Doença Inflamatória Intestinal
Transcrição
Identificação Sexo feminino Raça caucasiana 22 anos Estudante universitária Antecedentes pessoais (até 1999) Irrelevante Antecedentes familiares Tio paterno com colite ulcerosa Junho de 1999 • Rectorragias • Diarreia (8 dejecções/dia) • Astenia e anorexia ↓ Médico assistente Evolução de 1 semana Rectorragia Emissão de sangue vermelho pelo ânus, habitualmente no acto da defecação. É muito grande a probabilidade da causa da hemorragia estar no ânus e/ou no recto/sigmóide. Rectorragia Tipo de hemorragia: . Duração e frequência; . Relação com as fezes (misturado nas fezes, antes ou depois, isoladamente); . Quantidade (abundante, pequena ou apenas tingindo o papel ao limpar); Rectorragia Queixas associadas: . Tenesmo, alterações do trânsito intestinal, dor abdominal ou anal, emissão de muco ou pús, febre,... Antecedentes: . Introdução de corpos estranhos, cirurgia ano-rectal prévia, radioterapia, medicamentos anticoagulantes, antecedentes familiares de polipose ou cancro cólico. Rectorragias Modo de apresentação . Sangue que mancha a roupa interior; . . . . . Sangue vivo que pinga a sanita; Sangue que recobre as fezes; Rectorragia isolada; Rectorragia com diarreia associada; Sangue escuro. Rectorragias Pode suspeitar-se da origem provável da rectorragia em algumas situações: . Rectorragia mínima que mancha a roupa interior – faz pensar numa lesão muco-cutânea anal ou peri-anal, num prolapso permanente ou, mais raramente, num cancro anal ulcerado. Rectorragias Pode suspeitar-se da origem provável da rectorragia em algumas situações: . Sangue vermelho vivo que pinga na sanita – é característico de uma causa hemorroidária. Em geral, o sangue é expulso depois da evacuação, sob a forma de gotas ou em jacto. Rectorragias Pode suspeitar-se da origem provável da rectorragia em algumas situações: . Sangue vermelho que recobre as fezes – em regra devido a uma lesão ulcerada, tumoral ou inflamatória, de localização distal. Rectorragias Quadro ano-rectal associado a rectorragia . Se há dor intensa ao defecar, poderá pensar-se em fissura se a quantidade de sangue é mínima; e em fissura e hemorróides (situações frequentemente associadas) se a quantidade de sangue é abundante; . Se houver tenesmo e/ou falsas vontades de defecar, deve pensar-se na existência de um tumor benigno ou maligno do recto, ou de uma rectite. . Se o sangue estiver diluído numa grande quantidade de muco, pode pensar-se num tumor viloso do cólon ou do recto. . Se à rectorragia se associa muco ou pús, inclinamo-nos para o diagnóstico de colite ulcerosa no caso de haver diarreia, ou para o diagnóstico de estenose inflamatória ou neoplásica no caso de haver obstipação recente. Rectorragias Rectorragia – causas mais frequentes . . . . . . Hemorróides Pólipos Cancro Doença diverticular do cólon Doenças inflamatórias do intestino Lesões vasculares Diarreia Lesão do epitélio Causa infecciosa Causa inflamatória Passagem de água electrólitos Proteínas Diarreia Diagnósticos prováveis • • • • Colite infecciosa Colite isquémica Colite de causa inflamatória Patologia proctológica Diarreia Rectorragias Astenia Anorexia Emagrecimento Junho de 1999 • Rectorragias • Diarreia (8 dejecções/dia) • Astenia e anorexia ↓ Médico assistente → Laxante Persistência da sintomatologia Julho de 1999 • Mantém sintomatologia • Dor anal ↓ Médico assistente → Hemorroidas Laxantes Corticoides ↓ Persistência da sintomatologia Perda ponderal de 15 kg Novembro de 1999 • Endoscopia digestiva baixa Compatível com colite ulcerosa Concordância da biópsia ↓ Salofalk( messalazina) Corticoide ↓ Persistência da sintomatologia Maio de 2001 • Hemorroidas ↓ Hemorroidectomia ► Cirurgia incompleta por hemorragia intra-operatória Melhoria da sintomatologia 1 a 2 dejecções / dia Rectorragias menos abundantes Dor abdominal tipo cólica que aliviava com as dejecções Abril de 2004 • Corrimento vaginal purulento • Fístula do grande lábio com saída de pús e gás ↓ Ginecologista Abril de 2004 • Corrimento vaginal purulento • Fístula do grande lábio com saída de pús e gás ↓ Ginecologista ► RMN ► Fístulas interpretadas como independentes da patologia intestinal Setembro de 2004 • Persistência da fístula vaginal • Biopsia da fístula ↓ Fístula provavelmente em contexto de Doença de Crohn Novembro de 2004 Colonoscopia ► Estenose do sigmóide inultrapassável pelo endoscópio ↓ Imuran (azatiaprina) e infliximab Ressecção cirúrgica Espessamento dos mesos Área do sigmóide com espessamento da parede condicionando estenose Aderências ao útero Ausência de trajectos fístulosos 2º e 3º dias de pós-operatório • Dor abdominal com irritação peritoneal • Leucocitose • Aumento da PCR 2º e 3º dias de pós-operatório • Dor abdominal com irritação peritoneal • Leucocitose • Aumento da PCR ↓ TAC abdomino-pélvico Doença de Crohn/ Colite ulcerosa A mesma distribuição geográfica A idade de inicio dos sintomas A associação