduos biológicos
em carnes (bovina, de aves, suína e equina), leite, mel,
ovos, pescado e avestruz
Este programa visa monitorar o controle de resíduos
de produtos veterinários e contaminantes (antibióticos,
antiparasitários, agrotóxicos e metais pesados), que
possam oferecer riscos à saúde dos consumidores.
O FDA (Food and Drug Administration), possui um
Programa de Monitoramento para Dioxinas, visando
apoiar ações de gestão de riscos adequadas; obtenção
de banco de dados com níveis de dioxinas em matériasprimas e rações que são susceptíveis á este tipo de
contaminação, com isto, determinando oportunidades
de eliminação ou redução substancial destes níveis.
:15
19.08.10 14:42
urbano e industrial, que provocam a sua volatização
e formam cinzas ricas em metais, como mercúrio,
chumbo e cádmio. Quando absorvidos pelo ser humano, estes se depositam no tecido ósseo e gorduroso e
deslocam minerais nobres dos ossos e músculos para
a circulação.
Um resíduo não é, por princípio, algo nocivo. Muitos
resíduos podem ser transformados em subprodutos ou
em matérias-primas para outras linhas de produção.
A manipulação correta de um resíduo tem grande
importância para o controle do risco que ele representa, pois um resíduo relativamente inofensivo, em mãos
inexperientes, pode transformar-se em um risco ambiental bem mais grave.
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Aldair de Souza Santos
é Químico e Analista de Laboratório Sênior, atuando
como Consultor NIR na Nutron Alimentos para clientes
da América Latina.
nutrição do amanhã
TECNOLOGIA
NIR
Parte II
Na edição anterior da revista NT abordamos a tecnologia NIR que aos poucos vem ocupando espaço no
cenário analítico mundial e se definindo como uma
importante ferramenta de controle de qualidade e,
sobretudo, de lucratividade. Empresas de diversos seguimentos fazem da tecnologia NIR uma ferramenta
de suporte indispensável para assegurar a qualidade
de seus ingredientes e produtos.
Nesta edição queremos apresentar alguns
comentários com relação à utilização da tecnologia
NIR no controle de qualidade de ingredientes e rações,
ganhos econômicos com a utilização da tecnologia NIR
e a experiência do Grupo Provimi com a tecnologia
NIR, sua estrutura, desenvolvimentos e serviços.
Controle de qualidade de ingredientes
e rações
Como dito acima, empresas de vários seguimentos fazem uso da tecnologia NIR. Temos vários exemplos de empresas de nutrição animal ou produtoras
de grãos e insumos que utilizam a tecnologia NIR para
assegurar a qualidade de seus produtos. Com a instalação de um equipamento NIR é possível controlar,
com altíssima velocidade, a qualidade dos produtos
que chegam à fábrica. Deste modo, produtos que estão fora das especificações podem ser rejeitados ou
seus custos podem ser renegociados, possibilitando a
adequação nas formulações.
Algumas empresas produtoras de alimentos, após
a instalação de um equipamento NIR, afirmam que
a qualidade dos produtos recebidos de seus fornecedores é superior aos produtos recebidos antes da
instalação do equipamento NIR. Com o monitoramento realizado com equipamento NIR é possível flagrar
produtos que estão fora das especificações e contatar
o fornecedor imediatamente, por este motivo o fornecedor passa a certificar a qualidade de seus ingredientes antes de enviá-los.
76
NT
NT
77
praticamente impossível controlar lote a lote todos os
Além de assegurar a qualidade dos ingredientes,
ingredientes que chegam, mas com um equipamento
um grande percentual de empresas utiliza um equipaNIR isso é completamente viável.
mento NIR para ajustar suas fórmulas e, deste modo,
Como vimos anteriormente, utilizando a tecnologia
assegurar a qualidade dos alimentos produzidos. Com
NIR podemos assegurar a qualidade dos ingredientes
a avaliação das rações após a produção podemos mosegregando-os ou impedindo-os de entrar na fábrica,
nitorar o desempenho da fábrica, reter ou reprocessar
ou ainda, renegociar preços quando se apresentarem
o produto quando necessário.
fora dos padrões. Podemos ainda, ajustar as matrizes
Muitos nutricionistas utilizam o NIR como ferranão com médias mensais, mas por lotes, reduzindo as
menta de suporte, e ajustam as matrizes nutricionais
margens de seguranças nas formulações e ampliando
a partir das predições NIR que levam pouquíssimo
o número de análises realizadas com baixo custo por
tempo para serem obtidas. Com isto, reduzem a maranálise.
gem de segurança aplicada sobre as fórmulas devido
Por fim, podemos assegurar o bom desempenho
à incerteza dos níveis nutricionais dos ingredientes da
dos alimentos produzidos. No entanto, tudo isso demesma. Isto possibilita reduzir os custos de produção,
penderá de uma mudança de culpois os ajustes são feitos com métura e grande integração entre as
dias mais próximas da realidade.
A implantação da
É possível, também, obter melhor
tecnologia NIR assegura a áreas envolvidas.
Recordando que um equipadesempenho dos animais, pois
qualidade dos ingredientes mento NIR possibilita predizer
as variações na qualidade das
bem como das rações
níveis de proteína bruta, umidade,
matérias-primas são ajustadas
produzidas.
gordura, fibra e outros parâmeregularmente.
tros nos mais diversos ingredienEm geral, quando dependetes, podem imaginar quanto perdemos ou deixamos
mos de análises convencionais de laboratório, o temde ganhar por não analisar tudo o que recebemos.
po de resposta chega a mais de uma semana e, na
Devido a estes e outros fatores, é que muitas emmaioria das vezes, quando o resultado chega, o propresas ao redor do mundo tem utilizado a tecnologia
duto já foi utilizado na produção ou o alimento já foi
NIR em seus processos de produção ou de controle de
consumido nas dietas. Com a instalação de um equiqualidade.
pamento NIR os resultados são obtidos em menos de
um minuto, bastando apenas uma boa amostragem
e, em alguns casos, o preparo (moagem) da amostra
Ganhos econômicos com a utilização
para obtenção dos resultados de análises por NIR.
da Tecnologia NIR
Num cenário de laboratório convencional, devido ao custo de análise ou escassez de mão-de-obra,
Os ingredientes utilizados nas formulações poalgumas empresas trabalham com médias mensais
dem sofrer grandes variações em suas composições
obtidas de um pequeno número de análises e outras
nutricionais, em virtude de inúmeros fatores, como
sequer analisam os ingredientes, ficando à mercê de
genética do grão, adubação, armanezamento, época
seus fornecedores.
do ano, entre outros. Essas variações existentes nas
Algumas experiências com NIR revelaram simatérias-primas, se não identificadas e ajustadas cautuações em que a média mensal utilizada na matriz
sam grandes impactos no desempenho animal com
possuía altíssimo coeficiente de variação e que de
perdas econômicas significativas.
uma semana para outra existiam grandes variações.
A implantação da tecnologia NIR assegura a quaQuando se trabalha com um equipamento NIR é possílidade dos ingredientes bem como das rações provel reduzir os intervalos para ajustes em matrizes nuduzidas. Ou seja, o NIR torna-se uma ferramenta de
tricionais. Isso devido à capacidade de realizar várias
fundamental importância para garantir que o produto
análises num mesmo dia com baixíssimo custo. Deste
formulado seja a ração consumida pelo animal.
modo é possível obter uma formulação mais precisa.
Podemos afirmar que um NIR possibilita ganhos
Com o NIR é possível analisar todas as cargas reeconômicos de grandes proporções, desde que suas
cebidas e analisá-las ainda no recebimento. Quando
informações sejam utilizadas de alguma maneira para
há silos disponíveis, é possível segregar os ingredienaperfeiçoar o processo. Lembrando, que estes ganhos
tes de acordo com os seus perfis nutricionais para
somente são identificados quando agimos a partir das
posterior utilização. Com análises laboratoriais seria
informações geradas pelo equipamento NIR.
78
NT
A economia do equipamento NIR na nutrição pode
ser evidenciada de forma simples, conforme exemplo
abaixo:
Na formulação de uma ração de crescimento para
frangos de corte, quando se ajusta a proteína bruta de
45.5% para 46% na matriz nutricional do farelo soja
gera-se uma redução de R$ 2,00/tonelada de ração.
Já no caso do milho, para uma adequação do extrato etéreo de 3.5% para 4% a economia no custo da
ração é de R$ 3,00 por tonelada.
Neste caso demonstrado acima, se ambos os ajustes
forem necessários em uma mesma formulação, o cliente
chega a economizar R$ 5.000,00 a cada 1.000 toneladas produzidas, e somente na ração crescimento.
Ressaltando que esses valores de economia podem ser ainda maiores, dependendo dos preços e das
disponibilidades das matérias-primas na ocasião
Portanto, fica evidenciado que o tempo de resposta de um equipamento NIR e a tomada decisão
imediata são elementos fundamentais para obtenção
destes ganhos econômicos e para consolidar a “nutrição de precisão”.
Experiência do Grupo Provimi (Nutron)
com a tecnologia NIR
Com a tecnologia NIR é possível estruturar um
“network” com equipamentos instalados em diversas
unidades e monitorados a partir de uma central de
desenvolvimento e controle de dados.
O Grupo Provimi, que está presente em todo o
mundo, e a Nutron Alimentos, companhia do grupo,
faz parte deste seleto conglomerado de empresas que
utilizam a tecnologia NIR para assegurar a qualidade
de seus produtos e serviços.
O Grupo Provimi, que atualmente possui uma rede,
ou Network NIR, com 210 equipamentos interligados
entre si fazendo uso do mesmo banco de dados, possui uma ampla experiência na utilização da tecnologia
NIR. O Network NIR Provimi tem aproximadamente 14
anos, enquanto algumas de suas empresas possuem
experiências ainda maiores. A coordenação mundial
do Network NIR Provimi está situada na França, de
onde são desenvolvidas as equações de predição NIR
e para onde são enviados todos os dados que compõem estes trabalhos.
Com a implantação do Network NIR a Provimi possibilitou o crescimento igualmente proporcional em
suas unidades. Os benefícios da tecnologia NIR estão
presentes em 40 unidades e dois centros de pesquisas do Grupo.
Com a estruturação de um Network NIR é possível acelerar o processo de desenvolvimento de
curvas, pois vários laboratórios contribuem com
espectros e análises dos ingredientes a serem calibrados no NIR. Também o nível de conhecimento e
as soluções atingem o mesmo perfil de qualidade,
pois os diversos desafios são tratados de forma Global e não isolada.
Hoje a Provimi disponibiliza também aos seus clientes o acesso ao seu Network NIR, de modo que possam utilizar suas curvas, com treinamento e suporte
permanente por telefone, e-mail e visitas periódicas.
A estrutura do Network NIR Provimi conta atualmente
com 80 equações de predição NIR disponíveis, sendo
66 de matérias primas de origem animal e vegetal, 12
de alimentos terminados e 2 de ensilagens. O suporte
aos clientes Provimi é realizado através de especialistas que estão em suas empresas nos diversos países
onde atua. Para a América Latina há representações
Provimi no Brasil, Argentina, Colômbia e México,
sendo que a coordenação central do cluster está no
Brasil, através da unidade Provimi brasileira (Nutron
Alimentos), que é responsável pelo suporte aos clientes brasileiros e alguns clientes no México, Venezuela,
Colômbia e Chile.
Atualmente, 80% dos equipamentos no Network
NIR Provimi são de clientes, totalizando 168 equipamentos dos 210 existentes. Para estruturar uma
equação (curva) de predição NIR robusta é necessária
uma grande quantidade de amostras e de análises de
laboratório, tornando o equipamento, num momento
inicial, pouco utilizado por quem o adquire. Por este
motivo há esta grande adesão por parte dos clientes,
que além de poderem utilizar seu NIR imediatamente ainda contam com todo o suporte e robustez das
equações NIR Provimi.
