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CENTRO UNIVERSITÁRIO ASSUNÇÃO UNIFAI PEDRO ANIZIO GOMES LEITURA EM TELEFONES CELULARES: Livro Eletrônico para as massas? São Paulo 2010 PEDRO ANIZIO GOMES LEITURA EM TELEFONES CELULARES: Livro Eletrônico para as massas? Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Biblioteconomia, para obtenção do grau de Bacharel em Biblioteconomia. ORIENTADOR: Profª. NORMA CIANFLONE CASSARES São Paulo 2010 PEDRO ANIZIO GOMES LEITURA EM TELEFONES CELULARES: Livro Eletrônico para as massas? Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Biblioteconomia, para obtenção do grau de Bacharel em Biblioteconomia. Aprovado em novembro de 2010 ________________________________________________________________________ ORIENTADOR: Profª. NORMA CIANFLONE CASSARES AGRADECIMENTOS A Deus, sempre! Aos meus familiares que sempre me proporcionaram um ambiente agradável e propício para o desenvolvimento de minha carreira acadêmica. À bibliotecária Síria Luzia pela primeira oportunidade de estágio na Faculdade Montessori. Oportunidade muito bem aproveitada, onde pude praticar o que aprendi em sala de aula e pela primeira vez tive certeza que estava trilhando um excelente caminho profissional. Ao bibliotecário Sandro Brito, bibliotecário responsável pela Biblioteca Dr. Luiz Flávio Gomes, por me conceder o privilégio de trabalhar com um profissional dinâmico e totalmente de acordo com o perfil que se exige dos profissionais bibliotecários neste século 21, cujos ensinamentos servirão de modelo na minha caminhada profissional como bibliotecário. À bibliotecária Sibele Fausto, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, pelas dicas de bibliografias e correções pontuais neste Trabalho de Conclusão de Curso. Aos bibliotecários e estudantes de biblioteconomia do Brasil que através da internet contribuíram para a realização deste trabalho de Conclusão de Curso. Demonstraram com ações concretas, a importância de colaborar com os colegas de profissão, mesmo à distância, mostrando como estão antenados com as novas tecnologias. RESUMO Baixar livros eletrônicos e lê-los em uma tela monocromática ou de LCD, tarefa antes realizada no microcomputador ou em um notebook, agora pode ser feita na tela do celular, graças ao desenvolvimento de tecnologias que permitem o acesso ao conteúdo informacional armazenado na grande rede. Aparelhos celulares dotados de tecnologia TouchScreen, acesso rápido à internet (3G e WI-FI), visualização de arquivos PDF e telas mais adequadas para leitura, vem impondo certa padronização aos novos celulares lançados aqui no Brasil. Desde o lançamento do iPhone em 2007, aparelhos mais simples vem ganhando funcionalidades e características das tecnologias citadas anteriormente e a barreira entre aparelhos celulares comuns e smartphones de uso profissional vem sendo derrubada. Até onde esses fatores poderão atrair leitores de livros impressos para a leitura de livros eletrônicos nas pequenas telas dos aparelhos celulares, cada vez mais consumidos por pessoas de todas as classes sociais? Palavras-chave: Livro Eletrônico - Leitura - Aparelhos Celulares - Tecnologias da Informação e da Comunicação. SUMÁRIO RESUMO SIGLAS E ABREVIATURAS LISTA DE ILUSTRAÇÕES 1. INTRODUÇÃO 2. TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO: LIVROS ELETRÔNICOS E APARELHOS CELULARES 2.1 A invenção de Gutenberg ............................................................................... 10 2.2 As Revoluções e a Sociedade da Informação ................................................ 12 2.3 A Internet ........................................................................................................ 13 2.4 O Livro Eletrônico ......................................................................................... 16 2.5 Aparelhos Celulares ....................................................................................... 20 3. LEITURA 3.1 Leitura nos tempos da WEB ........................................................................... 22 3.2 Leitura de livros eletrônicos em aparelhos celulares ...................................... 23 3.3 O bibliotecário e as Tecnologias da Informação e da Comunicação .............. 27 4. CONCLUSÃO ................................................................................................. 29 5. GLOSSÁRIO .................................................................................................. 32 6. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 35 7. APÊNDICES ................................................................................................... 39 SIGLAS E ABREVIATURAS LCD Liquid Crystal Display (Monitor de Cristal Líquido) GED Gerenciamento Eletrônico de Documentos ICQ Programa de comunicação instantânea. MP3 Formato de arquivo compacto de áudio. MSN Programa de comunicação instantânea que permite o envio e o recebimento de mensagens de texto em tempo real. NTIC’s Novas Tecnologias de Informação e da Comunicação OPAC Online Public Access Catalog (Catálogos de Acesso Público On-line) PDA Computador de dimensões reduzidas, menor do que uma agenda. PDF Portable Document Format (Formato de Documento Portátil) URL Uniform Resource Locator (Localizador de Recursos Universal) VOIP Voice over Internet Protocol (Voz sobre Protocolo da Internet) WWW World Wide Web (Rede de Alcance Mundial, tradução livre) 3G Terceira geração de padrões e tecnologias de telefonia móvel. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - O trabalho na oficina .......................................................................................... 11 Figura 2 - Reprodução de “as duas irmãs” (Auguste Renoir, 1889) ................................... 13 Figura 3 - Rede Mundial de Computadores ........................................................................ 16 Figura 4 – A Web e seus recursos chegam aos aparelhos celulares .................................... 21 Figura 5 - E-reader: Uma nova forma de leitura ................................................................ 22 Gráfico 1 - Usos dos aparelhos celulares no Brasil – 2009 ................................................. 21 Tabela 1 - Tabela comparativa sobre livros impressos ou eletrônicos ................................ 17 Tabela 2 – Vantagens e desvantagens do livro impresso .................................................... 18 Tabela 3 – Vantagens e desvantagens do livro eletrônico .................................................. 19 Tabela 4 – Tabela comparativa de tamanho de telas de dispositivos móveis ..................... 25 Tabela 5 – Interesse pela leitura em aparelhos celulares .................................................... 25 8 1 INTRODUÇÃO Durante a idade média no continente europeu a Igreja Católica monopolizou a produção de livros, criados de maneira artesanal pelos monges copistas. Porém, tanta dedicação investida na criação destes manuscritos tinha um preço: a demora de se produzir um único volume, que depois de pronto, tinha seu uso restrito aos homens da igreja ou a poucos privilegiados que não tinham cargos eclesiásticos. Outro fator que contribuía para a restrição e elitização dos livros era o Latim, que era a língua oficial dos documentos da igreja, mas não era a língua falada pela classe popular, que usava a vulgata, um latim cotidiano. Era necessário produzir livros em larga escala e escritos em uma linguagem que fosse familiar ao povo. A invenção de Gutenberg, que resultou na mecanização e produção de impressos em larga escala, foi importante incentivo para o aumento da circulação de informações em camadas sociais onde o hábito da leitura era novidade, possibilitando uma das primeiras demonstrações de democratização da informação. Muitos movimentos sociais, políticos e religiosos - como a Reforma Protestante e a Revolução Francesa - talvez não tivessem obtido sucesso, não fosse a aceitação dos novos ideais entre o povo, que conheceu as idéias destes movimentos graças aos impressos produzidos pelos companheiros de ofício de Gutemberg espalhados pelo velho mundo. Alguns séculos depois, a internet possibilitou o acesso às informações antes restritas a pequenos grupos. Entre outras coisas, a Internet oferece uma gama de livros eletrônicos de forma gratuita, desde textos da antiguidade clássica até obras inéditas de autores contemporâneos. Os primeiros aparelhos celulares lançados no mercado brasileiro no começo dos anos 90 tinham como única função - e maior chamariz para os consumidores - a telefonia móvel. No final desta primeira década do século XXI, os novos aparelhos apresentam tantos serviços adicionais que a telefonia acabou se tornando só mais um serviço agregado. Vivemos um momento de convergência de tecnologias, onde assistimos o encontro da Internet com a Telefonia Móvel, proporcionando ao usuário experiências que até pouco tempo só eram possíveis vivenciar na frente de um microcomputador ou notebook. Tarefas que se tornaram comuns desde a popularização da internet