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JUL-04 Brasília, 12 de julho de 2016. Plantão DN: Eurídice, Robertinho, Rogério e Vaz. Presentes em Brasília: Rolando. Atividades no RJ: Mário Jr, Gibran e Chiquinho. INFORME NACIONAL FASUBRA participa do lançamento da “Frente Nacional contra o projeto escola sem partido”. Evento será no Rio de Janeiro e contará com a participação de diversas entidades que militam na luta em defesa da educação Nesta quarta-feira, 13 de julho, às 9 horas, acontecerá no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFSC-UFRJ), no Largo de São Francisco, Centro, o lançamento da “Frente Nacional contra o projeto escola sem partido". O evento contará com a participação das centrais sindicais, entidades nacionais da educação do ensino superior e da educação básica e entidades nacionais estudantis. Contará, ainda, com a presença dos movimentos sociais e de dezenas de parlamentares. A FASUBRA Sindical já confirmou presença na manifestação e será representada na ocasião por seus coordenadores gerais, Gibran Jordão, Leia Oliveira e Rogério Marzola. Motivação O principal objetivo da Frente é o entendimento de todos de que o projeto escola sem partido é, na prática, a instituição da “escola do partido único”, da opinião inquestionável, das verdades absolutas e, portanto, da manutenção do status quo vigente. Inclusive, na concepção dos seus defensores, quem apregoar “ideologia” em sala de aula, pensar diferente da ordem constituída deverá ser punido pela justiça e cumprir penalidades legais. A proposta da Frente é desenvolver uma série de lutas e atividades visando a denunciar o perigo que representa o pensamento único e a doutrinação fascista presente na sua concepção. Assim, a derrota desse projeto antidemocrático e perigoso para as liberdades individuais é urgente e deverá ser o foco de quem atua na defesa da educação e, em especial, da democracia. O lançamento da Frente Nacional contra o escola sem partido será transmitido ao vivo por mídias alternativas nas redes sociais. Convocação A FASUBRA convoca todos os trabalhadores e trabalhadoras das Instituições Federais de Ensino do estado do Rio de Janeiro a comparecerem ao lançamento da Frente e fortalecerem a participação da Federação neste importante momento da luta coletiva. 1 RELATÓRIO DA REUNIÃO DOS REPRESENTANTES NACIONAIS E REGIONAIS DOS SEGURANÇAS DAS IPES E EBTT Aconteceu nos dias 09 e 10 de julho na UFRJ a reunião dos representantes nacionais e regionais dos seguranças concursados das Universidades Federais, Universidades Estaduais e Ensino Básico Técnico e Tecnológico (IPÊS, EBTT), este evento foi marcado para que os representantes organizassem a programação do XXV Seminário Nacional de Segurança das IPES e EBTT, com a presença de 30 vigilantes representando 21 entidades, e com as presenças de Rogério Marzola e Mozarte Simões da Costa Junior representantes da federação e da coordenação de politicas sociais (FASUBRA), na sede do SINTUFRJ, elaboraram a seguinte programação que segue em anexo. O representante da região sul Everton da Silveira segurança da UFRGS enviado pela Assufrgs esteve presente no evento, e o segurança da UFRGS Mozarte Simões representando a FASUBRA. PROGRAMAÇÃO DO XXV SEMINÁRIO NACIONAL DE SEGURANÇA NAS IPES e EBTT Data do Seminário: de 07 a 12 de novembro de 2016; Sede: UFRJ Local: a ser definido entre os Auditórios: 1- ROXINHO, 2- QUINHENTÃO, 3- CT. Programação PRIMEIRO DIA: 07/11/2016(segunda-feira) 9h – Credenciamento e Café - Apresentação cultural; 10h – Mesa de Abertura: SINTUFRJ / FASUBRA / SINASEFE/ ANDIFES/ CONIF/ ADUFRJ/ DCE/ Reitores/ Coord. do