Numa outra oportunidade retornaremos para
abordar outros temas referentes à tecnologia NIR:
pontos importantes para utilização de um equipamento NIR, como assegurar seu bom funcionamento
e interação entre NIR e laboratório químico.
NT
79
aves
Paulo Leandro da Rosa e Silva
Engenheiro Agrônomo e Consultor Técnico Aves
Nutron Alimentos
a influência do
A expansão do mercado avícola
e sua busca por excelência exigem
que se obtenham animais de máximo desempenho e rendimento. Nesse contexto, a produção industrial de
pintos de um dia se constitui como
etapa crucial para o sucesso da atividade, cabendo ao incubatório disponibilizar para o mercado pintinhos
que apresentem um excelente desempenho zootécnico.
Há alguns anos a incubação
deixou de ser considerada apenas
uma etapa necessária passando ao
status de etapa estratégica, já que
o desempenho técnico e econômico
do lote de frangos de corte depende
diretamente da qualidade dos pintos
alojados. Pintos de baixa qualidade
não atingirão bons resultados, pois
seu desenvolvimento inicial e imunidade foram prejudicados por fatores
que atuam no processo de incubação
e que muitas vezes passam despercebidos.
Fatores como manejo e estocagem dos ovos, manejo de incubadora, nascedouros e condições de manejo do nascimento até a entrega dos
pintos na granja exercem influência
direta sobre a taxa de eclosão dos
ovos, bem como sobre a qualidade
do pintinho de um dia. O sucesso da
incubação é obtido quando todos
esses fatores são criteriosamente
acompanhados e controlados.
PROCESSO DE
INCUBAÇÃO
SOBRE A QUALIDADE
DE PINTOS DE UM DIA
César Machado - Agrostock
80
NT
NT
81
Este tipo de avaliação é importante e não se deve
deixar de realizá-la no incubatório e no momento do
alojamento dos lotes. No entanto, por ser subjetiva,
varia de avaliador para avaliador, podendo gerar resultados diferentes para um mesmo lote pela ausência
de critérios claros e padronizados que proporcionem
resultados confiáveis e seguros.
Assim, na avaliação do processo de incubação não
devem ser considerados apenas aspectos qualitativos;
precisam ser incorporados na rotina procedimentos
diários de medição de características quantitativas da
qualidade. Essas características, avaliadas ao longo de
todo o processo, fornecem informações relevantes sobre parâmetros e procedimentos adotados, de modo
que se atinja alta eclodibilidade e se produzam pintos
de alta qualidade. A eclodibilidade é uma avaliação
mais específica do incubatório, pois utiliza a relação
entre os pintos nascidos e o total de ovos férteis incubados. Para essa avaliação é indispensável que seja
realizada a ovoscopia (processo em que há a retirada
de ovos claros ou inférteis, realizada entre o décimo e
décimo segundo dia de incubação ou na transferência
da incubadora para o nascedouro). A eclosão, por sua
vez, é obtida pela relação entre o número de pintos
nascidos e o total de ovos incubados, representa um
índice geral, que caracteriza o desempenho tanto da
granja produtora de ovos quanto do incubatório.
METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO
NUMÉRICA DA QUALIDADE DE
PINTOS NO INCUBATÓRIO
Este método consiste em equalizar e ponderar
quatro características mensuráveis que influenciam
diretamente a qualidade dos pintos:
• Ovos Contaminados na Transferência (%);
• Média Ponderada dos Dias de Estoque dos Ovos;
• Perda de Peso na Transferência (%);
• Relação Peso do Pinto x Peso do Ovo - RPPxRPO (%).
82
NT
PROCEDIMENTOS PARA OBTENÇÃO
DOS DADOS
Ovos Contaminados na Transferência
No momento em que se faz a transferência dos ovos
da incubadora para o nascedouro (18,5 - 19 dias) retiramse todos os ovos contaminados. O número de ovos retirados é dividido pelo total de ovos incubados do aviário
ou lote, como estiver identificado na ficha de incubação.
Exemplo: Para 5 ovos contaminados em 15.200 ovos incubados, temos 0,03% de ovos contaminados.
Média Ponderada dos Dias de Estoque
dos Ovos
Este dado é obtido diariamente a cada incubação,
no momento de preparo da carga a ser incubada no
dia. Se na mesma carga de um aviário há ovos de diferentes dias de estocagem, o estoque médio deve ser
ponderado. Multiplica-se a quantidade de ovos pelo
dia de estocagem, soma-se e divide-se pelo total de
ovos incubados do aviário, conforme Tabela 1.
TTabela
abela11
Média ponderada dos
Média ponderada dos
dias de estoque dos ovos.
dias de estoque dos ovos.
QUANTIDADE
DE OVOS
ESTOQUE (DIAS)
2.880
1
2.880
2
2.000
3
1.200
4
8.960
TOTAL
Estoque médio ponderado
RESULTADO
2.880
5.760
6.000
4.800
19.440
2,16 DIAS
Relação Peso do Pinto x Peso do Ovo
A fórmula é simples, basta apenas dividir-se o
peso médio dos pintos pelo peso médio dos ovos incubados. O resultado final é a relação, expressa em
percentual. Como exemplo de cálculo, para um peso
médio dos pintos amostrados no momento da saída dos nascedouros de 44,09g, divide-se este valor
pelo peso médio dos ovos amostrados na incubação,
65,04g, multiplica-se por 100, obtendo-se o valor de
67,78% de relação corporal pinto/ovo.
Para facilitar a obtenção da perda de peso na
transferência e da relação corporal no nascimento,
podemos utilizar amostras de 400 a 500 ovos por lotes de matrizes que formam a carga de incubação do
dia. É fundamental a correta identificação das bandejas para que não ocorram erros decorrentes da troca
de dados.
Essas quatro características medidas diariamente fornecem um raio-X do processo de incubação por
meio de informações preciosas sobre a qualidade dos
pintos que se está produzindo. A análise desses dados
deve ser realizada buscando-se atingir os seguintes
parâmetros de qualidade (Tabela2).
TTabela
abela22
Parâmetros
recomendados
as
Parâmetros
recomendadospara
para as
características
de qualidade
características
de qualidadede
depintos
pintos
CARACTERÍSTICA
PARÂMETRO
MEDIÇÃO
Dias de estoque Média Ponderada
2-4 dias
Contaminação
Abaixo 0,17%
Transferência
Perda de peso
13%
Amostra
na transferência
Hidratação Nasc.
68%
Amostra
(RP P x RPO)
*Valores aproximados baseados nos melhores resultados
de desempenho de campo observados. Informação pessoal.
Perda de Peso na Transferência
Para obter a perda de peso na transferência deve-se
efetuar o cálculo no momento em que serão transferidos os ovos das bandejas de incubação para as bandejas de eclosão, obedecendo à identificação da amostra
das bandejas específicas. Como pesar todas as bandejas dos lotes demandaria muito tempo, atrasando a
operação de transferência, realiza-se amostragem dos
lotes de matrizes por origem e por incubadora.
Como exemplo de cálculo, para um peso médio dos
ovos amostrados na transferência de 56,25g, dividese este valor pelo peso médio dos ovos amostrados na
incubação, que nesse exemplo é 65,04g, multiplica-se
por 100 e subtrai-se o resultado de 100, obtendo-se o
valor de 13,5% de perda de peso.
Após nascimento e retirada dos pintos dos nascedouros não há procedimento capaz de melhorar a
qualidade destes. A qualidade pode apenas ser piorada ao longo do processamento, durante sexagem, vacinação, formação dos lotes, expedição e transporte.
Todas as tarefas que fazem parte do processamento
dos pintos nascidos devem ser monitoradas diariamente como forma de verificar se são responsáveis
pela manutenção da qualidade dos pintos ou se a estão reduzindo.
Situações indesejáveis que reduzem a qualidade
dos pintos durante seu processamento e transporte:
• Mistura de linhagens para formar lotes.
• Desuniformidade de peso dos pintos superior a 3
gramas entre os lotes de matrizes que compõe o lote
para alojamento.
• Erro de sexagem superior a 3%.
• Erro da vacinação injetável superior a 1,5%.
• Quantidade de pintos por caixa diferente de 100.
• Tempo de expedição dos lotes superior a 6 horas.
• Peso médio dos pintos inferior a 33 gramas.
• Temperatura no transporte de pintos inferior a
25°C ou superior a 27°C.
• Mortalidade no transporte de pintos.
• Pintos no chão do furgão de transporte.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
César Machado - Agrostock
De modo geral, quando falamos de qualidade de
pintos nos referimos a aspectos qualitativos, apenas
visuais, como:
• Penugem bem seca, longa e fofa;
• Olhos brilhantes, redondos e ativos;
• Comportamento ativo e alerta;
• Umbigos completamente cicatrizados;
• Pernas brilhantes e cerosas ao tato;
• Ausência de tornozelos avermelhados;
• Ausência de deformidades (por ex. pernas tortas,
pescoço torcido ou bico cruzado).
O sucesso do processo de incubação depende,
em primeira instância da qualidade da matéria-prima
(ovos férteis/incubáveis) fornecida pelas granjas de
matrizes, que deve garantir a qualidade física e química dos ovos a serem incubados.
O incubatório deve estabelecer uma logística adequada de armazenamento e incubação considerando
as diferenças que existem entre lotes e dentro dos lotes. É de suma importância o rigoroso controle de todos os fatores que envolvem o processo de incubação.
As monitorias de rotina ovoscopia, mortalidade embrionária e gravidade específica são fundamentais
para um correto e eficiente gerenciamento do processo de incubação. Além destas monitorias devem
ser incorporadas medições de ovos contaminados na
transferência, dias de estoque médio dos ovos, perda
de peso na transferência e relação corporal dos pintos
ao nascer.
Como relatado, as características de qualidade de
pintos de origem qualitativas são importantes, mas
não bastam para um eficiente gerenciamento do processo de incubação. O sucesso desse processo depende também da incorporação do controle das características quantitativas e das etapas subsequentes ao
nascimento dos pintinhos.
NT
83
Antônio Mario Penz Júnior
é Diretor Mundial em Avicultura
Provimi Group
aves
ALIMENTAÇÃO
DE FRANGO DE
CORTE
1. INTRODUÇÃO
Várias são as razões que justificam o uso de dieta diferenciada para frangos na
primeira semana de idade. Entre elas, nesta idade os frangos têm a anatomia e a fisiologia do aparelho digestivo diferenciadas das aves com mais idade; têm necessidades nutricionais muito limitantes pela dificuldade que têm em digerir e absorver
certos nutrientes; têm um rápido desenvolvimento potencial nestes primeiros dias
de vida e têm uma grande dificuldade em sobreviver em ambientes frios.
84
NT
São significativas as alterações anatômicas do
aparelho digestivo dos frangos de corte nos primeiros dias de vida. Após a eclosão, os pesos do próventrículo, da moela, do pâncreas, do fígado e do intestino delgado aumentam mais rapidamente do que
o peso corporal das aves. Nestes primeiros dias de
vida também ocorre um aumento no número dos enterócitos e na profundidade das criptas (NIR, NITSAN
e MAHAGNA, 1993, DROR, NIR e NITSAN, 1977 e NOY
e SKLAN 1997. Também é importante a passagem de
alimento pelo trato digestivo de pintos recém eclodidos, pois favorece o desenvolvimento dos enterócitos
e que, gradualmente, substituem aqueles formados
durante a fase embrionária. Estas rápidas alterações
do aparelho digestivo possibilitam um aumento de
consumo de ração e altera a digestibilidade dos nutrientes (MORAN, 1985).
