EXPLORANDO CÍRCULO E CIRCUNFERÊNCIA: UMA
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EXPLORANDO CÍRCULO E CIRCUNFERÊNCIA: UMA
II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) EXPLORANDO CÍRCULO E CIRCUNFERÊNCIA: UMA EXPERIÊNCIA (COM) PARTILHADA Nilvana Moreti Universidade Federal de Lavras [email protected] Francilmar Andreia da Silveira Universidade Federal de Lavras [email protected] Paola Vitor Firmiano Universidade Federal de Lavras [email protected] Zilda Altomare Escola Municipal Álvaro Botelho [email protected] Silvia Maria Medeiros Caporale Universidade Federal de Lavras [email protected] Resumo Neste trabalho apresentamos um recorte do projeto “Encaixando Ideias: a Geometria dos Mosaicos”, cujo objetivo foi trabalhar com conteúdos de geometria na perspectiva da resolução de problemas. Foi proposto aos alunos de uma turma de nono ano de uma Escola Municipal da cidade de Lavras/MG, que confeccionassem um tabuleiro de xadrez feito com ladrilhos em uma mesa circular. Apresentamos uma etapa das atividades que contempla conteúdos relativos ao comprimento da circunferência. Esse conteúdo era essencial para a inscrição de um quadrado (tabuleiro) na circunferência (mesa circular). Inicialmente apresentamos a “história do número pi” com a finalidade de que os alunos compreendessem a origem desse número e posteriormente obtivessem a fórmula do comprimento da circunferência. Partimos de um experimento em que os alunos utilizaram objetos circulares, barbante e régua para realizarem as medidas das circunferências e seus respectivos diâmetros. Concluímos que o procedimento de trabalho adotado, apoiado na perspectiva da resolução de problemas, favoreceu aos alunos a compreensão da relação entre comprimento e diâmetro da circunferência, da fórmula utilizada para o cálculo do comprimento da circunferência e para a confecção das mesas. 1 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) Palavras-chave: Matemática, geometria, círculo. 2 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) INTRODUÇÃO Fazemos parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência(PIBID) de Matemática, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), na cidade de Lavras/MG. O programa visa à formação de professores, a busca pela melhoria da qualidade na educação básica, bem como a inserção de experiências de caráter inovador abrangendo teoria e prática. Nosso grupo de trabalho é composto por seis alunos da graduação, uma professora orientadora (todos estes da UFLA) e uma professora supervisora da Escola Municipal na qual atuamos. O grupo de trabalho (GT) se reúne semanalmente na universidade. A dinâmica dos encontros tem como ponto de partida estudo de textos, a realização do (re) planejamento das tarefas e a avaliação dos resultados. Também temos como prática de grupo, a elaboração de narrativas referentes ao processo de formação vivenciado. Para o ano de 2012 foi sugerido pela professora orientadora que trabalhássemos com geometria a partir da perspectiva da resolução de problemas. De acordo com que nos foi proposto a professora supervisora sugeriu a construção de mosaicos. Para isso, fizemos um levantamento de quais conteúdos geométricos seriam contemplados e em seguida iniciamos os trabalhos tendo como referência os livros: “A Geometria dos Mosaicos” (IMENIS) e os capítulos 4 (Ensinando pela Resolução de Problemas) e 5 (Planejamento em uma Sala de Aula Baseada em Resolução de Problemas) do livro “Matemática no Ensino Fundamental – Formação de Professores e Aplicação em Sala de Aula” (VAN DE WALLE, 2009). Durante o estudo realizado com o livro “A Geometria dos Mosaicos” constatamos que mosaicos além de formas bonitas, estão estritamente ligados à prática da geometria, pois além da precisão e senso estético existente por trás deles, há um grande número de conceitos geométricos aplicados na sua construção. Logo, a partir da construção de mosaicos pode-se ensinar geometria de forma mais atrativa e significativa. 