Seminário/ Políticos (a definir outras entidades); 11h30 – Aprovação do Regimento Interno do Seminário; 12h30 – Almoço 14h – Análise de Conjuntura (FASUBRA); 16h30 – RSC ( Reconhecimento de Saberes por Competência); 18h – Encerramento/Jantar; SEGUNDO DIA: 08/11/2016 (terça-feira) 9h– Mesa: Educação e Democracia Universitária; 10h – Mesa: Desenvolvimento e Aprimoramento da Carreira; 12h30 - Almoço 14h - Políticas Sociais de Gênero, Raça e combate as opressões; 16h – Estatuto do desarmamento e as realidades vivenciadas pelos seguranças das IPES e EBTT 18h – Encerramento/Jantar TERCEIRO DIA: 09/11 (quarta-feira) 9h - Segurança Pública, Violência nas Instituições de Ensino e a implementação do Plano Nacional de Segurança da FASUBRA; 11h – Projetos de Leis em tramitação no Congresso Nacional 12h30 – Almoço 14h – Oficinas (1-Defesa pessoal por meio do esporte, 2-Gestão de conflitos, 3-Qualidade de Vida na Segurança, 4- Primeiros Socorros) 18h – Encerramento 2 QUARTO DIA: 10/11 (quinta-feira) 9hs – Balanço dos 25 anos do Seminário e a luta por concurso público e o combate a terceirização; 11h - Grupos de Trabalho; 12:30h – Almoço 14h – Grupos de Trabalho 18h – Encerramento/Jantar QUINTO DIA: 11/11 (sexta-feira) 9h – Plenária Final; 12h30 – Almoço; 14h - Eleição dos Novos Coordenadores e escolha da próxima sede; 18h - Encerramento SEXTO DIA: 12/11 (sábado) 10h – Posse dos novos Coordenadores Nacionais e Regionais; 12h – Almoço com entrega dos Certificados 17h – Encerramento Valor da inscrição: a ser definida, entre 250,00 até 300,00 - Sem Alojamento. FRENTE CONTRA O PL “ESCOLA SEM PARTIDO MANIFESTO À CONVOCAÇÃO DA FRENTE CONTRA O PL “ESCOLA SEM PARTIDO” Nós, membros atuantes da sociedade por meio de nossas entidades representativas, educadores/as, estudantes, trabalhadores/as e cidadãos/as dos mais variados setores, repudiamos com veemência a ofensiva do atraso e do fascismo expresso no famigerado Projeto de Lei 867/2015 denominado “Escola Sem Partido”. Defender a escola sem partido é defender a escola com apenas um partido. Partido daqueles que são contra uma educação laica e contra o debate sobre gênero, fortalecendo assim a cultura do estupro e a LGBTTIfobia presente em nosso país. Defendemos a escola crítica sim, a educação libertadora, a pluralidade de ideias e a liberdade de expressão e pensamento. Historicamente, as classes dominantes do Brasil em seus sucessivos governos e em todas as esferas têm sucateado e precarizado a educação. Sequer a escola pública de qualidade em suas acepções fundamentalmente liberais é garantida à população, principalmente aos seus segmentos mais pauperizados. Não bastassem as condições degradantes às quais são expostos estudantes e profissionais da educação, não bastasse o salário rebaixado à que são submetidos professoras/es e demais profissionais da área da educação, acenam agora com a censura, o patrulhamento ideológico, com a morte da esperança de transformação social em suas exposições mais primárias. Diante da ofensiva do capital, da ameaça de aprovação deste PL pelo congresso mais reacionário das últimas décadas e do seu sancionamento por um governo ilegítimo, urge a reação. Não são mais suficientes as iniciativas isoladas, não basta mais levantar a voz no espaço de nossas casas ou mesmo em nossas salas de aula é necessário uma ampla organização. É hora de reunir todas as entidades, sindicatos, associações, partidos, organizações da sociedade civil, parlamentares, etc, ombro a ombro contra esse insulto à democracia e ode aos anos de chumbo. Por tudo isso, conclamamos a todos/as que entendem a necessidade da mobilização democrática que se somem a nós no lançamento da Frente Nacional Contra o PL 867/2015 “Escola Sem Partido”. Rio de Janeiro-RJ, 07 de julho de 2016. 