DETERMINANTES DA CULTURA QUE ESTIMULAM A
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DETERMINANTES DA CULTURA QUE ESTIMULAM A
ANAIS DETERMINANTES DA CULTURA QUE ESTIMULAM A INOVAÇÃO CAROLINA KLEIN PADILHA ( [email protected] ) Universidade Federal de Santa Catarina GIANCARLO GOMES ( [email protected] ) FURB - Fundação Universidade Regional de Blumenau RESUMO Este artigo tem como objetivo “Identificar a presença dos determinantes da cultura de inovação sugeridos por Martins e Terblanche (2003), na indústria têxtil de SC”. A pesquisa caracteriza-se como descritiva, quantitativa e de levantamento. A amostra foi intencional, por conveniência, compreendendo 287 respondentes. Os dados foram examinados por meio de análise descritiva, fatorial confirmatória e modelagem de equações estruturais. Constatou-se que existe presença dos determinantes da cultura de inovação nas empresas estudadas, sendo Comportamentos que Incentivam a Inovação a dimensão com maior percepção. Notou-se que organizações têxteis têm cultura flexível e aberta, que incentivam criatividade e inovação no ambiente laboral. Palavras-chave: Cultura Organizacional. Cultura de Inovação. Determinantes. Indústria Têxtil. 1 INTRODUÇÃO O setor têxtil é tradicional no segmento industrial mundial (IEMI, 2004) e seu crescimento depende da habilidade da indústria em inovar seus produtos, utilizando processos avançados e flexíveis, focando a estrutura organizacional e as práticas de negócios na competição entre as empresas (EURATEX, 2004). No Brasil, o setor enfrentou concorrência de países como China e Vietnã e com isso, as empresas têxteis foram obrigadas a realizar mudanças em sua estrutura organizacional, formas de organização da produção e do trabalho, assim como nos processos de inovação tecnológica (SILVA FILHO; QUEIROZ, 2011). No entanto, as tentativas de inovar na cadeia têxtil brasileira são baseadas na compra de máquinas e equipamentos, o que enfraquece a estratégia competitiva escolhida dando espaço aos produtos importados (COSTA; ROCHA, 2009). O Vale do Itajaí em Santa Catarina acolhe um dos mais importantes aglomerados têxteis e do vestuário do Brasil, com mais de quatro mil empresas, entre pequenas, médias e grandes, que possuem 131 mil empregados (SINTEX, 2014). De acordo com Tushman e O`Reilly (1997) e Martins e Terblanche (2003), a inovação é a base para o crescimento econômico e pode ser uma fonte de vantagem competitiva sustentável para as empresas, sendo fundamental para as organizações que desejam manter-se 1/16 ANAIS em destaque no mercado. É implícito na literatura que um dos fatores que podem estimular a propensão para se inovar é a cultura organizacional. Sendo assim, a cultura organizacional integra valores, crenças e pressupostos básicos inconscientes que são compartilhados por membros de uma organização e expressos por meio de normas, que podem ser observadas em rituais, palavras e ações (SCHEIN, 2004). Já a inovação engloba o processo de criação ou transformação de algo já existente que pode ocorrer em produtos, serviços, métodos de produção, abertura para novos mercados, fontes de fornecimento e maneiras de se organizar. É a implantação adequada de ideias criativas dentro de uma organização que pode gerar benefícios para o indivíduo, à organização e à sociedade (AMABILE; GRYKIEWICZ, 1989). A cultura organizacional que facilita o desenvolvimento de processos inovadores é conhecida como cultura de inovação. Sendo assim, decorrente da importância crescente da inovação nos contextos empresariais e da busca por vantagens competitivas diferenciadas. Uma cultura organizacional que facilite o desenvolvimento de inovações torna-se fator estratégico para que a empresa alcance seus objetivos (JAMROG; OVERHOLT, 2004). Os estudos empíricos acerca da cultura de inovação podem ser representados por trabalhos de Knox (2002), Martins e Terblanche (2003), Jamrog e Overholt (2004), Hartmann (2006), Naranjo-Valencia et al. (2012) entre outros. Já no contexto brasileiro, os estudos a respeito da temática podem ser representados pelos trabalhos de Gomes (2013), Morschel et al. (2013) e Machado et al. (2014), demonstrando a atenção que tem sido dada à relação entre cultura organizacional e inovação. Neste trabalho foram utilizados como base para o constructo Cultura de Inovação os estudos realizados por Martins e Terblanche (2003) que estão relacionados com a utilização da análise da cultura organizacional sob a perspectiva dos determinantes da cultura de inovação, que englobam estratégia, estrutura, mecanismos de suporte, comportamentos que estimulam a inovação, e comunicação. As indústrias do setor necessitam inovar constantemente para permanecerem no mercado, uma vez que sobre pressões de outros países, como os asiáticos, o desempenho favorável em inovação pode ser determinante para que as empresas se mantenham