4 anos de Ciência sem Fronteiras Alemanha
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4 anos de Ciência sem Fronteiras Alemanha
4 anos de Ciência sem Fronteiras Alemanha – O balanço de uma história de sucesso 2 3 Ficha técnica Índice Saudações Publicado por: Deutscher Akademischer Austauschdienst (DAAD) German Academic Exchange Service Kennedyallee 50, 53175 Bonn www.daad.de Referat Lateinamerika/CsF Campus Alemanha Um início perfeito para a vida e a carreira Coordenação do projeto: Katharina Riehle, Julia Kracht, DAAD Um lugar no coração – um bolsista CsF sobre sua experiência na Alemanha Concepção, redação: Katja Spross, Carolin Brühl, Uschi Heidel, Trio Service GmbH, Bonn www.trio-medien.de Doutoramento na Alemanha – Vantagem para ambos os lados Tradução: Lina Lopes Monteiro LLM Language Solutions, Aschaffenburg Paginação e composição: Stefanie Naumann Designbüro Lübbeke Naumann Thoben, Köln www.LNT-design.de Impressão: flyerheaven GmbH, Oldenburg www.flyerheaven.de Dezembro de 2015 – 1.000 Todos direitos reservados © DAAD 4 Acompanhamento social – pessoal e individual Acompanhamento acadêmico - em perfeita sintonia Imagens: Título: Carl Duisberg Centren / Thekla Ehling, Índice: Acima: Kim Westerich, a meio e abaixo: DAAD / Rainer Hotz, p.4: Wanka: Serviço de Imprensa e Informação do Governo Federal, Steffen Kugler, Wintermantel: DAAD / Thilo Vogel, p. 5: CNPq, p.6: RWTH Aachen, Peter Winandy, p.7: Herman Luís Lebkuchen, p. 8: Fotograia de grupo: Talles de Bruno Oliveira, Katharina Riehle: DAAD / Rainer Hotz, p.9: Augusto Boshammer Piazera, p.10 Claudia Wickleder, p.11: DAAD / Rainer Hotz, p.12: Stefan Berger, p. 13: particular, p.14: particular, p.15: particular, p.16: DAAD / Rainer Hotz, p. 17: DAAD / Rainer Hotz, p. 18/19: novembro de 2015: DAAD / Betina Soares, março de 2012: Roberto Stuckert Filho, junho de 2012: DAAD / Pedro Sousa, junho 2013: DAAD / Katharina Riehle, maio 2014: DAAD / Katharina Riehle, julho de 2014: DAAD / Rainer Hotz, setembro 2014: DAAD / Ubivent, novembro 2014: DAAD / Julia Kracht, julho / agosto 2015: DAAD / Katharina Latsch, setembro 2015: DAAD / Rainer Hotz, dezembro 2015: DAAD / Rainer Hotz, p. 20 acima: Rômulo Andrade, abaixo: Michelle Santos, p.21 acima: Michelle Santos, abaixo: Kärcher, p.22 speak + write, p.23 speak + write, Lukas Reif, DAAD / Rainer Hotz, DAAD p.25 / Rainer Hotz Associações de pesquisa animadas 9 10 12 14 15 No Centro – Eventos Os benefícios do networking Destaques dos 4 anos 17 18 No Centro – Estágios em empresas Uma cooperação muito prática 20 No Centro – Aprender alemão Desde as primeiras palavras até o jargão técnico Crescente demanda 22 23 DAAD De mãos dadas pelo Brasil e Alemanha A equipe do Ciência sem Fronteiras na Alemanha Fatos e números Por motivos de melhor legibilidade, será dispensado o uso simultâneo das formas masculina e feminina. Todas as referências pessoais se referem a ambos os sexos igualmente. 7 24 25 26 5 Saudações Por muitas décadas, a Alemanha tem sido um Há décadas que o Brasil é um dos parceiros Educação, ciência e pesquisa vivem do intercâmbio de pensamentos, das ideias e do conhecimento – que vão muito além das fronteiras nacionais. A internacionalização da educação e da pesquisa tem se tornado cada vez mais importante nos últimos anos. No contexto econômico-tecnológico, o Brasil é um dos países parceiros sul-americanos mais importantes para a Alemanha. Durante as primeiras consultas dos governos alemão e brasileiro em agosto de 2015, ambos países demonstraram um interesse explícito pela ampliação das cooperações nas áreas da educação e pesquisa. Desde 2012, o governo brasileiro oferece bolsas a estudantes e cientistas que estudem e pesquisem no exterior através do programa de bolsas Ciência sem Fronteiras. Os bolsistas não só retornam ao Brasil com mais conhecimento e muitas experiências, mas também enriquecem as nossas universidades de várias formas. Agradeço às universidades e aos institutos de pesquisa alemães, assim como ao Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) pelo grande empenho na realização do programa. Desejo a todos uma leitura interessante. Prof.ª Dra. Johanna Wanka Ministério de Educação e Pesquisa mais importantes do DAAD. Durante esse tempo, foram criados vários programas de intercâmbio acadêmico que se distinguem por uma ampla orientação temática. O maior e mais ambicioso programa dos últimos anos é o Ciência sem Fronteiras, que é inanciado, na maior parte, pelo governo brasileiro e apoiado pelo DAAD. São mais de 100 universidades alemãs que participam do programa. Desde 2012, elas receberam quase 6000 estudantes, doutorandos e pós-doutorandos, prestando uma assistência acadêmica e social abrangente. O ensino excelente nas universidades alemãs com os seus cursos orientados para a prática, oferece aos bolsistas condições únicas de aprendizagem e pesquisa. A relação estreita com a indústria alemã garante várias possibilidades para estágios em empresas alemãs que são determinantes para o futuro proissional dos bolsistas. Estou convencida que o desenvolvimento contínuo e sustentável do programa será signiicativo para a internacionalização da pesquisa e o fortalecimento das cooperações cientíicas internacionais do Brasil. Meus agradecimentos às universidades alemãs pelo seu empenho, assim como ao Ministério de Educação e Pesquisa (BMBF) e o Ministério das Relações Exteriores (AA), pelo apoio na realização de projetos adicionais ao programa. Espero sinceramente que possamos manter a cooperação com os nossos parceiros brasileiros CAPES e CNPq e aguardo com expectativa a segunda fase do CsF que está pela frente. Prof.ª Dra. Margret Wintermantel Presidente do DAAD parceiro importante do Brasil na cooperação internacional educacional. Desde 1984, a CAPES vem trabalhando efetivamente com agências alemãs de fomento na formação conjunta de educadores e pesquisadores brasileiros. É natural, portanto, que a Alemanha tenha sido um dos cinco primeiros países a aderirem ao Programa Ciência sem Fronteiras - CsF. Além disso, a qualidade do ensino e da pesquisa tornam a Alemanha um dos principais polos do conhecimento e da inovação mundiais, tendo atraído o interesse de 6.865 bolsistas do Programa entre os anos de 2011 e 2015. Cabe destacar, ainda, que esta cooperação não se limitou à mobilidade acadêmica, permitindo também que universidades brasileiras e alemãs avançassem no processo de internacionalização do ensino superior e da pesquisa. A CAPES vem realizando uma série de atividades de avaliação, tanto quanto à inovadora experiência desenvolvida juntamente com o CNPq no envio de 78 mil estudantes de graduação para universidades do exterior – algo que, nesta escala, nunca havia ocorrido – como também a de expandir por um fator de 124% o número de estudantes de pós-graduação e pós-doutorado, em relação ao período anterior ao CsF. A CAPES congratula, portanto, o DAAD pela iniciativa de colaborar com esta análise a partir da visão alemã do Programa Ciência sem Fronteiras. Certamente, esta contribuição enriquecerá o debate e a análise que já foi iniciada no Brasil e tal avaliação guiará aperfeiçoamentos futuros na cooperação entre os nossos dois países. A cooperação educacional, cientíica e tecnológica entre o Brasil e a Alemanha é um modelo de como podemos desenvolver conhecimento cientíico e tecnológico de forma simétrica, equilibrada e mutuamente benéica, cooperação esta que desejamos que se mantenha cada vez mais sólida. Prof. Dr. Carlos Afonso Nobre Presidente da CAPES Com a criação do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF), a cooperação entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientíico e Tecnológico (CNPq) e o Deutscher Akademischer Austauschdienst (DAAD), importante instrumento de intercâmbio acadêmico entre o Brasil e a Alemanha, foi intensiicada e ampliada. O Ciência sem Fronteiras alavancou uma maior inserção internacional das instituições de ensino e pesquisa brasileiras, abrindo um leque de oportunidades para que pesquisadores e especialistas em áreas de alta relevância para o Brasil buscassem formação acadêmica e tecnológica em prestigiosas instituições na Alemanha, propiciando maior participação e integração