3 ASSINAM ESSE MANIFESTO CENTRAIS SINDICAIS: CSP-CONLUTAS CTB CUT INTERSINDICAL ENTIDADES NACIONAIS: ANDES-SN ASFOC-SN CNTE CONFETAM CONTEE FASUBRA FENAMETRO SINASEFE MOVIMENTOS SOCIAIS: Campanha Nacional pelo Direito à Educação MIEIB MST MTST PARTIDOS POLÍTICOS: PCB PSOL PSTU PT Deputado Federal Enio VerriPT/PR Deputada Federal Erika KokayPT/DF Deputado Federal Edmilson Rodrigues-PSOL/PA Deputado Federal Fabiano HortaPT/RJ Deputado Federal Glauber Braga-PSOL/RJ Deputado Federal Ivan ValentePSOL/SP Deputada Federal Jandira Feghali-PCdoB/RJ Deputado Federal Jean WyllysPSOL/RJ Deputado Federal Luiz SérgioPT/RJ Deputada Federal Luiza Erundina-PSOL/SP Deputado Federal Marcon-PT/RS Deputada Federal Margarida Salomão-PT/MG Deputada Federal Maria do Rosário-PT/RS Deputada Federal Moema Gramacho-PT/BA Deputado Federal Padre JoãoPT/MG Deputado Federal Pedro UczaiPT/SC Deputado Federal Wadih Damous-PT/RJ Deputado Estadual Pedro RuasPSOL/RS Deputada Estadual Rosangela Zeidan-PT/RJ Deputado Estadual Waldeck Carneiro-PT/RJ MANDATO DE VEREADORES: Vereadora Amanda GurgelPSTU/Natal Vereadora Fernanda MelchionaPSOL/Porto Alegre Vereador Hilton CoelhoPSOL/Salvador Vereador Leonardo GiordanoPCdoB/Niterói Vereador Leonel Brizola NetoPSOL/RJ Vereador Paulo EduardoPSOL/Niterói Vereador Professor Alex FragaPSOL/Porto Alegre Vereador Reimont-PT/Rio de Janeiro Vereador Renato Cinco-PSOL/Rio de Janeiro Vereador Toninho VespoliPSOL/São Paulo MANDATOS DE DEPUTADOS FEDERAIS: Deputada Federal Ana PeruginiPT/SP Deputado Federal AngelimPT/AC Deputada Federal Benedita da Silva-PT/RJ Deputado Federal Chico AlencarPSOL/RJ Deputado Federal Chico D’Ângelo-PT/RJ MANDATOS DE DEPUTADOS DISTRITAIS E ESTADUAIS: Deputado Estadual Carlos Giannazi-PSOL/SP Deputado Estadual Carlos MincSem Partido/RJ Deputado Distrital Chico Vigilante-PT/DF Deputado Estadual Flávio Serafini-PSOL/RJ Deputada Estadual Luciane Carminati-PT/SC Deputado Estadual Marcelo Freixo-PSOL/RJ PREFEITOS: Prefeito Washington QuaquáPT/Maricá ENTIDADES ESTUDANTIS: AERJ AMES-BH AMES-Rio AMES-Teresina ANEL APES-PB CABIO-FFP CACIS-UERJ CAGEO-FFP CAHIS-UERJ CAHIS-UFF CAHIS-FFP CALET-FFP CAPS-UERJ DCE-UENF DCE-UERJ DCE-UFRJ DCE-USP ENEFI FENET UBES UEDC UEES-RJ UESB-PA UESDF UESPE Coletivo Resistir-UNIRIO Comando de Greve-UERJ COMFESU Comitê UNIRIO contra o Golpe Comuna Rubro-Negra Conselho Regional de Serviço Social do Estado do Rio de Janeiro Conselho Social do Mandato do Deputado Federal Jean WyllysPSOL/RJ CORDEL-UFPB SINASEFE IFBA SINASEFE IF BAIANO SINASEFE IF FLUMINENSE SINASEFE IFMG SINASEFE IFPR SINASEFE IFSC SINASEFE IFSP SINASEFE IF SUL SINASEFE JATAÍ SINASEFE MUZAMBINHO SINASEFE MANAUS SINASEFE SANTA INÊS MANDATOS DE SENADORES: Senador Lindbergh Farias-PT/RJ 4 UESP-RN UMES-OP UNE USEA SINDICATOS, MOVIMENTOS, COLETIVOS E OUTROS: ABRAFH ADUFF ADUFCG ADUFPB ADUNIRIO Alicerce AGB-DEN ANFOPE-RJ ANPAE-RJ ANPUH-RJ APP SINDICATO ASSINES Associação Nacional pela Formação de Profissionais da Educação Articulação de Mulheres Brasileiras Bloco de Resistência Socialista Sindical e Popular Braços Dados Brigadas Populares Campo Nacional de Juventude Pajeú CANDACES Casa da Juventude Cia. Teatro de Roda Cia. Teatro Vírgula Coletivo Articulação Popular Coletivo Cláudia Silva Coletivo de Educação Florestan Fernandes Coletivo Exquisite Coletivo Nacional Advogadxs Pela Democracia CultMidia Esquerda Alvinegra FETEERJ Fórum Estadual de Educação-RJ Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social JAE JPT Juntos! KOINONIA LBL Lésbitoca