Fazer - Fundação Cultural do Estado da Bahia
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Fazer - Fundação Cultural do Estado da Bahia
CATÁLOGO DE ARTES VISUAIS NA BAHIA 2013-2014 O ano de 2014 foi emblemático para as artes visuais na Bahia. Nele, foi retomada a Bienal da Bahia, que realizou sua terceira edição, depois da sua brutal interrupção pela ditadura militar em 1968. Agora, a Fundação Cultural do Estado da Bahia, através de sua Coordenação de Artes Visuais, lança catálogo destinado a reunir todas as obras expostas nos Salões de Artes Visuais da Bahia, que aconteceram no estado em 2013 e 2014. Os Salões e os editais específicos são as iniciativas mais relevantes da Fundação Cultural no estímulo às artes visuais na Bahia. Entre 2011 e 2014, foram 13 exposições em 13 cidades da Bahia: Valença, Porto Seguro e Alagoinhas, em 2011; Jequié, Juazeiro e Irecê, em 2012; Feira de Santana e Teixeira de Freitas, em 2013; e Lençóis, Barreiras, Vitória da Conquista, Paulo Afonso e Camaçari, em 2014. Assim, estas cidades baianas foram contempladas por exposições, efetivando a política de territorializar a atuação e tornar a Secretaria de Cultura efetivamente estadual. Além da diversidade de cidades e regiões, pela primeira vez, os Salões aconteceram também em lugares nos quais a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia não possui espaços culturais administrados pela sua Diretoria de Espaços Culturais: Irecê, Teixeira de Freitas, Lençóis, Barreiras, Paulo Afonso e Camaçari. Nestas cidades, parcerias com as prefeituras municipais foram vitais, inclusive na reforma ou instalação de espaços adequados para exposições e eventos artísticos. Deste modo, as cidades, sua população e suas comunidades culturais ganharam também espaços culturais. Em Teixeira de Freitas, a prefeitura municipal resolveu não só disponibilizar espaço para a cultura, mas assumiu o louvável compromisso de realizar em 2015 o Salão de Artes Visuais do Extremo Sul. O catálogo publicado está inserido neste substancial processo de territorialização da cultura na Bahia, desenvolvido pela Secretaria de Cultura e suas instituições vinculadas: Fundação Cultural, Fundação Pedro Calmon e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural. Ele divulga as obras expostas nos sete Salões que ocorreram em 2013 e 2014. traz apenas as obras premiadas nos sete Salões, mas todas as obras expostas. Assim, em vez de algo em torno de 30 obras, o catálogo apresenta todas as 156 obras selecionadas para os Salões deste biênio. Tal atitude permite observar, de modo mais aberto e completo, o panorama das artes visuais na Bahia nestes anos. Além de expressar a diversidade das artes visuais produzidas na Bahia, o catálogo possibilita a maior difusão das obras e de seus autores, pois viabiliza sua ampla divulgação. Aliás, esta é uma das políticas que vêm sendo desenvolvidas com mais empenho pela Fundação Cultural: difundir continuamente as artes da Bahia. Esta política, com iniciativas relevantes nas áreas de dança, literatura, música e teatro, agora se realiza na esfera das artes visuais, com a publicação deste catálogo, que divulga a produção estética baiana contemporânea expressa nos Salões de Artes Visuais de 2013 e 2014. ANTONIO ALBINO CANELAS RUBIM Diferente dos anteriores, o catálogo não Secretário de Cultura do Estado da Bahia SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA: TERRITORIALIZAÇÃO E DIFUSÃO Os Salões de Artes Visuais da Bahia são o mais antigo dos projetos continuados pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA). Em 2014, quando a FUNCEB celebra 40 anos de história, os Salões completam 22 anos: uma ação que atravessou governos e panoramas políticos, consagrando uma conquista da comunidade artística e da produção em artes visuais da Bahia. A maturidade, no entanto, não deve significar a cristalização de formatos, e os Salões vêm se renovando e se desafiando ano após ano. Diante de uma iniciativa de sucesso, buscamos maneiras de contribuir para sua qualificação, investindo na ampliação dos preceitos de territorialização e de difusão, atualizando práticas e dando mais visibilidade aos seus resultados. Os Salões de Artes Visuais da Bahia visam a apresentar ao público mostras coletivas em artes visuais, reunindo obras de artistas da Bahia, para oportunizar o acesso a esta produção, divulgar o trabalho dos artistas e estimular a reflexão sobre temas atuais da área. Desde sua criação, é desenvolvido no interior do estado, em busca de estabelecer rotas de criação e consumo para além da capital. As obras expostas são selecionadas através de edital público, que é aberto a trabalhos de livre temática nas mais diferentes modalidades das artes visuais. Dentre elas, em cada exposição, são premiadas três obras e conferidas menções especiais, por comissões especializadas. Em 2012, foram celebrados os 20 anos dos Salões Regionais de Artes Visuais da Bahia. Entre as alterações realizadas neste aniversário, houve a mudança do nome para Salões de Artes Visuais da Bahia, assumindo uma representação mais múltipla e contemporânea, que extrapola referências e características regionais, mas sem deixar de reverenciá-las. Outra novidade foi o lançamento do Prêmio do Público, resultante de votação direta dos visitantes, destacando a relação essencial entre a obra de arte e os sujeitos que a experimentam. Mas o maior avanço registrado naquele ano foi no seu potencial de expansão. Até 2011, os Salões aconteciam em sete centros geridos pela Diretoria de Espaços Culturais (DEC) da Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura (Sudecult) da SecultBA. Abrindo uma nova frente e bus- cando soluções para multiplicar esta capilarização, a FUNCEB firmou parcerias com prefeituras e outras instituições, emergindo uma capacidade maior de circulação a partir do compartilhamento de desafios e responsabilidades. Em 2012, a estreia desta execução se realizou em Irecê. Entre 2013 e 2014, Teixeira de Freitas, Lençóis, Barreiras, Camaçari e Paulo Afonso também receberam os Salões pela primeira vez. Para o futuro, é possível conceber que o projeto se estenda a qualquer cidade interessada em sediar o projeto, promovendo a revitalização de espaços expositivos, de interesses e trocas. Ao mesmo tempo, foi e deve ser continuada a realização dos Salões nos espaços da DEC – no último biênio, estiveram em Feira de Santana e Vitória da Conquista. Neste final de 2014, se realiza, pela segunda vez, uma edição especial dos Salões em parceria com o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), com obras premiadas em suas exposições, tanto pelo júri, incluindo menções especiais, quanto dos Prêmios do Público. Desta vez, as 41 obras destacadas nas edições de 2013 e 2014 integram esta mostra em um dos espaços culturais mais importantes e de maior visibilidade da Bahia. Isto recria uma plataforma importante para a promoção das artes visuais baianas em sua contemporaneidade e diversidade. Também é relevante a inovação que propomos a respeito deste catálogo. Pela primeira vez, a publicação, que já tem três edições bianuais lançadas – em versões impressas e disponíveis para download no site da FUNCEB –, reúne não apenas as obras premiadas, mas todo o conjunto de 156 obras, realizadas por 100 diferentes artistas, expostas nos Salões de 2013 e 2014. Assim, o catálogo não se resume a mais uma forma de premiar artistas e passa a se apresentar como um efetivo instrumento de difusão do cenário das artes visuais baianas. Estas novas práticas respondem às diretrizes estabelecidas pela SecultBA nesta gestão e se alinham aos princípios do Programa de Difusão das Artes que a FUNCEB vem desenvolvendo nos últimos anos. A Coordenação de Artes Visuais da Bahia reforça a colocação exemplar dos Salões de Artes Visuais da Bahia no conjunto de projetos executados pela Fundação e, por este trabalho, agradecemos a Luciana Vasconcelos, que coordenou o setor até 2013, e a Elaine Pinho, que deu continuidade ao processo. Temos certeza de que os Salões de Artes Visuais da Bahia continuarão nos ensinando sobre as formas de promover a divulgação das artes visuais e o intercâmbio entre seus fazedores e (novos) públicos. Que ele se mantenha em renovação em diálogo com a sociedade, em atendimento às realidades dos tempos e demandas, para que seu papel sempre seja consoante aos modos de operação atuais, aos cenários existentes e aos anseios dos artistas visuais do estado, insumo principal desta realização. NEHLE FRANKE Diretora da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB) QUANDO SE REVESTE A RETINA DE FORÇAS, DESCONCEITUALIZA O OLHAR Participação, assessoria, coordenação, mais mente, mãos, em busca de um único objetivo... Caminhar nos degraus para a construção dos Salões de Artes Visuais da Bahia. Os Salões, estes caminham, conquistam e avançam as fronteiras do além-muros dos centros de cultura, e hoje podemos afirmar que fincam acampamento em tantos outros lugares, inclusive poderá ir a cidades que não aparece nos mapas. É confiando na potencialidade do querer fazer e do realizar que a fragilidade das nossas retinas se reveste de força e nos motiva a executar o que seria ‘quase’ impossível, é como ‘pensar o não visto’, dando uma outra forma à autonomia dos olhos, (des)conceitualizar-se, para que o novo venha com mais força. Dentro dessa conjuntura, os Salões atualizam a sua identidade no que se refere à política de territorialização da cultura, divulgação de novos artistas, disseminação e fomento à produção de artes visuais na Bahia. Essa visibilidade foi impulsionada pela consolidação das edições anteriores, pelas articulações artísticas que incluem ações de acolhimento do trânsito de curadores e críticos de outros estados, que assim passaram a conhecer a produção artística da Bahia. Também pelas articulações institucionais, que favoreceram o diálogo com as prefeituras municipais das cidades-sedes. Para esta edição que contempla conjuntamente os Salões de Artes Visuais ocorridos durante os anos de 2013 e 2014, preparamos uma novidade. Esta publicação abrange os artistas premiados e/ou que receberam menção especial, assim como todos os artistas selecionados. E aos artistas que foram escolhidos dentro da linguagem da performance e da videoarte, seus trabalhos terão registros em DVD. de execução: Camaçari e Paulo Afonso. O que só legitima aquilo que acreditamos estar acima de qualquer fragilidade, que é a responsabilidade, o respeito à classe artística e o profissionalismo que está sendo aprimorado em cada edição realizada dos Salões de Artes Visuais da Bahia, buscando colaborar com cada município que nos recebe, fortalecendo os laços dentro do que acreditamos ser o melhor para o crescimento e visibilidade da linguagem enquanto meio e instrumento de transformação. Esta iniciativa é de fundamental importância porque compreendemos que a nossa história não pode atrelar-se às narrativas do privilégio, e sim ao merecimento e compromisso da realização de um trabalho feito em equipe, que comporta o corpo técnico, a curadoria e os selecionados em meio a tantos inscritos. Pensando e agindo dentro desse viés, a Fundação Cultural do Estado da Bahia tem não só o sentimento de superação diante dos desafios que nos foram propostos enquanto instituição e realizados, mas a asseveração de que foi feito o nosso melhor. Hoje, afirmamos que não há impedimentos geográficos para os Salões de Artes Visuais da Bahia. A realização de mais este catálogo é a preservação do empenho que foi desenvolvido na concretização e fortalecimento do projeto para a cultura do nosso estado. Como na edição anterior, os Salões de Artes Visuais da Bahia 2014 incluíram cidades que não faziam parte de seu cronograma Coordenadora de Artes Visuais da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB) ELAINE PINHO SUMÁRIO SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA 2013..................................................................... 11 Comissão de seleção......................................................................................................................13 Feira de Santana.................................................................................................................... 17 Comissão de premiação.................................................................................................................19 Artistas participantes....................................................................................................................... 20 Teixeira de Freitas..................................................................................................................47 Comissão de premiação................................................................................................................ 49 Artistas participantes...................................................................................................................... 50 Lençóis.................................................................................................................................... 71 Comissão de premiação................................................................................................................ 73 Artistas participantes........................................................................................................................74 Barreiras..................................................................................................................................93 Comissão de premiação................................................................................................................ 95 Artistas participantes....................................................................................................................... 97 Vitória da Conquista........................................................................................................... 121 Comissão de premiação.............................................................................................................. 123 Artistas participantes..................................................................................................................... 125 SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA 2014................................................................... 151 Comissão de seleção................................................................................................................... 153 Camaçari............................................................................................................................... 157 Comissão de premiação.............................................................................................................. 159 Artistas participantes..................................................................................................................... 160 Paulo Afonso........................................................................................................................185 Comissão de premiação...............................................................................................................187 Artistas participantes..................................................................................................................... 188 SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA 2013 COMISSÃO DE SELEÇÃO ARISTIDES ALVES FERNANDO OLIVA De Belo Horizonte (MG), vive em Salvador (BA) De São Paulo (SP) Fotógrafo, atua nas áreas de projeto editorial, ensino e curadoria. Curador, pesquisador e docente. Integra a Comissão Curatorial e de Programação do Festival Internacional de Arte Contemporânea Videobrasil. É mestre em História e Crítica de Arte da Faculdade Santa Marcelina e doutorando no programa de Pós-Graduação da ECA-USP, onde participa do grupo de estudos Arte e Fotografia. “Destaco a importância de poder estar em contato com esta imensa e diversificada produção da arte visual na Bahia. De estar presente na construção de um mapeamento capaz de reunir jovens e promissores artistas, ao lado de experientes e consagrados. Percebo que os Salões de Artes Visuais conseguiram provocar, incentivar e valorizar o trabalho dos artistas nas diversas regiões, ampliando e repercutindo as suas obras e também possibilitando uma troca de experiências e ideias. Embora os Salões tenham acontecido em tempos distintos e geograficamente distanciados, a impressão deste catálogo reúne e permite visualizar melhor este universo, ao mesmo tempo em que nos fornece um rico material para reflexão sobre a atual produção de artes visuais no estado.” LUCIANA VASCONCELOS De Vitória (ES), vive em Salvador (BA) Produtora e gestora cultural. Ex-coordenadora de Artes Visuais da FUNCEB. Em 2013, demos um passo a mais ao planejar a execução de cinco Salões para um mesmo ano, ação que não foi possível de realizar devido a cortes orçamentários, mas que foi concretizada no ano seguinte. Não posso deixar de ressaltar a iniciativa de realizar as exposições em cidades que não possuem centros de cultura vinculados à Diretoria de Espaços Culturais da Secretaria Estadual de Cultura. Esta iniciativa, inédita e ousada, permitiu que os Salões alcançassem novos territórios, ampliando o acesso da população baiana à arte produzida no estado. As exposições, realizadas em espaços inicialmente improváveis, em Irecê e Teixeira de Freitas, foram recordistas de público e contribuíram para o incentivo à criação e fruição das artes nos territórios.” “Como coordenadora de Artes Visuais, tive o prazer de contribuir para a realização dos Salões de Artes Visuais nos anos de 2011, 2012 e nas duas primeiras exposições do ano de 2013, em Feira de Santana e Teixeira de Freitas. Todos estes anos, presenciei o aprimoramento dos Salões tanto na questão organizacional e expositiva como no trabalho de curadoria. Como consequência, os Salões ganharam ainda mais relevância na difusão das artes visuais da Bahia. 13 NEILA MACIEL De João Pessoa (PB), vive em Aracaju (SE) Mestre em História da Arte e professora de História e Teorias da Arte da Universidade Federal de Sergipe. “Os Salões são de uma importância ímpar para a formação de público, assim como na demarcação de espaços de divulgação e discussão da arte contemporânea na Bahia. Eu, que venho de uma cidade pequena do sertão baiano (Irecê), a qual já recebeu uma edição do projeto, atesto o quanto a presença destes Salões no interior é multiplicadora de ações e ideias no campo das artes e da cultura para muita gente que não tem acesso aos equipamentos culturais, quase sempre concentrados na capital. Participar da comissão de seleção dos Salões de Artes Visuais foi uma experiência muito enriquecedora, pois, num trabalho como este, temos a oportunidade de visualizar, de uma maneira mais abrangente, a produção atual do estado. Observar e entender as temáticas, as demandas, as problemáticas de artistas jovens, veteranos e aspirantes numa troca com os lugares específicos destinados aos Salões é difícil e instigante ao mesmo. O fato de a comis14 são ser formada por membros de diferentes origens e expertises traz para a seleção uma mistura de olhares e aprendizados muito importante para a própria comissão e que acaba transparecendo para o conjunto das obras selecionadas. Agradeço muito a oportunidade de debater sobre propostas já conhecidas por mim, e ainda mais por ter conhecido ideias e obras de artistas jovens das diferentes regiões da Bahia. Apesar do intenso trabalho, não tenho a menor dúvida em manifestar minha alegria por ter feito parte de uma equipe comprometida e aberta às trocas.” SILVIO PORTUGAL De Feira de Santana (BA) Profissional com experiência na área artístico-cultural: artista visual, arte-educador, agente, produtor e gestor cultural. “A percepção, a fruição, assim como toda forma de sentir ou ver algo a primeira vez são sempre surpreendentemente estranhas e paradoxalmente familiares, pois todos os elementos apresentados pelos artistas eram velhos conhecidos (papel, tinta, tela, fotografia, pintura, vídeo, colagens, instalações, performances, intervenções em vídeo etc.). Nada, nenhum material era novo, mas não conseguia reconhecer as imagens e design icônicos, que, em síntese, foram formatados e arte-finalizados pela minha compreensão subjetiva sobre uma aparente realidade não concreta, fugidia, perpendicularmente transversal em sua expressão e imaterialidade arcana – quase tangível, como ir à lua deslizando sobre a luz do seu próprio olhar. Olhar esse que teve o privilégio de realizar ‘constructos’ apenas com a imponderável capacidade de compreender o que precisa ser sentido. Não há experiência a priori, como não existe arte sem os canais sensoriais para drená-las e imaginá-las possíveis. Eu não posso me arvorar de entender de arte, eu apenas sinalizo o que gosto e destaco o que acredito intrigante.” 15 FEIRA DE SANTANA COMISSÃO DE PREMIAÇÃO MARCELO REZENDE MARISTELA RIBEIRO De São Paulo (SP), vive em Salvador (BA). De Feira de Santana (BA), De Recife (PE) Crítico e curador. Diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia. vive entre Feira de Santana e Salvador (BA) Graduada em Desenho Industrial pela Universidade Federal de Pernambuco, mestre e doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É professora titular da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na área de artes, com ênfase em artes visuais, atuando principalmente nos seguintes temas: arte contemporânea, performance, corpo na arte, processo artístico e pesquisa das relações entre arte e esporte “Mais do que apenas observar as obras selecionadas, sobre a qual se tem por missão exercer um julgamento crítico, a participação possibilita a aproximação e o olhar sobre os diferentes contextos culturais da Bahia. Isso significa ter contato com os efeitos desse programa cultural (os Salões) nas situações específicas em que se realizam, entendendo de que maneira (ou não) é possível interferir positivamente nesses mesmos contextos locais ou o muito que resta para que um contato real e horizontal possa enfim tomar forma.” Artista visual. Seu trabalho artístico aborda o diálogo poético com experimentações oriundas das linguagens visuais contemporâneas. “É sempre um prazer fazer parte de comissão dos Salões de Artes Visuais da Bahia. Iniciei meu percurso como artista, por meio desses Salões, e pude acompanhar não só a criação de um espaço importante na direção do desenvolvimento profissional do artista, como também a formação de uma geração que muito tem contribuído para a ampliação das artes no estado. Esta iniciativa colaborou também favoravelmente com ações continuadas que fomentavam a pesquisa e a produção através de cursos, oficinas, workshops etc., criando as bases, fortalecendo e valorizando a identidade visual baiana. Outro fator relevante promovido pelos Salões é a aproximação e o intercâmbio da produção realizada no interior do estado, que dificilmente teria a oportunidade de ser apresentada no circuito sem uma plataforma que fomentasse de forma organizada e sistemática essa condução. Vida longa aos Salões!” ORIANA DUARTE 19 ALEX OLIVEIRA Salvador [email protected] Fotos-performance criando composições fotográficas dos pés do artista em diferentes locais e situações ao longo de práticas de deriva realizadas durante uma semana na cidade de Feira de Santana (BA). Assim, ele constrói uma espécie de cartografia das andanças errantes e dos encontros ao acaso, criando um jogo compositivo que assimila estranho e familiar, exótico e cotidiano. Com a ação de tirar os sapatos e ficar descalço em espaços urbanos, assume um ato performático que interfere no fluxo diário e normativo, fluxo que nos impede de assumir experiências, sentir texturas, perceber a cidade. NARRATIVAS ERRANTES Intervenção urbana 200 x 300cm Fotógrafo, natural de Jequié (BA), graduando em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desde 2009, expõe em mostras individuais e coletivas. Participou, em 2014, de exposição da 3ª Bienal da Bahia, na Galeria Solar Ferrão, em Salvador (BA); 5ª Edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia (PA); “Obranúncio”, em outdoors em Vitória da Conquista (BA). Em 2012 e 2013, exibiu suas obras “Ritos de Passagem” e “Narrativas Errantes” em espaços da Bahia e de Sergipe. Também em 2013, integrou as mostras “Esquizópolis”, no Museu de Arte Moderna da Bahia, e “Lunar”, na Galeria Solar Ferrão. Em 2012, esteve na XI Bienal do Recôncavo. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2011. 20 ANDRÉ FRANÇA Salvador [email protected] As fotografias da série, organizadas em dípticos, exploram conceitos investigados como uma força entre as imagens e nas relações estabelecidas a partir de suas posições de contiguidade. A série é um fluxo que se desdobra na forma da sucessão de significantes da associação livre, apresentando movimentos (deslocamento/metonímia, condensação/metáfora) que constituem também as imagens dos nossos sonhos – imagens não mais indexadas no tempo ou referenciadas no espaço. Artista autodidata, seu trabalho tem sido mostrado em exposições individuais e coletivas como os Salões de Artes Visuais da Bahia e o Circuito das Artes (2014, 2013, 2012, 2009, 2007). Publicou o fotolivro “Vanishing” (2013), com apoio da FUNCEB; realizou residência artística em Berlim (dez/2013 – jan/2014), com apoio do Goethe-Institut Salvador. Mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas, atua como professor universitário de fotografia. O seu trabalho integra coleções particulares no Brasil e no exterior e foi publicado em revistas especializadas em fotografia contemporânea. IMAGENS FROM THE BLACK BOX I # 38/39 Fotografia digital 90 x 30cm 21 ARTHUR SCOVINO Salvador [email protected] A obra foi uma ação realizada em 2011 durante sete meses e postada diariamente no blog www.elepesdegal. blogspot.com. Nesta ocasião, o artista realizou uma ação para fotografia com um LP submerso nas águas da Baía de Todos os Santos. A instalação é composta por pôsteres, fotografias digitais e capas de LPs e compactos. A disposição desses elementos diretos na parede remete aos fã-clubes e coleções de discos e pôsteres. LEVANDO OS ELEPÊS DE GAL PARA PASSEAR Instalação técnica mista 220 x 240cm Desenvolve pesquisas artísticas em torno do ambiente, da cultura e das relações afetivas e sociais na Bahia, sobretudo em Salvador. Trabalha com performance, instalação, fotografia, vídeo e desenho. Investiga estética e pensamento artísticos contemporâneos através de ações performáticas e relacionais. Participou de mostras de performances, exposições individuais e coletivas. Atualmente, investiga símbolos do imaginário religioso e da miscigenação brasileira. 22 CAIO ARAUJO Salvador [email protected] “La Danza de la Maquina” é uma investigação estética através de conceito de movimento nas artes visuais e narrativa com movimentações políticas. A obra dialoga, de forma onírica e telúrica, a relação do povo, da cidade, do ser contemporâneo e a história da democracia, representando de forma alegórica questões politicas, filosófica e conceitos de artes plásticas. Cineasta experimental brasileiro, especialista em Artes Visuais: Cultura e Criação pelo SENAC (2013). Selecionado em festivais no Espírito Santo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Paraná e Sergipe, com prêmio de melhor filme experimental e melhor filme de ficção no Festival Cidade Filmada (2009). Foi responsável pela realização da videoinstalação “hipnose da realidade caótica”, em exposição no projeto visio. (2013), e por filmes experimentais para salões de arte. LA DANZA DE LA MAQUINA Videoarte Duração: 1’51’’ 23 CLARICE MACHADO Salvador [email protected] SOBRE OS OUTROS QUE (NÃO) SOMOS Colagem 270 x 90cm O mergulho é uma fotografia que data de um período de início de grandes mudanças na vida da artista. A imagem foi feita no verão de 2011 na cidade de São Paulo, em meio a uma fase de caos interno e escuridão. As mudanças evocavam a criação de uma nova identidade/corpo, enquanto indivíduo único no espaço. A compreensão do real sentido de solidão, transposto em imagens pela falta de com quem dialogar essa linguagem tão subjetiva e individual. A fotografia subaquática sobre janela foi capturada da janela do avião com múltiplas exposições durante uma viagem de São Paulo a Salvador. Os negativos deste filme foram perdidos, mas o apego aos momentos e o zelo às impressões originais jamais permitiram que tudo fosse extinto. 24 Graduada em Design pela UNIFACS. Atua como artista visual nas áreas de fotografia, artes gráficas indoor e outdoor. Realizou exposições em 2012 no Circuito das Artes, com três obras na Galeria Cañizares, na capital baiana. Em 2014, participou de intercâmbio cultural no Museo del Chopo, na cidade do México, onde produziu fotografias em projeto solo. COLETIVO ENTRECHO: ADRIANO MACHADO E YASMIN NOGUEIRA Feira de Santana [email protected] “Piriguete 3 x 5,00” parte da apropriação do termo popular ressignificado. O trabalho revela a maneira ambígua com que um termo pode ser exposto, o caráter simbólico que a palavra “piriguete” carrega e suas diversas interpretações, camuflagens, sentidos e reapropriações, seja pela indústria cultural, seja pela sociedade em geral. O termo traz à tona uma reflexão sobre as representações sociais, uma das funções da obra de arte. PIRIGUETE 3 X 5,00 Gravura e serigrafia 250 x 100cm O Coletivo Entrecho nasceu das produções e pesquisas teóricas em técnicas aplicadas à gravura e suas possibilidades, no curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Une questionamentos no que cerne à questão da produção vernácula, da apropriação e ressignificação de cenas, manifestações, termos e ações do cotidiano vistos e vividos pelos artistas. 