Boletim Comunidades n.º 1
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Boletim Comunidades n.º 1
Região Autónoma da Madeira COMUNIDADES Nº 01 14 a 20 de Julho de 2012 1 ACTUALIDADES ACTUALIDADES CINM a funcionar em pleno dispensaria plano de resgate «Interesse regional é também interesse nacional» O presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, ofereceu, na passada sexta-feira, na Quinta Vigia, um almoço à ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas, o qual contou com a presença do representante da República para a Região Autónoma da Madeira, membros do Governo Regional, vicepresidentes da Assembleia Legislativa da Madeira e outras entidades. No brinde efetuado durante o almoço, o chefe do Executivo regional começou por agradecer a presença da ministra na Madeira «por duas razões» Deste modo, Alberto João Jardim salientou primeiro o interesse da ministra «em visitar a Região Autónoma da Madeira e em contacto com o meu Governo acertarmos pontos pendentes com aquela capacidade que todos nós reconhecemos em Vossa Excelência, de vir ao encontro do interesse nacional, pois o interesse regional é também interesse nacional». Destacou depois «o interesse» em manter «contactos regulares entre Governo da República e Governo 2 Regional» e «sobretudo em podermos ter esta confidenciação em que todos procuramos servir o País que somos, nas nossas legítimas perspetivas, mas sempre apontados ao objectivo comum que é Portugal». Deste modo, o presidente do Governo Regional desejou «as maiores felicidades pessoais e profissionais» à ministra. Em resposta, Assunção Cristas principiou por agradecer «a simpatia do acolhimento» que teve na Madeira durante a sua visita. Assim, considerou a sua deslocação à RAM como mais «um passo no bom relacionamento que existe para procurar resolver problemas concretos, sobretudo em prol de objetivos nacionais», acrescentando que os referidos objetivos «têm total convergência do Governo da República e também do Governo Regional, quando procura-se valorizar a agricultura, valorizar o nosso mar e valorizar o ambiente», isto após lembrar que já houve contactos anteriores em Lisboa e que o secretário de Estado da Agricultura já tinha estado na Região. Neste âmbito, a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território realçou que o «nosso País, o nosso Portugal será seguramente mais bem-sucedido se for mais verde e se for mais azul». «Mais verde por conta da agricultura, por conta da floresta, por conta do ambiente» e «mais azul por conta das potencialidades que nós queremos que passem a realidades em matéria de mar», sublinhou. A concluir, salientou que «o seu gosto» em visitar a Madeira «no seguimento dos anteriores contactos», realçando ser a sua visita «um passo importante» para «podermos continuar o bom relacionamento, resolvendo aqueles problemas que sempre nos vão aparecendo», mas que «com trabalho construtivo e cooperante» podemos «ultrapassar», destacando o «grande objectivo de trazer a agricultura para a primeira linha da resolução dos problemas do próprio País, como um sector relevante, que não está à margem e que tem bons exemplos por todo o País, como pude visitar na Madeira». A Região Autónoma da Madeira tem progredido no sentido da consolidação orçamental e na aplicação da reforma fiscal estrutural a que se comprometeu com a ‘troika’, apesar de terem sido “identificados crescentes riscos”, revelou ontem a Comissão Europeia (CE). No seu relatório da quarta revisão do memorando de entendimento entre Portugal e a ‘troika’ (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu), ontem divulgado, a CE realça que está também concluída a primeira revisão do programa celebrado com a Região. “Foram realizados progressos no sentido da consolidação fiscal e o programa de reforma estrutural fiscal está no bom caminho”, considera a CE. Bruxelas alerta, contudo, que foram “identificados crescentes riscos” e lembra que o Governo Regional se comprometeu a adotar medidas corretivas em caso de desvio dos objetivos do programa. CINM deveria ser prioritário Apesar do balanço ser animador para a Madeira, o deputado social-democrata Medeiros Gaspar é de opinião que se a Madeira tivesse os instrumentos e a oportunidade de otimizar o Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM), «hoje, não precisava de nenhum Plano de Ajustamento Financeiro». Desta forma, «até poderia estar em condições de ajudar o País a captar recursos financeiros e, certamente, seria benéfico para a Madeira, mas também para Portugal». Aliás, para o deputado socialdemocrata, o CINM deveria ser encarado por Portugal como um instrumento prioritário na captação de recursos financeiros. «Infelizmente as pessoas preferem prejudicar o País, em vez de aproveitar as potencialidades que o Centro tem, e os últimos anos têm sido férteis em iniciativas que só têm deitado abaixo a competitividade que o centro tinha, com os aumentos do IVA, com a questão das penalizações dos lucros e, mais recentemente, com a questão dos plafonds» que, entre outros assuntos, estão a ser negociado com a Comissão Europeia. Assassinato económico Medeiros Gaspar considera que «tudo isto tem representado um assassinato económico de um instrumento fundamental da Região». E, neste sentido, acredita que, se o CINM fosse potenciado até à excelência, «hoje poderia ter duplicado ou triplicado o número de empresas que já teve, que no seu máximo chegaram às seis mil». Além de que isso representaria uma receita elevada para a Região. Medeiros Gaspar recorda que foram feitos estudos «que projetavam uma receita que seria próxima do valor de um orçamento da Região, o que representaria uma capacidade de autofinanciamento, que, por ser invejável, foi alvo de tantas tentativas de aniquilamento», esclareceu o deputado. E ainda adiantou que «não haja dúvidas que, se a Madeira tivesse esse instrumento económico de política financeira otimizado, esta tinha condições invejáveis de competitividade no mercado internacional, em termos das operações financeiras e no registo de navios e isso iria criar uma outra pujança financeira que não é desejada pela maioria das pessoas que fazem opinião em Portugal», lamentou o deputado. Nesta linha, ainda apelidou de «atentado» o facto de haver políticos portugueses que não defendem a existência do CINM. Por sua vez, recordou que as empresas que estão a sair do Centro estão a ir para outras praças financeiras como o Luxemburgo e Malta, porque «são países que podem definir a sua própria política fiscal de forma autónoma». A Madeira não tem essa autonomia fiscal para poder negociar os benefícios que as empresas do CINM já usufruíram. «É inacreditável como é que um País, que está na situação financeira que está, dependente de uma ‘troika’, e é o principal coveiro da sua própria capacidade de gerar actividade financeira, através de uma praça que está sediada no País, mas que por estar numa parcela que nunca foi dócil em termos políticos, acabou por ser atacada», como tem acontecido nos últimos anos, concluiu o deputado Medeiros Gaspar. «Governo português está empenhado» em resolver «O Governo português está empenhado nesta matéria do Centro Internacional de Negócios (CINM), mas a verdade é que ainda não produziu resultados, porque estes processos são morosos». A afirmação é do deputado do PP/M, Rui Barreto, que gostaria de ver as negociações entre o governo da República e a Comissão Europeia já na sua fase final, para que a praça madeirense volte a ser competitiva. Segundo o deputado, a pretensão é que o CINM tenha os mesmos benefícios das outras praças financeiras europeias, como a do Luxemburgo, Malta e Holanda. Contudo, salientou que é necessário e imperioso que «os atores políticos rumem para o mesmo sentido, nesta matéria que é uma questão de Estado». 3 ACTUALIDADES ACTUALIDADES na Madeira que a Comissão Nacional de Dados se pronuncie». O modelo que irá ser posto em funcionamento na Região será o mais avançado no País e «está neste momento a ser testado e analisado pela Comissão Nacional de Dados para verificar se de facto o novo sistema também garante os direitos, liberdades e garantias pessoais». Por seu turno, Luís Sousa, o proprietário da empresa, explicou os projectos e as áreas nas quais a ACIN atua (ver texto ao lado) e referiu que «a crise por estes lados ainda não passou». «É uma lacuna estar a conceber isto sem a ZFM» O presidente do Governo Regional afirmou no passado dia 10 de julho que o relatório da Comissão Europeia da quarta revisão do memorando de entendimento entre Portugal e a “troika”, onde também é feita a análise do programa celebrado com a Região, tem uma «lacuna gravíssima», que é não referir «os prejuízos que a política da União Europeia e dos sucessivos Governos da República causaram à Região Autónoma, através da Zona Franca (ZFM)». À margem da inauguração das novas instalações das empresas do Grupo ACIN, na Ribeira Brava, questionado pelos jornalistas a este respeito, Jardim afirmou que discorda do facto de «dizerem que não estão implementadas taxas moderadoras» e dissese surpreendido, porque «já expliquei em Lisboa que o nosso sistema é mais eficiente que o de Lisboa». «Até é melhor para os serviços. Só paga taxa moderadora quem se apresenta numa urgência e não é urgente. Portanto, isto permite um melhor funcionamento do serviço e permite até uma melhor rentabilidade», sustentou. Por outro lado, lembrou que «nós sempre dissemos que esta estratégia ia reduzir as receitas públicas» mas referiu que, em percentagem, «nós ainda estamos a conseguir mais receita pública do que está a conseguir o plano do Estado». «Mas, de qualquer maneira, qualquer pessoa via que a tributação fiscal foi muito grande e que acabaria por reduzir receitas», acrescentou. Nesta ordem de ideias, o chefe do Executivo madeirense considerou que «este relatório tem é uma lacuna gravíssima, que é não refere os prejuízos que a política da União Europeia e dos sucessivos governos da República causaram à Região Autónoma através da Zona Franca». De acordo com o responsável, «todos sabemos que a Zona Franca tal como estava, as receitas da Zona Franca eram suficientes para se fazer o plano de ajustamento financeiro sem aumentar os impostos e uma evolução da Zona Franca naquele modelo que eu tenho defendido de Singapura no Atlântico dá para a Região ser absolutamente autossuficiente». Instado sobre de que forma é que a Região pode compensar a quebra de receita fiscal, Jardim respondeu que «é impossível aumentar mais impostos». Segundo afirmou, «correu muito bem na diminuição da despesa» e «a nossa redução de despesa é proporcionalmente maior em relação ao Estado», pelo que, neste momento, «qualquer falta que haja aqui para aquilo bater 100 por cento certo só pode ser conseguido através de o Governo português urgentemente obter decisões de Bruxelas sobre a Zona Franca». «Não há outra saída. O resto está esgotado», disse, frisando que «o que falta aqui para isto correr absolutamente bem é agora, porque é o único caminho de saída, a questão da Zona Franca». «É uma lacuna estar-se a conceber isto sem a Zona Franca», salientou. 4 Jardim recandidata-se se houver congresso antecipado Já na qualidade de presidente do PSD-M, Jardim voltou a afirmar que se recandidatará a líder do partido se o congresso regional for antecipado relativamente à data que sugeriu 2014. «Se houver congresso sim. Mas é preciso que haja congresso», disse, avançando que «o meu timing é sair fim de 2014/ princípio de 2015 e ficar o novo líder já a presidir ao Governo apoiado na maioria parlamentar que o PSD tem, embora haja para aí uns louquinhos que querem fazer o PSD perder a maioria parlamentar». Realçando não saber «o que vai suceder», porque «os militantes são livres de fazerem as suas propostas», Jardim disse que se houver congresso antes desse “timing” «toda a gente já sabe que eu sou candidato», para «poder impor o meu programa e a minha estratégia para continuarmos a ter um grande partido hegemónico como é o PSD». «Eu não dou cartas ao inimigo nem facilito a vida ao inimigo e, sobretudo, não devo favores ao inimigo nem o inimigo me fez favores para eu ter que estragar o PSD», finalizou. Região espera pela Comissão de Dados para avançar receituário eletrónico Já na inauguração, enquanto presidente do Governo, Jardim destacou o sucesso da ACIN, sendo o exemplo daquilo que será a sociedade «postcapitalista». Segundo referiu, «não há dúvida que o modelo capitalista, com este estrebuchar dos últimos anos, estoirou». «Quer o liberalismo, quer o marxismo falharam redondamente e todos nós sabemos que é uma questão de tempo aparecer uma sociedade post-capitalista», acrescentou. Sendo esta uma empresa que atua também na área do receituário eletrónico, o governante disse que neste campo, «nós estamos só à espera A obra O Grupo ACIN é formado por um conjunto de empresas de base altamente tecnológica com sede na Ribeira Brava, empregando na totalidade 90 pessoas e atuando geograficamente nas ilhas da Madeira, Açores e Canárias, bem como em Portugal continental e Espanha, tendo desenvolvido um conjunto de portais informáticos. O grupo trabalha em diversas áreas, nomeadamente IMED (área da saúde - receituário eletrónico - com seis mil médicos clientes), ACINGOV (compras eletrónicas, com 4.500 clientes), Comprasdoestado.com (alerta de concursos públicos, com dois mil clientes) e IPARQUE (gere mais de 30 mil lugares de estacionamento). Ontem foram lançados três novos e inovadores portais informáticos, designadamente o IGEST (faturação eletrónica), o IDOK (gestão documental) e o IPARQUE MOBILE (pagamento de estacionamento automóvel via telemóvel). 