Home Office - Claudio Nasajon
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Home Office - Claudio Nasajon
Capa Teletrabalho texto de Angela Miguel Vá para casa! Não perca mais horas no trânsito ou em reuniões intermináveis. Conheça o mundo Home Office e descubra se a sua pequena empresa se encaixa nesse novo, moderno e disciplinado estilo de trabalho 38 GES57_38-49_MatCapa.indd 38 28/06/2013 13:34:18 E squeça aquela imagem de um prédio de tijolos, com um entra e sai desenfreado durante o dia, luzes acesas até altas horas da madrugada, pizzas sendo encomendadas para o jantar, caminhões carregando e descarregando mercadorias e um grande espaço interno, sem divisões entre as seções, um borbulhar de criatividade e relacionamentos interpessoais. Essa era a descrição de alguém que projetava abrir sua empresa nos últimos 20 anos. No entanto, prepare-se. Os métodos modernos de comunicação e a tecnologia chegaram para transformar o que você conhecia sobre a criação e o crescimento de uma empresa. O empreendedor contemporâneo é aquele que se cercou de todo tipo de materiais para exercer sua função e comandar sua pequena empresa – DO SEU QUARTO! Bem-vindo à era do Home Office. Nada de perder horas preciosas do dia em trânsito, almoçar com os colegas, reuniões intermináveis. A realidade é outra e é constituída pelo profissional multifacetado, que cumpre prazos apertados e desenvolve projetos sem sequer sair de casa. E não é só o profissional que voou para casa e de lá não saiu mais, as pequenas empresas têm dado uma chance para o Home Office – ou o teletrabalho, expressão usada para designar qualquer tipo de atividade corporativa feita fora da empresa, isto é, com tablets, smartphones e computadores pessoais. Os atrativos são diversos para o microempresário, como a redução drástica de gastos e a administração do próprio tempo, podendo se dedicar ao próprio negócio e à família, tudo do mesmo lugar. 39 GES57_38-49_MatCapa.indd 39 28/06/2013 13:34:19 Capa Teletrabalho A Gestão&Negócios listou as principais dúvidas das micro, pequenas e médias empresas sobre o mundo Home Office e trouxe caminhos para você abrir sua empresa de casa ou fechar seu escritório custoso e botar sua equipe para trabalhar de casa. Veja a seguir quais as recomendações legais para se abrir um negócio no modo Home Office, quais as áreas mais populares, como contratar funcionários e qual a melhor forma de montar seu próprio espaço. Ir ou não para casa? O mundo maravilhoso do Home Office parece perfeito para muitos, mas precisa ser encarado com muita disciplina e seriedade. Será que todo tipo de pessoa se encaixa no esquema do trabalho flexível e se dá bem? Sabia que características da própria personalidade podem fazer a diferença em uma experiência como essa? Pessoas que gostam de rotina, que são caseiras, pacientes, focadas, com alto poder de concentração, muito disciplinadas e que trabalham bem sozinhas costumam tirar de letra a mudança. Já aqueles que não dispensam a interação com o público, que preferem trabalhar em grupo ou detestam uma vida “sempre igual” podem detestar o novo estilo. Para evitar erros comuns como misturar a vida pessoal com a profissional durante o expediente e distrair-se com facilidade diante da TV, é importante fazer algumas tentativas primeiro. A jornalista Marina Sell Brik viu o marido embarcar na vida Home Office em 2003, e seguiu seus passos três anos depois. Pouco depois, escreveram o livro “As 100 Dicas do Home Office: Um Guia Básico para Montar e Manter seu Escritório em Casa”, da Editora AB. No livro eles dividem conselhos e experiências sobre o modo de trabalho doméstico. Como, por exemplo, ter uma boa es- GES57_38-49_MatCapa.indd 40 “Home Office em empresas de alto impacto funciona muito bem, mas apenas na fase de ‘prova de conceito’ e estágio inicial de operação. No primeiro aporte, fatalmente precisará sair de casa e virar gente grande para crescer adequadamente” Claudio Nasajon, palestrante e escritor trutura com equipamentos adequados, saber organizar o próprio tempo para tirar melhor proveito da flexibilidade de horários e vestir-se para trabalhar – nada de continuar com o pijama. “É preciso manter o foco para não perder produtividade. Distrações como TV ligada, games e visitas fora de hora precisam ser bem administrados para não perder o tempo de trabalho. Também é importante lembrar que o isolamento deve ser evitado. O profissional precisa sair, encontrar ex-colegas, participar de palestras para se atualizar e manter contato com outras pessoas e com o mercado”, aconselha a jornalista. 