FILMES DE ANIMAÇÃO DA BARBIE: normatizações e resistências
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FILMES DE ANIMAÇÃO DA BARBIE: normatizações e resistências
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO DO CAMPUS DO PANTANAL – PPGE/CPAN TELMA IARA BACARIN FILMES DE ANIMAÇÃO DA BARBIE: normatizações e resistências aos modelos de feminilidade Corumbá – MS 2015 TELMA IARA BACARIN FILMES DE ANIMAÇÃO DA BARBIE: normatizações e resistências aos modelos de feminilidade Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Educação do Campus do Pantanal (PPGE/CPAN), como requisito para a obtenção do título de Mestre em Educação na área de concentração em Educação Social, pela linha de pesquisa Formação de Educadores e Diversidade, sob orientação da Prof.ª Drª. Constantina Xavier Filha. Corumbá Mestrado em Educação – UFMS/CPAN/PPGE-CPAN 2015 CAMPUS DO PANTANAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO DO CAMPUS DO PANTANAL – PPGE/CPAN Dissertação intitulada FILMES DE ANIMAÇÃO DA BARBIE: normatizações e resistências aos modelos de feminilidade, de autoria da mestranda Telma Iara Bacarin, aprovada pela banca examinadora constituída pelos/as seguintes professores/as: _________________________________________________________ Profª Drª Constantina Xavier Filha (Orientadora) (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS) _________________________________________________________ Profª Drª Patrícia Abel Balestrin (Membro Titular) (Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS) _________________________________________________________ Profª Drª Cláudia Maria Ribeiro (Membro Titular) (Universidade Federal de Lavras – UFLA) _________________________________________________________ Prof. Dr. Tiago Duque (Membro Titular) (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS) Corumbá-MS 2015 Dedico este trabalho a Cristine Novaes Barbosa da Rocha “Minha amiga de fé minha irmã camarada, amiga de tantos caminhos de tantas jornadas. Cabeça de mulher mas o coração de menina, aquela que esteve ao meu lado em qualquer caminhada. Me lembro de todas as lutas da minha grande companheira, que tantas vezes provou ser uma grande guerreira. O seu coração sempre foi uma casa de portas abertas, amiga você foi a mais certa das horas incertas...” Foi difícil chegar aqui sem você, mas sua memória esteve presente: sua garra, sua força e sua coragem me foram fonte de inspiração... Por isso dedico a você os frutos deste trabalho, que só começou pelo seu incentivo. Obrigada por ter passado por minha vida! AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, a quem tantas vezes recorri pedindo inspiração e socorro. Às santas e santos para quem supliquei auxílio, à espera de um milagre para cumprir prazos, concluir com êxito e entregar o trabalho. Agradeço a minha orientadora Prof.ª Dr.ª Constantina Xavier Filha, companheira de tantos anos de trabalhos e estudos, que me proporcionou experiências de trabalho valiosas, aprendizados, aprofundamentos teóricos, esclarecimento de dúvidas, publicações... Foram muitos os momentos difíceis que passamos ao longo do desenvolvimento desta pesquisa, mas chegamos ao fim inteiras e com o trabalho em mãos. Sem minha querida Tina nada seria possível, este trabalho só aconteceu graças a sua dedicação para corrigir cada frase, questionar coisas absurdas, indicar caminhos e sugerir aprofundamentos nos pontos necessários. Os momentos de orientação, presenciais ou a distância, funcionavam como luz para o desenvolvimento do trabalho e davam novo folego ao processo de escrita. Um dia haverá de ser Santa Tina! Auxílio e refúgio dos/as estudantes desesperados/as! Agradeço também à minha eterna amiga Cristine Rocha, parceira nas cansativas viagens, amiga leal nos momentos bons e difíceis. Compartilhamos dúvidas e certezas, discutimos conceitos, chegamos juntas às conclusões possíveis, brigamos e nos entendemos, enfim, vivemos intensamente o período do mestrado e também os de parceria desde a graduação. Mas confesso que é com lágrimas nos olhos que faço esse agradecimento, foi muito difícil terminar esse trabalho sem minha amiga... Faltam-me palavras para expressar o quanto sou grata por tê-la em minha vida, ainda que tenha partido tão cedo... Agradeço à Samanta, grande parceira nesta jornada de trabalhos e estudos. Companheira sempre disponível, generosa para ajudar nas dúvidas e dificuldades. Sempre presente, sua ajuda foi fundamental neste processo de pesquisa. Agradeço à Francisca pela amizade, presença e parceria, pelas discussões e por compartilhar as angústias e incertezas. A todas/os as/os companheiras/os de sala e as/aos professoras/es do mestrado pelas aulas, pelas ricas discussões em sala, pelo compartilhamento de ideias, questionamentos sobre corrente teórica e pressupostos foucaultianos, questionamentos esses que foram importantíssimos no processo de amadurecimento teórico da pesquisa. Agradeço ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Campus do Pantanal, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em especial às professoras Anamaria Santana da Silva, Mônica de Carvalho Magalhães Kassar e professor Fabiano Antônio dos Santos, pessoas com as quais tivemos a maioria das aulas no ano de 2013. Agradeço à banca examinadora, professora Cláudia Maria Ribeiro, professora Patrícia Abel Balestrin e professor Tiago Dique, pela leitura e sugestões valiosas na qualificação e pela dedicação e carinho na leitura final para defesa. Fica também meu pedido de desculpas pelos pontos que foram sugeridos, mas que não foram possíveis apresentar. Agradeço também à minha família, pelas orações que fizeram em meu favor, pelo apoio moral oferecido e principalmente pela presença e carinho no momento difícil em que perdemos nossa matriarca, minha amada avó Thereza. Incluo um agradecimento especial para minha mãe Ivone, que mesmo sem entender direito as discussões e conceitos faz questão de ler meus trabalhos, acredita no meu ponto de vista e me respeita nas discordâncias. Agradeço também pela leitura dos resumos dos filmes que ela e minha irmã Taynara fizeram, dedicando algumas horas para opinar sobre o nível de entendimento dos textos. Agradeço enfim às pessoas que fazem parte da minha vida e que compreenderam as ausências, os momentos de distanciamento, os convites para eventos que foram recusados e todas as vezes que disse “não” em nome dos estudos. Obrigada por torcerem por mim nessa conquista. BACARIN, Telma Iara. Filmes de animação da Barbie: normatizações e resistências aos modelos de feminilidade. Corumbá/MS: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus do Pantanal, Corumbá, 2015. Dissertação de Mestrado em Educação. RESUMO A presente pesquisa inseriu-se no âmbito dos trabalhos do Grupo de Estudos e Pesquisas em Sexualidades, Educação e Gênero – GEPSEX/UFMS e teve por objetivo identificar nos filmes de animação da Barbie as possibilidades de vivências de feminilidades, bem como as possibilidades de resistências a um modelo único de vivência da feminilidade. As questões que nortearam a pesquisa foram: Quais as feminilidades que são veiculadas/produzidas nos filmes de animação da Barbie? De que forma essas feminilidades são legitimadas enquanto modelos para a vivência das feminilidades? Existe um modelo único nos filmes ou há a possibilidade de variadas formas de vivências de feminilidade e de ser menina/mulher? A pesquisa foi fundamentada teoricamente nos Estudos Culturais, Estudos de Gênero e nos pressupostos foucaultianos, utilizando os conceitos de gênero, feminilidade, pedagogias culturais, identidade e diferença, identidade de gênero, subjetivação, poder e resistência. Escolhemos os filmes por entendermos que são artefatos culturais e que, como tais, atuam na constituição das identidades, inclusive as de gênero, instituindo formas adequadas para a vivência das feminilidades e masculinidades. Tomamos como fonte para pesquisa os filmes de animação da Barbie produzidos entre os anos de 2001 a 2012, totalizando vinte e três obras analisadas. Para organizar nossas discussões e identificar os diversos elementos de feminilidades que os filmes possibilitam, fizemos a organização dos filmes em cinco agrupamentos de acordo com os temas que predominavam em cada um, apesar de que todos os filmes apresentavam mais de um dos elementos que consideramos em cada agrupamento. Os grupos formados foram: “Ensinamentos de feminilidade”; “Renúncia de algo pelo bem comum”; “Amizade verdadeira”; “Amor romântico” e “Feminilidade diferente do modelo dominante”. Com base na nossa fundamentação teórica foi possível pensar em possíveis discussões e problematizações às perguntas formuladas. Identificamos que os filmes apresentam um impasse, pois à medida que proporcionam uma infinidade de maneiras para pensar em resistências e rupturas com modelos únicos de feminilidade, acabam, também, por reafirmar um modelo idealizado de feminilidade como desejável, qual seja, um modelo dócil, gentil, educado e altruísta. Contudo, entendemos que essa discussão é profícua no âmbito dos Estudos Culturais e Estudos de Gênero, pois possibilitam questionar e tencionar regras e padrões preestabelecidos para vivência das feminilidades e masculinidades, sobretudo nas instituições educativas com e para as crianças. Palavras-chave: Feminilidades; Gênero; Filmes da Barbie. ABSTRACT This research took part in the works of the Grupo de Estudos e Pesquisas em Sexualidades, Educação e Gênero – GEPSEX/UFMs and had as objective identify in Barbie animated films possibilities of experiencing femininities, as well as possibilities of resistance to a single model of experiencing it. The questions that guided this research were: What are the femininities aired/produced in Barbie animated movies? How are those femininities legitimized as models of experiencing femininities? Does a single model of experiencing femininity exist or are there possibilities of various forms of experiencing it and of being woman/girl in Barbie animated films? Grounded in Cultural Studies, Gender Studies and Foucauldian premises, the concepts of gender, femininity, cultural pedagogies, identity and difference, gender identity, subjectivation, power and resistance were used throughout this research. The choice for the films was made because they are cultural artifacts and, being so, act in the production of identities, including gender identity, instituting what are considered adequate forms of experiencing femininities and masculinities. The resources for this research were Barbie animated films made between the years 2001 to 2012, totaling twenty-three works analyzed. To organize the discussions and identify the various elements of femininities that the films made possible, an organization of the films in five groupings, according to the predominant theme, was made taking in consideration that all films brought more than one element of each grouping. The groupings were: “Teachings of femininities”; “Renounce for the common good”; “True friendship”; “Romantic love” and “Femininities that differ from the dominant model”. With the theoretical ground chosen, it was possible to think of discussions and problematizations to the questions proposed. We were able to identify that the films present an impasse, because they proportionate multiple of ways to think of resistances and ruptures of the single model of femininity; on the other hand, they end up reaffirming an idealized model of femininity as desirable, namely, a docile, gentle, polite and altruistic model of femininity. Taking all that unto account, we do believe that this discussion is fruitful in the framework of Cultural Studies and Gender Studies, because they allow us to question and tension the rules and pre-established patterns of experiencing femininities and masculinities, especially in educative institutions for and with children. Keywords: Femininities; Gender; Barbie films. LISTA DE TABELAS Tabela 1: Lista completa dos filmes ....................................................................................31 Tabela 2: Detalhamento dos grupos ....................................................................................46 Tabela 3: Características dos grupos ...................................................................................47 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Erika tomando nota dos ensinamentos para ser uma princesa............................................... 49 Figura 2: Erika ensaiando o aceno de princesa ..................................................................................... 50 Figura 3: Princesa acenando da sacada ................................................................................................. 52 Figura 4: Pop Star dando entrevistas .................................................................................................... 53 Figura 5: Tori descendo pelo corrimão da escada ................................................................................ 54 Figura 6: Tori e suas irmãs depois de sabotarem o quadro de tia Amélia ............................................ 54 Figura 7: Tori e suas irmãs depois de bagunçarem o quarto ................................................................. 55 Figura 8: Tori imitando tia Amélia ao ganhar uma bronca ................................................................... 55 Figura 9: Casamento de Anneliese e Erika com seus respectivos noivos, Julian e rei Dominick. ...... 56 Figura 10: Princesas ao chão depois de colidirem umas nas outras...................................................... 57 Figura 11: Princesas a mesa .................................................................................................................. 58 Figura 12: Blair recebendo aulas de etiqueta e equilíbrio..................................................................... 59 Figura 13: Blair trabalhando de garçonete ............................................................................................ 62 Figura 14: Delancy entregando a coroa de Gardênia ............................................................................ 63 Figura 15: Blair se transformando em princesa .................................................................................... 63 Figura 16: Clara libertando os prisioneiros ........................................................................................... 64 Figura 17: Clara salvando o príncipe com um beijo ............................................................................. 64 Figura 18: Elina enfrentando Laverna para libertar as/os amigas/os .................................................... 65 Figura 19: Elina no momento em que destrói o cristal e caba com os planos de Laverna ................... 65 Figura 20: Elina ao trocar suas asas por cauda de sereia para salvar Nori............................................ 66 Figura 21: Elina abrindo mão de recuperar suas asas para impedir o envenenamento das águas. ....... 66 Figura 22: Elina salvando fada Solar .................................................................................................... 67 Figura 23: Elina se colocando a frente do primeiro voo da primavera ................................................ 67 Figura 24: Butterfly e suas amigas fugindo de monstros ...................................................................... 68 Figura 25: Butterfly salvando a vida da rainha ..................................................................................... 68 Figura 26: Merliah abre mão de retomar sua vida para salvar o reino ................................................. 70 Figura 27: Merliah se transformando em princesa sereia depois de se reconhecer como tal ............... 70 Figura 28: Merliah no momento em que decide fazer o ritual ............................................................. 71 Figura 29: Merliah no trono assumindo o risco de nunca mais voltar a ser humana ............................ 71 Figura 30: Merliah brigando com a mãe ............................................................................................... 73 Figura 31: Merliah produzindo Marvita ............................................................................................... 73 Figura 32: Liana entregando o colar da amizade para Alexa ................................................................ 77 Figura 33: Alexa e Liana se desentendem ............................................................................................ 77 Figura 34: Polegarzinha e suas amigas em um abraço.......................................................................... 78 Figura 35: Makena e Polegarzinha se reconciliando ........................................................................... 78 Figura 36: Ro e príncipe Antônio dançando no baile ........................................................................... 81 Figura 37: Ro aceita o pedido de casamento ........................................................................................ 81 Figura 38: Barbie sofrendo com a separação ........................................................................................ 82 Figura 39: Barbie e Ken em um beijo de reconciliação ........................................................................ 82 Figura 40: Barbie tentando proteger Ken.............................................................................................. 83 Figura 41: Barbie e Ken em um evento ................................................................................................ 84 Figura 42: Rapunzel aceita o convite para o baile ............................................................................... 85 Figura 43: Casamento de Rapunzel com o príncipe ............................................................................. 85 Figura 44: Odete e o príncipe após serem atingidos por um feitiço .................................................... 86 Figura 45: Odete aceita o pedido de casamento do príncipe................................................................. 86 Figura 46: Corinne desafiando um mosqueteiro ................................................................................... 89 Figura 47: Revelação das mosqueteiras no baile ................................................................................. 90 Figura 48: Corinne salvando o príncipe ................................................................................................ 92 Figura 49: As garotas partindo em missão ............................................................................................ 92 Figura 50: Barbie escolhendo um vestido para comprar ...................................................................... 93 Figura 51: Barbie se desculpando por seus erros .................................................................................. 94 Figura 52: Barbie e Kevin dançando no baile da escola ....................................................................... 94 Figura 53: Eden ameaçando demitir as/os funcionárias/os ................................................................... 95 Figura 54: Eden no orfanato depois de mudar sua conduta .................................................................. 95 Figura 55: Irmãs de Barbie brigando entre si........................................................................................ 96 Figura 56: As irmãs reconciliadas ao final do filme ............................................................................. 96 Figura 57: Annika discutindo com seu pai e sua mãe ........................................................................... 97 Figura 58: Annika enfrentando o gigante ............................................................................................. 97 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 12 CAPÍTULO 1 – DOS CAMINHOS TRILHADOS E OS PERCURSOS DA PESQUISA .................. 13 1.1 Trajetória pessoal nos estudos de gênero e os primórdios da pesquisa ....................................... 13 1.2 Dos interesses da pesquisa .......................................................................................................... 16 1.2.1 Filmes de animação e as pedagogias culturais.......................................................... 17 1.2.2 Por que filmes de animação da Barbie? .................................................................... 20 1.2.3 Barbie: uma breve história ......................................................................................... 23 1.2.4 A pesquisa em relação a outras produções ................................................................ 25 1.3 Percursos teórico-metodológicos ................................................................................................ 30 1.3.1 Conhecendo a história da animação .......................................................................... 34 1.3.2 Filmografia produzida ............................................................................................... 36 1.4 Conceitos teóricos ....................................................................................................................... 38 CAPÍTULO 2 – PROBLEMATIZANDO AS FEMINILIDADES NOS FILMES DA BARBIE. ....... 44 2.1 Agrupamentos das Feminilidades e suas características em cada grupo. .................................... 44 2.1.1 “Saber qual vestido usar, e o tempo todo saber como se portar” − Aprendendo a ser princesa. .............................................................................................................................. 48 2.1.2 “É meu dever” − Renúncia de algo pelo bem comum ............................................... 63 2.1.3 “Melhores amiga hoje, amanhã e sempre” − Amizades verdadeiras ....................... 74 2.1.4 “Esse tipo de amor desprendido tem um poder incrível!” − Amor romântico .......... 79 2.1.5 Você pode ser tudo que quiser! − Feminilidade diferente do modelo reafirmado nos filmes ................................................................................................................................... 87 2.1.6 Enfim, que feminilidade é essa? ................................................................................. 99 CONSIDERAÇÕES FINAIS: PENSANDO EM FINALIZAÇÕES .................................................. 103 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 106 ANEXO ............................................................................................................................................... 111 Anexo A – Capas e sinopses oficiais retiradas das capas dos DVDs .............................................. 112 APÊNDICES ....................................................................................................................................... 124 Apêndice A – Tabelas ..................................................................................................................... 125 Apêndice B – Histórias detalhadas.................................................................................................. 159 Apêndice C – Letras das músicas .................................................................................................... 197 Apêndice D – Lista de filmes da Barbie produzidos entre 2013 e 2015 ......................................... 204 INTRODUÇÃO Iniciamos este trabalho com o objetivo de identificar as feminilidades veiculadas e produzidas nos filme de animação da Barbie para, posteriormente, analisar e problematizar as feminilidades encontradas. A pesquisa não foi sobre os filmes, mas com os filmes. Pensamos que com os filmes podemos identificar a “feminilidade” de Barbie e os possíveis ensinamentos e normatizações que ela pode estar constituindo. No decorrer do processo de pesquisa incluímos as feminilidades de outras personagens que também traziam aspectos relevantes para nossos estudos. Inicialmente, parece óbvia a feminilidade que Barbie representa, mas, ao passar horas e horas com ela, nada mais parece óbvio. Barbie traz um misto de subversão/resistência com sujeição/conformidade. As características se contradizem e se completam, avançam e retrocedem, trazem possibilidades e padronizações. Nossa pesquisa é embasada nos Estudos Culturais, Estudos de Gênero e pressupostos foucaultianos. Na primeira parte desta dissertação apresentamos os percursos da pesquisa com a trajetória pessoal da pesquisadora e os caminhos até chegar ao tema da pesquisa. Falamos da importância do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Sexualidades e Gênero – GEPSEX no processo de desenvolvimento desta pesquisa. Em seguida, elencamos os interesses da pesquisa, o que nos motivou e as questões que nos impulsionaram a pesquisar. Após, contextualizamos nossa pesquisa no campo dos Estudos Culturais, apresentando nossas motivações e o cenário das produções de pesquisas com filmes de animação. No tópico seguinte, expomos os percursos teórico-metodológicos juntamente com uma apresentação das fontes que utilizamos, a saber: filmes de animação da Barbie produzidos entre os anos de 2001 a 2012. Finalizamos o primeiro capítulo com a introdução dos conceitos que entendemos serem essenciais para fundamentar teoricamente os resultados dos estudos realizados a partir dos filmes selecionados. No segundo capítulo, trazemos os resultados da pesquisa. Apresentamos primeiramente os agrupamentos realizados com os filmes integrantes da pesquisa. Em seguida passamos à apresentação e discussão em torno das características e problematizações de cada grupo, articulando os conceitos de gênero, identidade e subjetivação às discussões propostas, juntamente com o resumo de cada filme trabalhado. Elencamos os “achados” da pesquisa, problematizando as resistências e as conformações das personagens, identificando os pontos que possibilitavam ruptura em relação a um modelo único de vivência das feminilidades. 12 CAPÍTULO 1 – DOS CAMINHOS TRILHADOS E OS PERCURSOS DA PESQUISA 1.1 Trajetória pessoal nos estudos de gênero e os primórdios da pesquisa Usarei, na primeira parte deste trabalho, a linguagem na primeira pessoa do singular por tratar-se de minha trajetória pessoal e dos caminhos que me levaram enquanto pesquisadora a iniciar os estudos nas temáticas de gênero, sexualidade e educação, tornados possíveis quando conheci minha orientadora. Após, nos demais tópicos e capítulos, usarei a linguagem na primeira pessoa do plural, pois não se trata de um trabalho individual, mas sim de um trabalho realizado a quatro mãos: escrito por mim, mas revisado, corrigido, guiado e acompanhado por minha orientadora que contribuiu imensamente para o desenvolvimento da pesquisa e escrita da dissertação. Para falar de meus interesses nos Estudos de Gênero é necessário retornar à minha graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. No curso tive contato com uma disciplina sobre gênero com foco exclusivo no feminino, ou seja, gênero era sinônimo de mulher. Apesar de gostar das nossas discussões e problematizações sobre o tema, não tive interesse em aprofundar os estudos nessa área. Meu interesse naquele momento era pela antropologia, em especial com as questões indígenas. Porém, no último ano da graduação, fiz uma disciplina optativa, “Educação, Sexualidade e gênero”, no curso de Pedagogia: foi quando conheci minha atual orientadora, Prof.ª Dr.ª Constantina Xavier Filha. Fiquei encantada com as temáticas das aulas, descobri uma nova forma de conceber o gênero: não apenas na perspectiva do feminino, mas de forma relacional, considerando as masculinidades e feminilidades enquanto construções sociais. Apesar da empolgação que as discussões e estudos me causavam, acabei interrompendo esses estudos ao término da disciplina e com a conclusão do curso. Pouco mais de um ano depois, em 2008, à convite de minha amiga Cristine Rocha, inscrevi-me para um curso de extensão na UFMS, Educação para a Sexualidade, para a Equidade de gênero e para a Diversidade Sexual – EPSEX. Este curso foi oferecido pela Prof.ª Constantina, foi quando nos reencontramos. Por intermédio deste curso tive a oportunidade de retomar os estudos nas temáticas de gênero, sexualidades e educação e depois veio a possibilidade de participar da seleção para ser tutora a distância no curso Gênero e Diversidade na Escola – GDE, um curso coordenado também pela Prof.ª Constantina e 13 oferecido pelo Departamento de Educação do Centro de Ciências Humanas e Sociais e a EAD/UFMS, no ano de 2009. Iniciei, juntamente com este trabalho, a participação no Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Sexualidades e Gênero – GEPSEX, com coordenação da mesma professora. Através do grupo, ampliei e aprofundei os estudos, colaborando nas diversas pesquisas realizadas e coordenadas pela Prof.ª Dr.ª Constantina Xavier Filha e comecei a pensar na possibilidade de fazer Mestrado em Educação nas temáticas que estudávamos. Com a participação no GEPSEX, trabalhei como voluntária em diversas pesquisas e projetos como: projeto de extensão “Educação para a sexualidade, gênero e direitos humanos de crianças: produção de materiais didáticos para/com a infância”; o projeto de pesquisa “Violências contra crianças e adolescentes: representações de educadores/as e alunos/as de escolas municipais de Campo Grande/MS”; colaborei também na parte final da pesquisa “Já é tempo de saber...: a construção discursiva da Educação Sexual em Manuais e Livros infantojuvenis – 1930 a 1980 do século XX”; além de participar da preparação e organização gráfica dos livros infantis A menina e o menino que brincavam de ser...1, e Entre sementes e cegonhas: as curiosidades de Gabriela/Entre explosões e cortes na barriga: as curiosidades de Rafael2 de autoria da Prof.ª Dr.ª Constantina Xavier Filha. Todas essas atividades foram fundamentais para o aprofundamento dos estudos, além de proporcionarem maior experiência em relação à realização de pesquisas. Durante meu trabalho como tutora do GDE realizei algumas atividades solicitadas pela Prof.ª Tina. Uma destas foi pesquisar e baixar propagandas da Barbie, montando um acervo com os vídeos das propagandas, pois a referida professora tinha como objetivo estudar os artefatos culturais para a infância em uma de suas pesquisas, entre eles a Barbie. Ao realizar a busca pelas propagandas, os vídeos começaram a chamar minha atenção por conta de algumas frases que eram repetidas ao final de quase todas as propagandas, a destacar: “Rosa é tudo, viva o rosa!”, “Rosa é vida, viva o rosa!”, “Rosa é fashion, viva o rosa!”, além da presença marcante do cor-de-rosa em todas as propagandas da boneca Barbie e seus acessórios. Essas frases e os elementos das imagens nas propagandas começaram a me causar inquietação. 1 XAVIER FILHA, Constantina. A menina e o menino que brincavam de ser... Ilustrações de Marilza Rodrigues. Campo Grande, MS: Editora da UFMS, 2009. 2 XAVIER FILHA, Constantina. Entre explosões e cortes na barriga: as curiosidades de Rafael/Entre sementes e cegonhas: as curiosidades de Gabriela. Ilustrações de Marilza Rodrigues. Campo Grande, MS: Editora da UFMS, 2009. 