5 ACTUALIDADES ACTUALIDADES Autarquias querem Estado a suportar ADSE na totalidade A reforma do poder local, em termos de alterações legislativas, está a ser pensada pelos partidos na Assembleia da República, com o mês de Outubro a ser apontado para a votação das propostas referentes à lei autárquica, devendo os partidos apresentarem as suas propostas até ao final deste mês, antes das férias parlamentares. Apesar de ainda não estar nada «preto no branco», como alertou o presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira (AMRAM), no que toda à reforma geral do poder local, e são várias as pretensões dos municípios madeirenses em relação a alterações que gostavam de ver aprovadas. Uma delas prende-se com as comparticipações para a ADSE que são suportadas pelos orçamentos das autarquias e não pelo Estado. Como explicou Manuel Baeta, os funcionários das Câmaras são abrangidos pela ADSE, sendo que, por exemplo, na comparticipação de medicamentos é o Governo a suportar, mas, nos casos das comparticipações das consultas médicas e de exames clínicos, são as câmaras municipais a pagarem. «Os funcionários das Câmaras descontam para a ADSE, como todos os funcionários públicos. Os descontos vão para a Caixa Geral de Aposentações e para ADSE, mas depois, quando os trabalhadores vão às consultas, são as Câmaras que têm de pagar do seu orçamento». Uma situação que, para o presidente da AMRAM, é «injusta». Por isso, na revisão do poder local, esta seria uma medida que os autarcas gostavam de ser alterada, «devendo ser a ADSE ou a Segurança Social a pagarem. Não é justo para nós. Se fosse com os descontos dos funcionários 6 Fiabilidade do sinal do radar já chegou aos cem por cento para a Caixa, tudo bem, mas somos nós quem pagamos as consultas ou internamentos, por exemplo». A mesma opinião sobre esta matéria tem o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz. José Alberto Gonçalves lembra que, do Orçamento de Estado, chega à autarquia santa-cruzense cerca de 500 mil euros por mês, «que mal dá para a gestão do pessoal. «Os municípios, além de pagarem aos seus funcionários, pagam praticamente toda a saúde dos funcionários. Para as Câmaras, a ADSE apenas comparticipa uma percentagem de medicamentos que os funcionários compram. Mas se um funcionário vai ao médico, a percentagem da consulta é paga pelo município. Uma Câmara em que a maior parte dos seus funcionários está na meia-idade, tem de arcar, praticamente, com todas as despesas de saúde destes», alerta. José Alberto Gonçalves não hesita, por isso, em defender que «estas despesas deviam passar para o Estado. É para isso que serve a ADSE, mas a única assistência que faz aos municípios é apenas a pequena comparticipação dos medicamentos e é cada vez menor». Extinção de freguesias na Madeira «não serve ninguém» A reestruturação do poder local, no que diz respeito às juntas de freguesias, não deve acontecer na Madeira. «Na Região, as juntas de freguesia e assembleias municipais é que deviam se pronunciar sobre isso, não devia ser uma lei da república a obrigar porque são realidades diferentes. Acho que a lei, como está a ser elaborada não vai servir ninguém nem beneficiar nada aqui na Madeira. Aliás, os presidentes de Câmara da Madeira não concordam com esta medida como está estipulada», sublinhou Manuel Baeta. O presidente da AMRAM considera até que a justificação do Governo de Passos Coelho, de redução de custos, não se irá verificar com a redução de freguesias a nível nacional. Como recorda já José Alberto Gonçalves, a Assembleia Legislativa da Madeira já manifestou não ser favorável a qualquer reorganização das freguesias dos municípios da RAM. E a organização das regiões autónomas passa pelas assembleias legislativas regionais e não pela da República. A Força Aérea poderá aceitar a Estação de Radar nº4 (ER4) no final do Verão, se todos os testes que vão ser feitos agora forem totalmente satisfatórios. A notícia foi confirmada junto de fontes ligadas ao processo de instalação daquele que é conhecido como o Radar do Pico do Arieiro, na Madeira, um processo que tem vindo, ao longo dos últimos anos, a dar que falar. Está então ultrapassada mais uma das questões que se prendiam com a fiabilidade total do sinal, que tem vindo a adiar sucessivamente a entrega do sistema de vigilância à Força Aérea Portuguesa, o que poderá atirar para Outubro a nova data provável da entrada em funcionamento em pleno do radar. A ER4, recorde-se, tinha data apontada para a entrada plena em funcionamento em Março passado, mas a Força Aérea não recebeu a infraestrutura por não estar garantida, como se previa no caderno de encargos, a fiabilidade do sinal a 100 por cento. Em Fevereiro deste ano, no Porto Santo, o vice-Chefe do Estado Maior da Força Aérea referia que não estava garantida essa meta, razão pela qual estavam a ser feitos testes. Victor Morato referiu mesmo que a infraestrutura vai «fechar a porta ao Mediterrâneo» em questões de vigilância, a juntar às estações já em funcionamento no continente: Paços de Ferreira, Montejunto e Foia, no norte, centro e sul, respetivamente. Um mês depois, foi a vez do presidente do Governo Regional da Madeira, defender a importância daquele sistema, considerando-o «fundamental», tendo em vista controlar todos os meios de transporte que passarem num raio de 250 milhas da Madeira, cerca de 463 quilómetros em toda a volta da estação, ou seja, ainda mais área do que a própria Zona Económica Exclusiva. Meios não tripulados ajudam É Outubro a nova data provável de inauguração da estação, a que deverá juntar-se outro meio importante de vigilância, que as forças Armadas andam a testar nos últimos dias em exercícios na zona centro do país. O REP12 está a testar os novos veículos não tripulados para a Marinha e a Força Aérea, tendo características diferentes. Os da Armada, vão atuar debaixo de água ou à superfície, sendo cilíndricos e semelhantes a “mísseis”, enquanto os da FAP são pequenos aviões, com uma distância de dois metros entre as pontas das asas e serão usados, ambos, em várias missões, como as de utilidade pública. Nessas, destaque para o apoio a buscas de naufrágios, para localização de navios e embarcações ou mesmo monitorização de manchas de poluição – com a inclusão de sensores que poderão seguir a evolução de manchas de poluição. Ou seja, na mancha de poluição que em Fevereiro surgiu a norte das Ilhas Selvagens, poderia ter sido usado um aparelho destes, para evitar que o NRP Cuanza, na altura atribuído à Zona Marítima da Madeira, tivesse navegado durante horas à procura da mancha. Os voos destes aparelhos, construídos ao abrigo do Projeto de Investigação e Tecnologia em Veículos Aéreos Não-Tripulados (PITVANT), que será integrado no “Protection of EuRopean borders and SEas through the intelligent Use of Surveillance” (PERSEUS), do qual a Academia da Força Aérea faz parte, têm em vista desenvolver e aperfeiçoar técnicas de recolha de imagens, para detetar, localizar, identificar e seguir alvos sobre o mar, para futura utilização em missões de Busca e Salvamento (SAR) e de Vigilância Marítima (VIMAR). A Madeira contará certamente com o apoio de um destes aparelhos, mesmo que a sua autonomia seja ainda limitada. Mas o consórcio de 29 parceiros de 12 países europeus continua a aperfeiçoar os modelos. 7 ACTUALIDADES ACTUALIDADES Tempo quente provoca incêndios em mato O tempo quente e seco que se tem feito sentir tem dado algum trabalho às corporações de bombeiros da Região. Ontem, bombeiros e polícia florestal não tiveram mãos a medir em diversos incêndios. Na Ponta do Pargo, um fogo em mato e em terrenos agrícolas abandonado levou os bombeiros a intervir. Ao fim da tarde, e segundo foi divulgado pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira, os Bombeiros da Calheta e São Vicente ainda procediam ao controlo do incêndio na Ponta do Pargo. Não havia perigo de as chamas atingirem residências. Mas este incêndio era, segundo o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, a preocupação maior de todos aqueles que haviam sido registados, devido à vasta área afetada. Também ao fim da tarde do dia 10, os Bombeiros de Santa Cruz e os Voluntários Madeirenses encontravamse na zona dos Moinhos, no Caniço, Santana quer criar rede O presidente da Câmara Municipal de Santana vai «fazer tudo» para criar uma Rede Nacional de Reservas da Biosfera. A proposta, conforme adiantou na passada segunda-feira, já foi apresentada à Ministra do Ambiente, aquando da sua visita à Madeira, a qual, segundo o autarca, «foi sensível» a essa possibilidade. A questão foi suscitada por um relatório do Comitê Internacional da UNESCO sobre as reservas da biosfera portuguesas, documento esse onde o maior número de referências - cerca de 90 por cento, como diz o autarca - é feito à Reserva Natural da Biosfera de Santana. Esse relatório resulta de uma reunião realizada em Paris, entre 9 e 13 de Julho, onde a Reserva de Santana foi representada por Domingos Abreu, que pertence à Comissão de Gestão da referida reserva. Rui Moisés salienta que, durante essa semana, a Madeira foi projetada a nível internacional, devido às referências que foram feitas à Reserva da Biosfera de Santana. Promoção que o autarca considerou «muito importante» para a Região e que deixou os responsáveis pela Reserva da Biosfera de Santana «muito satisfeitos». Outra das consequências dessa reunião foi o facto de a candidatura da Reserva da Biosfera da Região Autónoma de Príncipe, (uma ilha de São Tomé e Príncipe), ter sido aprovada. Na sequência dessa eleição, as autoridades de Príncipe já manifestaram a intenção de enviar para a Madeira alguns colaboradores, para estagiarem na Reserva de Santana. O objectivo é ver como é que o concelho está a ser promovido através da sua reserva «e ver como é que uma ilha como a nossa pega no tema da biosfera e o lança à escala internacional», diz Rui Moisés. Para além de projectos já em curso, o autarca diz que vai continuar com a divulgação da reserva. 8 num incêndio que deflagrou também em mato por volta da hora do almoço. Este incêndio chegou a ameaçar algumas casas. Também no Caniço, mas já na zona do Serralhal, os Bombeiros Voluntários Madeirenses tiveram que intervir num incêndio que foi controlado em pouco tempo. Na zona da Encumeada, as chamas deflagraram numa zona onde não há acesso, subindo uma escarpa, sendo que os Bombeiros da Ribeira Brava foram mobilizados para o local, no sentido de “controlar” o percurso das chamas. Na zona dos Viveiros, os Bombeiros Municipais do Funchal também tiveram de combater um incêndio em mato. O director regional das Florestas, Rocha da Silva, apelou ontem à população para que não faça queimadas. Rocha da Silva pediu também mais cuidado no sentido e atenção no sentido de se poder evitar os incêndios. ADBRAVA recolhe artigos tradicionais A Associação de Desenvolvimento da Ribeira Brava (ADBRAVA) está a recolher artigos tradicionais — bordados e outros, artesanato e artigos decorativos — para angariar fundos para a aquisição de ajudas técnicas para idosos e pessoas portadoras de deficiência, nomeadamente camas articuladas, cadeiras de rodas ou equipamentos de banho. De acordo com Nivalda Gonçalves, presidente da ADBRAVA este projecto já permitiu emprestar cerca de 60 equipamentos a idosos e deficientes do concelho, mas acontece que, neste momento, «temos lista de espera de pessoas que aguardam pelo equipamento e não temos fundos suficientes para continuar a comprar». Embora seja um projecto financiado pelo PRODERAM, a componente de financiamento próprio é ainda insuficiente, pelo que, recorda a responsável, «a colaboração de cada um com um artigo num gesto de solidariedade ajudará a concretizar a compra das ajudas em falta». De salientar os artigos podem ser entregues na sede da ADBRAVA até ao fim deste mês uma vez que a associação irá participar numa feira solidária que acontecerá no dia 5 de Agosto, na Ribeira Brava. Contudo, alerta Nivalda Gonçalves, a recolha destes produtos continuará a ser feita uma vez que a associação participará em outras feiras solidárias previstas para o mês de Setembro. 