28/06/2013 13:34:20 CASES Outro atrativo importante é a redução de custos, especialmente no caso de microempresários. Gastos com aluguel de ponto comercial, transporte, refeição e infraestrutura são drasticamente reduzidos, já que alguns deles são transportados para as já costumeiras despesas domésticas. No caso de franquias que não exigem pontos comerciais, a ideia é ainda mais atraente. Se o empresário necessitar manter uma equipe, sem dúvida será composta por menos funcionários do que em um outro local. Como consequência, ele poderá oferecer produtos com a mesma qualidade por preços menores, atraindo ainda mais a clientela e largando na frente da concorrência. Como inspiração para as PME’s, atualmente, grandes empresas têm optado pelo Home Office para áreas específicas, como Recursos Humanos e Comunicação. HP (Hewlett-Packard), IBM, Citibank, Intel, Phillips, Serpro, Ibope e AES são alguns nomes que entraram na onda e se mostraram satisfeitos com os resultados. Pesquisas apontam que a produtividade aumentou em empregados que escolheram o regime, felizes com a flexibilidade de horários, a proximidade com a família e melhor qualidade de vida. Um dos casos mais famosos é o da Ticket, pioneira no setor de refeição e alimentação-convênio. A empresa monta um escritório na casa de cada colaborador – mesa, cadeira, celular corporativo, impressora, computador e ajuda de custo mensal para despesas com itens de almoxarifado e energia elétrica. O projeto de teletrabalho começou a ser colocado em prática no ano de 2006 e, após cinco anos, já registrava economia de R$3,5 milhões. Segunda a companhia, houve também aumento da produtividade, proporcionando um acréscimo médio de 1,7 mil visitas ao mês e crescimento de 40% nas vendas novas. Análise da realidade Entender o conceito do Home Office e adequá-lo a ele é fundamental para que Mi casa, nuestra casa A assessoria em comunicação integrada Prima Press ocupava um grupo de salas em Ipanema. Contudo, diante da renovação de um contrato por preço exorbitante, a sócia-diretora Ticiana Azevedo, foi obrigada a aceitar o aumento despropositado. No ano seguinte, a mesma postura. "Resolvi sair no prazo determinado e, se fosse preciso, me acomodaria em casa enquanto procurava outro espaço. Não encontrei nenhum imóvel nos 30 dias do prazo e acabei instalando a empresa provisoriamente no meu apartamento", conta ela. O provisório funciona desde julho de 2009, são oito funcionários fixos, um freelancer e 20 clientes atendidos. "É o melhor dos mundos. Meu apartamento tem 240 metros quadrados e eu morava sozinha. Fiz uma divisão de modo que ninguém tem acesso à intimidade da minha casa. São duas entradas independentes. As pessoas entram e vão direto para o escritório. O único espaço comum é a copa-cozinha. No escritório comercial era uma copa apertada, não havia o mesmo conforto", diz Ticiana. No início, pareceu um retrocesso, mas logo percebeu as inúmeras vantagens de trabalhar em casa e ter sua equipe ao seu lado. "Não emito CO2 com transporte do trabalho para a casa e vice-versa, posso almoçar em casa, fazer ginástica na hora do almoço, tomar banho, mudar de roupa para uma reunião, todas essas coisas. Desde 2009, a empresa possui o selo Carbon Free. "Quem puder, não se deixe levar pelo preconceito de trabalhar em casa", conclui Ticiana. a empreitada funcione. Profissionais que se dispersam com facilidade ou têm dificuldades em estabelecer limites para o convívio familiar podem enfrentar dias terríveis ao trabalhar na própria residência. Muitas vezes, a falta de disciplina e de controle pode acarretar em faltas a compromissos com horários estabelecidos, entregas após o prazo e excesso de permissividade com clientes, transformando-os em “amigos”, perdendo o profissionalismo. A prática também não pode ser ligada ao amadorismo – o teletrabalho fatalmente dá errado se o empreendedor não tem capacidade de administrar a si mesmo, acima de tudo. Para o empresário, palestrante e autor dos livros “Venda-se”, “Reivente-se” e “Planeje-se” (todos publicados pela Editora Campus) Claudio Nasajon, o Home Office é ideal para o empreendedor que não possui muitos recursos pa- ra dar o pontapé inicial e que opta por um negócio com volume de crescimento modesto. “Home Office em empresas de alto impacto funciona muito bem, mas apenas na fase de ‘prova de conceito’ e estágio inicial de operação. No primeiro aporte, fatalmente precisará sair de casa e virar gente grande para crescer adequadamente”, projeta ele. Nasajon explica que o empreendedorismo de alto impacto é aquele que deseja crescer, gerar empregos e desenvolver a economia do entorno. “Por definição, esse tipo de empreendedorismo vai crescer até o ponto em que o quarto de empregada já não será suficiente para armazenar o estoque da loja virtual, nem o prédio residencial vai permitir o tráfego intenso de caminhões para carregar e descarregar a mercadoria. Se a lojinha for para vender meia dúzia de itens para sustentar a família, você po- 41 GES57_38-49_MatCapa.indd 41 28/06/2013 13:34:21 de armazenar na cozinha e mandar pelo SEDEX uma vez por semana, mas se quiser fazer o bicho crescer e o tornar um monstro, o empresário vai precisar sair logo para uma estrutura fora de casa”. Contudo, para o microempresário que ainda quer se testar no mercado e tem planos menos ambiciosos