Análise de risco para suplementos nutricionais à base de
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Análise de risco para suplementos nutricionais à base de
Relatório Técnico TEC SPEC VITAFOR 001 – 2010/A VITAFOR Relatório Técnico para Suplementos Nutricionais Análise de Risco para Suplementos Nutricionais à Base de Ácidos Graxos Ômega-3 Empreendedor do padrão VITAFOR Nutrientes Preparado por Comitê Técnico-Científico e de Assuntos da Qualidade / CQUAL 30 de Agosto de 2010 1 ANÁLISE DE RISCO PARA SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS À BASE DE ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 VITAFOR TEC SPEC Internacional 001 – 2010/A A publicação deste Relatório Técnico para Utilização Clínica e Comentário foi aprovada pelo Comitê Técnico-Centífico e de Assuntos da Qualidade. A distribuição desta TEC SPEC para comentários não deve continuar além de 12 meses a partir da data de sua publicação. Pretende-se que após esse período de 12 meses, esta TEC SPEC, conforme revisada nas ocasiões e situações extraordinárias, será revalidada para atualização técnico-científica, ocasião em que serão anexados e abordados os trabalhos científicos publicados até a data de revisão. 2 A VITAFOR Nutrientes é uma empresa independente e dedicada a oferecer produtos fundamentados em métodos científicos para avaliar e otimizar a performance humana, predizer e tratar anormalidades metabólicas, retardar e reverter o processo de envelhecimento do ser humano e estender a vida. Este Relatório Técnico é sujeito a revisão. Contate a VITAFOR para confirmar se esta versão é a mais atual. Utilizadores desta TEC SPEC podem requisitar esclarecimentos e interpretações, ou propor revisões, contatando diretamente: VIDA FORTE Nutrientes Indústria e Comércio de Produtos Naturais Ltda. Comitê Técnico-Científico e de Assuntos da Qualidade R. Terencio Costa Dias 469 - Jd Monte Hey CEP 18052-200 - Sorocaba/SP – BRASIL Fone: (015) 3321-4235 www.vitafor.com.br 3 Elaborado, preparado, compilado e validado por VITAFOR Nutrientes R. Terencio Costa Dias 469 - Jd Monte Hey CEP 18052-200 - Sorocaba/SP – BRASIL Para a aquisição de cópias ou para a obtenção de informações à respeito desta TEC SPEC, por gentileza citar a referência “ Relatório Técnico TEC SPEC VITAFOR 001-2010 ” Copyright 2008 por VITAFOR Nutrientes Todos os direitos reservados Este trabalho foi protegido por direitos autorais pela VITAFOR para preservar todos os direitos sob as leis de direitos autorais das várias nações. Não é intenção da VITAFOR limitar através deste registro de direitos autorais a utilização deste material para o propósito de condução de pesquisa, desenvolvimento, manufatura e teste de produtos pelos usuários finais destes produtos. A utilização deste material deverá sempre citar a fonte como consulta. 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Os padrões da VITAFOR prestam-se a fornecer critérios básicos para promover a proteção e a sanitização da saúde pública. Não estão incluídas nesta TEC SPEC as providências para segurança mecânica e elétrica devido ao fato de que agências e outras organizações de estabelecimento de padrões nacionais e internacionais já fornecem requisitos de segurança. A participação nas atividades de desenvolvimento de padrões pela VITAFOR de representantes de agências regulamentatórias (federais, estaduais e locais) não deverá se constituir em endosso dessas agências à VITAFOR nem a qualquer de suas TEC SPEC’s. È dada preferência para a utilização de critérios de performance mensuráveis por exame ou teste no desenvolvimento de padrões da VITAFOR quando tais critérios de performance podem razoavelmente ser utilizados em obediência a critérios de projeto, materiais e de construção. Exceto aonde estiver colocado como referência, os anexos não são considerados como sendo uma parte integral dos padrões da VITAFOR. Os anexos são fornecidos como linhas gerais para o fabricante, agência regulamentatória, utilizador final ou organização de certificação. 5 Introdução A emergente importância dos componentes bioativos presentes nos alimentos, também conhecidos como nutrientes não-essenciais, e a sua crescente utilização em suplementos nutricionais é fartamente reconhecida por institutos de pesquisa, indústrias e autoridades regulamentadoras. Enquanto que a maioria das substâncias bioativas é geralmente considerada como sendo nãotóxica, ainda não existe uma aproximação comum na avaliação de sua segurança e no estabelecimento, quando necessário, de níveis máximos de uso por seres humanos. A fim de colaborar para o preenchimento das necessidades dos órgãos científicos e regulamentatórios no que diz respeito ao estabelecimento quantitativo de segurança para tais substâncias bioativas, este relatório detalha a análise de risco para uma daquelas substâncias, no caso os ácidos graxos ômega-3. Ele