informativo gênesis - Loja Maçônica de Pesquisa Gênesis
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LOJA MAÇÔNICA DE PESQUISAS GÊNESIS Av. Vindima nº. 34 Or. De Caxias do Sul / RS – GORGS INFORMATIVO GÊNESIS Ano 1, Edição Nº. 2 Editorial: Mensagem do V.:M.: de Honra Caros IIr. Este é o segundo número de nosso InfoGênesis. Nele estamos incluindo alguns trabalhos elaborados por IIr.: de nosso quadro, além de obras de autores consagrados que são nossos IIr.: correspondentes, colocando, desta forma, em prática um dos primordiais objetivos de nossa Loja. Durante nossa administração procuramos desenvolver os temas de forma que as apresentações e os debates tivessem o maior tempo disponível. Convidamos e tivemos também a participação de IIr.: de Lojas Maçônicas da região, abrindo também nossas portas aos IIr.: AA.: e CC.: para que nosso trabalho de estudo e pesquisa sirva de incentivo a uma correta e profícua carreira maçônica e social. Outrossim também colocamos a L.:M.: Pesquisas Gênesis, juntamente com outras Lojas e entidades maçônicas da região, como promotora e coordenadora das palestras comemorativas ao dia do Maçom de 2011 e 201 2, na qual tivemos a participação em torno de 400 IIr.: da região e Porto Alegre, ocasião em que os IIr.: Hercule Spoladore e Pedro Juk nos brindaram com seus conhecimentos maçônicos. Também neste ano de 201 3 já deixamos a Gênesis no mesmo patamar, ou seja, vamos promover e coordenar o próximo Dia do Maçom nos mesmos moldes dos anteriores, agora com a palestra de nosso Ir.: Moacir Costa de Araújo Lima com o tema “Ciência e Espiritualidade”. No limiar de nosso tempo como V.:M.:, particularmente agradeço a todos, indistintamente, pelo apoio, incentivo e colaboração que recebi, dizendo que continuarei sempre como um membro ativo da Gênesis para participar e receber os ensinamentos e bons fluidos que sempre são emanados. Ao ensejo desejo aos membros da próxima administração sucesso e realizações dos seus propósitos com a certeza da continuidade dos objetivos traçados para a finalidade de nossa Loja. Grande e fraterno abraço a todos. Ir.: Wilson José Adami Mano Outubro / 2013 Índice Pg. 2 Mensagem do VM e Dia do Maçom Pg. 3 Maçonaria Azul e Maçonaria Vermelha Ir.: Flávio Cassina Pg. 4 São João e a Maçonaria Ir.: Ivan Luiz Emerim Pg. 6 Futebol e Maçonaria Ir.: Ariel Rosenberg Tirschtigel Pg. 7 Ritualística Ir.: Ivan Luiz Emerim Pg. 8 Igualdade e Solidariedade Ir.: Carlos Ronaldo de Oliveira Sessões 2013 19/03 ‐ 16/04 ‐ 21/05 18/06 ‐ 16/07 ‐ 20/08 17/09 ‐ 15/10 ‐ 19/11 Estas datas podem sofrer alterações. LOJA MAÇÔNICA DE PESQUISAS GÊNESIS INFORMATIVO GÊNESIS Ano 1, Edição Nº. 2 ‐ Outubro / 2013 Mensagem do novo V.: M.: Dia do Maçom É com satisfação, mas principalmente com o espírito imbuído de comprometimento e responsabilidade que assumo a condução dos trabalhos da Loja de Pesquisas Gênesis para os próximos dois anos. Agradeço desde já a confiança depositada em mim e em minha equipe de trabalho. Nesse período inicial recepcionamos nosso palestrante Irmão Moacir Costa de Araújo Lima com o tema Ciência e Espiritualidade no dia 20/08/1 3 com a presença de aproximadamente 300 maçons que foi considerado um sucesso. Com bom senso, coerência e logicidade ao mesmo tempo que amparado pela ajuda dos irmãos tenho a convicção de que o trabalho será facilitado. Tenho a intenção de divulgar, fortalecer e principalmente estimular não somente o estudo, mas também a pesquisa maçônica. A divulgação será realizada através das visitas às diversas lojas presentes na Região Nordeste do Estado incluindo este boletim. O fortalecimento dependerá da atuação de todos os irmãos de nossa Loja. O estímulo à pesquisa e ao estudo fará com que a Gênesis seje respeitada como produtora de conhecimentos engrandecendo não apenas os maçons, mas também a humanidade em geral. Em nossa última reunião propusemos que os significados das palavras amizade, lealdade e solidariedade nos acompanhem nesse período. A continuidade do boletim informativo depende do envio de trabalhos maçônicos. Estamos participando da reunião mensal dos VeneráveisMestres das Lojas da Região. Convidamos para se façam presentes em nossas reuniões às terceiras terças-feiras mensalmente às vinte horas no Templo da Loja Duque de Caxias Terceiro Milênio. Esperamos vocês. Foi realizado no dia 20/08/201 3, uma terça-feira, às 20;00 horas no Salão Verde do Recreio da Juventude, o 3º evento comemorativo ao Dia do Maçom. Da mesma forma eu os dois anteriores, a Loja Maçônica de Pesquisas Gênesis foi a coordenadora deste encontro dos maçons da serra do nordeste. Mais de trinta Lojas se fizeram representar por aproximadamente 300 obreiros que tiveram a grata satisfação de apreciar a excelente palestra do Ir. Moacir Costa de Araújo Lima do GOB, Oriente de P.Alegre/RS que brindou a todos com o tema “Ciência e Espiritualidade”. A confraternização entre os IIr. foi finalizada com um excelente jantar preparado pela cozinha da Loja Duque de Caxias. Estiveram presentes também os representantes dos Grão Mestrados do GORGS, GOB e GL. Agradecemos o apoio e a colaboração de todos aqueles IIr que se dispuseram a ajudar e trabalhar para a realização do evento. V.: M.: Rudimar Porto Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira seguí-lo. Ande ao meu lado, para podermos caminhar juntos. (Provérbio Ute) Somente após a última árvore ser cortada. Somente após o último rio ser envenenado. Somente após o último peixe ser pescado. Somente então o homem descobrirá que dinheiro não pode ser comido. 