e o progressivo – e lento – acesso do consumidor de baixa renda as novidades da tecnologia, como verificar mensagens em webmails, ler notícias on-line, expressar-se através da internet pelo Orkut, Facebook ou Twitter, agora são feitas 9 utilizando um aparelho celular. Houve o encontro entre aplicativos comuns em computadores pessoais com a mobilidade dos dispositivos portáteis. Aparelhos com tela maior e com acesso rápido à Internet, fazem diferença quando se pensa em começar a leitura de um livro eletrônico. A capacidade de visualização de arquivos PDF (Formato de Documento Portátil), que mantém a formatação original de qualquer documento convertido (gráficos, cores e até multimídia) é o “pulo do gato” para fazer o leitor se interessar ou pelo menos iniciar uma experiência de leitura. Por ser o formato padrão da grande maioria de livros eletrônicos disponíveis na internet, o formato PDF não requer nenhum tipo de adaptação para ser lido, além de ter uma aparência próxima de um livro tradicional. Atualmente as Tecnologias da Informação e da Comunicação permitem acesso a diversas modalidades de leitura, desde aquela na tela de computadores, notebooks, e-readers, netbooks ou em aparelhos celulares. A leitura em aparelhos celulares virou hobby no Japão no final desta primeira década do século 21, não somente a leitura, como também a criação de livros nestes aparelhos. Um fato curioso é o caminho inverso feito por este tipo de publicação: digitam-se textos curtos no celular, enviando-os para blogs acessados por leitores desta nova modalidade de literatura. Quando o livro alcança relativo sucesso, ganha uma versão impressa. Japoneses e sul-coreanos se destacam como criadores e disseminadores de tecnologias apreciadas pela chamada Geração Y. O interesse por este tema surgiu após a leitura (na internet) de uma entrevista feita com o historiador francês Roger Chartier. Nesta entrevista ele enfatizou que o livro eletrônico não veio substituir o livro impresso, mas servir de alternativa para conquistar mais leitores neste mundo globalizado. Este trabalho mostrará se os livros eletrônicos disponibilizados gratuitamente na internet e a integração de serviços Web aos novos celulares estimulará a migração dos leitores de livros impressos para a leitura de livros eletrônicos em aparelhos celulares. 10 2. TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO: LIVROS ELETRÔNICOS E APARELHOS CELULARES 2.1 A invenção de Gutenberg Não há progresso sem mudança. E quem não consegue mudar a si mesmo acaba não mudando coisa alguma. George Bernard Shaw (1856-1950), dramaturgo inglês. Com a queda do último imperador romano do Ocidente, Flávio Rómulo Augusto, as famílias mais abastadas começaram a deixar as cidades para se encastelar em grandes propriedades distantes dos antigos centros urbanos, Vicentino e Dorigo (2002) descrevem: As transformações ocorridas no Império Romano do Ocidente, como o êxodo urbano e a ruralização causadas pela crise escravista, foram aceleradas com as invasões bárbaras, resultando na queda do império em 476. A partir daí, e estendendo-se até o século X, sucedeu, então, um período marcado pelo predomínio da vida rural e ausência ou severa redução do comércio no continente europeu, denominado Alta Idade Média (p.117). Chegava ao fim a Idade Antiga e tinha início a Idade Média no continente europeu. Neste momento da História surge um novo poder que por muitos séculos ditaria as regras no mundo ocidental: a Igreja Católica Romana, sob a liderança de homens denominados Papas. Através de suas ordens religiosas, a Igreja monopolizou a produção de livros, que a partir de então passaram a ser criados de maneira artesanal pelos monges copistas, como afirmam Vicentino e Dorigo (2002): O trabalho dos monges copistas, reclusos em mosteiros, permitiu preservar muitos manuscritos da Antiguidade Clássica. No período medieval, esses indivíduos eram praticamente os únicos com cultura letrada. Nesse quadro, não é de estranhar que o principal filósofo medieval tenha sido um religioso do Baixo Império Romano, preocupado basicamente com assuntos ligados à doutrina cristã. Santo Agostinho […] (p.137). Muitos livros eram reaproveitados, apagando-se textos antigos e substituindo-os por escritos geralmente de caráter religioso chamado palimpsesto. Porém, tanta dedicação investida na criação destes manuscritos tinha um preço: a demora de se produzir um único volume. Depois de prontos, os livros tinham seu uso restrito aos homens da igreja ou aos poucos privilegiados que não tinham cargos eclesiásticos. Outro fator que contribuía para a restrição e elitização dos manuscritos era o Latim, língua oficial dos documentos da igreja. Porém não 11 era o latim a língua falada pela classe popular, que usava como meio de comunicação oral a vulgata, um latim cotidiano. Era necessário produzir livros em larga escala e escritos em uma linguagem que fosse familiar ao povo. Os chineses já dominavam as técnicas de impressão em papel, inventado por eles no ano 105 d.C. e inserido no continente europeu pelos árabes que dominavam a Espanha. Sobre esta invenção, encontramos a seguinte informação na obra de Manuel Castells (2007): […] E, claro, a primeira revolução no processamento da informação foi chinesa: o papel e a imprensa foram inventados na China. O papel foi introduzido nesse país mil anos antes que no Ocidente, e a imprensa provavelmente começou no final do século VII (p.45). Mas o trabalho de gravação desenvolvido pelos orientais não era automatizado e a cada página ou unidade impressa, era necessária a intervenção humana. Os tipos móveis (letras geralmente feitas de metal ou madeira que agrupadas formavam textos), a tinta, prensas e o papel já faziam parte do cotidiano de muitos profissionais no Velho Mundo. Coube a Johannes Gensfleisch, mais conhecido como Gutenberg, juntar técnicas e materiais para mecanizar a produção de material impresso. Foi assim que ele adaptou uma prensa utilizada na produção de vinhos que consistia de um suporte fixo e uma parte superior móvel com o formato de um parafuso gigante. Uma fôrma com os tipos móveis era colocada sob a parte fixa, passava-se tinta no bloco de palavras, colocando-se a folha por cima. Em seguida, a parte superior da prensa era movida para baixo, pressionando o papel contra os tipos. Assim nasceu a Tipografia, precursora da imprensa moderna. FIGURA 1 - O TRABALHO NA OFICINA: O HOMEM DA ESQUERDA CONFERE UMA PÁGINA PRONTA; O DA DIREITA PASSA NO BLOCO DE PALAVRAS QUE IRÁ COMPOR A PRÓXIMA PÁGINA. A TINTA FONTE: GOOGLE IMAGENS [PESQUISE:GUTENBERG]. Os primeiros impressos gerados por meio tipográfico eram de caráter religioso. Considerado o primeiro livro impresso, a Bíblia de 42 linhas (duas colunas com 42 linhas cada) ou B-42, 12 publicada por volta de 1456, entrou para a história como a Bíblia de Gutenberg. Parte do sucesso da chamada Reforma Protestante liderada pelo alemão Martinho Lutero (14831546) deve-se à invenção da imprensa, dada à rapidez e alcance conseguido pelos impressos difundidos pelos reformadores, depois chamados de protestantes. O historiador Geoffrey Blainey (2009) ressalta: Só nas cidades de língua alemã, mais de 200 imprensas pareciam estar praticamente esperando este acontecimento que, sem nenhum esforço, acabaram ajudando a Reforma Protestante. O monopólio da Igreja Católica sobre a bíblia estava prestes a terminar devido a uma invenção emprestada, em parte, de uma terra onde o nome de Cristo era quase desconhecido. A bíblia era um livro precioso escrito à mão, tão escasso que em algumas igrejas a única cópia era acorrentada à mesa de leitura. Pela primeira vez na cristandade, os evangelhos se tornariam acessíveis a um preço que uma igreja de um vilarejo ou um mercador moderadamente rico pudessem comprar. Um panfleto contendo um simples sermão podia, agora, através da poderosa imprensa, chegar a mais pessoas como nunca antes um sermão havia conseguido (p.83). O reflexo imediato da mecanização e produção de impressos em larga escala foi importante incentivo para o aumento de leitores em camadas sociais onde o hábito da leitura era novidade e aos poucos foi se tornando comum a partir do momento em que a palavra escrita começou a chegar às mãos das massas com uma linguagem familiar, possibilitando uma das primeiras demonstrações de democratização da informação. 