25 COLETIVO ID(ENTIDADE): JC BARRETO E TITO CASAL Salvador [email protected] Ensaio experimental e totalmente atual no estado da Bahia e no Brasil, num momento em que convivemos e debatemos acerca da difusão que as instituições religiosas, sobretudo mais modernas, estão conseguindo estabelecer em diversas camadas da sociedade. JC Barreto e Tito Casal (re)criam entidades extraídas do imaginário identitário dos artistas, trazendo o questionamento: os deuses já estão postos ou ainda existem novas possibilidades? Coletivo formado em 2010 numa parceria entre o artista plástico JC Barreto e o fotógrafo Tito Casal. Nos últimos anos, os artistas visuais vêm se experimentando com trabalhos coletivos de diversas temáticas. DIVINO IMAGINÁRIO Fotografia digital 200x 150cm 26 DEISIANE BARBOSA Cachoeira [email protected] “A moça que desfiou” é uma performance inspirada em conto homônimo, de autoria da própria artista, cuja narrativa descreve o processo de desintegração da matéria corpórea de uma jovem, a qual escreve, explicando a um destinatário o percurso à sua inexistência. A obra é permeada por questões de autoconhecimento e alteridade, as quais são ingredientes das narrativas, figuradas pela ação de uma pessoa que caminha deixando atrás de si o fio de sua roupagem/identidade. A MOÇA QUE DESFIOU Performance Duração: 7’ Artista visual em graduação pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), atua como arte-educadora da ONG Casa de Barro. Participou da XI Bienal do Recôncavo, em 2012. Foi premiada no I Concurso Universitário Latino-Americano de Literatura – UFVJM, pelo conto “A moça que desfiou”. Desenvolve pesquisas e processos artísticos que envolvem corpo, vídeo e o cruzamento das artes visuais e da literatura. Os temas centrais da sua poética são identidade, alteridade e autoconhecimento. Atualmente, explora a carta como um gênero literário e os seus desdobramentos visuais. 27 ERIVAN MORAIS Salvador [email protected] BATIZADO Fotografia 140 x 100cm A obra consiste em um conjunto de imagens que exploram a relação do autor com a água. Assim como em outras obras do artista, a captura desse momento é feita através da transparência de um aquário, com o auxílio de uma iluminação especial montada por ele em seu próprio estúdio. Sem manipulação! São autorretratos. Uma aproximação íntima, onde o autor interage com a água, que é o seu ambiente e tem força simbólica desde o seu nascimento, no dia 2 de fevereiro, conhecido na Bahia como dia de Iemanjá, Rainha das Águas. E na água ele se desenvolve, transforma-se. É um renascer, um novo batizado. 28 É mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Fez residência artística internacional, na Academia de Belas Artes de Haia, na Holanda, em 2010. Participou das mostras coletivas “Castro Alves”, da Casa de Castro Alves (BA), e “Sem Licença para a Mobilidade Urbana”, da Galeria Sem Licença (PR), em 2014 e 2013, respectivamente. FLÁVIO LOPES Salvador [email protected] ENSAIOS PARA OS JARDINS DE MONET Videoarte Duração: 10’ “Ensaios para o Jardins de Monet” é um mergulho nas estruturas pictóricas que embalaram a poiésis do movimento impressionista. A natureza da luz sempre exerceu um grande fascínio sobre as artes visuais. Neste ensaio, um pequeno riacho serve de pretexto para um conjunto de imagens que se re/configuram permanentemente ao sabor da variação da luz na superfície d’água; alternando luz e sombra; transparência e reflexo num movimento contínuo. Os jardins que serviram de inspiração e pretexto à estética impressionista são revistos, agora, a partir de um dispositivo ótico de base eletrônica, na tentativa de capturar, em uma das suas muitas dinâmicas, a mesma fenomenologia da luz que arrebatou a pintura no final do século XIX, impulsionado o movimento impressionista para a construção de um dos mais profícuos momentos da historia da arte. Artista visual, VJ e curador, Flávio Lopes participou dos eventos: 3ª Bienal da Bahia; Circuito de Arte Triangulações, no MAMAM de Recife e no Museu Nacional de Brasília; II Trienal de Luanda, Angola; VI, VII, VIII e XI Bienal do Recôncavo; XV Festival Internacional de Arte Eletrônica Videobrasil; Festival Internacional de Cinema e Vídeo Mix Brasil; Prêmio Braskem; Prêmio Matilde Matos; Exp. “Terceira Ponte” na Galeria SoSo, SP. Realizou curadorias para: IV, V e VI Festival Internacional de Cinema e Audiovisual CineFuturo; mostra Limiares da Imagem: Videoarte na Bahia, para a FUNCEB; Exposição 130 Anos da Escola de Belas Artes da UFBA; mostra Videorama: Panorama de Videoarte na Bahia; III SEMCINE; I Circuito de Arte Eletrônica da Bahia Empuxo. Integrou a comissão de seleção e premiação da IX Bienal do Recôncavo e do XIII Festival Nacional 5 Minutos. Como VJ, realizou ações comissionadas na: Galeria Cañizares; no Festival Internacional de Música e Cultura Digital DIGITÁLIA; no IV SEMCINE; no XI e XII Festival Nacional 5 Minutos; no Seminário Internacional de Cibercultura. É VJ residente da JAM no MAM desde 2010 e está finalizando o filme “Breviário do Horror”, seu primeiro documentário de longa-metragem. 29 FLÁVIO MARZADRO Salvador [email protected] SUBLIMAZIONE TEOLÓGICA II Pintura 270 x 130cm A obra retrata a entrada da Catedral de São Virgílio, em Trento (Itália), onde aconteceu a maior parte das reuniões do Concílio de Trento. O artista recorta pedaços da história para nos confrontar com o que conhecemos do Concílio de Trento como evento histórico. Com esta experiência, o artista faz um mergulho em seus antepassados, em sua terra natal, ao explorar poeticamente a relação entre o homem trentino e suas memórias em um período tão marcante para aquela sociedade, mas também para toda a cultura ocidental. Flavio Marzadro buscou, segundo suas próprias palavras, “ver, ler, revelar e intervir poeticamente sobre os significados que estão nos artefatos da cultura material, que estão esquecidos, invisíveis, por hábito, preguiça ou cegueira social”. Artista italiano, radicado em Salvador, vive atualmente em Paris, com especial interesse sobre arte pública. Autor de mostras individuais em Salvador (“Memórias do Concílio de Trento: elementos de Micro-história”, em 2013, e “Sob os pés da Itália: nova arqueologia da cultura material urbana”, em 2011) e em Veneza (“Tra Il pubblico e il sacro nella Serenissima”, em 2012), tem integrado diferentes mostras coletivas, bem como realizado a curadoria de experiências de arte pública no Brasil e na Itália (Post Factum Ladeira da Montanha e Post-Factum Trento). Foi o artista convidado para o Mart-UP – Dia do Contemporâneo do Museu de Arte Contemporânea de Rovereto e Trento, na Itália, edição 2013. Em 2014, integrou a International Exhibition of Sculptures and Installations – Open 17, em Veneza, Itália, com a obra “Manuscritti”. 30 GABRIEL GUERRA Salvador [email protected] A fotografia publicitária é uma referência porque é aquela que está sempre à vista, seja nas ruas, lanchonetes, bares ou mesmo nos spams da internet: é impossível não se deixar influenciar de alguma maneira. A sexualidade está presente; ela movimenta a solidez estática da fotografia still – técnica amplamente utilizada neste gênero fotográfico. Todos querem algo subliminar para descobrir e discutir, assim é na vida, assim é na arte. “Desjejum com Nanica e Papaya” é o reflexo no espelho sujo e quebrado desta fotografia, fruto da necessidade de uma sociedade cada vez mais sedenta por símbolos e informações. A instalação fotográfica é composta por duas fotografias coloridas impressas em vinil, aplicadas sobre acrílico e montadas em backlight tipo slim. Iniciou a carreira em 2008, fotografando espetáculos de dança e música. Em 2009, ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Neste mesmo ano, produziu “Simbiose”, projeto que propunha uma comunhão criativa entre fotografia e dança, que lhe rendeu prêmios e exposições. Iniciou seus estudos com performance em 2010, juntamente com Arthur Scovino e Carol Santana, criando o Grupo Mi_Zera. Atualmente, desenvolve pesquisas em fotografia e performance e seus possíveis imbricamentos com outras áreas de conhecimento. DESJEJUM COM NANICA E PAPAYA Instalação fotográfica 140 x 50 x 2cm 31 JOÃO OLIVEIRA Salvador [email protected] “Nesta série, que participa de três edições dos Salões com obras diferentes, cruza, acuada, gemendo, gane a dilatação de sua docilidade. O corpo se transformando e, a despeito de sua vontade, o cio crescendo, lhe transformando por dentro. E aquela vontade quase um medo, desespero e ansiedade que um macho lhe aceite para cobertura. Antes o coito, o gozo, ressonando de borco, prenhe, aquele ser vivo lhe acalmando, lhe tornando serena e o ventre a rosnar, grávida, queria parir e só. Ver o que já se amava, colocar pra fora o que a colocava pra dentro, depois, ‘gritos. Gritos finos de marfim de uma cadela abandonada (...), de uma cadela sim, porque as fêmeas conhecem tudo da dor, fendem-se ou são desventradas para dar à luz’.” Graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), 2011. Com o projeto “Se preferir, adoce”, investiga e busca, na memória íntima e no devaneio da lembrança, elaborar uma produção artística relacionada à gravura expandida. Apresentou seu trabalho em mostras como “Esterno”, “Circuito das Artes”, “Tomar Coca-Cola com Você”, “Cabra cega”, “Escultura nova” e “Esquizópolis”. Participou do “Imprima – Salão Internacional de Gravura” (CE); da XI Bienal do Recôncavo (BA); da residência Câmbio 14, México; e do 65º Salão de Abril (CE). 32 DE LADRADORAS E DENTES OU DO LATIM: PE(RE)NNIS Gravura em metal 40 x 20cm LICO SANTANA Salvador [email protected] A obra relata as conexões entre os processos artísticos do elemento metal como material potencializador e particularmente no uso da metalurgia do ferro, ou melhor, da ligadura do aço carbono no uso constante dos aparatos das máquinas mecânicas, objetos, mecanismos e instrumentos da atual revolução mecânica industrial, “Ramificações futuras II”. RAMIFICAÇÕES FUTURAS II Escultura 28 x 105 x 19cm Artista plástico, arte-educador e mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), 2012, com a pesquisa “Corpo-instrumento: escultura em metal e suas articulações na contemporaneidade”. Realizou duas exposições individuais em Salvador (BA), em 2012: “Esculturas”, na Galeria Cañizares, e “Corpo-instrumento”, na Sala Juarez Paraíso. Participa de exposições coletivas desde 2010. 33 M.B.O. Ubaíra [email protected] Os trabalhos do artista têm como referência as vivências angariadas no interior da Bahia, lidando com a roça e criando uma profusa manifestação de expressividade, revelando exuberância e vigor. Quando o artista é tomado por uma imagem, muitas vezes impregnada de história, ele percorre sensações variáveis como janelas que vão se abrindo, desembocando em sucessões de informações que aparecem aos olhos querendo nascer. Assim, através das experiências vividas, vem ampliando as possibilidades de criação. É como uma cisterna de onde sempre poderá ter água para beber, e são esses insights que vão alimentando e transformando o pensamento, formando uma corrente fluente em cada um. M.B.O. é um artista autodidata e começou a desenvolver seus trabalhos de pintura e desenho em 2004, aos 74 anos. Sua produção vem sendo mostrada em salões estaduais e em três edições da Bienal do Recôncavo. Realizou sua primeira exposição individual em 2012, com apoio da FUNCEB, na cidade de Ubaíra. Em 2014, fez sua primeira performance, “O homem de aço e a mulher de vidro”, ao lado da artista visual Ieda Oliveira. Neste mesmo ano, foi selecionado pela Bienal NAIFS do Brasil, promovida pelo SESC São Paulo. MANSÃO DAS ÁRVORES Instalação 200 x 300cm 34 MAYRA LINS Salvador [email protected] SATURAÇÃO Objeto 15 x 7cm A artista buscou provocar a formação de cristais no local expositivo, criando um diálogo direto entre o aparecimento (aparição) destes corpos no espaço e o processo mesmo da criação de uma obra; da inquietação ao acontecimento, do caldo molecular à organização celular quase perfeita. Foram escolhidos três pontos no espaço da mostra nos quais foram instaladas caixas de tomadas que, uma vez montadas, tornaram-se os ‘ninhos’ onde os cristais poderiam crescer. Os cristais são a própria diferença que se engendra na repetição, replicação celular para uma manifestação original e irreprodutível. A obra acontece enquanto aconteça a exposição e os resultados processuais são imprevisíveis e inéditos, a dinâmica dos cristais impregna também o fazer artístico. Graduada em Psicologia (PUC-SP) e mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua produção artística transita por diferentes suportes, como fotografia, vídeo, instalações e objetos, muitas vezes operando um embaralhamento de linguagens. Em 2014, realizou sua primeira exposição individual, “Infinisso”, que inaugurou a Galeria do Jardim. Foi selecionada para a mostra internacional Taiwan International Video Art Exhibition e fez direção de arte do solo “Masturbatório”, de William Gomes. Em 2013, foi selecionada para a III Mostra de Performance – Imagem e Identidade. Participou do Circuito das Artes (2012 e 2013). Foi responsável pela fotografia do livro “Morde pra cima”, parceria entre Arto Lindsay e o grupo Capacete de Helmut Batista. Em 2012, fez a direção de arte do solo “Mulher Gigante” e esteve presente na XI Bienal do Recôncavo com duas obras, uma delas premiada com a menção especial do júri. Sua produção também foi premiada no I Salão do Salvador Fotoclube (2011) e no Concurso Nil (DF). 35 MISAEL FRANCO Salvador [email protected] RECRIAÇÃO: O BARRO, A LIBERDADE E A CRIATIVIDADE Performance Duração: 8’ Artista visual no Baphão Queer, produtor cultural no Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT, atua como professor de Dança e performance na Escola Experimental LGBTUDO. 36 “A performance tenta desconstruir a teoria criacionista que força a ideia de quem nasce com pênis é homem e deve ser assim até o fim. Simone de Beauvoir aponta que ninguém nasce mulher, torna-se; e já que ninguém nasce mulher, também não se nasce homem. Os órgãos sexuais não são determinantes na construção de gênero, a cultura, sim. A bíblia é um livro literário e não científico, assim, cabem variadas interpretações, como essa de que o corpo é limitado a alterações e que o homem deve ficar eternamente preso a uma única construção de gênero, a qual ele não teve a oportunidade de opinar, e ainda existe a teoria de que o corpo é o sagrado templo do Espírito Santo, onde não se pode mexer, tornando o corpo do indivíduo um verdadeiro patrimônio tombado por Deus. O livro de Gênesis diz que Deus fez o homem – do barro – à sua imagem e semelhança. Mas qual é a imagem e o sexo de Deus? Deus pode ser tudo ou nada, pode ser homem ou mulher. E dentre tantas semelhanças, podemos destacar a criatividade e a liberdade que fazem do homem ser criatura e ser criador e tendo o homem o poder de criar e a liberdade para fazer. Cabe, sim, ao homem desconstruir o seu corpo e o (re)construir de acordo a sua vontade.” NELSON OLIVEIRA Feira de Santana [email protected] Uma obra de refotografia e edição. É o primeiro trabalho fotográfico feito com o Google Street View no país e dialoga com temas recorrentes na produção do artista: vazio, melancolia e solidão. A partir da ciberflânerie por Salvador, o artista atualiza a tradição de uma das mais célebres correntes da fotografia, a street photography, buscando imagens que remetam aos temas. O trabalho, fruto de estudos realizados sobre mídia digital e espaço urbano, no Lab404 – Laboratório de Pesquisa em Mídia Digital, Redes e Espaço, também questiona a noção de autoria: seria uma obra de curadoria e edição de imagens ou um puro trabalho fotográfico, em que o fotógrafo emprega técnicas e busca imagens em um ambiente em que elas já estão dadas? Graduado em Comunicação com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Como fotógrafo, participou de exposição coletiva do Movimento Hotspot em nove capitais brasileiras, com a série “Ensimesmos”, em 2012. No mesmo ano, teve três fotos publicadas no “Inspiring Book”, do projeto Trip Transformadores. Participou da 1ª Bienal do Serão de Artes Visuais, em Feira de Santana. SOLO_VADO Fotografia digital 200 x 150cm 37 PEDRO JUAREZ Araci [email protected] LAMPIÃO VENCE O JOGO Stencil 50 x 50cm Figura controversa da história do Cangaço, agil e ardiloso, Lampião sempre conseguia escapar das emboscadas e, igual à luz de um lampião quando se apaga, desaparecia rápido com seu bando pela caatinga sem deixar rastro. No imaginário popular, Lampião era bom, pelo simples fato de que ele era contra a polícia, contra os “macacos”, como eram chamados. Isso mostra um pouco qual a imagem da polícia perante os simples sertanejos daquela época. E em muitas vezes, eram piores em suas ações do que os próprios cangaceiros. Estupravam, matavam, extorquiam, espalhando assim também uma onda de terror por onde passavam. Por mais sanguinário que fosse, Lampião ganhou fama de justo e guerrilheiro, e no jogo com os “macacos” era torcida daqueles que não eram assistidos nem pelas forças do governo e nem pelos ricos e poderosos coronéis. 38 Licenciado em Letras. Seus trabalhos são irrigados por várias referências, que vão desde a influência da cultura pop, da street art e da arte rupestre. A utilização da técnica de stencil é algo constante nas suas criações, deslocando-a das paredes das ruas e dando novas ressignificações em outros suportes. Além de edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, participou das exposições coletivas “Pluralidade II” e do Panorama da Fotografia 2013 no MAC – Feira de Santana. RICARDO ALVARENGA Salvador [email protected] Instalação fotográfica composta de fotografias de gotas de sangue encontradas ocasionalmente no centro de grandes cidades. Supostamente, as imagens retomam rastros de violência urbana ou possíveis acidentes que pigmentam de forma efêmera o cotidiano das cidades. Ao levar as imagens para a galeria, o interesse está no desdobramento destes registros expostos sob as luzes de salões de arte e galerias, onde a imagem é apresentada como potência de discurso estético, gerado por um movimento anterior de realidade, que se sabe frequente em contexto atual e que exige reflexão. Artista do corpo e da imagem. Iniciou seus trabalhos com arte no ano 2000 através da dança contemporânea. É mestre em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em seu percurso artístico, investiu em formações práticas e teóricas em distintos campos das artes do corpo e da produção de imagens. Atualmente, realiza trabalhos em diferentes mídias e linguagens, configurando interfaces entre performance, intervenção urbana, dança contemporânea e artes visuais. Circula pelo Brasil com apresentações e exposições de trabalhos em mostras, festivais, galerias e salões, bem como realizando oficinas em diferentes linguagens e participando de residências artísticas em distintos contextos. RASTROS Fotografia 160 x 180 x 100cm 39 ROBERTA NASCIMENTO Salvador [email protected] “1º de março de 2013, dia em que tive meu rosto marcado pela violência... marcado pela intolerância... Durante meu processo de reconstrução, nasce o Grito Silencioso”. O prato é o suporte para nosso alimento diário. Na obra “Grito Silencioso”, é ele quem carrega os rostos de mulheres marcadas pela violência. A simplicidade e delicadeza do desenho se contrastam com o pigmento vermelho pincelado grosseiramente no olho esquerdo de cada face. Essa pincelada faz com que respingue pigmento para além do rosto – toda a sociedade é atingida pelo sangue derramado violentamente. A pincelada é a marca da agressão. A vela e o fogo são signos de morte e ressurreição. Assim são mulheres agredidas: uma parte delas certamente morre; no entanto, insiste em renascer. A obra, embora fúnebre, é um renascimento. GRITO SILENCIOSO Objeto 110 x 100 x 30cm Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Dentro da academia, participa de diversos grupos de pesquisa, não só na Escola de Teatro como na Escola de Dança, onde seu interesse maior é explorar as possibilidades e limites do corpo, se aprofundando no universo do Teatro Físico e da exaustão. Em 2008, se torna uma pesquisadora do Pibic e se depara com o Teatro Pós-Dramático, expandindo assim ainda mais suas possibilidades artísticas. Em paralelo com atuações em espetáculos teatrais, estimulada pelas suas pesquisas, explora o universo da performance, cativada pela liberdade de tratar temas que realmente lhe incomodam. É em 2010 que de fato se descobre uma artista performática, percebendo um campo fértil para explorar os limites de seu corpo como ferramenta para chegar a estados catárticos. 40 TIAGO COSTA Feira de Santana [email protected] Trata-se de um políptico de desenhos na técnica mista do nanquim e grafite com quatro ilustrações emolduradas, organizadas de forma sequencial e de maneira que formem um quadrado, no centro deste uma intervenção na parede da galeria. O artista se apropria do figurativo e de formas orgânicas, o homem e a natureza, para construir a sua narrativa carregada de ludicidade na busca de descrever a realidade. A DESCOBERTA Ilustração em técnica mista 60 x 50cm Licenciado em Desenho e Plástica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2014, participou do Grande Salão de Arte Contemporânea, em São Paulo; do Atlas – Mostra Coletivas de Gravadores; e do Visionário e Suas Trampas, em Salvador. Em 2012, foi selecionado para o 31º Concurso Casa dos Criadores (SP). 41 VIVIANE VIRIATO Amargosa [email protected] Por meio da fotografia, a obra valoriza formas de expressão, deixando livre a visão social e artística de cada ser. Dentro da fotografia em si, no entanto, ressalta-se a sua importância para a sociedade contemporânea, que é primordial, além da técnica, seu reconhecimento como linguagem. As pessoas podem passear livremente e interpretá-la de acordo com sua própria sensibilidade. Além disso, o mais notável é que, apesar da poética de efeitos fotográficos, a composição sistemática de cada imagem, a solidão de sua linguagem, consegue transcender um papel fundamental no desenvolvimento da arte contemporânea. Além de ter integrado diversas edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, participou, em 2013/2014, na Espanha, de exposição de fotografia no Centro de Artes Contemporânea de Burgos; da Exposição Internacional de Arte Postal, da Facultad de Bellas Artes da Universidad de Granada; e da exposição Yo Expongo em El Reina, em Madrid. SEM TÍTULO Fotografia 240 x 90cm 42 VLADIMIR OLIVEIRA Salvador [email protected] O caminhar é refletido como um ato de escrever o/no espaço urbano e as linhas se apresentam como uma manifestação visual de caminhadas. Elas percorrem a superfície do papel ao tempo em que traçam caminhadas, traduzindo graficamente um gesto humano cotidiano, físico-corporal. Cultivando também a noção de desorientação, em “Andando” apaga-se toda a geografia auxiliar, suporte de localização e orientação, restando apenas a linha que demarca a passagem, o deslocamento a pé. A linha é exatamente o que sobra, o resto-rastro que ilumina a caminhada, o desenho dos passos de alguém. ANDANDO Instalação 300 x 250cm Artista visual e arte educador, doutorando e mestre em Artes Visuais, graduado em Licenciatura em Desenho e Plástica, pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desenvolve pesquisa artística em linguagens visuais como o desenho, a fotografia e obras instalativas, atualmente com enfoque temático nas relações entre arte e cidade (sinalizações urbanas e cartografias geográficas). É membro do Coletivo Tríptico, composto por artistas visuais pesquisadores que desenvolvem trabalhos de ação e intervenção artística no espaço urbano de Salvador. 43 YASMIN NOGUEIRA Cachoeira [email protected] HOM(EM)CUBO Instalação-vídeo-performance 50 x 120 x 50cm Experimentação tecnológica no campo da videoperformance que pensa a relação corpo-imagem-identidade utilizando a técnica do videomapping, tendo como tema o comportamento humano na contemporaneidade, a fragmentação e padronização que acabam por gerar uma crise identitária. A obra mapeia a superfície de três cubos e expõe as atividades rotineiras da contemporaneidade, através da técnica pixilation, animação stop motion, na qual atores vivos são utilizados para as performances e captados quadro a quadro com fotografias, criando uma sequência de animação. Graduada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia- UFRB. Desenvolve projetos artísticos através da fotografia, gravura, performance, experimentos de hibridismo de linguagens como videoinstalações e videoprojeções mapeadas. Integra o Coletivo entrecho de Artes Visuais. Desenvolve pesquisa sobre corpo, gênero e identidade buscando o entendimento de sua própria trajetória na relação corpo-ambiente e corpo-autobiográfico. 44 YURI FERRAZ Salvador [email protected] O artista propõe um duplo deslocamento, onde os super-heróis saem do seu ambiente comum (as revistas em quadrinho) e os orixás da mesma forma saem de seu ambiente natural (cultos religiosos) e os dois se encontram num não local definido como ‘campo de amplidão’. Neste espaço criado, há a fusão entre os dois e surge uma nova mitologia com características próprias e singulares. Os super-heróis ganham uma carga de divindade e os orixás se aproximam dos humanos numa referência profana. Nesta nova mitologia, a biologia e a religiosidade se fundem e estas entidades são tanto físicas quanto etéreas, não se limitam a realidade humana ordinária e se deslocam entre o plano material e não material, interagindo entre os dois mundos. Cursou Letras Vernáculas na Universidade Católica do Salvador (UCSal) até 1996, passando a dedicar-se, logo após, às artes plásticas. Entre 1998 e 2001, foi aluno das oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). Realizou a exposição individual “Irúnmolè”, Galeria ACBEU, 2012, Salvador, BA. Participou das coletivas XI Bienal do Recôncavo, 2012, São Félix, BA; Circuito da Artes 2012; e edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia. SEM TÍTULO Pintura 200 x 240cm 45 TEIXEIRA DE FREITAS COMISSÃO DE PREMIAÇÃO IRLEY JESUS PRISCILA VALENTE LOLATA De Caravelas (BA), vive em Teixeira de Freitas (BA) De Londrina (PR), vive em Cruz das Almas (BA) Artista plástico. É professora do curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Trabalhou no Museu de Arte Moderna da Bahia como curadora educativa e coordenadora de mediação cultural. Desenvolve trabalhos em curadoria e crítica de arte. “Foi muito boa a experiência de participar do Salão, porque foi um grande aprendizado com meus colegas jurados e também com a leitura de cada obra. Tudo isso só enriquece, até porque o trabalho de arte, seja uma pintura, uma escultura e todas as outras formas, não termina nunca: ele é sempre uma obra em processo, com os três pilares, autor, obra e público. O artista que chega a participar de um Salão por si só já é um vencedor, pelo simples fato de fazer arte, principalmente com a realidade do nosso país. A todos esses artistas, anônimos ou conhecidos, meus parabéns.” “Fazer parte da comissão de premiação de um salão com o perfil dos Salões de Artes Visuais da Bahia me tomou em responsabilidade e expectativa. Um salão que afirma artistas em ascensão no estado e revela tantos outros iniciantes e que, para mim, é um dos principais cernes de incentivo da criação e produção artística da Bahia, evoca um cuidado e compromisso com os artistas participantes e os organizadores do evento. A mobilização que ele promove entre os diversos segmentos do setor e as discussões sobre arte que entram em pauta no meio artístico cultural e na imprensa são de grande importância para a consolidação de um plano crítico no meio baiano e de reconhecimento por outras regiões do país. Colaborar para o fomento das artes visuais e o reconhecimento da produção artística que se destaca num des- ses Salões da Bahia foi extremamente gratificante para mim. Envolver-me com os trabalhos expostos, ler e compreender os projetos, discutir e acordar com os outros membros da comissão, apesar de cansativo pela concentração e análise que demanda, são uma enorme satisfação. Creio que o avanço gradual dos Salões de Artes Visuais da Bahia, para a maior diversificação de cidades, para o aprimoramento da expografia e da elevação dos valores dos prêmios, além de qualificar todas as fases das artes visuais, da criação à sua apresentação ao público e com isso o reconhecimento pelo próprio meio, o torna, se não o maior, um dos principais propulsores dessa área em nosso estado.” TOM BOECHAT De Vitória (ES) Professor do Departamento de Artes Visuais do Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Mestre em História, Teoria e Crítica de Arte pela UFES. Estudou no International Center of Photography (ICP), em Nova York. Morou um ano em Tóquio, Japão, onde desenvolveu o ensaio fotográfico Toquiotas. 49 ARTHUR SCOVINO Salvador [email protected] PRONTO PRA OUTRA–PERFORMANCE PARA CELULAR NO CARNAVAL DE 2013 Instalação fotográfica 83,5 x 22,5cm Num exercício cotidiano de autorretratos e performances para fotografia compartilhadas em mídias sociais, o artista instaura uma relação de interação direta do processo artístico com o público. A série “Pronto para outra” foi desenvolvida durante o carnaval de 2013 usando o Instagram como veículo de comunicação. Fala do desgaste físico que o carnaval provoca. Da necessidade de segurar as pontas para não perder nem um dia da grande festa popular. É uma espécie de crônica, de reinterpretação da vida coletiva e das possibilidades de comunicação no contexto social. 50 Desenvolve pesquisas artísticas em torno do ambiente, da cultura e das relações afetivas e sociais na Bahia, sobretudo em Salvador. Trabalha com performance, instalação, fotografia, vídeo e desenho. Investiga estética e pensamento artísticos contemporâneos através de ações performáticas e relacionais. Participou de mostras de performances, exposições individuais e coletivas. Atualmente, investiga símbolos do imaginário religioso e da miscigenação brasileira. CAROL FRINHANI / ELÉTRICO: GRUPO DE PESQUISA EM CIBERDANÇA Salvador [email protected] Composto por cinco videodanças que dialogam entre si, “Füller Experiment’s” é uma atualização da obra “Serpentine Dance” da artista Loie Füller (finais do século XIX). Se antes ela compunha suas obras com tecnologia analógica, nesse projeto contemporâneo a principal ferramenta é a tecnologia digital. O corpo e o ambiente encontram, nessa instância, sua consistência essencial no espaço virtual, desconstruindo a ideia de corpo de carbono como condição primeira para a dança acontecer. FULLER EXPERIMENT’S Videoarte Duração: 7’ Mestranda em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e graduada em Licenciatura e Bacharelado em Dança por esta mesma universidade. Integrante do Elétrico: Grupo de Pesquisa em Ciberdança, que tem como foco investigar as interfaces entre a dança e as tecnologias digitais, coordenado pela Prof. Dra. Ludmila Pimentel e ligado ao Laboratório de Pesquisas Avançadas do Corpo (LaPAC). Tem experiência profissional como bailarina, professora, performer, coreógrafa e videomaker na área de artes e atualmente faz pesquisas acerca das artes em interface com as tecnologias digitais. 