14 O meu interesse pelos filmes de animação de curta-metragem, conhecidos como desenhos animados, vem de longa data. Encantei-me com os desenhos animados desde os primeiros contatos que ocorreram por volta dos nove anos de idade e, mesmo depois de adulta, sempre que possível assistia a filmes de animação, independente de serem desenhos animados ou filmes de longa-metragem. Na ocasião do levantamento das propagandas, já havia assistido a diversos filmes da Barbie na programação dos canais abertos de televisão e também com a filha de uma amiga, pequena fã da Barbie que adquiria todos os lançamentos de filmes. Mas foi a partir das discussões no GEPSEX que comecei a dar atenção aos elementos fílmicos, observando as cores utilizadas, as falas, personagens masculinas e femininas, os lugares sociais ocupados por essas personagens, percebendo cada um desses elementos com olhar mais crítico. Minha inquietação aumentava, pois discutíamos nos encontros do GEPSEX o quanto os artefatos culturais atuam na construção das identidades das crianças. Pegava-me pensando: quais as feminilidades e masculinidades que os filmes de animação estavam produzindo e reproduzindo? Quando decidi concorrer ao mestrado, mais uma vez motivada por minha amiga Cristine, não tinha delimitado o que queria pesquisar. Em conversas com a Prof.ª Tina, ela sugeriu um estudo sobre os filmes da Barbie, pois ela já vinha desenvolvendo algumas pesquisas com as acadêmicas nas disciplinas que ministra no curso de pedagogia da UFMS. A sugestão da Prof.ª Tina era pesquisar feminilidades nos filmes da Barbie e masculinidades nos filmes do Ben 10. Considerando as possibilidades de problematizações e análises que os filmes proporcionariam, e minha apreciação por filmes de animação, lancei-me a esse desafio e elaborei o anteprojeto com o qual me classifiquei para o Mestrado em Educação. Em 2012 cursei uma disciplina optativa do mestrado ministrada por minha orientadora e iniciamos, também, as orientações e elaboração do projeto de pesquisa. Para isso realizei um levantamento dos filmes da Barbie produzidos até 2012, chegando a um total de 24 obras produzidas, todas de longa-metragem. Em relação aos filmes do Ben 10, os resultados foram muito maiores: Ben 10 começou a ser exibido em 2005 e até 2012 já contava com mais de 600 episódios de filmes de animação de curta-metragem, além de um filme de animação longa-metragem. Mesmo diante dos números, comecei a adquirir os exemplares em DVD enquanto trabalhava na produção do projeto e cumpria o cronograma das disciplinas do mestrado. Depois de algumas orientações, e algumas versões do projeto de pesquisa, optamos por retirar os filmes do Ben 10 da pesquisa: essa decisão se deu pelo grande número de materiais disponíveis e, devido à articulação de dois temas, feminilidades e masculinidades, a 15 pesquisa ficaria demasiado extensa para realizar no prazo do mestrado. Sendo assim, delimitamos nossas análises apenas com os filmes da Barbie, fechando em vinte e três obras produzidas de 2001, por ser o período em que a produção fílmica da Barbie se intensificou, até 2012, período em que iniciamos a coleta dos materiais. A participação no grupo de estudos GEPSEX, bem como as pesquisas desenvolvidas em todos os trabalhos com a professora Constantina, foram fundamentais para a gestação e amadurecimento desta pesquisa aqui apresentada. Por meio dos estudos e das experiências de pesquisa foi possível aprofundar conceitos teoricamente, além do aprendizado sobre o trabalho de pesquisadora. Neste tópico apresento os passos iniciais para o desenvolvimento de nossa pesquisa. A seguir, trazemos os interesses que nos motivaram a pesquisar, o objeto de nossas investigações e as questões que impulsionaram nossas buscas. 1.2 Dos interesses da pesquisa Depois de termos definido como objeto desta pesquisa as feminilidades veiculadas/produzidas nos filmes de animação da Barbie, passamos a definir os elementos da nossa pesquisa. Nosso objetivo em relação aos filmes de animação da Barbie era: identificar as feminilidades que são veiculadas/produzidas nos filmes e analisar e problematizar as feminilidades que encontramos nas obras audiovisuais. Mobilizamo-nos a partir de algumas perguntas que nos permitiram problematizar o caráter de normalização que os filmes podem assumir. Buscamos primeiramente saber quais as feminilidades que são veiculadas/produzidas nesses filmes de animação, seja a feminilidade da protagonista Barbie ou de outras personagens. Com as respostas a esta questão, passamos a nos perguntar: de que forma essas feminilidades são legitimadas enquanto modelos para a vivência das feminilidades? Existe um modelo único nos filmes ou há a possibilidade de variadas formas de ser menina/mulher? Para responder a essas indagações analisamos cada um dos filmes, criamos agrupamentos com as características de feminilidades que apareciam nos filmes para cada personagem e fizemos um mapeamento dos tipos de feminilidades encontradas. Isso nos possibilitou identificar os diversos tipos de feminilidades que podem ser considerados como modelos no contexto dos filmes. Nossas análises teóricas se fundamentaram nos Estudos Culturais, Estudos de Gênero e pressupostos foucaultianos. 16 No decorrer do processo de pesquisa tivemos a oportunidade de publicar trabalhos em eventos na área da educação. Publicamos um artigo no “XII Encontro de Pesquisa em Educação da Região Centro-Oeste – 2014”, intitulado “Um jeito Barbie de ser: analisando feminilidades em filmes de animação da Barbie”3, e também fizemos a apresentação oral deste trabalho. Outro trabalho foi apresentado no “VI Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade; II Seminário Internacional Corpo, Gênero e Sexualidade; II Encontro Gênero e Diversidade na Escola – 2014”, intitulado “Filmes de animação da Barbie e os aprendizados de feminilidades”4 com publicação nos anais do evento. Por fim publicamos o artigo em coautoria com a professora Constantina, “O mundo da Barbie em: ‘Escola de princesas’ e em ‘As três mosqueteiras’” no livro Sexualidades, Gênero e Infâncias no cinema5, organizado pela Prof.ª Dr.ª Constantina Xavier Filha. A produção e apresentação destes trabalhos foram de suma importância no desenvolvimento da pesquisa, colaborando para o amadurecimento dos objetivos e para definição dos procedimentos adotados na produção da mesma. A seguir apresentamos uma introdução as discussões dos Estudos Culturais, inserindo nosso objeto de pesquisa nesse campo de estudos e apontamos as razões que nos levaram a escolher os filmes de animação da Barbie em meio a tantos artefatos culturais disponíveis em nossa sociedade. 1.2.1 Filmes de animação e as pedagogias culturais Na perspectiva dos Estudos Culturais, entendemos que os artefatos culturais exercem determinadas pedagogias (BALESTRIN, 2009), (GIROUX E MCLAREM, 1995), (SILVA, 200), (XAVIER FILHA, 2009). Para pensarmos as pedagogias culturais, a definição de Tomaz Tadeu da Silva nos parece esclarecedora. O autor argumenta que pedagogia cultural é “qualquer instituição ou dispositivo cultural que, tal como a escola, esteja envolvida no processo de transmissão de atitudes e valores, tais como o cinema, a televisão, as revistas, 3 BACARIN, T. I.. Um jeito Barbie de ser: analisando feminilidades em filmes de animação da Barbie. In: XII Encontro de Pesquisa em Educação da Região Centro-Oeste, 2014, Goiânia. XII Encontro de Pesquisa em Educação da Região Centro-Oeste, 2014., 2014. p. 1-12 4 BACARIN, T. I. . Filmes de animação da Barbie e os aprendizados de feminilidades. In: II Seminário Internacional Corpo, Gênero e Sexualidade; VI Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade; II Encontro Gênero e Diversidade na Escola, 2014, Juiz de Fora. Anais [do] VI Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade; II Seminário Internacional Corpo, Gênero e Sexualidade; II Encontro Gênero e Diversidade na Escola. Lavras: Center Gráfica e Editora, 2014. v. 1. p. 3005-3021. 5 XAVIER FILHA, Constantina; BACARIN, Telma I. O mundo da Barbie em: “Escola de Princesas” e “As três Mosqueteiras”. In: XAVIER FILHA, Constantina (Org.). Sexualidades, gênero e infâncias no cinema. Campo Grande: UFMS, 2014, p. 43-60. 17 entre outros” (SILVA, 2000, p. 79). É, portanto, nessa perspectiva que pensamos os filmes de animação da Barbie: enquanto produtores/reprodutores de conhecimentos. Patrícia Abel Balestrin nos fala da relevância do cinema no contexto da nossa cultura, argumentando que Dentre as tantas imagens que circulam na cultura contemporânea, podemos afirmar que o cinema é um dos artefatos mais poderosos que têm exercido uma pedagogia – no sentido de que sempre ensina modos de ser, de viver, de se comportar, enfim, produz sujeitos e identidades a partir das imagens que põe em movimento na tela. (BALESTRIN, 2009, p. 176) O argumento da autora nos parece pertinente. Dentre as tantas pedagogias culturais o cinema exerce uma função relevante, principalmente os filmes de animação que apresentam ensinamentos para as crianças de forma lúdica e descontraída. Cláudia Cordeiro Rael, na mesma perspectiva dos Estudos Culturais, nos fala que: O cinema, os documentários, os shoppings, os museus, os brinquedos, os vídeo games e a mídia em geral podem ser compreendidos como instâncias educativas, locais de informação e entretenimento, [...] podem, ser vistos como produtores e veiculadores de representações que sugerem determinados comportamentos e identidades sociais, e que, de algum modo, acabam por regular nossas vidas. (RAEL, 2008, p. 160) Corroboramos com a autora quando diz que esses artefatos culturais nos ensinam determinadas condutas, determinadas formas de agir, certos modos de estarmos no mundo e nos relacionarmos com ele. Vale destacar que por artefatos culturais entendemos aqueles produtos da nossa cultura tais como filmes, revistas, programas de televisão, brinquedos, entre outros, que atuam como produtores “não apenas de conhecimentos, mas também de subjetividades” (GIROUX e MCLAREN, 1998, p. 144). Constantina Xavier Filha pondera que “os artefatos culturais produzem significados, ensinando determinadas condutas às meninas e aos meninos e instituindo formas adequadas e ‘normais’ para a vivência das feminilidades ou masculinidades” (XAVIER FILHA, 2009, p. 72). É com base nas discussões das autoras e autores citadas/os que entendemos os artefatos culturais enquanto elementos de pedagogias culturais e que, como tais, nos permitem analisar e problematizar o caráter pedagógico dos filmes de animação da Barbie. Propusemonos a analisar filmes pois, como nos diz Anderson Ferrari, ao assistirmos a um filme “somos colocados diante de um mundo de convenções, regras e comportamentos, ao mesmo tempo em que somos levados a pensar e a buscar outras maneiras de ser e de estar, experimentando a 18 liberdade, e subversão” (FERRARI, 2012, p. 53). Sendo assim, podemos constituir nossas identidades na relação com os filmes, nos identificando ou não com suas verdades, concordando com seus ensinamentos ou questionando os modelos únicos e, assim, nos constituímos como sujeitos na relação com as imagens em movimento. Guacira Lopes Louro, ao analisar as possibilidades de se estudar o cinema na perspectiva da educação, diz: Distintas posições-de-sujeitos e práticas sexuais e de gênero vêm sendo representadas, nos filmes, como legítimas, modernas, patológicas, normais, desviantes, sadias, impróprias, perigosas, fatais. Ainda que tais marcações sejam transitórias ou, eventualmente, contraditórias, é possível que seus resíduos e vestígios persistam, algumas vezes por muito tempo, e que venham a assumir significativos efeitos de verdade. (LOURO, 2008, p. 82) A autora nos fala do caráter transitório da construção das identidades nos filmes, alertando que, de certa forma, algumas identidades adquirem status de verdade. Assim, podemos dizer que os filmes de animação da Barbie são artefatos culturais que colocam em circulação formas de feminilidades que ganham status de verdade e com isso produzem normalizações para as possíveis atitudes e comportamentos femininos. Ainda que sejam transitórias, essas verdades legitimadas nos filmes podem produzir efeitos duradouros. As feminilidades apresentadas nos filmes analisados estão de certa forma dizendo às espectadoras quais modos “ideais” para a vivência da feminilidade. Tal como propõe Fischer, “estamos supondo que esse aparato cultural (filme) teria uma função formadora, ‘subjetivadora’ e, tal como a escola, estaria se valendo de certas técnicas de produção de sujeitos” (FISCHER, 2012, p. 116). A autora pondera, ainda em seus estudos, que o artefato cultural – inclusive os filmes – tem a capacidade de participar efetivamente da constituição de sujeitos e subjetividades, na medida em que produz imagens, significações, enfim, saberes que de alguma forma se dirigem à “educação” das pessoas, ensinando-lhes modos de ser e estar na cultura em que vivem. (FISCHER, 2002, p. 153) As crianças podem fazer múltiplas leituras das feminilidades nos filmes, mas a constante repetição de certos modelos podem produzir efeitos de verdade. Falamos em espectadoras, usando apenas o feminino pois, como nos alerta Ellsworth (2001), os filmes são pensados para determinados públicos, são os chamados “modos de endereçamento” que definem quem o filme pensa que é seu público. A esse respeito, a autora afirma que: 19 Para que um filme funcione para um determinado público, para que ele chegue a fazer sentido para uma espectadora, ou para que ele a faça rir, para que a faça torcer por um personagem, para que um filme a faça suspender sua descrença [na “realidade” do filme], chorar, gritar, sentir-se feliz ao final – a espectadora deve entrar em uma relação particular com a história e o sistema de imagem do filme. (ELLSWORTH, 2001, p. 14) Percebemos, com a autora, que os roteiros são pensados para públicos específicos. As falas, as cores utilizadas, os enquadramentos, os planos são elementos pensados para conseguir atingir esse público ao qual o filme deseja atrair. Mas como podemos afirmar que os filmes da Barbie são direcionados para as meninas espectadoras? Vemos nesses filmes um certo direcionamento para o público infantil feminino, uma tentativa de capturar a espectadora e fazê-la viver a história, criando empatia com suas personagens. Esse direcionamento transparece na escolha das capas dos DVDs e nas cores das roupas das personagens, quase sempre em tons cor-de-rosa, e também nas falas de Barbie quando convida a menina a navegar com ela pelos menus do filme, aproveitando toda a diversão oferecida. Mas “o espectador ou a espectadora nunca é, apenas ou totalmente, quem o filme pensa que ele ou ela é” (ELLSWORTH, 2001, p. 20). Isto significa que os meninos, embora não sejam o “alvo” desse modo de endereçamento, podem se subjetivar com os filmes, viver suas aventuras e aprender com seus “ensinamentos”. Apesar de termos como foco desta pesquisa as identidades femininas, percebemos que as identidades masculinas também se fazem presentes. Personagens como Ken, alguns príncipes e outras personagens masculinas apresentam aos meninos, possíveis espectadores, e também às meninas formas distintas para a vivência das masculinidades e formas de se relacionar com as feminilidades, constituindo assim formas para vivência das identidades masculinas e femininas. 1.2.2 Por que filmes de animação da Barbie? A boneca Barbie foi lançada em 1959 pela empresa Mattel6 e foi a primeira boneca adulta produzida para o público infantil (ROVERI, 2008). Apesar de seu sucesso nos dias de hoje, comprovado pelo volume de vendas de exemplares e pelos filmes lançados tendo Barbie como protagonista, Fernanda Teodoro Roveri (2008) nos fala que sua aceitação inicial exigiu um árduo trabalho de marketing. Segundo a autora, para convencer as mães de que uma 6 Empresa multinacional fabricante de brinquedos que detêm a marca e patente da boneca Barbie. 20 boneca adulta seria “boa” para as meninas, a Mattel utilizou o argumento de que a boneca ensinaria as meninas a serem verdadeiras damas. Barbie continua ensinando, ainda hoje, às meninas como serem mulheres jovens e belas, principalmente através dos filmes que trazem ideais de juventude, beleza e feminilidade. Não é possível saber o número exato de exemplares vendidos, pois a Mattel não divulga esses dados, mas notícias7 que circulam na internet trazem algumas informações como, por exemplo, que a cada segundo duas bonecas Barbie são vendidas no mundo; a boneca é vendida em 150 países; os exemplares já vendidos, se alinhados lado a lado, dariam sete voltas em torno do planeta Terra; e, em 1996, já havia sido vendido em todo o mundo um total de 800 milhões de exemplares da boneca. Em 2011 eram vendidas 172.800 Barbies por dia em todo o mundo8. Essas informações são um exemplo da popularidade da Barbie e dão uma dimensão do alcance deste brinquedo. Barbie tornou-se mais que um brinquedo: é uma marca licenciada para produtos diversos, um apelo contínuo ao consumismo. Um estudo de caso na área de marketing e licenciamentos9, realizado em 2006, apresenta dados relevantes. Os/as autores/as Edson Crescitelli e Adriana Stefanini trazem a informação de que No Brasil, em 2005, mais de 2.500 novos itens com a marca (Barbie) foram introduzidos ao mercado, tornando-a líder no segmento infantil feminino (meninas). A boneca detém 86% do mercado de “bonecas fashion” e 78% do mercado de produtos de consumo infantil para meninas, segundo auditoria da FIA USP. A marca está presente em todas as categorias de produtos: beleza, confecção, acessórios, alimentos, artigos esportivos, escolares, para casa, entre outros. (CRESCITELLI, STEFANINI, 2006, p. 9) Estes dados referem-se ao licenciamento da marca Barbie e indicam o volume de vendas movimentado pela imagem da boneca, além de expressar o quanto as crianças consomem os produtos desta personagem. A marca Barbie foi indicada, no ano de 2011, em diversas categorias do prêmio “Melhor produto Licenciado”10, figurando nas categorias de 7 Disponível em <http://consumidormoderno.uol.com.br/empresas/barbie-53-anos-curiosidades-sobre-a-bonecamais-famosa-do-mundo>. Acesso em 10 Jun 2013. 8 Disponível em <http://super.abril.com.br/cultura/sensual-historia-barbie-656085.shtml>. Acesso em 10 Jun 2013. 9 Licenciamentos são negociações realizadas entre os representantes de marcas consagradas no mercado e empresas diversas que tem interesse em usar uma determinada marca para estampar em seus produtos e alavancar as vendas. Definição retirada de http://www.licensingbrasilmeeting.com.br/pt/index.html Acesso em 10 Jun 2013. 10 O prêmio “Melhor produto licenciado” é realizado pela Licensing Brasil Meeting, uma feira realizada anualmente para reunir agentes licenciadores e pessoas interessadas em comprar licenças. Para mais informações acessar o site: http://www.licensingbrasilmeeting.com.br/pt/index.html 21 brinquedos, roupas, acessórios, cosméticos, entre outras, o que indica o quanto seus produtos foram vendidos. Todos estes elementos reforçam nossos argumentos sobre a necessidade de um olhar mais atendo sobre os filmes da Barbie. Não se trata apenas de uma boneca, de filmes ou de uma marca: Barbie é antes de tudo um “estilo de vida” que tenta capturar suas/seus fãs, as/os envolver em seu universo e determinar os ideais de feminilidade que Barbie representa. Atualmente, notícias11 indicam uma queda no volume de vendas de bonecas Barbie, que vem sofrendo reduções consecutivas nas vendas desde 2013 somando sete trimestres de recuo. Apesar das quedas no volume de exemplares vendidos, a produção dos filmes com a boneca vem se mantendo constante. Em 2013 foram lançados três filmes. São eles: Barbie e as Sapatilhas Mágicas, Barbie Butterfly e a Princesa Fairy e Barbie e suas Irmãs em uma Aventura de Cavalos; em 2014, o filme Barbie Sereia das Pérolas e Barbie e o Portal Secreto; e, em 2015, foi lançado o filme Barbie em Super Princesa. Em 2014 foi divulgada uma notícia12 sobre a produção de um filme da Barbie que será estrelado por atrizes e atores “reais”: o filme deve ser lançado nos cinemas em 2015 e, segundo a matéria, essa seria uma forma de alavancar as vendas de bonecas Barbie. Como podemos perceber a queda na venda de bonecas não interferiu na produção cinematográfica: ela continua estrelando seus filmes lançados rigorosamente todos os anos. Além dos filmes e brinquedos, Barbie também possui um site (<http://br.barbie.com>): totalmente em cor-de-rosa, o site traz trailers dos próximos filmes de Barbie; todos os capítulos do programa Barbie life in the dreamhouse, lançado em 2012: trata-se de um reality show em que Barbie tem sua “vida pessoal” acompanhada em diversos episódios que mostram a boneca, suas irmãs, seu namorado Ken, suas amigas e amigos em diversas aventuras, além de mostrar a casa luxuosa e a vida milionária da protagonista que aparece nesta produção realmente como uma boneca “dotada de vida”. O site também disponibiliza jogos e atividades interativas. Todas essas informações elencadas acima reforçam nossos argumentos sobre a relevância de problematizar os filmes da Barbie. Como já dissemos, os filmes são artefatos culturais e, como tais, fazem parte das pedagogias culturais (BALESTRIN, 2009). Portanto, os filmes da Barbie estão produzindo/reproduzindo conhecimentos, saberes e verdades sobre feminilidades. Esses filmes apresentam para as meninas e meninos determinadas maneiras 11 Disponível em <http://oglobo.globo.com/economia/adeus-barbie-vendas-da-boneca-recuam-puxam-prejuizoda-mattel-no-primeiro-trimestre-12223967>. Acesso em 18 Maio 2014. 12 Disponível em <http://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-107245/>. Acesso em 20 Jun 2014. 22 para a vivência das feminilidades. Essas feminilidades produzidas/veiculadas nos filmes de animação da Barbie nos impulsionam a pensar e problematizar os modelos de feminilidades que podem estar sendo legitimados como desejáveis e verdadeiros. Entendemos que discutir questões de gênero e identidades, presentes nos diversos artefatos culturais, são possibilidades de questionar padrões de atitudes e comportamentos atribuídos socialmente às meninas e meninos como formas únicas e desejáveis de vivência dos gêneros, das feminilidades e masculinidades (XAVIER FILHA, 2009). No próximo item trataremos do histórico da boneca Barbie, relatando fatos de suas origens. 1.2.3 Barbie: uma breve história Barbie foi apresentada ao mundo em 9 de março de 1959. A história mais popular sobre Barbie, veiculada em diversos sites da internet13, conta que ela foi criada por Ruth Handler e seu marido Elliot Handler, proprietários da Mattel. Ruth teria tido a ideia ao ver a filha Barbara, que inspirou o nome da boneca, brincando com bonecas de papel que tinham corpo adolescente e possibilitavam troca de roupas. Porém, Fernanda Teodoro Roveri (2008, p. 44) nos revela por meio de suas pesquisas que a história de Ruth foi contestada. Barbie foi criada a partir de outra boneca de origem alemã, chamada Lilli. A personagem Lilli surgiu primeiramente em histórias em quadrinhos no jornal alemão Bild, “uma caricatura pornográfica, frívola, ariana derrotada no pós-guerra que fazia de tudo para trazer de volta sua prosperidade: perseguir e seduzir homens ricos em busca de dinheiro era sua qualidade principal” (ROVERI, 2008, p. 45). Essa boneca era vendida para pessoas adultas e, em 1956, quando em viagem com a família, Ruth Handler descobriu essa boneca. Comprou três exemplares, dois para sua filha e um para ela. Esse exemplar foi levado para a fábrica da Mattel e deu origem ao protótipo de Barbie. Barbie passou por processos para diferenciá-la de Lilli, pois como ela “não parecia nem inocente nem americana, Ruth Handler precisava fazer ambas as coisas, a fim de adequá-la a um padrão de garota norte-americana respeitável” (ROVERI, 2008, p. 45). A autora nos fala ainda que a Mattel reforça e “utiliza a narrativa da ‘Ruth mãe’ para dissimular a origem de uma boneca 13 Disponíveis em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Barbie>; <http://almanaque.folha.uol.com.br/barbie.htm>; <http://operamundi.uol.com.br/conteudo/historia/34291/hoje+na+historia+1959+primeira+boneca+barbie+e+apr esentada+ao+publico+nos+eua.shtml>. Acesso em 10 de Maio de 2012. 23 que não era bem vista por muitas famílias norte-americanas quando foi lançada” (ROVERI, 2008, p. 46). Apesar dessa informação de que a aceitação inicial de Barbie foi difícil, exigindo altos investimentos em marketing e propaganda (ROVERI, 2008), Shirley Steinberg nos revela que a boneca fez sucesso rapidamente e "meses depois de sua criação, Barbie já era uma sensação: “Menininhas ficavam frenéticas para possuir uma Barbie” (STEINBERG, 2001, p. 325). De fato, Barbie se consolidou no mercado: nos anos 60 ganhou o namorado Ken, além de amigas, amigos, irmãs e primas/os. As amigas, amigos e familiares da Barbie foram se modificando ao longo do tempo, algumas personagens deixaram de ser produzidas, mudaram de nome, criaram-se outras. Apenas Barbie e Ken são mantidos/as como os mesmos nomes, apesar das diversas mudanças na aparência das bonecas. Críticas às formas e proporções corporais desumanas da boneca são constantes (STEINBERG, 2001), porém Roveri apresenta as causas para a determinação dessas formas para o corpo da boneca: As proporções da boneca foram ditadas pela mecânica da construção das roupas. Barbie tem cerca de 1/6 do tamanho de uma pessoa. Conforme explicação de seu primeiro designer, a cintura da boneca tinha de ser desproporcionalmente estreita para parecer proporcional nas roupas: se, na escala humana, a costura interna de uma saia possui quatro camadas de pano, essa mesma medida em uma boneca seis vezes menor faria com que a cintura da boneca parecesse dramaticamente maior que seu quadril. (ROVERI, 2008, p. 47) Steinberg menciona ainda que Barbie foi criada, antes de tudo, para ser uma modelo: ela “foi feita magra, assim as roupas de grife poderiam fluir belas e realisticamente em seu corpo” (STEINBERG, 2001, p. 325). Inicialmente, Barbie foi pensada para que a menina pudesse ter uma boneca e comprar separadamente seus acessórios como roupas, sapatos, bolsas. Porém, ainda nos anos 60, começaram a ser vendidas Barbies temáticas com características e roupas do tema apresentado (STEINBERG, 2001). Atualmente, a Mattel produz diversas linhas da boneca, cada uma já vem com seus acessórios e cenários ou com outros acessórios que podem ser adquiridos separadamente. Para cada filme lançado são criadas bonecas que o tematizam: a protagonista, suas amigas e amigos, animais, castelos, carruagens e uma infinidade de 24 acessórios são vendidos. Há também a “linha realidade”14, que disponibiliza tudo sobre o universo Barbie, tratada como uma “pessoa”/personagem. Apesar das críticas, da queda nas vendas, das inúmeras bonecas concorrentes que surgem constantemente no mercado, Barbie tem seu espaço garantido, sua marca15 ainda estampa brinquedos, cosméticos, acessórios, entre outros. No próximo item apresentaremos outras pesquisas já desenvolvidas que de alguma forma mantém diálogo com nossas investigações. 1.2.4 A pesquisa em relação a outras produções Para iniciarmos nossos trabalhos realizamos uma extensa busca por bancos de dados de teses e dissertações. Pretendíamos com isso situar nossa pesquisa em relação às produções já existentes, identificando outros trabalhos que utilizaram filmes para análises e que compartilhavam do mesmo referencial teórico. Buscamos também por outros trabalhos que tivessem os filmes da Barbie como fonte e objeto de/para pesquisa. Os principais bancos de teses e dissertações que utilizamos foram: o Banco de teses e dissertações da CAPES16; Repositório digital Lume17, pertencente à Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Biblioteca Digital de Teses e Dissertações18 e biblioteca digital da UNICAMP19. Nessas buscas, localizamos quatorze20 estudos utilizando filmes para análises e vinculados à área da educação, sendo que, deste total, cinco produções são sobre filmes de animação para crianças. Nestes trabalhos, que utilizaram os filmes de animação, foram abordados temas como formação de masculinidades e feminilidades, representação de professoras/es, representação de escola, heterossexualidade, gênero e potencial do uso de filmes na educação. Para realização das buscas utilizamos palavras-chave que nos possibilitaram localizar os trabalhos. Utilizamos as chaves de busca: “filmes” e “animação”; 14 Na linha realidade a boneca é apresentada como uma “pessoa”/personagem dotada de vida. A atriz deixa de dar vida a personagens para ter um determinado episódio de sua rotina pessoal revelada nos filmes. 15 A revista AVON-Moda e Casa tem uma seção dedicada inteiramente a Barbie, onde encontramos produtos de beleza como esmaltes, batons, perfumes, maquiagens; produtos para casa como: potes, talheres, copos, cortinas, toalhas roupas de cama; acessórios como: mochilas, calçados, fitas para cabelo, entre tantos outros produtos com a marca Barbie. 16 Disponível em <http://bancodeteses.capes.gov.br/>. Acesso em Jan; Fev; Mar 2013. 17 Disponível em <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/1>. Acesso Jan; Fev; Mar 2013. 18 Disponível em <http://bdtd.ibict.br/>. Acesso em Jan; Fev; Mar 2013. 19 Disponível em <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/>. Acesso em Jan; Fev; Mar 2013. 20 No Apêndice A desta dissertação, encontram-se dois quadros mais detalhados dos resultados das buscas nos bancos de dados nas tabelas 1 e 2. 25 “filmes infantis”; “filmes” e “boneca Barbie”; “filmes” e “feminilidades”; e, por fim, “feminilidades” e “infâncias”. Em cada busca encontramos trabalhos em diversas áreas do conhecimento como: cinema, psicologia, informática, saúde, educação, etc. Analisamos todos os resultados encontrados até chegarmos aos cinco trabalhos que relacionaremos aqui, por considerá-los significativos de diálogo com o nosso trabalho. Estes textos foram selecionados por guardarem aproximações com nossas pesquisas, seja pela filiação teórica, pois estão vinculadas aos Estudos Culturais; seja por utilizarem filmes de animação voltados para o público infantil como fonte para pesquisa. Realizamos pesquisas na biblioteca digital da UNICAMP, onde não encontramos trabalhos na perspectiva pós-crítica, mas localizamos dois trabalhos que utilizam a boneca Barbie como objeto de estudos. Estes trabalhos serão apresentados na parte do texto em que nos dedicamos a falar de nossas fontes para a pesquisa. A seguir descreveremos as teses e dissertações com as quais nosso trabalho tem possibilidade de manter um diálogo. O primeiro trabalho que destacamos é a tese de doutorado de Ruth Sabat, defendida em 2003, no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A tese é intitulada Filmes infantis e a produção performativa da heterossexualidade21. Neste trabalho, a autora analisa os mecanismos de produção da heterossexualidade em filmes da Disney. Para isso, a autora selecionou os filmes A Pequena Sereia, Mulan, A Bela e a Fera e O Rei Leão. Suas discussões estão ligadas aos Estudos Culturais na vertente pós-estruturalista, Estudos Feministas e Teoria Queer. Sabat (2003) argumenta que esses artefatos culturais têm importância não apenas no cotidiano das crianças, mas também na movimentação da economia global, movimentando milhões de dólares. Afirma ainda que os filmes são um importante recurso pedagógico contemporâneo. A autora realiza suas análises em torno de três eixos: identidade, abjeção e normalização. Apresenta de que forma as identidades de gênero e sexuais são construídas ou representadas nos filmes infantis de animação. Sabat (2003) argumenta que a abjeção e a normalização fazem parte do processo de produção das identidades de gênero e sexuais dominantes e socialmente aceitas na nossa cultura, discutindo como o abjeto atua na delimitação do que é considerado “normal”. O segundo trabalho a destacar foi realizado pela autora Eunice Aita Isaia Kindel, que defendeu sua tese de doutorado também em 2003, no Programa de Pós-Graduação da 21 SABAT, Ruth. Filmes infantis e a produção performativa da heterossexualidade. Porto Alegre/RS: UFRGS, 2003. Tese de Doutorado. 