O Uso da TV Digital na Educação a Distância
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O Uso da TV Digital na Educação a Distância
O Uso da TV Digital na Educação a Distância Alexandre Alves de Oliveira Universidade Federal de Pernambuco [email protected] Resumo 2. TV Digital O presente trabalho de pesquisa apresenta uma investigação sobre t-learning, relatando as potencialidades do uso da Televisão Digital (TVD), principalmente os aspectos da interatividade e multiprogramação, no desenvolvimento de serviços educacionais, além de analisar o impacto que esta recente, e até então, desconhecida tecnologia gerará nas atividades da Educação a Distância (EAD). 1. Introdução Com a evolução do tempo, o número de tecnologias presentes no cotidiano das pessoas vem aumentando constantemente. Computador pessoal, telefone celular, notebook, pendrive, MP3, IPOD, smartphone são dispositivos que se popularizam na medida em que o consumo se torna cada vez maior. Entretanto, de que forma essas novas tecnologias interferem na educação dessas pessoas? Qual será o impacto dessa nova era, a ser consolidada pela introdução da Televisão Digital (TVD) no Brasil, nas práticas educacionais? Com a finalidade de promover a cultura digital, a TVD visa trazer benefícios, pela sofisticação de sua interatividade, para as atividades de Educação a Distância (EAD). O t-learning, como foi batizado, possui três atributos, favoráveis para o processo de ensinoaprendizagem, resultantes desta união: personalização, digitalização e interatividade. Com isto, este trabalho de pesquisa tem o propósito de investigar as potencialidades do uso da TV Digital no desenvolvimento de serviços educacionais. Para atendimento ao objetivo pretendido, este trabalho de pesquisa apresentará uma fundamentação teórica sobre Televisão Digital e Educação a Distância; uma explanação sobre o uso da tecnologia na educação; e as conclusões finais sobre a investigação abordada. De acordo com a estrutura supracitada, este trabalho de pesquisa fornecerá subsídios que explane sobre o impacto de uma tecnologia recente, e ainda desconhecido para a maioria da população brasileira, nas práticas educacionais. 2.1. Conceitos e Aspectos Motivadores Sempre vista como um dispositivo de comunicação simplex, a televisão tradicional disponibiliza somente um conjunto de informações pré-definidas aos seus telespectadores [24]. A fusão da televisão tradicional com as tecnologias de computação põe fim neste consumo televisivo ingênuo e unidirecional, e faz surgir a nova televisão, a TV Digital. Neste contexto, a Televisão Digital (TVD) corresponde a um conjunto de novos serviços e aplicações interativas, que são disponibilizadas através de um televisor e de um decodificador, denominado Set-top Box (STB) [23]. A digitalização dos sistemas de televisão, que já vinha ocorrendo em algumas áreas nos últimos anos, como a captura de imagem e som, edição e armazenamento, caminham para a digitalização da transmissão do sinal até o telespectador [2]. A digitalização da transmissão traz diversos benefícios ao telespectador, permitindo-o usufruir de uma imagem e som de alta definição, multiprogramação, interatividade e mobilidade. Estes recursos proporcionam o acesso a uma maior diversidade de informações, com uma interface mais rica e complexa. As transmissões de televisão digital no padrão de resolução HDTV (High Definition TeleVision), padrão que permite a formação da imagem com uma resolução de 1920x1080, proporciona um grande aumento na qualidade da imagem vista pelo telespectador. Este diferencial é percebido também na fidelidade do som. Enquanto que na transmissão analógica, são transmitidos apenas 2 (dois) canais de som, proporcionando um som estéreo, na transmissão digital é possível a transmissão de vários canais de áudio, permitindo a seleção do idioma da dublagem, além da disponibilização de canais de áudio adicionais para efeitos surround (5 ou mais caixas acústicas no ambiente). Viabilizada principalmente pela compressão de áudio e vídeo, através do padrão MPEG, desenvolvido pela Moving Pictures Expert Group, a transmissão de vários canais digitais, é feita na mesma largura de banda, onde é transmitido um único canal analógico, proporcionando a multiprogramação. Cabe ressaltar, que canal e programação são conceitos distintos, já que na televisão