- Mestrado em Horticultura Irrigada
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB) Pró-reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós-graduação (PPG) Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) Programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada – Mestrado (PPHI) MÁRCIO FERREIRA RIBEIRO USO DE PRODUTOS NATURAIS NO CONTROLE DE THRIPS TABACI EM CEBOLA SOB CULTIVO ORGÂNICO E IRRIGADO JUAZEIRO – BAHIA 2015 0 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB) Pró-reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós-graduação (PPG) Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) Programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada – Mestrado (PPHI) MÁRCIO FERREIRA RIBEIRO USO DE PRODUTOS NATURAIS NO CONTROLE DE THRIPS TABACI EM CEBOLA SOB CULTIVO ORGÂNICO E IRRIGADO Dissertação apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada da Universidade do Estado da Bahia (PPHI/UNEB/DTCS), como requisito para a obtenção do título de Mestre em Agronomia. Área de Concentração: Horticultura Irrigada. Orientador: Prof. Dr. José Osmã T. Moreira JUAZEIRO – BAHIA 2015 1i CERTIFICADO DE APROVAÇÃO MÁRCIO FERREIRA RIBEIRO USO DE PRODUTOS NATURAIS NO CONTROLE DE THRIPS TABACI EM CEBOLA SOB CULTIVO ORGÂNICO E IRRIGADO Dissertação apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada da Universidade do Estado da Bahia (PPHI/UNEB/DTCS), como requisito para a obtenção do título de Mestre em Agronomia. Área de Concentração: Horticultura Irrigada. Aprovada em: __/ __/ 2015 __________________________________________ Prof. Dr. José Osmã Teles Moreira (Orientador/ Presidente da Banca) Universidade do Estado da Bahia - UNEB ___________________________________________ Prof. Dr. Jairton Fraga Araújo Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável Caerdes ___________________________________________ Dr. Tiago Cardoso da Costa Lima Embrapa Semiárido – Petrolina - PE ii2 “Formastes o homem para ser o senhor de todas as vossas criaturas, governar o mundo na santidade e na justiça, e proferir seu julgamento na retidão de sua alma.” Sabedoria 9. 2-3 3 iii AGRADECIMENTOS A Deus, Pai de infinita Bondade e Misericórdia, pela força e graças alcançadas e a Virgem Maria por quem tenho particular devoção. A minha família – pais, irmãos, tios pela paciência e cumplicidade. A Universidade do Estado da Bahia e programa de pós-graduação em Horticultura Irrigada, pela oportunidade. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pela concessão da bolsa de estudo. Ao orientador Prof. Dr. José Osmã Teles Moreira e ao co-orientador Prof. Dr. Jairton Fraga Araújo, pela paciência, confiança e compreensão. Ao Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável (Caerdes), na pessoa do Prof. Dr. Jairton Fraga Araújo, pela disposição da estrutura necessária a execução dos trabalhos, além de sua equipe de pesquisadores e colaboradores empenhados em sempre ajudar-me quando necessário e pela amizade. Ao Laboratório de Entomologia agrícola da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), na pessoa do Prof. Dr. José Osmã Teles Moreira também pela disposição de estruturas necessárias a execução dos trabalhos e por sua equipe. A todos os educadores, colaboradores, amigos e colegas, que de alguma forma me impulsionam na caminhada. iv4 SUMÁRIO Página: LISTA DE FIGURAS .............................................................................................. 6 LISTA DE QUADROS ............................................................................................ 9 RESUMO.............................................................................................................. 10 ABSTRACT .......................................................................................................... 11 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12 2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 15 2.1 Agricultura orgânica no brasil e no mundo .................................................. 15 2.2 Aspectos gerais da cebola .......................................................................... 17 2.3 A cultivar ipa 11........................................................................................... 22 2.4 Cultivo orgânico de cebola .......................................................................... 23 2.5 Estudos da Região Nordeste e suas caracteristícas ................................... 25 2.6 Thysanoptera: taxonomia e sistemática ...................................................... 26 2.7 Caracteristicas do Thrips tabaci .................................................................. 27 2.8 Produtos naturais ........................................................................................ 31 3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 39 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 45 CONCLUSÃO....................................................................................................... 57 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 58 v 5 LISTA DE FIGURAS A – Tripes adulto, distinguível devido sua coloração amarelo-palha a marrom; B – Local onde geralmente encontram-se as colônias do inseto, entre a bainha e o limbo foliar; C – Plantação afetada pelo Figura 01 tripes, devido ao seu aparelho bucal 29 raspador-sugador, alimentam-se da seiva das plantas, causando prateamento, necrose e deformação nas partes tenras da planta, como flores, frutos e brotações. Figura 02 Dimensões e disposição de cada uma das 42 28 parcelas utilizadas no experimento. A – Divisão dos canteiros (parcelas), cada uma das cores mostram os óleos que foram aplicados, estes foram definidos mediante a sorteio; B – Da linha vermelha as Figura 03 extremidades, plantas que foram destinadas a bordadura; C – Plantas que foram destinadas produtividade; a análise 44 de D – Plantas que foram destinadas a contagem de tripes. Número médio do número de tripes nas Figura 04 parcelas aplicadas com óleo de algodão em comparação com o número de tripes 45 nas parcelas da testemunha. 6 Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com óleo de neem em Figura 05 comparação com o número de tripes nas parcelas da testemunha. 46 Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com o rotenat em Figura 06 comparação com o número de tripes nas 50 parcelas da testemunha. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com o sulfocal em Figura 07 comparação com o número de tripes nas parcelas da testemunha. 51 Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com o piroalho em Figura 08 comparação com o número de tripes nas 52 parcelas da testemunha. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com o citrolin em Figura 09 comparação com o número de tripes nas 53 parcelas da testemunha. Número médio de tripes em cada um dos Figura 10 tratamentos aplicação. e níveis (dosagens) de 54 7 Produtividade da cebola em cada um dos Figura 11 tratamentos em T ha-¹ e a produtividade 55 média do experimento. 8 LISTA DE QUADROS Quantidade de água a acrescentar por litro de calda sulfocálcica na concentração original para Quadro 01 obter as diferentes diluições em graus Baumé . Quadro contendo informações quanto 38 a quantidades dos macro e micronutrientes, o potencial hidrogeniônico e a condutividade elétrica, densidade e granulometria, capacidade de campo Quadro 02 e ponto de murcha do solo utilizado no 40 experimento. . 9 RESUMO O tripes, Thrips tabaci Lind. (Thysanoptera: Thripidae), é considerado a principal praga da cultura da cebola no Brasil. Comumente vem-se adotando práticas de manejo de agroecossistemas em sistema convencional tais como a aplicação de agrotóxicos prejudiciais à natureza e ao homem. O objetivo desse trabalho foi contribuir na geração de informações para sedimentar a agroecologia no Submédio Vale do São Francisco em uma área experimental de cebola em Juazeiro-BA, no que diz respeito ao controle do Thrips tabaci na cultura da cebola, sob cultivo orgânico, fazendo-se uso de óleos naturais. Adotou-se delineamento de blocos ao acaso, em esquema de parcelas subdivididas, os tratamentos utilizados foram: Óleo de algodão à 0,5%, 1,0% e 1,5%; Óleo de neem à 0,2%, 0,3% e 0,5%; Rotenat à 0,2%, 0,3% e 0,5%; Sulfocal à 1,0%, 1,5% e 2,0%; Piroalho à 0,3%, 0,5% e 1,0% e Citrolim à 0,1%, 0,2% e 0,3%. Na semana posterior a cada pulverização, quinzenalmente, ocorria a coleta de dados para a análise dos tratamentos através da contagem das tripes nas plantas, aplicou-se análise de variância e teste de comparação de médias, adotou-se Turkey a 5% de probabilidade. Dentre os tratamentos, a Calda Sulfocálcica a 2,0% e o Óleo de Neem a 0,5% foram os únicos, que obtiveram resultados satisfatórios, quando o produto foi aplicado a uma maior dosagem. O Óleo de Algodão, Rotenat, Piroalho e o Citrolim, apresentaram número de Tripes semelhantes, e até maior que o da testemunha em alguns casos. PALAVRAS-CHAVE: Óleo de algodão, Óleo de nem, Rotenat, Sulfocal, Piroalho, Citrolim, agroecologia 10 ABSTRACT The thrips, Thrips tabaci Lind. (Thysanoptera: Thripidae), is considered the main pest of onion culture in Brazil. Commonly comes adopting management practices of agroecosystems in conventional system such as the application of pesticides harmful to nature and man. The objective of this work was to contribute to the generation of information for the sedimentary Agroecology in the Submedium São Francisco Valley of San Francisco in an experimental area of onion in Juazeiro, Bahia, with regard to the control of Thrips tabaci in onion culture under organic cultivation, making use of natural oils. Adopted experimental randomized in plots scheme subdivided, the treatments used were: cottonseed oil to 0.5, 1.0 and 1.5; Neem oil to 0.2, 0.3 and 0.5; Rotenat 0.2, 0.3 and 0.5 to; Sulfocal to 1.0, 1.5 and 2.0; Piroalho to 0.3, 0.5 and 1.0 and 0.1, 0.2 and Citrolim to 0.3. In the week after each spraying, biweekly, the data collection for the analysis of treatments through the count of thrips in plants, analysis of variance and means comparison test, Tukey the probability 5. Among the treatments, the syrup lime sulphur to 2.0 and Neem Oil to 0.5 were the only ones, who have obtained satisfactory results, when the product is applied to a higher dosage. Cotton oil, Rotenat, Piroalho and Citrolim, presented number of Thrips are similar, and even bigger than that of the witness in some cases. Keywords: cotton oil, not oil, Rotenat, Sulfocal, Piroalho, Citrolim, agro-ecology 11 1 INTRODUÇÃO A cebola (Allium cepa L.) está entre as três hortaliças mais cultivadas no mundo, sendo de grande importância econômica e ultrapassada apenas pelo tomate e pela batata. A área de produção no Brasil é de 70.000 ha -¹ ano, com rendimento, nos últimos anos, próximo de 19 t ha -¹, mas cultivos bem conduzidos tem rendimentos entre 40 e 60 t ha-¹ ou até mesmo superior (VIDIGAL et al., 2007). O Nordeste apresenta 21,7% da produção da hortaliça, com produtividade média de 25,7 t ha-¹. Entre os estados nordestinos, a Bahia e Pernambuco se destacam com produtividade média de 29,1 e 20,4 t ha -¹, respectivamente (IBGE, 2013). A região do Vale do São Francisco é um produtor importante, principalmente cidades como Belém do São Francisco e Cabrobó, em Pernambuco, Casa Nova, Juazeiro e Sento Sé, na Bahia. Outros estados brasileiros como: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Paraná também se destacam na produção da hortaliça, no entanto, o Brasil não é autossuficiente na produção de cebola. O alto consumo deste bulbo durante o ano, associado às menores safras em algumas regiões produtoras, em determinado períodos do ano, torna essencial sua importação, principalmente da Argentina, Holanda e Espanha (SCHMITT, 2010). Segundo Yepsen (1977), o manejo do solo com práticas que não agridam a biota e favoreçam a ciclagem de nutrientes é fundamental para obtenção de plantas saudáveis, tais como: redução da mecanização do solo (plantio direto ou cultivo mínimo), uso preferencial de adubos verdes, plantas de cobertura, estercos, compostos, etc. Ainda segundo os autores, essas práticas propiciam a geração de alimentos que não agridem a saúde humana e evitam a contaminação do solo e dos trabalhadores agrícolas responsáveis pela aplicação. Atualmente, a agricultura convencional é muito mas praticada que a orgânica, a aplicação de agrotóxicos e a mecanização excessiva do solo com máquinas são práticas comumente utilizadas