51 CECILIA TAMPLENIZZA Salvador [email protected] “A rota dos enjeitados” é uma história do lixo que, acumulado entre o réveillon e o carnaval, se espalha pelo mar, afetando a vida de praias e povoados das costas baianas. Na Bahia, acontecem várias festas populares nas quais, tradicionalmente, o povo agradece ofertando presentes e iguarias para “Todos Os Santos”. O mar é o palco de todas essas celebrações. Entre elas, algumas saíram do âmbito da tradição e se tornaram eventos comerciais em que muito plástico é jogado junto às oferendas. O que sobra são embalagens, saquinhos plásticos, copos descartáveis, canudos... que se misturam com a natureza levados no ciclo das ondas. A ROTA DOS ENJEITADOS Fotografia 90 x 70cm Doutoranda e mestre pelo Programa Multidisciplinar em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Graduada em Comunicação Audiovisual na Espanha e em Ciências Humanas para a Comunicação na Itália. É fotógrafa, trabalha com produção de artes visuais e cinema, realização e pós-produção de vídeo. Participou de exposições coletivas na Itália (Photofestival Milano 2012 e 2013, Artintent 2013) e no Brasil (Circuito das Artes Salvador 2014, Bienal do Recôncavo 2012). Em Salvador, realizou exposições com o pintor Anderson Santos, na Galeria Cañizares, em 2011 e 2013; na Galeria ACBEU, em 2011; e na Galeria Luiz Fernando Landeiro, em 2014. Em 2013, os dois foram premiados no Edital Portas Abertas para as Artes Visuais da FUNCEB. Membro de Boardilla, revista e rede de divulgação de artes visuais, projeto premiado em 2013 no Edital Setorial de Artes Visuais da FUNCEB. 52 CLARA DOMINGAS Salvador [email protected] “Feels like Homie” faz parte de “Eventos Imaginários”. Trata-se de uma intervenção realizada na fronteira em Playas de Tijuana, onde a linha divisória entre México e EUA avança adentrando o mar. O rosto tatuado de um maori nativo da Nova Zelândia foi produzido em stencil e, em seguida, transformado em “homie” chicano, com o acréscimo de dois elementoschave da cultura de fronteira no México: os óculos Locs – marca preferida dos gângsteres chicanos – e os clássicos bigodes mexicanos, elementos desenhados por cima da imagem inicial. A intervenção aconteceu no dia comemorativo da independência do México, “grito de dolores”. A formação em Dança e em métodos de Educação Somática vem se transformando, desde 2007, numa pesquisa autoral que envolve desenho, pintura, stencil, vídeo, fotografia, animação, performance. Participou de festivais audiovisuais no Rio de Janeiro, Portugal e China. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2009. Com o argentino Santiago Spirito (Cabaio), mantém uma parceria irregular chamada de Chen-Chen, tendo realizado juntos mostras na Argentina, Bolívia e em Salvador. É instrutora de práticas de estudos do corpo na sua casa-estúdio e atua como professora da eletiva “arte urbana” no Colégio Anglo-Brasileiro. Ilustrou o mapa-guia da 3a Bienal da Bahia e participou de várias ações deste evento. FEELS LIKE HOMIE Pintura stencil 300 x 200cm 53 DEVARNIER HEMBADOOM APOEMA Simões Filho [email protected] Obra construída a partir da apropriação de um porta-remédios (caixa adequada para guardar remédios). Foram acentuadas as letras indicativas dos dias de uso para cada remédio, e postos os respectivos remédios cada um em seu dia, inclusive o dia de feriado que não constava na caixa – exatamente em razão de que, no caso do hipocondríaco, este é o dia em que mais se excede em remédios, pois não tem atividades rotineiras previstas, então aproveita para prevenirse de uma doença possível. A relevância desta obra, além de sua beleza estética, reside na reflexão da problemática da automedicação, no tocante a esta questão contemporânea tão presente e largamente alastrada em nosso tempo. Formado em Desenho Arquitetônico, é graduado em Artes Plásticas, mestre em Artes Visuais e aluno especial do doutorado, todos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desenvolve uma pesquisa plástico-imagética com a figura humana, sobretudo com o corpo modificado, utilizando diversos meios técnicos e linguagens, isolados e agregados entre si: pinturas, desenhos, fotografias, cartazes, artes postais, artes digitais, gravura, músicas, vídeos e outras experimentações. Realizou mais de 95 exposições de arte, em países como Itália, Espanha e Bulgária. No Brasil, expôs em diversos espaços de varias cidades. Recebeu prêmios e menções na 9ª Bienal do Recôncavo – Menção Especial (2008); Universidarte III – Prêmio (2003); XVIII Salão de Feira de Santana – Prêmio (2007); e Mostra de Arte Zumbi dos Palmares – Menção Honrosa (1996). CAIXA DE SOCORRO PARA HIPOCONDRÍACOS COMPULSIVOS Objeto 24 x 8,5 x 2,2cm 54 ERIVAN MORAIS Salvador [email protected] A obra é um conjunto de fotografias que mostram sublimes gotas e espaços abertos numa massa de sangue. Mais do que fotografias, no sentido corrente, são desenhos e volumes ondulatórios, que apresentam essa forma ao sofrer alteração por meio de um impacto, de um corpo que invade e rompe esse coágulo até então estável, originando distintas variações em sua forma. Constitui um olhar metafórico sobre a violência, bem como faz alusão à fragilidade da carne, do corpo. Os danos gerados pelo impacto nesse coágulo de sangue pretende refletir sobre a relação de poder que tem o ambiente externo perante o corpo humano. É mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Fez residência artística internacional, na Academia de Belas Artes de Haia, na Holanda, em 2010. Participou das mostras coletivas “Castro Alves”, da Casa de Castro Alves (BA), e “Sem Licença para a Mobilidade Urbana”, da Galeria Sem Licença (PR), em 2014 e 2013, respectivamente. COÁGULOS Fotografia 233 x 94cm 55 FÁBIO DUARTE Salvador [email protected] O artista reúne o olhar do estrangeiro ao olhar de quem é da sua terra e, sem querer, faz paralelos do presente com o passado. Assim, encontra uma cidade tecida pela vivência do entrelugar. Procura afirmar a identidade de sua gente, fazendo uma releitura de Salvador em tempos de Instagram, aplicativo de celular que permitiu fazer as fotos e compartilhá-las. SÉRIE SALVADOR Instalação fotográfica 80 x 40cm Trabalha como fotógrafo em produções teatrais e cinematográficas desde 1999, ano também de ingresso no curso de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 2002 e 2003, aprofundou seus estudos em Performance na Universidad Politécnica de Valencia, Espanha. É bacharel em Cinema pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro (2010). Faz uso da linguagem cinematográfica, do vídeo, da fotografia, e da performance para falar de questões existências e espirituais na contemporaneidade. Participa ativamente de salões, bienais e mostras a partir do ano 2000, a exemplo da 3ª Bienal da Bahia. Recebeu Prêmio Aquisição na VIII Bienal do Recôncavo em 2006 e uma menção honrosa na IX Bienal do Recôncavo, em 2008. 56 GILBERTO BAHIA Teixeira de Freitas [email protected] Existem coisas que aprendemos na vida e que jamais nos esqueceremos, tais como: fome, guerra, violência e andar de bicicleta. Então vamos todos pedalar e só pedalar! Artista autodidata. Restaurador profissional desde 1999. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2004. Premiado no Festival de Artes Firmino da Rocha, em 2009, em Itabuna (BA). De diversas formas, atua na representação social política das artes visuais da Bahia, com destaque ao fato de ser membro do Colegiado Setorial de Artes Visuais da Bahia 2013-2014. FILOSOFIA DE BICICLETA Acrílico sobre tela 200 x 100cm 57 INGRID ERIKA BOER Arraial d’Ajuda – Porto Seguro [email protected] PAZ NA TERRA Colagem digital 240 x 32cm A paz e a felicidade são anseios profundos de todos os homens de todos os lugares e de todos os tempos. O homem moderno sente e vive o presente, olha para o futuro e utiliza o legado dos antigos como ensinamento. No passado, poetas e profetas apontaram para a chegada de um novo tempo livre de conflitos no qual todos os seres vivos iriam conviver uns com os outros harmoniosamente. A obra resulta da empolgação da artista com a perspectiva de um futuro pacífico e feliz. 58 Nascida na Alemanha em 1936, mudou-se para o Brasil em 1969. Realizou a sua primeira exposição em 2009. Desde então, elaborou livros para o público infantil e realizou exposições coletivas e mostras individuais em diversas cidades da Bahia JOÃO OLIVEIRA Salvador [email protected] PORQUE AS FÊMEAS CONHECEM TUDO DA DOR Gravura metal 60 x 20cm “Nesta série, que participa de três edições dos Salões com obras diferentes, cruza, acuada, gemendo, gane a dilatação de sua docilidade. O corpo se transformando e, a despeito de sua vontade, o cio crescendo, lhe transformando por dentro. E aquela vontade quase um medo, desespero e ansiedade que um macho lhe aceite para cobertura. Antes o coito, o gozo, ressonando de borco, prenhe, aquele ser vivo lhe acalmando, lhe tornando serena e o ventre a rosnar, grávida, queria parir e só. Ver o que já se amava, colocar pra fora o que a colocava pra dentro, depois, ‘gritos. Gritos finos de marfim de uma cadela abandonada (...), de uma cadela sim, porque as fêmeas conhecem tudo da dor, fendem-se ou são desventradas para dar à luz’.” Graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), 2011. Com o projeto “Se preferir, adoce”, investiga e busca, na memória íntima e no devaneio da lembrança, elaborar uma produção artística relacionada à gravura expandida. Apresentou seu trabalho em mostras como “Esterno”, “Circuito das Artes”, “Tomar Coca-Cola com Você”, “Cabra cega”, “Escultura nova” e “Esquizópolis”. Participou do “Imprima – Salão Internacional de Gravura” (CE); da XI Bienal do Recôncavo (BA); da residência Câmbio 14, México; e do 65º Salão de Abril (CE). 59 JOHANNES ROCHA DE JESUS Salvador [email protected] Originais em tinta acrílica sobre páginas de livro. As reproduções apresentadas são ilustrações que podem ser entendidas como expressões gráficas silenciosas para o nosso tempo, e à frente dele. A utilização de um antigo livro que trata sobre guerras como base para receber os desenhos e letrados funciona antes uma crítica, muito mais do que como textura. O artista defende que o ativismo gráfico deve ser entendido como uma séria forma de comunicação, e a arte marginal está com ele de mãos dadas. A guerrilha artística é muitas vezes silenciosa, mas repercute e incomoda, questiona e instiga tanto quanto ou mais do que possam as palavras revolucionárias. SEM TÍTULO Objeto 150 x 40cm 60 Artista visual e modificador corporal, atua como artista plástico, pixador, piercer e tatuador. É ativista em causas de arte de rua e expressão marginal. Caminhando por vias que propõem a troca e o enriquecimento cultural artístico da sociedade e com larga bagagem e inspirações de viagens, exerce arte de rua em cidades como Salvador, João Pessoa, Ilhéus, São Paulo, Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Recife, Maceió, São Paulo e Buenos Aires. Em 2011, expôs “Imaginário 1”, obra do projeto “Mente Coletiva”, no Salão de Artes de João Pessoa. No mesmo ano, assinou a publicação independente “13 zine”, um fanzine marginal de 13 volumes, e foi responsável pela exibição semanal do “13 cine”. LITA SANTANA Salvador [email protected] A instalação artística é composta por 63 peças em cerâmica de alta, esgrafitadas e esmaltadas, remetendo à body art, uma manifestação das artes visuais onde o corpo é utilizado como suporte ou meio de expressão. Mostra esse corpo enquanto espaço de criação e utopia, um mundo a ser redescoberto num impulso de pertencimento que leva os indivíduos a comportamentos em função da aparência. Trabalha na construção de objetos que contenham algo de inovador na forma de expressar. Formada em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), tem seu universo temático flutuante entre arte africana e as transformações corporais, procurando oportunidade para novas experimentações. Caminha por várias técnicas, como cerâmica, pintura e gravura em metal, registrando todo processo das pesquisas dos corpos, suas transformações e sensações manifestadas. RASGUE MEU CORPO OBSOLETO Instalação em cerâmica 300 x 200cm 61 MAURÍCIO SANTIL Salvador [email protected] Retrata, através de desenhos sobre papel cartão, a mistura física e instintiva entre seres humanos e animais. Mestrando em Processos Criativos nas Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com o projeto de pesquisa “Bicho-Homem, o desenho como proposição poética no espaço urbano”. Realizou residências artísticas e exposições na Austrália, Portugal e Espanha com o projeto “Espaço. Space”, que utiliza o desenho como comunicação visual para representar as semelhanças e diferenças entre a cultura brasileira e a cultura do país visitado. Ministra a oficina de quadrinhos “Mundo Novo”. BICHO-HOMEM Desenho nanquim 100 x 150cm 62 MAYRA LINS Salvador [email protected] Nesta série, a artista experimentou a fotografia situada na iminência do acontecimento, entendendo que nesta região a matéria parece mais permeável do que nunca, como se o tempo estivesse aumentando exponencialmente as brechas que constrói enquanto transcorre. Nos recortes cotidianos; implosões, explosões, um silêncio que se agita. A preciosidade do invisível que a poética fotográfica é capaz de precipitar. As imagens foram impressas em tamanho diminuto, é preciso chegar perto para ver mais, ampliar e focar a capacidade do olhar através das lupas disponíveis junto à obra. É como olhar algo através de um microscópio; perde-se a visão do que está ao redor, mas é possível imergir num mundo outro que se revela na imensidão do mínimo. TEMPO SOLTO DO TEMPO, MATÉRIA DE SUSPENSÃO Fotografia digital 60 x 15cm Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua produção artística transita por diferentes suportes, como fotografia, vídeo, instalações e objetos. Em 2014, realizou sua primeira exposição individual, “Infinisso”, que inaugurou a Galeria do Jardim. Foi selecionada para a mostra internacional Taiwan International Video Art Exhibition e fez direção de arte do solo “Masturbatório”, de William Gomes. Em 2013, foi selecionada para a III Mostra de Performance – Imagem e Identidade. Participou do Circuito das Artes (2012 e 2013). Foi responsável pela fotografia do livro “Morde pra cima”, parceria entre Arto Lindsay e o grupo Capacete de Helmut Batista. Em 2012, fez a direção de arte do solo “Mulher Gigante” e esteve presente na XI Bienal do Recôncavo, premiada com menção especial do júri. 63 NILSON MOURA Amargosa [email protected] A imagem fotográfica da paisagem consegue transcender o mundano, apesar da sua materialidade. Dentro de si, no entanto, é o ponto de vista escolhido o que tem uma importância primordial. É por meio dele que se provoca o espectador para que “entre” na cena. Não há de fato nenhuma história contada, eludindo a narrativa aberta, mas um processo de uma maneira simples e sincera que captura perfeitamente a dimensão física exata do local retratado. Estudou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 2011 e 2013, realizou três exposições individuais em Mutuípe, Amargosa e Porto Seguro, premiadas em editais públicos. Desde 1996, participa de diversas exposições coletivas em várias cidades, a exemplo do Salão da Marinha, Salvador (BA), 2010 e 2011; e Bienal do Recôncavo, São Félix (BA), 2006 e 2010. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2007. DES-CONEXÕES ANTRÓPICAS – 16 Fotografia 80 x 60cm 64 OSVALDO CARLEONE Porto Seguro [email protected] “O corpo, grão de areia sem rumo, cansado, insano... Perdido entre o mar e o vento... O corpo sonha, chora, vive a labuta... A vida finda...” Artista plástico, diretor de teatro e professor de Literatura. Em artes visuais, desenvolveu diversos trabalhos junto ao Centro de Cultura de Porto Seguro e espaços culturais da Costa do Descobrimento, dentre os quais se destacam exposições fotográficas e mostras de vídeos curtos. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2011. REQUIESCAT IN PACE Videoarte Duração: 10’ 65 RAMON RÁ Salvador [email protected] A lêndea é o nome popular dado aos ovos do piolho que parasitam o homem. Esses ovos são muito pequenos, difíceis de ver e ficam firmemente presos à haste do cabelo. A melhor maneira de removê-los é usando um pente fino passado a cada fio do cabelo. Os ritmos verticais e horizontais em que os pentes estão dispostos produzem uma sensação de vai e vem, esquerda e direita, que simula uma procura e transa com o título da obra, reforçando o contexto coloquial em que a obra foi concebida. Garimpada numa visita a uma dessas lojas de R$ 1,99, esta obra, tem um viés de se aproximar do espectador pela familiaridade com o suporte, insinuando que a obra não é um elemento distante e inacessível, ao contrário, está bem próxima como parte da vida cotidiana. Artista visual e poeta. Volta-se para o diálogo homem-objeto, meio em que desenvolve sua poética. Humanizando as coisas e coisificando o humano, numa linha tênue extraída dos elementos do cotidiano, das insignificâncias. Desde 2006, participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia e de exposições coletivas, a exemplo do 42º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, 2014 (SP) e Esquizópolis, 2013, no Museu de Arte Moderna da Bahia. 66 PROCURANDO LÊNDEA Assemblage 70 x 120cm TIAGO SANT’ANA Santo Antônio de Jesus [email protected] COMO EXPLICAR ROUSSEAU, A ORIGEM DA PROPRIEDADE PRIVADA E O HOMEM EM ESTADO DE NATUREZA PARA 20 QUILOS DE PEIXE FRESCO Instalação 180 x 100cm Tendo como ponto de partida a célebre obra “Como explicar quadros a uma lebre morta”, de Joseph Beuys, o artista lança um olhar tropicalista ao trabalho do alemão. A obra é uma proposta de tensionamento das fronteiras entre o local com o global, através da ressignificação de uma ação amplamente difundida. Há uma apropriação da farinha de mandioca, óleos naturais e peixe para repensar o arquétipo da Costa do Descobrimento – marcada pela luta de terras e pelo recorte étnico das populações indígenas. Elege o “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”, de Jean-Jacques Rousseau, para explicar a um peixe. Discute nesse processo conceitos sobre o humano no estado natural e a gênese da desigualdade humana. Apela para o estético em detrimento de um olhar puramente racional sobre aquela realidade. Jornalista graduado pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Mestrando em Cultura e Sociedade na Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolvendo pesquisa no campo da arte e identidades culturais. Como artista, desde 2008, compõe trabalhos que imergem no imaginário social do Recôncavo da Bahia e das afrobrasilidades, através da investigação da performance-art e seus possíveis desdobramentos. Também possui produção reflexiva publicada como crítico e acadêmico. É integrante do Coletivo OSSO, com quem compartilha a organização e curadoria da Mostra OSSO Latino-Americana de Performances Urbanas (MOLA), e da Incorpora – encontros virtuais em performance. 67 VIVIANE VIRIATO Amargosa [email protected] Por meio da fotografia, a obra valoriza formas de expressão, deixando livre a visão social e artística de cada ser. Dentro da fotografia em si, no entanto, ressalta-se a sua importância para a sociedade contemporânea, que é primordial, além da técnica, seu reconhecimento como linguagem. As pessoas podem passear livremente e interpretá-la de acordo com sua própria sensibilidade. Além disso, o mais notável é que, apesar da poética de efeitos fotográficos, a composição sistemática de cada imagem, a solidão de sua linguagem, consegue transcender um papel fundamental no desenvolvimento da arte contemporânea. SEM TÍTULO Fotografia 240 x 100cm Além de ter integrado diversas edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, participou, em 2013/2014, na Espanha, de exposição de fotografia no Centro de Artes Contemporânea de Burgos; da Exposição Internacional de Arte Postal, da Facultad de Bellas Artes da Universidad de Granada; e da exposição Yo Expongo em El Reina, em Madrid. 68 LENÇÓIS COMISSÃO DE PREMIAÇÃO LAÍS GUEDES De Salvador (BA) Artista visual. “Fomentar e descentralizar são verbos conjugados na ação dos Salões de Artes Visuais da Bahia. Mais que descentralizar: criar centros outros, circuitos, compor redes. É nesta possibilidade que vibra meu contentamento em participar deste projeto. Esta potência se dá pelo encontro, pela troca, pelo afeto. O processo de montagem, a relação com as pessoas envolvidas no Salão, com a cidade e seus habitantes – o que não cabe neste catálogo é, para mim, a potência que transborda; reverberação insondável. A premiação tem sua importância em reconhecimento e estímulo à pesquisa – ainda mais em um contexto como o nosso em que as dificuldades de se viver com arte são inegáveis. Me incomoda, contudo, um caráter de competição que percebo de maneira geral no campo das artes. Uma sede por ocupar lugares legitimados, preencher papéis com dados, números, ser “mais”. Minha inquietação não encontra respostas em escalas macro. E nem é extremista a ponto de negar a potência destes espaços. Minha inquietação apenas deseja que esse campo sensível da arte não seja aliado do po- der. E, para tal, o exercício constante que cabe a cada um de nós em políticas de cotidiano, de afeto; em fazer verdadeiramente pela experiência e não apenas mirando títulos, visibilidade. Enfim, exponho aqui um pouco das questões com as quais tenho me deparado e cuja experiência em compor a comissão de premiação me possibilitou perceber a partir de outro ponto. Sigamos tecendo e reflexionando. Sou grata à FUNCEB pelo convite.“ ou participante, deixando a difícil posição de avaliador (já que tradicionalmente o Salão oferece premiação) menos incômoda. Há a satisfação de ver a alegria que os artistas demonstram ao verem reconhecidas suas trajetórias, investimentos e dedicação no corpo de seus trabalhos. Estar presente, ter contato com as obras, os artistas e poder dialogar sobre a produção apresentada deixou o trabalho mais verdadeiro e direto.” MAURÍCIO ADINOLFI SUZY BRASIL De São Paulo (SP) De Lençóis (BA) Artista plástico. Tem licenciatura plena em Arte Educação pela Universidade Federal de Pernambuco e é especialista em Arte Educação – Pós Graduação pela Universidade Federal da Bahia. “A experiência de integrar a comissão de premiação foi instigante por proporcionar conhecer pesquisas e trabalhos de uma outra região geográfica, percebendo diferenças e aproximações entre assuntos e poéticas individuais. É também uma forma de acompanhar percursos e escolhas, desenvolvendo uma estrutura de pensamento que procure abarcar o momento histórico e as características próprias das ações de cada artista ou coletivo. Cargas d’água podemos ser surpreendidos por algum trabalho forte e potente, sutil e delicado; o que nos recoloca numa situação de observador “Ter participado da comissão de premiação do Salão de Artes Visuais em Lençóis foi uma experiência singular e um privilégio especial, principalmente por ser moradora da cidade e constatar a participação de artistas da região da Chapada Diamantina, com trabalhos afinados com a contemporaneidade artística. Acredito que a presença de integrantes da cidade num evento desse porte potencializa o movimento artístico no interior, estimulando para além das artes visuais.” 73 CECÍLIA TAMPLENIZZA Salvador [email protected] ASTROZOOFILI Videoarte Duração: 10’ Vídeo realizado a partir da série de fotografias “sou terra”, iniciada em 2010, inspirada pelas águas da Chapada Diamantina. Uma vez na cidade, as fotografias originais tomaram um novo significado e serviram de base para a criação de seres fantásticos, irreconhecíveis, que evocam astros e planetas, animais e vegetais. Doutoranda e mestre pelo Programa Multidisciplinar em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Graduada em Comunicação Audiovisual na Espanha e em Ciências Humanas para a Comunicação na Itália. É fotógrafa, trabalha com produção de artes visuais e cinema, realização e pós-produção de vídeo. Participou de exposições coletivas na Itália (Photofestival Milano 2012 e 2013, Artintent 2013) e no Brasil (Circuito das Artes Salvador 2014, Bienal do Recôncavo 2012). Em Salvador, realizou exposições com o pintor Anderson Santos, na Galeria Cañizares, em 2011 e 2013; na Galeria ACBEU, em 2011; e na Galeria Luiz Fernando Landeiro, em 2014. Em 2013, os dois foram premiados no Edital Portas Abertas para as Artes Visuais da FUNCEB. Membro de Boardilla, revista e rede de divulgação de artes visuais, projeto premiado em 2013 no Edital Setorial de Artes Visuais da FUNCEB. 74 CIANE FERNANDES Lençóis [email protected] EVOCA(N)ÇÕES Performance Duração: 8’ A proposta se inspira no palácio dos ventos em cidade turística do Rajastão (com suas janelas/telas para proteção das esposas reclusas), para transmutar a violência doméstica, a crescente poluição sonora e a especulação imobiliária desenfreada na idílica cidade de Lençóis. A performer critica também a imagem de uma feminilidade etérea, enquanto canta trechos de canções clássicas (referência a sons sutis emitidos pelas plantas em frequência inaudível aos humanos). Vestida em traje típico do Rajastão, com sarees amarrados à cintura, dos quais se despe e pendura em cada janela ao conseguir passar. Enquanto isso, na parede de 4 metros acima do muro e incluindo a performer, são projetadas imagens de performance em meio a galhos cortados e folhas secas. Performer desde 1992, já se apresentou em várias cidades brasileiras, Itália, Índia, EUA, Portugal e Alemanha. Professora da Escola de Teatro e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Licenciada em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília; M.A. e PH.D. em Artes & Humanidades / Artes Cênicas pela New York University. Analista de movimento pelo Aban/Bartenieff Institute of Movement Studies, de onde é pesquisadora associada. Pós-doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA. Em 1998, fundou o A-feto GDT-UFBA, que, desde então, vem desenvolvendo pesquisas inter-artísticas em performance. Recentemente atualizado para Coletivo A-feto, o grupo vem desenvolvendo performances ecológicas desde 2010. 75 CRISTINA DAMASCENO Salvador [email protected] As imagens foram feitas inicialmente com o propósito informativo. Fotografias feitas com o caráter jornalístico que ilustraram revistas e jornais, especializados em teatro, na Alemanha. Carregadas de elementos estéticos, essas imagens foram recortadas, combinadas, pintadas e coladas em materiais recicláveis, passando por uma composição poética e redescobrindo outras possibilidades de expressão. O processo criativo se ancora em conceitos contemporâneos, onde parte do objeto já existe, materializado em outro contexto e circunstâncias. Utiliza imagens já existentes, retrabalhando-as, acreditando ser mais significativo do que fazer novas imagens. As fotografias já existentes não representam apenas partes de nossas realidades, elas são realidades. Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Fotografia Técnica pela Staatliche Fachschule Für Optik und Fototechnik, Berlim. Leciona fotografia e desenvolve pesquisa sobre a história da fotorreportagem na Bahia. Coordenou o setor de fotografia na Werstatt Derkulturen e Jugend im Museum ev. Fotografou peças e espetáculos para o Hebbel Theater, em Berlim, e para revistas e jornais alemães. 76 ACONCHEGO Colagem em papel com fotografias e pintura 40 x 44cm DEVARNIER HEMBADOOM APOEMA Simões Filho [email protected] TROUXA DE MULHER-DAMA POSTA PRA FORA DO RECINTO DE TRABALHO SEM DIREITO A NADA... Objeto 100 x 50 x 30cm Esta obra/objeto em formato de trouxa arranjada com máxima brevidade imprevista e indesejada foi criada a partir da história contada pela mulher de programa que utiliza o pseudônimo de Joana, que revelou para este artista que, numa noite de trabalho, fora sumariamente posta para fora, apenas com uma trouxa feita de lençol, pelo dono do lupanar, em razão de uma queixa que um cliente fizera da mesma. A importância desta obra reside no seu trato de modo artístico e incisivo com questões sociais atuais e, ainda hoje, extremamente controversas e polêmicas, a exemplo da prostituição e do tráfico de seres humanos, tanto no âmbito regional, quanto no âmbito mundial. Formado em Desenho Arquitetônico, é graduado em Artes Plásticas, mestre em Artes Visuais e aluno especial do doutorado, todos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desenvolve uma pesquisa plástico-imagética com a figura humana, sobretudo com o corpo modificado, utilizando diversos meios técnicos e linguagens, isolados e agregados entre si: pinturas, desenhos, fotografias, cartazes, artes postais, artes digitais, gravura, músicas, vídeos e outras experimentações. Realizou mais de 95 exposições de arte, em países como Itália, Espanha e Bulgária. No Brasil, expôs em diversos espaços de varias cidades. Recebeu prêmios e menções na 9ª Bienal do Recôncavo – Menção Especial (2008); Universidarte III – Prêmio (2003); XVIII Salão de Feira de Santana – Prêmio (2007); e Mostra de Arte Zumbi dos Palmares – Menção Honrosa (1996). 