competitivas. Diante do apresentado, a pergunta de pesquisa é: Quais são os determinantes da cultura de inovação percebidos pelos atores organizacionais na indústria têxtil do Vale do Itajaí - SC? A pesquisa tem como objetivo identificar a presença dos determinantes da cultura de inovação (estratégia, estrutura, mecanismos de suporte, comportamentos que estimulam a inovação, e comunicação) sugeridos por Martins e Terblanche (2003) na indústria têxtil do Vale do Itajaí – SC. O estudo justifica-se pela preocupação e aprofundamento do assunto no sentido de auxiliar as organizações frente à competitividade e seu desenvolvimento no cenário que as circundam. A justificativa teórica provém da carência de trabalhos a respeito do tema na indústria, assim como na conceituação do tema cultura de inovação. A justificativa prática é decorrente da importância de realizar estudos na indústria têxtil catarinense, pois o setor tem buscado inovar para manter-se no mercado frente aos concorrentes estrangeiros. Constantes mudanças no cenário organizacional, assim como aumento da competitividade, exigem estratégias, análise de valores e de padrões de comportamentos frente ao desempenho organizacional, para enfrentar tal competição (MARTINS; MARTINS, 2002). Diante do apresentado, compreende-se que os resultados alcançados com esse estudo serão úteis tanto para a academia, como para a aplicação prática nas organizações. 2/16 ANAIS 2 CULTURA DE INOVAÇÃO A cultura organizacional pode ser definida como o sistema de significados entendidos por determinado grupo em dado momento (TRICE; BEYER, 1984). Schein (1984) define cultura como os pressupostos básicos desenvolvidos por um grupo constituído de pessoas, que estão juntas o tempo suficiente para terem compartilhado problemas significativos, que tiveram oportunidades para resolver esses problemas e para observar os efeitos de suas soluções. A cultura desse grupo é passada aos novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir em relação a essas atribulações. Kotter e Heskett (1994) relatam que organizações com culturas definidas têm maior facilidade para desenvolverem-se com excelência, uma vez que seus valores estão incutidos em todos os níveis hierárquicos. Os novos funcionários não encontram dificuldade em adotar valores e normas institucionais, já que esses valores são vistos como características e se tornam conhecidos não apenas pelos atores organizacionais, mas por pessoas que não trabalham na organização. Considerando conceitos e características da cultura organizacional, percebe-se que esta influencia a inovação, uma vez que pode estimular o comportamento inovador entre funcionários, levando-os a aceitar a inovação como um valor básico da organização, firmando compromisso com ela (NARANJO-VALENCIA et al., 2010). Dessa forma, quando uma organização consegue estabelecer certa cultura organizacional, esta pode ter melhores resultados nos processos de inovação. Sendo assim, esta melhoria é condicionada por sua cultura (DOBNI, 2008). Posto isso, observa-se que a inovação pode ser entendida como algo que advém de comportamentos e ações que ocorrem dentro de uma cultura organizacional. A cultura de inovação, por sua vez, envolve comportamentos como: criatividade, assumir riscos, liberdade, trabalho em equipe, comunicação, confiança e respeito, rapidez na tomada de decisões. A cultura de inovação é composta por quatro dimensões: (a) a intenção de ser inovador; (b) a estrutura para suportar a inovação; (c) influência ou conhecimento e orientação dos funcionários e ações necessárias à inovação; e (d) um ambiente que suporte a implantação da inovação (DOBNI, 2008). Nesse sentido, Dombrowski et al. (2007) apontam oito elementos da cultura organizacional inovadora, como: (a) declarações de missão e de visão inovadora, (b) cultura de comunicação democrática, (c) formas de ambientes seguros e inovadores que permitam o processo de inovação sigiloso, (d) flexibilidade, (e) colaboração entre várias fronteiras organizacionais – as mudanças nas estruturas organizacionais para melhorar a expansão das fronteiras organizacionais serão inevitáveis, e essas mudanças vão transformar as culturas inovadoras em algo novo, tendo implicações significativas para os gestores –, (f) compartilhamento e ensino entre e por meio das unidades de negócios como forma eficaz de promover a inovação colaborativa, (g) sistemas de incentivos baseados em equipes de trabalho de modo a estimular a cultura de inovação e (h) liderança, que é necessária para incentivar a inovação. ONF Cornejo e Muñoz (2010) discorrem que, para serem inovadoras, as organizações precisam criar condições favoráveis que estimulem a inovação, considerando sua cultura e tecnologias utilizadas, para depois estabelecerem um modelo próprio de cultura de inovação. A seguir, apresentar-se-á o modelo utilizado neste estudo, com o objetivo de descrever a cultura de inovação nas organizações pesquisadas. 