para o início, Nasajon destaca o baixo custo fixo de se abrir a empresa em casa. Para ele, muitas vezes um bom negócio não tem fôlego para sobreviver aos primeiros meses simplesmente porque teve que pagar custos fixos incompatíveis com o baixo faturamento natural dos primeiros tempos de operação. Aí é que entra a redução de despesas com a implantação do teletrabalho. Outra vantagem importante é a maior disponibilidade de tempo, já que geralmente o empreendedor precisa se dedicar à criação 24 horas por dia. tipos de negÓCios Dessa maneira, é importante lembrar que nem todas as empreitadas funcionam em um ambiente doméstico. Há áreas que facilitam a criação de microempresas em casa e que apresentam boa perspectiva de sucesso. Processos industriais, que por definição exigem maquinário ou entrada de matéria-prima, não são boas indicações, assim como para serviços que exijam a presença física do cliente ou do fornecedor. Também não são boas indicações os negócios que não possam formalmente serem constituídos em uma residência por conta da legislação municipal, estadual ou federal. Por outro lado, empresas que comercializam serviços oferecidos em domicílio e de cunho pessoal são ótimas escolhas. “Funcionam bem os negócios que podem ser feitos com pouca gente, que não exigem tráfego constante de pessoas (clientes, fornecedores e funcionários) e que têm alto valor agregado, ou seja, o pequeno volume de negócios gera alto rendimento”, aponta Nasajon. GES57_38-49_MatCapa.indd 42 deZ veJa a Seguir aTividadeS luCraTivaS para MoNTar eM CaSa: 1. Comunicação: ter uma agência de conteúdo, assessoria de imprensa ou ser um analista de mídias sociais ou até tradutor técnico requer bons computadores, impressora, telefone, dicionários e itens de almoxarifado. o custo é baixo e são trabalhos feitos sob medida para os clientes. 2. serviços pessoais: contadores, advogados, consultores financeiros e de imagem podem trabalhar direto com o cliente por meio da internet. Atendimentos pessoais podem ser feitos na casa do cliente. 3. lojas virtuais: com uma equipe virtual, é possível criar páginas voltadas ao comércio eletrônico, unindo diversas capacidades. Para manter a equipe, o custo pode ser levemente elevador, assim como o gasto com computadores e tecnologia. 4. Criação gráfica: designers e publicitários podem entregar suas diagramações e peças de sua residência, investindo em programas avançados de criação visual e envio de materiais. o primeiro passo é montar um bom portfólio on-line e ativar a rede de contatos. 5. turismo: ter uma agência de viagens necessita de uma linha telefônica separada da do domicílio e bom pacote de internet. os atendimentos podem ser feitos por telefone ou pessoalmente em um pequeno espaço da casa. 6. eventos: um bom organizador de eventos deve ter uma longa e confiável lista de fornecedores. os encontros com clientes ocorrem geralmente nas locações das festas e o restante pode ser realizado até mesmo pelo tablet. 7. ensino: com programas como o Skype, professores e alunos podem estudar juntos mesmo à distância. o ensino de línguas estrangeiras, por exemplo, é ideal para ser feito por meio de computadores. 8. tecnologia: com o avanço atual, montar projetos, desenvolvê-los e geri-los é tarefa simples para ser feita à distância. A área de tecnologia da informação, por exemplo, geralmente não está inserida nas pequenas empresas, consultorias fazem atendimentos por pacotes mensais de outros locais. 9. arquitetura/decoração: visitas periódicas ao local objeto do projeto se dividem com o tempo dedicado à criação. Itens para desenho, materiais de almoxarifado e programas avançados ligados a design se unem a um portfólio extenso para que o escritório tenha sucesso. 10. áudio/Vídeo: boa conexão para envio de arquivos pesados e aplicativos para a criação de vídeos, animações e efeitos são essenciais para profissionais dessa área. o contato com agências também se mostra fundamental. 28/06/2013 13:34:21 Capa Serviços de intermediação ou representação comercial, por exemplo, assim como serviços com cuidado pessoal ou que possam ser entregues à distância – traduções, redação de textos, design – são garantias de sucesso. Porém, é importante lembrar que todas as atividades possuem particularidades, portanto, o empreendedor deve pesquisar quais são as obrigações previstas por lei para cada área de atuação. Para ajudar na divulgação, é mandatório aproveitar as redes sociais e a propaganda on-line. Respeite a ergonomia Derivada das palavras gregas Ergon (trabalho) e Nomos (normas, leis), a ergonomia é essencial para a garantia de uma boa prática da atividade Home Office. Ela é um conjunto de regras seguidas a fim de promover a manutenção da saúde e do bem-estar do trabalhador. Para designá-la, o Ministério do Trabalho e Emprego possui a Norma Regulamentadora 17. Para o trabalho em casa, o profissional deve seguir algumas orientações diariamente, da construção do espaço à