e prejudicam o solo, empobrecendo sua fauna, que é responsável pela ciclagem de nutrientes. (MATSON et al. 1997; ALTIERI e NICHOLLS 1999). De acordo com Muniz (2003), apenas 1,22% dos agricultores se dedicam ao sistema de produção orgânico. Essa forma de agricultura é definida como um sistema de produção que evita ou exclui 12 amplamente o uso de fertilizantes minerais, pesticidas, reguladores de crescimento e compostos sintéticos (EHERS, 1996). Recentemente a preocupação com o ambiente e a qualidade de vida tem difundido amplamente as correntes de agricultura alternativa, dentre elas, a agricultura orgânica. Esse sistema de produção tem crescido continuamente, em função de uma demanda cada vez maior por produtos saudáveis. O Brasil ocupa a 13ª posição mundial quanto à área destinada à agricultura orgânica certificada, com mais de 275 mil hectares. Dentre os alimentos produzidos, destacam-se as oleráceas destinadas ao mercado interno (TRIVELLATO e FREITAS, 2003). Na cebolicultura do Submédio do Vale do São Francisco, o Thrips tabaci (Thysanoptera: Thripidae) é um dos principais agentes que diminuem sua produtividade. Trata-se de uma praga que, segundo Gonçalves (2006), é a principal da cultura da cebola no Brasil. Esse inseto é um raspador sugador que devido sua ação na planta, diminui o tamanho do bulbo e consequentemente seu valor comercial, o que ocorre porque as folhas não realizam a fotossíntese eficazmente. Em infestações severas, as injúrias causadas pelo tripes são facilmente identificáveis, as folhas ficam retorcidas e secam dos ponteiros em direção a base (VANNETTI, 1960; MENEZES SOBRINHO, 1978; GONÇALVES, 2006), além disso, essas injúrias permitem que entre água nos bulbos o que diminui seu tempo de prateleira e dificultam o “estalo” que é o tombamento da planta na maturação (LORINI e DEZORDI, 1990). O controle químico ainda é a principal prática adotada para o manejo dessa praga. Embora várias substâncias alternativas ao controle químico tenham sido testadas no manejo de T. tabaci em cebola, ainda não há resultados eficientes de controle ou incremento em produtividade (GOLÇALVES, 2006). A melhoria da fertilidade do solo em plantio direto facilita a tolerância de plantas de cebola ao dano causado pelo inseto. O uso de cobertura morta com palha de trigo em cebola tem reduzido a incidência de tripes, provavelmente por efeito repelente ou pelo aumento do número de predadores (CRANSHAW, 2006; MAHAFFEY et al., 2005), bem como por reduzir sua emergência (LARENTZAKY et al., 2008). Em busca do rápido controle da praga e devido a facilidade com que o controle químico é efetuado, além de sua disponibilidade no comércio, a forma convencional para o controle dessa praga é comumente empregado. Sabe-se, 13 porém, que práticas como essa contribuem para a ressurgência do tripes devido à resistência dos insetos aos aditivos químicos. O uso dos agroquímicos também tem efeitos cancerígenos nos consumidores e principalmente nos aplicadores, agravando-se ainda mais quando a pratica da aplicação é realizada sem o uso do equipamento de proteção individual. Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo, gerar informações no que diz respeito ao controle do T. tabaci na cultura da cebola, sob cultivo orgânico, fazendo-se uso de produtos naturais. 14 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 AGRICULTURA ORGÂNICA NO BRASIL E NO MUNDO A agricultura orgânica, poderia ser definida como o modo de agricultura que baseia-se na sustentabilidade, termo empregado para explicar o desejo de satisfazer as necessidades das gerações presentes, sem comprometer as futuras. Há uma corrente de pensamento que prevê a insustentabilidade do modelo produtivo da agricultura convencional baseado no fato de que esta forma de agricultura deixaria improdutivo o solo para futuras gerações, provocando além deste, impactos ambientais irreversíveis. A agricultura ecológica, biodinâmica, orgânica, biológica, natural, alternativa ou regenerativa, busca desenvolver sistemas de produção que mantenham, ao longo do tempo, as características dos agroecossistemas. Dentre os malefícios que podem ser citados em decorrência da agricultura dita “moderna”, quando esta é efetivada de forma irresponsável, estão a presença de altos níveis de resíduos tóxicos nos alimentos, desequilíbrio biológico, contaminações ambientais, intoxicações de pessoas e animais, ressurgência de pragas, surtos de pragas secundárias e o aparecimento de linhagens de insetos resistentes, além daquelas que afetam o solo devido o uso intensivo e inadequado deste, levando-o a um processo rápido de degradação, favorecendo a erosão e prejudicando as reservas aquíferas, além do esgotamento dos recursos naturais e o impacto sobre o ambiente, o que mostra os limites naturais ao crescimento econômico ilimitado. Em contrapartida, as práticas orgânicas de manejo do solo são conservacionistas, apostando na exclusão de agrotóxicos e fertilizantes químicos. Diante da necessidade de se fazer agricultura de maneira ecologicamente correta e visando seu desenvolvimento sustentável, é necessário ter uma visão holística do solo em seus três componentes: o fertilizante, o solo em si e a planta. Segundo Paglia (2003), a sustentabilidade ambiental em nível local é positiva quando o manejo realizado no agrossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renováveis. A terra não pode ser vista unicamente como suporte 15 físico das espécies, conforme Vidigal (2002), os efeitos benéficos ao solo se fazem presentes, desde o início do crescimento das culturas, com a melhoria das condições físicas, retenção de água, aumento da atividade microbiana, e ainda como reserva de macro e micronutrientes, que são liberados durante a mineralização, podendo aumentar a fertilidade do solo. As hortaliças pertencem ao grupo de culturas que mais respondem à adubação orgânica, tanto na produtividade quanto na qualidade do produto colhido. Portanto, o sistema orgânico de produção de cebola possui um alto potencial de expansão e sua implementação em larga escala possibilitaria o incremento da independência financeira dos agricultores pela não utilização de agroquímicos, reduzindo assim o impacto de resíduos tóxicos no meio ambiente, os problemas de saúde dos agricultores e, adicionalmente, ofertar-se-ia um alimento mais saudável aos consumidores nessa cultura. Filgueira (2000), cita que ao se utilizar adubos orgânicos ricos em nitrogênio, tal como a torta de mamona ou o esterco de aves, a adubação química nitrogenada pode ser reduzida ou dispensada. Há ainda uma vantagem do agroecossitema sobre o sistema convencional. Quando comprados, além da maior massa de bulbos produzidos no sistema orgânico, as perdas no sistema convencional são mais acentuadas durante o período de armazenamento. Tal fato pode ser explicado pelo maior teor de umidade observado neste bulbos em função da maior retenção de umidade no solo (RAPUSAS e DRISCOLL, 1995). O sistema orgânico para o cultivo de cebola como uma realidade pode ser alcançado desde que se disponha de material orgânico suficiente para fornecer todos os nutrientes necessários para o crescimento das plantas. Gonçalves (2003) constatou que a adubação orgânica pode substituir a adubação mineral na cultura da cebola, pois foi possível atingir níveis de produtividades similares para ambos os tratamentos, no entanto é preciso estar ciente que a simples substituição de agroquímicos por adubos orgânicos mal manejados pode não ser a solução, podendo inclusive causar outro tipo de contaminação (CAPORAL; COSTABEBER, 2004). Independente da região, a adubação orgânica é sempre recomendada. Entretanto, deve-se considerar a quantidade de nitrogênio do adubo orgânico a 16 fim de evitar desequilíbrios na cultura por excesso deste nutriente e problemas ambientais em decorrência da lixiviação de nitrato, presente em quantidades elevadas em alguns tipos de adubos orgânicos, especialmente no esterco de bovinos. A aplicação deve ser feita com antecedência de pelo menos 15 dias da semeadura ou transplante das mudas (EMBRAPA, 2006). Segundo Andriolo (2002), o mau uso da adubação orgânica também pode levar ao desequilíbrio do estado nutricional do solo. A agricultura deve ser tanto sustentável quanto altamente produtiva, para poder alimentar a crescente população humana. Este duplo desafio significa que não podemos abandonar as práticas convencionais como um todo e retornar às tradicionais. Porém, a rápida degradação do solo levou a essa preocupação com a sua qualidade e a sustentabilidade do sistema agrícola. Portanto busca-se um novo modelo de produção agrícola que proporcione aos produtores uma melhor produtividade e, por consequência, rentabilidade da cultura. A agroecologia segue um paradigma holístico e ético, buscando de forma harmônica conciliar produtividade com equilíbrio ecológico e equidade social (GLIESSMANN, 2000; CAPORAL e COSTABEBER, 2002). 2.2 ASPECTOS GERAIS DA CEBOLA A cebola Allium cepa L. é uma planta herbácea de tamanho variável em torno de 60 cm de altura. Ciclo variável de 150 a 220 dias para produção de bulbos e bianual para a produção de sementes (FONTES, 2005), consumida a milhares de anos e de alto valor comercial, pois faz parte da culinária de praticamente todos países. Dentre os povos da antiguidade que consumiam a hortaliça estavam os hindus, egípcios, gregos e romanos. As informações quanto ao seu centro de origem e domesticação são por vezes contraditórios e há quem diga que estes são desconhecidos, mas algumas informações apontam o seu provável centro de domesticação como o oriente próximo e a região do mediterrâneo (CASTELLANE, 1990). Quanto ao seu verdadeiro centro de origem, podem ser indicados a Ásia Central, especialmente do noroeste da Índia e do Afeganistão. 17 Caracteriza-se por ser uma espécie polimórfica que exibe diferenças quanto a cor e nível de cerosidade das folhas, ao formato, tamanho e cor dos bulbos, e a reação ao comprimento do dia (MELO, 2007). As folhas são dispostas alternadamente em duas fileiras, podendo ser cerosas ou não, o caule verdadeiro está localizado abaixo da superfície do solo, sendo este um disco compacto com formato cônico, situado na base inferior do bulbo de onde partem as raízes. As bainhas foliares formam um pseudocaule cuja parte inferior é o próprio bulbo (FILGUEIRA, 2008). Apresentam sistema radicular superficial e baixa densidade de raiz. Suas células estomáticas se fecham e a fotossíntese cessa com uma diminuição potencial de água relativamente pequena nas folhas. No seu processo evolutivo a cebola adaptou-se a sobreviver durante longos períodos de baixa disponibilidade de água e podem acelerar a bulbificação em resposta ao estresse hídrico. Além disso, a cebola é uma espécie pouco competitiva, em adensamento com outras plantas vizinhas acelera a bulbificação, o que é indicativo de que esta é uma planta cuja estratégia não é a competição, mas a tolerância ao estresse (DOGLIOTTI et al., 2011). Após a emergência, tem baixa taxa de crescimento relativo, apresentam folhas cilíndricas orientadas verticalmente, o que as fazem passíveis de serem facilmente suportadas por ervas daninhas. Conforme Dogliotti et al. (2011), em seu processo evolutivo, a planta foi adaptada também a sobreviver ao frio por tempo prolongado. Para desenvolverse bem a outros ambientes inóspitos, o processo de bulbificação provavelmente evoluiu como uma adaptação para sobreviver ao verão árido e quente de sua região de origem. O bulbo é um órgão de resistência coberto de folhas, o qual depois de formado entra em dormência e brota na presença de umidade. O estímulo que a planta recebe indicando que o verão se aproxima é o alongamento dos dias. Ao perceber o aumento do fotoperíodo, a planta inicia o processo de bulbificação. Presente em diversos temperos, condimentos, sendo consumida in natura na forma saladas, crua, assada ou frita, a cebola pode ser desidratada, processada e industrializada, isso se deve a sua pungência e aroma tido como refinado, além de suas propriedades terapêuticas e características específicas 18 quanto ao sabor e aroma. Segundo a FAO (2011), China, Índia e Estados Unidos, são os principais produtores, representando 51,6% da produção mundial. No Brasil, de acordo com estimativas da FAO (2005), a produção de cebola foi de 1,13 milhões de Mg ha-¹ ano-¹, com área plantada de 57,7 mil hectares. Com o advento do Mercado Comum do Sul (Mercosul), o agricultor deve racionalizar