César Machado - Agrostock
fase pré-inicial
2. ALTERAÇÕES ANATÔMICAS DO
APARELHO DIGESTIVO
3. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO
APARELHO DIGESTIVO
3.1. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS GLICÍDIOS
MORAN (1985) afirmou que a secreção de alfaamilase é substrato dependente, sendo influenciada pela quantidade de amido da dieta. DAUTLICK e
STRITTMATTER (1970) comentaram que as enzimas
maltase e sacarase atingem suas atividades máximas
quando os pintos têm 4 dias de idade. HOLDSWORTH
e WILSON (1967) citaram que o pico de transporte ativo de glicose no intestino ocorre quando os pintos têm
3 dias de idade. SHEHATA et al. (1981) observaram que
nos primeiros dias de vida a absorção de glicose passa
a ser predominantemente aeróbica e dependente de
sódio, o que não ocorre na fase embrionária.
NT
85
3.2. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE LIPÍDIOS
A digestão e a absorção dos lipídios é ineficiente nas primeira semanas de vida dos frangos. Isto
ocorre porque a concentração da proteína ligadora
de ácidos graxos e a secreção de sais biliares no intestino são baixas (KATONGOLE e MARCH, 1980); a
secreção de lipase é substrato dependente (KROGDAHAL, 1885); a circulação enterohepática é imatura após a eclosão (JEANSON e KELLOG, 1992). Entretanto, a digestibilidade dos lipídios aumenta com
a idade das aves (RENNER e HILL, 1960, CAREW et
al., 1972 e SELL et al., 1986).
3.3. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE PROTÍDIOS
Embriões são capazes de absorver aminoácidos
pelo intestino mesmo antes de eclodirem. Esta habilidade pode justificar o porque pintos recém eclodidos não têm problema para absorver aminoácidos
(HUDSON e LEVIN, 1968 e PRATT e TERNER 1971).
NITSAN et al. (1991) mostraram que os pintos eclodem com alguma reserva enzimática no pâncreas.
Entretanto, os autores verificaram que as atividades
específicas das enzimas tripsina e quimiotripsina diminuiram até 5 a 6 dias de idade após a eclosão e depois aumentaram rapidamente, alcançando os níveis
máximos com 10 dias de idade. Estas observações foram confirmadas por NIR et al. (1993). TARVID (1992)
verificou que no dia da eclosão os pintos já apresentavam pro-carboxipeptidase A e dipeptidases ativas
no lúmen do intestino. As enzimas proteolíticas são
substrato dependentes, logo o início da alimentação
após a eclosão é importante (AUSTIC, 1985 e TARVID, 1992)
Entretanto, é importante não fornecer dietas
para frangos, especialmente os mais jovens, com polissacarídios não amídicos solúveis (PNAS), pois eles
podem promover o aumento da viscosidade do conteúdo intestinal, comprometendo a digestão e a absorção dos glicídios, lipídios e protídios. Quanto mais
jovens forem os pintos pior será o efeito dos PNAS
(SCHUTTE, 1997).
4. APROVEITAMENTO DO SACO VITELINO
As substâncias contidas no saco vitelino são absorvidas diretamente pela membrana do saco vitelino e esta absorção se dá por fagocitose não específica. Também pode ser absorvida pelo epitélio do saco
vitelino ou pela mucosa intestinal, onde o último é
86
NT
o menos importante dos três (KROGDAHL, 1985 e
NOBLE e COCHI, 1990). O percentual de lipídios no
saco vitelino no momento da eclosão é de 50% (NOY
e SKLAN, 1997) e todas as substâncias lá presentes
são prontamente utilizadas nos primeiros 3 a 5 dias
de vida dos pintos (NIR et al., 1988 e VIEIRA, 1996).
DIBNER et al. (1998) comentaram que os nutrientes
disponíveis no saco vitelino não devem ser considerados como fonte primária de energia para os pintos.
Parte das proteínas são anticorpos maternos, importantes na imunidade passiva dos pintos. Os lipídios,
além da função estrutural, como componente das
membranas celulares, também favorecem as respostas imunes dos pintos. LI et al. (1998) demonstraram que o IgG do saco vitelino é absorvido continuamente pelo embrião durante a incubação e até
dois dias depois da eclosão e quanto maior a gema
maior a quantidade de IgG disponível para o pinto.
Linhagens de frangos de corte com maior velocidade
de ganho de peso apresentaram saco vitelino com
maior peso no momento da eclosão (NITSAN et al.,
1991) e retirando o saco vitelino dos pintos de um dia
,o ganho de peso deles foi inferior àquele dos pintos
que permaneceram com o saco vitelino (EDWARDS
et al., 1962).
Entretanto, é importante ressaltar que embora o
saco vitelino possa fornecer a maioria dos nutrientes
nas primeiras horas de vida dos pintos, é o estímulo de consumo de alimento sólido que propiciará as
principais alterações da estrutura física do aparelho
digestivo e de suas secreções, indispensáveis para a
digestão dos nutrientes neste momento (NEWEY et
al., 1970, MICHAEL e HODGES, 1973 e BARANYOVÁ e
HOLMAN, 1976).
5. CRITÉRIOS NUTRICIONAIS PROPOSTOS PARA
A PRIMEIRA SEMANA DE IDADE
Nos embriões, a principal fonte de energia são os
lipídios da gema e nos frangos, após eclosão, são os
glicídios. Esta alteração entre lipídios e glicídios é tão
importante que mesmo antes da eclosão o conteúdo
de açúcar no sangue começa a aumentar ao mesmo
tempo em que ocorre o início da atividade do sistema respiratório pulmonar dos embriões. A reserva
de glicogênio no fígado, armazenada durante a fase
embrionária, é obtida por gliconeogênese, a partir da
proteína da albumina (PONS et al., 1986). Ela só é suficiente para o primeiro dia de vida dos pintos. Após a
eclosão, o nível de glicogênio no fígado somente aumenta se os pintos ingerirem glicídios (BEST, 1966).
5.1. CONSUMO ALIMENTAR
NOY (1993), citada por NOY e SKLAN (1997), verificou que o principal efeito prejudicial do atraso do
início do consumo de alimento é que as diferentes
estruturas do aparelho digestivo crescem mais lentamente. CASTEEL et al. (1994) também identificaram
que o atraso do alojamento dos pintos pode comprometer o estado imunitário dos pintos. Esta afirmação
foi confirmada por DIBNER et. al. (1998) que verificaram que pintos mantidos em jejum nas primeiras
48 horas após eclosão tiveram menor peso de bursa de Fabricius que aqueles imediatamente alimentados após eclosão. Os autores verificaram que o
menor peso da bursa está relacionado com a menor
proliferação dos linfócitos. Eles também chamaram
a atenção que o jejum estimula a secreção de corticosteróides, que inibem a proliferação das células
imune.
Assim, é importante colocar os pintos rapidamente em contato com o alimento. Além disto, caso demorem para ser alojados, os pintos podem desidratarse e ter a cetose estimulada. A adição de glicose na
dieta pode aliviar esta situação. Entretanto, para que
ela seja minimizada, as aves devem receber o mais
breve possível água e alimento (MORAN, 1990).
5.2. USO DE SOLUÇÃO NUTRITIVA PARA FRANGOS DE CORTE PÓS ECLOSÃO
Tendo em vista o entendimento da necessidade
que os pintos têm de receber alimento imediatamente após a eclosão, algumas opções de dietas
para o primeiro dia estão tornando-se disponíveis.
NOY e PINCHASOV (1993) demonstraram que o
fornecimento, via oral, de 0,5 ml de uma solução
glicose:amido:óleo (1:1:1 vol/vol/vol) favoreceu o
desempenho de pintos a partir dos 13 dias de idade. Este efeito foi mais marcante quando os resultados foram comparados aos dos pintos que foram
mantidos sem alimento e sem água por 24 horas
após a eclosão. Os mesmos autores também estudaram o efeito do uso da mesma solução nutritiva
em pintos provenientes de lotes de matrizes novas (28 semanas de idade) ou velhas (70 semanas
de idade). Aos 40 dias de idade o uso da solução
nutritiva favoreceu o desempenho dos pintos das
duas origens. Frangos de corte provenientes de
matrizes novas, e que receberam solução nutritiva, apresentaram melhor peso do que frangos de
corte provenientes de matrizes velhas, e que não
receberam a solução nutritiva.
5.3. USO DE LIPÍDIOS NA DIETA PRÉ-INICIAL
A principal fonte de energia da dieta dos pintos
são os glicídios, que são facilmente digeridos e absorvidos desde a eclosão. Porém, uma dieta com alto
teor energético necessita ter na sua composição alguma fonte lipídica, de baixa disponibilidade nos primeiros dias de vida dos pintos. MAIORKA et al. (1997)
mostraram que dietas variando em energia metabolizável (2900, 3000 e 3100 kcal EM/kg) não proporcionaram alteração no consumo de alimento na
primeira semana de idade, alguma alteração na segunda semana e uma alteração marcante na terceira
semana. O consumo de ração só foi regulado pela
energia de uma maneira adequada na terceira semana de idade. Pelos resultados obtidos, não parece
ser pertinente o emprego de altos níveis de energia
proveniente de lipídios na primeira semana de idade
pois o maior consumo de energia não resultou em
um maior ganho de peso e uma melhor conversão
alimentar dos animais. Além disto, caso os lipídios
não sejam totalmente absorvidos, o que é provável,
ou que eles venham oxidados com o alimento, eles
poderão causar danos marcantes aos pintos na primeira semana de vida. Peróxidos, provenientes da
rancificação oxidativa dos lipídios, comprometem a
anatomia do trato digestivo e as células em geral,
além de prejudicar a disponibilidade de vários nutrientes, entre eles as vitaminas lipossolúveis, comprometendo o desempenho dos animais (CABEL et
al., 1988).
5.4. USO DE SÓDIO NA DIETA PRÉ INICIAL
MAIORKA et al. (1998), trabalhando com níveis
crescentes de sódio total (0,10%, 0,22%, 0,34% e
0,46%) em dietas de primeira semana de frangos
de corte, confirmaram que o nível adequado de sódio na fase pré-inicial é superior aquele sugerido
pelo NRC (1994) e muito próximo do recomendado por BRITTON (1992). VIEIRA et al. (2000) confirmaram a maior exigência de sódio na primeira
semana de idade. Os valores determinados para
consumo de ração, ganho de peso, conversão alimentar, consumo de água e maior umidade de carcaça foram 0,35%, 0,35%, 0,39%, 0,37% e 0,36%
de sódio, respectivamente. KRABBE (2000) também confirmou que a exigência de sódio para pintos na primeira semana de vida é superior a recomendada pelo NRC (1994).
VIEIRA et al. (2000), empregando dois valores
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87
de número de Mongin (160 e 240 meq/kg), não
encontraram diferenças entre eles em todos os
parâmetros avaliados. MONGIN (1981) sugeriu que
a melhor relação para frangos de corte seria de
250 meq/kg.
5.5. USO DE PROTEÍNA NA DIETA PRÉ-INICIAL
JENSEN et al. (1987) estudaram o efeito do uso
de diferentes níveis de proteína e de lipídios em
dietas isocalóricas empregadas na primeira semana de vida de frangos de corte sobre a deposição
de gordura abdominal no momento do abate. Após
a primeira semana, todos os frangos foram alimentados com as mesmas dietas de crescimento, final
e acabamento. Os autores não verificaram qualquer diferença de peso dos frangos no 7º, 28º e
49º dias de idade. Porém, a adição de proteína e
de gordura nas dietas pré-iniciais promoveram algumas variações no percentual de gordura abdominal dos frangos com 49 dias de idade
SCHUTTE et al. (1997) sugeriram que dietas
para pintos, à base de milho e farelo de soja, não
podem ter menos que 21% de proteína porque os
aminoácidos glicina+serina passam a ser limitantes. A exigência de glicina+serina para frangos
jovens foi estimada como 1,85%. Este valor está
muito acima de 1,25%, proposto pelo NRC (1994).