77 DMITRI DE IGATU Salvador [email protected] O trabalho retrata uma cena da feira da antiga XiqueXique de Igatu, uma pequena vila hoje conhecida por suas ruínas e história. A fotografia foi encontrada durante uma pesquisa no acervo público de Lençóis e é datada de aproximadamente 1920, quando Xique-Xique de Igatu tinha cerca de 9 mil habitantes. Atualmente, conta com cerca de 400 habitantes apenas. Pintura feita toda em preto e branco propõe resgatar e valorizar a memória da cultura garimpeira na região da Chapada Diamantina, que, outrora, foi uma das mais importantes do interior da Bahia, e que por sua vez deu origem a vilas e cidades da região. Participa de exposições coletivas desde 2008, a exemplo da coletiva de alunos das oficinas de arte do Museu de Arte Moderna da Bahia (BA), 2011; Coletiva na Casa de Cultura de Andaraí (BA), 2009; e Cores da Chapada: Restaurante Flor de Mamão (SP), Restaurante Folha Seca (PR) e Brasil Mestiço (RJ), 2008. Realizou murais e intervenções urbanas na Avenida Bonocô e no bairro de Rio das Pedras, em Salvador, dentre outros. MEMÓRIAS DA CHAPADA DIAMANTINA Acrílica sobre tela 200 x 240cm 78 FÉLIX CAETANNO Salvador [email protected] “Construto” faz parte de um conjunto de esculturas que resulta de uma pesquisa artística fundamentada na reutilização da matéria bruta descartada pela construção civil, concretudes impregnadas da memória de espaços que um dia foram imaginados, construídos e habitados pelo homem, e cuja deterioração também faz pensar na vulnerabilidade humana, nos processos de transformações nas vidas de pessoas e cidades e nas mazelas destas cidades na contemporaneidade. Composta de tijolos e vergalhões amalgamados por cimento, a escultura tráz os conceitos de unidade, proximidade, solidez e pertencimento, como também distanciamento, horizontalidade e verticalidade, sentidos que nos fundamentam, nos tornando uno, semelhantes e ao mesmo tempo distintos na vulnerável concretude. CONSTRUTO Escultura 23 x 40 x 24cm Artista visual graduado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua pesquisa artística versa sobre a reutilização de materiais descartados para criar esculturas, instalações, pintura e tapeçaria em plástico, sua mais recente investigação, chamando atenção para os ciclos viciosos que alteram de forma negativa a naturalidade do ambiente. Com a reinserção desses materiais ao nosso convívio, apropriados de valor artístico, objetiva que nos confrontemos com nossos excessos e imediatismos. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2005. 79 FLÁVIO LOPES Salvador [email protected] Livremente inspirada na obra “Navio Negreiro”, de William Turner, “Réquiem para William Turner” revisita os horrores da escravidão através da história do navio negreiro Zong. Em 1783, uma doença espalhou-se pelos porões da embarcação. Como o seguro cobria mortes no mar, mas não escravos vitimados por doenças, o capitão do navio seleciona os escravos com sintomas da doença e joga-os, acorrentados, ao mar; 132 pessoas morrem afogadas. Re/escritura estética da memória do fenômeno da diáspora, re/ elaboração simbólica da percepção da presença da civilização africana na constituição da identidade brasileira, apoiada em fontes visuais, “Réquiem para Willian Turner” dialoga com a historiografia oficial das artes visuais. RÉQUIEM PARA WILLIAM TURNER Videoarte Duração: 9’ 15” Artista visual, VJ e curador, Flávio Lopes participou dos eventos: 3ª Bienal da Bahia; Circuito de Arte Triangulações, no MAMAM de Recife e no Museu Nacional de Brasília; II Trienal de Luanda, Angola; VI, VII, VIII e XI Bienal do Recôncavo; XV Festival Internacional de Arte Eletrônica Videobrasil; Festival Internacional de Cinema e Vídeo Mix Brasil; Prêmio Braskem; Prêmio Matilde Matos; Exp. “Terceira Ponte” na Galeria SoSo, SP. Realizou curadorias para: IV, V e VI Festival Internacional de Cinema e Audiovisual CineFuturo; mostra Limiares da Imagem: Videoarte na Bahia, para a FUNCEB; Exposição 130 Anos da Escola de Belas Artes da UFBA; mostra Videorama: Panorama de Videoarte na Bahia; III SEMCINE; I Circuito de Arte Eletrônica da Bahia Empuxo. Integrou a comissão de seleção e premiação da IX Bienal do Recôncavo e do XIII Festival Nacional 5 Minutos. Como VJ, realizou ações comissionadas na: Galeria Cañizares; no Festival Internacional de Música e Cultura Digital DIGITÁLIA; no IV SEMCINE; no XI e XII Festival Nacional 5 Minutos; no Seminário Internacional de Cibercultura. É VJ residente da JAM no MAM desde 2010 e está finalizando o filme “Breviário do Horror”, seu primeiro documentário de longa-metragem. 80 JÔ FÉLIX Salvador [email protected] As fotografias da série “Interstício” revelam uma significativa apreensão de um momento em que se impõe uma fenda, um espaço entre as estruturas que parecem precárias, mas são majestosas e secretas e elaboradas por um ente desconhecido e superior. Nestes espaços que escapam e se mostram quando o estado de contemplação atua, está o segredo que liga o humano ao natural. É neste intervalo que se revela o substrato do ser e permite a quem contempla a surpresa e o sentimento de pertencimento a estas estruturas. Artista visual, se dedica a pesquisa artístico-acadêmica, tendo como poética a representação e simulação do corpo no campo do erotismo e pornografia, atuando nas linguagens visuais da pintura, fotografia, instalação, ação artística e intervenção urbana. Realizou as exposições individuais “Corpo em Evidência” na Galeria Cañizares, em Salvador (BA), 2008; e “Corporeidades”, no Centro de Cultura de Valença (BA). Participou de diversas exposições coletivas na Bahia, tais como Circuito das Artes 2012 e 2014, Circuito Triangulações 2013 e várias edições da Bienal do Recôncavo. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2008. INTERSTÍCIO Fotografia 80 x 140cm 81 JOSÉ ARCANJO Feira de Santana [email protected] Fitas adesivas e caneta para retroprojetor sobre sacolas plásticas. O trabalho retrata a expansão da malha urbana do bairro onde o artista reside em Feira de Santana, registrada ao longo de duas décadas, através das caminhadas diárias com os cães da família. PASSEIOS COM OS CÃES Instalação 100 x 100cm 82 Mestre em Desenho, Cultura e Interatividade pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Participou da Bienal do Recôncavo em 1995, 1998 e 2012, do VIII Salão Latino-americano de Artes Plásticas de Santa Maria (RS), 1998, e de diversas edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, desde 1993. LAÉRCIO FONTEVIVA Seabra [email protected] VILA ASA BRANCA Acrílica sobre painel mdf 110 x 110cm Considera-se um discípulo de Babalu, de quem era grande amigo e admirador. Foi acompanhando o trabalho desse artista que assimilou a técnica de pintura e começou praticar, em 2009, o que define como “babaluismo”. Com uma identidade própria, passa para telas, telhas, lajotas de barro e painéis de mdf a lição deixada por seu amigo-mestre. Entre os anos de 1999 e 2007, foi produtor, assessor artístico, agente e assistente de ateliê de J. Cunha e Babalu. Em 2013, sem abandonar as tintas e os pincéis, transferiu a sua expressão artística para o meio digital. Um resultado desse trabalho é “Alegria!”, uma exposição virtual exibida em uma galeria virtual criada por ele, sob o domínio www.expoalegria.art.br. A princípio, “Vila Asa Branca” é uma homenagem ao grande amigo e mentor artístico Babalu. Nesse trabalho, o artista faz uma releitura de uma das texturas muito utilizadas pelo seu mestre, os telhados, brinca com as formas, cores e volumes, usando a tinta acrílica. A vista do casario é de cima – ao mesmo tempo que parece flutuar no infinito, toca a terra, qual uma ponte entre os mundos. A descentralização na pintura sugere o desencontro ou a tentativa do alinhamento entre os mundos físico e espiritual, ou simplesmente entre céu e terra. A concavidade do painel mdf incita a curvatura do globo terrestre. 83 LETÍCIA LAXON (TISH) Salvador [email protected] A polissemia da palavra “veado” é ponto central da instalação. A obra se constrói a partir de reminiscências relacionadas à experimentação da sexualidade num contexto heteronormativo. Articula, num mesmo espaço, uma fotografia, um espelho e alguns desenhos feitos ao longo de um período. O todo fala sobre cortes nos laços entre filho e pais. A importância de uma abordagem da homossexualidade pelo viés do afeto e de uma resposta poética a uma questão política situa a obra em um lugar de relevância na análise de nosso tecido e comportamento social, através da arte. Pastel seco, hidrocor, nanquim, giz de cera e aquarela. FILHO VEADO Instalação 60 x 30 x 70cm 84 Formada em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Há alguns anos, começou a se dedicar às artes visuais, de forma autodidata. Tem trabalhos em desenho, arte de rua, animação e instalação. O processo de criação é para ela silêncio para se escutar. Para rememorar. Utiliza materiais de forma não tradicional, experimentando e criando sua técnica a partir da própria prática e da observação das obras de artistas que admira. MARCIO JUNQUEIRA Feira de Santana [email protected] A exposição partia do poema homônimo de Frank O’Hara e, levando em consideração os procedimentos utilizados na tradução do poema para o português (realizada pelo poeta Ricardo Domeneck), articulava outras possíveis traduções em termos de linguagem e sentido. O livro de artista tenta emular o eu-lírico do poema, na construção de uma narrativa com fragmentos de textos, desenhos, recortes e anexos. No MP3: sete canções de amor, gravadas por divas do jazz (Maxine Sullivan, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Julie London e Nina Simone) entre os anos 1930 e 50, funcionam como trilha sonora da narrativa. Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). A partir de 2005, começa a desenvolver trabalhos, em diversos suportes, sobre questões como subjetividade, homoerotismo, escritas de si e autoficção. Editou em 2009 a revista de número único Bliss (7letras/RJ), que alguns anos depois geraria o projeto multimídia (eventos performáticos, seminários, blog, revista-disco) Bliss Não Tem Bis. Entre os projetos que participou/colaborou, destacam-se: Múltiplo#5: Exposição de Arte Impressa (CCSP, São Paulo, 2013); Tomar Coca-Cola com Você (Cuca, Feira de Santana, 2012; Galeria ACBEU, Salvador, 2013); Universidade de Verão (Rio de Janeiro, 2013); XI Bienal do Recôncavo (São Félix, 2012). DEVOCIONAL Objeto 10 x 12cm 85 MARCO ANTONIO DE FERREIRA Lençóis [email protected] A escultura vem de uma família de cinco peças, uma série. De maneira abstrata, o artista tentou materializar uma ideia de algo que representasse a materialidade, algo efêmero, etéreo. Relativo ao fogo. IGNESCÊNCIA Chapas de ferro e sucata soldadas 300 x 30cm Autodidata, participou de várias exposições, coletivas e individuais, em Igatu (Chapa Diamantina), Piracicaba (SP), Museu de Arte Moderna de Campinas (SP), Mapa Cultural Paulista no Memorial da América Latina (SP), Bienal do Recôncavo (BA), entre outras. 86 MICHELLE MATTIUZZI Salvador [email protected] A ação é: pinte-se de branco. A partir da provocação dos artistas Sara Panamby e Filipe Espíndola, a artista se apropria da cor branca e compõe uma ação em performance arte. É um fragmento de um gesto mínimo, um ruído constante que incomoda e marca o tempo de repetir. O tempo passa, enquanto a ação continua repetir, repetir, repetir. O corpo fica branco, a máscara alva. O gesto vai ganhando sentido intensamente, até se multiplicar. MERCI BEAUCOUP, BLANCO Performance Duração: 10’ Ex-bancária, ex-recepcionista, ex-operadora de telemarketing, ex-auxiliar de serviços gerais, ex-dançarina, ex-mulher, ex-atendente de corretora de seguros, ex-aluna PUC-SP, ex-mestranda do PPG-Dança/UFBA. Atualmente é musa, performer e colaboradora dos coletivos Gia (BA) e Opavivará (RJ). 87 PABLO LUCENA Salvador [email protected] PONTO TURÍSTICO Nº 01 Instalação 300 x 200 x 150cm Instalação composta por um vídeo e seis fotografias de 40 x 25cm. Cansado dos problemas típicos de uma grande cidade como Salvador, o artista se mudou para Lençóis e abriu uma pequena loja de arte ao lado de dois bares no centro da cidade. De dentro da loja, teve a oportunidade de ouvir as conversas daquelas pessoas, percebendo o quanto elas eram interessantes. Aquelas conversas revelavam aspectos culturais, comportamentais, sociais, pequenas histórias dos que se encontravam na base daquela sociedade. Um devir alcoólico, uma tragicomédia que traz à tona conflitos, desejos, normatizações, pequenas subversões, fragmentos que dizem muito sobre o povo da cidade e seu passado. Passou a anotar diariamente o que achava interessante e inseriu parte dessas anotações no vídeo, relacionando o conteúdo das conversas com as imagens, criando uma espécie de “memória” do lugar. Graduado em Design pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), frequentou as oficinas de artes visuais do Museu de Arte Moderna da Bahia até 2003. Desde 2004, tem sido selecionado em bienais e salões de arte, com destaque para o 12º Salão Nacional de Artes Visuais de Itajaí (SC – 2010) e premiações nos Salões de Artes Visuais da Bahia. Mestre em Artes visuais pela UFBA. 88 ROBERTA NASCIMENTO Salvador [email protected] MELANCOLIA, OBRIGADA LARS VON TRIER... Performance Instalação 200 x 400cm Em tempos de “ditadura da felicidade”, respeitar e autorizar o direito à melancolia nossa de cada dia é uma forma de resistência, uma espécie de libertação à condição humana. O tal “direito à felicidade”, que se tornou uma crença partilhada tanto por religiosos quanto por ateus na nossa época, talvez seja o motivo real de considerável sofrimento. Se a felicidade é um direito, o que fazer ao sentir tristeza, angústia, decepção, medo, ansiedade, frustração? Tais sentimentos são vistos como anomalias que devem ser combatidas. O que sempre pertenceu à condição humana passa a ser uma doença – e como doença deve ser tratada, em geral com medicamentos. Deixamos de interrogar os porquês e passamos a calar algo que, ao ser visto como patologia, deve ser “curado”, porque não faz parte de nós. E haja terapia para viver na contemporaneidade! A obra é inspirada no filme de Lars Von Trier, “Melancholia”, no qual o fim do mundo é tratado de maneira sublime e suave. Em “Melancolia, obrigada Lars Von Trier...”, o tema levantado é o direito de ser, talvez, melancólico, sem pesos maiores. Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Dentro da academia, participa de diversos grupos de pesquisa, não só na Escola de Teatro como na Escola de Dança, onde seu interesse maior é explorar as possibilidades e limites do corpo, se aprofundando no universo do Teatro Físico e da exaustão. Em 2008, se torna uma pesquisadora do Pibic e se depara com o Teatro Pós-Dramático, expandindo assim ainda mais suas possibilidades artísticas. Em paralelo com atuações em espetáculos teatrais, estimulada pelas suas pesquisas, explora o universo da performance, cativada pela liberdade de tratar temas que realmente lhe incomodam. É em 2010 que de fato se descobre uma artista performática, percebendo um campo fértil para explorar os limites de seu corpo como ferramenta para chegar a estados catárticos. 89 UIRÁ MENESES E JONATA FERREIRA Lençóis [email protected] O título advém de três aspectos: a fusão entre corpo e ambiente durante as performances filmadas sem câmera man; as torções realizadas pela performer; as inúmeras versões criadas e recriadas a partir das filmagens, recortes, observações e recepção, gerando imersões e variações ad infinitum. Esta performatividade reside em perpetuar a dinâmica inerente e constituinte da performance documentada sem camera man. Na performance do videoartista que videocoreografou as imagens contínuas, na performance do videoespectador, na performance da videoarte na galeria, na performance da câmera parada que filmou a primeira performance. Todas essas instâncias se sobrepõem no espaçotempo quântico numa composição de videoarte performativa. 90 IM(V)ERSÕES CORPO AMBIENTE Videoarte Duração: 8’ Uirá Meneses estudou pintura clássica em Turim (David Bianco) e Linguagem de Computadores em Salvador (Unifacs). De 2003 a 2006, trabalhou com cinema e produção cultural na França, Itália, Suíça e Dinamarca. Em 2006, fixou-se no Brasil e criou a Duas Luas Filmes, em Lençóis, Chapada Diamantina, enfatizando a direção e realização de filmes e documentários. Desde 2008, é diretor-fundador do Instituto Mandassaya, em associação com o Cineclube Orlando Senna. BARREIRAS COMISSÃO DE PREMIAÇÃO ANGELA SAWATZKY De Curitiba (PR), vive em São Desidério (BA) Artista plástica e professora de artes da educação infantil ao ensino médio. “Participar da comissão do primeiro Salão de Artes Visuais na cidade de Barreiras foi realmente uma experiência única. Não é fácil julgar obras de arte, cujas técnicas são diferentes e a qualidade cultural é intensa. Os sentimentos ali depositados de cada artista são diversificados e, com todas as informações, tanto da obra quanto do artista expostos para a comissão, é difícil decidir por que uma obra merece premiação ou menção e outra, não. Além disso, cada um dos três participantes da comissão tem a sua opinião e os seus conceitos e critérios sobre arte e essa divergência torna a decisão mais complexa. Com o envolvimento na comissão, percebe-se como são os bastidores de um evento desse porte, tudo que está ao seu redor e que não é por acaso que as obras selecionadas estavam expostas, mas sim, tem todo um trabalho que muitos não enxergam e talvez ainda critiquem. Enfim, as obras premiadas e mencionadas mereciam esse posto, assim como havia outras com tamanha qualifica- ção, merecedoras de premiação, mas para isso servem as comissões, para poder observar cada detalhe e chegar a um consenso democrático e decisivo. Conhecer e me relacionar com os integrantes da comissão, assim como com os artistas, favoreceram o crescimento pessoal e profissional, trazendo diversidade cultural, dignidade e respeito.” CAMILA SOATO De Brasília (DF), vive em São Paulo (SP) Artista plástica. “Ao entrar no espaço expositivo, percebi o quão árdua seria a tarefa de escolher entre tantos artistas apenas três premiados. A potência das obras e as provocações suscitadas desembocaram em reflexões e discussões frutíferas sobre o panorama dxs ditxs novíssimos artistas contemporânexs brasileirxs. Não só pela qualidade incrível dos trabalhos e o frescor de problematizações sobre o contexto atual, mas muito pelo fortalecimento e elogio às potências poéticas regionais. Era possível entrar no universo de cada trabalho, desde estourar balões a se fantasiar com memórias intimas da avó. Instigada por sensações inauditas e combinações ousadas entre elementos íntimos, sociais e culturas, ficou nítida a difusão e o incentivo à produção artística que os Salões de Artes Visuais da Bahia vêm propagando. Nesse momento, percebi que apesar de ter de indicar apenas três artistas ao prêmio, todos que estavam ali já eram contemplados, assim como o público e a cena cultural, acredito que não só da Bahia, mas como de todo Brasil, principalmente pelas conexões e intercâmbios de diferentes cidades e contextos. Na verdade, o grande prêmio foi o meu, ao poder participar e ter contato com os trabalhos e contextos dos colegas artistas que ali estavam para trocar experiências e boas conversas sobre os rumos da produção artística brasileira atual. Aqui deixo o meu agradecimento a toda equipe de montagem, produção, coordenação, iluminação, ao pessoal da limpeza, aos artistas e colegas do júri.” 95 EVANDRO SYBINE De São Paulo (SP), vive em Salvador (BA) Professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e das Oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia. “Tive a oportunidade de vivenciar, em 2014, os Salões de Artes Visuais da Bahia – Edição Barreiras na condição de participante da comissão de premiação. Foi uma grande experiência. No ato de ser acolhido pelo evento, que tive o prazer de acompanhar sua origem e desenvolvimento, e, ainda, participando em várias fases, senti, desta vez, a responsabilidade que é escolher as obras premiadas. Percebo que o conjunto de artistas selecionados para a edição de Barreiras foi agraciado inicialmente, por inaugurar uma nova etapa dos Salões no oeste baiano. Destaco a organização pela inovação na escolha do espaço expositivo, revitalizando a vida cultural de Barreiras ao reestruturar um antigo mercado local, espaço histórico da cidade. Os Salões de Artes Visuais da Bahia têm de continuar crescendo e avançando, porque sua trajetória é um marco pela transformação do cenário artístico baiano, revelando artistas e divulgando a produção atual, valorizando sempre as artes visuais do nosso estado.” 96 SEU NÊGO Dilson Dias de Almeida, mais conhecido como Seu Nêgo ou Mestre Nêgo, tem 73 anos de idade e é artista visual de Barreiras, respeitado pela população da cidade. Ele trabalha com esculturas em madeira, pedra, sementes, dentre outros materiais. As portas do seu ateliê ficam fechadas durante o dia, mas basta chamar pela janela que ele mesmo vai atender. Nascido na Caatinguinha, em Senhor do Bonfim, Seu Nêgo aprendeu a fazer arte desde os oito anos de idade, construindo presépios de Natal na sua cidade e em Juazeiro, onde morou por alguns anos, vendendo os trabalhos nas feiras locais. Um conjunto de obras deste artista popular foi integrado à exposição do Salão de Artes Visuais da Bahia em Barreiras. 97 ALLAN LUSTTOSA Salvador [email protected] CORES DA CAATINGA Fotografia 150 x 50cm O que se apresenta é um olhar que se transforma e deseja mostrar através de uma luz como se fosse visível aos olhos de poucos, para não tornar o registro fotográfico que reforce estereótipos. O artista fotografa indagando se o enigma da construção imagética do sertão está associado à inferioridade pelo fator climático, ou é do humano que tem sido mal sucedido na relação com a natureza do sertão ou nas relações sociopolíticas? Uma proposta que reforça o debate contemporâneo sobre a diversidade cultural, ajudando a desconstruir visões estereotipadas e percepções equivocadas que consequentemente expõem uma visão reducionista sobre o lugar, em situações carregadas de estereótipos e como verdade única em imagens que persistem na consciência coletiva. Alia a fotografia à militância social, à cultura e à religiosidade popular, fio condutor de seu trabalho. Em 2013, participou das exposições coletivas “Nlà Ijogum (Grande Herança)”, que retrata fragmentos da cultura afrodescendente através das festas populares da Bahia; e “Biomas em Diálogos – Imagens e Atos”, que revela povos e biomas em sua diversidade de beleza, força cultural, religiosa e ambiental na Bahia e Sergipe. 98 ARTHUR SCOVINO Salvador [email protected] “Nhanderudson” é um heterônimo criado em 2005 para sites de fotografia e redes sociais. Desde então, o artista compartilha autorretratos e outras imagens que revelam, de forma provocativa, um possível tensionamento entre as identidades indígenas e europeias. Inspirado na canção “Um índio”, de Caetano Veloso, “Nhanderudson numa velocidade estonteante” é o índio que volta, tranquilo e infalível, numa estrela colorida e brilhante. Com a morte nos braços, numa terra futura onde o ar já não se respira. Poderia ser um grito de vingança, mas é apenas uma aparição que faz dizer assim de um modo explícito o que sempre terá sido o óbvio. Desenvolve pesquisas artísticas em torno do ambiente, da cultura e das relações afetivas e sociais na Bahia, sobretudo em Salvador. Trabalha com performance, instalação, fotografia, vídeo e desenho. Investiga estética e pensamento artísticos contemporâneos através de ações performáticas e relacionais. Participou de mostras de performances, exposições individuais e coletivas. Atualmente, investiga símbolos do imaginário religioso e da miscigenação brasileira. NHANDERUDSON Fotografia 70 x 100cm 99 BERNARDO OLIVEIRA Salvador [email protected] As fotografias intituladas “Como nascem as nuvens?” nascem a partir da reflexão significativa do livro “Introdução à análise da imagem”, de Martine Jolly. Apresenta a evocação e abrangência das coisas, o representar as formas como a grandeza e a sutileza do tempo. De forma simples, a obra representa aquilo que está realmente no presente ou nas lembranças do passado, nas quais não conseguirmos passar através de um resultado, mas que estão presentes como parte de nós. Assim, o trabalho trata da busca, da espera, do ser para com si, entender e conceber o momento íntimo das coisas, mediante as coisas que nascem consigo mesmas, as gotas, o cinzento, a espera... cinzenta, branco e preto, nada nasce. Artista visual, pesquisador. Cursa Licenciatura em Desenho e Plástica, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). No Museu de Arte Contemporânea, Feira de Santana, participou de oficinas de qualificação e reflexões contemporâneas. Participou de exposições coletivas nesta mesma cidade. COMO NASCEM AS NUVENS? Fotografia 40 x 30cm 100 CARMEM COLUMNA Salvador [email protected] Segundo a artista, suas obras são bonitas e feias, imponentes, chocam quem as olham, são o que os olhos quiserem ver. A autora vê amor e alegria a cada obra, e muita felicidade por passar emoção para elas, consideradas únicas, infinitas no amor e paixão. ESPERANDO A OUTRA VIDA DA SÉRIE DEPRESSÃO Litogravura em preto e branco 40 x 30cm Formação autodidata. Fez diversos cursos de formação no Museu de Arte Moderna da Bahia: litografia, gravura metal, xilogravura, em 2012. Neste ano, foi selecionada para a Bienal do Recôncavo da Bahia e, em 2013, para o Circuito das Artes. Apresentou exposições individuais, em 2014, no Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador (BA). Tem obra no acervo A Coruña IX Premio Internacional de Arte Gráfica Jesús Núñez, Espanha. 101 CECÍLIA TAMPLENIZZA Salvador [email protected] “Astrozoofili”, inspirada pelas águas da Chapada Diamantina. Uma vez na cidade de Lençóis, as fotografias originais tomaram um novo significado e serviram de base para a criação de seres fantásticos, irreconhecíveis, que evocam astros e planetas, animais e vegetais. Doutoranda e mestre pelo Programa Multidisciplinar em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Graduada em Comunicação Audiovisual na Espanha e em Ciências Humanas para a Comunicação na Itália. É fotógrafa, trabalha com produção de artes visuais e cinema, realização e pós-produção de vídeo. Participou de exposições coletivas na Itália (Photofestival Milano 2012 e 2013, Artintent 2013) e no Brasil (Circuito das Artes Salvador 2014, Bienal do Recôncavo 2012). Em Salvador, realizou exposições com o pintor Anderson Santos, na Galeria Cañizares, em 2011 e 2013; na Galeria ACBEU, em 2011; e na Galeria Luiz Fernando Landeiro, em 2014. Em 2013, os dois foram premiados no Edital Portas Abertas para as Artes Visuais da FUNCEB. Membro de Boardilla, revista e rede de divulgação de artes visuais, projeto premiado em 2013 no Edital Setorial de Artes Visuais da FUNCEB. SÉRIE ASTROZOOFILI Fotografia 60 x 30cm 102 ERIVAN MORAIS Salvador [email protected] Trata-se de cena que se repete, tendo como fundo um casarão de estilo colonial, localizado no Monte Serrat, na Cidade Baixa, em Salvador. Nessa cena, um gari ouve arrocha, atravessando o calçadão, puxando o seu carro de mão, empunhando uma pá e uma vassoura de grama. A repetição e a diluição do personagem no ambiente é parte de uma estratégia para tocar o observador. Sempre se espera que algo de novo aconteça quando se observa um vídeo, muitos ficam esperando que o final desvende uma trama e exponha a intenção do autor, algo como um final brilhante. Mas esse vídeo de arte se expõe repetidamente até o seu final, propositadamente, dissolve e sobrepõe o personagem visibilizando esse ser invisível. É mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Fez residência artística internacional, na Academia de Belas Artes de Haia, na Holanda, em 2010. Participou das mostras coletivas “Castro Alves”, da Casa de Castro Alves (BA), e “Sem Licença para a Mobilidade Urbana”, da Galeria Sem Licença (PR), em 2014 e 2013, respectivamente. IN VISIBILIDADE Videoarte Duração: 5’30” 103 FÁBIO DUARTE Salvador [email protected] SÉRIE SALVADOR Fotografia 80 x 40cm Trabalha como fotógrafo em produções teatrais e cinematográficas desde 1999, ano também de ingresso no curso de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 2002 e 2003, aprofundou seus estudos em Performance na Universidad Politécnica de Valencia, Espanha. É bacharel em Cinema pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro (2010). Faz uso da linguagem cinematográfica, do vídeo, da fotografia, e da performance para falar de questões existências e espirituais na contemporaneidade. Participa ativamente de salões, bienais e mostras a partir do ano 2000, a exemplo da 3ª Bienal da Bahia. Recebeu Prêmio Aquisição na VIII Bienal do Recôncavo em 2006 e uma menção honrosa na IX Bienal do Recôncavo, em 2008. 104 Nesse reencontro com sua terra, depois de um período de sete anos afastado, muita coisa interessou ao artista pela permanência ou impermanência, a percepção da ação do tempo sobre a cidade. Percebeu uma Salvador suja e descuidada, de pessoas amedrontadas, que não fazem questão de ver a rua, o espaço público como algo que lhe pertence. Há muitos locais esquecidos, onde não se pode passar, muitas pessoas à margem do poder público. Reúne o olhar do estrangeiro ao olhar de quem é daqui, sem querer faz paralelos do presente com o passado. Assim encontra uma cidade tecida pela vivência do “entrelugar”. Procura afirmar a identidade de sua gente, fazendo uma releitura de Salvador em tempos de Instagram, aplicativo de celular que permitiu fazer as fotos e compartilhá-las. FÉLIX CAETANNO TOTEM URBANO Ferro, cerâmica e madeira 23 x 195 x 9cm Salvador [email protected] A pesquisa se fundamenta na reutilização de refugos de construção civil para criar esculturas que são recortes de cidades, territórios onde vivemos nossas histórias, numa simbiose que nos leva a desaperceber esse lugar e o quanto somos um no outro. Imprime-se esse sentimento na carga e escalas, fidelizando volumetrias e silhuetas recortadas de arredores urbanos com sua calmaria e dos centros nervosos, onde paredes estão tão próximas que parecem sustentar umas às outras. E sustentam. Fragiliza-se essa interrelação expondo aquilo que “garante” sua condição de ser concreta, sua ossatura, e ela é exposta ao tempo. Sua concretude é vulnerabilizada, aproximando-a de nossa condição humana, ao mesmo tempo individual, coletiva e subjetiva. Artista visual graduado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua pesquisa artística versa sobre a reutilização de materiais descartados para criar esculturas, instalações, pintura e tapeçaria em plástico, sua mais recente investigação, chamando atenção para os ciclos viciosos que alteram de forma negativa a naturalidade do ambiente. Com a reinserção desses materiais ao nosso convívio, apropriados de valor artístico, objetiva que nos confrontemos com nossos excessos e imediatismos. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2005. 105 FLÁVIO MARZADRO Salvador [email protected] Esta obra busca discutir a esteticidade histórica de Barreiras e ajudar a desconstruir artefatos metafísicos da cultura colonial do Brasil que veem no outro mais valor do que em si mesmos. Esta transposição de valores, do estético, do belo, do artístico, para o outro, o estrangeiro, o de fora, foi um dos caminhos de construção do sujeito subalterno, cujo lugar foi o da não arte, do não belo, do não estético, do não valorativo, da não identitário. Com isto, Flavio Marzadro nos interroga sobre as posições de poder entre quem está socialmente autorizado a produzir arte e quem está socialmente autorizado a consumi-la. Fez isto deixando para a cidade um pedaço dela mesma. Artista italiano, radicado em Salvador, vive atualmente em Paris, com especial interesse sobre arte pública. Autor de mostras individuais em Salvador (“Memórias do Concílio de Trento: elementos de Micro-história”, em 2013, e “Sob os pés da Itália: nova arqueologia da cultura material urbana”, em 2011) e em Veneza (“Tra Il pubblico e il sacro nella Serenissima”, em 2012), tem integrado diferentes mostras coletivas, bem como realizado a curadoria de experiências de arte pública no Brasil e na Itália (Post Factum Ladeira da Montanha e Post-Factum Trento). Foi o artista convidado para o Mart-UP – Dia do Contemporâneo do Museu de Arte Contemporânea de Rovereto e Trento, na Itália, edição 2013. Em 2014, integrou a International Exhibition of Sculptures and Installations – Open 17, em Veneza, Itália, com a obra “Manuscritti”. 106 ARTE NO ESPAÇO PÚBLICO X ARTE COMO ESPAÇO PÚBLICO Intervenção urbana 200 x 150cm LETÍCIA LAXON (TISH) Salvador [email protected] A instalação associa desenhos e escritos sobre a superfície da porta do quarto da artista. Na parte interna da porta, há uma série de autorretratos e, do lado externo, três retratos da artista feitos por colaboradores. Funciona como metáfora para a abertura de uma intimidade transparente, que convoca a conhecer a artista de forma introspectiva, através de autoimagens alegóricas e ideias abstratas do eu. Do lado de fora, a imagem produzida pelo outro mimetiza o jogo social, onde a primeira impressão que fazemos é a partir de material próprio. A obra se justifica por invocar o poder transformador da arte: o confrontamento com o inusitado (desenhos diversos intitulados de autorretratos) faz com que a obra funcione como um instrumento modificador da consciência (sobre si, sobre o outro, sobre o mundo). Formada em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Há alguns anos, começou a se dedicar às artes visuais, de forma autodidata. Tem trabalhos em desenho, arte de rua, animação e instalação. O processo de criação é para ela silêncio para se escutar. Para rememorar. Utiliza materiais de forma não tradicional, experimentando e criando sua técnica a partir da própria prática e da observação das obras de artistas que admira. A PORTA Objeto 80 x 210 x 20cm 107 MAURÍCIO SANTIL Salvador [email protected] “Pessoas de Rocha” retrata, através de desenho e fotografia sobre papel cartão, personagens marcantes de filmes de Glauber Rocha. Mestrando em Processos Criativos nas Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com o projeto de pesquisa “Bicho-Homem, o desenho como proposição poética no espaço urbano”. Realizou residências artísticas e exposições na Austrália, Portugal e Espanha com o projeto “Espaço.Space”, que utiliza o desenho como comunicação visual para representar as semelhanças e diferenças entre a cultura brasileira e a cultura do país visitado. Ministra a oficina de quadrinhos “Mundo Novo”. PESSOAS DE ROCHA Ilustração e fotografia 100 x 150cm 108 MARIANA DAVID Salvador [email protected] PAISAGENS PARA MINHA AVÓ Fotografia digital 290 x 60 x 10cm “Paisagens para minha avó” é um trabalho onde a fotografia compõe uma narrativa fictícia a partir de um acontecimento particular na vida da artista: a morte de sua avó. Após a inesperada perda, a artista empreendeu uma imersão nos documentos, fotografias, diários e cartas deixadas pela avó, em um processo de seleção e herança marcado pela dor. Ao descobrir documentos nunca antes vistos e conhecer um outro lado da sua avó, a artista iniciou uma viagem de reconhecimento em busca de paisagens; numa tentativa de colecionar lugares que ela não poderia mais ver. A partir destas imagens, cartas foram escritas, estabelecendo um diálogo silencioso entre a neta e a ausência de sua avó. Na impossibilidade de obter respostas, a artista escreve e usa as fotografias para tentar compreender a paisagem inóspita que a cerca, bem como a sensação selvagem do quão irremediável é a morte. Fotógrafa, atualmente conclui mestrado em História da Arte Latinoamericana, na Universidad Nacional de San Martín (Argentina). Trabalha como fotógrafa e professora na área de História da Fotografia. Participou de exposições coletivas no Brasil, como o 9º Paraty em Foco – Festival Internacional de Fotografia (RJ); Circuito das Artes (BA); Perspectiva OlhaVê – Instituto Oi Futuro (MG); Festival deVERcidade – Instituto da Fotografia (CE). Também expôs na Argentina (Premio Bridgestone de Arte Emergente; Premio Itaú Cultural de Artes Visuales), no Uruguai (Fotograma – Encuentro Internacional de Fotografia) e Espanha (Documentales y Fotografias de América Latina – Fundación Comillas). Foi finalista do Premio Bridgestone de Arte Emergente (2013, Argentina) e do Premio Itaú Cultural de Artes Visuales (2014, Argentina). 109 MAYRA LINS Salvador [email protected] Neste projeto, a intervenção se dirige à natureza com a criação de jardins (lugar “dentro-fora”) efêmeros que acontecem no improviso do encontro entre a artista e a paisagem. O trabalho parte do exercício de experimentação e composição a partir dos arranjos dispostos originalmente no espaço. A fotografia, além de possibilitar o compartilhamento da obra, invisível e efêmera à sua maneira, é capaz de expandir o sentido da imagem, desdobrando o plano de registro e da representação através da potência da ação poética. 110 JARDINS TEMPORÁRIOS Fotografia digital 120 x 30cm Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua produção artística transita por diferentes suportes, como fotografia, vídeo, instalações e objetos. Em 2014, realizou sua primeira exposição individual, “Infinisso”, que inaugurou a Galeria do Jardim. Foi selecionada para a mostra internacional Taiwan International Video Art Exhibition e fez direção de arte do solo “Masturbatório”, de William Gomes. Em 2013, foi selecionada para a III Mostra de Performance – Imagem e Identidade. Participou do Circuito das Artes (2012 e 2013). Foi responsável pela fotografia do livro “Morde pra cima”, parceria entre Arto Lindsay e o grupo Capacete de Helmut Batista. Em 2012, fez a direção de arte do solo “Mulher Gigante” e esteve presente na XI Bienal do Recôncavo, premiada com menção especial do júri. PABLO LUCENA Salvador [email protected] Memória, sofrimento, repressão, normatização, subversão, condição feminina, machismo e feminismo são as palavras-chave da obra. Com rosto marcado e riscado por uma caneta, pensa-se o quanto de subversão e memórias retidas havia naquele gesto. Assim transforma-se um gesto em um trabalho. Irmã Vasconcelos era um símbolo de uma sociedade patriarcal nas décadas de 1950 e 60, numa pequenina cidade da Paraíba chamada Alagoa Grande. Graduado em Design pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), frequentou as oficinas de artes visuais do Museu de Arte Moderna da Bahia até 2003. Desde 2004, tem sido selecionado em bienais e salões de arte, com destaque para o 12º Salão Nacional de Artes Visuais de Itajaí (SC – 2010) e premiações nos Salões de Artes Visuais da Bahia. Mestre em Artes visuais pela UFBA. E QUEM DISSE QUE MADRE VASCONCELOS MORREU? Fotografia objeto 40 x 20 x 5cm 111 PEDRO LIMA Seabra [email protected] O resultado final desta obra faz referência ao longo período de trabalho desenvolvido na carreira do artista, na qual ele busca a evolução. Esta pintura estabelece uma relação as raízes rurais do autor, tratando o instrumento de trabalho doméstico como tema central. Há precisão na técnica utilizada, levando a uma reflexão de que vivemos nos cobrindo de maneira ilusória e, de fato, tapando o sol com a peneira. Em 1985, começou sua carreira na pintura. Autodidata, realizou sua primeira exposição em 1986, em Seabra (BA), e outras mostras. Seu esforço pessoal busca o conhecimento e o aprimoramento da técnica, por meio de pesquisa e da experiência com materiais diversos. É autor de aproximadamente 1.800 obras, entre desenhos, nanquim, acrílico, óleo sobre tela, capas e ilustrações de livros e discos. TAPANDO O SOL COM A PENEIRA Acrílico sobre tela 100cm 112 RAMON RÁ Salvador [email protected] A construção dessa obra se dá a partir das observações do cotidiano e das reflexões entre a relação de uso e desuso que se estabelece entre o homem e o objeto. Faz parte de um contexto denominado pelo artista de “A inutilidade dá arte” e está lastreado em elementos corriqueiros e despretensiosos que têm suas possibilidades estéticas restringidas, quer seja pelo olhar saturado ou pelo seu baixo valor de mercado. O “Língua de sogra” é apresentado numa condição bidimensional, preso à parede a dois metros de altura e se estende por 3 a 5 metros pelo chão, expandindo seus limites. Como um tapete, a obra se desenrola e avança em direção ao público, vencendo a condição tradicional do bidimensional. Pode assumir diferentes apresentações e tamanhos, tendo duas dimensões variáveis. Artista visual e poeta. Volta-se para o diálogo homem-objeto, meio em que desenvolve sua poética. Humanizando as coisas e coisificando o humano, numa linha tênue extraída dos elementos do cotidiano, das insignificâncias. Desde 2006, participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia e de exposições coletivas, a exemplo do 42º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, 2014 (SP) e Esquizópolis, 2013, no Museu de Arte Moderna da Bahia. LÍNGUA DE SOGRA Objeto 120 x 300 x 30cm 113 ROBERTA NASCIMENTO Salvador [email protected] Inicialmente, a obra pode ser vista apenas como uma sátira ao papel que o cidadão ocupa na sociedade, porém um olhar mais atento perceberá mensagens para além do óbvio, captará ali um convite a trocas. Só que para essa troca acontecer, o público terá que ser ousado e transgressor, esse espírito é vital para a obra, pois a ação é o que a mantém viva. Caso o público não intervenha, com o tempo as bexigas murcharão, os bonecos deixarão de existir e as mensagens ficarão presas dentro das bexigas – assim como uma existência sem trocas é, no fundo, vazia e estagnada, prejudicial tanto para a sociedade, quanto para o próprio indivíduo que se isola dentro de sua redoma. “Cabeça de Vento” é uma provocação para chegar a uma ação transformadora. Um convite para sair da inércia. Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Dentro da academia, participa de diversos grupos de pesquisa, não só na Escola de Teatro como na Escola de Dança, onde seu interesse maior é explorar as possibilidades e limites do corpo, se aprofundando no universo do Teatro Físico e da exaustão. Em 2008, se torna uma pesquisadora do Pibic e se depara com o Teatro Pós-Dramático, expandindo assim ainda mais suas possibilidades artísticas. Em paralelo com atuações em espetáculos teatrais, estimulada pelas suas pesquisas, explora o universo da performance, cativada pela liberdade de tratar temas que realmente lhe incomodam. É em 2010 que de fato se descobre uma artista performática, percebendo um campo fértil para explorar os limites de seu corpo como ferramenta para chegar a estados catárticos. CABEÇA DE VENTO Instalação interativa 300 x 200cm 114 ROSA BUNCHAFT Salvador [email protected] “Love in Bahia” é um autorretrato fotoperformativo no interior do motel homônimo transformado em câmera obscura com a artista imersa na imagem externa e em contato direto com um papel fotográfico posicionado nas paredes opostas à janela. Duas técnicas na mesma imagem: fotografia estenopeica (Pinhole) de grande formato com o registro da imagem externa invertida da cidade, e fotograma ou radiografia, registro direto e único do corpo silhueta, sombra e também pele (a gordura adere, deixa vestígios na revelação). Cartografia amorosa, fora e dentro, público e privado, cidade e intimidade. Espaço, tempo, movimento, experimentação, corpo imersão, contato vivo. Artista e mestre em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), na linha de Processos Criativos. Desenvolve pesquisa sobre performance, cinema e, em particular, câmera obscura como estratégia de cinema expandido através de projetos audiovisuais experimentais que articulam cidade, corpo e imagem. A temática é sempre o espaço urbano: cidade, imagem e modos de vida – corpo, gênero, amor. Ainda que parte da produção termine no cubo branco, a artista aposta sempre na rua como lugar do poético, e acredita que, no espaço urbano, arte, percursos, vivência e processos se tornam possibilidades de encontro. LOVE IN BAHIA Foto Performance 70 x 150cm 115 TALITHA ANDRADE Salvador [email protected] É uma obra interativa. A pintura do meio, pela própria posição ocupada, é o meio ambiente em que haverá a interação como o público. Ela estará, assim como a natureza, em eterno estado de modificação, por isso a analogia com um quebra-cabeça e a interatividade. É o público que irá modificar o tempo todo a pintura, criando novas formações visuais, muitas vezes desconexas. Trazer para o estado inicial irá depender de novo do público. Esta obra é uma reflexão sobre como somos responsáveis pela modificação dos espaços que nos rodeiam, gerando os meios ambientes. A disposição desses elementos diretos na parede remete aos fã-clubes e coleções de discos e pôsteres. Natural de Vitória da Conquista, reside em Salvador desde 2000. Artista visual, graduada em Comunicação com habilitação em Produção Cultural pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolve trabalhos de pinturas/grafites no espaço público e se dedica à linguagem das artes visuais. Em 2011, lançou as séries temáticas “O grito”, “Edificil na cidade”, “Duelo”, “Meio ambiente”, “Luto” e “Sócorro”. Seu trabalho tem compromisso político e é marcado por questões de ordem cotidiana, existencial e filosófica. Desdobra essas séries em novas obras com diferentes técnicas. MEIO AMBIENTE Instalação 300 x 120cm 116 TINA MELO Cachoeira [email protected] COR DE PELE Fotografia 100 x 100cm A obra se configura em uma série de fotografias que revelam um panorama tanto curioso quanto insatisfatório: a hegemonia da tonalidade de cor branca nas representações humanas e em produtos voltados para atender um público geral a partir da denominação “cor-de-pele” ou “tom natural”. Em um país onde 55% da população é negra, e que vemos a mesma ser representada pelo bege, o que seria essa cor de pele, afinal? Na verdade, somos levados a isso, à medida que não conseguimos nos ver representados nos meios de comunicação, cultura e principalmente no dia a dia. A série vem então questionar esse modelo eurocêntrico nas representações cotidianas, a fim de chamar atenção para as exclusões cotidianas, a maneira velada de dizer ao negro no Brasil qual o lugar dele. Artista plástica, educadora, figurinista e maquiadora, graduada pelo Bacharelado em Artes Plásticas da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestranda em História da África pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Atua na área desde 2001, participando de diversas exposições coletivas e individuais, como “Olhares em Trânsito”, na Galeria Pierre Verger (2010); “Identidades Permeáveis”, na Galeria Cañizares (2011); “Sem Nome”, na Galeria Moacyr Moreno (2011); “Ocupação”, na Galeria do ICBA, vencedora do Edital Setorial de Artes Visuais da FUNCEB (2013); “Árvore do Esquecimento”, no Centro Cultural Plataforma, vencedora do Edital Portas Abertas para as Artes Visuais da FUNCEB (2014); além de eventos de arte como a Bienal do Recôncavo, Semana de Performance da Escola de Belas Artes e Salões de Artes Visuais da Bahia. 117 VIVIANE VIRIATO Amargosa [email protected] Por meio da fotografia, a obra valoriza formas de expressão, deixando livre a visão social e artística de cada ser. Dentro da fotografia em si, no entanto, ressalta-se a sua importância para a sociedade contemporânea, que é primordial, além da técnica, seu reconhecimento como linguagem. As pessoas podem passear livremente e interpretá-la de acordo com sua própria sensibilidade. Além disso, o mais notável é que, apesar da poética de efeitos fotográficos, a composição sistemática de cada imagem, a solidão de sua linguagem, consegue transcender um papel fundamental no desenvolvimento da arte contemporânea. SEM TÍTULO Instalação fotográfica 300 x 200cm Além de ter integrado diversas edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, participou, em 2013/2014, na Espanha, de exposição de fotografia no Centro de Artes Contemporânea de Burgos; da Exposição Internacional de Arte Postal, da Facultad de Bellas Artes da Universidad de Granada; e da exposição Yo Expongo em El Reina, em Madrid. 118 VITÓRIA DA CONQUISTA COMISSÃO DE PREMIAÇÃO IEDA OLIVEIRA JARED DOMÍCIO De Santo Antonio de Jesus (BA), vive em Salvador (BA) De Fortaleza (CE) Artista visual e doutoranda em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Artista visual, graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e jardineiro.. “Os Salões de Artes Visuais da Bahia vêm, ao longo do tempo, cumprindo um importante papel no panorama das artes, dando a oportunidade a artistas de mostrarem sua produção em diversas cidades, fazendo essa difusão e circulação que geram um movimento significativo nessas localidades, possibilitando que o público local possa apreciar e ao mesmo tempo instigar-se diante das obras apresentadas. Participei desses Salões desde seu surgimento, em 1992, e posso afirmar como foi importante, em minha trajetória como artista, transitar pelas cidades da Bahia, levando meu trabalho e também ganhando prêmios que me trouxeram um grande estímulo para produzir cada vez mais. Essa iniciativa, ao meu modo de pensar, se encontra firmada em nosso calendário cultural e temos de seguir propagando esse movimento de ordem essencial para a arte contemporânea, local e global.” “Qual o lugar do salão de arte ainda hoje? É inevitável trazer à tona essa pergunta ao ser convidado para fazer parte de um júri de um salão. Um formato questionado e constantemente reformulado em todas as regiões do país. O entusiasmo diante de uma produção de arte com grande vigor confronta com esse formato que engessa e dificulta o acesso aos processos de viabilização dos trabalhos dos artistas. Mesmo reformulados, não é possível ver nenhum salão que responda à altura as necessidades de pensamento, produção e veiculação das artes visuais. Provavelmente, porque não há a resposta. Um salão não pode substituir toda política para as artes de uma cidade, pois essa é uma construção conjunta dos artistas, instituições e toda a rede de pessoas envolvidas neste meio. O salão é apenas parte. Um pedaço que deixa transparecer um pouco sobre o lugar, suas histórias e como seu povo cultiva suas emoções. Foi isso que pude presenciar a partir de uma produção instigante e intensa, mas que também demanda ser vista com atenção. A exposição convida a querer saber mais. Quem são aqueles artistas? Como produzem para além do salão? Como os trabalhos se estruturam? Com quem dialogam? E reafirmo: o salão não traz respostas, mas provoca o surgimento de questões. Essa é sua função.” ROGERIA MACIEL De Tremedal (BA), vive em Vitória da Conquista (BA) Artista pesquisadora. “É sempre uma grande honra poder contribuir com os Salões de Artes Visuais da Bahia. Tenho um enorme carinho por este projeto, pois comecei a minha trajetória artística através dele, e participar como jurada é uma forma de retribuir a oportunidade que me foi dada, inicialmente. Ressalto aqui a atenção cuidadosa na continuidade e no estímulo da nossa produção artística contemporânea, por parte da FUNCEB. Quanto à edição de Vitória da Conquista, da qual fiz parte juntamente com dois competentíssimos companheiros, Ieda Oliveira e Jared 123 Domício, testemunho que foi um trabalho bastante harmonioso, onde houve unanimidade de opiniões quanto às obras avaliadas, o que nos deixou isentos de qualquer sensação de injustiça perante todos os artistas selecionados. Posso dizer que é uma alegria imensa poder estar diante de obras artísticas de alto nível técnico e de conteúdo quanto as que nos foram apresentadas, isso me enche de orgulho.” 124 ALEX MOREIRA Juazeiro [email protected] “Planta de Arte” é um conceito concebido artisticamente duma série de três obras. Foram observadas atentamente todas as plantas baixas de cada lugar para os Salões de Artes Visuais da Bahia escolhidos pela FUNCEB, e foi encontrada arte em cada planta, pois o desenho arquitetônico por si só já é uma arte. Sendo assim, as plantas baixas foram apropriadas para serem expostas como obra de arte. As “plantas arquitetônicas” foram expostas como uma planta frutífera; e os seus frutos foram todas as obras de vários artistas, expostas no Salão. É sabido que a planta baixa (idealizada) e a sua estrutura física (cristalização da ideia) são uma grande escultura que abriga, dialoga e protege todas as outras linguagens artísticas. Artista plástico graduado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2009. Age como artista visual e agente cultural. Participou de diversas exposições coletivas, a exemplo de edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2012 e da exposição Esquizópolis, no Museu de Arte Moderna da Bahia, 2012. Realizou exposição individual em Presidente Dutra (BA), 2009. PLANTA DE ARTE Mista 270 x 80 x 3,5cm 125 ALEX OLIVEIRA Salvador [email protected] RITOS DE PASSAGEM Videoarte Duração: 3’ Vídeo produzido em 2012 no alto do morro das antenas de rádio e TV na cidade de Jequié, localizada no sudoeste da Bahia. É uma composição realizada a partir da relação do corpo do artista com alguns objetos; a fotografia encontrase desfocada, deixando as formas se revelarem em contorno de cores na paisagem. O interesse não é a nitidez, e sim a simbologia que os elementos e gestos ganham quando mesclados na paisagem borrada. Ritualizando sua existência, numa passagem do gesto rotineiro ao ato ritual, o corpo-fotógrafoperformer se coloca como parte da composição, corpo que deseja encontrar abrigo, fundir-se naquele espaço do qual é possível ver a cidade de cima. 126 Fotógrafo, natural de Jequié (BA), graduando em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desde 2009, expõe em mostras individuais e coletivas. Participou, em 2014, de exposição da 3ª Bienal da Bahia, na Galeria Solar Ferrão, em Salvador (BA); 5ª Edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia (PA); “Obranúncio”, em outdoors em Vitória da Conquista (BA). Em 2012 e 2013, exibiu suas obras “Ritos de Passagem” e “Narrativas Errantes” em espaços da Bahia e de Sergipe. Também em 2013, integrou as mostras “Esquizópolis”, no Museu de Arte Moderna da Bahia, e “Lunar”, na Galeria Solar Ferrão. Em 2012, esteve na XI Bienal do Recôncavo. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2011. ALVARO VILLELA Salvador [email protected] Quais seriam as teorias a respeito dos ocupantes da terra? Essa é uma indagação que tem força e, sem dúvida, fará com que nosso olhar se volte para nós mesmos e para os outros, tão próximos e tão estranhos, indivíduos com quem dividimos o mesmo espaço. Quem é, e como vive, o nosso vizinho? Foram fotografados apartamentos do edifício Marte, um prédio de classe média localizado no coração do Corredor da Vitória, bairro nobre da cidade de Salvador. Todas as fotos foram feitas na mesma posição, ou seja, diferentes apenas de andar. O que interessa ao artista com essa série é confrontar os espaços semelhantes ocupados por indivíduos diferentes, a individualidade que se manifesta através da forma como o indivíduo ocupa seu espaço. As nossas idiossincrasias. Fotógrafo, autor dos livros “careta, quem é você?” e “A Natureza do Homem no Raso da Catarina”. Graduado em Jornalismo na Universidade Tiradentes, atua como artista desde 1993. Realizou diversas exposições internacionais – Espanha, Estados Unidos, Eslováquia e Alemanha – e no Brasil. Participou de edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia e do Circuito das Artes, em Salvador, em 2012, 2013 e 2014. NÓS, OS MARCIANOS Fotografia 240 x 200cm 127 ANDRÉ SOUZA Salvador [email protected] CASTELO Fotografia 40 x 60cm Fotografia integrante do ensaio “Praia Líquida”, que estuda a presença humana dentro do frágil ambiente das praias urbanas de Salvador. O ambiente público mais precioso da cidade confronta-se com um horizonte incerto. Após a derrubada de suas barracas, estes espaços foram abandonados sem perspectiva futura de desenvolvimento, tendo como maiores vítimas os barraqueiros. Espalhados pela paisagem, sombreiros, mesas e cadeiras tornam-se esculturas erguidas na areia, símbolos da resistência dos comerciantes, assim como da precária situação da cidade. Formado em Arquitetura pela Universidade Federal da Bahia e Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (Portugal), onde também realizou estudos de fotografia e desenho artístico. Desde 2012, atua como fotógrafo independente, simultaneamente à carreira em arquitetura, desenvolvendo ensaios que envolvem a arquitetura, cidade e paisagem urbana, assim como trabalhos para portfolio e divulgação de escritórios de arquitetura. Suas fotografias já foram divulgadas em revistas de arquitetura nacionais e internacionais, assim como na publicação alemã de fotografia Der Greif. Participou do Circuito das Artes de Salvador, em 2013 e 2014, e do Circuito Triangulações 2014, com obras expostas em Maceió, Belém e Salvador. 128 CARLA DE CARVALHO Ilhéus [email protected] Uma reflexão da cor e da matéria, na linha tênue entre a arte e o objeto, e as relações destes elementos com o suporte corpo. Utilização de técnica mista de prensagem de fibras de tala de folha de coqueiro da Bahia (Cocos nucifera) tingidas, com detalhes em ourivesaria em cobre e latão. FINA LINHA Mista de prensagem das fibras 330 x 180cm Artista plástica, trabalha há 35 anos com papéis, fibras naturais e cascas de cocos. Reside em Ilhéus há 30 anos, onde aprofundou suas pesquisas com a palmeira Atallea funifera (piaçava), desenvolvendo trabalhos em arte aplicada. Em 2006, cursou joalheria no SENAI de Salvador, passando a inserir novos elementos no desenvolvimento do seu trabalho. Foi premiada em Salões de Artes Visuais da Bahia e participou de importantes exposições individuais e coletivas em museus, sendo as mais relevantes no MASP, Museu de Arte Moderna da Bahia e Pinacoteca do Estado de São Paulo. 129 CLARA DOMINGAS Salvador [email protected] “In memoriam” é uma proposta de ressignificação de uma pintura. Na experiência da fronteira noroeste do México, os encontros com Héctor Herrera, Juan Pablo Garza Mouriño, Alex Mannion-Jones, Gabriel & David Contreras (in memoriam), Faigda Garcia, Miguel Monroy, Arcanjel Constantini, entre outros, desestabilizaram os próprios limites imaginários da artista e geraram desenhos, pinturas, audiovisuais e vários tipos de intervenção. Na obra, interessa criar um ambiente vivo onde forças de várias matizes e intensidades agreguem valor fundamental à pintura West Coast. Escritos, histórias, desenhos e narrativas esquartejadas marcaram a superfície do fundo como tatuagens, registros irreversíveis que se acumularão. A incorporação do outro dependendo de um “sair de si” – o exterior em processo incessante de interiorização e o interior em movimento para fora. A formação em Dança e em métodos de Educação Somática vem se transformando, desde 2007, numa pesquisa autoral que envolve desenho, pintura, stencil, vídeo, fotografia, animação, performance. Participou de festivais audiovisuais no Rio de Janeiro, Portugal e China. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2009. Com o argentino Santiago Spirito (Cabaio), mantém uma parceria irregular chamada de Chen-Chen, tendo realizado juntos mostras na Argentina, Bolívia e em Salvador. É instrutora de práticas de estudos do corpo na sua casa-estúdio e atua como professora da eletiva “arte urbana” no Colégio Anglo-Brasileiro. Ilustrou o mapa-guia da 3a Bienal da Bahia e participou de várias ações deste evento. IN MEMORIAM Fotografia digital 300 x 20cm 130 DEVARNIER HEMBADOOM APOEMA Simões Filho [email protected] Esta obra versa sobre a livre interpretação de uma projeção astral, materializada em forma de fotografia com luz e sobras acentuadíssimas. Amolda-se mesmo como uma lírica insistência poética no inflexível e áspero mundo capitalista, lirismo recheado de experiências transcendentais como meio de transcendência plástico/poética para um mundo que apresenta pouquíssimas alternativas à violência rotineira, e é exatamente nesta insólita possibilidade de saída que reside sua volumosa importância. VITÓRIA RÉGIA, ENQUANTO A COR DA EPO DOS AVÁ FOR FÍRI IMPORTANTE DO QUE O BRILHO DOS EÇÁ HAVERÁ JOEOPU’Ã Fotografia 50 x 70cm Formado em Desenho Arquitetônico, é graduado em Artes Plásticas, mestre em Artes Visuais e aluno especial do doutorado, todos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desenvolve uma pesquisa plástico-imagética com a figura humana, sobretudo com o corpo modificado, utilizando diversos meios técnicos e linguagens, isolados e agregados entre si: pinturas, desenhos, fotografias, cartazes, artes postais, artes digitais, gravura, músicas, vídeos e outras experimentações. Realizou mais de 95 exposições de arte, em países como Itália, Espanha e Bulgária. No Brasil, expôs em diversos espaços de varias cidades. Recebeu prêmios e menções na 9ª Bienal do Recôncavo – Menção Especial (2008); Universidarte III – Prêmio (2003); XVIII Salão de Feira de Santana – Prêmio (2007); e Mostra de Arte Zumbi dos Palmares – Menção Honrosa (1996). 