Revista NT 02 - NFT Alliance
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Revista NT 02 - NFT Alliance
N˚ 08 - ano 03 novembro/2011 A Revista da produção animal Nutrition for Tomorrow Desafios e oportunidades para a produção de carnes nos próximos 20 anos 2011 ano de grandes eventos e ações promovidas pela NFT Alliance Circuito feicorte Nft 2012 www.nftalliance.com.br shaping tomorrow’s nutrition N˚ 08 I ano 03 I Março/2011 Expediente A REVISTA NT é uma publicação trimestral da Nutrition for Tomorrow Alliance, distribuída gratuitamente para a cadeia da produção animal. Comitê NFT Alliance Nutron – Alessandro Roppa MSD – Rudy Claure Serrana – Thais Martins Gestão NFT Alliance: Alessandro Roppa Carolina Tanese Celso Mello Diretor Presidente Nutron Alimentos Jornalista responsável: Alessandra Cavicchioli MTB 027.257 Redação: Bianca Ferreira Fernanda de Paulo Revisão: i9 Comunicações Foto da capa e matérias: César Machado - Agrostock Projeto gráfico e diagramação: Produção Coletiva www.producaocoletiva.com.br Impressão: Silvamarts Tiragem: 15 mil exemplares Contato: [email protected] A revista em formato eletrônico pode ser acessada no site www.nftalliance.com.br Nutrition for Tomorrow Alliance é um projeto desenvolvido e administrado pela Nutron Alimentos que reúne empresas do setor da produção animal, concentrando o melhor capital humano e fornecendo conteúdo técnico para gerar e fortalecer a sustentabilidade dos clientes. A REVISTA NT é uma publicação dirigida a produtores, empresários, técnicos, pesquisadores e colaboradores ligados à cadeia de produção animal. Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da revista. O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos autores. Não é permitida a reprodução parcial ou total das reportagens e dos artigos publicados sem autorização. 4 NT índice NT Fatos e números não nos deixam dúvidas. Nos últimos anos, poucos países tiveram um crescimento tão expressivo do agronegócio quanto o Brasil. O País é um dos líderes mundiais na produção e exportação de produtos agropecuários, lidera o ranking das vendas externas de carne bovina, carne de frango, soja, tabaco, couro e calçados de couro. As projeções indicam que o país também será, em pouco tempo, o principal pólo mundial de produção de algodão e biocombustíveis, feitos a partir de cana-de-açúcar e óleos vegetais. Milho, arroz e suínos são destaques no agronegócio brasileiro. Com tantos aspectos positivos, torna-se fundamental manter os produtores bem informados. Este é o papel da Revista NT, uma publicação trimestral da Nutrition for Tomorrow Alliance, que reúne informações técnicas e de nutrição para o criador. Nesta edição, contamos com o lançamento do projeto Circuito Feicorte NFT 2012, uma iniciativa da NFT Alliance juntamente com a Feicorte que levará o evento para outras quatro capitais do país. Teremos também a cobertura de eventos relevantes organizados e/ou promovidos pela NFT Alliance, como o Balde de Ouro, o Workshop NFT Feileite, o NFT Marketing Trends, que reuniu grandes nomes para discussão do marketing no agronegócio, e o balanço positivo de todas as ações promovidas pela Alliance durante este ano. Você vai conferir eventos como o Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, workshop sobre produção animal, Agroleite e Troféu Agroleite, bem como o Congresso Latinoamericano de Avicultura. Notícias sobre o Balde de Ouro e o Projeto Pecuária Brasileira da ABIEC. Artigos técnicos sobre a influência do processo de incubação sobre a qualidade de pintos de um dia; alimentação de frango de corte: fase pré-inicial; maiores avanços na criação de bezerras, a participação da empresa em eventos, prêmios recebidos e a parceria com nossos clientes. E, também, a cobertura completa do 1º Congresso da Raça Girolando. Estes são apenas alguns dos assuntos abordados nesta edição da Revista NT, que traz ainda muito mais para você nas próximas páginas. 6 Giro na Produção Animal eventos 08 | Simpósio brasil sul de suinocultura 18 | XXII congresso latinoamericano de avicultura 10 | workshop gestão estratégica de suprimentos 20 | baldedeouro 14 | agroleite2011 21 | workshopnftfeileite Gestão 24 | gerenciamento de pecuária brasileira mercado 48 | Mercado do boi gordo agronegócio - Globo rural empresas parceiras 52 | avaliação e perícia e dados em confinamento notícias 28 | nft mkt trends 32 | um novo olhar sobre a 22 | melhores do consultoria ambiental Circuito Nutrition for Tomorrow 36 | 2011: ano de grandes 98 | curcuito eventos e ações promovidas pela NFT Alliance 49 | Mercado do leite feicorte nft 2012 50 | o futuro da pecuária de corte bovinos de leite 60 | vem chegando o verão 54 | influência da nutrição e dos métodos de aleitamento e desaleitamento 66 | PARCERIAS E BENEFícios aos produtores de leite nutrição do amanhã 40 | Desafios e Oportunidades para produção de carnes 108 | RALLY DA PECUária nos próximos 20 anos 72 | dioxinas e metais pesados aves 80 | a influência do processo de incubação sobre a qualidade de pintos de um dia 76 | tecnologia nir 84 | alimentação de frangos de corte Um abraço e boa leitura! suínos 90 | ambiência na Comitê NFT AlliancE Celso Mello Alessandro Roppa Carolina Tanese Nutron Alimentos Vilson Antonio Simon RudY claure MSD Saúde Animal bovinos de corte 96 | uso de óleos essenciais suinocultura Thaís Martins Serrana Nutrição Animal 68 Raças 104 1 Congresso girolando o na nutrição de ruminantes Novas contratações NUTRON MSD 110 Cooperativismo coopa 114 agenda NT 5 PUBLIQUE GIRO “O que estamos vendo hoje no cenário em que estamos inseridos são pecuaristas muito interessados e adeptos ao investimento em tecnologias, a fim de aumentar a produtividade e atender a demanda por proteína animal. Mas não se pode esquecer que isso tudo deve estar de acordo com as regras e noções de sustentabilidade, ou seja, o uso de tecnologias e o consequente atendimento à demanda acontecem – e deverão continuar acontecendo – de forma sustentável, sem que se aumentem as áreas de produção – produtividade maior em espaços iguais ou menores aos que já temos disponíveis.” na produção animal O que você está vendo no seu dia a dia referente à produção animal? 6 Alexei Castro MSD Saúde Animal “No nosso dia a dia assistimos a competência do produtor rural na produção de alimentos a preços competitivos. Um esforço tremendo para a redução dos custos e aumento da produtividade. O problema está no pós porteira, com o sucateamento das estradas de ferro, rodovias e congestionamento dos portos. A falta de atenção à infra-estrutura é preocupante. De nada adiantará esse esforço do fazendeiro se houver agregação de custos com relação ao armazenamento e ao transporte. Se nada for feito, morreremos na praia depois de atravessar o oceano a nado.” “’A crescente utilização de tecnologias para a produção de proteína animal está diretamente ligada à rentabilidade do setor.’ Esta afirmação baseia-se no que vimos diariamente pelos meios de comunicação onde observa-se a valorização da produção primária. Diante deste cenário é que nós, fornecedores de insumos, temos que nos focar, contribuindo com os pecuaristas que estão cada vez mais saindo do anonimato e virando empresários rurais com seus anseios e perspectivas para a busca da máxima rentabilidade.” Alcides Torres Scot Consultoria Pedro Costa Serrana NT “A produção animal passará por um período de fortes mudanças nos próximos 10 anos em virtude de fortes pressões das áreas de meio ambiente, segurança alimentar, bem-estar dos animais e pela mudança de padrões de consumo da população mundial. Estas pressões, associadas à geografia do crescimento populacional, às mudanças climáticas, à menor disponibilidade de água, terras e energia, obrigarão a busca por melhorias contínuas na produtividade. As áreas de genética, nutrição, manejo, instalações e reprodução terão fortes avanços e serão a base para uma pecuária mais eficiente e com uma sustentabilidade melhor que a atual.” Luciano Roppa Lroppa Consulting “Acredito que a flexibilidade dos produtores/exportadores de aves e suínos brasileiros em se adaptar rapidamente às alterações nas legislações internacionais, variações nos preços deste mercado e ao mesmo tempo, continuar enfrentando um câmbio doméstico forte, permanecem sendo os principais fatores para o constante crescimento dos negócios destes segmentos. Por outro lado, também já é possível perceber uma maior maturidade para a manutenção do abastecimento ao mercado local, como um negócio seguro e rentável.” Ricardo Costa CJ do Brasil C M Y CM MY CY CMY K EVENTOS Simpósio Brasil Sul de Suinocultura: Entre os dias 9 e 11 de agosto a cidade de Chapecó, em Santa Catarina, foi o foco da atenção dos produtores de suínos de todo o Brasil com a quarta edição do Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, o mais importante evento técnico do setor. O Simpósio aconteceu junto com a III Pig Fair e reuniu especialistas, técnicos e produtores para apresentar e discutir os principais desafios e oportunidades do setor. A NFT Alliance marcou presença no Simpósio Brasil de Suinocultura e patrocinou o coquetel de abertura do evento. A Nutron, em seu estande, expôs a linha completa de produtos para suínos, mas a novidade ficou por conta do lançamento da ração Prime, pronta para uso e indicada para leitões de até 28 dias de idade. “Nosso estande teve um número alto de visitantes e tivemos participação intensa de um grande grupo de colaboradores e clientes da Nutron inscritos. Foi um evento muito produtivo para nós”, afirma Nilson Sabino, gerente de contas da Nutron. O Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nés recebeu mais de 1000 participantes entre médi- cos veterinários, zootecnistas, profissionais da agroindústria, pesquisadores e empresários para debater as novas tecnologias e soluções inovadoras para a suinocultura com atualização técnica consistente e econômica. À frente da organização do evento que acontece anualmente está o Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas. Na programação deste ano constaram debates nos setores de sanidade, nutrição, manejo, bem-estar animal e mercado, além de um Pré-Simpósio sobre Manejo de Maternidade. A Nutron participou de todas as edições do Simpósio e se destaca hoje como uma das maiores patrocinadoras do evento. “Elegemos este evento como prioritário. Estimulamos a presença de todos e trouxemos inúmeros colaboradores, técnicos e clientes. Sendo a Nutron uma empresa técnica por excelência, a contribuição deste evento para a empresa se dá no sentido de que quanto mais capacitados forem os clientes ou seus técnicos, maior o entendimento e compreensão do real valor de produtos e serviços oferecidos” finaliza Nilson. Fotos: João Barichello produtores de olho em Chapecó NFT Alliance esteve presente em um dos principais eventos do calendário da suinocultura 8 NT NT 9 EVENTOS V Workshop Gestão Estratégica de Suprimentos na Produção Animal foca na negociação Foto: Gabriel Fiorini Negociação estratégica. Este foi o tema central do V Workshop Gestão Estratégica de Suprimentos da Cadeia de Produção Animal, realizado entre os dias 28 e 30 de setembro no Hotel Iberostar, na Praia do Forte (BA). Cerca de 180 convidados do Brasil, Argentina, Colômbia e México prestigiaram o evento que veio confirmar o sucesso da NFT Alliance. “A Alliance é uma união de empresas para gerar conteúdo relevante para o segmento e contribuir com o desenvolvimento do agronegócio no País”, afirmou Celso Mello, diretor presidente da Nutron Alimentos, durante a abertura do workshop. Reconhecendo o lugar de destaque que a agropecuária brasileira ganhou nos últimos anos, a organização do evento levou especialistas nas áreas de economia e política para esclarecer o cenário atual mundial. “Procuramos sempre trazer temas distintos e o retorno tem sido muito positivo ao longo dos anos”, assegura Alessandro Belucio, gerente de com- 10 NT pras da ProvimiLatAm. Segundo Alexandre Mendonça de Barros, consultor de mercado e proprietário da MBAgro, “estamos diante de um cenário político e econômico diferente do que vivemos nos últimos 12 anos” e, por este motivo, o diagnóstico feito com suas pesquisas para as áreas de grãos e carnes foram um dos assuntos mais comentados no evento. Outros nomes presentes foram: Ariovaldo Zanni, vice-presidente executivo do Sindirações, com o tema “Atualidades sobre aditivos na produção animal”; a jornalista Denise Campos de Toledo, com “Panorama político e econômico brasileiro”; Gustavo Penz, da Provimi América Latina, na palestra “Mercado de microingredientes”; professor Jaci Correa, da Fundação Getúlio Vargas, sobre “A arte e a ciência da negociação”; e os professores Carlos Viveiro e Robert Srour, da Fundação Dom Cabral, com “Negociação colaborativa” e “Ética na negociação”, respectivamente. NT 11 Ana Maria Carrasco – Agroservet (Bolívia) “Trabalhamos há pelo menos 20 anos com a Nutron. É uma relação muito fiel entre as empresas e estamos muito felizes com todo o trabalho. As palestras do workshop foram muito interessantes, com temas atuais e de importância mundial”. Carlos Dallelmole – MSD Saúde Animal “A NFT se diferencia por reunir diversos segmentos em um prol comum que é a evolução do setor agropecuário. Essa união está agregando muito ao agronegócio brasileiro. Para o futuro, acredito que o mercado está muito positivo. As empresas estão com um crescimento sólido apesar de toda a instabilidade no câmbio.” Rudy Claure – MSD Saúde Animal “Consideramos que a Alliance ajuda a divulgar conhecimento e inovação, no sentido de agregar valor aos negócios dos nossos clientes, com base, principalmente, no conceito de sustentabilidade. São em eventos como este que temos a interação com eles. Hoje, a informação ter um valor enorme no agribusiness. É muito bom, por exemplo, quando temos a oportunidade de trazer um professor da FGV e um economista para debate, pois trazem uma visão mais clara da politica econômica.” Gilberto Wagner – Agroavila “No evento conseguimos nos atualizar e fazer networking com pessoas de diferentes partes do Brasil. Isto agrega muita informação para nós, pois ficamos sabendo como está funcionando o mercado a nível nacional. Há mais de 10 anos temos parceria com a Nutron, que se diferencia pela qualidade e segurança dos produtos. Sabemos de onde está vindo a matéria-prima. Esta é a vantagem de comprar com a Nutron, porque investem em tecnologia e em produtos de primeira qualidade.” 12 NT Ricardo Chapla – Copagril “Como hoje tudo acontece muito rápido, cada informação nos ajuda nas tomadas de decisões. Temos que aprender a cada dia e nos atualizar com o que acontece no Brasil e no mundo. E o workshop trouxe estas informações para nós, fiquei muito feliz em poder participar. Somos um dos primeiros clientes da Nutron. Crescemos em produção ao longo dos anos e a empresa sempre foi nossa parceira. Estamos satisfeitos pela forma como somos atendidos, em termos comerciais e em informações técnicas para melhorar a produtividade.” Ilmo Welter – Cooperativa Primato “O evento superou nossas expectativas. Estamos em um momento em que as oscilações de informações são muito grandes e as palestras nos ensinaram como devemos trabalhar dentro deste cenário. Aqui, recebemos muitas informações da Nutron, nossa parceira há anos e que, gradativamente, fica ainda mais forte.” Sergio Giacomelli – Cooperalfa “Estamos muito satisfeitos com a Nutron e esperamos que continue assim, proporcionando eventos como este, com palestras que enriquecem o nosso conhecimento e nos proporcionam a atualização na área, além do contato com pessoas de todo o Brasil.” Hudson Castro – Nutron “Sempre vemos uma relação de conflito entre quem compra e quem vende, e o evento vem justamente para quebrar este paradigma, porque é uma empresa de vendas capacitando o comprador. Acho que alinhar o discurso entre ambos mostra que a parceria só gera ganhos para os dois lados.” NT 13 EVENTOS A segunda semana de agosto foi movimentada em Castro, interior do Paraná, com a realização da 11ª edição da Agroleite 2011, a vitrine da tecnologia do leite do Brasil. Com participação de mais de 50 mil pessoas e um volume de negócios de R$ 32 milhões, o evento proporcionou uma vasta gama de conhecimentos para produtores de diversas regiões do Brasil e do exterior. A feira segue competitiva aos grandes eventos internacionais do setor leiteiro e, em 5 dias, apresentou julgamentos das raças jersey, simental, pardo-suíça e holandesa (principal raça da região de Castro), animais suntuosos com produção superior a 85kg de leite/dia. A feira também foi palco para o recorde nacional de preço para a raça holandesa. No Leilão Top Agroleite, realizado na noite de quinta-feira (11 de agosto), o destaque foi para Rhoelandt 613 Leda Red-Marker Roy, arrematada por R$ 153.600,00. Na pista, depois de dois anos consecutivos vencidos pela raça Jersey, a holandesa Borg Encorina Lheros 842 conquistou o campeonato suprema do Agroleite. O animal é do criador Ubel Borg, da Castrolanda. Nutron conquista 4ª colocação em concurso Agroleite 2011: Plataforma da tecnologia do leite 14 NT Em um ano especial para a Cooperativa Castrolanda, organizadora do evento, pela comemoração dos 60 anos e do centenário da imigração holandesa no Brasil, um concurso entre os expositores foi lançado e a Nutron conquistou a 4ª colocação. O quesito de avaliação era a originalidade. Todo o parque recebeu uma decoração especial voltada para a cultura holandesa: flores, tamancos, trajes típicos, músicas holandesas e cafés típicos se misturaram ao público que visitou a feira. O 1º lugar ficou para a revenda Chevrolet, Kugler, do Paraná, 2º lugar para a Bayer, e 3º houve empate entre a Escola Evangélica de Castrolanda e a ITC do Brasil. NT 15 Seminário Internacional surpreende organizadores e bate recorde de público Nutron recebe homenagem especial Outra conquista da Nutron neste importante evento da cadeia leiteira foi o decacampeonato do Troféu Agroleite, já considerado o “Oscar do Leite”. O prêmio, já na 10ª edição, rendeu para a Nutron uma homenagem especial pelos 10 anos invictos na categoria nutrição. Diretores, gerentes e coordenadores estiveram presentes no tapete vermelho do Memorial da Imigração Holandesa para a comemoração de mais esta conquista. Com o auditório do Parque de Exposições completamente lotado, a Nutron realizou na quarta-feira (10 de agosto), em parceria com a Castrolanda, o Seminário Internacional. Na terceira edição a qualidade do público surpreendeu os organizadores, que trouxeram o que há de mais inovador em temas para auxiliar a rentabilidade leiteira e a eficiência alimentar. O evento apresentado por especialistas internacionais dos Estados Unidos e Holanda ocupou quase 8 horas da programação oficial. A primeira palestra, ministrada por Jeff Defrain, dos Estados Unidos, abordou o tema lameness, que também apresentou a maximização da saúde dos cascos. Estratégias nutricionais para vacas em estresse térmico e a melhoria da eficiência alimentar de vacas leiteiras foram abordadas por Tim Thompsom dos Estados Unidos e Gijsbert van Winkoop, da Holanda. Gijsbert é especialista em novas tecnologias para vacas leiteiras. Durante o evento, aproximadamente 600 participantes acompanharam as palestras através da tradução simultânea e ao final de cada tema tiveram espaço para esclarecimento de dúvidas. Para o próximo ano, a Nutron já tem a agenda reservada para novos temas de abordagem dentro da programação oficial do Agroleite 2012. Castrolanda anuncia nova estrutura para Agroleite Ciente da importância no contexto nacional, a Castrolanda, organizadora do Agroleite, anunciou para os participantes da cerimônia do Troféu Agroleite uma nova estrutura para os próximos anos. Um centro de convenções foi apresentado para o público que, com aplausos, demonstraram uma atitude muito positiva e esperam uma nova roupagem para o evento nos próximos anos. A intenção apresentada pela cooperativa é aplicar o investimento em fases. O projeto reafirma a importância do evento e fortalece o setor, já que contribui para a formação como oportunidade de troca de experiências e conhecimentos entre os produtores. 16 NT NT 17 EVENTOS Provimi LatAm participa do XXII Congresso Latinoamericano de Avicultura 18 e apresenta novo membro no Salão da Fama NT Aconteceu entre os dias 6 e 9 de setembro o XXII Congresso Latinoamericano de Avicultura, promovido pela Cámara Argentina de Productores Avícolas (CAPIA) e pelo Centro de Empresas Procesadoras Avícolas (CEPA) em Buenos Aires, na Argentina. O Congresso reuniu mais de 3 mil participantes entre cientistas, empresários, profissionais da área e estudantes. A Provimi LatAm esteve presente no evento, que aconteceu no prédio de Exposições de La Rural, em Buenos Aires, e teve presença de congressistas de países da América Latina e do Caribe. Com um estande na feira, a Provimi LatAm patrocinou a vinda do Dr. Michael Czarick da Universidade da Georgia (EUA), especialista em ambiente de galpões avícolas que, juntamente com o diretor global de avicultura da Provimi, Dr. Antônio Mário Penz Júnior, realizaram um Seminário Pré-Congresso. A Provimi LatAm também promoveu o evento “Poultry Business Exchange”, com o objetivo de compartilhar assuntos de negócios com os donos das empresas produtoras de aves. Para Teresa Cristina Ruocco Dari, gerente de avicultura da Provimi América Latina, o XXII Congresso Latinoamericano de Avicultura é uma oportunidade de estreitar o relacionamento com os clientes e reforçar o posicionamento da empresa. “Tivemos a oportunidade de reforçar o posicionamento da Provimi nos eventos próprios promovidos durante o Congresso, que é aumentar o retorno do investimento do nosso cliente através da otimização do seu negócio, oferecendo produtos de qualidade e serviços especializados para o atendimento de suas necessidades”, diz. A Provimi tem uma participação expressiva no mercado da América Latina, se colocando fortemente como uma empresa que investe em tecnologia, inovando com amplo portfólio de soluciones (produtos e serviços) em nutrição e produção animal. As palestras do Congresso foram apresentadas simultaneamente pela manhã em cinco salas diferentes e abordaram os mais diversos Mário Penz, diretor mundial de avicultura da Provimi, recebeu homenagem pela atuação no setor temas do setor avícola – sanidade, manuseio, nutrição, genética, reprodução, incubação e a área industrial-empresarial. Além das apresentações, o Congresso Latinoamericano de Avicultura realizou uma exposição setorial com mais de 8.000 m2 de estandes comerciais que contou com empresas renomadas das áreas de genética, equipamento, nutrição, sanidade e serviços. Salão da Fama homenageia profissional da Provimi A cada dois anos de realização o Congresso Latinoamericano de Avicultura apresenta os novos membros do “Salão da Fama”, solenidade que surgiu em 1987 e homenageia os pioneiros e líderes da avicultura na América Latina com base no currículo e no histórico dos indicados. Este ano, a Provimi teve o prazer e a alegria de receber o reconhecimento através do diretor mundial de avicultura da empresa, Antônio Mário Penz Júnior. Além de figura extremamente importante para o setor e profissional mais que valorizado na Provimi, Mário Penz foi um dos fundadores da Nutron Alimentos e acumulou 35 anos de carreira como pesquisador e professor de Nutrição Animal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É hoje considerado o nutricionista avícola mais reconhecido na América Latina e já divulgou cerca de 345 trabalhos em publicações internacionais e congressos, além de palestras em mais de 30 países. “Foi um prazer receber este reconhecimento, oferecido aos profissionais do nosso setor. Ele representa muitos e muitos anos de dedicação à avicultura.”, diz. A cerimônia de nomeação do “Salão da Fama” aconteceu no dia 8 de setembro durante a programação oficial do Congresso Latinoamericano de Avicultura . NT 19 EVENTOS Balde de Ouro homenageia os destaques de 2011 do setor leiteiro As categorias do prêmio Balde de Ouro Segunda edição do evento é parte da programação oficial da Feileite O principal evento do calendário dos produtores de leite começa no final do mês de outubro e traz em sua programação uma homenagem àqueles que fizeram a diferença para o setor. No dia 31 de outubro tem início a Feileite – Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite, maior feira indoor da pecuária leiteira que reúne mais de 2.000 animais, e já no segundo dia de atividades acontece o prêmio Balde de Ouro, idealizado e organizado pela NFT Alliance em parceria com o Agrocentro. O troféu Balde de Ouro é um evento de reconhecimento dos destaques no segmento de bovinocultura de leite pioneiro no setor. Esse ano, o prêmio chega à sua segunda edição, que marca a entrada no calendário oficial de eventos mais importantes do segmento. Para a premiação dos homenageados, a NFT Alliance, junto ao Agrocentro e ao Canal Terra Viva, formaram um comitê especializado que, reunido, julga e elege os melhores na atividade leiteira do país. Serão 25 ganhadores em diferentes categorias. A cerimônia de homenagens será realizada no dia 1º de novembro às 19h no Centro de Exposições Imigrantes, durante a programação oficial da Feileite. Para a recepção dos 200 convidados será realizado um jantar organizado pela NFT Alliance em parceria com o Canal Terra Viva, Feileite, Nutron Alimentos, Cargill, MSD Saúde Animal, Serrana Nutrição Animal e Dow AgroSciences. Logo depois, os homenageados serão chamados ao palco para receber, das mãos dos patrocinadores do evento, os troféus que simbolizam o reconhecimento da relevância para a atividade leiteira. O encerramento acontece com um jantar de confraternização. 