em redes de colaboração nacionais e internacionais. Parabenizo a iniciativa do DAAD em realizar um balanço do Programa CsF, destacando seu impacto na cooperação entre Alemanha e Brasil e os ganhos proissionais e acadêmicos obtidos pelos bolsistas. Prof. Dr. Hernan Chaimovich Guralnik Presidente do CNPq 6 Campus Alemanha Grußwort Frau Alemanha Prof. Dr. Wintermantel Campus 7 Um início perfeito para a vida e a carreira Jovens brasileiros consideram estudar na Alemanha uma chance única para a sua carreira e orientação na vida. Eles recebem uma formação adicional de primeira classe. Hermann Luís Lebkuchen recebeu o seu nome do seu bisavô alemão que imigrou para o Brasil no século XIX. "Eu não tinha nenhuma idéia do país e da cultura do meu avô e também não sabia falar a língua", diz o jovem brasileiro. Isso mudou no im de 2014, quando veio para a Alemanha através do programa CsF. "Eu segui os passos dos meus antepassados. Isso foi muito empolgante, mas não foi o motivo mais importante para a minha decisão." Referências excelentes Que inluência teve a sua estada na Alemanha no desenvolvimento Hermann pensou muito mais na sua proissão e de sua carreira? carreira ao decidir-se a favor da Alemanha. Para 1,7 % 1,5 % o estudante de engenharia aeronáutica e de aviaforte 6,8 % ção da Universidade Federal de Santa Catarina principalmente forte (UFSC) o motivo mais importante foi "a excelente principalmente pouca 35 % 55 % qualidade das ciências de engenharia nas univerpouca sidades alemãs". Ele foi para a Universidade Técnão posso avaliar nica de Berlim como bolsista do CsF e também fez um curso de alemão. "A combinação entre Fonte: Inquérito 2015 entre estudantes no inal da bolsa de estudo ensino acadêmico e aprendizagem do idioma é perfeita na Alemanha", diz o futuro engenheiro. "Eu não só amplio o meu horizonte, mas também leio literatura cientíica no idioma original e, assim, adquiro conhecimentos que servem como excelente referência n Da teoria à prática: estudantes para a minha futura vida proissional." da TU Berlim trabalham em CsF – UMA VISÃO GERAL DO PROGRAMA O programa Ciência sem Fronteiras (CsF) foi lançado pelo governo brasileiro em 2011 e tem como objetivo a promoção da mobilidade de estudantes e jovens pesquisadores brasileiros no exterior. 100.000 bolsas para jovens acadêmicos das ciências naturais, biológicas e de engenharia possibilitam a ampliação de seus conhecimentos em universidades estrangeiras em todo o mundo. Depois da primeira fase do programa, a presidente Dilma Rousseff anunciou o prolongamento do programa até o im de 2018. O programa é inanciado com verbas do governo brasileiro. Responsáveis pela implementação e coordenação do programa no Brasil são as agências brasileiras de fomento acadêmico CAPES e CNPq. Na Alemanha, o programa recebe apoio inanceiro para medidas de acompanhamento por parte do Ministério de Educação e Pesquisa (BMBF) e o Ministério das Relações Exteriores (AA). A Alemanha está atualmente em quinto lugar no ranking dos destinos mais procurados. Desde o início do programa as universidades alemãs receberam cerca de 6.000 estudantes de graduação, doutorandos e pós-doutorandos. O DAAD aloca os bolsistas nas universidades e institutos de pesquisa através de um portal online projetado especíicamente para o programa CsF, organiza cursos de línguas e supervisiona os bolsistas durante sua estadia. A monitorização do DAAD garante a qualidade e melhoria contínua do programa na Alemanha. Através de vários eventos, tais como escolas de verão, webinars para os bolsistas ou roadshows, o escritório regional do DAAD no Rio de Janeiro também apoia o programa. Para que os bolsistas como Hermann alcancem os seus objetivos pessoais, eles recebem uma ótima assistência das universidades alemãs – na TU Berlim, por exemplo, de Roswitha Paul-Walz do International Ofice. Os 40 bolsistas de bacharelado têm nela uma pessoa de contato não apenas para as formalidades. Roswitha e sua equipe também cuidam da organização dos estudos. "Promovemos a integração dos jovens nos institutos e projetos de pesquisa em andamento", diz ela. Assim, eles passam a conhecer a universidade alemã como instituição de ensino e pesquisa. "No caso ideal, eles desenvolvem ideias juntamente com os cientistas alemães para um possível doutorado - talvez até novamente na Alemanha." aeromodelos Interdisciplinar e internacional A integração dos bolsistas no sistema universitário alemão também tem êxito em outras universidades. O Dr. Joachim Krüger do departamento de ciências espaciais e ambientais e biogeograia na Universidade de Trier coordena o programa CsF para a universidade e a Fachhochschule (universidade de ciências aplicadas). São escolhidos módulos adequados e desenvolvidas grades em harmonia com o curso no Brasil, com o objetivo de assegurar aos jovens qualiicações adicionais, explica o coordenador. "O nosso curso de ciências ambientais e geociências é interdisciplinar e envolve projetos de pesquisa na América do Sul. Assim, os cientistas do Brasil podem obter aqui uma n Hermann Luís Lebkuchen estuda engenharia aeronáutica e de aviação em Berlim desde 2014 8 Campus Alemanha Um lugar no coração – um bolsista CsF sobre sua experiência na Alemanha boa especialização." Um deles é Talles Bruno Oliveira. A diversidade não foi o único aspecto que o trouxe à Alemanha: "Eu também escolhi a Alemanha, porque aqui estudam pessoas do mundo inteiro." O contato com estudantes internacionais e alemães o mudou, diz ele. "Hoje sou mais aberto e tenho mais respeito diante de culturas diferentes e aprendi a trabalhar de forma mais responsável e proissional." Ensino e prática se complementam Os estágios acadêmicos e industriais no laboratório geobotânico da Universidade de Trier ou no Centro Aeroespacial Alemão (Deutsches Zentrum für Luft- und Raumfahrt, DLR) em Göttingen foram valiosos para Talles e Hermann respectivamente. Os dois valorizam o trabalho autônomo e independente coniado a eles e que é cobrado na Alemanha. Na TU Berlim, Hermann fez o curso sobre aerolástica, ou seja, forças aerodinâmicas que fazem efeito sobre a estrutura de um avião. Graças ao seu professor Wolf Krüger, engenheiro no DLR, ele se esforçou para conseguir um estágio lá e o conseguiu. O estágio será considerado para o seu curso no Brasil. "É necessário se engajar na causa de forma autônoma e provar competências sociais – essa é uma experiência muito importante." O seu professor está impressionado com o foco do bolsista. "Para ele, o estudo e o estágio se complementam perfeitamente. Ele obtém os fundamentos teóricos em Berlim, aprofunda o conhecimento de forma prática em um exercício de simulação, aprende sobre os processos industriais e consegue acompanhar muito bem as discussões em alemão." Como o DLR mantém contato com a Empresa Brasileira de Aeronáutica São José dos Campos (EMBRAER) perto de São Paulo, Hermann acha que tem boas chances de emprego depois de inalizar seus estudos.. Mas, assim como Talles, ele também consegue imaginar fazer um doutorado na Alemanha. "A vontade de aprender, a abertura e o empenho dos bolsistas brasileiros são impressionantes", diz Katharina Riehle que coordena o programa CsF no DAAD. Assim, os jovens brasileiros, que muitas vezes deixam o seu país pela primeira vez, enfrentam os desaios de estudar no exterior da melhor forma possível. "Muitos bolsistas mantêm sua mobilidade e voltam a buscar oportunidades de emprego ou um doutoramento no exterior – o programa CsF é o início perfeito para uma maior internacionalização da pesquisa e desenvolvimento brasileiros." n Talles Bruno Oliveira (esquerda) com colegas de todo o mundo » Muitos bolsistas mantêm sua mobilidade e voltam a buscar oportunidades de emprego ou um doutoramento no exterior – o programa CsF é o início perfeito para uma maior internacionalização da pesquisa e desenvolvimento brasileiros.