3/16 ANAIS 2.1 Modelo utilizado para descrever a cultura de inovação: Culture Assessment Instrument (CAI) Martins (1989 e 1997) desenvolveu um modelo que considera as normas e valores culturais que podem influenciar no processo de inovação. Posteriormente, Martins e Terblanche (2003) e Martins et al. (2004) estudaram os determinantes da cultura organizacional que influenciam a inovação. Descobriram que a cultura de uma organização e as ações dos atores organizacionais são fatores contribuintes para que aconteça a inovação. A inovação ocorre ao se implantar o novo, resolver um problema ou melhorar algo já existente, desde que seja relevante para os envolvidos no processo (Martins, 2000). O modelo é denominado Culture Assessment Instrument (CAI), e baseia-se na teoria de sistemas abertos, originalmente desenvolvida por Ludwig Von Bertalanfy, em 1950. Estudos de Martins e Terblanche (2003), Martins et al. (2004), Zdunczyk e Blenkinsopp (2007) e Sagiv e Schwartz (2007) situam a cultura organizacional no contexto da teoria de sistemas abertos, desenvolvida por Ludwig Von Bertalanffy (1950) e adaptada por autores como Katz e Kahn (1966). O modelo de Martins (1997), Martins e Terblanche (2003) e Martins et al. (2004) proporciona uma visão inicial para melhorar a compreensão das variáveis que influenciam as dimensões da cultura. O modelo proposto pelos autores supracitados pode ser dividido em cinco determinantes da cultura de inovação: estratégia, estrutura, mecanismos de suporte, comportamentos que incentivam a inovação e comunicação. Com base nesses determinantes, foram desenvolvidas as 15 variáveis a serem medidas. A Figura 1 mostra as variáveis da cultura de inovação analisadas neste estudo. Figura 1 - Variáveis da cultura de inovação analisadas neste estudo. Visão e Missão Determinação Meios para atingir objetivos Estratégia Flexibilidade Liberdade Cooperação e interação do grupo Estrutura Dimensões da cultura de inovação Recompensas e Reconhecimento Disponibilidade de Reconhecimento Lealdade Mecanismos de suporte Manipulação do erro Geração de ideias Propensão ao risco Comportamentos que estimulam a inovação Comunicação entre os departamentos Comunicação aberta Informações compartilhadas Comunicação Fonte: Adaptado de Gomes (2013, p. 107). O modelo, representado pela Figura 1, engloba os aspectos de uma organização sobre a qual a cultura organizacional pode ter influência. Pode ser empregado para descrever a 4/16 ANAIS cultura organizacional, e sendo assim, ser utilizado para identificar quais os determinantes da cultura organizacional influenciam criatividade e inovação nas organizações (MARTINS; TERBLANCHE, 2003). Em seguida, são apresentados os cinco determinantes da cultura organizacional: estratégia, estrutura, mecanismos de suporte, comportamentos que estimulam a inovação e comunicação. Estratégia: Ahmed (1998) sugere que missão e visão quando bem definidas, influenciam a criação de uma cultura forte, guiando os comportamentos e ações dos atores organizacionais. Princípios claros facilitam o entendimento dos envolvidos na organização, fazendo-os caminhar no mesmo rumo (OUCHI, 1983). Os objetivos e as metas organizacionais manifestam os valores da organização, podendo incentivar ou dificultar a inovação (ARAD et al., 1997). Estrutura: diferentes grupos agem de formas diversas, dificultando o desenvolvimento de inovação (TROT, 2012). De acordo com Damanpour (1996), o tamanho de uma organização é um dos fatores que influenciam na sua estrutura e em seu processo de inovação. Pettigrew (1979) aborda que a burocracia muda de acordo com o tamanho da organização, discorrendo que quanto maior o tamanho da organização, maior será a burocracia. Os resultados da meta-análise de Damanpour (1991) sugerem a existência de associação positiva entre o tamanho organizacional e o desempenho em inovação. Saraiva et al. (2005) discorrem que a flexibilidade da indústria têxtil pode ser percebida na mão de obra, que é multiqualificada, e com a finalidade de realizar diversas tarefas dentro da organização em função da variação da demanda. Tal flexibilidade também é vista na produção (Piccinini et al., 2006). Mecanismos de suporte: os mecanismos de suporte devem compor a cultura de uma organização para criar um ambiente com condições de estimular a criatividade e a inovação (MARTINS; TERBLANCHE, 2003). Recompensas e reconhecimento, assim como informações e criatividade, são mecanismos que realizam esta função, uma vez que a recompensa por certo comportamento ou atitude reforça os valores de uma organização (ARAD et al., 1997). A cultura organizacional que promove criatividade e inovação deve permitir flexibilidade de tempo para que os funcionários possam se inspirar e a criatividade possa vir à tona. A tecnologia da informação também é um