Bizantina
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Bizantina
ARTE BIZANTINA Criação: Ana Cláudia B.Sanches Bizâncio Bizâncio - cidade da Grécia Antiga, fundada por colonos gregos de Megara, em 667 a.C., que recebeu o nome do rei, Bizas ou Bizante. Em 313, o imperador Constantino converteu-se ao cristianismo e autorizou seu culto. Em 330 o Imperador Constantino fundou a cidade de Constantinopla , e tornou-se a capital do Império Romano (330–395) Este expandiu-se e em 391 o imperador Teodósio tornou-o a religião oficial do Império. Surgimento dos templos cristãos – basílicas de características romanas. Em 395 a.C. o imperador Teodósio divide o Império em: 1.Império Romano do Ocidente com capital em Roma 2.Império Romano do Oriente com capital em Constantinopla conhecido como Império Bizantino e alcançou seu apogeu político e cultural durante governo do Imperador Justiniano, que reinou de 527 a 565. A arte Bizantina se desenvolveu ao longo de mais de 1.000 anos e se caracterizou por: • misturar o classicismo grego e a arte romana com a tendência oriental a alegoria, e por predomínio dos ritos cristãos. Criação: Ana Cláudia B.Sanches Bizâncio Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Cristã primitiva O início do cristianismo foi marcado por perseguições aos cristãos. Os primeiros cristãos enterravam seus mártires em galerias subterrâneas, as catacumbas. Nas paredes e tetos, foram registradas as primeiras manifestações da pintura cristã. Antes do século II, o cristianismo era uma religião das classes mais baixas, a falta de arte sobrevivente pode refletir uma falta de recursos para patrociná-la. • Pintura tosca e simples REALIZADA POR HOMENS DO POVO • Símbolos cristãos A cruz – sacrifício A palma - martírio Âncora – salvação • Peixe (preferido): do grego ICHTYS: Iesous Christos, Theou Yios = Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador Cenas do Antigo Testamento e do Novo Testamento Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Cristã primitiva Catacumbas de Santa Priscila Roma séc.II - Maria e o Menino Catacumbas de Santa Priscila Roma séc.II - O Bom Pastor Catacumbas de São Pedro e São Marcelino – Roma - Adão e Eva Imagem mais antiga preservada de Maria. O afresco, mostra a Virgem com o Menino de joelhos na frente de um profeta (talvez Balaão ou Isaías), que aponta para uma estrela para se referir a previsão messiânica. Inscrições devocionais – Catacumba de São Sebastião em Roma Cristo de barba Catacumba de Comodila Afresco do Pão e Peixe Eucarísticos Catacumba de São Calisto Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Cristã primitiva Catacumba de Santa Priscila Catacumba de Priscila Cemitério vertical Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina Cristã O esplendor da arte Bizantina coincidiu historicamente com a oficialização do cristianismo. Então, a arte simples e primitiva foi substituída por uma arte cristã de caráter majestoso, que exprime poder e riqueza. Objetivo: Expressar a autoridade absoluta e sagrada do imperador, representante de Deus, com poderes temporais e espirituais. Uma série de convenções foi estabelecida – como na arte egípcia. • Frontalidade: o Postura rígida: leva o observador a uma atitude de respeito e veneração o O artista mostra respeito pelo observador, que vê nos soberanos e nas figuras sagradas seus senhores. • Lugar de cada personagem sagrada na composição. • Como seriam os gestos das mãos, os pés, as dobras das roupas e os símbolos. • Tudo era previamente determinado • Personalidades oficiais eram representadas na mesma característica, sugerindo ser personagens sagradas. Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina em Ravena, Itália Monumento fúnebre paleocristão (arte do início do período bizantino) pertencente a Igreja Católica. Planta em forma de cruz e sua característica essencial é um cubo por cima cúpula central. Há três sarcófagos, um em cada extremidade dos braços da cruz com exceção da entrada. Por fora a estrutura é pequena, simples, em tijolos cozidos. Mausoléu da imperatriz Gala Placídia Séc.V Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina em Ravena Interior do Mausoléu da imperatriz Gala Placídia, Séc.V Paredes internas ricamente decoradas com mosaicos que representam cenas e personagens da religião cristã. Mosaico "O Bom Pastor" sobre a porta de entrada Cúpula com mosaicos que simulam um céu estrelado Flores estilizadas com círculos concêntricos. Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina em Ravena, Itália Formato octogonal. Obras que expressam o compromisso da arte bizantina com o império e a religião. Basílica de São Vital Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina em Ravena, Itália Corte do Imperador Justiniano. Mosaico encomendado em 574 depois que seu exército libertou a cidade italiana dos visigodos. O imperador é representado como um santo (auréola) e uma vasilha de ouro para distribuir os pães da Comunhão, enquanto celebra a missa ao lado dos membros do clérigo e do seu exército. Unindo igreja, Estado e o povo, o mosaico serviu como poderosa propaganda para o imperador, que tentava conquistar o coração e a mente daqueles sob seu domínio. Os visigodos foram um de dois ramos em que se dividiram os godos, um povo germânico originário do leste europeu, sendo o outro os ostrogodos. Ambos pontuaram entre os bárbaros que penetraram o Império Romano tardio no período das migrações. Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina em Ravena, Itália Imperador Justiniano Com auréola Igreja de San Vital, Ravena Teodora, esposa do Imperador Justiniano Igreja de San Vital, Ravena Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina em Ravena, Itália Planta octogonal - a combinação perfeita de arcos, colunas e capitéis fornece os elementos de uma arquitetura adequada para apoiar mármores e mosaicos. Basílica de San Vitale Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina em Ravena, Itália Jesus em majestade. Basílica de San Vitale Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte que expressa riqueza e poder Basílica de San Apollinare Nuovo Ravena, Itália Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte que expressa riqueza e poder Observa-se uma procissão de santos e apóstolos aproximando-se de Cristo com a mesma solenidade dedicada, na vida real, ao imperador nas cerimônias da corte. Procissão dos Mártires c.500-526 Basílica de San Apollinare Nuovo Ravena, Itália Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte que expressa riqueza e poder Cristo com seus anjos Basílica de San Apollinare Nuovo Ravena, Itália Maria com Jesus Basílica de San Apollinare Nuovo Ravena, Itália Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina – Templo de Santa Sofia -Constantinopla Construído entre 532 e 537 para ser a catedral de Constantinopla. Convertida em catedral católica romana - 1204 e 1261,. Mesquita - 1453 e 1931 Museu em 1 de fevereiro de 1935. Os sinos, o altar, a iconóstase e os vasos sagrados foram removidos e diversos mosaicos foram cobertos por emplastro. Diversas características islâmicas foram adicionados e serviu como modelo para diversas mesquitas otomanas. Seu tamanho: uma amostra imponente da capital do Império. Objetivo: em termos arquitetônicos, era inspirar no cristão a sensação de proximidade com Deus. Desafio estrutural do projeto: suportar um imenso domo circular sobre uma base quadrada (4 colunas sobre essas, 4 arcos. É considerada a compendio da arquitetura bizantina e é tida como tendo "mudado a história da arquitetura". Como arquitetos, Justiniano escolheu os gregos Isidoro de Mileto (físico) e Artêmio de Trales, matemático. Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina – Templo de Santa Sofia -Constantinopla Com uma luz inundando o ambiente por 40 janelas, o domo parecia flutuar sobre a nave. Segue o plano de uma cruz grega e era destinada ao túmulo da mãe do papa Pascoal I, Teodora. Criação: Ana Cláudia B.Sanches Características da Arte Bizantina 1. Uso deliberado da cor. 2. Cores com capacidade de refletir a luz. A luz entrava pelas janelas nos andares mais altos e era direcionada para os mosaicos de vidro e cacos de cerâmica coloridos e dourados refletivos. Esses mosaicos recobriam as paredes e o chão capturando e difundindo a luz, criando um efeito tremeluzente (brilhar, cintilar) e apropriadamente místico. Exemplo: Capela de São Zenão - Roma Imagem de um Cristo jovial em delicado gesto de benção. A glória de Cristo é representada com o vermelho púrpurta, a cor das vestes imperiais (ligação entre Cristo e o imperador), ao passo que o azul expressa o céu e o paraíso além dele. Tesselas de ouro pretendiam iluminar as imagens “de dentro pra fora” e eram usadas para criar efeitos de ilusão óptica. Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina - capela de São Zenão - Roma Uma imagem de Cristo, apenas o rosto e os ombros, com auréola redonda, está no ápice da abóbada, sustentada por quatro anjos que parecem crescer das colunas de apoio à cúpula. Os personagens pareciam se afastar do fundo dourado e se aproximar do expectador. Imagens de apóstolos de Cristo. Assista o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=S8hJ9qoOKcc Criação: Ana Cláudia B.Sanches Características da Arte Bizantina 3. Rígido senso de ordem. 4. Matemática, a teoria dos números e a geometria abstrata eram reverenciadas como a mais elevada das ciências, e muitos artistas tinham conhecimento prático de geometria e proporções. Exemplo de simetria matemática. • • • • • Tríptico Borradaile Séc X – marfim (uma das riquezas mais cobiçadas vindo da África oriental, pelo Egito) 27 x 15,5 cm Cristo na cruz Dois anjos pairam ao lado da cabeça Dois arcanjos, Miguel e Gabriel, no alto de cada painel lateral Virgem Maria e São João Evangelista lado a lado, sob Cristo. Quatro pares de santos equilibram os painéis laterais. Acredita-se que essa harmonia exata fosse capaz de reconciliar e integrar as tensões da teologia cristã, como aquelas que envolviam a Trindade. Simetria e harmonia acalmavam o espírito atormentado e a matemática dava a isso uma forma racional e inteligente, assim como a própria obra de arte continha uma representação visível, tangível e acessível do espírito. Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina – além do mosaico... Ícones Objetivo criar uma ligação entre o humano e o divino, permitindo que o espectador se comunicasse diretamente com os personagens sagrados representados. Originário da arte archeiropoita, imagens criadas não por mãos humanas, e sim por intervenção divina. O termo originalmente se referia à imagem do rosto de Cristo preservado no manto de linho, e que se tornou o protótipo de todos os ícones seguintes. Esses ícones “milagrosos” eram venerados em Bizâncio e usados na liturgia. Produzidos em várias regiões da Europa oriental, geralmente consistiam em painéis pintados com uma imagem de Cristo, da Virgem ou outra entidade sagrada. Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina – além do mosaico... Ilustra um tratado escrito por John Klimakos, um monge cristão. Tratado: inspirado pela história de Jacó do livro do Gênesis. No sonho, Jacó viu uma escada que ia da Terra ao Céu e pela qual os anjos subiam e desciam. Nesse reverenciado guia espiritual, John Klimakos descreve os 30 passos da evolução espiritual que conduzem à salvação. A principal metáfora do texto: os 30 degraus da escada correspondem aos 30 passos do desenvolvimento espiritual por eles descritos. Visualmente, a escada cria uma linha diagonal que passa pelo centro do ícone, dividindo-o em duas partes iguais. Ao olhar para cima ou para baixo enquanto o monge sobe a escada, guiado por São João, o espectador é confrontado com vários aspectos do céu e inferno, da salvação e da danação, da virtude e do pecado. Os monges aspiram alcançar a imagem de Cristo, que os aguarda com um gesto de boas-vindas no alto da escada, agindo como um guia do paraíso para aqueles que completarem a jornada com sucesso. A entrada dessas pessoas no reino de Deus não é garantida; no caminho, demônios puxam aquelas cuja a fé é abalada e as carregam para o inferno. Exemplo de senso rígido de hierarquia Ícone A escada da ascensão divina Fim do séc. XII Autor desconhecido Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina, Sinai, Egito. Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina – além do mosaico... 