capacidade de resposta da cedec-ce aos abalos
Transcrição
capacidade de resposta da cedec-ce aos abalos
1 [ D i g i t e FAMETRO - FACULDADE METROPOLITANA DE FORTALEZA u CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA CIVIL m a FRANCISCO ALAIRTON BEZERRA JÚNIOR c i t a ç ã o d o d CAPACIDADE DE RESPOSTA DA DEFESA CIVIL DO ESTADO DO o CEARÁ: Aos Abalos Sísmicos. c u m e n t o o u o r FORTALEZA/CE 2010 e s u m o d 2 FRANCISCO ALAIRTON BEZERRA JÚNIOR CAPACIDADE DE RESPOSTA DA DEFESA CIVIL DO ESTADO DO CEARÁ: Aos Abalos Sísmicos. FORTALEZA 2010 3 FRANCISCO ALAIRTON BEZERRA JÚNIOR CAPACIDADE DE RESPOSTA DA DEFESA CIVIL DO ESTADO DO CEARÁ: Aos Abalos Sísmicos. Monografia apresentada ao Curso de Pós-graduação em Segurança Pública e Defesa Civil da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza como requisito para obtenção do Título de Especialista. Sob orientação do Prof. Luiz Cláudio Araújo Coelho (MS). FORTALEZA 2010 4 B574c Bezerra Júnior, Francisco Alairton. Capacidade de resposta da defesa civil do estado do Ceará: aos abalos sísmicos/ Francisco Alairton Bezerra Júnior. – Fortaleza, 2010. 80f. Monografia (trabalho de conclusão do curso de Especialização em Segurança Pública e Defesa Civil, 2010.) Orientador(a): Profº Ms. Luís Cláudio Araújo Coelho. 1. Defesa Civil. 2. Segurança Pública. I. Titulo CDD 363.35 5 CAPACIDADE DE RESPOSTA DA DEFESA CIVIL DO ESTADO DO CEARÁ: Aos Abalos Sísmicos. TERMO DE APROVAÇÃO Por FRANCISCO ALAIRTON BEZERRA JUNIOR Este estudo monográfico foi apresentado no 21 do mês junho de 2010, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Segurança Pública e Defesa Civil da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza, tendo sido aprovado pela banca examinadora composta pelos professores. BANCA EXAMINADOR __________________________________ Profº Luiz Claudio Araújo Coelho, Ms. Orientador __________________________________ Profª Lise Alcântara Castelo, Ms. Examinadora - FAMETRO __________________________________ Profº José Ananias Duarte Frota, Ms. Examinador - FAMETRO 6 Dedico este trabalho a Jesus Cristo e a todos os Coordenadores, Gerentes, Técnicos e Funcionários da Defesa Civil do Estado do Ceará e a todas as pessoas que tem interesse em relacionados a Defesa Civil. estudos 7 Agradecimento Aos meus pais Alairton e Regina pela educação passada e apoio em toda minha vida. A minha esposa Elizabeth e meus filhos Wesley e Jeferson, pelo incentivo diário na busca do conhecimento. Ao meu orientador da monografia o Professor Luís Cláudio Araújo Coelho que com dedicação e esmero me orientou neste trabalho. Aos colegas de trabalho do Corpo de Bombeiros Militar e da Defesa Civil do Ceará e em especial ao Prof. Brandão dado a sua experiência em sismologia, que contribuiu muito na realização deste trabalho de pesquisa. A todos que contribuíram direta ou indiretamente na conclusão desse trabalho monográfico. 8 RESUMO Este estudo científico tem como objetivo compreender o trabalho da Defesa Civil do Ceará - CEDEC na prevenção dos efeitos danosos causados pelos abalos sísmicos no nordeste brasileiro. Intensificando nos municípios cursos de capacitação e orientação as comunidades onde surge indício de abalo sísmico. Foram várias viagens pelo interior do estado do Ceará, visitando os municípios de Sobral, Alcântara e Meruoca, colhendo relatos da comunidade afetada, bem como, fotos das áreas atingidas. A problemática encontrada foi o desconhecimento das pessoas em relação aos abalos sísmicos, e o receio em morar em localidade onde ocorrem sismicidades quase que constante, dado a muitas notícias sobre terremotos pelo mundo, onde são vitimadas muitas pessoas. Daí a preocupação da CEDEC (Coordenadoria Estadual de Defesa Civil) em tranqüilizar as pessoas que fazem parte COMDEC (Coordenadoria Municipal de Defesa Civil), bem como na formação de NUDEC’s (Núcleo Comunitário de Defesa Civil). A metodologia da pesquisa foi exploratória, descritiva, num procedimento de estudo de caso, pesquisa bibliográfica e documental, tendo como resultado a visita aos municípios já mencionados para orientar e tranqüilizar as comunidades por meio de cursos e fóruns. Concluísse que há muito a ser pesquisado sobre abalos sísmicos e que reassentar as famílias residentes em áreas consideradas de risco em áreas seguras na região norte do Ceará, requer muito argumento para conscientizá-los a morar em outro lugar, porém, mais seguro. Palavras chave: Abalos sísmicos. Comunidades. Defesa Civil. 9 ABSTRAT This scientific study aims to understand the work of the Civil Defense of Ceará CEDEC in preventing the adverse effects caused by the earthquake in northeastern Brazil. Intensifying training courses in the counties and communities where the orientation of seismic evidence emerges. Several trips to the interior of Ceará state, visiting the cities of Sobral, Alcântara and Meruoca, collecting accounts of the affected community, as well as pictures of the affected areas. The problem encountered was the lack of people in relation to earthquakes, and the fear of living in an area where seismic activity occur almost constant as many stories about earthquakes around the world, where many people are victimized. Hence the concern of CEDEC (State Civil Defense Coordination) in reassuring people that are part COMDEC (Coordination Municipal Civil Defense) and the formation of NUDEC's (Community Center for Civil Defense). The research methodology was exploratory, descriptive, a procedure in a case study, literature search and documentation, resulting in a visit to the cities already mentioned to guide and reassure communities by offering courses and forums. Conclude that there is much to be researched about earthquakes and that resettlement of families living in areas considered at risk in safe areas in the northern region of Ceará, requires much argument to educate them to live anywhere else, but more secure. Keywords: earthquakes. Communities. Civil Defense. 10 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Áreas de atuação e sedes das Regionais de Defesa Civil ............... 39 FIGURA 2 - Mapa de Sismicidade no Brasil. Fonte ―Decifrando a Terra‖ ............ 40 FIGURA 3 - Colisão entre as placas Sulamericana, a placa de Nazca e a placa Africana. As setas azuis mostram a direção e o sentido do movimento das placas .......................................................................................... 41 FIGURA 4 - Mecanismos de colisão da Placa Sulamericana, a oeste com a Placa de Nazca (A) e do afastamento a leste, da Placa Africana (B) ........................................................................................................................ 42 FIGURA 5 - Falhas geológicas profundas ou zonas de fraqueza na Província Borborema. As setas vermelhas representam os esforços compressivos originados nas bordas da placa Sulamernicana ............................ 43 FIGURA 6 - Mapa de Pernambuco mostrando a Zona de Cisalhamento Pernambuco em branco e as falhas associadas em preto. As setas laterais vermelhas representam a compressão sofrida pela placa Sulamericana e as bolinhas vermelhas são os locais onde já ocorreram abalos sísmicos .................................................................................................... 43 FIGURA 7 - Municípios que realizaram a Conferência Municipal de Defesa Civil .......................................................................................................... 53 FIGURA 8 - I Ciclo Itinerante de debates sobre a Atividade Sísmica do Maciço Meruoca-Rosário...................................................................................... 54 FIGURA 9 - II Fórum Itinerante de Defesa Civil – Sismologia ............................ 55 11 LISTA DE TABELA, QUADROS E GRÁFICO TABELA 1 – Registro de terremotos no Brasil..................................................... 32 QUADRO 1 – Magnitude e Intensidade ............................................................... 27 QUADRO 2 - Terremotos mais destrutíveis no mundo ........................................ 28 QUADRO 3 -Calendário das Primeiras Conferências Municipais/Regionais de Defesa Civil no Ceará ..................................................................................... 45 GRÁFICO 1 - Percentual de municípios que realizaram ou não realizaram a Conferência Municipal de Defesa Civil .............................................................. 53 12 LISTA DE SIGLAS A.A.P.G - American Association of Petroleum Geologists. CBMCE - Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará CEDEC - Coordenadoria Estadual de Defesa Civil CODC - Curso Operacional de Defesa Civil CMDCs - Conferências Municipais de Defesa Civil COMDEC - Coordenadorias Municipais de Defesa Civil GESCAP - Grupo Especial de Socorro às Vitimas de Calamidade Pública NUDEC - Núcleo Comunitário de Defesa Civil REDEC - Regionais de Defesa Civil SAAb - Secretaria de Agricultura e Abastecimento SAS - Secretaria da Ação Social SINDEC - Sistema Nacional de Defesa Civil STDS - Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social UNB - Universidade de Brasília USP - Universidade de São Paulo 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 15 2 GEOTECTÔNICA: ALGUNS CONCEITOS .............................................. 18 2.1 Deriva dos Continentes ............................................................. 18 2.2 Tectônica de Placas................................................................... 19 2.3 Abalos Sísmicos ........................................................................ 25 3 TERREMOTOS NO MUNDO .................................................................... 26 3.1 Escala Richter ............................................................................ 26 3.2 Históricos dos terremotos no mundo ...................................... 28 3.3 Históricos dos terremotos no Brasil ........................................ 31 3.4 Regiões brasileiras e abalos sísmicos .................................... 32 4 HISTÓRIA DA DEFESA CIVIL NO CEARÁ ............................................. 36 4.1 Histórico dos Abalos Sísmicos no Ceará ................................ 39 4.2 Por que ocorrem terremotos no Nordeste? ............................ 40 4.3 Apoio da Defesa Civil do Ceará às Pessoas Afetadas pelos Abalos Sísmicos ................................................................... 