familiar As manifestações sistémicas Tendência para a recidiva Recorrência durante toda a vida Braga Norte da Europa Doença de Crohn/ Colite ulcerosa ETIOLOGIA Colite ulcerosa Doença de Crohn Acção inicia-se na mucosa intestinal Inflamação mediada pelos Th2 Inicia-se no recto e estende-se ao cólon Mucosa e submucosa Atingimento transmural Aparecimento de fístulas e abcessos Inflamação mediada pelos Th1 Pode atingir todo o tubo digestivo Doença de Crohn/ Colite ulcerosa ETIOLOGIA Etnia Raça Factores ambientais Clima Consumo de tabaco (protege na colite ulcerosa e agrava na doença de Crohn) Factores genéticos Alteração do muco (colite ulcerosa) Alterações da permeabilidade Associação a outras doenças genétcas (espondilite anquilosante) Doença de Crohn/ Colite ulcerosa Sistema imunológico Linfócitos B e T Macrófagos ... Anti-corpos Citocinas … Inflamação Não inespecífica Doença de Crohn/ Colite ulcerosa Clínica Quadro clí clínico Localizaç Localização Actividade da lesão inflamató inflamatória Doença de Crohn/ Colite ulcerosa Manifestações extra-cólicas Eritema nodoso Hipersensibilidade relacionada com a lesão intestinal Estomatite aftosa Uveíte Colanite esclorosante Espondilite anquilosante Anemia hemolítica Desregulação imunológica Curso independente da lesão intestinal Doença de Crohn • Frequente nos países industrializados do Ocidente • Prevalência superior a 1 por 1000 • Etiologia desconhecida • Tendência para recorrer • Pode afectar todo o tubo digestivo 75% Doença de Crohn Doença de Crohn Doença de Crohn Doença de Crohn Doença de Crohn Lesões peri-anais Doença de Crohn • Manifestações extra-intestinais artrite eritema nodoso uveíte estomatite • Anemia de causa desconhecida • Febre indeterminada • Massa abdominal palpável • Oclusão intestinal Doença de Crohn Agressão Microbiológica Reacção inflamatória Lesão da mucosa Ulceração Invasão secundária microorganismos Ulceração crónica ABCESSOS FÍSTULAS Fibrose OBSTRUÇÃO Doença de Crohn Diagnóstico • Clínico Dor na FID Diarreia com + de 3 meses de evolução não sanguinolenta Anemia Emagrecimento Doença de Crohn Diagnóstico • Imagiológico • Histológico Infiltração transmural Granulomas com cel gigantes Fístulas Abcessos Doença de Crohn Terapêutica médica • Suporte • Antimicróbianos Metronidazol Cefalosporina • Anti-inflamatório/Imunosupressores Corticoides Ac. 5-aminosalicilico (5-ASA) 6-mercaptopurina azatioprina ciclosporina atc monoclonais Doença de Crohn Terapêutica Cirúrgica (complicações) • Obstrução (ressecção,estenosoplastias,derivações) • Fístulas • Abcessos Conservadora ao fim de 10 anos → 30% necessita de + de 1 intervenção. 5% necessita de + de 3 intervenções. Doença de Crohn Crohn estenosante Doença de Crohn D. Cronh fistulizada Doença de Crohn Doença de Crohn Doença de Crohn Doença de Crohn Doença de Crohn Doença de Crohn Doença de Crohn Doença de Crohn Doença de Crohn Colite ulcerosa Colite Proctite Colite ulcerosa Clínica Rectorragias Diarreia muco-sanguinolenta Tenesmo rectal Dor abdominal ( Q Inf. Esq. ou generalizada) Febre Astenia Emagrecimento Manifestações Extra-intestinais Artrite Eritema nodoso Colite ulcerosa Diagnóstico Clínica ( diarreia com sangue e pús, episódios repetidos) Exames imagiológicos(sinais radiológicos de ulcerações) Endoscopia digestiva baixa (mucosa friável com ulcerações) Histologia (sinais citológicos ou histológicos de inflamação) Colite ulcerosa Diagnóstico Colite ulcerosa Diagnóstico Colite ulcerosa Diagnóstico Colite ulcerosa Diagnóstico Colite ulcerosa Complicações • Aguda ou fulminante Colectomia total Morte • Forma crónica e intermitente ( melhoria / agravamento) • Pancolite cólon tóxico, perfuração, hemorragia grave Colite ulcerosa Complicações Complicações relacionadas com a cronicidade Complicações Estenose Carcinoma colorrectal Ao fim de 10 anos → ↑1% Colonoscopia 2/2 anos com biópsias repetidas Colite ulcerosa Indicações para tratamento cirúrgico (25%) Ineficácia do tratamento médico Atraso de crescimento Colite fulminante Megacólon tóxico Hemorragia Degerescência Colite ulcerosa Diagnóstico Colite ulcerosa
Documentos relacionados
Faça o do folheto
doença de crohn
Anticorpo Anti-Saccharomyces cerevisiae(ASCA)*
Anticorpo Anti-Pâncreas Exócrino (PAb)
Semiologia do Intestino Delgado – Sumário
Doença pode localizar-se em todo o tubo digestivo (boca até ao ânus).
Intestino delgado em 30%; delgado e cólon em 55%; 15% só no cólon.
Âreas de espessamento intestinal e mesentérico separadas de ...
Doena de Crohn e Colite Ulcerativa
manifeste na porção mais baixa do intestino delgado (íleo) e no intestino grosso, mas
pode ocorrer em qualquer segmento do trato gastrintestinal, da boca até ao ânus,
inclusivamente na pele à volta...
Professores
terminal do intestino delgado (ileo), e o intestino grosso (cólon). A doença de Crohn
é denominada de ileíte quando o ileo é afectado, de colite quando o cólon está
envolvido e ileocolite quando am...