DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE DETERGENTE

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DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE DETERGENTE
ÁREA:
CV (X)
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DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE DETERGENTE ECOLÓGICO A
PARTIR DE ÓLEO DE FRITURA
Rian Felipe de Melo Araújo (Bolsista do PIBIC/CNPq), Lívio César Cunha
Nunes (Orientador, Curso de Farmácia - UFPI)
INTRODUÇÃO:
A preservação do meio ambiente é um dos elementos mais importantes dentro da
nova concepção de sociedade, crescimento e desenvolvimento sustentável. A saúde e o bemestar do homem estão diretamente relacionados com a qualidade do meio ambiente (CELLA,
2002).
Dentre os materiais que representam riscos de poluição ambiental e, por isso,
merecem atenção especial, figuram os óleos vegetais usados em processos de fritura por
imersão. Estes óleos são larga e universalmente consumidos para a preparação de alimentos
em estabelecimentos industriais e comerciais, assim como em domicílios (BALDASSO, 2010).
Anualmente, são produzidos no Brasil milhares de toneladas de resíduos de óleos de
frituras. O descarte destas, usualmente é feito de forma indevida na rede de esgotos,
acarretando graves problemas ao meio ambiente e incalculáveis prejuízos aos cofres públicos
(FERNANDES, 2009). Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo desenvolver um
método de purificação de óleos alimentícios submetidos ao processo de fritura, utilizando uma
argila tipicamente piauiense, e empregar o produto purificado no desenvolvimento de uma
formulação de sabão líquido.
METODOLOGIAS:
Para tanto, algumas etapas foram realizadas: (i) ativação ácida e caracterização da
atapulgita; (ii) desenvolvimento do método de purificação do óleo seguido da determinação das
características físico-químicas do mesmo; (iii) desenvolvimento do sabão líquido a partir do
óleo purificado e controle de qualidade do produto obtido.
Para a caracterização da atapulgita, submeteu-se a argila após ativação a análises
por meio das técnicas: difração de raios-X (DRX), espectroscopia no infravermelho com
transformada de Fourier (IV-TF), termogravimetria (TG), e análise da área superficial e
tamanho de poros através do método BET.
Realizou-se um planejamento fatorial para determinar quais os parâmetros melhor
influenciam na adsorção das impurezas à atapulgita, durante os ensaios de purificação do óleo
de fritura obtido no restaurante universitário (RU).
Realizou-se também ensaios de purificação, utilizando os melhores parâmetros
determinados pela análise fatorial e em seguida determinou-se os índices de acidez, iodo,
saponificação e teor de umidade dos óleos de fritura, purificado e virgem. Assim como, foram
caracterizadas suas composições químicas através das técnicas de cromatografia gasosa (CG)
e espectrofotometria UV-Vis.
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Por fim, desenvolveu-se uma formulação de sabão líquido a partir do óleo purificado e
realizou-se os devidos testes de controle de qualidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Através dos resultados da caracterização da atapulgita foi possível constatar que a
argila teve sua capacidade adsortiva aumentada em cerca de 100 vezes com o processo de
ativação ácida (Tabela 1), sem modificação de sua estrutura básica.
Tabela 1: BET das atapulgitas natural e ativada.
AMOSTRAS
ÁREA SUPERFICIAL (m²/g)
Atapulgita Natural
120,01
Atapulgita Ativada
1460,5
Os ensaios de purificação do óleo de fritura conduzidos com a atapulgita ativada
demonstraram ser efetivos na melhora das características físico-químicas, com destaque ao
clareamento do óleo (Figura 1). Além disso, a purificação prévia realizada permitiu a obtenção
de um óleo mais limpo, sem odores desagradáveis e com índices de saponificação, iodo e
acidez compatíveis ao óleo virgem.
. Figura 1: Demonstração visual da efetividade do tratamento de purificação do óleo de fritura.
À esquerda: óleo de fritura. À direita: Óleo Purificado.
As características organolépticas ajudam a determinar os parâmetros de aceitação do
produto pelo consumidor. Durante as análises foram observados o aspecto, a cor e odor. Como
é desejável manter as características naturais das amostras, não foram adicionadas corantes
ou aromas para modificar a cor e odor originais. As amostras da formulação foram analisadas
pela mesma pessoa durante o período de avaliação, para evitar erros de manipulador.
Na produção de sabão líquido, o método escolhido consistiu na adição do hidróxido
de sódio, juntamente com o álcool etílico diluído para que a reação de saponificação ocorresse.
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A adição de cloreto de sódio, pouco antes do final da agitação, permitiu um melhor controle da
viscosidade. Obteve-se assim, um sabão líquido de qualidade comprovada.
Os maiores problemas observados no desenvolvimento de sabões a partir do óleo de
fritura é a permanência do odor característico de ranço e o aspecto oleoso. No entanto, como
pode ser observado na Figura 2, o sabão obtido a partir do óleo purificado apresenta-se líquido
com odor normal e cor amarelada translúcida, não se distanciando dos padrões existentes no
mercado.
Figura 2: Aspecto visual do sabão líquido desenvolvido a partir de óleo purificado com argila
piauiense.
CONCLUSÃO:
Logo, ao se desenvolver um sabão líquido a partir deste óleo purificado, observou-se
a obtenção de um produto de qualidade atestada, livre de qualquer odor ou coloração
desagradável.
REFERÊNCIAS:
BALDASSO, E.; PARADELA, A. L.; HUSSAR, G. J. Reaproveitamento do Óleo de Fritura na
Fabricação de Sabão. Revista Oficial de Engenharia Ambiental, v. 7, n. 1, 2010.
CELLA, R. C. F.; REGITANO-D'ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. F. Comportamento do óleo de
soja refinado utilizado em fritura por imersão com alimentos de origem vegetal. Ciências da
Tecnologia dos Alimentos, v. 22, n. 2, 2002.
FERNANDES, P. C. A. Produção de sabão líquido a partir de óleo alimentar usado. 2009.
Dissertação (Mestrado Integrado em Engenharia Química) – Departamento de Engenharia
Química, Universidade do Porto, Porto, 2009.
PALAVRAS-CHAVE: Atapulgita; Óleo de fritura; Óleo purificado; Sabão Líquido.