Nova legislação afeta venda de caminhões
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Nova legislação afeta venda de caminhões
SOCIEDADe / SUSTENTABILIDADE Nova legislação afeta venda de caminhões A chegada o Euro 5, aliada à desaceleração econômica e à redução de crédito, causaram retração no mercado brasileiro de caminhões; as montadoras apostam em uma retomada gradual do ritmo de vendas Por Márcia Pinna Raspanti Após um ano recorde de vendas, o mercado brasileiro de caminhões enfrenta um período de retração. A crise econômica mundial, a desaceleração da economia brasileira e a nova legislação ambiental sobre as emissões de poluentes (Proconve P7 ou Euro 5) são os fatores que mais prejudicaram as vendas. De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), no período de janeiro a setembro de 2012, as vendas de caminhões no Brasil chegaram a 101,3 mil unidades, o que representa uma queda de 22% sobre os 129,9 mil veículos de transporte rodoviário de carga comercializados no mesmo período de 2011. A Anfavea chama a atenção para o fato de que nos últimos anos o mercado doméstico de caminhões registrou elevados números, alçando-se a um dos maiores mercados em nível mundial (ver tabela abaixo), o que demonstraria o dinamismo da economia e dos investimentos dos empresários do transporte de carga. “Em 2012, fatores adversos pesaram na retração observada: queda da produção industrial, perda de ritmo da economia de modo geral, as naturais dificuldades na implantação da etapa 7 do Proconve (Euro 5), que exige novo caminhão, novo diesel (S-50) e em alguns casos, conforme a tecnologia adotada pelo fabricante, o aditivo ureia. Porém definimos isso como um momento conjuntural. A médio e longo prazos os mercados de transporte rodoviário e de caminhões são promissores, em razão das perspectivas de evolução do País”, informa a instituição. As grandes montadoras já esperavam uma desaceleração nas vendas de caminhões em 2012, principalmente devido à nova legislação ambiental. Os veículos com tecnologia Euro 5 são mais caros em relação aos caminhões Euro 3, assim como o combustível mais limpo (diesel S-50). Os veículos com tecnologia SCR (alguns fabricantes também oferecem motores EGS) ainda necessitam de uma solução de ureia (Arla 32) para funcionar. O aumento dos custos e o receio dos transportadores de que houvesse alguma dificuldade em encontrar os novos combustíveis fez com que muitas empresas antecipassem a renovação de suas frotas para 2011. FORD Para Marcel Bueno, supervisor de Marketing da Ford, 2012 foi um ano de transição. “Os receios em relação às novas tecnologias causaram uma pré-compra no ano passado, o que também contribuiu para os resultados recordes registrados. Além disso, tivemos uma retração da atividade econômica e do PIB no Brasil, que impactou no mercado de caminhões. A Ford teve uma queda de 27% em relação aos números de 2011. Foi um pouco acima da média geral em virtude de termos parado com a produção da série F”, explica. Os segmentos de leves e médios têm sido o maior destaque da montadora neste ano, principalmente devido ao setor de varejo que continua aquecido, na opinião de Bueno. A restrição de crédito também é apontada como um fator negativo para o mercado, já que a maior parte dos caminhões é adquirida por financiamento. “O governo, contudo, tomou providências e houve uma reação do mercado em agosto e novamente em outubro. O Finame PSI contribuiu muito para esses resultados”, diz Bueno. Para 2013, as expectativas da Ford são positivas. “Temos feito um esforço para informar corretamente nossos clientes a respeito da nova tecnologia. Há uma economia de 6% a 10% de combustível na comparação com os veículos Euro 3. Passado este período de transição, a tendência é que as vendas voltem ao seu ritmo normal”, acredita Bueno. 120 Anuário NTC&Logística 2012 - 2013