02 (Provérbio Cree) LOJA MAÇÔNICA DE PESQUISAS GÊNESIS INFORMATIVO GÊNESIS Ano 1, Edição Nº. 2 ‐ Outubro / 2013 Maçonaria Azul e Maçonaria Vermelha por Ir.: Flávio Cassina A fim de que discorramos sobre o tema título deste trabalho, é mister que, incialmente, definamos o que é Maçonaria. Para tanto, observando o que dizem os nossos Landmarks, Leis, Regulamentos e Regimentos, podemos definir, de forma clara e para os leigos, em termnos sucintos o seguinte: “A Maçonaria é uma instituição essencialmente filantrópica, educativa e progressista. Reúne homens de bons princípios que empreendem esforços para o bem da humanidade, buscando seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. Propõe, igualmente, o cumprimento inflexível do dever, a prática da beneficência e a investigação constante da verdade”. A Maçonaria não é dogmática e não tem preconceito de raça, cor, etnia,origem ou religião. Ela exige de seus adeptos a aceitação de um princípio criador, definido como GADU, não tendo, por conseguinte, espaço para o materialismo. Exige também, um bom combate, ou seja, a luta constante contra a ignorância, a superstição, a tirania e contra todos os inimigos da humanidade; os hipócritas, que a enganam; os pérfidos, que a degradam; os fanáticos, que a oprimem; os ambiciosos, que a usurpam, e os corruptos e sem princípios, que abusam da confiança das massas. Na Maçonaria tudo é tradição, entretanto, ela é, ao mesmo tempo, dinâmica e progressista por definição, não tendo, portanto, espaço para o imobilismo. No REAA, adotado por muitas Lojas, temos 33 Graus. A Maçonaria simbólica compreende os três primeiros Graus, ou seja, Aprendiz, Companheiro e Mestre, onde se encontra condensado todo o ensinamento Maçônico. A Maçonaria Azul é a denominação dos referidos três Graus simbólicos, tambem denominados de São João ou universais, em razão de serem comuns a todos os ritos. A cor azul é a cor das Lojas Simbólicas e serve para contrapor a Maçonaria Vermelha ou dos Altos Graus. A expressão filosofismo, atribuida os Altos Graus, é incorreta. O correto é Graus Filosóficos ou Altos Graus. A Maçonaria Vermelha, portanto, é o mesmo que a Maçonaria Filosófica. Compreende os Graus 4º ao 1 8º do REAA e, também, os Maçons do Real Arco ( 1 3º do REAA; 1 3º do Rito Misraim; 1 5º do Rito Escocês Primitivo e 4º da Maçonaria do Real Arco ou York). Em resumo, as Oficinas são caracterizadas por uma cor, em regra, correspondente à do cordão usado pelos Maçons que a compõem: a) Oficinas Azuis ou Simbólicas são as Lojas que agrupam os maçons do 1 º ao 3º Graus; b) Oficinas Vermelhas ou Capitulares são os Capítulos que agrupam os Maçons do 4º ao 1 8º Graus; c) Oficinas Negras ou Kadosch são os Aerópagos ou Concílios, que agrupam os Maçons do 1 9º ao 30º Graus; d) Oficinas Brancas que são os Supremos Tribunais, para o Grau 31 º; o Consistório para o Grau 32º e o Supremo Conselho para o Grau 33º. Falando em Loja Branca, alguns autores de conotação mais mística, defendem a existência de uma poderosa Fraternidade Branca, ou de hierarquia de Adeptos, cujas colunas mestras são o Amor e a Sabedoria, sendo uma Loja Maçônica um micro-cosmo simbólico desta. Segundo estes mesmos autores, por vontade do GADU. Esta Fraternidade invisível pela humanidade e, através dos séculos, vem guiando a sua evolução e governando internamente os negócios do nosso planeta. Trata-se de um pensamento muito semelhante ao admitido pelo Kardecismo, que defende a idéia da existência de grandes instrutores que, de tempo em tempo, aparecem neste mundo para administrar ensinamentos espirituais e éticos e, por que não dizer, filosóficos aos povos, de acordo com o momento evolutivo da humanidade. Dito pensamento é igualmente comungado pelos cristãos que apregoam a vinda do Cristo para salvar a humanidade. Quanto mais esperto o homem se julga, mais precisa de proteção divina para defender-se de si mesmo. (Provérbio Seneca) 03 LOJA MAÇÔNICA DE PESQUISAS GÊNESIS INFORMATIVO GÊNESIS Ano 1, Edição Nº. 2 ‐ Outubro / 2013 São João e a Maçonaria por Ir.: Ivan Luiz Emerim quilômetros – é o afélio. Se a Terra no movimento de translação girasse sobre um eixo vertical em relação ao plano da órbita, as susas diferentes regiões receberiam iluminação sempre sob o mesmo ângulo e a temperatura será sempre constante em cada uma delas. Mas, como o eixo é inclinado em relação à órbita, essa inclinação faz com que os raios solares incidam sobre a Terra segundo um ângulo diferente a cada dia que passa. Assim vão se sucedendo as estações: verão, outono, inverno e primavera. Nos momentos em que o Sol atinge sua maior distância angular do equador terrestre, ou seja, quando é máximo o valor de sua declinação, sob o ponto de vista da Terra, ocorrem os solstícios. Os