execução diária das tarefas. A mesa, por exemplo, tem que apresentar entre 60 e 80 centímetros de altura, a fim de combinar com o ajuste da cadeira. Os modelos em C ou L se adaptam melhor ao abdômen, assim como bordas arredondadas, evitando a compressão do antebraço, e com uma profundidade mínima de 75 centímetros, abrigando monitor e teclado com boa distância. O topo revestido por material fosco é melhor do que vidro, já que evita reflexos. Quanto ao assento, deve ter altura ajustável, pouca ou nenhuma deformação na base, borda frontal arredondada e encosto levemente curvado para dar proteção à região lombar. Em sua maioria, os modelos à venda apresentam altura regulável entre 40 e 55 centímetros. Os apoios dos braços também devem ser ajustáveis, de modo que o cotovelo do usuário forme um ângulo de 90 graus com o teclado ou mouse. Para evitar danos aos punhos, é possível apoiá-los em uma almofada que pode ser colocada à frente do teclado. Ela pode ser usada também no mousepad. O monitor deve estar à altura dos olhos e em uma distância mínima de 40 centímetros do profissional. Os pés, por sua vez, devem formar também um ângulo de 90 centímetros com o chão. Para ajudar, muitos utilizam um apoio com regulagem de altura e inclinação que permite o descanso de ambos os pés, com uma distância mínima de 20 centímetros entre eles. Dentre as principais consequências da falta de preocupação com a ergonomia estão as doenças relacionadas aos termos L.E.R. (Lesões por Esforços Repetitivos) As 10 profissões Home Office mais bem pagas dos Estados Unidos 1. Médicos e radiologistas: US$ 1.975,00 (média de ganho semanal) 2. Engenheiro de Software/Computação: US$ 1.549,00/semana 3. Gerente Financeiro: US$ 1.227,00/semana 4. Professores Pós-secundários: US$ 1.166,00/semana 5. Pesquisadores de Mercado: US$ 1.162,00/semana 6. Enfermeiras registradas: US$ 1.055,00/semana 7. Especialista em Relações Públicas: US$ 1.126,00/semana 8. Escritores e Autores: US$ 987,00/semana 9. Contadores (analista de impostos): US$ 1.061,00 10. Designer Gráfico: US$ 890,00 FONTE: Pesquisa divulgada em 2011 pela revista Forbes Teletrabalho e D.O.R.T. (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), como tendinite, bursite e tenossinovite. Montando o espaço A par das principais orientações sobre ergonomia, o passo seguinte é montar o próprio escritório. O gasto não é alto e se mostra extremamente útil, visto que espalhar laptop, livros e telefone sobre a mesa de jantar ou a cama não é das atitudes mais corretas para a saúde corporal. Assim, escolha um pequeno espaço em sua casa – seja na sala de estar, no quarto de empregada ou em um corredor – para abrigar seu local de trabalho. Delimitado, ele ajuda na separação entre vida corporativa e doméstica. Se possível, também, um local que facilite a circulação e que tenha área para locomoção de sua cadeira. “A utilização de um ambiente confinado, como um cômodo com porta e banheiro, por exemplo, e preferencialmente com acesso planejado à entrada do imóvel, evitando que clientes transitem por outros ambientes da residência, seria a situação ideal”, aconselha a arquiteta Andréa Parreira. Segundo ela, uma boa mesa ou um móvel conjugado com nichos ou prateleiras é o passo inicial de um projeto. “Para dar um ar profissional à estação de trabalho, catálogos, quadros alusivos à profissão ou insumos da atividade são elementos tradicionais e úteis”, orienta. Não há cores específicas para o espaço, mas diferenciar o local com papéis de parede, adesivos ou cores fortes é boa solução. “Logicamente, ambientes amplos favorecem o uso de cores. Porém, espaços restritos podem ter detalhes ou o mobiliário de cor mais forte”, lembra a arquiteta. Se o espaço é reduzido, a elaboração de um projeto de marcenaria é essencial. Dessa maneira, é possível aproveitar ao máximo o local e respeitar o aspecto ergonômico, de acordo com Andréa. Se possível, a proximidade com uma janela facilita a corrente de ar e a entrada de luz natural, auxiliando na economia da casa. Mas lembre-se, nada de colocar sua mesa à frente de uma janela. A luz exterior prejudicará a visão do monitor 43 GES57_38-49_MatCapa.indd 43 28/06/2013 13:34:21 Capa Teletrabalho e pode, inclusive, causar problemas para a máquina. “Como é comum o uso destes espaços fora dos horários comerciais, ou seja, sem luz natural, os atuais recursos da iluminação artificial resultam em mais conforto ao Home Office”, conclui Andréa. Umidificadores ou climatizadores são alternativas ao ar-condicionado, ideais para manter a qualidade do ar e fáceis de locomover. Na construção da estrutura, aposte em gavetas e prateleiras, a fim de manter todos os elementos de almoxarifado por perto. Para facilitar a organização, pastas suspensas e um quadro de recados feito de cortiça são boas indicações. A ligação elétrica também deve ser prioridade, evitando cabos espalhados pelo chão. Telefone, internet banda larga, impressora multifuncional e roteador