20 NT Inovação Sustentabilidade Meio Ambiente Integração Lavoura Pecuária Empreendedorismo - Fora da Porteira Empreendedorismo - Dentro da Porteira Cooperativismo Personalidade Política Personalidade Sindical Exemplo para o leite Gratidão Alta Gestão - Cooperativas Alta Gestão - Fazendas Workshop NFT estreia na maior feira indoor Feileite da pecuária leiteira Evento se inspira no debate realizado na Feicorte e repete uma fórmula de sucesso Quando um evento gera retorno bem sucedido e prova que o setor precisa de mais atividades como aquela, ele deve servir de inspiração para outras iniciativas que também contribuam para o crescimento do segmento. Identificando uma oportunidade como essa é que a NFT Alliance, em parceria com a Feileite, lança esse ano o Workshop NFT Feileite para discutir os assuntos mais importantes da bovinocultura de leite. No mesmo molde do workshop que aconteceu durante a programação oficial da Feicorte, a NFT Alliance lança na 5ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite um debate que reunirá alguns dos profissionais mais renomados do cenário atual. “O objetivo do Workshop NFT Feileite é gerar interação entre os produtores participantes do workshop e os palestrantes para que se discutam os principais temas relacionados à produção de leite no Brasil”, explica Alessandro Roppa, diretor de marketing da Nutron, responsável pela organização do evento. No palco, os palestrantes Mauricio Silveira Coelho (Grupo Cabo Verde), Rafael Ribeiro (Scot Consultoria), o vencedor da categoria destaque “produtores” do Balde de Ouro (palestra case de gestão) e o vencedor da categoria destaque “cooperativas” irão expor assuntos atuais e novidades do setor leiteiro para um debate com o público presente. Ao final das apresentações haverá uma mesa redonda com os palestrantes presidida por Rodrigo Alvim. O Workshop NFT Feileite terá duração de um dia e estará na programação oficial da Feileite nos próximos anos. Confira a programação abaixo: Jovem Empreendedor Técnico Autônomo Técnico de Cooperativa Técnico de Empresa Técnico de Universidade 02 de novembro de 2011 Horário Tema Palestrante Empresa 14 - 14h10 Abertura Celso Mello/Vilson Simon Nutron Alimentos/ MSD Saúde Animal 14h10 - 14h3 Mercado do leite: situação atual e perspectivas para 2012 Rafael Ribeiro Scot Consultoria 14h30 - 14h50 Marketing no Leite Maurício S. Coelho Grupo Cabo Verde 14h50 - 15h20 Case de Gestão: Modelo Cooperativa Henrique C. Junqueira Castrolanda 15h20 - 15h50 Case de Gestão: Modelo Produtor Reinaldo C. Figueiredo Fazenda Figueiredo Homenagem Especial (Desenvolvimento Cooperativista) 15h50 - 16h10 Rastreabilidade na Indústria Láctea Pedro Gonçalves Tetra Pak Homenagem Especial (Pioneirismo) Homenagem Especial (Integração Pecuária) 16:h0 - 17h Mesa redonda Mediador Otávio C. Junior (Canal Terra Viva), com participação: João Almeida Sampaio Filho (Presidente do Conselho Superior do Agronegócio - COSAG/FIESP) e Rodrigo Sant’Anna Alvin (Presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CAN) Parceiro do Leite Memória do Leite Sucessão Familiar Homenagem Especial (Cooperativa) Homenagem Especial (Produtor) Homenagem Especial (Empreendedorismo Cooperativista) NT 21 EVENTOS Nutron recebe o prêmio “Melhores do Agronegócio 2011” da revista Globo Rural 22 NT Confira as categorias e as empresas vencedoras do prêmio “Melhores do Agronegócio 2011” Pelo quinto ano consecutivo, a Nutron recebe o prêmio “Melhores do Agronegócio 2011” da revista Globo Rural na categoria `Rações’. O evento de premiação das 30 categorias aconteceu no dia 24 de outubro, no hotel Unique, em São Paulo, com a presença das principais empresas que se destacaram no setor do agronegócio em 2011. Para Celso Mello, diretor presidente da Nutron Alimentos, receber novamente esse prêmio é um orgulho para a empresa. “Essa conquista traduz nosso foco no trabalho profissional e ético no mercado de nutrição animal brasileiro, ajudando nossos clientes e também nosso país a continuar sendo referência na produção de carnes, leite e ovos”, diz. Nesta sétima edição do “Melhores do Agronegócio” participaram 350 convidados, entre empresários, autoridades e representantes de entidades ligadas ao setor. Aos presentes foi oferecido um jantar com um cardápio especialmente baseado na agricultura brasileira e com pitadas internacionais. O evento foi patrocinado por Bradesco, Ford Caminhões e SuperGasbras. Abate de animais: Frigorífico Silva Açúcar e álcool: Copersucar Alimentos básicos: Sococo Atacado e varejo: Pão de Açúcar Avicultura: Nutriza Cana-de-açúcar: Agroterenas Comércio exterior: Copersucar S.A Conservas, sucos e congelados: Arosuco Couros e calçados: Arezzo Criação e pesca: Pioneira da Costa Defensivos agrícolas: Syngenta Desenvolv. agropecuário: Emater-MG Expl. vegetal e reflorestamento: Duraflora Ferramentas e impl. agrícolas: Kepler Weber Fertilizantes: Vale Fertilizantes Frutas e sementes: Gibran Grãos: CBI Agropecuária Ind. de café e chá: Grupo 3corações Ind. de carnes: Marfrig Ind. de doces e salgados: Garoto Ind. de soja e óleos: Coamo Laticínios: Yakult Massas e farinhas: M. Dias Branco Papel e celulose: Suzano Pecuária: Agropecuária Jubran Produção de soja: C. Vale Produtos veterinários: Vetnil Rações: Nutron Tabaco e bebidas: Ambev Tratores e máquinas agrícolas: CNH Latin America NT 23 Eduardo Batista é Gerente Regional Bovinos Corte - Nutron Alimentos região de Goiás, Tocantins, Pará e Maranhão gestão GERENCIAMENTO DEDADOS EMCONFINAMENTO Nos últimos anos, observamos um crescimento acentuado da atividade de confinamento no Brasil, mesmo em anos de crise econômica mundial, a atividade vem ganhando espaço cada vez maior dentro do agronegócio brasileiro. Diversos fatores, internos e externos, nos leva a crer que esse ramo continuará a crescer nos próximos anos, tais como: • Demanda por carne bovina no mundo continuará aquecida nos próximos 10 anos. • O aumento de renda da classe C continuará impulsionando o consumo interno, só o crescimento econômico brasileiro de 4,5% ao ano trará 20 milhões de novos consumidores da classe D para classe C em apenas cinco anos. • Pressões ambientais dificultarão a abertura de novas terras, o que obrigará o pecuarista tradicional a adotar novas tecnologias. • Aumento da seca nas principais regiões produtoras e a exigência por uma carne de melhor qualidade para atender o mercado externo. Com o crescimento da agricultura e com a dificuldade de abrir novas áreas de floresta, não temos dúvida em afirmar que o Brasil aumentará a produção de carne 24 NT bovina nos próximos anos com o aumento de eficiência e produtividade. Só para termos uma ideia do impacto do aumento de eficácia e produtividade, tomaremos o exemplo dos produtores norte americanos. Eles possuem um rebanho de 100 milhões de cabeças e produzem 12 milhões de toneladas de carne bovina por ano, já nós temos um rebanho de 209 milhões de cabeças e produzimos 8,9 milhões de toneladas, ou seja, com um rebanho de 109 milhões de cabeças a mais, conseguimos produzir 25% a menos do que os americanos. Dá para imaginar o quanto de terra poderíamos economizar se diminuirmos o nosso rebanho e aumentarmos a produção. É claro que estamos sendo extremistas ao compararmos o nosso sistema com o mais eficaz do mundo, não achamos que o nosso sistema de produção deva ser igual ao deles, só queremos mostrar o quanto ainda temos de espaço para melhorarmos. Voltando a nossa realidade, a primeira onda de crescimento da atividade de confinamento no Brasil ocorreu há sete anos, especialmente no Estado de Goiás e se deu de forma muito desordenada. A simples desvalorização que existia no preço de compra do boi magro garantia uma boa rentabilidade ao confinador, somando-se a isso, ao fato que os preços dos grãos eram muito inferiores aos preços praticados hoje, a margem de lucro da atividade era muito elevada, o que fazia com que o confinador convivesse com ineficiências e ingerências de uma atividade mal conduzida. A lucratividade fácil que a atividade proporcionava, desestimulava o produtor a buscar ferramentas que pudessem ajudá-lo na gestão do seu negócio. As únicas métricas avaliadas eram ganho de peso e rendimento de carcaça, comumente decisões eram tomadas de forma errada como, período de permanência no confinamento, peso mínimo de entrada, peso de saída, tipo racial ideal a ser confinado etc. Até nós nutricionistas tínhamos dificuldades, pois eram poucas as informações sobre o nosso rebanho, muitas informações que tínhamos eram retiradas de confinamentos norte americanos, com uma realidade de genética e nutrição completamente distinta da nossa. A partir daí, a Nutron começou a desenvolver um software de gerenciamento de confinamentos, com ele foi possível reunir todas as informações zootécnicas e econômicas de um confinamento que nos auxiliam no dia a dia e nas tomadas de decisões, além disso, foi possível montar um banco de dados gigantesco com informações do rebanho brasileiro. Uma operação de confinamento, por menor que ela seja, é uma atividade que envolve muitos recursos financeiros aplicados. Atualmente uma operação considerada pequena, tal como 700 animais confinados, pode ter uma receita bruta anual que ultrapassa R$ 1.200.000,00. As operações de confinamento comuns no centro-oeste brasileiro acima de 5.000 cabeças têm faturamento bruto anual equivalente a uma empresa de médio porte. Voltando um pouco, há sete anos, essas mesmas operações dispunham de pouquíssimas informações a respeito da gestão de suas atividades. Não dispunham de vagões misturadores com balanças, não tinham informações sobre: consumo por lotes, consumo de ingredientes, conversão alimentar, retorno financeiro por lote. Os tratos eram feitos em vagões forrageiros na “bica corrida” uma expressão muito usada no meio e não era usado nenhum software que ajudasse na gestão da atividade. Comumente, decisões eram tomadas sobre métricas equivocadas. Isso me lembra uma celebre fra- NT 25 se: “O que é medido é gerenciado, o que não é gerenciado está à deriva”. O fato é que alguns confinadores sobreviveram a essa fase com uma gestão pouco profissional. Infelizmente a lucratividade reduziu e os confinadores foram obrigados a se profissionalizar. É necessário conviver com a lucratividade obtida através das @ produzidas e não mais com valorização das @ magras. Temos que nos acostumar a produzir com grãos cada vez mais caros e não se admite estar na atividade sem equipamentos e softwares que nos ajudam no operacional do dia a dia e na tomada de decisões. Um exemplo de ferramenta de gestão em confinamento é o Feed Manager, que é um software de gerenciamento com foco no manejo dos animais, no controle dos tratos e na fabricação de rações. Esse programa auxilia o controle de custos, o estoque de alimentos e a elaboração de índices de desempenho técnico e financeiro. Além disso, hoje em dia é possível prever o ponto ótimo de abate de um lote através de equações de predição e consequentemente, obter o lucro máximo em cada lote. Hoje os riscos da atividade de confinamento são elevados. O principal item de risco são os animais (67% dos riscos da atividade referem-se ao preço de compra e venda dos animais). Existem ferramentas que nos auxilia a minimizar os nossos riscos como a venda no mercado futuro BM&F, mercado de opções e boi a termo junto aos frigoríficos. Porém, a decisão de “trava de preços” deve ser tomada após o cálculo do custo da @ produzi- 26 NT da. Neste sentido o Feed Manager se torna fundamental, pois através dele podemos retirar informações como: conversão alimentar esperada de acordo com a composição racial dos animais, custo médio da @ produzida de diferentes composições raciais e diferentes pesos de entrada e saída; equações de predição nos indicam os dias de confinamento necessários para obtermos o lucro máximo em cada lote. Com essas informações é possível ser mais preciso na tomada de decisão sobre a venda futura. Existem ferramentas no mercado que fazem a gestão de cria e recria a pasto e integrando esses softwares com o Feed Manager, podemos obter informações valiosas no que se refere à seleção de rebanho, como relatórios de ganho de peso e conversão alimentar individuais, que ajudam a selecionar vacas e touros que produzem animais com melhores resultados zootécnicos. Até então, a seleção de animais era feita baseada principalmente no ganho de peso. Existe uma correlação moderada entre ganho de peso e lucratividade, porém não é possível afirmar que quanto maior o ganho de peso maior a lucratividade. Já a conversão alimentar e a lucratividade têm uma correlação quase que perfeita e positiva, com isso é possível afirmar que: quanto melhor a conversão alimentar maior a lucratividade. Por isso, a importância da seleção de rebanhos baseada nesse critério. Outra ferramenta de gestão que se pode obter com o Feed Manager é o chamado benchmarking. Com ele, podemos comparar o desempenho entre dois ou mais sistemas, sendo possível avaliar o quão eficaz está na nossa atividade, apontar ineficácias e posteriormente realizar a correção dos erros melhorando assim, o nosso desempenho. É possível comparar resultados de desempenho de dietas com níveis de energia diferentes, níveis de acabamento, programas de promotores de eficiência alimentar diferentes, etc. Uma reunião no final da operação de confinamento, mostrando o resultado zootécnico e financeiro do seu confinamento comparado, por exemplo, com o resultado dos cinco melhores do Brasil e de sua região. Mostrar o que esses cinco melhores fizeram de diferente, pode ajudar muito a melhorar o seu negócio. Aprofundaremos mais sobre benchmarking numa próxima oportunidade. Abaixo vemos um relatório de índices zootécnicos de 10 lotes abatidos com 1.088 cabeças. Nota-se que o resultado de conversão alimentar (em kg MS/@ produzida) é melhor 13,2% nos animais Nelores, quando comparado com os animais compostos. Essa informação nos ajuda na tomada de decisão com relação à aquisição de animais para o confinamento. De posse dessa informação, sabemos o quanto podemos pagar a mais em lote de animais de genética superior ou o quanto devemos pagar a menos em animais de genética inferior. O Feed Manager, além de tudo, é também uma ferramenta indispensável para o nutricionista, pois é através dele que acompanhamos o desempenho dos animais lote a lote, principalmente através do monitoramento da curva de consumo (veja gráfico abaixo). Durante a fase de adaptação dos animais, período de transição onde a flora ruminal deixa de digerir carboidratos disponíveis exclusivamente de forragem (pasto) e passa a digerir amido oriundo de grãos presentes na dieta, o nutricionista deve estar muito atento para o consumo dos animais para evitar problemas metabólicos. Nessa fase, o objetivo é o aumento de consumo diário progressivo atingindo a meta de consumo até o 21º dia de confinamento. Através do gráfico de consumo, acompanhamos essa evolução. Além disso, no gráfico de consumo diário podemos identificar problemas de manejo tais como, falta de ingrediente, quebra de equipamento, etc. O gráfico pode ser usado para determinar quais os lotes devem ser enviados para abate, pois sabemos que animais próximos ao período final de engorda diminuem o consumo de matéria seca. Os confinamentos brasileiros evoluíram muito nos últimos anos, posso dizer que, em termos de gestão e manejo, estamos muito próximos dos melhores do mundo. O confinador brasileiro tem uma vantagem muito grande em relação aos outros países, pois o produtor brasileiro é muito dinâmico e adota novas tecnologias com muita rapidez, seja ele pequeno, médio, ou grande confinador. A evolução que tivemos em sete anos, alguns países demoraram décadas para concretizar, isso mostra o espírito do produtor brasileiro. O Feed Manager conta hoje com um banco de dados de mais de 40 milhões de diárias, de diversos confinamentos no Brasil, este ano estará presente também em outros países como Paraguai, Bolívia e Argentina. E essa é uma ferramenta disponível para os clientes Nutron e mostra o compromisso da empresa em tornar o negócio dos nossos clientes cada vez mais duradouro. NT 27 notícias César Machado - Agrostock NFT Marketing Trends: evento reúne gestores de marketing no agronegócio 28 NT A NFT Alliance promoveu mais uma iniciativa de sucesso: o NFT Marketing Trends 2011. Com o objetivo de discutir o marketing dentro do agronegócio, a segunda edição do evento aconteceu no dia 18 de outubro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Realizado pelo Agrocentro, Canal Terra Viva e Sandra Paschoal Soluções em Palestras, o NFT Marketing Trends teve o apoio também da ABIEC e contou com a presença de vários profissionais que realizaram palestras voltadas aos gestores do agronegócio. Após um almoço no recinto do Agrocentro, Alessandro Roppa, gerente de marketing da Nutron e um dos idealizadores do NFT Marketing Trends, abriu o evento mostrando a evolução da NFT Alliance e agradeceu os parceiros. “A Alliance une diversas empresas para fazer ações de interesse de todas elas. É um projeto evolutivo, mas o foco é verificar estratégicas em comum e o que podemos ajudar dentro de um projeto único para atingir os objetivos que traçamos”, comenta. Vilson Simon, diretor presidente da MSD Saúde Animal, enfatizou a importância da NFT Alliance e comentou a entrada da empresa. “Juntamos forças para levar soluções mais abrangentes para o mercado”, diz. Logo em seguida, o presidente da Nutron, Celso Mello, fez uma breve retrospectiva dos dois anos de existência da NFT Alliance e comentou que a aliança contribui para o agronegócio, principalmente no setor da carne. “As ações da Alliance querem ajudar na profissionalização na cadeia da produção da carne”, diz. Para abranger o tema “Marketing para o agronegócio”, o professor de MBA na ESPM, Dado Schneider, fez uma palestra motivacional destacando a receita de sucesso de um gestor. “É preciso que ele esteja aberto às mudanças. Mudar é aceitar o novo. Gestor que não se atualizar, daqui há três anos estará fora do mercado”. Ele destacou também o uso das redes sociais. “Estamos num mercado cada vez mais competitivo. É preciso mais contato com o mercado, dominar novas tecnologias, falar inglês e entrar nas redes sociais. Temos que aprender a conviver com os mais jovens, atendendo melhor nossos clientes sabendo que eles têm muitas outras opções”, conclui. O gerente de marketing da Nutron, Alessandro Roppa, falou sobre o tema “Marketing corporativo”. Roppa apresentou algumas ações que a NFT Alliance desenvolveu nos seus dois anos de existência. Entre elas estão a revista NT, os eventos, o canal NFT na internet com palestras online para consultorias, e as mídias sociais. Segundo Roppa, o marketing na NFT Alliance atua também na parte comercial. “Temos conseguido gerar uma percepção de marca e uma exposição das empresas maior do que através das ações de marketing isoladas que as empresas fazem. Quando postamos um conteúdo na internet, e através de ferramentas de buscas, temos resultados que são mais amplos”, diz. Maurício Palma Nogueira, da Bigma Consultoria, discutiu sobre o tema “Safra Pecuária, é preciso prever?”. Para responder a essa pergunta, Nogueira disse que é preciso buscar indicadores. “Os principais impactos são climáticos e tecnológicos. Devemos diagnosticar a pecuária por indicadores e analisar a reação dos produtores diante dos possíveis cenários, se há disponibilidade tecnológica para o agricultor e se tiver, qual é o prazo dessa tecnologia entre ser implantada até o produto final, e o principal que é se existe disponibilidade de capital”, diz. Nogueira destacou o Rally da Pecuária, projeto da Bigma, que tem o objetivo de conhecer melhor esse setor. “É um projeto de longo prazo. Andamos a cada 20 km e fazemos amostragem de tudo o que está no pasto e pesamos, até a matéria morta”, conta. Entre os pontos-chave de sua palestra, Nogueira apontou que os investimentos em tecnologia estão se consolidando. “Pecuária vai demandar cada vez mais tecnologia. Sem produtividade, o pecuarista não vai ter o orçamento para manter a safra das pastagens e a perderá por efeitos do clima e pragas”, conclui. NT 29 “Esse evento vem para confirmar a proposta que a NFT tem desde o começo que é juntar as competências individuais de diferentes empresas e, além dos valores, transformar isso numa melhoria, de fazer com que o cliente final comum de nossas empresas tenha um ganho de proatividade. Eu vi nas apresentações, principalmente o Rally da Pecuária 2011, da Bigma, que é exatamente isso: o salto quântico brasileiro de produzir e o ganho através da implantação de tecnologias. Esse tipo de evento é a questão de como nós da agroindústria podemos juntos levar tecnologia para fazer esse salto quântico” Vilson Simon – diretor presidente da MSD Saúde Animal 30 NT de observar quais são as boas práticas para inovar de acordo com cada característica local. “O setor está muito preocupado com isso. É preciso entender o que é sustentabilidade e competitividade”, diz. Carla Tuccilio, do AgroCentro, falou sobre o sucesso de ações da NFT como o Espaço Carne na Feicorte desse ano, evento que aconteceu em São Paulo. Diante disso, Carla anunciou o Circuito Feicorte 2012, uma proposta de montar um grupo de empresas que vão passar por Cuiabá (MT), Salvador (BA), Goiânia (GO) e Campo Grande (MS), pólos principais de produção de gado de corte. “Pretendemos atingir um maior número de produtores do que atingimos na Feicorte, com o objetivo de também levar discussões sobre a qualidade da carne para essas capitais”, diz. Fernando Sampaio, da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), falou sobre as evoluções da pecuária brasileira e as novas ações de marketing da carne bovina no exterior e no mercado local. “É preciso mudar a imagem ruim que a carne bovina brasileira tem no exterior, daquele pasto queimado”, diz. Nesse cenário, Fernando Sampaio idealizou o Brazilian Beef, projeto que busca melhorar a imagem que a carne bovina nacional tem fora do Brasil, e defende o produto. “A carne bovina brasileira é nutritiva e aqui temos a diversidade de raças”, comenta. Flávio Azevedo, da agência de comunicação Prole, que trabalha para a ABIEC, complementou falando sobre o Projeto Pecuária do Brasil, outra iniciativa que tem como objetivo defender os interesses da exportação da carne bovina brasileira. “Pegamos várias histórias de sucesso e filmamos. Temos veículos como a feira e a internet que nos ajudam a mudar essa imagem”, conta. O destaque da apresentação ficou para o final com a exibição do vídeo que mostra essas histórias de sucesso e as melhores práticas da pecuária. Por último, foi a vez de Guilherme Reis, gerente comercial da editora Animal World, que apresentou “As ferramentas e soluções para o marketing em avicultura e suinocultura”. Reis associou essas ferramentas com a internet e a tecnologia, como o uso de páginas no Facebook e realizações de eventos. “É preciso investir mais em marketing”, diz. Após as palestras, um coquetel de encerramento marcou o NFT Marketing Trends. “É a primeira vez que estou participando do evento e achei extraordinário conhecer tantas pessoas de empresas do nosso segmento que vieram aqui buscar o mesmo objetivo. Estamos aqui para entender o mercado e quais são as estratégias que podemos usar para conquistar cada vez mais nossos clientes. A organização do evento está de parabéns pelo nível dos palestrantes.” Maurício Silveira Coelho – Diretor Comercial do Grupo Cabo Verde “É um evento excepcional que reúne grandes gestores para discutir sobre marketing, que normalmente é pouco discutido. O pecuarista e o agricultor normalmente não têm noção do que é o marketing setorial. A iniciativa da NFT Alliance é excelente.” Bruno Jesus de Andrade – Zootecnista do departamento técnico da ASSOCON “O NFT Marketing Trends foi um fórum que nos deu a chance de estarmos mais próximos e de adquirirmos um conhecimento coletivo que será certamente útil para a promoção da pecuária brasileira.” Fernando Sampaio – diretor da ABIEC e palestrante César Machado - Agrostock Após a apresentação, uma pausa para um café foi o momento de networking entre os presentes no evento. Logo em seguida, Alcides Torres, engenheiro agrônomo da Scot Consultoria, falou sobre a “Liberdade dos preços do boi gordo com os dias contados”. Torres comentou sobre esse setor. “No mercado do boi gordo é o mercado do preço, o ganho varia com a produtividade”, diz. Ele também destacou as estratégias que os frigoríficos vêm adquirindo depois da crise 2008. “O Brasil tem um processamento de carne incomparável com grupos de especialistas que estudam aspectos como o boi, o clima, a produção de grãos, etc”, conta. Em seguida, foi a vez de Fernando Lummertz, presidente da IBRAEXPO, com o tema “Como obter bons resultados nas feiras de negócios”. Para Lummertz, o gestor precisa fazer um planejamento antes de montar um estande na feira. “Feira se mede por resultados, tem que estabelecer objetivos para a participação. É preciso definir o que vai ser exposto e ter uma equipe responsável”. Lummertz apresentou uma pesquisa da Westinghouse que aborda a importância da participação em feiras como ferramenta de marketing. “O estudo mostrou que só 10% das consultas em canais de vendas têm chance de fechamento de negócios. Na propaganda tivemos um melhor resultado com 50% dessa chance. Já as feiras possuem 80% de chance de fechamento de negócios, pois ali o visitante está lá para comprar”, diz. Para concluir, Lummertz ressalta os benefícios de se participar de feiras. “Expor na feira certa leva resultados concretos porque fortalece relacionamentos, amplia vendas a curto, médio e longo prazo, e gera novidades”, finaliza. Alexandre Bortolai, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, no qual o canal Terra Viva faz parte, falou sobre “As tendências da mídia eletrônica para o agronegócio em 2012”. Para ele, o mercado ainda não sabe explorar as oportunidades de negócio que um canal de TV pode dar. “Televisão ainda é responsável pelo grande consumo de mídia”, comenta. Marco Antonio Conejero, do Centro de Pesquisa e Conhecimento em Agribusiness (PWC), ficou a cargo de expor seus conhecimentos sobre “O papel das associações do agronegócio na coordenação da sustentabilidade”. Segundo ele, a sustentabilidade demanda aspectos “A ideia de unir várias empresas em prol de um maior entendimento é um grande benefício. Quanto mais pessoas colocarmos para discutir temas relevantes, será bom para o meu aprendizado e para levar a minha empresa.” Marco Antonio Conejero - Centro de Pesquisa e Conhecimento em Agribusiness – palestrante NT 31 notícias Um novo olhar sobre a pecuária brasileira A imagem negativa da pecuária brasileira, que durante muito tempo foi divulgada tanto no mercado interno quanto externo, pode estar com seus dias contados. A tarefa não é tão simples e nem tão fácil, mas a ABIEC - Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne está empenhada em mudar esta realidade. O trabalho já começou com o Projeto Pecuária Brasileira. Por meio de um filme que reunirá relatos de produtores de diferentes localidades do Brasil, como também de reportagem fotográfica, a ABIEC pretende mostrar que o país tem muitas boas histórias para contar na área, diferentemente do que tem sido divulgado até o momento. Novas tecnologias, inseminação artificial, melhoramento genético, adequações à nova legislação ambiental e muitas outras. O projeto teve início com o envio de uma equipe com cinegrafista para os estados do Pará, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. O presidente da ABIEC, Fernando Sampaio, explica que o objetivo é mudar o cenário da pecuária brasileira por meio de relatos colhidos em vários estados e regiões. “São áreas críticas, com muita pecuária, com tecnologias novas surgindo. A pecuária está evoluindo, tem gente que vive de pecuária e que está trabalhando para melhorar o setor. Aquela imagem do boi, do pasto queimado, degradado, aquilo não pode ser a realidade da pecuária brasileira, precisamos ter outras histórias, e estamos achando muita coisa boa para ser mostrada”, diz. A primeira apresentação das fotos e do vídeo elaborado pela ABIEC foi feita na Alemanha, durante o evento internacional Anuga, a maior feira de alimentos da Europa, realizada de 3 a 7 de outubro. Outras frentes de divulgação O Brasil evolui com a pecuária. A pecuária evolui com o Brasil. 32 NT Já temos o site Brazilian Beef (www.brazilianbeef. org.br), que tem como público-alvo o mercado internacional. Para o mercado interno, ‘será lançado o portal Pecuária do Brasil. “O que fizemos com o Brazilian Beef fisicamente, é um trabalho de “branding”, conectar pessoas envolvidas na produção ou na indústria, conectar importadores lá fora, e isso nos deu uma base sólida para nos comunicarmos melhor com os nossos públicos”, explica Sampaio. Segundo ele, o reforço também está sendo feito junto à mídia. “Temos um trabalho de influência importante, pois chamamos jornalistas para conhecer frigoríficos e áreas de produção para que entendam e conheçam o nosso negócio de perto.” Para a área da publicidade, o professor Marcos Fava Neves, da USP de Ribeirão Preto, elaborou para a ABIEC um embasamento econômico de cada elo da cadeia, a influência no PIB brasileiro, geração de impostos e de empregos, o tamanho e a importância que representa para a economia brasileira. “Vamos mostrar que nos últimos 15 anos a exportação aumentou mais de 731% e a área de pastagem diminuiu. Não adianta colocar um anúncio em uma revista falando da nossa pecuária, sem termos números para comprovar isso. A pecuária é uma chave que o Brasil tem para fazer crescer o agronegócio com sustentabilidade”, diz Sampaio. As expectativas com os resultados do projeto, segundo o presidente da ABIEC, são as melhores possíveis. “É mudar a forma como as pessoas enxergam o setor, principalmente os formadores de opinião. As pessoas precisam enxergar a pecuária como o setor que mais emprega no país, que está contribuindo para a sustentabilidade, pois vacas não causam aquecimento global, a pecuária na verdade sequestra carbono.” Envolvimento do setor “Esperamos que outras empresas ligadas ao setor também entrem nisso. Queremos que o setor se mantenha movido por essa campanha, que tenha uma linguagem única para se comunicar e se defender”, diz Sampaio. Ele lembra que mesmo antes da campanha a ABIEC conta com o apoio de universidades, associações de produtores, consultorias que trabalham com pecuária, instituições e do Serviço de Informação da Carne – SIC. NT 33 Não faltou motivação A ABIEC foi criada também com a intenção de promover a exportação da carne brasileira no mercado internacional, em um trabalho conjunto com a APEX - Agência de Promoções e Exportações. “Começamos a fazer isso com o programa que se chama Brazilian Beef há 10 anos, junto com a APEX. E funciona assim: a indústria entra com uma parte, a APEX entra com a outra metade e isso é usado para participarmos de feiras, fazer workshops, eventos promocionais para empresas que vendem lá fora. É para divulgar, para o marketing da carne bovina com o propósito de aumentar o consumo e as exportações. São ações para o mercado externo”, explica Sampaio. A motivação maior para focar neste projeto, segundo ele, foram as notícias publicadas na mídia sobre a pecuária brasileira, que era vista como uma atividade devastadora que causava aquecimento global, que não tinha bons procedimentos de preservação ambiental e até mesmo de denúncia de trabalho escravo. “Na Europa, já ouvimos pecuaristas de lá dizendo que a carne brasileira ajudava a devastar a Amazônia. Estamos negociando um acordo bilateral entre Mercosul e União Europeia. A Confederação dos Produtores Rurais da Europa é contra pois acha que somos uma ameaça à agropecuária européia. Mostramos números dentro do Parlamento Europeu desmontando essa tese. Estão sempre querendo criar novas barreiras e exigências contra o Brasil”, diz. Sampaio conclui dizendo que a pecuária é uma atividade que abre caminhos para outras, e que ela foi realidade graças a incentivos de sucessivos governos brasileiros. “Só que essa história nunca tinha sido contada pelo nosso ponto de vista.” 