tradicional (analógica) estes conceitos se confundem. Canal é o meio através do qual as programações são transmitidas, e a programação é composta por um conjunto de programas, incluindo os intervalos comerciais [1]. Diferente dos programas de televisão tradicional, onde os mesmos são compostos apenas de imagens e sons, os programas de televisão digital possuem em sua composição um outro elemento adicional, os dados. Este elemento pode ser representado através de textos, gráficos, ícones, programas executáveis ou quaisquer outros tipos de informações. A capacidade de transmissão desses dados (datacasting) possibilita a agregação de elementos de interação aos programas de televisão tornando-os “interativos”. Na televisão tradicional, os únicos tipos de interação possíveis são: ligar e desligar a televisão, mudar de canal e aumentar ou diminuir o volume. Com a Televisão Digital Interativa (TVDI), o telespectador pode interagir com o programa (aplicação), interferindo diretamente na programação que está recebendo. Esta interatividade pode ocorrer em diferentes níveis, como: Local (Sem canal de retorno); One-way (Com canal de retorno simplex); Plena (Com canal de retorno fullduplex). A estratégia a ser alcançada é que a rede de difusão de vídeo digital se torne uma das inúmeras redes que formam a imensa inter-rede que é a Internet e consequentemente a TVDI venha a associar imenso apelo e penetração com capacidade de interação instantânea com milhões de telespectadores e com uma vasta cadeia de produtores de conteúdo [8]. Um dos principais aspectos motivadores para o processo de substituição das plataformas analógicas, por plataformas e tecnologias digitais interoperáveis da televisão é a mobilidade. A Televisão Digital Móvel maximiza a tendência mundial do movimento de convergência digital, integrando redes (TVD, celular, WLAN, etc.), dispositivos (celular, handheld, TV, smartphone, etc.) e serviços (ESG – Electronic Services Guide). 2.2. Padrões de TV Digital Um sistema de televisão digital interativa deve adotar e integrar um conjunto de diferentes tecnologias de hardware e software para implementar suas funcionalidades [8]. Diante disso, diversos órgãos de padronização, vêm concentrando esforços, no intuito de especificar padrões mundiais de sistemas de TVDI. Atualmente, existem três padrões reconhecidos: o europeu, Digital Video Broadcasting (DVB) [7]; o americano, Advanced Television System Committee (ATSC) [3]; e o japonês, Integrated Services Digital Broadcast (ISDB) [17]. Baseando-se nos padrões supracitados, e levando em consideração requisitos básicos como: robustez, flexibilidade, interatividade e inclusão digital, e baixa complexidade para o usuário, o Brasil vem desenvolvendo um novo modelo de referência de televisão digital, aberta e gratuita, com tecnologia superior à atual e que atenderá às necessidades da sociedade brasileira, o SBTVD (Sistema Brasileiro de Televisão Digital) [20]. O modelo é um sistema de televisão digital, com trabalhos para sua definição iniciado em 2003. Recentemente foi batizado de ISDTV (International System Digital Television), por incorporar algumas tecnologias do sistema pré-existente japonês ISDB e algumas tecnologias desenvolvidas nas pesquisas das instituições brasileiras [29]. 2.3 Aplicações e Serviços A interatividade é um recurso essencial para uma TV digital de qualidade, e o controle desta, dar-se-á, através do usufruto de suas aplicações e serviços. Dentre as aplicações e serviços mais utilizados atualmente se destacam [9]: • EPG (Electronic Program Guide): Um guia com a programação dos diversos canais disponíveis, com informações detalhadas de cada programa. Com a disponibilidade de centenas de canais e programas sendo transmitidos, o único método de busca viável é através de um search engine, na qual podem ser informadas palavras chaves que retornam uma lista de programas que combinam com o critério de busca [2] [21]. Não necessita de canal de interatividade, uma vez que a atualização é feita por broadcast. • T-Commerce: Modalidade de comércio eletrônico, onde o telespectador tem a possibilidade de efetuar compras de produtos relacionados ou não ao programas visto [2]. • VOD (Video on Demand): Serviço que permite que o telespectador possa escolher qual e quando deseja assistir determinado programa, fazendo com que a