3 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) Assim, iniciamos o planejamento visando trabalhar com: ângulos, polígonos, semelhança de figuras, semelhança de triângulos, isometria, razão e proporção, perímetro e área, ampliação e redução e conteúdos referentes a círculo e circunferência (corda, diâmetro, raio, comprimento, área e quadrado inscrito) a partir da resolução de problemas. Pois, de acordo com Van de Walle (2009) Os estudantes devem resolver problemas não para aplicar matemática, mas para aprender nova matemática. Quando os alunos se ocupam de tarefas bem escolhidas baseadas na resolução de problemas e se encontram nos métodos de resolução, o que resulta são novas compreensões da matemática embutida na tarefa. (VAN DE WALLE, 2009, p.57). Assim como o autor acreditamos que com essa metodologia o ensino/aprendizagem se torna mais eficaz na significação dos conceitos. A partir disso fizemos o planejamento e os planos de aula e fomos para escola colocar tudo que aprendemos em prática, com a certeza que juntos com os alunos iríamos aprender ainda mais. Convidamos os alunos a participarem do projeto “Encaixando Ideias: a geometria dos mosaicos” que tinha como objetivo trabalhar os conceitos de geometria plana e a construção de mosaicos geométricos e artísticos. Em seguida apresentamos alguns mosaicos utilizando PowerPoint para facilitar a apresentação. Os alunos gostaram muito das imagens, alguns se lembraram de mosaicos que já haviam visto em revestimentos de pisos e paredes. CONSTRUINDO O CONCEITO DE CÍRCULO E CIRCUNFERÊNCIA Destacamos que a professora supervisora trabalhava com três turmas de nonos anos e uma turma de sexto ano. O 9º ano A ficou responsável por criar e revestir com ladrilhos quadros decorativos com temas musicais; o 9º ano B, o tema de natureza; o 9º C as mesas de jogos e o 6º ano quadros revestidos com mosaicos geométricos. Dividimos a turma em grupos de cinco alunos e pedimos que elegessem dentro do grupo um relator, pois o relato escrito feito pelos alunos seria importante para a 4 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) avaliação dos trabalhos e nos ajudaria a verificar quais eram seus anseios, suas expectativas e ainda, se estava ocorrendo aprendizagem. E como afirma Van de Walle (2009) “O ato da escrita é um processo reflexivo. Conforme os estudantes se esforçam para explicar seus raciocínios e defender suas respostas, eles passarão um período mais concentrado pensando nas idéias envolvidas (WALLE, 2009, p. 73)”. Como este foi um projeto extenso não cabe aqui descrever todas as atividades desenvolvidas, por isso vamos nos deter apenas em algumas desenvolvidas com a turma de 9º ano C, na qual havia vinte e oito alunos. Como ficou decidido que esta turma trabalharia com as mesas de jogos, especificamente tabuleiro de xadrez, foi necessário que o planejamento contemplasse os conceitos referentes a círculo e circunferência (mesa formato circular) e a inscrição do quadrado na circunferência (tabuleiro de xadrez). Na primeira aula, com os alunos organizados em seus grupos, distribuímos a primeira atividade que trazia os seguintes questionamentos: o que é círculo? O que é circunferência? Será que existe diferença entre um e outro? Se existe, qual ou quais? Verificamos com isso, que os alunos não sabiam diferenciar círculo de circunferência. Então, com o auxílio de slides fizemos a introdução do conceito de círculo e circunferência, devolvemos a atividade e pedimos para que os alunos definissem, com suas palavras, círculo e circunferência e que socializassem suas conclusões com toda a turma. Figura 1: Percepção de um aluno a respeito de circulo e circunferência Percebemos que foi produtivo esse momento, os alunos participaram ativamente, expondo suas reflexões e com isso sentimos que suas dúvidas foram sanadas. 5 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) Finalizamos a aula exibindo novamente em slides os conceitos formais de círculo e circunferência. Dando continuidade ao planejamento iniciamos a segunda aula com uma atividade que abordava os conceitos de corda, diâmetro e raio. Propomos aos alunos que escrevessem o que conheciam sobre o assunto. Depois de certo tempo pedimos que cada grupo expusesse suas ideias. Alguns conseguiram fazer relações entre o raio da circunferência e o raio da roda da bicicleta, relacionando ao conceito formal. Em seguida fomos para a lousa e juntos construímos gradativamente os conceitos. Depois que haviam compreendido o que era corda passamos a traçar várias cordas de diferentes tamanhos com o objetivo de demonstrar quais poderiam ser denominadas diâmetro. Aproveitamos o momento oportuno para formalizar o conceito de raio. Exibimos em slides algumas tirinhas de diálogos que tratavam do conteúdo trabalhado, para que os alunos pudessem analisar se o que estava sendo afirmado estava correto ou não. Figura 2: tirinhas de diálogos Figura 3: comentário do aluno Este momento serviu para constatarmos que os alunos haviam compreendido os conceitos de corda, diâmetro, raio, círculo e circunferência, pois a participação dos alunos nos trouxe a tranquilidade de que esses conceitos foram apropriados. Saímos dali com a sensação do dever cumprido. 