descreve em detalhes a metodologia utilizada e apresenta os resultados da sua aplicação para o ingrediente bioativo citado. Por exemplo, na sua avaliação de risco para vitaminas e minerais, tanto os EUA quanto a União Européia não apresentaram valores para o Limite Superior (UL ou Upper Level) para vitaminas e minerais isentos de efeitos adversos previamente estabelecidos. Como resultado, para o caso particular da vitamina B12, a ausência de um UL foi erroneamente interpretada como uma indicação de que a análise de risco não se constitui numa aproximação útil para a identificação de valores máximos54. A metodologia do Nível Seguro Observável (OSL ou Observed Safe Level) desenvolvida pelo Council for Responsible Nutrition (CRN) dos EUA em 2004 foi introduzida para preencher esse espaço vazio55. Tal método foi recomendado apenas para aqueles ingredientes que possuem evidências substanciais relativas à segurança, porém com nenhuma evidência estabelecendo qualquer potencial de toxicidade. Recentemente, tanto a FAO quanto a WHO liberaram um relatório conjunto sobre um workshop intitulado Modelo para o Estabelecimento de Níveis Superiores de Ingestão para Nutrientes e Substâncias Relacionadas56 (FAO/WHO Technical Workshop on Nutrient Risk Assessment, Geneva, 13 January 2006). Tal relatório recomendou uma aproximação baseada na Maior Ingestão Observada (HOI ou Highest Observed Intake) para substâncias isentas de efeitos adversos reconhecidos. A aproximação HOI para avaliação de segurança é extremamente similar em conceito ao método OSL, porém a aproximação HOI não foi aplicada a qualquer substância em particular pelos participantes daquele evento. 6 Este relatório foi desenvolvido por membros do Comitê Técnico-Científico e de Assuntos da Qualidade (CQUAL) da VITAFOR Nutrientes para colaborar com a discussão da análise de risco para a ingestão de ácidos graxos ômega-3 por seres humanos. Ele tem como objetivo complementar uma publicação anterior relativa à segurança e análise de risco para vitaminas e minerais57. É importante salientar-se que este relatório apresenta as características seguintes, no que diz respeito ao seu racional: - o Nível Seguro Observável (OSL) não se trata de uma recomendação diária de ingestão, porém é um indicador de um nível de consumo por indivíduos saudáveis que não deveria ser excedido; - aspectos relativos à pureza dos ingredientes estão fora do escopo deste relatório, e o uso para propósitos médicos dos ácidos graxos ômega-3 está fora do escopo deste relatório, o qual focalizou em marcas comerciais de ômega-3 escolhidas pelos diversos grupos de investigadores que estão disponíveis no mercado para venda livre. Análise científica de risco nutriente-apropriada O termo “nutriente apropriada” utilizado para descrever análise de risco para vitaminas e minerais, bem como substâncias nutricionais não-essenciais, porém benéficas, indica que algumas metodologias de avaliação de risco não são apropriadas para uso. Alguns métodos de estimativa de risco utilizados empregam fatores de incerteza (algumas vezes denominados fatores de segurança) que, embora sejam geralmente considerados aceitáveis para a identificação de ingestão segura de aditivos alimentícios e contaminantes ambientais, são inaceitavelmente grandes para aplicação na análise de risco para vitaminas, minerais e substâncias bioativas. 7 Isto significa que a aplicação daqueles fatores acarreta na identificação de “limites de segurança” que estão abaixo da ingestão diária recomendada ou benéfica para diversos nutrientes e para determinados grupos idade/sexo. Por exemplo, a Ingestão Diária Aceitável (ADI ou Acceptable Daily Intake)58 e a Dose de Referência (RfD ou Reference Dose) utilizadas pela Environmental Protection Agency dos EUA (US EPA)59 envolvem fatores de incerteza arbitrários que calculam “limites de segurança” para o mineral nutriente zinco os quais estão abaixo da Recomendação Diária de Ingestão (RDI ou Recommended Dietary Intake) para diversos grupos. Fatores arbitrários que refletem uma preocupação excessiva para incerteza científica, a qual está sempre presente em determinados níveis, pode implicar em que a única ingestão “segura” seja tão baixa que não possui nenhum valor metabólico. Aproximação VITAFOR para segurança de suplementos nutricionais A avaliação de segurança para ingredientes alimentares e suplementos nutricionais pode ser adequadamente e corretamente determinada numa base caso-a-caso através da análise de risco “nutriente-apropriada” e não como múltiplos arbitrários da RDI para nutrientes essenciais, e também não como limites restritivos arbitrários para nutrientes não-essenciais. A aproximação VITAFOR para a análise de risco nutriente-apropriada requer que a avaliação de segurança seja dependente de ou identificada como o seguinte: 1. identificação de um dano relacionado ao excesso de