wi-fi também são indispensáveis para um escritório perfeito. Abertura da empresa A opção pela empresa Home Office não deixa as obrigações legais mais fáceis, ao contrário do senso comum. Segundo a contabilista da Rolim Soluções e Contabilidade, Fernanda Rolim, os trâmites para abrir uma empresa no formato Home Office são geralmente os mesmos que uma empresa com sede fixa. O que difere uma da outra, na verdade, é o ramo da atividade. “Para empresas de prestação de serviços, os trâmites são os mesmos, independente do endereço da empresa, se na casa do prestador ou em local alugado. Já para atividades de comércio, há algumas restrições a depender do local, como zoneamento permitido ou não, licença de funcionamento específica da atividade, AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), licença da Anvisa, entre outros”, aponta a contabilista. Fernanda lembra que as regras para a abertura de empresas relacionadas às 10 dicas rápidas para o trabalho em casa 1. Vestuário: você não está liberado das regras de etiqueta em casa. Tire o pijama ao acordar e coloque uma roupa adequada ao trabalho - confortável, mas sem desleixo. Salto alto ou terno são desnecessários, claro. 2. Expediente: grande perigo para os workaholics, trabalhar em casa não significa fazer horas-extras intermináveis. É importante manter as horas diárias correspondentes a um expediente comum. 3. Concentração: por outro lado, é fácil distrair-se com a televisão, o sofá e as tarefas domésticas estando em casa. Mantenha a TV desligada, faça seu horário de almoço corretamente e se programe para outras atividades. 4. Descompressão: também é possível aproveitar a flexibilidade para minutos de "descompressão" da rotina. Um cochilo após o almoço, a leitura do capítulo de um livro que está atrasado ou um banho no meio do dia. 5. Bem-estar: ao montar sua própria programação, dê prioridade também à saúde do corpo. Volte para a academia, corra logo de manhã, caminhe pelo quarteirão no meio da tarde. 6. Alimentação: a proximidade com a geladeira não significa comer a toda oportunidade. Não ganhe quilos extras, alimente-se como no escritório, evitando petiscos calóricos da despensa e abuse de frutas, torradas integrais e cereais. 7. Isolamento: a falta de contato com os companheiros de trabalho até pode ser quebrado pelo Skype ou outros meios, porém a distância do mundo exterior pode acarretar desmotivação e até depressão. Marque encontros com pessoas do ramo ou ex-colegas de emprego. 8. Família: estar em casa não significa "tempo livre". Filhos, marido e outras pessoas que circulam pela residência devem entender seus limites. Montar um escritório isolado por portas ou designar alguém para cuidar dos filhos durante o expediente são soluções. 9. Comunicação: clientes e parceiros podem saber que você trabalha em casa, mas é sua obrigação passar um ar profissional. Sempre se refira àquele espaço como "escritório". Os contatos telefônicos, as assinaturas do e-mail e até a secretária eletrônica devem seguir igualmente. 10. Organização: para não perder tempo com distrações, tenha tudo que lhe é necessário à mão. O espaço designado deve conter objetos de almoxarifado, itens eletrônicos, garrafa de água e uma cadeira confortável. “A recomendação do Ministério do Trabalho é que se o contrato de trabalho se encaixa em subordinação, cumprimento de jornada e controle de ponto, então a contratação deverá ser em regime CLT, independente do local a ser desempenhada a função.” Fernanda Rolim, contabilista 44 GES57_38-49_MatCapa.indd 44 28/06/2013 13:34:21 atividades de cosméticos e alimentos são geralmente mais rigorosas. O empreendedor também precisa escolher em qual tipo de empresa está enquadrado, isto é, se fará parte da categoria MEI – Micro Empreendedor Individual, Empresa Individual ou Sociedade Limitada. Caso opte pelo MEI, deve ter em mãos o RG e o CPF, fazendo o cadastro da empresa pela internet. “Já para emissão da Nota Fiscal Eletrônica (NFS-e), é necessário o preenchimento de formulário específico junto à Prefeitura da cidade (geralmente com firma reconhecida), bem como a apresentação dos documentos comprobatórios, em cópias autenticadas. A abertura de MEI, deverá ainda seguir algumas regras, tais como faturamento, atividade prevista e desimpedimento legal”, explica Fernanda. No caso de Empresa Individual ou Sociedade Limitada, são necessários os seguintes documentos: RG/RNE/ CPF (três cópias autenticadas cada), comprovante de residência, recibo de envio do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF – último ano base) e título de eleitor, além de uma cópia do IPTU. Para esse caso, Fernanda aconselha que o empreendedor contrate um profissional da área. Para o registro do MEI não há custo. Já para os outros dois, o custo médio é de R$600,00. “Importante que o empreendedor faça um planejamento financeiro estabelecendo quais suas metas e objetivos, de acordo com a atividade exercida, para então ser