1. Encorajamento espiritual Fundo dourado; anjos usando trajes cerimoniais e com auréolas repete o gesto de prece dos monges na escada. O sorriso benevolente se espalha sobre o espetáculo; e eles estão rezando pelo sucesso dos monges que sobem a escada. 2. Líderes John Klimakos de veste preta, o autor do tratado. De branco bispo Antonios. Os 2 completaram a jornada espiritual e querem inspirar aqueles que seguem seus passos. 3. Recepção Divina Cristo recebe os bem-sucedidos homens de fé que se aproximam do paraíso. Suas vestes são belas (como dos anjos) e de cores vivas, contrastando com os tons sombrios dos trajes dos personagens demoníacos que causam a destruição abaixo Dele. 4. Agentes de Lúcifer Nove figuras aladas se esforçam para atirar flechas, lanças e puxar os monges vacilantes para o Inferno. Esses elementos são um lembrete vivido do terrível destino que aguarda aqueles que abandonaram a fé ou que não conseguem alcançar as virtudes descritas no tratado de Klimakos. 5. Aguardando a vez deles No canto oposto aos anjos, à direita, um grupo de monges terrenos observa seus colegas. As mãos sugerem bênçãos e súplicas, abençoando aqueles que estão subindo a escada enquanto se preparam para passar pelo mesmo processo. 6. Boca do inferno Monges que sucumbem à tentação e, assim, ficam vulneráveis diante dos personagens de preto e são jogados na horrível boca do inferno. Seu destino é desconhecido, o que deixa o homem de fé livre para mergulhar em seus próprios medos e imaginar quais seriam seus próprios castigos. Exemplo de senso rígido de hierarquia Ícone A escada da ascensão divina Fim do séc. XII Autor desconhecido Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina, Sinai, Egito. 1 3 2 4 5 6 Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina – além do mosaico... ÍCONES Encontrados também em oratórios familiares. Cenni di Petro (Giovanni) Cimabue (c.1240 – 1302) Pintor florentino e criador de mosaicos. Popular por ter descoberto Giotto e ser considerado o último grande pintor italiano a seguir a tradição bizantina. Giovanni se afasta das regras estabelecidas em direção ao naturalismo, que foi mostrado com mais detalhes nas pinturas de Giotto, seu pupilo. Personagens de expressões mais delicadas e gestos mais naturais do que de seus predecessores. Depois da queda de Constantinopla, em 1453, a Rússia transformou-se na herdeira da civilização bizantina.. A virgem e o menino entronado c. 1280 – 1285 Giovanni Cimabue Têmpera sobre painel 385 x 223 cm Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina – além do mosaico... Os personagens da arte russa se tornaram mais alongados e finos e o conteúdo das imagens adquiriu emotividade. Os ícones russos são uma lembrança de como a arte bizantina foi uma aliada poderosa da doutrina e da pratica cristã. Novgorod, escola que deu continuidade à tradição bizantina, introduziu o uso de cores mais brilhantes e formas mais planas. Os ícones também eram feitos com outros materiais além de madeira e tinta, como marfim, mármore, metal, mosaico e tapeçaria. Ícone de São Nicolau Fim do séc XIII – início séc XIV Têmpera sobre painel 108 x 79,5 cm São Floro, São Jaime, São Lauro, ícone russo de Novgorod Criação: Ana Cláudia B.Sanches No Brasil Catedral Metropolotana Ortodoxa, Paraíso, São Paulo Uma “réplica” da Basílica de Santa Sofia. 1934 - 1939 Criação: Ana Cláudia B.Sanches No Brasil Catedral Metropolotana Ortodoxa, Paraíso, São Paulo O iconoclástico – painel com os ícones – considerado o mais belo da América Latina. Criação: Ana Cláudia B.Sanches Arte Bizantina No decorrer da Idade Média, Constantinopla foi a maior e mais rica cidade da Europa. Depois da morte do Imperador Justiniano, em 565, aumentaram as dificuldades políticas para que o Oriente e o Ocidente se mantivessem unidos. O império bizantino sofreu períodos de declínio cultural e político, mas conseguiu sobreviver até o fim da Idade Média. Após a tomada pelos turcos se tornou a capital do Império Otomano (1453–1922) Em 1930 seu nome foi mudado novamente, e passou a se chamar Istambul. Criação: Ana Cláudia B.Sanches
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