9 ACTUALIDADES Revalidação das cartas começa aos 30 anos Foi aprovado no passado dia 5 de Julho o Decreto-Lei que introduz diversas alterações ao Código da Estrada e aprova o novo Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir. Tendo como objectivo «harmonizar os prazos de validade, os requisitos de aptidão física, mental e psicológica, quando exigida, de candidatos e condutores e os requisitos para obtenção dos títulos de condução emitidos pelos diversos Estados membros da União Europeia e do espaço económico europeu», este diploma, como explica, em comunicado, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), vem também simplificar «os procedimentos administrativos para obtenção dos títulos de condução e respetivos exames e elimina a licença de aprendizagem». Na nova lei foram também ajustadas as disposições do Código da Estrada em relação aos velocípedes de modo a promover a utilização destes veículos como alternativa a outros meios de transporte. Principais alterações passam pela harmonização dos prazos de validade Uma das principais alterações que vai entrar em vigor, a partir de 2 de janeiro de 2013, é a harmonização de prazos de validade das cartas de condução. Conforme imposto pela Diretiva, a revalidação das cartas passa a iniciar-se aos 30 anos para as categorias AM, A1, A2, A, B1, B e BE, (ciclomotores, motociclos e ligeiros) e aos 25 anos para as restantes categorias. As cartas de condução passam a ter uma validade administrativa que não pode exceder os 15 anos para as categorias AM, A1, A2, A, B1, B e BE (ciclomotores, motociclos e ligeiros) e os 5 anos para as restantes categorias; Os prazos de revalidação são fixados em 10 anos para as categorias AM, A1, A2, A, B1, B e BE (ciclomotores, motociclos e ligeiros) até aos 60 anos do seu titular. A partir daí são encurtados, primeiro para 5 anos e depois para 2 anos, a partir dos 70 anos do titular, sendo os prazos de revalidação sempre de 5 anos para as restantes categorias. Desta feita, as novas idades de revalidação da carta de condução (a partir de 2 de janeiro de 2013) são: Aos 30, 40, 50, 60, 65, 70 anos do condutor e depois de 2 em 2 anos, para as categorias AM, A1, A2, A, B1, B e BE (ciclomotores, motociclos, automóveis ligeiros e automóveis ligeiros com reboque); Aos 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55, 60, 65, 70 anos do condutor e depois de 2 em 2 anos, para as categorias C1, C1E, C e CE (automóveis pesados de mercadorias) e condutores das categorias B e BE, com averbamento do Grupo 2, que exerçam a 10 ACTUALIDADES condução de ambulâncias, veículos de bombeiros, de transporte de doentes, transporte escolar e de automóveis ligeiros de passageiros de aluguer. De salientar que os novos prazos de validade só são aplicáveis às cartas emitidas após 2 de Janeiro de 2013, mantendo-se as cartas emitidas antes daquela data válidas pelo período delas constante, com excepção das cartas de condução das categorias A1, A, B1 ,B e BE (motociclos e ligeiros) cujo prazo de validade continua a situar-se nas datas em que os seus titulares perfaçam 50 ou 60 anos, independentemente do prazo inscrito na carta de condução. Introdução de novas categorias é outra das novidades Uma das principais alterações deste diploma é a introdução de novas categorias de carta de condução (também a partir de 2 de janeiro de 2013). Uma delas é a categoria AM (ciclomotores), em substituição da actual licença de condução de ciclomotor, uniformizando os títulos de condução em todo o espaço europeu. Outra, é a nova categoria de motociclos, a A2, que permite conduzir motociclos de potência máxima de 35 kw e que pode ser obtida a partir dos 18 anos. A idade para obtenção direta da categoria A, para condução de motociclos de grande cilindrada, passará para os 24 anos, podendo contudo esta categoria ser obtida a partir dos 20 anos pelos titulares de carta de condução da categoria A2, com pelo menos 2 anos de experiência. Instrutor concorda com revalidação das cartas Francisco Pereira, instrutor e sóciogerente de uma escola de condução no Funchal, vê com bons olhos as mudanças trazidas por este diploma, sobretudo ao nível das revalidações das cartas de condução. «Antes as pessoas tiravam carta aos 18 anos e só voltava a renovar a carta aos 65. Havia aqui um lapso de tempo que fazia com que se perdesse o “controle” do condutor. Ele, inclusive, podia estar dez anos sem conduzir e meter-se à estrada sem prática nenhuma. Ao reduzir para 50 a idade da renovação para os condutores de veículos ligeiros estamos a minimizar essas consequências», defende. O instrutor alerta ainda para o facto das pessoas que tenham a carta caducada uma vez que, com a nova legislação, um condutor que esteja nessa situação há mais de cinco esta ficará com a sua carta automaticamente anulada, de fazer de novo o exame de código e o de condução. Director regional diz que legislação virá «uniformizar todos os critérios» Para o director regional dos Transportes Terrestres, a aprovação do Decreto-Lei n.º 138/2012, de 5 de Julho, não foi, de certa forma, uma novidade, pois «não foi uma coisa que se esperasse que não viesse a ser feita». Como explicou, António Maria Cruz Neves, «é uma boa medida» que «uniformiza todos os critérios» e que tinha de ser feita já que resulta de uma diretiva europeia». No seu entender, todas estas alterações vão «harmonizar com os restantes países», esclarecendo que, a partir da data em que a legislação entrar em vigor «as cartas de condução passam a ter os mesmos períodos e os mesmos requisitos que no restante espaço europeu». Já em relação às principais alterações previstas, Cruz Neves disse que, na sua opinião, a mudança mais importante está nas idades de renovação da carta de condução. A este respeito alerta, «os futuros encartados não terão de se preocupar porque, a partir da entrada em vigor do diploma as novas cartas já virão com a data certa, ou seja, a que virá inscrita na carta de condução». Quanto aos restantes condutores, estes terão apenas de estar atentos à data que está inscrita nas respectivas cartas de condução. Novo modelo de carta comunitária Nos anexos da diretiva, é introduzido um novo modelo de carta de condução comunitária, que inclui as novas categorias. Foi também introduzida a obrigatoriedade de troca de título de condução estrangeiro, emitido sem prazo de validade, no prazo de dois anos após fixação de residência em território nacional. 11 ACTUALIDADES ACTUALIDADES Levadas da Madeira em emissão de selos «Vamos solicitar todos os meios de apoio» O presidente do Governo Regional afirmou, ontem, que o Executivo vai «solicitar todos os meios de apoio que estão previstos nos tratados europeus», para fazer face aos estragos causados pelos incêndios. Numa conferência de imprensa realizada pelas 17h30, para fazer o ponto da situação relativamente à tragédia, Alberto João Jardim disse que «esses apoios vão ser suscitados no mesmo esquema que foram solicitados aquando de Fevereiro de 2010». Na ocasião, o governante agradeceu a todas as forças e pessoas envolvidas no combate às chamas, bem como o apoio do Ministério da Administração Interna, que enviou cerca de 80 homens para reforçar os bombeiros das várias corporações. Jardim apontou a preocupação com a água, dizendo que «temos conseguido responder às necessidades» e que, «tirando um ou dois casos isolados, na Região não vai faltar o abastecimento domiciliário». Mas, fez um pedido às pessoas para que gastem «o mínimo possível, porque não temos ainda a previsão de quando pararão estes fogos». «Nós estamos a esgotar tudo o que podemos, águas de rega inclusive, para fazer face a esta catástrofe», referiu. Tendo em conta a dimensão da situação, o chefe do Executivo disse que estão mobilizados todos os meios nas mais diversas áreas. No caso da Saúde, afirmou que todas as instalações estavam mobilizadas, mas que, felizmente, não havia muita gente a acorrer aos estabelecimentos. Os apoios em termos de habitação e segurança social também foram referidos. Àquela hora, Alberto João Jardim adiantou que estavam em funções 250 bombeiros (incluindo os reforços do continente) e 50 viaturas. Naquele momento, as situações mais complicadas eram Gaula, o Rochão, as Águas Mansas, as Carreiras, Achadas da Cruz e Fajã da Ovelha. Por outro lado, estavam controlados os fogos na Lombada, Camacha, Morena, Canhas e Ponta do Pargo. No Funchal, registavam-se alguns reacendimentos, enquanto que na Serra de Água e na Portela (Machico) os incêndios estavam em fase de rescaldo. Disse ainda que o aeroporto não esteve encerrado e conseguiu operar mesmo com a nuvem de fumo, apesar dos atrasos nas ligações. Jardim alertou para cuidados com as notícias. «Estão-me a chegar notícias alarmistas que depois mando verificar no terreno e que não correspondem ao que está a ser divulgado em termos noticiosos. Façam o favor confirmem as notícias, porque se não cria-se um pânico que é completamente desnecessário», advertiu. Destacou que, felizmente, a Floresta Laurissilva «praticamente tem sido até agora poupada». O tema “Levadas da Madeira” irá ilustrar a próxima emissão de selos sobre temáticas da Região Autónoma da Madeira por parte dos CTT – Correios de Portugal e será colocado em circulação no próximo dia 21 de Setembro em todo o País. Segundo adiantou o director regional dos CTT na Madeira, Carlos Rodrigues, o tema “Levadas da Madeira” sucede, assim, aos temas “Quintas da Madeira”, lançado em 2011, e “Frutos tropicais e subtropicais da Madeira”, lançado em 2010. Já no ano passado, realçou, a Madeira esteve representada no lançamento, em Maio, de três selos nacionais no âmbito do tema europeu “Europa – Florestas”, com um selo sobre a 12 Floresta Laurissilva, classificada como Património Natural Mundial da UNESCO, e onde aparecia na ilustração uma tradicional levada madeirense. Este ano, a Região também esteve representada no lançamento do tema europeu “Visite...Europa”, dedicado aos navios de cruzeiro portugueses mais representativos, onde o porto do Funchal marcou presença. Quanto à escolha do tema “Levadas da Madeira”, que irá contemplar uma emissão nacional de quatro selos, com diferentes taxas postais, com mais dois selos incluídos em blocos, Carlos Rodrigues adiantou que este projecto está a ser desenvolvido «em estreita colaboração e cooperação com o Governo Regional, através da Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais e da Direcção Regional de Florestas», não querendo levantar mais «o véu» sobre o assunto. De qualquer modo, salienta o interesse do tema, a exemplo dos outros temas lançados nos anos anteriores, «mantendo-se, assim, a tradição de lançar todos os anos uma série de selos sobre temáticas da RAM». Embora reconheça que o selo hoje em dia já não é tão utilizado como no passado, devido sobretudo à redução da correspondência pessoal, o director dos CTT na Madeira destaca o interesse que estas emissões de selos continuam a ter, nomeadamente a nível do colecionismo. E os temas regionais não faltam. Apoios garantidos aos agricultores O secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais anunciou, quarta-feira, que irão existir apoios financeiros para ajudar as pessoas a recuperarem as infraestruturas agrícolas que ficaram destruídas pelos incêndios. Manuel António Correia disse que já havia equipas nas freguesias atingidas (nos concelhos da Calheta, Ribeira Brava e Santa Cruz) a fazer uma avaliação caso a caso para apurar aquilo que foi atingido e adiantou que «vamos fazer, tal como no 20 de Fevereiro, um programa específico utilizando também os fundos comunitários do sector, pelos quais ajudaremos financeiramente até 95 por cento a fundo perdido as pessoas a recuperar as infraestruturas agrícolas, nomeadamente palheiros, sistemas de rega, máquinas que tenham perdido». «Tudo isso será alvo de um programa específico (...) para permitir a recuperação imediata do potencial agrícola que tenha sido perdido», frisou. 