« Katharina Riehle, coordenadora do programa CsF no DAAD Um país é estranho apenas até o momento em que você o aceita - essa é a conclusão do relato do estudante Augusto Boshammer Piazera, depois do seu intercâmbio na Alemanha. Há um ano coloquei meus pés na Alemanha pela primeira vez. Com um sentimento de certa insegurança e inquietação, mas ao mesmo tempo de ansiedade e satisfação, cheguei pensando que meu ano de intercâmbio seria incrível. Bom, ele acabou tornando-se muito mais do que isso. Cheguei pensando que meu alemão era bom, e percebi que eu ainda não entendia muita coisa. Acreditava que tudo seria perfeito, mas isso também não se conirmou. Pensei que não seria tão difícil acompanhar as aulas da universidade, mas no im acabei penando para entender o básico. A Alemanha é, sim, incrível em vários aspectos. O trem funciona na hora, os serviços públicos são coniáveis e de qualidade, a educação é imbatível e a segurança é absolutamente grandiosa. Mesmo assim, existem pontos fracos: existe lixo nas ruas como em vários outros países, existe assalto, assassinato, xingamento, brigas e sim, inclusive corrupção – a diferença é que os alemães sentem vergonha disso e levam o assunto muito a sério. Amizades para vida inteira Também cheguei pensando que todos os alemães seriam frios e antipáticos. Mais uma vez, errei. Alguns são exatamente assim. No entanto, outros se mostraram ser umas das pessoas mais extraordinárias e carismáticas que já tive a oportunidade de conhecer. E aqui é a parte em que mais me surpreendi: iz amigos de verdade durante essa experiência, que esperançosamente manterei por toda minha vida. Os alemães demoram mais tempo para se sentirem confortáveis com pessoas que acabaram de conhecer, mas a partir do momento em que eles têm outro alguém como amigo, eles se mostram as pessoas mais gentis e coniáveis que se pode conhecer. Eu pensei que meu ano no exterior seria ótimo. Foi além disso: memorável, excitante, desaiador e esclarecedor. Eu vejo o mundo agora com novos olhos: esse ano mudou meu modo de pensar e agir. Gostaria que mais alunos pudessem compartilhar dessa experiência. Claro que eu senti falta do Brasil - minha família e amigos, minha casa e tudo o que o meu belo país tem à oferecer. Na Alemanha eu aprendi a desfrutar de cada momento e sempre me policiei para não perder qualquer experiência, dia, palavra, sorriso ou lágrima. O Brasil terá sempre um lugar especial no meu coração - mas este espaço agora é dividido com outro país: a Alemanha. n AUGUSTO BOSHAMMER PIAZERA (terceiro a contar da esquerda) foi, entre agosto de 2013 e julho de 2014 um bolsista CsF. Ele estudou Ciência da Engenharia na Universidade de Ciências Aplicadas na Universidade de Frankfurt. Hoje ele estuda Engenharia Civil na Universidade Federal de Santa Catarina 9 10 Campus Alemanha Doutoramento na Alemanha – vantagem para ambos os lados Tanto os doutorandos como as universidades alemãs são beneiciados pelo doutorado no âmbito do CsF. Claudia Wickleder, professora catedrática de Química Inorgânica na Universidade de Siegen é, graças a uma antiga doutoranda brasileira, responsável por três bolsistas do programa Ciência sem Fronteiras. "Ela que me falou sobre o programa", conta a professora. Assim que voltou para a sua terra natal, a doutoranda fez propaganda por todos os lados. E teve sucesso: 22 brasileiros estudaram em Siegen no semestre de verão de 2015. Por que você escolheu a Alemanha como país de destino? 15 % 23,5 % 17,6 % 21,4 % 22,5 % Eu quero ampliar os meus conhecimentos do idioma alemão. As condições de estudo e pesquisa são boas na Alemanha. Os cursos oferecidos na Alemanha foram especialmente interessantes para a minha especialização. Eu me interesso pela cultura alemã. Uma estadia na Alemanha poderá me beneiciar proissionalmente no futuro. Fonte: Inquérito 2015 entre estudantes que acabaram de começar os seus estudos na Alemanha Métodos modernos para as tecnologias de ponta de amanhã O departamento de Química Inorgânica de Siegen oferece muito aos bolsistas. Os laboratórios possuem equipamentos melhores que no Brasil e disponibilizam aos pesquisadores toda a aparelhagem que precisam para um trabalho excelente. "Essas condições enriquecem a minha pesquisa e permitem o seu avanço", diz Aída Domithilla da Fonsêca Melo que está fazendo o seu doutorado na universidade. Nesses laboratórios modernos, os bolsistas aprendem muito e diretamente sobre as mais novas tecnologias e métodos modernos. "Os doutorandos recebem todo o conhecimento de meu círculo de trabalho", diz Claudia. Fazem parte, entre outros, o desenvolvimento de novos materiais para tecnologias óticas, por exemplo células solares, nanopartículas como marcadores medicinais ou novos materiais luorescentes economizadores de energia para LEDs, pelo qual a Universidade de Siegen é internacionalmente credenciada. Essas são as melhores condições para os jovens cientistas , diz Claudia: "A Alemanha é reconhecida pela sua ótima competência na pesquisa de ciências naturais e de engenharia." » A Alemanha é reconhecida pela sua ótima competência na pesquisa de ciências naturais e de engenharia.« A Professora Claudia Wickleder recebe no Departamento de Química Inorgânica da Universidade de Siegen três bolsistas do programa CsF Barbara Priscila Andreon concorda. Depois de estudar na Alemanha em 2013, ela voltou ao país para o seu doutorado CsF em ciências dos materiais no Fraunhofer Institute for Manufacturing Technology and Advanced Materials (IFAM): "O IFAM é reconhecido mundialmente pela sua competência na tecnologia de adesivos, que se estende desde a fórmula até a aplicação na indústria." A própria pesquisadora é beneiciada por esse entrelaçamento estreito entre ciência e economia; a abordagem interdisciplinar lhe oferece uma infraestrutura que não encontraria no Brasil dessa mesma forma. Diálogos estimulantes O acompanhamento acadêmico vai muito além do trabalho nos melhores laboratórios. Além de seminários onde os doutorandos apresentam a sua pesquisa e colóquios com visitantes externos de todo o mundo, o diálogo intensivo entre doutorando e orientador tem um papel particularmente importante. Claudia discute extensivamente com os seus doutorandos sobre os seus resultados de pesquisa, o que beneicia ambas as partes. "Às vezes os meus doutorandos discordam comigo – e têm razão", diz a professora de química. Ela, por sua vez, os auxilia com dicas ou textos cientíicos quando têm diiculdades com suas experiências. Os doutorandos também valorizam o intercâmbio com os seus colegas. "Os outros doutorandos me ajudam muito", diz Aída que trabalha com alemães, brasileiros, indianos, chineses, um francês e um queniano. Essa competência intercultural faz parte das experiências que os bolsistas levam para o Brasil quando retornam. Além disso, levam consigo o conhecimento que obtiveram através de três anos de estudo prático de métodos e tecnologias na Alemanha, o qual poderão aplicar no Brasil. Os anitriões também são beneiciados, pois os bolsistas enriquecem as universidades e institutos de pesquisa alemães, diz Claudia: "No caso dos bolsistas do CsF, pode-se ter certeza de que se trata de jovens pesquisadores excelentes e motivados." CURTA ENTREVISTA Fazer contatos, usar competência Letícia Santos de Lima está fazendo o seu doutorado no Integrative Research Institute on Transformations of Human-Environment Systems da Universidade Humboldt de Berlim desde outubro de 2014. Na entrevista ela resume o seu primeiro ano. Por que você está fazendo o seu doutorado na Alemanha? A Alemanha possui uma reputação excelente na ciência. Por isso, eu procurei uma vaga aqui e a encontrei na Universidade Humboldt: um professor aqui leciona exatamente a mesma área de pesquisa que me interessa. O que acabou me convencendo foi que um dos pós-doutorados do instituto pesquisa na Colômbia, e eu também queria trabalhar com dados da América do Sul. O que você mais gosta no doutorado com o CsF? Além das exigências acadêmicas, o instituto valoriza muito as competências sociais como networking e interdisciplinariedade. Eu também aprendi a apresentar melhor as minhas pesquisas, o que traz vantagens ao realizar seminários e conferências. Eu também valorizo trabalhar em um ambiente intercultural e poder, assim, melhorar a minha capacidade de comunicação. Qual a diferença entre o doutorado na Alemanha e no Brasil? O meu instituto me oferece muita coisa que não seria possível no Brasil, por exemplo, o contato com cientistas no país e no exterior. Eu sou incentivada a realizar seminários e palestras ou a organizar workshops. A autonomia e iniciativa própria são componentes básicos do doutorado na Alemanha. Ao mesmo tempo, eu considero o apoio construtivo e igualitário. Quais são os seus planos para o futuro? O meu objetivo é trabalhar em uma universidade brasileira e por em prática as experiências que iz na Alemanha. Eu quero promover que a pesquisa se torne mais lexível e interdisciplinar. Os estudantes também devem ser mais envolvidos nas pesquisas e no intercâmbio, para que possam ser apoiados de forma melhor em seus estudos e para criar um ambiente produtivo. 