os custos, a fim de obter produtividade e qualidade na produção de bulbos para competir com o mercado estrangeiro, sobretudo o argentino. O Brasil é o maior produtor do Mercosul, sendo responsável por 65% da área plantada, seguido da Argentina, com aproximadamente 20% da área, sendo que os dois países juntos são responsáveis por 85% da produção de cebola do Mercosul. Segundo o IBGE (2006), a safra obtida de cebola no ano de 2006 foi de 14.400 Mg ha -¹ ano-¹ e teve uma variação positiva de 4,12% em relação à safra anterior. É uma espécie perfeitamente adaptável as condições Submédio do Vale do São Francisco devido a sua fisiologia, essa necessita de dias com duração superior a 10 horas de luz para uma boa bulbificação, ou seja, é uma planta de dia longo. De acordo com Vinne (2006), a taxa de bulbificação é intensificada por temperaturas altas, quando sob fotoperíodos muito curtos, as plantas não mostram sinais de bulbificação, mesmo após períodos longos de crescimento. A taxa de germinação, crescimento e desenvolvimento das raízes são influenciadas pela temperatura do solo, quando essa é extrema, essas variáveis são prejudicadas consideravelmente, bem como na velocidade e duração do crescimento das plantas e ocorrência e severidade de doenças. A temperatura do ar tem uma importância preponderante sobre o crescimento e desenvolvimento das plantas, já que muitos processos bioquímicos e fisiológicos ocorrem entre 0 e 40ºC (VIEIRA e PICULI, 2009). Temperatura acima de 35ºC na fase inicial de crescimento podem provocar a bulbificação precoce indesejável e temperaturas inferiores a 10ºC podem induzir o florescimento prematuro (bolting), que é indesejável, quando se visa à produção comercial de bulbos. (RESENDE et al., 2007). Introduzida no país em meados de século XVIII por imigrantes açorianos no Rio Grande do Sul, a cultura da cebola, por seleção empírica originou as variedades que hoje conhecemos como a Baía Periforme e Pera Norte. A partir de 1938, nesse mesmo estado, foram iniciados os trabalhos pioneiros de 19 melhoramento genético de cebola utilizando populações dessas variedades, mantidas pelos produtores, as quais exibiam elevada variabilidade para diversos caracteres. A diversidade genética desse germoplasma permitiu a obtenção de inúmeras cultivares adaptadas às diferentes latitudes das regiões de cultivo de cebola do país, que se sobressaem graças ao maior nível de resistência a doenças e melhor conservação dos bulbos pós-colheita. O processo de desenvolvimento de novas cultivares essenciais nacionais contribuiu sobremaneira para a dispersão da cultura da cebola no país (BREDA JÚNIOR e MELO, 2010). O Brasil é o maior produtor de cebola da América Latina (MELO, 2007), apesar disso, sua produtividade ainda é muito baixa (24,7 t ha -¹) quando comparado a outros países, como: Coréia do Sul (66,2 t ha -¹), Estados Unidos (56,1 t ha-¹), Espanha (55,2 t ha-¹), Austrália (53,9 t ha-¹), Holanda (51,6 t ha-¹) e Japão com produtividade de 46,6 t ha-¹ (FAO, 2009). Mesmo assim, a cultura da cebola constitui importante atividade socioeconômica no país, principalmente para os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco e Bahia (BOEING, 2002). A cebolicultura nacional é uma atividade praticada principalmente por pequenos produtores cuja importância socioeconômica está relacionada à demanda de grande quantidade de mão-de-obra, viabilizando as pequenas propriedades, e também à fixação dos produtores na zona rural, reduzindo a migração para as grandes cidades (COSTA et al., 2007). De acordo com May (2006), a cebola tem sido cultivada atualmente em novas áreas de produção, principalmente em Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais, o que tem proporcionado o crescimento de sua oferta anual, com consequente diminuição da sazonalidade de preços do produto no mercado. O desenvolvimento da cultura depende de diversos fatores os quais tem forte relação de interdependência como quantidade de luz absorvida e disponibilidade de água (FONTES, 2005). Desse modo, dentre os fatores de produção de grande importância encontram-se a escolha da cultivar e a época de semeadura. A interação entre temperatura e fotoperíodo favorece a formação de bulbos, sendo o fotoperíodo o fator mais importante, já que determina os limites de adaptação das diferentes cultivares. Clima quente e seco favorece a perfeita 20 maturação do bulbo e a colheita. O efeito da baixa temperatura no florescimento é preponderante (FILGUEIRA, 2008). A precipitação pluviométrica e a umidade do ar exercem efeito no desenvolvimento dos bulbos e estrutura floral, podendo afetar o estalo fitossanitário e a quantidade dos bulbos na colheita. O excesso de chuva durante qualquer estágio de desenvolvimento, principalmente no estádio final de maturação da cebola, prejudica a produção, causando apodrecimento dos bulbos. Umidade relativa elevada proporciona o desenvolvimento de patógenos foliares e, em condições severas, aumenta o custo de produção, podendo inclusive inviabilizar totalmente a produção (RESENDE et al., 2007). Toda cebola que é produzida na Região do Nordeste Brasileiro é consumida dentro das dimensões geográficas do país, em três níveis de mercado, composto pelo local, compreendido pelas circunvizinhas, situadas dentro da área geográfica dos polos de produção, o regional que compreende toda a Região Nordeste e o nacional que é representado notadamente pelas grandes metrópoles da região Centro-Sul do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília) (ARAÚJO e CORREIA, 2007). Com relação ao rendimento, qualidade do bulbo e resposta ao fotoperíodo, existe uma grande variabilidade entre as cultivares de cebola plantadas no país (GRANGEIRO et al. 2008). Esta variabilidade permite, portanto, que o cultivo de cebola possa ser feito praticamente em qualquer região; no entanto, devido à diversidade de climas e solos, o comportamento delas pode ser diferente, em função da região de plantio. A escolha da cultivar deve ser feita em função das condições de temperatura, luminosidade e fotoperíodo das regiões (LONGO, 2009), bem como do tipo de bulbo exigido pelo mercado e da época de plantio no primeiro ou segundo semestre. É importante a escolha da cultivar em sua adaptabilidade em cada região. Uma má escolha pode ser um fator determinante em relação a produtividade e de qualidade dos bulbos produzidos. Segundo Costa et al. (2007), a melhor cultivar deve ser aquela desenvolvida na própria região de cultivo, ajustada às demandas de fotoperíodo. O tipo de cebola preferido varia em função do mercado e da preferência do consumidor. No Brasil, há preferência por bulbos de tamanho médio, pungentes, globulares, firmes, de película externa de cor amarela e 21 marrom escura, e escamas internas de cor branca. A demanda por bulbos avermelhados (arroxeados) é pequena e concentrada no Nordeste Brasileiro e na região de Belo Horizonte, em Minas Gerais. O mercado ainda é limitado para as cebolas de sabor suave e doce, preferidas para saladas (OLIVEIRA et al., 2004). Na região Nordeste, recomenda-se para o primeiro semestre cultivares de coloração amarelada, com ciclos variando de 110 a 130 dias da semeadura à colheita, como Vale Ouro IPA 11, Composto IPA-6, Texas Grano-502 PRR e os híbridos Granex-429, Granex-33 e Mercedes, bem como a cultivar Franciscana IPA-10, de bulbo de coloração roxa. Para semeadura a partir de julho, deve-se dar preferência às cultivares de cor amarela, tais como: Alfa Tropical, Alfa São Francisco e Franciscana IPA-10, de coloração roxa. A produtividade obtida com as cultivares plantadas na região variam de 15 a 60 t ha -¹ dependendo da localidade, da época de plantio e dos tratos culturais realizados (COSTA e RESENDE, 2007). 2.3 A CULTIVAR IPA 11 Como exposto anteriormente, um fator de extrema importância na cebolicultura, bem como nas demais culturas, é a escolha da cultivar, isso se da em função das condições climáticas da região produtora, bem como, do tipo de bulbo exigido pelo mercado (COSTA et al., 2002). Dada a importância da cultura para a Região Nordeste, algumas instituições tem desenvolvido programas de melhoramento genético para a obtenção de cultivares mais adaptadas a nossas condições, entre elas estão o Instituto Pernambucano de Pesquisa Agropecuária (IPA), a Embrapa Semiárido e a Embrapa Hortaliças. Atualmente tem crescido a utilização de híbridos, principalmente devido à sua alta produtividade, uniformidade e precocidade. Santos et al. (2008) ressalta a superioridade de híbridos de cebola, afirmando que a produtividade destes tem sido de até 192% superior ao parental mais produtivo e de até 367% em relação a algumas cultivares de polinização aberta. A IPA 11 é uma cultivar desenvolvida pelo IPA (CANDEIA et al., 1997), oriunda do cruzamento entre a cv. Roxa IPA 03 e Belém IPA-9, foi melhorada 22 para a região semi-árida do Nordeste, após oito ciclos de seleção massal, Segundo Costa et al. (1999), o programa de melhoramento genético de cebola do IPA, iniciado em 1972, resultou na substituição de cerca de 90% das sementes importadas usadas na região e concentrou-se no desenvolvimento de populações de cor amarela e roxa (SANTOS et al., 2008). A IPA 11 apresentam folhas vigorosas, moderadamente eretas, de coloração verde escuro, muito cerosas e com alta produtividade. Essa cultivar foi escolhida para a realização deste trabalho por ser a mais utilizada atualmente entre os cebolicultores da Região do Vale do Submédio do São Francisco, seus bulbos são de formato globular-alongado, de conformação simétrica, casca fina e coloração amarela intermediária e pungência elevada. Em condições de campo, esta cultivar tem apresentado ótimo desempenho agronômico, caracterizando-se ainda por apresentar elevado nível de resistência genética ao mal-de-sete-voltas (Colletotrichum gloeosporioides Penz.) e moderada tolerância ao tripes (Thrips tabaci Lind.), a depender da região, tem uma capacidade produtiva superior a 30 t/ha, com boa conservação pós-colheita. Tem apresentado melhor desempenho nas semeaduras realizadas no período de janeiro a julho. O ciclo, após o transplante, é de aproximadamente 90 dias (COSTA et al., 2002). 2.4 CULTIVO ORGANICO DE CEBOLA Mesmo podendo ser descrita como incipientes, o cultivo da cebola em sistema orgânico vem ganhando espaço nas regiões produtoras, o motivo para isso é que alguns produtores vem percebendo que o manejo do solo e das plantas, orientadas pela agricultura orgânica, pode se constituir numa promissora alternativa para produção de qualidade, sem comprometer a saúde dos agricultores e contribuindo para a preservação ambiental. Vários foram os malefícios trazidos pela agricultura convencional, muitas pragas já são tolerantes a grande maioria dos agrotóxicos, o que dificulta seu controle e leva os produtores a aumentarem as dosagens dos produtos químicos, nocivos a saúde humana e 23 ambiental, sem apoiarem-se em princípios científicos, uma atitude que pode ser descrita como irresponsável. A geração de bulbos saudáveis pode-se fazer evitando ou excluído o uso de fertilizantes minerais e compostos sintéticos, pesticidas, reguladores de crescimento e aditivos (EHERS, 1996), sem comprometer a produtividade. Ainda há um grande receio quando se propõe a adubação orgânica e a utilização de estratos ou óleos essenciais para a produção dessa hortaliça no Brasil, pois espera-se grande potencialidade produtiva e esses recursos são tidos como ineficientes em comparação com os convencionais, a adubação orgânica, por exemplo, é considerada de baixa concentração, entretanto contêm todos os nutrientes necessários às plantas, favorece a formação de agregados do solo, aumenta a retenção de água e diminui as perdas da mesma por evaporação, dentre outras melhorias, físicas, químicas e biológicas ao solo (KIEHL, 1985). Quanto aos estratos ou óleos essenciais, vários estudos, como veremos a seguir, vem demostrando-se como promissores. As vantagens de se produzir cebola usando-se da agricultura orgânica são inúmeras, não somente do ponto de vista agronômico e ambiental, mas também do ponto de vista econômico, fato comprovado pelas experiências acumuladas nos últimos anos (SOUZA; RESENDE, 2006). No entanto, a adubação orgânica e os biofertilizantes, são fatores de produção que precisam ser avaliados especialmente quanto à adequação pelos produtores de cebola, objetivando um sistema de produção sustentável (RODRIGUES et al., 2007). Schiedeck (2002), ressalva que o segmento da agricultura orgânica cresce anualmente cerca de 20% nos Estados Unidos, 20% na Europa e 50% no Brasil, hoje em dia é cada vez mais comum ver feiras de produtos ecológicos, espaços para esses produtos nas gôndolas das grandes redes de supermercados e os movimentos ambientalistas de consumidores que buscam uma alimentação mais saudável. Isso vem ocorrendo, segundo esse mesmo autor, devido a vários fatores, dentre os quais, a elevação do preço dos fertilizantes sintéticos e agroquímicos nos últimos anos, principalmente em nossa região que os tornam mais onerosos devido ao valor cobrado pelo transporte (frete), fazendo com que os produtores busquem alternativas de nutrientes. Assim, a geração de 24 tecnologias para a recomendação de insumos orgânicos é uma necessidade para o sistema de produção orgânico de cebola. 