26 Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O título de sua tese é A natureza no desenho animado ensinando sobre homem, mulher, raça, etnia e outras coisas mais....22 Neste trabalho a autora utiliza seis filmes de animação, sendo cinco da Disney. São eles: Vida de Inseto, O Rei Leão, O Rei Leão II – O reinado de Simba, Pocahontas – o encontro de dois mundos e Tarzan; e um filme produzido pela Dreamworks: FormiguinhaZ. Estes filmes foram selecionados pela autora devido à sua relação com a natureza e com o mundo animal: nestes filmes os animais são representados com características humanas tais como fala, manifestação de sentimentos como paixão, organização social, etc. A autora destaca que os desenhos animados têm se constituído em espaços educativos que ensinam de forma prazerosa sobre diversos aspectos, colocando em circulação e fixando identidades e padrões culturais, atuando na contemporaneidade como pedagogias culturais. Kindel (2003) identifica que os discursos utilizados nas tramas trazem representações de gênero, raça e classe social, reforçando, por exemplo, a ideia da mulher associada ao amor romântico, incapacidade de liderança e abdicação; e a ideia de homem ligada à agressividade, aventura e capacidade de liderança. Para fundamentar suas análises, a autora se apoia nos Estudos Culturais e pós-estruturalistas. O terceiro trabalho selecionado foi a dissertação de mestrado de Maria Carolina da Silva, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2008. Com o título A infância no currículo de filmes de animação: poder, governo e subjetivação dos/as infantis23, a autora se dedicou a analisar quatro filmes produzidos pela Disney e pela Pixar. São eles: Toy Story, Monstros S.A, Procurando Nemo e Os Incríveis. A autora buscou identificar e problematizar nestes filmes as representações de escola e de infância que apresentam. Para subsidiar suas análises, a pesquisadora se apoia na vertente pós-estruturalista, nos Estudos Culturais e nos pressupostos foucaultianos. Silva (2008) trabalha com dois modelos de infância representados nos filmes: uma é a ideia de infância “normal” e a outra de uma infância “monstro”. Analisa também o governo dos adultos sobre as crianças, representadas em geral pela família e pela escola, e o governo das crianças sobre si mesmas. A autora identifica nas obras a construção de uma subjetivação generificada para o público ao qual se endereçam estes filmes. 22 KINDEL, Eunice Aita Isaia. A natureza no desenho animado ensinado sobre homem, mulher, raça, etnia e outras coisas mais... Porto Alegre/RS: UFRGS, Faculdade de Educação, 2003. Tese de doutorado 23 SILVA, Maria Carolina da. A infância no currículo de filmes de animação: poder, governo e subjetivação dos/as infantis. Belo Horizonte/MG: UFMG, Faculdade de Educação, 2008. Dissertação de mestrado. 27 O quarto trabalho que elegemos é a dissertação de mestrado de Rosana Fachel Medeiros, defendida em 2010, no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, intitulada Bob Esponja: produções de sentidos sobre infâncias e masculinidades24. Neste trabalho a autora utiliza seis episódios do desenho animado Bob Esponja calça quadrada para discutir as questões de masculinidades e subjetivação da infância. Medeiros (2010) não apresenta de forma objetiva sua filiação teórica, passando por vários campos do conhecimento e utilizando em suas análises estudos da semiótica, de cinema e estudos de gênero. A conclusão da autora é de que os episódios analisados apresentam uma nova possibilidade de masculino e também de feminino com personagens coadjuvantes. Destaca que o desenho animado analisado apresenta um caráter contemporâneo devido ao apagamento das fronteiras entre mundo adulto e infantil, além de não trabalhar com representações estereotipadas dos gêneros masculino e feminino. Medeiros (2010) enfatiza em suas análises que é urgente pensar nos sentidos produzidos pelos artefatos culturais produzidos para as crianças, entendendo que eles não podem ser vistos como mera forma de entretenimento, mas devendo ser utilizados para pensar com as crianças sobre as representações que produzem. Por fim, apresentamos a tese de doutorado defendida por Simone Olsieski dos Santos com o título Representações de gênero, transgressão e humor nas figuras infantis dos desenhos animados contemporâneos25. Esta tese foi defendida no Programa de PósGraduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2010. A autora utiliza-se dos Estudos Culturais e pós-estruturalistas para analisar alguns episódios dos desenhos animados As terríveis aventuras de Billy e Mandy e Os Anjinhos, que no período da pesquisa eram exibidos em canais fechados de televisão, mas também faz uso de teorias de outros campos do conhecimento para realizar a leitura das imagens. A autora tem por principal objetivo analisar as representações de gênero e de professor/a trazidos por esses desenhos animados. Santos (2010) apresenta em suas discussões aspectos relevantes sobre as questões de gênero nestes desenhos, identificando uma nova forma de pensar o feminino, dotado de certo empoderamento, enquanto que o masculino é apresentado de forma fragmentada e destoante do estereótipo de masculinidade dominante em nossa cultura, produzindo assim algumas rupturas com os modelos dominantes. A autora analisa também 24 MEDEIROS, Rosana Fachel. Bob Esponja: produções de sentidos sobre infâncias e masculinidades. Porto Alegre/RS: UFRGS, 2010. Dissertação de mestrado. 25 SANTOS, Simone Olsieski dos. Representações de gênero, transgressão e humor nas figuras infantis dos desenhos animados contemporâneos. Porto Alegre/RS: UFRGS, 2010. Tese de Doutorado. 28 como as crianças são subjetivadas pelas produções e a representação de professor/a adotados nesses desenhos animados que atuam como pedagogias culturais. Nota-se nestes trabalhos como cada pesquisadora construiu suas ferramentas de pesquisa, trabalhou na construção das informações a serem analisadas, os caminhos que foram percorridos e os olhares lançados sobre seus objetos de estudos. Vemos também nestes trabalhos possibilidades de diálogo com nossa pesquisa, em especial pela aproximação teórica, pois também nos utilizamos dos referenciais teóricos dos Estudos Culturais, Estudo de Gênero e dos pressupostos foucaultianos que aparecem nas teses e dissertações que apresentamos. Outro motivo que nos levou a selecionar essas teses e dissertações foi o fato de que todas trabalham com filmes de animação, sejam de longa-metragem ou curta-metragem. Essa característica nos pareceu fundamental, ao passo que nos possibilitou estudar as formas e os meios pelos quais as autoras realizaram as leituras das imagens, registraram os elementos fílmicos, selecionaram cenas e articularam as descrições e análises. Em nossas buscas por trabalhos já produzidos, localizamos uma vasta produção com filmes mas, como não eram filmes de animação nem filmes para crianças, optamos por não incluí-los em nossa pesquisa. Encontramos também outros trabalhos com filmes de animação porém, como não estavam vinculadas às questões da educação nem aos nossos campos teóricos citados acima, optamos por não introduzi-los neste trabalho. Abrimos uma exceção para o trabalho de Patrícia Abel Balestrin. Sua tese de doutorado, O corpo rifado26, que foi defendida em 2011, no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, orientada pela Profª Drª Guacira Lopes Louro. Neste trabalho, Balestrin não analisa filmes de animação, mas suas teorizações sobre cinema no contexto dos Estudos Culturais são caras ao nosso trabalho e, por esta razão, incluímos sua tese em nossa pesquisa. Balestrin (2011) realiza um trabalho de “etnografia de tela” como recurso metodológico. A autora nos fala que a etnografia, termo tomado de empréstimo dos estudos antropológicos, requer uma imersão do/a pesquisador/a no seu campo de estudo, entrando em contato com seu objeto. Vemos que a autora realiza essa imersão, analisando detidamente os diversos aspectos do gênero e da sexualidade no filme nacional O céu de Sueli. Para desenvolvimento de sua etnografia de tela, Balestrin utiliza o recurso do caderno de campo, instrumento que permitiu um registro minucioso da autora sobre suas percepções em relação ao objeto. 26 BALESTRIN, Patrícia Abel. O corpo rifado. Porto Alegre/RS: UFRGS, Faculdade de Educação, 2011. Tese de doutorado. 29 Utilizamos em diversos momentos de nosso texto os argumentos de Balestrin sobre e relação entre cinema e educação. Tomamos de empréstimo suas palavras para argumentar que “o cinema sempre exerce uma pedagogia” e isso justifica “nosso interesse em ampliar pesquisas no campo da educação que se debrucem sobre as produções cinematográficas e seus possíveis efeitos na cultura contemporânea” (BALESTRIN, 2009, p. 177). Os trabalhos que citamos aqui nos serviram de inspiração no desenvolvimento da pesquisa. A seguir trataremos dos percursos teórico-metodológicos desta pesquisa, apresentaremos os passos trilhados na elaboração de nossas ferramentas de análise. 1.3 Percursos teórico-metodológicos Como já dissemos anteriormente, desenvolvemos nossa pesquisa na perspectiva dos Estudos Culturais. Esta perspectiva busca desconstruir discursos e métodos de produção de conhecimentos (GASTALDO, 2012), ou seja, nestes campos do conhecimento a ideia é desconstruir os referenciais positivistas e iluministas que demarcam fórmulas para realizar uma pesquisa. Alfredo Veiga-Neto argumenta que “uma pesquisa pós-moderna não quer demonstrar uma verdade sobre o mundo nem quer defender uma maneira privilegiada de analisá-lo” (VEIGA-NETO, 2002, p. 34). Assim, nossos objetivos não são o de estabelecer leis gerais, mas problematizar questões locais e historicamente datadas. Sobre essa discussão, Marisa Vorraber Costa argumenta que problematização e método são indissociáveis. Segundo a autora, quando formulamos um problema de pesquisa, inventamos também um caminho para procurar, produzir e propor possíveis respostas: “Não há prescrição possível. Sempre que se produz um novo conhecimento também se inventa um novo e peculiar caminho” (COSTA, 2002, p. 19). Mayer e Paraíso apresentam argumentos sobre este modo de pesquisar. As autoras destacam que “metodologia” é um termo tomado em nossas pesquisas de modo bem mais livre do que o sentido moderno atribuído ao termo “método”. Entendemos metodologia como um certo modo de perguntar, de interrogar, de formular questões e de construir problemas de pesquisa que é articulado a um conjunto de procedimentos de coleta de informações – que em congruência com a própria teorização preferimos chamar de “produção” de informações – e de estratégias de descrição e análise. (MAYER; PARAISO, 2012, p. 16) Ao dizermos que não temos um “método” e sim pressupostos metodológicos, não significa dizer que nossas pesquisas não tenham certo rigor em sua produção. Trabalhamos 30 com premissas e pressupostos, essas ferramentas nos permitem desenvolver os meios necessários para produzir as informações de que nosso trabalho necessita (PARAÍSO, 2012, p. 26). Nos orientando conforme as discussões apresentadas, trabalhamos na elaboração de ferramentas e procedimentos que nos permitam “ler” os filmes de animação da Barbie selecionados para esta pesquisa. Nosso primeiro passo foi realizar um levantamento da filmografia da Barbie. Neste levantamento, chegamos a um total de vinte e quatro filmes disponíveis, sendo um do ano de 1989 e vinte e três produzidos entre os anos de 2001 a 2012. Estabelecemos o ano de 2012 como final do período a ser analisado, pois foi o ano em que iniciamos a coleta de materiais. O primeiro filme, Barbie A estrela do Rock produzido em 1989, foi excluído da pesquisa por não possuir cópias em DVD e também pelo tempo decorrido entre ele e as demais produções. Delimitados estes critérios, iniciamos a aquisição dos exemplares em DVD das vinte e três obras que compõe a pesquisa. A saber: Tabela 1: Lista completa dos filmes LISTA GERAL DE FILMES Título em português Barbie O QuebraNozes Barbie A Rapunzel Título original Barbie in the nutcracker Barbie As Rapunzel Dur. 76 min 83 min Ano Roteirista Produtor/a Diretor/a 2001 Hilary Hinkle, Linda Engelsiepen e Hob Hundnut Jesyca C. Durchin e Jennifer Twiner McCarron Owen Hurley Cliff Ruby e Elana Lesser Jesyca C. Durchin e Jennifer Twiner McCarron Owen Hurley Cliff Ruby e Elana Lesser Jesyca C. Durchin e Jennifer Twiner McCarron Owen Hurley William Lau William 2002 Barbie em Lago dos Cisnes Barbie Of Swan Lake Barbie em A Princesa e a Plebeia Barbie as the Princess and the Pauper 85 min 2004 Cliff Ruby e Elana Lesser Jesyca C. Durchin e Jennifer Twiner McCarron Barbie Barbie 70 2004 Elise Allen e Nancy Bennett 83 min 2003 31 Fairytopia Fairytopia min Barbie e a Magia de Aladus Barbie and the Magic of Pegasus 84 min Barbie em as 12 Princesas Bailarinas Barbie in the 12 Dancing Princesses 82 min Diário da Barbie The Barbie Diaries 70 min Barbie Fairytopia Mermaidia Barbie Fairytopia Mermaidia 75 min Diane Duane e Luke Carroll Lau Cliff Ruby e Elana Lesser Luke Carroll e Jesyca C. Durchin Greg Richardson 2006 Cliff Ruby e Elana Lesser Jesyca C. Durchin, Jennifer Twiner McCarrone Shea Wageman Greg Richardson 2006 Elise Allen e Laura Mccreary Kallan Kagan Eric Fogel Elise Allen Luke Carroll William Lau e Walter P. Martinshius Greg Richardson 2005 2006 Barbie em a Princesa da Ilha Barbie as the Island princess 86 min 2007 Cliff Ruby e Elana Lesser Jesyca C. Durchin, Jennifer Twiner McCarrone Shea Wageman Barbie Butterfly a Nova aventura em Fairytopia Barbie Mariposa 74 min 2007 Elise Allen Luke Carroll e Tiffany J. Shuttleworth Conrad Helten Barbie a Magia do Arco-Íris Barbie Fairytopia Magic of the Rainbow 74 min 2007 Elise Allen Luke Carroll William Lau Barbie e o Castelo de Diamante Barbie The Diamond Castle 83 min 2008 Cliff Ruby e Elana Lesser Shelley DviVardhana e Jennifer Twiner Gino Nichele Barbie apresenta A Pequena Polegar Barbie Presents Tumbelina 75 min 2008 Elise Allen Luke Carroll e Tiffany J. Shuttleworth Conrad Helten Barbie em A Canção de Natal Barbie in A Christmas Carol 76 min 2008 Elise Allen Anita Lee William Lau Barbie e as Três Mosqueteiras Barbie and the Three Musketeers 81 min 2009 Amy Wolfram Shelley DviVardhana, Pat Link e Shawn McCorkindal William Lau Barbie Moda e Magia Barbie in A Fashion 82 min 2009 Elise Allen Shelley DviVardhana e William Lau 32 Fairytale Shawn McCorkindal Barbie em Vida de Sereia Barbie in A Mermaid Tale 74 min 2010 Elise Allen Anita Lee e Tiffany J. Shuttleworth Adam L. Wood Barbie e O Segredo das Fadas Barbie a Fairytopia Secret 71 min 2010 Elise Allen Kylie Ellis e Tiffany J. Shuttleworth William Lau Barbie Escola de Princesas Barbie Princess Charm School 79 min 2011 Elise Allen Shawn McCorkindal e Shelley Tabbut Zeke Norton Barbie em Vida de Sereia 2 Barbie in A Mermaid Tale 2 72 min 2011 Elise Allen Harry Linden William Lau Barbie Um Natal Perfeito Barbie in A Perfect Christmas 73 min 2011 Elise Allen Kevin Gamble e Gokul Kesavan Mark Baldo Barbie a Princesa e a Pop Star Barbie in The Princess & The Popstar 73 min 2012 Steve Granat e Cydne Clark Shelley DviVardhana e Shawn McCorkindal Zeke Norton Após assistirmos aos filmes, registramos, em fichas que elaboramos para organizar os elementos de análise, todas as informações que nos pareciam relevantes. Trabalhamos com uma ficha inicial contendo informações de todos os filmes com informações gerais que listamos na Tabela 1, disponível acima. Trabalhamos com diversas fichas, cada uma com objetivo de identificar e ressaltar elementos que nos pareciam relevantes. Essas fichas serão apresentadas no próximo capítulo, para ilustrar nossas análises e apresentar nossas problematizações. Além das fichas de análise, trabalhamos com registro detalhado de cada filme: anotamos a história do início ao fim, detalhando as cenas com seus planos de filmagens, movimento da câmera, enquadramentos, momentos de diálogos, músicas, vestuários e cenários. Esses elementos nos ajudaram a identificar, nas respectivas cenas, os elementos fílmicos que apresentam características de feminilidades, ensinamentos de feminilidades e possibilidades de subversão à feminilidade apresentada no filme como modelo de uma feminilidade desejável de todas as personagens que aparecem e não só da protagonista Barbie. Para orientar nossas análises, os filmes foram agrupados de acordo com os tipos de feminilidades que apresentam. Observamos que em cada um desses grupos algumas 33 características das feminilidades das personagens são recorrentes, reafirmando e legitimando determinados modelos de menina/mulher. Seguem abaixo os blocos deste agrupamento: Ensinamentos de Renúncia de algo feminilidade pelo bem comum Amizade Amor Feminilidade diferente verdadeira romântico do modelo dominante Chegamos a esses agrupamentos por meio da observação atenta aos vinte e três filmes analisados. Percebemos que em diversos filmes os temas se repetem, por exemplo: os “ensinamentos de feminilidade” são muito semelhantes nos filmes Barbie em A Princesa e a Plebeia e Barbie A Princesa e a Pop Star. Tais ensinamentos de como ser uma princesa ocorrem por meio de canções, mudando apenas algumas palavras na letra da música dos dois filmes; são quatro filmes que trabalham essa questão de forma direta. Em outros quatro filmes aparecem personagens relutantes em aceitar o modelo de feminino que o filme reforça como desejável: agrupamos essa característica como “feminilidade diferente do modelo reafirmado nos filmes”. Notamos em oito filmes uma repetição do tema sobre a “renúncia de algo muito caro para a personagem em nome do bem comum”. O “amor romântico” aparece como tema principal no roteiro de cinco filmes, mas também faz parte da trama em outros sete filmes agrupados em outros temas. A “amizade verdadeira” aparece como tema de dois filmes, embora exista também em outros filmes. Essa apresentação prévia é apenas para informar como conduzimos a pesquisa, mas os detalhamentos e discussões sobre cada grupo e as características de feminilidade estão descritos e discutidos no capítulo 2 deste trabalho. Antes de seguirmos para as discussões da pesquisa julgamos necessário apresentar a contextualização das fontes utilizadas nesta pesquisa. Trazemos uma introdução da história da animação e um resumo da filmografia da Barbie já disponível. 1.3.1 Conhecendo a história da animação Antes de iniciarmos a discussão sobre os registros históricos da animação, vamos apresentar uma definição para este termo. De acordo com Jacques Aumont e Michel Marie: 34 Utiliza-se esse termo para designar formas de cinema nas quais o movimento aparente é produzido de maneira diferente da simples tomada de cena analógica. A técnica mais frequente consiste em fotografar, um por um, desenhos cujo encadeamento produzirá automaticamente a impressão de movimento, em virtude do "efeito phi"27. (AUMONT; MARIE, 2003, p. 18) Os autores nos dizem ainda que O filme de animação foi com frequência considerado pelos teóricos, por um lado, uma espécie de um laboratório figurativo, levando ao máximo as possibilidades da imagem em movimento; por outro lado, um revelador ideológico do cinema em geral (uma vez que em particular o gênero "desenho animado" é reputado destinar-se às crianças). (AUMONT; MARIE, 2003, p. 19) A história da animação teve início muito antes do surgimento do cinema. A ideia da imagem em movimento encanta a humanidade há séculos (XAVIER, 2014) e, graças a esse interesse, algumas máquinas e brinquedos ópticos provenientes de estudos e pesquisas científicas foram inventados (XAVIER FILHA, 2014; FOSSATTI, 2011). Fossatti nos informa que a animação instigava cientistas e se intensificou [...] a partir de 1645, ano em que Athanasius Kircher expôs ao público a lanterna mágica. Essa invenção consistia em uma caixa portadora de uma fonte de luz e de um espelho curvo, através do qual se projetava imagens derivadas de slides pintados em lâminas de vidro. (FOSSATTI, 2011, p. 28) A autora apresenta como primeira exibição de animação o ano de 1736, mas não esclarece qual seria essa animação. Xavier (2014, p. 8), por sua vez, apresenta o filme animado Pobre Pierrô, de Émile Reynaud, como o primeiro desenho animado, cuja exibição aconteceu no dia 28 de outubro de 1892 em Paris, França. O fato tornou-se um marco na história da animação e por conta disso o dia 28 de outubro tornou-se o Dia Internacional da Animação. A primeira exibição de filmagem com imagens reais aconteceu três anos depois da primeira projeção de filme de animação. Foi em 1895, também em Paris, realizada pelos irmãos Lumière (XAVIER, 2014). Essa projeção foi possibilitada pela invenção do 27 De acordo com Aumont e Marie (2003) o “efeito phi” é a ilusão de movimento provocada em nosso cérebro pela sucessão de imagens fixas. “Os leves deslocamentos de uma imagem à imagem seguinte, dos estímulos visuais, excitam as células do córtex visual, que ‘interpretam’ essas diferenças como movimento” (AUMONT; MARIE, 2003, p. 95). 35 cinematógrafo, instrumento que servia tanto para filmar como para projetar (FOSSATTI, 2011). O cinema de animação continuou se desenvolvendo, diversos filmes foram produzidos com inspiração em histórias em quadrinhos (FOSSATTI, 2011). Mas os avanços maiores ocorreram a partir do início do século XX: segundo os estudos de Fossatti (2011), surgiram personagens como Pica-Pau, Gato Félix, Betty Boop e Mickey, além do surgimento das salas de cinema. As formas de produzir animação começaram a ser industrializadas. Mecanismos foram criados para acelerar o processo de produção, aprimorar os movimentos e reduzir os custos (FOSSATTI, 2011, p. 30-31). Quando se fala em animação, Walt Disney foi considerado por muito tempo uma referência. Ainda nos dias de hoje, apesar dos diversos estúdios de animação, os estúdios Disney são referência nas produções (FOSSATTI, 2011). Inúmeros estudos utilizaram filmes dos Estúdios Disney, isso devido ao sucesso de bilheteria de vários filmes de animação por eles produzidos (SANTOS, 2010; SILVA, 2008; KINDEL; 2003; SABAT, 2003; GIROUX, 1995). Mas Fossatti nos diz que “no entanto, gradualmente, essa hegemonia passou a ser ameaçada por outros estúdios, como a DreamWorks Animation, SKG e a 20th Century Fox Animation, evidenciando-se uma nova e acirrada disputa entre estúdios” (FOSSATTI, 2011, p. 51). A Mattel Entertainment28 não consta nesta lista, mas tem produzido filmes intensamente, principalmente em parceria com a Rainmaker Entertainment e também com outros estúdios. A empresa produz filmes de longa e curta metragem e, até o final de 2014, foram produzidos vinte e nove filmes tendo Barbie como protagonista, além dos filmes do boneco Max Steel, dos carrinhos Hot Wheels29, Polly Pocket e Monster High. Apesar de não ser considerada uma potência no campo da animação, a Mattel é referência no seguimento de brinquedos, todos esses personagens listados têm seus desenhos exibidos em canais aberto de televisão no Brasil. A seguir apresentamos maiores informações sobre a filmografia produzida pela Mattel tendo a boneca Barbie como protagonista. 1.3.2 Filmografia produzida 28 29 Seguimento da Empresa Mattel que trabalha com a produção de filmes. Informações disponíveis em <http://www.mattelbrasil.com.br/>. Acesso em 03 Maio 2013. 36 Os filmes de animação da Barbie trabalham com diversas facetas da vivência de feminilidades, apresentando Barbie como princesa, fada, bailarina, sereia ou mesmo apenas como Barbie na chamada “linha realidade”. Nesta última linha, a boneca é apresentada como uma “pessoa”/personagem dotada de vida e tendo um determinado episódio de sua rotina pessoal revelada nos filmes. A carreira de atriz da boneca começou em 1989, quando foi lançado o filme Barbie a Estrela do Rock (ROVERI, 2008). Este filme não está disponível em DVD no Brasil, mas existe uma versão online parcial disponível na internet30. Devido ao distanciamento histórico dessa primeira produção das demais obras, optamos por não incluí-la na pesquisa compreendendo apenas os filmes produzidos de 2001 a 2012, como já exposto. Foi a partir de 2001 que a “carreira” de Barbie deslanchou31. Inicialmente, a Mattel Entertainment em parceria com a Universal Pictures32 lançou alguns recontos de clássicos dos contos de fadas. No ano de 2001 foi lançado o filme Barbie O Quebra Nozes, inspirado no balé de mesmo nome criado pelo russo Tchaikovsky; em 2002 foi lançado Barbie Rapunzel; em 2003 foi a vez de Barbie O lago dos Cisnes, mais uma vez inspirado no balé de mesmo nome; e, em 2004, foi lançado Barbie A princesa e a Plebeia. A partir de 2005 as produções se intensificaram, deixando para trás os recontos e partindo para produções inéditas tendo Barbie em diversos papéis. Em 2005 foram lançados os filmes Barbie Fairytopia e Barbie e a Magia de Aladus; em 2006 foram lançados três filmes: Barbie em As 12 princesas Bailarinas, Diário da Barbie e Barbie Fairytopia Mermaidia; em 2007, Barbie em A princesa da Ilha e Barbie a Magia do Arco-Íris; no ano de 2008, foram lançados Barbie Butterfly: a Nova Aventura em Fairytopia, Barbie em A Canção de Natal e Barbie e o castelo de diamante; em 2009, Barbie e as Três Mosqueteiras e Barbie apresenta A Pequena Polegar; no ano de 2010 os lançamentos foram: Barbie em Vida de Sereia e Barbie Moda e Magia; no ano de 2011, Barbie e O Segredo das Fadas, Barbie Escola de Princesas e Barbie Um Natal Perfeito; e, em 2012, os lançamentos foram: Barbie em Vida de Sereia 2 e Barbie a Princesa e a Pop Star. Estes são os filmes que selecionamos para nossa pesquisa. Vale ressaltar que a Mattel Entertainment continua com a produção dos filmes, mas como não os utilizamos em 30 Disponível em <http://megafilmeshd.net/barbie-em-a-estrela-do-rock/>. Acesso em 1º Fev 2012. As informações aqui apresentadas, títulos e ano de lançamento, foram retiradas dos DVDs adquiridos para a pesquisa. 32 Empresa americana produtora de filmes, realiza as produções dos filmes da Barbie em parceria com a Mattel Entertainment. 37 31 nossa pesquisa apenas incluímos uma lista com os títulos produzidos a partir de 2012 até o enceramento desta pesquisa no apêndice D. No próximo tópico discutiremos os conceitos teóricos para o desenvolvimento e análises em nossa pesquisa, para depois apresentarmos as discussões do trabalho. 1.4 Conceitos teóricos Nossa pesquisa busca inspiração e fundamentação nos Estudos Culturais, Estudos de Gênero e pressupostos foucaultianos. Os conceitos que vão dialogar com nossas discussões são os de gênero, feminilidades, identidades e subjetivação. Para pensarmos as feminilidades apresentadas nos filmes, precisamos primeiro começar por entender as questões de gênero. Louro (2003, p. 96), ao discutir o processo de “feminilização” da docência, apresenta as características que tradicionalmente se atribuem às mulheres, como: amor, sensibilidade, cuidado, entre outras características atribuídas culturalmente. Essa ainda é a ideia de feminilidade predominante em nossa cultura e é a partir dela que as personagens dos filmes da Barbie são desenhadas, produzidas/veiculadas nos roteiros dos filmes analisados. Primeiramente, urge conceituarmos gênero. Louro define Gênero como: Uma construção social feita sobre diferenças sexuais. Gênero refere-se, portanto, ao modo como as chamadas “diferenças sexuais” são representadas ou valorizadas, refere-se aquilo que se diz ou se pensa sobre tais diferenças, no âmbito de uma dada sociedade. (LOURO, 2000, p. 26) Xavier Filha complementa essa discussão ao destacar que: Gênero, conceitualmente, então, não significa o mesmo que sexo. Enquanto sexo (macho; fêmea) se refere à identidade biológica de uma pessoa, gênero está ligado à sua constituição social como sujeito masculino e feminino. (XAVIER FILHA, 2009, p. 36) Ou seja, o gênero não depende das questões biológicas: ele é, antes, uma questão social, uma construção social e cultural. O gênero não é algo definido: Louro (2003) nos propõe que as identidades de gênero estão sempre se construindo e se transformando. Em outro texto, Louro (2007) complementa essa definição dizendo: 38 Operar com esse conceito implica, pois, necessariamente, operar numa ótica construcionista. Ainda que as formas de conceber os processos de construção possam ser (e efetivamente são) distintas, lidar com o conceito de gênero significa colocar-se contra a naturalização do feminino e, obviamente, do masculino. (LOURO, 2007, p. 207) Neste trecho, a autora enfatiza o caráter do gênero enquanto construção social. Ainda que a construção dessa categoria analítica possa se dar sobre bases biológicas, o gênero é fundamentalmente cultural e social. Louro (2003) argumenta que o gênero é “constituinte das identidades dos sujeitos”, que não é algo definido e acabado, isto é, as identidades de gênero estão sempre se construindo e se transformando. Identificamos nos filmes esse caráter de construção das identidades. As personagens são ensinadas a agir de determinadas maneiras de acordo com seu gênero. Pensamos o conceito de feminilidade partindo dos estudos de Connel (1995) sobre masculinidades, a autora afirma que A masculinidade é uma configuração de prática em torno da posição dos homens na estrutura das relações de gênero. Existe, normalmente, mais de uma configuração desse tipo em qualquer ordem de gênero de uma sociedade. Em conhecimento desse fato, tem-se tornado comum falar de "masculinidades". (CONNEL, 1995, p. 118) Pensamos que, tal como as masculinidades, as feminilidades também possuem várias configurações, não existindo apenas uma única forma de viver a feminilidade. Connel (1995) identifica que as diferentes masculinidades foram construídas social, cultural e historicamente. Os atributos das masculinidades variavam de acordo com as condições sociais e políticas, mas não são formas homogêneas e únicas de viver as masculinidades: várias outras formas estão em constante luta pela hegemonia e o mesmo se dá em relação às feminilidades. Os conceitos de masculinidade e feminilidade estão diretamente ligados ao conceito de gênero. No entanto, enquanto gênero é a forma como nos identificamos enquanto mulheres e homens, feminilidades são as formas e possibilidades de vivência do feminino. Esses modos pelos quais vivemos nossas masculinidades e feminilidades são fruto das construções sociais. Louro (2000, p. 60) nos diz que as muitas formas de tornar-se mulher ou homem “são sempre sugeridas, anunciadas e promovidas socialmente”, que são também constantemente “reguladas, condenadas ou negadas”. Continuando sua discussão, a autora afirma que “a inscrição dos gêneros – feminino ou masculino – nos corpos é feita, sempre, no contexto de 39 uma determinada cultura, portanto com as marcas dessa cultura” (LOURO, 2000, p. 62). Nessa perspectiva, entendemos que as identidades são sempre sociais, inclusive as feminilidades e masculinidades. Mais uma vez recorremos à autora para exemplificar esta questão: “reconhecer-se numa identidade supõe, pois, responder afirmativamente a uma interpelação e estabelecer um sentido de pertencimento a um grupo social de referência” (LOURO, 2000, p. 63), ou seja, para reconhecermo-nos como femininas precisamos responder ao que socialmente se convencionou como marcas de feminilidade. Apesar disso, Louro (2000) nos lembra que Pode haver, e há muitas formas de ser feminina ou ser masculino e reduzi-las todas a um conjunto de características biológicas resulta, seguramente, numa simplificação. (LOURO, 2000, p. 39) As formas de vivência de feminilidades e