dois solstícios ocorrem a 21 de junho e a 21 de dezembro; a primeira marca a passagem do Sol pelo primeiro ponto do trópico de Câncer, enquanto que a segunda é a passagem do Sol peloprimeiro ponto do trópico de Capricórnio. No primeiro caso, o Sol está em afélio é o solstício de verão no hemisfério Norte e de inverno no hemisfério Sul; no segundo, o Sol está em periélio e é solstício de inverno no hemisfério Norte e de verão no hemisfério Sul. Portanto, o solstício de verão no hemisfério Norte e de inverno no hemisfério Sul, ocorre quando o Sol está em sua posição mais boreal (Norte), enquanto que o solstício de verão no hemisfério Sul e de inverno no hemisfério Norte, ocorre quando o Sol esá em sua posição mais austral (Sul). NO PRINCÍPIO ERA O VERBO. E O VERBO ESTAVA COM DEUS, E O VERBO ERA DEUS. ELE ESTAVA NO PRINCÍPIO COM DEUS. TODAS AS COISAS FORAM FEITAS POR ELE; E SEM ELE NADA DO QUE FOI FEITO SE FEZ. NELE ESTAVA A VIDA, E A VIDA ERA A LUZ DOS HOMENS. E A LUZ RESPLANDECE NAS TREVAS, MAS AS TREVAS NÃO A COMPREENDERAM. Parte inicial do Prólogo do Santo Evangelho de Jesus Cristo Segundo São João. São João, o discípulo e apóstolo predileto de Jesus Cristo, era irmão de Tiago e filho de Zebedeu e Salomé. Foi discípulo de João Batista e depois chamado por Cristo. Eis a finalidade deste seu evangelho segundo suas próprias palavras: “Foram escritos estes (acontecimentos) para que vós creiais que Jesus é o Cristo, filho de Deus e de que crendo-o assim, tenhais a vida em seu nome” (20,31 ). Estes versos, que são do Prólogo do evangelho de São João. Foram comparados com muita propriedade à Ouverture de uma ópera, pois encerra todos os temas depois desenvolvidos na obra: a natureza divina e a missão de Jesus. O Verbo (têrmo que S.João usa quatro vezes em todo seu Prólogo, designa o Filho como uma espécie de emanação intelectual do Pai) é eterno, é pessoa distinta da do Pai, é Deus, é criador, é doador dos maiores bens: a vida e luz (na ordem sobrenatural). Em sua missão, preparada por João Batista, fez-se homem para revelar-nos Deus, remir-nos e dar-nos a graça. A história desta missão é um drama em que as trevas (o pecado e tudo o que for oposto à graça) tentam sobrepujá-Lo, sem, no entanto conseguir. Não a compreenderam: o termo grego pode significar também, e com mais probabilidade: não a suplantaram, e então este verso equivale a uma exclamação de triunfo. Mas, na tradução portuguesa, soa este verso como se fosse uma lamentação. A respeito da relação de São João com a Maçonaria, transcrevemos a seguir um trabalho elaborado pelo nosso Ir. Pedro Juk em Junho de 201 2 que nos instrui o seguinte: SÃO JOÃO E O SOLSTÍCIO Por herança recebida dos membros das organizações de ofício, que, tradicionalmente costumavam comemorar os solstícios, essa prática chegou à Maçonaria Moderna, embora já condimentada pela influência da Igreja sobre as corporações operativas. Como as datas dos solstícios são 21 de junho e 21 de dezembro, muito próximas das datas comemorativas de São João Batista – 24 de junho – e de São João Evangelista – 27 de dezembro – elas acabaram por se confundir umas com as outras entre os operativos e, por conseguinte, até o presente momento. Atualmente a posse dos Grão-Mestres e dos Veneráveis Mestres das Lojas realiza-se a 24 de junho, ou em data bem próxima (não se pode esquecer que a primeira Obediência maçônica do mundo foi fundada em 1 71 7 no dia de São João Batista). Graças a isso, muitas corporações embora em muitas oportunidades até houvesse um santo protetor para cada um desses grupos profissionais, acabariam adotando os dois São João como protetores, ou padroeiros, fazendo chegar O SOLSTÍCIO Em sua marcha em torno do Sol, a Terra, descrevendo uma elipse, ficará afastada mais próxima, ou mais perto do astro luz. O ponto mais próximo – 1 47 milhões de quilômetros – é o periélio; o mais afastado – 1 52 milhões de 04 LOJA MAÇÔNICA DE PESQUISAS GÊNESIS INFORMATIVO GÊNESIS Ano 1, Edição Nº. 2 ‐ Outubro / 2013 esse hábito à Moderna Maçonaria, onde existem.segundo a maioria dos ritos, as Lojas de São João, que abrem os seus trabalhos “à glória do Grande Arquiteto to Universo e em honra a São João, nosso padroeiro”. Nas Salas das Lojas, comumente chamadas de Templos Maçônicos pela vertente latina da Maçonaria, estas datas solsticiais estão representadas por um conjunto emblemático constituído pelo Círculo entre Paralelas Verticais e Tangenciais, cujo significado é de que o Sol não transpõe os trópicos, sugerindo ao maçom, que a consciência religiosa do Homem é inviolável – o círculo representa o Sol enquanto que as paralelas concebem a ideia dos trópicos de Câncer e de Capricórnio – cada um por sua vez (Câncer com João, o Batista e Capricórnio com João, o Evangelista). Tradicionalmente, por meio da noção de porta estreita, como dificuldade de ingresso, o maçom evoca as portas solsticiais como estreitos meios de acesso ao conhecimento, já que Capricórnio corresponde ao solstício de inverno e Câncer ao de verão no hemisfério Norte, com inversão para o Sul. A porta estreita corresponde ao inicio, ou ao ponto ideal de partida dentro do