Gerência de Monitoramento e Avaliação | GMA MONITORAMENTO
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Gerência de Monitoramento e Avaliação | GMA MONITORAMENTO
2013 MONITORAMENTO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL RELATÓRIO MUNICIPAL DE TUPANATINGA Gerência de Monitoramento e Avaliação | GMA 1 Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos |SEDSDH Eduardo Henrique Accioly Campos Governador do Estado João Lyra Vice-Governador do Estado Laura Mota Gomes Secretária de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos Clodoaldo Silva Secretário Executivo de Coordenação de Gestão Ana Célia Cabral de Farias Secretária Executiva de Desenvolvimento e Assistência Social Mariana de Andrade Lima Suassuna Superintendente das ações de segurança Alimentar e Nutricional Paula Vanusa de Santana Tavares Oliveira Gerente de Planejamento, Projetos e Capacitação Ingrid Vier Gerente de Monitoramento e Avaliação Fernanda Shelly Rodrigues F. da Silva Gerente do Fundo Estadual da Assistência Social Joelson Rodrigues Reis e Silva Gerente do Sistema Único de assistência Social – SUAS Rafaella Viana Gerente das Ações da Proteção Social Básica Rafael West Gerente das Ações da Proteção Social Especial de Alta Complexidade Lioniza Severina dos Santos Gerente das Ações da Proteção Social Especial de Média Complexidade Centro de Desenvolvimento e Cidadania | CDC Ana Nery dos Santos Melo - Presidente Roberta Clarissa Barbosa - Técnica Administrativa Adriana Santos - Técnica Administrativa Equipe Técnica Katharyna Assunção Coordenadora administrativo-Financeira Creusa Melo Coordenadora de Estudos e Pesquisas Maria José Diniz Coordenadora de Monitoramento Bruno Albuquerque - Técnico de TI Vinícius Souto Maior - Estatístico Flávio Leandro Alves dos Santos - Estatístico Técnicos Administrativos Carlos Gomes Marco Aurélio Dantas Técnicos de Estudos e Pesquisas Jadeildo Rodrigues da Silva Raquel da Cruz Fonsêca Marta G. Almeida de Queiroz Shirley Samico Técnicos de Monitoramento Ana Paula Santiago Danielle Rafael de Souza Fátima Maria Ferreira Barbosa Francisco Godoy Laila Talita da Conceição Costa Nayana Henrique Amâncio Paula Felipe da Silva RebekaNylkare Marques Roberta Eleonora Souza Leão Rosilene Mota Sandro Santos da Cunha Waylla Gonçalves de Sousa Wivian Araújo Motoristas Antônio Saraiva Diozane Cabral Francisco Pires Lima João Marcelo de Oliveira José Jorge da Silva Severino Pantaleão Câmara SUMÁRIO 1. 2. 3. NOTAS INTRODUTÓRIAS ...................................................................................... 5 ASPECTOS GERAIS | TUPANATINGA ................................................................. 6 GESTÃO DA POLÍTICA ............................................................................................ 8 3.1. PLANO, FUNDO E CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. ..................... 8 3.2 MONITORAMENTO E VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL........................................... 10 4. CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL |CMAS........................ 11 4.1. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO CMAS DE TUPANATINGA. .............................. 11 4.2. INFRAESTRUTURA E DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO. ............................................. 14 4.3. CONTROLE SOCIAL ............................................................................................................ 14 5. CAPACIDADE INSTALADA DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL .... 16 5.1. PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA | PSB ................................................................................... 16 5.1.1. Centro de Referência da Assistência Social | CRAS .................................................. 17 5.1.2. Benefícios Eventuais ................................................................................................. 22 5.1.3. Benefício de Prestação Continuada | BPC ................................................................. 23 5.2. PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL | PSE ................................................................................ 26 5.2.1 Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS).......................... 28 6. GESTÃO DO TRABALHO NO MUNICÍPIO DE TUPANATINGA. ................ 32 6.1. COMPOSIÇÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS RECURSOS HUMANOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL. ................................................................................................................... 32 6.2. CONDIÇÕES DE TRABALHO NO ÂMBITO DO SUAS ..................................................... 34 6.3. CAPACITAÇÃO CONTINUADA/FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. ...... 36 7. CONSIDERAÇÕES / RECOMENDAÇÕES. ......................................................... 38 7.1. GESTÃO DA POLÍTICA ........................................................................................................ 38 7.2. CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. ..................................................... 39 7.3. CAPACIDADE INSTALADA DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO. ...... 41 GESTÃO DO TRABALHO .................................................................................................... 42 7.4. REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 43 APÊNDICES ...................................................................................................................... 45 APÊNDICE A – SUGESTÕES DE TEMAS PARA AS PRÓXIMAS CAPACITAÇÕES COM TÉCNICOS (AS) DO CRAS E CREAS DO MUNICÍPIO DE TUPANATINGA. .................................................................................................................46 3 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Características Populacionais do Município de Tupanatinga. ................................ 6 Tabela 2: Quantitativo de famílias no CADÚNICO e PBF .................................................. 7 Tabela 3: Quantitativo de beneficiários no BPC de Tupanatinga. ......................................... 7 Tabela 4: Fundo Municipal de Assistência Social de Tupanatinga em 2013. ......................... 9 Tabela 5: Conselho Municipal de Tupanatinga. ..................................................................... 10 Tabela 6: Rede de Conselhos existentes em Tupanatinga. .................................................... 10 Tabela 7: Gestão do Conselho em Tupanatinga. .................................................................... 13 Tabela 8: Relação do CMAS com IGDSUAS e IGD Bolsa Família no município Tupanatinga. ............................................................................................................................ 14 Tabela 9: Freqüência das ações desenvolvidas pelo CMAS de Tupanatinga ....................... 15 Tabela 10: Situações predominantes no atendimento do CRAS de Tupanatinga ................ 18 Tabela 11: Ações do Órgão Gestor do BPC em Tupanatinga .................................................24 Tabela 12: Informações fornecidas pelo governo federal ao município ................................. 25 Tabela 13: Articulações do Órgão Gestor do BPC no município de Tupanatinga ................26 Tabela 14: Rede de PSE existentes em Tupanatinga. ............................................................. 27 Tabela 15: Planejamento das ações do CREAS. ......................................................................28 Tabela 16: Principais formas de acesso dos usuários no CREAS. .......................................... 30 Tabela 17: violações de direitos predominantes no atendimento do CREAS de Tupanatinga. ............................................................................................................................ 30 Tabela 18: Atividades desenvolvidas no CREAS de Tupanatinga. ....................................... 31 Tabela 19: Composição dos recursos humanos da Assistência Social em Tupanatinga. ...... 33 Tabela 20: Formação profissional da Assistência Social em Tupanatinga. ........................... 34 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Rede de PSB em Tupanatinga. ............................................................................... 16 Quadro 2: Atividades e ações realizadas nos CRAS de Tupanatinga ................................... 18 Quadro 3: Encaminhamentos realizados pelos CRAS de Tupanatinga ................................20 Quadro 4: Articulações estabelecidas no CRAS de Tupanatinga.......................................... 21 Quadro 5: Espaços físicos dos equipamentos sociais em Tupanatinga. ................................ 35 Quadro 6: Equipamentos e materiais existentes nos equipamentos sociais de Tupanatinga. ................................................................................................................................................... 36 4 1. NOTAS INTRODUTÓRIAS monitoramento da Política de Assistência Social está previsto na NOB/SUAS-2012 e demais Documentos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) como responsabilidade que deve ser compartilhada entre todos os entes federados. É uma exigência a ser cumprida pela União, Estados e Municípios e se justifica pela necessidade do acompanhamento contínuo pela esfera governamental. Cada ente governamental se compromete com a Política no momento em que adere ou se habilita a qualquer um dos níveis da gestão do SUAS. O Estado de Pernambuco vem cumprindo com o seu papel de indutor da Política e reconhecendo a importância do acompanhamento das ações desenvolvidas em seu território. O monitoramento é realizado anualmente em todos os municípios do Estado, onde se visita cada um dos equipamentos, programas e projetos em execução no âmbito do SUAS, mesmo aqueles que não têm convênio direto com o estado, mas que guardam relação direta com o MDS, a quem o Estado deve prestar informações quando solicitados. O objetivo do monitoramento da Política de Assistência Social, de um modo geral, está em verificar as condições do seu funcionamento nos Municípios, a fim de contribuir com o alcance dos seus objetivos e metas. O intuito é conhecer para planejar, redirecionar e intensificar as melhorias necessárias para o bom funcionamento do SUAS. Neste sentido, os resultados do monitoramento apresentados a seguir, particularizam a realidade do município em questão, dimensionando, sobretudo, a capacidade instalada da Política de Assistência Social no município, destacando aspectos primordiais ao campo da gestão da política como, por exemplo: a existência de Conselho, Plano e Fundo; as modalidades de financiamentos disponíveis; a realização de ações de Monitoramento e Avaliação; e a implantação da Vigilância Social como elementos essenciais à gestão descentralizada do SUAS. As informações relativas ao município de Tupanatinga, discutidas neste relatório, são produto dos dados colhidos no mês de fevereiro de 2013, a partir da visita à gestão municipal e ao conselho de assistência social, além dos equipamentos e programas existentes no município. Foram aplicados 06 questionários como estava previsto no planejamento das visitas. A análise foi realizada no intuito de caracterizar a rede de proteção básica e especial possibilitando, desta maneira, considerações e recomendações acerca da integralização das ações de proteção, maior objetivo da política de assistência social no território. O 5 2. ASPECTOS GERAIS | TUPANATINGA Tabela 1: Características Populacionais do Município de Tupanatinga. O município de Tupanatinga está localizado na região de desenvolvimento do Agreste Meridional em Pernambuco, possui extensão territorial de 795, 638 km2 e conta com uma população total de 24.425 habitantes. Destes, 8.534 encontram-se na área urbana enquanto que, 15.891 da população residem na área rural (IBGE/CENSO 2010). Além disso, o município encontra-se habilitado na Gestão básica do Sistema Único da Assistência Social- SUAS1. Na tabela acima são destacados aspectos populacionais do referido município, onde se podem ressaltar os dados da população extremamente pobre (com renda per capita até 70,00 reais), que no município chega a 11.289 pessoas. Destas, 23,3% (2.626) estão localizadas na zona urbana enquanto 76,7% (8.663) residem na zona rural. Do total de pessoas em situação de extrema pobreza, 30,9% (3.484) estão na faixa etária de 5 a 14 anos, ou seja, população esta, que precisa de ações, programas e projetos específicos, para a formação da cidadania, desenvolvimento do protagonismo e garantia de direitos socioassistenciais. Pode-se então dizer que há no município um grande número da população com níveis de renda que a caracteriza como público-alvo prioritário da política de assistência social (já que se encontra com ganhos muito abaixo de ¼ de salário mínimo, faixa de renda exigida para acessar os diversos serviços de assistência social). Tal dado é um indicativo da necessidade de acesso desta população a programas e serviços que viabilizem seu acesso a políticas e direitos sociais, tendo como 1 Nível em que o município assume a gestão e a organização da proteção social básica na Assistência Social, devendo o gestor prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e da oferta de programas, projetos e serviços socioassistenciais que fortaleçam vínculos familiares e comunitários que promovam os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e transferência de renda e que vigiem direitos violados no território (PNAS/2004). 