34 NT NT 35 notícias 2011: ano de grandes eventos e ações promovidas pela NFT Alliance O ano de 2011 foi muito produtivo para a NFT Alliance. As empresas que fazem parte dessa aliança de marketing corporativa (entre elas Nutron Alimentos, MSD Saúde Animal e Serrana Nutrição Animal) participaram de ações que contribuíram para o grande sucesso de importantes eventos que aconteceram nesse ano. Feicorte Simpósio Brasil Sul de Avicultura e Suinocultura Durante a 12ª edição do Simpósio Brasil Sul de Avicultura, que aconteceu entre os dias 5 e 7 de abril, em Chapecó (SC), um coquetel patrocinado pela NFT Alliance deu o pontapé inicial ao evento que contou com a presença de membros da organização e representantes do setor de avicultura. A NFT também montou um estande exclusivo com os profissionais das empresas parceiras da Aliança, que ficaram à disposição da imprensa e do público, facilitando o relacionamento entre os participantes do evento, a abertura de novos negócios e contato com novos parceiros. Similar as ações do Simpósio Brasil Sul de Avicultura, a NFT Alliance esteve presente na quarta edição do Simpósio Brasil Sul de Suinocultura patrocinando o coquetel de abertura. O evento que aconteceu na cidade de Chapecó (SC), entre os dias 9 e 11 de agosto, foi um encontro entre especialistas técnicos e produtores. O objetivo era discutir as oportunidades e desafios do setor. A Nutron expôs em seu estande uma linha completa de novos produtos para suínos. Entre os participantes do Simpósio Brasil Sul de Suinocultura compareceram profissionais da área, médicos veterinários, pesquisadores e empresários que discutiram soluções inovadoras para a suinocultura. 36 NT Na Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne) desse ano, a NFT Alliance, sendo representada pelas empresas Nutron Alimentos, MSD Saúde Animal e Serrana Nutrição Animal, cumpriu o objetivo da feira de disponibilizar o que há de mais moderno no setor da carne, realizando grandes ações que firmaram a edição desse ano como a melhor de todas. Com a presença de um estande especial da NFT Alliance, a MSD Saúde Animal levou uma equipe para fortalecer parcerias, apresentar novidades e prestar consultoria. Além de um estande especial da Nutron, a MSD Saúde Animal também levou uma equipe para fortalecer parcerias, apresentar novidades e prestar consultoria. Para Vilson Simon, diretor-presidente da empresa, a presença da MSD Saúde Animal na Feicorte junto à NFT Alliance foi de extrema importância para a organização. “A exposição da nossa marca foi um grande benefício, visto que passamos por uma mudança de identidade – de Intervet Schering-Plough para MSD Saúde Animal. Do ponto de vista institucional, esse canal da NFT Alliance tem ajudado a acelerar esse conhecimento da nova identidade no mercado. Do ponto de vista prático, foi bastante produtiva a interação durante a feira, bem como a participação no Caminho do Boi e no Workshop NFT. Pudemos participar e contribuir, aprender e ganhar com isso.” Uma das ações da NFT Alliance na Feicorte foi a criação do projeto Espaço Carne, que ganhou grande destaque promovendo a carne bovina nacional. Nesse espaço, 24 empresas do segmento expuseram produtos e conhecimentos sobre a pecuária e a produção NT 37 da carne bovina. Dentro desse ambiente o visitante também pode conhecer o “Caminho do Boi” que mostrou o trajeto do boi de corte, desde a pastagem até o embarque para o frigorífico. Outra atração foi o “Festival do Boi” com degustação diária de carne bovina e um comparativo de cortes das raças Hereford, Braford, Brangus, Angus, Simental e Simbrasil. Já o “Workshop NFT Alliance” reuniu 1.200 pessoas durante três dias para discutir o futuro da carne bovina no País. Profissionais do Instituto para o Agronegócio Responsável (ARES), JBS, Feed Solutions, MSD Animal, ABIEC, Marfrig, NFA, Assocon, Bigma, Scot, Dow AgroScience, Aprova e Acrimat formaram o time de palestrantes. Na “Academia da Carne” aconteceram palestras voltadas a estudantes das áreas de agronomia, zootecnia e veterinária. Um dos destaques da Feicorte no Espaço Carne foi a entrega do “Prêmio Nelson Pineda da Excelência em Confinamento”. O Prêmio é uma iniciativa do Agrocentro, Assocon e Scot Consultoria e tem como objetivo incentivar boas práticas de confinamento. O vencedor ganhou uma viagem para conhecer o confinamento JBS nos Estados Unidos. foi “Desempenho dos frangos: importância da incubação e nutrição na primeira semana de vida”. Organizado pela Nutron, a NFT Training contou com um time de palestrantes recheado de grandes nomes da avicultura como Ron Meijerhof (consultor particular nas áreas de Frango de Corte, Produtores de Frango de Corte e Incubação), Edwin Moran (mestre em Ciências pela Universidade Estadual de Washington), Antônio Mário Penz Júnior (diretor mundial de aves do Grupo Provimi), Tuffi Bichara (consultor técnico de aves da Nutron) e Luís Otávio Roberto (coordenador técnico comercial de avicultura da Nutron). Com grande sucesso, o NFT Training teve a participação de 75 empresas de países como Brasil, México, Colômbia e Argentina, Workshop Gestão Estratégica de Suprimentos na Cadeia de Produção Animal NFT Training Entre os dias 29 de junho a 1 de julho, em Salvador (BA), a NFT Alliance realizou a terceira edição do NFT Training, um evento que reuniu profissionais de avicultura da América Latina. Demonstrando ser uma ótima oportunidade para profissionais debaterem assuntos importantes e atuais da avicultura, o tema apresentado 38 NT O V Workshop Gestão Estratégica de Suprimentos na Cadeia de Produção Animal é mais um exemplo de sucesso da parceira da aliança NFT com outras empresas que representam os diversos elos da cadeia produtiva de proteína animal. Realizado na Bahia, entre os dias 27 e 29 de outubro, e organizado pela NFT, o workshop já é considerado o melhores e mais completos no setor de produção animal. Com a presença de palestrantes como Denise de Campos Toledo (Rádio Jovem Pan e SBT), Ariovaldo Zanini (Sindicações), Alexandre Mendonça de Barros (MB Agro), professor Jaci Correa Leite (FGV-SP), professor Carlos Tadeu Viveiro, Gustavo Penz (Provimi América Latina) e do professor Robert Henry Srour (FDC) foram discutidos os temas “Panorama político e econômico brasileiro”, “Atualidade sobre aditivos na produção animal”, “Mercado de commodities agropecuárias”, “A arte e a ciência da negociação”, “Negociação colaborativa”, “Mercado de microingredientes” e “Ética na negociação”. A parceria com a MSD Saúde Animal A NFT Alliance só poderia existir se houvessem empresas e organizações que confiassem no objetivo e, principalmente, no sucesso da iniciativa. A satisfação de poder contar com uma empresa do porte da MSD Saúde Animal é grande, e o ano de 2011 só trouxe motivos para ambas comemorarem. Desde fevereiro, quando firmou-se a parceria entre a MSD Saúde Animal e a NFT Alliance, o aprendizado de ambas as partes tem alcançado níveis altíssimos de produtividade. Vilson Simon, diretorpresidente da empresa, afirma que a expectativa da diretoria da MSD Saúde Animal foi alcançada. “Os resultados conseguidos até agora entre as equipes das parceiras estão dentro da nossa expectativa. Ainda existe muita coisa a ser explorada nos próximos meses e o segredo de um projeto como esse é que as empresas percebam que todas podem alavancar o desenvolvimento da outra. Ainda estamos construindo uma relação de confiança entre as pessoas envolvidas, um processo natural, mas estamos felizes com os resultados até hoje.” Empresa líder em saúde animal e segunda maior do mundo no segmento, a MSD Saúde Animal confere imensa credibilidade à NFT Alliance no que se refere ao assunto do bem-estar e qualidade de vida dos animais. Vilson explica que esse fato dá segurança aos parceiros da NFT Alliance quando lidam diretamente com esse contexto. Mas muito além de um só assunto ou segmento, Vilson considera a aliança um pioneirismo louvável para a divulgação do agronegócio. “A tendência hoje é a união de forças, principalmente no agronegócio, para a realização de ações de comunicação e co-marketing devido à questão dos recursos de investimentos disponíveis para as empresas. Quando você soma forças, você ganha e melhora a comunicação do setor. Se um colabora com o outro, a soma dos recursos amplia esse nível.” Para os próximos meses, a MSD Saúde Animal já visualiza boas ações e, ainda, afirma o compromisso com a NFT Alliance por mais um ano. “Quando fomos convidados para participar da aliança, explicamos que a nossa entrada não era um projeto de curto prazo. Vemos com bastante expectativa a parceria para o ano que vem, já que o ano de 2012 será muito importante para nós em termos de crescimento”, ressalta o diretor-presidente. Do ano que fica, a MSD Saúde Animal leva boas lembranças, muito aprendizado e a confiança de que 2012 será ainda melhor. “Percebemos que a NFT Alliance está se estabelecendo como veículo de comunicação e co-marketing bastante forte. Ela está presente em todos os eventos do setor de produção de alimentos e acho que isso agrega bastante valor ao nosso maior projeto, que é levar plataformas combinadas de serviços, produtos e soluções para os clientes. Vejo que o próprio mercado está reconhecendo a NFT como um projeto diferenciado dentro do setor”, avalia Vilson. NFT Alliance nas redes sociais Seguindo a tendência mundial da internet de troca de informações entre pessoas que têm o mesmo interesse e com o objetivo manter atualizado e bem informado o público que se interessa por questões sobre aves, bovinos de corte e leite, e notícias sobre parceiros, neste ano, a NFT entrou para o mundo das redes sociais nesse. No site oficial da NFT (www. nftalliance.com.br) ficou possível acessar links com palestras online, e-books, versão digitalizada da revista NT e acompanhar a atuação da NFT no blog, Facebook, Twitter e Linkedin. NT 39 Luciano Roppa é Diretor da LRoppa Consultoria. nutrição do amanhã Desafios e oportunidades para a produção de carnes nos próximos 20 anos 40 NT Próximas duas décadas apresentarão grandes mudanças no consumo de carne “O mercado do agronegócio passará por muitas pressões e precisará se adaptar a uma nova realidade até o ano de 2030”. É nessa afirmação que Luciano Roppa, diretor da L.Roppa Consultoria, baseia os seus estudos sobre o mercado mundial de carnes. O especialista constatou que o agribusiness mundial terá um imenso desafio nos próximos 20 anos devido a adaptações comportamentais da população e mudanças climáticas e socioeconômicas do mundo. Com informações preocupantes sobre a realidade em que se vive atualmente, Luciano apresenta uma série de dados que contextualizam essa conclusão. Um dos fatos dessa realidade é que, apesar de o agribusiness de hoje produzir alimento suficiente para toda a população mundial, muitas pessoas ainda passam fome no mundo devido à má distribuição desses alimentos. O diretor da L.Roppa Consultoria explica que uma mulher precisa de 2.200 a 2.400 quilocalorias por dia, e um homem de 2.400 a 2.600. “Hoje nós estamos produzindo o suficiente para fornecer 2.800 quilocalorias por pessoa por dia, ou seja, estamos produzindo acima do que mulheres e homens precisam. O problema é que esses alimentos são mal distribuídos: ao lado de 0,9 bilhões de famintos, existem 1,3 bilhões de obesos. Tem gente com falta e gente com excesso”, explica. Quadro 1 Disponibilidade atual de alimentos para a população humana Kg/ pessoa/ ano CEREAIS 165,0 RAÍZES e TUBÉRCULOS 69,4 ÓLEOS VEGETAIS (óleo eq.) 12,0 CARNES LEITE (leite fresco eq.) 41,4 99,6 PEIXES 17,2 AÇÚCAR Kcal/pessoa/dia 23,6 2.800 2008 2009 89,59 78,12 2010 2011 87,42 99,50 Fonte: Luciano Roppa, 2011. NT 41 Outro motivo que baseia o estudo é a renda per capita mundial, também distribuída de forma totalmente desequilibrada. Hoje, 43% da população mundial vive com menos que o equivalente a 2 dólares por dia. Cerca de 13% da população mundial possui 60% do PIB do mundo, enquanto que os outros 87% detêm os 40% restantes. Os Estados Unidos, a comunidade europeia e o Japão correspondem aos 13% mais privilegiados, deixando os outros 200 países com apenas 40%, incluindo o Brasil. Além desses dois tópicos, Luciano comentou sobre um terceiro grande problema. “Estamos produzindo muito alimento, mas muitos dos sistemas de produção destes alimentos são insustentáveis. Teremos que mudá-los, porque hoje eles degradam o ambiente, destroem a biodiversidade, causam mudanças climáticas, e isso poderá acarretar uma diminuição da produção”, conclui. O desperdício Segundo um estudo do Instituto Sueco de Alimentos e Biotecnologia (SIK) realizado para a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o problema do mundo não é de produção, e sim de desperdício. A Organização apontou que um terço dos alimentos produzidos no mundo inteiro vão para o lixo. Em termos de volume, países ricos e em desenvolvimento desperdiçam quase a mesma coisa – são 670 milhões de toneladas desperdiçadas pelos países desenvolvidos e 630 milhões de toneladas desperdiçadas pelos países em desenvolvimento. A FAO alertou, ainda, que o tipo de desperdício é diferente. Enquanto os países em desenvolvimento perdem a maior parte dos alimentos na produção e no transporte, os consumidores dos países ricos desperdiçam os alimentos já industrializados. Muitos produtos vão direto para o lixo antes mesmo da data de validade expirar. Só o desperdício dos consumidores dos países ricos é equivalente a quase toda a produção de alimentos da África abaixo do Deserto do Saara – é um desperdício de 222 milhões de toneladas pelos consumidores dos países industrializados, enquanto que a produção de alimentos na África Subsaariana é de 230 milhões de toneladas. A FAO aponta que a solução para os problemas dos países em desenvolvimento está em mais investimentos em infraestrutura, enquanto que em países desenvolvidos seria preciso uma mudança radical no comportamento dos consumidores. O consumo de carnes De acordo com o que apontam os estudos de Luciano Roppa, a carne com maior crescimento no consumo será a de frango, devido às suas qualidades nutricionais, baixo custo, diversidade do seu aproveitamento e por melhor se adaptar atualmente às exigências sociais do consumidor moderno. Em 1985, o consumo de carnes tinha as seguintes proporções: 39% de carne suína, 32% de carne bovina, 21% de carne de aves e 8% de outras carnes. Hoje esta proporção é de 36%, 23%, 33% e 8% respectivamente, com a carne de aves ultrapassando a bovina. No ano de 2020 a previsão é de que esta proporção seja de 34%, 22%, 37% e 7% respectivamente, com a carne de aves ultrapassando a carne suína. Considerado o período de 2009 a 2019, o crescimento no consumo de carnes será mais acentuado nos países em desenvolvimento (16%) do que nos países desenvolvidos (3,5%). Apesar desta diferença de crescimento percentual, os países desenvolvidos continuarão tendo um consumo acentuadamente maior que os países em desenvolvimento. Hoje nos países desenvolvidos o consumo é de 66,1 kg de carnes e aumentará para 68,4 kg em 2019. Nos países em desenvolvimento passará dos atuais 24,2 kg para 28,1 kg per capita, por ano, no mesmo período (Quadro 2). Quadro 2 Aumento no consumo de carnes, 2009 a 2019 Países Desenvolvidos Países Em Desenvolvimento 2009 2019 2009 2019 Suíno 23,3 23,5 9,2 10,8 Frango Bovino 25,8 15,0 27,9 15,0 8,7 4,7 10,4 5,1 Ovelha TOTAL 1,7 66,1 1,4 68,4 1,6 24,2 1,8 28,1 Crescimento 3,5 % 16,1 % Mudanças no consumo Com a produção já prejudicada devido aos motivos citados, Luciano Roppa explica que algumas tendências afetarão também o consumo de carnes. Dentre elas, ele cita o crescimento da população mundial (1,2 bilhões de pessoas a mais em 2030, 85% vivendo em países em desenvolvimento), o crescimento do número de idosos (de 0,8 bilhões pra 1,5 bilhões em 2030), um superávit no número de pessoas vivendo nas cidades (de 3,3 para 4,9 bilhões), o déficit nas áreas de cultura disponíveis, a falta de água que afetará a produção em diversas partes do mundo e o crescimento do poder aquisitivo. Hoje 40% da população mundial vive em regiões com crescimento anual do PIB superior a 8%. Na China e na Índia temos atualmente uma classe média de 400 milhões de pessoas; em 20 anos, devido ao crescimento da renda, esta classe passará a ser formada por 1,600 bilhões de pessoas. Somando-se todos estes fatores, a previsão é de que nos próximos 20 anos, o consumo de carnes, no geral, aumente dos atuais 42 kg para 48,5 kg per capita (Quadro 3). Este crescimento será muito pequeno na Comunidade Européia (0,4%), médio nos Estados Unidos (11%) e muito fortes no Brasil, China e Rússia; Brasil e pelos Estados Unidos, com base em sua forte produção de grãos, disponibilidade de terra, água, forte parque industrial e bom quadro de profissionais ligados à produção agropecuária, são e continuarão sendo os maiores exportadores mundiais de proteínas animais (Quadro 5). Quadro 5 Maiores exportadores mundiais de carnes em 2019 (milhões de toneladas) Bovina Suína Aves Total Brasil 2,556 0,706 5,972 9,234 EUA 1,145 2,788 3,096 7,029 Europa 0,032 1,009 0,895 1,936 Canadá 0,519 1,182 0,190 1,891 6,647 13,175 28,667 MUNDO 8,845 Fonte: Luciano Roppa, 2011. Quadro 3 Crescimento da renda per capita e o consumo de carnes, 2010 a 2030. Ano PIB per capita (base USD 2005) Consumo de Carnes, Kg/ pessoa/ano 2010 6,100 42,0 2030 8,290 48,5 Fonte: Luciano Roppa, 2011. Produção e exportação A produção mundial de carnes crescerá das atuais 286 milhões de toneladas para 398 milhões no período de 2010 a 2030. Este crescimento de 39,2% será superior ao crescimento da população humana (20,5%), devido ao aumento do consumo per capita pelo melhor poder aquisitivo. Os recursos naturais e a produção de grãos O mundo terá que produzir 336 milhões de toneladas a mais de grãos para fazer frente ao aumento de 112 milhões de toneladas de carnes nos próximos 20 anos. Este valor não leva em consideração as perdas na colheita e no transporte, e considera uma conversão alimentar média de 1:3. Quando a pergunta é se o mundo tem terra e água disponíveis para este aumento na produção, a resposta é sim, apesar de que algumas áreas terão maiores dificuldades para enfrentar este desafio do que outras. Em relação à quantidade de terra arável, algumas áreas no mundo possuem vantagens de disponibilidade: a América Latina e a África Central. Mas a perspectiva para os próximos 20 anos é de que o aumento da produção agrícola não ocorra pelo uso de maiores quantidades de terra, mas sim pelo aumento da produtividade (Quadro 6). Muitas áreas atuais de cultura podem aumentar a produção através da melhora das técnicas de cultivo. Quadro 4 Crescimento da produção de carnes, de 2010 a 2030 (milhões de toneladas) Carne Carne Carne de Ovelhas e Outras Total de População Bovina Suína Aves Cabras Carnes Carnes Humana 2010 65,0 106,9 95,7 12,9 5,6 286,2 6,80 2030 83,6 136,1 153,8 18,2 6,6 398,5 8,20 Aumento % 28,6 27,3 60,7 41,1 17,8 39,2 20,5 Fonte: Luciano Roppa, 2011. Fonte: Luciano Roppa, 2011. 42 NT NT 43 Meio Ambiente e Sustentabilidade Quadro 6 Aumento da produção agrícola, 2010 a 2030 Produtividade Intensidade Expansão de área Mundo 77 % Países em 71 % Desenvolvimento 14 % 9% 8% 21 % Fonte: Luciano Roppa, 2011. dois terços da água consumida mundialmente, uma maior produção por gota será o grande desafio deste século. Com a menor disponibilidade de água e de terras aráveis, alguns países partem para a estratégia de adquirir terras no exterior, para lá produzir seus grãos e depois importá-los para seu próprio consumo (Quadro 8). China, União dos Estados Árabes, Coreia do Sul, Arábia Saudita e Líbia têm se destacado no volume de terras adquiridas, principalmente na África Central e Brasil. Em relação à quantidade de água, as áreas do Norte da África, do Oriente Médio e parte da Ásia enfrentarão sérios problemas de disponibilidade. A Ásia e a África possuem 36% da água doce do mundo, mas juntas concentram 75% da população. Infelizmente, estas áreas têm forte relação do seu PIB e do número de empregos baseadas na agricultura (Quadro 7) e se defrontarão com sérios problemas econômicos devido a esta menor disponibilidade de água. Como a Agricultura é responsável pelo consumo de Quadro 7 Áreas com menor disponibilidade de água (cores mais claras) Agricultura emprega 2-4% da população e representa 2% do PIB Agricultura emprega 58-62% da população e representa 12-18 % do PIB Agricultura emprega 20% da população e representa 6% do PIB Compra de Terras no estrangeiro (em ‘000 km2, 2006-2009) Quadro 8 Compra de Terras no estrangeiro (em ‘000 km , 2006-2009) 2 31.0 Fonte: Luciano Roppa, 2011. 44 NT Quadro 9 Impacto ambiental: contribuição das várias Quadro 9 animais. Impacto Ambiental: Contribuiçãoespécies das várias espécies animais TODOS IMPACTOS TODOS OS IMPACTOS Respiração orgânica Respiração orgânica Ozonio fotoquímico Ozônio fotoquímico Ocupação da da natureza Ocupação natureza Aquecimento global Aquecimento global Eutroficação, aquatica Eutroficação aquática Acidificação Acidificação 0% Frango Suíno 50% B. Corte 100% B. Leite Fonte: Luciano Roppa, 2011 Fonte: Luciano Roppa, 2011. Quadro 8 China China “Há uma grande inquietação com a questão do meio ambiente. A produção de animais é responsável pela produção de 18% dos gases com efeito estufa emitidos no mundo. É responsável por 9% do dióxido de carbono, por 35 a 40% de Metano e 62% do Óxido Nitroso. O frango tem o menor impacto na questão ambiental (Quadro 9) e a pecuária tradicional vai ser cada vez mais questionada. O desafio, a partir de agora, é produzir mais, com mais qualidade, com menos recursos ambientais e com total preocupação com a sustentabilidade”, comenta Luciano Roppa. maior número, simplesmente solicita por acesso a maiores quantidades de alimento por um preço condizente com suas realidades sociais. O ideal, segundo o médico veterinário, seria ter ambas as solicitações numa mesma solução a baixo custo. A realidade, porém, é outra. Quanto mais se trabalha para o aprimoramento de uma solução que proteja o ambiente e os animais, mais se eleva o custo do alimento e mais se reprime o consumo de uma população que não possui o poder aquisitivo para pagar por isso. “Este é sem dúvida o grande desafio atual: evoluir para uma produção mais eficiente e segura, por um custo condizente com a capacidade aquisitiva das populações mais carentes. Todos 7.3 6.9 5.1 UAE UAE Coreia do Coréia Sul Arábia Arábia Saudita do Sul Fonte: Luciano Roppa, 2011 Saudita 3.5 Líbia Líbia O que espera a sociedade dos produtores De acordo com Luciano Roppa, vivemos em um momento histórico de forte dicotomia social, onde de um lado temos uma população de forte poder aquisitivo, e de outro lado uma população preocupada em sobreviver. A primeira, em menor número, impõe as linhas de desenvolvimento do mercado, exigindo maior segurança alimentar, maior proteção ao meio ambiente, maior respeito ao bem estar animal e maior sustentabilidade do agronegócio. A outra, e em têm direito a um alimento de melhor qualidade, mas antes de tudo, todos têm direito ao alimento.” A sociedade espera que se aumente a produção de carnes em 40% nos próximos 20 anos. Espera que o mundo esteja preparado para produzir sem contaminantes (dioxinas, melanina, metais pesados, etc.). Espera uma contribuição para diminuir o abismo entre o consumo dos países desenvolvidos e em desenvolvimento (Quadro 10) e a colaboração para atingir as “Metas do Milênio”, de diminuir o número de pessoas famintas dos atuais 925 milhões para cerca de 440 milhões em 2030. NT 45 Uma interessante pesquisa de opinião pública realizada com 97 mil pessoas de 26 diferentes países pelos pesquisadores Matt Erickson e Dennis Di Pietre teve o resultado publicado no trabalho intitulado “The International Consumer Attitudes Study” e mostrou o quanto a população mundial realmente se importa com muitos dos argumentos pejorativos presentes na imprensa no momento de comprar um produto de origem anima. O resultado foi o seguinte: Quadro 10 Aumento do consumo nos Países Desenvolvidos e Em Desenvolvimento, 2010-2030 (kg/pessoa/ano) Países em Desenvolvimento Países Desenvolvidos 2000 2030 2000 2030 CEREAIS (alimento) 165,7 166,0 162,4 159,0 RAÍZES e TUBÉRCULOS 67,0 75,0 66,7 61,0 ÓLEOS VEGETAIS (óleo eq.) 10,4 14,0 21,5 24,0 CARNES 26,7 38,0 90,2 99,0 LEITE (leite fresco eq.) 45,2 67,0 214,0 223,0 2.654 2.960 3.446 3.520 Kcal/pessoa/dia % de Melhora 11,5 % 95 % dos consumidores são compradores de alimentos • Apoiam ou são neutros em relação à utilização de novas tecnologias de melhora da eficiência; • Fazem compras com base no custo, sabor e valor nutritivo; • Não tomam decisões de compra diária com base em preocupações de segurança alimentar; • Não tomam decisões de compra com base no que sentem sobre questões políticas, como o direito dos animais. 2,1 % Fonte: Luciano Roppa, 2011. A sociedade espera também que se melhore a produtividade para diminuir a emissão de gases de efeito estufa e para diminuir o consumo de água. O agribusiness é responsável por 70% do consumo mundial de água e a melhora da produtividade é essencial para sua sustentabilidade futura. A Bovinocultura terá certamente o maior desafio, pois é a espécie animal que mais consome água e mais emite gases de efeito estufa (Quadro 11). Unindo todos os anseios, a sociedade espera que se melhorem a qualidade, a segurança, a rastreabilidade, o trato dos animais e o respeito ao meio ambiente. Quadro 11 Consumo de litros de água por quilo de Quadro 11 produto produzido. Consumo de litros de água por quilo de produto produzido. Fonte: Luciano Roppa, 2011 Fonte: Luciano Roppa, 2011. 46 NT 4 % dos consumidores são compradores de estilo de vida • Compram de acordo com seu estilo de vida: etnicidade, vegetarianismo, apoio aos orgânicos, apoio a fornecedores locais, etc; • Para este grupo, o fator em sua decisão não está baseado em dinheiro. O que esperam os produtores da sociedade De acordo com Luciano Roppa, os produtores respeitam e concordam com as exigências da sociedade e se empenham diariamente para melhorar o sistema de produção. Concordam que precisa-se de maior segurança alimentar, respeitar o direito dos animais e preservar o ambiente para as gerações futuras. O que os produtores pedem, porém, é que as legislações impostas pela sociedade atendam a um parecer com fundo científico, e não a um parecer de fundo emocional. “Há uma grande diferença entre antropomorfismo e desempenho animal. Antropomorfismo é a associação de atitudes animais com posturas humanas. Esta ideia pela qual os pensamentos e emoções de um animal podem ser traduzidos diretamente em termos humanos, é totalmente distorcida e equivocada. Não podemos julgar se um animal se sente bem com base no que os humanos sentem. Cada espécie animal, inclusive o homem, tem diferentes exigências de conforto. Quando um animal tem suas exigências de conforto atendidas, ele manifesta sua satisfação com um máximo desempenho de crescimento. A isso chamamos de desempenho animal: quanto melhor o desempenho, melhor o conforto do animal. Animais que estão em condições ambientais adversas não expressam seu máximo potencial genético”, explica o diretor da L.Roppa Consultoria. A conclusão é que uma pequena minoria impõe, sem fundamentos cientificamente comprovados, regulamentações que afetam e encarecem todo um sistema idôneo de produção. Ao invés de contribuir, aumentam ainda mais o abismo econômico de acesso das populações menos favorecidas a um alimento de qualidade. Precisase de uma regulamentação baseada na ciência e em fatos comprovados pela pesquisa. O público precisa ser informado e entender a ciência por trás do que é feito. O investimento em comunicação é fundamental para isso. A preparação dos líderes para lidar com as mudanças “Nossa geração tem vivido momentos de fortes emoções nos últimos anos: enfrentamos a maior crise de energia da nossa história, estamos assistindo a uma crise alimentar de grandeza extraordinária e, simultaneamente, convivemos com uma profunda crise financeira. E sabemos que este é apenas o começo de um período de grandes mudanças. O líder atual tem que saber lidar com estes desafios. Tem que entender as tendências do mercado e projetar seu crescimento baseado exatamente nestas tendências. Tem que entender para onde cresce o mercado, qual vai ser seu papel nesta nova geografia e com qual produto vai trabalhar para atender seus clientes”, finaliza Luciano. NT 47 Rafael Ribeiro de Lima Filho é Zootecnista Scot Consultoria. Mercado do leite Mercado do boi gordo dá sinais que pode perder força Tabela 1. Média de preços do boi gordo no terceiro e quarto trimestres de cada ano. Ano 3º trim. 4º trim. Variação 2000 40,49 40,97 1,2% 2001 41,92 45,92 9,6% 2002 47,35 50,47 6,6% 2003 56,97 59,62 4,6% 2004 60,36 60,54 0,3% 2005 50,85 54,19 6,6% 2006 54,66 56,51 3,4% 2007 61,68 69,02 11,9% 2008 89,59 86,39 -3,6% 2009 78,12 75,08 -3,9% 2010 87,42 103,63 18,5% 2011 99,50 ? ? Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br 48 NT Preço médio do leite ao produtor, média nacional, em R$/litro. 0,90 0,85 0,80 0,75 0,70 set/11 jul/11 ago/11 jun/11 abr/11 mai/11 mar/11 jan/11 fev/11 dez/10 nov/10 set/10 out/10 jul/10 ago/10 jun/10 abr/10 0,60 mai/10 0,65 mar/10 Em setembro, comparando com o mesmo período de 2010, o preço do farelo de soja estava 1,1% menor e o milho 22,6% mais caro. O farelo era negociado por R$ 673,10/t e o milho por R$525,00/t (preços médios em São Paulo). O preço do boi magro em São Paulo, negociado em setembro por R$ 1,2 mil/cabeça, está 5,0% maior que em setembro de 2010. O boi gordo em Barretos-SP está 7,5% mais caro que no mesmo período do ano passado. Apesar da ligeira melhora na relação de troca, causada pela maior valorização do boi gordo, o aumento do custo da alimentação pesou na decisão de confinar. Do lado da demanda, há a questão do consumo melhor nos últimos meses do ano, impulsionado pelas contratações temporárias, décimos terceiros salários e renda extra na economia, que geram maior consumo de carne. Historicamente, a média de preços do boi gordo no último trimestre em São Paulo é 5,0% maior que a do terceiro. Tabela 1. O preço médio do boi gordo no terceiro trimestre foi de R$ 99,50/@, a prazo, livre de imposto. Caso o mercado se comporte de acordo com a média histórica, preços ao redor de R$ 104,50/@ nos últimos meses do ano não seriam um ponto fora da curva. Por outro lado, caso as incertezas econômicas na Europa e Estados Unidos contaminem a economia interna, podemos ter um consumo doméstico menos aquecido para o final do ano. Figura 1 jan/10 A oferta de animais de confinamento pressionou as cotações no mercado do boi gordo em setembro, principalmente na região Centro Sul. Para o último trimestre existe a expectativa quanto ao volume confinado no segundo turno. O mercado futuro sem muito otimismo. Bois magros com cotações firmes e a alimentação cara desestimularam parte dos que iam confinar. César Machado - Agrostock no último trimestre Segundo levantamento da Scot Consultoria, no pagamento de setembro, que remunera a produção de agosto, a média nacional ficou em R$ 0,846 por litro. O aumento foi menor que 1,0% em relação ao pagamento de agosto. A produção de leite se recuperou nas últimas semanas no Sul do país, mas no Centro-Oeste e Sudeste a pastagem ruim limita a oferta de matéria-prima para as indústrias. Nestas duas últimas regiões, apesar de o volume de leite captado ter aumentado em alguns laticínios, em boa parte das empresas (aproximadamente 60% do volume da pesquisa) a captação ficou estável ou apresentou ligeira queda. Em São Paulo, o preço médio ao produtor subiu 0,6% no pagamento de setembro. Mercado praticamente estável em relação a agosto. O produtor paulista recebeu, em média, R$0,910 por litro. Para o leite de qualidade, os valores ultrapassaram R$ 1,05/litro nas regiões de Avaré, Campinas e São Carlos. No Nordeste a situação é mais complicada. A produção caiu entre 5% e 10% em agosto nas bacias pesquisadas. No mercado spot, considerando a média de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, o preço do leite caiu 2,9% em setembro na comparação com agosto. Os recuos ocorreram na segunda quinzena do mês e o preço médio ficou em R$ 0,99 por litro, com negócios em até R$ 1,07 em Minas Gerais. Para o próximo pagamento, a ser realizado em meados de outubro, a expectativa é de estabilidade de preços para o produtor. Quedas nas cotações são esperadas a partir de novembro, com a rebrota do capim e consequente aumento da produção, em especial no Sudeste e Centro-Oeste. fev/10 mercado Hyberville Paulo D´Athayde Neto é médico veterinário Scot Consultoria Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br Dificuldade de repasse de preço para o longa vida O preço do leite longa vida UHT caiu 2,5% no atacado em setembro na comparação com agosto. Mesmo com a indústria pagando mais pela matéria prima, o UHT parece ter encontrado um pico neste patamar de preço. Existe dificuldade de repasse das altas no atacado. Os laticínios sinalizam estoques elevados do produto. É importante destacar também que o varejo diminuiu as compras diante da expectativa de queda no preço do leite (safra) em curto e médio prazos. Já no varejo em São Paulo, o preço do leite longa vida subiu 1,4% em setembro frente a agosto. Na ponta final, o valor médio atual, de R$ 2,40 por litro, está bem próximo dos patamares recordes verificados na entressafra de 2009. Os maiores valores verificados em setembro ultrapassaram R$ 3,00 por litro no varejo em São Paulo. O consumo de lácteos está aquecido, ao mesmo tempo em que a captação está pequena. O limitante para novas altas será a demanda. Fica também a expectativa com relação à retomada da produção com a safra. NT 49 Maurício Palma Nogueira é Engenheiro Agrônomo e Diretor da Bigma Consultoria. mercado Figura 2 O FUTURO DA PECUÁRIA DE CORTE E O BRASIL NO FUTURO O mundo todo quer comer carne nos próximos anos. Projeções recentes indicam que em 2020, o consumo das carnes em geral será 60 milhões de toneladas maior do que o atual. Ásia e Pacífico demandarão o maior volume de toda essa carne, abocanhando 56% do aumento previsto na demanda. Figura 1 Figura Representativodade por região no aumento do1. Representatividade por região no aumento do consumo de carnes (bovinas, suína e aves) até consumo de carnes (bovinas, suína e aves) até 2020. 2020. Fonte: Bigma Consultoria – Dados da FAO/OCDE 50 NT Fonte: Bigma Consultoria - Dados da FAO/OCDE Evolução da taxa de desfrute internacional da2. Figura pecuária, por período, considerada na projeção. Evolução da taxa de desfrute internacional da pecuária, por período, considerada na projeção Fonte: Bigma Consultoria – Dados da FAO/FAPRI/USDA/OCDE A maior parte do aumento será representada pela carne de frango ou aves, cuja capacidade de resposta é bem superior às demais, além de ser a única carne que não tem nenhuma restrição religiosa, dentre as três. Do total estimado, a carne bovina deverá representar apenas 14% com um aumento previsto de 8,4 milhões de toneladas de equivalentes carcaças. Para analisar a capacidade global de atender a esta demanda, fizemos uma projeção com base nas estatísticas e nos indicadores zootécnicos da pecuária internacional. A base da projeção foi a necessidade de aumentar em 36,7 milhões a quantidade de animais abatidos ao ano em 2020. Um abate quase proporcional à produção brasileira. Partimos do pressuposto de que o rebanho estará em crescimento e, sendo assim, além de ofertar cada vez mais animais ao mercado, é preciso aumentar o rebanho base que possibilitará essa produção. Concomitantemente a esse processo consideramos um acréscimo do nível tecnológico da pecuária mundial, cujo desfrute deveria aumentar nas proporções da figura 2. Desfrute é a quantidade percentual de animais abatidos em relação ao re- banho base. Em 2010, o desfrute internacional foi da ordem de 19,31% com um volume de 264,6 milhões de cabeças abatidas a partir de um rebanho de 1,37 bilhão de bovinos. Seguindo o raciocínio, podemos estimar que até 2020, para que o abate aumente em 36,7 milhões de cabeças sem comprometer o rebanho e considerando a evolução de desfrute da figura 2, o rebanho mundial teria que aumentar 101,8 milhões de animais. Observe a evolução das projeções analisadas até o ano de 2050, na tabela 1. Quando se realiza diagnósticos e se analisa o potencial brasileiro e de outros países para os próximo anos, a pecuária brasileira parece ser a única capaz de atender a maior parcela deste aumento na demanda. Isso implicaria um aumento considerável na participação do Brasil no cenário internacional de produção e exportações de carne bovina. No momento, essa análise é mais importante ainda, pois até setembro, tudo indicava que Brasil, Austrália e Estados Unidos finalizassem 2011 com volumes praticamente iguais nas exportações de carne bovina. Em alguns cenários, Tabela 1 Evolução da taxa de desfrute internacional da o Brasil poderia finalizar o ano até pecuária, por período, considerada na projeção. em terceiro do ranking, perdendo duas colocações. Mesmo assim, vale ressaltar Ano Milhões de cabeças Evolução Aumento no Aumento Prod Desfrute rebanho + Acumulo mundial que se trata de uma situação moMil Tec Abate Rebanho Mundial Abate (mi cab) Rebanho mentânea, pois no médio e longo prazo o país deverá manter a lide0,0 0,0 264,7 1.346,6 19,31% 2010 60.872 40,0 40,0 280,8 1.370,5 20,49% 2015 64.575 rança no comércio mundial de car61,8 1.411,7 101,8 301,4 21,35% 2020 69.321 ne, e essa liderança é de extrema 67,3 129,1 331,4 1.449,2 22,85% 2030 78.813 importância para que a produção 69,2 136,5 362,2 1.487,4 24,35% 2040 86.200 brasileira atinja cada vez mais mer62,9 132,1 392,8 1.519,6 25,85% 2050 94.280 cados no mundo todo. Fonte: Bigma Consultoria – Dados da OCDE/FAPRI/FAO/USDA/ODD Consulting NT 51 empresas parceiras Avaliação e Perícia e Consultoria Ambiental: Scot Consultoria apresenta novos serviços Consultoria Ambiental A Scot Consultoria é uma empresa 100% dedicada ao agronegócio. A organização já acumula 20 anos de estrada, vivenciando o mercado e desenhando cenários para informar e auxiliar decisões. Sua equipe técnica é formada por engenheiros agrônomos, médicos veterinários, zootecnistas, administradores e matemáticos. Além de todos os serviços que já oferece, a Scot Consultoria inaugura duas novas divisões dentro da sua ampla área de atuação. Avaliações e perícias Os serviços de Avaliações e Perícias informará rigorosamente o valor dos bens do produtor (terra nua, culturas, benfeitorias, maquinários, entre outros) segundo normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e do IBAPE (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia). A divisão oferecerá também apoio a operações de financiamento, processos judiciais, cálculo de ITR, acompanhamento patrimonial, divisão de bens, desapropriação, entre outros. 52 NT Na Consultoria Ambiental, o objetivo é colocar produção e meio ambiente em harmonia. O novo serviço oferecerá consultoria em: - Licenciamento Ambiental - Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - Regularização Agrária e Fundiária - Declaração Cadastral de Produtor Rural - Geoprocessamento - Reserva Legal - Relatório de Controle Ambiental – RCA - Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD - Diagnóstico de Passivos Ambientais em Áreas Rurais - Compensação Ambiental - Monitoramento Ambiental - Georreferenciamento - Manejo Sustentável de Reserva Legal - Sistema Agroflorestal – SAF - Outorga - Adequação Ambiental de Propriedades Rurais - Restauração Florestal - Instituição de Reserva Particular de Patrimônio Nacional (RPPN) - Macro paisagismo - Perícias Ambientais, Laudos e Pareceres Técnicos - Preenchimento de Ada e Receita Federal - Atualização Cadastral no INCRA NT 53 James K. Drackley Department of Animal Sciences University of Illinois, USA bovinos de leite INFLUÊNCIA DA NUTRIÇÃO E DOS MÉTODOS DE ALEITAMENTO E DESALEITAMENTO Um programa alimentar que permita uma tranquila transição da dieta líquida (leite ou sucedâneos) para os alimentos sólidos (concentrado e forragem) é fundamental para minimizar o estresse e a perda de peso ao desaleitamento, que estão diretamente relacionados ao sucesso da criação de bezerras e novilhas. No passado, os esforços das pesquisas eram direcionados ao desenvolvimento de manejos alimentares que permitissem um desaleitamento precoce. Como forma de estimular o consumo de alimentos sólidos, os programas convencionais de aleitamento limitavam a ingestão diária de leite a 10% do peso vivo da bezerra. Revisando a literatura disponível sobre a relação entre métodos de fornecimento de leite, consumo de alimentos sólidos e desenvolvimento do rúmen, concluímos que as bezerras podem seguramente ingerir 20% do seu peso vivo em leite (aproximadamente 8 litros/dia), e que essa maior ingestão propicia maiores ganhos de peso, maior eficiência alimentar, menor incidência de doenças e maior produção futura de leite. Requisitos Nutricionais César Machado - Agrostock O National Research Council (NRC), em sua mais recente publicação sobre os requisitos nutricionais de gado de leite (NRC, 2001) estabeleceu as exigências nutricionais de bezerros jovens em termos de energia metabolizável (EM). Recentes trabalhos desenvolvidos na University of Illinois e Cornell University forneceram dados para desenvolver modificações nas equações do NRC que as tornem melhores preditoras do desempenho de animais jovens sob condições de criação típicas dos EUA (Tabela 1) . Muitos princípios importantes podem ser demons- 54 NA SAÚDE, DESENVOLVIMENTO DO RÚMEN E DESEMPENHO DAS BEZERRAS NT Flávia Fontes é DSc. Nutrição Animal e Editora Chefe da Revista Leite Integral trados à partir dos dados da Tab. 1. Em primeiro lugar, a quantidade de sólidos do leite necessária para suprir os requisitos de EM para mantença não é pequena. Os requisitos de EM para mantença, em condições termoneutras (15ºC a 25ºC) é de aproximadamente 1,75Mcal/dia para um bezerro de 45kg. O leite integral contém, em média, 4,9 Mcal de EM/kg de MS, o que significa que um bezerro de 45kg necessita de aproximadamente 0,32kg de sólidos do leite, ou 2,5 litros de leite, apenas para sua mantença. Uma vez que a maior parte dos sucedâneos do leite possuem menores conteúdos de gordura que o leite integral, eles possuem menor quantidade de EM por kg de MS (4,6 a 4,7 Mcal/kg). Consequentemente, um bezerro de 45kg necessita de aproximadamente 0,39kg de MS de sucedâneos para sua mantença. As quantidades de MS consumidas, acima dos requisistos de mantença, é que serão utilizadas para o crescimento. Como pode ser visto na Tab. 1, a quantidade de proteína bruta (PB) necessária para mantença, em porcentagem da MS, é muito baixa, mas aumenta consideravelmente com o aumento nas taxas de ganho de peso. Além da quantidade em si, é muito importante equilibrar os consumos de proteína e energia de acordo com o desempenho esperado dos bezerros. Por exemplo, o fornecimento de 950g/d (o equivalente a aproximadamente 8 litros) de um sucedâneo do leite com 20% de PB não suprirá os requisitos de proteína para um adequado crescimento e desenvolvimento dos tecidos do organismo, e o excesso de energia será convertido em gordura. Por outro lado, o fornecimento de um sucedâneo com altos níveis de proteína (28%, por exemplo) nas quantidades utilizadas convencionalmente (450 a 600g/dia, o equivalente a Tabela 1 Exigências nutricionais e eficiência alimentar de bezerros de 50-kg sob condições termoneutras, utilizando as modificações de Cornell-Illinois do NRC (2001) Taxa de ganho, Ingestão de EM, PB, PB, Eficiência alimentar kg/d MS, % PV Mcal/d g/d % da MS estimada 0.2 1.05 2.34 94 18.0 0.38 0.4 1.30 2.89 150 22.4 0.63 0.6 1.57 3.49 207 26.6 0.77 0.8 1.84 4.40 253 27.4 0.86 1.0 2.30 4.80 318 28.6 0.87 (Van Amburgh & Drackley, 2005) NT 55 zerros conseguem consumir nutrientes que permitam o início de um rápido crescimento. Em contraste, o sistema “acelerado” permite aos bezerros maiores consumos de dieta líquida durante os primeiros dias de vida, assemelhando-se muito às condições que ocorrem na natureza, onde o bezerro tem livre acesso ao leite de sua mãe. O consumo de leite ou sucedâneo é aproximadamente o dobro daquele permitido no sistema convencional – 1,5% do peso vivo (de MS de leite ou sucedâneo) na primeira semana de vida, e 2% da segunda até a semana anterior ao desaleitamento, quando inicia-se o desaleitamento gradual (step-down). Os sucedâneos utilizados nesse programa devem conter entre 24%-26% de PB. O consumo de concentrado será menor em relação ao sistema convencional, mas aumenta aproximadamente nas mesmas taxas com o desaleitamento. Como pode ser visto na Fig. 1, a maior diferença no crescimento é observado nas primeiras 2-3 semanas de vida, quando as taxas de ganho tornam-se semelhantes. Figura 1. Exemplo da diferença no crescimento inicial entre bezerros alimentados de forma convencional (625g/ dia de sucedâneo e desaleitamento aos 35 dias) ou no método “acelerado” (900g/dia de sucedâneo na primeira semana e 1125g da segunda à quinta semana). Os bezerros tiveram livre acesso a água e concentrado desde a primeira semana e foram desaleitados com 42 dias. (B.C. Pollard & J.K. Drackley, dados não publicados) Benefícios do programa “acelerado” Maior crescimento e menor idade ao primeiro parto O maior desenvolvimento inicial das bezerras pode ser traduzido em uma redução de 2 semanas na idade ao primeiro parto se forem mantidos os níveis recomendados de crescimento e ganho de peso após o desaleitamento. Mais saúde Além dos efeitos imediatos na morbidade e mortalidade durante a fase de aleitamento, a inadequada nutrição durante as fases iniciais de vida das bezerras parece ter efeitos negativos de longo prazo na produção futura de leite e longevidade. A saúde dos bezerros jovens é afetada pela interação entre a nutrição inicial e o ambiente. As deficiências nutricionais são mais problemáticas para o sistema imune quando os animais estão submetidos a estresse calórico ou por frio, aumentando a incidência de doenças e a mortalidade. Tabela 2. Crescimento e dados da primeira lactação de bezerras alimentadas de forma “convencional” ou “acelerada” Variável Convencional Acelerado Experimento 1 0.52 0.75 Experimento 2 0.56 0.71 Experimento 1 25.4 26.5 Experimento 2 24.0 24.3 563 584 565 563 Trial 1 9.245 10.577 Trial 2 8.796 9.138 GPD até a desmama (kg) Idade ao 1º parto a (meses) Alimentação convencional ou “acelerada” O programa de alimentação convencional tem como base o fornecimento de pequenas quantidades de leite (aproximadamente 8% a 10% do peso vivo ao nascimento ou 4 litros de leite/dia). A ideia é que a ingestão limitada de leite estimulará o consumo precoce de concentrado, facilitando o desaleitamento precoce, e reduzindo os custos da fase de criação. Esse programa permite apenas o suprimento dos requisitos de mantença e um ganho de peso de aproximadamente 225g/dia, em condições termoneutras (Tabela 1). Com o início do consumo de concentrado, que normalmente dobra a cada semana, os be- Maior produção futura de leite Um dos pontos mais excitantes da pesquisa relacionada à nutrição inicial das bezerras diz respeito aos seus efeitos de longo prazo, na produção futura de leite. Com a disponibilização de mais e mais dados de lactações de bezerras alimentadas em diferentes programas iniciais, torna-se cada vez mais claro que a nutrição inicial pode impactar a produção de leite futura. Os trabalhos mostram aumentos de produtividade variando de 500 a 1.500 litros de leite na lactação. Os dados da Tab. 2 sumarizam alguns dos efeitos relacionados ao programa “acelerado”, como aumento no ganho de peso diário (GPD) e na produção de leite. Análises de correlação indicaram que o GPD correlacionou-se negativamente com a produção futura de leite no tratamento “convencional”, mas positivamente no “acelerado” (dados não publicados de M. E. Van Amburgh & J. K. Drackley). César Machado - Agrostock 4-5 litros) levará a um excesso de proteína no organismo do bezerro, que não poderá ser utilizado para um maior crescimento, porque os níveis de energia serão limitados. Nesse caso, o excesso de proteína será degradado em nitrogênio e excretado na urina. Até esse ponto, os requisites nutricionais estão sendo discutidos com base em condições termoneutras, nas quais o bezerro não precisa gastar energia para manter a temperatura corporal. Como dito anteriormente, a zona termoneutra para bezerros com menos de 21 dias de idade é de 15ºC a 25°C (NRC, 2001). Consequentemente, a maior parte dos bezerros criados no Brasil irão passar uma parte considerável de suas vidas fora dessa zona de conforto térmico. Acima ou abaixo desses limites, os bezerros têm que gastar energia para manter sua temperatura corporal; em altas temperaturas eles irão aumentar a frequência respiratória e a transpiração, e em condições de frio eles irão tremer e utilizar outros meios para aumentar a produção de calor. Esse gasto energético passa a ser computado como aumento nas exigências energéticas de mantença. Para bezerros com mais de 21 dias, o limite crítico inferior de temperatura passa a ser de 5 °C, o que indica que eles se tornam mais capazes de suportar o frio, em função do aumento do conteúdo corporal de gordura e da cobertura de pêlos. O estresse calórico é responsável por aumentos significativos nos requisitos energéticos de mantença dos bezerros. Estimativas baseadas em dados do NRC (2001) indicam aumentos de 20% a 30% (aproximadamente 70g a 115g de sucedâneo) nas exigências de mantença. O acesso irrestrito a água e a disponibilidade de sombra são pontos críticos para a manutenção da temperatura corporal em bezerros jovens. Camas de areia são mais eficientes que madeira ou palha para auxiliar os bezerros na dissipação do calor. Peso ao parto (kg) Trial 1 Trial 2 305-d milk abc (kg) a Trial, P < 0.01. b Diet, P < 0.01. c Diet × trial, P = 0.13. Fonte: Drackley et al.(2007) 56 NT NT 57 Manejo para o sucesso do programa “acelerado” mento. Parte dessa queda ocorre porque os concentrados contém apenas 65% a 70% da EM presente no leite ou sucedâneos (NRC, 2001). Esse fato indica que o consumo de concentrado tem que ser consideravelmente maior do que o comumente utilizado para manter as taxas de ganho observadas durante a fase de aleitamento (Tabela 4). O consumo de concentrado aumenta rapidamente quando o fornecimento de leite ou sucedâneo diminui. Entretanto, quando o desaleitamento é feito antes que o rúmen esteja desenvolvido para digerir eficientemente o amido e absorver os AGV resultantes, pode haver uma grande queda no desempenho dos bezerros . O desaleitamento gradual, no qual a quantidade de leite fornecida é lentamente reduzida após a 3ª semana de vida, estimula o consumo de concentrado, mantendo as taxas de crescimento após o desaleitamento. Outros métodos para reduzir os impactos negativos do desaleitamento são a diluição do leite ou sucedâneo com água, e o fornecimento de água morna no mesmo horário de fornecimento do leite, por 2 a 3 dias após o desaleitamento. Um grande número de fatores de manejo têm sido identificados como responsáveis pelo sucesso ou fracasso na implementação do programa “acelerado” de alimentação, incluindo a colostragem, disponibilidade de água e forma de desaleitamento. Uma colostragem adequada é essencial para se alcançar os melhores resultados com o programa “acelerado”. Bezerros que tiverem falha na transferência de imunidade passiva não apresentarão os mesmos desempenhos daqueles com colostragem adequada (Tabela 3). Isso pode ocorrer, em parte, devido à maior predisposição às doenças, mas parece estar relacionado também à insuficiente ingestão de nutrientes, hormônios e fatores de crescimento presentes no colostro. Uma das grandes frustrações nos programas “acelerados”, incluindo em nossos próprios estudos, é a pronunciada queda no ritmo de crescimento no pós-desaleita- Tabela 3. Efeitos da colostragem (ruim ou boa)1 no crescimento de bezerros alimentados de forma convencional ou acelerada nas 5 primeiras semanas de vida Convencional Variáveis Ruim Boa Número de bezerros 21 20 IgG sérica média, mg/dl 558 Média de GPD2, kg/dia 0.53a a 1 Ruim = < 10 mg/mL, Boa = > 10 mg/dL. 2 Interação entre colostro e tipo de dieta (P < 0.05). 1793 b 0.50a Acelerado Ruim Boa 17 25 609 2036b 0.63b 0.74c a Médias seguidas de letras minúsculas diferentes, na mesma linha, são estatisticamente diferentes (P < 0.10). abc Fonte: Osorio and Drackley (2009), dados não publicados César Machado - Agrostock Tabela 4. Consumo de concentrado necessário para assegurar diferentes taxas de crescimento em bezerros. PV, kg GPD, g/dia Consumo de concentrado necessário (kg MS/d) 60 600 1.53 60 80 800 600 1.90 1.80 80 800 2.18 Concentrado contendo 3,1 Mcal EM/kg MS (NRC, 2001) Fonte: Osorio and Drackley (2009), dados não publicados 58 NT NT 59 bovinos de leite Eduardo Valias Vargas é Médico Veterinário, Gerente Nacional Negócios - Bovinos de Leite - Nutron Alimentos. “Vem chegando o verão”... Renato Palma Nogueira é Zootecnista, especialista em Nutrição e Manejo de vacas leiteiras e Consultor Técnico em Bovinos de Leite da Nutron Alimentos. Todos sabemos que a lactação é a consequência natural de um parto, que ocorre, obviamente, cerca de nove meses depois de se conseguir vencer uma das mais difícies batalhas da pecuária de leite moderna: a prenhez! A prenhez em tempo adequado nos permite incrementar a produção e a eficiência do rebanho leiteiro e aumentar assim sua lucratividade. É isso que pretendemos tratar neste artigo. É inegável a importância que a eficiência reprodutiva exerce na produtividade e lucratividade de um rebanho. Mike Hutjens, extensionista da Universidade de Illinois, em um dos mais importantes artigos técnicos escritos após a crise na pecuária leiteira americana em 2009, sobre as lições que poderiam ser colhidas com as decisões técnicas desesperadas que são tomadas em momentos de crise, buscou dados de Wisconsin e demonstrou um custo de US$ 2,00 por vaca, a cada dia excedente a 120 dias em aberto (dias em aberto = tempo médio que vai do parto à nova concepção), sendo que este valor salta para US$ 8,00 após 180 dias em aberto. Reprodução e lucratividade Usando uma das ferramentas de gestão do Portifólio de Serviços Nutron, faremos aqui uma rápida simulação de duas situações comuns de como a reprodução pode impactar tremendamente o desempenho de um reba- Giuliano Pavani Campos é Zootecnista, Gerente de Ruminantes América Latina Nutron Alimentos/Provimi. nho. Para isso, utilizaremos o DEL (Dias em Lactação), para mostrar como este índice altera significativamente a distribuição de animais nos lotes de produção, mesmo sem modificarmos os níveis de produção por lote. Imagine um rebanho (fictício) de 160 vacas em confinamento total, divididas em 4 lotes de produção: 2 lotes de alta produção (DEL até 200 dias) e 2 lotes de baixa produção (DEL maior que 200 dias). Fixaremos o preço recebido pelo litro de leite em R$ 0,95. Situação 1: Distribuição de 25% das vacas em cada um dos lotes. Situação 2: Por efeito de melhor eficiência reprodutiva (menor taxa de dias em aberto), o DEL médio foi menor, ou seja, tivemos a oportunidade de trabalhar com maior número de vacas nos lotes de maior eficiência de produção, de alta produção. Consideramos nas duas simulações um preço atualizado de alimentação (por lote de produção) e assumimos um custo fixo fictício* (que não varia pelo nível de produção do rebanho) de R$ 10,00 por vaca por dia. • Todos os custos que não sejam referentes ao custo de alimentação total da vaca em lactação, tais como manutenção de camas, instalações, recria, bezerras em aleitamento, período seco, ordenha, assistência técnica, resfriamento leite, detergentes, medicamentos, mão-deobra, etc. Situação 1. 