ingestão, estimativa da relação dose-resposta para o dano identificado, consideração de incerteza e, finalmente, derivação de um nível de suplementação que não seja apenas seguro, porém também inclua uma margem razoável de segurança; ou 2. se não existirem dados que estabeleçam efeitos adversos em seres humanos, o nível mais alto de ingestão com evidências científicas suficientes de segurança para aquele nível de ingestão; ou 8 3. se não estiver disponível evidência científica relativa à segurança de altas ingestões para humanos, então dados com estudos em animais podem ser usados com a extrapolação adequada da análise de risco, ou 4. se não existirem suficientes dados clínicos ou animais, uma amostra sólida do histórico de ingestão segura na forma de constituintes de alimentos normalmente consumidos por humanos. Na identificação de um dano relacionado ao consumo excessivo de um nutriente, deve-se tomar cuidado na distinção entre efeitos que representam um dano genuíno e aqueles que são meramente uma impressão subjetiva. Por exemplo, o pequeno desconforto gastrointestinal que pode ocorrer quando suplementos nutricionais são ingeridos com estômago vazio não deve ser considerado equivalente a qualquer risco de efeito sério, tal como toxicidade hepática. Na avaliação de dose-resposta para uma determinada substância bioativa (no caso deste relatório, os ácidos graxos ômega-3), nota-se que os materiais testados nunca são necessariamente os mesmos de um protocolo clínico para outro e leva-se em conta a identidade e as diferenças quantitativas entre as diversas marcas comerciais empregadas nos estudos. Tais considerações são particularmente importantes na análise de risco de inúmeros suplementos nutricionais, entre eles os ácidos graxos ômega-3 (por exemplo, grau de isomerização do produto). Níveis para suplementos nutricionais que podem ser esperados como seguros podem ser identificados por duas aproximações diferentes, porém relacionadas entre si. A aproximação direta, sendo a opção preferencial, está sujeita a menor incerteza já que contém menos passos metodológicos. Avaliação de segurança baseada em dados científicos relativos a ingestão por seres humanos Opção 1: Avaliação Direta de Segurança de Ingestão de Suplementos 9 Se estiverem disponíveis dados adequados sobre ingestão suplementar de ácidos graxos ômega-3, o Nível de Ingestão Superior Tolerável (ULS ou Tolerable Upper Intake Level) a partir de suplementos nutricionais pode ser determinado diretamente daqueles dados relativos às ingestões suplementares. Se a relação dose-resposta da ingestão suplementar for identificada a partir dos dados mais sólidos e for conservativamente estimada, não há a necessidade de nenhum fator de incerteza (isto é, o UL implícito é equivalente a 1.0). A Opção 1 (o método direto) identifica o Nível de Efeito Adverso Não Observável (NOAEL ou No Observed Adverse Effect Level) e o ULS a partir de dados relativos ao uso de quantidades suplementares dos ômega-3, acima e além das quantidades fornecidas pela dieta,e portanto não requer qualquer consideração adicional da quantidade contribuída pelo consumo de alimentos tradicionais. Isto é: ULS = ingestão suplementar humana NOAEL (conservativamente selecionada para justificar um Fator de Incerteza [UF] igual a 1.0) ou Opção 2: Método Indireto ou Diferencial para Segurança Suplementar Se não estiverem disponíveis dados sobre ingestões suplementares de ácidos graxos ômega-3, pode ser utilizado um procedimento diferencial (similar ao identificado pela União Européia). O método diferencial envolve: - determinação do Nível Superior de Ingestão (UL ou Upper Intake Level) para a ingestão total a partir de todas as fontes - identificação das Ingestões Usuais a partir de Alimentos Convencionais (ICF ou Intakes from Conventional Foods) a partir de questionários de consumo apropriados e tabelas de composição de alimentos, levando-se em consideração o consumo de alimentos fortificados, e - cálculo do Nível de Ingestão Superior Tolerável (ULS) para suplementos nutricionais através da diferença. Isto é, ULS = UL – ICF. 10 Em contraste com a Opção 1, esta aproximação identifica o NOAEL e o UL para a ingestão total de ácidos graxos ômega-3 de todas as fontes, incluindo alimentos convencionais e suplementos nutricionais, requerendo assim a subtração da contribuição esperada dos alimentos convencionais, se tais quantidades não são triviais comparadas com o NOAEL, dentro do cálculo do ULS para ingestão suplementar. ou Opção 3: Nível Observado de Segurança Para alguns nutrientes, desprovidos de danos estabelecidos para altas ingestões, o potencial de toxicidade é tão baixo que não existe evidência crível de efeitos adversos em qualquer nível de ingestão que tenha sido largamente consumido ou utilizado num estudo clínico. Para tais nutrientes, o nível máximo com suficiente