06_As Línguas e os Materiais da Bíblia
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06_As Línguas e os Materiais da Bíblia
Deus usou diversos meios em várias ocasiões para comunicar sua vontade ao povo. Por exemplo, usou anjos (Gn 18,19; Ap 22:8-21), o Urim e Tumim (Ex 28:30), voz da consciência (Rm 2:15), etc. Além disso Deus usou vozes audíveis (I Sm 3) e milagres diretos (Jz 6: 3640). Porém esses métodos tinham limitações e deficiências quando comparadas a outros meios de comunicação de maiores amplitudes e melhores recursos. Precisão - Claramente entendido pelo autor e facilmente assimilado pelo leitor. Permanência - Pode preservar o pensamento ou a expressão sem que o percamos por lapso da memória, ou por vacilação mental. Objetividade - Por ser objetiva, a escrita têm caráter definitivo e combate a má interpretação e a má transmissão da mensagem. Disseminação - Outra vantagem da língua escrita sobre as demais, é a fácil propagação. As línguas utilizadas na escrita do Antigo Testamento foram o hebraico e o aramaico; já a língua do Novo Testamento é predominantemente o grego. Apesar de Jesus e seus discípulos falarem o aramaico (sua língua materna) e o hebraico ter influenciado mediante expressões idiomáticas e o latim ter emprestado muitas palavras como: tribuno, legião, centurião, etc; o Novo Testamento foi escrito em grego, pois esta era a língua quase universal da época. Até chegarmos ao alfabeto desenvolvido pelos fenícios durante o II milênio a.C. passou-se por três estágios: Os pictogramas Figuras que representavam seres humanos ou animais como o boi, o leão, etc. Os ideogramas Figuras que representavam ideias em vez de pessoas e objetos. Ex: O boi representava a força, águia a rapidez, etc. Os fonogramas Figuras que representavam sons em vez de objetos ou ideias. Ex: O desenho de uma boca poderia representar o verbo falar e uma perna o verbo andar. Conclui-se que Moisés e os demais autores da Bíblia escreveram na época em que a humanidade podia comunicar seus pensamentos por escrito. As Tabuinhas de Barro As Pedras O Papiro O papiro é obtido utilizando a parte interna, branca e esponjosa, do caule do papiro, cortado em finas tiras que eram posteriormente molhadas, sobrepostas e cruzadas, para depois serem prensadas. A folha obtida era martelada, alisada e colada ao lado de outras folhas para formar uma longa fita que era depois enrolada. A escrita dava-se paralelamente às fibras. O Velino ou Pergaminho de Couro O linho era usado no Egito, na Grécia e na Itália, mas não se tem indícios de ter sido usado na escrita bíblica. Instrumentos O estilo - Instrumento pontalete. com formato em O cinzel - Usado para fazer escrito em pedra, conhecido como “pena de ferro”. Instrumentos A pena e a Tinta - Para escrever em papiro. Os escritos originais, autênticos, chamados autógrafos, escritos pelos profetas ou seus secretários não mais existem. Por essa razão foram reconstituídos a partir de manuscritos e versões primitivas do texto da Bíblia. Manuscritos do Antigo Testamento foram retirados de cópias das escrituras antigas (c. 300 a.C. 500 d.C). O Novo Testamento provavelmente foi escrito em rolos de papiro entre os anos de 50 a 100 d.C. Por volta do início do II século introduziram-se códices de papiro mas estes também eram perecíveis. As cópias do NT só foram produzidas sistematicamente após a perseguição romana e as principais cópias impressas tornaram-se disponíveis após a reforma protestante. Por não haver registros de datas nos manuscritos, para se apurar a idade dos mesmos, recorre-se aos métodos que avaliam os seguintes pontos: • Os materiais empregados na confecção dos mesmos (peles, papiros, velino e o pergaminho). • O tamanho da letra e forma – Ex: as letras hebraicas em formato de garfo prevalecem até a época de Neemias (444 a.C.), já as letras quadradas passaram a ser usadas após o ano 