6 complementação as estratégias de transferência de renda, que não enfrentam a pobreza de forma isolada. Tabela 2: Quantitativo de famílias no CADÚNICO e PBF A tabela ao lado mostra o universo de famílias cadastradas no Cadastro Único e das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família – PBF, trazendo um comparativo do período 2010 - 2012. Os dados revelam que houve crescimento, tanto de famílias inscritas no Cadúnico quanto das famílias beneficiárias do PBF nos anos mencionados. O aumento foi de, aproximadamente, 10,7% no período de dois anos para o Cadúnico e de 28,5 % para o PBF. Em 2010, eram 4.614 famílias cadastradas no Cadúnico, já em 2012 esse número chegou a 5.108. No que se refere ao PBF, em 2010 o município possuía 3.044 famílias beneficiárias, tendo um salto para 3.911 em 2012. Apesar da ampliação do acesso da população ao PBF, o que se observa ao se articularem esses dados é que o município apresenta a necessidade de expansão do Programa no território, a fim de dar cobertura aquelas famílias que já foram identificadas como público em extrema pobreza. Considerando, sobretudo, a importância de se investir em políticas sociais estruturantes, como educação e trabalho, e de potencialização da Assistência Social. A esse respeito, cabe destacar que a pobreza é um fenômeno que apresenta múltiplas determinações e desdobramentos, exigindo respostas articuladas a essa multiplicidade. Tabela 3: Quantitativo de beneficiários no BPC de Tupanatinga No que se refere ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), até o mês de dezembro de 2012, o município de Tupanatinga possuía um total de 339 beneficiários. Destes, apenas 80 (23,6%) são idosos enquanto 259 (76,4%) são pessoas com algum tipo de deficiência. Cabe salientar, que a tabela mostra o total de (259) beneficiários deficientes, quantitativo maior que os beneficiários idosos (80). Dado relevante para o município, oferecer serviços e programas para as proteções desse público. Apresenta-se para o município o desafio da realização de diagnóstico mais aprofundado para identificação real deste público e das suas maiores demandas. 7 3. GESTÃO DA POLÍTICA 3.1. Plano, Fundo e Conselho Municipal de Assistência Social. N a perspectiva da consolidação de um sistema único no âmbito da Assistência Social, os instrumentos regulatórios dessa política2, consideram o Plano, o Fundo e o Conselho Municipal de Assistência Social, elementos fundamentais na gestão da Política de Assistência Social. Dessa forma, a existência desses três elementos constitui um pré-requisito para que os municípios realizem adesão a algum dos níveis de gestão do SUAS. No que se refere à realidade de Tupanatinga, o monitoramento 2013 identificou o cumprimento deste requisito da Política, constatando a existência do Plano, sendo o mesmo atualizado anualmente e aprovado no CMAS, atendendo assim, tanto às indicações das normativas nacionais da Assistência Social, quanto à sua Política Estadual (PEAS, 2008). No âmbito dos recursos disponibilizados para a Assistência Social em Tupanatinga, os dados mostram que este município declarou possuir financiamento da esfera federal, municipal e estadual. Já quando se trata do Fundo de Assistência Social, as informações colhidas em campo apontam para o cumprimento de importantes diretrizes do âmbito do financiamento da Assistência Social. Entre elas: a existência de Fundo Municipal de Assistência Social, sendo o mesmo criado por lei e possuidor de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) próprio. (Ver tabela abaixo) Ainda na perspectiva de avaliação da organização do Fundo Municipal da Assistência Social de Tupanatinga, outro aspecto encontrado constitui o fato de sua gestão ser realizada pela própria secretaria municipal de Assistência Social. Este dado é relevante, uma vez que é o órgão gestor da política aquele de quem se espera maior domínio sobre a realidade local e sobre as demandas de sua população, pois, lida cotidianamente com esses elementos. Nesse sentido, deposita-se nesse órgão municipal maior capacidade de gestão dos recursos da Assistência Social, de sua aplicação nas ações que potencializem a efetividade desse direito social no território. 2 LOAS (1993), a PNAS (2004) e a NOB/SUAS (2012), entre outros. 8 Tabela 4: Fundo Municipal de Assistência Social de Tupanatinga em 2013. Fundo Municipal de Assistência Social O município possui o Fundo com CNPJ do FMAS • • • • FMAS instituído por Lei Todos os serviços socioassistenciais são custeados com recursos próprios do município e são registrados no FMAS A própria Secretaria de Assistência toma as decisões do FMAS A frequência do Relatório de execução dos recursos do FMAS é apresentada trimestralmente ao Conselho Municipal de Assistência Social Fonte: PMAPAS/2013 Feitas essas considerações, cabe finalmente afirmar que tanto o Plano quanto o Fundo Municipal de Assistência Social, articulam-se diretamente a outro mecanismo dessa política que também comparece como item obrigatório para a adesão dos municípios a algum dos seus níveis de gestão: o Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS). Vale salientar a obrigatoriedade da implantação desse Conselho no município, o qual tem como principais atribuições zelar pela execução e a deliberação da Política e de seu financiamento, bem como a aprovação do Plano de Assistência Social. Neste aspecto, cabe pontuar que a sua presença contribui para a efetivação da participação popular no processo de construção da Assistência Social, sem, no entanto, confundir-se com a execução dela, o que constitui uma responsabilidade eminentemente governamental. Os dados demonstram que o referido município possui CMAS em funcionamento e ainda, que a vinculação da gestão municipal de Tupanatinga ao controle social da Assistência no município, realiza-se também a partir de sua participação nos espaços deste conselho ou por ele organizado (reuniões), bem como, da apreciação de documentos desse Conselho ou a ele submetidos pela referida gestão. Outro dado a esse respeito corresponde ao indicativo de que o órgão gestor planeja ações em parceria com o Conselho, sinalizando dessa maneira, uma atuação conjunta no espaço do município (Ver tabela a seguir). 9 Tabela 5: Conselho Municipal de Tupanatinga Quanto à relação da gestão da Assistência Social de Tupanatinga o controle social, observa-se que o município dispõe da rede básica de conselhos primordiais ao desenvolvimento das ações no âmbito da assistência social e das suas proteções sociais. Conforme pode ser visualizado na tabela abaixo: Tabela 6: Rede de Conselhos existentes em Tupanatinga. Conselhos existentes no município Cmas Comdica Conselho tutelar Conselho da juventude A diversidade de Conselhos implantados em Tupanatinga, descrito na tabela ao lado, reforça um aspecto positivo quanto às possibilidades de assegurar, nesse município, a Fonte: PMAPAS/2013 materialização do controle social dos direitos e políticas públicas na perspectiva já pontuada. Apesar da diversidade de Conselhos implantados, o município apresenta a falta de conselhos importantes como o conselho do idoso, conselho da pessoa com deficiência, conselhos de direitos humanos dentre outros descritos na tabela acima. São importantes para garantir a formulação, decisões e controle das políticas direcionadas a esse público. 3.2 Monitoramento e Vigilância Socioassistencial A Vigilância Socioassistencial3 constitui uma ferramenta diretamente vinculada à gestão dessa Política – uma vez que cumpre a função de viabilizar a produção, sistematização, análise e disseminação de informações territorializadas sobre o públicoalvo da assistência, seus equipamentos e serviços. Ao lado do monitoramento, a Vigilância propicia 0 (re)planejamento da gestão com vistas a ampliar e/ou consolidar, em sua 3 Instituída pela PNAS (2004) e normatizada como uma das funções da Assistência Social na NOB/SUAS (2012) 10 realidade especifica, a estrutura demandada pelo conjunto das necessidades sociais de sua população. Do ponto de vista legal-normativo, o Monitoramento da Assistência Social4 deve ser regulamentado para tanto, é determinante que cada ente governamental defina em seu nível de competência, os indicadores necessários ao processo de acompanhamento, monitoramento e avaliação da Política em debate, compreendida enquanto direito social. No que se refere ao processamento da Vigilância Socioassistencial no município de Tupanatinga, os dados do monitoramento estadual da Assistência Social 2013, apontam para a inexistência do setor de Vigilância Socioassistencial, mas indicam que possui setor e sistema próprio para realização de monitoramento e avaliação na estrutura da gestão da política. A existência desses setores na gestão do SUAS é importante, pois estes contribuem para a efetivação do caráter preventivo e proativo da política de assistência social assegurando o cumprimento da proteção social função primeira da referida política. 4. CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL |CMAS Conforme preconiza a LOAS, a criação do CMAS deve ser estabelecida por Lei Municipal específica5. Na política de Assistência Social a possibilidade de participa0ção democrática se inscreve essencialmente na previsão dos Conselhos de Assistência Social na LOAS (1993), os quais devem comparecer em âmbito nacional, estadual e municipal, como instâncias deliberativas do SUAS, possuidoras da competência de realizar o acompanhamento da execução dessa política social nessas três esferas de governo 6. Com vista ao entendimento de que a avaliação da Assistência Social deve necessariamente considerar a mediação do seu controle social, é que o Monitoramento Estadual dessa política, em 2013, priorizou também a identificação da atuação do CMAS em todos os municípios pernambucanos. 4.1. Estrutura Organizacional do CMAS de Tupanatinga No que se refere à organização do Conselho Municipal de Assistência Social de Tupanatinga, este funciona com plenário, presidência, vice-presidência e secretaria executiva. No entanto, não dispõe de comissões temáticas e equipe técnica e de apoio. É fundamental reconhecer a relevância dessa estrutura para o efetivo funcionamento do controle social da Assistência no município, devendo-se para tanto, fazer cumprir de fato o papel de cada uma delas. Nessa perspectiva, cabe situar a indicação do CNAS, na resolução 4 Estabelecido pela LOAS (1993) e reforçado pela NOB/SUAS (2012). Essa diretriz é estabelecida especificamente no § 4° da LOAS, em redação estabelecida pela Lei nº 12.435, de 2011. 