masculinidade são múltiplas, portanto não podemos falar em um único grupo social de referência de feminilidade. Contudo, a autora nos chama a atenção para algumas identidades que são tomadas como “norma”. Ela nos diz que Distintas e divergentes representações podem, pois, circular e produzir efeitos sociais. Algumas delas, contudo, ganham uma visibilidade e uma força tão grandes que deixam de ser percebidas como representações e são tomadas como a realidade. (LOURO, 2000, p. 67) De fato reconhecemos que algumas características são tomadas como verdades inquestionáveis sobre o feminino. Louro nos dá exemplos dessas características: amor, entrega, doação, docilidade, gentileza, discrição, obediência, pedir desculpas e licença (LOURO, 2000, p. 28) são, portanto, algumas características que perduram como marcas de feminilidade. E são também marcas de feminilidades que aparecem nos filmes que analisamos. Connel (1995) apresenta em suas análises a violência e agressividade como marcas de masculinidade. Em contrapartida, os filmes da Barbie apresentam a feminilidade como pacificadora: as protagonistas não usam de violência, as lutas não incluem uso de armas e/ou violência corporal. O modelo de feminilidade que esses filmes apresentam, em sua maioria, abominam a violência e agressividade, primando pelo diálogo e pelo amor para solucionar conflitos, reforçando assim as características de feminilidade ressaltadas por Louro (2000). Sabat (2003, p. 82) nos diz que os “Estudos da Masculinidade trazem à tona discussões sobre as funções sociais que os homens são obrigados a desempenhar, em nome 40 das convenções culturais, como o sustento financeiro da família, a ascensão social ou o sucesso profissional”. Entendemos as feminilidades neste mesmo sentido, tentando compreender as convenções sociais e as regras que delimitam o que seja aceitável como características de feminilidades em nossa cultura. Podemos pensar o processo de construção da identidade feminina partindo do conceito, desenvolvido por Michel Foucault, de “modos de subjetivação”. Para o autor, a subjetivação acontece por meio das “técnicas de si”, que são procedimentos e técnicas que permitem aos indivíduos efetuar, sozinhos ou com ajuda de outros, certo número de operações sobre seu corpo e sua alma, seus pensamentos, suas condutas, seu modo de ser; transformar-se a fim de atingir certo estado de felicidade, de pureza, de sabedoria, de perfeição ou imortalidade. (FOUCAULT, 2014, p. 266) Percebemos que a subjetivação demanda um trabalho do sujeito sobre si mesmo, sobre suas atitudes, seu corpo e seus pensamentos, atuando na sua própria transformação. A subjetivação “implica em modos de educação e transformação do indivíduo”, ela atua não apenas no desenvolvimento de condutas, mas também no desenvolvimento de atitudes. VeigaNeto, traduzindo o conceito de subjetivação de Foucault, diz que “nos tornamos sujeitos pelos modos de investigação, pelas práticas divisórias e pelos modos de transformação que os outros aplicam e que nós aplicamos sobre nós mesmos” (VEIGA-NETO, 2011, p. 111). Isto significa que a subjetivação não é um trabalho individual e autônomo: é, antes, uma construção social por meio da qual definimos nossas identidades. O conceito de subjetivação está diretamente relacionado a outro conceito, também muito caro ao nosso trabalho, que é o de identidade. Para entender esse conceito, recorremos à perspectiva discutida por Tomaz Tadeu da Silva, ou seja, como uma produção cultural. O autor argumenta que Um dos efeitos mais importantes das práticas culturais é o de produção das identidades sociais. Em geral, tende-se a naturalizar as identidades sociais [...] as identidades só se definem, entretanto, por meio de um processo de produção da diferença, um processo que é fundamentalmente cultural e social. (SILVA, 2006, p. 25) O que o autor nos diz é que as constituições de nossas identidades, inclusive as de gênero, se dão por meio de processos culturais. Nesses processos afirmamos nossas identidades por meio da construção da diferença, ou seja, reconhecermo-nos como femininas 41 implica em reconhecermo-nos como diferentes do masculino. Isso implica em conceber práticas e atitudes diferentes para cada gênero. Para Silva (2012) identidade e diferença são produzidas culturalmente e são interdependentes, uma não existe sem a outra. O autor argumenta que “a identidade cultural só pode ser compreendida em sua conexão com a produção da diferença, concebida como um processo social discursivo” (SILVA, 2000, p. 69). Devemos “considerar a diferença não simplesmente como resultado de um processo, mas como o processo mesmo pelo qual tanto a identidade quanto a diferença (compreendida aqui, como resultado) são produzidas” (SILVA, 2012, p. 76. Grifos do autor.). Neste trabalho tomamos o conceito de identidade na perspectiva discutida pelo autor, como produção social e cultural, como posições que o sujeito assume. O poder e a resistência são também indispensáveis nas discussões sobre feminilidades que empreendemos neste trabalho. Os roteiros dos filmes apresentam constantemente relações de poder e resistências. Para Foucault (2014, p. 138), o poder se manifesta por meio das microrrelações. O autor entende o poder não como repressão, como impositivo, mas como relação de forças entre sujeitos. O poder só pode existir onde há a possibilidade de resistir. No cerne das relações de poder e como condição permanente de sua existência, há uma “insubmissão” e liberdades essencialmente renitentes, “não há relação de poder sem resistência” (FOUCAULT, 2014, p. 138), O poder só se exerce sobre “sujeitos livres”, e enquanto são “livres” – entendamos por isso sujeitos individuais ou coletivos que tem diante de si um campo de possibilidade em que várias condutas, várias reações e diversos modos de comportamento podem apresentar-se. (FOUCAULT, 2014, p.134) O autor diz ainda que O que faz com que o poder se sustente, que o aceitemos é tão simplesmente que ele não pesa somente como um poder que diz não, mas que de fato, ele atravessa, ele produz as coisas, ele induz ao prazer, ele forma o saber, ele produz o discurso; é preciso considerá-lo como uma rede produtiva que passa através de todo o corpo social muito mais do que como uma instância negativa que tem como função reprimir. (FOUCAULT, 2014, p. 22) Neste sentido, poder e resistência são indissociáveis. Em uma relação em que a resistência não tem lugar não há poder, há violência (FOUCAULT, 2014, p. 134). Foucault 42 diz ainda que “toda relação de poder implica pois, pelo menos de uma maneira virtual, uma estratégia de luta” (2014, p. 138). Para Foucault, o poder também está diretamente associado ao saber. Ele entende o saber como uma construção histórica. Segundo o autor “temos antes que admitir que o poder produz saber [...]; que poder e saber estão diretamente implicados; que não há poder sem a constituição correlata de um campo de saber, nem saber que não suponha e não constitua ao mesmo tempo relações de poder” (FOUCAULT, 1999, p. 27). As relações de poder expressas nos filmes instituem verdades sobre as feminilidades, determinam condutas e estabelecem como legítimas determinadas maneiras de se constituir enquanto menina/mulher. Apresentamos neste tópico os conceitos que fundamentaram nossa pesquisa. No capítulo a seguir, esses conceitos serão vinculados às discussões e análises que empreendemos. Retomaremos alguns pontos e ampliaremos algumas discussões a fim de apresentar e problematizar os elementos discutidos. 43 CAPÍTULO 2 – PROBLEMATIZANDO AS FEMINILIDADES NOS FILMES DA BARBIE. Neste capítulo, vamos apresentar as discussões advindas da pesquisa, dialogando com os conceitos principais que nortearam nossas análises. Na primeira parte, trazemos um panorama dos agrupamentos que fizemos com os vinte e três filmes que integram a pesquisa. Sabemos que os roteiros apresentam mais de um dos elementos de feminilidades que tomamos como referência, porém os filmes foram agrupados de acordo com a predominância destes elementos em seus roteiros ou pela leitura que nos pareceu mais profícuas. Na segunda parte, apresentamos as análises e pontos relevantes das feminilidades nos filmes. Nossa proposta foi analisar, nos vinte e três filmes selecionados, os diferentes tipos de feminilidades que se apresentavam em todas as personagens, não só da protagonista Barbie, muito embora a sua seja a mais significativa e pulsante em nossas discussões. Em uma primeira observação parecia termos uma feminilidade homogênea, reafirmada e repetida em todos os filmes, mas à medida que as análises foram sendo aprofundadas percebemos alguns distanciamentos entre essas feminilidades, possibilidades de ruptura com um modelo único de feminino. O protagonismo feminino, característica presente em todos os filmes analisados, é um elemento relevante desta ruptura, uma vez que a maioria dos outros filmes de animação produzidos traz como protagonistas personagens masculinos. Neste sentido, os filmes analisados subvertem o lugar do feminino na trama. Sabat observa que nos filmes de animação “as mulheres, quando personagens principais, não representam uma figura comum. São sempre rebeldes, diferentes, corajosas, de alguma forma se destacando das demais” (2003, p. 28). Isso também se apresentou nos filmes da Barbie mas, apesar dessas características, em todas as obras acaba prevalecendo uma feminilidade predominantemente dócil, gentil, altruísta, delicada, com condutas exemplares e abnegadas. Vamos aprofundar essa discussão sobre essa dualidade presente nas obras na parte final do trabalho. Apresentamos a seguir a organização dos filmes e os respectivos grupos formados com a descrição de cada grupo. 2.1 Agrupamentos das Feminilidades e suas características em cada grupo. 44 Como já dissemos anteriormente, entendemos neste trabalho que os filmes são artefatos culturais produzidos pelas pedagogias culturais. Xavier Filha toma em seus estudos os livros como “artefatos culturais e elementos dos dispositivos pedagógicos” (2014, p. 156). A autora diz que Assim, os vários contextos educacionais da sociedade bem como os mais diferentes artefatos culturais, como cinema, mídia, revistas, livros, brinquedos, entre outros, expressam e fazem circular discursos que produzem as subjetividades. Entender os livros como artefatos culturais que expressam pedagogias é uma tarefa que nos leva a analisar os próprios textos e ilustrações para, contudo, questionar conceitos e também promover a reflexão e a autorreflexão dos leitores e leitoras. (XAVIER FILHA, p. 155156) Nesse sentido podemos avançar nas análises pensando também que os filmes funcionam como um instrumento do dispositivo pedagógico que, como diz a autora, “fazem circular discursos que produzem as subjetividades”. Fisher descreve o dispositivo pedagógico de mídia como um aparato discursivo (já que nele se produzem saberes, discursos) e ao mesmo tempo não discursivo (uma vez que está em jogo nesse aparato uma complexa trama de práticas, de produzir, veicular e consumir TV, rádio, revistas, jornais, numa determinada sociedade e num certo cenário social e político), a partir do qual haveria uma incitação ao discurso sobre “si mesmo”, à revelação permanente de si; tais práticas vêm acompanhadas de uma produção e veiculação de saberes sobre os próprios sujeitos e seus modos confessados e aprendidos de ser e estar na cultura em que vivem. Certamente, há de se considerar ainda o simultâneo reforço de controles e igualmente de resistências, em acordo com determinadas estratégias de poder e saber, e que estão vivos, insistentemente presentes nesses processos de publicização da vida privada e pedagogização midiática. (FISHER, 2002, p. 155) Foucault entende o dispositivo como um conjunto decididamente heterogêneo, que comporta discursos, instituições, arranjos arquitetônicos, decisões regulamentares, leis, medidas administrativas, enunciados científicos, proposições filosóficas, morais, filantrópicas, em resumo: do dito, tanto quanto do não dito, eis os elementos do dispositivo. O dispositivo propriamente é a rede que se pode estabelecer entre esses elementos. [...] por dispositivo entendo uma espécie – digamos – de formação, que, em um dado momento histórico, teve por função maior responder a uma urgência. O dispositivo tem, pois, uma função estratégica dominante. (FOUCAULT, 2014, p. 45) 45 O autor complementa dizendo que “o dispositivo está, então, sempre inscrito em um jogo de poder, mas sempre ligado também, a um ou alguns limites de saber, que nascem dele, mas também o condicionam” (FOUCAULT, 2014, p. 47). Justamente por estar inscrito em jogos de poder que os filmes podem ser tomados como instrumentos dos dispositivos. Mais precisamente como dispositivos pedagógicos, pois produzem saberes e funcionam como aparato discursivo como nos disse Fisher. Para organizar nossas discussões e identificar os diversos elementos de feminilidades que os filmes possibilitam, fizemos a organização dos filmes em cinco agrupamentos. Esses grupos foram divididos de acordo com as possibilidades de feminilidades que as obras apresentam, os grupos criados foram: Ensinamentos de feminilidade; Renúncia de algo pelo bem das pessoas; Amizade verdadeira; Amor romântico e Feminilidade diferente do modelo dominante. A seguir apresentamos um quadro geral com os filmes que compõe cada grupo. Tabela 2: Detalhamento dos grupos FILMES EM CADA AGRUPAMENTO Ensinamentos de feminilidade Renúncia de algo pelo bem comum Amizade verdadeira Barbie em A Barbie O Barbie e Princesa e a Quebra-Nozes Castelo Plebeia Diamante Barbie em as Barbie 12 Princesas Fairytopia Bailarinas Amor romântico Feminilidade diferente do modelo dominante o Barbie em a Barbie e as Três de Princesa da Ilha Mosqueteiras Barbie apresenta Barbie Moda e Diário da Barbie A Pequena Magia Polegar Barbie Escola Barbie de Princesas Fairytopia Mermaidia Barbie e O Barbie em A Segredo das Canção de Natal Fadas Barbie a Barbie Butterfly Princesa e a a Nova aventura Pop Star em Fairytopia Barbie Rapunzel Barbie a Magia do Arco-Íris A Barbie Um Natal Perfeito Barbie em Lago Barbie e a Magia de dos Cisnes Aladus Barbie em Vida de Sereia Barbie em Vida de Sereia 2 No primeiro grupo, “Ensinamentos de feminilidade”, estão quatro filmes que apresentam Barbie no papel de princesa. No agrupamento “Renúncia de algo pelo bem 46 comum”, estão sete filmes diversificados, sendo quatro com Barbie no papel de fada, dois tendo Barbie como sereia, e um no papel de princesa. No grupo “Amizade verdadeira”, estão apenas dois filmes, embora a amizade seja um tema recorrente e relevante nos filmes da Barbie. No agrupamento “Amor romântico” estão cinco filmes que contam histórias de amores capazes de transformar situações e salvar vidas. E, por fim, no agrupamento “Feminilidade diferente do modelo dominante”, estão cinco filmes que trazem possibilidades de resistências aos modelos de feminilidades reafirmadas e repetidas nos outros filmes. No quadro abaixo consta um resumo das características de cada um desses grupos. Estes são os elementos principais de cada característica de feminilidade que usamos para delimitar as características de maior relevância: Tabela 3: Características dos grupos CARACTERÍSTICAS DE CADA GRUPO Ensinamentos de feminilidade Neste agrupamento estão os filmes que trabalham de forma objetiva com o ensinamento de um determinado modo ideal de ser feminina. Esses ensinamentos aparecem por meio das canções ou de falas das personagens que de alguma forma tentam delimitar as atitudes femininas. Neste agrupamento todos os filmes apresentam princesas como protagonistas. Renúncia de algo pelo bem comum Neste agrupamento estão os filmes que trabalham com a ideia do "altruísmo" como característica de feminilidade. Nestes filmes a protagonista abre mão de seus sonhos, desejos, daquilo que tem de mais precioso em nome do bem comum. Este foi o agrupamento com maior número de filmes, e de certa forma todos os filmes apresentam o altruísmo como característica de personalidade das protagonistas. Amizades verdadeiras Amor romântico Neste agrupamento estão os filmes que apresentam a "amizade verdadeira", a lealdade as/aos amigas/os como característica desejável de feminilidade. Nestes filmes a protagonista enfrenta todos os obstáculos e se transforma em nome da amizade. Neste agrupamento estão os filmes que apresentam o amor romântico como fundamental ao exercício de ser feminino. É o amor que aparece como redentor, o que motiva as ações da protagonista e lhes dá coragem para enfrentar os obstáculos. Feminilidade diferente do modelo reafirmado nos filmes Neste agrupamento estão os filmes que apresentam feminilidades diferentes dos outros filmes, são protagonistas que de alguma forma não apresentam as características de gentileza, educação, doçura e altruísmo que as protagonistas dos outros 19 filmes apresentam. Representando certas formas de resistência aos modelos culturais hegemônicos de feminilidade. 47 Vale ressaltar que esse processo de produzir agrupamentos com os diferentes tipos de feminilidades encontrados nos filmes foi especialmente difícil devido aos referenciais teóricos que utilizamos. Nos Estudos Culturais não trabalhamos com categorias fixas ou rótulos permanentes. Assim, produzir os argumentos com as temáticas encontradas nas obras exigiu cautela, pois a cada novo olhar as características das personagens ganhavam novas interpretações e significados, dificultando o processo de criação dos grupos temáticos. No próximo tópico apresentamos melhor cada um desses grupos trazendo os elementos dos filmes que caracterizam o que delimitamos como característica de cada grupo. As sinopses dos filmes serão apresentadas de forma resumida, quando são citadas, mas apresentamos no apêndice B a descrição da sinopse de cada filme, contando as histórias detalhadas acompanhando a cronologia do filme. 2.1.1 “Saber qual vestido usar, e o tempo todo saber como se portar” − Aprendendo a ser princesa. No agrupamento de “Ensinamentos de feminilidade” estão exclusivamente filmes com protagonistas princesas, especialmente pelo fato de serem os filmes mais produtivos em relação às normas de condutas social e culturalmente aceitas. O principal ensinamento nesses filmes se dá em torno da constituição do caráter e atitudes dignas de uma princesa, pois não basta ter o título de nobreza, é necessário todo um aparato de condutas para que a garota seja uma “princesa de verdade”. É relevante notar que em todos os filmes deste agrupamento existe uma transmissão de valores e regras que quase sempre é passado de mulher para mulher. A única exceção é no filme Barbie em A Princesa e a Plebeia, nele os ensinamentos partem de um homem para uma mulher. Porém este homem aparece como professor, culturalmente ele está autorizado a transmitir essas informações, justamente por ter esse título. Dois filmes em particular trazem ensinamentos muito semelhantes, são eles: Barbie em A Princesa e a Plebeia e Barbie a Princesa e a Pop Star. Esses ensinamentos são ditados com regras rígidas para a conduta das princesas. Vemos nas descrições seguintes como essas regras são apresentadas. O filme Barbie em A Princesa e a Plebeia (2004, 85 mim.) traz como protagonistas Anneliese − uma princesa, e Erika − uma plebeia. As duas são idênticas na aparência, a única diferença entre elas é a cor do cabelo e a marca real. Elas se conhecem em um passeio de 48 Anneliese pelo povoado do reino. Os/as coadjuvantes mais relevantes são Rei Dominick que vem de um reino vizinho para se casar com Anneliese; Julian professor de Anneliese; Rainha Genevieve, mãe da princesa; e Preminger, conselheiro da rainha que quer se tornar rei. O reino está em dificuldades, pois Preminger está roubando o ouro da mina real. Para resolver o problema a rainha resolve casar a filha com o Rei Dominick. A jovem, mesmo amando Julian, aceita o casamento por sentir que é sua obrigação salvar o reino, mas Preminger sequestra a princesa para evitar o casamento e simula uma fuga de Anneliese para esconder o crime. Julian desconfia da suposta fuga e para ganhar tempo leva Erika para assumir o lugar da princesa. No desenrolar da trama, Anneliese, com a ajuda de outras personagens, consegue desmascarar Preminger. A princesa descobre outra fonte de renda para manter o reino e se casa com seu verdadeiro amor, Julian. Erika, por sua vez, após percorrer o mundo cantando, volta para se casar com Rei Dominick. Este filme é um musical, por isso as canções se fazem presentes durante toda a história. Em muitos momentos a música serve para falar dos sonhos e anseios das personagens, além de contar e ilustrar partes da história. Neste filme os ensinamentos de feminilidades aparecem em vários momentos, um deles é quando Julian leva Erika para assumir o lugar de Anneliese. A plebeia não conhece as regras de etiqueta, posturas corporais e atitudes que uma princesa precisa adotar, mas para resolver isso Julian pega o “livro de etiqueta para princesas” e começa primeiramente falando: “Não é permitido: resmungar, se gabar, assoar, se queixar, escorregar, mastigar alto, arrotar, se alvoroçar ou esbanjar nenhuma vez. Esteja presente, seja agradável, tenha altivez”. Depois os ensinamentos seguem em uma canção: Figura 1: Erika tomando nota dos ensinamentos para ser uma princesa Julian: Uma princesa sabe usar uma colher Tem mil sapatos pra escolher o que quiser Tem conduta exemplar, é discreta ao jantar E demonstra interesse para ouvir Um princesa nunca esquece de sorrir Pés delicados ao dançar O protocolo respeitar Goste ou não a solução é dizer sim 49 Sua postura por favor Mais elegante que uma flor Saber curvar e sempre acenar assim O seu porte é perfeito Sem mania ou trejeito A cabeça vira devagar Caminhando com cuidado Um sorriso delicado O que sente nunca demonstrar... voar Uma princesa sabe como se portar Uma princesa nunca pode descansar Ser paciente e ouvir Ter elegância ao dormir Quando falar saber mostrar erudição Condes e Lordes conhecer Mil instrumentos aprender Ser afinada pra cantar qualquer canção E o seu lindo olhar Nos faz sonhar Não importa onde for Então tudo é inspiração Que perfeição, ela é como uma flor... Pés delicados sim Erika: É hora de dançar! Julian: E com disposição! Erika: Atender se alguém chamar. Julian: Sempre pronta para o que acontecer. Sua postura sim... Erika: A postura por favor! Julian: Um golinho assim... Erika: Tenha sempre bom humor! Julian: Esperar a hora certa pra dizer. Uma princesa não precisa cozinhar Uma princesa sabe como encantar (Grifos nossos.) Figura 2: Erika ensaiando o aceno de princesa Vemos na letra da canção, e na fala de Julian, uma série de regras que norteiam as atitudes e condutas esperadas de uma princesa. As figuras 1 e 2 ilustram o processo de aprendizagem pelo qual Erika deveria passar para assumir o lugar da princesa. O filme diz que uma princesa deve ter uma feminilidade delicada, contida, obediente e submissa; a obediência e submissão aparecem no trecho da canção que diz: “Goste ou não a solução é disser sim”. Isso denota que apesar de ser a sucessora no governo do reino, a princesa deve ser sempre servil. Anneliese sabe disso e por isso aceita se casar com o rei: ela reconhece que é esse seu dever e não deixa sua mãe saber de sua contrariedade em não querer casar para não desapontá-la. Temos aqui a construção de um determinado modelo de feminilidade, afirmando como legítima e verdadeira determinada conduta de feminilidade. Isso aparece de forma 50 impositiva, mas vemos que a princesa encontra forma de subverter e resistir a essas imposições. Xavier Filha revela que O indivíduo não é passivo diante das forças externas a ele. Ele é, sobretudo, ativo, pois é capaz de produzir jogos de verdade consigo mesmo para se constituir como sujeito, já que dispõe de mecanismos com os quais atua sobre si mesmo e que o ajudam a se constituir. (XAVIER FILHA, 2014, p. 157) Ainda que de forma sutil e sem confrontos explícitos, Anneliese entra nos jogos de poder, ela resiste e se constitui como sujeito a partir desta resistência. A resistência aparece quando a princesa revela seu amor por Julian e diz para a mãe que não se casará com o rei, pois encontrou outra forma de salvar o reino. Apesar desta decisão da princesa de se casar por amor e não pela obrigação de salvar o reino, ainda assim prevalece o amor romântico como tema central e nesse sentido não há resistência por parte de Anneliese. No filme Barbie a Princesa e a Pop Star os ensinamentos são bem semelhantes, com apenas algumas atualizações. Vemos nesse filme uma linguagem mais atual, com o uso de tecnologias e redes sociais. A seguir apresentamos um resumo da história. Barbie A Princesa e a Pop Star (2012, 73 min.) tem como protagonistas a princesa Vitória, chamada de Tori, uma jovem que não leva a sério seus deveres da realeza; e a pop star Keira, uma jovem cantora que está sempre viajando pelo mundo. As personagens coadjuvantes com maior relevância na história são: tia Amélia, tia de Tori, que possui o título de condessa e é responsável pela educação das princesas; as irmãs de Tori, Trevi e Meredith; e Crider e Rupert, vilões que roubam a gardênia de diamantes, uma planta mágica cujos diamantes ajudam na manutenção do reino. O reino de Meribella está completando quinhentos anos. Graças a isso, Tori tem a oportunidade de conhecer Keira, de quem a princesa é fã, pois a pop star está fazendo uma série de shows comemorativos no reino. No primeiro encontro, as duas descobrem que são muito semelhantes e com o auxílio de utensílios mágicos – uma escova que pertence a Tori e um microfone que pertence a Keira – as duas trocam de aparência, o que permite que passem um dia na vida da outra. Ao terem a possibilidade de viver outra vida, diferente da que se veem obrigadas a viver cotidianamente, as protagonistas descobrem suas identidades e o que realmente querem fazer e ser. Ao passar pela experiência de viver a vida de outra pessoa, a princesa conhece melhor seu reino e é transformada por essa experiência. Ela assume definitivamente seus deveres perante o reino, empenhada a dar qualidade de vida e dignidade aos/as súditos/as. 51 Vale ressaltar que a música é parte fundamental na composição desta obra, bem como do filme Barbie a Princesa e a Plebeia. Todo o filme é permeado por músicas e essas têm a função de ilustrar e trazer mais conteúdos às cenas, explicar o filme e contar partes do enredo, além de trazer os ensinamentos de duas formas de feminilidade, a saber, a feminilidade da princesa e a feminilidade da pop star. Assim, as músicas são analisadas em vários momentos de nossas discussões, pois nos filmes som e imagem se complementam. Assim como no filme anterior, neste filme os ensinamentos de feminilidade aparecem quando ocorre uma troca de lugar entre as personagens. Tori e Keira trocam de identidade, assumindo uma o lugar da outra: Tori precisa aprender a se portar como uma pop star; Keira, por sua vez, precisa aprender a se portar como uma princesa. Os ensinamentos aparecem na letra de duas canções cantadas pelas protagonistas. As figuras 3 e 4 revelam as condutas que cada uma das garotas deve ter: Tori ensina Keira como acenar com a elegância de uma princesa, enquanto Keira ensina a Tori que é necessário perder a timidez e enfrentar as entrevistas. Segue a canção: Tori: Uma princesa sabe qual talher usar Uma princesa tem sapatos de arrasar Café servido na cama, usa joias quando quer Faz massagens, paparicos ao acordar Uma princesa vê seus sonhos se realizar Convites de príncipes vai aceitar Saber qual vestido usar E o tempo todo saber como se portar Pose com uma pena no chapéu Alongue o corpo para o céu Tenha postura e use luvas para acenar Ombros para trás e a barriga para dentro Olhe o queixo e a cabeça vire devagar Se controle, pise leve, E sorria bem polida E de você vão se orgulhar Uma princesa sabe seu brasão honrar Uma princesa vai seu melhor sempre dar. Keira: Uma pop star sabe qual microfone usar Uma pop star sabe sempre comandar Sabe que tem que ensaiar para no show arrasar Ela é uma estrela que sabe brilhar Uma pop star tem que sua carreira amar O que é moda eu vou usar Voar para o México para jantar E não ter amigos, só seu cão e um violão Suas notícias twittar, Mil entrevistas poder dar Amar os fãs que podem ser fantásticos ou não Uma câmera, outra câmera, outra e mais outra, E autógrafo pra dar Troca a roupa, faz a pose, toda gente cumprimenta, Na internet vou postar Uma pop star sua idade não vai falar Uma pop star vai fazer o mundo cantar. (Grifos nossos.) 52 Figura 3: Princesa acenando da sacada Figura 4: Pop star dando entrevistas Apesar das aproximações entre as canções, dos dois filmes, vemos também um distanciamento. Enquanto no primeiro filme a princesa deveria sempre “dizer sim”, no segundo isso não aparece explícito: a canção motiva a princesa a ter atitudes que tragam orgulho, mas não reforça a submissão. No filme Barbie a Princesa e a Plebeia a obediência é constantemente reforçada, aparece na canção Eu sou assim como você em que o refrão reforça: “sabemos bem obedecer”. Em outra canção Anneliese fala de seu sonho de ser livre e viver sem regras e protocolos. A letra diz: Eu queria só um dia ter um tempo só pra mim Nada a fazer só olhar pro céu do meu jardim Sem ter aula ou almoço ou tarefas pra fazer Sem ter que ouvir quando posso ler, cantar, comer Ia só viver [...] Casar só por amor Mesmo abrindo mão de seus sonhos e desejos, a princesa aceita sua “missão” de salvar o reino com um casamento arranjado. No decorrer do filme, a protagonista enfrenta adversidades que a ajudam a encontrar outra forma de salvar seu reino e casar com seu amor verdadeiro. Tori, por sua vez, se apresenta rebelde, tal como Anneliese: ela tem sonhos e quer uma vida diferente da que se vê obrigada a viver. Ela descumpre as regras de conduta para uma princesa. Ouvimos a voz de Tori em off 33 cantar: Eu adoro quando a luz da manhã 33 Som em off é aquele que está situado fora do campo da imagem, vem de uma fonte não visível na tela (MARTINS, 2011, p. 126). 