2.2 As Revoluções e a Sociedade da Informação Nada dura tanto, exceto a mudança. Heráclito (540-480 a.C.), filósofo grego. Revolução, segundo o popular dicionário Aurélio (2009), significa: “Transformação radical de estrutura política, econômica e social, dos conceitos artísticos ou científicos”. Sempre que uma quantidade considerável de informações começava a circular entre a camada mais popular da sociedade, gerando troca de idéias e discussões diversas, mudanças não demoravam em acontecer. Segundo Siqueira Júnior (2009): A literatura indica três marcos no desenvolvimento social, que são a revolução agrícola, industrial e tecnológica. Esses marcos causaram grandes mudanças na estrutura social. Marco Antônio Ferreira de Melo alude acerca dessas mudanças por intermédio de três paradigmas: agrícola, industrial e digital. A revolução agrícola inseriu o homem no sistema produtivo. Com a revolução industrial verificaram-se 13 novos tipos de energia e, finalmente, a revolução tecnológica traz a informação como produtora de riqueza (p.217). No século XVIII o advento da Revolução Francesa decretou o fim da Idade Moderna e deu início a Idade Contemporânea no mundo ocidental. Antes desse tempo, o poder da Igreja Católica já não era tão grande e vinha sendo minado aos poucos por diversos movimentos econômicos e sociais, como o crescimento e fortalecimento de uma classe burguesa vinda do comércio, a criação de universidades, a Reforma Protestante e o Iluminismo. Foi dado início a uma reurbanização das cidades, algo que não acontecia efetivamente desde a queda do Império Romano do Ocidente. Fosse como trabalhadores ou consumidores, começava a se desenhar ali uma sociedade envolvida com as tecnologias que a época oferecia e que começava a valorizar e ser valorizada pelas informações e conhecimentos que possuíam. Eram os primeiros esboços de uma sociedade que com o passar dos anos viria a ser chamada de Sociedade da Informação. Uma excelente definição do que seria essa sociedade, encontramos na obra de Siqueira Júnior (2009): A expressão Sociedade da Informação é entendida no contexto dessa sociedade pósindustrial, no que ela apresenta de qualitativamente relacionado à informação. Isso significa que não engloba toda a sociedade contemporânea, na medida em que muitas regiões e populações estão hoje excluídas do ambiente informacional, mas sim aquele setor dominante do mundo globalizado, o qual se caracteriza pela informação, comunicação e pelo domínio da tecnologia de ponta (p.216). FIGURA 2 - REPRODUÇÃO DE “AS DUAS IRMÃS” (AUGUSTE RENOIR, 1889). FONTE: GOOGLE IMAGENS [PESQUISE:LEITURA]. 2.3 A internet Quando todos pensam da mesma maneira, ninguém pensa grande coisa. Carl Sandburg (1878-1967), jornalista e militante político norte-americano. Sua origem foi um projeto militar idealizado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos durante a Guerra Fria. Nesta guerra, os combates eram travados no campo 14 ideológico entre capitalistas representados pelos Estados Unidos e socialistas representados pela União Soviética. Sobre esta época, Castells (2007) escreve: Quando o lançamento do primeiro Sputnik [satélite artificial], em fins da década de 50, assustou os centros de alta tecnologia estadunidenses, a ARPA empreendeu inúmeras iniciativas ousadas, algumas das quais mudaram a história da tecnologia e anunciaram a chegada da Era da Informação em grande escala (p.82). Os norte-americanos temiam um ataque que destruísse suas bases de dados que armazenavam informações militares estratégicas. Foi desenvolvida uma tecnologia que ligava diversos computadores localizados em lugares diferentes e faziam com que os dados circulassem entre eles e, caso um computador fosse destruído, não se perderia nenhuma informação importante, pois a mesma não estava centralizada ali na máquina que por ventura fosse destruída e sim em algum outro ponto daquela “rede” de computadores. Nascia a ARPANET, inicialmente militarizada e depois aberta aos acadêmicos e pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, o que possibilitou o desenvolvimento de novas tecnologias e da própria rede em si, que anos mais tarde separou-se em diversos ramos: militar na MIL.NET, acadêmico na CSNET e a BITNET para acadêmicos não-científicos, entre outras redes. No decorrer dos anos, a ARPANET atraiu também pesquisadores de outros países e grandes empresas do ramo de telecomunicações que injetaram dinheiro e conhecimentos técnicos na rede que teve seu nome mudado para INTERNET. A internet é fruto do desenvolvimento tecnológico, segundo Zaniolo (2007): Fruto da convergência do desenvolvimento das telecomunicações e dos computadores, a rede internet é a grande responsável pela revolução no mundo das comunicações e dos computadores. O telégrafo, o telefone, o rádio e o computador prepararam o palco para a integração de capacidades únicas da rede, que é, ao mesmo tempo, um mecanismo disseminação de informações de alcance mundial e um meio de interação e colaboração entre pessoas e computadores, independente de sua localização geográfica (pág.27). Apesar de tantas inovações, o conhecimento informático – além da estrutura oferecida pela rede de telefonia local - exigido para utilizar os recursos da internet era um dos fatores que impediam o acesso em massa à rede, assim como fazemos hoje. Sistemas Operacionais Gráficos como o Windows, não eram comuns e nem mesmo a utilização do mouse para clicar em ícones - pequeno símbolo gráfico usado para representar um programa ou atalho para algum documento - para abrir documentos. 15 A internet chegou ao Brasil em 1988, sendo inicialmente restrita a universidades e centros de pesquisas, até que a portaria 295 de 20.07.1995 possibilitou às empresas denominadas Provedores de Acesso comercializar o acesso a ela (KAMINSKI, 2003). Faltava somente uma pequena mudança para popularizar a internet: criar uma linguagem audiovisual que tornasse fácil e intuitivo a pesquisa de dados. Neste momento entra em cena o programador inglês Tim Berners-Lee, pesquisador do CERN (Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear), segundo Castells (2007): […] A invenção da WWW deu-se na Europa, em 1990, no Centre Européen poour Recherche Nucleaire (CERN) em Genebra, um dos principais centros de pesquisas físicas do mundo. Foi inventada por um grupo de pesquisadores do CERN chefiado por Tim Berners Lee (sic) e Robert Cailliau. […] Basearam-se parcialmente no trabalho de Ted Nelson que, em seu panfleto de 1974, “Computer Lib”, convocava o povo a usar o poder dos computadores em benefício próprio. Nelson imaginou um novo sistema de organizar informações que batizou de “hipertexto”, fundamentado em remissões horizontais. A essa idéia pioneira, Berners Lee (sic) e seus colegas acrescentaram novas tecnologias adaptadas do mundo da multimídia para oferecer uma linguagem audiovisual ao aplicativo (p.88). Outro personagem que deve ser lembrado – ou conhecido – quando se conta a história da internet é Marc Andreessen, criador do programa Mosaic, considerado o primeiro Navegador Web no início dos anos 90. Alguns anos depois, em 1994, já com suporte financeiro de uma grande empresa, lançou o programa Netscape Navigator, que junto com o ICQ, tornou-se um dos sucessos de público nos primórdios da internet, assim como hoje temos o Skype, MSN e outros programas populares e gratuitos que facilitam tanto a troca de informações e a interação entre as pessoas. Sobre a facilidade de acesso à rede proporcionada pela Web e os navegadores, temos uma afirmação feita por Almeida (2003): Antes do aparecimento da Web e dos navegadores gráficos, navegar na internet era algo reservado apenas aos iniciados. A informação, abundante e de qualidade, estava distribuída em locais inacessíveis à maioria. Uma enorme biblioteca sem fichas catalográficas. A situação, no momento atual, é diferente. Os mecanismos de busca de informação na internet evoluíram de forma surpreendente. Sítios como o Google elevaram a busca de informações na web praticamente ao estado da arte, sem um acréscimo de complexidade ao usuário final (p.33). 16 FIGURA 3 - REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES. FONTE: GOOGLE IMAGENS [PESQUISE:LEITURA E INTERNET]. A internet democratizou o acesso às informações antes restritas a pequenos grupos, abriu caminhos que conduzem à democratização do acesso ao conhecimento e não pode ser encarada simplesmente como um amontoado de computadores interligados em rede e sim como uma rede de pessoas interagindo das formas mais diversas. 