Levante Popular da Juventude Marcha Mundial das Mulheres Movimento Axé Pela Democracia Movimento Contestação Movimento Kizomba Movimento Nacional Quilombo, Raça e Classe Mulheres Pela Democracia NOS - Nova Organização Socialista Núcleo Popular Paulo Freire Ocupa MinC-Porto Alegre Ocupa MinC-RJ Ocupa MinC-SC Ocupa SUS-RJ Pólo Comunista Luiz Carlos Prestes Rede Emancipa - Movimento Social de Educação Popular Representação Discente PROPED-UERJ Resistência e Luta RUA - Juventude Anticapitalista SBAT SEPE-RJ SERPAJ SESISIFPI SESSEV SINASEFE CATU SINASEFE CMR SINASEFE UBERLÂNDIA SINASEFE URUTAÍ SINDCONTAS-SC Sindicato Químicos Unificados SINDPSI-RJ SINDPREVS-SC SINDSAÚDE-SC SINDSCOPE Sindicato dos Economistas-RJ SINDIPETRO-NF SINDIPETRO-RJ SINPRO-DF SINPRO-LAGOS SINPRO-MACAÉ E REGIÃO SINPRO-NITERÓI SINPRO-NNF SINPRO-OSASCO SINPRO-RJ SINTAB SINTEF-PB CM-CG SINTET-UFU SINTIETFAL SINTIFRJ SINTUFF-RJ SINTUFRJ SINTUR-RJ Subcomissão Luís Gama em Defesa dos Direitos Humanos/Subseção de Taguatinga-OAB-DF Tenda Espírita Cabana de Xangô Tricolores pela Democracia UBM UJR UJS UNEGRO Unidade Classista Unidade Popular pelo Socialismo Vascomunistas Frente de Oposição ao SINTUFRJ Oposição à APLB - Educar na Luta Oposição à Direção do SINTEP-PB NOTÍCIAS Proibido educar? Com o pretexto de evitar “doutrinação”, projeto de lei ameaça o ensino escolar e criminaliza a prática docente. Fernando de Araújo Penna Em audiência pública convocada para discutir o programa “Escola sem partido” na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, em dezembro de 2015, professores e alunos presentes ficaram perplexos: em pleno século XXI, pediu o uso da palavra um cidadão caracterizado como Adolf Hitler. Ele foi impedido de falar por fazer apologia de um regime totalitário que dizimou milhões de pessoas, mas o episódio nos convida a refletir sobre o que querem os defensores dessa proposta. O programa “Escola sem partido” foi criado por iniciativa do deputado estadual Flávio Bolsonaro, que entrou em contato com Miguel Nagib, criador do movimento homônimo, e encomendou a produção de um projeto de lei (PL 2974/2014), apresentado por ele no dia 13 de maio de 2014 na ALERJ. Algumas semanas depois, seu irmão, Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, apresentou proposta semelhante para o município (PL 867/2014). A iniciativa não parou na atuação da família Bolsonaro: 5 Miguel Nagib disponibilizou os anteprojetos de lei estadual e municipal em seu site, e uma onda conservadora tratou de espalhar a iniciativa por boa parte do território nacional. Projetos similares já foram apresentados em nove estados e no Distrito Federal e em diversos municípios, e viraram lei nos municípios de Picuí (PB) e Santa Cruz do Monte Castelo (PR), e no estado de Alagoas. Existe também um projeto de lei tramitando em âmbito federal (PL 867/2015), apresentado pelo deputado Izalci Lucas, que se propõe a incluir o programa “Escola sem partido” na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). A Comissão Permanente de Educação da Câmara dos Deputados já deu parecer positivo no sentido da aprovação. A proposição do programa “Escola sem partido” parece obter esta grande adesão devido ao seu nome, que pode enganar um desavisado. Ele pressupõe a dicotomia entre uma escola com e outra sem partido. Seus propositores tentam fazer crer que aqueles que se opõem ao projeto defendem que as instituições de ensino sejam dominadas pelos partidos políticos. Na lei aprovada em Alagoas, o nome é ainda mais enganador: “Escola livre”. Na verdade, a principal questão em disputa é o próprio caráter educacional da escola. Isto fica