25% das vacas em cada lote de produção. Desta maneira teremos um Dias Médio em Lactação Situação 1 de 215 dias. do rebanho(DEL) César Machado - Agrostock Pitágoras 60 Lote Lote Lote Lote NT 1 2 3 4 10/21/2011 10:20 Mês: Fevereiro Dias mês: 28 Preço do Leite R$ 0.95 Custo Fixo Vaca/dia R$ 10.00 Custo Alimentação Vaca/ Litro/ Num. Prod. % DEL Dia Leite Vacas (kg/dia) Gordura 100 R$ 12.00 R$ 0.30 3.5 40 40 180 R$ 9.50 R$ 0.34 3.5 28 40 250 R$ 7.00 R$ 0.32 3.5 22 40 330 R$ 5.90 R$ 0.35 3.5 17 40 Custo Total Litro/ Leite R$ 0.55 R$ 0.70 R$ 0.77 R$ 0.94 NT 61 Reprodução e Estresse térmico Produção Total/mês Produção Média do Rebanho DEL Médio do Rebanho Gordura Média do Rebanho Produção Média Corrigida 150d Custo Alimentação Custo Alimentação Custo 119840 kd/dia 26.75 kg/dia 215.00 dias 3.50 % 31.81 kg/leite/dia R$ 8.60 vaca/dia R$ 0.33 Litro/leite R$ 0.74 Litro/leite O “simples” fato de reduzirmos o DEL médio do rebanho de 160 vacas, implicou em “transferirmos” 20 vacas dos lotes de baixa produção para os lotes de alta produção e os resultados no fluxo de caixa da fazenda podem ser vistos com clareza na tabela abaixo. A produção de leite aumentou quase 2 kg/vaca/dia, o custo por litro de leite reduziu em R$ 0,03 vaca/dia, e isso permitiu um aumento de 14,8% na lucratividade para a situação 2 em relação à situação (espaço)1. Apenas diminuímos 18,75 dias nos dias médios em lactação. DEL Média Produção Custo/Litro leite Situação 1 215 26,75 R$ 0,74 Situação 2 196,25 28,56 kg R$ 0,71 Situação 2. Ganho de 18,75 dias no DEL. Isto significa doar 10 vacas do lote 3 e 4 para os lotes 1 e 2. Não aumentamos a2eficiência dentro dos lotes, apenas atuamos reduzindo o DEL médio do rebanho, Situação o que nos permite ter mais vacas nos lotes de alta produção. Preço do Leite R$ 0.95 Custo Fixo Vaca/dia R$ 10.00 Num. Prod. % Vacas (kg/dia) Gordura Lote 1 3.5 40 50 Lote 2 3.5 28 50 Lote 3 3.5 22 30 Lote 4 3.5 17 30 Resumo da situação 2: Apresentamos os mesmos dados da simulação anterior, ou seja, a produção total da fazenda no mês, a produção média no mês, os dias médios em lactação, gordura do leite do rebanho, produção corrigida para 150 dias, custo médio da alimentação do rebanho (por vaca por dia e por litro de leite) e custo total por litro de leite (assumindo, hipoteticamente, que todos os outros custos neste rebanho confinado serão R$ 10,0 por vaca em lactação) Resumo - Situação 2 Produção Total/mês Produção Média do Rebanho DEL Médio do Rebanho Gordura Média do Rebanho Produção Média Corrigida 150d Custo Alimentação Custo Alimentação Custo 62 NT 127960 kd/dia 28.56 kg/dia 196.25 dias 3.50 % 32.41 kg/leite/dia R$ 9.14 vaca/dia R$ 0.32 Litro/leite R$ 0.71 Litro/leite (Gwazdauska et al, Journal of Dairy Science 56:873) DEL 100 180 250 330 Custo Custo Total Alimentação Vaca/ Litro/ Litro/ Dia Leite Leite R$ 12.00 R$ 0.30 R$ 0.55 R$ 9.50 R$ 0.34 R$ 0.70 R$ 7.00 R$ 0.32 R$ 0.77 R$ 5.90 R$ 0.35 R$ 0.94 Diminuição da fertilidade em bovinos de leite: um desafio global Nos Estados Unidos da América, a taxa de concepção ao primeiro serviço tem declinado 0,45% ao ano desde 1979. Na Inglaterra a queda se aproxima de 1% ao ano. Na Holanda a reprodução caiu de 55,5% para 45,5% em um período de 10 anos. Na Irlanda, a taxa de concepção que era de 1.54 em 1990 foi para 1.75 em uma década. Na Espanha 4,6% de aumento na inatividade do ovário de 1991 para 2000. (Fonte: James Spain no Seminário Internacional Nutron no Agroleite 2009). Esses dados têm demandado esforços ilimitados ao redor do mundo, na busca constante por vencer o desafio reprodutivo em vacas leiteiras, especialmente em períodos de estresse térmico. 60 50 40 30 20 10 0 Concepção (%) Resumo - Situação 1 Impacto na redução de 18,75 dias nos dias médios em lactação destas 160 vacas JFMAMJJASOND Mês Se considerarmos a taxa de concepção dos rebanhos ICE: uma nova tecnologia para vacas leiteiros, sabemos que este índice cai pela metade, ou até em estresse térmico menos, se compararmos os períodos sem e com estresse térmico afetando as vacas. A Provimi, uma das maiores empresas de nutrição É um grande e limitante gargalo para a eficiência do animal do mundo, a qual pertence a Nutron, através de sistema de produção de leite. Com baixa consua plataforma global de inovação, o Feed cepção, o rebanho tem o DEL aumentado e a Solutions, disponibiliza à pecuária de leite eficiência diminuída, como já demonstramos do Brasil um conceito já validado nos Estanas simulações que fizemos. dos Unidos e Europa. Trata-se de um aditivo Parafraseando um famoso ex-presidente alimentar que auxilia a vaca a dissipar calor, da República, o verão nos gera para o ano reduzindo assim a ação negativa do estresse uma “herança maldita” que afeta todos os térmico. índices produtivos do rebanho. Essa melhor eficiência é comprovada em dados comE dessa “herança maldita”, o maior desafio, repetimos, (Gwazdauska et al, Journal of Dairy Science parativos que mensuraram a temperatura retal do lote é lidar com a queda drástica que ocorre na reprodução das tratado comparado com o lote controle segundo tabelas vacas leiteiras devido ao consistente aumento da temperaabaixo (dados ainda não publicados), mas que se referem tura retal das vacas, fruto de uma combinação entre tema experimento conduzido no Brasil, e que valida os dados peratura e unidade, que ocorre principalmente no verão. americanos e europeus, obtidos pela PROVIMI. P<0,01 Core body temperatura (oC) Resumo da situação 1. Na tabela abaixo apresentamos a produção total da fazenda no mês, a produção média no mês, os dias médios em lactação, gordura do leite do rebanho, produção corrigida para 150 dias, custo médio da alimentação do rebanho (por vaca por dia e por litro de leite) e custo total por litro de leite (assumindo, hipoteticamente, que todos os outros custos neste rebanho confinado serão R$10,0 por vaca em lactação) Um aumento de 0,5 oCelsius n temperatura retal de uma va leiteira causa um declínio de 12,8 Reprodução e Estresse térmico na taxa de concepçã “Um aumento de 0,5 ºCelsius na temperatura retal de uma vaca leiteira causa um declínio de 12,8% na taxa de concepção”. 39.2 56:873 Control ICE 39 38.8 38.6 38.4 38.2 38 7 9 11 13 15 17 19 21 23 1 3 5 Time (hours) NT 63 Site do ICE nos USA com trabalho do JAS publicado na forma de resumo em 2009 Pressão osmótica Intracelular = Extracelular Pressão osmótica Intracelular = Extracelular Estresse calórico RESULTADOS OBTIDOS Melhora consistente da reprodução de vacas leiteiras sob estresse térmico, maior teor de gordura do leite e maior saúde das vacas no final do período de verão. NOSSA AMBIÇÃO O que é o I.C.E. ? Internal Cooling Elements O ICE é um osmorregulador, que ajuda a reduzir a severidade do aumento da temperatura corporal, pela manutenção da hidratação das células das vacas leiteiras sob efeito de estresse térmico. ICE é indicado principalmente para se obter uma melhora no desempenho reprodutiva de vacas leiteiras em estresse térmico. Importante aqui ressaltar o efeito do estresse térmico no metabolismo da água e recomendar o bom manejo deste “precioso líquido” para as vacas, lembrando sempre que a água é o maior constituinte do leite. Somos uma empresa de nutrição animal, cujos pilares que norteiam nossa atuação são a Nutrição Responsável, a Evolução Constante e a Alta Performance. Somos uma empresa comprometida com os resultados dos nossos clientes, com segurança alimentar para o ser humano. Buscamos a excelência no que fazemos para a produção de proteínas animais, e o ICE vem de encontro às demandas que o mercado nos gerou, de como melhorar os resultados de nossos clientes, já que a grande maioria das vacas leiteiras do Brasil passa por períodos realmente severos de estresse térmico, o que gera gran- Estresse calórico des prejuízos para toda a cadeia produtiva do leite. Nossa ambição, então, é disponibilizar ao mercado mais uma solução inovadora, responsável, de alta performance, que visa contribuir para o desenvolvimento da pecuária de leite do Brasil, trazendo efetivamente retorno para o produtor, via incremento de desempenho de suas vacas. Contem sempre com a Nutron! NOTAS IMPORTANTES O verão é com certeza o maior problema no Brasil para manutenção de bons índices econômicos e zootécnicos em nossos rebanhos. Todas as ações básicas e conhecidas para amenizar o estresse térmico são recomendadas e o ICE não exclui todas as prioridades conhecidas ao combate do estresse térmico. Dentre elas ressaltamos sombra e água de qualidade para os animais (o consumo de água deve dobrar no verão). Esquema de atuação do ICE 64 NT César Machado - Agrostock Na figura da esquerda, a célula sob estresse térmico perde água para o meio. Já na figura da direita, com adição do osmorregulador ICE é possível manter a célula hidratada e preservar a integridade de proteínas celulares durante períodos de elevadas temperaturas, o que resultará em uma melhor eficiência em dissipar calor, diminuindo consistentemente a severidade do estresse térmico nos animais, medido experimentalmente por diminuição da temperatura retal em períodos críticos do ano, de elevadas temperaturas e umidades. NT 65 apcbrh APCBRH: parcerias e benefícios aos produtores de leite Altair Antonio Valloto é Superintendente Técnico da APCBRH e Médico Veterinário Especialista em Bovinos Leiteiros. 66 NT Diante da necessidade de promover o melhoramento genético para aperfeiçoar as qualidades dos rebanhos leiteiros, surgiu em 1953, no Paraná, a Associação Paranaense de Criadores de Bovinos. Mas foi em 1990, por meio de uma Assembléia Geral, que os criadores resolveram mudar a razão social para Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa, que ficou conhecida como APCBRH. Trazendo inúmeros benefícios para os produtores da raça, indústria e consumidores, a Associação desde então construiu parcerias, gerou novidades e atualmente possui 670 associados ativos, 51.000 animais registrados da raça holandesa em todo o Brasil em 2010, sendo 17.500 no Estado do Paraná. Uma das missões da APCBRH é levar informações e benefícios para os seus associados através de seus serviços. Entre elas está o controle leiteiro com 32 supervisores em várias regiões do Paraná. Esse processo acompanha mensalmente mais de 300 propriedades especializadas na produção do leite, onde são coletadas amostras de leite e dados de 30.000 vacas mensalmente. Posteriormente são gerados relatórios sobre produção, reprodução, genética, saúde e nutrição. Segundo Altair Antonio Valloto, superintendente técnico da APCBRH, muitas dessas informações também acabam sendo disponibilizadas para as empresas parceiras. “São utilizadas pelos técnicos que fazem parte das empresas com “parcerias ouro”, dentre elas destacamos a Nutron e Agrária. Um destes relatórios possibilita o criador fazer comparativo (benchmark) do seu rebanho com outros da sua região e do estado em vários”, diz. Segundo ele, essas parcerias são realizadas para que os criadores tenham sucesso. “A Nutron é uma empresa que vive junto com os produtores, tem produtos de excelência e que fazem a diferença, além de possuir uma equipe de profissionais altamente comprometida em ajudar na sustentabilidade dos rebanhos leiteiros”, comenta. Outro serviço que ganha destaque é o registro de animais que tem como objetivo preservar o patrimônio genético dos criadores. Segundo Valloto, o grande valor está no pedigree dos animais. “Ele contém dados e informações de produção, composição do leite dos animais, a descendência, reprodução, identifica o animal e qual foi o criador que o criou, servindo como um importante documento de rastreabilidade animal”, diz. Como entidade credenciada pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e para atender os seus associados, a APCBRH possui um laboratório de análise de qualidade de leite que surgiu em uma parceria com a Universidade Federal do Paraná e conta com o apoio do Ministério da Agricultura, FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), Secretaria de Ciência e Tecnologia e da EMBRAPA. “Temos as principais fazendas de gado de corte que fazem a rastreabilidade de seus animais com algumas propriedades fazendo parte da Lista TRACE, autorização para que a carne desses animais possa ser exportada para Europa”, conta. Com mais de 5 milhões de análises por ano, a APCBRH possui técnicos que estão visitando frequentemente os seus sócios e se reunindo para acompanhar as metas e descobrir o grau de satisfação dos associados. “Recebemos equipamentos modernos que fazem exame de ureia no leite (uns dos indicadores que a vaca está bem alimentada) e isso possibilita análise por preços extremamente baixos”, diz. Para o futuro, Altair Antonio Valloto conta que a Diretoria da Associação já aprovou a ampliação das instalações e aquisição de novos equipamentos. Também será realizado um grande evento com os parceiros ouro, mas o principal projeto é a elaboração de um Programa de Gerenciamento de Rebanhos Leiteiros, que será oferecido aos produtores e técnicos, para que juntos possam fazer um diagnóstico preciso das oportunidades de melhorias no rebanho por meio dos índices zootécnicos. NT 67 girolando Congresso aponta novos caminhos para o girolando 68 NT Uma série de inovações tecnológicas na pecuária leiteira foi apresentada durante o 1º Congresso Brasileiro da Raça Girolando. O evento, realizado entre os dias 22 e 24 de setembro, reuniu mais de 400 produtores rurais e pesquisadores no Tauá Grande Hotel e Termas de Araxá, em Minas Gerais. Várias autoridades participaram da solenidade de abertura do Congresso, entre elas o secretário de Agricultura de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, o secretário de Ciência e Tecnologia de Minas, Narcio Rodrigues, o prefeito de Araxá, Geová Moreira da Costa, o presidente da Embrapa Gado de Leite, Duarte Vilela, o presidente da Comissão de Leite da CNA, Rodrigo Alvim e o presidente da Fepale (Federação Pan-americana do Leite), Vicente Nogueira. De acordo com o secretário Narcio Rodrigues, a raça girolando é uma obra genética extraordinária. “O zebu foi importado da Índia. O holandês e outras raças taurinas vieram da Europa. Já o girolando foi uma raça criada aqui no Brasil e, por isso, traz a identidade da nossa pecuária. Temos interesse em investir em novas tecnologias para garantir um avanço ainda maior da raça. Vários investimentos já estão sendo feitos nas instituições de pesquisa de Minas Gerais para proporcionar essa evolução”, disse Narcio. Os números da Embrapa Gado Leite mostram como os investimentos em melhoramento genético levam ao aumento de produção significativa. De 1989 a 2010, a produção de leite por vaca girolando em lactação subiu 239%. “A produção que antes era de 1990 kg/leite por lactação saltou para 4781 kg/leite. A raça é responsável hoje por 80% da produção de leite do país”, afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, José Donato Dias Filho. O Brasil produz cerca de 30 bilhões de litros de leite/ ano. Já Duarte Vilela ressaltou que há uma grande demanda pela genética da raça Girolando o mercado internacional. A programação do Congresso incluiu uma série de palestras técnicas. O pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marcos Vinícius Barbosa da Silva, falou sobre os avanços genéticos que a raça vem alcançando e os projetos de seleção genômica. “Vamos iniciar a mensuração de novas características da raça, como termotolerância e de ordenha com/sem bezerro. Para o próximo ano, vamos publicar a conclusão do sequenciamento do genoma do girolando, o que nos permitirá identificar marcadores específicos para características que o mercado deseja”, explicou Silva. As pesquisas com o genoma estão sendo desenvolvidas em parceria com a Universidade de Guelph, do Canadá, e a USDA. A pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, Marta Martins, falou sobre a formação do Banco de DNA da raça girolando, que já conta com 1.063 amostras coletadas dos touros e de filhas dos reprodutores do Teste de Progênie da Girolando. Os estudos com genoma bovino também foram abordados pelo professor da UNESP, José Fernando Garcia. “Com o desenvolvimento de ferramentas genômicas (especificamente os painéis de marcadores SNP de alta densidade), passa a ser possível realizar o ajuste fino dos cruzamentos e pré-determinar os tipos animais exigidos para cada sistema de produção. É necessário, entretanto, aproveitar a organização e os avanços conquistados pelo programa de melhoramento genético hoje existente no girolando para desenvolver as pesquisas necessárias para criar testes de DNA preditivos para determinar a melhor combinação cromossômica para cada sistema”, explica Garcia. Outro assunto no Congresso foi a estratégia de cruzamentos na pecuária de leite no Brasil. O consultor e ex-professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Fernando Enrique Madalena, destacou a evolução dos cruzamentos a partir da década de 70. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, Elizângela Guedes, a atividade agrícola evoluída e com boa rentabilidade é baseada em três pilares: manejo nutricional, melhoramento genético e saúde animal. “Se houver um desbalanço entre esses NT 69 três itens, o sistema de produção deixa de ser atrativo e lucrativo para o produtor”, informou Elizângela. A pesquisadora lembra que novas alternativas de controle e tratamento baseadas no material genético, ou seja, no DNA dos animais estão sendo pesquisadas. “Uma delas é a seleção genômica de animais resistentes a vermes e carrapatos, através dos estudos de associação. Seguindo por esse caminho, pretendemos obter os fenótipos (contagens de ovos de vermes nas fezes e contagem de carrapatos) e os genótipos que são indispensáveis para a realização de um estudo genômico, a partir dos animais inscritos no Teste de Progênie da Girolando. A análise desses dados permitirá a identificação de regiões que contenham genes responsáveis pela resistência ou susceptibilidade desses animais a vermes e carrapatos”, acrescentou. As novidades na área de produção, fertilidade e termotolerância na raça girolando foram apresentadas pelo professor da UNESP, José Luiz Moraes de Vasconcelos. Já o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ronaldo Braga Reis, abordou os desafios na ordenha de vacas Girolando F1. O professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Marcos Neves Pereira, encerrou a rodada de palestras apresentando o potencial do girolando para alta produção de leite e sólidos. A formação de um Comitê Técnico Independente, formado por pesquisadores das principais universidades e centros de pesquisa brasileiros interessados em contribuir com a consolidação da raça girolando, foi uma das sugestões apresentadas durante o debate. Para Mauricio Coelho, vice-presidente da Associação Brasileira do Girolando e coordenador do Congresso, a iniciativa teve sucesso absoluto. “Realizar o 1º Congresso Brasileiro da Raça Girolando foi uma satisfação muito grande para todos nós da diretoria. Pela primeira vez conseguimos reunir na mesma mesa pesquisadores, técnicos, criadores e a própria Associação para debater o futuro da raça Girolando, nossas fortalezas e os maiores desafios. Foram discussões maduras que resultaram na certeza de que temos muito trabalho pela frente, mas que serão trabalhos coordenados para a evolução da raça girolando na direção de atender a demanda do mercado nacional e internacional”, destaca. Além das palestras, os participantes do Congresso puderam conferir as novidades apresentadas por várias empresas do setor, entre elas os Parceiros Master da Girolando: Nutron, Sersia France, Elanco, Pfizer, Semex, Intervet, CRV Lagoa, GEA Farm Technologies, RealH e ABS Pecplan. O aditivo antimicotoxinas aprovado in vivo contra fumonisinas e aflatoxinas O aditivo antimicotoxinas Oaprovado aditivo antimicotoxinas in vivo contra Controle de precisão aprovado inde contra fumonisinas evivo aflatoxinas micotoxinas fumonisinas e aflatoxinas shaping tomorrow’s nutrition shaping tomorrow’s nutrition 70 NT SAC: 0800.979.99.94 Anuncio Notox NT04.indd 1 www.nutron.com.br 71 NT 03.08.10 15:50:05 Erika Prieto é Zootecnista - Coordenadora de Qualidade Assegurada - Depto. Técnico da Qualidade Nutron nutrição do amanhã Dioxinas e Metais Pesados Conhecendo os Riscos da Contaminação 72 NT Um dos problemas mais sérios que afetam na atualidade à segurança dos alimentos é a presença de altos níveis de contaminantes nas matérias-primas utilizadas na alimentação animal. Os episódios da Vaca Louca, Febre Aftosa e Gripe do Frango, aumentaram a preocupação com a contaminação das matérias-primas utilizadas na alimentação animal, uma vez que o Brasil é um dos principais exportadores de proteína animal. Entre estes principais contaminantes, podemos citar: dioxinas, metais pesados, furanos, melamina, etc. O problema surge quando estes contaminantes chegam ao consumidor a níveis que podem ser prejudiciais para sua saúde humana. É essencial, conhecer os riscos das matérias-primas, para podermos controlar e monitorar estes contaminantes, mantendo-os em níveis aceitáveis e que não sejam prejudiciais á saúde animal e conseqüentemente a humana. Dioxinas: As dioxinas são uma classe de compostos químicos amplamente reconhecidos como algumas das substâncias químicas mais tóxicas já produzidas pelo homem. As dioxinas compreendem uma família de compostos aromáticos, constituída por dois grupos de compostos (PCDD e PCDF). Formadas por dois anéis de benzeno ligados entre si por duas pontes de oxigênio. É estável e resistente a biodegradação, a conseqüência desta estabilidade é a não destruição e a acumulação destes produtos na natureza, nos vegetais e animais, em particular no organismo humano. Uma vez lançadas no meio ambiente, as dioxinas podem alastrar-se por grandes distâncias, carregadas por correntes aéreas e marinhas. Por possuírem essa capacidade de disseminação, as dioxinas representam um tipo de contaminante onipresente, que pode ser encontrado nos tecidos, no sangue e no leite materno das populações de quase todos os países do mundo. São subprodutos dos processos industriais (metalurgia, siderurgia, químicas, reciclagem de metais, indústrias de celulose, incêndios florestais, incineração e fontes ambientais), formados em condições de combustão incompleta. Em relação às fontes de minerais, utilizadas na alimentação animal, deve-se ter uma atenção especial na produção de sulfato de cobre. O uso de fios de cobre, com resíduos plásticos em reatores a elevadas temperaturas pode ocasionar a liberação de dioxinas. A análise laboratorial é realizada através de espectrofotometria de massa e o resultado é dado na ordem de picogramas (pg). As análises de dioxinas são caracterizadas pelo alto custo, em decorrência da dificuldade de execução e da conseqüente pequena quantidade de laboratórios aptos a realizarem este trabalho. Metais pesados: O termo metal pesado refere-se a qualquer elemento químico metálico que tenha uma densidade relativamente alta e seja tóxico em baixas concentrações. Os metais pesados podem ser: cobre, selênio, zinco em concentrações acima do recomendado, mercúrio, cádmio, arsênio, cromo, vanádio e chumbo. São elementos bioacumulativos, altamente reativos e que não podem ser degradados, são amplamente distribuídos no ar; água, solo e alimento; Estudos mostram que, a distribuição dos metais pesados pelo organismo animal depende de uma série de fatores como intervalo de exposição, quantidade ingerida, fase produtiva e/ou reprodutiva, idade e raça. E sua deposição no organismo não depende exclusivamente da concentração na fonte, mas também do equilíbrio metabólico dos demais minerais que são absorvidos. Em razão do desequilíbrio entre os minerais, os mecanismos de absorção e excreção dos metais pesados são comprometidos, gerando maior acúmulo deles nos órgãos. A análise laboratorial, destes metais pode ser realizada através de absorção atômica ou ICP com digestão em microondas. Importante salientar, que o processo industrial está caracterizado pelo uso de insumos (matérias-prima, água, energia, etc) que, submetidos a uma transformação, dão lugar a produtos, subprodutos e resíduos. Cada um destes processos industriais - metalurgia, química e alimentícia - possuem diferentes tipos de resíduos, que requerem tratamentos especiais em cada situação. Quando este resíduos não são devidamente tratados, poluem o meio ambiente, podendo contaminar matérias-primas que serão utilizadas na alimentação animal. Outra fonte importante de contaminação do ambiente por metais pesados são os incineradores de lixo NT 73 4]b]a(1{aO`;OQVOR] 74 Arsênio Metalurgia, Manufatura de vidros e fundição, fabricação de ligas metálicas, pigmentos e reagentes. Cádmio Soldas, baterias e pilhas Chumbo Fabricação e reciclagem de baterias de autos, indústrias de tintas, pintura em cerâmica e soldagem. Mercúrio Indústrias de Cloro-solda, garimpo de ouro e lâmpadas fluorescentes. A importância do controle Conclusão Recentemente, detectaram níveis de dioxinas, acima do permitido em Bicarbonato de Sódio produzidos na Alemanha e em Sulfato de Cobre produzidos na Romênia. Devido aos diversos problemas de contaminação, vinculados ao tema da nutrição e a fraudes de alimentos se faz necessário, conhecer as novas políticas, normativas e regulações específicas que se geram nos laboratórios de controle da qualidade e que incidem diretamente nos modelos de gestão das empresas do agro-alimentares. Para avaliação de riscos destes contaminantes na alimentação animal, é imprescindível conhecer a fonte e o processo produtivo de cada uma das matérias-primas utilizadas, bem como analisar os riscos envolvidos em cada etapa. A preocupação com segurança dos alimentos permeia as atividades do agronegócio. De fato, vários problemas relacionados à segurança dos alimentos podem ser originados de matérias primas para alimentação animal. Os contaminantes, além de prejudicar a saúde do consumidor, podem comprometer as exportações do Brasil e danificar seriamente o balanço das empresas. A produção dos alimentos é um processo complexo e pode ter inúmeras variáveis que interferem no seu desempenho. Se faz necessário identificar estas causas e utilizar ferramentas adequadas para que ocorra redução dos níveis de contaminantes e uma melhora na qualidade e segurança dos alimentos. O consumidor tem o direito de saber qual a procedência, bem como o respectivo grau de segurança e de qualidade dos alimentos que tem adquirido. NT dd 2 Indústrias 19.08.10 14:42:15 fotos.in Metal Pesado fotos.indd 2 fotos.indd 2 fotos.indd 2 Fontes de contaminação com metais pesados É essencial, elaborar um procedimento para qualificação e aprovação de fornecedores, que atenda de forma segura e completa todos os itens relacionados à qualidade e segurança do produto. Esta qualificação pode ocorrer através do envio de uma amostra para análise, de certificados de qualidade, histórico de análises, ou até mesmo mediante auditorias, com um check-list previamente desenvolvido para cada tipo de família de produto. A aquisição de matérias-primas de qualidade é de suma importância, por isso ter padrões para a aquisição, fazer uma boa amostragem na chegada, avaliar os padrões no laboratório, e ter um bom processo, será capaz de preservar a qualidade das matérias primas e conseguir traduzir fielmente a fórmula da ração. Os órgãos competentes, nacionais e internacionais, possuem programas para gestão de riscos deste contaminantes. O Ministério da Agricultura através do Plano Nacional de Controle de Resíduos Biológicos em produtos de Origem Animal ( PNCRB), disse que no ano de 2011, irá reforçar o programa de controle de resíduos biológicos em carnes (bovina, de aves, suína e equina), leite, mel, ovos, pescado e avestruz Este programa visa monitorar o controle de resíduos de produtos veterinários e contaminantes (antibióticos, antiparasitários, agrotóxicos e metais pesados), que possam oferecer riscos à saúde dos consumidores. O FDA (Food and Drug Administration), possui um Programa de Monitoramento para Dioxinas, visando apoiar ações de gestão de riscos adequadas; obtenção de banco de dados com níveis de dioxinas em matériasprimas e rações que são susceptíveis á este tipo de contaminação, com isto, determinando oportunidades de eliminação ou redução substancial destes níveis. :15 19.08.10 14:42 urbano e industrial, que provocam a sua volatização e formam cinzas ricas em metais, como mercúrio, chumbo e cádmio. Quando absorvidos pelo ser humano, estes se depositam no tecido ósseo e gorduroso e deslocam minerais nobres dos ossos e músculos para a circulação. Um resíduo não é, por princípio, algo nocivo. Muitos resíduos podem ser transformados em subprodutos ou em matérias-primas para outras linhas de produção. A manipulação correta de um resíduo tem grande importância para o controle do risco que ele representa, pois um resíduo relativamente inofensivo, em mãos inexperientes, pode transformar-se em um risco ambiental bem mais grave. C;/4=B=>3@437B/1/CA/ C;/ÏB7;/7;>@3AA¯= =[SZV]`S[OWaQ][^ZSb]PO\Q]RSW[OUS\aR]OU`]\SUQW] Ac\]aOdSaP]dW\]aQcZbc`OaOZW[S\b]aQO`\Sa[O_cW\t`W]SbQ EEE/5@=AB=191=;0@ Aldair de Souza Santos é Químico e Analista de Laboratório Sênior, atuando como Consultor NIR na Nutron Alimentos para clientes da América Latina. nutrição do amanhã TECNOLOGIA NIR Parte II Na edição anterior da revista NT abordamos a tecnologia NIR que aos poucos vem ocupando espaço no cenário analítico mundial e se definindo como uma importante ferramenta de controle de qualidade e, sobretudo, de lucratividade. Empresas de diversos seguimentos fazem da tecnologia NIR uma ferramenta de suporte indispensável para assegurar a qualidade de seus ingredientes e produtos. Nesta edição queremos apresentar alguns comentários com relação à utilização da tecnologia NIR no controle de qualidade de ingredientes e rações, ganhos econômicos com a utilização da tecnologia NIR e a experiência do Grupo Provimi com a tecnologia NIR, sua estrutura, desenvolvimentos e serviços. Controle de qualidade de ingredientes e rações Como dito acima, empresas de vários seguimentos fazem uso da tecnologia NIR. Temos vários exemplos de empresas de nutrição animal ou produtoras de grãos e insumos que