2.5 ETUDOS DA REGIÃO NORDESTE E SUAS CARACTERISTÍCAS O Nordeste brasileiro compõe nove dos 26 estados do país: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, totalizando uma extensão territorial de 980.133,079 Km², com população de 22.598.318 habitantes, representando, aproximadamente, 12% da população brasileira e 18,2% do território nacional, segundo dados extraídos do XII Recenseamento Geral do Brasil do Censo Demográfico 2010, publicado pelo IBGE (2012). Em função das diferentes características físicas, a região é subdividida em quatro sub-regiões: meio-norte, sertão, agreste e zona da mata, essas também são consideravelmente diferentes do ponto de vista de desenvolvimento humano. A maior parte do semiárido brasileiro está localizado dentro da região, cuja vegetação predominante é a caatinga, englobando 1.135 municípios, apresentando importância socioeconômica relevante para o Nordeste e para o país. O índice de precipitação varia de 300 a 2000 nm, as quais ocorrem durante três meses, dando vasão a estiagem que pode durar vários meses, por conta disso a região demanda de meios tecnológicos para a convivência com o semiárido e essa é uma realidade do Submédio do vale do São Francisco, onde é predominante o uso da irrigação. Segundo a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia – SEI (2012), os municípios situados nessa região, encontram-se no semiárido, caracterizado por apresentar forte insolação, temperaturas relativamente altas, chuvas escassas e irregulares. Segundo Costa (2006), a localização geográfica do Nordeste, próximo ao Equador, confere a esta região elevados índices de insolação, em torno de 3.000 horas por ano de brilho solar. O desenvolvimento do Vale e em boa parte da Região Nordeste, deve-se em larga escala a presença do Rio São Francisco, este possibilita a irrigação e consequentemente o protagonismo dos seus municípios. De acordo com 25 Carvalho (1994), a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco disponibiliza mais de 85 bilhões de metros cúbicos de água, dos quais, cerca de 65% encontram-se nos reservatórios de Sobradinho (34,116 bilhões), Itaparica (11,782 bilhões), Xingó (3,800 bilhões), Moxoró (1,226 bilhões) e Boa Esperança (5, 085 bilhões). 2.6 THYSANOPTERA: TAXONOMIA E SISTEMATICA A Thysanoptera é uma ordem de insetos com cerca de 6.000 espécies. A presença ou ausência de um ovipositor externo chamado de terebra dividi a ordem em duas grandes subordens, a Terebrantia em cujo há a presença do ovipositor e a Tubulifera, quando não há. Na subordem Tubulifera, as asas anteriores em repouso se cruzam sobre o abdômen, não possuem nervuras nem microtríquias e as cerdas localizam-se apenas na base. Em Terebrantia, as asas anteriores se mantem paralelas em repouso, apresentam nervuras com cerdas e possuem microtríquias (MOUN; MARULLO, 1996). Reynaud (2010), afirma que a ordem ainda não foi totalmente classificada e estima que mais de duas a quatro mil espécies ainda não foram descritas. Segundo Gaston e Mound (1993), há necessidade de um maior aprofundamento no conhecimento das espécies de Thysanoptera no que diz respeito ao seu papel no ambiente, suas correlações com outros seres vivos do ecossistema e uma melhor compreensão de sua taxonomia, ecologia e biologia molecular para a descrição melhor da ordem. Segundo Mound e Morris (2007), há também uma carência de informações quanto a sistemática dessa ordem, sua filogenia parece incompleta e muitas informações sobre ela são contraditórias. São imprescindíveis estudos de sua biologia molecular para que a Thysanoptera obtenha uma sistemática concisa e insujeita a dúvidas. O que é inquestionável em relação a sua sistemática é que a subordem Terebrantia, com cerca de 2.500 espécies (REYNAUD, 2010), é dividida em oito famílias: Merothripidae, Uzelothripidae, ambas com espécies diminutas associadas a hifas de fungos em países tropicais; Melanthripidae, com espécies robustas que se alimentam em flores e ocorrem em áreas temperadas; Aeolothripidae, composta por espécies fitófagas ou predadoras não obrigatórias 26 de outros artrópodes; Fauriellidae, composta por cinco espécies registradas na Califórnia (EUA), Europa setentrional e África do Sul; Heterothripidae, com todas as espécies descritas nas Américas, são fitófagas, com exceção de duas espécies ectoparasitoides (CAVALLERI, 2010); Thripidae, que contém cerca de 2.100 espécies descritas, é distribuída por todo o mundo e inclui a maioria das espécies de importância econômica (REYNAUD, 2010); e a recentemente revalidada Stenurothripidae (PEÑALVER e NEL, 2010), que substituiu Adiheterothripidae, composta por espécies associadas a flores de palmáceas. Já a Tubulifera é uma subordem menor, formada por apenas uma família, a Phlaeothipidae, Phlaeothripinae, com com cerca de espécies 3.500 que espécies exibem descritas, estilete dividi-se maxilar em estreito (aproximadamente 3 µm), e Idolothripinae, com espécies que possuem estilete maxilar mais largo (de 5 a 10 µm) (MOUND e MARULLO, 1996). Segundo Reynaud (2010), as espécies dessa subordem estão mais presentes em regiões próximas aos trópicos. 2.7 CARACTERISTICAS DO THRIPS TABACI No Submédio Vale do São Francisco, o T. tabaci L. é considerada a mais importante dentre as pragas que atacam a cebola, bem como em outras regiões do país, a exemplo do estado de Santa Catarina. (EMPASC/ACARESC, 1991). Quando em altas infestações, principalmente durante tempo quente e seco, este inseto pode causar até 50% de perdas na produção, havendo redução de peso e qualidade dos bulbos, os quais podem não atingir 2/3 de seu tamanho normal (EMBRAPA 2007). Trata-se de um inseto cosmopolita e, além da cebola, ataca um grande número de culturas, tais como, abobrinha, algodão, amendoim, batata, berinjela, fumo, jiló, melancia, melão, pepino, pimenta, pimentão, soja, tomate e uva. Apresentam coloração desde amarelo-palha a marrom. A fêmea adulta pode viver em torno de 20 dias e oviposita de 20 a 100 ovos. A postura é feita nos tecidos mais tenros da planta e após cerca de quatro dias, emergem as formas jovens, que se alojam na bainha das folhas. As ninfas apresentam coloração 27 amarelo-esverdeada e são ápteras, o que as distingue dos adultos (EMBRAPA 2007). Os adultos tem o corpo alongado, com asas longas e franjadas e quase não são vistos a olho nu, pois medem cerca de 1 a 3 mm de comprimento (Figura 01. A), colocam seus ovos geralmente nas folhas mais novas, vivem em colônias, geralmente entre a bainha e o limbo foliar (Figura 01. B). Seu ciclo é de 11,5 dias em tomateiro a 25,4 °C. Possui aparelho bucal raspador-sugador, assim, alimentam-se da seiva das plantas, causando prateamento, necrose e deformação nas partes tenras da planta (Figura 01. C), como flores, frutos e brotações (PINENT e CARVALHO 1998, FORNAZIER et al. 2010). Os insetos vivem abrigados no interior dos primórdios florais e flores, nos botões florais, brotações ou podem ser encontrados na face inferior das folhas novas ou velhas, formando colônias (EMBRAPA 2007). Os trabalhos que relacionam número de tripes por planta e produtividade são polêmicos, pois fatores como fenologia, época de plantio e de infestações, variedades e clima podem influenciar na interação inseto-praga (DOMICIANO et al., 1993). Os meses de outubro e novembro, quando o clima é mais quente e seco, assemelhando-se ao do Submédio Vale do São Francisco, foram considerados como sendo os de maior ocorrência de tripes na região do Alto Vale do Itajaí, SC, com infestações severas a partir de segunda quinzena de outubro (LORINI et al., 1986; GONÇALVES GUIMARÃES, 1995). O superbrotamento e a redução no tamanho dos bulbos também são sintomas do ataque do inseto, estes podem também, atacar a parte mais superficial do bulbo, permanecendo sob a casca, causando danos à escama externa, comprometendo a qualidade do material produzido e o seu armazenamento. Além disso, o T. tabaci L. pode ser vetor do vírus do vira cabeça do tomateiro (“tomato spotted vírus” – TSWV) para a cebola e predispõe as plantas atacadas à entrada de vários patógenos, pelas lesões causadas durante sua alimentação. Os principais danos causados pelos vetores de viroses no tomateiro estão relacionados à transmissão de fitoviroses. O processo de transmissão de vírus ocorre da seguinte forma: os insetos ao se alimentarem de plantas doentes e posteriormente de plantas sadias, inoculam nestas o patógeno (GALLO et al., 2002). As plantas infectadas pelo vírus apresentam lesões elípticas com centro clorótico e bordos necróticos deprimidos. Embora experimentalmente 28 o vírus do vira-cabeça do tomateiro seja de fácil transmissão mecânica, na natureza a sua disseminação ocorre exclusivamente por ação de tripes. Figura 01. A – Tripes adulto, distinguível devido sua coloração amarelo-palha a marrom; B – Local onde geralmente encontram-se as colônias do inseto, entre a bainha e o limbo foliar; C – Plantação afetada pelo tripes, devido ao seu aparelho bucal raspador-sugador, alimentam-se da seiva das plantas, causando prateamento, necrose e deformação nas partes tenras da planta, como flores, frutos e brotações. As ninfas deste tripes adquirem o vírus, que somente é transmitido na fase adulta. A incidência de Tosporirus é de 50 a 90% e os sintomas são folhas bronzeadas e frutos com manchas amareladas (BORBÓM et al. 2006). Há registros de que os tripes tem preferência pela planta infectada em relação à sadia. Foi relatado que plantas infectadas apresentam de 17% a 47% mais danos foliares devido à alimentação do vetor e 15% a 20% mais tripes. Essa preferência pode ser devida a modificações fisiológicas, causadas na planta pela infecção, como o aumento na concentração de compostos nitrogenados, bem como a maior atração exercida aos tripes pela cor amarelada da planta infectada. Até recentemente, era aceito que o tripes adquiriam o vírus durante todo estágio larval, porém, hoje, está demostrado que a aquisição das partículas virais ocorre somente quando o inseto encontra-se no primeiro instar larval. As larvas, no entanto, não podem transmitir o vírus imediatamente, necessitando de um período de incubação (latência) de vários dias. Este período varia de acordo com a espécie, sendo que a máxima infectividade ocorre 22 a 30 dias após a aquisição. O vírus pode ser adquirido e transmitido em períodos de alimentação de apenas cinco minutos, embora períodos mais longos tornem mais eficiente a transmissão. Uma vez adquirido, é retido pelo tripes até o estágio adulto, circulando e replicando-se no inseto, não sendo, contudo, transmitido à sua progênie (MORETTI, 2007). 