recurso importante para inovação de sucesso (SHATTOW, 1996). Os valores e crenças dos gestores são refletidos no tipo de pessoas que são contratadas. Sendo assim, o recrutamento, a seleção e a manutenção dos empregados são maneiras de promover uma cultura voltada para a inovação. Além de características da personalidade, como a inteligência, do conhecimento, da tomada de risco, da curiosidade e da energia, a diversidade na formação dos grupos de trabalho é importante na contratação de pessoas criativas e inovadoras (MARTINS; TERBLANCHE, 2003). A tecnologia da informação, como mecanismo de apoio, é um recurso utilizado para o desempenho favorável da inovação. Nas organizações em que são empregadas tecnologias como Internet e Intranet para comunicação e troca de ideias, há melhores condições para o surgimento da criatividade e da inovação (MARTINS; TERBLANCHE, 2003). Comportamentos que estimulam a inovação: valores e normas que incentivam a inovação são manifestados em comportamento específico, e podem tanto promover como inibir criatividade e inovação (MARTINS; TERBLANCHE, 2003). A tolerância às falhas é essencial no desenvolvimento de uma cultura organizacional que tem o intuito de promover criatividade e inovação. As organizações bem sucedidas têm como hábito recompensar o sucesso e reconhecer e celebrar os fracassos (TUSHMAN; O´REILLY, 1997). Assumir riscos 5/16 ANAIS e buscar novas experiências são ações associadas à criatividade e à inovação. Em uma cultura organizacional, em que os funcionários são encorajados a gerarem novas ideias sem serem prejudicados, há incentivo para a criatividade e a inovação (FILIPCZAK, 1997). Arad et al. (1997) indicam que a cultura organizacional que proporciona constante aprendizado também pode incentivar a criatividade e a inovação. Dessa forma, os funcionários sentem-se envolvidos por uma atmosfera de responsabilidade pelo desempenho favorável do empreendimento da organização, alicerçados pelas equipes multidisciplinares que propiciam uma sensação de apoio aos membros, já que estes podem compartilhar seu trabalho e expor suas ideias com os outros participantes (DOUGHERTY, 2004). Comunicação: a cultura organizacional que apresenta comunicação transparente, com base na confiança, tem influência positiva no desenvolvimento de criatividade e inovação (BARRET, 1997). Ao sentir-se confiante e seguro emocionalmente na organização, o funcionário é capaz de divergir em alguns pontos, permitindo que de forma criativa e inovadora, novas possibilidades sejam pensadas. Isso ocorre quando há confiança nos envolvidos, possibilitando comunicação aberta (MARTINS; TERBLANCHE, 2003). De acordo com Schein (1993), a criação de rotinas de comunicação entre grupos ou diferentes níveis hierárquicos suprime processos burocráticos, permitindo um estágio alto de consistência e criatividade, já que os indivíduos compõem um processo comum de pensamento, e passam a se acostumar com as dificuldades e metas da empresa como um todo. A aquisição de conhecimento por meio do diálogo tem início em níveis hierárquicos altos e demonstra a tendência de disseminação mais ágil. Os funcionários agem com criatividade e de forma inovadora quando se sentem seguros emocionalmente. Sendo assim, devem ser capazes de confiar uns nos outros, o que, por sua vez, é propiciado pela comunicação aberta. A comunicação adequada inclui diálogo aberto entre indivíduos, equipes e departamentos (FILIPCZAK, 1997, FROHMAN; PASCARELLA, 1990). Segundo Naranjo-Valencia et al. (2010), a cultura organizacional é fundamental para a inovação, sendo um dos fatores que podem influenciar o comportamento inovador entre os membros da organização, tanto para incentivo como para inibição. 3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA Quanto à abordagem, esta pesquisa é quantitativa. Quanto aos objetivos, utilizou-se pesquisa descritiva e causal de corte transversal. Quanto aos procedimentos, a pesquisa se caracteriza como survey. 3.1 Contextualização do setor O setor têxtil e de confecção do Brasil é reconhecido no cenário mundial, por seu profissionalismo, criatividade e tecnologia, e pelo tamanho de seu parque fabril, pois é considerada a sexta maior indústria têxtil do mundo. É ainda, o segundo maior produtor de denim (matéria prima para a fabricação de jeans) e o terceiro na produção de malhas (ABIT, 2014). Em 2010, o setor têxtil era responsável por 5,5% da receita líquida da indústria de transformação brasileira. Em termos de pessoal ocupado, sua participação aumentou, perfazendo 16,4% do total de empregos da indústria de transformação nacional, segundo estimativas do Instituto de Estudo e Marketing Industrial (IEMI) para aquele ano (ABIT, 2014). Em 2009, a movimentação econômica do Vale do Itajaí, de acordo com a composição do PIB, foi de aproximadamente R$ 16,9 bilhões, equivalente a 13% do PIB estadual (IBGE, 2014). 