6 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) Demos sequência ao planejamento, agora questionando como poderíamos encontrar o centro de uma circunferência. Alguns alunos responderam que era somente fixar um ponto no meio da circunferência. Mas não sabiam como precisar esse ponto, então pedimos que procedessem da seguinte maneira: Passo 1: Construir uma circunferência; Passo 2: Traçar uma corda de qualquer tamanho na circunferência; Passo 3: Encontrar o ponto médio e traçar uma segunda corda perpendicular a primeira; Passo 4: Encontrar o ponto médio da segunda corda. Decidimos acompanha-los passo a passo no quadro, percebemos durante esse processo que alguns alunos apresentaram dificuldades, pois, não sabiam o que era ponto médio, reta perpendicular, etc.. Durante este momento os auxiliamos sanando suas dúvidas e simultaneamente encontramos o centro da circunferência. A partir das reflexões feitas na reunião semanal do GT-PIBID percebemos a necessidade de apresentar aos alunos outra maneira de encontrar o centro da circunferência, uma vez que, a forma que havíamos utilizado não era a mais precisa. Ao sermos questionados pela professora orientadora, como faríamos se a medida da corda traçada correspondesse a um número fracionário, com certeza teríamos dificuldades de encontrar o ponto médio com precisão. A partir dessa reflexão decidimos utilizar um novo procedimento, para isso disponibilizamos régua e compasso, em seguida pedimos que procedessem de acordo com as seguintes instruções: 1- Construir uma circunferência usando o compasso; 2- Traçar uma corda qualquer; 3- Colocar a ponta seca do compasso em uma das extremidades da corda e com uma determinada abertura construir um semicírculo; 4- Proceder da mesma maneira na outra extremidade da corda; 5- Trace uma reta passando pelas intersecções dos dois semicírculos; 6- Com esta nova corda, construa uma reta seguindo os passos 3,4 e 5. 7 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) A intersecção das duas últimas cordas será o centro da circunferência. Figura 4: achando o centro da circunferência Notamos que os alunos demonstraram dificuldades em manusear o compasso e por isso demoraram a concluir a proposta. Alguns relataram ter mais facilidade na construção anterior, porém, argumentamos o porquê desse último método ser o mais preciso. Para introduzirmos o comprimento e área da circunferência, achamos que seria interessante apresentar a história do número π a partir de alguns slides para otimizar o tempo que tínhamos disponível. Em seguida disponibilizamos alguns objetos em forma cilíndrica de diferentes diâmetros, pedaços de barbantes, régua e uma tabela feita em cartolina. Pedimos aos alunos que medissem as circunferências de três desses objetos com o barbante, anotassem na tabela e em seguida reproduzisse-as em uma folha que lhes foi entregue. (Figura 5). Feito isso solicitamos que encontrassem o centro dessa reprodução para então traçar o diâmetro. Orientamos para que dividissem a medida do comprimento pela medida do diâmetro e também anotassem na tabela. Depois que terminaram esse procedimento, eles perceberem que os valores encontrados eram próximos uns dos outros. Devido à flexibilidade do barbante os valores variavam mais do que esperávamos (Figura 6). Figura 5: Medindo circunferências Figura 6: Tabela para encontrar π 8 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) Mesmo assim, os alunos observaram que os valores encontrados eram próximos do número π (3,14), com isso compreenderam a origem desse número. Apesar da distorção dos resultados encontrados pelos alunos, acreditamos que o uso de material manipulativo favoreceu