utilizam a tecnologia NIR para assegurar a qualidade de seus produtos. Com a instalação de um equipamento NIR é possível controlar, com altíssima velocidade, a qualidade dos produtos que chegam à fábrica. Deste modo, produtos que estão fora das especificações podem ser rejeitados ou seus custos podem ser renegociados, possibilitando a adequação nas formulações. Algumas empresas produtoras de alimentos, após a instalação de um equipamento NIR, afirmam que a qualidade dos produtos recebidos de seus fornecedores é superior aos produtos recebidos antes da instalação do equipamento NIR. Com o monitoramento realizado com equipamento NIR é possível flagrar produtos que estão fora das especificações e contatar o fornecedor imediatamente, por este motivo o fornecedor passa a certificar a qualidade de seus ingredientes antes de enviá-los. 76 NT NT 77 praticamente impossível controlar lote a lote todos os Além de assegurar a qualidade dos ingredientes, ingredientes que chegam, mas com um equipamento um grande percentual de empresas utiliza um equipaNIR isso é completamente viável. mento NIR para ajustar suas fórmulas e, deste modo, Como vimos anteriormente, utilizando a tecnologia assegurar a qualidade dos alimentos produzidos. Com NIR podemos assegurar a qualidade dos ingredientes a avaliação das rações após a produção podemos mosegregando-os ou impedindo-os de entrar na fábrica, nitorar o desempenho da fábrica, reter ou reprocessar ou ainda, renegociar preços quando se apresentarem o produto quando necessário. fora dos padrões. Podemos ainda, ajustar as matrizes Muitos nutricionistas utilizam o NIR como ferranão com médias mensais, mas por lotes, reduzindo as menta de suporte, e ajustam as matrizes nutricionais margens de seguranças nas formulações e ampliando a partir das predições NIR que levam pouquíssimo o número de análises realizadas com baixo custo por tempo para serem obtidas. Com isto, reduzem a maranálise. gem de segurança aplicada sobre as fórmulas devido Por fim, podemos assegurar o bom desempenho à incerteza dos níveis nutricionais dos ingredientes da dos alimentos produzidos. No entanto, tudo isso demesma. Isto possibilita reduzir os custos de produção, penderá de uma mudança de culpois os ajustes são feitos com métura e grande integração entre as dias mais próximas da realidade. A implantação da É possível, também, obter melhor tecnologia NIR assegura a áreas envolvidas. Recordando que um equipadesempenho dos animais, pois qualidade dos ingredientes mento NIR possibilita predizer as variações na qualidade das bem como das rações níveis de proteína bruta, umidade, matérias-primas são ajustadas produzidas. gordura, fibra e outros parâmeregularmente. tros nos mais diversos ingredienEm geral, quando dependetes, podem imaginar quanto perdemos ou deixamos mos de análises convencionais de laboratório, o temde ganhar por não analisar tudo o que recebemos. po de resposta chega a mais de uma semana e, na Devido a estes e outros fatores, é que muitas emmaioria das vezes, quando o resultado chega, o propresas ao redor do mundo tem utilizado a tecnologia duto já foi utilizado na produção ou o alimento já foi NIR em seus processos de produção ou de controle de consumido nas dietas. Com a instalação de um equiqualidade. pamento NIR os resultados são obtidos em menos de um minuto, bastando apenas uma boa amostragem e, em alguns casos, o preparo (moagem) da amostra Ganhos econômicos com a utilização para obtenção dos resultados de análises por NIR. da Tecnologia NIR Num cenário de laboratório convencional, devido ao custo de análise ou escassez de mão-de-obra, Os ingredientes utilizados nas formulações poalgumas empresas trabalham com médias mensais dem sofrer grandes variações em suas composições obtidas de um pequeno número de análises e outras nutricionais, em virtude de inúmeros fatores, como sequer analisam os ingredientes, ficando à mercê de genética do grão, adubação, armanezamento, época seus fornecedores. do ano, entre outros. Essas variações existentes nas Algumas experiências com NIR revelaram simatérias-primas, se não identificadas e ajustadas cautuações em que a média mensal utilizada na matriz sam grandes impactos no desempenho animal com possuía altíssimo coeficiente de variação e que de perdas econômicas significativas. uma semana para outra existiam grandes variações. A implantação da tecnologia NIR assegura a quaQuando se trabalha com um equipamento NIR é possílidade dos ingredientes bem como das rações provel reduzir os intervalos para ajustes em matrizes nuduzidas. Ou seja, o NIR torna-se uma ferramenta de tricionais. Isso devido à capacidade de realizar várias fundamental importância para garantir que o produto análises num mesmo dia com baixíssimo custo. Deste formulado seja a ração consumida pelo animal. modo é possível obter uma formulação mais precisa. Podemos afirmar que um NIR possibilita ganhos Com o NIR é possível analisar todas as cargas reeconômicos de grandes proporções, desde que suas cebidas e analisá-las ainda no recebimento. Quando informações sejam utilizadas de alguma maneira para há silos disponíveis, é possível segregar os ingredienaperfeiçoar o processo. Lembrando, que estes ganhos tes de acordo com os seus perfis nutricionais para somente são identificados quando agimos a partir das posterior utilização. Com análises laboratoriais seria informações geradas pelo equipamento NIR. 78 NT A economia do equipamento NIR na nutrição pode ser evidenciada de forma simples, conforme exemplo abaixo: Na formulação de uma ração de crescimento para frangos de corte, quando se ajusta a proteína bruta de 45.5% para 46% na matriz nutricional do farelo soja gera-se uma redução de R$ 2,00/tonelada de ração. Já no caso do milho, para uma adequação do extrato etéreo de 3.5% para 4% a economia no custo da ração é de R$ 3,00 por tonelada. Neste caso demonstrado acima, se ambos os ajustes forem necessários em uma mesma formulação, o cliente chega a economizar R$ 5.000,00 a cada 1.000 toneladas produzidas, e somente na ração crescimento. Ressaltando que esses valores de economia podem ser ainda maiores, dependendo dos preços e das disponibilidades das matérias-primas na ocasião Portanto, fica evidenciado que o tempo de resposta de um equipamento NIR e a tomada decisão imediata são elementos fundamentais para obtenção destes ganhos econômicos e para consolidar a “nutrição de precisão”. Experiência do Grupo Provimi (Nutron) com a tecnologia NIR Com a tecnologia NIR é possível estruturar um “network” com equipamentos instalados em diversas unidades e monitorados a partir de uma central de desenvolvimento e controle de dados. O Grupo Provimi, que está presente em todo o mundo, e a Nutron Alimentos, companhia do grupo, faz parte deste seleto conglomerado de empresas que utilizam a tecnologia NIR para assegurar a qualidade de seus produtos e serviços. O Grupo Provimi, que atualmente possui uma rede, ou Network NIR, com 210 equipamentos interligados entre si fazendo uso do mesmo banco de dados, possui uma ampla experiência na utilização da tecnologia NIR. O Network NIR Provimi tem aproximadamente 14 anos, enquanto algumas de suas empresas possuem experiências ainda maiores. A coordenação mundial do Network NIR Provimi está situada na França, de onde são desenvolvidas as equações de predição NIR e para onde são enviados todos os dados que compõem estes trabalhos. Com a implantação do Network NIR a Provimi possibilitou o crescimento igualmente proporcional em suas unidades. Os benefícios da tecnologia NIR estão presentes em 40 unidades e dois centros de pesquisas do Grupo. Com a estruturação de um Network NIR é possível acelerar o processo de desenvolvimento de curvas, pois vários laboratórios contribuem com espectros e análises dos ingredientes a serem calibrados no NIR. Também o nível de conhecimento e as soluções atingem o mesmo perfil de qualidade, pois os diversos desafios são tratados de forma Global e não isolada. Hoje a Provimi disponibiliza também aos seus clientes o acesso ao seu Network NIR, de modo que possam utilizar suas curvas, com treinamento e suporte permanente por telefone, e-mail e visitas periódicas. A estrutura do Network NIR Provimi conta atualmente com 80 equações de predição NIR disponíveis, sendo 66 de matérias primas de origem animal e vegetal, 12 de alimentos terminados e 2 de ensilagens. O suporte aos clientes Provimi é realizado através de especialistas que estão em suas empresas nos diversos países onde atua. Para a América Latina há representações Provimi no Brasil, Argentina, Colômbia e México, sendo que a coordenação central do cluster está no Brasil, através da unidade Provimi brasileira (Nutron Alimentos), que é responsável pelo suporte aos clientes brasileiros e alguns clientes no México, Venezuela, Colômbia e Chile. Atualmente, 80% dos equipamentos no Network NIR Provimi são de clientes, totalizando 168 equipamentos dos 210 existentes. Para estruturar uma equação (curva) de predição NIR robusta é necessária uma grande quantidade de amostras e de análises de laboratório, tornando o equipamento, num momento inicial, pouco utilizado por quem o adquire. Por este motivo há esta grande adesão por parte dos clientes, que além de poderem utilizar seu NIR imediatamente ainda contam com todo o suporte e robustez das equações NIR Provimi. Numa outra oportunidade retornaremos para abordar outros temas referentes à tecnologia NIR: pontos importantes para utilização de um equipamento NIR, como assegurar seu bom funcionamento e interação entre NIR e laboratório químico. NT 79 aves Paulo Leandro da Rosa e Silva Engenheiro Agrônomo e Consultor Técnico Aves Nutron Alimentos a influência do A expansão do mercado avícola e sua busca por excelência exigem que se obtenham animais de máximo desempenho e rendimento. Nesse contexto, a produção industrial de pintos de um dia se constitui como etapa crucial para o sucesso da atividade, cabendo ao incubatório disponibilizar para o mercado pintinhos que apresentem um excelente desempenho zootécnico. Há alguns anos a incubação deixou de ser considerada apenas uma etapa necessária passando ao status de etapa estratégica, já que o desempenho técnico e econômico do lote de frangos de corte depende diretamente da qualidade dos pintos alojados. Pintos de baixa qualidade não atingirão bons resultados, pois seu desenvolvimento inicial e imunidade foram prejudicados por fatores que atuam no processo de incubação e que muitas vezes passam despercebidos. Fatores como manejo e estocagem dos ovos, manejo de incubadora, nascedouros e condições de manejo do nascimento até a entrega dos pintos na granja exercem influência direta sobre a taxa de eclosão dos ovos, bem como sobre a qualidade do pintinho de um dia. O sucesso da incubação é obtido quando todos esses fatores são criteriosamente acompanhados e controlados. PROCESSO DE INCUBAÇÃO SOBRE A QUALIDADE DE PINTOS DE UM DIA César Machado - Agrostock 80 NT NT 81 Este tipo de avaliação é importante e não se deve deixar de realizá-la no incubatório e no momento do alojamento dos lotes. No entanto, por ser subjetiva, varia de avaliador para avaliador, podendo gerar resultados diferentes para um mesmo lote pela ausência de critérios claros e padronizados que proporcionem resultados confiáveis e seguros. Assim, na avaliação do processo de incubação não devem ser considerados apenas aspectos qualitativos; precisam ser incorporados na rotina procedimentos diários de medição de características quantitativas da qualidade. Essas características, avaliadas ao longo de todo o processo, fornecem informações relevantes sobre parâmetros e procedimentos adotados, de modo que se atinja alta eclodibilidade e se produzam pintos de alta qualidade. A eclodibilidade é uma avaliação mais específica do incubatório, pois utiliza a relação entre os pintos nascidos e o total de ovos férteis incubados. Para essa avaliação é indispensável que seja realizada a ovoscopia (processo em que há a retirada de ovos claros ou inférteis, realizada entre o décimo e décimo segundo dia de incubação ou na transferência da incubadora para o nascedouro). A eclosão, por sua vez, é obtida pela relação entre o número de pintos nascidos e o total de ovos incubados, representa um índice geral, que caracteriza o desempenho tanto da granja produtora de ovos quanto do incubatório. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA DA QUALIDADE DE PINTOS NO INCUBATÓRIO Este método consiste em equalizar e ponderar quatro características mensuráveis que influenciam diretamente a qualidade dos pintos: • Ovos Contaminados na Transferência (%); • Média Ponderada dos Dias de Estoque dos Ovos; • Perda de Peso na Transferência (%); • Relação Peso do Pinto x Peso do Ovo - RPPxRPO (%). 82 NT PROCEDIMENTOS PARA OBTENÇÃO DOS DADOS Ovos Contaminados na Transferência No momento em que se faz a transferência dos ovos da incubadora para o nascedouro (18,5 - 19 dias) retiramse todos os ovos contaminados. O número de ovos retirados é dividido pelo total de ovos incubados do aviário ou lote, como estiver identificado na ficha de incubação. Exemplo: Para 5 ovos contaminados em 15.200 ovos incubados, temos 0,03% de ovos contaminados. Média Ponderada dos Dias de Estoque dos Ovos Este dado é obtido diariamente a cada incubação, no momento de preparo da carga a ser incubada no dia. Se na mesma carga de um aviário há ovos de diferentes dias de estocagem, o estoque médio deve ser ponderado. Multiplica-se a quantidade de ovos pelo dia de estocagem, soma-se e divide-se pelo total de ovos incubados do aviário, conforme Tabela 1. TTabela abela11 Média ponderada dos Média ponderada dos dias de estoque dos ovos. dias de estoque dos ovos. QUANTIDADE DE OVOS ESTOQUE (DIAS) 2.880 1 2.880 2 2.000 3 1.200 4 8.960 TOTAL Estoque médio ponderado RESULTADO 2.880 5.760 6.000 4.800 19.440 2,16 DIAS Relação Peso do Pinto x Peso do Ovo A fórmula é simples, basta apenas dividir-se o peso médio dos pintos pelo peso médio dos ovos incubados. O resultado final é a relação, expressa em percentual. Como exemplo de cálculo, para um peso médio dos pintos amostrados no momento da saída dos nascedouros de 44,09g, divide-se este valor pelo peso médio dos ovos amostrados na incubação, 65,04g, multiplica-se por 100, obtendo-se o valor de 67,78% de relação corporal pinto/ovo. Para facilitar a obtenção da perda de peso na transferência e da relação corporal no nascimento, podemos utilizar amostras de 400 a 500 ovos por lotes de matrizes que formam a carga de incubação do dia. É fundamental a correta identificação das bandejas para que não ocorram erros decorrentes da troca de dados. Essas quatro características medidas diariamente fornecem um raio-X do processo de incubação por meio de informações preciosas sobre a qualidade dos pintos que se está produzindo. A análise desses dados deve ser realizada buscando-se atingir os seguintes parâmetros de qualidade (Tabela2). TTabela abela22 Parâmetros recomendados as Parâmetros recomendadospara para as características de qualidade características de qualidadede depintos pintos CARACTERÍSTICA PARÂMETRO MEDIÇÃO Dias de estoque Média Ponderada 2-4 dias Contaminação Abaixo 0,17% Transferência Perda de peso 13% Amostra na transferência Hidratação Nasc. 68% Amostra (RP P x RPO) *Valores aproximados baseados nos melhores resultados de desempenho de campo observados. Informação pessoal. Perda de Peso na Transferência Para obter a perda de peso na transferência deve-se efetuar o cálculo no momento em que serão transferidos os ovos das bandejas de incubação para as bandejas de eclosão, obedecendo à identificação da amostra das bandejas específicas. Como pesar todas as bandejas dos lotes demandaria muito tempo, atrasando a operação de transferência, realiza-se amostragem dos lotes de matrizes por origem e por incubadora. Como exemplo de cálculo, para um peso médio dos ovos amostrados na transferência de 56,25g, dividese este valor pelo peso médio dos ovos amostrados na incubação, que nesse exemplo é 65,04g, multiplica-se por 100 e subtrai-se o resultado de 100, obtendo-se o valor de 13,5% de perda de peso. Após nascimento e retirada dos pintos dos nascedouros não há procedimento capaz de melhorar a qualidade destes. A qualidade pode apenas ser piorada ao longo do processamento, durante sexagem, vacinação, formação dos lotes, expedição e transporte. Todas as tarefas que fazem parte do processamento dos pintos nascidos devem ser monitoradas diariamente como forma de verificar se são responsáveis pela manutenção da qualidade dos pintos ou se a estão reduzindo. Situações indesejáveis que reduzem a qualidade dos pintos durante seu processamento e transporte: • Mistura de linhagens para formar lotes. • Desuniformidade de peso dos pintos superior a 3 gramas entre os lotes de matrizes que compõe o lote para alojamento. • Erro de sexagem superior a 3%. • Erro da vacinação injetável superior a 1,5%. • Quantidade de pintos por caixa diferente de 100. • Tempo de expedição dos lotes superior a 6 horas. • Peso médio dos pintos inferior a 33 gramas. • Temperatura no transporte de pintos inferior a 25°C ou superior a 27°C. • Mortalidade no transporte de pintos. • Pintos no chão do furgão de transporte. CONSIDERAÇÕES FINAIS César Machado - Agrostock De modo geral, quando falamos de qualidade de pintos nos referimos a aspectos qualitativos, apenas visuais, como: • Penugem bem seca, longa e fofa; • Olhos brilhantes, redondos e ativos; • Comportamento ativo e alerta; • Umbigos completamente cicatrizados; • Pernas brilhantes e cerosas ao tato; • Ausência de tornozelos avermelhados; • Ausência de deformidades (por ex. pernas tortas, pescoço torcido ou bico cruzado). O sucesso do processo de incubação depende, em primeira instância da qualidade da matéria-prima (ovos férteis/incubáveis) fornecida pelas granjas de matrizes, que deve garantir a qualidade física e química dos ovos a serem incubados. O incubatório deve estabelecer uma logística adequada de armazenamento e incubação considerando as diferenças que existem entre lotes e dentro dos lotes. É de suma importância o rigoroso controle de todos os fatores que envolvem o processo de incubação. As monitorias de rotina ovoscopia, mortalidade embrionária e gravidade específica são fundamentais para um correto e eficiente gerenciamento do processo de incubação. Além destas monitorias devem ser incorporadas medições de ovos contaminados na transferência, dias de estoque médio dos ovos, perda de peso na transferência e relação corporal dos pintos ao nascer. Como relatado, as características de qualidade de pintos de origem qualitativas são importantes, mas não bastam para um eficiente gerenciamento do processo de incubação. O sucesso desse processo depende também da incorporação do controle das características quantitativas e das etapas subsequentes ao nascimento dos pintinhos. NT 83 Antônio Mario Penz Júnior é Diretor Mundial em Avicultura Provimi Group aves ALIMENTAÇÃO DE FRANGO DE CORTE 1. INTRODUÇÃO Várias são as razões que justificam o uso de dieta diferenciada para frangos na primeira semana de idade. Entre elas, nesta idade os frangos têm a anatomia e a fisiologia do aparelho digestivo diferenciadas das aves com mais idade; têm necessidades nutricionais muito limitantes pela dificuldade que têm em digerir e absorver certos nutrientes; têm um rápido desenvolvimento potencial nestes primeiros dias de vida e têm uma grande dificuldade em sobreviver em ambientes frios. 84 NT São significativas as alterações anatômicas do aparelho digestivo dos frangos de corte nos primeiros dias de vida. Após a eclosão, os pesos do próventrículo, da moela, do pâncreas, do fígado e do intestino delgado aumentam mais rapidamente do que o peso corporal das aves. Nestes primeiros dias de vida também ocorre um aumento no número dos enterócitos e na profundidade das criptas (NIR, NITSAN e MAHAGNA, 1993, DROR, NIR e NITSAN, 1977 e NOY e SKLAN 1997. Também é importante a passagem de alimento pelo trato digestivo de pintos recém eclodidos, pois favorece o desenvolvimento dos enterócitos e que, gradualmente, substituem aqueles formados durante a fase embrionária. Estas rápidas alterações do aparelho digestivo possibilitam um aumento de consumo de ração e altera a digestibilidade dos nutrientes (MORAN, 1985). César Machado - Agrostock fase pré-inicial 2. ALTERAÇÕES ANATÔMICAS DO APARELHO DIGESTIVO 3. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO APARELHO DIGESTIVO 3.1. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS GLICÍDIOS MORAN (1985) afirmou que a secreção de alfaamilase é substrato dependente, sendo influenciada pela quantidade de amido da dieta. DAUTLICK e STRITTMATTER (1970) comentaram que as enzimas maltase e sacarase atingem suas atividades máximas quando os pintos têm 4 dias de idade. HOLDSWORTH e WILSON (1967) citaram que o pico de transporte ativo de glicose no intestino ocorre quando os pintos têm 3 dias de idade. SHEHATA et al. (1981) observaram que nos primeiros dias de vida a absorção de glicose passa a ser predominantemente aeróbica e dependente de sódio, o que não ocorre na fase embrionária. NT 85 3.2. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE LIPÍDIOS A digestão e a absorção dos lipídios é ineficiente nas primeira semanas de vida dos frangos. Isto ocorre porque a concentração da proteína ligadora de ácidos graxos e a secreção de sais biliares no intestino são baixas (KATONGOLE e MARCH, 1980); a secreção de lipase é substrato dependente (KROGDAHAL, 1885); a circulação enterohepática é imatura após a eclosão (JEANSON e KELLOG, 1992). Entretanto, a digestibilidade dos lipídios aumenta com a idade das aves (RENNER e HILL, 1960, CAREW et al., 1972 e SELL et al., 1986). 3.3. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE PROTÍDIOS Embriões são capazes de absorver aminoácidos pelo intestino mesmo antes de eclodirem. Esta habilidade pode justificar o porque pintos recém eclodidos não têm problema para absorver aminoácidos (HUDSON e LEVIN, 1968 e PRATT e TERNER 1971). NITSAN et al. (1991) mostraram que os pintos eclodem com alguma reserva enzimática no pâncreas. Entretanto, os autores verificaram que as atividades específicas das enzimas tripsina e quimiotripsina diminuiram até 5 a 6 dias de idade após a eclosão e depois aumentaram rapidamente, alcançando os níveis máximos com 10 dias de idade. Estas observações foram confirmadas por NIR et al. (1993). TARVID (1992) verificou que no dia da eclosão os pintos já apresentavam pro-carboxipeptidase A e dipeptidases ativas no lúmen do intestino. As enzimas proteolíticas são substrato dependentes, logo o início da alimentação após a eclosão é importante (AUSTIC, 1985 e TARVID, 1992) Entretanto, é importante não fornecer dietas para frangos, especialmente os mais jovens, com polissacarídios não amídicos solúveis (PNAS), pois eles podem promover o aumento da viscosidade do conteúdo intestinal, comprometendo a digestão e a absorção dos glicídios, lipídios e protídios. Quanto mais jovens forem os pintos pior será o efeito dos PNAS (SCHUTTE, 1997). 4. APROVEITAMENTO DO SACO VITELINO As substâncias contidas no saco vitelino são absorvidas diretamente pela membrana do saco vitelino e esta absorção se dá por fagocitose não específica. Também pode ser absorvida pelo epitélio do saco vitelino ou pela mucosa intestinal, onde o último é 86 NT o menos importante dos três (KROGDAHL, 1985 e NOBLE e COCHI, 1990). O percentual de lipídios no saco vitelino no momento da eclosão é de 50% (NOY e SKLAN, 1997) e todas as substâncias lá presentes são prontamente utilizadas nos primeiros 3 a 5 dias de vida dos pintos (NIR et al., 1988 e VIEIRA, 1996). DIBNER et al. (1998) comentaram que os nutrientes disponíveis no saco vitelino não devem ser considerados como fonte primária de energia para os pintos. Parte das proteínas são anticorpos maternos, importantes na imunidade passiva dos pintos. Os lipídios, além da função estrutural, como componente das membranas celulares, também favorecem as respostas imunes dos pintos. LI et al. (1998) demonstraram que o IgG do saco vitelino é absorvido continuamente pelo embrião durante a incubação e até dois dias depois da eclosão e quanto maior a gema maior a quantidade de IgG disponível para o pinto. Linhagens de frangos de corte com maior velocidade de ganho de peso apresentaram saco vitelino com maior peso no momento da eclosão (NITSAN et al., 1991) e retirando o saco vitelino dos pintos de um dia ,o ganho de peso deles foi inferior àquele dos pintos que permaneceram com o saco vitelino (EDWARDS et al., 1962). Entretanto, é importante ressaltar que embora o saco vitelino possa fornecer a maioria dos nutrientes nas primeiras horas de vida dos pintos, é o estímulo de consumo de alimento sólido que propiciará as principais alterações da estrutura física do aparelho digestivo e de suas secreções, indispensáveis para a digestão dos nutrientes neste momento (NEWEY et al., 1970, MICHAEL e HODGES, 1973 e BARANYOVÁ e HOLMAN, 1976). 5. CRITÉRIOS NUTRICIONAIS PROPOSTOS PARA A PRIMEIRA SEMANA DE IDADE Nos embriões, a principal fonte de energia são os lipídios da gema e nos frangos, após eclosão, são os glicídios. Esta alteração entre lipídios e glicídios é tão importante que mesmo antes da eclosão o conteúdo de açúcar no sangue começa a aumentar ao mesmo tempo em que ocorre o início da atividade do sistema respiratório pulmonar dos embriões. A reserva de glicogênio no fígado, armazenada durante a fase embrionária, é obtida por gliconeogênese, a partir da proteína da albumina (PONS et al., 1986). Ela só é suficiente para o primeiro dia de vida dos pintos. Após a eclosão, o nível de glicogênio no fígado somente aumenta se os pintos ingerirem glicídios (BEST, 1966). 5.1. CONSUMO ALIMENTAR NOY (1993), citada por NOY e SKLAN (1997), verificou que o principal efeito prejudicial do atraso do início do consumo de alimento é que as diferentes estruturas do aparelho digestivo crescem mais lentamente. CASTEEL et al. (1994) também identificaram que o atraso do alojamento dos pintos pode comprometer o estado imunitário dos pintos. Esta afirmação foi confirmada por DIBNER et. al. (1998) que verificaram que pintos mantidos em jejum nas primeiras 48 horas após eclosão tiveram menor peso de bursa de Fabricius que aqueles imediatamente alimentados após eclosão. Os autores verificaram que o menor peso da bursa está relacionado com a menor proliferação dos linfócitos. Eles também chamaram a atenção que o jejum estimula a secreção de corticosteróides, que inibem a proliferação das células imune. Assim, é importante colocar os pintos rapidamente em contato com o alimento. Além disto, caso demorem para ser alojados, os pintos podem desidratarse e ter a cetose estimulada. A adição de glicose na dieta pode aliviar esta situação. Entretanto, para que ela seja minimizada, as aves devem receber o mais breve possível água e alimento (MORAN, 1990). 5.2. USO DE SOLUÇÃO NUTRITIVA PARA FRANGOS DE CORTE PÓS ECLOSÃO Tendo em vista o entendimento da necessidade que os pintos têm de receber alimento imediatamente após a eclosão, algumas opções de dietas para o primeiro dia estão tornando-se disponíveis. NOY e PINCHASOV (1993) demonstraram que o fornecimento, via oral, de 0,5 ml de uma solução glicose:amido:óleo (1:1:1 vol/vol/vol) favoreceu o desempenho de pintos a partir dos 13 dias de idade. Este efeito foi mais marcante quando os resultados foram comparados aos dos pintos que foram mantidos sem alimento e sem água por 24 horas após a eclosão. Os mesmos autores também estudaram o efeito do uso da mesma solução nutritiva em pintos provenientes de lotes de matrizes novas (28 semanas de idade) ou velhas (70 semanas de idade). Aos 40 dias de idade o uso da solução nutritiva favoreceu o desempenho dos pintos das duas origens. Frangos de corte provenientes de matrizes novas, e que receberam solução nutritiva, apresentaram melhor peso do que frangos de corte provenientes de matrizes velhas, e que não receberam a solução nutritiva. 5.3. USO DE LIPÍDIOS NA DIETA PRÉ-INICIAL A principal fonte de energia da dieta dos pintos são os glicídios, que são facilmente digeridos e absorvidos desde a eclosão. Porém, uma dieta com alto teor energético necessita ter na sua composição alguma fonte lipídica, de baixa disponibilidade nos primeiros dias de vida dos pintos. MAIORKA et al. (1997) mostraram que dietas variando em energia metabolizável (2900, 3000 e 3100 kcal EM/kg) não proporcionaram alteração no consumo de alimento na primeira semana de idade, alguma alteração na segunda semana e uma alteração marcante na terceira semana. O consumo de ração só foi regulado pela energia de uma maneira adequada na terceira semana de idade. Pelos resultados obtidos, não parece ser pertinente o emprego de altos níveis de energia proveniente de lipídios na primeira semana de idade pois o maior consumo de energia não resultou em um maior ganho de peso e uma melhor conversão alimentar dos animais. Além disto, caso os lipídios não sejam totalmente absorvidos, o que é provável, ou que eles venham oxidados com o alimento, eles poderão causar danos marcantes aos pintos na primeira semana de vida. Peróxidos, provenientes da rancificação oxidativa dos lipídios, comprometem a anatomia do trato digestivo e as células em geral, além de prejudicar a disponibilidade de vários nutrientes, entre eles as vitaminas lipossolúveis, comprometendo o desempenho dos animais (CABEL et al., 1988). 