29 Alguns trabalhos foram realizados no estado de Santa Catarina, local que também sofre consideravelmente injúrias causadas pelo inseto e a realização de pulverizações periódicas na fase de maior ocorrência de tripes na região do Alto Vale do Itajaí (meses de outubro e novembro), não produzem necessariamente incrementos na produtividade (GONÇALVES, 1996). Lorini e Ferreto (1991) não observaram diferenças no rendimento de cebola ao utilizarem aplicações de deltametria 7,5 g i.a ha-¹ em intervalos de 3, 7, 14 e 21 dias. Os agricultores dessa região tem utilizado para o controle desta praga, inseticidas fosfatados e piretróides, principalmente parathion metílico e deltamethrina (GONÇALVES e GUIMARÃES, 1995). Recentemente, tem se incrementado a utilização de cipermetrina, lambdacialotrina, metamidofós e clorpirifós-etil pelos produtores de cebola catarinenses. O número de pulverizações por safra pode atingir até doze em alguns casos. (GONÇALVES, 1998). Estes inseticidas sintéticos podem selecionar populações resistentes devido à necessidade de aplicações frequentes, aumentando assim a pressão de seleção de indivíduos resistentes (NIMBALKAR et al., 2009). Desta forma, métodos alternativos visando o manejo de pragas agrícolas que causam menos impacto ambiental tem sido estudados, objetivando implementar o Manejo Fitossanitário de Pragas (MFP), que visa estabelecer uma estratégia de controle com base no conhecimento do ciclo da cultura, das pragas e dos fatores ambientais (ALVES et al., 2007), Hoffman at al. (1999), observaram uma redução do uso de inseticidas sem afetar a qualidade e a produtividade de cebola ao adotarem o nível de dano econômico para o manejo de tripes nesta cultura. Dentre as alternativas que vem sendo estudadas, pode-se salientar o uso de produtos de plantas que produzem compostos tóxicos aos herbívoros, os quais podem ser extraídos dos seus tecidos e utilizados de forma alternativa para o manejo de insetos-praga (TORRES et al., 2006; VASCONCELOS et al., 2006; SANTIAGO et al., 2008; BOIÇA JÚNIOR et al., 2013; COSTA et al., 2013). Assim, produtos de plantas tem sido estudados no mundo para o manejo de artrópodespragas na agricultura e pecuária (VENZON et al., 2007; OLIVIO et al., 2008, BESTETE et al., ATTIA et al., COSTA et al., 2013). Esses inseticidas alternativos são obtidos de recursos renováveis e são rapidamente degradáveis no ambiente. Além disso, o surgimento de populações resistentes dos insetos aos extratos de 30 plantas é um processo lento, pois são compostos da associação de várias substâncias bioativas (ROEL, 2001). 2.8 PRODUTOS NATURAIS Produtos naturais podem ser uma alternativa viável no combate a praga do tripes na cebolicultura, dentre os quais, o citrolin que é um óleo essencial extraído da casca da laranja e de outras frutas cítricas. Os dois principais compostos desse óleo são o limoneno, o qual representa 90% do extrato cru, e o linalol, em menor quantidade. Também estão presentes no óleo essencial da casca de citrus compostos como aldeídos, cetonas, esteres e álcoois. O modo de ação do limoneno não é completamente entendido. O limoneno causa aumento da atividade dos nervos sensoriais resultando em perda de coordenação e convulsão. A super estimulação do sistema motor leva a uma rápida paralisia corporal. O uso desses dois compostos é considerado seguro ao homem, sendo que estes empregados extensivamente nas indústrias de alimento, cosméticos e perfumes. Entretanto em altas concentrações esses causam irritação na pele e são tóxicos a mamíferos. Ambos são inseticidas de contato, tendo também espectro fumigante. Estão disponíveis comercialmente em shampoos e aerossóis. Esses produtos tem sido combinados em caldas contendo sabão para o controle de pulgões, cochonilhas, pulgas, piolhos, carrapatos e ácaros. O limoneno e o linalol volatilizam rapidamente sem deixar resíduos podendo ser fitotóxicos a plantas ornamentais. (MOREIRA et al., 2006). Outro produto natural utilizado é o óleo de algodão, devido a presença neste do gossipol que é um aleloquímico, ou seja, transmitem mensagens químicas entre organismos de diferentes espécies. Este aleloquímico é um composto fenólico formado por aldeídos e terpenos, produzido por glândulas subepidérmicas de plantas do gênero Gossypium. Quando presente nas estruturas vegetativas e/ou reprodutivas do algodoeiro pode controlar um elevado número de insetos-praga provocando acréscimo no tempo de desenvolvimento, 31 redução nos pesos larval e pupal, bem como diminuição na sobrevivência da fase adulta de insetos (MACEDO, 2007). A utilização do gossipol apresenta-se como uma tática ecologicamente correta e economicamente viável dentro de um programa de manejo integrado de pragas, contribuindo assim, com a sustentabilidade dos agroecossistemas, no entanto, devido à sua fotoinstabilidade, degrada-se rapidamente na presença de luz (CARVALHO, 1996). É um composto fenólico, formado por aldeídos e terpenos, biossintetizado por plantas do gênero Gossypium da família Malvaceae, produzido em suas glândulas subepidérmicas e encontrado sobre cotilédones, folhas, estípulas, sépalas, caule, ramos, frutos e na amêndoa da semente, apresentando baixo peso molecular (BELL, 1967; CARVALHO, 1996; SHAVER, 1969). Segundo esses mesmos autores, as glândulas de gossipol são visíveis a olho nu, como pequenos pontos escuros de tamanho diminuto, possuem formato esférico e contêm dois pigmentos: um de cor amarela, tóxico, que é o gossipol, e outro de cor vermelha, corante, o qual dá uma coloração acastanhada ao óleo que se extrai da semente. O gossipol age como inseticida sendo um inibidor de protease, a ingestão de inibidores de proteinases pelos insetos herbívoros interfere no processo de degradação de proteínas no intestino médio (mesêntero) (MACEDO, 2007). Portanto, os inibidores são considerados agentes anti-metabólicos, pois levam a uma deficiência protéica nos insetos. A atividade antibiótica dos inibidores de proteinases é atribuída à sua interferência na digestão protéica que diminui a disponibilidade de aminoácidos, prejudicando a síntese de proteínas necessárias ao crescimento, desenvolvimento e reprodução (SILVA FILHO, 2000). McAuslane (1997), estudando o efeito da indução sistêmica de aleloquímicos em plantas de algodão com e sem glândulas de gossipol, sobre a alimentação de S. exigua, constataram que até os três primeiros instares, as lagartas consumiram uma maior quantidade de folhas desprovidas de gossipol (89,0%). De acordo com Montandon (1986), o gossipol atua sobre o curuquerê, Alabama argillacea (Lepidoptera: Noctuidae), mas apresenta pouco ou nenhum efeito sobre a lagarta-da-maçã, H. virescens, notando-se que 70% de A. argillacea atingiu a fase adulta, enquanto apenas 10% de H. virescens alcançou tal fase. Segundo Shaver (1970), o desenvolvimento de lagartas de H. zea e H. 32 virescens, de cinco idades diferentes, variando de 0 a 9 dias, foi influenciado significativamente à medida que se elevaram as concentrações de gossipol. Para as lagartas de Pectinophora gossypiella (Lepidoptera: Gelechiidae), também de 0 a 9 dias, concentrações superiores a 0,1% causaram redução significativa no peso pupal e aumento considerável na duração do período de pupação e da fase adulta. Popularmente, o óleo de algodão já vem sendo utilizado na agricultura orgânica como defensivo natural, um exemplo disso é o controle da lagarta do cartucho na cultura do milho. Atualmente, dentre as espécies vegetais com atividade inseticida, o óleo de neem é o mais estudado, sua espécie é a Azadirachta indica A. Juss., Meliaceae sub-tropical, também conhecida como “Margosa tree” ou “Indian Lilac” nativa das regiões áridas da Ásia e África, e que se encontra distribuída também na Austrália e América (AHMED e GRAINGE, 1986; SCHMUTTERER, 1988; SAXENA, 1989; MORDUE e BLACKWELL, 1993), embora seu centro de origem seja comumente conhecido como a Índia, que origina inclusive o seu nome científico. Várias substâncias ativas foram isoladas das folhas, frutos e sementes desta planta, sendo a principal a "Azadirachtina", um tetranortriterpenóide isolado da semente. Esta substância tem efeito repelente, intoxicante, regula o crescimento e a metamorfose dos insetos, causa deterrência alimentar, afeta a biologia, a oviposição e a viabilidade dos ovos (SCHMUTTERER, 1988; JACOBSON, 1989; SAXENA, 1989; SCHMUTTERER, 1990; MORDUE e BLACKWELL, 1993; NEVES e NOGUEIRA, 1996). É compatível com outras formas de manejo, não tem ação fitotóxica, dente os inseticidas botânicos comercializados atualmente está entre os menos tóxicos ao homem (COX, 2002) e não agride o meio ambiente. Não atua contra os inimigos naturais como acontece com muitos produtos sintéticos. Também é utilizado no controle de nematóides, alguns fungos e bactérias (NEVES, 1996; ABREU JÚNIOR, 1998). Os compostos bioativos de neem são utilizados na forma de pós, extratos aquosos e/ou orgânicos (metanólico, etanólico, acetônico, clorofórmico, hexânico), óleos e pasta, além de frações parcialmente purificadas e formulações ricas em azadiractina (SAXENA, 1989). O local de origem, idade das sementes e solvente utilizado na extração, podem ocasionar variações nos teores do princípio ativo e na sua atividade biológica (SCHMUTTERER, 1987). É 33 considerado inseticida de contato, mas apresenta atividade sistêmica e translaminar (NAUMANN et al., 1994). A azadiractina apresenta persistência de 3 a 6 dias no solo e de 8 a 13 dias em ambientes aquáticos (SUNDARAM et al., 1997). A atividade inseticida do neem foi reportada para mais de 400 espécies de insetos das quais 100 destas têm ocorrência no Brasil (PENTEADO, 1999). Segundo esse mesmo autor, esse inseticita tem ação efetiva no controle de algumas pragas como: Mosca-branca, larva-minadora, mosca-das-frutas, pulgões, brasileirinho, traça-das-crucifras, lagarta do cartucho do milho, broca do tomateiro, ácaros fitófagos, cochonilhas, bicho-mineiro-do-café alguns coleópteros e lagartas, mosca doméstica, baratas, pernilongos (Aedes aegypt), berne, carrapato e mosca-dos-chifres, além da tripes, inseto estudado neste trabalho. Conforme Martinez (2002), a planta contém compostos que podem produzir um acréscimo na produção de certas espécies benéficas à agricultura. Bons exemplos disso são aumentos em cerca de 25% na produção de minhocas (Eisenia foetida) utilizadas no melhoramento de solos e de compostos que parecem ser benignos para aranhas, borboletas, abelhas que polinizam plantações e árvores, joaninhas que consomem pulgões, e vespas que atuam como parasitas em várias pestes agrícolas. A azadiractina apresenta diversos efeitos endócrinos, o maior deles é a modificação dos níveis de ecdisteróides na hemolinfa por agir sobre os sítios de produção de ecdisteróides como as células da epiderme e os oenócitos (REMBOLD e SIEBER, 1981). O córpora cardíaca também tem sido sugerido como alvo de ação da azadiractina interferindo na liberação do hormônio protoracicotrópico, do hormônio da eclosão, bursicom ou na liberação de hormônios tróficos (SIEBER e REMBOLD, 1983; MORDUE et al., 1986; REMBOLD, et al., 1989). A azadiractina também bloqueia a liberação de alatropinas no interior do córpora cardíaca e consequentemente bloqueia a síntese e liberação de hormônio juvenil (BECKAGE et al., 1988; MALCZEWSKA et al., 1988). Diversos outros efeitos da azadiractina podem ser observados em insetos como: alteração na diferenciação de tecidos (por exemplo os omatídeos e discos marginais das asas), melanização da cutícula (SCHÜLTER, 1987; MALCZEWSKA 34 et al., 1988) e interferir na mitose de forma semelhante à colchicina (SCHÜLTER, 1987). Os músculos dos insetos também são afetados reduzindo a locomoção e atividade de vôo (NICOL & SCHMUTTERER, 1991; WILPS et al., 1992). Em cortes histológicos no intestino de insetos verifica-se que com o aumento da dose de azadiractina a que estes são submetidos ocorre desarranjamento e rompimento das mitocôndrias (COTTEE, 1984). Entretanto, não está claro se os músculos são afetados diretamente pela azadiractina ou se isto ocorre devido à inibição do córpora cardíaca impedindo a liberação do hormônio adipocinético (MORDUE e BLACKELL, 1993). A azadiractina reduz a imunosupressão dos insetos a agentes patogênicos e afeta o ritmo circadiano destes (PALMER, 1990; AZAMBUJA et al., 1991). Aplicações de suspensão aquosa de extratos de neem, por meio de pulverização foliar, sobre tomate e pimenta, em casa de vegetação e no campo, não só reduziram a incidência de doença como também aumentaram o rendimento, produzindo frutos mais saudáveis sem causar efeitos fitotóxicos. Estudos comparando a eficácia de produtos à base de neem em relação ao praguicida hexacloro benzeno (BHC) demonstraram superioridade significativa na redução da oviposição, eclosão e do desenvolvimento larvar em Caryedon serratus Olivier. (MARTINEZ, 2002). Também, como inseticida natural, utiliza-se o piroalho, que é um produto extraído do alho e pode ser utilizado na agricultura como defensivo agrícola, tendo ampla ação contra pragas. Seu aproveitamento é feito através da extração do óleo, assim também como há recomendações para uso da planta inteira. Os Estados Unidos tem destaque como um dos países em que esse defensivo é consideravelmente empregado. Sua principal ação é de repelência sobre as pragas e repelente natural de insetos nocivos, dentre os quais podem ser citados a lagarta da maçã, pulgão, etc. Sua aplicação pode também ser feita em sulcos de plantio no intuito de proteger as sementes, além de ser empregado na forma de pó, quando pulverizado sobre as plantas depois de 36 horas não deixa cheiro, nem odor nos produtos agrícola. Segundo Nardi (1989), quando adequadamente preparado tem ação fungicida, combatendo doenças como míldio e ferrugens, além de ter ação bactericida. 