claro ao se conhecerem a atuação e as ideias do movimento “Escola sem partido”. Ele defende que “professor não é educador”, mas apenas um instrutor que deve se limitar a transmitir “a matéria objeto da disciplina” sem discutir o que acontece na realidade em que os alunos estão inseridos. Caso contrário, estaria usurpando um direito dos pais. Trata-se de uma interpretação equivocada da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, que garante aos pais o direito de que seus filhos recebam educação moral e religiosa de acordo com as suas convicções no espaço privado da família, vedando ao Estado qualquer medida restritiva que limite a sua liberdade de mudar ou conservar sua religião ou suas crenças (artigo 12). Os professores realmente não têm o direito de coagir os alunos a mudarem as suas crenças, mas os alunos e seus pais tampouco têm o direito de se negarem a dialogar com outros valores no espaço público da escola. Ao tentar tornar a educação uma questão privada, responsabilidade exclusiva das famílias, o movimento “Escola sem partido” contraria diretamente a Constituição brasileira, que em seu artigo 205 afirma: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Na proposta que tramita no Congresso, o programa “Escola sem partido” propõe princípios que deveriam orientar a educação nacional, mas a Constituição já determina quais são esses princípios no seu artigo 206. Comparando as duas listas, nota-se que o tal programa mutila intencionalmente os princípios constitucionais. A “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber”, garantida pela Carta Magna, reduz-se no programa à “liberdade de aprender, como projeção específica, no campo da educação, da liberdade de consciência”. Enquanto a Constituição determina o “pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas”, o programa trata apenas do “pluralismo de ideias no ambiente acadêmico”. A tentativa de abolir os direitos do professor chega ao extremo na justificativa do projeto, na qual se afirma explicitamente que “não existe liberdade de expressão no exercício estrito da atividade docente”, ou seja, a proposta usurpa dos professores a liberdade de expressão, garantida a todos os cidadãos brasileiros pela Constituição Federal (Art. 5º, IX). O projeto tenta transformar em lei uma concepção absolutamente deturpada de todos os elementos que constituem o processo de escolarização. Está ultrapassada há décadas, no campo de pesquisa educacional, essa visão da relação entre aluno e professor: o primeiro como uma folha em branco, absolutamente passiva, na qual se pode imprimir o que bem entender, e o segundo como alguém que transmite conhecimentos acadêmicos simplificados. Dos alunos são retirados toda e qualquer iniciativa e pensamento crítico: eles seriam controlados por professores ou partidos de esquerda. A sala de aula seria algo análogo a um cativeiro, pois para esse movimento os alunos são literalmente uma audiência cativa. Esta metáfora é levada ao extremo quando, na página do movimento, a relação entre alunos e professores é entendida como um caso de Síndrome de Estocolmo, na qual os jovens se apegam emocionalmente aos docentes que seriam seus “sequestradores intelectuais”. Na verdade, o conhecimento escolar é construído justamente no diálogo entre docente e estudante em sala de aula permeada também por diversas vozes que circulam no espaço público. Liberdade de ensinar e liberdade de aprender, indissociáveis, representam os pilares do direito à educação. Remover um deles é fazer este edifício ruir. Para denunciar uma suposta “doutrinação” nas salas de aula, o site do movimento “Escola sem