53 A duquesa me pergunta quando vou me consertar Eu sei que ela pensa que tenho sorte, Mas princesas querem se divertir. (Grifos nossos.) Enquanto isso, as cenas mostram a princesa descendo as escadas pelo corrimão, correndo entre os/as convidados/as e pregando uma “peça” em sua tia ao trocar um quadro com o retrato dela pelo retrato de um burro. Em outra cena do filme, tia Amélia reforça o que considera como “inadequação” das atitudes da princesa, arrolando outras peripécias realizadas por ela, como: esconder a dentadura do primeiro ministro, colocar um gambá no baile real e fazer cupcakes explosivos. Vemos nessas atitudes da princesa uma forma de resistência mais explícita. Ao contrário de Anneliese que aceita de forma mais passiva, Tori é a imagem da subversão: ela descumpre todos os protocolos e etiquetas recomendados a uma princesa. Temos aqui uma clara resistência da princesa, ela não aceita a imposição de um modelo único de feminilidade, entrando em uma relação de poder com a sua tia, ao passo que tia Amélia tenta exercer um poder disciplinador sobre Tori e acaba por enfrentar a insubmissão da protagonista. Essa insubmissão e resistência são as estratégias de lutas de que nos fala Foucault (2014, p. 138), elas participam do processo de subjetivação da personagem, pois a mesma se constitui como princesa a partir desses conflitos e reflexões que vivencia. Figura 5: Tori descendo pelo corrimão da escada Figura 6: Tori e suas irmãs depois de sabotarem o quadro de tia Amélia 54 Figura 7: Tori e suas irmãs depois de bagunçarem o quarto Figura 8: Tori imitando tia Amélia ao ganhar uma bronca As figuras 5, 6, 7 e 8 ilustram as atitudes consideradas socialmente inadequadas para uma princesa, como listamos anteriormente. Tori e Anneliese são diferentes entre si, mas ao final ambas assumem suas responsabilidades como princesas e se dedicam a salvar seus reinos. Em paralelo às feminilidades das princesas temos nos dois filmes as feminilidades de Erika e de Keira, ambas cantoras. Erika do filme Barbie a Princesa e a Plebeia é uma jovem pobre que trabalha para pagar dívidas da família. Ela sonha em ser cantora famosa enquanto canta nas ruas. Ao final do filme tem a possibilidade de casar com rei Dominick, mas prefere viver sua liberdade e viajar pelo mundo cantando, porém depois de muitas viagens ela volta para casar-se com o rei. 55 Figura 9: Casamento de Anneliese e Erika com seus respectivos noivos, Julian e rei Dominick. Inicialmente Erika representa uma forma de resistência ao modelo de feminino para quem o destino final seria o casamento, porém essa resistência não dura mais que alguns minutos do filme. Em pouco tempo a narradora informa que Erika descobriu que “ser livre, às vezes é escolher ficar e não partir”, e regressou para casar-se com o rei. Na figura 9 vemos a cena do casamento. Esta cena traz a concretização do amor romântico, designando o casamento como último fim possível de ser almejado pelo feminino. Erika escolhe outro caminho, mas percebe que precisa ficar com “seu amor” para ser feliz e por isso regressa para concretizar o casamento. Keira, a pop star do filme Barbie A Princesa e a Pop Star, ao contrário de Erika, é uma jovem aparentemente livre: ela comanda sua vida, seus shows, sua equipe de trabalho, mas ao mesmo tempo está presa em contratos e cobranças, sempre com sua agenda lotada e cumprindo compromissos. Ela também sonha com outra vida e tem essa possibilidade ao trocar de lugar com Tori. Mesmo assim, ao final descobre que ama seu trabalho e se dedica a ele. Como já dissemos, os dois filmes possuem muitos pontos em comum, mas alguns distanciamentos também. É relevante que o amor romântico não apareça no segundo filme. Enquanto que no primeiro filme o casamento é o destino final das duas protagonistas, no segundo ele sequer é mencionado: o elemento central é a amizade que surge entre as duas, amizade essa que salva o reino da miséria e pobreza. 56 Outro filme do agrupamento de “ensinamentos de feminilidades” é Barbie em as 12 Princesas Bailarinas. Este filme apresenta elementos que se coadunam aos demais para análises. Barbie em as 12 Princesas Bailarinas (2006, 82 min.) conta a história de doze irmãs: elas são princesas filhas de um rei que perdeu a esposa há cinco anos na ocasião do nascimento das filhas caçulas. As princesas são apresentadas como tendo comportamentos inadequados para a vivência na realeza. Elas são diferentes entre si, cada uma com uma personalidade e atitudes próprias. O rei não consegue manter a educação das filhas e chama uma prima para ajudá-lo na missão de ensinar boas maneiras e regras de etiqueta para as garotas. Porém, essa prima resolve matar o rei para se tornar rainha, oprime as princesas, impõe regras rígidas e as impede de manter contato com o pai. Tristes com a situação, elas conseguem fugir para um jardim mágico que foi da rainha, mãe das jovens. Neste local são plenamente felizes. Para salvar a vida do pai elas decidem abandonar esse jardim mágico, mesmo sabendo que jamais poderão regressar a ele. Trabalhando juntas, e usando as habilidades de cada uma delas, conseguem derrotar a vilã e impedir a morte do rei. Este filme é uma adaptação do conto de fadas 12 princesas bailarinas, compilado pelos irmãos Grimm. O filme tem inspiração no balé, com muitos passos de dança. O primeiro elemento que chama a atenção é o que chamam de “inadequação” das atitudes e comportamentos das princesas. Figura 10: Princesas ao chão depois de colidirem umas nas outras Logo no início do filme o rei está recebendo um convite para levar as filhas a um baile no reino vizinho, porém o convite é desfeito à medida que as garotas vão entrando no salão: algumas correm atrás de besouros, outras entram andando com pernas-de-pau, outras correndo e praticando um jogo com bola, elas esbarram umas nas outras e todas caem conforme aparece na Figura 10. O mensageiro diz duas frases representativas: “Realmente 57 suas filhas não tem nada de princesas”, e: “princesas!? Parecem animais selvagens!”. Essas duas frases reforçam que as condutas das princesas não são próprias para o título de nobreza que carregam. Diante do acontecido, o rei olha com tristeza para as filhas, mas logo após ele aparece à mesa para o jantar. Figura 11: Princesas a mesa As garotas vão chegando e o pai cumprimenta uma a uma dizendo seus nomes. Geneveive – a princesa mais relevante na história, interpretada por Barbie – chega atrasada. Quando o pai finalmente diz: “Minhas doze princesas!”, elas começam a falar todas ao mesmo tempo, pegam a comida com as mãos, estendem os braços sobre a mesa, conforme vemos na Figura 11, e por fim deixam o pai sozinho quando chega o vendedor de sapatos. Outras atitudes consideradas inadequadas aparecem no filme, tais como: deixar as coisas espalhadas pelo chão, correr pelo castelo, ficar desatenta (uma das princesas está sempre andando com um livro nas mãos, sem prestar atenção à sua volta). Desapontado com essas atitudes, o pai chama Rowena para educá-las e ensiná-las a se portarem como princesas. Ao conhecer as garotas, Rowena diz: “Você me chamou na hora certa querido! Suas filhas são terrivelmente despreparadas para a vida real”. Depois disso, Rowena começa o treinamento: aprender a serem mais contidas e discretas, a manterem a postura corporal, usar leque, entre outras atitudes. Quando uma das garotas tenta reclamar, Rowena diz: “Uma princesa não discute! Sem música e dança até que aprendam a agir com nobreza” (Grifos nossos). Mais uma vez temos aqui reforçado o caráter de submissão que deve ter a feminilidade de uma princesa. Contudo, da mesma maneira que ocorre nos outros dois filmes, neste as princesas também oferecem resistência ao poder disciplinador imposto. A insubmissão se faz presente em vários momentos do filme, revelando as resistências das princesas ao modelo de feminilidade imposto como desejável. No contexto do filme, as atitudes e condutas das princesas são apresentadas como inadequadas. Para corrigir o problema, faz-se necessário trazer uma preceptora para ensiná-las 58 e adequá-las à vida real. Porém, quando o rei está prestes a morrer, as atitudes das princesas, que antes pareciam inadequadas para a nobreza, são fundamentais para salvá-lo: cada uma com suas habilidades conseguem desempenhar uma função no plano de resgate para salvar o rei. As princesas não sucumbem às regras impostas por Rowena – elas encontram a fuga como forma de resistência. Mas, no decorrer do filme, elas se transformam com as experiências vividas. Aprendem a assumir o papel de princesas e corrigem as falhas e atitudes consideradas inadequadas que tinham no início do roteiro. O quarto filme deste agrupamento é Barbie Escola de Princesas. Neste filme, o ensinamento aparece de maneira formal, institucionalizado como escola: com currículo definido, aulas práticas e teóricas. Ao contrário dos outros três filmes apresentados até aqui, este não reforça a submissão como característica de feminilidade para princesa. A seguir apresentamos um resumo da história. Barbie Escola de Princesas (2011, 79 min.). Neste filme a protagonista é Blair, uma jovem garçonete que ganha uma bolsa de estudos para frequentar a Escola de princesas de Gardênia. A referida escola tem tradição e funciona há cinco séculos, ensinando as garotas a ter “caráter e confiança”. Segundo a diretora da escola, um dos lemas da escola é que “Todas as alunas se portam com dignidade e sofisticação”. O filme se passa em um ambiente moderno e atual. Blair é desajeitada e sofre com o preconceito de outras garotas na escola por ser pobre. Algumas garotas acreditam que lá não é lugar para ela, mas Blair não desiste do sonho de dar uma vida melhor à sua família e enfrenta todos os obstáculos até conseguir seu intento. Blair conta com a ajuda de suas amigas de quarto para enfrentar os obstáculos que surgem e, ao final, descobrimos que ela é a princesa Sofia, única sobrevivente de um acidente com a família real ocorrido há dezoito anos. Ela assume seu lugar de princesa e o reino de Gardênia. Figura 12: Blair recebendo aulas de etiqueta e equilíbrio 59 Para conseguir aprender os bons modos e a postura adequada, Blair conta com a ajuda da diretora, como vemos na Figura 12, que oferece aulas particulares. A diretora diz que: “Todas as aulas de postura, boas maneiras, dança, não são superficiais, elas criam autoconfiança”, o que parece ser a característica fundamental a uma dama real ou princesa. Blair segue na contramão das princesas dos outros três filmes nos quais, de certa forma, as protagonistas relutavam em seguir as regras de condutas para princesa. Blair por sua vez se esforça para se adequar às regras de feminilidade exigidas: ela almeja essa feminilidade e tenta se adequar a ela. Os ensinamentos de feminilidade aparecem em todo o filme e se direcionam a várias personagens, em especial por se tratar de escola: espaço socialmente destinado à educação. A escola de princesas tenta adequar as alunas a um determinado ideal de feminilidade. Esse modelo ideal inclui atitudes, comportamento e gestos que devem ser mantidos pelas garotas como uma marca de feminilidade que deve ter quem passou por aquela instituição. Dessa forma, as alunas da escola de princesa são subjetivadas pelas experiências vividas no espaço escolar. De acordo com Xavier Filha e Bacarin “Essas marcas estão em seus corpos e tem como efeito produzir subjetividades” (2014, p. 51). Ainda segundo as autoras, “os modos de subjetivação propostos por Foucault explicam esse processo contemporâneo de nos tornar sujeitos pensantes e inconclusos, em busca constante por modelos idealizados de feminilidades, pela chamada ‘perfeição’” (XAVIER FILHA; BACARIN, 2014, p. 52). De acordo com Foucault, os processos de subjetivação podem se dar de três formas: Para o referido autor, as relações estabelecidas entre os sujeitos e os jogos de verdade podem ocorrer por práticas coercitivas, jogos teóricos – ou científicos – e as práticas de si. Os indivíduos tornam-se sujeitos com múltiplas identidades em meio a jogos que estabelecem em relação as práticas coercitivas de instituições como a família, a escola, dentre outras. Em relação aos jogos teóricos, os produzem em “práticas divisoras”, a partir de discursos que normalizam condutas; finalmente, através do trabalho do sujeito consigo mesmo. (XAVIER FILHA; BACARIN, 2014, p. 52) Os filmes do agrupamento “Ensinamentos de feminilidades” apresentam todos esses elementos de constituição de subjetivação, citados pelas autoras. Temos a “coerção” por meio das personagens que transmitem regras e exigem determinadas condutas das personagens; e o “trabalho do sujeito consigo mesmo”, representado pelo processo de reflexão e adequação de condutas pelos quais as protagonistas passaram. Vemos o trabalho sobre si mesmo 60 especialmente no filme Barbie Escola de Princesas, pois Blair busca arduamente atingir o modelo de feminilidade exigido e idealizado pela escola. Os filmes trazem em seus roteiros o que Foucault (2012) chama de “relações de poder”. São apresentados discursos que normatizam as condutas das personagens. Lembrando que para o autor o discurso não é um simples ato de fala, ele é produtor, ao passo que não descreve o objeto de que fala, mas produz sistematicamente esse objeto. Foucault diz ainda que O discurso é uma série de elementos que operam no interior do mecanismo geral do poder. Consequentemente, é preciso considerar o discurso como uma série de acontecimentos, como acontecimentos políticos, através dos quais o poder é vinculado e orientado. (FOUCAULT, 2012, p. 248) Entendemos que o discurso acaba por produzir saberes e verdades sobre as atitudes e condutas adequadas à constituição das feminilidades das personagens. Ainda segundo Foucault A “conduta” é, ao mesmo tempo, o ato de “conduzir” os outros (segundo mecanismos de coerção mais ou menos estritos) e a maneira de se comportar em um campo mais ou menos aberto de possibilidades. O exercício do poder consiste em “conduzir condutas”. (FOUCAULT, 2014, p.133) É neste sentido que entendemos o termo conduta utilizados neste trabalho. As relações de poder que se estabelecem nas obras investigadas visam estabelecer regras de conduta determinadas para a feminilidade de princesa. Esse agrupamento também apresentou elementos de constituição de identidades de gênero. Os filmes estão operando diretamente na construção das identidades femininas das princesas. Nesse contexto, ser uma princesa não é apenas um título de nobreza: é antes uma forma de se constituir enquanto menina/mulher. Vemos aqui um conjunto de condutas e de atitudes que devem ser executados pela garota para que seja reconhecida como feminina e digna de sua coroa. Apesar de termos, nos quatro filmes, um trabalho direto sobre a construção da feminilidade das princesas, percebemos também brechas para resistências em todos eles. Nos três primeiros Barbie a Princesa e a Plebeia, Barbie A Princesa e a Pop Star e Barbie em as 12 Princesas Bailarinas a resistência aparece nas protagonistas: Anneliese aceita seu destino sem discutir, mas consegue encontrar uma maneira de salvar seu reino sem precisar se casar para isso, além disso, é ela quem toma a iniciativa de revelar seu amor por Julian, saindo do 61 ideal de submissão e passividade; Tori, ao contrário de Anneliese, é um exemplo de rebeldia: a jovem tenta fugir de todas as regras impostas pela figura de sua tia, porém ela repete as regras a Keira quando esta vai assumir seu lugar e, ao final do filme, assume seu papel de princesa cumprindo seus deveres perante o reino; as doze princesas também passam por um processo de transformação no filme: elas não perdem as características que apresentavam no início do filme, mas cada uma acaba corrigindo os “defeitos” que tinham e se apresentando diferentes ao final. De certa maneira, podemos dizer que todas as protagonistas passaram por um processo de subjetivação por meio das experiências vividas. São as pequenas “insubmissões”, das quais nos fala Foucault (2014), que permitem as princesas entrarem nos jogos de poder e resistir, subvertendo algumas regras, encontrando sua própria maneira de viver suas feminilidades. Figura 13: Blair trabalhando de garçonete Blair começa o filme como plebeia: trabalha de garçonete, como vemos na Figura 13, e vai ao longo do filme aprendendo a ser princesa e se descobrindo como tal. Ela não resiste ao modelo de feminilidade imposto. Neste filme, a resistência aparece em suas amigas de quarto: Hadley, que gosta de jogar futebol; e Isla, que compõe músicas eletrônicas. Ambas transitam por territórios culturalmente tidos como masculinos, embora sejam candidatas a princesas. Elas não se transformam ao final do filme e recebem a coroa sem precisar abrir mão de suas identidades. Blair, porém, se transforma com a experiência: inicialmente ela é desajeitada, mas consegue desenvolver suas habilidades e se adequar ao que a escola apresenta como desejável para uma dama real ou princesa. Também temos neste filme a resistência na figura de Delancy: a garota que inicialmente obedecia à mãe em tudo, ao final começa a desobedecê-la para fazer o que acha certo e ajudar Blair, já reconhecida como princesa Sofia, a assumir seu lugar de princesa. Como vemos nas figuras 14 e 15, a própria Delancy entrega a coroa a Blair que, após recebê-la, se transforma em princesa. 62 Figura 14: Delancy entregando a coroa de Gardênia Figura 15: Blair se transformando em princesa Todos os filmes até aqui apresentados trazem regras de condutas e atitudes para a vivência de feminilidade de uma princesa, mas, ao mesmo tempo, trazem também possibilidades de resistência e subversão à medida que as personagens encontram formas de se constituírem sem sucumbir às regras impostas socialmente em cada um dos roteiros dos filmes. Apesar disso, as protagonistas mantêm em comum algumas características: são dóceis, gentis, educadas e principalmente preocupadas com o bem comum, dispostas a abrir mão de seus sonhos para garantir o bem do reino. Isso nos remete ao que Louro (2000) apresenta como marcas de feminilidade em nossa cultura. Os filmes estão reafirmando as características de gênero desejáveis em nossa cultura para a constituição de uma menina/mulher. Passamos a seguir a discutir o próximo agrupamento. 2.1.2 “É meu dever” − Renúncia de algo pelo bem comum No agrupamento “Renúncia de algo pelo bem comum” estão sete filmes que trazem como tema o altruísmo: as protagonistas abdicam de sonhos e de tudo que possuem de mais caro para garantir o bem comum, o bem de outras pessoas. A seguir apresentamos um breve resumo das histórias. 63 O primeiro filme deste grupo é Barbie O Quebra-Nozes (2001, 76 min.). Este filme foi inspirado no balé de mesmo nome criado pelo russo Tchaikovsky. Conta a história de Clara, uma jovem criada pelo avô. Na noite de Natal, Clara ganha um quebra-nozes de sua tia, o objeto é um príncipe enfeitiçado. Quando chega a noite, ocorre uma guerra com ratos de um reino mágico e, em meio à confusão, Clara tem seu tamanho reduzido, ficando do tamanho do Quebra-Nozes. Com isso, vai para um mundo mágico onde se vê obrigada a enfrentar seus medos. Inicialmente ela vai para tentar voltar ao seu tamanho de humana, mas no decorrer da trama se enche de coragem por saber que seus amigos, major Menta, capitão Doce e príncipe Erick, contam com ela para salvá-los. Ao final Clara descobre que ela é a princesa que buscava durante todo o roteiro e que ela pode salvar a si e a todos/as. Clara é inteligente e encontra sua coragem à medida que enfrenta os obstáculos. Além disso, é gentil, educada e prestativa, o que a ajuda no momento de dificuldades. Clara é a redentora da história, salva o príncipe por diversas vezes e o liberta do feitiço do rei rato com um beijo, conforme vemos nas figuras 16 e 17: Figura 16: Clara libertando os prisioneiros Figura 17: Clara salvando o príncipe com um beijo Na figura 16, Clara liberta os prisioneiros depois de entrar no castelo do rei Rato às escondidas e enganar os guardas. Na figura 17, vemos o momento após a destruição do rato 64 em que o Quebra-Nozes está em perigo, mas Clara lhe dá um beijo desfazendo o feitiço do rato e transformando-o em príncipe novamente. No filme Barbie Fairytopia (2004, 70 min.) conhecemos Elina, uma fada do campo que não tem asas. Ela é discriminada por isso, mas quando todos/as caem doentes ela é a única que pode ajudá-los/as. Por não ter asas, ela não é afetada por uma doença que atinge as outras fadas. Elina parte em busca da solução para salvar todas as fadas do campo. Com ajuda de amigas e amigos, e graças à sua inteligência, Elina consegue derrotar Laverna, a vilã que provocou a doença. Elina sonha em ter asas para ser igual às demais, mas resiste a esse sonho em nome de suas amizades e assim consegue salvar todas as fadas. Ao final é recompensada por sua bravura e coragem recebendo um par de asas da rainha das fadas. A seguir temos as figuras do momento em que Elina enfrenta Laverna e consegue quebrar seus feitiços libertando o reino Fairytopia. Figura 18: Elina enfrentando Laverna para libertar as/os amigas/os Figura 19: Elina no momento em que destrói o cristal e acaba com os planos de Laverna Na Figura 18, Elina entra no local onde seus/as amigos/as estão presos e enfrenta Laverna ordenando que os soltem, mas Laverna lança um feitiço sobre Elina oferecendo a ela seu maior sonho “ter um par de asas’”. A determinação da fada é mais forte que o poder de Laverna e, como vemos na Figura 19, Elina consegue sair do encanto e quebrar o cristal, acabando com os planos de dominação de Laverna. 65 O filme Barbie Fairytopia Mermaidia (2006, 75 min.) é uma continuação do filme Barbie Fairytopia. Neste filme, Elina está feliz com suas novas asas quando recebe um chamado do príncipe Nalu, príncipe das águas, que a ajudou no filme anterior. Ele foi sequestrado por Laverna e manda um pedido de ajuda para Elina. Ela parte para o reino das águas e, com ajuda de Nora, começa a missão para resgatar o príncipe. Porém, em determinado momento, ela se vê obrigada a trocar suas asas por uma cauda de sereia, somente assim poderá seguir na sua missão. O momento mais difícil para Elina é quando aceita ficar para sempre com cauda de sereia para impedir que as águas sejam contaminadas por um veneno que acabaria com a vida de todos os seres aquáticos. Após abrir mão de si para salvar a vida dos/as outros/as, Nora tem a ideia de dar a Elina uma fruta que revela o ‘verdadeiro Eu” das pessoas, fazendo com que ela recupere suas asas que agora estão ainda mais exuberantes do que antes. Figura 20: Elina ao trocar suas asas por cauda de sereia para salvar Nori Figura 21: Elina abrindo mão de recuperar suas asas para impedir o envenenamento das águas As figuras 20 e 21 destacam características da conduta de Elina: ela é generosa, abrindo mão de si para ajudar outras pessoas. Na Figura 20 temos o momento em que ela abre mão de suas tão sonhadas asas (que só conquistou no final do filme Barbie Fairytopia) para ter uma cauda de sereia e conseguir salvar Nori. A figura 21 mostra o momento mais dramático do filme, ao ver que as águas seriam contaminadas por um veneno Elina se sujeita a 66 ser sereia pelo resto da vida para impedir que os seres do mar morram. Ainda que isso lhe cause sofrimento e mudança de identidade, ela opta por defender o bem comum reafirmando seu caráter altruísta. No filme Barbie a Magia do Arco-Íris (2007, 74 min.) conhecemos a terceira parte da história de Elina. Depois de salvar o reino das águas, Elina está conhecida por sua bravura e coragem e por isso recebe um convite para ser aprendiz da guardiã Azura. Ela parte para uma escola onde aprenderá, juntamente com outros/as onze jovens, a realizar o primeiro voo da primavera. Mas, por engano, ela liberta Laverna de um feitiço aprisionador que recebeu no segundo filme e agora, livre, a vilã aprisiona todos/as os guardiões e as guardiãs. Cabe aos/às jovens realizar o primeiro voo da primavera. Elina descobre que Laverna está no lugar de uma das fadas e sai em busca da fada desaparecida. Elas retornam, mas Laverna já está prestes a destruir o botão de flor mágico. Porém, Elina se põe a frente do feitiço de Laverna, arriscando a própria vida para salvar o botão. Com a ajuda dos poderes das/os amigas/os ela derrota mais uma vez a vilã e salva todo o reino. Figura 22: Elina salvando fada Solar Figura 23: Elina se colocando a frente do primeiro voo da primavera Mais uma vez Elina se mostra corajosa e determinada, tal como aconteceu nos outros dois filmes da sequência Fairytopia. Temos uma afirmação da coragem e determinação de Elina na Figura 22, o momento em que salva a fada Solar e, depois, na Figura 23, em que 67 arrisca a própria vida se colocando à frente de Laverna para salvar o primeiro voo da primavera. Neste filme vemos uma evolução do caráter altruísta da fada. Nos dois filmes anteriores a protagonista abriu mão de parte de sua identidade de fada – as asas – mas neste ela abre mão da própria vida para salvar o reino de Fairytopia. O roteiro do filme indica que essa atitude da protagonista já era esperada pela vilã, pois no momento em que Elina se põe a frente do botão de flor Laverna diz: “Você nunca me decepciona fada do Campo!”. Em seguida, ela intensifica seus poderes para tentar destruir a fada e a flor ao mesmo tempo. O filme Barbie Butterfly a Nova aventura em Fairytopia (2007, 74 min.) começa com Elina contando uma história. Ela apresenta a personagem Butterfly, uma fada de outro reino, retraída e sonhadora, que se vê em uma missão arriscada para salvar a vida da rainha e, consequentemente, a vida de todos/as no reino. A rainha do reino de Flutterfield foi envenenada e, por isso, as luzes que protegem as fadas de monstros devoradores de fadas estão se apagando. Para encontrar um antídoto que possa salvar a rainha, Butterfly arrisca sua vida junto com duas amigas por territórios desconhecidos e perigosos. Ela consegue, com coragem e inteligência, encontrar a cura e assim salva a rainha e todas as fadas do reino, conforme se vê nas figuras 24 e 25. Figura 24: Butterfly e suas amigas fugindo de monstros Figura 25: Butterfly salvando a vida da rainha 68 Na Figura 24 temos o momento em as garotas fogem dos monstros devoradores de fadas que ameaçam a cidade. Butterfly sabia como despistá-los, mas por falha de uma das garotas elas foram descobertas. Na Figura 25 vemos o momento em que a protagonista finalmente consegue usar o antídoto para salvar a vida da rainha. Butterfly é uma garota tímida que sonha em conhecer o mundo fora de Flutterfield e, para isso, mergulha nos livros. Ela não se arrisca a deixar a segurança da cidade e também não consegue encarar sua timidez indo aos bailes do reino. Porém, quando percebe que o reino depende de sua coragem para escapar da destruição, ela encontra sua coragem, vencendo todos os obstáculos para encontrar a solução. Assim como Elina, no filme Barbie a Magia do Arco-Íris Butterfly também arisca a própria vida, pois sair do reino pode significar tornar-se alimento dos monstros. Isso ressalta o gesto altruísta da fada que se arrisca para garantir o bem de todo o reino. Este filme encerra a sequência de filmes com a fada do campo. Os próximos filmes contam a história de Merliah, uma jovem surfista que descobre aos 16 anos que é filha de uma sereia. Seguem as histórias para melhor compreensão. Barbie em Vida de Sereia (2010, 74 min.) conta a história de Merliah, uma jovem surfista que está participando de um campeonato. Em meio a uma onda, seu cabelo ganha mechas rosa e, logo após este episódio, coisas estranhas começam a acontecer. Ela descobre, por meio de seu avô, que é filha de uma sereia e é procurada por um golfinho que vem contar dos problemas que estão acontecendo em Oceana, um reino subaquático. Motivada pelo desejo de encontrar uma solução para as mudanças que estão acontecendo, Merliah parte para Oceana. Chegando lá ela descobre que sua mãe, a rainha, foi aprisionada por sua própria irmã que assumiu o trono e está aos poucos envenenando as águas do mar. Merliah começa a procurar a solução, mas em meio a uma grande dificuldade ela recebe a possibilidade de retomar sua vida sem jamais se lembrar do que aconteceu. Ela pensa na proposta, mas abre mão deste sonho por sentir que é seu dever salvar o reino. Movida por esse sentimento, Merliah consegue salvar sua mãe e derrotar a vilã Eris. Nas figuras 26 e 27 vemos o momento em que a princesa toma a decisão de assumir seu dever de salvar o reino. 69 Figura 26: Merliah abre mão de retomar sua vida para salvar o reino Figura 27: Merliah se transformando em princesa sereia depois de se reconhecer como tal Na Figura 26, Merliah conversa com o “peixe dos sonhos” que oferece a realização de seu maior desejo: voltar para casa sem o problema de ser meio sereia, mas ela recusa a oferta e assume que é a princesa de Oceana e neste momento começa sua transformação em sereia, conforme mostra a Figura 27. A decisão de Merliah é um gesto altruísta e por isso a princesa é recompensada, conseguindo sair da dificuldade em que se encontrava e derrotar sua tia Eris. Em Barbie em Vida de Sereia 2 (2010, 74 min.), Merliah está participando de um torneio de surf na Austrália. Ela está em um ótimo momento na carreira e se relacionando bem com a vida de princesa-sereia. Porém, sua mãe a convida para uma cerimônia muito importante para a família real que renova o poder de produzir Marvita, magia que concede vitalidade as águas do mar. Merliah se recusa a ir por conta do torneio e discute com a mãe. Eris consegue escapar da prisão para a qual foi levada no filme Vida de Sereia e tenta tomar o lugar da rainha na cerimônia. Merliah fica sabendo do problema e parte para o fundo do mar. Para impedir Eris de realizar a cerimônia e tomar o reino, Merliah abre mão de suas pernas e do sonho de ser surfista, aceitando ficar com cauda para sempre, pois o ritual a transformaria numa pessoa completa, ou seja, inteiramente uma sereia. Mesmo assim ela continua sendo meio-humana meio-sereia pois este é seu “verdadeiro ser”, proposto no roteiro 70 cinematográfico. Ela volta para a competição, mas isso já não é o mais importante: ela se sente feliz por desenvolver a magia que dá vitalidade às águas do mar e desiste do campeonato. Nas figuras 28 e 29 vemos o mesmo processo que aconteceu no filme Barbie em Vida de Sereia. No primeiro momento, Merliah decide que é seu dever como princesa ajudar a salvar o reino; logo após, ela passa pela transformação, deixando de ser humana para tornar-se uma sereia. Mais uma vez a protagonista é altruísta, colocando a segurança do reino acima de seus próprios sonhos e projetos. Figura 28: Merliah no momento em que decide fazer o ritual Figura 29: Merliah no trono assumindo o risco de nunca mais voltar a ser humana Como já elencamos, estes sete filmes apresentam atos abnegados das protagonistas. Elas abrem mão de sonhos e da própria vida em nome do bem comum. Elina abre mão de suas asas por duas vezes e, logo após, arrisca a própria vida para salvar a vida de todo o reino. Merliah, abre mão por duas vezes da possibilidade de seguir sua vida e sua carreira de surfista na terra para garantir que o mar não seja destruído. Butterfly enfrenta seus medos e perigos mortais para salvar o reino no qual vive. Clara abre mão de retornar para sua vida e enfrenta seus medos para salvar os novos amigos: príncipe Erick, major Menta, capitão Doce e o reino que acabava de conhecer. 71 Essas protagonistas têm em comum a coragem, inteligência e o altruísmo. O altruísmo é o ato de abdicar de si pelo bem de outras pessoas. Ele aparece aqui como marca de feminilidade. De certo modo, o altruísmo lembra a servidão: é dever do ser feminino ser altruísta, já que é visto socialmente como quem deve servir a todas as pessoas. Steinberg observa que essa característica acompanha a “personalidade” de Barbie desde a sua criação e foi aprimorada nas publicações impressas com histórias da Barbie: Nós somos constantemente bombardeadas pela loura altruísta (nos livros, ela é normalmente monocromática), renunciando a alguma coisa sensacional para o bem de toda humanidade. As menininhas aprendem bem novas de que é mais importante renunciar a um objetivo do que desapontar a quem quer que seja. A Disney faz isso bem com A Pequena Sereia e A Bela e a Fera. É uma condição feminina se sacrificar pelo bem dos outros. (STEINBERG, 2001, p. 336. Grifos da autora) Em seus estudos, Steinberg cita livros com histórias sobre o altruísmo de Barbie como: “Uma surpresa no piquenique (Barbie encontrando o cachorrinho de uma velha senhora em vez de se divertir) e Barbie o grande esguicho (a sessão de fotos da Barbie é estragada, mas ela é capaz de suportar o desapontamento).” (STEINBERG, 2001, p. 336). Nos filmes, essa característica também se faz presente, é um tema que permeia todas as vinte e três obras analisadas, mas aparece mais enfatizada nestes sete filmes descritos anteriormente. Como Steinberg evidencia na referida citação, os atos altruístas das protagonistas funcionam como um ensinamento “As menininhas aprendem bem novas de que é mais importante renunciar a um objetivo do que desapontar a quem quer que seja” (Grifos nossos). Em todos os filmes as protagonistas se sentem realizadas, com a sensação do “dever cumprido” após a realização de atos abnegados. Voltamos mais uma vez à construção das identidades de gênero que já discutimos. Esse tema permeia todos os filmes da Barbie: trata-se de um investimento constante para construir feminilidades dóceis, generosas, servis e altruístas. Mas, para além das questões de gênero, as protagonistas também passam por um processo de subjetivação, em especial nos filmes Barbie O Quebra-Nozes e Barbie em Vida de Sereia 1 e 2: as protagonistas se veem obrigadas a assumir as responsabilidades de salvar o reino, mas antes de tomar essa decisão tanto Clara quanto Merliah passam por um processo de reflexão sobre si e sobre o que se espera delas. Desta forma, elas se constituem a partir da relação com o outro e na relação consigo mesmas. 