evidência de segurança pode ser identificado como o Nível de Segurança Observável (OSL ou Observed Safe Level), e este OSL pode ser usado como um ULS. ULS = OSL (o maior nível com evidência convincente de segurança, se não existirem efeitos adversos estabelecidos em qualquer nível) O conceito OSL foi incorporado no relatório intitulado A Model for Establishing Upper Levels of Intake for Nutrients and Related Substances pela Food and Agriculture Organization/World Health Organization e foi dado o nome de Maior Ingestão Observada (HOI ou Highest Observed Intake). Este HOI é descrito como: A maior ingestão observada (HOI) é somente derivada quando não se identificou nenhum efeito adverso à saúde. É o maior nível de ingestão observado ou administrado relatado dentro de um estudo(s) com aceitável qualidade. Portanto, os conceitos e descrições de OSL e HOI são funcionalmente equivalentes. Com a autoridade e reconhecimento incorporados ao relatório FAO/WHO, o termo HOI possui as condições para ser largamente aceito no futuro. Entretanto, neste relatório, nós continuamos a utilizar o termo OSL 11 como o termo primário a fim de fornecer continuidade de terminologia com o relatório do CRN citado anteriormente sobre segurança de vitaminas e minerais. O relatório FAO/WHO incluiu a metodologia UL com leves modificações, cuidadosamente considerando ingestão através de alimentos convencionais, e utiliza o conceito HOI quando um UL não poderia ser identificado. Para as substâncias bioativas não-vitaminas e não-minerais encontradas nos alimentos, os protocolos clínicos publicados não ajustam as quantidades da substância administrada em relação à ingestão na dieta ou à biosíntese endógena. Nestas circunstâncias, as exposições totais dos voluntários nos estudos clínicos deveriam coletivamente ter incluído as dosagens administradas, ingestão através de alimentos convencionais consistente com os intervalos normais de composição e ingestão de alimento, e um intervalo normal de exposição por biosíntese endógena para aquelas substâncias produzidas no metabolismo humano. Portanto, os OSL e HOI identificados não requerem ajustes para aquelas fontes no cálculo de um máximo aceitável para suplementos nutricionais. De acordo com isso, o Nível Superior para Suplementos (ULS ou Upper Level for Supplements) é equivalente ao OSL e HOI; ULS = OSL Histórico de uso seguro de alimento Se não estiver disponível toxicologia clínica ou pré-clínica suficiente, pode ser útil o histórico de uso seguro, desde que as seguintes condições sejam satisfeitas: - a identidade química da forma de suplementação seja a mesma que a encontrada no alimento. - o nível de ingestão, freqüência de ingestão e duração de uso seja similares àqueles que ocorreram através do consumo de alimento. - a população na qual o histórico de uso seja baseado tenha tido suficientes cuidados de saúde a fim de fornecer uma boa chance de se observar quaisquer efeitos adversos. - nenhuma amostra estabelecida de efeitos adversos tenha sido crivelmente relacionada à ingestão da substância. 12 Definições De acordo com a definição de Gunstone1, ácidos graxos ômega-3 (ácidos graxos poli-insaturados ômega-3, n-3 PUFA) compõem uma família de substâncias (ácidos polienóicos) dotados de três ou mais centros cis-não saturados separados um do outro por um grupo metileno, e com o primeiro centro não saturado sendo composto por três átomos de carbono do grupo metil terminal. Existem duas categorias distintas dentro dos ácidos graxos ômega-3 poliinsaturados2: a primeira contém C18:3 (ácido alfa-linolênico, ALA); e a segunda categoria, derivada do ALA por elongação de cadeia e desaturação, contém os ácidos graxos poli-insaturados n-3 de cadeia longa (LC n-3 PUFA). Os dois compostos mais comumente estudados desse grupo são o C20:5 (ácido eicosopentaenóico, EPA) e o C22:6 (ácido docosahexaenóico, DHA), sendo ambos encontrados naturalmente em óleo de diversos tipos de peixe e, no caso do DHA, algumas algas marinhas. Outros membros desse grupo incluem o C22:5 (ácido docosapentaenóico, DPA), também naturalmente abundante em óleos de peixe, e o 18:4(n-3) (ácido estearidônico) e16:4(n-3) (ácido hexadecatetraenóico), ambos encontrados em algumas espécies comestíveis de algas3. Para os objetivos deste trabalho, o termo “ômega-3” será daqui por diante utilizado para descrever os dois LC n-3 PUFA mais comumente estudados, nomeadamente EPA e DHA. Estes dois ácidos graxos são os LC n-3 PUFA mais abundantemente encontrados no óleo de peixes, compondo usualmente cerca de 50% do total de ácidos graxos n-3 em óleo de peixe não modificado. Acredita-se que ambos são os ácidos graxos responsáveis pelos efeitos benéficos do óleo de peixes sobre a saúde cardiovascular e, conseqüentemente, são aqueles de maior interesse comercial no que se refere à suplementos nutricionais para consumo humano. Nos