itinerário sideral, na eclíptica do nosso planeta, nos calendários gregorianos e também em alguns pré-colombianos. O homem primitivo distinguia a diferença entre duas épocas, uma de frio e uma de calor, conceito que inicialmente lhe serviu de base para organizar o trabalho agrícola. Graças a isso é que surgiram os cultos solares, com o Sol sendo proclamado – como fonte de calor e luz – o rei dos céus e o soberano do mundo, com influência marcante sobre todas as religiões e crenças posteriores da humanidade. Desde a época das antigas civilizações, o homem imaginou os solstícios como aberturas opostas no céu, ou como portas por onde o Sol entrava e saia ao terminar o seu curso em cada ciclo tropical. A importância dessa representação das portas solsticiais pode ser encontrada com o auxílio do simbolismo cristão, pois, para o maçom, as festas dos solstícios são, em última análise, as festas de São João Batista e de São João Evangelista. Sendo os dois Joãos, há aí uma evidente relação com o deus romano Janus e suas duas faces: o futuro e o passado – o futuro que deve ser construído à luz do passado. Sob uma visão simbólica, os dois patronos encontramse num momento de transição – o fim de um grande ano cósmico e o começo de um novo. Marca, por exemplo, o nascimento de Jesus, quando um João anuncia a Sua vinda enuanto o outro propaga a Sua palavra. Foi à semelhança entre as palavras Janus e Joanes (João que,em hebraico é Ieho-hannam=graça de Deus) que facilitou a troca do Janus pagão pelo João cristão, com a finalidade de extirpar uma tradição “pagã”, que se chocava com o cristianismo. Foi desta maneira que os dois São João foram associados aos solstícios e presidem as festas solsticiais. Fontes: Biblia Sagrada / Trabalho de Pedro Juk (2012) Trace o seu caminho, sinta satisfação em saber que o final do arco-íris que você tem procurado pode ser encontrado no dedão do pé em seu sapato, após perceber quem nós somos e o que nós temos. (Chefe John Eagle Spirit) 05 LOJA MAÇÔNICA DE PESQUISAS GÊNESIS INFORMATIVO GÊNESIS Ano 1, Edição Nº. 2 ‐ Outubro / 2013 Futebol e Maçonaria por Ir.: Ariel Rosenberg Tirschtigel do rugby. Uma vez formada a Associação de Futebol inglesa, a mais antiga do mundo, foram convidados os seguintes clubes para fazer parte dela: Barnes, Civil Service, Crystal Palace, Clapham Rovers, Hitchin, Maidenhead, Marlow, Queen’s Park (Glasgow), Donington Grammar School (Spalding), Hampstead Heathens, Harrow Chequers, Reigate Priory, Royal Engineers, Upton Park e Wanderers. Ebenezer Cobb Morlei não foi maçom, também não existem registros de que os outros doze participantes das reuniões fossem, mas é bem emblemático que fosse escolhido o restaurante de uma loja maçônica do centro de Londres a poucos metros do Covent Garden para realizar estas primeiras reuniões e mais, tendo em conta que em plena época vitoriana Londres estaria cheia de restaurantes, tavernas e pubs, o que nos faz pensar que existiu um forte vinculo entre alguns ou a maioria dos assistentes às reuniões e a Maçonaria. O que sim temos certeza é que foram maçons os que difundiram este jogo pelo mundo afora. Para o Rio da Prata chegaram muitos britânicos para construir e administrar as vias férreas, e junto com eles vieram maçons apaixonados pelo futebol que logo compartilharam esta paixão com os locais. Na Argentina o time River Plate foi fundado por maçons e a banda vermelha atravessada no peito e nas costas da camiseta representam a banda de mestre maçom que se usava nas lojas antigamente. Leopoldo Bard, um dos fundadores do River Plate e quem deu o nome ao time pertencia à loja Liberi Pensatori do bairro La Boca em Buenos Aires, também Antônio Vespusio Liberti, outro dos fundadores, quem daria o nome ao atual estádio Monumental de Nuñez também era maçom. O clube argentino Banfield foi fundado por irmãos da loja Eureka 1 06 de Buenos Aires e composta de irmãos de origem irlandesa, por isso a cor da equipe é verde. Também o clube argentino Velez Sarsfield foi fundado por maçons, e o nome pertence ao eminente irmão maçom que compilou o código civil argentino. No Uruguai o Clube Atlético Peñarol, foi fundado por diretores da empresa que controlava os caminhos de ferro e no ano 1 891 o diretor presidente da empresa resolveu fundar um clube de desportos para os funcionários da empresa que se chamou Central Uruguay Railway Cricket Club, nome que anos depois seria mudado para Peñarol, já que o estádio foi construído num campo pertencente a um agricultor italiano de nome Pedro Pignarollo. Por tradição os diretores ingleses da empresa ferroviária Trabalho dedicado ao Ir. Rubes França de Oliveira. Por muito tempo se jogou futebol na Inglaterra, mas sem regras comuns de jogo. Cada universidade tinha suas regras e quando uma universidade jogava contra outra os jogos viravam um verdadeiro caos, não existia acordo no tamanho do campo, na quantidade de jogadores e na forma de conduzir a bola, se com as mãos e os pés ou com a cabeça e os pés. Assim surge a figura de Ebenezer Cobb Morlei, um advogado nascido em Yorkshire, Inglaterra, que chega à cidade de Barnes com 27 anos e uma paixão irreprimível pelo