2.4 O Livro Eletrônico Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo. Fernando Pessoa (1888-1935), poeta português. A crescente popularização do uso da internet e seus usos na vida cotidiana tornaram inevitável o encontro dos livros com a tecnologia. Quem gosta de ler um bom livro - tradicional ou eletrônico - sempre tem aquela livraria ou sebo sua preferência. Tem aqueles que gostam de ficar no meio de estantes - muitas vezes empoeiradas - entupidas de livros ou preferem tomar um café enquanto ouvem um áudiobook em livrarias onde a tecnologia mostra claramente seus benefícios e que veio para ficar. Livro eletrônico, virtual books, e-books ou livro virtual, diversos nomes para definir os arquivos digitalizados a partir de um livro impresso ou criados diretamente em meio eletrônico. Sobre o livro eletrônico, Dedim (2008) nos diz: A evolução da ciência, aliada ao desenvolvimento da tecnologia da informação, apresenta inúmeros reflexos nas relações interpessoais, na educação, na economia, no direito. O chamado livro eletrônico ou e-book é fruto dessa evolução nas formas de armazenamento, processamento e recuperação de dados e informações (p.44). Diversas obras da literatura mundial, desde textos da Antiguidade Clássica até obras inéditas de autores contemporâneos desconhecidos do mercado editorial estão disponíveis gratuitamente na internet, em domínio público. Se você sentir vontade de ler textos de Aristóteles, A Divina Comédia de Dante, Don Quixote de Cervantes, as histórias maravilhosas de Victor Hugo ou aquelas poesias singelas de Mário Quintana, basta acessar a internet, localizar o livro eletrônico de sua preferência e lê-lo na tela de seu computador, copiar para seu disco rígido ou transferí-lo para seu celular. No artigo Sobre a transitoriedade dos suportes, o escritor Umberto Eco (2009) fala sobre livros eletrônicos: 17 Não me considero um reacionário preso ao passado. Em um disco rígido portátil de 250 gigas, gravei as maiores obras mestras da literatura mundial e da história da filosofia: é muito mais confortável recuperar do disco rígido em poucos segundos, uma citação de Dante ou da Summa Theologica, que levantar-se e pegar um volume pesado nas prateleiras mais altas. Mas estou feliz de os livros continuarem nas minhas prateleiras, é uma garantia da memória para quando os fios dos instrumentos eletrônicos entrarem em curto. Na obra Do Papel até a Web, Tony McKinley (1998) também opina sobre os livros eletrônicos: Obviamente para os puristas à moda antiga, os livros em papel ainda terão o seu charme. Podemos fazer anotações ou outras marcações neles com facilidade, e eles ainda podem ser lidos em quase qualquer condição de iluminação e de ambiente. Levará pelo menos uma ou duas gerações humanas até que os livros digitais possam carregar tal presença física e emoção, se é que conseguirão (p.15). Uma iniciativa importante do Governo Brasileiro foi a criação do Portal Domínio Público [www.dominiopublico.gov.br] que disponibiliza gratuitamente para download obras fundamentais da literatura mundial. Além de textos, disponibiliza também áudios e vídeos que podem ser lidos, ouvidos ou vistos utilizando-se o aparelho celular. O atual debate sobre a preferência dos leitores por livros impressos ou livros eletrônicos, pode ser representado pela tabela abaixo que mostra a quantidade de livros tradicionais e eletrônicos lidos em um ano. Esta pesquisa foi realizada com 45 bibliotecários de todo o Brasil em diversos grupos de discussões na internet. A escolha deste grupo de profissionais deu-se pela relação dos bibliotecários com a leitura, livros e como mediadores de leitura em muitas instituições educacionais. Veja a seguir tabelas com dados sobre a quantidade de livros lidos em um ano: LIVRO IMPRESSO Leitura/ano LIVRO ELETRÔNICO Leitura/ano Livros Leitores 1 1 2 2 3 2 5 8 Livros Leitores 0 22 1 9 2 9 3 3 18 6 7 10 12 15 20 30 60 Total 3 3 5 3 7 8 2 1 Total 171 45 10 15 Total 1 1 Total 31 45 TABELA 1 - TABELA COMPARATIVA SOBRE QUANTIDADE DE LIVROS IMPRESSOS OU ELETRÔNICOS LIDOS EM UM ANO Fica evidente a preferência pelo livro impresso entre estes profissionais da informação. Veja a seguir alguns depoimentos (grafia dos mesmos) sobre vantagens e desvantagens destes dois tipos de livros. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LIVRO IMPRESSO VANTAGENS Menor esforço visual, preço. Consigo carregar o livro comigo e ler em qualquer lugar. DESVANTAGENS Tamanho, peso. Gasta árvores. "Portabilidade" e fácil manuseio. (facilidade de leitura em qualquer ambiente, ônibus, cama, salas de espera e Preço. etc). Portabilidade, mais cômodo Para mim a vantagem é de poder levar em qualquer lugar. Eu levo comigo para qualquer lugar, faço anotações com mais facilidade e da forma como quero, empresto para amigos e parentes, dou para alguém depois que leio, vendo se for valioso, troco com muita facilidade... Ocupa um lugar físico na estante, retém poeira, não posso copiar trechos para citação (preciso digitar). Volume de materiais (quanto + livros, + peso). A desvantagem, hoje podendo compará-lo a livros eletrônicos, é não ter uma maneira fácil de localizar determinada idéia, frase ou palavra. Vantagem ler onde quiser. Busca por partes do livro, palavras-chave. Contato físico com a obra, folhear. Sua vida útil e fragilidade. O livro impresso, posso ler onde quiser, carregá-lo, não necessita de tecnologia, geralmente é mais leve que um O volume (tamanho e peso). notebook, etc. Portabilidade, tradição, costume, recorrência à infância, cheiro, lembranças, etc. Desvantagem, muitas vezes são pesados. Ler a trilogia do "Senhor dos anéis" faz mal para a coluna!!! :P O preço não ajuda muito... 19 TABELA 2 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LIVRO IMPRESSO VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LIVRO ELETRÔNICO VANTAGENS DESVANTAGENS Mais compacto (não ocupa espaço físico para guardar e Os aparelhos portáteis que leem e-books disponíveis dá para levar consigo vários livros). Fácil "aquisição" de um exemplar (download) que não está disponível em uma biblioteca próxima. atualmente no Brasil têm a tela muito pequena. Cansaço de realizar a leitura em uma tela (claridade, ângulo), dependência de fontes de energia elétrica (tomadas, pilhas, baterias). Se não tiver um aparelho especial para visualizar os Gratuito. textos (e-book reader) a leitura fica cansativa e pode ficar presa a um local onde tenha um computador. Posso copiar (às vezes) um trecho para citação. É muito incômodo de se ler. É + barato ou até mesmo gratuito. Leitura cansativa, ergonomicamente desconfortável. Vantagem de acessar o conteúdo em qualquer lugar, É desconfortável e desmotivador ler através de uma ocupa pouco espaço. tela... Facilidade para encontrar o texto ou tópico procurado. É muito cansativo para ler por mais de 30 min. Podemos ter uma biblioteca de 100 livros em um Pendrive. Cansaço visual. Procura é muita e o livro sempre está reservado. Não pesa e vc pode levá-lo para qualquer lugar. É barato, pq vc baixa de graça na internet, quer dizer, de graça não pq vc paga a conta telefônica, a do provedor, da internet banda larga...(no meu caso é de graça mesmo A desvantagem é o fato de não se fazer marcações a lápis (ainda), e a insegurança nas cidades impede de se abrir o laptop para ler. pq acesso à internet do estágio). Pela disponibilidade. Porque nem sempre dá para pegar Talvez a falta de costume de utilizá-lo fazendo a determinado livro na biblioteca, ou porque não tem ou comparação ao livro impresso ao qual estou porque tem pouquíssimos exemplares disponíveis. acostumada desde que me alfabetizei. TABELA 3 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LIVRO ELETRÔNICO Sobre livros impressos e livros eletrônicos, o historiador Roger Chartier (2009) faz um alerta: Num momento em que se discute a possibilidade ou necessidade de as bibliotecas digitalizarem suas coleções (particularmente os jornais e revistas) tal observação lembra que, por mais fundamental que seja esse projeto de digitalização, ele nunca deve conduzir a relegação ou à destruição dos objetos impressos do passado.(p.28). Como leitores, como cidadãos, como herdeiros do passado, devemos, pois, exigir que as operações de digitalização não ocasionem o desaparecimento dos objetos 20 originais e que seja sempre mantida a possibilidade de acesso aos textos tais como foram impressos e lidos em sua época (p.29). 2.5 Aparelhos Celulares Sempre desejei que o meu computador fosse tão fácil de usar como o meu telefone. O meu desejo realizou-se. Já não sei usar o meu telefone. Bjarne Stroustrup – Cientista da computação dinamarquês O aparelho celular virou uma verdadeira paixão nacional. Segundo levantamento realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) no segundo semestre de 2009, a quantidade de linhas de telefonia celular ativadas em território nacional chegou a 157,5 milhões. Bem diferentes dos primeiros aparelhos lançados no mercado nacional no começo dos anos 90, que tinham como única função a possibilidade de comunicação móvel, os novos celulares apresentam tantos serviços adicionais que a telefonia acabou se tornando só mais um atrativo. Na reportagem Celulares tiram web do computador, o jornalista Filipe Serrano, com base em diversas pesquisas, afirma: Até 2020, o celular será o principal dispositivo de acesso à internet para a maior parte da população. Este é um dos pontos de maior consenso entre os especialistas entrevistados para o estudo "Imagining the Internet" (http://www.elon.edu/predictions), que prevê como será a internet nos próximos 11 anos, divulgado no fim do ano passado. Só que há grande chance de a pesquisa estar errada. A oferta de aparelhos e serviços pensados para uma internet acessível de qualquer lugar tem crescido tanto que, antes de 2020, já teremos perdido a noção do que é um "telefone". Se atualmente, comunicar-se por voz já é apenas mais uma das funções desse dispositivo de comunicação, imagine daqui a 11 anos. FONTE: Site do jornal O Estado de São Paulo Segundo dados divulgados em 2008 pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil (CETIC.br), o uso da telefonia celular ainda predomina nos novos aparelhos de comunicação, mas aos poucos outras funções vem transformando os celulares em pequenos computadores portáteis, como demonstrado neste gráfico: 21 GRÁFICO 1 – USOS DOS APARELHOS CELULARES NO BRASIL – 2009. FONTE: [WWW.CETIC.BR]. Os leitores de livros eletrônicos acostumados com os monitores tradicionais também se beneficiam da portabilidade oferecida pelos novos aparelhos para armazenar e ler seus livros eletrônicos. FIGURA 4 - A WEB E SEUS RECURSOS CHEGAM AOS APARELHOS CELULARES. FONTE: GOOGLE IMAGENS [PESQUISE: SMARTPHONES]. 