13 COMUNIDADES COMUNIDADES Segunda, 16 de Julho de 2012 Governo da Madeira agradece à instituição de solidariedade sul-africana Gift of the Givers Segunda, 16 de Julho de 2012 Festejos do Dia da Região Autónoma da Madeira em Pretória A Dra. Conceição Estudante dedicou a manhã de segunda-feira passada, último dia da sua deslocação oficial à África do Sul, a uma visita de cortesia e de gratidão do Governo Regional da Madeira à instituição de solidariedade sul-africana “Gift of the Givers”, que na sequência do temporal de 21 de Fevereiro de 2010 prestou uma assistência exemplar à Pérola do Atlântico. Acompanhada pelo director do Centro das Comunidades Madeirenses no Funchal, Gonçalo Nuno dos Santos, a secretária regional da Cultura, Turismo e Transportes da Madeira deslocouse à sede de “Gift of the Givers” em Boksburg. A comitiva insular foi recebida pelo chefe de operações do “Gift of the Givers”, Alluden Sayed e pela sua 14 assistente Emily Thomas. Recorda-se que a instituição de solidariedade sul-africana entregou ao Governo Regional da Madeira uma ambulância que foi confiada à Cruz Vermelha do Funchal, cinco contentores com alimentos e produtos de higiene pessoal, um cheque-donativo de 133 mil randes angariados pelo Club Sport Marítimo de Joanesburgo numa festa que organizou em conjunto com a Casa da Madeira em Alberton, e equipamento portátil para purificação de água. Lembra-se que o temporal de Fevereiro de 2010 teve um efeito devastador no sistema de distribuição de água potável, que ficou danificado com a violência das águas da inundação que galgaram as defesas das levadas. Durante a visita usaram da palavra o chefe de operações do “Gift of the Givers”, Alluden Sayed; o jornalista José Luís Silva, correspondente na África do Sul do Diário de Notícias do Funchal; a ativista portuguesa do “Gift of the Givers”, Ana Neto; o presidente do Club Sport Marítimo de Joanesburgo, Alberto Santo; e a encerrar o período de discursos a secretária regional Dra. Conceição Estudante, que nessa tarde embarcou de regresso ao Funchal, terminando assim o périplo de onze dias pela RSA. FONTE: A Casa Social da Madeira, em Pretória, assinalou o Dia da Região Autónoma da Madeira, com um concorrido jantar de confraternização presidido pela Dra. Conceição Estudante, secretária regional da Cultura, do Turismo e dos Transportes da Madeira, que se fazia acompanhar do director do Centro das Comunidades Madeirenses, no Funchal, Gonçalo Nuno dos Santos. No qual marcaram presença, pela embaixada, a encarregada de negócios de Portugal na África do Sul, dra. Gabriela Soares de Albergaria, o coordenador do ensino de português na África Austral, Dr. Rui Azevedo, e a chanceler Carlota Amorim, os comendadores João Canha, Joe Quintal e Estêvão Rosa, e os presidentes, da assembleia-geral da ACP de Pretória Manuel José; o da assembleia-geral da Casa da Madeira de Joanesburgo, Vasco Martins; a da Liga da Mulher Portuguesa, em Pretória, comendadora Manuela Rosa; os da direcção e da assembleia-geral da Casa do Benfica, em Pretória, respetivamente Lino Faria e Jaime de Caires, o da Sociedade Portuguesa de Beneficência, em Joanesburgo, Jorge de Freitas; e o do Wednesday Boys, e vice-presidente da CSM, Alberto Gouveia. Na qualidade de presidente da assembleia-geral da CSM, usou em primeiro lugar da palavra o comendador Estêvão Rosa, para depois de a todos saudar e agradecer a presença de cada um, e se mostrar reconhecido a Miguel Carreira pela oferta das flores para esse dia tão especial, em que na coletividade se festejava com grande orgulho o “Dia da Região Autónoma da Madeira”, e destacar a honra da visita da secretária regional da Cultura, do Turismo e dos Transportes da Madeira, Dra. Conceição Estudante, como afirmou digna representante do presidente da Região Autónoma da Madeira, Dr. Alberto João Jardim, que nos merece o maior respeito e admiração, e a quem estamos imensamente gratos, afirmar: Desde 1983 que sempre celebramos esta data do Dia da Região Autónoma, porque foi ela que deu à Madeira o poder e a voz de autoridade e decisão sobre todos os sectores de envolvimento da Madeira, prosseguindo: “Felicito o povo da Madeira pela sua inteligência política em votar num governo presidido pelo Dr. Alberto João Jardim, que com grande coragem e dedicação, acompanhado por outros membros do governo, caso da Dra. Conceição Estudante aqui presente, transformaram a Madeira numa Madeira nova, com novas estradas, vias rápidas e autoestradas, criaram novos centros de saúde em toda a ilha, escolas secundárias, a universidade, eletrificação e fornecimento de água potável a todas as populações, dando uma boa qualidade de vida a todos os madeirenses, muitos nossos familiares, que do fundo do coração muito agradecemos e louvamos todos que trabalharam nesses governos desde 1976. É por isso que com orgulho que celebramos este Dia da Autonomia, nesta nova Casa Social da Madeira, cheia de grandes amigos, aproveitando para dar conhecimento da mensagem que pelo telemóvel recebera do presidente desta CSM, comendador Ivo de Sousa, de férias na Ilha da Madeira, a desejar o maior sucesso nesta celebração e que estava de alma-ecoração com todos os que neste dia 15 COMUNIDADES festejam nesta coletividade o “Dia da Região Autónoma”, terminando com vivas à Madeira, a Portugal e à África do Sul que nos acolheu de braços abertos”. Nesta celebração, iniciada com a entoação dos hinos da África do Sul, de Portugal e da Região Autónoma da Madeira, atuaram Michael Teixeira, o grupo South África Fire Dancers, o rancho folclórico da CSM, e o grupo coral da Universidade Sénior Boa Esperança, com a música no convívio a cargo da DJ VIX, e em que a ilustre visitante foi presenteada com algumas lembranças, foram dirigidas pelo comendador João Canha algumas palavras alusivas à efeméride que se comemorava, após a que a convite, a encarregada de negócios de Portugal, na África do Sul, Dra. Gabriela Soares de Albergaria, começando por a todos saudar, afirmar na sua intervenção: “Creio essencialmente que nos reunimos aqui hoje para celebrarmos aquilo que somos, o que nos une, o que nos identifica, nos distingue. Tenho acompanhado a senhora secretária regional nos últimos dias aqui pela África do Sul, e tenho ouvido a sua mensagem, toda ela consistente com aquilo que temos vindo a transmitir ao longo dos últimos anos, que é uma mensagem de apelo à união, ainda que na diversidade é uma mensagem de apelo à perseverança e à coragem nos momentos de dificuldade. É uma mensagem de confiança no futuro que temos de construir juntos, um futuro que tem necessariamente de passar pela vinculação àquilo que efetivamente somos, um futuro 16 COMUNIDADES que tem necessariamente de passar pelo orgulho da nossa identidade, que são exatamente as mesmas que desenhamos no Continente, na Madeira, nos Açores, na África do Sul ou na Austrália. É um futuro que terá necessariamente de passar pelo facto de que falamos exatamente a mesma língua, e que teremos de ter capacidade de preservar em comum, um futuro que tem certamente de continuar a passar pelo facto de independentemente onde estivermos, continuarmos mutuamente preocupados com o que se passa com os nossos compatriotas, estejam eles no continente, na Madeira, na Austrália ou na China, finalizando o seu improviso com esta afirmação: Creio que é importante que se saiba que somos neste momento quinze milhões de portugueses, dez em Portugal continental e ilhas, e cinco espalhados pelos cinco continentes que este planeta tem, mas que nos tem sabido manter unidos, e que teremos de continuar a sabermo-nos manter unidos naquilo que nos é comum a todos, que é a nossa língua, a nossa cultura, e as nossas tradições, é isso que nos mantém unidos e nos faz tão próprios e nos confere a nossa identidade”. Convidada a proferir algumas palavras a assinalar a sua segunda visita à capital sul-africana para presidir a estas celebrações, e a primeira a este novo salão “Pérola do Atlântico”, a Dra. Conceição Estudante depois de saudar os presentes e referir ser com muita honra e com grande satisfação que aqui representava o Governo Regional da Madeira, presidido pelo Dr. Alberto João Jardim, e era com muita honra e com muita satisfação que ali estava a celebrar o Dia da Autonomia da Madeira, e simultaneamente o Dia das Comunidades Madeirenses espalhadas por todo o mundo, realçando ao longo do seu improviso: Esta proporção dos dez milhões de portugueses em Portugal continental e insular, e cinco milhões no estrangeiro, referidos pela Dra. Gabriela Soares de Albergaria, no que diz respeito à comunidade madeirense tem um significado e um peso muito maior, porque se na Madeira somos duzentos e sessenta mil, nas comunidades somos muito mais de um milhão, por aqui se vendo a importância que tem que ser dada à existência de uma diáspora madeirense espalhada por todos os cinco continentes. Em todos os continentes esta comunidade é idêntica na sua diversidade, é uma comunidade que não esquece, é uma comunidade que continua a saber dizer a palavra saudade em português, e sabe vivêla, que não esquece a Pátria-mãe, não esquece a sua terra, nem esquece as suas tradições, e é por isso que existem locais como este, e é por isso que existem festas como esta, em que os madeirenses se juntam aos seus amigos e celebram a Autonomia da Madeira e comemoram o Dia das Comunidades Madeirenses. É por isso que o Governo Regional, sempre que possível, está presente algures no mundo, e este ano a representação do Governo Regional se fez nas duas maiores e mais importantes no exterior, estou eu aqui convosco na África do Sul, e esteve um colega meu na Venezuela, exatamente para as mesmas celebrações, isto porque o Governo Regional reconhece e quer que as comunidades saibam que lhes é reconhecida essa importância. É uma importância que tem que ter dois sentidos, e não é uma importância que seja reconhecida por nós, é uma importância que tem que ser reconhecida por vós próprios, que tenhamos consciência do vosso valor, que saibamos criar os sentimentos de orgulho e de autoestima por aquilo que sois na comunidade onde estais e, felizmente para nós, é bom ver que a comunidade é reconhecida pelas autoridades locais no seu papel social, no seu papel económico, e na contribuição que dá para o crescimento e para as condições de vida, aqui no caso concreto da África do Sul. E é importante para nós que a imagem que possais dar da Madeira e de Portugal corresponda a uma imagem de qualidade, imagem que nós hoje, também na nossa terra, queremos promover lá fora e que todos vós tendes conhecimento que a Madeira é hoje uma região muito diferente da região que existia há trinta anos atrás. Estes trinta anos de autonomia que permitiram que a Madeira saísse do estado de subdesenvolvimento, passando de uma das regiões mais pobres da Europa, para uma região onde o produto interno passou acima da média europeia, fruto do trabalho de muita gente, e também da contribuição de todas as comunidades madeirenses, e é com orgulho que dizemos isto, e podemos afirmar que a Madeira de hoje é na sua condição de destino turístico mundial reconhecida como uma terra de qualidade, uma terra com uma prestação de serviço reconhecida e qualificada por todos os que a visitam, que sabe receber e que sabe oferecer aquilo que sabe fazer melhor, receber os seus turistas, e fazer com que eles regressem, muitas vezes uma taxa que vai aos quarenta e cinco por cento de clientes repetentes na nossa região, o que atesta bem a forma como quem lá vai, sabe avaliar e sabe verificar a qualidade que temos. E é dessa nossa terra que nós queremos que todos vocês se orgulhem e tenham vontade de conhecer, especialmente aqueles que já estão há muito tempo sem lá ir, e sobretudo aqueles que nunca lá foram, e que são certamente as novas gerações, que é preciso cativar e é preciso motivar, para conhecerem as suas raízes, porque é esse conhecimento das raízes que lhes permitirá fazer a continuidade do espírito que trouxe os vossos avós e os vossos pais aqui nesta terra, que é o espírito do trabalho, da coragem e da honestidade. Falou-se aqui da beleza da Madeira, mas a beleza da Madeira é uma beleza natural, mas trabalhada com muito suor e muitas lágrimas para construir aquilo que lá está. Falou-se nos terraços de basalto, é verdade, mas os terraços de basalto, as estradas e túneis da Madeira são trabalho humano, algum dele doloroso do passado, mas é sempre trabalho humano. A beleza da Madeira, assim como o ambiente e as qualidades têm que ser mantidas, porque é com essas qualidades que nós queremos que as nossas comunidades se orgulhem, se reconheçam e façam elas próprias também a promoção da Madeira no mundo. Todos vós sois e podereis ser os melhores embaixadores da Madeira, para isso temos de trabalhar todos em conjunto para que essa identidade, como já foi dito e eu repito, seja mantida, seja reconhecida e preservada por muitas e muitas gerações que venham a existir aqui, no caso concreto na África do Sul, em Joanesburgo, em Pretória, Durban e todas as outras cidades, como em todo o mundo, assim como pretendemos também que haja uma ligação maior entre todas as comunidades, que se reconheçam e se identifiquem com a Madeira, com Portugal e com a nossa língua. Nesta sala magnífica, que eu aproveito para dar os parabéns aos órgãos sociais desta instituição, por conseguirem este verdadeiro “up-grade” nas instalações que aqui fizeram, para poder dar melhores condições e ter maior dignidade na representação que fazem da sua terra, aqui em terras sul-africanas, a quem desejo as maiores felicidades a esta Casa Social da Madeira, em Pretória, que continue o seu trabalho em prol da comunidade e nas suas diferentes áreas de intervenção cultural, económica e social, e desejo a todos as maiores felicidades, esperando que mesmo os mais jovens que não falam português, sejam solidários com esta mensagem, Viva a Madeira, Viva Portugal”. FONTE: 17 ECONOMIA E FINANÇAS ECONOMIA E FINANÇAS Apoios de 143 milhões a projectos madeirenses O Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo e Inovação da Região Autónoma da Madeira (EMPREENDINOV) «já ajudou, desde 2007, em 143 milhões de euros, muitos empresários madeirenses». O dado foi lançado no início desta semana pelo secretário regional dos Assuntos Sociais, a propósito da inauguração da primeira Ergovisão Funchal, uma ótica franchisada, situada na Rua dos Aranhas, que beneficiou deste sistema de incentivos do Instituto de Desenvolvimento da Madeira (IDE). Francisco Jardim Ramos salientou que, através do IDE, o Governo Regional tem ajudado muitos promotores a criarem o seu próprio emprego, como é o caso do jovem casal, Filipe Gouveia e Patrícia Baptista. «Neste contexto muito difícil em que estamos a viver - a