6/16 ANAIS No cenário empresarial, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego em 2011, a região do Vale do Itajaí apresentava um total de 56.897 empresas, que geraram no mesmo ano, 298.318 empregos formais. Blumenau respondia por 42% das empresas da região, Rio do Sul por 9% e Gaspar por 7%. Estes três municípios geraram 61% dos empregos formais da região (IBGE, 2014). Nas indústrias de transformação, o Vale do Itajaí em 2011 foi responsável por 134.296 empregos formais, o equivalente a 45% dos postos de trabalho da região (IBGE, 2014). Em 2012, a região possuía 9.895 microempreendedores individuais, representando aumento de 277% em relação ao ano de 2010 (SEBRAE, 2013). Participaram deste estudo, respondentes de empresas de pequeno, médio e grande porte, de acordo com critérios do SEBRAE (2014) perfazendo total de oito organizações e 287 respondentes. Hair Jr. et al. (2005) comenta que para cada indicador (questão a ser respondida) são necessários pelo menos cinco respondentes, assim a amostra contempla essa sugestão, uma vez que o instrumento de pesquisa é composto por 26 questões. Ainda observou-se que para a realização da MEE, são necessários no mínimo 100 respondentes (MAROCO, 2010). As empresas pesquisadas foram escolhidas por serem do setor têxtil e este encontrar-se em momento econômico desfavorável em função da concorrência, principalmente dos países asiáticos. Foram selecionadas também por acessibilidade da dos pesquisadores. Participaram deste estudo, respondentes de empresas de pequeno, médio e grande porte, de acordo com critérios do SEBRAE (2014) perfazendo total de oito organizações e 287 respondentes. O número de respondentes das empresas de pequeno e médio porte foi inferior ao das empresas de grande porte. Sendo assim, as empresas foram divididas em dois grupos: um constituído pelas pequenas e médias empresas e outro formado pelas grandes empresas. Realizou-se esta divisão para que fosse possível verificar se a influência da cultura de inovação no desempenho em inovação de produtos e processos diverge em diferentes tamanhos de empresas. A distribuição da amostra, classificação das empresas, população e amostra podem ser observadas na Tabela 1. Tabela 1 – População e amostra Empresa População Amostra 54 28 A 410 26 B 295 63 C 175 6 D 680 29 E 1.100 7 F 1.050 76 G 630 52 H Fonte: Dados da pesquisa. Tamanho Pequena Média Média Média Grande Grande Grande Grande Localização Brusque Brusque Blumenau Blumenau Blumenau Blumenau Brusque Brusque Grupo Pequenas e Médias 123 Grandes 164 A seguir, será descrito o instrumento utilizado para coleta de dados neste estudo. 3.2 Instrumento de coleta de dados O instrumento de coleta de dados contém as questões relativas aos determinantes da cultura de inovação e foi dividido em cinco grupos: estratégia, estrutura, mecanismos de suporte, comportamentos que incentivam a inovação e comunicação. Com a utilização deste instrumento buscou-se verificar na indústria a presença dos determinantes da cultura de inovação, presentes na literatura e propostos por Martins e Terblanche (2003). 7/16 ANAIS Para cultura de inovação, foram utilizadas questões adaptadas do modelo teórico de Martins e Terblanche (2003) e de questões formuladas com base nos estudos de Nkosi e Roodt (2004) e Zdunczyk e Blenkinsopp (2007). Posteriormente, Gomes (2013) utilizou o modelo dos autores supracitados, aplicando-o na indústria têxtil de Santa Catarina. O questionário foi validado por Gomes (2013), no contexto brasileiro, de acordo com as seguintes etapas: (1) tradução, (2) validação semântica e (3) validação empírica. Seguiu-se a sequência conforme sugerido por Oliveira e Gomide Júnior (2009), no qual os autores adaptaram e validaram um instrumento de diagnóstico da cultura organizacional para o contexto brasileiro. Foi utilizada escala do tipo Likert de 7 pontos, variando de 1 (“Discordo totalmente”) a 7 (“Concordo totalmente”). O procedimento de coleta de dados foi iniciado por meio de um encontro prévio com os gestores das organizações têxteis selecionadas para a pesquisa. Após esse contato foi possível agendar as datas para a realização da coleta de dados. Os questionários foram entregues pessoalmente ao gestor ou encarregado de setor pela pesquisadora. Os participantes foram informados de que os dados obtidos seriam tratados e analisados de forma estritamente confidencial e que os resultados somente seriam apresentados de forma agregada, sem a identificação das organizações ou respondentes. Adicionalmente, e com o intuito de conseguir o maior número de respostas, foi enunciado que as organizações que parecessem da pesquisa receberiam ao final, um relatório geral sobre o estudo. O instrumento de coleta de dados foi impresso e disponibilizado para as organizações, sendo que o número de questionários variou de acordo com o número de respondentes. Para que se obtivesse representatividade na amostra, foi solicitado aos gestores de cada organização que o questionário fosse respondido pelo maior número de pessoas possível. Ficou a critério da organização a definição das pessoas que participaram da pesquisa, apenas solicitou-se uma amostra de todos os níveis organizacionais. O prazo para retorno dos questionários foi de 20 dias, no entanto, este prazo foi prolongado a fim de se ter uma amostra maior. A coleta de dados ocorreu no período de junho a agosto de 2014. Na sequência serão descritos os procedimentos para análise de dados adotados nesta pesquisa. 