45 5 METODOLOGIA ....................................................................................... 58 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 60 7 RECOMENDAÇÕES ................................................................................. 62 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 63 GLOSSÁRIO ................................................................................................ 65 14 APÊNDICE: Questionário aplicado a COMDEC Sobral ............................... 70 ANEXOS: ..................................................................................................... 72 15 1 INTRODUÇÃO Dado a contínua transformação do planeta Terra e em processo de constante movimento, faz com que haja um conjunto de fenômenos naturais como: os abalos sísmicos, os terremotos e as erupções vulcânicas. Inicialmente, algum conceito acerca da deriva dos continentes traça um panorama do que aconteceu com o planeta Terra; que ainda acontece; que atuam tão lentamente e que são praticamente imperceptíveis numa escala de tempo humano. E num segundo momento conceituam-se as tectônicas de Placas, dando uma visão ao leitor sobre a dinâmica e as conseqüências danosas provocadas pelos choques das placas. A referida pesquisa busca trazer fatos ocorridos historicamente no mundo, no Brasil e principalmente no Ceará, para mostrar as diferenças em graus de danos em países que estão próximos das bordas de placas, bem como, os que estão intraplacas e dos que estão sobre fraturas geológicas. Em particular centrarmos o foco no estado do Ceará, onde se tem a população, principalmente do interior, que é atingida há muitos anos com a seca, que mata animais e deixam as pessoas em situação de pobreza total e que muitas vezes sobrevive apenas com os benefícios sociais ofertados pelo Governo Federal e de vez em quando o quadro se inverte e tem-se no Ceará, chuvas de grandes proporções que atingem a população desprevenida, como o ocorrido no ano de 2009, onde 119 (cento e dezenove) municípios decretaram situação de emergência (CEDEC Ceará, 2009). Por conta dos altos índices pluviométricos registrados, causando destruição por onde passava, fazendo com que o estado necessitasse de uma demanda de 80 (oitenta) milhões de reais para reconstrução de todo cenário destruído (Portaria nº 137 - MI, de 4 de junho de 2009). 16 Devido ao seu tamanho geográfico, o Estado do Ceará, com 148.825,602 km² (IBGE, 2009), contingente populacional de 8.547.809 de pessoas (IBGE, 2009), condições climáticas e ao grau de desenvolvimento está sujeito, diariamente, a um número elevado de desastres. Estes provocam muitas mortes, feridos, incapacidades físicas, além de causar vultosos danos às propriedades, bens, serviços, à produção agrícola, à pecuária e também, de forma muito clara, profundos efeitos e conseqüências desastrosas ao meio ambiente. No entanto, vale a pena chamar a atenção para o fato de que o Ceará não apresenta, afortunadamente, grandes e graves desastres súbitos de evolução aguda, tais como furacões, erupções vulcânicas, tsunamis etc. Todavia o Estado sofre, de Norte a Sul e de Leste a Oeste, inúmeros outros tipos de desastres, como os vendavais, as enchentes e inundações, as enxurradas, as erosões marinhas, as voçorocas, os deslizamentos, as estiagens e secas típicas do semi-árido, além dos abalos sísmicos que recentemente aterrorizaram a população da região Norte do Estado. Os abalos sísmicos na região norte do Ceará, em particular nos municípios de Sobral, Meruoca e Alcântaras tiveram início no dia 28 de janeiro de 2008 até os dias atuais, já foram registrados mais de 2.800 tremores de terra. Dado a vulnerabilidade das moradias construídas em áreas de risco que estão em lugares íngremes das serras da Meruoca e Alcântara. Os moradores correm o risco de ter suas casas destruídas por desmoronamento de terra ou rochas. Mas, relutam em continuar nas moradias. Daí o grande desafio dos agentes de defesa civil em remover esses moradores da área de risco e levá-los para morar em áreas seguras. 1.1 Objetivos: Analisar as ações da Defesa Civil Estado do Ceará, diante dos abalos sísmicos ocorridos na recente atividade sísmica iniciada em janeiro de 2008 em Sobral, Alcântara e Meruoca. 17 1.2 Objetos Específicos: – Estudar o fenômeno natural de movimento de placas tectônicas causador de desastres sismológicos; – Estudar as ações da Defesa Civil frente às ocorrências sísmicas; – Investigar os danos/vulnerabilidades presentes na região norte do Estado do Ceará. 18 2 GEOTECTÔNICA: ALGUNS CONCEITOS O planeta terra está em constante transformação. E atua tão lentamente que são praticamente imperceptíveis numa escala de tempo humana. A natureza dinâmica da terra revela os fenômenos como: os abalos sísmicos, os terremotos e as erupções vulcânicas. Neste capitulo, conceituam-se o movimento dos continentes e os efeitos das placas tectônicas que produzem uma mobilidade geológica atestada por uma atividade ígnea que produz deformação nas rochas (Loczy; Ladeira, 1980) 2.1 Deriva dos Continentes Segundo Wegener (1912 apud Hellman, 1999), que apresentou a teoria do deslocamento continental ao mundo em 1912, no encontro da Sociedade Geológica de Frankfurt, propondo que os continentes "tem movimento" lentamente sobre as bacias oceânicas, havendo colisões um com outro e seguidas separações. Que foi apresentado em 1915 às idéias de Wegener em um livro, e em 1926, teve um resumo lido nos Estados Unidos, numa conferência patrocinada pela American Association of Petroleum Geologists (A.A.P.G.). Apesar de vários outros geólogos terem proposto a mobilidade continental (até um americano: Frank Taylor), o tratamento dado por Wegener foi o mais desenvolvido, conforme informações abaixo: I - Os continentes são constituídos de material menos denso que o das bacias oceânicas. II - O material que compõe o assoalho oceânico também existe sob os continentes, e a diferença de densidade entre os continentes permite que eles "flutuem" em equilíbrio isostático sobre o substrato oceânico mais denso. 19 III - Os continentes são capazes de se movimentar sobre o substrato porque este se comporta, no tempo geológico, como um líquido altamente viscoso. IV - As cadeias de montanhas, rifts, arcos de ilhas oceânicas são maiores feições geológicas da terra e os terremotos, vulcões são os maiores fenômenos geológicos que causam movimento horizontal e interação entre os continentes. Montanhas são formadas pôr compressão nos bordos de continentes em movimento. V – Na formação inicial da Terra era coberta pôr uma camada fina, contínua de material continental, a qual gradualmente se quebrou em pedaços que foram se espessando por "amontoamento". Durante o período Mesozóico, alguns dos maiores continentes estavam reunidos num grande supercontinente chamado Gondwanaland. A Teoria da Isostasia é reafirmação dos dois primeiros pontos. O terceiro ponto, o conceito de substrato móvel, era um conceito geológico já estabelecido, mas não aplicado para explicar grandes movimentos horizontais. Apenas os dois últimos pontos continham realmente algo novo, apesar de Wegener ter emprestado o termo Gondwanaland de Suess; mas enquanto Suess dizia que parte deste supercontinente já tinha "afundado", Wegener argumentava que ele ainda estava entre nós, em pedaços. 2.2 Tectônica de Placas Em decorrência da movimentação constante das placas tectônicas sobre o manto, houve a separação entre a África e a América do Sul, movimento esse que aconteceu em todo o planeta. Pode-se dizer que a posição dos continentes vem se modificando no decorrer da história da Terra, constatação essa que é resultado de estudos recentes dos cientistas, realizados principalmente a partir de meados do século XX. 20 Foi formulado pelo cientista alemão Alfred Lothar Weneger, a extraordinária Teoria da Deriva dos Continentes. Segundo essa teoria, a última deriva continental teve início há cerca de 200 milhões de anos, ainda na Era Paleozólca, quando havia um continente ―mãe‖, chamado Pangéia, e um gigantesco oceano, chamado Pantalassa. Em decorrência da movimentação das placas tectônicas ao longo da Era Mesozóica (no período Jurássico) o Pangéia fragmentouse em dois continentes: o Laurásia (formado pela atual América do Norte e Eurásia) e o Gondwana (formado pelas atuais América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártida). Entre os dois, formou-se um mar relativamente raso: o Mar Tétis. E ainda na Era Mesozóica (no período Cretáceo), o Laurásia e o Gondwana também se fragmentaram, gerando os continentes atuais. A Índia, por exemplo, soltou-se de Gondwana, formando uma ilha. Já na Era Cenozóica (no período Quaternário), as formas dos continentes estavam em processo semelhante às formas atuais. Nessa era, a Índia colidiu-se contra o continente asiático com tamanha pressão que o choque entre as placas resultou na formação da cordilheira do Himalaia, onde fica o Monte Everest, o mais alto do planeta. Uma das evidências mais banais da deriva continental é o ―encaixe‖ quase perfeito entre os litorais leste da América do Sul e oeste da África. • O Pangéia foi um único supercontinente, há cerca de 200 milhões de anos na era Paleozóica. • Há cerca de 130 milhões de anos o Pangéia fragmentou- se em Laurásia (América do Norte e Eurásia) e Gondwana (América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártida). No período Mesozóico. • Houve a separação entre a América do Norte e a Eurásia e entre a América do Sul, a África, a Oceania e a Índia, que se tornou uma ilha no Oceano Índico: há cerca de 84 milhões de anos, na era Mesozóica. • Por fim, na era Cenozóica, a Índia colidiu com a Ásia, juntando-se ao continente. 