Europa, Portugal e a Região Autónoma da Madeira - em que 18 há uma grande dificuldade na criação de emprego, ver jovens a abalançar-se na criação do seu próprio emprego é muito bom», disse o secretário regional. A propósito, considerou que este é um bom exemplo para outros jovens aproveitarem todos os incentivos financeiros disponíveis e poderem «lançar mãos à obra e desenvolver projetos muito interessantes». Em relação a este franchising, Jardim Ramos destacou a originalidade das entregas ao domicílio, área em que as lojas de venda de óculos ainda não se tinham lançado. «Deste projecto empresarial, saltou-me à vista a disponibilidade para a entrega ao domicílio de óculos. Acho que é um nicho de mercado que ainda não estava a ser explorado por ninguém que está neste mercado e penso que é uma boa oportunidade de negócio», disse Jardim Ramos. Mercado alemão a subir 400 toneladas de produtos vendidos até o final do ano A ocupação hoteleira na Madeira desceu 8,8 por cento em maio, quando comparada com o mês homólogo, seguindo a tendência já registada em abril. De acordo com os dados preliminares da Direção Regional de Estatística, os responsáveis pela queda são os mercados emissores de Portugal, com redução de 34,3 por cento e do Reino Unido, com menos 24,1 por cento. Já o mercado alemão regista a única tendência de subida ao aumentar 15,5 por cento, quando comparado com o período homólogo. Em termos absolutos, foram registadas na região cerca de 525 mil dormidas naquele mês (14,9 por cento do total das dormidas ocorridas no território nacional). Os proveitos totais ultrapassaram os 25 milhões de euros, tendo decrescido 2,9 por cento em relação a maio de 2011. O RevPAR, que mede o proveito obtido por quarto disponível, atingiu os 35,28 euros, menos 0,5 por cento que no mesmo mês do ano anterior. A taxa de ocupação (cama), em maio de 2012, atingiu os 59,4 por cento, menos meio ponto percentual que a taxa registada no mesmo mês do ano anterior. Dos 63 hotéis em funcionamento, no período em análise, a liderança é das unidades hoteleiras de quatro estrelas, que conseguem uma taxa de ocupação mensal de 66 por cento. O director regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural disse, no passado fim-de-semana, em Santana que até o final deste ano, a empresa municipal Terra Cidade deverá comercializar perto de 400 toneladas de produtos agrícolas. Bernardo Araújo falava na cerimónia de abertura do “48 Horas a Bailar – XXVIII Festival Regional de Folclore”, que decorre até amanhã naquela localidade, sob o tema “Mercados e feiras”. O governante enalteceu a importância da empresa Terra Cidade, “não só a nível local como o impacto a nível regional porque permite comercializar produtos de cerca de 125 agricultores de sete concelhos diferentes. É um projecto que tem vindo a crescer sustentadamente”. No ano passado, a empresa comercializou cerca de 95 toneladas de produtos agrícolas diversos. Só no primeiro semestre deste ano, já vendeu cerca de 220 toneladas. De acordo com o director regional da Agricultura, “é muito importante falarmos em comercialização, num momento em que é necessário produzir mais agricultura, mais produtos atendendo àquilo a que o mercado precisa, porque temos que produzir mais, importar menos, se possível exportar mais para conseguirmos mais rendimento para os nossos produtores e aumentar o rendimento da nossa economia”. Neste sentido, enalteceu a “visão do presidente da Câmara em fazer todo este trabalho impressionante que vem, não só beneficiar o concelho mas toda a RAM”. Diversas entidades colaboraram com a Casa do Povo de Santana em mais uma edição deste festival, nomeadamente, a Câmara Municipal local e a Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, através da Direcção Regional de Agricultura. Bernardo Araújo reiterou que “os grupos de folclore são a alma deste festival, são eles que merecem um agradecimento especial por tudo o que têm vindo a fazer nos últimos anos, em todos os festivais na defesa, preservação e divulgação do nosso património”. 19 ECONOMIA E FINANÇAS EDUCAÇÃO E CULTURA Grupos de folclore «honram a Madeira» Terminou no passado fim-de-semana mais uma edição do “48 Horas a Bailar”, com o Festival Regional a ter decorrido durante a tarde, no palco montado em frente à Câmara Municipal de Santana. O evento, organizado pela Casa do Povo, em parceria com a autarquia a Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, atraiu milhares de pessoas este fim-desemana àquele concelho do norte. Presente na entrega dos diplomas aos 18 grupos participantes e oriundos de toda a ilha, o presidente do Governo fez questão de pedir um aplauso para os grupos. «Vocês são os verdadeiros heróis deste festival», disse Jardim. «Estes grupos folclóricos honram a Madeira, são para nós, a certeza de que as nossas tradições, que vêm dos trisavôs dos nossos trisavôs, continuarão pelas próximas gerações». “Cartas bordadas para mim” devolvem idosos à vida ativa Semana Gastronómica com “prata da casa” É com a “prata da casa”, a nível musical, que a Câmara Municipal de Machico irá organizar, este ano, a 27.ª “Semana Gastronómica de Machico”, que se realiza entre os dias 27 de Julho e 5 de Agosto. Com 22 stands confirmados, um número semelhante ao do ano passado, o objectivo continua a ser o de divulgar a comida típica regional, num evento que é classificado como o «maior certame gastronómico da Região». Sendo este «o palco ideal para os estabelecimentos de restauração do concelho mostrarem e divulgarem as suas especialidades», esta é, de resto, a maior aposta desta “Semana Gastronómica”, que irá contar com um programa diversificado de artistas, «entre grupos folclóricos e de música tradicional, e ritmos modernos». O Vespas Club voltará a marcar presença, com a sua discoteca ao vivo, no dia 4. Este cartaz turístico, sobejamente conhecido, que já soma quase 30 anos, também fica marcado, este ano, pela política de contenção que tem sido apanágio das câmaras municipais da Madeira, sofrendo cortes no orçamento na ordem dos 50%, conforme avançou fonte da autarquia. Ainda assim, haverá animação todos os dias e algumas surpresas, como a presença de um stand de fora do concelho, com produtos regionais, adiantou a nossa fonte. 20 “Cartas Bordadas para Mim” é o título de um projecto que está a ser dinamizado pelo madeirense Hugo Castro Andrade e pelo colega Pedro Augusto, alunos do Mestrado em Teatro e Comunidade da Escola Superior de Teatro e Cinema, junto da comunidade sénior de Amadora, com o apoio da Câmara Municipal de Amadora, e de uma associação de solidariedade social de apoio a reformados e pensionistas. Segundo os autores do projecto a consciencialização de que o número de idosos que vivem sozinhos ou isolados tem vindo a aumentar, e a vontade dos dois jovens em dar o seu contributo para a inclusão desta camada populacional na vida ativa comunitária, levou-os a desenvolverem a iniciativa que alia o teatro, a escrita e a educação, culminando num espectáculo agendado para o dia 21, no auditório João Mota, na ESTC. «Através de um trabalho de consciencialização corporal e da leitura das cartas escritas construiu-se uma ficção intercalando esta realidade com excertos de textos de autores consagrados (Gabriel Garcia Marques, Brecht, Fernando Pessoa) criando uma mistura com ficção que resultou no espectáculo» em causa. Mais importante até, é a inclusão dos idosos da localidade e a sua motivação para participarem no projecto. Segundo Hugo Andrade e Pedro Augusto, «o projecto Cartas Bordadas Para Mim parte da ideia de que tal como as cartas deixaram de se enviar e de se receber, também a vontade e o prazer de as partilhar se desfez. A intimidade passou a ser menos partilhada entre as pessoas. O não receber uma carta pode aumentar a solidão. Por isso este projecto lançou o desafio de escreverem cartas e tem recebido variadas cartas originárias de vários pontos do País, essencialmente de Mafra, Porto e Madeira». O projecto está a ser divulgado em http://www.facebook.com/cartasbordadasparamim, onde há comentários, opiniões e sugestões ao projecto e participação do público. «O objectivo é a apresentação do espectáculo mas ficará sempre em aberto a página no facebook para que todas as pessoas possam continuar a participar e a partilhar cartas sem tempo e sem idade», referem os dinamizadores da iniciativa, que destacam ainda a parceria inédita criada entre a ESTC e a autarquia local. O madeirense Hugo Andrade diz que abraçou este projecto «com muito empenho e dedicação», pois «sentia uma necessidade urgente de trabalhar junto dos idosos” e combater a negligência da sociedade em relação a estes. Já Pedro Augusto, diz que é aliciante trabalhar com os seniores porque «são uma inesgotável fonte de conhecimentos devido às suas experiências e às suas vivências». 21 EDUCAÇÃO E CULTURA EDUCAÇÃO E CULTURA em todos os países, que nenhum AO abrange e que, por isso, cada um ficaria com a sua grafia, que entender-nosíamos todos, sem problemas nenhuns». Opiniões divergentes à parte, o director regional de Educação considera que a aceitação da nova grafia é «uma questão de tempo e de hábito. Não é o primeiro Acordo Ortográfico que eu apanho, é o segundo, e há sempre aquela resistência de início, mas depois habituamo-nos», afirmou, com um sorriso. Madeira adota nova grafia de forma pacífica e gradual O processo de transição para o novo Acordo Ortográfico (AO) está a decorrer sem celeumas nas escolas da Região Autónoma da Madeira, referiu o director regional de Educação. Uma matéria «pacífica» e que não está a gerar qualquer controvérsia, muito em parte pela forma como o Governo Regional a está a conduzir, defendeu João Estanqueiro. «Houve uma aposta muito grande na formação para o pessoal docente e não docente, e para os alunos, nas suas aulas de Língua Portuguesa, em actividades do complemento e do enriquecimento do currículo. Também temos no terreno uma equipa de acompanhamento e que dá formação para os novos programas de Português». Por outro lado, continuou, «o Ministério da Educação disponibilizou aquele conversor ortográfico, o Lince, para 22 instalar nos computadores. É um processo que está a acontecer de forma gradual e sem quaisquer constrangimentos, muito simples e pacífico, pelo menos aqui na Madeira», congratulou-se. Quanto a eventuais dificuldades dos alunos que estão a aprender a escrever e têm de lidar com duas grafias, o director regional foi categórico: «Não tenho dúvidas que é capaz de gerar alguma confusão, mas penso que, para nós, já com uma idade superior, é capaz de ser mais difícil. Porque os alunos, geralmente, utilizam as novas tecnologias, usam um conversor, portanto, é mais fácil». «É evidente que gera constrangimentos, mas acredito que a transição será fácil para os estudantes, eles adaptam-se com uma facilidade incrível», realçou ainda. Quanto às críticas em torno da nova grafia, pela voz de um dos seus maiores opositores, o actual presidente do Centro Cultural de Belém, Vasco Graça Moura, que recentemente afirmou que «o Acordo Ortográfico tem de ser revisto», João Estanqueiro considera natural haver opiniões diferentes em torno do mesmo assunto: «Acho que isso é normal, é através de posições e opiniões diferentes, através do diálogo, que chegamos a algum consenso». «Veja-se o exemplo do escritor angolano José Eduardo Agualusa, que disse que se Angola não retificasse o AO, por exemplo, que eles até deveriam utilizar a grafia do Brasil, porque o Brasil tem 180 milhões de habitantes e é um país tropical, tal como Angola. Pelo contrário, o Mia Couto, que é moçambicano, discordou completamente do Agualusa, e disse que nem sequer era preciso um Acordo, porque as exceções são tão grandes, Conversores on-line gratuitos facilitam transição da ortografia Há diversas ferramentas on-line para facilitar a transição da antiga grafia para a nova, e de acesso gratuito. O Vocabulário Ortográfico do Português e o conversor Lince são alguns exemplos, e estão disponíveis através do endereço “www.portaldalinguaportuguesa.org”. As novas regras da língua portuguesa também estão e explicadas no guia “Nova Ortografia - Modo de usar”, disponível em www.flip.pt/acordo. A Porto Editora também facilita esta adaptação, através de um conversor que pode ser acedido no seu site. Significado de língua e ortografia no cerne do conflito do AO «Uma certa confusão entre o que é língua e o que é ortografia» é a razão que a professora universitária Luísa Paolinelli atribui para o «conflito que está a existir entre as pessoas que estão a favor do Acordo Ortográfico (AO) e as que estão contra». A docente na área da Literatura na Universidade da Madeira e coordenadora no CLEPUL (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias) começou por esclarecer, ao JM, que «a língua não é a ortografia, a língua é um sistema pelo qual nós comunicamos, dinâmico, que se vai modificando ao longo do tempo e que tem a ver com a cultura, as crenças e a forma de viver dos povos». Já a ortografia «é um sistema gráfico, que depende da língua, isto é, quando a língua muda, a ortografia deve mudar. E o que é certo é que as