anos recentes, fabricantes têm investigado processos alternativos de produção, modificação e re-estruturação dos ácidos graxos, com a finalidade de elevar a relação de ômega-3 em seus produtos, tendo assim desenvolvido diferentes processos para a produção de óleos com alto conteúdo de ômega-3. Os ácidos graxos ômega-3 são primariamente originados de óleo de peixe, porém devido à demanda extremamente elevada destas substâncias, pesquisas estão ora sendo realizadas para a averiguação de possíveis fontes alternativas, 13 tais como algas marinhas comestíveis e a produção de óleos ômega-3 utilizando espécies geneticamente modificadas de várias plantas4. Os ácidos ômega-3 são quase que totalmente absorvidos a partir da dieta, vindo a poder ser tanto oxidados como incorporados aos tecidos, além de poderem ser convertidos em eicosanóides2. Os efeitos benéficos dos ácidos ômega-3 em seres humanos incluem a melhoria do perfil lipídico sanguíneo, diminuição da pressão arterial, redução de agregação plaquetária, efeitos antiinflamatórios e imunológicos e redução de agressão corportamental, bem como também efeitos benéficos sobre outras desordens de fundo psiquiátrico. Evidências relativas à segurança Estudos humanos Numerosos trabalhos têm sido realizados para se comprovar a existência de efeitos benéficos aparentes com relação à ingestão oral de ômega-3 sobre aspectos de saúde humana, tais como perfil de lipídeos no soro5-12, controle de pressão sanguínea13-16, função plaquetária17-19 e desordens psiquiátricas20-24. Tais estudos realizados com seres humanos variaram fortemente no que diz respeito a números de voluntários estudados, duração do protocolo, idade e estado de saúde dos voluntários, bem como da quantidade administrada de ômega-3. A partir de 2001, muitos trabalhos realizados para se verificar a existência de efeitos benéficos da suplementação com ômega-3 passaram também a monitorar quaisquer efeitos colaterais adversos, em princípio através de auto-testemunho. Existem poucos estudos que focalizaram especificamente nos aspectos de segurança e análise de risco dos ômega-3, sendo que as preocupações principais no que diz respeito à sua segurança referem-se a seus efeitos sobre o controle glicêmico no diabetes, redução de agregação plaquetária/aumento no tempo de sangramento e efeitos adversos no sistema imunológico. 14 Controle glicêmico no diabetes Há bastante tempo têm sido estudados os efeitos dos ômega-3 sobre o controle glicêmico no diabetes e freqüentemente obtendo-se resultados conflitantes pelos diversos grupos de pesquisa. Um efeito colateral sobre o controle glicêmico foi relatado em um trabalho investigando o resultado da suplementação de 4 gramas/dia de ômega-3 em pacientes portadores de diabetes mellitus não-insulino dependente (NIDDM)25, bem como em um estudo administrando 7.5 gramas/dia de ômega-3 em pacientes com NIDDM26. Entretanto, nenhum efeito colateral adverso sobre o controle glicêmico em pacientes portadores de NIDDM foi verificado em quatro trabalhos com ômega3 em dosagens de 1.8 gramas/dia durante um período de 2 meses5, 2 gramas/dia durante 48 semanas8, 3 gramas/dia durante 6 meses27 e 3.84 gramas/dia durante 6 semanas28. Uma meta-análise29 de 26 estudos com doses de ômega-3 variando entre 0.89 gramas/dia e 7.7 gramas/dia concluiu que existe uma relação dose-resposta, particularmente no NIDDM, entre EPA e DHA sobre vários parâmetros mensurados, porém que não ocorriam efeitos deletérios da administração de ômega-3 sobre o controle glicêmico tanto no NIDDM quanto em voluntários portadores de diabetes mellitus insulino-dependente (IDDM). As conclusões sugeriram que a dosagem de 3 gramas/dia de ômega-3 através da suplementação é um nível seguro de ingestão para pacientes com NIDDM. Agregação plaquetária/tempo de sangramento O foco principal de pesquisa sobre os efeitos dos ômega-3 sobre a agregação plaquetária e o tempo de sangramento ocorreu em toda a década de 80 e início da década de 90. Novamente, existem resultados conflitantes entre os diferentes estudos, com alguns reportando uma redução significativamente estatística na agregação plaquetária10,17,18 ou aumento no tempo de sangramento32, porém outros não constataram a ocorrência de mudanças significativas11,30,31. Os níveis de suplementação de ômega-3 variaram bastante naqueles estudos, com efeitos sobre a agregação plaquetária tendo sido reportados com doses tão pequenas quanto 1.8 gramas/dia de ômega-3 durante 3 semanas, porém não tendo sido reportado qualquer efeito colateral deletério com a suplementação de 6 gramas/dia de ômega-3 durante 6 semanas. 