esporte dividindo-se entre os esportes de água e da terra. De água ele ajuda a criar a regata BarnesMortlake da qual ele participa em algumas ocasiões, mas sem dúvidas, sua maior contribuição foi para o esporte mais popular e difundido em todo o mundo: o futebol. Ele é o fundador do time Barnes Football Club, e é também jogador e capitão deste time. Pensando Morlei que se o cricket estava organizado com um poder central que controlava o regulamento, porque o futebol não poderia também ter um poder central que unificasse as regras de jogo ? Assim, no ano de 1 863, escreve para o jornal esportivo Bell’s Life de Londres propondo a criação de uma associação de clubes de futebol que tivesse como principal função a de unificar as regras do jogo. Ele escreveu também para a maioria das universidades convidando-as a formar esta federação, mas recebeu poucas adesões. Assim que, finalmente e depois de muitas conversas, decidiram alguns dirigentes seguir as determinações de Morlei de criar a associação para unificar as regras do futebol. No dia 26 de outubro de 1 863 começou a primeira de seis reuniões na Freemasons’ Tavern (a Taverna dos Maçons) onde um grupo de treze dirigentes de clubes de futebol de Londres e outras cidades, reunidos durante quarenta e quatro dias, encabeçado por Ebenezer Cobb Morlei elaboraram a primeira lista de regras universais deste jogo. Ficou estabelecido que este esporte fosse praticado unicamente com os pés e a cabeça; só o goleiro poderia segurar a bola com as mãos; e que estaria proibido segurar um atleta contrário na cintura ou nas pernas. Ficou acertado também que se formaria a Associção de Futebol (FA) e que Arthur Pember seria o seu primeiro diretor e Ebenezer Cobb Morlei o primeiro secretário. A minuta original destas reuniões com os regulamentos de jogo estão em exposição no estádio de Wembley. Alguns anos depois, aqueles participantes que não estavam de acordo com estas regras, decidiram se separar do grupo e formar uma nova associação, a Rugby Football Union, que seria a precursora 06 LOJA MAÇÔNICA DE PESQUISAS GÊNESIS INFORMATIVO GÊNESIS Ano 1, Edição Nº. 2 ‐ Outubro / 2013 eram também os presidentes do clube, na lista dos primeiros presidentes do Peñarol, todos são maçons: 1 891 -1 899 Frank Henderson 1 899-1 905 Frank Hudson 1 906-1 908 Roland C. J. Moor 1 909-1 91 3 Percy Sedgfield 1 91 4-1 91 5 Jorge Clulow Os três últimos foram grau 33 do Grande Oriente da Inglaterra. A cor amarela e preta do time Peñarol seriam as mesmas da loja maçônica Sporting de Birmingham. O restaurante Freemasons’ Tavern existe hoje em Londres, dentro dele há um pequeno museu de futebol e quem for visitá-lo verá em todas as paredes grandes monitores de TV passando, claro, jogos de futebol ao vivo. Apesar de algumas sessões serem públicas, destituídas das formalidades intrínsecas e ritualísticas de uma sessão econômica, todas elas são elaboradas e conduzidas dentro de seu Ritual próprio específico para cada caso. A Sessão Maçônica é diferente de qualquer outra sessão formal profana. Apesar de ambas possuírem uma forma de procedimentos, somente a Maçônica tem o simbolismo, a liturgia, o esoterismo, a filosofia e a ritualística integrados ao mesmo tempo. Uma Sessão Maçônica, por menos simbólica, esotérica, filosófica e litúrgica que seja nunca deve ser destituída da ritualística. A Ritualística é o “leitmotiv” ou a motivação condutora das Sessões Maçônicas. É para muitos o elo principal que mantém o Obreiro ativo e participante. É aquela maneira de se portar, particular e secretamente, que mantém seu atrativo e sua diferença. A Ritualística é a interpretação teatral da cerimônia maçônica. Dá liberdade ao executor de mostrar o seu conhecimento das instruções recebidas e o desempenho cênico pessoal. Não podemos e não devemos menosprezar ou desmerecer a Ritualística e nem sequer deixa-la em segundo plano, por mais importante e demorada que sejam algumas sessões. Ritualística por Ir.: Ivan Luiz Emerim Quando presentes aos trabalhos normais de uma Loja Maçônica, estamos cientes de que vamos participar de uma cerimônia essencialmente ritualística. Devemos então estar conscientemente preparados para participar efetivamente da sessão, não somente por obrigação ou para exercer algum cargo, mas principalmente para usufruir de toda a essência esotérica e filosófica que todo o conjunto de procedimentos ritualísticos nos proporciona. E como é agradável e salutar participar de uma sessão onde todo o conjunto ritualístico é bem projetado, elaborado, treinado, executado e conduzido. A harmonia obtida de todo o trabalho resulta, além de uma sensação ordeira no plano físico, também numa elevação espiritual de grande alcance. Nestes casos na maioria das vezes saímos da sessão com uma sensação agradável e repousante sem nos darmos conta de que se passaram aproximadamente duas horas e, em muitas delas, com pesados assuntos tratados. Por outro lado, quando participamos ou assistimos uma Sessão Maçônica não muito bem elaborada, não treinada, mal executada ou conduzida, nosso plano físico toma o primeiro lugar em nosso íntimo em detrimento do plano espiritual. Nossa