pessoas, neste momento, fazem muita confusão e pensam que um novo AO tem a ver com uma mudança da língua». O que não é o caso, defende: «A nossa língua vai continuar a mesma, aquilo que muda é nós aproximarmos a nossa grafia à fonética». Uma alteração que poderá ser benéfica para os mais novos, acredita. «Provavelmente, essa mudança até vai ter um efeito benéfico nas crianças que estão a aprender agora a ler e a escrever, porque, ao aproximar a grafia à fonética, a criança aprende a escrever muito mais facilmente. Isso porque, antigamente, tínhamos uma aproximação à etimologia e as crianças não percebiam bem porque é que determinada palavra era pronunciada de uma maneira e escrita de outra». Quanto à aplicação da nova ortografia na UMa, a professora de Literatura considera que a adaptação «está a ser muito bem conduzida. A Reitoria teve uma ótima política, porque aplicou, já há bastante tempo, o AO ao site, aos documentos. Além do mais, tem havido várias formações, tanto da parte da Linguística, como da Cultura e, por isso, eu acho que tem tido uma política de louvar, que não é do contra, o que é muito bom». Quanto à posição assumida por Vasco Graça Moura, que é frontalmente contra a nova grafia, por considerar que em «nada contribui para a unidade da ortografia» da língua portuguesa, Luísa Paolinelli volta a argumentar que o escritor também poderá estar a confundir «o que é nacionalidade, o que é língua e o que é ortografia. Ou seja, nacionalidade e língua sim, estão juntas, mas ortografia não». «Não é a ortografia que muda a língua de um povo, é o povo que a modifica, quando quer», finalizou a docente. Breve historial do acordo O Acordo Ortográfico foi alcançado em Dezembro de 1990 e deveria ter entrado em vigor em 1994, mas apenas três dos estados membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) - Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe - aprovaram quer o acordo, quer os dois protocolos modificativos entretanto estabelecidos entre os países da CPLP. O segundo desses protocolos, de 2004, previu que era suficiente a ratificação do texto por três países, para que o mesmo entrasse em vigor. Em Portugal, o AO foi ratificado pelo Parlamento a 16 de Maio de 2008 e promulgado pelo Presidente da República a 21 de Julho do mesmo ano. Brasil e Portugal já o colocaram em vigor, permitindo um prazo para adaptação ao novo normativo, sendo que, no nosso país prevê-se a adoção total do acordo até 2015 23 EDUCAÇÃO E CULTURA RELIGIÃO Che Sudaka expectantes por concerto na Madeira Os cabeças-de-cartaz internacionais do Funchal Music Fest (FMF), o grupo Che Sudaka, irão estrear-se na Madeira no último dia do festival, a 19 de Agosto. Oriundos da Colômbia e Argentina, mas radicados desde 2000 em Barcelona, o ano de 2012 é muito especial para este grupo, que celebra 10 anos de carreira e mil concertos em 26 países. Isso mesmo avançou ao JM um dos vocalistas, Leo, que se congratulou por, só no próximo mês de Agosto, os Che Sudaka irem conseguir atuar três vezes em Portugal, no meio de uma extensa digressão que integra concertos em alguns dos maiores festivais do mundo, como Sziget, na Hungria ou Fuji Rock, no Japão, onde será celebrado o milésimo concerto da banda. Dessa forma, especificou que no dia 10 vão juntar-se aos Xutos & Pontapés – uma banda que «admiram muito» –, Moonspell e Trabalhadores do Comércio, no 1.º Rock Fest Costa Verde (na Póvoa de Varzim), sendo que nove dias depois atuam no Funchal Music Fest e, a 23, no Festival Maré de Agosto, nos Açores. Bem-humorado, Leo adiantou que será a primeira vez que atuam na Madeira e, sensivelmente, a 10.ª em Portugal, mas que, apesar de nunca ter vindo à ilha, sabe onde ela fica: «Como sou argentino, sempre que ia para o meu país o avião sobrevoava a Madeira, por isso sei exatamente onde é que fica». No FMF, Leo garantiu que o público poderá «esperar um “show” de rock, com muita música popular e muita energia», rematando que «Portugal é um país que gostamos muito, já que temos várias experiências positivas a tocar aí. Portugal é um dos sítios que mais nos apetece ir e um sítio como a Madeira motiva muito, é algo novo», realçou. “Sunset Pool Party” relança Tubarão Club É já este sábado que São Vicente irá receber a «maior festa de Verão alguma vez produzida na ilha da Madeira», a “Sunset Pool Party”, organizada pelo Tubarão Club como festa de lançamento deste espaço, reaberto recentemente. Apresentando como cabeça-de-cartaz o DJ e produtor português Hallux Makenzo, produtor de temas bem conhecidos como “Makulele”, “Mulher Solteira”, “Ai se eu te pego”, “Bárá Bárá Bárá”, “Tchu Tcha Tcha”, “Amar não é pecado” e “Ela quer dançar”, este evento terá duas áreas distintas: uma com o DJ e produtor convidado (situada nas piscinas de São Vicente) e outra área dedicada à música dos anos 1980, com a DJ Cristiana Paixão, (no Tubarão Club). O “warm-up” de Hallux Makenzo - artista “freelancer” que tem atuado em diversos pontos do mundo, como Brasil e Albânia -, será feito pelo DJ AzZ (na foto), entre as 23h e as 02h30, que promete «música comercial» para anteceder «esta grande festa». Envolvido igualmente na organização do evento, o DJ AzZ adiantou ao JM já terem vendido «imensas pulseiras» de acesso à festa - que custam 5€, se compradas atempadamente, e 8€, no dia, no local. O responsável lembrou ainda que estas pulseiras poderão ser adquiridas nas lojas Tien21 (patrocinador oficial da iniciativa), no Alfa Snack-Bar, no cabeleireiro Glamour, no Sangria Bar Juncos e na Feiteiras Electromóveis (em São Vicente), na TMN (da Boaventura), no José Luís Sousa (na Fajã da Ovelha), na Electromendes (em Câmara de Lobos), no Rodrigues Frio (na Ponta do Sol), na Intelsol (na Calheta), na Móveis Vieira (em Machico) e na roulotte do Aeroporto, em Santa Cruz. Tendo como “dress code” o bikini e os calções de banho, as portas abrem às 17h, para quem quiser usar a piscina e ainda barracas de “comes e bebes”. 24 Maternidade de Maria continua a acolher-nos O bispo do Funchal presidiu no domingo passado, pela primeira vez, à celebração festiva de Nossa Senhora da Piedade, na capela do Mosteiro das Clarissas, no sítio da Caldeira. Perante numerosos fiéis da paróquia do Carmo a que pertencem, D. António Carrilho lembrou as «mães que sofrem», numa alusão específica à imagem de Nossa Senhora com o «Cristo morto nos braços, junto à cruz, no Calvário», recebendo-nos também nesse momento como «seus filhos.» A Senhora da Piedade é «a imagem do máximo sofrimento, como a dizer confiem em mim»; é a «maternidade de Maria que vem ao nosso encontro e vela por nós, em particular no que é mais exigente e de maior sofrimento», sublinhou. «A maternidade de Maria», acrescentou, «toca tudo o que é vida, morte e sofrimento, envolve e abrange tudo o que às pessoas diz respeito», ajudanos a «ser solidários para os que mais sofrem.» Na concelebração eucarística a que presidiu na capela das Irmãs Clarissas, por ocasião da festa de Nossa Senhora da Piedade, D. António Carrilho lembrou ainda a devoção que é dedicada à mesma imagem em Loulé, sua terra natal. «Uma imagem muito querida de todos os louletanos e algarvios, até pelos que estão emigrados, e que é conhecida como ‘Mãe Soberana´», referiu. Com o bispo do Funchal celebraram o padre Bonifácio Santos, pároco do Carmo, e o padre António Estêvão Fernandes. O coro “Sorriso de Maria” animou a liturgia. E a “Banda Nova do Recreio Camponês”, de Câmara de Lobos, saudou os participantes na Missa, após a qual “saíu a procissão”. 25 RELIGIÃO Madeira prepara visita de D. Bosco A Madeira junta-se às comunidades que no próximo futuro vão receber as “relíquias” do fundador dos Salesianos. Antes de chegar ao Funchal, no dia 30 de Agosto, a “peregrinação de Dom Bosco” vai estar em Cabo Verde e depois parte para outras comunidades de Portugal, Vila do Conde, Arcozelo e Ponte de Vagos. Para este acontecimento, que tem também em vista a preparação dos 200 anos do nascimento do «pai e mestre dos jovens», a celebrar em 2015, a “Família salesiana” está a providenciar todos os esforços para a sua concretização. «As escolas aceleram a programação desses dias, pois querem que os seus alunos possam ir para férias informados e entusiasmados com a ideia de começar o novo ano letivo acolhendo Dom Bosco em festa, envolvendo também as suas famílias», lê-se no site oficial da “visita” ao nosso país. «As dioceses por onde passará abrem as suas portas para uma vivência de Igreja intensa e espiritual, movimentando sobretudo o sector de animação diocesana da juventude. Jovens e educadores, famílias, sacerdotes e religiosos admirarão as maravilhas que Deus realizou por intermédio do pequeno pastor dos Becchi, que se tornou pai e mestre da juventude, com uma pedagogia sempre actual», refere-se. Entre nós, os preparativos estão centrados na Escola Salesiana de Artes e Ofícios; e sabe-se desde já que no dia 30 de Agosto haverá uma “cerimónia de acolhimento” especial; e no dia 31 uma “eucaristia solene de despedida”. Os salesianos estão no Funchal desde 1950 e, para além da Escola, a eles estão associados: o “Centro de Antigos Alunos, os Cooperadores Salesianos e a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima”. 26 RELIGIÃO D. António apela à «fidelidade na fé» no tempo actual Como no tempo do «Profeta Elias que no Monte Carmelo (também conhecido na Bíblia por montanha santa, lugar do encontro com Deus) foi o grande paladino do Deus único e verdadeiro, chamando a atenção do povo para não se deixar contaminar pelas sociedades politeístas» da época; espera-se dos cristãos de hoje «fidelidade na fé e opção concreta pelo caminho a seguir», disse esta semana D. António Carrilho. O bispo do Funchal falava na eucaristia da solenidade de Nossa Senhora do Carmo, na igreja dos Carmelitas Descalços. Trata-se de uma «exigência de fidelidade, de definição, no sentido de saber a quem quereis servir ou seguir, quem é afinal o vosso Deus?», sublinhou. Tal como no passado, «podemos dizer no nosso tempo que a opção da fé, no sentido de uma fé definida que procura aprofundar-se, esclarecer-se e libertar-se das múltiplas influências nas circunstâncias em que vivemos na sociedade actual, é também uma exigência que os cristãos devem levar a cabo, sem receios», salientou na sua mensagem dirigida à assembleia de fiéis que enchia por completo a igreja dos Carmelitas. numa sociedade, para que as suas dificuldades possam ser superadas de forma acessível e correta», considerou. “Ano da Fé” e Vaticano II interpelam a atualidade “Escapulário” garante proteção de Maria A propósito destas «exigências», o bispo do Funchal lembrou ainda a proposta do Papa Bento XVI para a celebração do «Ano da Fé» (entre Outubro de 20012 e Novembro de 2013), «procurando uma fidelidade a este tempo na linguagem actual, no caminho da doutrina do Concílio Vaticano II»; linguagem essa que «nós queremos lançar na Igreja de hoje, para a tornar mais viva e presente Na sua reflexão, D. António aludiu também ao símbolo que é muito conhecido de todos os devotos de Nossa Senhora do Carmo, isto é, o “Escapulário”. Ele «é sinal da Mãe que está muito perto dos seus filhos, é a maternidade espiritual de Maria que se exerce de imensas formas; e o que aqui está em causa é olhar a Mãe como modelo e proteção, mas ao mesmo tempo aproveitar e beneficiar de tudo aquilo que foi a expressão desta maternidade», explicou. «A tradição do Escapulário, como sinal de proteção é, por outro lado, um estímulo à imitação de Nossa Senhora, uma promessa de salvação que significa que há um apelo a seguir Jesus Cristo e a pôr em prática a sua mensagem. Como dizia São Bernardo: ‘quem por fora se cobre com a sua veste, também por dentro se há de revestir das suas virtudes», apontou o bispo do Funchal. A animação litúrgica esteve a cargo do Coro da Catedral, dirigido pelo maestro Victor Costa. 