a aprendizagem, pois Eles funcionam como recursos didáticos auxiliares e representativos do processo de construção dos conceitos geométricos, em suas correlações com os aspectos intuitivo, experimental e teórico da geometria. (SANTOS, 2006, p.24). Retornamos à tabela com os valores da divisão do comprimento da circunferência pelo seu diâmetro e demonstramos que se π = C/D então, C = π*D. Como já havia sido trabalhado em aulas anteriores que o diâmetro é igual duas vezes o raio, concluímos que C=2*π*r, esse momento foi muito tranquilo, os alunos acompanharam a ideia de como chegamos à fórmula. Finalizando apresentamos alguns exemplos para aplicação da fórmula do comprimento da circunferência em alguns problemas. Os alunos interagiram bastante nesse momento. Durante a socialização realizada com os alunos fizemos novos questionamentos sobre como encontrar o comprimento da circunferência sem o auxilio do “barbante”. Então expusemos alguns exemplos de como a fórmula do comprimento é utilizada para resolver problemas matemáticos. Dessa forma os alunos perceberam que era possível encontrar o comprimento da circunferência substituindo o valor do raio na fórmula que havia chegado anteriormente. Na sequência com o objetivo de demonstrar a fórmula da área do círculo, dividimos um círculo em vários triângulos iguais, tomando cuidado para que não se 9 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) separassem. A partir da área do retângulo associada ao comprimento da circunferência chegamos à fórmula da área do círculo. Figura 7: Cálculo do comprimento da circunferência das mesas Notamos que os alunos tiveram dificuldade em compreender a demonstração desta fórmula. Pensamos que isso aconteceu por eles não estarem acostumados a esse tipo de procedimento, pois geralmente as fórmulas são dadas prontas. Antes de irmos para a construção das mesas, era preciso ainda trabalhar com o quadrado inscrito na circunferência, já que nas mesas seriam montados tabuleiros de xadrez. Para isso, planejamos uma aula prática para inscrevermos o quadrado nas mesas. Antes de iniciarmos fizemos vários questionamentos a respeito do que havia sido trabalhado até sido apropriados, aproveitamos para dizer que para um quadrado para estar inscrito numa circunferência é necessário que seus quatro vértices pertençam a circunferência. Essa aula aconteceu no laboratório de biologia da escola onde as mesas que iriam ser revestidas estavam. Para instigá-los iniciamos perguntando como poderíamos dividir uma circunferência em quatro partes iguais. Apresentamos algumas das respostas dos alunos. Aluno A: Traçar dois diâmetros um da horizontal e outro na vertical. Aluno B: Traçando o raio. 10 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) Aluno C: Fazendo duas retas. Aluno D: Precisamos primeiro encontrar o centro dessa circunferência para então traçarmos o diâmetro. Disponibilizamos para cada grupo uma mesa circular e o passo a passo de como inscrever um quadrado na circunferência, o qual orientava os alunos a traçarem um diâmetro para isso precisaram encontrar o centro da circunferência. Os alunos utilizaram a primeira maneira que ensinamos para encontrar esse centro, pois era a maneira que acharam mais fácil e também porque não havia material adequado para que fosse feito de outro modo. Em seguida traçaram outro diâmetro perpendicular ao primeiro, após terem feito isso, perceberam que a circunferência havia sido dividida em quatro partes iguais, então, uniram as extremidades dos diâmetros construindo assim o quadrado. Nesse momento os alunos se mostraram entusiasmados com a atividade. Devido o tamanho da mesa solicitamos a eles que fizessem um novo quadrado interno ao inscrito para que as casas do jogo não ficassem grandes. Para finalizarmos pedimos aos alunos que respondessem alguns questionamentos, com o objetivo de avaliarmos os conteúdos desenvolvidos. O próximo passo seria o revestimento das mesas com ladrilhos. Figura 8: Revisando o conteúdo 11 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) Percebemos que os alunos não são organizados ao resolverem problemas. Não fizeram levantamento dos dados antes de começarem a calcular o que havia sido pedido, tornando seu trabalho mais difícil. Eles sabiam o que fazer e como fazer, porém se atrapalhavam