possível mensurar o capital inicial para sua empresa”. Para quem decide ser MEI, os impostos dão um total de R$39,90. Já para empresas Individuais e Sociedades Limitadas inscritas no Simples Nacional, o imposto varia de acordo com a atividade exercida – indústria (inicia em 4,0%), comércio (inicia em 4,5%) e serviços (inicia em 4,5%). Bate-papo com quem entende Para saber mais sobre o teletrabalho, a Gestão&Negócios conversou com o presidente da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades (SOBRATT) e coordenador do Centro de Estudos de Teletrabalho e Alternativas de Trabalho Flexível (CETEL) da Business School São Paulo – BSP, Alvaro Augusto Araújo Mello. Fundada em 1999, a SOBRATT tem os objetivos de atuar como referência na difusão do conhecimento sobre o teletrabalho no País, além de consolidar sua influência em questões legais, administrativas, técnicas e científicas no campo das teleatividades. Confira! Gestão&Negócios: O que é o conceito de teletrabalho e no que ele se difere do Home Office? Alvaro Mello: O meu conceito de teletrabalho é bem amplo. Não é apenas o Home Office, é qualquer trabalho realizado à distância. Todos somos teletrabalhadores hoje, com smartphones conectados 24 horas ao e-mail, com computadores pessoais. E o grande problema instalado hoje é de que maneira podemos regulamentar esse modo de trabalho? Não tem como! Como disse o Gil Giardelli, nós vivemos na era da colaboração. Hoje é comum trabalharmos com pessoas do outro lado do mundo e que nunca vamos encontrar. O crowdsourcing e o crowdfunding estão aí para provar essa questão. Hoje, o local de trabalho é qualquer local, pode ser em um supermercado, em um restaurante, onde for. Para as pequenas empresas, apostar no teletrabalho é uma solução muito inteligente, especialmente se pensarmos na redução de custos. Tenho uma conhecida que possui um negócio de seleção de pessoas e grande parte dos funcionários fazem o recrutamento de casa. Imagine se ela tivesse que montar um escritório para manter todas essas pessoas, a quantidade de gastos que ela seria obrigada a honrar? G&N: O teletrabalho é uma grande alternativa para problemas comuns das grandes cidades? Alvaro Mello: O teletrabalho é uma ferramenta que pode fazer a diferença na dinâmica da cidade. Os chefes de estado deveriam ver como o teletrabalho ajudaria em uma série de problemas como a poluição e o trânsito, por exemplo, por meio de incentivos fiscais as empresas que aderissem ao projeto. O governo poderia dar descontos no IPTU para companhias que comprovassem a retirada de um número mínimo de carros da rua por conta do teletrabalho. Para resolver o problema do trânsito, pensam em bicicletário, fretamento, carona solidária. Todas essas implicam em custo, o teletrabalho não. É preciso treinar o grupo de pessoas que trabalhará de casa e pronto. O teletrabalho funciona para qualquer tipo de negócio. O que é preciso escolher é por qual área vai começar. A Ticket começou pela área de vendas. O grande exemplo dessa mobilização nas metrópoles foi Londres durante as Olimpíadas de 2012. O governo sensibilizou empresas para que implantassem o trabalho flexível durante os Jogos Olímpicos, a fim de evitar caos nos transportes públicos e nas ruas da capital inglesa. Cerca de 200 empresas adotaram e mais de 1,5 milhão de pessoas trabalharam de casa durante aquele mês. G&N: Quais são as principais reclamações contra a instalação do teletrabalho? Alvaro Mello: O problema da confidencialidade de informação é uma das mais ferrenhas críticas que enfrentamos. Isso precisa ser regulamentado e já existem ferramentas que impedem e controlam o envio de informações dessa natureza. O isolamento social é outra. Nesse caso, a empresa pode montar um programa para que o profissional vá até lá uma vez por semana ou a cada 15 dias. Também acreditam que o teletrabalho resultará em muitos processos trabalhistas por conta de hora-extra, mas também há formas de bloquear o uso do sistema pelo profissional após o expediente. G&N: O senhor trabalha de casa, quais foram as maiores dificuldades encontradas até então? Alvaro Mello: Eu senti muito quando comecei no teletrabalho, não é fácil se adaptar. A primeira dificuldade foi o relacionamento com a minha mulher por conta das interrupções. Os vizinhos também são um problema, pois coisas incontroláveis acontecem. Eu estava no Skype durante um evento internacional outro dia e o vizinho com reforma. Também escolhi um local da casa para ser meu escritório e o sinal da internet chegava bem fraco no dormitório. O ideal é também que a empresa envie especialistas para inspecionar se aquele local está de acordo com as condições por lei. É um futuro problema caso a empresa não cuide da saúde de seu funcionário. Eu também trabalhava muito mais, até de fim de semana, afinal, o computador estava sempre ali, e esse é um grande erro. 45 GES57_38-49_MatCapa.indd 45 28/06/2013 13:34:22 André e Marina Sell Brik A contabilista