partido” divulgou pesquisa de opinião na qual docentes foram confrontados com a pergunta “Qual é a principal missão da escola?”, e tinham três opções de resposta: “Formar cidadãos”, “Contribuir para a 6 formação profissional” e “Ensinar as matérias”. A organização comenta o resultado: “78% dos professores brasileiros acreditam que a principal missão das escolas é ‘formar cidadãos’ (expressão que na prática se traduz, como todos sabem, por fazer a cabeça dos alunos)”. Uma organização que considera “formar cidadãos” o mesmo que “fazer a cabeça dos alunos” deveria ser rechaçada por toda a sociedade. Para os professores, todas as tarefas listadas na pesquisa só podem ser realizadas em conjunto – as matérias, afinal, são ensinadas para formar profissionais responsáveis e cidadãos críticos. “Você pode estar sendo vítima de doutrinação ideológica quando seu professor se desvia frequentemente da matéria objeto da disciplina para assuntos relacionados ao noticiário político ou internacional”, alerta o site. A dicotomia entre “a matéria objeto da disciplina” e “assuntos do noticiário político ou internacional” é absurda para qualquer um que conheça minimamente a profissão docente. Estabelecer relações entre a realidade cotidiana dos alunos e os conteúdos específicos de cada matéria escolar é um dos requisitos para propiciar uma aprendizagem significativa por parte dos estudantes durante o diálogo nas aulas. Como formar um aluno capaz de interpretar a sua realidade se nem se pode falar dela? O resultado da aprovação desses projetos de lei país afora não será o de “escolas sem partido”, mas sim escolas sem voz. E sem sentido. Fernando de Araujo Penna é professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense e autor de “Programa ‘escola sem partido’: uma ameaça à educação emancipadora”. In: MONTEIRO, A. M. F. da C., GABRIEL, C. T. & MARTINS, M. L. B. Narrativas do Rio de Janeiro nas aulas de história. Mauad Editora, 2016. No prelo. Texto disponivel em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/educacao/escola-sem-ensino AGENDA DAS FRENTES (ESPAÇO UNIDADE E AÇÃO, FRENTE BRASIL POPULAR, FRENTE POVO SEM MEDO, FRENTE DE ESQUERDA SOCIALISTA) Agenda de Frente Brasil Popular Preparação da 2ª. Conferencia da Frente Brasil Popular O Coletivo Nacional elaborou uma proposta de objetivos, caráter, processo, eixos e critérios de participação da II Conferência da Frente Brasil Popular. Essa proposta envolve duas datas principais. 28/08 – Plenária Nacional da Frente Brasil Popular Esta Plenária teria por objetivo reunir em torno de 500 militantes de todo país para ajustar a leitura de conjuntura após a votação final do Senado, bem como preparar o processo da Conferência. A proposta é que seja realizada em São Paulo na Quadra dos Bancários. 12 à 15/11 – II Conferência da Frente Brasil Popular A proposta é que seja uma Conferência massiva com o objetivo de fortalecer a resistência frente à ofensiva conservadora, consolidar o enraizamento da Frente, bem como aprofundar o debate sobre o nosso programa político. A proposta é que seja realizada em São Paulo ou na Bahia. Toda a metodologia do processo de construção da Conferencia será sistematizada em um documento que será remetido para avaliação e debate nos estados, comitês locais e setoriais. As sugestões de alteração deverão ser enviadas para o email da secretaria ([email protected]) até o dia 10 de Julho. Próxima Reunião A próxima reunião do Coletivo Nacional será no dia 18 de Julho, segunda-feira das 9h às 17h em São Paulo. 