6. CONCLUSÃO
A dieta pré-inicial permite que sejam
empregados níveis de proteína e sódio superiores e de gordura inferior aos empregados nas dietas iniciais. Também para esta
dieta é possível a separação de ingredientes de melhor qualidade e o uso de aditivos
importantes como vitaminas, minerais, antioxidantes e antifúngicos. Esta dieta deve
ser usada em quantidade próxima de 100 a
150 g ou pelo período máximo de 7 dias.
5.6. DIÂMETRO GEOMÉTRICO MÉDIO
NIR et al. (1994) mostrou que pintos com 7 dias
de idade preferiram dietas grosseiramente moídas
do que finamente moídas. Isto não foi confirmado
por KRABBE (2000). O autor, avaliando diferentes granulometrias das dietas pré iniciais, constatou que partículas pequenas e grandes podem
comprometer o desempenho dos pintos O mesmo
autor não identificou qualquer efeito do DGM no
consumo de água das aves durante os 7 dias de
vida mas identificou que o aumento do DGM proporcionou um aumento no peso relativo da moela
e no comprimento relativo do intestino, efeitos que
desapareceram quando os frangos completaram
14 dias de idade. Ele observou que dietas com DGM
maiores proporcionaram uma redução na quantidade de proteína, cálcio, fósforo e sódio consumidas. Porém, também verificou que dieta finamente
moída (561 micra) comprometeu a energia metabolizável e a retenção de nitrogênio e de matéria
seca da dieta, que melhoraram com o aumento da
granulometria.
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suínos
ATÉ QUE PONTO A
AMBIÊNCIA NA
SUINOCULTURA
PODE CONTRIBUIR COM A
PRODUTIVIDADE
DO SETOR?
Tiago J. Mores
é Consultor Técnico de Suínos – Nutron Alimentos, Médico Veterinário com
graduação na Universidade do Estado de Santa Catarina e Mestrado com
ênfase em Sanidade Suína pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
São comuns hoje profissionais voltados para o estudo da ambiência animal associada ao conforto térmico
nos ambientes, galpões de produção e para o bem-estar
dos animais nas diferentes instalações e sistemas produtivos. O bem-estar animal pode ser definido como o
estado de um indivíduo em relação às suas tentativas
de se adaptar ao seu ambiente (Broom, 1986). Contida
neste conceito, a ambiência exerce grande influência na
adaptação do animal ao ambiente no qual se encontra
inserido.
Em busca do conceito ideal de ambiência, o setor de
avicultura já desenvolveu diferentes sistemas de criação
que satisfazem as exigências das aves, com isso podem, por exemplo, aumentar a densidade de animais no
galpão sem ter prejuízos no desempenho dos animais.
Como consequência, há otimização das instalações e redução dos custos de produção. Enquanto a avicultura já
tem definidos (e faz o controle) vários parâmetros como:
temperatura, amplitude de temperatura, umidade, quantidade de ar por animal, quantidade e intensidade de luz,
a suinocultura ainda está aprendendo a controlar a temperatura e amplitude (Figura 1).
O grande desafio da suinocultura moderna está dire-
tamente relacionado à exploração do máximo potencial
genético do animal, tanto no aspecto produtivo quanto
no reprodutivo. Atualmente todos os avanços obtidos
em relação à necessidade de manejo, sanidade, genética
e nutrição têm sido limitados pelos fatores ambientais,
principalmente pelo ambiente térmico e aéreo aos quais
os animais são submetidos. Tendo em vista a importância desse assunto, esse texto é a primeira parte de
três módulos, os quais serão publicados nas próximas
duas edições desta revista. Neste módulo, será discutida a importância da ambiência na produção de suínos,
bem como sua interação com as áreas de sanidade e
instalações. O segundo módulo tratará da aplicação da
ambiência nas fases de reprodução e maternidade, discutindo alguns pontos críticos de controle, bem como
os níveis críticos que, a partir dos quais, podem causar
prejuízos na produção e reprodução de suínos. Por fim, o
terceiro módulo terá uma abordagem dos benefícios da
ambiência nas fases de creche e terminação.
Com a intensificação da produção de suínos no Brasil,
a partir da década de setenta, eliminaram-se as opções
de busca, por parte dos animais, de um ambiente mais
propício ao seu bem-estar. Desde então, com a finalida-
César Machado - Agrostock
Figura 1. (a) Interior de uma instalação de frangos de corte. Nota-se a estrutura para controle ambiental como cortinas
e forro em excelente estado de conservação e presença de ventilação forçada para controle do ambiente. (b) Interior de
uma instalação de suínos em terminação com cortina feita de sacos de ração e em péssimo estado de conservação.
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de de conhecer a interação animal-ambiente-instalação
e ao mesmo tempo otimizar o sistema produtivo, vários
estudos foram realizados em busca dessas respostas.
Entretanto, os avanços nos sistemas de produção animal, tanto do ponto de vista genético, nutricional e gerencial, fazem com que o meio ambiente seja condição
indispensável para que o animal possa expressar o seu
máximo potencial produtivo, associado ao seu bem-estar. A partir deste ponto de vista, o produtor deve estar
atento ao agente estressor de qualquer natureza, seja
climático, físico, químico, biológico ou social.
O suíno é um exemplo de animas cujo conforto vem
sendo alterado pela intensificação da produção, caracterizada pela restrição de espaço, movimentação e interação social, o que traz como consequência secundária
o detrimento de seu conforto térmico, assim como da
sua produtividade. A determinação das exigências de
bem-estar animal em relação à saúde e à rentabilidade
da produção, constitui um grande desafio para a simplificação do manejo, redução dos custos e aumento da
produtividade. Este conhecimento tem servido de base
para as decisões modernas de controles ambientais em
sistemas intensivos de produção animal, pelo entendimento das respostas fisiológicas destes. Atualmente, os
conhecimentos de nutrição, sanidade, fisiologia e genética, isoladamente, acrescentam muito pouco, ou já chegaram a patamares em que encontram suas limitações na
inadequação das instalações, muitas vezes provocando
um microclima agressivo aos animais, o que tem como
consequência a limitação na produtividade. Em todas as
fases de produção, as perdas registradas na suinocultura, onde a maioria das instalações é inadequada às condições climáticas, ocorrem devido ao desconhecimento
dos princípios de ambiência pelos técnicos do setor. A
instalação deve visar o controle de elementos como a
temperatura, umidade relativa, ventilação, insolação,
além de higiene, presença de gases, poeira, alimentação
e bem-estar, que possibilitem o conforto ambiental, pois
cada categoria animal tem sua condição de ambiente
específica.
A interação entre a ambiência e a sanidade dos animais já foi descrita em vários trabalhos científicos. Em
pesquisa realizada por McLean (1969), o autor afirma
que, em estado de estresse térmico, o sistema imunológico dos animais fica debilitado, resultando numa ineficiência à resistência às infecções. Comenta ainda que
as doenças gastrintestinais são facilmente transmitidas,
mas podem ser evitadas com o controle da temperatura e da umidade do ar. Além disso, as diarréias suínas
têm seu aparecimento no rebanho quando submetidos
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a grandes variações de temperatura e de umidade e, enfermidades respiratórias surgem em condições ambientais desfavoráveis.
Os constituintes do ambiente onde o animal está inserido agem em conjunto, ou seja, a temperatura, umidade relativa, velocidade do ar, presença de gases e poeira
têm efeitos diretos sobre o bem-estar e, consequentemente, sobre a produção animal (Sartor et al., 2003). Na
prática, há uma interação entre essas vaiáveis, sendo
que cada uma delas pode ter efeito negativo no desempenho dos suínos.
TEMPERATURA
Segundo Nääs (1989), a termorregulação, apesar de
ser o meio natural de controle de calor pelo organismo,
representa esforços extras, levando a queda de produtividade. Além disso, o suíno não conta com a sudorese para se proteger das altas temperaturas (Dyce et al.,
1997), utilizando-se exclusivamente nesta situação da
respiração ofegante e mudanças comportamentais (Le
Dividich et al., 1998). O elevado metabolismo do suíno
associado a altas temperaturas dificulta ainda mais a
dissipação do calor (Mount, 1979). As altas temperaturas
podem afetar todos os estágios de desenvolvimentos, da
puberdade até a reprodução e nascimento dos leitões.
Alguns dos efeitos negativos do clima em suínos são:
atraso no desenvolvimento normal dos níveis de hormônios em leitoas, redução na taxa de concepção, aumento
na mortalidade de leitões ao nascimento, aumento na
incidência de aborto, mortalidade embrionária (Black et
al., 1993), além de prejuízos nas fases de creche e terminação no que diz respeito ao ganho de peso e conversão
alimentar.
Os efeitos das temperaturas elevadas sobre o desempenho reprodutivo, por exemplo, pode ser explicado,
pelo menos em parte, pela sua influência sobre o apetite e desnutrição derivado da inibição da secreção do
hormônio luteinizante (LH) e suas consequências sobre
o crescimento folicular e ovulação (Prunier et al., 1996).
A restrição alimentar de porcas primíparas durante a
lactação não afeta apenas o LH, mas também resulta
em diminuição do hormônio folículo estimulante (FSH) e
menor crescimento de folículo durante a lactação (Kauffold, 2008).
VENTILAÇÃO
A ventilação afeta as perdas de calor, dissipando o
calor da radiação, condução e convecção. A renovação
do ar permite não somente a dissipação de calor, como
também a desconcentração de vapores, fumaça, poeira
e gases poluentes (Pandorfi, 2005). Para a fase de maternidade, a velocidade do ar ideal incidente diretamente
sobre os animais é de 0,1 a 0,2 m/s para leitões e de 0,1
a 0,3 m/s para matrizes (Moura, 1999). A velocidade do
ar e a umidade podem ter interferência na taxa de crescimento dos animais. Suínos expostos a uma umidade
relativa do ar em torno de 40% e com velocidade do ar
de 0,15 m/s durante um período de 8 horas têm aumento significativo na temperatura retal e, quando a temperatura atinge ou ultrapassa os 30°C, a taxa respiratória
apresenta grandes diferenças a partir de 24°C, caracterizando-se como um indicativo de alerta à condição de
estresse térmico (Brown-Brandl et al., 2001).
UMIDADE
A umidade geralmente é o fator de menor influência fisiológica, mas provoca significantes diferenças no
ganho de peso dos animais quando associada a altas
temperaturas (Huynh et al., 2005). O suíno apresenta dificuldade para dissipar calor em ambiente de alta
temperatura e umidade, pois o excesso de umidade restringe as perdas evaporativas pela respiração e contribui para diminuir o apetite (Noblet, 2003). Animais expostos a mesma faixa de temperatura e diferentes UR,
tem comportamento alimentar distinto, por exemplo,
dois ambientes sendo um com umidade entre 50-60%
e outro com 85%, apresentaram redução no consumo
respectivamente de 214 gramas por dia (g/d) e 584 g/d
(Renaudeau et al., 2003).
