Novos ambientes de trabalho pedem mudança de - ABRH
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Novos ambientes de trabalho pedem mudança de - ABRH
Nº 1320 - ANO 27 - QUINTA-FEIRA, 6 DE MARÇO DE 2014 EDITORIAL TRABALHO A DISTÂNCIA evolução tecnológica modifica e sofistica cada vez mais o ambiente de trabalho, que, historicamente restringia-se aos escritórios tradicionais, com toda infraestrutura disponível para receber diariamente, no “horário comercial”, os funcionários da empresa. Mais recentemente, o conceito de home office surgiu como opção para alguns segmentos profissionais. Hoje, as alternativas se multiplicam e exigem das empresas e seus colaboradores uma revisão de cultura e costumes. Um exemplo: conectados pela internet, em diferentes partes do mundo, um exército de cientistas, estudantes, engenheiros, especialistas em diversas áreas e outros colaboradores pode disponibilizar seu conhecimento, trocar ideias e trabalhar conjuntamente para criar conteúdos, encontrar soluções ou desenvolver novas tecnologias. Assim funciona o crowdsourcing, um modelo de produção capaz de gerar novas ideias com a vantagem de redução expressiva de custos e de tempo. “É nisso que está o poder do ‘mercado de inovação aberta’, como é o caso da InnoCentive, empresa dos Estados Unidos que une quem está em busca de soluções – basicamente empresas às voltas com desafios científicos e tecnológicos – com gente que possa ter respostas em qualquer lugar no mundo. Diariamente, milhares de indivíduos visitam o site da InnoCentive atrás de desafios que despertem sua curiosidade. Todos sabem que quem apresentar a solução que mais bem funcione pode levar o prêmio estipulado – em certos casos, mais de US$ 100 mil”, conta Álvaro Mello, presidente da Sobratt – Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividade. Para a maioria das empresas, diz ele, a principal economia do crowdsourcing vem na melhor utilização do tempo de seus próprios profissionais, pois lhes permite se dedicar a tarefas de maior valor e que somente eles podem fazer, enquanto outra parte do trabalho é realizada de forma mais eficiente por outras pessoas. Outra modalidade, o coworking veio para auxiliar o mundo corporativo a vencer um desafio decorrente da adoção do trabalho em casa ou home office. “Em pesquisas, profissionais que trabalham em home office dizem sentir saudade da secretária e da velha sala de reuniões, mas não querem voltar à vigilância dos chefes. Depois de uma década levando uma vida que eles próprios definiam como ‘mais livre’ e ‘menos entediante’, a novidade é que uma parcela começou a dar inesperados sinais de nostalgia em relação aos tempos de escritório”, relata Mello. Criado para socorrê-los, o coworking são espaços a serem compartilhados temporariamente – por horas ou dias – por diversas pessoas que não necessariamente trabalham para a mesma empresa. Esses espaços passaram a ser usados também por empresas e profissionais a fim de estabelecer relacionamentos de negócios ou mesmo para discutir e amadurecer ideias e projetos em grupos. Esses novos escritórios, relata Mello, têm se revelado ambientes favoráveis à produtividade tão almejada pelas empresas. “É por isso que algumas, as mesmas que haviam liberado seus funcionários para trabalhar em casa, patrocinam a estada deles nas salas compartilhadas, alternando-a com os dias de home office”, completa. Com tantas possibilidades, empresas como Unilever e Philips saíram à frente e repensaram o layout do seu espaço físico, com o objetivo de torná-lo mais dinâmico, versátil e compatível com a realidade atual, na qual uma mesma mesa pode ser compartilhada de forma alternada J. Egberto Novos ambientes de trabalho pedem mudança de cultura Diversidade para adversidades Para muitas empresas, boa parte das transformações por que o mundo corporativo passa se apresenta como adversidades. Na verdade, um grande número dessas mudanças que vêm tirando o sono de muitos gestores nem sempre está relacionado diretamente ao ambiente empresarial: alterações em contextos sociais e demográficos, como o envelhecimento da população, e tecnológicos, como discutir o mundo pósredes sociais, são exemplos de fenômenos externos às organizações que causam fortes impactos nestas. Mas como reagir à altura diante desses desafios? por vários profissionais. No novo desenho, foram criados espaços de longa permanência para quem precisa se concentrar no trabalho, os de conectividade e interação para troca de ideias entre os colegas e o espaço de regeneração para o dia a dia intenso ou salas de descompressão, como são conhecidos. “Claro que tudo isso merece ajustes. O grande desafio é mostrar, principalmente para RH, essa nova visão de espaço de trabalho. Cada vez mais as empresas estão, formal ou informalmente, adotando ambientes diferenciados. É uma grande mudança de cultura e todos os seus rituais”, diz o presidente da Sobratt. Para as empresas temerosas por não terem os funcionários ao alcance dos olhos, ele garante que isso é mito. “Ele