Mosaicos #2 Um Novo e superior Testamento Hb

Transcrição

Mosaicos #2 Um Novo e superior Testamento Hb
 1 Mosaicos #2
Um Novo e superior Testamento
Hb 1:1-3
Introdução:
Se desejamos compreender o hoje, muitas vezes precisaremos percorrer o passado. Neste sentido a Carta aos Hebreus é uma releitura da lei, para explicar o sentido e a magnitude da graça de Deus. A pergunta de fundo é: Por que existem dois testamentos? É interessante como associamos novo e velho testamentos ao livro a que chamamos “Bíblia”. Comentamos semana passada que Antigo e Novo testamentos são assim chamados porque falam dos dois acordos de Deus com a humanidade. Ouça com atenção esse conceito, porque ele será fundamental para entender o que estamos explicando: Discussão:
A carta aos hebreus é o elo de ligação. É um valiosíssimo tratado teológico para compreendermos bem a relação entre o Novo Testamento e Velho Testamento. Um exercício de compreensão da interpretação da Bíblia. O autor carta, que é desconhecido, faz exatamente o que Jesus, como rabino, nos ensinou a fazer: Ler as Escrituras para nossos dias. Por isso essa epístola é uma espécie de “Ouvistes o que foi dito aos antigos...eu porém vos digo”. A carta aos hebreus nos fornece uma interpelação alegórica, tipológica das Escrituras do AT. Seu autor explica que a lei é apenas uma sombra -­‐ Hebreus 10:1 Paulo escrevendo aos Colossenses2:16 também faz essa referencia à lei como sendo uma sombra. Isso reforça, que os teólogos do Novo 2 Testamento fizeram uma releitura Cristológica, isto é, uma leitura do Antigo Testamento, a partir de Cristo. Esse é o convite que Deus nos faz ao ler as Escrituras. Precisamos ler a Bíblia para compreender os dias nos quais vivemos Nesta série de mensagens vamos compreender os elementos judaicos que a epístola reinterpreta: 1. A figura dos Mediadores da lei. 2. A figura dos Sacerdotes e do sacerdócio. 3. A figura dos sacrifícios e salvação. Esses são os elementos que ele coloca em xeque. I - Qual a importância da mediação? Por que ela
existe?
1. Mediação é um conceito antigo do judaísmo. Deus escolhia uma pessoa e a ungia para que fosse representante entre Ele e o povo. Foi assim que: o Deus escolheu Moisés. o Deus escolheu Josué o Deus escolheu os sacerdotes o Deus escolheu os profetas Todas essas e ainda outras figuras, eram mediadoras entre Deus e os homens: o Moisés foi o mediador que trouxe a lei o Josué foi o mediador que conquistou a terra de Canaã. o Os sacerdotes eram os mediadores que levavam os pecados do povo a Deus. o Os profetas eram os mediadores que falavam as palavras de Deus ao povo 3 II - A Grande novidade que o cristianismo traz em
relação ao judaísmo, é a mediação: Só o próprio
Deus poderia ser o mediador entre Ele e os homens
O Antigo Testamento é caracterizado pela figura dos mediadores: Sacerdotes, profetas, reis, etc. Todavia, o autor inaugura um tema inédito na teologia primitiva: A mediação de Cristo. Vamos a seguir explicar o sentido disso. Nesta porção da epístola o seu autor compara Jesus aos mediadores do Antigo Testamento e oferece uma explicação clara sobre as razões. Preste bastante atenção porque isso explica o fundamento do cristianismo. 1. Jesus é o único mediador porque ninguém no Céu ou na terra, além de Jesus, poderia ocupar esse lugar. O raciocínio fundamenta-­‐se em um argumento bastante simples e lógico: Que outra pessoa, exceto o próprio Deus encarnado, poderia unir duas realidades tão diferentes quanto a realidade divina e a humana? O ser humano não poderia dar conta de quem Deus é. Todas as mediações humanas apenas adensaram a realidade desse abismo. Assim, era necessário que a iniciativa viesse do Céu. 1.1 Paulo nos ensina isso em 1a Tm 2:5-­‐6 5 Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, 6 o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo. a. Veja o raciocínio de Paulo: a.1 -­‐ “Há um só Deus”: Essa parte do versículo fala da Unidade de Deus 4 a.2 – “e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus.” Jesus é Deus feito homem. Esse conceito paradoxal fala da unidade entre essas duas naturezas: Divina / Humana. Desta forma Paulo vem a confirmar o que este autor tenciona explicar aos hebreus: Ninguém, exceto o próprio Deus teria condições de mediar essa relação. Eis uma das principais razões de Deus ter se tornado homem. Por essa razão, não se pode referendar biblicamente, qualquer outra mediação humana. Nenhum ser humano, exceto o próprio Deus humanado, poderia ocupar essa posição. 