21 É relativamente recente, o conceito das Placas Tectônicas, e revolucionou a Ciência do século 20. Este conceito propõe que todos os terremotos, atividade vulcânica, e processos de construção de montanha são causados pelo movimento de blocos rígido chamado placas que compõem a capa da superfície da Terra, ou litosfera (lithosphere). Alfred Wegner, em 1912, colocou sua teoria que a crosta terrestre era segmentada em doze grandes zonas que denominou de placas tectônicas, que estão em contínua modificação, e que os continentes se formaram a partir de um único continente chamado Pangea. A partir do Pangea, os movimentos de deriva foi o que deu lugar a formação dos atuais continentes. De acordo com Tassinari (2003 apud Brandão, 2007, p. 19). O movimento dos continentes é um processo contínuo e marca o deslocamento de placas em uma velocidade que varia de 3 a 7 centímetros ao ano; não há um consenso entre os cientistas, que existe divergência de autor para autor. No entanto, parece consensual o avanço de estudos e pesquisas que comprovam tais movimentos de placas: A constatação da existência das placas deu uma nova roupagem às antigas idéias de deriva Continental, explicando satisfatoriamente muitas das grandes feições geológicas da Terra, como as grandes cordilheiras de montanhas, como os Andes, e respondendo a questões, por exemplo, sobre as concentrações de sismos e vulcões atuais ou sobre as rochas que já estiveram no fundo dos oceanos e estão hoje no topo de grandes cadeias montanhosas, como os Himalaias. A formação dos dorsais meso-oceânicas ou grandes cordilheiras se dá pela consolidação do magma ao longo das linhas de fratura que se encontram nos limites das placas. O manto se aproxima da crosta litosférica, em função das correntes de convecção, facilitando o fluxo do magma que atua como uma cunha, provocando o afastamento das placas e expandindo o fundo oceânico. Esse Dorsal Meso-Oceânico e essa imensa cadeia de montanhas submarinas constitui um 22 sistema contínuo ao longo do planeta Terra que se estende por 84.000 km e apresenta uma largura de até 1.000 km. Dentro da Teoria das Placas Tectônicas, a superfície da Terra está composta de uma dúzia de grandes placas e outras várias de menor tamanho. Em seguida razões que levaram a formação do conceito das placas tectônicas e da deriva dos continentes: * Há um alargamento dos mares, quando o magma esfria e se solidifica no solo submarino, os minerais magnéticos do material novo se solidificam de acordo com a polaridade do campo magnético da Terra na ocasião de seu resfriamento. * E quando o campo magnético da Terra reverte sua polaridade, o novo magma se solidifica adquirindo a polaridade inversa. * É assim que a crosta oceânica possui o registro da própria formação, com a primeira mudança de polaridade registrada próximo ao limite entre as placas, onde a lava atinge a superfície e as mais antigas, próximas das margens continentais, formadas quando o oceano era jovem em torno de 180 a 200 milhões de anos. * demonstrando que os continentes devem ter se movido em direções opostas abrindo espaço para o oceano desde a Era Jurássica. * Outra confirmação do conceito veio pelo estudo da distribuição de estruturas geológicas que passam de um continente para outro. * A partir de um estudo os Geologistas da Universidade de Cambridge usaram o computador para colocar todos os continentes e ilhas da Terra juntos como num quebra-cabeça, considerando contornos submarinos. O resultado foi impressionante, apresentando muito poucos buracos e sobreposições. 23 * Na comparação da estrutura e composição das rochas e solo dos continentes que o modelo indica terem sido um só, confirmando que o modelo é bem próximo ao correto. * E finalmente o estudo da fauna marinha e flora das diferentes áreas durante os anos também apresenta provas do movimento dos continentes. Segundo Alfred Wegner, 1912. São quatro, os modelos de Interação entre as Placas Tectônicas: Subducção - ocorre quando duas placas de espessura semelhante entram em contato entre si. Deslizamento - se produz no momento em que duas placas oceânicas entram em contato, ou também uma placa continental e uma oceânica. Extrusão - este fenômeno ocorre na junção de duas delgadas placas tectônicas que deslizam em direções opostas, como é o caso do contacto de duas placas do fundo oceânico. Acrecencia - acontecem quando existe um leve impacto entre uma placa oceânica e uma continental. Já nas zonas de extrusão surge uma ''nova crosta'', enquanto nas zonas de subducção as placas que penetram por baixo se fundem, por efeito do calor liberado na interação entre as placas baixas sob condições de elevada pressão, dando lugar ao magma. O que explicaria a freqüência de vulcões ativos situados nestas zonas de subducção. São de três tipos de limites entre as placas: * Quando elas se afastam, no meio do oceano, nova crosta se forma com o material expelido do interior da Terra; * Quando uma placa avança para baixo de outra, parte da placa é consumida pela alta temperatura das camadas inferiores; 24 * Quando as placas se movem em direções opostas, causando falhas. Acredita-se que o afastamento da geração de nova crosta entre placas formou os atuais oceanos da Terra; e que a convergência de placas deu origem a cadeias de montanhas. Os oceanos da Terra estão em diferentes estágios de formação: * O Oceano Pacífico é antigo e está havendo uma diminuindo em ambos os lados, o que poderá resultar na colisão da Ásia com as Américas. * Há um crescimento do Oceano Índico no oeste e diminuindo no leste. * E encontra-se em expansão o Atlântico em ambos os lados. * Já o Mar Vermelho é o embrião de um futuro oceano. A colisão da placa da África com a da Europa originaram a formação dos Alpes. Há restos de crosta oceânica ali, indicando que havia um oceano onde agora há uma cadeia de montanhas. O mesmo acontece na região dos Himalaias, causado pela colisão das placas da Índia e da Ásia. Nos limites das placas tectônicas, ocorrem com bastante freqüência os terremotos. O lado oeste da América do Sul está sobre área de compressão de placas. E o lado oeste da África, por exemplo, está sobre o centro de uma placa e os movimentos tectônicos não se manifestam. Fonte: www.coladaweb.com 25 2.3 Abalos sísmicos Os abalos sísmicos ou terremotos são tremores na superfície terrestre, provocados por eventos que ocorrem no subsolo e nas camadas interiores do planeta: os choques entre as placas tectônicas. Hipocentro: é a região do interior da crosta terrestre de onde origina o terremoto. Epicentro: é o ponto da superfície terrestre de maior proximidade do centro de um abalo sísmico, ou seja, é o principal local que sofre com as vibrações do abalo. Os terremotos de grande intensidade costumam ocasionar danos materiais e até a perda de muitas vidas humanas. Geralmente, as conseqüências dos terremotos são mais graves quando atingem países pobres, nos quais a infraestrutura das cidades não está preparada para os tremores. As pessoas perdem tudo, desde seus móveis e suas modestas casas até seus parentes, e são pouco amparadas pelo governo. As tragédias decorrentes de terremotos são um fator agravante da pobreza em algumas regiões, como é o caso dos recentes terremotos ocorridos no Haiti em Janeiro de 2010, no Chile em Fevereiro de 2010, e na China em Abril de 2010. No entanto em países desenvolvidos, como os Estados Unidos e o Japão, os governos e as construtoras investem na infra-estrutura, construindo prédios providos de uma compensação estrutural adequada, planejados para agüentar grandes oscilações do terreno. Nesses países, avançados aparelhos sismológicos permitem detectar os eventos sísmicos a tempo de avisar as populações e evitar catástrofes maiores. Os terremotos submarinos podem causar a formação de maremotos (tsunamis) especialmente em áreas de colisão entre placas tectônicas. 26 3 TERREMOTOS NO MUNDO Para melhor compreensão dos efeitos do terremoto no Mundo, conceituase a magnitude e freqüência por meio da Escala Richter. 3.1 Escala Richter Escala Richter foi desenvolvida em 1935 pelos sismólogos Charles Francis Richter e Beno Gutenberg, ambos os membros do California Institute of Technology (Caltech), que estudavam sismos no sul da Califórnia e a primeira escala apontou o grau zero para o menor terremoto passível de medição pelos instrumentos existentes à época. Atualmente, a sofisticação dos equipamentos tornou possível a detecção de tremores ainda menores do que os associados ao grau zero, e tem ocorrido a medição de terremotos de graus negativos. De acordo com o Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos, teoricamente, a Escala Richter não possui limite. Aconteceram três terremotos com magnitude maior do que nove na Escala Richter desde que a medição começou a ser feita. De acordo com outras fontes, como a Enciclopédia Britânica, tal marca nunca foi alcançada. Conforme apresentado no Quadro 1, a seguir: Descrição Magnitude Micro Muito pequeno Pequeno < 2,0 2,0-2,9 3,0-3,9 Efeitos Frequência Micro tremor de terra, não se sente[3 ~ 8000 por dia Geralmente não se sente mas é detectado/registado. Frequentemente sentido mas raramente causa danos. ~1000 por dia ~49000 por ano 27 Tremor notório de objetos no interior de Ligeiro 4,0-4,9 habitações, ruídos de choque entre objetos. Danos importantes pouco ~ 6200 por ano comuns. Pode causar danos maiores em Moderado 5,0-5,9 edifícios mal concebidos em zonas restritas. Provoca danos ligeiros nos 800 por ano edifícios bem construídos. Pode ser destruidor em zonas num raio Forte 6,0-6,9 de até 180 quilômetros em áreas 120 por ano habitadas. Grande 7,0-7,9 Importante 8,0-8,9 Excepcional 9,0-9,9 Pode provocar danos graves em zonas mais vastas. Pode causar danos sérios em zonas num raio de centenas de quilômetros. Devasta zonas num raio de milhares de quilômetros. 