15 Uma revisão dos trabalhos que investigaram os efeitos dos ômega-3 sobre as variáveis hemostáticas33 concluiu que aqueles estudos que reportaram mudanças significativas na agregação plaquetária freqüentemente apresentaram combinações conflitantes de efeitos com diferentes agonistas. A revisão também demonstrou que, em vários dos trabalhos que pesquisaram tanto agregação plaquetária quanto tempo de sangramento, mudanças na agregação in vitro não corresponderam com elevação no tempo de sangramento ou com mudanças em outras variáveis hemostáticas. O mesmo autor revisou estudos que investigaram tempos de sangramento e, novamente, encontrou resultados conflitantes, embora maioria daqueles que demonstraram a não ocorrência de mudanças ou a ocorrência não-significativa de mudanças tendiam a ser aqueles utilizando uma dosagem menor de ômega3 por menores períodos de tempo. Entretanto, notou-se que o aumento no tempo de sangramento normalmente é moderado e não existiram relatos de graves episódios de sangramento entre todos os voluntários. Embora a redução de agregação plaquetária e/ou o aumento no tempo de sangramento têm sido reportados com alguma freqüência nos estudos com ômega-3, está raramente estabelecido se o grau de mudanças, mesmo estatisticamente significativo, é suficiente para provocar a ocorrência de efeitos colaterais deletérios sobre a saúde dos voluntários. Efeitos têm sido descritos com a suplementação de ômega-3 numa faixa muito larga de dosagens e em intervalos muito variados de duração, porém é importante salientar-se que não foi observado nenhum episódio significativo de sangramento nos voluntários utilizando suplementação de ômega-3 em altas dosagens, bem como naqueles que se submeteram a grandes procedimentos cirúrgicos ou nascimento33. Um estudo investigando a possibilidade do óleo de peixe prevenir re-estenose após procedimento de angioplastia invasiva demonstrou que pacientes suplementando 6.9 gramas/dia de ômega-3 durante um período de 6 meses não apresentaram diferenças em sangramentos clinicamente significativos comparado com o grupo de contrôle34. Efeitos imunológicos Um número significativo de estudos investigaram os efeitos dos ômega-3 sobre diferentes funções celulares inflamatórias em seres humanos35-42, tendo sido levantadas preocupações de que uma redução nas funções celulares inflamatórias poderia comprometer a defesa do hospedeiro e provocar a ocorrência de efeitos imunológicos deletérios em humanos40-41. Existem 16 resultados conflitantes entre os vários estudos sobre os efeitos, se houverem, dos ômega-3 sobre inúmeras características indicativas de função celular inflamatória. Uma revisão sobre os efeitos dos ômega-3 sobre diversos fatores de resposta imunológica43 sugeriu que os resultados conflitantes podem estar relacionados com diferentes protocolos experimentais utilizados e/ou com diferentes características dos voluntários: existe uma enorme variação no que se refere a respostas imunológicas em voluntários humanos saudáveis, as quais são influenciadas por idade, sexo e estilo geral de vida. Não existem definições claras na literatura sobre um efeito dose-resposta dos ômega-3 sobre funções inflamatórias celulares, porém foram observados efeitos em estudos que trabalharam com dosagens tão baixas quanto 1 grama/dia de ômega-3. Entretanto, nos trabalhos onde foram repostados efeitos dos ômega3 sobre funções celulares inflamatórias, não ficou estabelecido se o grau dos efeitos, embora estatisticamente significativo, é suficiente para provocar efeitos colaterais deletérios sobre a saúde dos voluntários. Outros efeitos adversos Num estudo com duração de 28 dias no qual 18 mulheres receberam 4 gramas/dia de ômega-3, duas das voluntárias reclamaram de episódios ocasionais de náusea7. Num trabalho posterior com 70 voluntários, no qual o grupo de estudo foi suplementado com ômega-3 em dosagens que variaram entre 1 grama/dia e 4 gramas/dia durante 12 semanas, os únicos eventos que foram considerados pelos médicos como sendo relacionados ao tratamento foram de natureza gastrointestinal: tais efeitos afetaram 4 de um total de 18 voluntários do grupo de controle e 20 de um total de 52 voluntários no grupo de estudo21. Entretanto, tais eventos foram atribuídos à ingestão de 4 gramas/dia de uma substância oleosa, ao invés dos próprios ômega-3. Apenas um dos voluntários requereu a interrupção do tratamento, sendo que os outros efeitos foram considerados leves e auto-limitantes. Um estudo de 6 meses de duração realizado com 935 voluntários utilizando tanto placebo quanto uma dosagem de 3 gramas/dia de ômega-3 verificou que apenas 39 voluntários reportaram a ocorrência de efeitos colaterais deletérios, os quais foram de natureza gastrointestinal e com intensidade leve: 18 voluntários no grupo de estudo e 21 voluntários no grupo de placebo27. Novamente isso é provavelmente atribuível à grande ingestão de uma 17 substância oleosa. Outros eventos reportados em estudos com ômega-3 incluem um “gosto de peixe após a ingestão”. Não foram reportados efeitos adversos sérios atribuíveis ao tratamento com ômega-3 em níveis de