72 Merliah pensa em abandonar tudo para retomar sua vida, mas esse pensamento é considerado por ela como egoísta e, antes de desistir, ela reflete sobre sua condição de princesa e assume: “Eu sou Merliah, a meia princesa sereia de Oceana, e é minha obrigação proteger meus súditos!”. Nesse momento algo mágico acontece e ela ganha sua cauda de sereia, assumindo assim sua identidade. Mesmo depois de derrotar a vilã, Merliah se compadece dela, tentando entender as razões que a levaram a aprisionar a própria irmã e tentar tomar o reino. Porém, no filme Barbie em Vida de Sereia 2, Merliah começa com uma atitude egoísta de acordo com o contexto do filme: ela briga com a mãe e coloca seu sonho em primeiro lugar. No entanto, ao ver o reino ameaçado novamente, assume mais uma vez sua responsabilidade aceitando se tornar sereia para sempre, ainda que sofra com isso. Ela é recompensada por sua atitude ao descobrir que tanto sua metade humana quanto sua metade sereia são completas e, por esta razão, ela continua com a possibilidade de ser as duas coisas. Nas figuras 30 e 31 vemos Merliah brigando com a mãe para não perder o campeonato e depois, sem se importar mais com ele, ela se sente completa por produzir Marvita. Figura 30: Merliah brigando com a mãe Figura 31: Merliah produzindo Marvita Em todos os filmes os atos abnegados das protagonistas são recompensados. Clara é recompensada com a descoberta de que ela é a princesa caramelo, e depois com o encontro com Erick na “vida real”. Elina é recompensada com as asas que tanto desejava e com o 73 reconhecimento das outras pessoas. A recompensa de Butterfly vem por meio de sua transformação e superação da timidez. Merliah é recompensada continuando com sua metade humana e com o poder de produzir Marvita. Ou seja, ao contrário das vilãs que são sempre punidas por seus atos, as protagonistas colhem os frutos de sua bondade e generosidade. No próximo tópico apresentamos os filmes do agrupamento amizades verdadeiras trazendo as problematizações sobre o tema. 2.1.3 “Melhores amiga hoje, amanhã e sempre” − Amizades verdadeiras Neste agrupamento estão dois filmes que tratam a amizade como tema central. Apesar de termos selecionado apenas dois deles nesse grupo, a amizade aparece como tema recorrente e relevante em quase todos os filmes da Barbie. Ser leal às amizades é uma característica valorizada e reafirmada no contexto dos filmes, a amizade, tal como o amor, deve ser “verdadeira e eterna”. Para compreensão do significado das amizades nos filmes trazemos uma das canções do filme Barbie e o Castelo de Diamante: Se a vida é uma montanha russa pra trilhar Com os olhos vendados, cruze os dedos Quero alguém pra me abraçar. Então eu vou, enfrento as curvas Sem medo de sentir solidão Penso em você Sei que não vai me abandonar Pra sempre unidas pra vida Contigo quero estar Não importa o lugar Entende (entende), defende (defende) E nada de mal pode me afetar Não tem mais volta, não tem mais volta Isso não volta atrás Unidas, unidas demais Ficamos afastadas por uma razão Mas sempre soube Amiga você mora no meu coração Você voltou e eu pude ver A minha força vem de você Não tem mais fim Eu não me canso de dizer Pra sempre unidas, pra vida Contigo quero estar Não importa o lugar Entende (entende), defende (defende) E nada de mal pode me afetar Não tem mais volta, não tem mais volta Isso não volta atrás Unidas, unidas demais Toda vez que eu respiro sinto essa energia e viro, Ela está bem aqui Vem de mim e vem de ti É um sonho real, amizade sem igual Almas gêmeas demais Juntas pra viver em paz Pra sempre unidas, pra vida Contigo quero estar Não importa o lugar Entende (entende), defende (defende) E nada de mal pode me afetar Unidas (unidas) pra vida (pra vida) Como é bom pensar, tudo em seu lugar Entende (entende), defende (defende) E nada de mal pode me afetar E não tem mais volta Não tem mais volta, isso não volta atrás Unidas, (unidas),unidas demais 74 A letra da canção traz elementos de companheirismo e completude, as garotas decidem ficar juntas em qualquer situação, encontrando uma na outra a força necessária para encarar os desafios. Essa característica também aparece de forma análoga no amor romântico. Nele, como na amizade aqui analisada, o amor é incondicional pela outra pessoa e esse sentimento funciona como combustível para as atitudes dos sujeitos seja na relação de amizade ou na relação amorosa. Pensamos a amizade nos filmes pelo prisma dos estudos foucaultianos, ainda que Foucault não tenha estudado a amizade de forma mais aprofundada. O filósofo nos apresenta alguns elementos deste tema em seus estudos, pensando principalmente no contexto da construção das relações homossexuais. Francisco Ortega (1999) nos apresenta alguns elementos que nos permitem pensar a amizade, a partir dos estudos do referido autor. O autor nos diz que a concepção foucaultiana de amizade “contradiz a ideia comum na sociologia e na filosofia social de que a amizade representa uma relação voluntária baseada na transparência da comunicação e verdade da informação” (1999, p. 168). De acordo com o autor as amizades estão inseridas nas relações de poder, mas sem permitir que essas relações de poder se transformem em dominação. Ortega assegura ainda que Para Foucault, a amizade representa uma relação com o outro que não tem uma forma de unanimidade consensual nem de violência direta. Trata-se de uma relação agonística, oposta a um antagonismo essencial [...]. Relações agonísticas são relações livres que apontam para o desafio e para incitação recíproca e não para submissão ao outro. (ORTEGA, 1999, p. 168) Nos filmes da Barbie prevalece a ideia de amizade “comum na sociologia e na filosofia social”, pois a verdade e transparência devem prevalecer nas relações estabelecidas de amizade entre ela e suas amigas, a amizade aparece no filme como uma relação altruísta e verdadeira. De acordo com os roteiros dos filmes, uma “amizade verdadeira” deve ser pautada no respeito, lealdade e transparência entre as amigas. Porém os filmes de certa forma também apresentam a amizade na ótica que nos apresenta Ortega (1999), são relações em que não há submissão de uma das partes, a amizade entre as protagonistas confere força para uma resistência conjunta, talvez não propriamente resistência aos modelos de feminilidade veiculados/produzidos nos roteiros dos filmes, mas resistência às regras e conflitos sociais presentes no contexto das obras. Porém nos roteiros aparece uma necessidade de consenso entre as amigas, quando ocorre uma discordância em relação a pontos de vista diferentes a amizade fica abalada. Nesse sentido a ideia de amizade presente nos filmes contrapõe a ideia 75 de amizade defendida por Foucault, pois para o autor a amizade não é uma “unanimidade consensual”, mas é comportas por desigualdades, hierarquias e rupturas. Apresentamos um resumo dos dois filmes para depois seguir com as discussões. Os dois filmes começam com Barbie contando a história. No filme Barbie e o Castelo de Diamante, Barbie e Tereza – sua melhor amiga – ensaiam uma música quando chega Stacie, irmã de Barbie, brava por ter brigado com sua melhor amiga. Para fazê-la refletir sobre o valor da amizade, Barbie conta a história de duas grandes amigas como ela e Tereza, que por romperem a amizade ficaram em perigo. Barbie e o Castelo de Diamante (2008, 83min.) é um filme musical que conta a história de Liana e Alexa, duas jovens amigas pobres que vivem em uma cabana no campo. Elas recebem de presente um espelho no qual está escondido Melody, uma aprendiz das ninfas da música. Melody guarda a chave do Castelo de Diamantes, antiga moradia das ninfas. Há muitos anos, Lydia, uma das ninfas, decidiu que seria a única ninfa e transformou as outras em estátuas, porém Melody ocultou o Castelo de Diamantes e para escapar se escondeu no espelho. Quando Melody cantou com Liana e Alexa, permitiu a Lydia rastreá-la. Enquanto as três jovens seguem em busca do Castelo, Lydia as persegue para reaver a chave do castelo. As amigas enfrentam diversas aventuras nesta busca, chegando a romper a amizade por pensarem de forma diferente, o que coloca a vida de Alexa em risco. Mas ao final, trabalhando juntas, elas conseguem derrotar Lydia e restaurar a vida das duas ninfas que estavam petrificadas: Melody se torna a terceira ninfa no lugar de Lydia; Alexa e Liana se tornaram princesas da música e retornam ao campo onde viviam para retomar suas vidas. Apresentamos duas figuras que apresentam dois momentos distintos da amizade entre Liana e Alexa. Na Figura 32 vemos o momento em que Liana entrega para Alexa o colar da amizade, confeccionado com pedras em formato de coração que Liana encontrou no lago, essas pedras são do castelo de diamantes e serão fundamentais para que as garotas consigam derrotar Lydia. Na figura 34 vemos o momento em que as duas discutem por discordarem sobre a continuidade da missão. Alexa quer ficar no conforto de uma casa que acredita ser delas, mas Liana quer seguir para ajudar Melody a salvar as ninfas. 76 Figura 32: Liana entregando o colar da amizade para Alexa Figura 33: Alexa e Liana se desentendem Quando Alexa desiste da missão e briga com Liana, ela joga fora o colar que simbolizava a amizade das duas, o que a deixa desprotegida e permite que Lydia consiga pegá-la. Ela quase morre, mas é salva por Liana que não desiste de encontrá-la. O colar tira Alexa do feitiço de Lydia e, protegidas pelos colares, as duas conseguem derrotar a vilã. No filme Barbie apresenta A Pequena Polegar, Barbie está com um grupo de crianças no parque. Elas vão plantar árvores para colaborar com o meio ambiente e fazer um piquenique. Uma menina escolhe a menor mudinha para plantar, outras crianças zombam dela dizendo que aquela muda não servirá para nada. Barbie tenta mostrar para as crianças que o tamanho não importa e que mesmo a menor das criaturas pode fazer a diferença. Para o entendimento das crianças, ela conta a história da Pequena Polegar: uma criatura minúscula, mas que conseguiu salvar seu mundo conquistando uma verdadeira amizade. Barbie apresenta A Pequena Polegar (2008, 75 min.) conta a história de Polegarzinha. Ela é uma Twillerbee, uma criatura minúscula que vive em um mundo secreto escondido no meio de um campo florido e ensolarado. Polegarzinha tem duas amigas inseparáveis, cada uma com suas características e completamente diferentes entre si. Certo dia elas são levadas, em meio às flores, para um apartamento na cidade. Lá descobrem que o campo será destruído para construção de uma fábrica. As duas amigas voltam para o campo, se juntam a outras e outros Twillerbees, para tentar impedir o funcionamento das máquinas. 77 Polegarzinha fica no apartamento a fim de convencer os seres humanos a não destruírem o campo. Ela conhece Makena, uma garota de aproximadamente onze anos que não sabe o que é uma amizade verdadeira e filha do casal que está liderando a obra no campo. Polegarzinha e Makena se tornam grandes amigas. Com muito esforço e enfrentando dificuldades, as duas, juntamente com as pequenas criaturas, conseguem evitar a destruição anunciada. O local se transforma em um parque de preservação permanente e a comunidade dos Twillerbees fica salva. Apresentamos duas figuras ilustrativas sobre o tema da amizade no filme: Figura 34: Polegarzinha e suas amigas em um abraço Figura 35: Makena e Polegarzinha se reconciliando Na Figura 34, Polegarzinha se despede das amigas que voltarão para o campo enquanto ela ficará na cidade para encontrar uma forma de resolver o problema. Na Figura 35, Polegarzinha fica chateada depois de descobrir que Makena a mostraria para Violet como um troféu. Porém Makena já tinha refletido sobre o que era realmente uma amizade e desiste de exibir a nova amiga como um objeto. Ela vai até o parque para pedir desculpas e as duas se abraçam depois da reconciliação. No filme Barbie apresenta A Pequena Polegar, a mensagem é que não importa o tamanho, todas as pessoas são capazes de realizar grandes coisas e fazer a diferença em seu mundo. A amizade permeia toda a obra. Polegarzinha e suas amigas se respeitam nas diferenças, são leais entre si. Makena, por sua vez, não conhecia uma amizade verdadeira: ela 78 vivia em uma relação de disputa com Violet, que acreditava ser sua amiga. Violet é filha de milionários e tenta humilhar Makena, exibindo as coisas que tem e que ganha de sua família; já Makena faz de tudo para se igualar a ela e agradá-la. Ao conhecer Polegarzinha, Makena descobre uma amizade verdadeira e desinteressada. Inicialmente ela quer apenas exibir Polegarzinha como um objeto único que Violet não poderá ter, mas ela percebe o valor da amizade e decide fazer o possível e impossível para ajudá-la a preservar seu mundo. Louro identifica nos filmes de faroeste a lealdade aos amigos como “um traço importante na construção de um homem ‘de verdade’” (2013, p. 176). Esse traço aparece nos filmes da Barbie de maneira marcante na constituição da feminilidade. A amizade é o tema central do filme Barbie e o Castelo de Diamante, mas também é pano de fundo dos vinte e três filmes analisados. Em quatorze filmes, mais especificamente, a lealdade aos/às amigos/as é ressaltada como traço de bom caráter e, neste sentido, podemos dizer que é uma marca de uma feminilidade ideal que Barbie representa. Esses dois filmes são emblemáticos ao indicar o poder transformador das amizades. No filme Segredo das fadas (2010, 71 min.), que está no agrupamento de amor romântico, aparece também a amizade com seu poder transformador. Barbie e Raquelle não se dão bem: Raquelle vive provocando Barbie e tentando roubar seu namorado. Mesmo assim, as duas enfrentam jutas uma série de problemas para resgatar Ken e, neste convívio forçado, se descobrem grandes amigas e essa amizade as liberta da prisão. No filme Barbie e o Castelo de Diamantes a amizade entre Alexa e Liana remete a um amor sincero e profundo entre as jovens, elas dividem a casa e a existência, decidem viver unidas por toda a vida. Mas para afastar qualquer possibilidade de relacionamento homossexual entre elas aparecem dois homens, irmãos gêmeos, para viver um romance com cada uma das amigas e a consequente formação dos casais demarca a norma heterossexual. Assim elas podem viver plenamente a amizade sem o receio de vivência de um possível amor lésbico entre elas. No próximo agrupamento passamos a discutir os filmes que tratam do amor romântico como tema central. 2.1.4 “Esse tipo de amor desprendido tem um poder incrível!” − Amor romântico 79 No agrupamento “Amor romântico” estão os filmes que têm o amor como tema central do roteiro. Assim como os temas da amizade e do altruísmo, o tema do amor romântico está presente em vários filmes analisados. São cinco filmes neste agrupamento, mas o amor aparece como secundário na trama de outros nove. Jane Felipe (2007) nos diz que essa ideia de amor, como parte das identidades femininas, foi fortemente reafirmada e legitimada desde o início do século XX. Temos nesses filmes, e também em filmes de outros agrupamentos, uma reafirmação dessa verdade: a ideia do amor como inerente à constituição do ser feminino. No trecho de uma canção do filme Barbie A Princesa e a Plebeia, Erika expressa seus anseios em relação ao amor. Este filme está no agrupamento de ensinamentos de feminilidades, mas traz elementos relevantes para pensarmos o amor romântico. Uma vez um rapaz Uma jovem encontrou Será ele capaz de um verdadeiro amor? E sorrindo ele diz que me ama com fervor Só espero de ti um verdadeiro amor Serei eu a escolhida? Serei eu sua paixão? Quero ter por toda vida só o seu coração. (Grifos nossos.) Essa canção representa o ideal de amor que permeia as obras analisadas. O amor propalado deve ser eterno e verdadeiro. O termo “verdadeiro” é constante nos filmes, seja em relação ao amor ou em relação as amizades. Erika se angustia com a expectativa de viver esse amor sublime, ela deseja ser amada por toda a vida. Essa angústia também expressa a possibilidade de ser a escolhida desse amor, ou seja, de ser amor/paixão de alguém. Apresentamos a seguir um resumo de cada uma das histórias deste grupo para melhor compreensão do tema. Barbie em a Princesa da Ilha (2007, 86 min.), é um filme musical que conta a história de Rosella, uma jovem criada em uma ilha com animais depois de sofrer um naufrágio quando criança. Ro perdeu a memória e não lembra seu próprio nome, aprendeu a língua dos animais e vivia feliz até surgirem humanos na ilha. Príncipe Antônio, um jovem explorador, chega à ilha e a convida a partir com ele. Ro se apaixona pelo rapaz e resolve aceitar o convite, com a condição de levar seus amigos animais consigo. Chegando ao castelo, Antônio descobre que seus pais arranjaram um casamento para ele que deverá se concretizar em duas semanas. Porém, como está apaixonado por Ro, ele tenta resistir às imposições familiares. A mãe da noiva, percebendo o risco do cancelamento do casamento, arma intrigas 80 contra Ro mandando-a de volta para ilha. Ro descobre as armações da vilã e retorna, conseguindo provar sua inocência. Ela se recorda do próprio nome e encontra sua mãe, descobrindo que é uma princesa. Casa-se com o príncipe e parte feliz com seus amigos animais para uma viagem de navio. Figura 36: Ro e príncipe Antônio dançando no baile Figura 37: Ro aceita o pedido de casamento As figuras 36 e 37 são representativas do envolvimento amoroso entre Ro e o príncipe. Na primeira figura dançam juntos no baile real; na segunda, a protagonista aceita o pedido de casamento de Antônio depois de tudo esclarecido. Vemos na Figura 36 Ro e Antônio dançando apaixonados no salão. O amor dos dois parece impossível, pois o rapaz está prestes a se casar por ordem do pai. Na Figura 37 vemos o pedido de casamento: após superar todos os problemas e conflitos da trama, o casal está livre para selar seu destino com o casamento, símbolo do amor entre os dois. O filme Barbie Moda e Magia (2009, 82 min.) conta um episódio da vida de Barbie, personificada como uma pessoa “real”. Barbie estava gravando um filme quando resolveu dar palpite no roteiro e foi demitida. Ela fica arrasada, pois isso nunca tinha acontecido antes. Logo após, na internet, surgem críticas a ela e ao seu trabalho. Para completar, Barbie recebe uma ligação de Ken, seu namorado, rompendo o namoro. De forma a superar o momento ruim, ela parte para Paris para encontrar sua tia, que é dona de uma confecção. Chegando à 81 cidade, Barbie descobre que a confecção está falida e vai fechar as portas. Diante dos problemas de sua tia, Barbie se esquece de seus próprios problemas e começa a trabalhar para resolver o caso. Enquanto isso, Ken fica sabendo da viagem de Barbie e do suposto término do namoro, armação de Raquelle para separá-lo de Barbie. Empenhado em provar sua inocência e recuperar sua amada, parte em uma turbulenta viagem a fim de encontrar Barbie e fazer um grande gesto romântico. Depois de passar por todas as provações, Ken chega a Paris e encontra Barbie: os dois se reconciliam e Barbie e suas amigas conseguem salvar a confecção promovendo um glamoroso desfile. Por fim, vão todas/os a uma festa em um castelo. Barbie e Ken se beijam felizes entre fogos de artifícios. Figura 38: Barbie sofrendo com a separação Figura 39: Barbie e Ken em um beijo de reconciliação Na Figura 38, Barbie olha para a foto de Ken e sofre com a separação: ela partiu em uma viagem para tentar esquecê-lo depois de acreditar que ele tinha rompido o relacionamento. Na Figura 39, finalmente, depois de enfrentar todas as adversidades, Ken chega a Paris para provar a Barbie que a ama e que jamais terminaria com ela, o beijo selando a reconciliação do casal. O amor se constituiu como essencial em nossa vida na contemporaneidade. Jurandir Freire Costa nos diz que culturalmente paira uma crença social de que “sem amor estamos amputados de nossa melhor parte” (1998, p.11). Vemos uma constante valorização do amor 82 romântico em nossa cultura. Essa valorização aparece nos mais variados artefatos culturais, tais como livros e filmes. Jane Felipe e Suyan Ferreira acrescentam em suas análises que “crescemos acreditando nesse sentimento tão mágico, capaz de transformar o outro, objeto do nosso amor, pra quem dedicamos nossas maiores energias e atenções” (2011, p. 39). Os filmes da Barbie reforçam esse caráter transformador do amor: apresentando-os como redentor, fonte de salvação. No título deste agrupamento aparece a frase “Esse tipo de amor desprendido tem um poder incrível!”: esta frase é dita no filme Lago dos cisnes, indicando que o amor, quando “verdadeiro”, é capaz de enfrentar e superar qualquer obstáculo. Em todos os filmes analisados quando surge a ideia do amor romântico, ela vem acompanhada de completude, de um amor idealizado e sublime. Traz consigo a ideia de que as mulheres necessitam desse complemento para suas vidas, precisam desse amor para se sentirem completas, inteiras, amadas, respeitadas, valorizadas. Esse amor, contudo não é qualquer amor, ele é um amor heterossexual, monogâmico e expressas marcas de classe e raça/etnia. Em Barbie e O Segredo das Fadas (2010, 71 min.) temos mais uma vez um episódio da vida de Barbie. Desta vez Ken é sequestrado por Graciella, princesa do mundo das fadas, que após tomar uma poção do amor se apaixona por ele. Com ajuda de duas fadas estilistas, Barbie e Raquelle partem para resgatá-lo. Raquelle é rival de Barbie: vive tentando chamar a atenção de Ken para separá-los, mas durante a missão de resgate começam a conversar sobre o passado e sobre o difícil relacionamento entre elas. Com tudo esclarecido, e trabalhando juntas, conseguem impedir o casamento de Ken com a princesa das fadas. Regressam a Malibu sem lembrarem-se de nada do que aconteceu, apenas com uma vaga sensação em forma de sonho. Raquelle muda de atitude com Barbie e tudo indica o começo de uma grande amizade entre as duas. Apresentamos duas figuras do filme que revelam como se dá a relação entre Barbie e Ken: Figura 40: Barbie tentando proteger Ken 83 Figura 41: Barbie e Ken em um evento Na Figura 41 os dois aparecem juntos em um evento de lançamento do último filme de Barbie: Ken está sempre ao seu lado, embora não apareça como ator do filme. Ele aparece apenas como o namorado de Barbie. Na figura 40 Ken está passando por sérios apuros depois de ter sido sequestrado pela princesa Graciela, o rapaz se vê obrigado a casar-se, mas antes disso precisa duelar com Zane – jovem que disputa com ele o amor da princesa. Quando Barbie vê seu amado em situação de perigo se põe imediatamente a sua frente para tentar impedir que o machuquem. Ela assume o papel de protetora do rapaz. Barbie A Rapunzel (2002, 83 min.) foi inspirado no clássico conto de fadas de mesmo nome. Conta a história de uma jovem que vivia isolada, em um solar escondido por magia no meio da floresta. Rapunzel descobre uma saída do solar e chega ao povoado vizinho. Lá conhece um belo rapaz por quem fica encantada. Ela regressa ao solar, mas Gothel, a vilã que a mantém em cativeiro, descobre que ela saiu e a penaliza destruindo seus pincéis e tintas, que usava para pintar telas. Porém, Rapunzel descobre um pincel mágico e com ele pinta na parede a imagem do povoado, conseguindo passar pelo desenho para deixar a torre de seu cárcere. Ao sair, encontra novamente o rapaz e com ele vai em busca de informações sobre o pincel que guarda o segredo de seu passado. O rapaz entrega a ela um convite para um baile real, mas na noite do baile Gothel a prende na torre novamente, destrói a pintura que serve de passagem e quebra o pincel. Em seguida, corta seu longo cabelo e vai para o baile a fim de encontrar o misterioso rapaz. Preocupada com o que poderá acontecer a seu amor, Rapunzel consegue sair da torre e vai a seu encontro. Por fim, faz com que Gothel fique presa no solar, descobre a verdade sobre seu passado, ela é uma princesa, e se casa com o príncipe. 84 Figura 42: Rapunzel aceita o convite para o baile Figura 43: Casamento de Rapunzel com o príncipe Na Figura 42, Rapunzel aparece em um dos momentos de encontro com o príncipe: ele a convida para o baile real, mas é interrompido e Rapunzel volta para o solar onde é prisioneira. A Figura 43 mostra o casamento de Rapunzel com seu príncipe, final feliz depois de derrotarem Gothel. O filme Barbie em Lago dos Cisnes (2003, 83 min.) é inspirado no balé de Tchaikovsky com o mesmo nome. Conta a história de Odete, uma jovem que certo dia chega a uma floresta mágica onde encontra animais enfeitiçados. Odete retira um lendário cristal e é vista como a salvadora de todas/os, porém diz não ter coragem suficiente e decide ir embora. Antes que ela deixe a floresta, um mago malvado aparece e a transforma em cisne, voltando à forma humana apenas à noite. Para se livrar do feitiço, e ajudar as outras criaturas, ela parte em busca da solução. Enquanto isso, o mago leva um príncipe caçador à floresta para que ele mate Odete enquanto está na forma de cisne, mas o príncipe fica encantado com a beleza da ave e não a mata. Na forma humana, Odete dança com o príncipe e eles se apaixonam. O mago prepara um plano para enganar o príncipe, sendo bem sucedido, mas logo após se revela. A trama segue em cenas de ação e perseguição: no momento em que o mago tenta matar o príncipe, Odete se põe à frente e é atingida, os dois caem com as mãos entrelaçadas e o “amor verdadeiro” dos dois acaba com as maldades e feitiços do mago. Desta forma, eles libertam todas as criaturas da floresta mágica e o filme termina em uma festa em que se combinam os preparativos para o casamento do casal apaixonado. 85 Figura 44: Odete e o príncipe após serem atingidos por um feitiço Figura 45: Odete aceita o pedido de casamento do príncipe Na figura 44 vemos o momento em que o “amor verdadeiro” salva todas as pessoas do reino. Quando tudo parecia acabado, o amor incondicional entre Odete e o príncipe trás a libertação. A figura 45 representa o momento em que finalmente o príncipe pede Odete em casamento e ela aceita. Além destes três filmes, apenas outros dois terminam em casamento, são eles: Barbie em A Princesa e a Plebeia e Barbie em as 12 Princesas Bailarinas, ambos do agrupamento “Ensinamentos de feminilidade”. Ao contrário do que nos parecia em uma primeira observação, Barbie não trabalha com um apelo forte ao matrimônio como destino único da vida de uma mulher. No total de vinte e três filmes analisados, apenas cinco apresentam como final o casamento. Apesar disso, a possibilidade de um relacionamento heterossexual aparece em treze dos filmes analisados. Ainda que o casamento não seja o final necessário, o amor romântico parece fazer parte da vida da mulher, presente nos roteiros dos filmes. Os filmes, vale ressaltar, não acenam para outra possibilidade que não seja o relacionamento entre uma mulher e um homem, reafirmando o que chamamos de heteronormatividade. Entendemos por heteronormatividade o conjunto de práticas que instituem o relacionamento heterossexual como norma, como única possibilidade desejável para vivência da sexualidade. Ferrari nos diz que 86 Esse conceito pode ser traduzido pela obsessão com a sexualidade normalizante, ou seja, evidenciada por uma proliferação de conselhos sobre como “curar” ou evitar a homossexualidade, considerando a heterossexualidade como sendo a sexualidade estável e natural. Esses conselhos são direcionados à família e escola, entendidos como espaços que devem trabalhar para evitar a “desordem de gênero na infância”. (FERRARI, 2005, p. 64) Nos filmes encontramos essa naturalização da heterossexualidade: é tão “natural” que uma mulher se apaixone por um homem que a possibilidade de querer um relacionamento fora desse binômio não é sequer cogitada. Além disso, a heteronormatividade é complementada pelo ideal do “amor romântico”, como já explicitado. Xavier Filha nos diz que “a construção e a legitimação do amor romântico ocorrem nos contos de fadas e nas vivências de completude, especialmente da princesa. Essa forma de se relacionar, contudo, é construída social e culturalmente” (2011, p. 598). Isso significa que o amor não é algo da natureza: assim como o gênero, as identidades e a heterossexualidade, a ideia do amor romântico também é uma construção e, como tal, está sujeita a mudanças e transformações. Nossa cultura valoriza o amor como experiência sublime (FELIPE, 2007) que atribui sentido à vida dos/as apaixonados/as. É indispensável, nessa ótica, para a concretização da felicidade plena que o sujeito tenha a experiência de um amor verdadeiro. Mas esse amor só é possível, legítimo e aceitável se acontecer entre um homem e uma mulher. Contudo, o amor nos filmes da Barbie são mais assexuados do que propriamente sexuados. A maior expressão de afeto se resume a beijos discretos e troca de olhares entre os/as apaixonados: o ato sexual não é sequer sugerido ou insinuado. Após o casamento, os/as noivos/as não partem sozinhos/as para a lua de mel: estão sempre em companhia de amigas/os ou dos animais de estimação. O amor é nesse sentido apresentado como algo de alma, transcendente e não carnal ou passional. 2.1.5 Você pode ser tudo que quiser! − Feminilidade diferente do modelo reafirmado nos filmes O agrupamento “Feminilidade diferente do modelo reafirmado nos filmes” foi o “algo a mais” que tentamos buscar para além do aparente na análise e discussão dos filmes. Desde o início buscamos nos filmes identificar possibilidades de rupturas com o modelo 87 único de feminilidade que Barbie parecia representar ou que alguma personagem feminina, presente nos filmes, pudesse fazê-lo. O protagonismo feminino nos parece fundamental no rompimento de um modelo de feminilidade submissa e dependente da figura masculina. Os filmes em sua maioria apresentam jovens mulheres que dispensam a necessidade de um homem para resolver os problemas. Porém, prevalece no final dos filmes uma feminilidade dócil, gentil, altruísta e abnegada, reafirmando como próprio do feminino a renuncia e o sacrifício. Diante deste impasse, selecionamos quatro filmes que diferem dos demais pelo próprio roteiro, que apresentam elementos que não estão presentes nos outros filmes. A seguir trazemos um resumo de cada filme para depois aprofundarmos as discussões em relação às rupturas apresentadas. Barbie e as Três Mosqueteiras (2009, 81 min.) conta a história de Corinne, filha de Dartagnan, famoso mosqueteiro da história de Alexandre Dumas. Corinne parte da fazenda onde mora para se tornar mosqueteira em Paris. Ela encontra pelo caminho toda sorte de preconceito: é inaceitável naquela sociedade que uma mulher possa ocupar um posto marcadamente masculino. Porém, Corinne encontra outras três jovens que partilham do mesmo sonho: juntas elas recebem treinamento de uma senhora e se preparam para desempenhar atividades que envolvem lutas e uso de armas. As jovens ficam sabendo de um atentado à vida do príncipe, que será coroado rei, e procuram alertar os mosqueteiros, mas não são ouvidas. Para salvar a vida do príncipe, elas preparam suas armas e roupas e entram disfarçadas no baile. O atentado tem início e as jovens entram em ação: cada qual com sua habilidade, lutam bravamente e conseguem derrotar o vilão, salvando o nobre e então são nomeadas mosqueteiras reais. Ao final, o príncipe convida Corinne para um passeio de balão, mas ela adia o convite saindo em missão novamente. Este filme é o mais emblemático no tocante ao rompimento com modelos de feminilidade idealizados. O roteiro explora isso claramente. Por esta razão vamos analisá-lo mais detalhadamente. Durante o filme algumas cenas são marcantes como demonstramos na cena que segue: Corinne avista um grupo de mosqueteiros fazendo uma exibição de luta com suas espadas, o mosqueteiro vencedor desafia: “Tem alguém aqui com coragem suficiente para me desafiar?” Corinne responde: “Eu senhor, também vou ser uma mosqueteira!” O mosqueteiro e as pessoas que estão à volta riem e ele diz: “Então a garotinha quer ser mosqueteira?”