35 O plantio intercalar do alho para repelir pragas é também indicado para certas fruteiras como a macieira. Nos Estados Unidos, onde o óleo de alho é empregado em cultivos comerciais como em algodão, apresenta-se como defensivo mais barato do que os agrotóxicos. Não prejudica os trabalhadores, é seguro para o meio ambiente, não mata as minhocas, não destrói enzimas, não contamina a água e é inofensivo para insetos benéficos (GUIRADO 1998). Segundo esse mesmo autor, naquele país, o óleo é registrado como repelente de pragas para os seguintes grupos de plantas: brassicácias (couve-flor, brócolis, etc.); vegetais de bulbo (alho, cebola, etc.); cereais de grãos (milho, arroz, etc.); citros; algodão; cucurbitáceas (melão, abóbora, melancia, etc.); frutos vegetais (pepinos, pimentão, tomate, etc.); vegetais folhosas (alface, espinafre, etc.); leguminosas vegetais (soja, vagem, feijões, etc.); árvores de nozes (macadâmia, pecã, etc.); plantas ornamentais; raízes e tubérculos e fruteiras (caroço, pomáceas, etc.). O uso do alho no Brasil está restrito ainda às pequenas áreas, como na agricultura orgânica, enquanto que em outros países como nos Estados Unidos já é possível empregá-lo em larga escala em cultivos comerciais, pela possibilidade de empregar o óleo obtido através de extração industrial. No país, o piroalho ainda não é um produto usado em larga escala pelos produtores em nenhuma cultura, mesmo diante da sua eficiência como inseticida ou fungicida para algumas delas. A razão para que isso ocorra talvez se deva a poucas pesquisas relacionadas ao óleo no Brasil. A aplicação desse produto está restrito ainda às pequenas áreas, como na agricultura orgânica, diferente do que ocorre em outros países a exemplo dos Estados Unidos onde o óleo obtido através de extração industrial, possibilitando-o ser empregado em grande escala comercial. Outro defensivo orgânico é o rotenat, um composto inseticida presente em Lonchocarpus spp, (Fabaceae) encontrada na América do Sul e Derris spp, (Fabaceae) encontrada na Ásia e diversas outras leguminosas tropicais. A extração da raiz da planta resulta numa série de compostos conhecidos como rotenóides. A rotenona causa efeito tóxico inicialmente nos músculos e nervos cessando rapidamente a alimentação dos insetos e causando sua morte algumas horas ou dias após a exposição. A rotenona é um potente inibidor da respiração celular bloqueando a cadeia de transporte de elétrons nas mitocôndrias por ligar36 se ao NADH: Q oxiredutase (Complexo I) e impedindo a oxidação do NADH2 (LUMMEN, 1998; GLYNNE-JONES, 2001; KLAASSEN & WATKINS III, 2003; TADA-OIKAWA, 2003). Possui uma das maiores toxicidade aguda entre os inseticidas botânicos sendo mais tóxico a insetos do que muitos inseticidas organosintéticos. Os inseticidas comerciais a base de rotenona apresentam baixa toxicidade ao homem não havendo relatos de intoxicação de pessoas por este inseticida nos Estados Unidos onde seu uso é frequente (REIGART & ROBERTS, 1999). Tem ação inseticida por ingestão e contato sendo instável a luz, ao calor e ao ar. Exposta a luz, a rotenona tem um período de vida médio de 1 a 3 dias. Quando aplicada em pulverizações sobre a superfície das plantas promove a proteção por aproximadamente uma semana. É um inseticida e acaricida de largo espectro de ação sendo usado contra lagartas, besouros, pulgas, pulgões, formigas, cigarrinhas, moscas, cochonilhas e ácaros. A rotenona é usada extensivamente contra o besouro do Colorado Leptinotarsa decemlineata (Coleoptera: Chrysomelidae) que constitui uma das mais importantes pragas da batata no hemisfério norte (COSTA et al., 1997; COX, 2002). Vários produtos comerciais tem rotenona como princípio ativo. Além desses produtos naturais, o sulfocal é um inseticida que também é utilizado, este é resultado de uma reação corretamente balanceada entre o cálcio e o enxofre dissolvidos em água e submetidos à fervura, constituindo uma mistura de polissulfetos de cálcio. Conforme Abreu (1998), foi preparada pela primeira vez no ano de 1852, por Grison. Além do seu efeito fungicida e inseticida, exerce ação sobre ácaros, cochonilhas e outros insetos sugadores, tendo também ação repelente sobre "brocas" que atacam tecidos lenhosos. Entre as injúrias pelas quais o produto é utilizado, estão as que são causadas por formigas. Para estas, a calda é colocada sobre os olheiros dos formigueiros e sobre a cultura, proporcionando relativa eficiência contra o inseto. Além da sua fitotoxidade em temperaturas elevadas, a calda tem algumas propriedades que merecem alguns cuidados em seu manuseio. De acordo com Wigg D. (2015), é conveniente testá-la antes do emprego em maior escala e sempre preferir efetuar os tratamentos no final da tarde. A qualidade e a pureza 37 dos componentes da calda determinam sua eficácia, sendo que a cal não deve ter menos que 95% de CaO. Para que não perca a sua eficiência, tanto os vendedores, quanto os produtores devem adotar alguns cuidados em sua armazenagem, pois está em contato com os raios solares pode perder suas propriedades parcialmente ou até completamente, a calda deve ser estocada em recipiente de plástico opaco ou vidro escuro e armazenada em local escuro e fresco, por um período relativamente curto, sendo ideal a sua utilização até, no máximo, 60 dias após a preparação. Antes da aplicação sobre as plantas, através de pulverizações foliares, a calda concentrada deve ser diluída. Para controlar essa diluição, determina-se a densidade através de um densímetro ou aerômetro de Baumé (Quadro 01), com graduação de 0 a 50º Bé (graus de Baumé), sendo considerada boa a calda que apresentar densidade entre 28 e 32º Bé. (ABREU, 1998). O ideal é utilizá-la em distintas concentrações, para cada caso especifico, pois quanto mais concentrada mais eficiente, porém mais perigosa porque aumenta os riscos de queima das folhas e frutos tenros. Em épocas muito quentes, deve ser usada em concentrações mais baixas devido a sua efetividade ser aumentada sob temperaturas mais altas. A aplicação deverá ser realizada a alto volume e alta pressão para uma boa distribuição em toda a planta. É indicada para o controle de algumas pragas e doenças em hortaliças e plantas ornamentais. Concentração 4,0º 2,0º 1,0º 0,5 0,3 Baumé Baumé Baumé Baumé Baumé 32º 9,0 19,3 38,7 81 137 31° 8,6 18,5 38,1 77 131 30º 8,2 17,7 36,5 74 129 29° 7,8 17,7 34,8 71 120 28º 7,4 16,2 33,3 68 116 27° 7,1 15,4 31,9 65 110 Original Quadro 01. Quantidade de água a acrescentar por litro de calda sulfocálcica na concentração original para obter as diferentes diluições em graus Baumé. 38 3. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado no Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável (CAERDES), localizado no Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) do Campus III da UNEB, em Juazeiro BA (9°25’43"S; 40°32’14" W; altitude: 384 m) no período de 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014, sob cultivo orgânico. O experimento iniciou-se com o preparo da sementeira que se deu a céu aberto nas dimensões de 15m x 1,2m e 0,2 m de altura com a ajuda de um rotoencanteirador e em local ventilado. O solo, na produção de mudas, esteve em condições semelhantes ao da lavoura, na fase pós-transplante (EPAGRI, 2000). A adubação foi feita quatro dia antes da semeadura com esterco de aves (5,1% de N; 5,7% de P 2O5; 5,85% de K2O – segundo a EBDA) usando-se 4 kg do adubo por m² incorporado ao solo úmido com a ajuda de uma enxada. Para a semeadura foram feitos sulcos de 2,0 cm de profundidade com ajuda de um “pente” de madeira usado na agricultura com essa finalidade e os sulcos foram dispostos no sentido do comprimento da sementeira, tendo cada um 15 m, somando sete sulcos no total. A densidade de semeadura foi reduzida para 2g m-², em comparação com a do sistema de uso tradicional, que é de 3g m-². Isto foi feito para proporcionar um ambiente mais arejado e dificultar o desenvolvimento da principal doença na fase de canteiro, conhecida como sapeco ou queima acinzentada, causada pelo fungo Botrytis squamosa (BOFF e DEBARBA, 1999). A cultivar de cebola utilizada foi a IPA11 e a semeadura se deu distribuindo as sementes nos sulcos e depois fechando-os com um ancinho, irrigando-os logo em seguida. Foi utilizada uma estrutura suspensa de palha de coco sobre o canteiro para evitar o excesso de luz, essa estrutura foi feita de madeira a 25 cm de altura. Após a germinação que se deu sete dias após a semeadura, começou gradualmente a retirada das palhas para que as plântulas ficassem mais resistentes à radiação até a exposição completa ao Sol. A irrigação foi realizada com ajuda de um irrigador manual e ocorria duas vezes ao dia, uma no início da manhã e outra no final da tarde, mantendo-se o solo úmido praticamente na maior parte do dia. As espontâneas que ainda ficaram 39 em concorrência com as plântulas de cebola, eram manejadas semanalmente a mão, arrancadas individualmente. Entendeu-se evidentemente que o bom preparo do solo favoreceu seu desenvolvimento e que por isso o trato era necessariamente contínuo. Após 15 dias de germinadas, as plântulas passaram a receber adubação foliar a base de algas marinhas 10 ml para 10 l em um pulverizador costal de 20 l aplicadas sobre o canteiro três vezes por semana. O transplantio para os canteiros definitivos se deu aos quarenta dias após a semeadura. Na gleba destinada a realização do experimento, foram retiradas, fazendo-se uso de um trado, 20 sub - amostras de solo em zig- zag que foram misturadas e desse substrato retirado um quilo para a realização da análise de solo. Foram analisados as quantidades dos macro e micronutrientes, o potencial hidrogeniônico e a condutividade elétrica, densidade e granulometria, capacidade de campo e ponto de murcha. O solo apresentou as seguintes características (quadro 02). CE pH M.O P K Na Ca Mg Al H+ Al SB CTC 0,6 7,1 10,1 24,22 0,3 0,05 2,6 0,60 0,00 0,0 3,6 3,6 V 100,0 Umidade (dag\kg) Densidade das partículas (kg DM-³) Porosidade Total 5,69 e 3,43 1,52 e 2,53 40,16 % Cu Fe Mn Zn 1,01 33 33,3 160 Granulometria Áreia Total Silte Argila 815,6 153,6 30,8 Quadro 02. Quadro contendo informações quanto a quantidades dos macro e micronutrientes, o potencial hidrogeniônico e a condutividade elétrica, densidade e granulometria, capacidade de campo e ponto de murcha do solo utilizado no experimento. Diante dos resultados procurou-se, com uso de práticas agrícolas dentro dos padrões da agricultura orgânica, melhorar as condições físicas e químicas para garantir o crescimento radicular e o estabelecimento da cultura. Utilizou-se um rotoencateirador para construir os canteiros e também uma enxada para fazer o correto acabamento, sendo feitos então 28 blocos conforme a necessidade do projeto. A irrigação foi feita por gotejamento e ocorreu duas vezes ao dia, no início da manhã e no final da tarde, cada uma com 30 minutos de duração e o volume aplicado foi calculado e realizado com base na análise hidrofísica. A adubação foi realizada de acordo com os resultados de análise de solo. O adubo nitrogenado 40 utilizado foi o esterco de aves na quantidade de 100g m-¹, o adubo fosfatado foi o termofosfato de gafsa na dose de 26,5g m-¹. Como fonte de cálcio foram usadas cinzas vegetais a 150g m-¹ e pó de Rocha na quantidade de 5g m-¹ como fonte de micronutrientes aos 15 dias antes do transplantio. Na cobertura foi usado 20g de Esterco de Aves aos 20, 30 e 45 dias após o transplantio. Empregou-se 150g m-¹ de Cinzas Vegetais aos 30 e 45 dias após o transplantio, além de pó de Rocha na quantidade de 5g m-¹. Ocorreu também adubação foliar com estrato de algas na quantidade de 20 ml para cada 20l e eram usados 40 litros da solução de 03 em 03 dias pulverizados manualmente em cada bloco. Aos 48 dias após a semeadura, quando as plantas atingiram aproximadamente 10 cm de altura e 0,5 cm de diâmetro, as mudas foram transplantadas. Para esta fase, utilizaram-se quatro canteiros de 1 m de largura, 3 m de comprimento e 0,15 m de altura em cada experimento, com três linhas duplas, espaçadas de 0,4 m e de 0,10 m entre plantas. As ervas invasoras foram removidas por meio de ceifa e depositadas sobre o solo, dentro dos blocos do experimento, para a manutenção da cobertura do solo permitindo melhor proteção contra a erosão, maior quantidade de água no solo e redução destas mesmas plantas espontâneas além do favorecimento das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, devido ao maior aporte de matéria orgânica A incidência da praga começou a ser observada aos 72 dias após a implantação da cultura, o que aconteceu naturalmente sem a necessidade de infestação. Imediatamente iniciaram-se as pulverizações com os produtos naturais. As dosagens (Níveis) utilizadas foram as seguintes Óleo de algodão à 0,5%, 1,0% e 1,5% com acréscimo de detergente neutro à 0,25, 0,5 e 0,75 (metade da dose do óleo) respectivamente para ajudar a aderência; Óleo de neem à 0,2%, 0,3% e 0,5%; Rotenat à 0,2 % 0,3% e 0,5%; Sulfocal à 1,0%, 1,5% e 2,0%; Piroalho à 0,3%, 0,5% e 1,0% e Citrolim à 0,1%, 0,2% e 0,3%, porcentagens essas escolhidas com base nas comumente utilizadas pelos produtores. Cada dosagem dos tratamentos foram aplicadas em sub-parcelas das áreas destinadas a essa finalidade (Figura 02). 