22 3 LEITURA 3.1 Leitura nos tempos da WEB Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever a sua própria história. Bill Gates – Fundador da Microsoft No estudo intitulado How Users Read on the Web, Jakob Nielsen, um dos maiores especialistas em webdesign e usabilidade de páginas web, ressalta a preferência dos leitores internautas por parágrafos curtos, objetivos e com os pontos principais da mensagem apresentados em tópicos. Em reportagem intitulada Internet e livros se unem em site sobre literatura, temos uma amostra das características destes internautas leitores - principalmente os mais jovens - e uma dica para “conquistar” novos leitores nestes tempos de Web: Acostumados com a leitura dinâmica oferecida pela internet, um grande número de jovens não têm paciência para se dedicar aos livros. Para mudar um pouco a imagem de que a web é inimiga da literatura foi criado recentemente no Brasil um site que apresenta ao internauta escritores e suas obras por meio de minidocumentários em formato de clipe. Trata-se do LivroClip, um site abastecido com 148 vídeos com tempo médio de cinco minutos cada. Neles, a vida de autores - como Álvares de Azevedo - e suas obras são mostradas em forma de animação e acompanhadas por trilhas sonoras de artistas populares, especialmente de rock. Munidos apenas da animação e da trilha, o site transforma o enredo das obras literárias em uma espécie de trailler de cinema ou conta a vida de um autor transportando a realidade dele para o presente. FONTE: Site do jornal Folha de São Paulo FIGURA 5 – E-READER: UMA NOVA FORMA DE LEITURA. FONTE: GOOGLE IMAGENS [PESQUISE: E-READERS]. 23 Algumas interrogações ainda surgem quando se fala em leitura de livros eletrônicos, indagações levantadas por Oliveira (s.d.) no artigo Livros virtuais: a literatura na rede, : O que é um livro virtual? No futuro os autores vão ganhar a vida escrevendo para a internet? A tela do computador irá substituir o papel como suporte ideal para a literatura? As respostas a perguntas desse tipo são as mais variadas possíveis. Há desde os apocalípticos, temerosos de que a internet trará o fim do prazer da leitura, até os eufóricos, que preconizam na net a solução para a emergência de novos e talentosos autores, atualmente ignorados pelas editoras convencionais. Polêmicas à parte, a verdade é que os e-books conquistaram uma fatia considerável de leitores, fazendo com que autores desconhecidos tivessem seus livros lidos por milhares de pessoas. 3.2 Leitura de livros eletrônicos em aparelhos celulares Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por idéias. Mário Vargas Llosa – Escritor peruano A leitura em aparelhos celulares virou hobby no Japão nesta primeira década do século XXI. Não somente a leitura, como também a criação de livros nestes aparelhos. Um fato curioso é o caminho inverso feito por este tipo de publicação: digitam-se textos curtos no celular, enviando-os para blogs acessados por leitores desta nova modalidade de literatura. Quando o livro alcança relativo sucesso, ganha uma versão impressa. Japoneses e sul-coreanos se destacam como criadores e disseminadores de tecnologias apreciadas pela chamada Geração Y. No ocidente, um evento em especial pode ser destacado como fator que poderá aumentar o número de leitores de livros eletrônicos em celulares: o lançamento do smartphone da Apple, o iPhone em meados de 2007 nos Estados Unidos. Em reportagem intitulada iPhone: lançamento causa confusão em loja de NY, feita na época de seu lançamento, já mostrava que não se tratava de um simples aparelho para fazer e receber ligações: Em Nova York, na loja da AT&T do Brooklyn, o primeiro comprador foi admitido dois minutos depois do horário marcado para o início das vendas (18h lá) e saiu apenas meia hora depois. Em Nova Jersey, houve até uma contagem regressiva, feita por quem aguardava na fila. Assim que a loja abriu, 20 pessoas entraram e o jovem 24 Scott foi o primeiro a adquirir seu iPhone. Ele saiu da loja levantando o iPhone, em sinal de triunfo, e foi aplaudido por quem continuava na fila. Segundo o Engadget, enquanto as pessoas aplaudiam, um transeunte passou, olhou a situação e, sacudindo a cabeça, exclamou: "mas tudo isso só por um telefone?". Ele certamente não é um applemaníaco. FONTE: Portal Terra Além de diversas funções e serviços, o tamanho de sua tela Touchscreen, o acesso em alta velocidade (3G), a possibilidade de fazer downloads de livros eletrônicos e a visualização de arquivos PDF, fez com que o assunto leitura em dispositivos móveis fosse reavaliado. Não que o iPhone tenha trazido ao mercado qualquer novidade em termos de tecnologia – telas LCD, Touchscreen, internet móvel, pen drive, rádio, câmera fotográfica, etc. - mas a maneira como estas tecnologias foram incorporadas ao dispositivo criou um paradigma e fez com que a concorrência inovasse em novos aparelhos para não ficar para trás na busca por novos clientes. Bem antes de 2007 já existiam entusiastas e leitores fiéis de livros eletrônicos em telefones móveis, porém, para ler um bom livro nas minúsculas telas, era necessário dominar certos conhecimentos de informática para codificá-lo em um formato de arquivo compatível com a marca e o modelo do celular. Depois de transferido para o celular, a experiência de leitura não era muito agradável, pois a codificação do livro o transformava em texto puro, ou seja, sem cores, gráficos ou desenhos. Para os mais afortunados, possuidores de celulares mais modernos, com sistemas operacionais compatíveis com sistemas usados em microcomputadores, era mais fácil: bastava achar na internet o livro eletrônico em formato compatível, fazer download e transferir – via cabo USB - para o celular. Após o lançamento do iPhone – lembrando que outras marcas tentaram algo parecido bem antes – houve a união do aparelho celular tradicional usado geralmente só para fazer e receber ligações, com o smartphone usado há anos no mercado corporativo para verificação de emails, cadastro de dados fora da empresa e posterior sincronização destes dados com os computadores corporativos. Houve o encontro entre aplicativos comuns em computadores pessoais com a mobilidade dos dispositivos portáteis. Creio que por conta da força do marketing da fabricante (Apple), divulgação da mídia, a internet e um público sedento por novidades tecnológicas, fizeram deste aparelho um modelo a ser seguido pelos concorrentes. 25 Veja abaixo uma tabela comparativa do tamanho da tela de alguns dispositivos móveis, um dos fatores que determinantes para que alguém se aventure nesta modalidade de leitura. TABELA 4 – TABELA COMPARATIVA DE TAMANHO DE TELAS DE DISPOSITIVOS MÓVEIS COMERCIALIZADOS NO BRASIL - 2009 Na mesma pesquisa, recolhi relatos (grafia dos entrevistados) dos bibliotecários sobre as sensações geradas pela leitura de livros em celulares: JÁ LEU LIVROS ELETRÔNICOS NA TELA DE UM CELULAR? Se respondeu SIM: quais foram suas Se respondeu NÃO: qual motivo o impediu impressões? de realizar este tipo de leitura? Sim: Péssimas. É difícil ler no celular, letras pequenas, cabem poucas palavras no monitor. Não tenho interesse em fazer uso dessa tecnologia. Não. Mas a princípio, não gostaria não. Ainda não Sim, porém não li nem um capítulo completo, pois as desenvolvi minha cognição para aceitar essa letras eram muito pequenas, sem possibilidade de tecnologia. Nem tentei realizar esse tipo de leitura. ajuste. Quando recebo mensagem com mais de três linha fico nervosa. Estou começando essa experiência agora, depois que consegui comprar um Nokia nseries genêrico da China (Celular mp9 E71 "Nokia series"). Já li muito num aparelho de mp4, e uma das vantagens é que vc pode ler em qualquer lugar e até mesmo no escuro, e pode Meu celular tem a tela muito pequena (Siemens CX65). Além de que... como ficaria a "marcação" do trecho lido, para retomar a leitura em outro momento oportuno? 