. Corinne fica desapontada, mas decide mostrar suas habilidades, ela faz alguns saltos até chegar ao barril onde tem uma espada, pega a espada e desafia o mosqueteiro, as pessoas que estão à volta a aplaudem, porém Brutus − cachorro do regente Philippe − abre 88 uma carroça deixando rolar alguns barris, eles batem no barril sobre o qual Corinne está e ela cai; as pessoas riem e o mosqueteiro que havia desafiado diz: “Por que não volta pra casa e deixa o negócio de mosqueteiro para os garotões?” Corinne se levanta dizendo: “Eu trouxe uma carta para Monsieur Treville, ele vai me tornar uma mosqueteira, onde fica o escritório dele?” O mosqueteiro indica com a espada e responde: “Fica pra lá. Talvez ele precise de sua ajuda para limpá-lo!” Todos riem novamente e Corinne sai para ir ao escritório. (Grifos nossos.) Figura 46: Corinne desafiando um mosqueteiro Esta cena apresenta elementos relevantes no tocante à demarcação dos espaços masculinos e femininos ainda presentes na sociedade e representados na ficção. O mosqueteiro sugere que Corinne volte para casa e depois fala que ela poderá limpar o escritório do chefe, delimitando o espaço e os afazeres domésticos como local do feminino. Além disso, aparece o adjetivo “garotinha” para Corinne como sinônimo de fragilidade e “garotões” para os mosqueteiros como sinônimo de força. Em outra cena Corinne persegue Brutus, que tomou sua carta. Ele pula o portão que dá acesso ao escritório de Monsieur Treville e Corinne, que chega logo atrás, é barrada por um mosqueteiro que faz a guarda. Neste momento, Monsieur Treville sai conversando com o regente Philippe. Ele se dirige à Corinne e pergunta: “Senhorita está perdida? Certamente não tem nada a tratar com esses mosqueteiros brigões”. Corinne responde: “Não estou perdida senhor, eu vim aqui para falar com Monsieur Treville sobre eu me tornar uma mosqueteira”. O regente ri e diz: “Essa é muito boa minha cara. Como se uma garota tivesse as habilidades necessárias para ser uma mosqueteira!” Corinne fica chateada e diz que o cachorro do regente está com sua carta, ele ordena que o cachorro a devolva e sai rindo de Corinne. Ela chama por monsieur Treville e entra com ele para ser atendida. (Grifos nossos.) Mais uma vez aparecem questões de gênero no filme. No caso específico, essa questão está ligada ao campo do biológico. O regente diz “Como se uma garota tivesse as 89 habilidades necessárias para ser uma mosqueteira”, indicando que isso é “natural” a cada gênero, dizendo que, pelo fato de ser mulher, Corinne não poderia desenvolver habilidades de luta. E, mais uma vez, aparece a palavra brigões no aumentativo, indicando uma diferenciação de gênero, além de colocar o masculino como agressivo. No decorrer do filme, Corinne e as amigas conseguem derrubar os preconceitos e realizar o sonho de serem mosqueteiras, mas para isso precisam adaptar suas armas e formas de lutar. As armas são camufladas em leques, colares, fitas, tudo ajustado aos longos vestidos de festa. Ocorre uma espécie de “feminilização” da atividade para que as garotas possam se tornar mosqueteiras. Contudo, é interessante notar que Corinne é a única a utilizar uma espada nas lutas: ela entra em duelo direto com o regente e consegue vencê-lo. Este é o único filme dos vinte e três analisados em que aparece uma mulher envolvida em lutas com armas, nos demais filmes o confronto só aparece por meio da magia e uso de poderes. Na Figura 47, vemos Corinne e as amigas se apresentando para a luta. É relevante notar o detalhe das vestimentas e das armas que usam. Figura 47: Revelação das mosqueteiras no baile Os vestidos são longos, mas parte da saia é retirada como se fosse uma capa, deixando a peça mais curta para dar mobilidade. Ainda assim, os vestidos são decorados com pedrarias e babados, como vemos na imagem. As armas, com exceção da espada, passam despercebidas: olhando apenas a imagem não podemos dizer que são armas para uma luta. Este filme poderia ser enquadrado no agrupamento “Ensinamentos de feminilidade”, pois o tempo todo o roteiro está tentando delimitar e ensinar às personagens quais seriam os 90 espaços de vivência femininos. No entanto, se destaca pela resistência: a protagonista e suas amigas resistem e escapam destas delimitações de um único modelo de feminilidade. Falamos em resistência pensando nas relações de poder que se estabelecem no filme mas, ao passo que a resistência parece se sobrepor aos jogos do poder, vemos que as personagens conservam características que não permitem que sejam vistas fora dos domínios do feminino. Como já dissemos, existe toda uma feminilização da atividade de mosqueteira, das roupas e dos acessórios para que possam ser admitidas no desempenho da atividade. Identificamos neste filme também um processo de construção das identidades das protagonistas, em especial da identidade feminina de Corinne. No início do filme, a garota aparece usando camisa, botas e calça comprida (ela é a única personagem feminina do filme a usar calça), mas quando começa a trabalhar no castelo, suas roupas são substituídas por um modelo considerado culturalmente “mais feminino”, composto por saia, blusa de mangas curtas, meia-calça e sapatos. Em outra cena, Corinne aprende a dançar, reforçando mais uma vez um atributo de feminilidade no filme. Entendemos que esses elementos promovem uma aproximação da personagem com a feminilidade que se considera normal no contexto do filme, delimitando espaços possíveis para a vivência da feminilidade. Embora Corinne e suas amigas resistam bravamente à delimitação de espaços e atividades designados como femininos, elas aceitam algumas imposição de gênero que se dão por meio das roupas e acessórios que utilizam, que são potentes marcadores das identidades de gênero. As relações de poder e resistência imperam em todo o roteiro desse filme. As garotas são dóceis e educadas, porém são corajosas, valetes e guerreiras; são românticas e sonhadoras, mas também são independentes e ousadas; elas transgredem as fronteiras do que é socialmente aceito como ideal de feminino; usam salto alto, mas não hesitam em usar armas e lutar contra os homens. Enfim, temos uma constante resistência e submissão, podendo pensar que elas se submetem em certos aspectos da constituição da identidade de gêneros para transgredir em outros, sem que isso implique em deixar de se reconhecerem, e serem reconhecidas, como mulheres ou de um determinado “tipo” de ser mulher. Outro elemento relevante que aparece neste filme diz respeito ao amor romântico. O amor está diretamente ligado ao ideal de feminilidade, como já dissemos: ele é visto em nossa cultura como fundamental para a completude feminina. Mas neste filme, embora seja insinuado um clima de romance entre Corinne e o príncipe, o amor não é o objetivo final na vida da protagonista. Corinne recusa um convite do príncipe para sair em missão, explicitando que para ela a prioridade é seu trabalho. 91 Figura 48: Corinne salvando o príncipe Figura 49: As garotas partindo em missão Na Figura 48 vemos o momento em que Corinne resgata o príncipe de mais um atentado. Depois desta cena, os dois conversam e parece surgir um clima de romance entre eles. Contudo, na Figura 49 vemos Corinne e as amigas partindo para mais uma missão depois de adiar um convite do rei, príncipe já coroado, para passear de balão. Os próximos três filmes analisados não tratam diretamente do rompimento de fronteiras entre espaços masculinos e femininos, mas apresentam elementos que destoam dos outros vinte filmes que compõe a pesquisa. A seguir estão os resumos de cada um com alguns apontamentos destas diferenças. O filme Diário da Barbie (2006, 70 min.) é o que mais difere dos outros, seja pelo roteiro ou pelos elementos gráficos e características dos desenhos. É também o único filme produzido em parceria com a Curious Pictures, talvez por isso traga marcas da diferença. Vemos no filme Diário da Barbie uma Barbie mais “real”: ela comete erros e não apresenta a “marca altruísta” de que nos fala Steinberg (2001). Barbie aparece adolescente, aos dezesseis anos, iniciando o segundo ano do Ensino Médio. Ela está decidida a ter novas atitudes, ser uma pessoa diferente naquele ano, mas para conseguir isso acaba negligenciando suas amizades, tendo atitudes egoístas e magoando outras pessoas. Barbie quer ser âncora do canal de notícias da escola e, além disso, inscreve sua banda para tocar no baile da escola. Quando 92 está prestes a conseguir o posto de apresentadora no canal de notícias, ela percebe suas próprias atitudes e abre mão de exibir sua matéria, aproveitando o espaço para se desculpar com as amigas. Elas aceitam o pedido e decidem tocar juntas no baile. Ao final da festa, Barbie dança com Kevin, garoto que esteve apaixonado por ela durante todo o filme. O filme chega ao fim com Barbie relatando em seu diário o desfecho dos acontecimentos e concluindo que as coisas só mudaram em sua vida por que ela também mudou. Figura 50: Barbie escolhendo um vestido para comprar Percebemos no filme Diário da Barbie um trabalho da personagem sobre si mesma: ela está construindo o seu modo de ser menina/mulher, está construindo a imagem de feminilidade que deseja ter. Essa construção aparece na cena em que as garotas vão ao shopping para comprar o vestido do baile conforme vemos na Figura 50. Neste momento, Barbie diz: “Quero um vestido que diga: eu sou uma garota legal, pra cima, divertida, com um lado misterioso” (Grifos nossos). Barbie está construindo sua identidade de gênero, ela analisa o tipo de garota que é naquele momento e idealiza o tipo de garota que quer se tornar, constituindo o seu modelo de feminilidade. Podemos pensar esse processo de construção da identidade feminina da personagem partindo do conceito, desenvolvido por Michel Foucault, de modos de subjetivação. Para Foucault (2014), a subjetivação acontece por meio das “técnicas de si”, que são procedimentos e técnicas por meio dos quais os sujeitos se constituem enquanto sujeitos. Para o autor, a subjetivação demanda um trabalho do sujeito sobre si mesmo, sobre suas atitudes, seu corpo e seus pensamentos, atuando na sua própria transformação. É isso o que Barbie faz quando repensa suas atitudes e condutas, decidindo mudar sua forma de agir. Essa reflexão aparece nas figuras 51 e 52: 93 Figura 51: Barbie se desculpando por seus erros Figura 52: Barbie e Kevin dançando no baile da escola Na Figura 51 vemos Barbie no momento em que abre mão de exibir sua matéria para se desculpar com as amigas: ela faz um discurso sobre amizade e respeito e informa que a reportagem não será exibida. Na Figura 52, Barbie dança com seu admirador secreto, Kevin, seu amigo desde o início. Ela percebe que ele esteve o tempo todo a seu lado e valoriza o gesto do garoto. O filme Barbie em A Canção de Natal (2008, 76 min.) também difere dos demais, especialmente por ter Barbie interpretando uma personagem que inicialmente parece má. O filme conta a história de Eden, uma jovem e famosa cantora lírica do período vitoriano. Eden é egoísta e mesquinha: ela impede sua equipe de trabalho de passar o ferido de Natal com suas famílias sob a ameaça de demissão. À noite, depois de brigar com os/as funcionários/as, Eden recebe a visita de três espíritos: do Natal passado, do Natal presente e do Natal futuro. Ao passar pela experiência de visitar o passado, conhecer outros ângulos do presente e ver a trágica possibilidade reservada para seu futuro, Eden repensa suas atitudes e prioridades na vida. Ela adota uma nova postura, agora mais generosa: libera sua equipe para o feriado, ajuda crianças de um orfanato e retoma o convívio de uma grande amizade. Durante o filme a personagem repete uma frase dita por sua tia: “Num mundo egoísta só os egoístas se dão bem”. Ao final, Eden reconhece que estava errada: a personagem aprende que ser generosa e amiga são características que valem a pena, “mais que tudo na vida”, como diz a mensagem 94 final do longa-metragem. Nas figuras 53 e 54 vemos dois momentos distintos das atitudes de Eden. Figura 53: Eden ameaçando demitir as/os funcionárias/os Figura 54: Eden no orfanato depois de mudar sua conduta Vemos na Figura 53 o momento em que Eden ameaça demitir sua equipe caso não trabalhem no feriado do Natal: mesmo diante da insatisfação dos/as trabalhadores/as ela se mantém irredutível. Na Figura 54, Eden depois da transformação. Ela muda sua conduta, se tornando mais generosa e acaba por adotar um orfanato, comprometendo-se a ajudar na manutenção do mesmo. Neste filme temos também um processo de reflexão e transformação da protagonista. Eden passa por um processo de subjetivação, tal como ocorreu com Barbie no filme Diário da Barbie: ela muda suas atitudes depois de refletir sobre sua vida e sobre os fatos que a transformaram naquela pessoa considerada egoísta e mesquinha, apresentada no início do filme. Este filme é especialmente destoante dos outros por apresentar Barbie interpretando o papel de vilã. Essa situação, porém, é revertida: Eden passa a ser vítima da educação que recebeu de sua tia. Em Barbie Um Natal Perfeito (2011, 73 min.) temos mais um episódio da vida de Barbie relatado. Está chegando o Natal e Barbie partirá com suas irmãs para Nova York, onde passarão a data festiva com uma tia. Cada uma das garotas tem sua própria programação para fazer dessa ocasião uma data perfeita. Porém, uma grande nevasca impede a conclusão da 95 viagem e elas se veem presas em uma pousada isolada, longe dos grandes centros. As irmãs de Barbie ficam decepcionadas e começam a surgir conflitos entre elas. Mas, ao terem a oportunidade de passar mais tempo juntas, elas começam a se respeitar e a desenvolver projetos em comum. O filme chega ao fim com um grande show em que Skipper, irmã de Barbie, canta com uma banda local a música que compôs para ser apresentada por outra banda em Nova York. Stacie e Chelsea, irmãs mais novas, param de brigar e apresentam juntas um número com cães de abrigo. Todas as pessoas presentes confraternizam-se e cantam uma canção de Natal em torno de um pinheiro decorado. A seguir, apresentamos duas figuras com cenas do filme. Figura 55: Irmãs da Barbie brigando entre si Figura 56: As irmãs reconciliadas ao final do filme Na Figura 55 vemos uma discussão entre as garotas: elas não se entendem em relação ao que fazer para o show de natal e acabam brigando. Mas ao final, como vemos na Figura 56, elas se reconciliam e cada uma faz sua parte para que o evento aconteça, recuperando a amizade que existia entre elas. Neste filme Barbie não aparece como a salvadora da história: ela dá ideia para Skipper de fazer o show, mas Skipper faz questão de organizar sozinha, dispensando a ajuda de Barbie que fica apenas como mediadora. É neste sentido que este filme difere dos outros, já que Barbie, na maioria dos filmes, é sempre a protagonista, a salvadora da história: inteligente, ativa e criativa. Neste filme são suas irmãs que brilham e protagonizam as 96 histórias, cada uma com seus defeitos – superando os desafios e aprendendo com os próprios erros. Este filme destoa dos demais por não ter a Barbie altruísta e salvadora da história que já mencionamos anteriormente. O filme Barbie e a Magia de Aladus (2005, 84 min.) conta a história de Annika, uma jovem princesa que vive cercada de cuidados por sua mãe e seu pai. Annika desobedece a seu pai e sua mãe ao sair escondida para patinar no gelo. Nesse momento, aparece um feiticeiro que exige casar-se com ela, mas diante da recusa da jovem ele congela seu pai, sua mãe e todas as demais pessoas do reino. Antes que ele possa fazer algum mal a princesa, aparece uma égua alada que a leva para o reino das nuvens. A égua é Brietta, irmã de Annika que foi transformada em animal pelo mesmo feiticeiro quando o rei e a rainha recusaram entregar a filha para casar-se com ele. As duas partem em missão para encontrar um objeto mágico que poderá derrotar o feiticeiro e libertar todas as pessoas. Annika e Brietta contam com a ajuda de um rapaz para vencer os desafios. Com muita persistência e dedicação o vilão é derrotado, deixando Annika e a família livres. Figura 57: Annika discutindo com seu pai e sua mãe Figura 58: Annika enfrentando o gigante Na Figura 57 vemos Annika no momento de discussão com sua mãe e seu pai. O pai a proíbe de sair para patinar e a mãe concorda, mas ela descumpre a ordem saindo às 97 escondidas, o que a deixa em perigo. Na Figura 58 vemos que Annika cai em um caldeirão tentando salvar seu urso de estimação: ela será o alimento do gigante, mas com astúcia e inteligência faz com que o gigante se prenda em correntes. Enquanto ele luta para escapar, Annika sai do local levando o urso consigo. Este filme apresenta uma feminilidade diferente das demais pelo fato de Annika ser uma princesa rebelde: ela desobedece às ordens dos familiares e sai escondida do castelo, responde com má educação e reclama das regras discutindo com eles/elas. Annika tem uma personalidade considerada rebelde, costuma responder de forma agressiva quando contrariada e não agradece quando recebe ajuda. Mesmo assim, é inteligente, corajosa, astuta e determinada. Nos outros filmes as princesas são mais obedientes e reservadas. Mesmo Tori, do filme A Princesa e a Pop Star, apresentada como bagunceira e descompromissada, não entra em confronto direto com sua tia: ela resiste trocando de lugar com Keira, mas sem discutir ou questionar as regras de conduta impostas. Apesar destas características, Annika vai se transformando com as experiências vividas ao longo do filme e, aos poucos, vai ficando mais dócil, aprendendo a conviver e a respeitar as pessoas. Ao final do filme, desculpa-se com seu pai e sua mãe por sua rebeldia, reconhecendo que não estava agindo de forma adequada, entrando assim em acordo com as normas de condutas consideradas dignas de uma princesa. Esperávamos encontrar neste agrupamento feminilidades mais subversivas. Embora isto não tenha acontecido, temos elementos importantes de resistência a um único modelo de feminilidade: Corinne coloca o trabalho como prioridade, deixando o amor em segundo plano; Annika é rebelde, não aceita passivamente as ordens recebidas. Elas são as mais emblemáticas ao se pensar em resistência aos modelos de feminilidade. Eden talvez seja a personagem cujas características tenhamos mais dificuldades para incluir em algum agrupamento. Ela está no grupo de feminilidades diferentes por ser egoísta e mesquinha, mas a história mostra que Eden foi apenas uma vítima da educação que recebeu de sua tia. Ao ter a chance de conhecer e avaliar seu futuro, ela se transforma em uma pessoa generosa, bondosa e altruísta, conformando-se ao modelo de feminilidade valorizada nos filmes. A Barbie do filme Diário da Barbie é uma garota comum que comete erros e aprende com eles, mas ao abrir mão de exibir a reportagem sobre o universo dos/as “populares” da escola para se redimir com as amigas está, de certa forma, adequando-se ao modelo de feminilidade altruísta. 98 Nos outros filmes, essa fuga do modelo altruísta de feminilidade ocorre com as antagonistas34 ou vilãs. O antagonismo foi outro elemento que nos chamou a atenção. Dos vinte e três filmes analisados, dezessete têm antagonistas de forma bem demarcada. Deste total, onze são mulheres. Falando em porcentagem, temos quase 65% de mulheres como vilãs, algozes de outras mulheres; apenas 35% de homens ocupam o mesmo papel. Isto indica que, apesar de colocar o feminino como protagonista e modelo a ser seguido, os filmes também indicam o feminino antagônico que deve ser rejeitado pelas crianças: as pessoas más são sempre punidas por seus erros. Essas punições não se dão por meio de violência, são mais punições morais que indicam as atitudes que devem ser evitadas. Na Tabela 3 do Apêndice A, disponibilizamos um quadro com o resumo dos protagonismos e antagonismos de todos os filmes. O quadro ilustra as análises que fizemos sobre o antagonismo feminino. De maneira geral, as vilãs agem por vingança ou inveja de outras mulheres, enquanto que os vilões agem por cobiça ou pelo desejo de ter dinheiro e poder. Embora sejam coadjuvantes, as vilãs também estão trazendo possibilidades para a vivência das feminilidades, ou reforçando o modelo que não deve ser seguido. Vale destacar aqui as antagonistas Laverna, da sequência de quatro filmes Barbie Fairytopia e Eris dos dois filmes Barbie em Vida de Sereia: nestes seis filmes as vilãs tentam matar e aprisionar a própria irmã para se tornarem rainhas em seu lugar. No entanto, a mensagem final de todos os filmes é que o “bem sempre vence o mal”. Assim, vale a pena ser uma garota generosa, educada, corajosa, honesta, verdadeira, entre tantos outros atributos que os filmes trazem como desejáveis ao feminino. 2.1.6 Enfim, que feminilidade é essa? Percebemos certa ambiguidade nos filmes analisados. Ao mesmo tempo em que parecem ser uma constante reafirmação de um modelo de feminilidade dócil, submissa, servil e obediente, também trazem modelos variados de vivência das feminilidades e apresentam resistências, insubmissões e rupturas. Os recontos de clássicos tiram a personagem feminina do papel passivo, do lugar daquela que espera a salvação que vem do masculino e as coloca no papel de protagonistas de suas histórias: ativas e prontas a resolver seus problemas, 34 As antagonistas são entendidas aqui como as opositoras das protagonistas. São as vilãs que tramam maldades e são derrotadas pelas heroínas. 99 salvando o príncipe, o reino e as/os amigas/os. Steinberg já acenava para essa ambiguidade. Em seu trabalho a autora diz que do mesmo modo que qualquer outro aspecto da cultura infantil, o efeito do currículo da Barbie é idiossincrático: para alguns ela facilita a conformidade; para outros, inspira a resistência. Leituras múltiplas à parte, a Barbie opera dentro dos limites de lógicas culturais particulares. Ela louva a brancura − brancura loura em particular − como um padrão para a beleza feminina; [...] O currículo pode não ter efeito − nenhum efeito é garantido −, mas nós temos que tomar cuidado com o terreno no qual Barbie opera. (STEINBERG, 2001, p. 337-338) Concordamos com a autora em suas afirmações. O “padrão de beleza Barbie” é mantido em todas as obras. Barbie aparece sempre magra, pele branca, cabelos longos e loiros, olhos azuis, jovem, saudável, sem nenhum tipo de doença ou deficiência física e, evidentemente, heterossexual. Não importa se ela é bailarina, fada, sereia ou princesa, essas características são frequentemente evocadas. Como nos diz Sabat, “o resultado dessa frequência é o estabelecimento de signos que passam a ter estatuto de verdade e, assim, classificar como normal o que está sob seu domínio” (2003, p. 90). É desta forma que os filmes operam no estabelecimento de uma norma de beleza para o feminino. Organizamos um quadro com as características das personagens femininas de cada filme para tentarmos fazer uma estimativa das repetições e rupturas que os filmes apresentam. Essa tabela (Tabela 4, Apêndice A) revela dois elementos significativos. O primeiro diz respeito à beleza física: a descrição das personagens humanas é sempre bem parecida e as protagonistas, quase sempre interpretadas por Barbie, são loiras, têm olhos azuis, cabelos longos lisos ou levemente ondulados, pele branca, corpo magro e jovem; o segundo diz respeito aos adjetivos das protagonistas: são quase sempre gentis, educadas, leais e altruístas, mas também inteligentes, corajosas e audaciosas. Quando não o são desde o início do filme, adquirem essas características ao final depois de passarem por processos de subjetivação e de constituição de suas identidades femininas. Os adjetivos, gentil e educada, aparecem cerca de trinta vezes, ou seja, é característica não apenas das protagonistas, uma vez que são vinte e duas as protagonistas Barbie. Outros adjetivos também são reforçados, como: generosa, preocupada com o bem de outras pessoas, dócil, entre tantos outros tomados em nossa cultura como inerentes ao ser feminino. Outro aspecto relevante que aparece nos filmes da Barbie diz respeito à constituição da garota enquanto boa aluna. No filme Moda e Magia, a sinopse oficial na capa do DVD ressalta: “Barbie parece ter tudo: grandes amigos, boas notas, um namorado fantástico, uma 100 carreira de sucesso como atriz, beleza, inteligência, riqueza...” (Grifos nossos.). Essa questão de boas notas, apesar de aparecer na sinopse, não faz parte do filme, ou seja, no enredo da história a personagem não aparece no espaço escolar. Em nenhum momento Barbie é apresentada como estudante neste filme – aparentemente ela já passou da idade escolar. Por que razão então a sinopse fala em notas? Voltando aos “modos de endereçamento” de que nos fala Ellsworth (2001), podemos pensar que isso aparece no texto para criar empatia com a espectadora. Podemos também pensar que as “notas” aparecem com o objetivo de subjetivar as espectadoras como boas alunas, como uma atitude para além da moda e do estilo. Ser boa aluna aparece como característica de Barbie no filme Diário da Barbie – único filme em que ela aparece em idade escolar. Neste filme, Barbie é apresentada como a melhor aluna de sua turma. No filme Escola de princesas, Blair já tem dezessete anos e trabalha como garçonete, aparentemente já passou pelo ensino regular. A escola de princesas aparece como uma instituição voltada para o aprendizado da vida real, não como ensino regular como no caso do filme Diário da Barbie. Steinberg (2001, p. 335) nos fala dos investimentos da Mattel, desde a criação de Barbie, para envolvê-la em um aspecto pedagógico, incentivando a leitura e a educação nas campanhas de marketing. Vemos que a Mattel tenta manter essa característica nas produções fílmicas, pois a educação, ainda que não seja a formal, aparece em alguns roteiros. Anneliese, do filme A Princesa e a Plebeia, estuda em casa e se dedica aos seus estudos; Blair do filme Escola de princesas também se empenha para ser boa aluna, tendo o mesmo nível de aprendizagem das outras garotas. Enfim, este parece ser um aspecto valorizado na feminilidade de Barbie. Um dos slogans de marketing da boneca é “você pode ser tudo que quiser!”, porém a constante reafirmação de características físicas e de atitudes demonstram que, de certa forma, isso só pode ser possível se a menina adequar-se ao padrão de beleza e de atitudes/comportamentos que os filmes apresentam e reforçam constantemente. Os filmes expressam relações de poder, por isso estão constantemente produzindo normatizações e revelando resistências nos jogos de poder traduzidos na tela. A questão das masculinidades nesses filmes poderia ser amplamente discutida, mas delimitamos nossas discussões às feminilidades que, por si só, já são extremamente abrangentes. Contudo, podemos mencionar que os filmes apresentam certa invisibilidade do masculino, trazendo uma subversão dos clássicos contos de fadas. Todos os príncipes “têm nome”, mas na maioria das vezes não são os heróis das histórias: estão ali apenas como os 101 mocinhos salvos pelas donzelas corajosas e quase sempre apaixonadas. Apesar disso, os “mocinhos” estão presentes em alguns filmes, auxiliando a protagonista em suas missões. A masculinidade de Ken – namorado oficial da Barbie – merece um estudo a parte: ele aparece apenas nos filmes Moda e magia e Segredo das fadas. Ken é apresentado como irremediavelmente apaixonado por Barbie, mas é desengonçado e atrapalhado; é covarde e foge das situações de luta que se vê obrigado a enfrentar no filme Segredo das fadas; está longe de ter a masculinidade hegemônica de que nos fala Connel (1995): não é viril nem agressivo, também não cumpre o papel social de oferecer proteção a Barbie, em vez disso ela que se vê obrigada a enfrentar desafios para salvá-lo. Outro elemento a destacar é o uso da cor rosa como demarcador de gênero nos filmes. Se olharmos no Anexo 1, as capas dos DVDs são quase todas cor-de-rosa, salvo algumas exceções. Na composição dos filmes, esta cor também é amplamente utilizada. Se observarmos as figuras ao longo do trabalho, perceberemos um aumento gradual no uso da tonalidade rosa. Nos primeiros filmes, Quebra-Nozes, Lago dos Cisnes, Rapunzel e A Princesa e a Plebeia, o tom de rosa utilizado é bem suave, lembrando rosa-bebê. O vestido de baile de Odete é rosa com detalhes em azul, tudo com cores suaves. Os vestidos de Rapunzel e Clara são todos cor-de-rosa. O de Anneliese também aparece em rosa suave. A partir dos filmes da sequência Fairytopia, a cor rosa aparece em tom pink e os filmes ganham cores vibrantes e tonalidades fortes. Mesmo os filmes com enredos aquáticos, como Mermaidia e Vida de Sereia, mostram o fundo do mar com tonalidades rosa e lilás. Os filmes da Barbie, seus mais variados acessórios e produtos, produzem um universo cor-de-rosa para as consumidoras, e possíveis consumidores, destes artefatos. 