TV se transforme em uma locadora doméstica [21]. Aplicações típicas de VOD em países europeus permitem que se procure o filme pelo nome ou gênero no qual faz parte, permitindo um pequeno preview do filme e posteriormente, se desejado a seleção do filme que inicia a transmissão exclusiva do programa ao telespectador [2]. • Notícias Interativas: Durante a transmissão do programa de notícias, manchetes em texto podem correr horizontalmente na parte inferior da tela, • possibilitando ao telespectador selecionar a de sua preferência buscando maiores informações, que são mostradas na tela, enquanto que o programa de notícias continua sendo visto, em uma janela que não ocupa a tela inteira [2]. Programação Educacional Interativa: Através da televisão digital, vários programas podem ser desenvolvidos para auxiliar o ensino de crianças e adultos. Tendo a característica de ser de baixo custo e de fácil utilização, pode ser disponibilizada em larga escala nas escolas e residências, permitindo acesso a informação educacional maior que a Internet [25]. Aulas podem ser ministradas à distância, com o aluno em sua casa ou na escola, sendo as aulas ao vivo ou com conteúdo gravado, com horário predeterminado para transmissão ou com o uso de VOD [2]. 3. Educação a Distância (EAD) 3.1. Conceitos A Educação a Distância (EAD) é uma modalidade de ensino/aprendizagem onde se encontra diversas denominações e conceptualizações relacionadas. Frequentemente associa-se, de forma equivocada, Educação a Distância e Ensino a Distância como processos unívocos. Entretanto, Ensino representa compartilhamento da informação, aprendizagem, instrução, etc., enquanto que Educação, segundo [14], é a estratégia básica de formação humana, aprender a aprender, saber pensar, criar, inovar, construir conhecimento, participar, etc. Para [16], a EAD é o processo de ensinoaprendizagem, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CDROM, o telefone, o fax, entre outras tecnologias semelhantes. Já para [10], a EAD distingue-se da modalidade de ensino presencial por ser um sistema tecnológico de comunicação bidirecional que pode ser massivo e que substitui a interação pessoal na sala de aula entre professor e aluno como meio preferencial de ensino pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e o apoio de uma organização e tutoria que propiciam uma aprendizagem independente e flexível. A EAD surgiu da necessidade do desenvolvimento profissional e cultural de milhões de pesssoas. Motivadas por situações como: residência em locais distantes dos núcleos de ensino; reprovação nos cursos regulares; inserção no mercado de trabalho; facilidade para planejar seus programas de estudo e avaliar o progresso realizado; e até mesmo preferência em estudar sozinho, do que em classes numerosas, estas pessoas não podiam frequentar um estabelecimento de ensino presencial, e evoluiu com as tecnologias disponíveis em cada momento histórico, as quais influenciam o ambiente educativo e a sociedade. 3.2. Histórico Também chamada de Teleducação, em sua forma embrionária e empírica, a EAD já existia desde o século XIX, onde era desenvolvida para a qualificação e especialização de mão-de-obra. Porém, é a partir das últimas décadas, num momento de expansão econômica e de entusiasmo dos governos em relação à educação, e devido aos graves problemas enfrentados pelo sistema tradicional de educação, ao processo de democratização da sociedade e ao desenvolvimento das técnicas de comunicação, que a EAD passou a fazer parte das atenções pedagógicas [15] [18] [29]. Embora mantendo os materiais impressos como base, a EAD passou a incorporar de forma articulada e integrada, os recursos radiofônicos e televisivos, além do computador. Mais recentemente, foi incorporada a tecnologia de multimeios, que combina textos, sons, imagens, assim como mecanismos de geração de caminhos alternativos de aprendizagem (hipertextos, diferentes linguagens) e instrumentos para fixação de aprendizagem com feedback imediato. No contexto do uso de multimeios, cabe ressaltar que o uso da TV Digital Interativa, permite uma possibilidade de mudança no cenário da aprendizagem eletrônica, da informação e da tecnologia. 