18 por ano 1 por ano 1 a cada 20 anos Extremamente Extremo > 10,0 Nunca registrado. raro (Desconhecido) Quadro 1 - Magnitude e intensidade Fonte: wikipedia.org 28 3.2 Histórico dos terremotos no mundo: Conforme apresentado anteriormente, terremoto é a vibração da terra causada por pedaços ou placas da crosta da Terra que repentinamente se move. A crosta, a camada externa e fria do globo terrestre. Esta crosta contém muitas aberturas pequenas e grandes chamadas falhas geológicas. Embora essas falhas podem ser longas em centenas de milhas, normalmente você não pode ver as aberturas porque elas são enterradas no subterrâneo e porque os pedaços de crosta são comprimidos muito apertadamente. As forças poderosas que comprimem esses pedaços da crosta também causam os terremotos. Uma força repentina na rocha agita a terra. Essas vibrações são chamadas ondas sísmicas ou terremoto. Quando isso acontece a energia acumulada durante um longo tempo é liberada sob forma de ondas elásticas propagando-se em todas as direções. Causando transtorno às populações. Dentre os terremotos mais destrutivos da história destacam-se, conforme quadro 2, a seguir: Data Local 23/jan/1556 Shansi, China Mortos Graus 830 mil 8 Comentários Abalo sísmico mais letal de todos os tempos Oficialmente 255 mil mortos, mas 27/jul/1976 Tangshan, China 255 mil 7.5 estima-se que 655 mil pessoas morreram 09/ago/1138 Alepo, Síria 230 mil N/D 26/dez/2004 Costa oeste de Sumatra 227 mil 9.0 Maior desastre da era moderna. Ondas gigantes devastaram mais de 12 países 29 12/jan/2010 Haiti 223 mil 22/mai/1927 Próximo à Xining, China 200 mil 22/dez/0856 Dangan, Irã 200 mil 16/dez/1920 Gansu, China 200 mil 23/mar/0893 Ardabil, Irã 150 mil 7 7.9 Causou grandes fraturas 8.6 Grandes fraturas e deslizamentos Após 01/set/1923 Kanto, Japão 143 mil o terremoto, tsunamis 7.9 incêndios devastaram a cidade de Tóquio 05/out/1948 Ashgabat, Turkmenistão 110 mil 10 /set/1290 Chiili, China 28/dez/1908 Messina, Itália 7.3 100 mil 70 a 100 mil e 7.2 Grandes tremores e tsunamis 12/mai/2008 Leste de Sichuan, China 88 mil 7.9 08/out/2005 Paquistão 86 mil 7.6 08/nov/1667 Shemakha, Caucasia 80 mil 18/nov/1727 Tabriz, Irã 80 mil 30 01/nov/1755 Lisboa, Portugal 70 mil 25/dez/1932 Gansi, China 70 mil 7.6 31/mai/1970 Peru 66 mil 7.9 Muitas enchentes e soterramentos 22/ago/1268 Silícia, Ásia Menor 60 mil 11/jan/1693 Sicília, Itália 60 mil 30/mai/1935 Quetta, Paquistão 30 a 60 mil Gigantesco maremoto destrui Lisboa 7.5 04/fev/1783 Calábria. Itália 50 mil 20/jun/1990 Irã 50 mil 7.7 26/dez/2003 Bam, Irã 31 mil 6.5 A cidade de Quetta foi completamente destruída A Cidade histórica de Bam foi completamente destruída 28/fev/2010 Chile 700 8.8 Santiago 14/abr/2010 China 617 7.1 Quinghai QUADRO 2: Terremotos mais destrutíveis no mundo. Fonte: Apolo 11.com 31 3.3 Histórico dos terremotos no Brasil: Há tempos, imaginou-se que o Brasil estivesse a salvo dos terremotos por não estar sobre as bordas das placas tectônicas - os movimentos dessas placas constam como sendo uma das principais causas dos terremotos. Portanto, sabe-se que os tremores podem ocorrer inclusive nas regiões denominadas "intraplacas" como é o caso do Brasil, que está situado no interior da Placa Sul-Americana. Nessas regiões, os tremores são mais amenos, com pouca intensidade e dificilmente chegam 4,5 graus de magnitude. Os tremores sentidos no Brasil em nosso país decorrem da existência de falhas (pequenas rachaduras) proveniente do desgaste da placa tectônica ou são reflexos de terremotos com epicentro em outros países da América Latina. Pelo exposto, no Brasil os abalos sísmicos têm características diferentes dos terremotos que ocorrem, por exemplo, no Japão e nos Estados Unidos, pois nestes países, há o encontro de duas ou mais placas tectônicas - e as falhas existentes entre elas são, normalmente, os locais onde acontecem os terremotos mais intensos. Embora a atividade sísmica ou sismicidade brasileira seja menos freqüente e bem menos intensa, não deixa de ser significativa e nem deve ser desprezada, já aconteceram vários tremores com magnitude acima de 5,0 na Escala Richter, indicando que o risco sísmico não deve ser simplesmente ignorado. Referidos tremores de terral só começaram a ser detectados com precisão a partir de 1968, quando foi instalada uma rede mundial de sismologia. Brasília foi escolhida para sediar o arranjo sismográfico da América do Sul. Existem, atualmente, 40 estações sismográficas em todo o país, sendo que o aparelho mais potente é o mantido pela Universidade de Brasília. Desde o início do século 20, que há relatos de abalos sísmicos no Brasil. Segundo informações do "Mapa tectônico do Brasil", criado pela Universidade 32 Federal de Minas Gerais em nosso país existem 48 falhas, nas quais se concentram as ocorrências de terremotos. E segundo dados levantados a partir da análise de mapas topográficos e geológicos, as regiões que apresentam o maior número de falhas são o Sudeste e o Nordeste, seguidos pelo Norte e Centro-Oeste, e, por último, o Sul. A região Nordeste é a que mais sofre com abalos sísmicos. E o segundo ponto de maior índice de abalos sísmicos no Brasil é no Estado do Acre. Toda via mesmo quem mora em outras regiões não deve se sentir imune a esse fenômeno natural. 3.4 Regiões brasileiras e abalos sísmicos No Brasil, os tremores de terra só começaram a ser detectados com precisão a partir de 1968, quando houve a instalação de uma rede mundial de sismologia. Embora grande parte dos sismos brasileiros seja de pequena magnitude (4,5 graus na Escala Richter), a história tem mostrado que, mesmo em "regiões tranqüilas" podem acontecer grandes terremotos. Apesar de não ser alarmante, o nível de sismicidade brasileira precisa ser considerado em determinados projetos de engenharia, como centrais nucleares, grandes barragens e outras construções de grande porte, principalmente nas construções situadas nas áreas de maior risco. O maior terremoto que o país já teve ocorreu há mais de 50 anos, na Serra do Tombador, no Mato Grosso: atingiu 6,6 graus na Escala Richter. Mas há outros registros: TABELA 1 : Registros de terremotos no Brasil Município/estado Ano magnitude Mogi-Guaçu, São Paulo 1922 5,1 graus Tubarão, Santa Catarina 1939 5,5 graus 33 Litoral de Vitória, Espírito Santo 1955 6,3 graus Manaus, Amazonas 1963 5,1 graus Noroeste do Mato Grosso do Sul 1964 5,4 graus Pacajus, Ceará 1980 5,2 graus Codajás, Amazonas 1983 5,5 graus João Câmara, Rio Grande do Norte 1986 5,1 graus João Câmara, Rio Grande do Norte 1989 5,0 graus Plataforma, Rio Grande do Sul 1990 5,0 graus Porto Gaúcho, Mato Grosso 1998 5,2 graus Divisa entre Acre e Amazonas 2007 6,1 graus Itacarambi, Minas Gerais 2007 4,9 graus Irauçuba, Ceará 2008 4,3 graus Fonte: <educacao.uol.com.br/geografia/terremoto> (2010) Os terremotos podem ser originados de duas formas, por tectonismo e vulcanismo. Mas são comumente conhecidos como tremores de terra ou formalmente, abalos sísmicos. O primeiro é oriundo de movimentos das placas tectônicas, esses podem ser divergentes ou convergentes, dessa forma a acomodação dessas placas geram os abalos sísmicos ou terremotos. O segundo dá origem aos terremotos a partir de erupções vulcânicas, que correspondem à liberação de uma grande quantidade de energia acumulada no interior da Terra. Porém existem lugares que são mais propícios a incidências de abalos, nesse caso a possibilidade maior são nas bordas das placas tectônicas ou regiões onde elas se encontram. A ocorrência de terremotos pode ser monitorada, no entanto, é difícil de realizar previsões precisas do lugar e momento exato em que esse fenômeno pode acontecer. 34 Os abalos são medidos em uma escala de 0 a 9, que corresponde à quantidade de energia liberada. Os terremotos podem ser medidos, o método de avaliação desse fenômeno foi elaborado pelo sismólogo norte-americano Charles Francis Richter, seu nome é utilizado para designar a escala. São registrados anualmente aproximadamente 300 mil terremotos com escalas que variam em uma média entre 2 e 2,9 graus na escala Richter. Desse número alguns acontecem em território brasileiro. O Brasil presenciou recentemente dois abalos sísmicos, o primeiro ocorreu em 2007 em um vilarejo localizado ao norte do Estado de Minas Gerais, esse evento gerou a primeira vitima fatal decorrente de terremotos na história do país. O segundo evento corresponde a três ocorrências em 2008 no norte do Ceará, registrando 3,9 graus na escala Richter. Os moradores dos municípios de Sobral, Alcântara e Meruoca, ficaram apavorados e passaram a noite acordados na rua. Segundo informação do chefe do Laboratório de Sismologia da Defesa Civil, os terremotos vão continuar e alertou que a população deve conviver com o fenômeno. Diante do exposto e de outros fatos ocorridos em anos passados fica evidente que o território brasileiro não está totalmente livre da ocorrência de abalos sísmicos, nesse sentido existe uma possibilidade real da incidência de terremotos de maiores proporções em uma das inúmeras cidades do Brasil, a escala mais elevada registrada no País ocorreu em 1955, no Estado de Mato Grosso com 6,6 na Escala Richter. O professor Allaoua Saadi (2002). Através do Departamento de Geografia do Instituto de Geociência da Universidade Federal de Minas Gerais, afirmou que foram encontradas 48 falhas geológicas em toda extensão do território brasileiro. E que toda polêmica acerca da ―imunidade‖ do Brasil em relação à ocorrência de terremotos foi derrubada. 35 São nessas falhas que acontecem os terremotos, por meio do movimento das placas tectônicas. As falhas se formaram há milhões de anos em um longo processo geológico. As placas atuais são resultados da junção de placas, uma sobreposta a outra, e muitas vezes a acomodação não realiza um perfeito encaixe, com isso há a formação de trincas, lacunas, rachaduras e falhas, e quando há ruptura resulta em terremotos. Pelo que foi visto nessa pesquisa, Saadi (2002) afirmou que a concentração maior das falhas está presente no Nordeste e Sudeste. Apesar das novidades oriundas desse estudo, ainda se tem informações superficiais, uma vez que foram identificadas somente as grandes falhas e existem ainda inúmeras outras pequenas fissuras. Para consolidar esse trabalho, Saadi (2002) utilizou vários recursos, dentre os principais estão: análise de mapas topográficos e geológicos, imagens de satélites e radar, além de livros e pesquisas sobre o assunto. O pesquisador em questão relatou a existência da possibilidade de acontecer terremotos, porém com menor freqüência e intensidade em relação a outros lugares do globo. 36 4 HISTÓRIA DA DEFESA CIVIL NO CEARÁ No decorrer de sua história, o Estado do Ceará, vem apresentando um quadro vulnerável de desastres naturais que se intensificam nos estados da região nordeste, com predominâncias nas secas e inundações, dado a localização geográfica da região nordeste. As autoridades sempre se preocuparam com essas calamidades e o Governo do Estado, atento aos efeitos desses fenômenos, que ano após ano assolavam a população cearense. Dando inicio as ações de DC em 1971, e a criação através do Decreto nº 9.537, de 31/08/1971, o Grupo Especial de Socorro às Vitimas de Calamidade Pública (GESCAP), Com a gerência da, então, Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAAb), cujo objetivo era centralizar e coordenar as providências de socorro, em caso de calamidade pública oficialmente declarada no território do Estado. Houve alteração na denominação do GESCAP, para Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Ceará (CEDEC). Em 16 de dezembro de 1982, a Lei nº 10.766, na qual continuou subordinada a SAAb. Tendo em vista a globalização sobre a missão da Defesa Civil no país e no estado do Ceará, o então ―Governo das Mudanças‖, através do Decreto nº 18.876, de 16 de outubro de 1987, estabeleceu que a CEDEC passasse a fazer parte da estrutura da recém criada Secretaria da Ação Social (SAS). Durante esse período não eram trabalhados os norteadores, prevenção e preparação, ficando as ações apenas ao período de anormalidade, onde eram realizadas entrega de cestas básicas e colchonetes para vítimas de enchentes no período de chuvas intensas no estado e distribuição de água, através de carros pipas, para vítimas da estiagem no período de seca. Como esse tipo de trabalho estava contemplado na Política Pública de atendimento à população nos trabalhos feitos pela SAS, o Governo entendeu que seria de bom entendimento manter as duas instituições na mesma pasta de trabalho, já que as ações eram afins. 