26 carregar vários ebooks e marcar as páginas que está lendo (bookmarks). O bom tbm que vc não fica ansioso para chegar logo no fim, como geralmente acontece com livro impresso, de querer passar logo as páginas para dar uma espiada e acabar lendo o final. Livro não, apenas texto e não gostei devido ao tamanho da tela. Ainda acho que aparelho celular é para comunicação imediata entre pessoas, seja por voz ou por escrito (torpedo). Sim e no MP4 também, além dos Audiobooks, que posso "ler" no celular e no MP4. Alguns colegas relataram da dificuldade de ler no celular por causa do tamanho da letra, quando se converte um livro pra ler no celular, tu podes selecionar o tipo e tamanho de letra, cor do fundo da tela, bem como a cor da letra, além de "marcar' a página onde parou de ler. Já no MP4, no meu caso, ele já veio pré definido, não tenho Meu celular não possibilita a leitura de um livro em sua tela, e mesmo se fosse possível não o faria pois amo o objeto livro. como alterar a exibição. A principal vantagem, que vejo é facilidade de transporte, pois não pesa, não ocupa espaço na bolsa, além do custo, pois são distribuídos "livremente" na internet. Hoje meu celular é quase uma biblioteca, pois carrego mais de 20 livros e ainda tenho um dicionário. Acredito que o campo editorial está deixando de ocupar um grande filão comercial em não disponibilizar os livros em formato .jar, ou até em .txt, o que possibilita as Tenho celular apenas para fazer e receber ligações, conversões para os mais diferentes formatos. E as utilizo a tecnologia como ferramenta de trabalho, mas bibliotecas não podem disponibilizar esses livros, seria não sou escrava desse recurso, caso algum dia por muito bom que tivéssemos esse serviço de conversão e algum motivo tenhamos que conviver sem a mesma, distribuição de e-books, celBooks e AudioBooks. Mas não sofrerei tanto, e continuarei a ler e trabalhar principalmente a questão dos direitos autoriais o que normalmente... nos faz sentir na clandestinidade. Pois aqueles que participam de fórums de compartilhamento de arquivos, vivem com medo de serem pegos, sempre trocando de sites que hospedam os arquivos, etc. TABELA 5 – INTERESSE PELA LEITURA EM APARELHOS CELULARES Aparelhos com tela maior, dotados de tecnologia touchscreen e com acesso rápido à Internet, com certeza fazem diferença quando se pensa em começar a leitura de um livro eletrônico em um aparelho celular. A capacidade de visualização de arquivos PDF (Formato de Documento 27 Portátil), que mantém a formatação original de qualquer documento convertido, como gráficos, cores e até multimídia, é o “pulo do gato” para fazer o leitor se interessar ou pelo menos iniciar uma experiência de leitura. Por ser o formato padrão da grande maioria de livros eletrônicos disponíveis na internet, não requer nenhum tipo de adaptação para ser lido, além de ter uma aparência próxima de um livro tradicional. Outro fator que poderá influenciar o aumento de leitores em aparelhos celulares é a tecnologia Touchscreen - outra tecnologia que não é nova, vide os aparelhos Palm e alguns caixas eletrônicos - que ganhou um fôlego de popularização a partir do lançamento do iPhone e vem se tornando um padrão dos novos aparelhos portáteis. A possibilidade de usar uma caneta especial - ou os dedos – proporciona uma experiência de leitura mais agradável, livrando o leitor dos botões ergonomicamente inadequados para a tarefa de rolagem do texto ou troca de páginas. 3.3 O bibliotecário e as Tecnologias da Informação e da Comunicação Tente ser uma pessoa de valor, não de sucesso. Albert Einstein (1879-1955), cientista alemão. Vivemos um momento de convergência de tecnologias que prometem aproximar o homem moderno de seus pares. É discutível se tanta tecnologia realmente aproxima ou contribui para o aumento do individualismo. Kim Vicente (2005) faz uma reflexão sobre como as novas tecnologias afetam nosso dia-a-dia: Caminhamos com guias eletrônicos - pagers, telefones celulares, assistentes pessoais digitais e computadores de bolso - que nos ligam ao nosso trabalho. Em nossa casa temos os últimos produtos eletrônicos, cada um com seu controle remoto e um volumoso manual de instruções. Todas estas engenhocas destinam-se, supostamente, a tornar a vida mais fácil, mas frequentemente a fazem ficar mais complicada. E antes de aprendermos a usar a mais recente "conveniência" tecnológica, surge outra mais nova no mercado, com recursos mais avançados. Não importa quantos manuais consigamos ler, simplesmente não conseguimos dar conta disso (p.24). Os recursos tecnológicos que podem ser utilizados por nós bibliotecários estão ligados principalmente ao uso de microcomputadores para automatização de tarefas manuais e a utilização dos serviços de comunicação oferecidos pela internet. No Serviço Técnico dispomos de todas as ferramentas para catalogar eletronicamente as informações de um suporte documentário, seja um livro, DVD, CD, microfilme, etc. Podemos disponibilizar 28 informações bibliográficas de todo acervo através de Catálogos de Acesso Público Online (OPAC's) para consulta em qualquer terminal de computador conectado à internet. Usando serviços de e-mail, comunicadores instantâneos, redes sociais, portais de conteúdo, blogs e outras ferramentas que poderão estreitar a comunicação com nosso usuário da informação. McKinley (1998, p.96), afirma que “É nesse limiar, em que a informação impressa se torna digital, que temos a oportunidade histórica e singular de oferecer aos nossos usuários um novo modo de ler, pesquisar e aprender”. Através destes serviços on-line, podemos publicar informações sobre serviços e produtos, além de disseminar comunicados pontuais que podem chegar a ele por diversos meios, desde um telefonema feito via computador usando a tecnologia VOIP, até uma mensagem em seu celular. Quando nosso usuário não puder chegar às informações que publicarmos no quadro de avisos ou na internet, faremos com estas informações cheguem até ele. No livro Introdução à Biblioteconomia, o professor Edson Nery da Fonseca (2007) afirma: A biblioteca existe para servir aos que procuram formação, informação e recreação. E os bibliotecários devem estar a serviço dessa assembléia de usuários da informação, mesmo que esta forneça - como pretende a projetada universidade da Califórnia em Monterey - em vez de livros, terminais de computadores (Prefácio). Vivemos na chamada Sociedade da Informação e o dinamismo destes dias permite que adotemos novas práticas profissionais. Conhecimento técnico sem aplicação prática para melhorar a vida das pessoas não vale muita coisa. Mais do que somente profissionais competentes tecnicamente em ferramentas de catalogação, indexação e classificação, necessitamos de profissionais em sintonia com os dias atuais e utilizadores dos benefícios da tecnologia oferecidos neste momento histórico. Temos que disponibilizar informações não somente para o usuário que nos procura em nossa Unidade de Informação, mas levá-las às comunidades próximas e servir da maneira mais adequada, conforme diversos perfis, nossos eternos usuários em potencial, transformando-os em usuários reais. 29 Conclusão Finalizando este Trabalho de Conclusão de Curso, tenho a impressão de que os estudos sobre este tema estão apenas começando. Diversos fatores (políticas educacionais, projetos que valorizem e promovam a leitura, distribuição de renda, barateamento dos dispositivos eletrônicos, incentivo recebido em casa, etc.) e não somente um único fator pode contribuir para o surgimento de novos leitores nestes tempos de predomínio da Internet. As inovações tecnológicas e o barateamento destes produtos podem contribuir bastante para o surgimento destes novos leitores, uma vez que os celulares são comprados por um número cada vez mais crescente de pessoas de baixa renda, e com isso, tornou-se um produto de consumo popular. Algo parecido ocorreu – e ocorre - com os aparelhos de televisão e geladeiras, que deixaram de ser símbolos de uma sociedade consumista e tornaram-se produtos quase indispensáveis em qualquer residência. Ainda falta um diálogo aberto entre a indústria eletrônica, operadoras de telefonia celular, o mercado editorial e a ANATEL para oferecer celulares com tecnologia compatível, conexão rápida – e estável – e pacotes de dados com preços acessíveis, como por exemplo na Índia, onde são oferecidos planos de internet móvel ilimitado por menos de 6 dólares. Se houvesse uma maior atenção aos leitores -ou potenciais leitores- de livros eletrônicos, novos aparelhos seriam desenhados e fabricados levando-se em conta o tamanho e qualidade das telas, softwares que permitem a leitura dos diversos tipos de e-books, livros promocionais, incentivos aos novos autores, entre outras estratégias. Para que qualquer tecnologia ou hábitos ligados à ela se consolide, passa pelo crivo das classes A e B. Mas o ritmo de inovações, atualizações, popularização de uso e o retorno financeiro é ditado pelas classes C e D. Quando algo está ao alcance do bolso e caí no gosto do povo, tem retorno garantido. O grande desafio neste momento é transformar uma novidade tecnológica – a leitura em aparelhos celulares em algo indispensável e natural, como a energia elétrica e o uso de aparelhos celulares, respectivamente. 