4 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DE DADOS Primeiramente, foi realizada a análise descritiva dos dados verificando a dispersão dos mesmos por meio de simetria e curtose. Verificou-se a confiabilidade dos dados por meio dos testes Alfa de Cronbach, variância média extraída (Average Variance Extracted - AVE) e Confiabilidade Composta (CC). A análise pelo Alfa de Cronbach (AC) foi utilizada para averiguação da confiabilidade do instrumento de coleta de dados, buscando-se índices acima de 0,60, como preconiza Hair Jr. et al. (2005). Hair Jr. et al. (2005) apontam limitações no coeficiente Alfa de Cronbach, pois o cálculo da confiabilidade por meio dele não considera os erros nos indicadores. Para tanto, utiliza-se Confiabilidade Composta (CC) e Variância Média Extraída (AVE). A CC é utilizada para medir a consistência interna dos itens. Sugerem-se valores maiores que 0,70. Já a AVE representa uma medida de confiabilidade que indica a quantidade geral de variância nos indicadores, explicada pelo constructo latente. Os valores recomendados são superiores a 0,5 para um constructo. Para análise dos dados foi usada Modelagem por Equações Estruturais (MEE) com o intuito de averiguar a causalidade entre os constructos. Esta técnica auxilia na análise das relações causais entre os constructos de cultura de inovação e desempenho em inovação de 8/16 ANAIS produtos. A MEE é uma técnica de modelagem generalizada, utilizada para testar a validade de modelos teóricos que definem relações causais entre variáveis. Tais relações são representadas por parâmetros que indicam a magnitude do efeito que as variáveis independentes apresentam sobre as variáveis dependentes (MAROCO, 2010). Os índices de qualidade de ajustamento são utilizados para avaliar os resultados sob três perspectivas: ajuste global, ajuste comparado a um modelo básico e parcimônia do modelo (HAIR Jr. et al., 2005). Para o tratamento dos dados foram utilizados os programas SPSS® (Statistical Package for the Social Sciences) versão 22 e AMOS® versão 20. 4.1 Apresentação e análise dos resultados Efetuou-se a Análise Fatorial Confirmatória (AFC) com o intuito de confirmar se as variáveis utilizadas podem representar o modelo. Primeiramente realizou-se o cálculo dos índices para as dimensões individuais, e posteriormente para o modelo utilizado. O constructo de segunda ordem denominado Cultura de Inovação foi auferido por meio de cinco dimensões, sendo elas: estratégia, estrutura, mecanismo de suportes, comportamentos que estimulam a inovação e comunicação. Ao realizar a análise dos indicadores dessas dimensões, por meio do diagrama de caminhos, percebeu-se que as variáveis são estatisticamente significativas, pois apresentaram coeficientes padronizados superiores a 0,6, como sugerido por Hair Jr. et al. (2005). Observando os índices de modificação indicados pelo software estatístico AMOS® versão 20, testaram-se inclusões de correlação entre algumas variáveis. Sendo assim, para a dimensão Estratégia foi inserida uma covariância entre as variáveis Estrat1 e Estrat2, por tratarem de missão e visão da empresa, que de acordo com Dombrowski et al. (2007) são elementos avaliados em conjunto na cultura organizacional inovadora. Na Tabela 2 são demonstrados os índices de ajuste das variáveis do constructo Cultura de Inovação. Tabela 2 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do constructo Cultura de Inovação Medidas de Ajuste Nível sugerido Estratégia Estrutura GL - 13 χ2 e p (p<0,000) 36,206 (p<0,000) 2,785 0,965 0,926 0,081 5 6,237 – (p= 0,284) 1,247 0,991 0,974 0,060 0,078 0,957 0,973 0,594 0,87 0,86 0,47 χ2 /GL GFI AGFI SRMR ≤5 > 0,90 > 0,90 < 0,10 0,05 a RMSEA 0,08 TLI > 0,90 CFI > 0,90 PNFI >0 e <1 AC > 0,70 CC > 0,70 AVE > 0,50 Fonte: Dados da pesquisa. Mecanismos de Suporte 5 Comportamentos que estimulam inovação 5 Comunicação 2 16,703 – (p=0,005) 7,462 - (p<0,000) 8,394 – (p=0,015) 3,341 0,977 0,932 0,082 1,492 0,990 0,969 0,044 4,197 0,985 0,926 0,053 0,029 0,090 0,041 0,105 0,993 0,996 0,491 0,78 0,78 0,42 0,962 0,981 0,487 0,86 0,86 0,56 0,992 0,996 0,494 0,87 0,87 0,57 0,963 0,988 0,328 0,86 0,86 0,61 9/16 ANAIS Observa-se, por meio da Tabela 2, que referente ao ajustamento do modelo, o χ2 /GL apresentou