11 12 Campus Alemanha Acompanhamento social – pessoal e individual Não importa se os bolsistas brasileiros estudam em uma grande ou pequena universidade na Alemanha – eles sempre são acompanhados de forma individual e intensiva. "Quando os bolsistas se sentem bem acolhidos, eles começam os seus estudos com uma atitude positiva", airma Conny Bast, funcionária do International Ofice (IO) da Universidade de Albstadt-Sigmaringen. Por isso, os novos bolsistas já foram recebidos na estação de trem. Durante uma Semana de BoasVindas intensiva eles têm a oportunidade de conhecer o novo ambiente: a equipe do International Ofice auxilia os estudantes em questões administrativas, ajuda a abrir uma conta bancária ou a fazer a primeira compra no supermercado. O contato pessoal é importante Conny é a pessoa de contato desde a candidatura: "Eu não só conheço todos os bolsistas pelo nome, mas também tenho um contato direto com os professores e posso intermediar, por exemplo, quando os bolsistas não conseguem acompanhar os seminários". Quando um professor reclamou que um estudante brasileiro não tinha a coragem de falar com ele depois do curso, a chefe do IO reagiu. "Eu encorajei o bolsista e ele teve uma conversa frutífera com o professor. Com 3.300 alunos, a nossa universidade possui um ambiente familiar – e damos atenção a cada um. Apesar de ter 14.000 estudantes, entre eles, 2.000 estudantes internacionais, a assistência pessoal aos bolsistas brasileiros também é prioridade na Universidade Otto von Guericke em Magdeburg. Isso é possível graças a fundos adicionais n Bem-vindo à Alemanha: o International Ofice da Universidade de Magdeburg cumprimenta os novos alunos internacionais O quão satisfeito está com o acompanhamento social e apoio por parte da sua universidade? do programa Ciências sem Fronteiras. "Cinco tutores cuidam apenas dos estudantes brasileiros. Eles ajudam na primeira fase de adaptação, assim como em questões sobre os estudos. Por isso, fazemos questão que os tutores venham do mesmo curso que os bolsistas", diz Anne-Katrin Behnert do International Ofice. "Os tutores são como amigos para nós. Eles nos mostram a cidade e organizam passeios. Eles nos disponibilizam resumos de aulas e seminários para podermos estudar melhor", explica Gustavo Rodrigues de Carvalho Leite, que estudou engenharia mecânica em Magdeburg durante dois semestres. versidade. Além disso, eles se preparam para entrevistas e Centros de Avaliação através de palestras e exercícios. Uma funcionária do Career Center da universidade veriica todos os documentos para a candidatura individualmente. "Assim, todos bolsistas encontram uma empresa adequada. Como a maioria dos brasileiros precisa absolver um estágio para o seu curso no Brasil, eles o fazem aqui", diz Conny. Através de um endereço de e-mail central, os estudantes brasileiros podem entrar em contato com os tutores enquanto ainda estão no Brasil. Depois de chegarem em Magdeburg, eles passam a se conhecer em um "Fim de Semana de BoasVindas": "Transmitimos aos bolsistas que eles se encontram no mesmo nível que os tutores e que podem procurá-los para todas perguntas e problemas, seja a elaboração do horário, a inscrição para cursos, ou com questões sobre o dia-a-dia na Alemanha", diz Anne-Katrin. Para o melhor intercâmbio de experiências também contamos com bolsistas do CsF que já estão na Alemanha há mais tempo: "Depois do im de semana, os brasileiros se sentem mais seguros e têm uma ótima base para dominar o dia-a-dia em Magdeburg." Sempre atualizados O DAAD realiza regularmente workshops para preparar os responsáveis das universidades alemãs para a chegada dos visitantes brasileiros. "Informamos sobre desenvolvimentos atuais no programa de bolsistas. Mas oferecemos, principalmente, um fórum para o diálogo com o objetivo de transmitir aos responsáveis algumas idéias para o seu trabalho", diz Katharina Latsch da equipe CsF no DAAD. Em grupos de trabalho, os participantes discutem questões fundamentais como a organização de cursos de alemão ou o acompanhamento acadêmico. "Por sempre trocarmos idéias e conversarmos sobre nossas experiências com outras universidades, podemos melhorar a assistência cada vez mais", resume Anne-Katrin de Magdeburg. Bem preparados A adaptação funciona através de uma grande oferta de atividades que faz parte do padrão em Magdeburg, AlbstadtSigmaringen e muitas outras universidades alemãs: encontros internacionais frequentes, excursões para a região e atividades de lazer comuns. Como o domínio do idioma também é importante para quem vive e estuda na Alemanha, todos os bolsistas frequentam cursos de alemão. O acompanhamento social abrangente vai além do âmbito universitário. Na universidade de Albstadt-Sigmaringen os estudantes brasileiros estão tão bem preparados que ousam sair da universidade e ganhar experiência proissional fazendo um semestre prático. Antes disso, eles fazem os primeiros contatos com empresas na feira de carreiras da própria uni- n Alegria de viver brasileira encontra tradição alemã: bolsistas na Universidade de Albstadt-Sigmaringen vêm conhecer a cultura alemã 0,4% 10,9% 5,3% 49,1% 34,3% satisfeito principalmente satisfeito principalmente insatisfeito insatisfeito não posso avaliar Fonte: Pesquisa 2015 entre estudantes depois do primeiro semestre O quão satisfeito está com a consulta e assistência acadêmica de sua universidade? 12,6% 1% 3,3% 41,6% 41,5% satisfeito principalmente satisfeito principalmente insatisfeito insatisfeito não posso avaliar Fonte: Pesquisa 2015 entre estudantes depois do primeiro semestre 13 14 Campus Alemanha Acompanhamento acadêmico – em perfeita sintonia Associações de pesquisa animadas Pesquisas no laboratório, projetos alemães-brasileiros, ensino empolgante – tudo isso aguarda os futuros engenheiros civis do Brasil na Universidade Técnica de Kaiserslautern. O Professor Matthias Pahn faz com que os cursos oferecidos estejam em sintonia com os interesses dos bolsistas do CsF. O Professor Thomas Stützel é o diretor do departamento de evolução e biodiversidade de vegetação na Ruhr-Universität Bochum e supervisiona os doutorandos do CsF nas modalidades plena e sanduíche. Os bolsistas formam pontes importantes para a pesquisa alemã-brasileira na RUB. O que abrange o acompanhamento acadêmico dos bolsistas no departamento de engenharia civil? Primeiro, auxiliamos os bolsistas do CsF na escolha das matérias: pergunto sobre os seus interesses e recomendo professores que ofereçam cursos respectivos. Para nós, é importante que os bolsistas conversem com os professores antes de se inscreverem para um curso, para discutirem as exigências em geral e a acreditação. Antes de começar o semestre, fechamos o Learning Agreement e conferimos mais uma vez a grade curricular elaborada, pois, de acordo com a nossa experiência, os bolsistas exigem demais de si mesmos. No inal, documentamos os seus Credit Points alcançados para serem reconhecidos na universidade no Brasil. habilidades práticas, como a criação de concreto de alta resistência ou a utilização de tecnologia de medição, e a analisar resultados de pesquisa. De que forma vocês respondem às necessidades de estudo dos bolsistas brasileiros? Todos os colegas sabem que há estudantes brasileiros participando das aulas e seminários e estão sempre à disposição para esclarecer perguntas cientíicas e problemas. Além disso, oferecemos aulas com referência ao Brasil. No semestre de verão de 2015, os estudantes alemães e brasileiros abordaram a questão como eles construiriam no Brasil com tecnologias europeias. O seminário tinha um motivo concreto: em uma cooperação