30 GLOSSÁRIO ARPANET AUTOMATIZAR Rede da qual brotou a Internet. Parte de um projeto de contra-espionagem da Agência para Desenvolvimento de Projetos Avançados (Advanced Research Project Agency - ARPA), do Ministério da Defesa dos Estados Unidos. Utilizar máquinas para automatizar operações manuais. DEMOCRATIZAÇÃO DA A formação de leitores e a inserção cultural das populações nos mais diversos assuntos, é uma das formas deste tipo de democracia. INFORMAÇÃO DOMÍNIO PÚBLICO Conjunto de bens culturais - livros, artigos, obras musicais, invenções e outros cujos direitos econômicos não são de exclusividade de nenhum indivíduo ou entidade. Tais bens são de livre uso de todos, integrando a herança cultural da humanidade. E-BOOK livro em formato digital que pode ser lido em equipamentos eletrônicos tais como computadores, PDAs ou até mesmo celulares que suportem esse recurso. GUTENBERG IDADE ANTIGA João Gutenberg foi um inventor alemão que se tornou famoso pela sua contribuição para a tecnologia da impressão e tipografia. Idade Antiga, ou Antiguidade, foi o período que se estendeu da invenção da escrita (4000 a.C. a 3500 a.C.) até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.). PAPIRO Planta da família das ciperáceas cujo nome científico é Cocus Plumosa, por extensão é também o meio físico usado para a escrita (precursor do papel) durante a Antigüidade sobretudo no Antigo Egito, civilizações do Oriente Médio, como os hebreus e babilônios e todo o mundo greco-romano. CÓDICE Códice (ou codex, da palavra em latim que significa "livro", "bloco de madeira") eram os manuscritos gravados em madeira, em geral do período da era antiga tardia até a Idade Média. O códice é um avanço do rolo de pergaminho, e gradativamente substituiu este último como suporte da escrita. O códice, por sua vez, foi substituído pelo livro impresso. O termo língua natural é usado para distinguir as línguas faladas por seres humanos e usadas como instrumento de comunicação daquelas que são LINGUAGEM NATURAL linguagens formais construídas. Entre estas últimas contam-se as linguagens de programação de computadores e as linguagens usadas pela lógica formal ou lógica matemática. IDADE CONTEMPORÂNEA PERGAMINHO É o momento histórico no qual estamos inseridos, iniciado a partir da Revolução Francesa (1789 d.C.) até nossos dias. Nome dado a uma pele de animal, geralmente de cabra, carneiro, cordeiro ou ovelha, preparada para nela se escrever. Designa ainda o documento escrito nesse meio. O seu nome lembra o da cidade grega de Pérgamo, na Ásia Menor. Quando feitos de peles delicadas de bezerros ou cordeiros, eram chamados de velino. Estas peles davam um material de escrita fino, macio e claro, usado para documentos e obras importantes. Esse importante suporte da escrita também foi largamente utilizado na antiguidade ocidental, em especial na Idade Média, até à descoberta e conseqüente difusão do papel, uma invenção dos chineses. 31 MANUSCRITO Um manuscrito é qualquer documento "escrito a mão", tradução literal do latim manu scriptum, em oposição a documentos impressos ou reproduzidos de outras maneiras, como a tipografia. Um documento "manuscrito", que tenha sido produzido pela escrita direta no papel, com o uso de instrumentos como o lápis ou a caneta, é erroneamente confundido por aquele datilografado ou digitado por computador, operações em que as mãos também são empregadas. Outro emprego do termo "manuscrito" refere-se ao texto original de um autor (escritor, poeta, ensaísta etc.), em oposição ao texto revisado ou editado posteriormente, constituindo versões elaboradas por outras pessoas que não o autor. IDADE MÉDIA Período tradicionalmente delimitado com ênfase em eventos políticos. Nesses termos, teria se iniciado com a desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V (em 476 D. C.) e terminado com o fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século XV (em 1453 d.C.). WWW World Wide Web (Teia de Alcance Mundial). Conjunto de documentos interligados escritos em linguagem HTML armazenados em computadores espalhados pelo mundo. IDADE MODERNA É um período específico da história do Ocidente. Tradicionalmente aceita-se o início estabelecido pelos historiadores franceses, 1453 quando ocorreu a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, e o término com a Revolução Francesa, em 1789. ILUMINISTAS Os iluministas insurgiram-se contra o pensamento supersticioso associado à religião. Esforçaram-se por promover o progresso humano não só em questões teóricas, mas também em questões políticas e morais. IMPÉRIO ROMANO DO OCIDENTE Constituía a metade Ocidental do Império Romano após a sua divisão por Diocleciano em 286 d.C, considera-se que terminou com a abdicação de Rômulo Augusto em 4 de setembro de 476, forçada pelo chefe germânico Odoacro. Sua contraparte, o Império Romano do Oriente, sobreviveria por mais 1.000 anos. IMPRENSA HTML INTERNET MANUSCRITO Imprensa é a designação coletiva dos veículos de comunicação que exercem o Jornalismo e outras funções de comunicação informativa. HyperText Markup Language = Linguagem de Marcação de Hipertexto. Linguagem utilizada para produzir páginas na Web. A Internet é um conglomerado de redes em escala mundial com milhões de computadores interligados pelo Protocolo de Internet que permite o acesso a informações e transferência de dados. Texto escrito à mão; alfarrábio. MICROCOMPUTADORES Também chamados de micros ou computadores pessoais (PCs). NTICs PALIMPSESTO PAPA Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) são tecnologias e métodos para comunicar surgidas no contexto da "Revolução Telemática", desenvolvidas gradativamente desde a segunda metade da década de 1970 e, principalmente, nos anos 1990. A imensa maioria delas se caracteriza por horizontalizar e tornar menos palpável (fisicamente manipulável) o conteúdo da comunicação, por meio da digitalização e da comunicação em redes (mediada ou não por computadores) para a captação, transmissão e distribuição das informações (texto, imagem estática, vídeo e som). Página manuscrita, pergaminho ou livro cujo conteúdo foi apagado (mediante lavagem ou raspagem) e escrito novamente, normalmente nas linhas intermediárias ao primeiro texto ou em sentido transversal. Supremo líder da Igreja Católica, chefe de estado do Vaticano, bispo de Roma e suposto sucessor do apóstolo Pedro. 32 PRENSA REVOLUÇÃO AGRÍCOLA Na indústria o termo prensa está associado a dispositivos que comprimem ou achatam qualquer coisa entre as suas peças principais; Equipamento gráfico para impressão; ferramenta na qual se prendem objetos entre duas placas. Movimento que marcou o fim dos povos nômades e o início da formação de grupos humanos em locais fixos, dando origem as primeiras vilas e cidades. É o nome dado ao conjunto de acontecimentos que, entre 5 de Maio de 1789 e 9 REVOLUÇÃO FRANCESA de Novembro de 1799, alteraram o quadro político e social da França. Foi influenciada pelos ideais do Iluminismo e da Independência Americana (1776). REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX. SISTEMA OPERACIONAL Sistema que controla o trabalho dos periféricos (impressoras, teclados, monitores...). Há várias versões disponíveis: Windows, MS-DOS, Linux e mais recentemente, os Sistemas Operacionais para dispositivos móveis como o Windows Mobile, Android, Palm OS, Symbian e outros. SMARTPHONE É um telefone celular com funcionalidades avançadas. URL Universal Resource Locator (Localizador Universal de Recursos) é o endereço de um recurso (arquivo, impressora, acesso remoto a outromicro,etc.) disponível em uma rede, seja a Internet ou uma rede corporativa (intranet). TIPOGRAFIA É a arte e o processo de criação na composição de um texto, física ou digitalmente. Tradicionalmente, tipografia também passou a ser um modo de se referir à gráfica que usa uma prensa de tipos móveis. VELHO MUNDO Termo que define o mundo conhecido pelos europeus até ao Século XV, ou seja, a Eurafrásia: o continente europeu, africano, asiático e ilhas adjacentes. HTTP HiperText Transfer Protocol (Protocolo de Transferência de HiperTexto). É um protocolo de comunicação utilizado para transferir dados por intranets e pela World Wide Web. VOIP Voice over IP. Voz transmitida digitalmente utilizando protocolo de Internet. Evitam honorários cobrados pelas companhias telefônicas. VULGATA Latim vulgar, relativo ou pertencente ao vulgo; aquilo que é do conhecimento de todos, língua do povo. Algumas línguas evoluíram do latim vulgar, como o português, o espanhol, o francês, o catalão e outras. LATIM Antiga língua indo-européia do ramo itálico originalmente falada no Lácio, a região do entorno de Roma. Foi amplamente disseminada, especialmente na Europa, como a língua oficial da República Romana, do Império Romano e, após a conversão deste último ao cristianismo, da Igreja Católica. ANATEL A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é uma agência reguladora brasileira, administrativamente independente, financeiramente autônoma, não subordinada hierarquicamente a nenhum órgão de governo brasileiro. DOWNLOAD Significa descarregar ou baixar (em português), é a transferência de dados de um computador remoto para um computador local: o inverso de upload. E-READER Equipamento usado para leitura de e-books (livros eletrônicos). FACEBOOK Facebook é um website de relacionamento social (rede social) lançado em 4 de fevereiro de 2004, fundada por Mark Zuckerberg, GERAÇÃO Y Também conhecida como Geração Millennials ou Geração da Internet é um conceito em Sociologia que designa as pessoas nascidas após 1980 e, segundo outros, de meados da década de 1970 em diante. Esta geração desenvolveu-se numa época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica. Uma de suas características atuais é a utilização de aparelhos de telefonia celular para muitas outras finalidades além de apenas fazer e receber ligações como é característico das gerações anteriores. 