atenção fica voltada para os procedimentos mecânicos mal feitos ou conduzidos. Ficamos sempre aguardando qual será o próximo equívoco a ser cometido. A sessão dura uma eternidade e seus efeitos não são produtivos nem salutares, sem contar com os indisfarçáveis comentários dos sempre atentos participantes. A atenção, o relaxamento e a elevação espiritual, que deveria ser o primordial, vira tensão, desarmonia, intranquilidade e, invariavelmente, conduz a olhares de desaprovação e sussurro entre os presentes, quebrando desta forma o silêncio e a introspecção da reunião. A vida é uma manifestação de Arte e Beleza, uma expressão divina de Amor e Sabedoria. Esta é uma força, uma energia que se esparge para tudo o que possui vida e todo Ritual é um meio de atrair estes elementos. Temos em nosso Ritual uma representação fiel da manifestação Divina no universo e, que se bem compreendido pelos IIr. pode provocar uma reação não apenas individual, mas coletiva, no aperfeiçoamento da personalidade humana. Evite machucar os corações das pessoas. O veneno da dor causada a outros, retornará a você. Seja sincero e verdadeiro em todas as situações. A honestidade é o grande teste para nossa herança do universo. (Provérbio Navajo) 07 LOJA MAÇÔNICA DE PESQUISAS GÊNESIS INFORMATIVO GÊNESIS Ano 1, Edição Nº. 2 ‐ Outubro / 2013 Igualdade e Solidariedade por Ir.: Carlos Ronaldo de Oliveira que transfere abertura, transparência. Indivíduos centrados em si mesmos são capazes de buscar enganar os outros, explorar os outros. Não são capazes de falar abertamente, com transparência, honestamente. Então como desenvolver a confiança? - Abrir o coração, desenvolver o genuíno senso de preocupação com o bem estar do outro. Para começar a entender a igualdade é necessário que identifiquemos qual é o nosso lugar no universo. Quem somos e o que somos nós perante o universo? O filósofo paranaense Sergio Cortella, em uma de suas notáveis palestras nos encara com a clássica pergunta de esnobe conotação : “Você sabe com quem você está falando?” . Considera-se que o Universo é constituído de cerca de 200 milhões de universos, onde o nosso é um deles: No nosso universo existem cerca de 1 00 bilhões de estrelas , onde o Sol é uma delas e é chamada de Estrela Anã. Ao redor do Sol giram 9 planetas, onde a Terra é um deles. No planeta Terra existem mais de 3 milhões de espécimes, onde uma é o Homem . A espécie Humana tem mais de 7 bilhões de indivíduos. Um deles é você. Então, para a humanidade, como animal social, o essencial para a felicidade depende dessa motivação de promover o bem estar do outro: Motivação da Compaixão. Os que creem num Criador, tem o conceito de amor infinito: No Cristianismo, temos várias referências, mas entre elas temos a máxima: ‘’Amar a Deus, sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.’’ No Talmude, Sabbat 31 a, o Judaísmo nos ensina: “O que é odioso para ti não o faças ao teu próximo. Essa é toda a Lei; todo o resto é comentário.” No livro Sunan, do Islamismo, encontraremos o ensinamento da Fraternidade: “Nenhum de vós será crente, enquanto não desejar para seu irmão o que deseja para si mesmo.” No Bramanismo no livro Mahabharata, 5,1 51 7, encontramos a máxima: “Esta é a súmula do dever: Não faças nada a outrem que te causaria dor se fosse feito a ti.” Os não religiosos, mas filosofias espirituais dizem: No Budismo, em Udanavarga 5,1 8, encontraremos a busca da fraternidade nas palavras: “Não ofendas os outros por formas que julgarias ofensivas a ti mesmo.” No livro Analecto, 1 5,23, do Confucionismo: “Existe máxima pela qual devemos reger-nos durante toda nossa vida? Sem dúvida, é a máxima da bondade e do amor: Não faças aos outros o que não quererias que eles fizessem a ti”. No Taoísmo outra sentença com força de lei moral: “considera o ganho do próximo como teu próprio ganho e a perda do próximo como tua própria perda.” Somos um pó cósmico, e este reconhecimento é um ato de humildade e o primeiro passo para a constatação de que somos todos iguais e insignificantes perante todo o Universo. Pela nossa natureza primária (ou primitiva), mental, física ou emocionalmente somos os mesmos seres humanos, não importam as outras aparências. Todos necessitamos de comida, abrigo, sexo e temos as mesmas necessidades biológicas de qualquer animal. Somos do grupo de animais sociais, e vivemos em bandos ( famílias, grupos, tribos etc). Ao buscar suprir as nossas necessidades primárias, buscamos aquilo que se pode chamar de “satisfação”, ou se ser feliz é estar satisfeito, buscar a felicidade. E todos tem o direito a uma vida de satisfação, ou de felicidade. Os animais sociais desenvolvem um senso muito forte de Cooperação e de Comunidade. Precisamos reconhecer que necessitamos uns dos outros para sobreviver. Todos os apelos religiosos e não religiosos nos impulsionam a Fraternidade. Não deve haver um “nós” e “eles”, mas temos que pensar no planeta como um todo e não em um grupo particular. Um indivíduo não pode centrar nele todos os interesses, pois ele faz parte do grupo e o grupo depende dele e ele depende do grupo, pois a sobrevivência individual depende da