3.3. A Modalidade Aplicada em diversas concepções e metodologias de educação, a EAD têm como essência a relação educativa entre o estudante e o professor, que não é direta, mas mediada e mediata [18]. Seus referenciais são fundamentados nos quatro pilares da educação do século XXI [27]: Aprender a Conhecer; Aprender a Fazer; Aprender a Viver Juntos; Aprender a Ser. A EAD pode ser dividida em duas categorias, baseadas na forma de entrega das informações, síncrona ou assíncrona [12]. O ensino de forma síncrona implica que o estudante e o professor interagem um com o outro em tempo real, enquanto que o ensino assíncrono se baseia em uma comunicação atrasada. Métodos de Ensino a Distância que utilizam somente material impresso (método clássico) são sempre assíncronos. Métodos de ensino que utilizam tecnologias de áudio, vídeo ou computacionais podem ser síncronos ou assíncronos. A EAD possui as seguintes características [18]: Abertura: Uma diversidade e amplitude de oferta de cursos, com a eliminação do maior número de barreira e requisitos de acesso, atendendo a uma população numerosa e dispersa, com níveis e estilos de aprendizagem diferenciados, para atender à complexidade da sociedade moderna; • Flexibilidade: De espaço, de assistência e tempo, de ritmos de aprendizagem, com distintos itinerários formativos que permitam diferentes entradas e saídas e a combinação trabalho/estudo/família, favorecendo, assim, a permanência em seu entorno familiar e laboral; • Adaptação: Atendendo às características psicopedagógicas de alunos que são adultos; • Eficácia: O estudante, estimulado a se tornar sujeito de sua aprendizagem, a aplicar o que está apreendendo e a se auto-avaliar, recebe um suporte pedagógico, administrativo, cognitivo e afetivo, através da integração dos meios e uma comunicação bidirecional; • Formação Permanente: Há uma grande demanda, no campo profissional e pessoal, para dar continuidade à formação recebida “formalmente” e adquirir novas atitudes, valores, interesses, etc. • Economia: Evita o deslocamento, o abandono do local de trabalho, a formação de pequenas turmas e permite uma economia de escala. Desta forma, a modalidade de EAD é uma alternativa pedagógica de grande alcance, que contem um conjunto de métodos, técnicas e recursos, a disposição de um público-alvo dotado de um mínimo de maturidade e de motivação suficiente, para que, em regime de autoaprendizagem, possam adquirir conhecimentos ou qualificações a qualquer nível. Este processo de autoaprendizagem estabelece que os estudantes não tenham a contínua supervisão de professores presentes em salas de aula, entretanto se beneficiem de um planejamento, guia, acompanhamento e avaliação de uma organização educacional. Todavia, o desenvolvimento profissional e cultural destes indivíduos somente será atingido, se este “novo educador” tiver as habilidades e as competências necessárias para gerir uma atividade orientadora, capaz de estimular, motivar e ajudar o estudante, além de estimulálo à responsabilidade e à autonomia; um comportamento facilitador do êxito e não meramente controlador e sancionador da aprendizagem alcançada, e a utilização eficaz de todos os meios para a informação e o ensino [22]. Cabe ressaltar que esta orientação tem a tarefa adicional de vencer a distância física entre educador e estudante, entre diferentes participantes, entre participantes e seus sistemas, entre o participante e seu contexto, etc [29]. • Com isto, as organizações educacionais direcionadas para a EAD, necessitam atentar e atender a todos os componentes do sistema, que são [18]: O aluno; Os Professores Especialistas; Os tutores; O Material Didático; O Centro de Educação a Distância. 4. T-Learing Tendo como motivação, a utilização de uma nova ferramenta (plataforma) de comunicação para inclusão social e digital, e a oportunidade para estimular a capacitação brasileira para desenvolvimento de soluções tecnológicas adequadas às necessidades nacionais [5], o Brasil encontra-se em fase de introdução da Televisão Digital. Não é difícil reconhecer que, ao adotar a TV Digital como um padrão, o Brasil dará um passo a frente no cenário tecnológico. Entretanto, tão importante quanto, será o avanço que alguns setores irão apresentar, em especial: a Educação a Distância (EAD). A introdução da TV Digital no Brasil abrirá novas oportunidades para a EAD, devido principalmente, à sofisticação de sua interatividade, sua alta definição de imagem e som, o aumento do número de canais