7 Calendário Geral da FRENTE BRASIL POPULAR Julho Dia 11 a 16/07 – Jornada Nacional de Panfletagem Dia 12/07 - Marcha dos Servidores das estatais em Brasília Segunda quinzena de Julho (indicativo) – “Encontro Nacional da Classe Trabalhadora”, em São Paulo. Dia 18/07 – Reunião do Coletivo Nacional da FBP em São Paulo. Dia 18 ao 23/07 – Semana nacional em defesa do SUS – Contra a retirada dos médicos estrangeiros. Dias 19 e 20/07– Tribunal Internacional de Julgamento dos Golpistas, no Rio de Janeiro, Teatro Casa Grande. Dia 25/7 – Dia latino-americano e Caribenho da Mulher Negra Dia 25/7 - Mobilização unitária dos trabalhadores rurais em Aracajú-SE 25 a 31/7: Jornada Nacional dos Trabalhadores Rurais. Dia 26/7 - Congresso Nacional de Estudantes de Agronomia, em Fortaleza-CE Dia 29/7 - Concentração de camponeses no Assentamento Dionísio Cerqueira, em no oeste de Santa Catarina Dia 30/7 - Jornada de Agroecologia em Lapa, no Paraná. Dia 30/07 – Plenária sobre a Reforma urbana e a luta pela Democracia, em São Paulo (Indicativo). Agosto Dia 1/8 - Vigília Inter-Religiosa no Rio, tendo como eixo a exclusão social nas Olimpíadas. Dia 5/8 - Marcha nacional contra o Golpe na abertura das Olimpíadas, no centro do Rio de Janeiro. Dia 5/8 – Indicativo a ser debatido entre as centrais de Greve Geral nas demais cidades 10 dias prévio a votação no Senado - Acampamento Popular em Brasília 17/08 – Indicativo de Votação no Senado 28/08 – Plenária da FBP em São Paulo Novembro 12 à 15/11 – II Conferência da Frente Brasil Popular (Indicativo) Agenda de Frente de Esquerda Socialista 11/07/2016 – Participação na Atividade de Lançamento da Frente contra o projeto intitulado “Escola sem partido”, leia-se lei da mordaça Local: Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ – Largo São Francisco de Paula – Rio de Janeiro-RJ – Horário: 9h30min 11/07/2016 – Participação em reunião unificada dos movimentos sociais e entidades do serviço público municipal e estadual do Rio de Janeiro para organizar os atos públicos durante as Olimpíadas 30/07/2016 – Reunião da Executiva da Frente de Esquerda Socialista para preparar a realização do Seminário sobre Opressões da Frente Agenda de Frente Povo Sem Medo 14/07 – Escracho contra Temer (Escracho = Ato cultural simbólico de denúncia) Local: São Paulo – SP e em outras cidades 21/07 - Atividade publica: "Fora Temer! O Povo deve decidir!" Local: São Paulo – SP 31/07 – Manifestação Pública Nacional: FORA TEMER! O Povo deve decidir! Defender nossos direitos e Radicalizar a Democracia! Local: Diversas cidades no país nas quais a Frente Povo Sem Medo está organizada. DECLARAÇÃO DA FRENTE POVO SEM MEDO Julho de 2016 Não precisou nem dois meses para que as máscaras caíssem e as razões do golpe fossem expostas em praça pública. O aprofundamento de uma política antipopular e entreguista veio já nos primeiros dias. E logo ficou claro que a suposta batalha contra a corrupção serviu mesmo para levar uma 8 quadrilha ao comando do país. Três ministros caíram em menos de um mês. As denúncias só se aprofundam, chegando agora diretamente ao próprio presidente ilegítimo. Mas, mesmo com essas fragilidades, o governo interino de Temer se coloca como o mais perigoso aos trabalhadores brasileiros em nossa história recente. Por não ter sido eleito por ninguém e aparentemente não buscar reeleição, coloca-se numa situação em que não precisa prestar contas à sociedade. Está habilitado a praticar o mais severo programa de retrocessos, sem pagar preço eleitoral por isso. Esta é uma situação dos sonhos para o grande capital. O golpe, como alertamos, é contra os trabalhadores. Isso significa que a grande tarefa das forças populares é derrotar este governo e, com ele, o golpe. A Frente Povo Sem