27 DESPORTO DESPORTO «Houve erros de apreciação» Não há ainda sucessor para a vaga deixada em aberto por Jorge Carvalho no cargo de director regional de Juventude e Desporto. Francisco Gomes terá sido uma forte possibilidade para ocupar o cargo, mas existe um requisito, legal, essencial que o impede de ser nomeado: o presidente do CAB completou a sua licenciatura em 2002 e para ser nomeado teriam que ter passado o mínimo de 12 anos desde essa conclusão. No passado dia 10 de julho, à margem da cerimónia de inauguração das novas instalações do Grupo ACIN, na Ribeira Brava, Alberto João Jardim abordou este assunto, bem como as razões que estiveram na origem da saída de Jorge Carvalho. Quem escolhe o director é o secretário regional Em relação ao sucessor, o presidente do Governo Regional da Madeira esclareceu, inicialmente, que «não convido ninguém, pois quem convida é o secretário regional. Eu limitome a aprovar ou não aprovar e a assinar o documento de nomeação». Acrescentou que «até agora ainda não me chegou indicação de ninguém. Por isso, que eu saiba, não está nada confirmado». De resto, assegurou que «eu apoio quem o secretário regional escolher», esclarecendo que «quem responde perante mim são os secretários regionais, não são os diretores. De maneira que, para o secretário regional poder responder perante mim à vontade, ele tem que ter a margem de liberdade para escolher os diretores regionais que entender». De seguida, mostrou-se disponível para esclarecer uma série de questões, em redor das verbas destinadas ao desporto. «Eu esclareço toda esta questão à volta do desporto, porque é muito simples. Vocês lembram-se que quando foi a discussão do Programa de Governo eu disse que vamos abater 15 por cento na área do desporto, vamos privilegiar o futebol profissional porque tem retorno financeiro para a Região e é a única modalidade que traz 28 Demissão confirmada gente aqui e que movimenta o turismo. Depois, temos também as modalidades que têm títulos nacionais e que têm sucesso fora da Madeira, como é exemplo o ténis de mesa, o badminton, o basquetebol, o andebol... Há também a formação», lembrou. Ninguém pode ultrapassar o Conselho de Governo Prosseguindo, frisou que «isto foi dito na discussão do Programa de Governo, na discussão do Orçamento e em vários eventos que houve de clubes desportivos e eu não posso ser confrontado com um documento que não corresponde aquilo que eu defini como política desportiva». Assegurou que «não me sinto ultrapassado, porque a última decisão é sempre minha» e relevou que «o que me espanta é que haja pessoas que pensam que podem dar ordens ao presidente do Governo e ao Conselho de Governo. Isso é que me espanta». Jardim considera que isso sucede porque «vivemos numa civilização em que toda a gente tem a mania que é importante e que pode dar ordens em todo o lado e toda a gente quer viver em autogestão. Ora, o Governo Regional é uma estrutura hierárquica. Tem um presidente, tem um Conselho de Governo... Portanto, a última decisão cabe ao Conselho de Governo. Ninguém pode ultrapassar o Conselho de Governo». O dinheiro é para praticantes e não para as associações Após destacar que «eu defini de uma maneira e é dessa maneira», deu conta de alguns pormenores que o desgostaram na elaboração do documento: «não posso aceitar, por exemplo, que quando se está a reduzir dinheiro e se tenha que aplicar dinheiro para levar por diante por exemplo a formação, eu esteja a apoiar uma associação de associações. Eu pergunto: Que desporto é que esses senhores praticam?» Explicou que «o dinheiro é rigorosamente para actividades. A certa altura apareceu-me um projecto que previa nove por cento para associações. Eu disse: nove por cento para associações? Os clubes é que precisam do dinheiro. Isto é para praticantes. Não é para as pessoas terem cargos». Aí, «já levaram um corte grande». E Jardim diz que «chamo a mim o corte, porque o dinheiro é para praticantes e quem pratica. Não é para uns felizardos senhores se sentarem a fazer reuniões e darem umas voltas». Em suma, confrontado com o que terá falhado em todo este processo, presidente do Executivo Regional sintetizou: «houve erros de apreciação do que estava determinado». Jaime Freitas não confirma Francisco Gomes Refira-se que, igualmente na passada terça-feira, quando questionado sobre se Francisco Gomes seria o novo director regional, Jaime Freitas, secretário regional de Educação e Recursos Humanos, disse que «não confirmo o nome que foi anunciado. Será feito quando estiverem reunidas as circunstâncias adequadas para o efeito. Neste momento não estamos em condições de confirmar nenhum nome daqueles que estão a ser falados». Jaime Freitas, secretário regional da Educação e Recursos Humanos, confirmou no início desta semana a demissão de Jorge Carvalho do cargo de director regional do Desporto. O governante madeirense confirmou o que desde a passada sexta-feira já se especulava, garantindo que não foi possível demover Jorge Carvalho das suas intenções. «Não foi possível demovê-lo das suas intenções e por isso mesmo a sua demissão está consumada. Brevemente vamos avançar com o nome do novo Director Regional do Desporto e da sua equipa e esperamos colocar em prática o projecto desportivo para a Madeira, que como sabemos contou com a colaboração de muitos agentes desportivos. Estão reunidas as condições para darmos continuidade a este projecto», lembrou Jaime Freitas. O secretário regional da Educação fez ainda questão de esclarecer que «este projecto do novo modelo desportivo para a Madeira é o mais justo tendo em conta as actuais circunstâncias», não deixando de admitir no entanto que «mais verbas iriam potenciar ainda mais o desporto regional mas há limites que não podem ser ultrapassados», assegurou. Jaime Freitas fez ainda questão de afirmar que o Governo Regional «vai continua a trabalhar e tudo fará para que o desporto da Região seja sustentável», disse a concluir o governante. E ao terceiro teste os verde-rubros reprovaram Depois de duas vitórias consecutivas, o Marítimo vacilou no terceiro jogo do estágio que cumpre no norte do país, e perdeu no passado dia 10 de julho, frente à Académica, por 3-0, naquele que foi o teste com maior grau dificuldade dos últimos dias. Além de defrontar um adversário com melhores argumentos que Feirense e Gil Vicente, os últimos oponentes, os madeirenses tiveram de enfrentar uma intensa vaga de calor que assolou ontem a região do Luso, no centro do país, e que tornou a prática desportiva no limite do suportável. Tal como se previa, Pedro Martins apostou para este ensaio no “onze” mais forte, e provavelmente aquele que apresentará a 2 de Agosto, no primeiro jogo oficial, a contar para a Liga Europa. Ainda assim, a equipa madeirense sentiu muitas dificuldades e entrar no desafio, e perante um adversário que se adaptou melhor ao calor, acabou por sofrer ao primeiro golo à passagem do minuto 26, num remate acrobático de Marinho. O tento contrário tolheu ainda mais a clarividência maritimista, que quatro minutos depois voltou a sofrer novo golo, desta vez num cabeceamento contrário Cissé entre os centrais. Nesta primeira parte, um cabeceamento de Danilo e um remate de Heldon foi o melhor que a equipa conseguiu fazer, antes do forçado intervalo depois de um desentendimento entre Hélder Cabral e Briguel (ver caixa). Para o segundo tempo, e com algumas alterações efetuadas o Marítimo ganhou algum fulgor e surgiu mais solto, criando mais oportunidades junto à baliza de Ricardo, com destaque para um forte remate de Ibrahim à trave da baliza da Académica, e para um livre de Rúben Ferreira, que saiu um pouco ao lado do alvo. Já perto do final, quando tudo parecia encaminhar-se para que o ensaio terminasse com 2-0 que veio da primeira parte, os “estudantes” ampliaram a vantagem, já em cima do minuto 90, com um tento de Magique, que depois de ter alinhado na primeira parte, entrou para cumprir os últimos minutos da partida. 29 DESPORTO DESPORTO União perde (3-1) com o Marítimo B «Quero superar dezena de golos» O União teve uma melhor abordagem inicial mas os maritimistas a equilibrarem as operações e marcaram um bom golo por Nuno Rocha a passe de João Vieira. O União empatou em cima do intervalo por Kiko, de cabeça, na sequência de um canto. Segunda parte trouxe duas equipas praticamente diferentes e a classe de Rúben Andrade e Bruno - quase empatou de livre superiormente cobrado mas o Marítimo apresentou uma melhor dinâmica - natural, face ao maior tempo de trabalho -, e marcou por Kukula (cabeça) e pelo chinês Guo. Marítimo B (1.ª parte): Marafona, Armando, Prietos, Rui Monteiro, Brigues, O angolano Mateus, do Nacional, manifestou-se na passada terça-feira confiante de que a sua equipa vai superar a classificação obtida na época passada e regressar às competições europeias na próxima época. Em declarações à sua assessoria, o avançado garante haver «estabilidade no plantel» e harmonia entre o treinador e os jogadores. «Será importante começarmos bem o campeonato, já que foi isso que nos faltou para obtermos uma classificação melhor que nos permitisse estar nas competições europeias. Somos um clube claramente com perfil europeu, uma das cinco melhores equipas do futebol português nos últimos anos, e só não podemos permitir um arranque de campeonato como o da temporada passada», considerou o jogador. Em termos pessoais, Mateus tem o propósito de superar a marca de golos obtida em 2011/12. «Sou ambicioso, na época passada fiz nove golos na Liga, ultrapassei a barreira dos dez golos, no conjunto dos jogos oficiais e mesmo assim estive de fora o mês de Janeiro. Em condições normais, teria ultrapassado os dez golos só no campeonato, se não tivesse participado na CAN. Vou conseguir atingir essa marca na próxima época», augurou confiante o avançado, um dos capitães dos alvinegros. Alex Soares, Balú, Nuno Rocha, Amar, João Vieira e André Soares. 2.ª parte: Sá (Carin), Tiago, Fábio Santos, Luís Miguel, Rodolfo, Ly Guo, Kiko, André Ferreira, Tito, Romeu Ribeiro e Kukula. Jogaram ainda César e Keke. União, SAD: Christopher, Hugo Gomes, Kiko, Ávalos, Carlos Manuel, Tiago, Joel, Steve, Gleibson, Thiago e Chíxaro. 2.ª parte: Marcelo, Marco Freitas, Roberto, Ávalos, Carlos Manuel, Ricardo Fernandes, Hugo Morais, Bruno, Rúben, Marquinhos e Jhon. Jogaram ainda Júlio e Pedro Graça. Arbitrou Raul Sousa e marcaram os golos Nuno Rocha (39’), Kiko (44’), Kukula (70’) e Guo (83’). Rui Alves “em marcha” para mais um mandato Cerca de meio milhar de sócios e adeptos alvinegros compareceram na passada semana à noite no Estádio da Madeira para testemunhar a apresentação da equipa principal de futebol do Nacional que irá competir mais uma vez na liga principal do futebol português. E testemunhou também o que muitos já aguardavam: a continuidade do seu presidente Rui Alves à frente dos destinos diretivos do Nacional para, pelo menos, mais um mandato. Para gáudio dos alvinegros presentes na Choupana, entre eles muitos putos da formação e das outras modalidades do clube. Rui Alves fez-lhes a vontade e no seu discurso também falou nos jovens e deu a entender que a juventude também teve a sua quota-parte nesta decisão. Uma tarde/noite, de resto, em que o presidente voltou a mandar umas farpas e com alvos bem definidos. Por um lado, disse, o Diário de Notícias da Madeira que no seu entender teima em fazer uma guerra ao futebol e aos apoios. “Para o DN o futebol não é importante, para eles somos bandidos...” 30 Dirigindo-se posteriormente ao “vereador do Desporto” da Câmara do Funchal que no seu entender não tem “competência, até porque trabalha a meio-tempo” para criticar o trabalho que o Nacional está a executar, recordando que “aqui também estamos a formar os jovens”, disse. No contexto da nova época falou em “ambição e verdade da palavra” e que os jogadores novos apercebemse facilmente do que isso é, porque a mensagem passa dos muitos jogadores que prolongaram a sua estadia na Choupana. O caminho, referiu, é de grandes dificuldades mas é nas dificuldades que se conseguem as grandes vitórias e os grandes resultados. A fechar não teve pejo em considerar esperar “muitas vitórias” antes de colocar a “nação alvinegra” em “êxtase” com o anúncio da sua candidatura à continuidade. Porquê? “Porque só se demitem os incompetentes, os que não têm capacidade para enfrentar as adversidades”, convidando a família alvinegra a manter a “união, paixão e envolvência” em toda a época. Tiago Silva imparável Tiago Silva cumpriu o percurso em 17,06 minutos, relegando Edwin Nunes, do Centro de Atletismo do Funchal/ Grupo Sá, para o segundo lugar, tendo Carlos Freitas, também da ADRAP, encerrado o pódio. Seguiram-se-lhes, no “top 10”, sucessivamente, Ricardo Gouveia, João Sá, Américo Caldeira, Roberto Prioste, Alberto Rodrigues, Marco Fernandes e Eugénio Pinto. Classificaram-se neste escalão 136 homens. Por equipas, triunfou o Clube de Atletismo do Funchal/Grupo Sá, com 11 pontos, colocando os seus três melhores classificados até o quinto lugar: Edwin Nunes (2.º), Ricardo Gouveia (4.º) e João Sá (5.º). ADRAP (2.º com 12 pontos) e Horários do Funchal (3.º com 58 pontos) fecharam o pódio. Nos femininos, ganhou Cristina Nascimento, do Centro de Atletismo do Funchal/Grupo Sá, que percorreu a distância em 22,15 minutos. Débora Silva (ADARP) e Julieta Gonçalves ((Horários do Funchal) encerraram o pódio. Depois, até ao 10.º lugar, temos Sandra Teixeira, Anita Roque, Cátia Fiqueli, Manuela Morgado, Maria José Jardim, Catarina Dinis e Zita Jesus, respetivamente. Classificaram-se neste escalão 22 senhoras. Por equipas, triunfou, igualmente, o Clube de Atletismo do Funchal/ Grupo Sá, com 15 pontos, seguido dos Horários do Funchal (20 pontos) e ADRAP (23 pontos). Centenas de atletas cumpriram a clássica Pico dos Barcelos - S. Roque A clássica Pico dos Barcelos - São Roque, pontuável para o “Madeira a Correr”, foi extensiva a muitos outros escalões. Para além dos vencedores absolutos Tiago Silva (M) e Cristina Nascimento (F) - temos ainda que nos respetivos escalões dos veteranos femininos, brilharam no lugar mais alto do pódio Julieta Gonçalves (A), Sandra Teixeira (B), Zita Jesus (C), Maria José Jardim (D), Fátima Caldeira (E) e Teresinha Henriques (H). Ainda nos veteranos, mas nos masculinos, ganharam Américo Caldeira (A), Alberto Rodrigues (B), Emídio Rodrigues (C), Raul Mendes (D), Francisco Viegas (E), Fernando Teles (F), Mário Cruz (G), e Manfred Gebel (H). Finalmente, nos juniores masculinos, venceu Manuel Gomes, seguido de Paulo macedo e Jorge Pinto. 