índices inferiores a 5 para todas as dimensões. Os índices de qualidade do ajuste (GFI) e o índice ajustado de qualidade do ajuste (AGFI) receberam valores superiores a 0,90, como sugerido por Hair Jr. et al. (2005). Os valores encontrados para os indicadores Standardized Root Mean-Square Residual (SRMR) foram abaixo de 0,10, conforme indicado pela literatura. Já para o indicador Root Mean Square Error of Aproximation (RMSEA) três variáveis apresentaram valores fora do intervalo 0,05 a 0,08, recomendado por Hair Jr. et al. (2005), cujos valores encontrados foram: Estratégia, 0,078 Estrutura, 0,029; Mecanismos de Suporte, 0,090; Comportamentos que Estimulam a Inovação, 0,041 e Comunicação, 0,105. O índice de Tuker-lewis (TLI) apresentou-se acima do valor recomendado de 0,9, para todas as dimensões, com exceção da Estratégia. O mesmo ocorreu com os valores encontrados para os índices de ajuste comparativo (CFI), que para a dimensão Estratégia foi de 0,893, e os demais acima de 0,9, e dessa forma, fora do sugerido por Hair Jr. et al. (2005). Os valores encontrados para o Alfa de Cronbach (AC) foram maiores que 0,7, como recomendado por Hair Jr. et al. (2005). Para confiabilidade composta (CC), os valores obtidos foram superiores a 0,70 e para variância média extraída (AVE), resultados próximos a 0,50, para as dimensões, como sugeridos pela literatura. Após avaliar os indicadores separadamente, verificou-se o modelo para cultura de inovação em sua totalidade, como está demonstrado na Tabela 2. Os índices de ajuste obtidos para o modelo completo de cultura de inovação mantiveram-se dentro do sugerido pela literatura. Apenas GFI e AGFI ficaram fora do nível sugerido, no entanto os valores foram próximos do indicado. 4.2 Determinantes da cultura de inovação na indústria têxtil Para responder ao objetivo deste estudo, “Identificar a presença dos determinantes da cultura de inovação (estratégia, estrutura, mecanismos de suporte, comportamentos que estimulam a inovação, e comunicação) sugeridos por Martins e Terblanche (2003) na indústria têxtil do Vale do Itajaí – SC” foram analisados inicialmente os índices de ajuste do modelo final de Cultura de Inovação. Estes podem ser observados por meio da Tabela 3. Tabela 3- Índices de ajuste do modelo final Cultura de Inovação Medidas de ajuste Nível sugerido GL - (p<0,000) χ2 e p ≤5 χ2 /GL GFI > 0,90 AGFI > 0,90 SRMR < 0,10 RMSEA 0,05 a 0,08 TLI > 0,90 CFI > 0,90 PNFI > 0 e < 1, próximo de 1 Fonte: Dados da pesquisa. Índices do Modelo 293 660,643 (p<0,000) 2,255 0,848 0,819 0,056 0,066 0,900 0,910 0,766 De acordo com os resultados demonstrados na Tabela 3, para as medidas de adequação das análises confirmatórias do modelo final de Cultura de Inovação, verificou-se que GFI e 10/16 ANAIS AGFI não atingiram o valor mínimo (> 0,9) recomendado por Hair Jr. et al. (2005). No entanto seus valores ficaram próximos, sendo 0,848 e 0,819, respectivamente. Os demais indicadores foram significativos, e tiveram seus valores dentro do indicado pela literatura. A Figura 2 mostra o modelo do constructo Cultura de Inovação. Figura 2 - Presença dos determinantes da cultura de inovação Fonte: Dados da pesquisa. Conforme a Figura 2, a dimensão mais percebida pelos respondentes das indústrias têxteis pesquisadas foi Comportamentos que Estimulam a Inovação, com coeficiente padronizado de λ = 0,92 e R2 de 0,86, o que confere boa explicação da variância pelas variáveis independentes. A organização que possui uma cultura que incentiva constantemente a aprendizagem e que encoraja seus funcionários a desenvolverem novas ideias tem maior facilidade para inovar (MARTINS; TERBLANCHE, 2003). Ahmed (1998) relata que diante de ideias inovadoras, os funcionários devem conhecer os riscos que podem vir a enfrentar, e como podem agir de forma segura. Na indústria têxtil observa-se o constante desenvolvimento de programas de qualificação e treinamento de mãode-obra (COSTA; ROCHA, 2009). No entanto, quando os erros ocorrem, a tolerância dos gestores frente a eles, assim como as recompensas levam a uma discussão sobre atitudes e ações realizadas na organização (TUSHMAN; O´REILLY, 1997). As lideranças abertas estimulam a inovação por meio de motivação e flexibilidade (CORNEJO; MUNOZ, 2010). Em Santa Catarina, a indústria têxtil tem sua criatividade incentivada por meio de eventos relacionados à moda (GOMES, 2013). A dimensão Estrutura obteve coeficiente padronizado de 0,9, e R2 de 0,81. Estruturas organizacionais compostas por ambiente aberto, flexibilidade e incentivo à criatividade 11/16 ANAIS podem ser propícias à inovação (NARANJO-VALENCIA et al., 2012; SANTOS, 2008). No setor têxtil, a flexibilidade da produção é utilizada na mão de obra a fim de tornar a empresa competitiva (PICCININNI et al., 2006). A terceira dimensão mais percebida pelos respondentes foi Mecanismos de Suporte, com