6 Essa diretriz está reafirmada, entre outros instrumentos, em redação dada pela lei n° 12.435, de 2011. Estabelecendo a criação do Conselho Nacional de Assistência Social; Conselhos Estaduais de Assistência Social; Conselhos de Assistência Social do Distrito Federal, e Conselhos Municipais de Assistência Social. 5 11 n° 237 de 2006, de que o plenário, obrigatoriamente, assegure suas reuniões uma vez ao mês (e extraordinariamente, sempre que necessário). Foi informado também que o CMAS do município foi criado por lei municipal e possui regimento interno. Em relação às comissões temáticas, estas não fazem parte da estrutura organizacional deste conselho. Quando existentes, subsidiam as decisões e pareceres sobre determinados temas, com informações e analise mais aprofundadas e fundamentadas. Correspondem a um importante papel de aprofundar discussões acerca das diversas questões que sejam de interesse direto desse conselho, assegurando dessa maneira maior subsídio para sua tomada de decisões referentes ao controle social da Assistência. De acordo com os dados coletados no monitoramento, pode-se afirmar que, as entidades que representaram a sociedade civil na gestão anterior, foram compostas apenas por representação de entidades religiosa. Já a gestão atual, houve também as representações de grupos formalizados de usuários (mulheres, idosos e pessoas com deficiência, etc.). Em relação à ocupação da presidência, na gestão anterior e atual tem se caracterizado, pela representação do governo. Essas informações demonstram a fragilidade da estrutura organizacional e de gestão do CMAS em Tupanatinga. Uma vez que, preconiza os seus instrumentos regulatórios de que haja revezamento entre o governo e a sociedade civil a cada gestão. Quanto às representações chama a atenção ainda a presença de entidades de cunho religioso e filantrópico nessa composição, uma vez que, por sua própria natureza, essas entidades não exercem vinculação direta com a Assistência Social enquanto política pública. Cabe salientar a importância da representação das entidades composta por grupos de usuários. Assim, as informações acima citadas podem revelar a permanência de uma cultura assistencial alicerçada nos pilares da caridade religiosa e/ou filantrópica, o que mantém viva a necessidade de esforços que sejam capazes de superar o assistencialismo, reafirmando a Assistência Social como direito. Esse desafio certamente envolve a atuação do CMAS e a necessidade de que este tenha claro a função social que deve exercer no âmbito do SUAS em cada município. 12 Tabela 7: Gestão do Conselho em Tupanatinga. Gestão do CMAS - anterior X atual Caracterização da ocupação da presidência Esfera Composição da representação da sociedade civil Entidades religiosas Entidades filantrópicas Entidades desportivas Entidades de caráter educacional / cultural Associações / conselhos de moradores Grupos formalizados de usuários (mulheres, idosos, pessoas com deficiência etc.) Sindicatos de trabalhadores Conselhos de categorias profissionais Órgãos que compõem a representação governamental Secretaria de Saúde Secretaria de Educação Secretaria de Assistência Social Secretaria de Agricultura Secretaria de Esporte e cultura Secretaria de Finanças Secretaria de Habitação GESTÃO ANTERIOR Governo GESTÃO ANTERIOR Sim Não Não Não Não GESTÃO ATUAL Governo GESTÃO ATUAL Sim Não Não Não Não Não Sim Não Não GESTÃO ANTERIOR Sim Sim Sim Não Não Não Não Não Não GESTÃO ATUAL Sim Sim Sim Não Não Não Não Fonte: PMAPAS/2013 Com relação às fontes de recursos disponibilizadas para que o CMAS desenvolva seu trabalho no município, o Índice de Gestão Descentralizada (IGD) do SUAS pode ser destinado a este fim e, sobretudo deve garantir um percentual de pelo menos 3% do recurso recebido. O mesmo vale para o IGD Bolsa Família, caso a sua instância de controle social seja o CMAS. Os valores repassados pelas duas modalidades de IGD devem ser aplicados em atividades de apoio técnico e operacional, sendo vedada sua utilização para pagamento de pessoal. Em Tupanatinga, os dados do monitoramento 2013 revelam que esse conselho é a instância de controle social do programa bolsa família. E, portanto, recebe o recurso disponível do IGD bolsa família. Outros dados referentes à relação do CMAS de Tupanatinga com as modalidades de IGDSUAS e Bolsa Família, são explicitados no resumo da tabela a seguir: 13 Tabela 8: Relação do CMAS com IGDSUAS e IGD Bolsa Família no município Tupanatinga. Modalidades do IGD Deliberação por parte do Conselho sobre o planejamento da utilização dos recursos do IGDSUAS e do IGD Bolsa Família pelo município Sim, de ambos Destinamento por parte do município dos recursos do IGDSUAS e do IGD Bolsa Família (pelo menos 3%) para o desenvolvimento de atividades de apoio técnico e operacional a este Conselho Sim, de ambos Apreciação por parte o Conselho da prestação de contas relativa aos recursos do IGDSUAS e do IGD Bolsa Família Sim, de ambos Apresentação, por parte do Conselho, ao MDS os resultados das análises realizadas acerca da aplicação dos recursos do IGDSUAS e do IGD Bolsa Família Sim, de ambos Fonte: PMAPAS/2013 4.2. Infraestrutura e Dinâmica de funcionamento. Os dados do monitoramento revelaram que o conselho de Tupanatinga não dispõe de sede exclusiva própria, mas compartilha com a secretaria de assistência social e o CRAS. Em relação à infraestrutura, dispõe de espaços como recepção, sala de atendimento individual, sala para atividades coletivas (interna), copa, cozinha e banheiro. Foi destacado ainda que todos os itens atendem às necessidades do respectivo conselho. Entre os equipamentos e materiais disponíveis para o trabalho do conselho, destacam-se a existência de telefone e veiculo de uso compartilhado, computador com acesso a internet, impressora, projetor multimídia, armários, materiais de expediente, informativo. Embora alguns itens sejam de uso compartilhado foi indicado que todos os materiais e equipamentos à disposição do CMAS atendem às suas necessidades. 4.3. Controle Social No âmbito do CMAS, um dos elementos abordados pelo monitoramento do qual trata esse relatório diz respeito à atuação dessa entidade em relação ao orçamento/financiamento da Política de Assistência Social em cada município. Nessa perspectiva é válido ressaltar, ainda que em linhas gerais, que compete ao referido conselho: “[...] a discussão de metas e prioridades orçamentárias, no âmbito do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual, podendo para isso realizar audiências públicas” (NOB/SUAS, 2012). Para tanto, incumbe aos conselhos de assistência social a fiscalização dos fundos dessa política. Identificamos que o presente conselho: Aprova a proposta orçamentária; Acompanha a execução orçamentária e financeira; Aprova o plano de aplicação do Fundo Municipal de Assistência Social e; Orienta e controla as ações do Fundo Municipal de Assistência Social. 14 Somado a essas informações o conselho informou que participa da definição de critérios à concessão dos benefícios eventuais. Da mesma forma, desenvolve ações de fiscalização e acompanhamento do BPC e demais serviços públicos do SUAS. Em detrimento a isto, o referido CMAS afirma não adotar nenhum procedimento para inscrição e atualização das entidades socioassistenciais do município. Isto ocorre sob a justificativa de que não há entidades inscritas no CMAS7. Esta é uma competência que confere ao CMAS grande responsabilidade. Os dados mostraram que o CMAS do município em questão deixa de realizar ações importantes para o controle social, sobretudo no que tange aos serviços que se desenvolvem no âmbito das entidades privadas já que fiscaliza apenas aqueles da rede pública. Chamar atenção para essas responsabilidades é fundamental, uma vez que não raramente depara-se com a concessão de inscrição para entidades sociais, ONGs, organizações empresariais, associações comunitárias e etc. E, muitas destas, não atendem o perfil de entidades de natureza socioassistencial, elemento que em muito contribui para a leitura equivocada da política de Assistência Social, deslocando-a, para o campo da benemerência e do assistencialismo. A tabela abaixo expõe outras ações desenvolvidas pelo CMAS do município. Tabela 9: Freqüência das ações desenvolvidas pelo CMAS de Tupanatinga Frequência de ações deste Conselho: Ação Recebe Denúncia Realiza reuniões ampliadas (com participação de membros da sociedade civil que não sejam conselheiros) Realiza reuniões descentralizadas (em bairros, distritos, municípios, fora da sede do Conselho) Realiza ações de mobilização social Realiza visitas às unidades da rede socioassistencial Frequência Nunca Nunca Nunca Outra periodicidade Diária Fonte: PMAPAS/2013 Diante do exposto na tabela acima, destacamos como importante, estimular as ações mobilização social e as reuniões descentralizadas junto às comunidades como estratégia de construção de uma cultura mais participativa e democrática no âmbito da Assistência Social. Além disso, é também permanente a necessidade de articulação dos conselheiros com as entidades e principalmente com os movimentos sociais que se posicionem criticamente e façam a defesa dessa política social. Todo o conjunto de considerações até aqui feitas, não devem secundarizar a existência de tantos limites impostos no cenário brasileiro para a real efetividade do 7 Nessa perspectiva, vale ressaltar que a própria LOAS, no seu artigo 22 (redação dada pela Lei n° 12.435/2011), trata de atribuir essa competência aos conselhos de Assistência. Cabe, portanto ao CMAS desse município readequar-se para fazer cumprir essa obrigação. 15 controle social da Assistência Social. Um desses limites evidenciado pelo conselho alvo desse monitoramento diz respeito à ausência/insuficiência de capacitações. Cabe sempre lembrar, nos termos já discutidos nesse relatório, que ao órgão gestor da Assistência Social compete assegurar a infraestrutura necessária para o funcionamento do conselho. De maneira que para o presente caso, em que essa garantia não esteja sendo suficiente deve-se fazer a discussão e buscar alternativas para tanto. Esta é uma tarefa de todos os sujeitos comprometidos com a política, mas recai sobremaneira, para os conselheiros que compõem o CMAS. 5. CAPACIDADE INSTALADA ASSISTÊNCIA SOCIAL 5.1. DA POLÍTICA DE Proteção Social Básica | PSB o Município de Tupanatinga, a prevenção das situações de risco da população, definidas, no âmbito do SUAS, a partir dos serviços e equipamentos sociais da Proteção Social Básica/PSB, conta com uma satisfatória rede de serviços composta por 01 CRAS urbano, pelos serviços de proteção social básica definidos no SUAS, todos ofertados pelo equipamento. Também o Benefício de Prestação Continuada (BPC), constituem a proteção social básica do município além dos benefícios eventuais e programas de inclusão digital e projovem adolescente. (ver quadro abaixo). N Quadro 1: Rede de PSB em Tupanatinga. EQUIPAMENTOS 01 CRAS Urbano SERVIÇOS Ofertados Serviço de Proteção e Atendimento à Família (PAIF) Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Serviço de proteção social básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas BENEFÍCIOS BPC Benefícios Eventuais PROGRAMAS Projovem adolescente Mãe coruja Programas ou projetos de inclusão digital Fonte: PMAPAS 2013 No que se refere ao atendimento à população usuária, a estruturação da rede mostra-se satisfatória, na medida em que disponibiliza elementos fundamentais, com destaque para o CRAS e os serviços da PSB ofertados pelo próprio equipamento. A oferta de benefícios eventuais também constitui aspecto importante, ao viabilizar o atendimento a demandas emergenciais e imediatas de famílias e indivíduos. Do mesmo modo, mostra-se relevante a inserção de idosos e pessoas com deficiência no BPC. Considerando este beneficio, foi identificado que o município não fez adesão à modalidade 16 do BPC na escola e o BPC no trabalho. Tais equipamentos e benefícios estão analisados abaixo. 