131 FÁBIO DUARTE Salvador [email protected] RUÍDO E DESALINHO EM TONS VIBRANTES Fotografia 120 x 80cm Nesse reencontro com sua terra, depois de um período de sete anos afastado, muita coisa interessou ao artista pela permanência ou impermanência, a percepção da ação do tempo sobre a cidade. Percebeu uma Salvador suja e descuidada, de pessoas amedrontadas, que não fazem questão de ver a rua, o espaço público como algo que lhe pertence. Há muitos locais esquecidos, onde não se pode passar, muitas pessoas à margem do poder público. Reúne o olhar do estrangeiro ao olhar de quem é daqui, sem querer faz paralelos do presente com o passado. Assim encontra uma cidade tecida pela vivência do “entrelugar”. Procura afirmar a identidade de sua gente, fazendo uma releitura de Salvador em tempos de Instagram, aplicativo de celular que permitiu fazer as fotos e compartilhá-las. Trabalha como fotógrafo em produções teatrais e cinematográficas desde 1999, ano também de ingresso no curso de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 2002 e 2003, aprofundou seus estudos em Performance na Universidad Politécnica de Valencia, Espanha. É bacharel em Cinema pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro (2010). Faz uso da linguagem cinematográfica, do vídeo, da fotografia, e da performance para falar de questões existências e espirituais na contemporaneidade. Participa ativamente de salões, bienais e mostras a partir do ano 2000, a exemplo da 3ª Bienal da Bahia. Recebeu Prêmio Aquisição na VIII Bienal do Recôncavo em 2006 e uma menção honrosa na IX Bienal do Recôncavo, em 2008. 132 FÁBIO GATTI Salvador [email protected] EU BONECA Instalação fotográfica 250 x 100cm “Eu a olhei e ela retribuiu. Seus cabelos eram louros e muito maltratados, talvez fosse uma boneca com certa idade, mas não importava. Hesitei durante alguns minutos, ou apenas alguns segundos – que para mim duraram horas –, e não a roubei. Salvei-a da imensidão física daquele gigantesco espaço recreativo. Coloquei-a imediatamente dentro de minha mochila (era de uma loja chamada Jack-you). Tremia por dentro menos do que por fora... Era errado aos meninos terem bonecas, eu deveria ter e querer carrinhos ou ‘transformers’, jamais uma boneca... Naquela época as cores e intensidades eram diferentes das de hoje, mas apenas atualmente descobri que naquele momento eu não queria ter uma boneca, eu queria ser uma boneca. Eu-boneca!” Artista visual, doutor em Artes pela Unicamp, nasceu na hora da ceia, às 23h40 horário local, num hospital cristão, na província de Londrina, Estado do Paraná. Isto ocorreu em 1980. A partir dos 11 anos já frequentava ateliês de criação artística. Passados 26 anos de seu nascimento, mudou-se para Salvador da Bahia; trabalha na itinerância entre a Baía de Todos os Santos e todos os outros lugares onde desejar, sejam eles fictícios ou delimitados geograficamente. Seus trabalhos ocupam-se muito em dialogar com aspectos da ausência, da corporalidade, do espírito e da matéria. É mais adepto dos feitos manuais do que tecnológicos. 133 FERNANDO GOMES Salvador [email protected] REENCONTRO A Fotografia Dípticos 60 x 45cm A fotografia “Reencontro A” faz parte da série “Reencontro”, no qual o artista faz um retorno à fazenda onde passou grande parte da infância, na região de Mairi, sertão baiano. A motivação para as fotografias surgiu a partir de sua história pessoal com o local, mas foi além, registrando o atual estado dessa região sofrida. Nas fotografias, retrata aspectos visuais dessa região, com a intencional ausência de pessoas, para assim se ater aos signos do local como as cores características, o chão seco, a destruição do tempo, a vegetação escassa que clama por chuva, a solidão das terras sem gado, a desilusão com as nuvens que passam carregadas sem deixar água. Graduado em Jornalismo e fotógrafo. Desde que começou a fotografar, por volta de 2010, já participou de exposições coletivas diversas como edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, Circuito das Artes, De Novo o Centro e Retrato Animal. Foi premiado em segundo lugar no concurso “Um Olhar para a Pesca e o Mar” e realizou a exposição individual “Hip Hop Bahia”, em 2012, no Cine-Teatro Solar Boa Vista. Possui trabalhos publicados em jornais baianos, além do jornal Kulturnat, da Dinamarca e revistas. Foi responsável pelas fotos dos discos dos artistas Dubstereo, Os Agentes, Nouve, Saca Só e 157 Nervoso. Atualmente desenvolve ensaios fotográficos como “Reencontro”, que já foi selecionado para exibição na seção “Escoando Imagens”, do renomado portal de fotografia Olhavê. 134 FLÁVIO LOPES Salvador [email protected] RÉQUIEM PARA A VELHA BAHIA Videoarte Duração: 2’ 10” “Recentes práticas urbanísticas de requalificação de sítios históricos têm sido utilizadas na Bahia como se fossem um novo e eficiente modo de pensar as cidades. Estas práticas não passam de uma espécie de culturalismo de mercado, cujo objetivo é minimizar a ação do Estado na gestão do espaço público. A adesão sistemática destas estratégias empresariais, que se orienta única e exclusivamente pelos fluxos do mercado de capitais, não preconiza outra coisa que a repetição em série de padrões, cujo objetivo é transformar estas áreas apenas em centros de consumo e entretenimento. ‘Réquiem para a Velha Bahia’ propõe um deslocamento do olhar que se esgueira pela superfície em ruínas do que sobrou do antigo Hotel São Bento, colocando em relevo mais uma destas estratégias de diluição de nossa memória e lugar. Num movimento espiral ascendente, o vídeo coloca em evidência a tragédia enquanto farsa, mais uma ruína urdida pela especulação imobiliária, ambientada pela sonoridade dos carrilhões do imponente mosteiro de São Bento, que ressoa no tempo, num misto de lamento e aviso de mais uma morte anunciada.” Artista visual, VJ e curador, Flávio Lopes participou dos eventos: 3ª Bienal da Bahia; Circuito de Arte Triangulações, no MAMAM de Recife e no Museu Nacional de Brasília; II Trienal de Luanda, Angola; VI, VII, VIII e XI Bienal do Recôncavo; XV Festival Internacional de Arte Eletrônica Videobrasil; Festival Internacional de Cinema e Vídeo Mix Brasil; Prêmio Braskem; Prêmio Matilde Matos; Exp. “Terceira Ponte” na Galeria SoSo, SP. Realizou curadorias para: IV, V e VI Festival Internacional de Cinema e Audiovisual CineFuturo; mostra Limiares da Imagem: Videoarte na Bahia, para a FUNCEB; Exposição 130 Anos da Escola de Belas Artes da UFBA; mostra Videorama: Panorama de Videoarte na Bahia; III SEMCINE; I Circuito de Arte Eletrônica da Bahia Empuxo. Integrou a comissão de seleção e premiação da IX Bienal do Recôncavo e do XIII Festival Nacional 5 Minutos. Como VJ, realizou ações comissionadas na: Galeria Cañizares; no Festival Internacional de Música e Cultura Digital DIGITÁLIA; no IV SEMCINE; no XI e XII Festival Nacional 5 Minutos; no Seminário Internacional de Cibercultura. É VJ residente da JAM no MAM desde 2010 e está finalizando o filme “Breviário do Horror”, seu primeiro documentário de longa-metragem. 135 FLÁVIO SOUZA (FLOS) Salvador [email protected] “Tem como proposta intervenções urbanas em orelhões da cidade, em linguagem de grafitti. Tratase de pintar primatas usando o terno e gravata em telefones públicos, propondo uma transformação do mobiliário urbano e sua extensão como usuário. O orelhão é signo de uma época; a figura do primata, de terno e gravata, articula camadas de tempo, questionando a evolução do ser humano, omitindo suas etapas evolutivas. Levanta uma provocação sobre a evolução e a negação do instinto. Homem, porém macaco.” Autodidata. Trabalha com pintura e cenografia, em seu ateliê-coletivo no bairro de Santo Antônio, em Salvador, que é, também, um espaço cultural, onde pesquisa-se o uso da serigrafia e outras técnicas artísticas. Participou de exposições coletivas, além da Bahia, em São Paulo e Curitiba. GRAFIITTI EM MOBILIÁRIO URBANO Intervenção 100 x 120 x 80cm 136 GEORGE NERI Vitória da Conquista [email protected] Uma televisão na vertical grudada à parede é palco do vídeo de um pipa em movimento. A importância da obra é o diálogo estético que provoca, desencadeando também uma reflexão política sobre a inserção dos aparatos tecnológicos na primeira infância. A pipa que antes era solta ao ar hoje está presa em jogos e vídeos cibernéticos. A nostalgia tomou conta do artista. PIPA Instalação 100 x 500 x 50cm Graduado em Comunicação Social com habilitação em Hipermídia pela FTC-SSA, especialista em Cinema, Expressão e Análise pela UCSAL. Fotógrafo, diretor de vídeo, videoartista, Video Jockey e artista plástico, participou de diversas mostras de cinema e vídeo, e exposições em Salões de Artes Visuais. Pesquisador das relações sociedade-corpo-imagem, se interessa pelo fazer cinematográfico em sua articulação com a cibercultura e os modos de criação artística por meio de tecnologias audiovisuais, atuando principalmente nos seguintes temas: interação estética mediada por computador; relação ficção-realidade no audiovisual; videoarte e cinema. 137 JOÃO OLIVEIRA Salvador [email protected] Nesta série, que participa de três edições dos Salões com obras diferentes, cruza, acuada, gemendo, gane a dilatação de sua docilidade. O corpo se transformando e, a despeito de sua vontade, o cio crescendo, lhe transformando por dentro. E aquela vontade quase um medo, desespero e ansiedade que um macho lhe aceite para cobertura. Antes o coito, o gozo, ressonando de borco, prenhe, aquele ser vivo lhe acalmando, lhe tornando serena e o ventre a rosnar, grávida, queria parir e só. Ver o que já se amava, colocar pra fora o que a colocava pra dentro, depois, ‘‘gritos. Gritos finos de marfim de uma cadela abandonada (...), de uma cadela sim, porque as fêmeas conhecem tudo da dor, fendem-se ou são desventradas para dar à luz”. Graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), 2011. Com o projeto “Se preferir, adoce”, investiga e busca, na memória íntima e no devaneio da lembrança, elaborar uma produção artística relacionada à gravura expandida. Apresentou seu trabalho em mostras como “Esterno”, “Circuito das Artes”, “Tomar Coca-Cola com Você”, “Cabra cega”, “Escultura nova” e “Esquizópolis”. Participou do “Imprima – Salão Internacional de Gravura” (CE); da XI Bienal do Recôncavo (BA); da residência Câmbio 14, México; e do 65º Salão de Abril (CE). 138 FICÇÕES, SEGMENTO DO DORSO Gravura Metal – Díptico 60 x 60cm MARCIO JUNQUEIRA Feira de Santana [email protected] TRIPTICO SELF PORTRAIT (2012) Videoarte Duração: 2’ Filmado em diversos equipamentos (celulares, iPhone, filmadoras profissionais e câmeras fotográficas de baixa qualidade), dialoga de modo geral com a tradição da videoarte e especificamente a ramificação/linhagem do videopoema. Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). A partir de 2005, começa a desenvolver trabalhos, em diversos suportes, sobre questões como subjetividade, homoerotismo, escritas de si e autoficção. Editou em 2009 a revista de número único Bliss (7letras/RJ), que alguns anos depois geraria o projeto multimídia (eventos performáticos, seminários, blog, revista-disco) Bliss Não Tem Bis. Entre os projetos que participou/colaborou, destacam-se: Múltiplo#5: Exposição de Arte Impressa (CCSP, São Paulo, 2013); Tomar Coca-Cola com Você (Cuca, Feira de Santana, 2012; Galeria ACBEU, Salvador, 2013); Universidade de Verão (Rio de Janeiro, 2013); XI Bienal do Recôncavo (São Félix, 2012). 139 NÚBIA PINHEIRO Salvador [email protected] SEM TÍTULO Fotografia 280 x 40cm O objetivo da pesquisa que foi construída ao longo da investigação nem sempre está em torno da figura humana, mas de uma própria inquietação com a reprodução e modificação da imagem. Apresenta uma sequência de fotografias espontâneas de uma criança brincando no quintal sozinha com a sombra do telhado da casa ao lado. 140 Graduanda em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Trabalha com intervenções urbanas e humanas, explorando os limites do corpo com a revista “cordeboca”. Ativa do coletivo Fotografe o Cotidiano, que dialoga as culturas do Sudeste e Nordeste através de fotografias, usando técnicas analógicas e digitais. Exposições: Auto-retrato Fotografia; NUfoco (Estudo do corpo) Fotografia; Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira 2010 – Feira de Santana (BA). PABLO CORDIER Salvador [email protected] A cada anoitecer, uma série e números eram levados ao palco. Dançarinas de celofane, animais esquálidos, mágica ordinária, literatura burlesca, horror: voudeville. Derradeiro ato; a plateia de desdentados, bêbados e páreas, espera, entre arrotos, na sala de concerto. Cabelo sintético, lingerie emprestada, esconde os bagos, arremata um furo na meia e arregaça as luvas para entrar em cena. A poeira sobe junto com a cortina e, arraigada no tédio, todos os dias a mesma cena, mesmos diálogos vulgares antecipam o chiado do rádio fadado a acabar a pilha. Entre um suspiro e outro, um canto turvo, um desespero quase uma ânsia e a vontade: um novo personagem, um novo vestido encrustado de paetês ofuscando a visão da plateia de abastados que aguardam ávidos o grande ato de sua vedette e ovacionam, delirantes, com um último aplauso. Graduando em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desenvolve em seu trabalho uma linguagem mesclada entre desenho e fotografia. Participou de mostras em galerias e museus como “Arte no Domínio de Eros”, “México 70”, “Cabra Cega”, “Tomar Coca-Cola com Você” e Circuito das Artes. Tem trabalhos na Galeria RV Cultura e Arte. Participou, em 2014, da residência Cambio 14 (Cidade do México, D.F. MX), como artista residente e observador. DERRADEIRO ATO; ÚLTIMO APLAUSO Políptico 150 x 120cm 141 PEDRO JUAREZ Araci [email protected] SEM TÍTULO Políptico de fotografia 200 x 30cm Série de dez fotografias feitas em algumas cidades do território do Sisal. São nove imagens capturadas através dos buracos encontrados nos postes de energia elétrica, capturando assim suas texturas e também suas cenas do cotidiano a partir de um ângulo inusitado. Licenciado em Letras. Seus trabalhos são irrigados por várias referências, que vão desde a influência da cultura pop, da street art e da arte rupestre. A utilização da técnica de stencil é algo constante nas suas criações, deslocando-a das paredes das ruas e dando novas ressignificações em outros suportes. Além de edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, participou das exposições coletivas “Pluralidade II” e do Panorama da Fotografia 2013 no MAC – Feira de Santana. 142 ROBERTA NASCIMENTO Salvador [email protected] REAÇÃO EM CADEIA: A GENTE SE LIGA EM VOCÊ Instalação 200 x 300cm Arte e política se aliam para tratar de inquietações acerca do mal estar urbano na contemporaneidade. O principal meio de comunicação de massa, atrás das grades, com mãos gigantes que ultrapassam a dimensão bidimensional e parece sair da parede para tocar de maneira mais enfática a realidade, desencadeando uma “Reação em Cadeia” e muitos questionamentos. A obra se completa com a artista em ação. Através da limitação de seus movimentos, surge o questionamento: até onde somos de fato livres? Pois, se fizer algum movimento brusco, pode realmente se machucar. Porém, mesmo com tal sensação, a “cidadã marionete” usufrui de prazeres – comer e beber – e se permite contaminar por tudo aquilo que lê. Dessa forma, a arte satiriza e indaga o próprio estilo de vida urbano, onde recebemos muitas informações. Até nos indignamos com algumas, no entanto, fazemos algo além do comer e beber diário? A atmosfera crítica se completa com o áudio, que transmite sons que vão desde fatos políticos polêmicos até músicas – irritantemente – disseminadas pelas grandes mídias. Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Dentro da academia, participa de diversos grupos de pesquisa, não só na Escola de Teatro como na Escola de Dança, onde seu interesse maior é explorar as possibilidades e limites do corpo, se aprofundando no universo do Teatro Físico e da exaustão. Em 2008, se torna uma pesquisadora do Pibic e se depara com o Teatro Pós-Dramático, expandindo assim ainda mais suas possibilidades artísticas. Em paralelo com atuações em espetáculos teatrais, estimulada pelas suas pesquisas, explora o universo da performance, cativada pela liberdade de tratar temas que realmente lhe incomodam. É em 2010 que de fato se descobre uma artista performática, percebendo um campo fértil para explorar os limites de seu corpo como ferramenta para chegar a estados catárticos. 143 RODRIGO FREIRE Vitória da Conquista [email protected] Intervenção urbana realizada em Vitória da Conquista espalha uma centena de “codes” para poesias de poetas regionais, fotos de fotógrafos conquistenses, vídeos de videomakers da Bahia e cartas de tarô e significados. Participou do curso de qualificação para atores do RETRATE, tem experiência em videoarte, como produtor e ator. CODE Intervenção Urbana 10 x 10cm 144 RODRIGO WANDERLEY Salvador www.rodrigowanderley.com Nos pequenos povoados rurais do interior, a noite é signo de mistérios, medos e fantasias. É quando o sol se põe que os espíritos dos bichos e das árvores saem a campo junto com todas as entidades míticas. Para registrar um pouco destes mistérios que fogem à limitada percepção dos cinco sentidos, o artista precisou enfrentar alguns medos e, em alguns momentos, até sair de si mesmo. Convida a ver um pouco do que conseguiu vislumbrar deste outro mundo que se anuncia nas intuições e nos calafrios mais arrepiados. NOITES INTERIORES Fotografia 110 x 110cm Formado em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foi coprodutor do projeto “Olhos da Rua”, realizado pelo Labfoto e Casa da Photografia. Foi coautor da exposição “Laje”, exibida no Ciranda Café e Artes (BA) e no Festival Mundo 2011 (PB). Em 2012, foi selecionado para a XI Bienal do Recôncavo e teve seu projeto fotográfico “Retratos Imaginados” premiado no Encontro Nacional de Comunicação (INTERCOM) em Fortaleza. Expôs no Circuito das Artes (2013/14) e foi selecionado para a residência artística Ciudad de Cruces, em No Lugar (Quito), onde realizou uma exposição coletiva e um ateliê de Caixa Mágica. 145 TALITHA ANDRADE Salvador [email protected] Obra que se apropria do jornal, da história, resgata o nome de um importante jornal impresso da Bahia, que se encontra extinto desde os anos 1980. Um trabalho que fala e age dentro do cotidiano e do esperado da cidade. É carregado de conceitos, inclusive o valor que será cobrado na distribuição, um valor real, R$ 1,99, mas também simbólico. Mantê-lo é uma forma de mostrar que esse trabalho ganha força, pretendendo estar completamente dentro do sistema, onde o dinheiro é a moeda de troca de favores e materiais. Neste caso também, é a certeza que o trabalho poderá ser entregue nas bancas de jornais sem maiores problemas. Natural de Vitória da Conquista, reside em Salvador desde 2000. Artista visual, graduada em Comunicação com habilitação em Produção Cultural pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolve trabalhos de pinturas/grafites no espaço público e se dedica à linguagem das artes visuais. Em 2011, lançou as séries temáticas “O grito”, “Edificil na cidade”, “Duelo”, “Meio ambiente”, “Luto” e “Sócorro”. Seu trabalho tem compromisso político e é marcado por questões de ordem cotidiana, existencial e filosófica. Desdobra essas séries em novas obras com diferentes técnicas. 146 DIÁRIO DE NOTÍCIAS Instalação 30 x 60 x 5cm TINA MELO Cachoeira [email protected] A obra configura mais uma etapa da pesquisa da artista voltada para as questões da invisibilidade dos negros e negras no Brasil, referentes às várias áreas do conhecimento, o que recebe o nome de epistemicídio, uma das tônicas da referente pesquisa. O trabalho busca questionar e provocar a reflexão sobre as condições de vida da população negra nos diversos aspectos, tais como: violência urbana (genocídio da juventude negra), valorização das raízes ancestrais e produção cultural e científica negra, de forma que cada obra se configura em um modo de ativismo artístico. VELADOS Instalação 200 x 150cm Artista plástica, educadora, figurinista e maquiadora, graduada pelo Bacharelado em Artes Plásticas da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestranda em História da África pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Atua na área desde 2001, participando de diversas exposições coletivas e individuais, como “Olhares em Trânsito”, na Galeria Pierre Verger (2010); “Identidades Permeáveis”, na Galeria Cañizares (2011); “Sem Nome”, na Galeria Moacyr Moreno (2011); “Ocupação”, na Galeria do ICBA, vencedora do Edital Setorial de Artes Visuais da FUNCEB (2013); “Árvore do Esquecimento”, no Centro Cultural Plataforma, vencedora do Edital Portas Abertas para as Artes Visuais da FUNCEB (2014); além de eventos de arte como a Bienal do Recôncavo, Semana de Performance da Escola de Belas Artes e Salões de Artes Visuais da FUNCEB. 147 WIANEY SANTIAGO Salvador [email protected] CORRIA, ENQUANTO ATRAVESSAVA. SWEET PARA QUANDO ESTIVER PENSANDO EM VOCÊ NÃO MAREAR. Instalação 130 x 200 x 26cm O urubu, por estar diretamente ligado à cadeia alimentar urbana e rural, age nestes dois campos como emissor de mensagens de tragédias, seja por um curso natural do seu determinado nicho ou por uma catarse do meio. Esta instalação para ambiente interno, de linguagem contemporânea, que se utiliza da poética da memória, apropria-se de expressões visuais pósmodernas de repetição modular para propor diálogos entre as reflexões do espaço urbano e para o espaço urbano, abordando a temática do consumo na sociedade pós-moderna. Busca resgatar elementos da diversidade da cultura negra, a fim de expressar uma paisagem misteriosa e inconfundível. 148 Formou-se artista plástico pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Tem frequentes participação em coletivas, a exemplo da Anne Goujaud em 2006, na Galeria Aliança Francesa, e dos Salões de Artes Visuais, desde 2012. YURI FERRAZ Salvador [email protected] A mitologia dos super-heróis em quadrinhos se funde com a dos orixás, relacionando suas características e formando uma terceira entidade. O artista tem investigado a religiosidade e o desejo humano no mundo contemporâneo, desta forma procura expressar uma fusão entre o sonho e a realidade, manifestando assim uma face singular onde corpo e espírito se misturam. As características de ambos se misturam e se manifestam logo em seguida com uma identidade nova. Não imagina o homem contemporâneo dissociado de sua identidade ancestral, nas raízes da raça humana está a matriz africana com toda sua força, diversidade cultural e religiosa. Não entende a força dos cultos africanos como algo ultrapassado, menor, dispensável, pelo contrário, procura trazer à discussão os valores culturais ancestrais como algo fundamental para compreender o contexto contemporâneo sincretizado. Cursou Letras Vernáculas na Universidade Católica do Salvador (UCSal) até 1996, passando a dedicar-se, logo após, às artes plásticas. Entre 1998 e 2001, foi aluno das oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). Yuri Ferraz nasceu em Salvador, em 1972. Cursou Letras Vernáculas na Universidade Católica do Salvador (UCSal) no período de 1993 a 1996, passando a dedicar-se, logo após, às Artes Plásticas. Realizou a exposição individual “Irúnmolè”, Galeria ACBEU, 2012, Salvador, BA. Participou das coletivas XI Bienal do Recôncavo, 2012, São Félix, BA; Circuito da Artes 2012; e edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia. SEM TÍTULO Instalação 300 x 200cm 149 SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA 2014 COMISSÃO DE SELEÇÃO ALVARO VILLELA CARLOS DE MÉLO De Aracaju (SE), vive em Salvador (BA) De Recife (PE) Fotógrafo, graduado em Jornalismo na Universidade Tiradentes, atua como artista desde 1993. Realizou diversas exposições internacionais – Espanha, Estados Unidos, Eslováquia e Alemanha – e no Brasil. Com diversas formações e pesquisas no ramo das artes e filosofia, desenvolve uma atividade artística regular de âmbito nacional e internacional. Expõe regularmente em circuitos institucionais e em galerias, trabalhando atualmente com a Galeria Mariana Moura (PE), Galeria Laura Marsiaj (RJ), Moura Marsiaj (SP) e a Galeria 3+1, em Lisboa. “Posso dizer que, pessoalmente, foi muito enriquecedor ter participado desse processo dos Salões de Artes Visuais da Bahia, dessa vez como jurado, já que em 2011 participei e tive meu trabalho premiado em 1º lugar na etapa de Porto Seguro. Destaco a convivência com outros artistas, além da equipe da Fundação Cultural, todos muito comprometidos com a lisura do processo, sobretudo com a qualidade dos trabalhos selecionados e seus desdobramentos. Considero os Salões um potente catalisador das artes visuais na Bahia, mormente por deslocar o protagonismo das exibições da capital para as cidades do interior do estado.” “Cadeiras com plaquinhas afixando os nomes das cidades, Camaçari e Paulo Afonso, prestavam apoio aos projetos sinalizados com ‘sim’ e ‘não’. Centenas de propostas envelopadas ou enviadas pela internet chegavam aos nossos olhos. Cada projeto continha uma urgência de ser entendido e logicamente aprovado. Por outro lado, carregavam em si uma certa “pureza”, e sobretudo algo que me toca bastante: o desejo. Ser escolhido e aprovado faz parte de uma construção simbólica que carregamos a vida inteira, independente de que profissão ou caminho seguimos. É da natureza humana esse desejo de aprovação e aceitação, mas como isto se dá no campo da poesia e da arte? Como dizer se uma manifestação artística é válida ou não? Para isso, e até tentar minimizar possíveis dificuldades, no caso de um salão de arte, servem os editais e seus critérios. E nesse viés seguimos “avaliando” as propostas que a princípio obedeciam ou não ao conceito dos Salões de Artes Visuais da Bahia, em pilhas que se avolumavam em sins e nãos. E no “talvez”, cujos conceitos não tinham tanta força, nos permitia revê-las, as propostas, e deixá-las em stand by para decidirmos sobre a concepção do artista e sua possível seleção. Os editais são inflexíveis, é da natureza deles, e isso conduz uma postura dura e difícil que envolve lamentarmos que ideias muito boas em algum momento não cumpriam o formato ou itens de envio indicados no edital etc. Porém, os nossos pontos de vista são flexíveis e inauguravam o momento mais rico do processo de análise das obras: a discussão generosa em torno de cada um dos artistas inscritos. O que quero dizer com isso é que não se pode fazer uma escolha de projetos artísticos sem levar em conta a emoção, e não apenas ao “conhecimento técnico” da comissão, também composta por artistas, mas como nos tocavam sensivelmente. Porém, a manifestação da decisão envolve um “poder” que se diluía na medida que o colocávamos a serviço da 153 sensibilidade, me fazendo perceber que não escolhíamos uma obra, mas o seu conjunto e a importância para o que me parece fundamental em um salão de arte: identificar bons artistas e também criar condições pra isto. O nosso esforço ao longo do período de análise das propostas dos artistas não foi medido pelo exercício da exclusão, ou por obediência a regras, mas por contemplar visibilidade àqueles que demonstraram integridade poética em suas obras, assim como os mais “frágeis” terem oportunidade de se contextualizarem e repensarem suas ideias e caminhos ativados nas suas proposições. E os não selecionados, como uma seleção às avessas, cujo ruído é um recado: a produção de uma obra de arte é um platô nutrido pelo exercício pleno da sensibilidade e a alegria de um trabalhador.“ 154 ELAINE PINHO LUDMILA BRITO De Salvador (BA) Do Rio de Janeiro (RJ), vive em Salvador (BA) Artista visual. Especialista em Curadoria e Projetos Expográficos. Coordenadora de Artes Visuais da FUNCEB. Professora de Teoria, Crítica de Arte e Curadoria na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). É integrante do Grupo de Interferência Ambiental (GIA). “Escrever tudo que passa pela cabeça seria um excesso. Gostaria de fazer um desenho, de tudo. Colaborar com a seleção para os Salões de Artes Visuais da Bahia é uma tarefa difícil. Inicialmente pela diversidade, pelas possibilidades de novas abordagens, pela transformação, pelo limite e pelo conceito. A partir de variados conhecimentos de mundos, é vivido um mundo complexo, onde todos os olhares estão voltados para a “obra”, o processo de criação, o contexto de produção e a difusão desse objeto artístico, para compor os Salões de Artes Visuais, este que versará na contextualização e na atual produção artística em artes visuais no estado da Bahia.” “Participar da comissão de seleção dos Salões de Artes Visuais da Bahia de 2014 foi uma experiência rica e prazerosa, principalmente por constatar que, em tempos de homogeneização cultural e supressão dos desejos, abrem-se novas cartografias, desenha-se um panorama artístico – que perpassa por diferentes territorialidades, transbordando restrições geográficas – marcado pela criatividade e pela multiplicidade. A despeito dos circuitos oficiais de exibição, os Salões investigam novas possibilidades expositivas, transitam por novos territórios, conclamam a participação de artistas que, muitas vezes, estão fora dos sistemas tradicionais de exibição e legitimação (apesar de ser possível identificar grupos que já possuem uma participação frequente em várias edições dos Salões). Trata-se, portanto, de uma arena que apresenta as diferenças e as singularidades de maneira democrática. Igualmente múlti- plas são as linguagens e suportes contemplados: fotografia, videoarte, pintura, performance, gravura, desenho, intervenção urbana, arte postal... O “campo ampliado” das linguagens e processos artísticos que se apresenta de forma cada vez mais hibridizada e heterogênea, traços da época contemporânea. É importante, portanto, que os Salões da FUNCEB e, é claro, as políticas públicas de incentivo à cultura no estado da Bahia continuem catalisando novas discussões e reflexões políticas e estéticas sobre a arte nacional e baiana, e que essa também amplie e transborde as possíveis fronteiras, instaurando novos discursos e visibilidades.” SILVANA REZENDE De Salvador (BA) Professora, videoartista, mestre pelo Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade, linha de pesquisa em Cultura e Arte, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Os Salões promovem um diálogo entre as cidades, diminuindo distâncias, criando relações. Há diversos centros e as cidades urbanas, grandes ou pequenas, têm uma produção artística que se mantém viva e constante. Promover esses espaços de troca é, ao mesmo tempo, uma ação mobilizadora e também de abertura. Fazer parte deste movimento foi, para mim, uma experiência importante, de leitura e compreensão desta atual produção de artes visuais na Bahia.” 