em um mesmo espectro de transmissão, além de outras funcionalidades hoje disponíveis apenas para quem usa a Internet. Com a finalidade de promover a cultura digital [5], a TV Digital e Interativa (TVDI) apresentará aos estudantes e professores, novos componentes de interatividade, estabelecendo novos relacionamentos e novas formas de comunicação, e permitindo a construção do conhecimento. Além do aspecto inovador, a EAD através da TV Digital, batizada de t-learning [6], mostra-se como um programa de educação a distância que oferece uma razão custo/benefício favorável, já que de acordo com o IBGE [11], atualmente mais de 90% das residências brasileiras contam com ao menos um televisor. A tendência é que a TVDI seja de fácil uso, vindo a suprir uma necessidade social importante que é oferecer serviços de ensino para pessoas que não possam comprar um computador, que não tenham acesso à Internet ou que não possuam conhecimento para usar estas tecnologias. Outra peculiaridade interessante é o fato de que cursos de ensino pela Internet, e-learning, possuem textos e gráficos como eixo principal e, no caso de t-learning, o material didático deverá ser naturalmente baseado em áudio e vídeo, explorando assim as capacidades multimídia da TVDI [13]. Com a atratividade da TVD, a televisão, que até então tem significado um problema para a educação, se tornará parte de várias soluções. O elemento propulsor para esta atratividade, encontra-se no aspecto da interatividade, onde a TV Digital pode mudar radicalmente a importância da televisão no processo educacional. Trazer, em uma mesma tela, informações adicionais que complementam o conteúdo principal será uma das principais ferramentas. As pessoas têm estilos diferentes de aprender, e essa metodologia vai permitir maior personalização da aprendizagem. Em t-learning, o desenvolvimento de serviços educacionais pode ser direcionado para as seguintes opções, entre outras [2] [4] [12]: • Educação Informal ou Programas Educativos: Oferecimento de programas educativos, através de redes de TVDI públicas, a uma grande quantidade de usuários que teriam oportunidade de interagir requisitando informações adicionais através de ícones interativos. Além desta possibilidade, existe ainda a oportunidade de interagir em atividades respondendo perguntas de múltiplas escolhas. • Serviços de Apoio ao Estudante em Casa: Através de um receptor de TVDI ou de um canal local, o aluno acessaria em casa, materiais extra classe, permitindo maior fixação dos tópicos aprendidos. Poderia ainda prover formas de comunicação assíncrona como correio eletrônico ou fórum de discussão, e formas síncronas, como salas de bate papo, nas quais o aluno poderia trocar experiências ou informações com outros alunos. • Conhecimentos Específicos Através de Serviços Interativos em Canais Independentes: Redes comerciais podem oferecer serviços interativos em canais independentes de acordo com currículos de ensino nacionais ou recursos específicos como enciclopédias on-line. As redes podem cooperar com editores tradicionais para oferecer estes tipos de serviços, que podem ser disponibilizados através de pagamentos fixos do tipo “você paga o que usa”. Mensalidades fixas são normalmente preferidas por consumidores que possuem crianças com o interesse de usar este tipo de serviço, serviços similares são encontrados na Internet. • Serviço de Apoio ao Professor em Sala de Aula: Através de um receptor de TVDI, o professor acessaria em sala de aula, conteúdos multimídia com informações adicionais e interatividade local, como perguntas e respostas. • Serviços de “Aprendizado em Video On Demand”: Com o uso de VOD, o aluno selecionaria quando deseja assistir às aulas, além de repassar quantas vezes for necessário algum conteúdo de difícil absorção. • Serviços de Interação Pais-Escola: Forneceria serviços para os pais acessarem informações e se comunicarem com a escola, como acesso a bases de dados escolares, como notas e freqüência, comunicações assíncronas como correio eletrônico e fórum de discussões possivelmente integradas por pais e professores e ainda comunicações síncronas como salas de bate papo para busca de informações imediatas com pessoas disponíveis nas escolas. No Brasil, alguns projetos já estão sendo desenvolvidos na área do t-learning. Entre eles, destaca-se o Programa Prioritário