coeficiente padronizado de 0,85, e R2 de 0,73. De acordo com Gomes et al. (2014), os Mecanismos de Suporte podem auxiliar a organização na criação de um ambiente capaz de promover inovação, embora a indústria têxtil seja considerada de baixa tecnologia (COSTA; ROCHA, 2009). De acordo com Rech (2006), um fator importante para o ganho de competitividade nas empresas do setor têxtil é a qualificação e o treinamento dos recursos humanos. Recompensas, reconhecimento, tecnologia da informação e treinamento são fatores fundamentais para o desenvolvimento da inovação (MARTINS; TERBLANCHE, 2003), assim como a formação das equipes de trabalho, com a observância de características individuais para formar um grupo diverso (BRESHNAHAN; MALERBA, 1997). A dimensão Comunicação apresentou coeficiente padronizado de 0,79, e coeficiente de explicação (R2) de 0,63, ou seja, 63% da variância é explicada por suas variáveis independentes. A comunicação sem barreiras e o poder descentralizado (DOMBROWSKI et al., 2007), juntamente com confiança e segurança para os funcionários são fundamentais para que a organização venha a ser inovadora (FILIPCZAK, 1997). A dimensão com menor percepção junto aos funcionários foi Estratégia com carga padronizada de 0,78 e R2 de 0,61. Ao que tudo indica os funcionários não estão conseguindo identificar que a missão e a visão da organização estão focadas no futuro. Este resultado vai ao encontro dos resultados constatados por Gomes (2013), quando esta também foi a dimensão com menor percepção junto aos funcionários. Organizações com missão e visão bem definidas estão propensas a ter uma cultura forte (AHMED, 1998). Quando missão e visão são absorvidas pelos funcionários, há uma padronização de atitudes a serem tomadas e de um objetivo a ser alcançado, facilitando as ações tanto no cotidiano como em momentos de crise organizacional (DOMBROWSKI et al., 2007). 5 CONCLUSÃO Este estudo teve como objetivo “Identificar a presença dos determinantes da cultura de inovação (estratégia, estrutura, mecanismos de suporte, comportamentos que estimulam a inovação, e comunicação) sugeridos por Martins e Terblanche (2003) na indústria têxtil do Vale do Itajaí – SC” constatou-se que existe a presença dos determinantes da cultura de inovação nas empresas estudadas, sendo Comportamentos que Incentivam a Inovação a dimensão com maior percepção. Com isso, notou-se que as organizações têxteis pesquisadas têm cultura flexível e aberta, e que incentiva a criatividade e a inovação no ambiente de trabalho. A dimensão Estrutura foi a segunda mais percebida, sendo possível concluir que acordos de trabalho flexíveis, comprometimento, trabalho em equipe e grupos multifuncionais são práticas existentes no setor têxtil. Os Mecanismos de Suporte também foram notados pelos funcionários, e conferiu-se que recompensas, reconhecimento e acesso à informação são ações realizadas pelo setor. As duas dimensões com menor percepção foram Estratégia e Comunicação, o que leva a entender que os funcionários não têm entendimento claro a respeito da visão, da missão e das metas da empresa, assim como a comunicação eficaz entre departamentos e funcionários não é notada pelos respondentes. 12/16 ANAIS Por meio dos resultados apresentados objetiva-se contribuir com a área acadêmica, para que tenham maior número de estudos a respeito do tema e para que seja possível realizar comparações entre tipos de empresas. A pesquisa também pode ser útil aos profissionais da administração e do setor têxtil, para que possam relacionar os resultados deste estudo com sua organização, e para fins de auditoria, a fim de avaliar a empresa. Ainda que se tenha rigor científico e metodológico, o estudo apresenta limitações. A primeira limitação é pelo fato da população pesquisada ter sido escolhida por acessibilidade e conveniência. As empresas pesquisadas não são do mesmo ramo, mas todas pertencem à cadeia têxtil. No que se refere às limitações metodológicas, tem-se a utilização da abordagem quantitativa, pois alguns autores sugerem a abordagem qualitativa para o tema. Quanto às limitações teóricas, percebeu-se carência nos estudos relacionados à cultura organizacional e inovação, principalmente no que diz respeito à conceituação da cultura de inovação, sua influência no desempenho inovador, bem como estudos referentes ao tema realizados no setor têxtil. Como sugestões de trabalhos futuros, propõe-se a replicação em outro tipo de indústria ou região do Brasil, para que seja possível fazer comparações entre as mesmas, assim como a realização de um estudo qualitativo a respeito do tema, a ser desenvolvido com os gestores das organizações. Recomenda-se ainda o estudo do impacto da cultura organizacional na criatividade. REFERÊNCIAS ABIT (2014), “Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção”. 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