1.2 -­‐ O raciocínio que acabamos de esboçar explica as palavras do autor, em Hb 1:1-­‐3. 1 Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-­‐nos nestes últimos dias pelo Filho, 2 A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. 3 O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-­‐se à destra da majestade nas alturas; a. Nesse texto o autor explica duas coisas importantes a.1 Hoje Deus fala por intermédio de seu filho – o único mediador. Especialmente explica que esse mediador é igual ao próprio Deus. Colossenses 1:15-­‐17 confirma que Ele é a imagem do Deus invisível a.2 Em segundo lugar o texto nos explica que O Filho fez a purificação dos pecados da humanidade e voltou ao seu lugar de soberania. 2. Jesus é o único mediador porque só o próprio Deus poderia quebrar o muro de separação entre Ele e o homem. 2.1 Voltemos um pouco à lógica da mediação: 5 a. O homem está separado de Deus por causa de seu pecado. Isso está muito bem ilustrado na retirada do ser humano, do paraíso. Com esse relato o gênesis está explicando condição do homem, separado de Deus. Esta separação causa grande angústia em cada um de nós, segundo o filósofo Kierkgaard. b. Para diminuir essa separação e guiar o povo, no Antigo Testamento, Deus sempre levantou mediadores. Moisés foi um dos grandes mediadores do AT. Através dele veio a lei e o próprio judaísmo: Todo o sistema sacrifical, as festas, os rituais, os dez mandamentos, o tabernáculo...tudo veio mediado por esse grande homem de Des, chamado Moises Todavia, ele também sentia a pressão e a angústia da separação de Deus. c. Mas todos os mediadores humanos também estavam sob o efeito e a pressão da angústia da separação. Só o próprio Deus encarnado seria capaz de quebrar o muro. Assim, o Filho Eterno encarnou e veio quebrar a separação. Seguindo esse raciocínio o autor da epístola enfatiza a superioridade de Jesus (o filho do dono da casa) em relação a Moisés (servo da casa), em Hb 3:4-­‐6 4 Porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus. 5 E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; 6 Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim. A condição do mediador Jesus é superior à condição de todos os outros mediadores, segundo Hebreus 8:6 6 Agora, porém, o ministério que Jesus recebeu é superior ao deles, assim como também a aliança da qual ele é mediador é superior à antiga, sendo baseada em promessas superiores. 6 f. Assim, o Novo Testamento é superior porque está fundamentado em um melhor mediador e em promessas superiores -­‐ Hebreus 9:15. Nessa nova aliança, o ser humano recebe garantia da vida eterna, porque Jesus morreu por nossos pecados e cancelou a condenação do pecado, de acordo com Romanos 8:1-­‐4 3. Jesus é o único mediador do Novo Testamento porque n’Ele a velha aliança (velho Testamento, velho pacto) foi abolida e vivemos agora a ênfase do Novo Testamento, nova aliança e novo pacto. Col 2:13-­‐15 Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-­‐ a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz. III – A segunda das grandes diferenças entre o
Judaísmo do Antigo Testamento e o cristianismo
no Novo testamento é a quebra da separação entre
nós e Deus:
Moisés revelou Jeová: Um Deus que é senhor. Moisés foi mediador da lei, que revelava um Deus santo e justo. Mas na nova aliança Jesus revelou um Deus, que é o Pai. João 20:17 Jesus disse: "Não me segure, pois ainda não voltei para o Pai. Vá, porém, a meus irmãos e diga-­‐lhes: Estou voltando para meu Pai e Pai de vocês, para meu Deus e Deus de vocês". Insistentemente ensina a chamar Deus de Pai. Essa é uma grande lição que nos dá, quando em Mt.6:9 nos ensina a orar, não ao Deus dos deuses, mas ao Pai nosso. Pai de todos, que está nos Céus. Por isso o Novo testamento é superior ao Antigo: Quebra o muro de separação entre Deus e os homens, afinal no Novo Testamento, o próprio Deus se faz homem. IV - Conclusão: Temos um pacto superior que tem
o próprio Deus como mediador
Nele Deus nos chama para perto de si A cruz de Cristo foi o altar onde o novo pacto aconteceu Precisamos nos apropriar disso e viver a nova aliança de Deus Precisamos entrar na nova aliança 7