155 CAMAÇARI COMISSÃO DE PREMIAÇÃO ANDREA MAY MARIANO KLAUTAU FILHO De Salvador (BA) De Belém (PA), vive em São Paulo (SP) Artista visual e curadora independente que atua também na área musical e de produção cultural. Desde 2010, coordena o Atelier Coletivo VISIO., com o qual realiza ações virtuais e presenciais em Salvador, com intercâmbios de âmbito nacional e internacional. Fotógrafo, professor e pesquisador em arte. “Participar de uma comissão de seleção oportuniza vivências de sentidos diversos. Pela interlocução imediata com outras linhas do pensamento artístico; pela conexão com os sentimentos imersos nas obras; pela sedução do novo; pelo respeito ao tradicional; pela busca deste equilíbrio, mesmo que se apresente insólito. A experiência numa das edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia 2014 não se resume apenas ao veredito final, mas a todo processo desencadeado durante observação, percepção e justificativa das crenças pessoais de cada membro, ou seja, nos expomos simultaneamente aos artistas participantes. E assim nos tornamos parte integrante de uma grande mostra coletiva onde a concorrência é apenas um detalhe.” “O trabalho de participação na comissão de premiação do Salão de Artes Visuais foi uma experiência rica especialmente em dois aspectos: a troca de ideias com Andrea May e Ricardo Guimarães, também integrantes da comissão, foi uma oportunidade de exercer as diversas leituras que um trabalho de arte pode suscitar. Num segundo momento, o debate sobre os projetos artísticos foi muito saudável porque estávamos diante de trabalhos que, antes mesmo de mesclar suportes, indicaram que a própria percepção do artista já se mostrava mais ampla. Esses aspectos se revelaram na materialidade e na diversidade das obras apresentadas como, por exemplo, a de Leandro Estevam. Seu “Ensaiando o sol” parte de uma observação do tempo e da luz; portanto, um trabalho motivado inicialmente por uma observação fotográfica do mundo e que, no seu processo de feitura, se utiliza do desenho e da precisão artesanal que conduzem a série final para o plano do objeto. A produção reunida no Salão reflete uma postura mais ampliada do trabalho de arte e revela uma experimentação necessária nas novas gerações. Essa experimentação foi percebida pela comissão de premiação da qual participei e nos ajudou a fortalecer os critérios de avaliação e premiação das obras.” RICARDO GUIMARÃES De Salvador (BA), vive entre Salvador e Juazeiro (BA) Mestre em Artes Visuais, artista visual, designer gráfico, professor do curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). “Integrar a comissão de premiação dos Salões de Artes Visuais da Bahia na edição de 2014 em Camaçari foi um desafio assumido com prazer e a responsabilidade necessária para a sua realização. A difícil escolha dos três premiados e três menções honrosas foi facilitada pela qualidade do diálogo estabelecido com os demais integrantes da comissão, os artistas visuais Andrea May e José Mariano Lautau, e pelo nosso intenso trabalho nesse processo de avaliação. Aproveito para parabenizar a todos envolvidos: artistas, organização, diretoria e FUNCEB por mais esta realização de fundamental importância para as artes visuais baianas.” 159 ALEX MOREIRA Juazeiro [email protected] Cada palavra, cada artigo, cada inciso é o atestado da codificação e decodificação da música, do circo, da dança, das artes visuais... Ou seja, abrange 108 expressões e bens de natureza material e imaterial. Com 34 artigos, a lei não estará no Salão só como legitimadora e responsável pelo próprio Salão de Artes Visuais da Bahia, mas como obra de arte. LEI 12.365 Instalação 150 x 60cm Artista plástico graduado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2009. Age como artista visual e agente cultural. Participou de diversas exposições coletivas, a exemplo de edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2012 e da exposição Esquizópolis, no Museu de Arte Moderna da Bahia, 2012. Realizou exposição individual em Presidente Dutra (BA), 2009. 160 ALINE BRUNE São Félix [email protected] Obra busca refletir o olhar da arte sobre a mulher e, sobretudo, o olhar da mulher sobre ela mesma dentro dos processos de representações artísticas. EU, VÊNUS AQUI Videoarte Duração: 3’10’’ Graduanda em Artes Visuais pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Prêmio aquisição na XI Bienal do Recôncavo, São Félix (BA), 2012. Participou da III Mostra Internacional Curta o Gênero, Fortaleza (CE), do V Continuum – Festival Internacional de Arte e Tecnologia, Recife (PE), 2014. 161 ANDERSON SANTOS Salvador [email protected] O quadro retrata uma mulher correndo em direção ao espectador. Faz parte da série “Dissonâncias”, que o artista desenvolve desde 2012, focada na representação de figuras em movimento. Formado em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), 1999. Tem trabalhos em pequenas coleções particulares no Brasil, Europa e Estados Unidos. É representante do Coletivo Boardilla. O SORRISO Óleo sobre tela 70 x 100cm 162 ANDRÉ LIMA Salvador [email protected] SOBREVIVENTES Instalação 100 x 60 x 80cm Procura estabelecer uma reflexão acerca do isolamento individual e da corrosão das relações. Sua importância está em apresentar ao público uma concepção poética sobre as relações humanas (naquilo que se perde ao se tentar comunicar algo), através de uma forma contemporânea de expressão artística. Vive e trabalha como artista e educador em Barreiras. Em 2009, iniciou sua trajetória no campo da fotografia. Realizou exposição individual em 2012, “Monólogo de uma Sombra”, no Espaço Xisto Bahia. Participou de algumas edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, tendo sido premiado em 2010. 163 ARTUR RIOS Salvador [email protected] ESCOAMENTO IV Pintura 60 x 40cm Faz parte de uma série de autorretratos que fala sobre a condição de estar à toa. O acúmulo da falta de expectativas leva a uma rotina de resistência, frustração e insaciedade. O inverso dar êxtase, de tal modo, a energia escoa e escorrega para fora de si. 164 Graduado no curso de Artes Plásticas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 2007. Participou de diversas exposições coletivas e individuais. Seus trabalhos são desenvolvidos com base na técnica de pintura tradicional e digital. AUGUS Jequié [email protected] “Ossos do Ofício” é um convite ao exercício da cidadania, é uma bandeira que se ergue motivando o povo para lutar por seus direitos e sair do ostracismo. Participou de exposições coletivas e mostras individuais. Realizou o projeto “Nossa Arte” com exposições e curso de arte abstrata, tendo como principal público os artistas locais de Jaguaquara (BA). Em 2012, participou da exposição “Esquizopólis” realizada no Museu de Arte Moderna da Bahia. OSSOS DO OFÍCIO Fotografia 200 x 40cm 165 BEATRIZ FRANCO Salvador [email protected] Dois corpos se fundem com um céu de nuvens densas e com o pensamento-poema e criam uma realidade própria em forma de imagempalavra. A fotografia não é o fim, mas sim o meio para a criação de um trabalho que contém o seu conceito também na sua matéria. Artista visual. Em 2011, fez sua primeira exposição fora do Brasil na prestigiada Galeria Carla Sozzani, em Milão. Seu trabalho está fortemente ligado aos conceitos de temporalidade, existência, inconsciente e simultaneidade, à relação do homem com ele mesmo e com a natureza. 166 TUDO ESCAPOU Fotografia digital 75 x 50cm CENILDO SILVA Salvador [email protected] No trabalho do artista, pequenos ícones são cuidadosamente inseridos em defesa de uma temática voltada para as transformações e adaptações do indivíduo urbano ao longo de sua trajetória social, apontando para discussões acerca da necessidade de equilíbrio físico e psicológico do homem contemporâneo numa sociedade que o obriga a se reconfigurar constantemente. SUSTENTÁCULOS Escultura 120 x 300cm Graduando pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2013, realizou sua primeira exposição individual, “Irredutíveis”, na Galeria Nilda Spencer (UFBA). Participou das seguintes exposições coletivas: “Contra-Ponto” – Galeria Canizares; “O alimento da Arte” – Museu Casa de Angola; “Gravura Making Off” – Escola de Belas Artes da UFBA; “Ouvir – Audicentro; Muitoprazer, artistas” – Espaço Cultural Sofia Olszewski Filha. 167 DEISIANE BARBOSA Cachoeira [email protected] CARTÕES-POSTAIS À TEREZA/CAIXAS DE ENTRADA Intervenção urbana 220 x 120cm Artista visual em graduação pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), atua como arte-educadora da ONG Casa de Barro. Participou da XI Bienal do Recôncavo, em 2012. Foi premiada no I Concurso Universitário Latino-Americano de Literatura – UFVJM, pelo conto “A moça que desfiou”. Desenvolve pesquisas e processos artísticos que envolvem corpo, vídeo e o cruzamento das artes visuais e da literatura. Os temas centrais da sua poética são identidade, alteridade e autoconhecimento. Atualmente, explora a carta como um gênero literário e os seus desdobramentos visuais. 168 Consiste na distribuição aleatória de postais em caixas de correio de residências no interior da Bahia. Os postais, em 10 x 15cm e impressos em papel couchê, integram a série “Fotoflanâncias/Habitares”. Nessa perspectiva, as caixas de correio são metaforizadas como elo de correspondência entre o mundo externo e o anônimo interior das casas. Esta produção integra o projeto artístico-literário “Cartas à Tereza”, que objetiva despertar o fruidor para reflexões relacionadas aos hábitos contemporâneos de comunicação e à rara escrita de cartas. EDU O. Salvador [email protected] Performance que reflete sobre a passagem do tempo e o que acontece com os desejos. Quando sabemos que chegamos lá? Quando alcançamos os sonhos? O trabalho traz a imagem de um homem travestido de Marilyn Monroe, ícone da beleza ocidental, do feminino, da juventude eterna, da beleza e da realização. Este mito em que foi transformada também não correspondia ao que se via na vida real. Mestre em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), tem graduação em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes da mesma instituição (2001) e especialização em Arte Terapia pela Universidade Católica de Salvador (2004). AH, SE EU FOSSE MARILYN! Performance Duração: 10’ 169 HIROSUKE KITAMURA Salvador [email protected] As imagens não são bem definidas, mas é possível sentilas profundamente. A figura ferida segurando a cabeça num estado de angústia, de sofrimento e de agonia. Tentando tirar os obstáculos de sua mente para seguir livremente, mas tem dificuldade em conseguir tal façanha. Lembra-se da imagem de Ícaro, que perdeu as asas tentando se transformar em humano, para começar a andar. É um processo de metamorfose, renascimento. Dentro desta situação existe uma beleza que faz parte do sofrimento, uma centelha para a transformação. 170 METAMORFOSE Fotografia 240 x 60cm Nascido em Osaka, Japão, em 1967, formou-se em Letras pela Universidade de Estudos Estrangeiros de Kyoto e veio ao Brasil em 1990, como estagiário de intercâmbio. Em 1993, começou a estudar processos contemporâneos, pintura e desenho de observação no Museu de Arte Moderna da Bahia e, em 1995, fez curso intensivo de fotografia, quando iniciou seu trabalho como fotógrafo independente. Tornou-se então correspondente da Revista de Música Latina, que circula mensalmente no Japão, realizando fotos e escrevendo textos sobre eventos musicais de todo o Brasil. Atualmente vive em Salvador. JOÃO OLIVEIRA Salvador [email protected] Na fuga das nossas próprias imediações, durante a qual o contato com a realidade é difuso, vago, nebuloso, nos deixamos levar no engano dos sentidos que nos fazem tomar a realidade pela aparência das relembranças inolvidáveis. Compulsivamente, o devaneio excessivo é o hábito pelo qual as coisas se (trans)formam. Graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), 2011. Com o projeto “Se preferir, adoce”, investiga e busca, na memória íntima e no devaneio da lembrança, elaborar uma produção artística relacionada à gravura expandida. Apresentou seu trabalho em mostras como “Esterno”, “Circuito das Artes”, “Tomar Coca-Cola com Você”, “Cabra cega”, “Escultura nova” e “Esquizópolis”. Participou do “Imprima – Salão Internacional de Gravura” (CE); da XI Bienal do Recôncavo (BA); da residência Câmbio 14, México; e do 65º Salão de Abril (CE). DAS DELÍCIAS O 1° DEVANEIO É O HÁBITO Gravura metal 150 x 60cm 171 KELVIN MARINHO Cachoeira [email protected] Trata-se da representação de um transeunte através do reflexo de uma poça d’água, a qual reflete, para além da imagem do sujeito em questão, a textura da superfície, gerando assim um efeito de aparente dupla exposição. A água da chuva acumulada sobre a superfície aborda a coexistência entre conceitos de transitório e o perene na fotografia, enquanto linguagem artística, sobretudo no atual contexto onde a visualidade opera enquanto instância máxima no cotidiano. O corpo não desvelado na composição referencia não apenas a sua própria passagem, mas como a passagem do tempo e seu aspecto flou, evocando assim uma reflexão acerca da própria imagem fotográfica, aqui apresentada como o entrelugar, como espaço de questionamento de memória atemporal e de (re)conhecimento da imagem em si. (A)TEMPORAL Fotografia 75 x 100cm 172 Artista visual, designer gráfico, trabalha com animação, vídeo e ilustração. Estuda as relações entre espaço/corpo/tempo/memória/ autoconhecimento em suportes como a fotografia e o vídeo. Desenvolve o projeto de pesquisa “A Configuração do Corpo através da Fotografia e Vídeo enquanto Linguagens Artísticas”. Pesquisa e produz imagens explorando as potencialidades de superfícies reflexivas como suporte e aporte para a recriação do espaço e do indivíduo. Produziu animação 2D para o documentário “Olho Adentro” (2013). Produtor do Coletivo Audiovisual Gaiolas. Editor da vinheta do IV CachoeiraDoc (2013). Participou da curadoria educativa da exposição “Hansen-Bahia, Mais-Que-Sagrado Mais-Que-Profano” (2013/2014), na cidade de Cachoeira (BA). LAÍS GUEDES Salvador [email protected] EM TERRA Performance/instalação 70 x 140 x 140cm “Em Terra” propõe reflexões sobre o tempo, buscando somar a lentidão à paisagem (definida por Milton Santos como “acumulação de tempos desiguais”). A performance consiste em uma não-ação ou mínima-ação, em que a artista fica sentada em um banco com os pés dentro de uma bacia com terra. Desenvolve seus trabalhos a partir da experiência corporal, desdobrando-a para outras linguagens como gravura, desenho, fotografia, vídeo, performance e instalação. Participou de diversas exposições coletivas e já foi premiada nos Salões de Artes Visuais da Bahia. Teve Menção Especial na Bienal do Recôncavo, São Félix (BA). Em 2012, realizou sua primeira exposição individual, “Coreogaiola – A Grafia da Cidade”, no Espaço Cultural Bahvna, Salvador (BA). Em 2013, participou da Mostra Osso Latino Americana de Performances Urbanas, em Trancoso, Arraial d’Ajuda (BA). Em 2014, do EPI V – Encuentro Independiente de Performance (Los Álamos, Chile). 173 LEANDRO ESTEVAM Salvador [email protected] A instalação é composta por nove desenhos emoldurados da cadela Frida, no seu hábito rotineiro de deitar-se ao sol no longo do dia, num período que vai aproximadamente das 9 horas da manhã às 17 horas. Cada desenho está disposto na parede de maneira correspondente à posição do sol naquele horário, fazendo alusão ao movimento aparente do sol visto lateralmente. Todas as molduras possuem uma placa de cobre gravada com o horário correspondente. O artista atualmente se dedica à prática da gravura em metal, nas oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia, e a seu projeto de pesquisa, intitulado “Morada”, que aborda as relações entre o morador/artista e a sua casa/ateliê. Visa a apresentar e discutir os espaços domésticos habitados pelo homem, se utilizando sempre da representação da natureza como analogista para falar do lar: palco da vida, espaço propício ao germinar de afetos, sonhos, vivências e memórias. 174 ENSAIANDO O SOL Instalação 300 x 300cm MARCO ANTONIO Salvador [email protected] “Esse jogo não é 1x1” é a continuidade de uma pesquisa em que o artista trabalha com o recorte das suas memórias, memórias essas voltadas para o imaginário da cultura popular em que experiências vividas são materializadas usando as linguagens tridimensionais das esculturas, objetos e instalações, de uma forma lúdica e arejada. Trabalha com gravura, escultura, instalação e objeto. É integrante do grupo Artconceito. Participou das exposições coletivas: “Gravura versus Gravura” – Galeria ACBEU, 2012; “Artconceito IV” – Galeria ACBEU, 2010; Circuito das Artes – Museu Carlos Costa Pinto, 2009; “Artconceito” – Galeria ACBEU, 2008; “Base” – Centro Cultural Yagizi, Aracaju (SE), 2007; VIII Bienal do Recôncavo, São Félix (BA), 2006; II Bienal de Gravura da Paraíba, 2003. Possui obras nos acervos da Galeria ACBEU e da Galeria Solar Ferrão. ESTE JOGO NÃO É 1X1 Instalação 80 x 150 x 40cm 175 MAYRA LINS Salvador [email protected] A fruição das imagens sugere um tempo que não cessa de se (re)fazer, que pode ser experimentado em diferentes direções e sob perspectivas variadas. O vídeo tem subtraída sua duração contínua em favor do corte que separa os instantes, mas cria vãos para a percepção trabalhar livremente. Ao observar a instalação, é possível ver alguém que cava um buraco enfiando as mãos no interior do mundo e parece retirar de lá uma matéria viva, mutável. Fatores externos chegam e desestabilizam a atividade, no entanto o corpo continua... Determinado e incansável na busca. Há um acontecimento na imagem que parece se repetir copiando a si mesma, mas ele guarda segredos das oscilações que habitam o intervalo. Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua produção artística transita por diferentes suportes, como fotografia, vídeo, instalações e objetos. Em 2014, realizou sua primeira exposição individual, “Infinisso”, que inaugurou a Galeria do Jardim. Foi selecionada para a mostra internacional Taiwan International Video Art Exhibition e fez direção de arte do solo “Masturbatório”, de William Gomes. Em 2013, foi selecionada para a III Mostra de Performance – Imagem e Identidade. Participou do Circuito das Artes (2012 e 2013). Foi responsável pela fotografia do livro “Morde pra cima”, parceria entre Arto Lindsay e o grupo Capacete de Helmut Batista. Em 2012, fez a direção de arte do solo “Mulher Gigante” e esteve presente na XI Bienal do Recôncavo, premiada com menção especial do júri. AS COISAS QUE EXISTEM, ELAS TEIMAM EM QUERER SER VISTAS Instalação 80 x 150cm 176 OLÍMPIO PINHEIRO Salvador [email protected] OS INFAMES CAEM Pintura 200 x 100cm Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com a exposição individual “Orixás: Ação e Luz”, na Casa do Benin, Salvador (BA). Sua primeira mostra individual sob o titulo “Abalos Sensuais”, em 2008, foi realizada na Biblioteca Pública do Estado da Bahia. Participou de uma das exposições do Projeto Acción Arte Itinerante em 2010, desenvolvido por Marília Palmeira. Ação Cultural do Estado da Bahia. Tem duas pinturas e duas esculturas que pertencem à Casa do Benin e duas pinturas no Acervo da Casa de Angola, Salvador (BA). Representa uma alegoria da bestialidade e da morte, refletindo guerras dos últimos cem anos, controvérsias políticas e abominações que se multiplicam no capitalismo globalizado. A obra contempla também as implicações no Brasil da conspiração dos governantes corruptos e da militância social e política de 2013. Objetivamos uma expressão contemporânea na aplicação abrasiva da tinta, os fluxos em verde claro do primeiro plano estabelecem um contraste de sombras e tons luminosos. Forças de atração e repulsão se deslocam. 177 PABLO CORDIER Salvador [email protected] Álgido, o corpo sólido se (con)funde. Absorto no hiato da própria insignificância, designada como uma casualidade, orbita ao redor de si mesmo sob a influência das forças que regulam o movimento de objetos inertes: letargia, gravidade, inércia, desagregação por arrefecimento: paisagens, pedras líquidas, caules intergalácticos pelas meras designações estruturais em função do modo como as “partículas num movimento sem fim, ligando-se e desligando-se umas às outras”. DESSE LIMITE INFINITESIMAL NO QUAL ALGUMA COISA ACONTECE Fotografia 40 x 40cm Graduando em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desenvolve em seu trabalho uma linguagem mesclada entre desenho e fotografia. Participou de mostras em galerias e museus como “Arte no Domínio de Eros”, “México 70”, “Cabra Cega”, “Tomar Coca-Cola com Você” e Circuito das Artes. Tem trabalhos na Galeria RV Cultura e Arte. Participou, em 2014, da residência Cambio 14 (Cidade do México, D.F. MX), como artista residente e observador. 178 PABLO LUCENA Salvador [email protected] O artista realiza um tipo de fotografia cujo instante decisivo não é o mais importante, mas os transbordamentos gerados pelos objetos capturados. Como um exercício tipicamente de notívago e nômade, ele se deslocou pelas autovias litorâneas, formando uma “cartografia” destes objetos, traçada ao longo da Região Metropolitana de Salvador (Lauro de Freitas, Camaçari, Dias d’Ávila). SWEET BLUE DREAM – O REVERSO E O VERSO Fotografia 180 x 80cm Graduado em Design pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), frequentou as oficinas de artes visuais do Museu de Arte Moderna da Bahia até 2003. Desde 2004, tem sido selecionado em bienais e salões de arte, com destaque para o 12º Salão Nacional de Artes Visuais de Itajaí (SC – 2010) e premiações nos Salões de Artes Visuais da Bahia. Mestre em Artes visuais pela UFBA. 179 PAULA ÂNGELA Salvador [email protected] MEMÓRIA DO AÇÚCAR Pintura 100 x 70cm “Trata-se de um autorretrato que relata uma festa que fizeram para a artista, na casa da vovó Marina. A mesa foi enfeitada com sua boneca e diversas cruzes... Parecia até um cemitério! A boneca foi vestida de forma similar à aniversariante e tinha sido um presente do seu pai. Este trabalho fala de uma memória afetiva, que por alguma razão perdurou em lembranças.” 180 Tem formação livre nas oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia, entre 2002 e 2004. Desde então, tem sido selecionada nas Bienais do Recôncavo e nos Salões de Artes Visuais da Bahia. Em sua pintura, traz consigo o misticismo, o antropológico, pequenas memórias de sua vivência no Engenho de Cachoeira e uma síntese própria da estética popular. PAULO COQUEIRO Salvador [email protected] O objetivo deste projeto é acumular evidências, atestando o quanto a fotografia vernácula é um instrumento frágil para resguardar a memória do homem comum. Ao abordar o problema da insuficiência técnica da fotografia, os resultados apresentados acabam se tornando uma alegoria, uma tentativa de representação da memória em si, articulando a questão das perdas e, em última instância, da precariedade humana. Essas fotografias são o registro do próprio esquecimento. Este ensaio compõe uma articulação com outras formas de fotografia vernacular, como aquelas utilizadas pelas redes sociais. Fotógrafo, também atua na área de vídeo, concluiu sua graduação e mestrado na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Participou do I Salão de Fotografia do Salvador Fotoclube em 2011, quando recebeu duas menções honrosas. Prosseguiu atuando em mostras públicas coletivas, como “Os Olhos da Rua” e no XI Mercado Cultural, com exposição no interior do estado e no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA). Em 2012, participou da XI Bienal do Recôncavo, recebendo Menção Especial do Júri. Foi escolhido em 2014 para o Festival de Fotografia dos Sertões. RUÍDO Fotografia 200 x 300cm 181 TIAGO LIMA Salvador [email protected] “Avenida Sete” faz parte de uma série de imagens que tem como cenário a Avenida Sete de Setembro e seu entorno, no Centro de Salvador. Esse retrato é o ponto de partida dessa pesquisa que busca analisar conexões entre cultura popular e tópicos ligados a performance, instalação e moda. O teor da imagem nos convida a aumentar a percepção de como vemos o espaço urbano através de seus habitantes, além de dar visibilidade a diferentes modos de existir e à memória recente da cidade. Fotógrafo profissional desde 2006, suas imagens dialogam com moda, arquitetura, arte performática e publicidade. Formado em Publicidade pela Universidade Católica de Salvador (UCSAL), suas imagens já foram publicadas no Brasil via Portal IG Moda, Revista Trip, Billboard Brasil, Revista Polo, Jornal A Tarde, Revista Espresso, Correio da Bahia e Revista Ideia Fixa; e no exterior, pela Editora Paul Zsolnay Verlag (Áustria) e agência The Classic Partnership Group (Dubai). AVENIDA SETE Fotografia 90 x 60cm 182 TIAGO SANT’ANA Salvador [email protected] DOCE X BALA PARA COSME E DAMIÃO Performance para fotografia (políptico) Duração: 10’ Um homem banhado por um doce viscoso e dourado embala-se como uma bala de mel para Cosme e Damião. O artista parte da performance “Pacake” de Marcia X para pensar numa alegoria a uma bala de mel, doce distribuído na festa dos santos meninos no Recôncavo da Bahia. Compotas e colheres estão dispostas numa mesa. O conteúdo desses recipientes é um doce formado por açúcar e rapadura – produtos que impulsionaram a economia do Brasil Colonial e a consequente escravidão/africanização do país. O artista inicia a se banhar, seguido num ritmo frenético, até que esteja completamente embebido pelo doce. Num procedimento lento, começa a embalar partes do corpo. Primeiro a língua, depois os pés, a mão e, por fim, a cabeça. Devir-doce. Artista visual, jornalista, graduado pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Mestrando em Cultura e Sociedade na Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolvendo pesquisa no campo da arte e identidades culturais. Como artista, desde 2008, compõe trabalhos que imergem no imaginário social do Recôncavo da Bahia e das afrobrasilidades, através da investigação da performance-art e seus possíveis desdobramentos. Também possui produção reflexiva publicada como crítico e acadêmico. É integrante do Coletivo OSSO, com quem compartilha a organização e curadoria da Mostra OSSO Latino-Americana de Performances Urbanas (MOLA), e da Incorpora – encontros virtuais em performance. 183 PAULO AFONSO COMISSÃO DE PREMIAÇÃO CLÁUDIA FRANÇA De Belo Horizonte (MG), vive em Uberlândia (MG) Artista visual, doutora em Artes pela UNICAMP, professora adjunta da graduação em Artes Visuais e pós-graduação em Artes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). “Considero minha participação na comissão de premiação como uma experiência muito importante em minha vivência como artista. Há vários motivos para isso. 1) Uma proposta que busca, na descentralização dos Salões e na itinerância dos eventos, um alcance maior da arte e intercâmbio de regiões diversas, cada qual com sua identidade cultural. 2) A proposta atua não somente no evento em si, mas organiza situações e eventos de formação de público, divulgação e atuação continuada pós-evento. 3) O meu próprio aprendizado diante de um novo contexto de produção cultural. Natural e atuante no sudeste brasileiro, pude participar de um evento que me apresentou, de diversos modos, as especificidades do estado da Bahia e de que modo a produção artística local constrói diálogos com outras regiões do país, indicando enfaticamente a dialética local/global. 