GASES
A qualidade do ar nos sistemas de criação está diretamente relacionada ao metabolismo dos suínos, que
liberam diretamente para o ar: calor, umidade, dióxido de
carbono proveniente da respiração, gases oriundos da
digestão, poeira e odor. Indiretamente são liberados, provenientes dos dejetos: odor, calor, umidade, gases provenientes da digestão aeróbia e anaeróbia dos dejetos e,
às vezes, do material de cama; e poeira da ração, do piso
e de outros locais da edificação (Perdomo et al., 2001).
A ocorrência destes agentes ambientais pode estar relacionada também a fatores como: estado de limpeza,
falta de cuidados com os animais e formas de condução
dos manejos, o que favorece o estabelecimento de processos como combustão ou fermentação e geração
de gases tóxicos como amônia, sulfeto de hidrogênio,
monóxido de carbono, gás carbônico, dióxido de nitro-
gênio e metano (Piffer et al., 1998). Além de prejudicar
o desempenho dos animais, os gases presentes nas
instalações de suínos podem favorecer a ocorrência de
doenças respiratórias. Segundo Iversen & Takai (1980),
as doenças respiratórias em suínos são causadas principalmente pela amônia, sulfeto de hidrogênio, dióxido de
carbono, monóxido de carbono e poeira provenientes do
alimento e do esterco (urina, fezes, cama, etc.).
Amônia
A amônia é um gás incolor, de odor acre (detectado
pelo homem entre 5 - 20 ppm), tóxico e mais leve que o
ar. Segundo Wathes et al. (2001), a amônia (NH3) possui a capacidade de modificar a percepção respiratória
basicamente por três razões: primeiramente por causar
interferência no transporte dos odores até os receptores sensoriais; em segundo lugar, por estimular o nervo
trigêmio podendo causar o engurgitamento reflexivo do
tecido olfatório, aumentando a secreção do muco e diminuindo a taxa respiratória, ocorrendo a degeneração
funcional das células sensoriais e também a degeneração patológica das células do tecido respiratório; por
último, um acúmulo do muco aumenta a susceptibilidade à infecção, conduzindo desse modo às doenças respiratórias, como a pneumonia e rinite atrófica.
Nos suínos, a NH3 é associada com redução do apetite, convulsão (Stombaugh et al., 1969) e problemas na
respiração devido à ocorrência de atrofia de cornetos
em leitões (Robertson et al., 1990). Lott (2003) descreve
que este gás na concentração de 25 ppm causa paralisação parcial das atividades dos cílios, deixando de eliminar agentes que podem causar enfermidades do sistema respiratório, como partículas de poeira, bactérias,
fungos e vírus, e em níveis superiores a 50 ppm pode
ocorrer a total paralisação e até a destruição de alguns
cílios, comprometendo ainda mais a saúde dos animais,
implicando em dificuldades respiratórias e criação de
condições para a instalação de doenças respiratórias e,
consequentemente no crescimento dos animais. Barker
et al. (2002) descrevem que em suínos expostos a 50
ppm de NH3 já se verifica redução no seu desempenho.
Drummond et al. (1980) encontraram redução no ganho
de peso diário de 12, 30 e 29% (0,434, 0,345 e 0,346 kg/
dia) em suínos jovens (8,4 ± 0,26 kg) expostos durante
quatro semanas às concentrações de 50, 100 e 150 ppm
de NH3, respectivamente, quando comparados com os
suínos mantidos sob controle (0,491 kg/dia).
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Sulfeto de Hidrogênio (H2S)
O sulfeto de hidrogênio ou gás sulfídrico é um gás
incolor de odor forte, tóxico, mais denso que o ar, considerado um dos gases mais perigosos à saúde dos animais (Verstegen et al., 1994). O H2S é gerado a partir
da decomposição anaeróbia dos dejetos, quando este é
estocado por algum tempo, sendo que sua presença nas
edificações para animais normalmente é em concentração inferior a de outros gases poluentes, como NH3 e
dióxido de carbono (CO2) (CIGR, 1994). Le Dividich (1982)
descrevem que o H2S já é percebido na concentração de
0,01 ppm e entre 50 a 200 ppm ocasiona perda do apetite, fotofobia, vômitos e diarréia aos animais. Barker et al.
(2002) descrevem que a exposição a 200 ppm de H2S
pode ocorrer edema pulmonar, dificuldade respiratória e
até a morte do animal.
Metano (CH4)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O efeito do ambiente adequado ao animal, talvez
não se reflita em melhora significativa na produção, pois
há fatores como a genética, a nutrição e a sanidade do
rebanho a serem considerados. Na maioria dos casos, o
impacto do ambiente na produção animal tem mostrado
pontos de estrangulamento no que diz respeito ao projeto das instalações. As construções rurais do futuro devem prever muito mais que o simples fornecimento de
sombra para a criação dos animais, pois as demandas de
bem-estar inerentes ao consumidor aumentaram consideravelmente, exigindo novos conceitos de projeto que
atendam as exigências ambientais dos suínos.
Na próxima edição desta revista, será feita uma
revisão com os principais fatores ambientais e suas influências no desempenho da reprodução e maternidade,
bem como alguns fatores que podemos controlar para
melhoria da ambiência nessas fases.
César Machado - Agrostock
É um gás incolor, não tem cheiro, cor ou sabor, mais leve
que o ar, possui baixa toxidade, sendo produzido principalmente em processos de fermentação do dejeto (digestão
anaeróbia por microrganismos anaeróbios estritos). A
produção de CH4 é pequena nas instalações de alojamento de suínos (Barker et al., 2002). De acordo com Saliba &
Corrêa (2000), o CH4 é considerado um asfixiante simples,
não possui limite de tolerância e sua ação é medida pela
concentração de oxigênio (O2) disponível no ar, ou seja, o
aumento de sua concentração diminui a disponibilidade de
O2. O CH4 oferece mais risco de explosão do que danos à
saúde, porém, em níveis extremos pode ser asfixiante (acima de 500.000 ppm) (Barker et al., 2002).
Monóxido de Carbono (CO)
É um gás inodoro, incolor e menos denso que o ar.
O CO é um poluente local e que se forma toda vez que
o carbono é queimado com insuficiência de oxigênio. É
considerado um asfixiante químico que tem uma afinidade química com a hemoglobina superior ao oxigênio,
impedindo o transporte deste (Saliba & Corrêa, 2000).
Barker et al. (2002) descrevem que suínos expostos
entre 200-250 ppm de CO ficam menos ativos e acima de 1500 ppm são ocasionados abortos, natimortos
e redução no desenvolvimento de suínos em creche e
terminação.
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Sabrina Marcantonio Coneglian
é Zootecnista, Doutora em Nutrição Animal pela Universidade
Estadual de Maringá. Integrante do Departamento Técnico da
Serrana Nutrição Animal – Vale Fertilizantes
bovinos de corte
César Machado - Agrostock
USO DE ÓLEOS
ESSENCIAIS NA
NUTRIÇÃO DE
RUMINANTES
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A alimentação corresponde 60 a 70% dos custos da
produção animal, que necessita ter níveis adequados de
nutrientes para explorar a melhor capacidade do animal
e alcançar sua lucratividade. Para assegurar que estes
nutrientes sejam ingeridos, digeridos, protegidos da destruição, absorvidos e transportados às células do organismo, são incluídos na dieta certos aditivos, na sua maioria,
não nutritivos, com a finalidade de um melhor balanceamento dos nutrientes do alimento.
Por causa da globalização, as exigências dos mercados
consumidores ampliaram-se, visando à saúde humana,
criando determinadas regras para o uso destes aditivos na
alimentação animal, e anualmente estas regras mudam
restringindo a utilização de alguns. Em 1999, baseando-se
no “Principio da Precaução” a União Européia (EU) baniu
a utilização de antibióticos como promotores de cresci-
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mento, mas a proibição do uso de ionóforos como aditivos alimentares (monensina sódica e lasalocida) somente
ocorreu em 2006. Este princípio é uma prerrogativa para
as autoridades da UE, mesmo na ausência de dados científicos conclusivos, adotarem uma “postura preventiva”
em relação a uma determinada questão.
Outros países, no entanto, adotam o “Principio da prova”, baseando-se em evidências cientificas para uma tomada de decisão, como o caso dos Estados Unidos e Brasil. Por este motivo, os compostos naturais alternativos
vêem de encontro às necessidades do mercado nacional
e especialmente internacional.
Os ionóforos, principalmente a monensina são provavelmente os aditivos mais pesquisados em dietas de ruminantes. Nos Estados Unidos o uso deste composto em
dietas para gado de corte confinado ocorre desde 1976
Vários são os óleos essenciais, porém alguns deles,
e em animais em pastejo desde 1978. Atualmente, são
tais como o timol (extraído do tomilho – Thymus vulgaris),
conhecidos mais de 120 tipos de ionóforos resultantes da
carvacrol (extraído do orégano – Origanum sativum), alina
fermentação de vários tipos de actinomicetos, produzidos
e alicina (extraídos do alho – Allium sativum), citrol e citroprincipalmente por bactérias do gênero Streptomyces,
nolol (extraídos de diversas plantas cítricas), mentol (exmas somente a monensina, lasalocida, salinomicina e laitraído da menta – Mentha piperita) e cinamaldeído (extraídlomicina propionato são aprovados para uso em dietas
do da canela – Cinnamomum zeylanicum) já possuem sua
de ruminantes.
funcionalidade conhecida, além dos métodos de extração
Os ionóforos podem atuar de duas maneiras: no mepara estes óleos essenciais serem de fácil operação (Vellutabolismo do ruminante, uma vez que é absorvido pelo
ti et al., 2003). Alguns pesquisadores acreditam que, para
trato gastrointestinal, e sobre a população microbiana do
obtenção de melhores resultados, devem ser administrarúmen, atuando na membrana celular dos microorganisdas combinações de óleos essenciais de diferentes planmos. Por serem solúveis em membranas depois de serem
tas e reforçados pelos princípios ativos mais relevantes.
combinados com íons, os ionóforos passam a fazer parte
Dentre os possíveis mecanismos de ação dos óleos
destas e desempenhar as funções de transporte de íons
essenciais
no organismo animal, podem-se citar inforde um lado a outro da membrana.
mações da microflora intestinal, aumento na digestibilidaA monensina catalisa principalmente as trocas de sóde e absorção de nutrientes, através do estímulo da atividio (Na+) por hidrogênio (H+), uma vez que afinidade pelo
dade enzimática, melhora da resposta imune, controle na
sódio é dez vezes maior que aquela por potássio (K+). Já
produção de amônia, modificações morfo-histológicas do
a lasalocida tem afinidade maior pelo potássio (K+) em retrato gastro-intestinal e atividade antioxidante (Brugalli,
lação ao sódio (Na+) e cálcio (Ca++), sendo as afinidades
2003).
da lasalocida por Na+ e Ca++ semelhantes (Silva, 1990).
Apesar das informações existentes, há necessidades
As reações de troca cátion/próton catalisadas pelos
de
investigações
mais profundas da ação dos princípios
ionóforos irão depender do gradiente de concentração
ativos e seus efeitos in vivo, permitindo ganhos expressidos íons. Esta troca cátion/próton pode ser entendida
vos no desempenho dos animais para que os extratos vecom auxilio da Figura 1.
getais possam ser adotados expressivamente na nutrição
As pesquisas utilizando os compostos químicos proanimal.
venientes de extratos vegetais, isolados ou em sinergia,
ou mesmo a utilização de extratos vegetais na nutrição e
manejo de ruminantes tornou-se importante nos últimos anos, apesar dos dados obtidos ainda não serem
Figura 1
conclusivos. Grande parte dos trabalhos de investigação da ação dos extratos vegetais no metabolismo
dos ruminantes refere-se, principalmente, a atuação
+
I- H-I
H
dos extratos no ambiente ruminal. Nestas condições,
verificam-se resultados semelhantes à utilização de
I
ionóforos quanto aos produtos resultantes dos pro+
M
M+ IM+ Icessos fermentativos e ao balanço populacional de
+
M+
I- M
bactérias e protozoários no ambiente ruminal.