ingestão que chegaram até a 7.5 gramas/dia. Vale notar-se que os suplementos nutricionais de ômega-3 atualmente à venda no mercado contêm uma média de 150 mg de ômega-3 por cápsula gelatinosa (para suplementos destinados a consumo por crianças) e uma média de 660 mg de ômega-3 por cápsula gelatinosa (para suplementos destinados a consumo por adultos baseados em óleos modificados), com a maioria das marcas fornecendo entre 250-450 mg de ômega-3. Apesar do fato de que o tamanho máximo de uma cápsula gelatinosa de uma marca atualmente encontrada no mercado conter 1.750 mg de substância, trata-se de um produto de difícil ingestão por uma grande proporção dos consumidores: assim, a maioria das marcas encontradas no mercado utiliza cápsulas gelatinosas contendo cerca de 1.000 mg de substância. Os suplementos destinados a consumo por crianças tendem a ser de tamanho consideravelmente menor, com menos que 500 mg de substância por cápsula gelatinosa (não considerando os suplementos de ômega-3 apresentados na forma líquida). Portanto, a fim de se atingir uma ingestão suplementar diária de 4 gramas de ômega-3, o número de cápsulas necessário para ser ingerido estaria na faixa de 6 (para as marcas fornecendo as maiores dosagens por cápsula) a 40 (para os suplementos nutricionais para uso infantil), o que acarretaria no consumo diário de até 15 gramas de uma substância oleosa. Estudos dose-resposta Existem atualmente na literatura poucos de análise de risco dose-resposta sobre os ácidos ômega-3. Um dos primeiros investigou os efeitos dose-resposta da suplementação de ômega-3 em 45 voluntários saudáveis do sexo masculino em níveis que variaram na faixa de 0 gramas/dia (grupo de controle), 1.5 gramas/dia, 3 gramas/dia e 6 gramas/dia durante 12 semanas 44. Foram coletadas amostras sanguíneas no baseline, após 12 semanas de suplementação e 12 semanas após o término da suplementação, as quais foram utilizadas para se examinar variáveis hematológicas e bioquímicas, perfil lipídico, fosfolipídeos do plasma e função inflamatória celular. Tanto no baseline 18 quanto após 12 semanas de suplementação foram realizadas medidas do tempo de sangramento e estudos de deformabilidade dos eritrócitos. Não foram observados efeitos dose-resposta na maioria dos testes e, aonde houve uma resposta (redução das concentrações de triglicérides e colesterol HDL3 e aumento das concentrações de colesterol HDL2 dependentes da dose), os resultados para 3 gramas/dia e 6 gramas/dia foram de natureza similar. Os autores concluíram que, levando em consideração possíveis efeitos adversos sobre voluntários portadores de (por exemplo) tolerância prejudicada à glucose, um nível equivalente a 3 gramas/dia de ômega-3 é uma dosagem segura para a suplementação de seres humanos. Um trabalho posterior investigou a dosagem máxima tolerada e as toxicidades dose-limitantes dos ácidos ômega-3 em 22 pacientes portadores de cachexia por cancer45. O nível de dosagem foi calculado numa base de gramas/quilograma de peso corporal, sendo que a dosagem inicial foi de 4 gramas para um paciente com 70 quilos de peso corporal. Foram realizadas avaliações físicas e medidas hematológicas e bioquímicas durante o período de estudo. As dosagens de ômega-3 foram aumentadas a cada duas semanas se nenhuma toxicidade fosse observada. A toxicidade dose-limitante verificada foi de natureza gastrointestinal: não foi registrado nenhum tipo de toxicidade hematológica. O estudo concluiu que a dosagem máxima tolerada de ômega-3 para um paciente com 70 quilos de peso corporal foi de 13.1 gramas/dia (aproximadamente 0.187 mg/quilograma de peso corporal). Os ômega-3 foram fornecidos aos pacientes na forma de cápsula gelatinosa e, no caso de um paciente com 70 kg de peso corporal, foram ingeridas 21 gramas de substância oleosa por dia a fim de fornecer 13,1 gramas diárias de ômega-3. Os eventos gastrointestinais foram, portanto, muito provavelmente o resultado da ingestão de grandes quantidades de substância oleosa ao invés do conteúdo real de ômega-3. Ácidos graxos ômega-3 modificados e re-estruturados Através da literatura disponível, existe claramente a necessidade para se caracterizar melhor a natureza exata dos ácidos graxos ômega-3. Apesar do fato de que a maioria dos primeiros estudos sobre ômega-3 ter sido realizada com óleos de peixe expressados e refinados sem modificação aparente, muitos dos trabalhos recentes foram realizados com o uso de etil-ésteres purificados 19 de EPA e DHA desenvolvidos especialmente para produzirem óleos com altas quantidades de ômega-3. Não existem evidências suficientes de que aquelas formas quimicamente modificadas de ômega-3 possam ser consideradas como tendo o mesmo perfil de efeitos dos que os óleos de peixe originais não-modificados. Entretanto, os resultados dos estudos que foram identificados como tendo usado ômega-3 na forma