5.4. USO DE SÓDIO NA DIETA PRÉ INICIAL MAIORKA et al. (1998), trabalhando com níveis crescentes de sódio total (0,10%, 0,22%, 0,34% e 0,46%) em dietas de primeira semana de frangos de corte, confirmaram que o nível adequado de sódio na fase pré-inicial é superior aquele sugerido pelo NRC (1994) e muito próximo do recomendado por BRITTON (1992). VIEIRA et al. (2000) confirmaram a maior exigência de sódio na primeira semana de idade. Os valores determinados para consumo de ração, ganho de peso, conversão alimentar, consumo de água e maior umidade de carcaça foram 0,35%, 0,35%, 0,39%, 0,37% e 0,36% de sódio, respectivamente. KRABBE (2000) também confirmou que a exigência de sódio para pintos na primeira semana de vida é superior a recomendada pelo NRC (1994). VIEIRA et al. (2000), empregando dois valores NT 87 de número de Mongin (160 e 240 meq/kg), não encontraram diferenças entre eles em todos os parâmetros avaliados. MONGIN (1981) sugeriu que a melhor relação para frangos de corte seria de 250 meq/kg. 5.5. USO DE PROTEÍNA NA DIETA PRÉ-INICIAL JENSEN et al. (1987) estudaram o efeito do uso de diferentes níveis de proteína e de lipídios em dietas isocalóricas empregadas na primeira semana de vida de frangos de corte sobre a deposição de gordura abdominal no momento do abate. Após a primeira semana, todos os frangos foram alimentados com as mesmas dietas de crescimento, final e acabamento. Os autores não verificaram qualquer diferença de peso dos frangos no 7º, 28º e 49º dias de idade. Porém, a adição de proteína e de gordura nas dietas pré-iniciais promoveram algumas variações no percentual de gordura abdominal dos frangos com 49 dias de idade SCHUTTE et al. (1997) sugeriram que dietas para pintos, à base de milho e farelo de soja, não podem ter menos que 21% de proteína porque os aminoácidos glicina+serina passam a ser limitantes. A exigência de glicina+serina para frangos jovens foi estimada como 1,85%. Este valor está muito acima de 1,25%, proposto pelo NRC (1994). 6. CONCLUSÃO A dieta pré-inicial permite que sejam empregados níveis de proteína e sódio superiores e de gordura inferior aos empregados nas dietas iniciais. Também para esta dieta é possível a separação de ingredientes de melhor qualidade e o uso de aditivos importantes como vitaminas, minerais, antioxidantes e antifúngicos. Esta dieta deve ser usada em quantidade próxima de 100 a 150 g ou pelo período máximo de 7 dias. 5.6. DIÂMETRO GEOMÉTRICO MÉDIO NIR et al. (1994) mostrou que pintos com 7 dias de idade preferiram dietas grosseiramente moídas do que finamente moídas. Isto não foi confirmado por KRABBE (2000). O autor, avaliando diferentes granulometrias das dietas pré iniciais, constatou que partículas pequenas e grandes podem comprometer o desempenho dos pintos O mesmo autor não identificou qualquer efeito do DGM no consumo de água das aves durante os 7 dias de vida mas identificou que o aumento do DGM proporcionou um aumento no peso relativo da moela e no comprimento relativo do intestino, efeitos que desapareceram quando os frangos completaram 14 dias de idade. Ele observou que dietas com DGM maiores proporcionaram uma redução na quantidade de proteína, cálcio, fósforo e sódio consumidas. Porém, também verificou que dieta finamente moída (561 micra) comprometeu a energia metabolizável e a retenção de nitrogênio e de matéria seca da dieta, que melhoraram com o aumento da granulometria. 88 NT NT 89 suínos ATÉ QUE PONTO A AMBIÊNCIA NA SUINOCULTURA PODE CONTRIBUIR COM A PRODUTIVIDADE DO SETOR? Tiago J. Mores é Consultor Técnico de Suínos – Nutron Alimentos, Médico Veterinário com graduação na Universidade do Estado de Santa Catarina e Mestrado com ênfase em Sanidade Suína pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul São comuns hoje profissionais voltados para o estudo da ambiência animal associada ao conforto térmico nos ambientes, galpões de produção e para o bem-estar dos animais nas diferentes instalações e sistemas produtivos. O bem-estar animal pode ser definido como o estado de um indivíduo em relação às suas tentativas de se adaptar ao seu ambiente (Broom, 1986). Contida neste conceito, a ambiência exerce grande influência na adaptação do animal ao ambiente no qual se encontra inserido. Em busca do conceito ideal de ambiência, o setor de avicultura já desenvolveu diferentes sistemas de criação que satisfazem as exigências das aves, com isso podem, por exemplo, aumentar a densidade de animais no galpão sem ter prejuízos no desempenho dos animais. Como consequência, há otimização das instalações e redução dos custos de produção. Enquanto a avicultura já tem definidos (e faz o controle) vários parâmetros como: temperatura, amplitude de temperatura, umidade, quantidade de ar por animal, quantidade e intensidade de luz, a suinocultura ainda está aprendendo a controlar a temperatura e amplitude (Figura 1). O grande desafio da suinocultura moderna está dire- tamente relacionado à exploração do máximo potencial genético do animal, tanto no aspecto produtivo quanto no reprodutivo. Atualmente todos os avanços obtidos em relação à necessidade de manejo, sanidade, genética e nutrição têm sido limitados pelos fatores ambientais, principalmente pelo ambiente térmico e aéreo aos quais os animais são submetidos. Tendo em vista a importância desse assunto, esse texto é a primeira parte de três módulos, os quais serão publicados nas próximas duas edições desta revista. Neste módulo, será discutida a importância da ambiência na produção de suínos, bem como sua interação com as áreas de sanidade e instalações. O segundo módulo tratará da aplicação da ambiência nas fases de reprodução e maternidade, discutindo alguns pontos críticos de controle, bem como os níveis críticos que, a partir dos quais, podem causar prejuízos na produção e reprodução de suínos. Por fim, o terceiro módulo terá uma abordagem dos benefícios da ambiência nas fases de creche e terminação. Com a intensificação da produção de suínos no Brasil, a partir da década de setenta, eliminaram-se as opções de busca, por parte dos animais, de um ambiente mais propício ao seu bem-estar. Desde então, com a finalida- César Machado - Agrostock Figura 1. (a) Interior de uma instalação de frangos de corte. Nota-se a estrutura para controle ambiental como cortinas e forro em excelente estado de conservação e presença de ventilação forçada para controle do ambiente. (b) Interior de uma instalação de suínos em terminação com cortina feita de sacos de ração e em péssimo estado de conservação. 90 NT NT 91 de de conhecer a interação animal-ambiente-instalação e ao mesmo tempo otimizar o sistema produtivo, vários estudos foram realizados em busca dessas respostas. Entretanto, os avanços nos sistemas de produção animal, tanto do ponto de vista genético, nutricional e gerencial, fazem com que o meio ambiente seja condição indispensável para que o animal possa expressar o seu máximo potencial produtivo, associado ao seu bem-estar. A partir deste ponto de vista, o produtor deve estar atento ao agente estressor de qualquer natureza, seja climático, físico, químico, biológico ou social. O suíno é um exemplo de animas cujo conforto vem sendo alterado pela intensificação da produção, caracterizada pela restrição de espaço, movimentação e interação social, o que traz como consequência secundária o detrimento de seu conforto térmico, assim como da sua produtividade. A determinação das exigências de bem-estar animal em relação à saúde e à rentabilidade da produção, constitui um grande desafio para a simplificação do manejo, redução dos custos e aumento da produtividade. Este conhecimento tem servido de base para as decisões modernas de controles ambientais em sistemas intensivos de produção animal, pelo entendimento das respostas fisiológicas destes. Atualmente, os conhecimentos de nutrição, sanidade, fisiologia e genética, isoladamente, acrescentam muito pouco, ou já chegaram a patamares em que encontram suas limitações na inadequação das instalações, muitas vezes provocando um microclima agressivo aos animais, o que tem como consequência a limitação na produtividade. Em todas as fases de produção, as perdas registradas na suinocultura, onde a maioria das instalações é inadequada às condições climáticas, ocorrem devido ao desconhecimento dos princípios de ambiência pelos técnicos do setor. A instalação deve visar o controle de elementos como a temperatura, umidade relativa, ventilação, insolação, além de higiene, presença de gases, poeira, alimentação e bem-estar, que possibilitem o conforto ambiental, pois cada categoria animal tem sua condição de ambiente específica. A interação entre a ambiência e a sanidade dos animais já foi descrita em vários trabalhos científicos. Em pesquisa realizada por McLean (1969), o autor afirma que, em estado de estresse térmico, o sistema imunológico dos animais fica debilitado, resultando numa ineficiência à resistência às infecções. Comenta ainda que as doenças gastrintestinais são facilmente transmitidas, mas podem ser evitadas com o controle da temperatura e da umidade do ar. Além disso, as diarréias suínas têm seu aparecimento no rebanho quando submetidos 92 NT a grandes variações de temperatura e de umidade e, enfermidades respiratórias surgem em condições ambientais desfavoráveis. Os constituintes do ambiente onde o animal está inserido agem em conjunto, ou seja, a temperatura, umidade relativa, velocidade do ar, presença de gases e poeira têm efeitos diretos sobre o bem-estar e, consequentemente, sobre a produção animal (Sartor et al., 2003). Na prática, há uma interação entre essas vaiáveis, sendo que cada uma delas pode ter efeito negativo no desempenho dos suínos. TEMPERATURA Segundo Nääs (1989), a termorregulação, apesar de ser o meio natural de controle de calor pelo organismo, representa esforços extras, levando a queda de produtividade. Além disso, o suíno não conta com a sudorese para se proteger das altas temperaturas (Dyce et al., 1997), utilizando-se exclusivamente nesta situação da respiração ofegante e mudanças comportamentais (Le Dividich et al., 1998). O elevado metabolismo do suíno associado a altas temperaturas dificulta ainda mais a dissipação do calor (Mount, 1979). As altas temperaturas podem afetar todos os estágios de desenvolvimentos, da puberdade até a reprodução e nascimento dos leitões. Alguns dos efeitos negativos do clima em suínos são: atraso no desenvolvimento normal dos níveis de hormônios em leitoas, redução na taxa de concepção, aumento na mortalidade de leitões ao nascimento, aumento na incidência de aborto, mortalidade embrionária (Black et al., 1993), além de prejuízos nas fases de creche e terminação no que diz respeito ao ganho de peso e conversão alimentar. Os efeitos das temperaturas elevadas sobre o desempenho reprodutivo, por exemplo, pode ser explicado, pelo menos em parte, pela sua influência sobre o apetite e desnutrição derivado da inibição da secreção do hormônio luteinizante (LH) e suas consequências sobre o crescimento folicular e ovulação (Prunier et al., 1996). A restrição alimentar de porcas primíparas durante a lactação não afeta apenas o LH, mas também resulta em diminuição do hormônio folículo estimulante (FSH) e menor crescimento de folículo durante a lactação (Kauffold, 2008). VENTILAÇÃO A ventilação afeta as perdas de calor, dissipando o calor da radiação, condução e convecção. A renovação do ar permite não somente a dissipação de calor, como também a desconcentração de vapores, fumaça, poeira e gases poluentes (Pandorfi, 2005). Para a fase de maternidade, a velocidade do ar ideal incidente diretamente sobre os animais é de 0,1 a 0,2 m/s para leitões e de 0,1 a 0,3 m/s para matrizes (Moura, 1999). A velocidade do ar e a umidade podem ter interferência na taxa de crescimento dos animais. Suínos expostos a uma umidade relativa do ar em torno de 40% e com velocidade do ar de 0,15 m/s durante um período de 8 horas têm aumento significativo na temperatura retal e, quando a temperatura atinge ou ultrapassa os 30°C, a taxa respiratória apresenta grandes diferenças a partir de 24°C, caracterizando-se como um indicativo de alerta à condição de estresse térmico (Brown-Brandl et al., 2001). UMIDADE A umidade geralmente é o fator de menor influência fisiológica, mas provoca significantes diferenças no ganho de peso dos animais quando associada a altas temperaturas (Huynh et al., 2005). O suíno apresenta dificuldade para dissipar calor em ambiente de alta temperatura e umidade, pois o excesso de umidade restringe as perdas evaporativas pela respiração e contribui para diminuir o apetite (Noblet, 2003). Animais expostos a mesma faixa de temperatura e diferentes UR, tem comportamento alimentar distinto, por exemplo, dois ambientes sendo um com umidade entre 50-60% e outro com 85%, apresentaram redução no consumo respectivamente de 214 gramas por dia (g/d) e 584 g/d (Renaudeau et al., 2003). GASES A qualidade do ar nos sistemas de criação está diretamente relacionada ao metabolismo dos suínos, que liberam diretamente para o ar: calor, umidade, dióxido de carbono proveniente da respiração, gases oriundos da digestão, poeira e odor. Indiretamente são liberados, provenientes dos dejetos: odor, calor, umidade, gases provenientes da digestão aeróbia e anaeróbia dos dejetos e, às vezes, do material de cama; e poeira da ração, do piso e de outros locais da edificação (Perdomo et al., 2001). A ocorrência destes agentes ambientais pode estar relacionada também a fatores como: estado de limpeza, falta de cuidados com os animais e formas de condução dos manejos, o que favorece o estabelecimento de processos como combustão ou fermentação e geração de gases tóxicos como amônia, sulfeto de hidrogênio, monóxido de carbono, gás carbônico, dióxido de nitro- gênio e metano (Piffer et al., 1998). Além de prejudicar o desempenho dos animais, os gases presentes nas instalações de suínos podem favorecer a ocorrência de doenças respiratórias. Segundo Iversen & Takai (1980), as doenças respiratórias em suínos são causadas principalmente pela amônia, sulfeto de hidrogênio, dióxido de carbono, monóxido de carbono e poeira provenientes do alimento e do esterco (urina, fezes, cama, etc.). Amônia A amônia é um gás incolor, de odor acre (detectado pelo homem entre 5 - 20 ppm), tóxico e mais leve que o ar. Segundo Wathes et al. (2001), a amônia (NH3) possui a capacidade de modificar a percepção respiratória basicamente por três razões: primeiramente por causar interferência no transporte dos odores até os receptores sensoriais; em segundo lugar, por estimular o nervo trigêmio podendo causar o engurgitamento reflexivo do tecido olfatório, aumentando a secreção do muco e diminuindo a taxa respiratória, ocorrendo a degeneração funcional das células sensoriais e também a degeneração patológica das células do tecido respiratório; por último, um acúmulo do muco aumenta a susceptibilidade à infecção, conduzindo desse modo às doenças respiratórias, como a pneumonia e rinite atrófica. Nos suínos, a NH3 é associada com redução do apetite, convulsão (Stombaugh et al., 1969) e problemas na respiração devido à ocorrência de atrofia de cornetos em leitões (Robertson et al., 1990). Lott (2003) descreve que este gás na concentração de 25 ppm causa paralisação parcial das atividades dos cílios, deixando de eliminar agentes que podem causar enfermidades do sistema respiratório, como partículas de poeira, bactérias, fungos e vírus, e em níveis superiores a 50 ppm pode ocorrer a total paralisação e até a destruição de alguns cílios, comprometendo ainda mais a saúde dos animais, implicando em dificuldades respiratórias e criação de condições para a instalação de doenças respiratórias e, consequentemente no crescimento dos animais. Barker et al. (2002) descrevem que em suínos expostos a 50 ppm de NH3 já se verifica redução no seu desempenho. Drummond et al. (1980) encontraram redução no ganho de peso diário de 12, 30 e 29% (0,434, 0,345 e 0,346 kg/ dia) em suínos jovens (8,4 ± 0,26 kg) expostos durante quatro semanas às concentrações de 50, 100 e 150 ppm de NH3, respectivamente, quando comparados com os suínos mantidos sob controle (0,491 kg/dia). NT 93 Sulfeto de Hidrogênio (H2S) O sulfeto de hidrogênio ou gás sulfídrico é um gás incolor de odor forte, tóxico, mais denso que o ar, considerado um dos gases mais perigosos à saúde dos animais (Verstegen et al., 1994). O H2S é gerado a partir da decomposição anaeróbia dos dejetos, quando este é estocado por algum tempo, sendo que sua presença nas edificações para animais normalmente é em concentração inferior a de outros gases poluentes, como NH3 e dióxido de carbono (CO2) (CIGR, 1994). Le Dividich (1982) descrevem que o H2S já é percebido na concentração de 0,01 ppm e entre 50 a 200 ppm ocasiona perda do apetite, fotofobia, vômitos e diarréia aos animais. Barker et al. (2002) descrevem que a exposição a 200 ppm de H2S pode ocorrer edema pulmonar, dificuldade respiratória e até a morte do animal. Metano (CH4) CONSIDERAÇÕES FINAIS O efeito do ambiente adequado ao animal, talvez não se reflita em melhora significativa na produção, pois há fatores como a genética, a nutrição e a sanidade do rebanho a serem considerados. Na maioria dos casos, o impacto do ambiente na produção animal tem mostrado pontos de estrangulamento no que diz respeito ao projeto das instalações. As construções rurais do futuro devem prever muito mais que o simples fornecimento de sombra para a criação dos animais, pois as demandas de bem-estar inerentes ao consumidor aumentaram consideravelmente, exigindo novos conceitos de projeto que atendam as exigências ambientais dos suínos. Na próxima edição desta revista, será feita uma revisão com os principais fatores ambientais e suas influências no desempenho da reprodução e maternidade, bem como alguns fatores que podemos controlar para melhoria da ambiência nessas fases. César Machado - Agrostock É um gás incolor, não tem cheiro, cor ou sabor, mais leve que o ar, possui baixa toxidade, sendo produzido principalmente em processos de fermentação do dejeto (digestão anaeróbia por microrganismos anaeróbios estritos). A produção de CH4 é pequena nas instalações de alojamento de suínos (Barker et al., 2002). De acordo com Saliba & Corrêa (2000), o CH4 é considerado um asfixiante simples, não possui limite de tolerância e sua ação é medida pela concentração de oxigênio (O2) disponível no ar, ou seja, o aumento de sua concentração diminui a disponibilidade de O2. O CH4 oferece mais risco de explosão do que danos à saúde, porém, em níveis extremos pode ser asfixiante (acima de 500.000 ppm) (Barker et al., 2002). Monóxido de Carbono (CO) É um gás inodoro, incolor e menos denso que o ar. O CO é um poluente local e que se forma toda vez que o carbono é queimado com insuficiência de oxigênio. É considerado um asfixiante químico que tem uma afinidade química com a hemoglobina superior ao oxigênio, impedindo o transporte deste (Saliba & Corrêa, 2000). Barker et al. (2002) descrevem que suínos expostos entre 200-250 ppm de CO ficam menos ativos e acima de 1500 ppm são ocasionados abortos, natimortos e redução no desenvolvimento de suínos em creche e terminação. 94 NT NT 95 Sabrina Marcantonio Coneglian é Zootecnista, Doutora em Nutrição Animal pela Universidade Estadual de Maringá. Integrante do Departamento Técnico da Serrana Nutrição Animal – Vale Fertilizantes bovinos de corte César Machado - Agrostock USO DE ÓLEOS ESSENCIAIS NA NUTRIÇÃO DE RUMINANTES 96 A alimentação corresponde 60 a 70% dos custos da produção animal, que necessita ter níveis adequados de nutrientes para explorar a melhor capacidade do animal e alcançar sua lucratividade. Para assegurar que estes nutrientes sejam ingeridos, digeridos, protegidos da destruição, absorvidos e transportados às células do organismo, são incluídos na dieta certos aditivos, na sua maioria, não nutritivos, com a finalidade de um melhor balanceamento dos nutrientes do alimento. Por causa da globalização, as exigências dos mercados consumidores ampliaram-se, visando à saúde humana, criando determinadas regras para o uso destes aditivos na alimentação animal, e anualmente estas regras mudam restringindo a utilização de alguns. Em 1999, baseando-se no “Principio da Precaução” a União Européia (EU) baniu a utilização de antibióticos como promotores de cresci- NT mento, mas a proibição do uso de ionóforos como aditivos alimentares (monensina sódica e lasalocida) somente ocorreu em 2006. Este princípio é uma prerrogativa para as autoridades da UE, mesmo na ausência de dados científicos conclusivos, adotarem uma “postura preventiva” em relação a uma determinada questão. Outros países, no entanto, adotam o “Principio da prova”, baseando-se em evidências cientificas para uma tomada de decisão, como o caso dos Estados Unidos e Brasil. Por este motivo, os compostos naturais alternativos vêem de encontro às necessidades do mercado nacional e especialmente internacional. Os ionóforos, principalmente a monensina são provavelmente os aditivos mais pesquisados em dietas de ruminantes. Nos Estados Unidos o uso deste composto em dietas para gado de corte confinado ocorre desde 1976 Vários são os óleos essenciais, porém alguns deles, e em animais em pastejo desde 1978. Atualmente, são tais como o timol (extraído do tomilho – Thymus vulgaris), conhecidos mais de 120 tipos de ionóforos resultantes da carvacrol (extraído do orégano – Origanum sativum), alina fermentação de vários tipos de actinomicetos, produzidos e alicina (extraídos do alho – Allium sativum), citrol e citroprincipalmente por bactérias do gênero Streptomyces, nolol (extraídos de diversas plantas cítricas), mentol (exmas somente a monensina, lasalocida, salinomicina e laitraído da menta – Mentha piperita) e cinamaldeído (extraídlomicina propionato são aprovados para uso em dietas do da canela – Cinnamomum zeylanicum) já possuem sua de ruminantes. funcionalidade conhecida, além dos métodos de extração Os ionóforos podem atuar de duas maneiras: no mepara estes óleos essenciais serem de fácil operação (Vellutabolismo do ruminante, uma vez que é absorvido pelo ti et al., 2003). Alguns pesquisadores acreditam que, para trato gastrointestinal, e sobre a população microbiana do obtenção de melhores resultados, devem ser administrarúmen, atuando na membrana celular dos microorganisdas combinações de óleos essenciais de diferentes planmos. Por serem solúveis em membranas depois de serem tas e reforçados pelos princípios ativos mais relevantes. combinados com íons, os ionóforos passam a fazer parte Dentre os possíveis mecanismos de ação dos óleos destas e desempenhar as funções de transporte de íons essenciais no organismo animal, podem-se citar inforde um lado a outro da membrana. mações da microflora intestinal, aumento na digestibilidaA monensina catalisa principalmente as trocas de sóde e absorção de nutrientes, através do estímulo da atividio (Na+) por hidrogênio (H+), uma vez que afinidade pelo dade enzimática, melhora da resposta imune, controle na sódio é dez vezes maior que aquela por potássio (K+). Já produção de amônia, modificações morfo-histológicas do a lasalocida tem afinidade maior pelo potássio (K+) em retrato gastro-intestinal e atividade antioxidante (Brugalli, lação ao sódio (Na+) e cálcio (Ca++), sendo as afinidades 2003). da lasalocida por Na+ e Ca++ semelhantes (Silva, 1990). Apesar das informações existentes, há necessidades As reações de troca cátion/próton catalisadas pelos de investigações mais profundas da ação dos princípios ionóforos irão depender do gradiente de concentração ativos e seus efeitos in vivo, permitindo ganhos expressidos íons. Esta troca cátion/próton pode ser entendida vos no desempenho dos animais para que os extratos vecom auxilio da Figura 1. getais possam ser adotados expressivamente na nutrição As pesquisas utilizando os compostos químicos proanimal. venientes de extratos vegetais, isolados ou em sinergia, ou mesmo a utilização de extratos vegetais na nutrição e manejo de ruminantes tornou-se importante nos últimos anos, apesar dos dados obtidos ainda não serem Figura 1 conclusivos. Grande parte dos trabalhos de investigação da ação dos extratos vegetais no metabolismo dos ruminantes refere-se, principalmente, a atuação + I- H-I H dos extratos no ambiente ruminal. Nestas condições, verificam-se resultados semelhantes à utilização de I ionóforos quanto aos produtos resultantes dos pro+ M M+ IM+ Icessos fermentativos e ao balanço populacional de + M+ I- M bactérias e protozoários no ambiente ruminal. Os óleos essenciais são uma mistura de terpeI-H IH+ nóides aromáticos, líquidos e lipofílicos (Kohlert et al., Membrana 2000), obtidos a partir de diferentes partes da planI- =+ Ionóforo na forma aniônica ta, tais como, folhas, raízes, caule ou de mais de uma H += Próton parte, sendo que a melhor tecnologia para extração M+= Cátion Metálico destes óleos essenciais é por destilação a vapor, M = União cátion - Ionóforo quando comparadas pela extração com metanol ou H - I= Ionóforo Protonado hidroxi-acetona. NT 97 Circuito Feicorte Circuito Feicorte NFT 2012 Circuito A Feicorte – Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne, maior evento indoor da cadeia pecuária de corte do mundo, se destaca como principal vitrine do setor, referência em qualidade, pesquisa, tecnologia, equipamentos, produtos e serviços. Realizada anualmente na cidade de São Paulo, a feira mais importante do calendário dos produtores está prestes a se expandir para mais quatro estados do território brasileiro: Mato Grosso, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul. O Circuito Feicorte NFT 2012 é uma novidade da Feicorte em parceria com a NFT Alliance para levar esse importante evento às regiões dos principais pólos de produção de gado de corte, onde se concentram mais de 55% do total de cabeças de gado de corte no Brasil. Serão quatro eventos de dois dias, realizados no primeiro semestre de 2012, nas cidades de Cuiabá, Salvador, Goiânia, Campo Grande, além da feira anual mais importante do calendário, em São Paulo. O objetivo dos eventos regionais é reunir produtores, técnicos, empresários e pessoas ligadas à bovinocultura de corte a fim de discutir os principais Nutrition for Tomorrow Atividades previstas nas etapas regionais: • Feira de negócios • Workshop com os mais renomados especialistas do setor Atividades previstas no Espaço Carne Feicorte São Paulo: Projeto tem o formato de feira de negócios e vai percorrer os quatro principais pólos produtores de gado de corte do Brasil 98 NT • Feira de negócios • Congresso Internacional de Bovinocultura de Corte • Espaço Carne • Academia da Carne • Prêmio Nelson Pineda • Espaço Degustação • Espaço Confinamento temas ligados ao segmento, além de promover o relacionamento e integração entre os participantes e expositores. O foco principal dos eventos regionais será os workshops que acontecerão durante a programação oficial. Serão 30 estandes em cada evento, que permitem a exposição de produtos e serviços e o relacionamento com clientes e prospectos nas regiões onde se concentram a produção de bovinos de corte no Brasil. São esperados mais de 1.500 visitantes nos dois dias de realização de cada evento. Cidades e datas do Circuito Feicorte NFT 2012 Cuiabá (MT) 7 e 8 de março Salvador (BA) 21 e 22 de março Goiânia (GO) 18 e 19 de abril Campo Grande (MS) 22 e 23 de maio São Paulo (SP) 11 a 15 de junho NT 99 Celso Mello, Presidente da Nutron Alimentos “O Circuito Feicorte NFT é uma significativa ampliação do atual sucesso e abrangência da Feicorte. Certamente a realização do mesmo evento em outras importantes capitais brasileiras, onde a produção é muito significativa, contribuirá para fortalecer ainda mais a cadeia produtiva da carne bovina brasileira. Trata-se de um evento que se propõe a ser vitrine do setor, possibilitando apresentação de conteúdo de relevância, bem como equipamentos, produtos e serviços. A Nutron Alimentos, na qualidade de um dos patrocinadores master do Circuito Feicorte NFT, muito se honra de poder participar de tão valioso projeto.” Luciano Vacari, superintendente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat) “É uma iniciativa muito interessante. O pecuarista precisa ter acesso a essas informações e pacotes tecnológicos que estão sendo colocados no mercado. Ter uma feira que reúne as principais empresas e os principais técnicos para discutir pecuária, é algo muito interessante. E levar um pedaço da Feicorte para outros estados, para as regiões onde se concentram a bovinocultura de corte, é uma maneira de fortalecer a relação com o pecuarista e a própria pecuária.” Bruno de Jesus, Analista Técnico Assocon “O Brasil é um país muito grande e segmentar um evento em diversas praças é de fundamental importância para que todos tenham acesso às informações e efetivação de negócios. Discutir o setor e suas particularidades técnicas, comerciais e gerenciais, em cada um desses Estados, trará maior conhecimento a todos os participantes. O evento aproximará fornecedores e clientes em um mesmo ambiente, gerando inúmeros negócios para o setor.” Fabiana Donato Aviles, Vice-Presidente Executiva do Serviço de Informação da Carne (SIC) Poder participar do Circuito Feicorte NFT é super gratificante. Levar informações, tecnologias, trocar experiências e ainda fechar negócios é, sem sombra de dúvidas, o que todos queremos. E isto agora é possível. Para o SIC, falar com o pecuarista sobre quais são as maiores dúvidas dos consumidores em relação ao produto carne é de extrema importância. Também reconhecemos a importância de se levar aos consumidores todas as tecnologias empregadas na produção do alimento. Neste evento, além de experiências, impulsionamos a agropecuária nacional, tornando-a mais forte e, acima de tudo, levando alimento saudável e nutritivo para todos os cantos do País. “Antônio Flávio Camilo de Lima, Secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação do Estado de Goiás A Feicorte já é muito valorizada e reconhecida no País, e o Circuito SEAGRO Feicorte vem representando este modelo avançado, em que o produtor SECRETARIA DEdo ESTADO aprende mais sobre a comercialização e industrialização setor. Para DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E IRRIGAÇÃO Goiás, é de grande relevância receber o evento, pois sabemos que o estado representa boa parte da bovinocultura de corte do País e ainda podemos avançar em desenvolvimento e qualidade.” 