200 d.C. • A pontuação passou a ser usada em maior quantidade durante o século VI pelos escribas e ao redor do século VIII passam a ser empregados não só os espaços mas, também o ponto-final, a vírgula, o ponto-e-vírgula, acentos e mais tarde a interrogação. Este longo processo completou-se por volta do século X. • As divisões do texto (usadas desde o Antigo Testamento em alguns livros, como o de Lamentações e Salmos 119). Porém, a Torá foi dividida em 54 seções durante o cativeiro babilônico. Dentre os vários fatores que tornam a Bíblia um livro singular, digno de aceitação e confiança, é o caráter da preservação dos seus manuscritos. Somente o NT, possui mais de cinco mil manuscritos, alguns datam desde o primeiro século, e seguem uma genealogia perfeita nas eras que se seguiram, com intervalos de menos de 100 anos, de um manuscrito para o outro. A Ilíada de Homero (considerada a obra antiga com maior quantidade de manuscritos): 643 exemplares; A História de Roma, de Tito Lívio: 20 exemplares; Obras de Tácito: 2 manuscritos (com brechas de 900 a 1000 anos de um documento para o outro). Existem menos exemplares em relação ao Novo Testamento. Isso é compreensível devido a alguns fatores: A antiguidade dos manuscritos e a sua degradação natural; A constante deportação dos israelitas; A lei sagrada dos escribas, segundo a qual, os manuscritos gastos pelo uso ou com erros fossem destruídos e enterrados. Os principais trechos hebraicos foram copiados durante o período dos massoretas (escribas judeus), que eram muito cuidadosos ao fazerem suas cópias. Segundo o Talmude, (tradição judaica), a escrita o tipo do papel e a forma, eram controladas por leis rígidas: qualquer erro era motivo para rasgar toda cópia. Assim, os manuscritos que temos hoje, são bem conservados e com pouquíssimas variantes entre os manuscritos. Com a descoberta dos Rolos do Mar Morto, constatou-se equivalência entre os textos bíblicos encontrados e os textos da Bíblia, demonstrando que o texto sagrado continua basicamente inalterado. Entre os documentos encontrados estavam partes dos livros do Velho Testamento, com exceção de Ester. O dado mais importante é que foi encontrada uma cópia completa do Livro de Isaías. Antes desta descoberta, os céticos afirmavam que o livro de Isaías, com todas as suas profecias sobre o Messias, foi escrito depois do Novo Testamento com o objetivo de afirmar e justificar Jesus Cristo como Deus. Os Pergaminhos do Mar Morto provam que Isaías foi escrito antes do Novo Testamento e que as profecias escritas no livro mostram que Deus é verdadeiramente o autor da Bíblia Sagrada. João Ferreira de Almeida, nascido em 1628, começou aos 17 anos a traduzir a Bíblia para o Português, mas por um descuido, perdeu os seus escritos, e por volta do ano de 1648, recomeçou a tradução novamente. Em 1676 terminou seu trabalho, entretanto somente em 1681, na cidade de Amsterdam, foi que surgiu o Novo Testamento em Português. Muitos erros foram detectados neste primeiro momento, tanto por Almeida como pelo seu revisor, Ribeiro dos Santos. Completada esta etapa, Almeida começou a traduzir o Antigo Testamento, até a sua morte no dia 06/08/1691, tendo traduzido os livros do Antigo Testamento até o livro de Ezequiel no capitulo 41:21. Sua obra foi finalizada pelo Pastor Jacobus Op Den Akker, de Batávia em 1753. • Em 1902 as Sociedades Bíblicas patrocinam a nova tradução da Almeida. Em 1948, organiza-se a Sociedade Bíblica do Brasil, e através de um estudo profundo dos textos de Almeida surge no Brasil a edição Revista e Atualizada, sendo esta uma das mais apreciadas pelos cristãos. • 1988 - surgiu a tradução na linguagem de hoje, pela SBB, que tem como finalidade oferecer a Bíblia e uma linguagem comum. • 1990 - a Editora Vida lança a edição contemporânea da Bíblia traduzida por Almeida.
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