5.1.1. Centro de Referência da Assistência Social | CRAS O município de Tupanatinga conta com 01 CRAS urbano instalado em área estratégica e de fácil acesso à população usuária conforme preconiza a política de assistência social, para os casos em que equipamento não possa ser implantado na área de maior vulnerabilidade do território. O referido equipamento dispõe de coordenador exercendo exclusivamente tal função. Em detrimento a isto, foi declarado que o mesmo funciona com equipe técnica de referência completa 02 vezes na semana. No âmbito do desenvolvimento do trabalho social do CRAS, as situações de vulnerabilidade e risco social e/ou pessoal, constituem elementos centrais, dando origem à implantação do equipamento e dos serviços de PSB e expressando as diferentes demandas observadas no cotidiano. Tais demandas apresentam especificidades relacionadas à realidade dos territórios e da população e definem as linhas de atuação das equipes. Nesse sentido, caracterizá-las significa aproximar-se da realidade de famílias, indivíduos e territórios, viabilizando a construção de estratégias de intervenção e enfrentamento às situações de risco e vulnerabilidade, o que, essencialmente, constitui o trabalho social do CRAS. No CRAS de Tupanatinga, as demandas mais predominantes no atendimento se referem a questões relativas à carteira de livre acesso, benefícios eventuais, BPC, inclusão no Projovem, inclusão no programa bolsa família, inclusão no PETI, pessoas sem documentação civil, crianças e adolescentes fora da escola e trabalho com as famílias em descumprimento das condicionalidades do PBF. Os dados apresentados na tabela a seguir indicam que todas as situações atendidas no CRAS tratam-se das violações típicas do atendimento da proteção social básica, relativas, sobretudo, à prevenção dos riscos pessoais e sociais e das vulnerabilidades sociais. 17 Demandas frequentemente atendidas no CRAS Demandas relativas à carteira de livre acesso Demandas relativas a benefícios eventuais Inclusão no BPC / BPC na Escola Inclusão no Projovem Inclusão no Programa Bolsa Família (PBF) Inclusão no PETI Pessoas sem documentação civil Crianças e adolescentes fora da escola Famílias em descumprimento das condicionalidades do PBF Tabela 10: Situações predominantes no atendimento do CRAS de Tupanatinga Com base nesses dados, evidencia-se a necessidade da estruturação de ações de enfrentamento às situações apresentadas, fundamentalmente relacionadas a situações de pobreza e extrema pobreza e à fragilidade do acesso a direitos, Fonte: PMAPAS 2013 políticas e serviços sociais. Nesse sentido, PSB e PSE devem atuar de forma integrada, fortalecendo serviços e ações, na perspectiva da complementaridade, que envolve, ainda, a articulação no âmbito da rede socioassistencial local. No âmbito da atuação dos CRAS, é possível identificar também, as atividades e ações essenciais à operacionalização de seu trabalho social e que orientam o desenvolvimento de ações, atividades e estratégias de intervenção. No quadro a seguir pode-se visualizar um resumo das principais atividades realizadas no referido CRAS. Quadro 2: Atividades e ações realizadas nos CRAS de Tupanatinga Atividades e Ações Diagnóstico Socioterritorial Busca Ativa Grupos com Usuários Inclusão de Pessoas com Deficiência Acompanhamento de usuários (atualmente) Sistematização de dados e informações Mobilização e disseminação Avaliação do trabalho desenvolvido Situação no CRAS Em construção Realiza Desenvolve atividades de forma pontual Desenvolve estratégias específicas para a inclusão Entre 41 e 60 famílias Realiza Campanhas sócio-educativas; Realização de fóruns, reuniões, encontros, palestras e/ou seminários etc.; Divulgação na mídia local (rádio, TV, jornal); Divulgação na comunidade através de carros de som ou equivalente ; Articulação com lideranças comunitárias; Articulação com associações comunitárias, ONGs, igrejas e/ou outras entidades da comunidade; Articulação com a rede socioassistencial do território; Desenvolvimento de trabalhos com grupos de usuários (no CRAS) Realiza Fonte: PMAPAS 2013 18 A partir dessas informações destacam-se ações essenciais ao trabalho do CRAS que não estão sendo desenvolvidas. Entre elas, o diagnóstico que no município está em construção e os grupos com usuários que são realizados de forma apenas pontual. Estas atividades são primordiais ao trabalho dos CRAS, na medida em que contribuem para o fortalecimento da aproximação à realidade do território e da população local, na perspectiva da vigilância social. A sistematização de dados e informações (realizada no equipamento), por sua vez, é fundamental para o registro de dados e informações acerca dos usuários, contribuindo para a alimentação de sistemas oficiais do SUAS, para o acompanhamento sociofamiliar e para a condução de encaminhamentos e articulações, tornando efetivo o atendimento prestado. É preciso pontuar que tais atividades devem privilegiar a temática da garantia de direitos e os objetivos da política de Assistência Social, não se limitando ao repasse de informações acerca de rotinas e normas. A esse respeito, as Orientações Técnicas para a atuação dos CRAS, definem que este equipamento deve considerar as famílias como um “espaço de ressonância e sinergia dos interesses e necessidades coletivas e de mobilização à participação e ao protagonismo social, ou seja, como um vetor de mudança da realidade social” (MDS, 2009, p.13). No que se refere à execução das atividades e ações no CRAS de Tupanatinga, a análise dos dados do Monitoramento 2013 revela um quadro que impõe atenção por parte da gestão, pois apesar de o referido equipamento declarar que realiza ações de mobilização, de busca ativa e de acompanhamento das famílias atendidas, também apresenta fragilidade nas ações com grupos de usuários e produção do seu diagnóstico socioterritorial. Tais atividades são potenciais em assegurar espaços de debate e democratização de informações e potencializa o processo de enfrentamento a situações de risco e vulnerabilidade. Esse CRAS acompanha, atualmente, entre 41 e 60 famílias e tem desenvolvido atividades importantes de mobilização e disseminação do trabalho desenvolvido. Entre as estratégias utilizadas destaca-se do quadro acima: Campanhas sócio-educativas; Realizações de fóruns, reuniões, encontros, palestras e/ou seminários; Construção de materiais socioeducativos; Divulgação em redes sociais, comunidade e mídia local; Articulação com lideranças comunitárias, associações comunitários, ONGs, igrejas e/ou outras; Articulação com a rede socioassistencial do território; Desenvolvimento de trabalhos com grupos de usuários (no CRAS) Um aspecto importante no processo de acompanhamento das famílias no CRAS, que foi observado é a utilização de todas as estratégias, para a realização deste trabalho como: Visitas domiciliares, atendimento psicossociais, interlocução com a rede socioassistencial, relatórios e /ou prontuários e plano de acompanhamento individual/e ou familiar. Essas informações refletem o trabalho da equipe técnica no acompanhamento integral das famílias e indivíduos, prevenindo situações de risco. 19 Dentro do trabalho desenvolvido pelo CRAS a ação de encaminhamento à rede socioassistencial ganha destaque por ser acionada de forma recorrente pelas equipes. Desse modo, materializa-se a necessidade da execução e planejamento de ações articuladas, complementares e intersetoriais no âmbito da Política de Assistência Social, considerando que um único equipamento nem sempre será capaz de oferecer respostas satisfatórias às demandas dos usuários. É importante, desta maneira, atentar para a recorrência de encaminhamentos nestes espaços, já que dele pode-se apreender as maiores necessidades daquela população, o que, por conseguinte, aponta as áreas para a qual se deve conferir maior atenção e maior investimento pela gestão governamental. Quanto aos encaminhamentos e acompanhamento em específico, o quadro abaixo detalha que o CRAS realiza tais ações em relação ao Cadúnico, BPC, PBF, benefícios eventuais e outras políticas públicas. Verificou-se que o CRAS tanto encaminha como acompanha as situações encaminhadas, com a exceção das entidades da sociedade civil. Seguindo, pois, as normativas e recomendações para o trabalho social do CRAS às quais intensificam a necessidade de que todas as famílias e indivíduos atendidos tenham o seu histórico acompanhado na política e não fiquem sem respostas as suas demandas e vulnerabilidades. Quadro 3: Encaminhamentos realizados pelos CRAS de Tupanatinga Encaminhamentos feitos por este CRAS Encaminhamentos Acompanha Para o CadÚnico Acompanha Para o BPC / BPC na Escola Acompanha Para o Bolsa Família Acompanha Para Benefícios Eventuais Acompanha Outras políticas públicas Acompanha Fonte: PMAPAS 2013 No âmbito de sua atuação, os CRAS assumem a função de gestão territorial, que compreende a articulação da rede socioassistencial de PSB referenciada ao CRAS; a promoção da articulação intersetorial; e a busca ativa, todas realizadas em seu território de abrangência (MDS, op.cit., p.19). O quadro a seguir demonstra como ocorrem essas articulações no CRAS de Tupanatinga, destacando apenas as mais frequentes. 20 Quadro 4: Articulações estabelecidas no CRAS de Tupanatinga Através da realização de atividades em parceria X X X X X X X X Realiza X X X X X X X X Serviços de Saúde Realiza X X X X X Serviços de Educação Realiza X X X X X Realiza X X X X X Realiza X X X X X Realiza X X X X X X X X Realiza X X X X X X X X Realiza X X X X Realiza X X X X X Realiza X X X X X Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Básica (PSB) Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Especial (PSE) Órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil básica Serviços ou Programas de Segurança Pública Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família Conselho Tutelar Conselhos de Políticas Públicas e Defesa de Direitos Programas ou Projetos de Inclusão Digital Unidades de atendimento sóciojurídico (Ministério Público, Defensorias, Fóruns, etc.) Quanto à realização A partir de recebimento de encaminhamentos A partir do encaminhamento de usuários Através do acompanhamento de usuários Através de reuniões conjuntas Através de visitas institucionais Realiza Articulações A partir de contatos Através de estudo de casos Como são realizadas as articulações X Fonte: PMAPAS 2013 Como é possível apreender, o CRAS de Tupanatinga se articula, sobretudo, com a rede pública de atendimento do SUAS tanto da PSB quanto da PSE. Ele se articula também com outras políticas públicas como saúde e educação ambas relacionadas ao universo da Assistência Social no país8. Também ocorrem articulações deste CRAS com órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil básica, serviços ou programas de segurança pública, bolsa família, conselho tutelar instâncias pertencentes ao sistema de garantia e defesa de direito, programas ou projetos de inclusão digital e unidades de atendimento sóciojurídico. Desse modo, estabelecem-se condições favoráveis ao 8 As políticas de saúde e educação passam a compor este universo, sobretudo, através da adoção da perspectiva de condicionalidades no acesso à transferência de renda. 