100 NT shaping tomorrow’s nutrition Celso Lopes, Presidente da Aprova (Associação dos Produtores do Vale do Araguaia) “No entendimento da Aprova, este evento faz justiça à importância de Goiás dentro da cadeia produtiva da carne e vislumbramos uma excelente oportunidade para a troca de informações. Goiás poderá mostrar ao Brasil sua potencialidade e com isso buscar o merecido reconhecimento do desenvolvimento de sua pecuária. Nossa expectativa é que a Feicorte traga a discussão através de palestrantes de renome nacional e internacional, os grandes desafios do setor diante de um cenário de crise mundial.” Wilson Roberto Rodrigues - presidente da ACBB “A Feicorte já ficou gravada como o maior evento da pecuária de corte do Brasil e com repercursão em muitos outros países. É um lugar para se trocar aprendizado e antever um tanto do futuro na atividade total da cadeia produtiva da carne. Agora, com mais Feicortes e em lugares estratégicos, será muito mais. A Associação dos Criadores de Brahman do Brasil está apoiando isso também e acredita em um avanço grande para o setor com tais ações capitaneadas pelo Agrocentro.” Décio Ribeiro dos Santos - Diretor do Agrocentro “Tendo em vista a relevância das informações e discussões que são geradas durante as últimas edições da Feicorte, acreditamos que tais conteúdos devem ser explorados e analisados pelo maior número possível de produtores e profissionais envolvidos na cadeia produtiva da carne. Desta forma estamos lançando o Circuito Feicorte NFT 2012 para fomentar a contínua discussão dos temas que afetam os resultados da pecuária brasileira.” Hudson Castro - Méd. Veterinário e Gerente Nacional de Negócios Bovinos de corte - Nutron Alimentos Ltda “Esperamos atingir um grande público e com isso conseguir discutir temas de grande relevância para a pecuária nacional. Pelo formato itinerante, vamos construir boas soluções nas principais regiões produtoras de carne do Brasil, culminando com um grande evento na finalização em São Paulo. Somente com uma mobilização nessa amplitude é que conseguiremos realmente construir decisões adequadas para a cadeia da carne.” shaping tomorrow’s nutrition José Manoel Caixeta Haun, Vice-Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) “Entendemos que a Feicorte é de suma importância para todo o País, pois trata de todas as raças de corte, além de julgamentos, leilões e a presença dos melhores animais em genética. A feira, vindo para a região Centro-Oeste, traz benefícios não só para os pecuaristas, mas para a população em geral, porque estamos divulgando genética de qualidade – algo que era utópico até pouco tempo atrás e que agora é uma realidade -. E isto facilita o melhoramento de carcaça e ganho de peso, o que, para o consumidor, significa uma carne de melhor qualidade.” NT 101 A Feicorte vai até você... shaping tomorrow’s nutrition novas contratações MSD Saúde Animal: Mudanças na Avicultura A Feicorte em parceria com a Nutrition for Tomorrow Alliance, apresenta o Circuito Feicorte NFT 2012. Uma rodada do maior evento de gado de corte do Brasil em um formato de workshop e feira de negócios, nos principais centros de produção do País. Serão 2 dias em cada cidade, visando a discussão de temas de interesse de cada região com os maiores especialistas do setor, além da exposição das principais empresas representando todos os elos da cadeia de produção de Carne Bovina. Mudanças fortalecem a atuação da empresa no segmento A unidade de Negócios de Avicultura da MSD Saúde Animal passou por algumas mudanças estratégicas com o objetivo de melhorar ainda mais o atendimento e a cobertura no território nacional, bem como adaptar a unidade de negócios ao modelo de gestão de contas chaves. “O nosso compromisso com os clientes é o de buscar a melhoria contínua em todas as áreas em que a MSD atua e as citadas mudanças vêm de encontro a este compromisso, seguindo a dinamicidade do mercado e antecipando as necessidades que o mercado sinaliza para os próximos anos”, afirma Rudy Claure, diretor da Unidade de Negócios de Avicultura. Novo quadro de Avicultura da MSD Saúde Animal Fernando Vargas - Gerente Regional de Negócios para o Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina) Alexandre Palma - Gerente Regional de Negócios para o Centro Oeste, Sudeste e Nordeste Fernando Farias – Gerente de Contas Chaves Maurício Hisano – Gerente de Mercado Locais dos eventos: CUIABÁ - MT SALVADOR - BA 07 e08 M A R Ç O 21 e 22 M A R Ç O CAMPO GRANDE - MS GOIÂNIA - GO 18 e 19 A B R I L 22 e 23 M A I O SÃO PAULO - SP 11 a 15 J U N H O Apoio: CIRCUITO FEICORTE NFT CIRCUITO FEICORTE NFT 2012 Sobre a MSD Saúde Animal A Merck (conhecida como MSD fora dos Estados Unidos e do Canadá) é hoje a líder mundial em assistência à saúde, trabalhando para ajudar o mundo a viver bem. A Merck Animal Health, conhecida como MSD Saúde Animal é a unidade de negócios global de saúde animal da Merck. A MSD Saúde Animal oferece a veterinários, fazendeiros, proprietários de animais de estimação e governos a mais ampla variedade de produtos farmacêuticos veterinários, vacinas e soluções e serviços de gerenciamento de saúde. A MSD Saúde Animal se dedica a preservar e melhorar a saúde, o bem estar e o desempenho dos animais, investindo extensivamente em recursos de pesquisa e desenvolvimento amplos e dinâmicos e em uma rede de suprimentos global e moderna. A MSD Saúde Animal está presente em mais de 50 países, enquanto seus produtos estão disponíveis em 150 mercados. Para mais informações, visite www.msd-saude-animal.com.br 2012 WORKSHOP NFT FEICORTE CIRCUITO FEICORTE NFT CONGRESSO INTERNACIONAL DE CIRCUITO FEICORTE NFT PRÊMIO NELSON PINEDA CIRCUITO FEICORTE NFT ESPAÇO DEGUSTAÇÃO CIRCUITO FEICORTE NFT Circuito 2012 BOVINOCULTURA DE CORTE 2012 2012 ESPAÇO CARNE ESPAÇO CONFINAMENTO CIRCUITO FEICORTE NFT FEIRA DE NEGÓCIOS 2012 Circuito Feicorte NFT 2012 www.feicorte.com.br NT ACADEMIA DA CARNE 2012 shaping shaping tomorrow’s tomorrow’s nutrition nutrition Nutrition for Tomorrow shaping tomorrow’s nutrition 102 2012 CIRCUITO FEICORTE NFT SEAGRO SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E IRRIGAÇÃO www.nftalliance.com.br NT 103 novas contratações Área de avicultura da Nutron reforça o time Evandro Campestrini e Paulo Rosa integram o departamento técnico com expertises em nutrição animal e incubação Uma empresa só consegue evoluir e ganhar credibilidade com o seu público-alvo se puder contar com profissionais dedicados e que acreditem no futuro da organização para levá-la em frente. A Nutron já possui um time de profissionais afiadíssimos e altamente competentes, mas o primeiro semestre incrementou ainda mais esse quesito. No período entre maio e junho a Nutron integrou dois novos profissionais à equipe de avicultura da empresa: Evandro Campestrini, consultor técnico de nutrição de aves, e Paulo Rosa, consultor técnico especializado em incubação de aves. EVANDRO CAMPESTRINI Evandro Campestrini tem 6 anos de experiência como nutricionista animal. É zootecnista formado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná, com Mestrado em Nutrição Animal pela Universidade Estadual de Maringá, e está na Nutron desde junho desse ano como Consultor Técnico de Nutrição Aves. Revista NT: Como aconteceu sua contratação? Evandro: Fui procurado pelo Cidinei Miotto (diretor comercial) e ele me perguntou se eu gostaria de participar de um processo de seleção para a vaga de consultor técnico em aves. Participei e deu tudo certo, hoje estou muito satisfeito. Revista NT: O que essa contratação significa para você? Evandro: Uma oportunidade de crescimento 104 NT profissional, aprimoramento dos conhecimentos técnicos e, principalmente, de trabalhar com excelentes profissionais de nutrição animal. Revista NT: Quais as suas expectativas para essa nova fase da sua vida na Nutron? Evandro: Eu espero poder fazer um bom trabalho para a Nutron, pois sei que, em consequência disso, também colherei muitos bons frutos. Revista NT: Qual a sua especialidade e como pretende aplicar isso nos negócios da Nutron? Evandro: Minha especialidade é nutrição animal. Quando visito os clientes, sempre procuro identificar uma necessidade e atrelar a um serviço ou produto Nutron, a fim de contribuir com o seu negócio e ajudá-lo mostrando, assim, o diferencial técnico que a Nutron possui. Revista NT: Em qual região está atuando? Evandro: Atuo em todo o Brasil, mas com foco maior na região Sul. PAULO ROSA Paulo Rosa chegou à Nutron em maio desse ano e trouxe consigo 18 anos de experiência em avicultura, trabalhando na área de matrizes pesadas, incubação e frangos de corte. É engenheiro agrônomo e ocupa na Nutron o posto de consultor técnico de aves. Revista NT: Como aconteceu sua contratação? Paulo: Cheguei à Nutron pela indicação de colegas que acharam que meu perfil era condizente com a função de consultor de avicultura que a Nutron desejava contratar. Hoje vejo que meus colegas estavam certos. Revista NT: O que essa contratação significa para você? Paulo: Significa uma grande oportunidade de crescimento profissional e uma satisfação de fazer parte da equipe técnica da Nutron que é muito qualificada. Revista NT: Quais as suas expectativas para essa nova fase da sua vida na Nutron? Paulo: São muitas, mas principalmente buscar a conquista de novas habilidades e novos conhecimentos, para estar capacitado para oportunidades futuras, contribuindo efetivamente com a equipe para o crescimento e sustentabilidade da empresa. Revista NT: Sabemos que você tem uma vasta expertise em incubação. Poderia nos explicar sobre essa expertise e como pretende aplicar nos negócios da Nutron? Paulo: Nos últimos anos o processo de incubação deixou de ser apenas necessário, percebeu-se que ele tem influência direta na qualidade de pintos produzidos e que esta qualidade é fundamental para a obtenção de bons resultados de desempenho do frango de corte. Meu trabalho terá foco em nutrição e manejo de matrizes pesadas, mas, como também tenho experiência em incubação, estarei desenvolvendo em conjunto com outros especialistas o portfólio de serviço da Nutron em incubação, ou seja, mais uma ferramenta que a Nutron disponibilizará para seus clientes alcançarem resultados superiores na produção de pintos de um dia. Revista NT: Em qual região está atuando? Paulo: No momento, no Brasil todo. NT 105 novas contratações MSD Saúde Animal muda seu quadro de funcionários na área <=D/:7<6/ <CB@=<<Ó1:3= >/@/0=D7<=A231=@B3 B`}a\]d]a^`]U`O[Oa^O`Oc[OSaQ]ZVOQS`bSW`O de Suinocultura Mudanças fortalecem a atuação da empresa no segmento A unidade de Negócios Suinocultura da MSD Saúde Animal passou por algumas mudanças estratégicas com o objetivo de melhorar ainda mais o atendimento e a cobertura no território nacional. A principal delas foi a mudança de Rinaldo Felicio para gerente regional de negócios da região Sul do país. “O movimento dinâmico do mercado e a necessidade da evolução contínua determinaram a adoção de medidas que viessem ao encontro das expectativas de nossos clientes”, afirma Alexandre Alves, Diretor de Negócios para Suinocultura. Leonardo Burcius desempenhará a função de gerente de mercado na área técnica e gerência de produtos. César Feronato é o novo assistente técnico, com atuação nacional. “Os profissionais da MSD Saúde Animal estão capacitados a prestarem serviços da mais alta qualidade, bem como assessorar na utilização do amplo portifólio de produtos que a empresa disponibiliza no mercado brasileiro. A nova estrutura representa a antecipação de uma necessidade que o mercado sinaliza para os próximos anos e o compromisso da empresa com seus clientes”, finaliza Alexandre Alves. ;tfW[OQ]\dS`ax] OZW[S\bO`SaSUc`O\zO S[RWSbOaRSOZbO Q]\QS\b`Ozx] S\S`U{bWQO =bW[WhOzx]S\b`SUO\V] RS^Sa]SQ]\dS`ax] OZW[S\bO`S[RWSbOaQ][ OZb]Q]\QS\b`OR] Novo quadro de Suinocultura da MSD Saúde Animal Rinaldo Felicio - Gerente regional de negócios para o Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina). Leonardo Burcius - Gerente de mercado, englobando a área técnica e a gerência de produtos. César Feronato – Assistente técnico Brasil. Nilson Costa – Coordenador de território para os estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Tulia Oliveira – Coordenadora de território para os estados de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Robson Gomes - Coordenador de território para o estado do Paraná. Wald’ma Amaral - Coordenadora de território para o centro e leste do estado de Santa Catarina. João Fausto - Coordenador de território para o oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná Marco Gallina - Coordenador de território para o estado do Rio Grande do Sul. /Zb]UO\V]RS^Sa] S[RWSbOaQ][[OW]` _cO\bWRORSRS d]Zc[]a]a =aQ]\QSWb]a[OWa[]RS`\]aSOa ZbW[Oa^Sa_cWaOaS[\cb`Wzx]RSP]dW\]a S[b`}a^`]U`O[Oab]bOZ[S\bS\]d]a <CB@=<<Ó1:3=0=D7<=A231=@B3 3fQSZ}\QWO[c\RWOZS[\cb`Wzx]Q]\dS`bWRO S[PS\STQW]^O`O]Q`WOR]` EEE<CB@=<1=;0@ 106 NT NT 107 Rally da Pecuária Rally da Pecuária avalia gado de corte e qualidade de pastagens em nove estados Expedição saiu de Brasília no dia 26 de setembro e fará levantamento da qualidade do rebanho e das áreas de pastos nas principais fronteiras pecuárias do país O Rally da Pecuária 2011, realizado pelas consultorias Agroconsult e Bigma, avaliará, in loco, a pecuária bovina de corte e a qualidade das pastagens no Brasil. A expedição técnica percorrerá as principais regiões de cria, recria, engorda e confinamento de gado do país, totalizando aproximadamente 22 mil quilômetros em nove estados – onde estão 75% do rebanho bovino e 85% da produção de carne no país – até 11 de novembro. A largada aconteceu no Banco 108 NT do Brasil – Edifício sede III, 20º andar, Auditório (torre oeste), Setor Bancário Sul, Brasília, na segunda-feira, dia 26 de setembro. “É importante melhorar a base estatística da pecuária no país, conhecer em detalhes os indicadores zootécnicos e verificar a qualidade das pastagens, que são a base da sustentabilidade dessa atividade”, explica Maurício Palma Nogueira, diretor da Bigma Consultoria. Dos 205 milhões de cabeças no Brasil, aproximadamente 170 milhões são gado de corte. Ao longo da viagem, serão feitos levantamentos qualitativos focados na capacidade instalada de confinamentos, intensidade do uso de semiconfinamentos, estado da arte da integração lavourapecuária e disponibilidade de áreas degradadas de pastagens com potencial para a agricultura. Em todo o percurso, mais de 100 fazendas serão visitadas. Nas visitas às propriedades, o levantamento técnico será focado na composição do rebanho, condição corporal dos animais, índice de natalidade, ganho de peso, consumo de sal, sistemas de gestão, oferta de bezerros para 2012 e 2013, além do manejo das pastagens e infra-estrutura disponível. Em campo, os técnicos deverão recolher, de forma aleatória, mais de mil amostras de pastagens. O diretor da Bigma destaca, nos roteiros, que as equipes encontrarão áreas de confinamento especialmente em Goiás, no Triângulo Mineiro e em São Paulo. A expedição avaliará fazendas com crias de bezerros que hoje estão concentradas no Mato Grosso do Sul e no Tocantins. Já no Pará, Rondônia, Mato Grosso e Goiás, os técnicos avaliarão principalmente as fazendas de ciclo completo, sendo que também no Mato Grosso. Também será avaliada a integração lavoura/pecuária. Todos os dados quantitativos e qualitativos colhidos pelo Rally serão processados pela Agroconsult e Bigma e apresentados no dia 29 de novembro, na Fiesp, em São Paulo. Eventos com pecuaristas As oito equipes do Rally da Pecuária 2011 realizarão nove eventos ao longo da expedição com o objetivo de discutir com os pecuaristas as tendências do mercado e a realidade local. Os eventos acontecerão em Palmas, Redenção, Ji Paraná, Cuiabá, Gurupi, Uberaba, Araçatuba, Dourados e Campo Grande. Serão 150 profissionais do agronegócio envolvidos entre a organização e a realização do Rally da Pecuária, patrocinada pelo Banco do Brasil, Dow AgroSciences e Vale/Serrana Nutrição Animal, com apoio da FIESP, Frigorífico Minerva, John Deere e Mitsubishi Motors. Roteiro Primeira Fase: 26/9/11 a 29/10/11 - Norte e CentroOeste Equipe 1: GO e TO Brasília, Britânia, Nova Crixás, Peixe, Palmas Equipe 2: TO e PA Palmas, Araguaína, Marabá, São Félix do Xingu, Xinguara, Redenção, Marabá Equipe 3: TO e MT Palmas, São Félix do Araguaia, Ribeirão Cascalheira, Barra do Garças, Rondonópolis, Cuiabá Equipe 4: MT e RO Cuiabá, Pontes e Lacerda, Vilhena e Ji Paraná Equipe 5: GO e MS Goiânia, Jataí, Três Lagoas e Campo Grande Segunda Fase: 29/10/11 a 12/11/11 - Sudeste e Sul Equipe 6: MS e PR Campo Grande, Bonito, Dourados, Umuarama e Londrina Equipe 7: PR e SP Londrina, Presidente Prudente, Araçatuba, Barretos e Uberlândia Equipe 8: MG Uberlândia, Uberaba, Patos de Minas, Pirapora, Januária e Montes Claros O trabalho das equipes e o roteiro completo da expedição poderão ser acompanhados pelo site www.rallydapecuária.com.br. NT 109 cooperativismo 50 anos de um empreendimento que inspira os produtores e o setor cooperativista Coopa: Cooperativa Agropecuária de Patrocínio (MG) completa meio século de vida e dá o exemplo de que empreendedorismo e cooperativismo funcionam muito bem juntos Em 1961, 23 homens idealistas e empreendedores se juntaram com um único objetivo: criar mais que um estabelecimento agropecuário, uma ferramenta de produção àqueles que vivem da atividade do campo na região mineira. Foi assim que em 8 de setembro, após esforços coletivos e ideias inovadoras, foi fundada a COOPA – Cooperativa Agropecuária de Patrocínio (MG). Hoje, completando 50 anos, a cooperativa inspira os pro- 110 NT dutores da cidade e dá exemplos de empreendedorismo no setor cooperativista para todos os que vivem da atividade no Brasil. Liderada por Renato Nunes (diretor-presidente), Célio Borges (diretor-vice-presidente) e José Antônio de Almeida (diretor-superintendente), a COOPA hoje apresenta proporções inimagináveis para os que a criaram. O empreendimento possui departamentos de ad- ministração (contabilidade, financeiro, recursos humanos, tecnologia da informação, compras, comunicação e marketing), assistência técnica e CIAC, além de lojas agroveterinárias em Patrocínio, Serra do Salitre, Coromandel e Ibiá, supermercado, posto de combustíveis, loja de conveniência, fábrica de rações, laticínio e armazém graneleiro. Diante de uma visível evolução e da vontade de crescer sempre mais, os membros da diretoria são enfáticos ao falar que o empreendedorismo das pessoas que fazem a Coopa é um dos principais motivos de tantas conquistas. “O empreendedorismo que a COOPA traz na essência levou as pessoas a criarem mais, a vestir a camisa. Hoje temos um grupo que pensa e faz coisas diferentes em benefício de todos que estão na cooperativa, sejam colaboradores, sejam cooperados”, afirma o diretorpresidente. José Antônio de Almeida segue na mesma linha e diz que a equipe empreendedora é o diferencial da cooperativa. “O conceito de empreendedorismo tem tudo a ver com a COOPA. As pessoas que fazem parte da cooperativa projetam coisas novas, ideias inovadoras.” Mas para chegar ao patamar que ocupa hoje, a cooperativa precisou passar por modificações tanto no espaço físico, quanto na sua gestão. Com a mudança do estatuto em 1998, o modelo de gestão foi reformulado e, consequentemente, houve a substituição dos profissionais da diretoria. Com uma liderança já profissionalizada, foi possível visualizar uma nova fase para a COOPA. “Nessa virada de postura e imagem, algumas coisas ocorreram de forma natural, mas foi um conjunto de mudanças que deu cara nova e fôlego à COOPA”, explica Célio. Além do investimento em pessoas, que também passa pela assistência técnica oferecida pela COOPA aos cooperados e pelo planejamento estratégico que reposicionou os salários de todos os colaboradores, a expansão da cooperativa foi de suma importância para o sucesso. A COOPA passou a alcançar um número maior de produtores devido ao aumento das instalações e à reforma de vários departamentos. As melhorias no visual do espaço físico e na comunicação com o associado passaram, então, a ser fator determinante para a evolução. A liderança da COOPA se orgulha de ver o quanto a cooperativa cresceu e reuniu pessoas que acreditassem no seu potencial. Hoje o empreendimento possui quase 2.500 associados e emprega 900 colaboradores diretos e indiretos. Além disso, em 2006 a cooperativa contava com 302 fornecedores de leite, gerando 75 mil litros por dia. Hoje já são 550 fornecedores que geram 200 mil litros. “Depois de um trauma político que vivemos na história da cooperativa, é um avanço fazer as pessoas se aproximarem e acreditarem na nossa proposta”, alegra-se Renato. Os diretores afirmam que a cooperativa se tornou uma ferramenta para o produtor, um suporte para o sucesso dos negócios, o que atraiu um número grande de associados. Em 2006, a cooperativa arrecadou 54 milhões – a meta para o ano de 2011 é de 180 milhões. NT 111 RV MONDEL Fenicoopa: a comemoração de todo o sucesso Preocupados com um momento de crise e desânimo na produção em Patrocínio e em outras cidades mais próximas, a diretoria da COOPA resolveu investir em um evento que seria o marco do novo capítulo na história da cooperativa. A Fenicoopa (Feira de Negócios e Integração da COOPA) surgiu em 2007 com o intuito de movimentar os negócios da região e dar fôlego aos produtores que pareciam desacreditados. O resultado foi o sucesso de mais uma ideia empreendedora, que se tornou evento de presença obrigatória para quem mora na região. A Fenicoopa é realizada anualmente no Parque de Exposições Brumado dos Pavões na mesma data, entre os dias 6 e 8 de setembro – datas que abrangem o feriado nacional da Independência do Brasil e o feriado local na cidade de Patrocínio. O evento, que começou com apenas um dia de evento, chega à sua quinta edição com realização de três dias da Feira de Negócios e um dia de show, que esse ano contou com a presença do cantor sertanejo Daniel. A edição desse ano tornou-se ainda mais especial, pois marcou as comemorações dos 50 anos da Cooperativa de Patrocínio. No dia 8 de setembro foi realizada a missa de agradecimento e, durante a feira, foram distribuídas revistas com fotos e informações sobre toda a trajetória do empreendimento até os dias de hoje. Célio ressalta que a parceria com a Nutron, firmada em 2009, ajudou bastante a cooperativa a continuar compondo essa história. “Agradecemos à Nutron por contribuir com a evolução da cooperativa, desde a presença na feira até a ajuda nas reformas que fizemos. Sem dúvida foi uma parceria com resultados extremamente positivos.” O público estimado na Fenicoopa deste ano foi de 17 mil pessoas, sendo cerca de 7 mil na Feira de Negócios e outras 10mil no show do cantor Daniel – finalizando a campanha de marketing do COOPA Supermercado, Posto e Loja de Conveniência. A movimentação financeira foi próxima aos R$ 21 milhões, superando as expectativas de todos. Os diretores creditam este resultado à participação dos associados de todos os municípios de atuação da COOPA. “A Fenicoopa cumpriu o seu objetivo de proporcionar, aos associados da COOPA e produtores rurais, oportunidades de bons negócios com os principais parceiros da entidade, além de momentos de confraternização e a comemoração do aniversário de 50 anos de fundação da Cooperativa”, afirma o diretorpresidente. A Fenicoopa é um evento totalmente organizado pelos colaboradores da cooperativa e a maior preocupação é que os resultados apareçam não só para a COOPA, mas REDUÇÃO DE MANEJO. COMBATE VERMES RESISTENTES. NEGÓCIO RENTÁVEL. IVERMECTINA + ABAMECTINA DUPLA COMBINAÇÃO QUE GERA O MELHOR RESULTADO. sim para todos os que participam dela – principalmente parceiros e cooperados. Passada mais uma edição de sucesso, o momento agora é de avaliação com os colaboradores, parceiros e os próprios associados para que, nos próximos meses, já comece o planejamento do evento para 2012. t1PUFOUFFOEFDUPDJEBOPDPOUSPMFEFQBSBTJUBTJOUFSOPTFFYUFSOPT t&GJDÈDJBEJGFSFODJBEBBUVBBUÏNFTNPOPTQBSBTJUBTNBJTSFTJTUFOUFT t-POHBBÎÍPDPNFYDFMFOUFQFSÓPEPSFTJEVBM t'PSNVMBÎÍPNVOEJBMNFOUFJOÏEJUB t&NCBMBHFOTEFN-N-FMJUSP 4"$XXXNTETBVEFBOJNBMDPNCS * Pesquisa Kleffmann referente ao ano de 2009. Solution 3,5% LA classificado com 48% de satisfação “excelente” e 52% de satisfação “bom”, pelos pecuaristas. MSD Saúde Animal é a unidade global de negócios de saúde animal da Merck & Co, Inc. 112 NT NT 113 NOVEMBRO DEZEMBRO XXXVIII Congresso brasileiro de Medicina Veterinária (Conbravet) 1 a 4 de novembro Costão do Santinho Resort / Florianópolis -SC www.conbravet2011.com.br VII Congresso Brasileiro de Agroecologia 12 a 16 de dezembro de 2011 – Fortaleza - CE http://www.cbagroecologia.org/ XXII Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos 7 a 10 de novembro de 2011 Salvador - BA http://www.cbcta.com.br/index.asp I Suiminas 10 de novembro Sede da Asemg - Belo Horizonte - MG (31) 3371-1580 / www.suiminas.com.br JANEIRO Internacional Poultry Expo 24 a 26 de janeiro Georgia World Congress Center, Atlanta, Gergia, EUA (770) 493-9401 / www.ipe11.org FEVEREIRO I Simpósio de Patologia e Produção Avícola 17 e 18 de novembro Porto Alegre – RS www.cdpa.ufrgs.br / e-mail: [email protected] Show Rural Coopavel 6 a 10 de fevereiro Cascavel (PR) (45) 3225-6885 / www.showrural.com.br I WorkShop DFSuin 18 de novembro Auditório do Sebrae / Brasília - DF (61) 3242-3745 / [email protected] Pig Focus Asia 2012 8 a 10 de fevereiro de 2012 Tailândia www.positiveaction.info/conference/conference. php?conf=1 PECforum 23 e 24 de novembro Uberlândia - MG Informações: [email protected] 114 PUBLIQUE AGENDA M Y CM MY CY MARÇO XV Rodada Goiana de Tecnologia em Manejo de Suínos 24 e 25 de novembro Goiânia - GO www.ags.com.br I Simpósio de Avicultura do Nordeste 28 a 30 de março / João Pessoa - PB Realização: Universidade Federal da Paraíba Contato: Fernando Perazzo Costa (83) 3362-2300 www.getaufpb.org / e-mail: [email protected] I Congresso sobre aditivos na alimentação animal Enzimas 30 de novembro e 1 de dezembro Auditório do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) / Campinas - SP (19) 3232 7518 / www.cbna.com.br e-mail [email protected] Circuito Feicorte NFT 2012 7 e 8 de março – Cuiabá (MT) 21 e 22 de março – Salvador (BA) 18 e 19 de abril – Goiânia (GO) 22 e 23 de maio – Campo Grande (MS) 11 a 15 de junho – São Paulo (SP) www.feicorte.com.br e-mail: [email protected] NT C CMY K producaocoletiva.com.br