37 Mais precisamente em 07 de fevereiro de 2007, atendendo a uma exigência da Constituição Federal de 1988, que em seu art. 144, parágrafo 5º diz: ―aos Corpos de Bombeiros Militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe à execução de atividades de defesa civil‖ (CF 88), o Governo do Estado do Ceará, através da Lei nº 13.875, artigo 64, transferiu as atribuições da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC) da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) para o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE). Começou a partir desta data, o empenho no processo de capacitação dos militares do CBMCE que comporiam a CEDEC, com a ajuda e experiência dos profissionais civis que já faziam parte da mesma, pois a quadra invernosa estava se aproximando e os profissionais do CBMCE não tinham ainda o conhecimento necessário ao atendimento às vítimas, embora já acompanhassem a CEDEC nos trabalhos de resgate nos períodos de calamidade. Porém a responsabilidade recaída ao CBMCE exigia uma ação mais intensa de preparação do pessoal e em abril de 2007, foi implementado o primeiro curso operacional de defesa civil (CODC), utilizando as estruturas do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros (CMCB), voltado aos profissionais do CBMCE, no intuito de melhor qualificá-los na nova função que assumiriam dentro da nova estrutura agregada à corporação. Propiciando ao aprendizado um ambiente de socialização de informações referentes ao assunto para colocar o pessoal em situação confortável de atendimento às pessoas afetadas frente aos possíveis desastres que ocorressem no estado do Ceará, seguindo os parâmetros do Decreto 5.376, de 17 de fevereiro de 2005, registrados no artigo 12, inciso V, que diz: ―Capacitar recursos humanos para as ações de defesa civil.‖ (SINDEC, 2005). Na atual gestão, a Defesa Civil do Estado do Ceará, parte integrante do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, conta com 65 pessoas em seu quadro de pessoal, sendo 43 militares e 22 civis, distribuídos nas seguintes funções: 01 Coordenador Executivo; 01 Coordenador Executivo Adjunto; 02 Engenheiros; 38 07 Gerentes (Resposta, Minimização, Convênios, Homologação, Hidrologia, Sismologia, Ação Comunitária) 18 Supervisores Técnicos de Área; 10 Motoristas; 04 Gerentes; 15 Assistentes Administrativos; 01 Secretária; 06 Terceirizados. E na visão holística do Comandante Geral do CBMCE e Coordenador Geral da DC do Ceará, Coronel João Vasconcelos Sousa, essa é apenas uma parcela do efetivo, pois na visão do mesmo, a partir de 2007, quando o órgão passou aos cuidados da corporação, ganhou um efetivo de 1800 técnicos, que é o atual contingente do CBMCE. Ainda, para dar um melhor pronto-atendimento nas ações de defesa civil, como forma de amenizar os efeitos das calamidades, o estado do Ceará foi dividido em 11(onze) regionais de Defesa Civil (REDEC), localizadas nos quartéis do CBMCE distribuídos pelo estado, com o objetivo de agilidade nas respostas as atividades de defesa civil nos municípios enquanto os supervisores de área chegam ao local para dar continuidade ao processo já iniciado pela COMDEC do município afetado juntamente com a respectiva REDEC, conforme distribuição da figura 1 a seguir: 39 Figura 1 - Áreas de atuação e sedes das Regionais de Defesa Civil Fonte: CEDEC, 2010 4.1 Histórico dos abalos sísmicos no Ceará: ―O Brasil é um país abençoado por Deus porque aqui não há terremotos‖. Quem nunca ouviu esta frase? Infelizmente isso não é verdade. Como mostra a Figura 2, há mais terremotos no Brasil, do que se pensa ou pensava. Nas últimas décadas, o Nordeste é a região do país que vem registrando o maior número de abalos sísmicos. Recentemente, a população da cidade de Alagoinhas no agreste de Pernambuco, a cerca de 230 km do Recife, ficou apavorada com os tremores de terra que ocorreram em um pequeno espaço de tempo. Foram mais de 60 abalos sísmicos de magnitudes que variaram de 2,5 a 3,2 na escala Richter, entre os dias 8 e 10 de março passado. Aliás, abalos sísmicos não são raros no Nordeste. Os primeiros registros históricos de terremotos no Nordeste datam de 1724 em Salvador (BA). Desde essa época, muitos abalos sísmicos foram registrados em todos os estados do Nordeste do Brasil. Dentre as localidades mais atingidas destacam-se Caruaru e Belo Jardim, em Pernambuco, João Câmara e Parazinho, no Rio Grande 40 do Norte, Pacajus, Sobral, Alcântara e Meuroca no Ceará, e algumas cidades do recôncavo baiano. Figura 2 - Mapa de Sismicidade no Brasil. Fonte ―Decifrando a Terra‖. Fonte: www.comciencia.br (maio de 2010) 4.2 Por que ocorrem terremotos no Nordeste? A superfície terrestre é composta por placas litosféricas rígidas, que incluem crosta continental e oceânica, chamadas de placas tectônicas. Essas placas flutuam sobre uma camada viscosa da parte mais externa do manto, que os geocientistas chamam de astenosfera. As placas tectônicas se distribuem na superfície terrestre como se fossem peças de um quebra-cabeça. Se uma peça dessas se move, vai colidir com as suas vizinhas. Essa colisão provoca dois tipos de 41 terremotos, os terremotos de borda de placa, mais fortes, como os que ocorrem no Chile e os terremotos intraplaca, historicamente mais fracos, como os que ocorrem no Nordeste. A placa em que viaja é a Placa Sulamericana, que colide com a Placa de Nazca a oeste (Figura 3), e a leste, ela se afasta da Placa Africana, como mostram as setas azuis divergentes da Figura 3. A colisão a oeste é do tipo zona de subducção (Figura 4A), onde a placa de Nazca que é oceânica e mais densa mergulha sob a placa Sulamenricana, que é continental e menos densa. Já na borda leste, o mecanismo envolve uma célula de convecção que faz o magma ascender à superfície afastando as duas placas, dando origem à cadeia meso-atlântica, mostrada na Figura 4B. Diante disto é fácil compreender que a Placa Sulamericana está submetida a um regime compressivo provocado pelo empurrão da Placa de Nazca de oeste para leste, e pela ascensão magmática na cadeia meso-atlântica, que a empurra para oeste. Figura 3 - Colisão entre as placas Sulamericana, a placa de Nazca e a placa Africana. As setas azuis mostram a direção e o sentido do movimento das placas. Fonte: www.comciencia.br (maio de 2010) 42 Figura 4 - Mecanismos de colisão da Placa Sulamericana, Placa de Nazca (A) e do afastamento a leste, da Placa Africana (B). Fonte: www.comciencia.br (maio de 2010) a oeste com a Essa compressão a que está submetida a Placa Sulamericana, é a principal responsável pela maioria dos abalos sísmicos que ocorrem no Nordeste. Estando sobre uma unidade geológica muito antiga, mas cheia de falhas, chamada Província Borborema (Figura 5), o Nordeste é sismologicamente instável. As falhas mais extensas e profundas constituem verdadeiras zonas de fraqueza da crosta terrestre, que os geocientistas chamam de suturas, tendem a se movimentar, provocando diversos abalos sísmicos. Uma dessas suturas corta o estado de Pernambuco desde o Recife até a divisa com o estado do Piauí. Essa grande falha geológica, de pelo menos 550 milhões de anos, constitui uma sutura vertical da ordem de 30 km de profundidade. Na terminologia geológica é denominada Zona de Cisalhamento Pernambuco ou Lineamento Pernambuco (Figura 6). 43 Figura 5 - Falhas geológicas profundas ou zonas de fraqueza na Província Borborema. As setas vermelhas representam os esforços compressivos originados nas bordas da placa Sulamernicana. Fonte: www.comciencia.br (maio de 2010) Figura 6 - Mapa de Pernambuco mostrando a Zona de Cisalhamento Pernambuco em branco e as falhas associadas em preto. As setas laterais vermelhas representam a compressão sofrida pela placa Sulamericana e as bolinhas vermelhas são os locais onde já ocorreram abalos sísmicos. Fonte: www.comciencia.br (maio de 2010) 44 Ao longo da Zona de Cisalhamento Pernambuco os sismos se distribuem às vezes sobre a própria zona de cisalhamento (Figura 6), às vezes acima ou abaixo da mesma, associado a alguma falha de menor extensão. Comparados com os terremotos que ocorrem na borda oeste da placa Sulamericana, os abalos sísmicos do Nordeste são muito menos intensos, devido à sua situação intraplaca. Não há, como no Chile, uma placa mergulhando por baixo da outra provocando grandes terremotos. O Nordeste brasileiro está longe das bordas da placa. Os terremotos são de magnitude baixa e ocorrem provocando pequenos abalos, às vezes em grande quantidade. É bom que seja assim, pois é um sinal de que o esforço está sendo dissipado em doses homeopáticas, não permitindo o acumulo de grande quantidade de energia, capaz de provocar sismos de maior magnitude. Até agora não há como prever de uma maneira efetiva a hora e o local exato dos abalos sísmicos. Com todo o avanço da tecnologia na construção de sensores sofisticados, no momento é impossível precisar, principalmente o dia e a hora do evento sísmico. Com relação aos locais dos sismos se sabe que em geral os eventos ocorrem sempre associados a falhamentos ou suturas. No Nordeste o monitoramento dos sismos é feito através de estações sismográficas controladas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que tem o único observatório sismológico da região. Eventualmente a Universidade de São Paulo (USP), através do Instituto Astronômico e Geofísico, e a Universidade de Brasília (UnB) realizam pesquisas sismológicas na região. No entanto, os conhecimentos ainda são poucos uma vez que a pesquisa nessa área ainda é incipiente. Não se sabe ainda, por exemplo, se o esforço acumulado na placa está sendo completamente dissipado através desses pequenos abalos. Será que regionalmente a placa não está acumulando esforço para depois liberar toda essa energia de uma só vez, apesar dos pequenos abalos? A resposta a essa pergunta só acontecerá com intensa pesquisa e apoio dos órgãos públicos. 