também atenta para o alvará de funcionamento. Todo e qualquer negócio deverá sempre obtê-lo na Prefeitura da cidade, mesmo que a empresa tenha sido montada em casa. As vantagens fiscais para quem abre um negócio na residência dependem da atividade e do modelo enquadrado no regime tributário, não do endereço ou sede da empresa. “As principais reduções de custo de se abrir uma empresa em casa são o aluguel e o custo de locomoção. Além disso, há ainda outras despesas que acabam sendo otimizadas, tais como água, luz, condomínio e IPTU”. O empresário deve também preocupar-se com as relações de trabalho, caso decida manter uma equipe por forma do trabalho flexível. A fim de atualizar e contemplar as formas de trabalho contemporâneas, a Lei 12.551 de 2011 veio para ficar. Alterando o artigo 6 da CLT, a lei passou a reconhecer o trabalho feito à distância, não só aquele de casa. Diz a lei: “Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego”. Por isso, a obrigação do empreendedor é contratar o funcionário Home Office da mesma maneira que qualquer outro: obedecendo todas as regras da CLT e atentar-se para as devidas condições adequadas de trabalho, tais como iluminação, segurança, instalações, etc. “A recomendação do Ministério do Trabalho é que se o contrato de trabalho se encaixa em subordinação, cumprimento de jornada e controle de ponto, então a contratação deverá ser em regime CLT, independente do local a ser desempenhada a função”, alerta a contabilista da Rolim Soluções e Contabilidade. Quanto ao pagamento de funcio- GES57_38-49_MatCapa.indd 46 Alessandra Okazaki Contratações 2.0 “O Home Office se trata de uma empreitada autônoma e ecológica. A relação de custos fixos com aluguel, estrutura e equipe podem ser repassados na forma de desconto para o cliente” Marina Sell Brik, jornalista nários por meio de nota fiscal, Fernanda lembra que ela se deve a prestação de um serviço avulso, em que se contrata algum serviço para atendimento de uma demanda específica, não configurado como vínculo empregatício. O adendo ao artigo 6 da CLT também instalou uma polêmica ao classificar aparelhos eletrônicos como meios usados para controlar o funcionário, dando direito a horas-extras: “os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de coman- do, controle e supervisão do trabalho alheio”. A interpretação ainda é digna de discussão, por isso muitas empresas têm bloqueado o acesso de funcionários a seus sistemas após o expediente de oito horas. Equipes remotas Recentemente, a CEO do Yahoo!, Marissa Mayer, foi responsável por polemizar a questão de profissionais Home Office, fazendo com que todos aqueles que assim trabalhavam no portal voltassem para seus postos de trabalho. Na contramão do presente, Marissa alegou 28/06/2013 13:34:22 CASES a atitude dizendo que o trabalho remoto sacrificava velocidade e qualidade. A ordem colocou a pulga atrás da orelha em quem acreditava na gestão de pessoas à distância. Contudo, ainda mais para um pequeno empresário, ter uma equipe de apoio é essencial – melhor ainda se ela é disciplinada o bastante para produzir com qualidade de casa. Ao se tratar de um negócio estabelecido em casa, muitas vezes não é possível acomodar mais do que duas ou três pessoas debaixo do mesmo teto. Nesses casos, o empresário tem duas opções: terceirizar ou manter funcionários em suas próprias casas e gerenciá-los virtualmente. “Tudo o que puder ser feito fora com o controle adequado de qualidade deve ser terceirizado”, opina Claudio Nasajon. Por outro lado, ele acredita que seja essencial ter alguém “em casa”, ao lado do empresário, com a função de realizar tarefas que exijam tratamento imediato, como responder a telefonemas, pegar recados, entre outros. À distância, manter uma equipe focada, motivada e eficiente parece um desafio e tanto. Contudo, para funcionar, o gestor precisa seguir recomendações semelhantes a uma equipe convencional. Para Nasajon, o empreendedor deve estabelecer horários de expediente, rotinas operacionais e metas para manter o fluxo de trabalho. Fazer reuniões semanais via Skype ou Google+ também é forma de estabelecer contato e entender quais os anseios e necessidades dos funcionários. Mas como manter o espírito de todos em alta trabalhando à distância? “Usando tecnologia. Hoje é possível gravar vídeos rapidamente e transmitir suas palavras à equipe, criar painéis de controle colaborativos usando programas como o Google Docs, para que todos acompanhem o desempenho do negócio. O importante é planejar uma rotina para manter o contato permanente e frequente com os colaboradores”, sugere. Home Office para todos Especializada em soluções via WEB para contact center, a Uranet criou em 2001 o Projeto Atendimento Especial. O objetivo foi construir um projeto de Home Office para portadores de necessidades especiais, em apoio à AACD, a fim de incentivas a inserção desse profissional no mercado de trabalho. “Fornecemos toda a infraestrutura, ou