por falta de organização, ou seja, não coletavam os dados previamente. Neste momento houve uma intervenção maior dos alunos do PIBID. A partir dos cálculos das áreas referentes à mesa de jogos efetuados por eles, buscamos material necessário (pisos, azulejos e pastilhas) em construções e em algumas lojas para fazermos os revestimentos. Os alunos tiveram muito presentes nesse momento. Esses materiais foram coletados e organizados no laboratório de biologia onde o trabalho de revestimento foi realizado. Como o tabuleiro de xadrez é constituído por 64 quadrados, no qual havia trinta e duas peças brancas e trinta e duas peças pretas. Estes 12 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) foram cortados por um dos integrantes do GT utilizando um instrumento denominado riscadeira. Enquanto que a área restante da mesa seria revestida com pequenos pedaços irregulares de pisos (cacos). Achamos que não era conveniente a parte artística do projeto ser trabalhada no horário de aula, por isso marcamos com os alunos para irem à escola no contra turno. Essa parte foi muito prazerosa, pois os alunos se envolveram com muito empenho e determinação. Houve inclusive brincadeiras entre os alunos para ver qual mesa ficaria mais bonita. As peças foram coladas utilizando-se cola branca. Depois de coladas as peças foram rejuntadas com rejunte para pisos. Os alunos pintaram as bordas das mesas e seus pés com tinta preta, para finalizar este trabalho foi realizada uma exposição de todo o projeto na escola. Na exposição os alunos ficaram responsáveis por apresentar aos visitantes os conteúdos que trabalharam durante o semestre. Figuras 9, 10 e 11: Revestimento das mesas 13 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) Considerações Finais: Notamos que os desenvolvimentos das atividades atenderam nossas expectativas, percebemos que os alunos foram bem ativos durante a realização destas. Apesar disso, houve pequenas diferenças encontradas pelos alunos, como por exemplo, na atividade utilizando o barbante, devido a sua flexibilidade, para encontrar o valor de π, este fato não prejudicou a proposta daquela atividade. O uso do material manipulativo tornou a aula mais eficiente, despertando o interesse dos alunos pelo conteúdo, incentivando-os a análise e a construção dos conceitos, pois o manuseio dos objetos foi fundamental para a compreensão desses conceitos. Destacamos que as reuniões semanais do GT foram fundamentais para o (re) planejamento da proposta. Mesmo assim percebemos que durante as aplicações das atividades tivemos surpresas, as quais propiciaram questionamentos dentro do GT e também na sala de aula. Percebemos, através da exposição, que os alunos se sentiram responsáveis e capazes ao apresentar para os visitantes o trabalho desenvolvido. Acreditamos que a participação dos alunos em todo o processo e na exposição possibilitou a todos nós, integrantes do PIBID, um crescimento em nossa formação como futuros professores. De acordo com COSTA (2004) A participação autêntica se traduz para o jovem num ganho de autonomia, autoconfiança e autodeterminação, 14 II SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (II SELEM) numa fase da vida em que ele se procura e se experimenta, empenhado que está na construção da sua identidade pessoal e social e no seu projeto de vida.(COSTA, 2004, p.1). No final do trabalho, relendo alguns relatórios percebemos que havia alunos que estavam se interessando pelo conteúdo por causa da metodologia usada e pela atenção que dávamos a eles. Referências Bibliográficas COSTA, Antônio Gomes. Protagonismo Juvenil: O que é e como praticá-lo. Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Lideranças. Entrevista disponível em: http://www.lead.org.br/article/view/~394/1/186. Acesso em: 08 de setembro, 2007. IMENIS, M. L. (1996). Vivendo a Matemática: A Geometria dos Mosaicos. 9º ed. São Paulo: editora Scipione. SANTOS, M. R. (2006). Pavimentação do plano: Um estudo com professores de matemática e arte. 177 p. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática). Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, SP, Brasil. VAN DE WALLE, John A. Matemática no ensino fundamental: formação de professores e aplicação em sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2009. 15