Os óleos essenciais são uma mistura de terpeI-H
IH+
nóides aromáticos, líquidos e lipofílicos (Kohlert et al.,
Membrana
2000), obtidos a partir de diferentes partes da planI- =+ Ionóforo na forma aniônica
ta, tais como, folhas, raízes, caule ou de mais de uma
H += Próton
parte, sendo que a melhor tecnologia para extração
M+= Cátion Metálico
destes óleos essenciais é por destilação a vapor,
M = União cátion - Ionóforo
quando comparadas pela extração com metanol ou
H - I= Ionóforo Protonado
hidroxi-acetona.
NT
97
Circuito Feicorte
Circuito
Feicorte NFT 2012
Circuito
A Feicorte – Feira Internacional da Cadeia Produtiva
da Carne, maior evento indoor da cadeia pecuária de
corte do mundo, se destaca como principal vitrine do
setor, referência em qualidade, pesquisa, tecnologia,
equipamentos, produtos e serviços. Realizada anualmente na cidade de São Paulo, a feira mais importante
do calendário dos produtores está prestes a se expandir
para mais quatro estados do território brasileiro: Mato
Grosso, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul.
O Circuito Feicorte NFT 2012 é uma novidade da
Feicorte em parceria com a NFT Alliance para levar
esse importante evento às regiões dos principais pólos de produção de gado de corte, onde se concentram
mais de 55% do total de cabeças de gado de corte no
Brasil. Serão quatro eventos de dois dias, realizados
no primeiro semestre de 2012, nas cidades de Cuiabá,
Salvador, Goiânia, Campo Grande, além da feira anual
mais importante do calendário, em São Paulo.
O objetivo dos eventos regionais é reunir produtores, técnicos, empresários e pessoas ligadas à bovinocultura de corte a fim de discutir os principais
Nutrition for Tomorrow
Atividades previstas nas etapas
regionais:
• Feira de negócios
• Workshop com os mais renomados
especialistas do setor
Atividades previstas no Espaço Carne Feicorte São Paulo:
Projeto tem o formato de feira de negócios
e vai percorrer os quatro principais pólos
produtores de gado de corte do Brasil
98
NT
• Feira de negócios
• Congresso Internacional de Bovinocultura de Corte
• Espaço Carne
• Academia da Carne
• Prêmio Nelson Pineda
• Espaço Degustação
• Espaço Confinamento
temas ligados ao segmento, além de promover o relacionamento e integração entre os participantes e
expositores. O foco principal dos eventos regionais
será os workshops que acontecerão durante a programação oficial.
Serão 30 estandes em cada evento, que permitem a exposição de produtos e serviços e o relacionamento com clientes e prospectos nas regiões onde se
concentram a produção de bovinos de corte no Brasil.
São esperados mais de 1.500 visitantes nos dois dias
de realização de cada evento.
Cidades e datas do
Circuito Feicorte NFT
2012
Cuiabá (MT)
7 e 8 de março
Salvador (BA)
21 e 22 de março
Goiânia (GO)
18 e 19 de abril
Campo Grande (MS)
22 e 23 de maio
São Paulo (SP)
11 a 15 de junho
NT
99
Celso Mello, Presidente da Nutron Alimentos
“O Circuito Feicorte NFT é uma significativa ampliação do atual sucesso
e abrangência da Feicorte. Certamente a realização do mesmo evento em
outras importantes capitais brasileiras, onde a produção é muito significativa, contribuirá para fortalecer ainda mais a cadeia produtiva da carne
bovina brasileira. Trata-se de um evento que se propõe a ser vitrine do setor,
possibilitando apresentação de conteúdo de relevância, bem como equipamentos, produtos e serviços. A Nutron Alimentos, na qualidade de um dos
patrocinadores master do Circuito Feicorte NFT, muito se honra de poder
participar de tão valioso projeto.”
Luciano Vacari, superintendente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat)
“É uma iniciativa muito interessante. O pecuarista precisa ter acesso a essas informações e pacotes tecnológicos que estão sendo colocados no mercado. Ter uma feira que
reúne as principais empresas e os principais técnicos para discutir pecuária, é algo muito
interessante. E levar um pedaço da Feicorte para outros estados, para as regiões onde se
concentram a bovinocultura de corte, é uma maneira de fortalecer a relação com o pecuarista e a própria pecuária.”
Bruno de Jesus, Analista Técnico Assocon
“O Brasil é um país muito grande e segmentar um evento em diversas
praças é de fundamental importância para que todos tenham acesso às
informações e efetivação de negócios. Discutir o setor e suas particularidades técnicas, comerciais e gerenciais, em cada um desses Estados,
trará maior conhecimento a todos os participantes. O evento aproximará
fornecedores e clientes em um mesmo ambiente, gerando inúmeros negócios para o setor.”
Fabiana Donato Aviles, Vice-Presidente Executiva do
Serviço de Informação da Carne (SIC)
Poder participar do Circuito Feicorte NFT é super gratificante. Levar informações,
tecnologias, trocar experiências e ainda fechar negócios é, sem sombra de dúvidas, o
que todos queremos. E isto agora é possível. Para o SIC, falar com o pecuarista sobre
quais são as maiores dúvidas dos consumidores em relação ao produto carne é de
extrema importância. Também reconhecemos a importância de se levar aos consumidores todas as tecnologias empregadas na produção do alimento. Neste evento,
além de experiências, impulsionamos a agropecuária nacional, tornando-a mais forte
e, acima de tudo, levando alimento saudável e nutritivo para todos os cantos do País.
“Antônio Flávio Camilo de Lima, Secretário de Agricultura,
Pecuária e Irrigação do Estado de Goiás
A Feicorte já é muito valorizada e reconhecida no País, e o Circuito
SEAGRO
Feicorte vem representando este modelo avançado,
em que o produtor
SECRETARIA
DEdo
ESTADO
aprende mais sobre a comercialização e industrialização
setor. Para
DA
AGRICULTURA,
PECUÁRIA
E IRRIGAÇÃO
Goiás, é de grande relevância receber o evento, pois sabemos que
o estado
representa boa parte da bovinocultura de corte do País e ainda podemos
avançar em desenvolvimento e qualidade.”
100
NT
shaping tomorrow’s nutrition
Celso Lopes, Presidente da Aprova
(Associação dos Produtores do Vale do Araguaia)
“No entendimento da Aprova, este evento faz justiça à importância de
Goiás dentro da cadeia produtiva da carne e vislumbramos uma excelente
oportunidade para a troca de informações. Goiás poderá mostrar ao Brasil
sua potencialidade e com isso buscar o merecido reconhecimento do
desenvolvimento de sua pecuária. Nossa expectativa é que a Feicorte traga
a discussão através de palestrantes de renome nacional e internacional, os
grandes desafios do setor diante de um cenário de crise mundial.”
Wilson Roberto Rodrigues - presidente da ACBB
“A Feicorte já ficou gravada como o maior evento da pecuária de corte
do Brasil e com repercursão em muitos outros países. É um lugar para
se trocar aprendizado e antever um tanto do futuro na atividade total da
cadeia produtiva da carne. Agora, com mais Feicortes e em lugares estratégicos, será muito mais. A Associação dos Criadores de Brahman do Brasil
está apoiando isso também e acredita em um avanço grande para o setor
com tais ações capitaneadas pelo Agrocentro.”
Décio Ribeiro dos Santos - Diretor do Agrocentro
“Tendo em vista a relevância das informações e discussões que
são geradas durante as últimas edições da Feicorte, acreditamos que
tais conteúdos devem ser explorados e analisados pelo maior número
possível de produtores e profissionais envolvidos na cadeia produtiva
da carne. Desta forma estamos lançando o Circuito Feicorte NFT
2012 para fomentar a contínua discussão dos temas que afetam os
resultados da pecuária brasileira.”
Hudson Castro - Méd. Veterinário e Gerente Nacional de Negócios Bovinos de corte - Nutron Alimentos Ltda
“Esperamos atingir um grande público e com isso conseguir discutir
temas de grande relevância para a pecuária nacional. Pelo formato itinerante, vamos construir boas soluções nas principais regiões produtoras de
carne do Brasil, culminando com um grande evento na finalização em São
Paulo. Somente com uma mobilização nessa amplitude é que conseguiremos realmente construir decisões adequadas para a cadeia da carne.”
shaping tomorrow’s nutrition
José Manoel Caixeta Haun, Vice-Presidente da
Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg)
“Entendemos que a Feicorte é de suma importância para todo o País, pois trata
de todas as raças de corte, além de julgamentos, leilões e a presença dos melhores
animais em genética. A feira, vindo para a região Centro-Oeste, traz benefícios
não só para os pecuaristas, mas para a população em geral, porque estamos
divulgando genética de qualidade – algo que era utópico até pouco tempo atrás e
que agora é uma realidade -. E isto facilita o melhoramento de carcaça e ganho de
peso, o que, para o consumidor, significa uma carne de melhor qualidade.”
NT
101
A Feicorte vai até você...
shaping tomorrow’s nutrition
novas contratações
MSD Saúde Animal:
Mudanças na
Avicultura
A Feicorte em parceria com a Nutrition for Tomorrow
Alliance, apresenta o Circuito Feicorte NFT 2012.
Uma rodada do maior evento de gado de corte
do Brasil em um formato de workshop e feira de
negócios, nos principais centros de produção do País.
Serão 2 dias em cada cidade, visando a discussão de
temas de interesse de cada região com os maiores
especialistas do setor, além da
exposição das principais empresas representando
todos os elos da
cadeia de produção de Carne Bovina.
Mudanças fortalecem a atuação da empresa no segmento
A unidade de Negócios de Avicultura da MSD Saúde
Animal passou por algumas mudanças estratégicas com
o objetivo de melhorar ainda mais o atendimento e a cobertura no território nacional, bem como adaptar a unidade de negócios ao modelo de gestão de contas chaves.
“O nosso compromisso com os clientes é o de buscar
a melhoria contínua em todas as áreas em que a MSD
atua e as citadas mudanças vêm de encontro a este compromisso, seguindo a dinamicidade do mercado e antecipando as necessidades que o mercado sinaliza para os
próximos anos”, afirma Rudy Claure, diretor da Unidade
de Negócios de Avicultura.
Novo quadro de Avicultura da MSD Saúde Animal
Fernando Vargas - Gerente Regional de Negócios para
o Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina)
Alexandre Palma - Gerente Regional de Negócios para
o Centro Oeste, Sudeste e Nordeste
Fernando Farias – Gerente de Contas Chaves
Maurício Hisano – Gerente de Mercado
Locais dos eventos:
CUIABÁ - MT SALVADOR - BA
07
e08
M A R Ç O
21
e 22
M A R Ç O
CAMPO
GRANDE - MS
GOIÂNIA - GO
18
e 19
A B R I L
22
e 23
M A I O
SÃO PAULO - SP
11
a 15
J U N H O
Apoio:
CIRCUITO
FEICORTE NFT
CIRCUITO
FEICORTE NFT
2012
Sobre a MSD Saúde Animal
A Merck (conhecida como MSD fora dos Estados Unidos e do Canadá) é hoje a líder mundial em assistência
à saúde, trabalhando para ajudar o mundo a viver bem. A Merck Animal Health, conhecida como MSD Saúde
Animal é a unidade de negócios global de saúde animal da Merck. A MSD Saúde Animal oferece a veterinários,
fazendeiros, proprietários de animais de estimação e governos a mais ampla variedade de produtos farmacêuticos veterinários, vacinas e soluções e serviços de gerenciamento de saúde. A MSD Saúde Animal se dedica a
preservar e melhorar a saúde, o bem estar e o desempenho dos animais, investindo extensivamente em recursos
de pesquisa e desenvolvimento amplos e dinâmicos e em uma rede de suprimentos global e moderna. A MSD
Saúde Animal está presente em mais de 50 países, enquanto seus produtos estão disponíveis em 150 mercados.