comunidade. Deve haver uma grande responsabilidade pelos interesses comuns. Senso de amizade. Não a amizade gerada pelos interesses econômicos ou sociais, mas aquela gerada pela Confiança, Num dado momento do desenvolvimento da humanidade surge uma nova característica ( natureza secundária) que nos difere nos demais animais sociais, mas sempre nos colocando num mesmo nível de igualdade entre nós, que é a consciência – pensamento – mente – raciocínio. Do advento do pensamento vem a criação do 08 LOJA MAÇÔNICA DE PESQUISAS GÊNESIS INFORMATIVO GÊNESIS Ano 1, Edição Nº. 2 ‐ Outubro / 2013 que esta perturbação nas sociedades pode ser provocada por desvios de conduta originados por : - A Sociedade desenvolve metas para serem alcançadas pelos indivíduos , através de “meios institucionalizados”, os quais às vezes não permitem que todos indivíduos alcancem os objetivos, gerando alguns desvios, ou então - A Sociedade valoriza mais o resultado, negligenciando os “meios institucionais”, usando meios alternativos ou “não institucionalizados”, gerando desvios, ou - A própria Sociedade não disponibiliza meios para que os seus indivíduos tenham condições de atingir as metas, podendo gerar um estimulo de abandono ou burla de algumas normas sociais, tornando a conduta divergente uma situação normal de adequação da sociedade. Ainda sobre Durkheim, citamos suas palavras como origem para suas definições para Solidariedade: EGO, que acaba por controlar o EU, quando deveria ser o contrário, e definir novas regras, conceitos, hierarquias. Criam-se as diferenças. E o EGO lança o conceito de que essas diferenças nos fazem desiguais. “A natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantém separados” (Confucio). Mas todos nós temos a mesma capacidade de buscar a satisfação própria e dos outros (natureza primária) e de pensar e adquirir características individuais (natureza secundária) sem contudo perdermos a nossa condição única de que somos todos seres humanos. Para exemplificarmos vejamos dois copos com água da mesma fonte. Se pusermos um deles num freezer até 2ºC, e outro no micro ondas até 80ºC, teremos em seguida dois copos com diferentes temperaturas, um frio outro quente. Se deixarmos no freezer até congelar e no micro ondas até ferver toda água, teremos gelo e vapor d´água. Diferentes estados, mas a mesma água em essência. Assim somos os seres humanos, passamos por estados diferentes: ora estamos pobres, ora estamos ricos e podemos voltar a estar pobres. O estado nos diferencia por momentos, mas não nos torna desiguais. Somo seres humanos em essência e essa é a nossa igualdade incontestável. “É a esse estado de anomia que devem ser atribuídos, como mostraremos, os conflitos incessantemente renascentes e as desordens de todo tipo de que o mundo econômico nos dá o triste espetáculo. Porque, como nada contém as forças em presença e não lhes atribui limites que sejam obrigados a respeitar elas tendem a se desenvolver sem termos e acabem se entrechocando, para se reprimirem e se reduzirem mutuamente.(F) As paixões humanas só se detêm diante de uma força moral que elas respeitam. Se qualquer autoridade desse gênero inexiste, é a lei do mais forte que reina e. latente ou agudo, o estado de guerra é necessariamente crônico.” (DURKHEIM, VII: 2004) Partindo das afirmações acima comentadas, vamos tentar consolidar um conceito de Solidariedade. “Obligatio in solidum” no direito romano expressava primitivamente a obrigação comunitária. Responsabilidades do indivíduo em relação a coletividade a qual pertencia e de cuja manutenção se beneficiava com a família. “Solidariedade é a condição do grupo que resulta da comunhão de atitudes e de sentimentos, de modo a constituir o grupo em apreço uma unidade sólida, capaz de resistir às forças exteriores e mesmo de tornar-se ainda mais firme em face de oposição vinda de fora”. Émile Durkheim ( 1 858-1 91 7), sociólogo Frances, em seu livro A Divisão do Trabalho Social – 1 893, tenta compreender o que garantia a vida em sociedade e uma ligação maior entre os homens. Num período de grandes mudanças, o mundo vivenciava uma forte anomia. Por Anomia entenda-se um estado de falta de objetivos e perda de identidade motivada pelas transformações e mudanças na sociedade, haja visto o lançamento do livro de Charles Darwin, Teoria da Evolução das espécies, em 1 859, e o Livro dos Espíritos de Alan Kardek na mesma época, aliado ao desenvolvimento industrial vigente. Há o surgimento do capitalismo, e uma séria perturbação de cunho religioso, ao mesmo tempo. Um outro sociólogo, Robert King Merton , já em 1 949, traz outra luz ao significado de Anomia, resumindo Durkheim, analisando a anomia da sua época, então, chegou à conclusão de que os laços que prenderiam os indivíduos uns aos outros nas mais diferentes sociedades seriam dados pela solidariedade social, sem a qual não haveria uma vida social. Esta solidariedade social se manteria por uma consciência coletiva que uniria os indivíduos. Contudo, o tamanho, a força dessa consciência coletiva varia muito de acordo aos vários grupos sociais e suas diferentes regras de convivência, razão pela qual Durkheim