21 desenvolvimento de práticas intersetoriais, capazes de potencializar o atendimento às demandas e necessidades da população, viabilizando seu acesso às demais políticas públicas e serviços setoriais. Já no que se refere às formas como são realizadas as articulações, observa-se que no CRAS de Tupanatinga estas ocorrem preponderantemente a partir de contatos, reuniões, recebimento e realização de encaminhamentos, acompanhamento de usuários, visitas institucionais, entre outras. O Monitoramento 2013 também buscou identificar as dificuldades encontradas pelas equipes dos CRAS na realização de articulações. Como resultados foram apontadas as seguintes questões: Fragilidade na atuação interdisciplinar e intersetorial; Insuficiência e/ou ausência de serviços na rede socioassistencial; Sobrecarga de trabalho por parte dos profissionais do CRAS; Fragilidade dos mecanismos utilizados para a realização das articulações Desse modo, faz-se necessário empreender, prioritariamente, ações que qualifiquem os mecanismos de articulação, com base em estudos e discussões e que ampliem a oferta dos serviços citados, na perspectiva de assegurar a efetividade das articulações. Ao mesmo tempo, não se pode desconsiderar a influência das condições de infra-estrutura no processo em questão, que podem viabilizar ou limitar a ocorrência de articulações. Diante dos dados, cabe destacar que o atendimento qualificado às demandas da população usuária, requer acompanhamento, discussões e avaliações, num processo que sofre prejuízos quando limitado ao repasse dessas demandas a outras unidades e serviços, sem a realização de articulações. Cabe destacar, ainda, que o objetivo da articulação intersetorial é proporcionar a melhoria das condições de vida das famílias, possibilitando o acesso a serviços e favorecendo a troca de experiências e a busca de apoio e de soluções para problemas comuns, de maneira a constituir uma rede de proteção social (MDS, op.cit., p.26). 5.1.2. Benefícios Eventuais O s Benefícios Eventuais são definidos na LOAS (93) e suas alterações 9 como “provisões suplementares e provisórias que integram organicamente as garantias do SUAS”. Enquanto direitos sociais legalmente instituídos, visam ao atendimento das necessidades humanas básicas. Sua oferta deve ocorrer de forma integrada aos demais serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social nos municípios. As informações da gestão do município apontam que os benefícios eventuais são ofertados mediante regulamentação em lei e se constituem de: auxilio natalidade, auxílio 9 Lei 12.435 - 06.07.2011 - Altera a LOAS (93) 22 funeral, cesta básica e passagens, todos são acompanhados pelo CRAS e ofertados diretamente na secretaria do município. É pertinente considerar que a cesta básica, integra o universo da vulnerabilidade e das situações de risco, perdas e danos à integridade de famílias e indivíduos. Desta forma, o enfrentamento às situações em tela não pode limitar-se à viabilização de cestas básicas, mas também a partir de ações complementares e estruturantes, como a promoção do acesso a políticas, serviços e direitos sociais. Do contrário, as ações não atingem a complexidade das demandas e necessidades da população, produzindo resultados insuficientes e sem efetividade. No que se refere às iniciativas no campo do atendimento à natalidade, esta não deve restringir-se a concessão de enxoval, deve ser incluído também a atenção a mães e famílias em casos de morte da mãe ou do bebê no pós-parto. Diante dessa realidade, faz-se necessária a reflexão acerca do caráter legalnormativo dos benefícios eventuais, bem como dos desafios presentes em sua operacionalização em nível local. Sob o direcionamento instituído pela LOAS, incluem-se no universo da garantia de direitos via política social, afastando-se de práticas assistencialistas ou baseadas na caridade e filantropia, que tendem a transformar direito em favor. Nesse sentido, a LOAS traz o indicativo de que estados e municípios normatizem a prestação dos benefícios eventuais através de leis próprias que os definam e organizem sua operacionalização. Na ausência dessa normatização, os benefícios podem assumir formatos diversos, muitas vezes incompatíveis com a proposta legal-normativa, recaindo no assistencialismo amplamente combatido na Política de Assistência Social contemporânea. Cabe dizer, ainda, que os benefícios eventuais não constituem competência específica dos CRAS e que possuem caráter “suplementar e provisório”, significando um equívoco torná-los elementos centrais da prestação de serviços no âmbito da Assistência Social, logo, é fundamental que atuem tão somente de forma complementar aos serviços da PSB e PSE, a fim de não reduzir a Política à sua garantia. Finalmente, há que se pontuar uma compreensão fundamental: ainda que marcados pelo caráter complementar e provisório, os benefícios eventuais configuram um direito de todos aqueles que deles necessitem e uma responsabilidade eminentemente da gestão municipal, devendo ser operacionalizados de modo que isso fique explícito a esses sujeitos, o que pressupõe a mesma clareza por parte de gestores e técnicos. 5.1.3. Benefício de Prestação Continuada | BPC O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é uma modalidade10 de benefício assistencial prevista na Política de Assistência Social e demais instrumentos legais – normativos da referida Política. Instituído pela Constituição Federal e regulamentado pela 10 Outras modalidades são os benefícios eventuais já discutidos anteriormente. 23 LOAS/9311, este benefício integra a Proteção Social Básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e dispensa prévia contribuição junto à Previdência Social para acessá-lo. As informações alcançadas pelo monitoramento 2013 realizado no município de Tupanatinga demonstram que o mesmo informou o total de 339, beneficiários. No que se refere às modalidades do BPC na escola e BPC Trabalho, as informações são de que o município não aderiu a estes programas. Esses dados evidencia a falta de cobertura das famílias do território em relação a esses programas que são específico para os beneficiários com deficiência. No que diz respeito ao BPC na escola, o programa é importante para a inserção e permanência na escola de criança e adolescente, com deficiência usuários (as) do benefício, com faixa etária preferencialmente de 0 a 18 anos. E o BPC Trabalho, é o programa que oferece qualificação profissional e inclusão ao mundo do trabalho, para os beneficiários (as) com deficiência na faixa etária de 16 a 45 anos. Cabe ressaltar que o município apresentou o quantitativo superior de beneficiário com deficiência em relação ao beneficiário idoso, esse dado reflete as urgências para a implantação dos programas citados. O/A responsável pelo BPC no município apontou o desempenho das seguintes ações: Tabela 11: Ações do Órgão Gestor do BPC em Tupanatinga Ações desenvolvidas pelo Órgão Gestor do BPC no município Análise e sistematização de informações recebidas da União, considerando o local de moradia das famílias com beneficiários do BPC Diante do exposto percebe-se que o município dispõe de informações importantes Disponibilização para o CRAS de listagem de beneficiários do BPC para a ampliação e residentes em seu território de abrangência desenvolvimento de Identificação e encaminhamento para o CRAS e CREAS de ações acerca do benefício, informações sobre beneficiários do BPC inseridos em serviços de inclusive apresenta acolhimento no município e/ou estado potencial na mobilização Identificação de potenciais beneficiários do BPC no território para realização de análise Estabelecimento de articulação com unidades de atendimento do e sistematização da INSS realidade identificada. Fonte: PMAPAS/2013 Esta é uma atividade relevante por servir também para subsidiar outros setores com dados e informações acerca das vulnerabilidades e violações que envolvem o público específico do BPC. Outro recurso a que se deve recorrer quando do desenvolvimento do trabalho da gestão do benefício e sua adequada implementação é a realização do monitoramento da gestão e implementação do BPC que o município declara realizar. Sobretudo acerca dos aspectos de inserção de famílias beneficiárias do BPC em atividades de acompanhamento familiar, sobre a sistematização dos dados de acompanhamento (relatórios, prontuários, arquivos, etc.) e sobre a conclusão do acompanhamento familiar (famílias que tiveram o 11 Outros instrumentos de regulamentação do benefício são: Leis nº 12.435, de 06/07/2011 e nº 12.470, de 31/08/2011, que alteram dispositivos da LOAS e Decretos nº 6.214, de 26 de setembro de 2007 e nº 6.564, de 12 de setembro de 2008. 24 acompanhamento finalizado). Salienta-se que esta é uma das responsabilidades dos estados junto aos municípios. Cabe aos mesmos assessorar os municípios e elaborar estratégias, em consonância com o Governo Federal, para o monitoramento da implementação da Gestão Integrada, conforme definição do Pacto de Aprimoramento da Gestão Estadual. E, entre outras atribuições, garantir a articulação da Proteção Social Básica (PSB) e da Proteção Social Especial (PSE) com a Coordenação Estadual do PBF, estabelecendo, quando for o caso, fluxos de referência e contrarreferência regionalizados entre o CRAS, o CREAS e os serviços de proteção social especial, conforme metas de regionalização definidas no Pacto de Aprimoramento da Gestão Estadual. (RES. CIT Nº 7, de 10 de setembro de 2009). Fica também sob responsabilidade do estado, o desenvolvimento de ações, em parceria com os Municípios, para a capacitação dos trabalhadores do SUAS e conselheiros estaduais e municipais da Assistência Social, a fim de aprimorar os serviços socioassistenciais, conforme metas de capacitação definidas no Pacto de Aprimoramento de Gestão Estadual do SUAS. No que diz respeito à gestão integrada do BPC e às informações fornecidas pelo Governo Federal ao município, os dados declarados ao monitoramento 2013 mostraram que a esfera federal tem assumido seu papel de subsidiar as gestões municipais com dados e informações acerca dos beneficiários e do BPC de um modo geral. (tabela abaixo). Tabela 12: Informações fornecidas pelo governo federal ao município Informações fornecidas pelo Governo Federal ao município (acerca dos beneficiários no município) Identificação do endereço dos beneficiários Sim Espécie dos benefícios (idoso ou pessoa com deficiência) Sim Idade, data de nascimento e sexo dos beneficiários Não Nome da mãe e do representante legal do beneficiário (caso haja) Sim Tipo de representante legal Sim Data da concessão e número do benefício Não Situação do benefício Não Situação escolar dos beneficiários do BPC de até 18 anos (matrícula escolar) Não Endereço para localização dos beneficiários do BPC de até 18 anos Sim O governo federal não envia informações ao município Não Fonte: PMAPAS/2013 Ressalta-se que o fornecimento de informações acerca do BPC compõe na verdade, o rol de responsabilidades apontadas na (RES. CIT Nº 7, de 10 de setembro de 2009), que dá as diretrizes da gestão integrada12 afirmando, sobretudo, a necessidade da coresponsabilidade entre os entes federados na garantia das seguranças afiançadas pela Política Nacional de Assistência Social e a centralidade da família no atendimento socioassistencial de forma integral, visando à interrupção de ciclos intergeracionais de 12 Articulação entre serviços, benefícios e transferências de renda no âmbito do SUAS . 25 pobreza e de violação de direitos. Os objetivos desta gestão integrada estão, em ultima instância, em definir através de pactuações entre os entes federados, os procedimentos que garantam a oferta prioritária de serviços socioassistenciais para os indivíduos e as famílias beneficiárias do PBF, do PETI e do BPC. E, ainda, construir possibilidades de atendimento intersetorial, qualificar o atendimento a indivíduos e famílias além de potencializar estratégias para a inclusão social, o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, o acesso à renda e a garantia de direitos socioassistenciais, entre outros. (RES. CIT Nº 7, de 10 de setembro de 2009). O representante do BPC no município em questão declarou que foi identificada no ano de 2012, a atuação de atravessadores no processo de requerimento do Benefício e são realizadas ações para seu combate, através da ação do CRAS/ equipe da PSB. Os dados trazidos pelo monitoramento 2013 também mostraram que a equipe responsável pelo BPC no município se articula com diversos serviços, programas e instituições para o desenvolvimento de suas atividades. (ver tabela abaixo). Tabela 13: Articulações do Órgão Gestor do BPC no município de Tupanatinga Serviços, programas e/ou instituições que a equipe responsável pelo BPC no município se articula Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Básica (PSB) Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Especial (PSE) Serviços de Saúde Serviços de Educação Agência do INSS Órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil básica Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família Conselho Tutelar Conselho Municipal de Assistência Social Unidades de atendimento sócio jurídico Fonte: PMAPAS/2013 As informações alcançadas pelo monitoramento 2013, realizado no município de Tupanatinga demonstram que o responsável pelo BPC não soube informar, sobre as articulações estabelecidas entre o órgão gestor do BPC no município e a SEDAS, também não soube informar sobre as articulações estabelecidas entre o órgão gestor do BPC no município e a SEDAS. 