41 Figura 02.Dimensões e disposição de cada uma das 28 parcelas utilizadas no experimento. O N1, N2 e N3 são os níveis (dosagens) dos tratamentos que foram aplicados em sub-áreas específicas da parcela. As soluções foram preparadas em garrafas pet de dois litros (uma garrafa era sempre suficiente para aplicação do tratamento), posteriormente eram depositadas em um pulverizador costal de 20 litros para aplicação dos produtos sobre os limbos foliares de modo que esse percorresse até a base da bainha onde os tripes estavam geralmente alojados em cada planta. À medida que cada dose dos produtos era aplicada, o pulverizador passava por uma tríplice lavagem com água corrente, só então outro preparo das soluções era depositado. Ao todo foram preparadas 18 soluções, haja visto que 7 eram os tratamentos, dentre as quais 1 era a testemunha, na qual nada foi aplicado e três eram os níveis das dosagens, ou seja, 6x3 e cada nível de tratamento eram destinadas a pulverização de quatro sub-níveis, já que quatro eram as repetições (Figura 03). Para evitar a deriva, foi montada uma estrutura de cano pvc e lona, com 1,2m x 1,0m e 0,45m de altura, que era colocado sobre as extremidades dos sub-níveis. Na semana posterior a cada pulverização, ocorria a coleta de dados para a análise dos tratamentos através da contagem das tripes nos limbos, pecíolos e bainhas foliares das plantas. Essas foram coletadas em número de duas por subáreas, depositadas em sacos plásticos catalogados com o código do subtratamento e guardados à temperatura de 10°C. No dia seguinte iniciava a contagem dos insetos vivos, que se dava através da ajuda de uma lupa manual ou microscópio. Os dados foram registrados em planilhas, as pulverizações foram cinco, formando cinco planilhas para a análise. 42 A colheita foi realizada 101 dias após o transplante, quando havia de 75% a 80% das plantas estaladas e quando as cebolas adquiriram a bulbificação ideal. Os bulbos permaneceram no campo por um período de quatro dias para o procedimento da cura, em seguida, foram levadas ao Laboratório do Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável (CAERDES), onde permaneceram por cinco dias para completar o processo de cura à sombra. Após a cura, os bulbos passaram pelo processo de toalete, que consistiu na retirada das raízes e folhas, sendo avaliada posteriormente, a produtividade total, comercial e refugo (bulbos com diâmetro inferior a 35 mm) em t ha-¹ (COSTA, 2007). A classificação de bulbos foi realizada com base no diâmetro transversal do bulbo, segundo as normas do Ministério da Agricultura e do Abastecimento (BRASIL, 1995) em: Classe 01 (refugo): Bulbos com diâmetro < 35 mm Classe 02: Bulbos com diâmetro 35 – 50 mm Classe 03: Bulbos com diâmetro 50 – 75 mm Classe 04: Bulbos com diâmetro 75 – 90 mm Classe 05: Bulbos com diâmetro > 90 mm - Produtividade de bulbos comerciais (t ha-¹): obtida por meio da massa total de bulbos de diâmetro maior do que 35 mm e produtividade de bulbos não comerciais (t ha-¹): obtida por meio da massa total de bulbos de diâmetro menor do que 35 mm. As cinco planilhas preenchidas foram submetidas à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, o delineamento experimental foi em blocos casualizados no esquema de parcelas subsubdivididas com sete tratamentos (incluindo a testemunha), cada um com três níveis de dosagens e quatro repetições utilizando-se o Software Estatístico Assistat 7.7 beta. A figura abaixo resume como foi conduzido o experimento: 43 Figura 03. A – Divisão dos canteiros (parcelas), cada uma das cores mostram os óleos que foram aplicados, estes foram definidos mediante a sorteio; B – Da linha vermelha as extremidades, plantas que foram destinadas a bordadura; C – Plantas que foram destinadas a análise de produtividade; D – Plantas que foram destinadas a contagem de tripes. 44 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise estatística revelou que não houve diferença entre os quatro blocos avaliados, porém houve diferença entre os tratamentos. O óleo de Algodão Gossypium ssp.L., Malvaceae (tratamento 01), foi aplicado nas quantidades de 0,5%; 1,0% e 1,5%, a quantidade média de tripes foram de 23,1; 19,7 e 18,3 (Figura 04) nas três doses que o produto foi aplicado respectivamente e não diferiram significativamente da testemunha que teve por média, os valores de 19,1; 17,2 e 20,3 e média geral de 18,8. Esses resultados indicam, portanto que o gossipol, suposta substância inseticida encontrada nos tecidos de algodoeiro não demostrou ser eficiente contra o inseto analisado sob essas condições de manejo e clima. Nú me ro de trip es Figura 04. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com óleo de algodão em comparação com o número de tripes nas parcelas da testemunha. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014. Talvez o motivo desses resultados fosse a necessidade que o óleo teria de ser misturado com um espalhante adesivo para quebrar a tensão superficial da gota e propiciar uma melhor pulverização das folhas de maneira a assegurar uma absorção mais efetiva pelas plantas e uma melhor ação sobre a pragas. Além disso, quando as gotas permanecem inteiras sobre a planta, elas podem danificar 45 os tecidos vegetais, pelo efeito dos raios do sol (CLARO, 2015). A farinha de trigo talvez fosse utilizada juntamente com o óleo de algodão em outros experimentos, buscando-se assim quem sabe sua eficácia, essa farinha é utilizada como espalhante adesivo e apresenta teores relativamente elevados de substâncias nutritivas importantes, como hidratos de carbono, proteínas, aminoácidos, cálcio e ferro. Há evidências que estas substâncias podem ser absorvidas pelas plantas, contribuindo para o equilíbrio metabólico e maior resistência às pragas e doenças (CLARO, 2001). Ainda de acordo com Carvalho (1996), devido à sua fotoinstabilidade, o gossipol degrada-se rapidamente na presença de luz, o que pode ter influenciado nos resultados, já que a aplicação do produto se deu sempre na parte da tarde, quando as temperaturas encontravam-se relativamente altas. Quanto ao óleo de neem, esse obteve as médias de N1=17,7 N2=11,3 e N3=9,8 (Figura 04), sugerindo eficácia desse produto em comparação a testemunha (média de 18,8) quando aplicado a partir do segundo nível (N2, quando o óleo foi aplicado à 0,3%) e tendo média ainda melhor ao nível 03, aplicado a 0,5%, quando esse produto diminuiu a incidência da praga avaliada em 47,88%. . Figura 05. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com óleo de neem em comparação com o número de tripes nas parcelas da testemunha. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014. 46 Nos vários trabalhos encontrados com aplicação do óleo de neem, sobre vários outros insetos, ou até mesmo sobre o Thrips tabaci em outras culturas, seus resultados foram muito diferenciados. Em mangueira, por exemplo, onde o tripes também foi manejado com o óleo no trabalho de Barbosa (2002), não observou-se eficiência do produto aos dois dias após a aplicação, registrando-se também baixa eficiência de controle aos quatro (6,02%) e aos dez dias (11,69%), esse autor ressalva que a baixa eficiência pode ser explicada pelo seu modo de ação no inseto, pois as amostragens foram realizadas até os dez dias após a aplicação do produto, o que não aconteceria com o presente trabalho já que às coletas ocorreram quinzenalmente. Para esse óleo, Martinez (2002) obteve resultados diferentes do de Barbosa ao relatar redução populacional do mesmo inseto, em amendoim, em teste de laboratório. De acordo com o mesmo autor, a azadiractina atua de forma cumulativa e progressiva, durante os sucessivos estádios de desenvolvimento dos insetos, podendo finalmente vir a causar a morte. Também Nali e Barbosa (2004) obtiveram resultados positivos na redução populacional do inseto em videira, chegando a redução de 48,37%, um pouco menor que nesse trabalho. Já no trabalho de Araujo Junior (2009), a ação de contato do neem sobre Lipaphis erysimi, aplicado à 2,0% e 1,0%, com imersão foliar, proporcionaram mortalidade de 79% e 77%, respectivamente. A eficiência do neem no controle dessa praga depende do tipo de formulação e forma de aplicação utilizada. Vale ressaltar que os baixos níveis do produto no nosso trabalho, deve-se a sua fitotoxidade sob condições de altas temperaturas, como as do Vale do Submédio do São Francisco. Alguns trabalhos também avaliaram a ação na mortalidade dos ovos de alguns insetos com a ação de extratos metanólicos da semente de neem e efeitos na mortalidade não foram verificados sobre extrato dessa semente nos ovos da traça do tomateiro. Folhas de algodoeiro, Gossypium hirsutum, contendo posturas de Bemisia tabaci, foram pulverizadas com 0,0; 0,2 e 2% do extrato aquoso da semente de neem. A concentração 0,2% não reduziu significativamente a viabilidade dos ovos, em seis dias, entretanto, com 2,0% a viabilidade foi reduzida para 29% (COUDRIET et al., 1985). O controle do tripes pelo óleo de neem poderia ser ainda mais efetivo neste trabalho se usado outro solvente extrator ao invés da água potável, como por 47 exemplo o metanol, pois por apresentar uma alta polaridade, pode tornar o extrato mais ativo, portanto, isso pode variar a partir da estrutura vegetal e da espécie do inseto. Por exemplo, Mohapatra et al. (1995), encontraram resultados semelhantes quanto a toxicidade de extratos orgânicos da semente de neem, extraídos pelo aparelho de soxhlet, em cinco diferentes solventes extratores (água, metanol, etanol, acetona e hexano), contra Spodoptera litura e concluíram que o extrato metanólico apresentou o máximo de proteção de folhas, com um percentual de 100; 90,32; 47,31 e 7,50% de mortalidade, comparado com 93,01; 75,26; 27,96 e 4,30%, do solvente extrator água, nas concentrações de 1,0; 0,5; 0,1 e 0,01%, respectivamente, havendo diferença apenas nas concentrações 1,0 e 0,5% (TRINDADE 2000). Estudo feito com o inseticida comercial de neem, o Margosan-O em laboratório, causou mortalidade de 8, 20, 32, 56 e 100%, no primeiro ínstar de lagartas de Archips rosanus, nas concentrações de 0,001; 0,01; 0,1 e 1,0%, respectivamente, com 48 h de exposição do produto (ALINIAZEE et al., 1997). Larew et al. (1985) observaram que o extrato etanólico a 0,4% de sementes de neem, quando aplicado ao solo, afetou L. trifolii em crisântemo, aumentando a mortalidade de larvas nos últimos ínstares. Mordue & Blackwell (1993), observaram sintomas em relação à não liberação da exúvia, em lagartas da traça do tomateiro submetidas a diferentes doses de azadiractina e atribuíram essas alterações à redução na concentração do ecdisônio ou atraso na sua liberação na hemolinfa, quando se interrompe a biologia nessa fase, obtém-se a diminuição da população do inseto na fase em que ocorre o dano às plantas, desta forma, quando a viabilidade larval é nula, ou melhor, quando ocorre mortalidade total nessa fase, é porque o extrato apresentou uma ótima toxicidade (TANZUBIL e MCCAFFERY, 1990). Schmutterer (1990), relata também que o óleo apresenta considerável seletividade para inimigos naturais de pragas, especialmente parasitóides e predadores, como também podem ser misturados com outros bioprodutos, como inseticidas à base de Bacillus thuringiensis ou como sinergistas para aumentar sua eficácia. Também no município de Juazeiro-BA, foi conduzido um experimento em plantio comercial em parreiral