Medo entende que, diante de um governo biônico e com uma pauta de duros retrocessos, o povo deve ser chamado a decidir. Neste sentido, a proposta de um plebiscito sobre a antecipação ou não das eleições, defendido mais de uma vez pela própria presidenta Dilma, pode ser uma bandeira aglutinadora para somar mais forças na luta contra o golpismo. Mas evidentemente tem seus limites. Não há saída mágica numa conjuntura tão complexa como esta. É preciso associar esta bandeira a outras duas fundamentais. A primeira é a defesa de uma profunda Reforma Política. O problema não é apenas Temer. É o sistema político brasileiro que faliu e perdeu qualquer vínculo de representação efetiva com a maioria da sociedade. É preciso radicalizar a democracia, enfrentando a influência do poder econômico nas eleições e construindo mecanismos de maior participação popular na política, permitindo que a maioria do povo possa decidir sobre os rumos do país. A segunda é a defesa intransigente dos nossos direitos. Estamos diante da ameaça de uma regressão social grave, com desmonte dos direitos trabalhistas e dos programas sociais conquistados pelo povo brasileiro, além da entrega do património público. O golpe é duplo: um presidente que não foi eleito, aplicando um programa que também não o foi e jamais seria. A agenda Temer envolve o projeto das terceirizações, Reforma da Previdência, privatizações, desmonte dos serviços públicos, redução drástica dos programas sociais e entrega do pré sal às petroleiras internacionais, dentre outras perversidades. Tudo isso com o objetivo de privilegiar os de cima, despejando a crise sobre os ombros dos de baixo. Contra este programa de terra arrasada, defenderemos nas ruas as reformas que o país precisa. Não queremos Reforma da Previdência, queremos sim reforma tributária, com taxação de grandes fortunas. Não aceitaremos nenhuma privatização, queremos de volta nossas estatais e em especial o controle sobre o pré-sal e o conjunto dos recursos naturais de nosso país. Não queremos Reforma Trabalhista, queremos as Reformas Urbana e Agrária, dívida histórica do Estado brasileiro com seu povo. Queremos auditoria da dívida pública, democratização das comunicações e desmilitarização da polícia e o fim do genocídio da população negra. Esta é a agenda que contempla a maioria do nosso povo. Derrotar o governo golpista de Temer é condição para isso. O Povo Sem Medo estará nas ruas no mês de julho, em grandes mobilizações de norte a sul, para resistir ao golpe e defender as saídas populares. Buscaremos dialogar com outras articulações, como a Frente Brasil Popular, para ter o máximo de unidade neste enfrentamento. Não tem arrego! FORA TEMER! O POVO DEVE DECIDIR! DEFENDER NOSSOS DIREITOS, RADICALIZAR A DEMOCRACIA! Aqui está o Povo Sem Medo! 9 CALENDÁRIO DE ATIVIDADES 2016 JULHO 13 Atividade de Lançamento da Frente contra o projeto “Escola sem partido” – Rio de Janeiro-RJ AGOSTO 11 16 a 18 19.20.21 Paralisação nacional da Educação, a ser desenvolvida à partir do 2º Encontro Nacional de Educação. FASUBRA construirá essa Paralisação e proporá para a UNE, CNTE e CONTEE, incorporação da mesma visando uma greve nacional da educação. Reunião DN FASUBRA Plenária da FASUBRA SETEMBRO 05 Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos: Violência nas IFES e IFETS SCS - Quadra 6, Bloco A, Lote 157 - 2º andar - Salas 205/207/208 – Edifício Bandeirantes - CEP 70.300-910 Caixa Postal 10818 – Asa Sul – Brasília, DF. Fones: +55 (61) 3349-9151 / 3349.1772 / 3349.4420 / 3349.4811 E-mail: [email protected] Portal: www.fasubra.org.br 10
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