4) Por fim, a constatação de que, assim como a cultura é um termo abrangente a congregar diversas significações do que seja cultura, seu contexto e sua viabilização, o mesmo deveria ser pensado para o termo ‘arte contemporânea’. Pude verificar in loco a riqueza de propostas com relação a ideias e uma materialização das mesmas – em alguns casos incipientes, mas, sem dúvida, potentes.” DEVARNIER HEMBADOOM APOEMA De Simões Filho (BA), vive entre Salvador (BA) e Curitiba (PR) Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), cursou fotografia e computação gráfica. Desenvolve uma pesquisa plástico-imagética com a figura humana, sobretudo com o corpo modificado.. o pesado trabalho de apontar prêmios dentre os fabulosos trabalhos que lá estavam presentes, pois inexoravelmente alguém terá de ser premiado. Foi uma longa tarde de discussões sobre formas, cores, conceitos, composições, proposições, leituras plásticas, captações de sensações e de objetividades. Enfim, foram lançados muitos meios para se aferir quem naquele momento mereceria os prêmios, sempre com a preocupação de fazer o melhor no sentido de ser justo. Esta experiência de participar da comissão julgadora foi realmente torrencialmente interessante, pois me colocou no outro lugar que faltava para completar a experiência no campo artístico. Fui de proponente a júri, de um lado a outro, completei um ciclo experimentação profissional no campo das artes.” “A experiência de participar do Salão de Artes Visuais como jurado é o experimento de estar do outro lado da moeda. Naquele momento, percebe-se a difícil tarefa de julgar não o melhor em termos qualitativos, pois todos os trabalhos que ali estavam já são de alta qualidade, além de passarem por uma série de seleções anteriores, mas 187 JACKSON CAVALCANTE De Paulo Afonso (BA) Artista visual, performer, ator, diretor teatral profissional, pedagogo e especialista em arte educação, desenvolve trabalhos artísticos desde seus 18 anos, passando pelo teatro e intervenções urbanas. “Os Salões vêm em uma conjuntura artística que dissemina e provoca vários artistas a desenvolverem suas práticas e o seu fazer, incentivando principalmente a sociedade para a apreciação de trabalhos de vários artistas que antes estariam no seu anonimato ou desenvolvendo trabalhos em galerias ou em pequenos ambientes. Sendo assim, essa formatação do projeto pôde criar uma “transetorialidade” entre artistas, públicos e lugares, em uma perspectiva possível, num edital acessível e viável. Elementos esses que ampliam todo um organismo técnico, cultural, social, político, educacional e artístico, oferecendo valores estéticos em visões diferentes. Essa formatação viável estabelece vínculos próximos entre as obras e suas possibilidades que a dinâmica dos Salões oferece a públicos diversos, gerando várias reflexões em um universo imagético. Participar integrando a comissão foi 188 constatar a democratização de um projeto “particular” que insere cada vez mais artistas em sua liberdade visual, sentir um privilégio, poder expressar, avaliar, respeitando as várias conexões artísticas da esfera baiana, além da troca de experiências e valores nessa construção da diversidade estética.” ADRIANO MACHADO Feira de Santana [email protected] Percorrer os mesmos locais todos os dias pode ser uma rotina desgastante e tediosa. Com o passar do tempo, o mesmo caminho vai sendo visto até se estabilizar na memória, as imagens começam a sair do estado de novidade e cair no lugar comum, até passarem despercebidas. Ao mesmo tempo esse desaparecimento das imagens que o caminho entrega é uma inquietação e pede uma nova forma de olhar. Assim foram produzidas fotografias de caminhões quando passam pela estrada contrária à percorrida, utilizando uma câmera de um aparelho portátil (iPod Touch 4G). As imagens produzidas dessa janela e regidas sobre o enquadramento do aparelho mostram as cores que se diluem pela estrada com velocidade e movimento. Graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Desenvolve projetos artísticos, buscando entendimento das diversas possibilidades da arte contemporânea, através da fotografia vídeo e experimentos relacionados às impressões, como colagem digital e manipulações. Entre suas experiências artísticas, estão a Bienal dos Jovens Criadores da Língua Portuguesa (Bienal da CPLP), 2013; e ENEARTE Vitória 2013. CORRERIA Fotografia 200 x 40cm 189 ALEX OLIVEIRA Salvador [email protected] Ao questionar identidade e memória, realidade e ficção, a obra fotográfica “Cartografia dos Afetos” propôs a realização de intervenções urbanas pelas ruas de Paulo Afonso (BA) a partir das colagens de fotografias por lugares diversos da cidade através do uso do lambe-lambe, técnica pertencente ao universo da street art. Fotógrafo, natural de Jequié (BA), graduando em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desde 2009, expõe em mostras individuais e coletivas. Participou, em 2014, de exposição da 3ª Bienal da Bahia, na Galeria Solar Ferrão, em Salvador (BA); 5ª Edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia (PA); “Obranúncio”, em outdoors em Vitória da Conquista (BA). Em 2012 e 2013, exibiu suas obras “Ritos de Passagem” e “Narrativas Errantes” em espaços da Bahia e de Sergipe. Também em 2013, integrou as mostras “Esquizópolis”, no Museu de Arte Moderna da Bahia, e “Lunar”, na Galeria Solar Ferrão. Em 2012, esteve na XI Bienal do Recôncavo. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2011. 190 CARTOGRAFIA DOS AFETOS Intervenção urbana 300 x 200cm ARTUR RIOS Salvador [email protected] Estas pinturas falam sobre um mesmo tema de formas diferentes, sendo complementares. Nasceram da emoção de potenciais não praticados, objeções, desejos, sede, fome e frustração. Animais que caminham em espaços abandonados. Sobre estar à toa, inerte, morto – vivo. Um questionamento sobre de quê adianta um potencial se ele estiver suprimido. Graduado no curso de Artes Plásticas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 2007. Participou de diversas exposições coletivas e individuais. Seus trabalhos são desenvolvidos com base na técnica de pintura tradicional e digital. NATUREZA MORTA E ESCOAMENTO I Pintura – díptico 150 x 100cm 191 BERNARDO OLIVEIRA Salvador [email protected] O HABITAR Videoarte Duração: 2’ “O Habitar” revela a fragmentação do tempo, o ar como a atmosfera da vivência, do “lugar/não lugar”. Lugares que nos colocam em estado de alerta e às vezes as vivências são trocas mínimas, sem criação de vínculo algum com o lugar. O mundo assim prometido à individualidade solitária, à passagem, ao provisório e ao efêmero. Graduando no curso de Licenciatura em Desenho e Plástica da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua como performer e ator-animador (teatro de animação). 192 BINHA Juazeiro [email protected] Utilização de objetos oriundos da região rural e urbana, combinando o vegetal com o material. As cabaças lembram uma espinha dorsal onde corre o líquido da esperança, e “cuias”, onde povos ainda bebem água. Participou de exposições coletivas no Museu Regional de Juazeiro (BA), 2002. Salões de Arte Terra Nossa, 1998 a 2002, sendo premiado como melhor clique de fotografia em 1º lugar. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2003. Já teve trabalhos de cartuns publicados em edições do jornal Pasquim. TRANSPOSIÇÃO Instalação 250 x 50 x 250cm 193 CANDICE MACHADO Sobradinho [email protected] A concepção da artista ao desenvolver essa obra foi esclarecida quando, ao abrir a mesa de cabeceira do seu pai, se deparou com incríveis objetos que ele guardava. Com sutileza, aquele lugar era um recanto que ritualizava a memória em sua forma mais pueril. Foi uma peça desenvolvida com certas pausas incontidas, pois mexer nesse material lhe tomava muita energia, pois era mesmo a memória falando pelos poros dos objetos. O pai tinha 82 anos e lutou contra o câncer durante doze anos. Fazia um ano que ele havia lhes deixado. Essa peça se cristaliza como recanto da memória. Graduanda em Artes Visuais pela Universidade Federal do Vale São Francisco (UNIVASF). Expôs em mostras coletivas na cidade de Juazeiro (BA). Sua linha de pesquisa é baseada nas diversas linguagens que a visualidade atinge, desde a fotografia às produções em assemblage, desenho e pintura. 194 O QUE SOBROU DA CABECEIRA DO MEU PAI Assemblage 50 x 50 x 3cm CARLA DE CARVALHO Ilhéus [email protected] Partindo do corpo como objeto de reflexão, “Cordados e a Bilaterialidade” propõe um pensamento onde esta divisão cria três movimentos possíveis: o “Ensimesmado”, o “Cordado” e a “Tensão e distensão”, abordando também a relação destes com o ambiente. Com técnicas de tear, papel artesanal, joalheria (boleamento). Materiais: Fibra de Sansevieria SP. (Lança de ogum). Artista plástica, trabalha há 35 anos com papéis, fibras naturais e cascas de cocos. Reside em Ilhéus há 30 anos, onde aprofundou suas pesquisas com a palmeira Atallea funifera (piaçava), desenvolvendo trabalhos em arte aplicada. Em 2006, cursou joalheria no SENAI de Salvador, passando a inserir novos elementos no desenvolvimento do seu trabalho. Foi premiada em Salões de Artes Visuais da Bahia e participou de importantes exposições individuais e coletivas em museus, sendo as mais relevantes no MASP, Museu de Arte Moderna da Bahia e Pinacoteca do Estado de São Paulo. CORDADOS E A BILATERALIDADE Instalação 260 x 300cm 195 CLARICE MACHADO Salvador [email protected] SUBVERSÃO DOS SENTIDOS Fotografia 100 x 60cm Este tríptico é resultado de um período sabático na Chapada Diamantina da Bahia, ao final de 2013. Nele, são reveladas experiências de livre associação, revoluções de pensamento e a expansão de horizontes assegurando variadas possibilidades interpretativas reveladas através do potencial de cada imagem. Graduada em Design pela UNIFACS. Atua como artista visual nas áreas de fotografia, artes gráficas indoor e outdoor. Realizou exposições em 2012 no Circuito das Artes, com três obras na Galeria Cañizares, na capital baiana. Em 2014, participou de intercâmbio cultural no Museo del Chopo, na cidade do México, onde produziu fotografias em projeto solo. 196 COLETIVO DOIS EM CASA: CLERITON FERREIRA E ANA EMIDIA Juazeiro [email protected] ABANDONO – A ILHA DO FOGO Fotografia 300 x 35cm “Abandono” é uma série composta por cinco fotografias feitas no antigo galpão da extinta FRANAVE – Companhia de Navegação do São Francisco, situada na Ilha do Fogo. A obra pretende dar visibilidade ao abandono pelo qual a ilha passou (ainda passa parcialmente) e captar, por meio de composições e ângulos, o que poderia haver de poético naquele espaço. O Coletivo Dois em Casa é formado por Ana Emidia, estudante de Artes Visuais, e Kell, nome artístico de Cleriton Ferreira, estudante de Ciências Sociais, ambos na Universidade Federal do Vale São Francisco (UNIVASF). Ele participou da I BIG – Bienal Internacional de Guarulhos, 2012, com fotografias experimentais; Projeto Intervenções urbanas, nas cidades de Juazeiro e Petrolina, 2011; Ela tem participado de exposições coletivas na região de Juazeiro e Petrolina, projetos em nível nacional e internacional, como o “Enredadas”. O coletivo, criado em 2014, explora diversas linguagens artísticas inspirado na convivência e na relação poética com o ambiente em que vive a dupla. 197 CRISTINA DAMASCENO Salvador [email protected] MELANCOLIA Assemblage 56 x 38cm A obra tem como principal destaque imagens de cenas de dois personagens idosos. As imagens utilizadas são de autoria da artista, quando morou em Berlim e fotografava espetáculos para diversos jornais e revistas especializadas. A intenção foi construir a partir dessas imagens novo significado. Fotografias jornalísticas carregadas de elementos estéticos, as imagens foram deslocadas do seu contexto original, recortadas, combinadas, pintadas e coladas em materiais recicláveis, passando agora por uma composição poética e redescobrindo outras possibilidades de expressão. 198 Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Fotografia Técnica pela Staatliche Fachschule Für Optik und Fototechnik, Berlim. Leciona fotografia e desenvolve pesquisa sobre a história da fotorreportagem na Bahia. Coordenou o setor de fotografia na Werstatt Derkulturen e Jugend im Museum ev. Fotografou peças e espetáculos para o Hebbel Theater, em Berlim, e para revistas e jornais alemães. FABIO ABU-CHACRA Lauro de Freitas [email protected] Numa segunda-feira, 14/7/2014, espalhou-se uma notícia de que os ferreiros da Ladeira da Montanha, que já têm suas ferrarias passadas de pai para filho há mais de 100 anos, tinham recebido uma ordem de despejo do IPHAN, para revitalização do local. Esta ordem de despejo não deixava claro para onde iriam, mas deixava claro que teriam de sair. Fotógrafo, formado em Educação Artística pela Universidade Salvador. Trabalha com fotografia de still de produtos e portraits. Em pesquisa de seus projetos, estuda portraits de pessoas e seus ambientes, à procura de textura e estética na sujeira, restos e locais não percebidos. A procura por uma iconografia, um enquadramento fotográfico voltado para símbolos e figuras na imagem. OCUPANDO PARA NÃO DESOCUPAR Fotografia 150 x 300cm 199 FÉLIX CAETANNO Salvador [email protected] Encontro rico, resgates. Ponto a ponto, as figuras chapadas desprendendo através de tramas clássicas em outras tessituras, mais caóticas, remetendo à vida urbana. A tapeçaria envolve uma composição pictórica, mas gestual próprio, que reporta ao tridimensional. Não faz apologia ao uso de plásticos. Para além de uma arte sustentável, o artista pensa que confrontar o espectador à presença em grande escala pode fazêlo repensar os impactos do seu uso indiscriminado. Artista visual graduado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua pesquisa artística versa sobre a reutilização de materiais descartados para criar esculturas, instalações, pintura e tapeçaria em plástico, sua mais recente investigação, chamando atenção para os ciclos viciosos que alteram de forma negativa a naturalidade do ambiente. Com a reinserção desses materiais ao nosso convívio, apropriados de valor artístico, objetiva que nos confrontemos com nossos excessos e imediatismos. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2005. TAPEÇARIA Tapeçaria 60 x 76cm 200 FERNANDO GOMES Salvador [email protected] É uma obra que chama atenção para a constante luta da natureza para resistir às ações humanas. A fumaça do fogo feito por homens divide o espaço dos troncos e galhos da natureza. PELEJA Fotografia 75 x 50cm Graduado em Jornalismo e fotógrafo. Desde que começou a fotografar, por volta de 2010, já participou de exposições coletivas diversas como edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, Circuito das Artes, De Novo o Centro e Retrato Animal. Foi premiado em segundo lugar no concurso “Um Olhar para a Pesca e o Mar” e realizou a exposição individual “Hip Hop Bahia”, em 2012, no Cine-Teatro Solar Boa Vista. Possui trabalhos publicados em jornais baianos, além do jornal Kulturnat, da Dinamarca e revistas. Foi responsável pelas fotos dos discos dos artistas Dubstereo, Os Agentes, Nouve, Saca Só e 157 Nervoso. Atualmente desenvolve ensaios fotográficos como “Reencontro”, que já foi selecionado para exibição na seção “Escoando Imagens”, do renomado portal de fotografia Olhavê. 201 JOSÉ ARCANJO Feira de Santana [email protected] O versículo de Paulo de Tarso, “Só Jesus Salva!”, transformado em chavão pelo fundamentalismo, além da conversão dos infiéis e da salvação de almas, tem inspirado atos de intolerância religiosa, iconoclasmos e exorcismos, servindo, também, como pretexto para a mercantilização da fé. Na instalação “Vitória”, a frase foi escrita com dinheiro recortado. Dessa forma, a obra pretende problematizar todos esses fenômenos sociológicos, recorrentes na atualidade brasileira. Mestre em Desenho, Cultura e Interatividade pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Participou da Bienal do Recôncavo em 1995, 1998 e 2012, do VIII Salão Latino-americano de Artes Plásticas de Santa Maria (RS), 1998, e de diversas edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, desde 1993. VITÓRIA Instalação 20 x 40cm 202 JUCA LORDELO Cruz das Almas [email protected] Em “Carta ao desconhecido 84”, o artista continua sua troca de correspondências com alguém que confundimos ora como o ouvinte, ora como a própria imagem do artista que aparece e se sustenta entre recortes em uma caixa de papelão. Notoriamente, a obra é esta, o que ali está; a caixa não é só suporte, é também obra. Não seria esta caixa um recibo do correio? O que há dentro dela? Um pássaro laranja, de voz trêmula e triste, timidamente traz o recado. É preciso encostar. Trazer até ao ouvido, como uma concha, que narra notícias do mar. Graduado em Estudos Artísticos pela Universidade de Coimbra, e Desenho e Plástica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em seus trabalhos, apresenta elementos mistos como recortes, aquarela, colagens, fita adesiva como elemento pictórico e elementos biodegradáveis (penas, insetos...), recontextualizando alguns temas e figuras presentes na História da Arte para refletir sua época e preocupações individuais. As figuras híbridas, os monstros, máscaras ou corpos disformes invadem suas obras como representações sobre experiências contemporâneas e pessoais. CARTA AO DESCONHECIDO 84 Objeto 80 x 120cm 203 LAÍS GUEDES Salvador [email protected] Criada a partir da pesquisa com o elemento terra, a série é um conjunto de desinstruções, um guia anti-prático, um manual com dedos brotantes. Como um guia subjetivo, a série de desenhos não objetiva nada. Além de propor que em condições adequadas de substrato, umidade, luminosidade e temperatura, pessoas podem revelar suas folhas, desenvolver raízes, florir e se alimentar com seus frutos. “Instruções para Germinar Uma Pessoa” é um convite ao exercício da potência. Desenvolve seus trabalhos a partir da experiência corporal, desdobrando-a para outras linguagens como gravura, desenho, fotografia, vídeo, performance e instalação. Participou de diversas exposições coletivas e já foi premiada nos Salões de Artes Visuais da Bahia. Teve Menção Especial na Bienal do Recôncavo, São Félix (BA). Em 2012, realizou sua primeira exposição individual, “Coreogaiola – A Grafia da Cidade”, no Espaço Cultural Bahvna, Salvador (BA). Em 2013, participou da Mostra Osso Latino Americana de Performances Urbanas, em Trancoso, Arraial d’Ajuda (BA). Em 2014, do EPI V – Encuentro Independiente de Performance (Los Álamos, Chile). INSTRUÇÕES PARA GERMINAR UMA PESSOA Desenho 25 x 41cm 204 MARCO ANTONIO Salvador [email protected] “Doce Escultura” é a continuidade de uma pesquisa em que o artista trabalha com o recorte das suas memórias, memórias essas voltadas para o imaginário da cultura popular em que experiências vividas são materializadas usando as linguagens tridimensionais das esculturas, objetos e instalações, de uma forma lúdica e arejada. Atento ao modus vivendi onde as necessidades e a criatividade andam juntas, mergulha no lago da cultura popular, fazendo uma dicotomia com a arte contemporânea e sua extraordinária liberdade. Trabalha com gravura, escultura, instalação e objeto. É integrante do grupo Artconceito. Participou das exposições coletivas: “Gravura versus Gravura” – Galeria ACBEU, 2012; “Artconceito IV” – Galeria ACBEU, 2010; Circuito das Artes – Museu Carlos Costa Pinto, 2009; “Artconceito” – Galeria ACBEU, 2008; “Base” – Centro Cultural Yagizi, Aracaju (SE), 2007; VIII Bienal do Recôncavo, São Félix (BA), 2006; II Bienal de Gravura da Paraíba, 2003. Possui obras nos acervos da Galeria ACBEU e da Galeria Solar Ferrão. DOCE ESCULTURA Escultura 60 x 220 x 60cm 205 MARLUCE BRITO Salvador [email protected] A obra é uma instalação composta por quatro peças, sustentadas por fios e suspensas por um gancho preso ao teto. São quatro peneiras de plástico, cujas tramas de nylon foram manipuladas e modificadas através da elaboração de bordados. A base presa ao teto foi executada utilizando-se um bastidor de madeira, instrumento das bordadeiras, e fios de nylon, utilizados nas pescas. A obra versa sobre o significado da palavra “popular”, apresentando duas ramificações de sua significação; há aqui o popular enquanto comumente aceito ou conhecido, no que diz respeito ao utensílio que serve de matéria-prima (peneira), e o popular enquanto palavra que remete às tradições populares, características de um povo ou região, no que se refere ao uso do bordado como meio de interferência. SEM TÍTULO Instalação 120 x 100cm Formada em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em seus trabalhos utiliza a técnica do óleo sobre tela com interesse na figura humana. Destaca-se uma série de telas retratando pessoas que lhe atraíram a atenção por sua excentricidade, a exemplo da Mulher de Roxo, Artur Bispo do Rosário e Samuca. 206 MAYRA LINS Salvador [email protected] Pequena caixa de som fixada na parede com fone de ouvido e áudio com gravação previamente realizada na rede hidráulica do Centro de Cultura Raso do Catarina em Paulo Afonso (BA). Esta obra é pensada como estratégia para tornar apreensível todo um microuniverso de sons, barulhos e ruídos que habitam as tubulações atravessando o interior das paredes da construção. Sob o repouso, tem-se o movimento; sob o estável, o instável. Através da captação dos sons por microfones de contato especiais, será possível tornar audíveis as correntes líquidas que percorrem o lugar e que de outra maneira não estariam acessíveis ao público. Esta obra é numerada, pois faz parte de uma série que pretende construir um banco de dados sonoros de espaços expositivos compartilhando-os “In Loco” em eventos de arte. HIDRÁULICA Instalação 30 x 30 x 10cm Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua produção artística transita por diferentes suportes, como fotografia, vídeo, instalações e objetos. Em 2014, realizou sua primeira exposição individual, “Infinisso”, que inaugurou a Galeria do Jardim. Foi selecionada para a mostra internacional Taiwan International Video Art Exhibition e fez direção de arte do solo “Masturbatório”, de William Gomes. Em 2013, foi selecionada para a III Mostra de Performance – Imagem e Identidade. Participou do Circuito das Artes (2012 e 2013). Foi responsável pela fotografia do livro “Morde pra cima”, parceria entre Arto Lindsay e o grupo Capacete de Helmut Batista. Em 2012, fez a direção de arte do solo “Mulher Gigante” e esteve presente na XI Bienal do Recôncavo, premiada com menção especial do júri. 207 MÔNICA FLÁVIA Cícero Dantas [email protected] A imagem é um fragmento do processo de varredura de construção que nos coloca diante de uma coleta de cena e de objetos desgastados pelo tempo, cúmplice do cotidiano alheio e próprio. O objetivo foi fazer “arte” e mostrar que olhar muitas vezes não significa “ver”. Passamos muitas vezes despercebidos e dessa forma deixamos que nos fujam cenas, objetos e memórias. A imagem procura resgatar e desenvolver o olhar para dessa forma olhar e ver, ver com excelência, indagações e perspectiva. Fotógrafa, a artista participou de exposições individuais e coletivas. Em 2011, foi selecionada no Concurso “As Cores”, do XXXVII Encontro Cultural de Laranjeiras. Em 2012, participou da 1ª exposição Crowdar’t do Brasil na Galeria Urban Arts (SP); 9º Salão Nacional Pérsio Galembeck, Araras (SP); Salão do Mato Grosso do Sul; Festival de Arte Até o Tucupi (AM); e teve fotografia publicada em livro homônimo, em Porto Alegre. Em 2013, continuou com publicação de fotografia, agora no livro Eja Artes (Editora Moderna). Participou do Salão do Mato Grosso do Sul e, no ano de 2014, participou da exposição “Isso é Brasil”, na Galeria Urban Arts (SP), e do 11º Salão Pérsio Galembeck 2014, Araras (SP). MEMÓRIA Fotografia 60 x 40cm 208 NILSON MOURA Amargosa [email protected] “A força da fotografia reside em sua recusa de impor ou de fornecer uma reconfortante sensação de pitoresco. Acima de tudo, o trabalho nunca nega á paisagem a sua integridade, abstem-se do clichê nostálgico ou da narrativa sentimental, propondo a não idealizar, nem romantizar a paisagem. não se permite qualquer excesso, exceto o que o carater da paisagem permite. no entanto, a imagem, mantem ao mesmo tempo uma qualidade ao dinamicamente sublime.” Estudou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 2011 e 2013, realizou três exposições individuais em Mutuípe, Amargosa e Porto Seguro, premiadas em editais públicos. Desde 1996, participa de diversas exposições coletivas em várias cidades, a exemplo do Salão da Marinha, Salvador (BA), 2010 e 2011; e Bienal do Recôncavo, São Félix (BA), 2006 e 2010. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2007. DINAMICAMENTE SUBLIME Fotografia 70 x 50cm 209 OLÍMPIO PINHEIRO Salvador [email protected] A obra “Releitura de Hendrickje banhando-se num riacho” procura abordar a anatomia humana à luz de uma poética contemporânea. Instrumentos abrasivos de metal foram aplicados na investigação de texturas pictóricas viscerais, que expressam tão bem a carne humana. Tomou-se como modelo a reprodução virtual desta obra do pintor holandês Rembrandt Van Rijn (1606-1669), executada em 1654 (óleo sobre madeira, 61,8 x 47cm National Gallery, Londres), atentando para a distorção característica da imagem na interface, o que interferiu nas marcas involuntárias, feitas com instrumentos abrasivos de metal, sobre a tinta não diluída. Este procedimento é fruto de uma apreciação da poética do pintor anglo-irlandês Francis Bacon (1909-1992). Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com a exposição individual “Orixás: Ação e Luz”, na Casa do Benin, Salvador (BA). Sua primeira mostra individual sob o titulo “Abalos Sensuais”, em 2008, foi realizada na Biblioteca Pública do Estado da Bahia. Participou de uma das exposições do Projeto Acción Arte Itinerante em 2010, desenvolvido por Marília Palmeira. Ação Cultural do Estado da Bahia. Tem duas pinturas e duas esculturas que pertencem à Casa do Benin e duas pinturas no Acervo da Casa de Angola, Salvador (BA). RELEITURA DE HENDRICKJE BANHANDO-SE NUM RIACHO Pintura 40 x 50cm 210 RAMON RÁ Salvador [email protected] A propriedade privada se reinventa no capitalismo e na escassez que garante lucros, também acentua as tensões entre povos e pessoas, produzindo tecnologias separatistas na luta por espaço. Esta obra pretende revelar-se além do ponto de vista dessas arquiteturas, voltando suas reflexões estéticas acerca do homem; sua autonomia intelectual, seu desejo por posses e a homogeneidade do pensamento globalizado. O “Condomínio Capital” introduz uma possibilidade reflexiva acerca das convenções contemporâneas de convivência. O apartheid carrega em si uma leitura do pensamento coletivo, em que uma minoria de VIPs (Very Important Person) produz por exclusão uma massa de NIPs (Non Important Person). Artista visual e poeta. Volta-se para o diálogo homem-objeto, meio em que desenvolve sua poética. Humanizando as coisas e coisificando o humano, numa linha tênue extraída dos elementos do cotidiano, das insignificâncias. Desde 2006, participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia e de exposições coletivas, a exemplo do 42º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, 2014 (SP) e Esquizópolis, 2013, no Museu de Arte Moderna da Bahia. CONDOMÍNIO CAPITAL Objeto 30 x 30 x 23cm 211 TARCISIO ALMEIDA E SUZY OKAMOTO Salvador [email protected] “Buracos Negros Não Têm Cabelo” é um trabalho de arte impressa como forma de mediação e edificação associativa de realidades. Foi construída uma sequência diacrônica de composições visuais e associações conjuntas, onde as produções dos artistas convidados, bem como imagens que habitam nosso imaginário (ficção x realidade), corroboraram para o desenvolvimento de um escopo criativo latente que, mesmo após sua materialização, ainda gerou novos motivos, dúvidas e sumidouros implementados à continuidade dos processos criativos. BURACOS NEGROS NÃO TÊM CABELO Instalação 150 x 100cm Tarcísio é pesquisador e desenvolve projetos em arte contemporânea e articulação social, discutindo as possibilidades entre o fazer e suas relações com os processos criativos relacionados a memória, lugar e espaços. Ao longo dos últimos sete anos, já realizou projetos em Salvador, São Paulo, Fortaleza, Lisboa e Berlim. Suzy é artista visual, bacharel e mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UNESP, docente do curso de graduação em Design de Moda do Centro Universitário Belas Artes. 212 Governo do Estado da Bahia JAQUES WAGNER Secretaria de Cultura do Estado da Bahia ALBINO RUBIM Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB) NEHLE FRANKE Diretoria das Artes da FUNCEB MARIA IRIS DA SILVEIRA ALEXANDRE MOLINA (até ago/2013) Coordenação de Artes Visuais ELAINE PINHO LUCIANA VASCONCELOS (até out/2013) Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultural (Sudecult) SANDRO MAGALHÃES TAIANE FERNANDES (até set/2014) Diretoria de Espaços Culturais CHICCO ASSIS GIULIANA KAUARK (até jan/2014) FICHA TÉCNICA SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA 2013 Edição Lençóis Expografia e iluminação: Elaine Pinho Produção local: Uyara Castro Montagem: Felipe Cipriani e Manolo Araújo Monitores: Pedrina Andrade e Uyara Castro Assessoria: Marilia Mangueira e Simone Queiros Comissão de Premiação: Laís Guedes, Estagiários: Jilson Soares e Pablo Cordier Mauricio Adinolfi e Suzy Brasil Comissão de Seleção: Aristides Alves, Fernando Oliva, Luciana Vasconcelos, Neila Maciel e Silvio Portugal Edição Barreiras Produção: Mil Produções Produção local: Larissa Oliveira Coordenadora de Produção: Sibele Américo Monitores: Larissa Oliveira e Najla Scheidegger Produção executiva: Manuela Sena e Ricardo Fagundes Comissão de Premiação: Angela Sawatzky, Assessoria de imprensa: João Saldanha Camila Soato e Evandro Sybine Edição Feira de Santana Edição Vitória de Conquista Produção local: Wagno Matos Produção local: Ana Claudite Pina Monitores: Will Fialho e Leidi Kitai Monitores: Caíque Santos e Paulo Mascena Comissão de Premiação: Marcelo Rezende, Comissão de Premiação: Ieda Oliveira, Maristela Ribeiro e Oriana Duarte Jared Domício e Rogeria Maciel Edição Teixeira de Freitas Produção local: Erlan de Souza Monitores: Elizeu Ferraz e Randara Ribeiro Comissão de Premiação: Irley de Jesus, Priscila Lolata e Tom Boechat SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA 2014 CATÁLOGO SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA 2013/2014 Expografia e iluminação: Elaine Pinho Produção e revisão de conteúdo: Coordenação de Artes Visuais da FUNCEB Montagem: Felipe Cipriani Revisão de texto: Paula Berbert Assessoria: Marilia Mangueira e Simone Queiroz Projeto gráfico: Adna Alves Estagiários: Daniel Cruz e Joice Campos Diagramação: Adna Alves e Nila Carneiro Comissão de Seleção: Álvaro Villela, Carlos de Mélo, Elaine Pinho, Ludmila Brito e Silvana Rezende Fotografias Salão de Feira de Santana: André Negreiros. Foto da obra Edição Camaçari “Sublimazione Teológica II”, de Flávio Marzadro: Antonello Veneri. Comissão de Premiação: Andrea May, Mariano Salão de Teixeira de Freitas: Tiago Barreira. Klautau Filho e Ricardo Guimarães Salão de Lençóis: André Negreiros e Suzana Matos. Foto da obra “Merci Beaucoup, Blanco”, de Michelle Mattiuzzi: Hirosuke Kitamura. Edição Paulo Afonso Salões de Barreiras, Vitória da Conquista, Camaçari Comissão de Premiação: Cláudia França, Devarnier e Paulo Afonso: Pablo Cordier. Hembadoom Apoema e Jackson Cavalcante