da variedade Benitaka, com cinco anos de idade, 48 irrigado por microaspersão, sendo avaliados o número de tripes e de inimigos naturais por inflorescência, em pré-aplicação e aos 2, 4 e 6 dias após a aplicação dos inseticidas, dentre estes o Nim- I-Go apresentaram porcentagens médias de controle de 48,37% (NALI, 2004). O terceiro tratamento a ser empregado foi o Rotenat, que apesar de se ter poucos trabalhos relacionados ao seu uso no controle do tripes em quaisquer cultura, foi escolhido para fazer parte dos produtos a serem testados por ser conhecido como um potente inibidor da respiração celular bloqueando a cadeia de transporte de elétrons nas mitocôndrias, ligando-se ao NADH: Q oxiredutase (Complexo I) e impedindo a oxidação do NADH2 (LUMMEN, 1998; GLYNNEJONES, 2001; KLAASSEN e WATKINS III, 2003; TADA-OIKAWA, 2003). Além disso, possui uma das maiores toxicidade aguda entre os inseticidas botânicos, sendo mais tóxico a insetos do que muitos inseticidas organo-sintéticos. Porém no presente trabalho, por motivos não conhecidos, o Rotenat empregado à 0,2; 0,3 e 0,5% apresentou médias de números de tripes considerados elevados (Figura 06) e maiores até que a testemunha nos níveis 1 e 2 (25,2 contra 19,1 da testemunha e 17,8 contra 17,2 da testemunha respectivamente) e iguais a testemunha no nível três (20,3). O que contesta com os resultados de Nali (2004), experimento instalado em plantio comercial, no município de Juazeiro-BA (Brasil), em parreiral da variedade Benitaka, na qual o Rotenat apresentou porcentagens médias de controle do inseto de 52,04%. Talvez esse produto demandasse de um manejo específico para expor sua eficácia, demandando de outro solvente extrator ao invés da água potável, como por exemplo, o metanol, por apresentar uma alta polaridade, podendo tornar o extrato mais ativo, como no caso do óleo de neem no trabalho realizado por Trindade (2000), ou ainda teria de ser misturado com um espalhante adesivo para quebrar a tensão superficial da gota e propiciar uma melhor pulverização das folhas de maneira a assegurar uma absorção mais efetiva pelas plantas e uma melhor ação sobre as pragas (CLARO, 2001). 49 N ú m er o d e tri p e s Figura 06. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com o rotenat em comparação com o número de tripes nas parcelas da testemunha. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014. Dentre os tratamentos, o Sulfocal apresentou os menores números médios de tripes, sugerindo que este é o melhor meio, dentre os avaliados, para o controle do inseto. Para esse produto foram analisados três níveis de tratamento, ou sub-parcelas, nas quais no N1 a solução foi preparada ao nível de 1,0% da calda, no N2 ao nível de 1,5% da calda e no N3 ao nível de 2,0% da calda. Os dados mostraram, para os blocos, médias de número de tripes de N1=13,5 N2=9,1 N3=8,7 (Figura 07), valores mais baixos em comparação com a testemunha, que obtive médias de 19,1; 17,2 e 20,3 respectivamente e média geral de 18,8. O produto diminuiu o número de tripes em 28,2%; 51,6% e 53,73% respectivamente. 50 Figura 07. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com o sulfocal em comparação com o número de tripes nas parcelas da testemunha. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014. Essa mesma eficácia confirma os resultados de Abreu Junior (1998), que manejou sua incidência na cultura da videira sob condições de cultivo orgânico. Além disso, essa calda é tradicionalmente a mais empregada para o controle do tripes na cultura da cebola quando manejada de forma orgânica na região do Vale do Submédio do São Francisco, em especial pelo pequeno produtor. Também em Santa Catarina, no manejo de tripes em produção orgânica de cebola tem sido sugerido o uso de biofertilizante à 3% associado a calda sulfocálcica à 5% e farinha de trigo à 2% ou 3 a 5% de alho (espalhante adesivo idealizado pelo autor) em severas infestações para as condições da região do Centro-Serra, RS (CLARO, 2001). O presente trabalho vai de encontro aos resultados de Brunini e Arenales citados por Bonato (2004), onde a diminuição do número do inseto foi de 9,1%. O Piroalho foi inserido entre os produtos a serem estudados no controle do inseto alvo devido a alicina que é um composto tóxico observado em bulbos de alho e, segundo Iberl et al. (1990), o seu teor é de aproximadamente 0,4%. Segundo Singh (1996), O Alho inibe enzimas como a acetilcolinesterase, além de possuir alguns compostos organosulfurados com características inseticidas, dentre estes o principal é o dialil-disulfito (THOMAS e CALLAGHAN, 1999). 51 As doses de aplicação foram de 0,3%; 0,5% e 1,0%, escolhidas com base nas comumente usadas pelos produtores do Submédio Vale do São Francisco para o controle de pragas. As médias do número de tripes nos três níveis do estudo foram de N1=17,5; N2=19,8 e N3=23,7(Figura 08), dados insatisfatórios para o controle dessa praga, já que somente no nível 01, a quantidade do número do inseto foi um pouco menor que o da média da testemunha (18,8), mesmo assim, sem diferença. É importante frisar que, por algum motivo desconhecido, à medida que aumentou a dose do produto, encontrou-se um número maior de inseto. Estudos realizados com extrato de alho, não mostraram eficiência para o controle da vaquinha (Diabrotica specisosa) na cultura do pepino em casa de vegetação, mesmo sendo aplicado diretamente sob a praga conforme constatações de Machadoet al. (2007). Nú me ro de trip es Doses Figura 08. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com o piroalho em comparação com o número de tripes nas parcelas da testemunha. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014. Rondelli (2009), observou que os extratos de alho não foram eficazes no controle de alguns vetores de viroses em experimento com tomateiro. Esses resultados assemelham-se aos encontrados por Nali et al. (2004), que ao avaliarem os produtos naturais observaram que uma formulação de alho (Bio alho) apresentou a menor porcentagem média de controle de tripes em videira (23%). Apesar disso, outros métodos de extração dos princípios ativos existentes 52 nesta planta devem ser testados, visto que Roel et al. (2000) observaram variação de mortalidade de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) entre os diferentes solventes usados na extração de Trichilia pallida Swartz. Esses mesmos autores também observaram que o uso de diferentes partes da planta alteram a mortalidade da praga, pois podem conter diferentes proporções de princípios ativos. Esperou-se o controle do inseto praga fazendo-se uso do Citrolim, devido ao seu principal composto, o limoneno que causa aumento da atividade dos nervos sensoriais resultando em perda de coordenação e convulsão. A super estimulação do sistema motor leva a uma rápida paralisia corporal, além de ser um inseticida de contato, tendo também espectro fumigante. (MOREIRA, 2011). O produto foi aplicado aos níveis de 0,1% (N1); 0,2% (N2) e 0,3% (N3) e não obteve controle. As médias no número de inseto foram de N1=21,5; N2=17,8 e N3=20,2 (Figura 09), médias consideradas altas o que demostra a ineficiência do produto sobre essas condições de manejo. Assim como o Rotenat, talvez esse produto demandasse de um manejo específico para expor sua eficácia, demandando de um outro solvente extrator ao invés da água potável ou ainda teria de ser misturado com um espalhante adesivo para quebrar a tensão superficial da gota e propiciar uma melhor pulverização das folhas de maneira a assegurar uma absorção mais efetiva pelas plantas e uma melhor ação sobre as pragas. 25 21,5 20 20,2 19,1 17,8 20,3 17,2 15 Citrolin Número de tripes 10 Testemunha 5 0 Nível 01 Nível 02 Nível 03 Doses Figura 09. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com o citrolin em comparação com o número de tripes nas parcelas da testemunha. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014. 53 Figura 10. Número médio de tripes em cada um dos tratamentos e níveis (dosagens) de aplicação. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014. Mesmo com diferença entre os tratamentos (Figura 10), não foi observado interferência desses quanto a produtividade da cultura (Figura 11), mesmo nas parcelas em que o Rotenat foi aplicado (pior tratamento), o que a priori não era esperado, não obteve-se níveis de danos econômicos causados pela praga. Recentemente, tem-se observado que as plantas toleram o dano do inseto em solos bem manejados e com altos níveis de matéria orgânica, o que explica o resultado. 54 Produtividade Média Testemunha 42,8 Citrolin 39,9 Piroalho 34,8 Sulfocal 40,0 Tratamento Rotenat 34,2 Óleo de Neen 36, Óleo de Algodão 38,7 0 10 20 30 40 50 Produtividade média -¹ Figura 11. Produtividade da cebola em cada um dos tratamentos em T ha e a produtividade média do experimento. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014. Segundo Gonçalves (1998), nos plantios com cultivares de ciclo médio, como a Crioula, em solo manejado em plantio direto, com adubação verde e nível médio a alto de matéria orgânica, as plantas de cebola apresentam tolerância ao dano de tripes. Também de acordo com Fournier et al. (1995), o déficit hídrico está relacionado com a capacidade da plantas de cebola em tolerar o dano de tripes. O nível de dano econômico estabelecido por Domiciano et al. (1993) para tripes em cebola, foi 20 ± 5 tripes/planta, enquanto que Shelton et al. (1987), adotaram o nível de 3 tripes/folha. Fournier et al. (1995) estimaram os níveis de 2,2 e 0,9 tripes/folha sendo este último adotado para condições de déficit hídrico severo. Diante disso, percebe-se que o número de tripes encontrado nos tratamentos cujos resultados não foram eficientes para as condições experimentais, não estavam tão acima desses níveis de dano econômico estabelecidos e portanto só causariam perda de produção em solos mal manejados. As médias de ninfas nos tratamentos considerados ruins: Óleo de Algodão, Rotenat, Piroalho e Citrolim foram de respectivamente 20,3; 21,1; 20,3 e 19,83. As variações na determinação de nível de dano econômico de tripes em cebola devem-se às diferentes condições de realização de cada trabalho, tais 55 como cultivar, práticas de manejo de lavoura, características edafoclimáticas, além da interação inseto-planta (GONÇALVES e PAULO 1998). Suman & Wahi (1981), sugeriram uma escala com diferentes níveis de infestação: 1= leve (número igual ou menor que cinco tripes/planta); 2= moderada (10 a 15 tripes/planta) e 3=severa (número maior ou igual que 20 tripes/planta). Porém, neste trabalho, embora as infestações fossem consideradas, segundo essa escala, no nível três (severa), não houveram perdas. Segundo Gonçalves 1998 é possível tolerar até 10 ninfas por planta antes e 30 após a formação do bulbo sem prejudicar a produtividade, ou até mesmo suprimir o controle químico. A análise de outras variáveis, além do aumento da resistência a pragas e doenças e produtividade deve ser investigado, pois há estudos que apontam alterações na morfologia e fisiologia, alteração no metabolismo primário, secundário, campo eletromagnético, e na resposta a estresse ambiental com o uso da homeopatia em plantas (BONATO, 2004; ROSSI et al., 2004). Diante disso, seria de grande valia que os futuros trabalhos realizados com extratos ou óleos vegetais se atentassem para a realização de outras análises, tais como as nutricionais e tempo de armazenamento. Esse último é uma prática adotada normalmente pelos produtores de cebola e, portanto deve-se sondar se haveria alguma alteração, no entanto neste experimento, a armazenagem do produto ocorreu por vários meses e não houve nenhuma percepção neste aspecto. 56 CONCLUSÃO O sulfocal a 2,0% e o óleo de neem a 0,5% foram os únicos, que obtiveram resultados satisfatórios, quando o produto foi aplicado à uma maior dosagem, diminuindo o número de tripes em 53,73% e 47,88% respectivamente. O óleo de algodão, rotenat, piroalho e o citrolim nos três níveis de cada tratamento, apresentaram número de tripes semelhantes, e até maior que o da testemunha em alguns casos. 57 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU JUNIOR, H. de. Práticas alternativas de controle de pragas e doenças na agricultura: Coletânea de receitas. Campinas, EMOPI, 1998, 115p. AHMED, S.; GRAINGE, M. Potential of the neem tree (Azadirachta indica) for pest control and rural development. Economic Botany, v.40, p.201-209, 1986. 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