Para mais informações, visite www.msd-saude-animal.com.br
2012
WORKSHOP
NFT FEICORTE
CIRCUITO
FEICORTE NFT
CONGRESSO INTERNACIONAL DE
CIRCUITO
FEICORTE NFT
PRÊMIO
NELSON PINEDA
CIRCUITO
FEICORTE NFT
ESPAÇO
DEGUSTAÇÃO
CIRCUITO
FEICORTE NFT
Circuito
2012 BOVINOCULTURA DE CORTE
2012
2012
ESPAÇO CARNE
ESPAÇO
CONFINAMENTO
CIRCUITO
FEICORTE NFT
FEIRA DE
NEGÓCIOS
2012
Circuito Feicorte NFT
2012
www.feicorte.com.br
NT
ACADEMIA
DA CARNE
2012
shaping
shaping
tomorrow’s
tomorrow’s
nutrition
nutrition
Nutrition for Tomorrow
shaping tomorrow’s nutrition
102
2012
CIRCUITO
FEICORTE NFT
SEAGRO
SECRETARIA DE ESTADO
DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E IRRIGAÇÃO
www.nftalliance.com.br
NT
103
novas contratações
Área de avicultura da
Nutron reforça o time
Evandro Campestrini e Paulo Rosa integram o
departamento técnico com expertises em nutrição
animal e incubação
Uma empresa só consegue evoluir e ganhar credibilidade com o seu público-alvo se puder
contar com profissionais dedicados e que acreditem no futuro da organização para levá-la em
frente. A Nutron já possui um time de profissionais afiadíssimos e altamente competentes, mas o
primeiro semestre incrementou ainda mais esse quesito. No período entre maio e junho a Nutron
integrou dois novos profissionais à equipe de avicultura da empresa: Evandro Campestrini,
consultor técnico de nutrição de aves, e Paulo Rosa, consultor técnico especializado em
incubação de aves.
EVANDRO CAMPESTRINI
Evandro Campestrini tem 6 anos de experiência
como nutricionista animal. É zootecnista formado
pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná,
com Mestrado em Nutrição Animal pela Universidade
Estadual de Maringá, e está na Nutron desde junho
desse ano como Consultor Técnico de Nutrição Aves.
Revista NT: Como aconteceu sua contratação?
Evandro: Fui procurado pelo Cidinei Miotto (diretor
comercial) e ele me perguntou se eu gostaria de
participar de um processo de seleção para a vaga de
consultor técnico em aves. Participei e deu tudo certo,
hoje estou muito satisfeito.
Revista NT: O que essa contratação significa para você?
Evandro: Uma oportunidade de crescimento
104
NT
profissional, aprimoramento dos conhecimentos
técnicos e, principalmente, de trabalhar com excelentes
profissionais de nutrição animal.
Revista NT: Quais as suas expectativas para essa
nova fase da sua vida na Nutron?
Evandro: Eu espero poder fazer um bom trabalho
para a Nutron, pois sei que, em consequência disso,
também colherei muitos bons frutos.
Revista NT: Qual a sua especialidade e como
pretende aplicar isso nos negócios da Nutron?
Evandro: Minha especialidade é nutrição animal.
Quando visito os clientes, sempre procuro identificar uma
necessidade e atrelar a um serviço ou produto Nutron, a
fim de contribuir com o seu negócio e ajudá-lo mostrando,
assim, o diferencial técnico que a Nutron possui.
Revista NT: Em qual região está atuando?
Evandro: Atuo em todo o Brasil, mas com foco
maior na região Sul.
PAULO ROSA
Paulo Rosa chegou à Nutron em maio desse ano e
trouxe consigo 18 anos de experiência em avicultura,
trabalhando na área de matrizes pesadas, incubação
e frangos de corte. É engenheiro agrônomo e ocupa
na Nutron o posto de consultor técnico de aves.
Revista NT: Como aconteceu sua contratação?
Paulo: Cheguei à Nutron pela indicação de
colegas que acharam que meu perfil era condizente
com a função de consultor de avicultura que a Nutron
desejava contratar. Hoje vejo que meus colegas
estavam certos.
Revista NT: O que essa contratação significa para você?
Paulo: Significa uma grande oportunidade de
crescimento profissional e uma satisfação de fazer
parte da equipe técnica da Nutron que é muito
qualificada.
Revista NT: Quais as suas expectativas para essa
nova fase da sua vida na Nutron?
Paulo: São muitas, mas principalmente buscar a
conquista de novas habilidades e novos conhecimentos,
para estar capacitado para oportunidades futuras,
contribuindo efetivamente com a equipe para o
crescimento e sustentabilidade da empresa.
Revista NT: Sabemos que você tem uma vasta
expertise em incubação. Poderia nos explicar sobre
essa expertise e como pretende aplicar nos negócios
da Nutron?
Paulo: Nos últimos anos o processo de incubação
deixou de ser apenas necessário, percebeu-se que ele
tem influência direta na qualidade de pintos produzidos
e que esta qualidade é fundamental para a obtenção
de bons resultados de desempenho do frango de
corte. Meu trabalho terá foco em nutrição e manejo
de matrizes pesadas, mas, como também tenho
experiência em incubação, estarei desenvolvendo
em conjunto com outros especialistas o portfólio de
serviço da Nutron em incubação, ou seja, mais uma
ferramenta que a Nutron disponibilizará para seus
clientes alcançarem resultados superiores na produção
de pintos de um dia.
Revista NT: Em qual região está atuando?
Paulo: No momento, no Brasil todo.
NT
105
novas contratações
MSD Saúde Animal
muda seu quadro de
funcionários na área
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<CB@=<<Ó1:3=
>/@/0=D7<=A231=@B3
B`}a\]d]a^`]U`O[Oa^O`Oc[OSaQ]ZVOQS`bSW`O
de Suinocultura
Mudanças fortalecem a atuação da empresa no segmento
A unidade de Negócios Suinocultura da MSD Saúde
Animal passou por algumas mudanças estratégicas com
o objetivo de melhorar ainda mais o atendimento e a cobertura no território nacional. A principal delas foi a mudança de Rinaldo Felicio para gerente regional de negócios da região Sul do país.
“O movimento dinâmico do mercado e a necessidade
da evolução contínua determinaram a adoção de medidas que viessem ao encontro das expectativas de nossos
clientes”, afirma Alexandre Alves, Diretor de Negócios
para Suinocultura.
Leonardo Burcius desempenhará a função de gerente de mercado na área técnica e gerência de produtos.
César Feronato é o novo assistente técnico, com atuação
nacional. “Os profissionais da MSD Saúde Animal estão
capacitados a prestarem serviços da mais alta qualidade,
bem como assessorar na utilização do amplo portifólio de
produtos que a empresa disponibiliza no mercado brasileiro. A nova estrutura representa a antecipação de uma necessidade que o mercado sinaliza para os próximos anos
e o compromisso da empresa com seus clientes”, finaliza
Alexandre Alves.
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OZW[S\bO`SaSUc`O\zO
S[RWSbOaRSOZbO
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Novo quadro de Suinocultura da MSD Saúde Animal
Rinaldo Felicio - Gerente regional de negócios para o
Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina).
Leonardo Burcius - Gerente de mercado, englobando
a área técnica e a gerência de produtos.
César Feronato – Assistente técnico Brasil.
Nilson Costa – Coordenador de território para os estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Tulia Oliveira – Coordenadora de território para os
estados de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Espírito
Santo e Rio de Janeiro.
Robson Gomes - Coordenador de território para o estado do Paraná.
Wald’ma Amaral - Coordenadora de território para o
centro e leste do estado de Santa Catarina.
João Fausto - Coordenador de território para o oeste
de Santa Catarina e sudoeste do Paraná
Marco Gallina - Coordenador de território para o estado do Rio Grande do Sul.
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106
NT
NT
107
Rally da Pecuária
Rally da Pecuária
avalia gado de corte e
qualidade de pastagens
em nove estados
Expedição saiu
de Brasília no dia
26 de setembro e
fará levantamento
da qualidade do
rebanho e das
áreas de pastos
nas principais
fronteiras
pecuárias do país
O Rally da Pecuária 2011, realizado pelas
consultorias Agroconsult e Bigma, avaliará, in loco, a
pecuária bovina de corte e a qualidade das pastagens
no Brasil. A expedição técnica percorrerá as principais
regiões de cria, recria, engorda e confinamento de
gado do país, totalizando aproximadamente 22 mil
quilômetros em nove estados – onde estão 75% do
rebanho bovino e 85% da produção de carne no país
– até 11 de novembro. A largada aconteceu no Banco
108
NT
do Brasil – Edifício sede III, 20º andar, Auditório (torre
oeste), Setor Bancário Sul, Brasília, na segunda-feira,
dia 26 de setembro.
“É importante melhorar a base estatística da
pecuária no país, conhecer em detalhes os indicadores
zootécnicos e verificar a qualidade das pastagens,
que são a base da sustentabilidade dessa atividade”,
explica Maurício Palma Nogueira, diretor da Bigma
Consultoria. Dos 205 milhões de cabeças no Brasil,
aproximadamente 170 milhões são gado de corte.
Ao longo da viagem, serão feitos levantamentos
qualitativos focados na capacidade instalada
de confinamentos, intensidade do uso de semiconfinamentos, estado da arte da integração lavourapecuária e disponibilidade de áreas degradadas de
pastagens com potencial para a agricultura.
Em todo o percurso, mais de 100 fazendas serão
visitadas. Nas visitas às propriedades, o levantamento
técnico será focado na composição do rebanho,
condição corporal dos animais, índice de natalidade,
ganho de peso, consumo de sal, sistemas de gestão,
oferta de bezerros para 2012 e 2013, além do manejo
das pastagens e infra-estrutura disponível. Em campo,
os técnicos deverão recolher, de forma aleatória, mais
de mil amostras de pastagens.
O diretor da Bigma destaca, nos roteiros, que
as equipes encontrarão áreas de confinamento
especialmente em Goiás, no Triângulo Mineiro e em
São Paulo. A expedição avaliará fazendas com crias de
bezerros que hoje estão concentradas no Mato Grosso
do Sul e no Tocantins. Já no Pará, Rondônia, Mato
Grosso e Goiás, os técnicos avaliarão principalmente
as fazendas de ciclo completo, sendo que também
no Mato Grosso. Também será avaliada a integração
lavoura/pecuária.
Todos os dados quantitativos e qualitativos colhidos
pelo Rally serão processados pela Agroconsult e
Bigma e apresentados no dia 29 de novembro, na
Fiesp, em São Paulo.
Eventos com pecuaristas
As oito equipes do Rally da Pecuária 2011 realizarão
nove eventos ao longo da expedição com o objetivo
de discutir com os pecuaristas as tendências do
mercado e a realidade local. Os eventos acontecerão
em Palmas, Redenção, Ji Paraná, Cuiabá, Gurupi,
Uberaba, Araçatuba, Dourados e Campo Grande.
Serão 150 profissionais do agronegócio envolvidos
entre a organização e a realização do Rally da Pecuária,
patrocinada pelo Banco do Brasil, Dow AgroSciences
e Vale/Serrana Nutrição Animal, com apoio da FIESP,
Frigorífico Minerva, John Deere e Mitsubishi Motors.