de pesquisa atual com uma empresa de construção brasileira de Rio Claro, nós desenvolvemos um conceito que permite a construção de milhares de casas em pouco tempo. Os estudantes desenvolveram componentes e princípios de construção para tal. Como os estudantes estão respondendo a este acompanhamento? Depois de um só semestre, os bolsistas já estão tão bem integrados que não precisam de mais nenhuma ajuda de nossa parte e conseguem acompanhar todas as aulas com êxito. Não conseguimos imaginar um sucesso maior. Eles gostam dos cursos, conhecem o nosso departamento e os nossos laboratórios. Quem quiser voltar para fazer o seu doutorado aqui será muito bem-vindo. Professor Matthias Pahn n O Professor Matthias Pahn faz com que os cursos oferecidos estejam em sintonia com os interesses dos bolsistas do CsF Estágios em laboratórios complementam os seminários e aulas. Lá os intercambistas aprendem, por exemplo, a determinar experimentalmente a capacidade de carga de componentes novos desenvolvidos. Cada bolsista é apresentado a um pesquisador, podendo colaborar no projeto de pesquisa do mesmo. Através do trabalho em conjunto, muitas vezes são criadas relações intensivas que ajudam os brasileiros a aprimorarem o seu alemão. Além disso, eles aprendem a pesquisar em equipe, adquirem Como você é beneiciado com o programa CsF? Graças ao CsF, o meu departamento recebe muitos doutorandos com ótima formação. Eles assumem funções em projetos de pesquisa alemães-brasileiros e trabalham de igual para igual com outros cientistas. O meu doutorando “pleno” do CsF atual, por exemplo, está pesquisando sobre a evolução e o ciclo de vida dos isoetes brasileiros. Tal pesquisa é combinada com o contexto de um trabalho que já se encontra em andamento na mesma região sobre as selaginelas que estão estreitamente relacionadas aos isoetes. Uma vantagem do CsF: quando solicitamos vagas para doutorandos no âmbito do programa, eles geralmente são aceitos. Assim, podemos planejar os projetos alemães-brasileiros a longo prazo. O CsF inluenciou a sua relação com o Brasil? No início dos anos 80, eu mesmo pesquisei no Brasil como doutorando com uma bolsa do DAAD. Hoje, muitos dos meus colegas de antigamente também são professores. Com o programa CsF podemos intensiicar a nossa colaboração e juntos encaminhar novas pesquisas: os meus parceiros brasileiros sugerem candidatos para a bolsa e eu já passo a conhecê-los no Brasil. Depois desenvolvemos um projeto que combine com os nossos interesses e esteja em perfeita sintonização com os temas de doutorado dos doutorandos. Como já existem relações com algumas universidades, muitas vezes icamos em contato com os bolsistas mesmo depois da sua estadia. A maioria das minhas publicações são criadas com a cooperação brasileira, inclusive com os bolsistas do CsF. Um belo reconhecimento: uma ex-aluna voltará para pesquisar em Bochum em 2016 como bolsista da Universidade Alexander von Humboldt. n Professor Thomas Stützel O Professor Thomas Stützel é o diretor do departamento de evolução e biodiversidade de vegetação na Ruhr-Universität Bochum O CsF ajuda a criar novas cooperações entre universidades? O programa CsF ainda é novo – novas cooperações entre universidades precisam de tempo para crescer. Mas o potencial para cooperações alemãs-brasileiras com certeza aumentou na Ruhr-Universität Bochum: vários doutorandos do CsF, que estão bem integrados e que construíram uma rede entre si, pesquisam em todos departamentos. Esperamos que o contato seja frutífero e que possamos continuar e ampliar as cooperações. Um programa como o CsF também faz sentido para doutorandos alemães. Eu mesmo aprendi muito como doutorando no Brasil. Essa experiência inluenciou a minha pesquisa e toda a minha vida. No lado alemão, também precisamos de jovens pesquisadores que estabeleçam contatos no Brasil e que mantenham as cooperações existentes. MONITORAMENTO DO CsF NA ALEMANHA n Projetos alemães-brasileiros: os bolsistas na TU Kaiserslautern aplicam seus conhecimentos na prática 15 Para que as universidades possam oferecer a melhor assistência, todos os anos o DAAD oferece um workshop para os responsáveis nas universidades pelos bolsistas do CsF, oferecendo assim, uma plataforma para o intercâmbio e o compartilhamento de experiências e conhecimento. Também são conduzidas pesquisas de satisfação regulares com as universidades a respeito da realização do programa. Os funcionários da equipe do CsF visitam as universidades várias vezes ao ano para discutirem problemas ou conceitos de assistência. Assim é possível analisar os detalhes com os coordenadores no local e oferecer aos bolsistas a oportunidade de dar um feedback individual. 16 No Centro – Eventos Grußwort Frau Prof. Dr. Wintermantel No Centro Eventos | Estágios em empresas Aprender alemão Os benefícios do networking Discutir projetos, trocar ideias, fazer contatos – foi com essa inalidade que os 120 jovens pesquisadores brasileiros se reuniram no seminário para doutorandos do programa CsF. Desde 2014, Felipe Padilha Leitzke faz o seu doutorado em Bonn, no Instituto Steinmann de Geologia, Mineralogia e Paleontologia. No âmbito do seminário, a expectativa principal do geocientista consistia na possibilidade de fazer contatos com outros doutorandos que compartilham as suas experiências com o doutorado na Alemanha. No entanto, os dois dias de seminário em Bonn também o ajudaram no contexto cientíico. "A maioria dos participantes possui um histórico cientíico diferente do meu", diz Felipe. "Mesmo assim – ou, talvez, por isso mesmo – trocamos ideias e eu adotei uma perspectiva totalmente diferente para as minhas pesquisas." Esse resultado constituiu o foco do seminário desde o início. A Dra. Birgit Klüsener, Chefe do Departamento de Bolsas, resume a pretensão: "Networking, networking, networking – em vários sentidos." O DAAD permite que os doutorandos conheçam o próprio DAAD e o ambiente de pesquisa alemão. "O equilíbrio entre as contribuições e o intercâmbio era especialmente importante para nós", explica Julia Kracht da equipe CsF e organizadora do evento. Por isso, várias palestras e discussões destacaram as condições gerais da pesquisa na Alemanha; sejam oportunidades de doutorado em instituições diferentes, possibilidades de inanciamento ou exemplos de cooperações alemãs-brasileiras. Apresentando a pesquisa de forma ilustrativa Os próprios doutorandos participaram ativamente: em sete painéis e apresentações, os jovens cientistas apresentaram as suas diversas áreas de pesquisa. "Os interesses na pequisa mostram a diversidade da cooperação entre o Brasil e a Alemanha", enfatiza João Batista do Nascimento Magalhães, Vice-Cônsul do Brasil em Frankfurt. Além dos puros fatos, os doutorandos também dão muito valor às competências sociais. No caso de Letícia Santos de Lima, por exemplo, o motivo para participar do seminário foi o seu interesse em métodos e estratégias. A engenheira ambiental da Humboldt Graduate School em Berlim valoriza a possibilidade de melhorar a sua forma de fazer apresentações. "Além disso, é importante ser lembrada por outros cientistas e possíveis parceiros de cooperação", diz Letícia. "O networking é quase tão importante como a própria pesquisa." E o contato pessoal com a equipe do CsF no DAAD faz parte dele. Aída Domithilla da Fonsêca Melo, doutoranda de química na Universidade de Siegen conirma: "Agora posso atribuir um rosto aos vários endereços de e-mail, isso é muito bom." O produtivo intercâmbio continuará no futuro: o DAAD está planejando outros seminários para jovens cientistas brasileiros para os próximos anos. n FELIPE PADILHA LEITZKE Desde 2014, Felipe Padilha Leitzke faz o seu doutorado em Bonn 17 Destaques de 4 anos No Centro – Eventos 2011 n ASSINATURA DO ACORDO DE TRABALHO E WORKSHOP DE LANÇAMENTO Novembro de 2011 Ciência sem Fronteiras Alemanha: os parceiros brasileiros CAPES e CNPq, representantes de universidades alemãs e brasileiras, assim como o DAAD lançam o programa com um workshop em Bonn. 2014 2012 n LANÇAMENTO DO PORTAL DO CsF Final de 2011 O portal foi concebido para a alocação dos candidatos nas universidades alemãs. Além disso, fornece informações para bolsistas e representantes de universidades. n CeBIT Março de 2012 Brasil é país parceiro da feira de TI CeBIT. Chanceler Angela Merkel encontra a presidente brasileira e os primeiros bolsistas do CsF. O presidente da CAPES, Professor Jorge Guimarães, visita universidades e institutos alemães. No âmbito das consultas dos governos alemão e brasileiro, é assinado um acordo sobre a ampliação do ensino de alemão no Brasil. n 1º WORKSHOP PARA TUTORES Junho de 2012 n VIAGENS DE MONITORAMENTO regularmente desde 2013 Até 50 representantes de IESs alemãs se encontram anualmente em Bonn para treinamento. O DAAD visita as universidades e escolas de línguas para avaliar a sua qualidade e conhecer os bolsistas. 