45 4.3 Atuação e apoio da Defesa Civil do Ceará às Pessoas Afetadas pelos Abalos Sísmicos. As ações realizadas pela CEDEC no atendimento aos primeiros abalos sísmicos em Alcântara, Meruoca e Sobral, tiveram início em 28 de janeiro de 2008. O chefe do Laboratório de Sismologia. Sr Brandão juntamente com os técnicos da CEDEC, realizaram Questionários Sísmicos no período de 10 a 14 de março de 2008 na Meruoca (Anexos B e C), de 17 a 21 de março de 2008 em Sobral (Anexos D e E) e de 24 a 28 de março de 2008 em Alcântara (Anexos F e G). Houve a preparação para as Conferências Municipais de Defesa Civil – CMDCs do Ceará que se iniciou com os Workshops de implantação das Regionais de Defesa Civil – REDECs, nos meses de setembro e outubro de 2009. Com a orientação e o apoio dos técnicos da CEDEC, 145 (cento e quarenta e cinco), dos 184 (cento e oitenta e quatro) municípios do Estado, se mobilizaram para realizar suas conferências. Foram 91(noventa e uma) conferências municipais e 13 (treze) conferências regionais entre os meses de novembro de 2009 e março de 2010, mobilizando 6.474 (seis mil quatrocentos e setenta e quatro) pessoas, conforme quadro 3, figura 7 e o gráfico 1 a seguir. Quadro 3 Calendário das Primeiras Conferências Municipais/Regionais de Defesa Civil no Ceará DATA MUNICÍPIO SEDE 11/11/2009 Piquet Carneiro 16/11/2009 Iguatu 2/12/2009 Guaramiranga 3/12/2009 Santana do Acaraú MUNICÍPIOS (CONFERÊNCIA REGIONAL) Solonópole, Mombaça, Pedra Pompeu, Dep. Irapuan Pinheiro Orós, Cariús, Jucás, Milhã Cruz, Morrinhos Branca; Senador 46 3/12/2009 4/12/2010 Palhano Jijoca de Jericoacoara 4/12/2009 Iracema 8/12/2009 Mulungu 9/12/2009 Sobral 9/12/2009 Limoeiro do Norte 9/12/2009 Acopiara 10/12/2009 Bela Cruz 10/12/2009 Chorozinho 10/12/2009 Marco 10/12/2009 Alto Santo 10/12/2009 Barreira 11/12/2009 Apuiarés 11 e 12/dez/2009 Fortaleza 11/12/2009 Amontada Potiretama 47 13/12/2009 Redenção 14/12/2009 Tejuçuoca 14/12/2009 Miraíma 14/12/2009 Aracati 15/12/2009 Tururu 15/12/2009 Paracuru 15/12/2009 Ibicuitinga 15/12/2009 Itapipoca 15/12/2009 Aracoiaba 16/12/2009 Acaraú 16/12/2009 Russas 16/12/2009 Baturité 17/12/2009 São João Jaguaribe 17/12/2009 São Luís do Curu 17/12/2009 Ipueiras do 48 18/12/2009 Tabuleiro do Norte 18/12/2009 Novo Oriente 18/12/2009 Barroquinha 21/12/2009 Aurora 23/12/2009 Quixelô 6/1/2010 Coreaú 7/1/2010 Boa Viagem 13/1/2010 Ibaretama 14/1/2010 Quixadá 15/1/2010 Uruburetama 18/1/2010 Barro 19/1/2010 Acarape 19/1/2010 Quixeré 20/1/2010 Massapê 20/1/2010 Tianguá Ubajara, Ibiapina 21/1/2010 Crato Altaneira; Antonina do Norte; Araripe; Assaré; Campos Sales; Farias Brito; Nova Olinda; Potengi; 49 Saboeiro; Santana do Cariri; Salitre 21/1/2010 Itapajé 21/1/2010 Umirim 21/1/2010 Jaguaretama 21/1/2010 Horizonte 22/1/2010 Alcântaras 22/1/2010 Granja 22/1/2010 Juazeiro do Norte 25/1/2010 Itaiçaba 26/1/2010 Canindé 26/1/2010 Jaguaruana 26/1/2010 Viçosa do Ceará 26/1/2010 Barbalha 27/1/2010 Aratuba 27/1/2010 Baixio 27/1/2010 Uruoca Umari 50 27/1/2010 Beberibe 27/1/2010 Trairi 27/1/2010 Irauçuba 27/1/2010 Pereiro 27/1/2010 Quixeramobim 28/1/2010 Palmácia 28/1/2010 Monsenhor Tabosa 28/1/2010 Santa Quitéria 28/1/2010 Capistrano 28/1/2010 Cariré 28/1/2010 Camocim 28/1/2010 Paraipaba 28/1/2010 Pentecoste 28/1/2010 Cedro 28/1/2010 Caucaia 28/1/2010 Jaguaribe Varjota, Reriutaba, Forquilha 51 29/1/2010 Groaíras 29/1/2010 Pacujá 29/1/2010 Itarema 29/1/2010 São Gonçalo do Amarante 29/1/2010 Icó 1/2/2010 Pacoti 3/2/2010 Hidrolândia 4/2/2010 Abaiara 5/2/2010 Milagres 5/2/2010 Caridade 5/2/2010 Ocara 10/2/2010 Caririaçu 11/2/2010 Guaraciaba do Norte 12/2/2010 Chaval 23/2/2010 Ipaumirim Croatá, Ipu, São Benedito Várzea Alegre 52 25/2/2010 Maracanaú Pacatuba, Guaiuba 25/2/2010 Madalena Choró 25/2/2010 General Sampaio 25/2/2010 Tamboril 25/2/2010 Brejo Santo 26/2/2010 Itaitinga 26/2/2010 2/3/2010 TOTAL QUADRO 3 Fonte: CEDEC, 2010 Lavras Jati, Penaforte, Porteiras, Mauriti, da Mangabeira Crateús 104 41 Missão Velha 53 Figura 7 - Municípios que realizaram a Conferência Municipal de Defesa Civil. Fonte: CEDEC, 2010 Gráfico 1 - Percentual de municípios que realizaram ou não realizaram a Conferência Municipal de Defesa Civil. Fonte: CEDEC, 2010 A mobilização municipal para as CMDCs foi feita pelos coordenadores e agentes de Defesa Civil dos municípios, que elaboraram os regimentos das conferências de acordo com suas peculiaridades e demandas. As CMDCs foram convocadas, em sua maioria, por Decretos dos prefeitos municipais, que também baixaram portarias de nomeação dos membros das comissões organizadores das conferências. 54 As CMDCs foram, em conjunto, a maior mobilização social na área de Defesa Civil já realizada no Estado do Ceará. Foi realizada a Conferência Estadual em Fortaleza e a Federal em Brasília, onde na maioria das propostas aprovada foram do Estado do Ceará. Mostrando com isso o empenho e a dedicação dos técnicos e funcionários da CEDEC, bem como, o apoio das COMDEC’s, conforme disposto nas figuras 8 e 9, a seguir: Meruoca Figura 8 - I Ciclo Itinerante de debates sobre a Atividade Sísmica do Maciço Meruoca-Rosário Fonte: CEDEC/Laboratório de Sismologia, 2010. Realização do “I CICLO ITINERANTE DE DEBATES SOBRE A ATIVIDADE SÍSMICA DO MACIÇO MERUOCA-ROSÁRIO”. Período: 27 a 31 de janeiro de 2009. Municípios: Meruoca, Alcântaras e Sobral. Entidades convidadas a participar do evento: UVA, UFC, UFRN, UnB, COMDEC’s, E CORPO DE BOMBEIROS. 55 O Laboratório de Sismologia da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil – CEDEC, ligada ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará planejou, organizou e realizou o I CICLO DE DEBATES SOBRE A ATIVIDADE SÍSMICA DO MACIÇO MERUOCA-ROSÁRIO, levando-se em conta o primeiro ano de atividade sísmica na região de Sobral, ou seja, / início dia 28/01/08. Um ano, portanto. Auditório da Prefeitura de Sobral Figura 9 - II Fórum Itinerante de Defesa Civil – Sismologia –COMDEC – NUDEC Fonte: CEDEC / Laboratório de Sismologia, 2010. Realização do ―II FÓRUM ITINERANTE DE DEFESA CIVIL – SISMOLOGIA –COMDEC – NUDEC. Período: 04 a 07 de Maio de 2010. Municípios: Meruoca, Alcântaras e Sobral. Entidades participantes: CORPO DE BOMBEIROS, CEDEC, REDEC, COMDEC’s, UVA, UFC, UFRN e UnB. O Laboratório de Sismologia, juntamente com o Núcleo de Ação Comunitária da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil – CEDEC, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará planejaram, organizaram e realizaram o II 56 FÓRUM ITINERANTE DE DEFESA CIVIL – SISMOLOGIA – COMDEC – NUDEC, levando-se em conta o segundo ano de atividade sísmica na região de Sobral, ou seja, / início dia 28/01/08. Neste segundo fórum, uma temática nova, foi apresentada, pois se tratava de uma novidade na qual cada comunidade local terá oportunidade de trabalhar e iniciar as atividades de defesa civil, partindo através da criação do Núcleo Comunitário de Defesa Civil – Nudec. Foi idealizado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil – CEDEC, e está sendo posto em prática pela Secretaria de Educação do Município de Sobral, um concurso de redação para os alunos do ensino fundamental, onde os mesmos terão a oportunidade de se manifestarem a respeito dos eventos sísmicos acontecidos naquela região. Nas dependências do auditório do SENAC em Sobral, foi ministrada uma palestra a 45 (quarenta e cinco) professores da rede pública municipal, objetivando o nivelamento das informações e conhecimentos a respeito da história da sismicidade mundial, brasileira e cearense, como também a parte da segurança sísmica em si. Para tal, e como forma de recompensa aos vencedores deverá ser propiciada uma viagem a Fortaleza com o intuito de visitação à capital cearense, como também, desenvolver atividades e conhecimentos dentro do Laboratório de Sismologia desta CEDEC. Ao longo dessa semana, teve-se a oportunidade de ouvir e responder as perguntas que não tinham sido respondidas ainda. Fiz-se a distribuição de cartilhas aonde recomendamos as melhores maneiras de enfrentar os eventos sísmicos. Realizou-se entrevistas em rádios locais para maiores esclarecimentos a respeito dos fatos e também da nossa programação a ser seguida. Os parceiros mais próximos foram as Comdec’s (COORDENADORIAS MUNICIPAIS DE DEFESA CIVIL), que através dos senhores coordenadores, prontamente apoiados pelos Prefeitos Municipais ajudaram na realização dos trabalhos. Os professores de Geologia da UVA Maria Palmira Soares Mesquita, Joaquim Mariano Neto e os professores de Psicologia da UFC José Olinda Braga e Luis Aquiles Rodrigues Furtado, tiveram um papel importante no contato com a população diretamente atingida. 57 Tivemos a companhia dos professores de Psicologia da Universidade Federal do Cará (UFC) em Sobral - Antônio Maia Olsen do Vale e do Professor Antônio Aldenor Feitosa Marques, representando a Universidade Estadual Vale do Acarau - Uva, que ministraram palestras aos afetados pelos tremores de terra. O intuito dos fóruns itinerantes é de rememorar e de evocar os acontecimentos registrados durante esses dias de atividade sísmica nessa região, realizamos, individualmente, em cada município, para que não caia no esquecimento os momentos difíceis pelos quais passaram a população. Nesse sentido, e fazendo exercitar as principais fases de Defesa Civil que são a PREVENÇÃO e a PREPARAÇÃO, visto que, em se tratando desse assunto não se sabe ainda prever os terremotos. Como tal, e por ser um fenômeno recorrente, há essa necessidade de fazer com que a população passe a conviver sem se descuidar, tomando os devidos cuidados ao enfrentamento do problema. A Região Norte do Estado do Ceará, historicamente apresenta uma freqüência significativa de eventos sísmicos e, se faz necessário periodicamente a realização de encontros inerentes a Sismologia. 