Roteiro
Primeira Fase: 26/9/11 a 29/10/11 - Norte e CentroOeste
Equipe 1: GO e TO
Brasília, Britânia, Nova Crixás, Peixe, Palmas
Equipe 2: TO e PA
Palmas, Araguaína, Marabá, São Félix do Xingu,
Xinguara, Redenção, Marabá
Equipe 3: TO e MT
Palmas, São Félix do Araguaia, Ribeirão Cascalheira,
Barra do Garças, Rondonópolis, Cuiabá
Equipe 4: MT e RO
Cuiabá, Pontes e Lacerda, Vilhena e Ji Paraná
Equipe 5: GO e MS
Goiânia, Jataí, Três Lagoas e Campo Grande
Segunda Fase: 29/10/11 a 12/11/11 - Sudeste e Sul
Equipe 6: MS e PR
Campo Grande, Bonito, Dourados, Umuarama e
Londrina
Equipe 7: PR e SP
Londrina, Presidente Prudente, Araçatuba, Barretos e
Uberlândia
Equipe 8: MG
Uberlândia, Uberaba, Patos de Minas, Pirapora,
Januária e Montes Claros
O trabalho das equipes e o
roteiro completo da expedição
poderão ser acompanhados pelo
site www.rallydapecuária.com.br.
NT
109
cooperativismo
50 anos de um
empreendimento que inspira
os produtores e o setor
cooperativista
Coopa:
Cooperativa Agropecuária de Patrocínio (MG) completa meio
século de vida e dá o exemplo de que empreendedorismo e
cooperativismo funcionam muito bem juntos
Em 1961, 23 homens idealistas e empreendedores
se juntaram com um único objetivo: criar mais que um
estabelecimento agropecuário, uma ferramenta de
produção àqueles que vivem da atividade do campo na
região mineira. Foi assim que em 8 de setembro, após
esforços coletivos e ideias inovadoras, foi fundada a
COOPA – Cooperativa Agropecuária de Patrocínio (MG).
Hoje, completando 50 anos, a cooperativa inspira os pro-
110
NT
dutores da cidade e dá exemplos de empreendedorismo
no setor cooperativista para todos os que vivem da atividade no Brasil.
Liderada por Renato Nunes (diretor-presidente),
Célio Borges (diretor-vice-presidente) e José Antônio
de Almeida (diretor-superintendente), a COOPA hoje
apresenta proporções inimagináveis para os que a criaram. O empreendimento possui departamentos de ad-
ministração (contabilidade, financeiro, recursos humanos, tecnologia da informação, compras, comunicação
e marketing), assistência técnica e CIAC, além de lojas
agroveterinárias em Patrocínio, Serra do Salitre, Coromandel e Ibiá, supermercado, posto de combustíveis,
loja de conveniência, fábrica de rações, laticínio e armazém graneleiro.
Diante de uma visível evolução e da vontade de crescer sempre mais, os membros da diretoria são enfáticos
ao falar que o empreendedorismo das pessoas que fazem a Coopa é um dos principais motivos de tantas conquistas. “O empreendedorismo que a COOPA traz na essência levou as pessoas a criarem mais, a vestir a camisa.
Hoje temos um grupo que pensa e faz coisas diferentes
em benefício de todos que estão na cooperativa, sejam
colaboradores, sejam cooperados”, afirma o diretorpresidente. José Antônio de Almeida segue na mesma
linha e diz que a equipe empreendedora é o diferencial
da cooperativa. “O conceito de empreendedorismo tem
tudo a ver com a COOPA. As pessoas que fazem parte da
cooperativa projetam coisas novas, ideias inovadoras.”
Mas para chegar ao patamar que ocupa hoje, a cooperativa precisou passar por modificações tanto no espaço
físico, quanto na sua gestão. Com a mudança do estatuto em 1998, o modelo de gestão foi reformulado e, consequentemente, houve a substituição dos profissionais
da diretoria. Com uma liderança já profissionalizada, foi
possível visualizar uma nova fase para a COOPA. “Nessa
virada de postura e imagem, algumas coisas ocorreram
de forma natural, mas foi um conjunto de mudanças que
deu cara nova e fôlego à COOPA”, explica Célio.
Além do investimento em pessoas, que também passa
pela assistência técnica oferecida pela COOPA aos cooperados e pelo planejamento estratégico que reposicionou
os salários de todos os colaboradores, a expansão da cooperativa foi de suma importância para o sucesso. A COOPA passou a alcançar um número maior de produtores
devido ao aumento das instalações e à reforma de vários
departamentos. As melhorias no visual do espaço físico e
na comunicação com o associado passaram, então, a ser
fator determinante para a evolução.
A liderança da COOPA se orgulha de ver o quanto a
cooperativa cresceu e reuniu pessoas que acreditassem
no seu potencial. Hoje o empreendimento possui quase
2.500 associados e emprega 900 colaboradores diretos e
indiretos. Além disso, em 2006 a cooperativa contava com
302 fornecedores de leite, gerando 75 mil litros por dia.
Hoje já são 550 fornecedores que geram 200 mil litros.
“Depois de um trauma político que vivemos na história da
cooperativa, é um avanço fazer as pessoas se aproximarem e acreditarem na nossa proposta”, alegra-se Renato.
Os diretores afirmam que a cooperativa se tornou uma ferramenta para o produtor, um suporte para o sucesso dos
negócios, o que atraiu um número grande de associados.
Em 2006, a cooperativa arrecadou 54 milhões – a meta
para o ano de 2011 é de 180 milhões.
NT
111
RV MONDEL
Fenicoopa: a comemoração de todo o
sucesso
Preocupados com um momento de crise e desânimo na produção em Patrocínio e em outras cidades
mais próximas, a diretoria da COOPA resolveu investir
em um evento que seria o marco do novo capítulo na
história da cooperativa. A Fenicoopa (Feira de Negócios
e Integração da COOPA) surgiu em 2007 com o intuito
de movimentar os negócios da região e dar fôlego aos
produtores que pareciam desacreditados. O resultado
foi o sucesso de mais uma ideia empreendedora, que se
tornou evento de presença obrigatória para quem mora
na região.
A Fenicoopa é realizada anualmente no Parque de
Exposições Brumado dos Pavões na mesma data, entre
os dias 6 e 8 de setembro – datas que abrangem o feriado nacional da Independência do Brasil e o feriado local
na cidade de Patrocínio. O evento, que começou com
apenas um dia de evento, chega à sua quinta edição com
realização de três dias da Feira de Negócios e um dia de
show, que esse ano contou com a presença do cantor
sertanejo Daniel.
A edição desse ano tornou-se ainda mais especial,
pois marcou as comemorações dos 50 anos da Cooperativa de Patrocínio. No dia 8 de setembro foi realizada
a missa de agradecimento e, durante a feira, foram distribuídas revistas com fotos e informações sobre toda a
trajetória do empreendimento até os dias de hoje. Célio
ressalta que a parceria com a Nutron, firmada em 2009,
ajudou bastante a cooperativa a continuar compondo
essa história. “Agradecemos à Nutron por contribuir com
a evolução da cooperativa, desde a presença na feira até
a ajuda nas reformas que fizemos. Sem dúvida foi uma
parceria com resultados extremamente positivos.”
O público estimado na Fenicoopa deste ano foi de 17
mil pessoas, sendo cerca de 7 mil na Feira de Negócios
e outras 10mil no show do cantor Daniel – finalizando a
campanha de marketing do COOPA Supermercado, Posto e Loja de Conveniência. A movimentação financeira
foi próxima aos R$ 21 milhões, superando as expectativas de todos. Os diretores creditam este resultado à
participação dos associados de todos os municípios de
atuação da COOPA. “A Fenicoopa cumpriu o seu objetivo de proporcionar, aos associados da COOPA e produtores rurais, oportunidades de bons negócios com os
principais parceiros da entidade, além de momentos de
confraternização e a comemoração do aniversário de
50 anos de fundação da Cooperativa”, afirma o diretorpresidente.
A Fenicoopa é um evento totalmente organizado pelos colaboradores da cooperativa e a maior preocupação
é que os resultados apareçam não só para a COOPA, mas
REDUÇÃO
DE MANEJO.
COMBATE VERMES
RESISTENTES.
NEGÓCIO
RENTÁVEL.
IVERMECTINA + ABAMECTINA
DUPLA COMBINAÇÃO QUE
GERA O MELHOR RESULTADO.
sim para todos os que participam dela – principalmente
parceiros e cooperados. Passada mais uma edição de sucesso, o momento agora é de avaliação com os colaboradores, parceiros e os próprios associados para que, nos
próximos meses, já comece o planejamento do evento
para 2012.
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* Pesquisa Kleffmann referente ao ano de 2009. Solution 3,5% LA classificado com 48% de satisfação “excelente” e 52% de satisfação “bom”, pelos pecuaristas.
MSD Saúde Animal é a unidade global de negócios de saúde animal da Merck & Co, Inc.
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NT
NT
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NOVEMBRO
DEZEMBRO
XXXVIII Congresso brasileiro de Medicina
Veterinária (Conbravet)
1 a 4 de novembro
Costão do Santinho Resort / Florianópolis -SC
www.conbravet2011.com.br
VII Congresso Brasileiro de Agroecologia
12 a 16 de dezembro de 2011 –
Fortaleza - CE
http://www.cbagroecologia.org/
XXII Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de
Alimentos
7 a 10 de novembro de 2011
Salvador - BA
http://www.cbcta.com.br/index.asp
I Suiminas
10 de novembro
Sede da Asemg - Belo Horizonte - MG
(31) 3371-1580 / www.suiminas.com.br
JANEIRO
Internacional Poultry Expo
24 a 26 de janeiro
Georgia World Congress Center, Atlanta, Gergia, EUA
(770) 493-9401 / www.ipe11.org
FEVEREIRO
I Simpósio de Patologia e Produção Avícola
17 e 18 de novembro
Porto Alegre – RS
www.cdpa.ufrgs.br / e-mail: [email protected]
Show Rural Coopavel
6 a 10 de fevereiro
Cascavel (PR)
(45) 3225-6885 / www.showrural.com.br
I WorkShop DFSuin
18 de novembro
Auditório do Sebrae / Brasília - DF
(61) 3242-3745 / [email protected]
Pig Focus Asia 2012
8 a 10 de fevereiro de 2012
Tailândia
www.positiveaction.info/conference/conference.
php?conf=1
PECforum
23 e 24 de novembro
Uberlândia - MG
Informações: [email protected]
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PUBLIQUE
AGENDA
M
Y
CM
MY
CY
MARÇO
XV Rodada Goiana de Tecnologia em Manejo de
Suínos
24 e 25 de novembro
Goiânia - GO
www.ags.com.br
I Simpósio de Avicultura do Nordeste
28 a 30 de março / João Pessoa - PB
Realização: Universidade Federal da Paraíba
Contato: Fernando Perazzo Costa (83) 3362-2300
www.getaufpb.org / e-mail: [email protected]
I Congresso sobre aditivos na alimentação animal Enzimas
30 de novembro e 1 de dezembro
Auditório do Instituto Agronômico de Campinas (IAC)
/ Campinas - SP
(19) 3232 7518 / www.cbna.com.br
e-mail [email protected]
Circuito Feicorte NFT 2012
7 e 8 de março – Cuiabá (MT)
21 e 22 de março – Salvador (BA)
18 e 19 de abril – Goiânia (GO)
22 e 23 de maio – Campo Grande (MS)
11 a 15 de junho – São Paulo (SP)
www.feicorte.com.br
e-mail: [email protected]
NT
C
CMY
K
producaocoletiva.com.br