seja, computador, head-set, rack para equipamentos e acesso à internet. Esse sistema IntergrALL permite que eles desempenhem suas atividades como se estivessem fisicamente dentro da empresa”, explica o presidente da Uranet, Andres Enrique Rueda Garcia. Com 170 colaboradores em Home Office e contratados em regime CLT, a empresa não vê diferença do Teletrabalho do ponto de vista operacional. “A gestão também é transparente para o gestor, contudo, há uma resistência por parte do cliente em contratar este tipo de profissional”, lembra Garcia. O Projeto ganhou reconhecimento em 2005 com o prêmio “Empresa Especial – AACD”, concedido pela entidade às dez principais empresas que se destacaram pela atuação em projetos de responsabilidade social. “Para a cidade de São Paulo o governo deveria olhar para o Home Office como uma prioridade, pois tendo mais pessoas trabalhando em casa teremos menos pessoas circulando nas ruas, diminuindo o trânsito, a poluição e o estresse, consequentemente, diminuindo os gastos públicos com transporte público e também na saúde do trabalhador”, finaliza o presidente do negócio. “Para dar um ar profissional à estação de trabalho, catálogos, quadros alusivos à profissão ou insumos da atividade são elementos tradicionais e úteis.” Andréa Parreira, arquiteta 47 GES57_38-49_MatCapa.indd 47 28/06/2013 13:34:26 Capa TeleTrabalho o eSCriTÓrio do fuTuro Para quem vê o isolamento social, a disciplina e a falta de uma estrutura adequada como grandes desvantagens do trabalho em casa, uma nova onda começa a tomar forma no Brasil. Criado em 2005 pelo analista de sistemas Bred Nauberg, nos estados Unidos, o coworking é um sistema que reúne trabalhadores independentes que alugam espaços para trabalhar em um mesmo escritório. Isto é, em uma mesma sala trabalham profissionais de empresas, autônomos ou freelancers, independentes. São advogados, consultores, jornalistas, turismólogos, designers, administradores, cada um em sua mesa e com sua própria empresa. o novo estilo de trabalho aumenta a interação entre diferentes áreas e abre inúmeras possibilidades de networking. dessa maneira, conseguem respeitar sua própria programação, mas não caem nas tentações do Home office GES57_38-49_MatCapa.indd 48 28/06/2013 13:34:26 Clientela exigente Com a equipe formada e o trabalho estabelecido, o próximo passo é cuidar da carta de clientes. Infelizmente, alguns parceiros ainda olham com desconfiança para profissionais ou empresas que funcionem por meio do teletrabalho. A relação com eles pode ser afetada pela falta de um escritório formal ou de uma postura profissional. Segundo o empresário e palestrante Claudio Nasajon, o mercado ainda está receoso em contratar empresas Home Office, mas esconder isso nunca é positivo para criar relacionamentos de confiança e de longo prazo com clientes. “Minha recomendação é que sempre aposte na transparência. Isso não impede que uma empresa esteja baseada em um escritório virtual, faça nele o atendimento externo, mas mantenha as operações de produção em casa. Isso não é esconder, muito pelo contrário, é fazer bem feito”. A sugestão de escritórios virtuais é uma boa saída para evitar constrangimentos em encontros corporativos. Além da possibilidade de alugar salas para a realização de reuniões, o empreendedor pode optar também pelo espaço de um coworking (veja BOX O escritório do futuro). “Fazer o atendimento em um endereço ‘comercial’ e manter a operação em casa é uma alternativa. Um escritório virtual vai custar uma parcela mínima do custo de uma estrutura fixa, algo em torno de R$200 ao mês, e só se paga os espaços de reunião quando utilizado”, afirma Nasajon. Outras formas de garantir uma postura profissional é ter uma linha telefônica separada da casa para atender as ligações comerciais. Marina Sell Brik também aconselha criar cartões de visita, site e e-mail próprio. “O Home Office se trata de uma empreitada autônoma e ecológica. O empreendedor pode até usar esses argu- mentos caso sinta que seu cliente está inseguro. A relação de custos fixos com aluguel, estrutura e equipe podem ser repassados na forma de desconto para o cliente, e o empreendedor pode destacar esses pontos positivos na negociação”, avisa. Marina conta também que ela e seu marido André costumam trabalhar dentro do conceito taylor made, isto é, o trabalho sob medida para as solicitações dos clientes. Caso eles os recebam em casa, preparam suas salas – cada um tem um escritório para si, com vista para o jardim –, de forma a separar o local do ambiente doméstico, mas ainda oferecendo uma recepção descontraída. Suas reuniões geralmente são nos escritórios dos parceiros ou em algum café com bom atendimento. Se a reunião for com um grupo maior, há quem utilize espaços de coworking. Porém, grande parte da interação ainda é feita por meio de . e-mail, telefone e Skype. 49 GES57_38-49_MatCapa.indd 49 28/06/2013 13:34:26
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