em TV Digital do SUBGRUPO 2: Pertencente ao Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento da Amazônia (CAPDA), o subgrupo de trabalho 2 possui um programa que visa desenvolver e testar aplicativos de TVDI para auxiliar na formação de professores da rede estadual de ensino através de um programa chamado Pró-Formar. A UEA (Universidade Estadual do Amazonas) possui um canal de TVD via satélite e vem distribuindo conteúdo para auxiliar no aperfeiçoamento do pessoal de ensino do Estado do Amazonas [25]; O Amazonas Interativo: Este projeto tem o objetivo de desenvolver competências e habilidades da SEDUC (Secretaria de Educação do Estado do Amazonas) no que tange à produção dos roteiros pedagógicos para TV Digital Interativa, dentro do conceito de narrativas não lineares, prevendo a produção de quatro frameworks referentes a quatro serviços educacionais (Alfabetização Digital, Educação a Distância, Comunicação Cidadã, Gestão Escolar) [28]; O SAPSA (Serviço de Apoio a Distância ao Professor em Sala de Aula): Este projeto vem sendo desenvolvido pelo CPqD e pela Faculdade de Educação da Unicamp, e tem o objetivo de estabelecer um serviço de apoio à distância aos professores em salas de aula em 03 escolas da região de Barão Geraldo em Campinas-SP, utilizando a TVDI como ferramenta de busca e desenvolvimento de conteúdo multimídia interativo nas práticas pedagógicas [1]; O SBTVD (Sistema Brasileiro de Televisão Digital): Este projeto visa, entre outros itens, desenvolver aplicativos de TVDI para auxiliar professores e alunos de cursos a distância por meio da TV Digital. Tais aplicativos foram divididos em dois grupos principais: o primeiro contém um aplicativo para realizar exibição de material de apoio educacional na tela da TV. O segundo grupo apresenta uma variedade de tipos de questões que podem ser aplicadas aos alunos após a exposição da aula pelo vídeo. Deste modo o aluno poderá aprofundar-se em aspectos não analisados plenamente durante a aula e analisar o conhecimento adquirido durante a aula, por meio dos tipos de questões disponíveis: múltipla escolha, associativa, preenchimento de lacunas e verdadeiro ou falso [19] [20]. 5. Conclusão A TV Digital transfere o olhar do telespectador, que deixará de ser um receptor passivo e terá a possibilidade de interagir com os programas que está assistindo. Por este motivo é que a TV digital é vista como um novo meio didático, onde sua introdução surge como uma possibilidade de mudança do cenário da aprendizagem, da informação e da tecnologia. Neste trabalho de pesquisa, foi apresentado o desenvolvimento de serviços educacionais em t-learning, demonstrando as potencialidades da TV Digital nas práticas educacionais. A atratividade da TV Digital aliada às características de personalização da Educação a Distância, mudará radicalmente a importância desta tecnologia no processo educacional. No cenário da interatividade, destaca-se a possibilidade da criação de novas formas de interação entre o professor e os alunos, por meio de aplicativos que podem fornecer conteúdo adicional ao que foram transmitidos pelo vídeo. Além disto, a TV Digital oferece a possibilidade de transmissão de uma série de canais que podem ser focados para atrair públicos específicos. Entretanto, ainda não é tempo para se deslumbrar com o uso imediato dessa nova tecnologia em educação. Pouco adianta os recursos tecnológicos se o modelo educacional é antigo e não se tem modelos de programas e processos inovadores e mais adequados para serem utilizados com esse recurso. Diante disso, faz-se necessário a formação de um “novo educador”, o educomunicador, que possa gerir uma atividade orientadora, que garanta o interesse, o entretenimento e a qualidade da formação educacional desse novo tele-usuário, não mais apenas telespectador. 6. Referências [1] Amaral, Sérgio Ferreira do.; Baratti, Luciana Ozello.; Bataca, Daniel Moutinho et al. Serviço de Apoio a Distância ao Professor em Sala de Aula pela TV Digital Interativa. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v.1, n.2, p. 53-70, jan./jun., 2004 [2] Andreata, Jomar Alberto. InteraTV: Um Portal para Aplicações Colaborativas em TV Digital Interativa Utilizando a Plataforma MHP. Florianópolis, SC, 96p. Dissertação (mestrado em Engenharia Elétrica). 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