4º Workshop para tutores Novembro de 2014 n 1º CsF-NEWSLETTER Julho de 2014 n FEIRA VIRTUAL Setembro 2014 A newsletter é publicada duas vezes ao ano com relatórios e histórias de e sobre os bolsistas do CsF na Alemanha http://iurl.de/5LE69G3 A feira Meet Your Future University reúne mais de 1.000 bolsistas e 40 universidades e institutos de pesquisa alemães em um espaço virtual. 5º Workshop para tutores Outubro de 2015 n ASSINATURA DO MoU ALEMÃO SEM FRONTEIRAS Agosto de 2015 2013 2º CsF Joint Road Show Maio de 2014 n VISITA DO PRESIDENTE JORGE GUIMARÃES (CAPES) Maio de 2014 3º Workshop para tutores Dezembro de 2013 2º Workshop para tutores Dezembro de 2012 n 1º CsF JOINT ROAD SHOW Junho de 2013 Em um Road Show, o DAAD e outras organizações internacionais fazem promoção para a Alemanha nas universidades brasileiras. 2º CsF-Newsletter Dezembro de 2014 2015 n EVENTO INFORMATIVO PARA JOVENS EMBAIXADORES Novembro de 2014 O escritório do DAAD no Rio de Janeiro instrui ex-bolsistas do CsF que informam sobre o programa de intercâmbio em universidades brasileiras. n ENCONTRO DE BOLSISTAS EM CHEMNITZ Junho de 2013 Mais de 150 bolsistas do CsF e mais de 700 bolsistas internacionais se encontram para discutir sobre o tema do ano do DAAD "Um conceito internacional para a sustentabilidade". n PARTIDA DOS ASSISTENTES DE ENSINO Outubro de 2013 A Alemanha apoia o ensino de alemão no Brasil e envia, pela primeira vez, assistentes de ensino para universidades brasileiras (relatório p. 31). 3º CsF Joint Road Show Maio de 2015 3º CsF-Newsletter Junho de 2015 n ESCOLAS DE VERÃO DO CsF Julho/agosto de 2015 Até vinte bolsistas do CsF puderam participar em uma das quatro escolas de verão oferecidas por IESs na Alemanha. 4º CsF-Newsletter Novembro de 2014 2016 n SEMINÁRIO DE ORIENTAÇÃO (PhD) Setembro 2015 n FEIRA DE CARREIRAS Novembro de 2015 n WORKSHOP PARA PhDs EM BONN Dezembro de 2015 n FILME DO CsF Dezembro de 2015 Mais detalhes na página 17. Ex-bolsistas do CsF se encontram em São Paulo com empresas alemãs e brasileiras e se candidatam a um estágio ou ao seu primeiro emprego. Doutorandos e pós-doutorandos do programa de intercâmbio se encontram. Eles atuarão como promotores para o CsF também na área de pesquisa. Em ilmes produzidos por eles mesmos, os bolsistas do CsF mostram a sua vida na Alemanha. 19 20 No Centro – Estágios em empresas Uma cooperação muito prática Teoria e prática – universidades alemãs mantêm relações estreitas com a indústria para preparar os seus formandos para o mercado de trabalho. Isso também beneicia os bolsistas do CsF. Na Universidade de Ciências Aplicadas de WürzburgSchweinfurt (FHWS) o "ensino voltado ao mercado de trabalho" signiica muito mais que estágios obrigatórios para estudantes. "Aqui muitas aulas têm uma ligação concreta com a vida proissional", diz a Professora Elke Stadelmann, responsável por relações internacionais no departamento de ciências da engenharia na FHWS. Nos seminários de projetos, a universidade mantém uma cooperação estreita com empresas. Pequenos grupos trabalham com questões concretas da indústria da região da universidade – como por exemplo a melhoria de sistemas de armazenamento. É quase impossível criar uma proximidade maior entre o processo de aprendizagem teórico e a sua aplicação, diz a professora. "Nesses seminários, as empresas também auxiliam os estudantes e discutem as suas sugestões." hora de se candidatarem para um estágio na indústria. No curso "Internship in German Business Culture" Elke explica aos bolsistas brasileiros detalhadamente como funciona o sistema de estágios na Alemanha. Onde se candidatar, como escrever uma carta e um currículo, é preciso foto ou não? "Além disso, eu converso com cada um individualmente sobre as suas intenções e seus objetivos, veriico os documentos e dou dicas", diz Elke. Foi assim que Rômulo Andrade, que, em 2014, estudava engenharia industrial em Schweinfurt com uma bolsa do CsF, conseguiu um estágio na área de marketing e vendas da Daimler AG – na sede da Mercedes-Benz em Stuttgart. Os meses na Alemanha foram "uma das melhores experiências de minha vida" – especialmente devido ao entrelaçamento de teoria e prática. "Nós sempre trabalhávamos com exemplos concretos e veriicávamos na prática o que tínhamos aprendido. É isso que é necessário para tornar-se um bom engenheiro", diz Rômulo. Para Elke, o ensino voltado para o mercado de trabalho na Alemanha é valioso por mais um outro motivo. O Brasil também conhece o ensino voltado para o mercado de trabalho, porém: "O convívio com culturas diferentes em empresas internacionais é treinado na indústria alemã através de estágios." Para Rômulo esse é um benefício central: "Foi muito interessante aprender como soluções diferentes são criadas em grupos interculturais. Eu aprendi a solucionar problemas em um outro idioma." n Michelle Coqueiro C. Santos passou a conhecer o dia-a-dia proissional de uma gerente de ofertas na VW ENTREVISTA O estágio com futuro Os estudantes do Brasil são beneiciados por esse sistema e, além disso, são auxiliados pela FHWS na A Kärcher, líder de mercado para tecnologias de limpeza, emprega muitos estagiários internacionais. Udo Maumann, Chefe do Marketing de Pessoal, coordena os bolsistas do CsF na central em Winnenden. n Para Rômulo de Andrade, a estadia na Alemanha foi uma das melhores épocas de sua vida »Na Alemanha, esperam de mim muita iniciativa própria, que eu faça o melhor possível e que seja comunicativa apesar das barreiras linguísticas iniciais. Aceitar esse desafio me prepara para o mercado de trabalho brasileiro onde há várias empresas internacionais. « Michelle Santos estudou engenharia industrial e mecânica na Universidade de Magdeburg. A bolsista brasileira Michelle Coqueiro C. Santos que estudou engenharia industrial e mecânica na Universidade de Magdeburg também buscou um estágio numa montadora de automóveis alemã. Ela trabalhou na gestão de orçamentos da Volkswagen em Wolfsburg e aprendeu a logística complexa do abastecimento de componentes plásticos para a fabricação de automóveis. Lá ela também teve um acompanhamento próximo e útil, pôde trabalhar de forma autônoma, participar de reuniões e fazer experiências concretas. O alto reconhecimento que recebeu no seu estágio foi motivador para Michelle: "Na Alemanha, esperam de mim muita iniciativa própria, que eu faça o melhor possível e que seja comunicativa apesar das barreiras linguísticas iniciais. Aceitar esse desaio me prepara para o mercado de trabalho brasileiro onde há várias empresas internacionais." Como são organizados os estágios na Kärcher? Valorizamos um bom acompanhamento. Os estagiários aprendem muito sobre a empresa em eventos de informação e workshops. Em cada departamento eles são recebidos por um supervisor com o qual trabalham e que os acompanha durante todo o estágio. Assim, os bolsistas do CsF que já possuem uma boa formação cientíica podem mergulhar no dia-a-dia proissional e colaborar a nível prático. Por que a sua empresa trabalha com o CsF? Na nossa empresa, a diversidade é um aspecto importante, jovens cientistas internacionais são bem-vindos. Além disso, desde 1975, a Kärcher tem uma fábrica no Brasil. Por isso faz muito sentido transmitir o espírito da nossa empresa aos futuros engenheiros brasileiros. Seria ideal se os bolsistas do CsF izessem as suas teses na nossa fábrica no Brasil. De que forma que os estágios contribuem para a Kärcher? Tendo em vista a falta de mão de obra com currículo engenheiro-cientíico, a Kärcher está estabelecendo uma