5.2. Proteção Social Especial | PSE O atendimento assistencial às famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social é realizado pela rede de PSE. Nessa modalidade de proteção são estabelecidos dois níveis de complexidade: 1) média, voltada a famílias e indivíduos com direitos violados e vínculos familiares e comunitários ainda preservados; e 2) alta, que garante proteção 26 integral a famílias e indivíduos sem referência e/ou em situação de ameaça, necessitando ser retirados do núcleo familiar e/ou comunitário (PNAS, 2004, p. 38). De acordo com a tabela abaixo, em Tupanatinga, a rede de PSE é composta por 01 (um) CREAS municipal; por serviços especializados de média complexidade e por ações de combate ao trabalho infantil por meio do PETI. Segundo informações do gestor do município este dispõe de 01 serviço de acolhimento para crianças e adolescentes e do serviço de proteção especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias, além do PAEFI. Já conforme dados apontados pelo responsável do CREAS este equipamento apenas oferta o PAEFI – serviço obrigatório pata todo CREAS. Deste modo, identifica-se certa contradição uma vez que todos os serviços de média complexidade devem ser ofertados ou referenciados pela unidade do CREAS no território, o que neste caso, não está ocorrendo. Percebe-se, portanto, que no âmbito da média complexidade, a rede municipal de PSE não está estruturada com todos os serviços básicos para o atendimento às famílias nos CREAS. Verificou-se a ausência do serviço de proteção social a adolescente em cumprimento de medida sócio educativa de liberdade assistida (LA) e Prestação de serviço à comunidade (PSC) e do serviço especializado em abordagem social. Essas informações demonstram a insuficiência dos serviços da proteção de média complexidade, às famílias e indivíduos com seus direitos violados. Tabela 14: Rede de PSE existentes em Tupanatinga. Equipamento Serviços da PSE Programas A partir do reconhecimento da especificidade da atuação dos CREAS na CREAS (PAEFI) PETI prestação do MUNICIPAL atendimento especializado a famílias e indivíduos que Fonte: PMAPAS/2013 vivenciam violações de direitos, este relatório apresentará, a seguir, a análise acerca da operacionalização do trabalho social do CREAS no município de Tupanatinga. Com relação aos serviços de PSE, as análises serão apresentadas no relatório consolidado do estado de PE, uma vez que, do ponto de vista metodológico, sua inserção no presente relatório, de formato compacto, implicaria numa apresentação superficial, comprometendo o debate e a problematização da realidade. Serviço de acolhimento institucional para crianças e adolescentes Serviço de proteção especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias 27 5.2.1 Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS). Além de ofertar serviços especializados em caráter continuado, o CREAS se constitui como pólo de referência, coordenador e articulador da PSE de média complexidade, sendo responsável pela oferta de orientação e apoio a indivíduos e famílias com seus direitos violados, mas sem rompimento de vínculos. Nessa perspectiva, o equipamento deve buscar a construção de um espaço de acolhida e escuta qualificada, fortalecendo vínculos familiares e comunitários, priorizando a reconstrução de suas relações familiares. Dentro de seu contexto social, deve focar no fortalecimento dos recursos para a superação da situação de vulnerabilidade apresentada. Cabe destacar, ainda, que o CREAS responde pela articulação dos serviços de Média Complexidade e pela operação da referência e da contra-referência com a rede de serviços socioassistenciais da PSB e PSE e as demais políticas públicas e instituições que compõem o sistema de garantia dos direitos, incluindo os movimentos sociais. Para que isso ocorra, é necessário estabelecer mecanismos de articulação permanentes, como reuniões, encontros para discussão, acompanhamento e avaliação das ações. O CREAS de Tupanatinga está localizado em uma área estratégica, de fácil acesso à população, próximo aos locais de maior concentração do público atendido e observando-se a possibilidade de transporte público. Também dispõe de coordenação com função exclusiva e não funciona nenhum dia da semana com equipe completa. Outro elemento fundamental para a realização do trabalho social do CREAS é o planejamento de suas ações e atividades, que deve explicitar a proposta da Unidade e dos Serviços ofertados, considerando, objetivos e metas a atingir em um determinado período de tempo, bem como os meios e recursos necessários para seu alcance, e admitindo a participação dos diferentes sujeitos envolvidos na atuação do equipamento (MDS, 2011, p. 53). Abaixo uma tabela que melhor descreve essas situações. Tabela 15: Planejamento das ações do CREAS. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DO CREAS Equipamento Frequência Participantes Temas Abordados Construção do plano de ações e atividades do CREAS; CREAS MUNICIPAL Trimestral Gestão Municipal Definição de metas e prioridades; Equipe técnica (nível médio e superior); Discussão do trabalho social com famílias e dos serviços a serem implementados nos CREAS; Representante da Proteção PSE Avaliação e discussão das ações e atividades em andamento e/ou concluídas; Divulgação e repasse de informações; Discussão sobre normas e rotinas e condições de trabalho; Fonte: PMPAS/2013. 28 Os dados trazidos pelo monitoramento 2013 indicaram que o planejamento no CREAS do município de Tupanatinga é realizado a cada três messes abordando temas relativos ao desenvolvimento do trabalho social do CREAS, como a construção do plano de ações e atividades do CREAS, a definição de metas e prioridades, realização de discussão do trabalho social com famílias e dos serviços a serem implementados nos CREAS; a divulgação e repasse de informações, assim como avaliação e discussão das ações e atividades em andamento e/ou concluídas e discussão sobre normas, rotinas e condições de trabalho. Observa-se, ainda, a adoção de uma metodologia avaliativa, o que contribui para o redirecionamento de ações e atividades. No que se refere à construção do planejamento, o CREAS Municipal assume uma perspectiva participativa, uma vez que este consegue articular no seu processo de planejamento com a maioria dos entes envolvidos na política do município. Como pode ser visto na tabela acima o referido planejamento contempla a gestão municipal, equipe técnica de nível médio e superior do próprio CREAS e representante da proteção PSE. Os usuários e representante da rede socioassistencial não faz parte dessa ação. Entende-se que tal inclusão possibilita a adequada definição de metas e prioridades, além de ações e atividades coerentes com as demandas e necessidades da população usuária. No âmbito da atuação do CREAS, duas dimensões podem ser consideradas como norteadoras de ações, atividades e estratégias de intervenção. Trata-se: Do diagnóstico socioterritorial, que o município informou não possuir (documento essencial que permite identificar demandas e prioridades específicas dos territórios); e Das formas de acesso dos usuários ao equipamento, que indicam tanto o nível de sua consolidação na comunidade, quanto à capacidade de articulação da rede socioassistencial. A falta do diagnóstico socioterritorial no município prejudica na analise e identificação das situações relacionadas a aspectos econômicos e sociais da população, que precisa da oferta dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Um aspecto importante do CREAS, ter acesso o mapeamento dos serviços, programas e projetos existentes no território. Em relação às principais formas de acesso dos usuários ao equipamento em questão, os dados da tabela abaixo mostram que tais usuários acessam o CREAS por meio dos encaminhamentos da própria rede de assistência social e demais políticas públicas, por demanda espontânea, dentre outros. Nota-se que encaminhamentos de conselhos de direitos, não é uma pratica recorrente no acesso do usuário a este equipamento (Ver tabela a seguir). 29 Tabela 16: Principais formas de acesso dos usuários no CREAS. Principal(ais) forma(s) de acesso dos usuários a este CREAS Demanda espontânea Busca ativa Encaminhamentos da rede de Assistência Social Encaminhamentos das demais políticas públicas (Saúde, Educação, etc.) Unidades de atendimento sócio-jurídico (Ministério Público, Defensorias, Fóruns, etc.) Fonte: PMAPAS/2013 No âmbito das situações de violações de direitos frequentemente atendidos no CREAS de Tupanatinga, é possível apreender, como demonstra a tabela abaixo, que comparecem aquelas tipicamente referenciadas na PSE. Tais violações, responsáveis pela ocorrência de situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social, devem ser consideradas em um contexto sócio-histórico e multidimensional, determinando a oferta e o desenvolvimento de ações e atividades, além de subsidiarem a construção de diagnósticos socioterritoriais. Nesse sentido, a identificação e a sistematização de dados e informações sobre a realidade de famílias e indivíduos com direitos violados são fundamentais para a construção de estratégias de enfrentamento e execução do trabalho social do CREAS. No que se refere à ocorrência destas violações entre os diversos públicos atendidos no equipamento social aqui destacado, nota-se que há situações de: violência física (idoso de ambos os sexos), violência psicológica (idoso do sexo feminino) e, trabalho infantil. Tabela 17: violações de direitos predominantes no atendimento do CREAS de Tupanatinga. Fonte: PMAPAS 2013 Diante dos dados, é possível concluir que os idosos do sexo masculino são o grupo que apresenta os maiores níveis de violação de direitos, sobretudo aquelas que envolvem a violência nas suas diversas modalidades. É importante destacar que o presente Município não possui recorrências de demandas como exploração sexual, tráfico de pessoas, discriminação/violência em 30 decorrência da orientação sexual, discriminação/violência em decorrência da raça/etnia. Algumas dessas situações são demandas silenciosas que nem sempre chegam diretamente ao equipamento. Desta forma, a busca ativa, atendimentos individuais, dentre outras ações oportunizam a emergência de determinadas demandas. No que se refere às articulações, o CREAS de Tupanatinga as estabelecem com instâncias da rede essencial de articulação13, para as quais são realizados, ainda, encaminhamentos. Segundo as Orientações Técnicas para a operacionalização dos CREAS (MDS, 2011), a identidade desse equipamento deve ser fortalecida no processo de articulação com a rede, delimitando papéis e competências, de modo a assegurar o desenvolvimento de ações complementares e sinérgicas e prevenir que os serviços ofertados assumam funções que não lhes são concernentes. Abaixo uma tabela que melhor descreve essas informações. Tabela 18: Atividades desenvolvidas no CREAS de Tupanatinga. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EQUIPAMENTOS Articulações Unidades Públicas e privadas da Rede de Proteção Social Básica (PSB) e Unidades Privadas da Rede de Proteção (PSE); Serviços de Saúde e Educação; CREAS Municipal Órgãos/Serviços relacionados a Trabalho e emprego; Serviços ou Programas de Segurança Pública; Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família; Conselho Tutelar; Unidades de atendimentos sóciojurídico (Ministério Público, Defensorias, Fóruns, etc.) Encaminhamentos Acompanhamento de Usuários Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Básica (PSB) e Unidades Privadas da Rede de (PSE); Serviços de Saúde e Educação; Órgãos/Serviços relacionados a Trabalho e emprego; Serviços ou Programas de Segurança Pública; Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família; Visitas domiciliares; Atendimentos psicossociais Relatórios e/ou prontuários Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar Conselho Tutelar; Unidades de atendimentos sóciojurídico (Ministério Público, Defensorias, Fóruns, etc.) Fonte: PMAPAS/2013 13 CRAS; CadÚnico; serviços de saúde e educação; órgãos de defesa de direitos; serviços de acolhimento; trabalho e geração de renda (MDS, 2011, p. 62). 31 Já no âmbito do acompanhamento especializado, as equipes do CREAS de Tupanatinga recorrem a elementos essenciais à sua realização, potencializando o enfrentamento às situações de violação de direitos e o desenvolvimento de ações para o fortalecimento ou restabelecimento de vínculos familiares e comunitários. Nesse processo identificamos que o Município não realiza articulação/e o encaminhamentos com serviços como: órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil básica, serviços ou programas de segurança alimentar, programas ou projetos de inclusão digital, conselhos de políticas públicas e defesas de direitos, programas ou projetos de inclusão digital e com Organizações Não Governamentais (ONGs). Em relação à articulação e/ou ausência do serviço, destaca-se a unidade pública da rede de proteção social especial. Após a análise apresentada, destacamos que no Município de Tupanatinga faz-se necessário assegurar condições que garantam a continuidade dessa atuação, potencializando o desenvolvimento do trabalho social. Além disso, a gestão municipal deve estar atenta às dificuldades e limites observados no âmbito deste equipamento, estabelecendo canais de comunicação com equipes e coordenações, com vistas a viabilizar alternativas de superação dos desafios. 6. GESTÃO DO TRABALHO NO MUNICÍPIO DE TUPANATINGA 6.1. Composição e formação profissional dos Recursos humanos da Assistência Social. A gestão do trabalho no SUAS, conforme exposto na NOB/SUAS 2012, compreende o planejamento, a organização e a execução das ações relativas à valorização do trabalhador(a) e à estruturação do processo de trabalho institucional, em todas as esferas de governo. Na perspectiva da referida Norma, tal valorização comporta um grupo de ações que devem ser realizadas no intuito de desprecarização da relação e das condições de trabalho (NOB/SUAS 2012, art. 109). Entre as estratégias adotadas estão: a adoção de quadro profissional por via do concurso público; a instituição de avaliação de desempenho; a implantação de Plano de Capacitação e Educação Permanente com certificação; o esforço de adequar os perfis profissionais às necessidades do SUAS; a instituição de planos de cargos, carreira e salários (PCCS) e a garantia de ambiente de trabalho saudável e seguro, em consonância às normativas de segurança e saúde dos trabalhadores (idem). Ainda em consonância com o previsto na NOB/SUAS 2012, a estruturação do processo de trabalho no SUAS deve levar em consideração: a elaboração de desenhos organizacionais; existência de processos de negociação do trabalho e sistemas de informação, além de supervisão técnica. Vale salientar que todas as ações previstas para 32 implementação da gestão do trabalho no SUAS deverão ser asseguradas financeiramente pelos entes federativos, sobretudo, na adoção das responsabilidades compartilhadas. Para uma análise mais ampliada do tema da Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS, é imprescindível pensar esta gestão a partir da sua organização e das condições de sua realização. Significa entender que as questões que envolvem a regulação e a gestão deste trabalho, precisam ser pensadas sob a perspectiva de totalidade, que considere pelo menos três dimensões indissociáveis, quais sejam: 1. atividades desenvolvidas 2. condições materiais, institucionais, físicas e financeiras e, 3. meios e instrumentos necessários ao adequado exercício profissional. (Parâmetros, CFESS, 2009). De um modo geral, as informações do monitoramento 2013, agrupadas na tabela abaixo mostram que há o município de Tupanatinga 75 profissionais à disposição da política de assistência social. Destes, 5 estão lotados nos CRAS do município e 03 estão disponíveis ao CREAS. Do total de profissionais da assistência social apenas 04 são concursados, ou seja, trabalhadores que possuem vínculo empregatício permanente capaz de assegurar a continuidade dos serviços ofertados no seu território. Destes, 03 estão ao dispor da gestão municipal. (ver detalhes dos vínculos na tabela abaixo). Tabela 19: Composição dos recursos humanos da Assistência Social em Tupanatinga. QSM 62 48 3 6 5 - CRAS 5* 3 1 0 0 0 CREAS 3 3 0 0 0 0 SAC 5 5 0 0 0 0 PSEAC Gestão Municipal PSEMC PSB Programas/ projetos/ Serviços Gestão do Trabalho - Composição dos recursos humanos Vínculos Total de Prestador de Cargo profissionais Contrato Concurso Voluntário Serviço Comissionado *01 profissional não informado Fonte: PMAPAS 2013 Como se vê do exposto acima, a gestão municipal é o espaço que mais detém os profissionais disponíveis para a operacionalização da política de assistência social. Destacando-se o fato de sua grande maioria ser contratada. Fato que compromete a garantia dos serviços em questão. Esta realidade é retrato de uma tendência nacional e estadual de precarização dos vínculos trabalhista, consequência da falta de definição de orçamentos para a assistência social em todas as esferas governamentais e da pouca prioridade da qual é alvo a área social de um modo geral, no campo da política brasileira. Na tabela abaixo, estão expostas as formações profissionais de que a assistência social dispõe no município como importante elemento de profissionalização desta política que tem demandado, ao longo da sua história, profissionais qualificados e apropriados para 33 o desenvolvimento do trabalho social com famílias e indivíduos na perspectiva da garantia de direitos e de valorização da assistência social como política pública e de responsabilidade estatal. É possível constatar, a partir dos dados abaixo que o quadro de profissionais de nível superior da Assistência Social em Tupanatinga, em relação à PSB, cumpre o requisito – previsto na NOB-RH/SUAS/2011 – da composição dos recursos humanos por profissões regulamentadas em lei e que possuem Conselho Profissional. Para o CRAS, as categorias de assistente social e psicólogo se fazem presentes atendendo às exigências da NOB RH/SUAS vigente o que não ocorre com a PSE, no CREAS no qual se verificou a inexistência de psicólogo e advogado. Tabela 20: Formação profissional da Assistência Social em Tupanatinga. Gestão do Trabalho - Formação profissional PSEAC PSEMC PSB Programas/ projetos/ Serviços Função Total de Assistente profissionais Psicólogo Advogado Cuidador Pedagogo Antropólogo Outros Social CRAS 5 1 1 0 0 0 0 3 CREAS 3 1 0 0 0 0 0 2 SAC 5 0 0 0 3 0 0 2 Fonte: PMAPAS/2013. 6.2. Condições de trabalho no âmbito do SUAS A análise das condições do trabalho realizado nas ações do SUAS é um requisito importante como forma de verificar a qualidade do serviço prestado à população que acessa a política de assistência social no município. Sendo assim, entende-se que a proteção nos espaços de trabalho, a existência de remuneração correspondente às funções, a instituição e manutenção de direitos trabalhistas assim como a definição de equipes de referência, são condições laborais dignas reconhecidas como primordiais para uma atuação profissional que responda aos objetivos da assistência social enquanto política pública não contributiva disponível para quem dela necessite. Abaixo segue um quadro que descreve os espaços físicos dos equipamentos existentes em Tupanatinga. 34 Quadro 5: Espaços físicos dos equipamentos sociais em Tupanatinga. ESPAÇOS FÍSICOS DOS EQUIPAMENTOS SOCIAIS PSB PSEMC Itens CRAS CREAS PSEAC *SAC Copa/cozinha 1 1 1 Sala da administração e/ou coordenação 1 1 0 Sala de atendimento individual - 1 0 Sala de atendimento familiar e/ou coletivo 1 1 1 Almoxarifado ou similar Espaço externo Banheiros 1 1 0 1 0 1 1 *Serviços de Alta Complexidade Fonte: PMAPAS 2013 No contexto específico de operacionalização da política de assistência social em Tupanatinga, foi identificado que os equipamentos sociais do município operam com os espaços físicos mínimos necessários à realização do trabalho em equipe. Como pode ser visualizado na tabela acima, o CRAS dispõe de sala de atendimento familiar e coletivo, sala para administração e /ou coordenação, banheiros e cozinha. Já no CREAS foram identificados mais espaços físicos disponíveis, como pode ser visualizado, para além daqueles comuns ao CRAS, há ainda sala para atendimento individual e almoxarifado. O equipamento em questão se mostrou deficitário apenas nos espaços de lazer. Dentre os „recursos materiais‟ descritos nas provisões da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2009), destacam-se aquisição de material permanente e de consumo, tais como: mobiliário, computadores, linha telefônica ou telefone móvel; materiais socioeducativos (artigos pedagógicos, culturais e esportivos etc.); banco de dados dos (as) usuários (as) de benefícios e serviços socioassistenciais como o Cadastro Único e o BPC. Estes itens possibilitam a organização de informações importantes sobre a estruturação dos serviços, o fluxo de atendimento das demandas, o perfil dos (as) usuários (as), o quantitativo de atendimento; agilidade na comunicação (requerimentos, e-mails, pesquisas, divulgação de atividades, articulações com a Rede Socioassistencial, etc.). Desse modo, percebe-se a relevância dos equipamentos sociais disporem desses recursos materiais no sentido de dar qualidade ao trabalho realizado e às condições de trabalho da equipe. Dos equipamentos e materiais considerados essenciais ao desenvolvimento do trabalho do CRAS e CREAS, expostos na tabela a seguir, destaca-se a existência de telefone, computador com acesso à internet, impressora, arquivo/armário para armazenamento de documentos, material de expediente, material informativo, projetor multimídia, veículo (todos estes existentes nos dois equipamentos). Já o fax, DVD, câmara fotográfica, material para o desenvolvimento de atividades individuais e/ou coletivas, tem apenas no CRAS. Enquanto isso, o acervo bibliográfico é um item, presente só no CREAS. 