33 GUERRA FRIA NAVEGADOR WEB NETBOOKS ORKUT A Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991). Também conhecido pelos termos ingleses web browser ou simplesmente browser, é um programa de computador que habilita seus usuários a interagirem com documentos virtuais da Internet. Netbooks (mini-notebooks) são computadores de baixo custo indicados para navegação na internet e tarefas que não demandem o uso de processadores potentes, ou seja, esqueça editoração de imagens e jogos. Rede Social filiada ao Google, criada em 24 de Janeiro de 2004 com o objetivo de ajudar seus membros a criar novas amizades e manter relacionamentos. Seu nome é originado no projetista chefe, Orkut Büyükkokten, engenheiro turco do Google. O fornecedor de acesso à Internet (em inglês, Internet Service Provider, ISP) oferece principalmente serviço de acesso à Internet, agregando a ele outros serviços relacionados, tais como "e-mail", "hospedagem de sites" ou blogs, PROVEDOR DE ACESSO entre outros. Inicialmente como um serviço cobrado, com o tempo passou a ser oferecido também como serviço gratuito, por empresas que estruturaram um outro modelo de negócio. SKYPE SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Programa que permite comunicação pela Internet através de conexões de voz sobre IP (VoIP). Termo - também chamado de Sociedade do Conhecimento ou Nova Economia que surge no fim do Século XX, com origem no termo Globalização. WEBMAIL Serviço da internet que permite ler e escrever e-mail usando um navegador. IPHONE Smartphone desenvolvido pela Apple Inc. com funções de câmera digital, internet, mensagens de texto (SMS), voicemail e conexão wi-fi. A interação com o usuário é feita através de uma tela sensível ao toque. TOUCHSCREEN TECNOLOGIA 3G Tipo de tela sensível à pressão, dispensando assim a necessidade de outro periférico de entrada de dados, como o teclado. As tecnologias 3G permitem que as operadoras de telefonia celular ofereçam a seus usuários uma ampla gama de serviços. Entre os serviços, há a telefonia por voz e a transmissão de dados a longas distâncias, tudo em um ambiente móvel. Até o momento, a internet rápida é a "cereja no bolo" desta tecnologia. 34 REFERÊNCIAS BARATA, Dulce Fernandes. Os suportes da história escrita do homem. Disponível em: <http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=42&rv=Literatura>. Acesso em: 15 de abril de 2009. BLAINEY, Geoffrey. Uma breve História do Mundo. 1. Ed. São Paulo: Fundamento, 2009. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Dicionário Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. 6ª Ed. Curitiba: Positivo, 2009. ECO, Umberto. Sobre a transitoriedade dos suportes. Disponível em: <http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3718541-EI12929,00.html>. Acesso em: 14 de junho de 2009. INTERNET e livros se unem em site sobre literatura. Folha Online, São Paulo, 20 de novembro de 2008. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u469970.shtml>. Acesso em: 25 de junho de 2009. SERRANO, Felipe. Celulares tiram web do computador. Estadão.com.br, São Paulo, 01 de junho de 2009. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/tecnologia+link,celulares-tiram-web-docomputador,2563,0.shtm>. Acesso em: 27 de junho de 2009. CALDEIRA, C. Do papiro ao papel manufaturado. Disponível em: http://www.usp.br/espacoaberto/arquivo/2002/espaco24out/vaipara.php?materia=0vari a. Acesso em 26 de junho de 2009. PORTAL TERRA. iPhone: lançamento causa confusão em loja de NY. 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São Paulo: Editora UNESP/Imprensa Oficial do Estado, 1999. 36 Páginas Web: DOMÍNIO PÚBLICO – [www.dominiopublico.gov.br] O "Portal Domínio Público", lançado em novembro de 2004 (com um acervo inicial de 500 obras), propõe o compartilhamento de conhecimentos de forma equânime, colocando à disposição de todos os usuários da rede mundial de computadores - Internet - uma biblioteca virtual que deverá se constituir em referência para professores, alunos, pesquisadores e para a população em geral. LIVRO CLIP – [www.livroclip.com.br] LivroClip é a moldura digital do livro, incluindo uma animação sobre a obra, trechos, biografia do autor e uma seção especial que transforma o livro em material pedagógico gratuito para uso de professores em salas de aula do ensino fundamental, médio e superior. O site LivroClip é a construção da primeira "Livropédia brasileira", ou seja, o uso da internet para levar os livros à sala de aula, na forma de animações, dicas de uso e fórum de debates. Acreditamos que nossa missão é fazer com que toda obra literária seja um instrumento para melhorar a qualidade da educação no Brasil e é nossa tarefa fazer com que escolas, editoras e empresas sejam parceiros dessa iniciativa. JORNAL “O ESTADO DE SÃO PAULO” – [www.estadao.com.br] O jornal “O Estado de S. Paulo" é o mais antigo dos jornais da cidade de São Paulo ainda em circulação. Ao longo do tempo novas empresas e produtos foram criados a partir de O Estado de S. Paulo, célula-máter do Grupo Estado. Em 1958 começa a diversificação com a inauguração da Rádio Eldorado. Em 1966 é lançado o Jornal da Tarde. A Agência Estado passa a operar em 1970. Em 1984 nasce a Oesp-Mídia e em 1988 a Oesp-Gráfica. Em 1991 a Broadcast é incorporada à Agência Estado. Em março de 2000 foi lançado o portal Estadao.com.br, com informativo em tempo real. JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO – [www.folha.uol.com.br] Folha de S.Paulo, Folha de São Paulo, ou simplesmente Folha, é um jornal brasileiro editado na cidade de São Paulo. É o jornal de maior circulação do Brasil, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC). Ao lado de "O Estado de São Paulo", O Globo e Jornal do Brasil, a Folha é um dos jornais mais influentes do país. ANATEL – [www.anatel.gov.br] A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é uma agência reguladora brasileira, administrativamente independente, financeiramente autônoma, não subordinada hierarquicamente a nenhum órgão de governo brasileiro. Foi criada em 1997 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, através da Lei 9.472 de 16 de julho, também conhecida como Lei Geral das Telecomunicações. ENCICLOPÉDIA LIVRE WIKIPÉDIA – [www.wikipedia.com.br] Wikipédia, a enciclopédia livre: É uma enciclopédia online editada de forma colaborativa por internautas do mundo todo. O site é baseado no conceito de Wiki Wiki, que significa que qualquer internauta pode editar o conteúdo de quase TODOS os artigos acionando o link "Editar" (nas abas de conteúdo) que é mostrado em quase todas as páginas do site. Todos os dias, centenas de colaboradores de todas as partes do mundo editam milhares de artigos e criam muitos verbetes inteiramente novos. 37 CITAÇÕES ON-LINE – [www.minhascitacoes.com.br] O site Minhas Citações é um projeto acadêmico, gratuito e sem fins comerciais. Foi desenvolvido por Leonardo Assis, aluno de Biblioteconomia da Universidade de São Paulo. O objetivo do site é criar um espaço para que os estudantes universitários possam armazenar e organizar transcrições textuais de trechos de obras que são relevantes para seus estudos. Cada usuário terá sua seção de registros, exclusivamente confidencial. O projeto visa a organização das leituras dos usuários, por meio da inserção de registros em fichas de leitura. 38 APÊNDICES 39 APÊNDICE A Questionário da Pesquisa Pedro Anizio Gomes CENTRO UNIVERSITÁRIO ASSUNÇÃO UNIFAI CURSO DE BIBLIOTECONOMIA SÃO PAULO - SP Boa tarde colegas (e colegos:) bibliotecários! Necessito do auxílio de vocês para complementar o conteúdo do meu Trabalho de Conclusão de Curso. Somente cinco perguntinhas, no corpo da mensagem mesmo. Clique em responder que a mensagem voltará diretamente para minha caixa de entrada, obrigado! Atenciosamente, Pedro Anizio Gomes http://pagomes.wordpress.com/tcc ================================================================= 1 - Quantos livros impressos você lê durante o período de um ano? 2 - Quantos livros eletrônicos você lê durante o período de um ano? 3 - Principal vantagem/desvantagem da leitura de um livro impresso? 4 - Principal vantagem/desvantagem da leitura de um livro eletrônico? 5 - Já leu livros eletrônicos na tela de um aparelho celular? A) Se respondeu sim, quais foram suas impressões? B) Se respondeu não, qual motivo o impediu de realizar este tipo de leitura?