acabou dividindo a Solidariedade Social em Mecânica e Orgânica. Na Solidariedade Mecânica a consciência coletiva é muito forte, fazendo com que o indivíduo aja pelo que é mais considerável à consciência coletiva e não necessariamente ao seu desejo como individuo. Essa solidariedade se dá numa sociedade simples, com indivíduos semelhantes com funções iguais e sem divisão do trabalho. Para o indivíduo, seu desejo e sua vontade são o desejo e a vontade da coletividade do grupo, o que proporciona uma maior coesão e harmonia social. É orientada pelos imperativos e proibições sociais que vem da 09 LOJA MAÇÔNICA DE PESQUISAS GÊNESIS INFORMATIVO GÊNESIS Ano 1, Edição Nº. 2 ‐ Outubro / 2013 consciência coletiva. As regras gerais são tradição e costumes. Os indivíduos não desenvolvem características que destaquem a sua personalidade. Na Solidariedade Orgânica a consciência coletiva é enfraquecida pelo processo de individualização de seus membros. Essa solidariedade se dá numa sociedade industrial ( inicio do capitalismo), com indivíduos diferentes, funções especializadas e interdependentes e divisão do trabalho. Ora, se enfraquecendo a consciência coletiva, o que manteria unidos os membros deste grupo? Os indivíduos se unem não porque se sentem semelhantes ou porque haja consenso, mas sim porque são interdependentes dentro da esfera social. Na solidariedade orgânica ocorre um enfraquecimento das reações coletivas contra a violação das proibições e, sobretudo, uma margem maior na interpretação individual dos imperativos sociais. Na solidariedade orgânica ocorre um processo de individualização dos membros dessa sociedade. Enquanto nas sociedades mais simples de solidariedade mecânica prevaleceriam regras não escritas, mas de aceitação geral, nas sociedades mais complexas de solidariedade orgânica existiriam leis escritas, aparatos jurídicos também mais complexos. E A SOLIDARIEDADE MAÇÔNICA? Inicialmente temos que distinguir o que é Solidariedade e Caridade. Caridade é um ato ou sentimento de ajudar o próximo sem esperar recompensas. Faz parte das virtudes teologais ( Fé , Esperança e Caridade), e se processa na forma de dar sem receber. Assim, ajudar a um irmão em dificuldade ou uma comunidade, é mera filantropia e o mínimo que se espera é que essa necessidade seja suprida sem que haja retorno algum senão a satisfação de haver cumprido o que, para um maçom, não é nada mais que um dever. Já na Solidariedade, tem que haver uma reciprocidade, e esta repercute na solução da crise de um elemento do grupo e que resultará no fortalecimento e equilíbrio da ordem. É um laço sagrado, porém não é incondicional. Para não ficar criando loas a Solidariedade Maçônica, me atenho ao Ritual e Instruções do Grau de Aprendiz Maçom do REAA, na ritualística de iniciação, onde o 1 º Vig.:, ao anunciar os deveres do maçom ao iniciante, diz: “... a prática constante da beneficência, o socorro aos nossos irmãos, prevenindo suas necessidades, minorando seus infortúnios e assistindo-os com nossos conselhos e luzes. ” Notem que se separa a beneficência (caridade) da ajuda ao irmão (fraternidade). Também o 1 º Vig.: diz adiante: “Ao vosso próximo deveis toda a amizade e dedicação. Nunca façais a ele aquilo que não desejardes que vos seja feito. Deveis beneficiá-lo e socorrê-lo em suas necessidades e ajudá-lo nas emergências em que se achar. ” Continuando com a análise do ritual, na quarta instrução da mesma ritualística de iniciação, quando o Ven.:M.: pergunta :” Para fortalecermos-nos no combate, que devemos manter contra esses inimigos ( aos vícios – ignorância e fanatismo), qual o laço sagrado que nos une?” A resposta do 1 º Vig.: é única – “A Solidariedade, Ven.:M.:” No entanto, seguindo o diálogo ritualístico, é explícito que a Solidariedade maçônica não consiste num amparo incondicional de uns aos outros quaisquer que forem as circunstâncias, mas somente aos que praticam o bem e sofrem os reveses da vida, e onde estiver uma causa justa e nobre. E o juramento de defender e socorrer a todos os irmãos? A resposta do 1 º Vig.: é contundente: “Quando, porém um irmão, esquecido dos princípios e dos ensinamentos maçônicos, se desvia da moral que nos fortifica, para se tornar mau cidadão, mau esposo, mau pai, mau filho, mau irmão, mau amigo; quando cego pela ambição ou pelo ódio, pratica atos que consideramos indignos de um Maçom, ele, e não nós, rompeu a Solidariedade que nos unia e que não mais poderá existir, porque se assim não procedêssemos, seria pactuarmos com ações de que a simples conivência moral nos degradaria, ..... ” Notem a reciprocidade da ação: a Solidariedade fortifica a nossa moral,e a quebra do juramento rompe o elo de união. A Solidariedade Maçônica é consciência coletiva que nos une e nos impele a atuar dentro dos nossos princípios e leis, e nada estará justo e perfeito se protegermos o que for menos digno preterindo os direitos do mérito e do valor moral e intelectual. Administraçao 201 3/201 5 VM - Rudimar Porto 1 º Vig. - Ivan Luiz Emerim 2º Vig.- Pedro Jaime Nogueira Orador - Carlos Alberto Stallivieri Secretário - Felipe Gonçalves Menegat Tesoureiro - Rui Faé 10