pode estar na empresa todos os dias, mas ter baixa produtividade. Além do mais, hoje existem controles a distância, por meio do estabelecimento de metas, de indicadores de desempenho e avaliação dos resultados. Já fazemos isso no Brasil.” Os hábitos de antigamente, claro, precisam ser adaptados a um mundo tecnológico, no qual o acesso a smartphones, iPhones, tablets e laptops leva as pessoas, mesmo sem perceberem, a trabalhar quando estão longe do escritório. E o processo de migração para o teletrabalho requer atenção especial por parte da empresa, que deve iniciá-lo pelo setor mais afeito a novidades, dando treinamento e criando um benchmarking interno para, depois, paulatinamente, ampliar a iniciativa para outros setores. “Se for bem implementado e abranger as pessoas com os perfis adequados, o teletrabalho não apresenta qualquer desvantagem. Ao contrário, vem também como solução para outros dois problemas do mundo atual: o comprometimento da mobilidade urbana nos grandes centros e o alto preço do metro quadrado nos centros empresariais”, completa. O uso de receitas antigas não se mostra eficaz; além de perigoso, remédios vencidos podem aumentar a lista de problemas de um doente. A saída é extrair da diversidade boas lições para enfrentar a adversidade. Não é algo fácil. Lidar com o diferente em um mundo em que parece prevalecer um pensamento único, como o caso do corporativo, é uma tarefa árdua. Ainda mais quando somamos a essa equação a busca frenética por resultados cada vez mais mirabolantes. O que assistimos, ao final, é a uma atenção maior ao “quanto” e muitos gestores deixando de lado o “como”– e com ele a diversidade. Enfrentar o novo exige pensar, olhar, sentir e perceber de modo diferente. E toda essa diferença deve ser buscada naqueles que compõem uma organização. Por essa razão lógica, uma companhia que ousa e inova em ações inclusivas tem mais chances de performar melhor. Os verbos usados não são aleatórios, eles compõem o tema central da edição deste ano do CONARH – RH Urgente! Ousar, Inovar e Performar – e corroboram a ideia de que uma empresa aberta à diversidade tem mais força para entender esses contextos mutantes e para encontrar, nela mesma, a resposta para muitas de suas dúvidas. Dessa forma, no mês em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, não basta apenas refletir sobre a presença delas no mercado de trabalho por meio de questões de igualdade de direitos, de justiça e de oportunidades. É preciso olhar para outras questões, externas e internas às empresas, como a possibilidade de maior competitividade e força para enfrentar as adversidades pela diversidade. Mas isso demanda uma organização e um RH que ousem e inovem. Leyla Nascimento Presidente da ABRH-Nacional PESQUISA Conquistas femininas SECCIONAIS EM AÇÃO ABRH-RS dá a largada para premiações de 2014 Até 17 de abril, a seccional gaúcha da ABRH está com as inscrições abertas para os prêmios Top Ser Humano e Top Cidadania 2014. O Top Ser Humano reconhece organizações e profissionais do Rio Grande do Sul que valorizam o ser humano como diferencial estratégico para o crescimento das pessoas e das empresas. Já entidades sem fins lucrativos e empresas públicas e privadas que possuem projetos de investimentos sociais voltados a comunidades podem se inscrever no Top Cidadania. Informações: www.abrhrs.org.br [email protected] Tel. (51) 3254-8258 RESERVE SUA AGENDA Para ampliar o debate sobre o trabalho a distância e suas implicações, a ABRH-Nacional e a ABRH-SP, com o apoio da Sobratt, vão realizar, nos dias 29 e 30 de maio, no auditório da Abril, em São Paulo, o I Fórum ABRH-Nacional de Teletrabalho – Trabalho a Distância e Tecnologia Inovando a Gestão de Pessoas. Durante dois dias, serão discutidos os reflexos do teletrabalho na empregabilidade; ferramentas tecnológicas indispensáveis para o trabalho a distância; os aspectos legais, trabalhistas e sindicais na sua implantação; a visão do Judiciário sobre o tema; liderança a distância; o teletrabalho transformando a gestão de pessoas na área pública; mobilidade urbana e sustentabilidade; e cases de sucesso. Mais informações: www.abrhnacional.org.br / [email protected] Tel. (11) 3138-3420 Boas novas para as profissionais que anseiam galgar posição estratégica na gestão das empresas. Uma pesquisa da consultoria Accenture, realizada com 4,1 mil executivos de 32 países, inclusive o Brasil, apontou, entre outros dados, as expectativas em relação à ascensão das mulheres no mundo corporativo. Confira os principais resultados: • Nos conselhos: 71% acreditam que o número de mulheres nos conselhos das empresas vai aumentar até 2020. • No topo: Sete em cada 10 (70%) dizem que o número de mulheres CEOs vai aumentar até 2020. Destes, 15% acreditam que o crescimento será significativo. • Na alta administração: Quase metade (44%) diz que hoje suas empresas estão preparando mais mulheres para funções de gerenciamento sênior do que fizeram em 2013.
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