58 5 METODOLOGIA Tipo de estudo A pesquisa proposta por esse trabalho teve por finalidade mostrar as ações realizadas pela CEDEC e pelas COMDEC’s, sob a ótica da Prevenção e Preparação tendo como objetivo uma pesquisa exploratória, descritiva, num procedimento de estudo de caso, pesquisa bibliográfica e documental. Quanto à abordagem: pesquisa qualitativa (Apêndice A) e quantitativa (Anexo A). Local de pesquisa e período Os locais pesquisados foram a CEDEC, com sede no bairro Centro, em Fortaleza, o Laboratório de Sismologia e a REDEC 03 e as COMDEC’s de Sobral, Meruoca e Alcântara. Período da pesquisa de 12 de janeiro à 07 de junho de 2010. Sujeitos Foram sujeitos dessa pesquisa os moradores dos municípios da Meruoca (Anexos B e C), de Sobral (Anexos D e E), e de Alcântara (Anexos F e G) na realização de um Questionário Sísmico e o Coordenador Municipal da Defesa Civil, o Sr. Jorge respondeu a um questionário (Apêndice A) relacionado na atuação da COMDEC Sobral, diante das recorrentes sismicidades da região norte do Ceará. 59 Instrumentos e procedimentos Conforme dispostos no anexo, questionários sísmicos e entrevista. Os questionários foram realizados no período de 10 a 28 de março de 2008 – Fonte: Laboratório de Sismologia/CEDEC e a entrevista com o Coordenador da COMDEC Sobral foi realiza no dia 20 de maio de 2010. Participei do DEFENCIL/SP, onde se adquiriu conhecimento sobre Defesa Civil, fui palestrante nas Conferências Municipais, participação do II fórum Itinerante de Sismologia e dos Cursos Operacionais de Defesa Civil – CODC. Diante do exposto a tipologia quanto aos objetivos utilizada na monografia foi de caráter descritivo e exploratório, pois se tentou através de literatura variada, manuais técnicos, sites institucionais, estudo de caso e pesquisa de campo apresentar a problemática do tema proposto. 60 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com o exposto na pesquisa,, não há como prever a ocorrência de terremotos, embora haja maneiras de identificar lugares propícios ao desenvolvimento de tal fenômeno. E que as ações da CEDEC e das COMDEC’s tem surtido efeito, após as visitas dos técnicos da CEDEC, psicólogos da UVA e técnicos da UFRN e da UnB nas comunidades atingidas. Por se tratar de um trabalho de cunho técnico, há uma escassez de bibliografia relacionada a abalos sísmicos no nordeste e quase não existem livros nas universidades sobre o assunto em questão. Obtive muitas informações na internet e no Laboratório de Sismologia da CEDEC. O presente trabalho apresentou a evolução da Defesa Civil na capacitação de seus técnicos e funcionários para desempenhar cursos na capital e nos municípios, agindo preventivamente na preparação das comunidades, deixandoas mais seguras a possíveis desastres. De modo geral, a partir de janeiro de 2008. A cultura de Defesa Civil focada na prevenção de desastres somente se consolidará através da implementação de programas nos quais estejam associados o saber científico e o saber popular, focados no sentido de consolidar o processo de percepção de riscos e entendimento da problemática dos desastres, dos danos, prejuízos e consequências adversas que os mesmos determinam, sendo, dessa forma, atingido um grau de conscientização no qual a sociedade (estratos da população, inclusive governamental) decide pela importância e prioridade real das medidas e ações preventivas. Necessária se faz a existência de uma política pública comprometida com a consolidação da cultura de Defesa Civil no Estado do Ceará. Uma política que possibilite a participação ampla e efetiva da população vulnerável à ocorrência de desastres, de modo que a comunidade organizada possa se apropriar de modo consciente os recursos disponíveis para o aumento da sua capacidade para reduzir 61 os efeitos dos desastres, tornando o restabelecimento da normalidade social mais rápido e eficiente após a ocorrência dos eventos adversos. 62 7 RECOMENDAÇÕES Diante dos relatos apresentados neste trabalho de pesquisa recomendase o seguinte: 1. Reassentar as famílias residentes em áreas consideradas de risco em áreas seguras na região norte do Ceará; 2. Estabelecer parceria com a Universidade e NUTEC, para o desenvolvimento de tecnologia destinada a construção de moradias seguras adequadas as área susceptíveis aos tremores. 3. Fiscalização efetiva no intuito de evitar especulação imobiliária a fim de proibir construções em áreas de encosta. 4. Realização de campanhas educativas esclarecedoras sobre a ocorrência dos sismos e a maneira de se proteger dos possíveis abalos. 5. Estabelecer parceria com a Universidade Federal do Ceará – UFC / Curso de Psicologia para o desenvolvimento de um programa de apoio e assistência psicológica a população vulnerável das regiões com possibilidade de ocorrência de sismos. 63 REFERÊNCIAS BRANDÃO, Francisco das Chagas Melo, Evidências sísmicas no Ceará: a história do tremor de terra em Pacajus, Fortaleza – Ceará. 2007; CASTRO, A. L. C. (Org.). Glossário de Defesa Civil. Estudos de Riscos e Medicina de Desastres. 2. ed. Brasília: Departamento de Defesa Civil. Ministério do Planejamento e Orçamento. 1998. Disponível em: <http://www.defesacivil.sp.gov.br/documentos/biblioteca/documentos/glossario.rtf>. Acesso em abril. 2009; ______. Apostila sobre Implantação e Operacionalização de COMDEC. 4ª Edição, p. 08, 2007; CORREIA, Paulo de Barros, Origem dos terremotos no Nordeste. Disponível em: <http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=55&id=694> Acesso em 05/05/2010; FRANÇA, George Sand. (Disponível em <http://noticias.uol.com.br/ultnot/ 2008/02/29/ult23u1320.jhtm>) acesso em 07/03/2009; HELLMAN, H. Grandes Debates da Ciência: Dez das maiores contendas de todos os tempos. Trad.: José Oscar de Almeida Marques. São Paulo; Ed. UNESP. pg. 183 - 203. (1999). LOCZY, Louis de. LADEIRA, Eduardo A. Geologia Estrutural e Introdução à Geotectônica. Editora Edgard Blücher. Ltda – São Paulo, 1ª edição, 1980. NOTÍCIA sobre terremoto. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/ geografia/terremoto-2.jhtm> acesso em 07/03/2009; SAADI, Allaoua. Especialista no estudo de placas tectônicas, professor da Universidade Federal de Minas Gerais. 64 WEGENER, A. The Origin of Continents and Oceans.London, Methuen & Co. Ltd. 120p. (1966). 65 GLOSSÁRIO: ABALO SÍSMICO Movimentos naturais da crosta terrestre, que se propagam por meio de vibrações. Podem ser percebidos diretamente pelas pessoas ou por meio de instrumentos especiais chamados sismógrafos. Anualmente são registrados cerca de 1 (um) milhão de abalos sísmicos, do quais cerca de 5.000 são percebidos pelo homem e 20 a 30 são de efeitos danosos. A intensidade dos terremotos é bastante variável, e os fatores que nela mais influem são: a magnitude da energia liberada, a distância do epicentro, a profundidade do hipocentro e as características das rochas. Assim, quanto maior a distância, menor a intensidade e, quanto mais resistentes as rochas, menores os danos causados. A intensidade pode variar desde a imperceptível pelo homem até aquela cujos efeitos podem destruir cidades inteiras, como os famosos terremotos ocorridos em Lisboa (1755), San Francisco (1906), Tóquio (1923) e Manágua (1972). Atualmente, a escala mais utilizada para medir a intensidade dos abalos sísmicos é a Escala de Mercalli, que mede os danos provocados por terremotos. Os danos podem ser humanos, materiais ou ambientais (geológicos). Nos primeiros casos, podem ocorrer mortes, ferimentos, desmoronamentos de casas e edifícios, ruptura de tubulações de água, gás ou esgoto, incêndios etc. No segundo caso, os efeitos no relevo são geralmente pequenos (embora em alguns casos possam ser de grandes proporções). Normalmente são do tipo deslizamento, desmoronamento, formação de fendas no solo etc. (V. Escala de Richter). ACIDENTE GEOLÓGICO Acidente relacionado com a ocorrência de um fenômeno geológico (terremoto, erupção vulcânica, escorregamento de solo ou outro), que pode ser causa de danos ou prejuízos, caracterizando um desastre. 66 CINTURÃO SÍSMICO A atividade sísmica é mais intensa nas áreas de grandes falhas geológicas e nas bordas das placas tectônicas do que no interior das mesmas. As regiões instáveis desenham estreitas faixas ao redor do Planeta. Uma das faixas desenvolve-se no hemisfério Norte, começando na embocadura do rio Tejo (Lisboa-Portugal) e prolonga-se ao longo da bacia do Mediterrâneo até atingir a Anatólia e a Armênia, quando se bifurca em dois ramos. O ramo norte prossegue pelo Cáucaso, Turquestão Russo, Turquestão Chinês, atingindo o lago de Baikal, e o ramo sul prossegue pelas bordas exteriores do planalto do Iran, atinge o Himalaia e depois as ilhas de Java, Molucas e Nova Guiné, prosseguindo por arquipélagos do Oceano Pacífico, como os de Salomão, Fidji, Samoa e Sandwich, atingindo a Venezuela e depois, pelas Antilhas, Cabo Verde e Açores, retorna a Portugal. A outra faixa contorna o Oceano Pacífico, ao longo dos Andes, prosseguindo pelo litoral oeste da América Central e da América do Norte, até o Alasca, e daí pelas Alentas e pela Península de Kamchatba e pela costa asiática desce do Japão à Nova Zelândia e leste da Austrália. Ocorrem também abalos sísmicos ao longo da imensa fratura da África Central que se inicia no lago Zambeze, prolonga-se pela Etiópia, pelo delta do Nilo e pela Península do Sinai até atingir o Mar Morto. Ocorrem também terremotos na Islândia (na extremidade norte da Dorsal Atlântica) e nos Pirineus. ESCALA DE MERCALLI A gravidade com que um sismo (tremor de terra) atinge uma região e afeta as pessoas, objetos e o terreno. Pode ser determinada através de uma escala de intensidade e a mais comum é a de MERCALLI, que possui doze níveis crescentes. As maiores intensidades ocasionadas por sismos brasileiros atingiram o grau VII. I — não sentido; detectado apenas por aparelhos especiais (sismógrafos); II — sentido por poucas pessoas, geralmente situadas em edifícios altos; objetos suspensos podem balançar suavemente; III — sentido por pessoas dentro de casa; ruídos semelhantes à passagem de caminhão pesado; a duração pode ser estimada; IV — sentido dentro e fora de casa; pode acordar pessoas; vibrações de louças; janelas e portas; rangido de paredes; V — sentido por muitas pessoas; 67 quebram-se louças; portas e janelas são abertas ou fechadas repentinamente; objetos instáveis podem cair; VI — sentido por todos; pessoas abandonam suas casas; excitação geral; mobílias pesadas podem mover-se; danos leves como queda de reboco; VII — assusta todos; pequenos danos em edifícios bem construídos; consideráveis danos em construções ruins; queda de telhas e platibandas; VIII — Medo geral, próximo ao pânico; consideráveis danos em construções de qualidade regular, inclusive com colapso parcial; IX — pânico geral; danos