de etil-ésteres purificados ou concentrados6-9,12-17,19-27,31-34,37,39,42 sugerem que níveis de suplementação menores ou iguais a 3 gramas/dia não apresentam nenhuma probabilidade de causar efeitos adversos sérios ou intensos. Avaliação de risco NOAEL humano Os dados compilados a partir dos estudos indicam a existência de um efeito dose-resposta entre os ácidos graxos ômega-3 e vários parâmetros hematológicos e imunológicos. Entretanto. Os dados não indicam se os efeitos observados seriam deletérios à saúde de seres humanos. Foram reportados eventos gastrointestinais, particularmente nas maiores dosagens de ômega-3, mas os mesmos aparentam estar relacionados à ingestão de grandes quantidades de substância oleosa e não causalmente relacionados ao consumo de ômega-3. Levando-se em consideração as diferentes formas de ômega-3 utilizadas nos estudos, bem como a falta de informação sobre o grau clínico real de efeitos hematológicos e imunológicos, não é possível definir-se exatamente o Menor Nível de Efeito Adverso Observável (LOAEL ou Lowest Observed Adverse Effect Level) ou o Nível de Efeito Adverso Não-Observável (NOAEL ou No Observed Adverse Effect Level). O efeito dose-resposta dos ômega-3 aparentam ser particularmente observados em níveis de suplementação maiores ou iguais a 4 gramas/dia. Os resultados da maioria dos estudos sugerem que níveis de suplementação com ômega-3 de 20 até 3 gramas/dia são dosagens seguras de ingestão e não oferecem risco para a maioria dos seres humanos5-9,11-16,19-24,27-31,34,36,37,39,40,42,44,45. Já que as conclusões expressas pelos autores com a definição de nível seguro de ingestão de ômega-3, eles concordam com o valor de 3 gramas/dia como sendo um nível aceitável de ingestão23,27,29,44, com um estudo especificando 3 gramas/dia como sendo um nível aceitável de suplementação44. Existem dados suficientes para se identificar 3 gramas/dia como sendo o Nível Seguro Observável (OSL ou Observed Safe Level). Na sua deliberação final de junho de 199750 afirmando que um determinado tipo de óleo passou a ser reconhecido como geralmente seguro (GRAS ou Generally Recognised As Safe) para utilização como ingrediente direto para alimentação humana, a U.S. Food and Drug Administration (FDA) concluiu que 3 gramas/dia de EPA e DHA é uma dosagem segura no que diz respeito a tempo de sangramento e controle glicêmico. Essa dosagem não foi alterada na proposta de emenda para a diretriz no ano de 200251 nem na tentativa de regulamentação final no ano de 200452. Conclusões Recomendações típicas para ingestão de ômega-3 através da dieta situam-se entre 0.3 e 0.5 gramas/dia53, porém geralmente o nível de ômega-3 consumido na dieta de países ocidentais é muito pequeno, tendo a ingestão média sido estimada em menos de 0.3 gramas/dia nos países da Comunidade Européia2. Os voluntários dos estudos variaram no que diz respeito à dieta consumida durante o período de suplementação com ômega-3, alguns deles sendo aconselhados a evitarem o consumo de produtos à base de peixe, enquanto que outros foram aconselhados a manterem seus hábitos normais de alimentação. Assim sendo, em alguns estudos os níveis de ômega-3 declarados foram em adição àqueles obtidos a partir da dieta na qual o voluntário estava acostumado. Com um nível tão baixo de ingestão a partir de fontes alimentares normais, nenhuma correção torna-se necessária para os ômega-3 na cadeia alimentar: portanto, o OSL de 3 gramas/dia é identificado como sendo o Limite Superior de Ingestão Tolerável para Suplementos (ULS ou Tolerable Upper Intake Level from Supplements). 21 Estudos animais Os dados obtidos a partir de estudos animais não foram revisados, já que os dados obtidos a partir de estudos com seres humanos são considerados como suficientes para apoiarem a identificação correta de um OSL. Portanto, esta análise de risco representa uma aproximação direta para um USL. NOAEL e LOAEL: Sem base toxicológica OSL: 3 gramas de ômega-3 ULS: 3 gramas/dia 22 Referências 1. F. D. Gunstone and B. G. Herslof, Lipid Glossary 2, (The Oily Press, Bridgewater, UK) (2000) 2. European Food Safety Authority, opinion of the Scientific Panel on Dietetic Products, Nutrition and Allergies on a request from the Commission related to nutrition claims concerning omega-3 fatty acids, monounsaturated fat, polyunsaturated fat and unsaturated fat (Request No. EFSA-Q-2004-107, adopted on 6 July 2005)”, The EFSA Journal 253:1-29 (2005) 3. K. Ishihara, M. Murata, M. Kaneniwa, H. Saito, W. Komatsu and K. Shinohara, “Purification of stearidonic acid (18:4(n-3)) and hexadecatetraenoic acid (16:4(n-3)) from algal fatty acid with lipase and medium pressure liquid chromatography”, Biosci Biotechnol Biochem 64:2454-2457 (2000) 4. B. Qi, T. Fraser, S. Mugford, G. Dobson, O. Sayanova, J. Butler, J. A. Napier, A. 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