rede na Alemanha e no Brasil. No passado, já contratamos antigos estagiários quando percebemos que ambas partes combinavam. É uma situação vantajosa para todos, pois passamos a conhecer a pessoa e ela sabe exatamente se a Kärcher é o empregador de sua escolha. Na maioria das vezes, esse é o início de uma ótima relação de trabalho. Em geral, os nossos estagiários têm as melhores condições de encontrar um bom emprego no seu país. n UDO BAUMANN Chefe do Marketing de Pessoal 21 22 No Centro – Aprender alemão Desde as primeiras palavras até o jargão técnico Diversos cursos de alemão preparam os bolsistas do CsF intensivamente para o ensino acadêmico. Além disso, os jovens recebem um acompanhamento abrangente – isso facilita os primeiros passos na Alemanha. Quando Jürgen Kalinna, diretor da escola de idiomas "Speak and Write" em Marburg, e sua principal tutora para o programa CsF, Veronica Silva dos Santos, dão as boas-vindas a um grupo de bolsistas do Brasil, a felicidade é grande: inalmente podem se dar as mãos e abraçar-se – pois eles já se conhecem há algum tempo. "Nós nos comunicamos muito através de e-mail e das redes sociais previamente e respondemos muitas perguntas", diz a tutora brasileira responsável pelos bolsistas do CsF na "Speak and Write". n Aprender alemão com facilidade: o instituto de línguas "Speak and Write" em Marburg apoia o DAAD há mais de 20 anos Bem-vindos ao país-anitrião de língua alemã A renomada escola de línguas de Marburg trabalha com o DAAD há mais de 20 anos, e auxilia grupos de bolsistas que vêm para a Alemanha através de programas especiais. "No âmbito do CsF, o DAAD nos contrata não só para os cursos de alemão, mas também para o transfer do aeroporto, o alojamento em famílias alemãs, e um programa de atividades culturais, orientadoras e de lazer", explica o diretor. Ele e a sua equipe estão à disposição dos jovens brasileiros para auxiliálos em todas as questões – seja na hora de abrir uma conta bancária, para uma consulta médica ou perguntas pessoais. "Essa assistência abrangente é importante do ponto de vista do DAAD. Pois ela faz com que os bolsistas já tenham um bom primeiro contato com o novo idioma e o dia-a-dia no país antes de começarem as aulas", diz Juliana Brunello, que organiza cursos de línguas no DAAD. Para garantir o maior sucesso de aprendizagem, todos os institutos de línguas com os quais o DAAD trabalha estão preparados para lidar com os diferentes níveis de aprendizado dos bolsistas do CsF. Há cursos desde o ensino sistemático de alemão básico até aulas com conteúdos relacionados aos cursos universitários. Atualmente, o curso intensivo de alemão dura dois meses. Porém, os bolsistas do CsF já podem se preparar de antemão com um teste de avaliação e o curso online DUO (Deutsch-Uni Online). "Nesse curso patrocinado pelo Ministério das Relações Exteriores (AA), os bolsistas do CsF estudam e fazem exercícios online com um tutor alemão", diz Juliana. Quando começam as aulas, o estudo do idioma continua para os bolsistas: cursos de alemão e de comunicação preparatórios ou em acompanhamento na universidade inanciados pelos parceiros brasileiros CAPES e CNPq contribuem para que a experiência acadêmica na Alemanha seja um sucesso. Doutorandos e pós-doutorandos também podem se preparar para a sua estadia através dos cursos inanciados pelo Ministério das Relações Exteriores (AA). APRENDENDO ALEMÃO »O meu curso de alemão no Instituto Goethe em Göttingen foi fantástico. Eu comecei sem falar uma palavra de alemão – e depois de seis meses o domínio era aceitável. Praticamos leitura, compreensão auditiva e expressão escrita e oral. Hoje eu posso conversar com alemães e entender informações cotidianas na rua ou no trem. Isso é muito importante para a minha vida aqui, apesar de o meu doutorado ser em inglês. Kamila Tomoko Yuyama - Helmholtz-Zentrum für Infektionsforschung (HZI), Braunschweig « 23 Crescente demanda Assistentes de ensino alemães complementam o ensino de idiomas em 20 universidades brasileiras e oferecem a potenciais bolsistas do CsF uma boa preparação para o estudo na Alemanha. Com o sucesso do "Ciência sem Fronraquara durante dez meses. Das suas teiras" cresce a demanda por cursos aulas intensivas faziam parte cursos de línguas nas universidades brasileide conversação e de preparação para ras. Para fortalecer o interesse de estestes, uma oicina de redação e aulas tudantes brasileiros pela Alemanha, o sobre a história, economia, sociedade ensino de alemão também vem sendo ALEMÃO SEM FRONTEIRAS apoiado por jovens assistentes de ensiEm 2015, são quase 13.000 alunos que aprendem alemão nas universidades brasileiras, no alemães, através sendo 10.000 de outros departamentos além da germanística. No total, isso representa de um programa 34 por cento mais estudantes de alemão que em 2010. Em agosto de 2015, um novo que o DAAD desenprograma "Alemão sem Fronteiras" foi acordado entre o Brasil e a Alemanha como comvolveu para o Brasil plemento ao CsF. Ele proporcionará oportunidades para o aprendizado da língua alemã a em 2013. "Desde o partir do próximo ano, através do fornecimento de licenças online em combinação com início do programa já cursos presenciais. Além disso, testes e certiicados serão fornecidos e, em universidades enviamos 33 profesbrasileiras, serão promovidos o estabelecimento de centros de aprendizagem de línguas. sores de alemão para o Brasil", diz Julia Kracht. Ela coordena o programa de assistentes de ensino no DAAD, que é inanciado pelo DAAD juntamente com a CAPES. Os assistentes de ensino transmitem conhecimentos básicos da língua. "Além disso, os estudantes são preparados para determinados cursos universitários relevantes para os bolsistas do CsF, expandindo as ofertas de cursos também em relação ao jargão cientíico." Mais uma vantagem: os jovens assistentes de ensino alemães despertam a curiosidade sobre o seu país e respondem muitas perguntas iniciais dos alunos interessados em estudar na Alemanha. Falar – escrever – entender Lukas Reif é um desses assistentes de ensino. Logo depois de se formar, o jovem professor de alemão da Baviera se candidatou como assistente de ensino do DAAD e foi lecionar na Universidade Estadual Paulista (UNESP) em Ara- e cultura alemã. Lukas também despertou o interesse dos estudantes brasileiros pelo estudo no exterior através de diversas atividades extracurriculares – ele organizou um festival de cinema e uma semana temática sobre a literatura contemporânea alemã na universidade brasileira. Tendo em vista os potenciais bolsistas do CsF, também foi criado um curso de peças radiofônicas. "A compreensão auditiva muitas vezes é insuicientemente tratada nas aulas de alemão comuns", diz Lukas. Mas é isso que é importante para os jovens brasileiros que chegam às universidades alemãs e querem acompanhar as aulas. "Os estudantes ouviram peças radiofônicas alemãs, depois eles mesmos criaram um roteiro, juntaram sons, gravaram trechos de fala e produziram tudo sozinhos." A introdução ao idioma alemão pode ser tão diversiicada assim. 