35 Quadro 6: Equipamentos e materiais existentes nos equipamentos sociais de Tupanatinga EQUIPAMENTOS E MATERIAIS EXISTENTES NOS EQUIPAMENTOS SOCIAIS PSB PSEMC Itens CRAS CREAS PSEAC *SAC Telefone Computador sem acesso à internet Computador com acesso à internet Fax Impressora Televisor DVD Projetor multimídia Aparelho de som Câmera fotográfica Veículo 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 0 1 0 0 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 Arquivo / armário para armazenamento de documentos 1 1 0 Material de expediente Material informativo Material para o desenvolvimento de atividades individuais e/ou coletivas Acervo bibliográfico Mural informativo 1 1 1 1 0 0 1 0 - 0 0 1 0 0 - *Serviços de Alta Complexidade Fonte: PMAPAS 2013 6.3. Capacitação continuada/formação e qualificação profissional. A Política Nacional de Capacitação prevê responsabilidades compartilhadas entre as três esferas governamentais, com a finalidade de promover iniciativas de capacitação contínua para trabalhadores (as) do SUAS, através de diretrizes gerais para todo o País, assim como de acordo com as especificidades de cada região e/ou municípios. A capacitação no âmbito do SUAS deve ser destinada e garantida ao conjunto de trabalhadores (as) e atores (as) da Assistência Social – gestores (as), trabalhadores (as), técnicos (as) e administrativos, dos setores governamentais e não governamentais pertencentes à rede socioassistencial, e conselheiros. A concepção de formação dos (as) técnicos (as) do SUAS deve vir ancorada na ética do desenvolvimento de perfis profissionais habilitados a avaliar os desempenhos e resultados dos serviços socioassistenciais prestados aos (as) usuários (as), através também do seu compromisso político e pela concretização dos direitos do público-alvo da assistência e ativação dos mecanismos democráticos (SILVEIRA, 2011). Pertencem ainda ao conjunto de condições indispensáveis à capacitação continuada, a formação e qualificação profissional, de acordo com a NOB-RH/SUAS: 1) implementação dos planos anuais de capacitação; 2) a provisão de recursos financeiros, 36 humanos, tecnológicos e materiais adequados; 3) o envolvimento de diversos atores no que tange ao planejamento, execução, monitoramento e avaliação dos planos de capacitação, aprovados por seus respectivos conselhos; 4) a nacionalização, definindo-se conteúdos gerais mínimos, todavia, sendo respeitadas as diversidades geográficas das regiões, Estados e municípios, promovendo-se a descentralização; a garantia do exercício de avaliação e monitoramento, realizados através do controle social. No que tange ao acesso das equipes a formações e capacitações, o estado de Pernambuco desenvolveu uma agenda de Capacitações realizadas pela Gerência de Planejamento, Projetos e Capacitação – GPPC em 2012, destacando-se as temáticas acerca dos papéis dos profissionais da Assistência Social na relação com as famílias (conflitos entre familiares e usuários de substâncias psicoativas, protagonismo, atendimento nos serviços, violação de direitos, etc.). Comparando as capacitações ofertadas e aquelas que em geral, os (as) trabalhadores (as) dos equipamentos de CRAS e CREAS sugerem ou solicitam pode-se afirmar que as temáticas desenvolvidas atendem parcialmente às necessidades apontadas pelos equipamentos de Tupanatinga, já que foi apresentada como sugestão, a realização de capacitações e formações sobre os seguintes temas: como o técnico deve atuar no CRAS e a diferença entre o trabalho entre o psicólogo e do assistente social. Já em relação ao CREAS, foram propostos os temas: estatuto da criança e do adolescente e como agir diante do desligamento familiar. (ver apêndice A). 37 7. CONSIDERAÇÕES / RECOMENDAÇÕES. 7.1. Gestão da política No que se refere à realidade de Tupanatinga, o monitoramento 2013 identificou o cumprimento dos requisitos previstos na política de assistência social onde foram constatadas as seguintes potencialidades e fragilidades: Potencialidades Plano Municipal de Assistência Social elaborado e aprovado no CMAS Existência de FMAS criado por lei, com CNPJ próprio gerido pela própria gestão da política de assistência social; Existência de CMAS em funcionamento; Existência de um setor de Monitoramento e avaliação Considerações / Recomendações Fragilidades - - - - - - Inexistência de setor de vigilância socioassistencial A ausência destas atividades compromete de forma negativa o desenvolvimento da política no território inclusive negando princípios e diretrizes importantes em seu âmbito. Como se sabe a vigilância socioassistencial tem o objetivo identificar a realidade do território nas suas diversas formas de vulnerabilidade e risco social. Deste modo o diagnóstico possibilita o conhecimento do território e das suas principais dificuldades /limites são imprescindíveis para a efetivação da política de assistência no município. Vale salientar a importância da gestão, investir no setor vigilância - Diagnóstico socioterritorial em construção Oferta de benefícios eventuais em conformidade com a LOAS - - 38 7.2. Conselho Municipal de Assistência Social. Potencialidades Fragilidades Existência de Conselho com presidência, vice-presidência, plenário e secretaria executiva. Ausência de comissões temáticas, equipe técnica e de apoio. Acesso aos recursos do IGD SUAS e IGD PBF Falta de alternância na representação do CMAS nas duas últimas gestões Infraestrutura do CMAS assegurada pela secretaria municipal de assistência social Utilização compartilhada de telefone e veículo essenciais ao trabalho - Presença de entidades religiosa e filantrópicas na composição do CMAS - Este CMAS não realizou em 2012 nenhuma ação de Considerações / Recomendações Afirmamos a importância de este conselho garantir essa estrutura para o efetivo funcionamento do controle social da Assistência no município, devendo-se para tanto, fazer cumprir de fato o papel de cada uma delas. A partir da identificação de que as mesmas entidades e setores têm se repetido ao longo das duas últimas gestões do CMAS, inclusive na ocupação da presidência que está sob gestão governamental por duas gestões consecutivas apontase a necessidade de se assegurar maior participação nesta instância de controle da política. Cabe ao CMAS apresentar proposta de utilização dos recursos de ambos os IGDs para a melhoria das ações de controle social da política no município as quais só podem ser asseguradas com as condições de trabalho adequadas. Neste caso, o telefone e o veículo são considerados instrumentais imprescindíveis. A regularização desta realidade no município requer a atuação do CMAS de forma clara quanto a sua função social no âmbito do SUAS assim como o papel de cada uma das entidades inscritas neste conselho. Como instância deliberativa da política de assistência 39 fiscalização/acompanhamento das entidades inscritas/desligadas - Fiscaliza apenas os serviços e benefícios da rede pública. social o CMAS não pode se eximir da responsabilidade de acompanhar, deliberar e fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros do FMAS independente do benefício ou serviço ofertado. E se o mesmo está empregado na rede pública ou privada. Sendo assim, a sua atuação em relação à inscrição e acompanhamento das entidades deve ser restabelecida no intuito de se fazer cumprir a sua responsabilidade prevista nos diversos instrumentos de regulamentação da ação dos CAS. Cabe ao CMAS, portanto, maior articulação junto à gestão municipal para realização de tais ações. 40 7.3. Capacidade instalada da política de assistência social no município. Como foi demonstrado neste relatório a rede de PSB e de PSE de Tupanatinga é composta pelos principais equipamentos e serviços essenciais ao atendimento da população usuária do SUAS. No quadro abaixo podem ser visualizados os aspectos considerados mais frágeis no município e aqueles que representam grande potencial no desenvolvimento da sua política de assistência social. Potencialidades Fragilidades Existência de 01 CRAS e 01 CREAS urbano instalado em área estratégica e de fácil acesso à população usuária Ausência de plano individual de acompanhamento individual ou familiar Oferta de Serviços de proteção social básica e especial definidos no SUAS Diagnóstico socioterritorial em construção Oferta de Benefício de Prestação Continuada (BPC) Ausência do programa BPC na Escola e BPC Trabalho Considerações / Recomendações A ausência destas atividades compromete de forma negativa o desenvolvimento da política no território inclusive negando princípios e diretrizes importantes em seu âmbito. Como se sabe a participação democrática e o controle social por parte dos usuários e o enfretamento às vulnerabilidades sociais só se materializam a partir do desenvolvimento de ações que envolvam todos os entes interessados na política em questão. Deste modo o conhecimento do território e das suas principais dificuldades /limites são imprescindíveis. A ausência destes programas fragiliza a cobertura dos beneficiários deficientes, em relação à permanência na escola e inserção ao mundo do trabalho. É importante a adesão dos mesmos, uma vez que o município apresentou um percentual de beneficiários deficiente, do beneficio de prestação continuada maior que os beneficiários idosos. Essa realidade apresentada necessita de respostas com 41 mais celeridade. O CRAS acompanha, atualmente, entre 41 e 60 famílias e tem desenvolvido atividades importantes de mobilização e disseminação. Realização de busca ativa, acompanhamento familiar, a avaliação do trabalho desenvolvido e a sistematização de dados e informações. 7.4. - - - - Gestão do Trabalho Potencialidades CRAS e CREAS funcionando com coordenação exclusivamente na função 75 profissionais lotados na política de assistência social do município Composição das equipes de referência do SUAS com profissões regulamentadas em lei com Conselho Profissional e em quantitativo adequado para o CRAS Funcionamento do CRAS e CREAS com os espaços físicos necessários à realização do trabalho em equipe Fragilidades CRAS funcionando com equipe completa apenas 02 vezes na semana O CREAS não funciona com equipe completa nenhum dia da semana Apenas 04 profissionais concursados CREAS com equipe incompleta - Considerações / Recomendações Foram detectados no âmbito da gestão do trabalho da assistência social deste município alguns aspectos frágeis que na verdade sinalizam para a necessidade de a gestão municipal repensar sua política de recursos humanos e de condições de trabalho orientada pelo que recomenda a NOB SUASRH. Em relação ao CRAS, observa-se a necessidade do atendimento, com a equipe completa os cinco dias da semana. No caso específico do CREAS identificou-se a dificuldade de garantir funcionamento integral durante a semana com equipe completa conforme recomenda a NOB RH SUAS. 42 REFERÊNCIAS BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1998. ____________. MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS: Uma contribuição Necessária – Brasília, DF: MDS: Secretaria Nacional de Assistência Social. 2011. ______. Política Nacional da Assistência Social 2004. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2004. ______. Lei 8.742 de 07 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Nacional de Assistência Social, 1993. ______. Lei 12.435, de 6 de julho de 2011. Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, dispõe sobre a organização da Assistência Social. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2011. _______. Sistema Único da Assistência Social - Norma Operacional Básica. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2012. _______. Resolução n° 237, de 14 de dezembro de 2006. Diretrizes para a estruturação, reformulação e funcionamento dos Conselhos de Assistência Social. Brasília: Conselho Nacional de Assistência Social, 2006. ______. Resolução CIT nº 7, de 10 de setembro de 2009. Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e transferências de renda no âmbito do SUAS, 2009. ______. Portaria n°246, de 20 de maio de 2005. Brasília: GM/MDS, 2005. ______. Resolução n° 16, de 05 de maio de 2010. Brasília: CNAS, 2010. ______. Orientações técnicas – Centro de Referência da Assistência Social. Brasília: MDS, 2009. BOSCHETTI, Ivanete. Assistência Social no Brasil: um direito entre a originalidade e conservadorismo. 2. ed. Brasília: GESST/SER/UNB, 2003. 43 PERNAMBUCO. Resolução nº 188 de 05/12/2008. Política Estadual de Assistência Social/PEAS. Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos – SEDSDH, 2008. SILVEIRA, Jucimeri Isolda. Gestão do Trabalho: concepção e significado para o SUAS. Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS: Uma contribuição Necessária – Brasília, DF: MDS: Secretaria Nacional de Assistência Social. 2011. 44 APÊNDICES 45 APÊNDICE A – SUGESTÕES DE TEMAS PARA AS PRÓXIMAS CAPACITAÇÕES COM TÉCNICOS (as) DO CRAS E CREAS DO MUNICÍPIO DE TUPANATINGA. EQUIPAMENTOS TEMAS SUGERIDOS CRAS Como o técnico deve atuar no CRAS e a diferença entre o trabalho do psicólogo e assistente social no CRAS Violência sexual, estatuto da criança e do adolescente, outros tipos de violação de direitos, como agir diante do desligamento familiar. CREAS 46