31 DESPORTO CENTRO DAS COMUNIDADES MADEIRENSES Daniel Rodrigues é bicampeão nacional Daniel Rodrigues, jovem tenista madeirense do CD Nacional sagrou-se campeão nacional do escalão sub’12, nas vertentes singulares e pares masculinos e ainda vice-campeão em pares mistos, no decorrer do campeonato nacional que ontem terminou no Complexo Vilamouratenis, no Algarve. Na competição de singulares, Daniel Rodrigues afastou, consecutivamente, Duarte Sousa, Simão Alves, David Canavezes e Gonçalo Carvalho, até atingir a final. Nesta, o atleta alvinegro teve pela frente Afonso Viana, tenista do Future Tennis Academy que entrou na prova como líder do ranking, a quem venceu por 2-0, com duplo 7/5. Já nos pares mistos, Daniel Rodrigues fez dupla precisamente com Afonso Viana, tendo ambos desbravado o caminho para o desafio decisivo, frente a Gonçalo Carvalho e Tomás Soares. Triunfaram então por 2-0, com 6/2 e 7/5. Finalmente, nos pares mistos, Daniel Rodrigues teve como parceira Rita Pinto, da Associação Moradores Portela. A dupla ganhou três jogos até a qualificação para a final, onde viria a baquear ante Francisca Jorge e Afonso Viana, perdendo por 2-0 (6/1 e 6/1). 32 Algumas informações úteis para os Viajantes (avião) não residentes na União Europeia (UE) e procedentes de países terceiros à mesma UE (Para uma informação mais completa e rigorosa, consultar as entidades ou a documentação oficial indicada no final) As Alfândegas nos aeroportos da UE Nos aeroportos comunitários internacionais, incumbe nomeadamente às Alfândegas administrar os direitos aduaneiros e os impostos (p. ex. IVA e IEC) devidos na importação, bem como controlar a fronteira externa da União Europeia (UE) para fins fiscais, económicos e de proteção da sociedade. Os Estados-membros da UE Os Estados-membros da UE são os seguintes: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido, Suécia, Estónia, República Checa, Chipre, Letónia, Lituânia, Hungria, Malta, Polónia, Eslovénia, Eslováquia, Bulgária e Roménia. Para efeitos do IVA e dos IEC, certos territórios, tais como as Canárias, Gibraltar, as Ilhas Anglo Normandas (p. ex. Jersey e Guernsey), são equiparados a «países terceiros». 33 CENTRO DAS COMUNIDADES MADEIRENSES CENTRO DAS COMUNIDADES MADEIRENSES A revisão de bagagem Os viajantes procedentes de países terceiros à UE (p. ex. da África do Sul, da Austrália, do Brasil, do Canadá, dos EUA, da Venezuela) estão sujeitos a controlo aduaneiro, designado de «revisão de bagagem» (análise sumária dos objetos transportados nas bagagens). Esse controlo efetua-se no entanto por amostragem ou sempre que a correspondente análise de risco assim o determine. Quando solicitado, deve o viajante disponibilizar a bagagem e respetivo conteúdo, sendo esta operação da responsabilidade do viajante. Limite quantitativo inerente às franquias Para os produtos de tabaco e os álcoois e bebidas alcoólicas, e para os medicamentos, as isenções estão limitadas às quantidades indicadas no quadro seguinte. O sistema do “Duplo Canal” Após a recolha das respetivas bagagens e ao dirigir-se para a saída, o viajante deverá optar por um dos dois canais de saída, fazendo-o de acordo com os critérios definidos para cada um, conforme abaixo ilustrado. CANAL VERDE NADA A DECLARAR MERCADORIAS CANAL VERMELHO MERCADORIAS A DECLARAR Produtos de Tabaco (*) (**) A utilizar por viajantes: • Sem bagagem; • Com bagagem dentro dos limites das franquias aduaneiras e fiscal; • Que transportem bens cuja circulação não seja proibida ou condicionada. A utilizar por viajantes que não estejam nas condições previstas para o canal verde. Álcoois e bebidas alcoólicas (*) (**) Franquias aduaneiras e fiscais As franquias aduaneiras e fiscais consistem nas isenções respetivamente de direitos aduaneiros e do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) e de impostos especiais sobre o consumo (IEC), aplicáveis às mercadorias contidas nas bagagens pessoais dos viajantes, desde que desprovidas de qualquer caráter comercial e se encontrem dentro dos limites pecuniários e quantitativos estabelecidos. Importações desprovidas de qualquer caráter comercial Consideram-se desprovidas de qualquer caráter comercial as importações que apresentem um caráter ocasional e que respeitem exclusivamente a mercadorias reservadas ao uso pessoal ou familiar dos viajantes, ou destinadas a ser oferecidas como presente, não devendo a sua natureza ou quantidade traduzir qualquer presunção de ordem comercial. Limite pecuniário inerente às franquias As isenções estão limitadas a € 430 por viajante (€ 150 para viajantes de idade inferior a 15 anos). Esse montante reporta-se ao valor global (impostos incluídos) das mercadorias contidas nas bagagens, com exclusão dos produtos de tabaco e dos álcoois e bebidas alcoólicas, bem como dos medicamentos. O valor de uma mercadoria não pode ser fracionado para efeitos de atribuição de franquias (exemplo: um tapete no valor de € 860, transportado por um casal de viajantes, não beneficia de isenção). Cigarros 200 unidades ou Cigarrilhas 100 unidades ou Charutos 50 unidades ou Tabaco para fumar 250 gramas Bebidas espirituosas 1 litro ou Produtos intermédios 2 litros e Vinhos de mesa 4 litros e Cervejas 16 litros (charutos com peso máximo de 3 gramas/unidade) (teor alcoólico superior a 22% vol.) (Em caso de dúvida, utilize o canal vermelho) Medicamentos Franquias (teor alcoólico não superior a 22% vol.) Quantidade correspondente às necessidades pessoais dos viajantes (***) (*) Ou um sortido proporcional destes diferentes produtos (exemplo: 100 cigarros, 25 charutos, 0,5 litros de whisky, 1 litro de martini, 4 litros de vinho tranquilo e 16 litros de cerveja). (**) Isenção não aplicável a viajantes de idade inferior a 17 anos. (***) Consultar a Circular Informativa nº 148/CD de 2011-07-29 do INFARMED em http://www.infarmed.pt/portal/pls/portal/ docs/1/6398252.PDF para esclarecimento das situações em que é exigida declaração médica ou cópia da receita médica. Direito aduaneiro forfetário Quando o valor global das mercadorias ultrapassar o limiar pecuniário mas não exceder os € 700, poderá ser aplicada uma imposição aduaneira de taxa única (2,5% ad valorem). 34 35 CENTRO DAS COMUNIDADES MADEIRENSES Restrições e proibições É proibida ou condicionada a importação de determinados bens (p. ex. drogas, precursores de droga, produtos radioativos, armas, explosivos, material de guerra, espécies protegidas de animais ou plantas, assim como partes ou derivados desses animais ou plantas). Alerta-se para as seguintes situações: •Convenção de Washington (CITES) De acordo com a Convenção Internacional sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (Washington 1973), a exposição com fins comerciais, a venda, a detenção e o transporte para venda ou a compra de qualquer espécime de uma espécie constante desta convenção é proibida ou fica dependente de licença/autorização (exemplos: marfim, carapaças de tartaruga, alguns troféus de caça, alguns animais vivos tais como papagaios, periquitos, etc.). •Dinheiro líquido Os viajantes que entrem no território da União Europeia transportando consigo uma quantia igual ou superior a 10 000 euros devem declará-la à Alfândega. Considera-se dinheiro líquido: - Dinheiro (notas e moedas que estejam em circulação como meio de troca); - Meios de pagamento ao portador, incluindo instrumentos monetários ao portador, como cheques de viagem, títulos negociáveis (nomeadamente, cheques, livranças, ordens de pagamento), quer ao portador, quer endossados sem restrições, passados a um beneficiário fictício, ou sob qualquer outra forma que permita a transferência do direito ao pagamento mediante simples entrega e instrumentos incompletos (incluindo cheques, livranças e ordens de pagamento) assinados, mas com omissão do nome do beneficiário; - Ouro amoedado, ouro em barra ou noutras formas não trabalhadas. O modelo de declaração está disponível em: http://www.dgaiec.min-financas.pt/pt/informacao_aduaneira/viajantes/ controlo_dinheiro/FAQ_faq_formulario_decl.htm CENTRO DAS COMUNIDADES MADEIRENSES O mencionado regulamento comunitário deverá ser consultado para conhecimento preciso e completo das restrições (p. ex. mel, ostras vivas, mexilhões e caracóis: limite de 2 kg.) e isenções (autorização de entrada: pão, bolos, chocolates, etc.) incidentes sobre outros produtos de origem animal. •Produtos de origem vegetal A importação na UE de remessas pessoais de vegetais e produtos vegetais com caráter não comercial contidos nas bagagens dos viajantes poderá ser proibida (p.ex. vegetais de citrinos, videira, etc) ou condicionada (p. ex. frutos de manga, anona, goiaba, citrinos, etc) ao acompanhamento de um “Certificado Fitossanitário”. Dado que se verificam frequentes alterações na legislação, fruto da evolução da situação fitossanitária em Portugal, na UE e nos países terceiros, é de todo o interesse consultar previamente a autoridade fitossanitária do Estado-membro onde se efetuará a importação para obtenção de uma informação precisa e completa, dos procedimentos e requisitos necessários à introdução na UE de vegetais e produtos vegetais. Na Região Autónoma da Madeira, o contacto é o seguinte: Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural / Direção de Serviços de Qualidade e Segurança Alimentar / Divisão de Proteção e Qualidade Agro-Alimentar, através do e-mail [email protected] ou telefone 351 291 201 798). (fonte: http://www.dgaiec.min-financas.pt/pt/informacao_aduaneira/viajantes/bagagem_pterceiro_2009/iva_iec_ isencao_2009.htm e “Guia para os Viajantes” da Autoridade Tributária e Aduaneira de Portugal; http://www.psp.pt/ da PSP de Portugal; www.infarmed.pt/ do Infarmed de Portugal; http://ec.europa.eu/taxation_customs/common/travellers/enter_eu/ index_en.htm e http://ec.europa.eu/food/index_en.htm da Comissão Europeia; informação da DRADR/DSQSA/DPQAA) •Armas Regra geral a importação de armas, acessórios e munições, para território português, excetuando as armas de importação proibida, está sujeita a uma autorização prévia do diretor nacional da PSP, que deve ser solicitada anteriormente à importação da arma e tem uma validade de 180 dias, prorrogável por mais 90. O conceito de “armas” abrange não apenas as pistolas e os revólveres, mas também todo um conjunto de meios que são considerados pelo grau de perigosidade que apresentam, como por exemplo, as facas de abertura automática, armas brancas não afetas ao uso de atividades domésticas, profissionais e desportivas, aerossóis de defesa, bastões elétricos, bem como as munições e acessórios das armas. A importação de armas em violação das normas previstas na legislação em vigor pode representar para o infrator a aplicação de pesadas coimas pela prática de ilícito contraordenacional e também a aplicação de pena de prisão em caso da prática de crime, pelo que será aconselhável que antes de se trazer armas para Portugal se esclareçam previamente todas as dúvidas. O modelo de Pedido de Autorização Prévia encontra-se disponível em http://www.psp.pt/Lists/AE_Documentos/ Attachments/5/Documento%20E%20-%20Importacao%20Exportacao.pdf Para uma informação completa e precisa, consultar o site da PSP de Portugal em http://www.psp.pt/Lists/AE_ ArmasMunicoes/Attachments/19/Lei%2012-2011%20de%2027%20Abril%20-%20Nova%20Lei%20das%20Armas.pdf •Animais de companhia A importação sem caráter comercial (menos de 5) de animais de companhia (cães, gatos, furões, etc.) pelos viajantes está sujeita a diversas restrições e condicionalismos (Regulamento (UE) nº 998/2003: http://ec.europa.eu/food/animal/ liveanimals/pets/index_en.htm), entre os quais a obrigatoriedade de certificado sanitário emitido na origem. Deverá ser consultada a autoridade veterinária do Estado-membro onde se efetuará a importação para obtenção de informação precisa e completa sobre os requisitos a observar. Na Região Autónoma da Madeira, o contacto é o seguinte: Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural / Direção de Serviços de Qualidade e Segurança Alimentar / Divisão de Inspeção Veterinária, através do e-mail dsqsa.dradr. [email protected], fax 351 291 233 156 ou telefone 351 291 201 790). •Produtos de origem animal A importação na UE de remessas pessoais de produtos de origem animal com caráter não comercial contidos nas bagagens dos viajantes está sujeita às proibições e restrições definidas no Regulamento (UE) nº 206/2009 (http:// ec.europa.eu/food/animal/animalproducts/personal_imports/index_en.htm). Proibições: quaisquer remessas pessoais de carne, produtos à base de carne, leite e produtos à base de leite (exceto leite em pó e alimentos para bebés, limitado a 2 kg.). 36 37 www.visitmadeira.pt srt.gov-madeira.pt REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA GOVERNO REGIONAL SECRETARIA REGIONAL DA CULTURA, TURISMO E TRANSPORTES CENTRO DAS COMUNIDADES MADEIRENSES 38 [email protected] Tel. 00 351 291 203 800
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