24 DAAD De mãos dadas pelo Brasil e Alemanha O escritório do DAAD no Rio de Janeiro informa e aconselha estudantes interessados, organiza eventos e estabelece contatos. A diretora Dra. Martina Schulze e o seu predecessor Christian Müller sobre a execução dessas tarefas. Como começou o CsF? CHRISTIAN MÜLLER: O programa foi inspirado pela iniciativa americana de intercâmbio de estudantes "100,000 Strong", apresentada pelo Presidente americano Barack Obama durante uma visita ao Brasil em 2011. A Presidente Dilma Rousseff decidiu lançar um programa de mobilidade semelhante para estudantes brasileiros. Pouco tempo depois, ela falou da ideia para o então presidente alemão Christian Wulff, que prometeu aceitar um grande número de estudantes brasileiros nas universidades alemãs. De que forma é que o escritório no Rio de Janeiro apoia o programa CsF? CHRISTIAN MÜLLER: O DAAD esteve envolvido desde o início. O nosso antigo Vice-Presidente, Max Huber, aconselhou Christian Wulff extensamente durante a sua visita ao Brasil, apresentando o DAAD como organização implementadora experiente e forte. MARTINA SCHULZE: Com a ajuda de 14 Jovens Embaixadores, os nossos funcionários oferecem marketing e consultoria à central alemã. Além disso, desde o início da campanha do CsF, organizamos três grandes roadshows no país inteiro. Para a organização e conteúdo, obtivemos ajuda de agências internacionais e das universidades que, assim, se apresentavam ao público. Pela primeira vez, organizamos uma feira de carreiras em novembro de 2015. Lá os jovens formados com experiência na Alemanha tiveram a oportunidade de encontrar representantes de empresas alemãs no Brasil. Quais mudanças o CsF trouxe para as relações alemãs-brasileiras? MARTINA SCHULZE: Desde o início do programa, o número de estudantes brasileiros nas universidades alemãs subiu notavelmente. Além disso, as parcerias entre as universidades quase que dobraram. A atitude diante o idioma alemão também mudou muito. Em 2014, mais de 13.000 estudantes brasileiros aprenderam alemão. São 34 por cento a mais que no último levantamento em 2010. A partir de 2016, no âmbito do programa Idiomas sem Fronteiras, o alemão será oferecido em dez universidades federais como terceiro idioma depois de inglês e francês. Como será daqui para a frente? CHRISTIAN MÜLLER: Compreendo que o DAAD e as universidades alemãs mostraram-se bastante eicientes como parceiros para o programa CsF. Os serviços de assistência e acompanhamento dos bolsistas são excelentes, o que também é valorizado pelos parceiros brasileiros. Por isso, estou coniante que a Alemanha terá novamente um papel principal na sua segunda fase, cujo peril ainda não está claro. Na comparação internacional, a Alemanha oferece excelentes condições de ensino e pesquisa a baixo custo. MARTINA SCHULZE: Na segunda fase, o foco maior deverá ser o inanciamento de estudantes de mestrado ou doutorado. Quanto às bolsas de mestrado, o foco será a qualiicação de estudantes brasileiros em programas de universidades alemãs que preparam os alunos para o ingresso no mercado de trabalho. Através do programa Idioma sem Fronteiras - alemão o DAAD também ajuda na preparação linguística de futuros bolsistas do CsF já no Brasil. JOVENS EMBAIXADORES Jovens Embaixadores são ex-bolsistas que compartilham as suas experiências depois de regressarem ao Brasil e promovem uma estadia na Alemanha. Em webinários e eventos informativos nas universidades, eles dão dicas sobre a candidatura, a escolha da universidade e a vida na Alemanha. Betina Soares, que coordena o programa do escritório do DAAD no Rio de Janeiro, os prepara para isso: »No workshop, os Embaixadores podem fazer perguntas e recebem materiais informativos para os futuros bolsistas« A equipe do Ciência sem Fronteiras na Alemanha KATHARINA RIEHLE Chefe de equipe do CsF-Alemanha » O DAAD apoia o programa CsF com uma equipe eiciente. É com grande empenho e satisfação que prestamos assistência aos bolsistas e às universidades alemãs, possibilitando a realização do programa da melhor forma possível para todas as partes. Estamos empenhados em proporcionar aos bolsistas brasileiros na Alemanha uma das melhores fases de sua vida, que inluenciará o seu futuro – tanto proissional como pessoal – de forma decisiva; para que possam ampliar o seu horizonte em todos os sentidos e tenham a oportunidade de usar as experiências adquiridas para contribuir ativamente para o futuro do seu país. « Katharina Riehle DAAD Bonn JULIA KRACHT Vice-chefe de equipe do CsF Alemanha PEDRO SOUSA CORREIA Assistência aos bolsistas FLORIAN HILLNHÜTTER KATHARINA LATSCH Responsável pelo portal CsF Assistência às universidades alemãs Alemanha que participam do programa EVA SEIFERT Programa de assistentes de ensino no Brasil DAAD Rio de Janeiro JULIANA BRUNELLO BETINA SOARES Assistência aos bolsistas Consulta e marketing 25 Daten und Fakten | Fatos e números Maschinenbau Engenharia mecânica TOP-15-Gasthochschulen in Deutschland für Undergraduates (seit Programmbeginn) TOP-15-Herkunftshochschulen der Undergraduates 15 principais universidades na Alemanha para estudantes universitários do CsF (desde o início do programa) 15 principais universidades de origem dos estudantes universitários (desde o início do programa) (seit Programmbeginn) 4.928 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 117 Universidade Estadual Paulista (UNESP) 118 Universidade Federal Fluminense (UFF) 122 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 126 Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) 127 Universidade Federal da Bahia (UFBA) 134 Universidade Federal do Paraná (UFPR) 171 Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) 143 Universidade de Brasília (UnB) 178 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 199 Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 240 (desde o início do programa) Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET - MG) 126 Número de estudantes de graduação na Alemanha Fachrichtung/ Departamento Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) 251 (seit Programmbeginn) (seit Programmbeginn) Quelle: Umfrage 2015 unter Doktoranden Fonte: Pesquisa 2015 entre os doutorandos Já se formou uma cooperação/parceria com o Brasil. Es ist eine Kooperation geplant. 27 % Há planos para uma cooperação. 30 % 80 1.577 3.271 Forschungsinstitute Institutos de pesquisa Hochschule Universidades de ciências aplicadas (FH + TH) Universität Universidades (U + TU) 241 Uni FH 136 Elektrotechnik und Informationstechnik/ Eletrotécnica e técnica de informação 161 111 Chemieingenieurwesen und Verfahrenstechnik/ Engenharia química e tecnologia de processos 132 71 Bauingenieurwesen/Engenharia civil 128 43 Wirtschaftsingenieurwesen/ Engenharia industrial 97 63 Mechatronik/ Mecatrônica 64 36 Umweltwissenschaften/ Ciências ambientais 44 15 Materialwissenschaft und Werkstofftechnik/ Ciências dos materiais 38 8 Architektur und Städtebau/ Arquitetura e urbanismo 32 18 Informatik/ Informática 27 6 Wie schätzen Sie rückblickend Ihren Studienfortschritt in Deutschland ein? Como você avalia o progresso da sua aprendizagem na Alemanha em retrospectiva? positiv / de forma positiva eher positiv / de forma relativamente positiva eher negativ / de forma relativamente negativa negativ / de forma negativa weiß nicht / não sei 55 % Quelle: Umfrage 2015 unter Studierenden nach Stipendienende Fonte: Pesquisa 2015 entre os estudantes após o término da bolsa Es hat sich bereits eine Kooperation/Partnerschaft mit Brasilien ergeben. Distribuição dos estudantes de graduação nas instituições (desde o início do programa) U 241 36 % O seu doutorado na Alemanha já contribuiu para a formação de uma cooperação entre sua IES de origem e de destino alemã? Verteilung der Undergraduates auf Institutionen FH Maschinenbau/ Engenharia mecânica 2% 1% 6% Hat Ihr Promotionsaufenthalt in Deutschland dazu beigetragen, dass sich eine Kooperation zwischen Ihrer Gast- und Ihrer Heimathochschule ergeben hat? Undergraduate 136 Anzahl der Stipendiaten/ Número de bolsistas Universidade de São Paulo (USP) 338 TU Chemnitz 101 U Erlangen-Nürnberg 123 TU Darmstadt 130 TU Kaiserslautern 128 FH Schmalkalden 133 FH Deggendorf 152 U Karlsruhe / KIT 153 U Bochum 160 U Magdeburg 154 TU Bergakademie Freiberg 177 TU Ilmenau 184 U Duisburg-Essen 184 TU Dresden 246 RWTH Aachen 218 Anzahl der Undergraduates in Deutschland TOP-10-Fächerverteilung nach Hochschultypen (2015) 10 principais áreas disciplinares por tipo de IES (2015) Quelle: Umfrage 2015 unter Studierenden nach Stipendienende Fonte: Pesquisa 2015 entre os estudantes após o término da bolsa Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 377 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Anzahl der Stipendiaten/ Número de bolsistas TU München 290 350 300 250 200 150 100 50 0 377 Würden Sie für Ihre wissenschaftliche Ausbildung erneut nach Deutschland kommen? Você voltaria novamente à Alemanha para o seu formação acadêmica? 2% 4% 19 % Es ist noch nichts Konkretes geplant, es besteht aber Interesse. 75 % Ainda não há planos concretos, mas há interesse. 43 % Quelle: Umfrage 2015 unter Studierenden nach Stipendienende Fonte: Pesquisa 2015 entre os estudantes após o término da bolsa ja/ sim eher ja / possivelmente sim eher nein / possivelmente não nein / não
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