consideráveis em estruturas de grande porte; parte das estruturas podem deslocar-se dos alicerces; quebra de tubulações subterrâneas; X — rachaduras no solo e ondulações em pavimentos de cimento e estradas asfaltadas; grandes deslizamentos de terra; trilhos entortados; XI — praticamente nenhuma estrutura de alvenaria permanece erguida; pontes destruídas; grandes rachaduras no terreno; tubulações subterrâneas inutilizadas; XII — danos totais, praticamente todos os tipos de construções são grandemente danificadas ou destruídas; objetos são atirados para cima. ESCALA DE RICHTER Quantifica o grau de energia liberada durante um terremoto, considerando a amplitude das ondas sísmicas, a distância epicentral e a sensibilidade dos instrumentos de registro. É uma escala logarítmica, que teoricamente não apresenta limites. Pode conter grau negativo, para representar o evento muito pequeno, até valores próximos de nove, devido aos superterremotos. Cada grau da escala corresponde à liberação de cerca de 30 vezes mais energia que o anterior, como, por exemplo, um tremor de magnitude 5.0, que libera cerca de 900 vezes mais energia que um de grau 3.0. Variações de Magnitude: 2 a 2.9 — perceptível por instrumento; tremor sentido sobre uma área limitada; anualmente ocorrem cerca de 300.000; 3 a 3.9 — geralmente perceptível; anualmente ocorrem cerca de 49.000; 4 a 4.9 — leve; pode causar destruição do sistema de energia; ocorrem anualmente cerca de 6.200; 5 a 5.9 — danos leves; ocorrem anualmente cerca de 820; 6 a 6.9 — destrutivo; causa destruições consideráveis; ocorrem cerca de 120 ao ano; 7 a 7.9 — grande; causa grandes destruições; ocorrem cerca de 18 ao ano; 8 ou mais — mundial; destruição total; ocorrem cerca de 11 ao ano. 68 FALHA GEOLÓGICA Fratura nas rochas da crosta terrestre, ao longo das quais os blocos contíguos se movimentaram. A amplitude desse movimento pode variar de milímetros até centenas de metros. Terremotos catastróficos têm ocorrido nas zonas de domínio de grandes falhas geológicas ativas, como, por exemplo, na região da Califórnia (USA), associados à falha de San Andreas. MAREMOTO Movimento produzido pela propagação de ondas sísmicas através da massa oceânica. Geralmente tem alto poder destrutivo. (V. tsunami). SISMICIDADE Grau de freqüência e intensidade sísmica de uma zona determinada. De acordo com a sismicidade, distinguem-se: 1) regiões sísmicas — sujeitas a terremotos freqüentes e intensos, como o Chile e Japão; 2) regiões assísmicas, freqüentemente livres de terremotos, como o Brasil. (V. zona sísmica). SISMÓGRAFO Aparelho usado para registrar terremotos ou sismos. Por meio do sismograma, pode-se saber o tipo de onda vibratória e sua intensidade. SISMOLOGIA Ramo da Geofísica que se ocupa do estudo dos terremotos e da estrutura da Terra, através do estudo das ondas sísmicas e daquelas geradas artificialmente. SISMÔMETRO Instrumento que transforma as vibrações do terreno em impulsos elétricos. Esses sinais são enviados a um sistema de registro ou sismógrafo. 69 TERREMOTO Movimento súbito do terreno, ocasionado pela passagem de ondas sísmicas. Os terremotos mais freqüentes são originados por processos naturais, como a ruptura de um bloco de rochas, através de uma falha geológica. Explosões artificiais, erupções vulcânicas, deslocamento de terrenos e escorregamento de taludes podem provocar sismos menores. Os terremotos podem ser causados por explosões, impacto de meteoritos, grandes escorregamentos ou erupções vulcânicas. Os terremotos naturais, de efeito mais destrutivo, estão associados a processos tectônicos, quando ocorrem pela liberação repentina de tensões acumuladas no interior da crosta terrestre. (V. abalo sísmico). TSUNAMI Onda marinha gigante causada por um movimento súbito de grande escala, no fundo do mar, devido geralmente a terremotos ou erupções vulcânicas submarinas. Caracteriza-se por apresentar grande velocidade de propagação (até 950 km/h), comprimento longo de ondas (até 200 km/h) e baixas amplitudes de ondas no mar aberto, podendo, porém, alcançar mais de 30 metros de altura ao atingir enseadas costeiras afuniladas. É um dos fenômenos geológicos de efeito mais devastador. Termo japonês adotado universalmente para designar as perigosas ondas sísmicas marinhas ou maremotos ocorrentes, principalmente na região do Pacífico. (V. maremoto). 70 APENDICE 1 – Questionário aplicado a COMDEC Sobral Pesquisa realizada no dia 20 de maio de 2010, com o Sr. Jorge Vasconcelos Trindade – Coordenador Municipal da Defesa Civil de Sobral. QUESTIONÁRIO 1) O que foi feito no campo preventivo pela Defesa Civil, em relação às comunidades afetadas por abalo sísmico? Foram feitas visitas às residências com distribuição de panfletos, além de prestar orientação à população sobre a natureza dos tremores, e os cuidados necessários que devem ser tomados quando ocorrerem novos eventos. Foi firmado uma parceria junto ao Projeto RONDON, onde a operação foi batizada de ―tremor de terra‖, tendo como área de atuação o distrito de Jordão, devido à proximidade do epicentro. 2) Qual a causa dos abalos sísmicos no Ceará? Técnicos em sismologia da UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, estiveram no local afetado belos abalos, e ainda instalaram 08 (oito) estações sismológicas. Um estudante do curso de Física da UVA – Universidade Estadual Vale do Acaraú, foi destacado para a UFRN, onde encontra-se cursando mestrado em sismologia, para que possa estudar as causas dos abalos sísmicos na região. 3) Houve ou está havendo um trabalho na área da psicologia do desastre? Profissionais da área de psicologia da UFC – Universidade Federal do Ceará, ministraram palestras como o tema ―Compreendendo a Ansiedade e o Medo‖ para os agentes de Defesa Civil e comunidade afetada. 4) Qual foi o maior dano as comunidades afetadas durante o período sísmico na Região Norte? 71 Não houve registros de danos em grandes proporções. Devido o evento adverso não ser comum nesta região, moradores foram afetados psicologicamente, deixando suas residências e montando tendas com medo de um desmoronamento das residências. Em algumas casas foram registradas leves rachaduras devido aos abalos sísmicos. 5) Existe um mapeamento das áreas de risco e plano de ação para atuação em caso de terremotos? Membros da COMDEC, em parceria com o Corpo de Bombeiros e o Projeto RONDON, fizeram todo mapeamento do distrito de Jordão. O plano de ação foi feito logo nos primeiros registros de abalos sísmicos. 6) Quais as secretarias municipais e empresas privadas que podem da assistência a REDEC 03 durante um desastre sísmico? Por experiência durante as enchentes registradas no ano de 2009, todas as secretarias municipais e empresas privadas colaboraram no atendimento e assistência às famílias afetadas neste município. 7) Quais as dificuldades encontradas durante a atuação dos agentes de Defesa Civil junto as comunidades afetadas? Por ser um evento adverso natural, não há possibilidade de prever o desastre, nem orientar a população para se proteger. 8) Que ações estão sendo realizadas para tranqüilizar as pessoas que moram em localidade de ocorrências sísmicas? Foi realizada distribuição de panfletos com orientações sobre tremores de terra, realizado audiência pública e recentemente aconteceu o II Fórum Itinerante realizado pela Defesa Civil do Estado. 72 ANEXO A - QUESTIONÁRIO SÍSMICO Fonte: Laboratório de Sísmologia/CEDEC 1.1 QUESTIONÁRIO SÍSMICO 1.1.1 DADOS GERAIS 1.1.1.1 Nome do Observador: _______________________________________________________ Endereço do Observador:_____________________________________________________ Local:____________________________________________________________________ Data:______/______/_______ Tempo___________________________________________ Onde Estava:................................................................Dentro de Casa ( ) Fora de Casa ( ) Posição no Momento do Abalo......Em Pé ( ) Sentado ( ) Trabalhando ( 1.1.1.1.1 ) Outros ( DADOS MACROSSÍSMICOS Sentido por outras pessoas:..........................................Poucas ( ) Muitas ( ).....Todas ( ) ) 73 Acordou alguém: .................................................................................. Sim ( ).......Não ( ) Assustou alguém: .................................................................................. Sim ( ).......Não ( ) Barulho de Objetos:.Janelas ( )Louças ( )Portas ( )Móveis ( )Telhado ( )Assoalho ( ) Objetos balançaram ou foram deslocados: ........................................... Sim ( )......Não ( ) Objetos tombaram ou caíram: .............................................................. Sim ( )..... Não ( ) Observou quebra de reboco: ................................................................ Sim ( )......Não ( ) Objetos trincados: ................................................................................ Sim ( )......Não ( ) Observou rachaduras: ........................................................................... Sim ( )......Não ( ) Danos considerados em construções depreciadas: ............................... Sim ( )......Não ( ) Danos consideráveis em construções regulares: ................................... Sim ( )......Não ( ) Quanto tempo durou ________________________________________________________ Outras informações _________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Assinatura do Entrevistado___________________________________________________ Responsável..........................................................................................Data____/____/_____ Data de atualização: 12/03/2008 74 ANEXO B – Questionário sísmico da Meruoca (estatística) Fonte: Laboratório de Sísmologia/CEDEC 75 ANEXO C – Questionário sísmico da Meruoca (Gráficos) Fonte: Laboratório de Sísmologia/CEDEC 76 ANEXO D Questionário sísmico de (Sobral) Fonte: Laboratório de Sísmologia/CEDEC 77 ANEXO E – Questionário sísmico de Sobral (Gráficos) Fonte: Laboratório de Sísmologia/CEDEC 78 ANEXO F – Questionário sísmico de Alcântara (Estatística) Fonte: Laboratório de Sísmologia/CEDEC 79 ANEXO G – Questionário sísmico de Alcântara (Gráficos) Fonte: Laboratório de Sísmologia/CEDEC
Documentos relacionados
Origem dos terremotos no Nordeste
Até agora não há como prever de uma maneira efetiva a hora e o local exato dos abalos sísmicos. Com todo
o avanço da tecnologia na construção de sensores sofisticados, no momento é impossível preci...