102 CONSIDERAÇÕES FINAIS: PENSANDO EM FINALIZAÇÕES Depois de ver e rever os filmes inúmeras vezes, percebemos que são uma fonte inesgotável de problematizações. Muitos outros temas e questões podem ser levantados, discutidos e questionados, para além do que nos propusemos na presente pesquisa. Amizades, amores, ensinamentos e resistências são apenas alguns dos temas que foram possíveis problematizar dentro dos limites da pesquisa. Iniciamos esta pesquisa tendo como foco as feminilidades veiculadas e produzidas nos filmes de animação da Barbie. Nosso objetivo foi identificar as feminilidades que são veiculadas/produzidas nos filmes da Barbie e analisar e problematizar as feminilidades encontradas. Em meio às analises e discussões propostas, percebemos que não há uma forma única de entender estas questões. Podemos dizer que existem variadas possibilidades de vivências de feminilidades, diversas formas de se constituir como menina/mulher no contexto dos filmes. As protagonistas são corajosas, inteligentes, independentes e “cheias de atitude”. Nesta perspectiva, podemos dizer que os filmes proporcionam às espectadoras, e espectadores, conhecer um universo de possibilidades para se constituírem enquanto meninas/mulheres. Mas, como já dissemos, algumas características são reforçadas, repetidas e reafirmadas: existe um padrão de atitudes e comportamentos que incluem docilidade, gentileza e altruísmo – as marcas da “personalidade” de Barbie. Além do padrão norte americano de beleza e juventude que Barbie representa, percebemos ao longo do estudo que existe uma insistente afirmação do altruísmo de Barbie: ela não é egoísta, mesquinha ou avarenta, está sempre disposta a ajudar quem quer que seja. Buscamos inspiração nos Estudos Culturais que nos permitiram tomar os filmes como artefatos culturais e entendê-los como pedagogias culturais e dispositivos pedagógicos profícuos para a discussão sobre a produção de sujeitos femininos. Utilizamos também os pressupostos foucaultianos, ferramenta valiosa na compreensão dos processos de subjetivação das personagens que se deram ao longo dos filmes. Utilizamos também os Estudos de Gênero, fundamentais para empreender nossas análises e discussões sobre feminilidades e identidades. Percebemos que os filmes são elementos pulsantes para pensar a educação pois, como afirmam Xavier Filha e Bacarin: Mesmo sem uma “intenção” explícita, os filmes da Barbie ensinam modos de ser menina-mulher. Por esse motivo, educam e fazem parte das pedagogias culturais que promovem aprendizados para além das instituições 103 educativas. Isso explica a necessidade de se discutir e problematizar esses filmes, principalmente por atingirem imenso público entre as meninas e meninos. (XAVIER FILHA; BACARIN, 2014, p. 59) Apesar de propiciar as possibilidades de resistência que identificamos ao longo desta pesquisa, os filmes apontam uma preferência pelo modelo de feminilidade dócil, gentil e altruísta que permeia quase todas as obras. Barbie está no Brasil desde 1982, portanto, podemos dizer que faz parte do imaginário de mulheres e homens que convivem com a figura da boneca loira e de face cândida há mais de 30 anos: seu corpo magro e jovem serve de inspiração para muitas pessoas que buscam juventude e beleza. Os filmes analisados são exibidos nos canais abertos de televisão e mesmo as crianças que não dispõem de condição financeira para adquirir os exemplares em DVD, acabam em algum momento entrando em contato com o modelo de feminilidade que Barbie representa. Desenvolver esta pesquisa foi um processo longo e difícil. Cada vez que assistíamos aos filmes novas questões apareciam e os filmes de um agrupamento pareciam se adequar melhor a outro grupo. A cada novo olhar, tudo parecia diferente. Mas foi um processo rico em aprendizagem e amadurecimento teórico. Não pretendemos esgotar os temas discutidos, mas certamente temos ainda muito que avançar nas análises e problematizações propostas. Discutimos na primeira parte deste trabalho que os filmes se constituem em importantes artefatos culturais que transmitem ensinamentos e normas de conduta. E, por esta razão, estão inseridos no campo da educação. De acordo com Sabat, os filmes infantis constituem-se como textos culturais que constroem significados e, enquanto tais, são espaços constituídos por relações de poder; são espaços de lutas e contestação dos processos de significação produzidos pelo conhecimento hegemônico; são, também, espaços produtores de novos significados. (SABAT, 2003, p. 27) Os filmes são artefatos culturais, produtores de significados. Ainda que não sejam discutidos e problematizados, eles se fazem presentes na vida das espectadoras. Sejam crianças ou pessoas adultas, estamos nos constituindo como sujeitos na relação com os filmes e, neste sentido, entendemos que se faz necessário lançar um olhar sobre esses artefatos, sabendo que Barbie traz consigo uma série de representações do que é ser mulher, jovem, heterossexual, branca e de classe média. Ao mesmo tempo, estes artefatos abrem um leque de possibilidades para se questionar modelos de feminilidades considerados ideais. “Urge pensar e propor para debate os ensinamentos de ser mulher que circulam pelos filmes da Barbie” (XAVIER FILHA; BACARIN, 2014, p. 59): podemos nos aproveitar das resistências e 104 insubmissões que os filmes apresentam para questionar, problematizar e romper com padrões de condutas e atitudes naturalizados em nossa cultura como próprios do ser feminino. 105 REFERÊNCIAS AUMONT, Jacques. MARIE, Michel. Dicionário teórico e critico do cinema. Trad. Eloisa Araújo Ribeiro. Campinas, SP: Papirus, 2003. BALESTRIN, Patrícia Abel. 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Anais [do] VI Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade; II Seminário Internacional Corpo, Gênero e Sexualidade; II Encontro Gênero e Diversidade na Escola. Lavras: Center Gráfica e Editora, 2014. v. 1. p. 3005-3021. ______. Um jeito Barbie de ser: analisando feminilidades em filmes de animação da Barbie. In: XII Encontro de Pesquisa em Educação da Região Centro-Oeste, 2014, Goiânia. XII Encontro de Pesquisa em Educação da Região Centro-Oeste, 2014. p. 1-12. VEIGA-NETO, Alfredo. Foucault e a educação. 3. ed. Belo Horizonte/MG: Autêntica, 2011. ______. Olhares... In: COSTA, Marisa Vorraber. (Org.). Caminhos investigativos: novos olhares na pesquisa em educação. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 23-48. XAVIER FILHA, Constantina. Sexualidade(s) e gênero(s) em artefatos culturais para a infância: práticas discursivas e construção de identidades. In: ______. (Org.). Educação para a sexualidade, equidade de gênero e para a diversidade sexual. Campo Grande: UFMS, 2009, p. 71-97. 109 ______. 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Campo Grande: UFMS, 2014. 110 ANEXO Anexo A – Capas e sinopses oficiais retiradas das capas dos DVDs Barbie O Quebra-Nozes Barbie ganha vida na moderna adaptação do clássico de E. T. A. Hoffimann. O conto começa quando Barbie, no papel de Clara, ganha um lindo soldadinho de madeira como presente de sua tia. Naquela noite, enquanto Clara dorme, o soldado Quebra-Nozes ganha vida para proteger sua dona do Rato Rei, que invadiu a sala de Clara. Ela acorda e ajuda o Quebra-Nozes, mas o Rato Rei encolhe-a com uma terrível magia. Clara e o Quebra-Nozes estão agora envolvidos/as numa espetacular aventura para encontrar a princesa Caramelo, a única que pode quebrar o diabólico feitiço do Rato Rei. A história é abrilhantada com cenas espetaculares de danças criadas pelo aclamado coreógrafo Peter Martins, e apresenta a inesquecível música de Tchaikovsky. Os movimentos reais dos dançarinos do balé da cidade de Nova York trazem a beleza do balé para as tela de uma maneira nunca antes vista. Barbie O Quebra-Nozes mostra que, se você for generosa, inteligente e corajosa, tudo é possível... Barbie A Rapunzel Há muito tempo atrás, numa era de magia e dragões, vivia uma jovem bela e talentosa chamada Rapunzel, que tinha os mais belos e radiantes cabelos. Mas sua vida estava longe da perfeição, pois vivia como serviçal e prisioneira de Gothel, uma bruxa muito poderosa, ciumenta e possessiva, que a mantinha escondida numa floresta proibida, guardada por um enorme dragão, Hugo, e cercada por um muro de vidro encantado. Por um capricho do destino, Rapunzel descobre um pincel mágico que a leva numa jornada pela verdade que desvendará intrigas e trará paz ao reino, levando-a a se apaixonar pelo belo Príncipe Stefan. Tudo isso com a ajuda de Penelope, o menos temido entre os dragões! O filme traz uma canção interpretada por Samantha Mumba com música da orquestra sinfônica de Londres. Barbie A Rapunzel mostra às meninas que o amor e a imaginação podem mudar o mundo. 112 Barbie Lago dos Cisnes Barbie ganha vida em seu terceiro filme, Barbie Lagos dos Cisnes. Baseado na música de Tchaikovsky e no adorado conto de fadas, o filme traz Barbie como Odette, a jovem filha do padeiro que segue um unicórnio até a Floresta Encantada. O malvado feiticeiro Rodrigo – que pretende derrotar sua prima a Fada e tomar a Floresta, transforma Odette em cisne. A Fada Rainha consegue amenizar o feitiço fazendo com que Odette seja humana à noite e cisne de dia. Odette percebe que, mesmo que sinta ser a pessoa errada para a tarefa, é seu destino salvar a Floresta Encantada. Mas como pode uma garota – armada apenas de sua coragem, honestidade e inteligência – conseguir isso, tudo enquanto o belo Príncipe Daniel se apaixona por ela? Barbie Lago dos Cisnes combina fantasia, balé e inesquecível música de Tchaikovsky interpretada pela Orquestra Sinfônica de Londres. Peter Martins, o diretor do Balé da Cidade de Nova York, coreografa as maravilhosas cenas de dança de uma maneira nunca antes vista. Barbie Lago dos Cisnes mostra que cada um de nós é mais forte do que pensa. Barbie A Princesa e a Plebeia Barbie vem à vida nesta moderna versão de um conto clássico sobre identidades trocadas e o poder da amizade. Baseado na história de Mark Twain, Barbie – A Princesa e a Plebeia apresenta Barbie em um surpreendente papel duplo como uma princesa e uma pobre garota de vila – duas garotas que possuem uma semelhança surpreendente! Os caminhos das garotas estão destinados a se cruzar quando a princesa Anneliese é capturada e Érika, a garota da vila, tem que tentar salvá-la. Poderia Érika fingir ser a princesa e enganar quem a capturou, o maldoso Preminger? E o belo Rei Dominick, que se apaixona por Érika, confundindo-a com Anneliese? Nesta mágica performance musical, duas belas e corajosas garotas ousam seguir seus sonhos e descobrir que o destino está escrito em um lugar muito especial: seu coração! 113 Barbie Fairytopia Estrelando Barbie como Elina! Logo após o arco-íris, em um mundo chamado Fairytopia, vive Elina, uma bela fada das flores, que sonha em ter asas. Ela vive em uma flor enorme com seus amigos Bibble, um bichinho engraçado e adorável. Um dia Elina descobre que sua casa de flor está doente, e que seus amigos não podem mais voar! Cheia de coragem, ela então parte em uma fantástica jornada para encontrar Azura, quem ela acredita que possa resolver todo esse problema. Ela conhecerá novas pessoas que testarão sua coragem e aprenderá o valor da verdadeira amizade. Mas poderá uma fada sem asas salvar todo o mundo de Fairytopia? Junte-se a Barbie, como Elina, em seu primeiro filme da Fairytopia, e descubra o mundo mágico das fadas, flores e experiências encantadoras! Barbie e a Magia de Aladus Barbie Alça voo nesse maravilhoso conto de fadas de princesa, Barbie e a Magia de Aladus. A princesa Annika (Barbie) foge das garras de um malvado feiticeiro e explora as maravilhas do Reino das Nuvens. Lá se junta a um magnífico cavalo alado para derrotar o feiticeiro e quebrar o encanto que aprisiona sua família. Voe com a Barbie em sua mais emocionante aventura de todos os tempos! 114 Diário da Barbie Você irá adorar esta maravilhosa história, repleta de amizades, magia, músicas super legais, moda e, é claro, muito romance! Barbie relata em seu diário o início do segundo ano do colegial e de uma nova fase cheia de expectativas. Ela se apaixona por Todd, craque do time de futebol, que a convidou para o baile. Mas o convite é desfeito quando Rachele, a ex-namorada e garota mais popular do colégio, reata o namoro com o atleta. Além disso Rachele também fica com a vaga de apresentadora do jornal da escola. Mas, desde que Barbie começa a usar a pulseira que vem com seu diário, sua sorte muda. Ela inscreve sua banda no festival do baile da escola e ainda conquista um admirador secreto, será que é Todd? O que acontecerá? Só lendo seu Querido Diário. Barbie Fairytopia Mermaidia Elina é uma bela fada do campo que vive em Fairytopia, um mundo mágico povoado de fadas e seres encantados. Ela finalmente ganha um par de asas para poder voar e ser como as outras fadas! Porém, para salvar o reino submarino de Mermaidia, Elina terá que abandonar suas adoradas asas para sempre! Está é a história da fada do Campo que se transforma em uma linda sereia e abre mão do que lhe é mais importante para ajudar um reino ameaçado pelo mal. 115 Barbie em as 12 Princesas Bailarinas Barbie em as 12 Princesas Bailarinas, apresenta movimentos e dança inspirados na famosa Companhia de Ballet de Nova York, numa encantadora aventura. Barbie está de volta em uma mágica nova aventura musical, desta vez ao lado de suas irmãs princesas! Quando a malvada tia Rowena se muda para o castelo, ela proíbe que as meninas dancem ou cantem, pois acredita que esse não é o tipo de comportamento apropriado para princesas. Mas as garotas descobrem um palácio mágico e secreto para onde fogem, até Barbie ficar sabendo que a tia está tramando para governar o reino. Agora ela precisa voltar para ajudar o rei, seu querido papai! Barbie em a Princesa da Ilha A princesa Rosella, ainda criança, sofre um naufrágio e vai parar em uma ilha. Lá ela aprende a cantar e falar com uma adorável família de animais, que inclui Sagi, um panda vermelho, Azul, o pavão, e Tika, o bebê elefante. Inesperadamente, Rosella conhece o príncipe Antônio que acabou de descobrir a ilha paradisíaca. Ela tem curiosidade em conhecer seu passado e viaja com o príncipe para o seu castelo. Em contato com as coisas novas da civilização, Rosella e seu amigo Tika descobrem um plano diabólico para dominar o reino! Com um final surpreendente e inesperado, as ações de Rosella mostram que ela é a verdadeira princesa. Barbie em a Princesa da Ilha – Uma aventura musical mostra que, quando somos guiados pelo amor, milagres podem estar mais próximos do que imaginamos. 116 Barbie Butterfly A Nova aventura em Fairytopia Junte-se a Barbie num mundo inteiramente novo de FadasBorboletas que ama ler e sonhar sobre o mundo. Flutterfield, sua terra natal, é protegida pelas brilhantes luzes mágicas da Rainha. Mas, quando a Rainha é envenenada pela perversa fada Henna, as luzes especiais começam a sumir. Agora, a solução está nas mãos de Butterfy e seus amigos, que saem numa jornada além das fronteiras seguras de sua cidade atrás de um antídoto que salvará a Rainha. Esta nova e encantadora aventura vai encantar e emocionar todas as fãs de Barbie. Barbie A Magia do Arco-Íris Assista ao mais novo filme de Barbie Fairytopia! Elina e seu amigo Bibble viajam para a escola de fadas no Palácio de Cristal. Ao primeiro lá encontram outras fadas escolhidas para aprender o ritual anual que dá vida ao Primeiro Arco-Íris da Primavera. Mas a terrível Laverna planeja acabar com o ritual, punindo Fairytopia com um rigoroso inverno de dez anos. Elina e suas novas amigas devem aprender que "a união faz a força". Mas será que são poderosas o bastante para derrotar Laverna e trazer à vida o primeiro Arco-Íris da Primavera? 117 Barbie e o Castelo de Diamantes Barbie e Teresa vivem em um chalezinho na floresta. Um dia elas encontram um espelho encantado que aprisiona uma das três musas da música em seu interior. Juntas, embarcam em uma grande aventura para salvar a mais nova amiga. Nessa linda história de amizade, encontram o mais belo castelo dos contos de fadas, o "Castelo de Diamantes". Barbie apresenta A Pequena Polegar Conheça uma menina pequenina chamada Polegarzinha, a qual vive em harmonia com a natureza no mundo mágico de Twillerbees, que se esconde entre as flores do campo. As flores onde Polegarzinha e seus dois amigos habitam são colhidas e levadas para um apartamento na cidade grande, onde descobrem os planos de construção que ameaçam destruir a terra dos Twillerbees! Sentindo a magia da natureza, Polegarzinha embarca nessa incrível aventura para provar que mesmo as pequenas pessoas podem fazer uma tremenda diferença. 118 Barbie em A Canção de Natal Barbie em A Canção de Natal é uma adorável adaptação da clássica história de Charles Dickens, repleta de músicas natalinas, roupas maravilhosas e muitas risadas. Barbie brilha nesse conto como Eden Starling a glamurosa diva do Teatro Vitorian, de Londres. Junto com seu gato arrogante Chuzzlewit, Eden planeja, de maneira egoísta, fazer com que todos os artistas trabalhem na noite de natal! Nem mesmo sua figurinista Catherine consegue tirar essa idéia da cabeça de Eden. Porém Eden é levada por três espíritos numa fantástica jornada que abrirá seu coração ao espírito natalino, em uma temporada de alegria e amor. Barbie em A Canção de Natal é o filme ideal para toda a família. Barbie e As Três Mosqueteiras Poder feminino para o resgate! Em Barbie e As Três Mosqueteiras, a boneca mais famosa do mundo interpreta Corinne, uma jovem garota do campo que vai a Paris para realizar um sonho, o de se tornar uma mosqueteira. Lá, ela encontra três garotas que compartilham secretamente o mesmo desejo. Será que as meninas com ar de princesas conseguirão dançar no baile de máscaras, arranjar o figurino certo e ainda salvar o príncipe – tudo isso sem quebrar o salto do sapato? Acompanhe essa mágica aventura que mostra que os sonhos realmente podem se tornar realidade. 119 Barbie Moda e Magia Barbie parecer ter tudo: grandes amigos, boas notas, um namorado fantástico, uma carreira de sucesso como atriz, beleza, inteligência, riqueza... Até que um dia tudo dá errado! Críticas sobre seu trabalho e termino de namoro. Barbie decide visitar sua tia Millicent, uma designer de modas que mora em Paris, para esfriar a cabeça. Mas quando Barbie chega a Paris, ela descobre que sua tia está prestes a fechar a sua loja de moda, Millicent's. Com a ajuda de Alice, assistente de sua tia, e as fadas da moda, Barbie está determinada a salvar a loja! Barbie e seus amigos conseguirão fazer um evento de moda e salvar a loja de sua tia, ou as dúvidas poderão causar um desastre? Barbie em Vida de Sereia Barbie é Merliah, uma campeã de surf de Malibu. Em um momento ela é uma adolescente, e no outro descobre um chocante segredo de família: ela é uma sereia! Merliah e seu amigo golfinho, Zuma, partem para uma aventura no fundo do mar para resgatar sua mãe, a rainha da Oceana. Com a ajuda das suas amigas sereias, Merliah salva o reino do mar. No final ela descobre que o que faz de você diferente é o que a torna especial. 120 Barbie e o Segredo das Fadas Prepare-se para Barbie e o Segredo das Fadas, uma incrível aventura com a Barbie, na qual ela descobre que existem fadas vivendo secretamente entre nós! Quando Ken é raptado por um grupo de fadas, ela descobre que ele foi levado para um mundo mágico e secreto não muito distante. Barbie e suas amigas fadas precisam entrar nesse incrível mundo para resgatá-lo! Será que elas vão conseguir encontrá-lo a tempo, ou Ken ficará para sempre preso em Gloss Angeles? Nesse caminho, Barbie e suas amigas vão descobrir que a verdadeira magia não está no mundo das fadas, mas sim no poder da amizade. Barbie Escola de Princesas Barbie interpreta Blair, uma garota simples e órfã que foi sorteada para estudar na exclusiva Escola de Princesas. A escola é um lugar incrível onde as futuras princesas aprendem dança, etiqueta, artes e outras habilidades indispensáveis a uma princesa. Blair adora suas aulas, suas fadinhas assistentes e suas novas amigas, as Princesas Hadley e Isla. Mas, quando a malvada Dama Devin desconfia que Blair é a princesa-herdeira desaparecida, ela faz de tudo para impedir que Blair assuma o trono. Blair e suas amigas embarcam numa super aventura para encontrar a coroa encantada e descobrir sua verdadeira identidade! Será que Blair é mesmo a princesa desaparecida do reino de Gardênia? 121 Barbie em: Vida de Sereia 2 Nesta nova aventura, Merliah aproveita sua vida de surfista nas ondas da Austrália, enquanto curte o fundo do mar como sereia. Até que uma rival muito competitiva ameaça a segurança do Oceano ao libertar a malvada Eris. Merliah precisará da ajuda de seus amigos e das sereias embaixadoras para tentar salvar o oceano e ganhar a competição de surfe. Será que ela conseguirá? Barbie Um Natal Perfeito Um musical de natal repleto de risadas. Junte-se a Barbie e suas irmãs, Skipper, Stacie e Chelsea, no feriado de Natal que se torna em uma inesperada aventura. Após seu avião para Nova York ser desviado por uma tempestade de neve, as meninas se encontram presas longe do seu destino e de seus sonhos para o feriado. Terminando em uma pousada remota na pequena cidade de Tannebaum, as irmãs descobrem novas amizades e experiências mágicas. Para agradecer a todos pelas boas-vindas Calorosas, elas usam o talento musical que possuem para fazerem uma peça para toda a cidade. Barbie e suas irmãs percebem que a verdadeira alegria de estarem juntas é o que realmente faz Um Natal Perfeito. 122 Barbie em A Princesa e a Pop Star Nesta brilhante aventura musical, Barbie é Tori uma princesa bondosa do reino de Meribella que prefere cantar e dançar do que realizar seus deveres reais. Quando sua pop star favorita Keira visita o reino, as duas descobrem que têm muito em comum, incluindo um segredo mágico que lhes permite trocar de lugar uma com a outra. No começo esta troca parece uma ótima ideia, até que cada menina percebe que a vida da outra não é tão fácil como parece! Meribella ainda tem um segredo mágico, e quando ele é roubado, o reino inteiro é colocado em perigo. Será a verdadeira amizade salvar o reino? Recheado de canções fantásticas, roupas fabulosas e amigos muito divertidos, este novo filme é um musical emocionante que mostra a melhor coisa que você pode ser é você mesmo. 123 APÊNDICES Apêndice A – Tabelas Tabela 1: Resultados das chaves de busca em bancos de dados CHAVES DE BUSCA BANCOS DE DADOS ‘filmes’ e ‘animação’ ‘filmes infantis’ ‘filmes’ e ‘boneca Barbie’ ‘filmes’ e ‘feminilidades’ ‘feminilidades’ e ‘infâncias’ R S R S R S R S R S Banco de teses e dissertações da CAPES 16 2 10 2 0 0 1 0 0 0 Repositório digital Lume UFRGS 474 4 721 6 2 1 90 3 33 2 Biblioteca Digital de Teses e Dissertações 55 3 80 6 59 2 5 1 3 0 Fonte: Buscas realizadas nos bancos de dados em sites da internet. Dentre os resultados encontrados, dois trabalhos não constatavam na íntegra e, por este motivo, foram descartados da pesquisa. Os resultados se repetiram nas chaves de busca e nos sites pesquisados; Foram selecionados inicialmente quatorze trabalhos. Após refinamento dos resultados das buscas, selecionamos 5 trabalhos e estes foram selecionados por utilizarem filmes de animação como fonte para pesquisa e, também, pela aproximação teórica. 125 Tabela 2: Trabalhos selecionados Tipo de trabalho Tese Tese Dissertação Dissertação Tese Orientador/a Autor/a Título Ano de defesa Instituição Guacira Lopes Louro Ruth Francini Ramos Sabat Filmes infantis e a produção performativa da heterossexualidade 2003 UFRGS Eunice Aita Isaia Kindel A natureza no desenho animado ensinando sobre homem, mulher, raça, etnia e outras coisas mais... 2003 UFRGS Maria Carolina da Silva A infância no currículo de filmes de animação: poder, governo e subjetivação dos/as infantis 2008 UFMG Rosana Fachel de Medeiros Bob Esponja: produções de sentidos sobre infâncias e masculinidades 2010 UFRGS Simone Olsieski dos Santos Representações de gênero, transgressão e humor nas figuras infantis dos desenhos animados contemporâneos 2010 UFRGS Maria Lúcia Castagna Wortimann Marlucy Alves Paraíso Analice Dutra Pilar Rosa Maria Hessel Silveira Fonte: Buscas realizadas nos bancos de dados em sites da internet. 126 Tabela 3: Protagonistas e antagonistas Filme Barbie em O QuebraNozes Barbie A Rapunzel Barbie em Lago dos Cisnes Protagonista Tipo de personagem Como derrota a/o Antagonista Antag. Objetivos/ ações da/o Antagonista Clara (interpretada por Barbie) Derrota o Rei Jovem comum Rato por meio de que em um sua coragem, sonho se Rei Rato ajuda de outras descobre (homem) pessoas e pelo princesa de um amor que sente reino mágico. pelo príncipe. Roubou o trono transformando o príncipe em Quebra-Nozes, quer manter seu reinado escravizando os súditos. Rapunzel (interpretada por Barbie) Derrota Gothel ao desobedecer Jovem criada suas ordens, como serva, usando sua mas é princesa inteligência, e Gothel legítima por sendo verdadeira. (mulher) ser filha de um Conta com a rei. ajuda de amigas/os para isso. Raptou Rapunzel quando bebê para se vingar de seu pai, quer destruir o pai de Rapunzel por não ter sido correspondida em seu amor. Odete (interpretada por Barbie) Derrota Robert por meio do ‘amor Jovem plebeia, verdadeiro’ e da mas se tornará coragem de princesa pois arriscar para se casará com salvar seu amor. o príncipe. Conta com a ajuda de amigas/os para isso. Quer ser o rei da floresta encantada tomando o trono de sua prima, escraviza e enfeitiça os seres da floresta. Barbie em Anneliese A Princesa (interpretada e a Plebeia por Barbie) Jovem princesa herdeira do reino. Robert (homem) Derrota Preminger com a ajuda de Julian e de animais de estimação, Preminger encontra um (homem) meio de salvar o reino sem se casar por obrigação. Quer se tornar rei, rouba os tesouros da rainha, sequestra e tenta matar a princesa para conseguir seus objetivos. 127 Barbie e a Magia de Aladus Barbie em as 12 Princesas Bailarinas Barbie Fairytopia Barbie Fairytopia Mermaidia Annika (interpretada por Barbie) Jovem princesa herdeira do reino. Derrota Wenlock com ajuda de outras pessoas, usa sua Wenlock inteligência, (homem) bondade e educação para desfazer todos os seus feitiços. Procura por uma esposa perfeita, mas as transforma em duendes quando se cansa delas, já transformou uma das filhas do rei em cavalo alado e quer se casar com outra filha, diante da recusa da princesa ele transforma a todas/os em estátuas. Geneveive (interpretada por Barbie) e suas irmãs Derrotam Rowena com Doze princesas inteligência e filhas do rei, trabalho de Rowena cada uma com equipe. Juntas (mulher) condutas conseguem distintas. enfrentar guardas e salvar o pai. Quer se tornar rainha, para isso envenena o rei e prende as princesas em um jardim secreto que fora da mãe delas. Derrota Laverna com sua coragem e inteligência, mas conta com Laverna apoio de (mulher) amigas/os para cumprir sua missão. Quer ser a rainha de Fairytopia, envenena sua irmã, a rainha, e todas as fadas e seres mágicos para tentar tomar o poder dos colares das/os guardiãs/ões. Elina (interpretada por Barbie) Fada do campo, ganha asas no final do filme. Elina (interpretada por Barbie) Derrota Laverna Jovem fada, com ajuda de troca suas asas outras pessoas, por cauda de para conseguir Laverna sereia, mas salvar o príncipe (mulher) volta a ser fada Nalu ela abre no final do mão do bem mais filme. precioso que tem: suas asas. Barbie Elina Fairytopia (interpretada A Magia do por Barbie) Arco-Íris Fada jovem Derrota Laverna por meio de sua coragem e com ajuda das/os aprendizes. Laverna (mulher) Continua querendo tomar o reino, para isso sequestra o príncipe do mar Nalu, pois ele guarda a frutinha da imunidade que poderá protegê-la de qualquer feitiço. Tenta impedir o primeiro voo da primavera para roubar o trono de sua irmã e destruir o povo de Fairytopia. 128 Barbie Butterfly a Nova aventura em Fairytopia Barbie em a Princesa da Ilha Barbie e o Castelo de Diamante Henna (mulher) Quer ser a rainha de Flutterfield, para isso envenena a rainha de quem é assistente. Derrota Ariana com sua coragem Rainha e pelo amor ao Ariana príncipe, conta (mulher) com a ajuda dos animais. Quer se vingar do rei que baniu sua família quando tentaram matá-lo, pretende casar sua filha Luciana com o príncipe Antônio e depois matar a as pessoas para ficar com o reino. Butterfly (interpretada por Barbie) Fada jovem Rosella (interpretada por Barbie) Jovem que cresceu sozinha em uma ilha, descobre ao final do filme que é uma princesa legítima. Liana (interpretada por Barbie) e Alexa Derrotam Lydia com inteligência Jovens e a ajuda de dois camponesas, irmãos e de tornam-se Melody, só princesas da Lydia conseguem música ao final (mulher) cumprir a missão do filme como por causa da mérito de sua amizade bravura. verdadeira que há entre elas. Polegarzinha criatura mágica Barbie minúscula com apresenta A Polegarzinha e poderes sobre Pequena Makena as plantas. Polegar Makena, criança entre 11 e 12 anos. Barbie em A Canção de Natal Derrota Henna por meio de sua coragem e inteligência, mas contando com a ajuda de muitas amigas. Eden (interpretada por Barbie) Conseguem salvar o mundo dos Twillerbees com inteligência e por meio da palavra, mostrando aos adultos o que realmente importa. Quer ser a única ninfa da música, transforma as outras ninfas em estátuas, quer instaurar um reinado sombrio de tristeza. Os pais de Makena estão à frente de um projeto para A eminente desmatar o campo destruição e construir uma do campo fábrica no lugar, isso destruiria o mundo dos Twillerbees. Consegue mudar a si mesma pelo encontro com seu natal passado, presente e futuro, diante do futuro tenebroso que A própria Jovem cantora. teria ela muda de Eden atitude para com seus funcionários, deixando de ser egoísta e mesquinha. Impede seus funcionários de sair para o Natal por odiar essa data festiva, repete para si mesma: "Em um mundo egoísta, só os egoístas se dão bem". 129 Barbie e as Três Mosqueteir as Barbie em Vida de Sereia Barbie em Vida de Sereia 2 Corinne (interpretada por Barbie) e suas amigas Conseguem salvar o príncipe trabalhando Jovens juntas, lutam dedicadas que contra os Philippe com esforço se mosqueteiros (homem) tornam aliados do mosqueteiras. regente Philippe, são ágeis, inteligentes e corajosas. Merliah (interpretada por Barbie) Jovem meio humana meio sereia, princesa do reino de Oceana. Derrota Eris com sua coragem e determinação, mas só consegue quando assume seu "verdadeiro eu", se reconhecendo Eris como Merliah, (mulher) princesa de Oceana que precisa salvar seu povo. Conta com a ajuda de várias amigas para cumprir a sua missão. Aprisionou sua irmã para assumir seu trono, está envenenando as águas do oceano ao manter a irmã em cativeiro o que faz com que ela produza Marvita (uma magia que concede vitalidade as águas do mar) de má qualidade. É uma tirana que mantém o povo sob controle pelo medo. Jovem meio humana meio sereia, princesa do reino de Oceana. Derrota Eris ao abrir mão de suas pernas, seu bem mais precioso, assumindo o risco de ser sereia para sempre ao Eris sentar no trono (mulher) para o ritual de preparação para produzir Marvita (uma magia que concede vitalidade as águas do mar). Consegue escapar da prisão e tenta assumir o trono novamente cumprindo o ritual para conseguir fazer Marvita. Merliah (interpretada por Barbie) Quer matar o príncipe para tomar seu trono, arquiteta vários planos para isso, mas é vencido pelas mosqueteiras. 130 Barbie Escola de Princesas Diário da Barbie Barbie Moda e Magia Barbie e O Segredo das Fadas Consegue provar que é verdadeira herdeira do trono Dama de Gardênia, para Devin isso conta com a (mulher) ajuda de suas amigas. Há muitos anos provocou a morte da família real para que sua filha pudesse assumir o trono de Gardênia, percebe que Blair é a verdadeira princesa e tenta expulsá-la da escola. Blair (interpretada por Barbie) Jovem criada como plebeia, mas é a princesa legítima do reino de Gardênia. Barbie Barbie consegue perceber seus erros e se Personificação desculpar com as da Boneca amigas, Barbie em percebendo que idade não é ser popular adolescente o que importa, mas ter amigas de verdade. Para atingir seus objetivos Barbie magoa suas amigas, engana as pessoas e tem atitudes que desagradam a todas. Barbie Barbie consegue salvar a confecção Millicent's Personificação produzindo um da boneca grande desfile, Barbie em uma para isso conta aventura de com a ajuda de sua vida. suas amigas, das fadas da moda e dos animais de estimação. Jaqueline (mulher) Jaqueline quer ser a maior estilista de Paris, para isso ela boicota os trabalhos de Millicent, sequestra as fadas da moda, mas ao final é punida por sua inveja e reconhecendo seus erros, perdoada vai trabalhar com Millicent. Barbie Barbie consegue salvar Ken de se casar com Graciela jogando Personificação nela a poção que da boneca desfaz o feitiço Graciella Barbie em uma do amor, mas só (mulher) aventura de consegue isso sua vida. contando com a ajuda de Raquelle e suas amigas fadas. Graciella é enfeitiçada por Cristal e se apaixona por Ken, ela o sequestra para obrigá-lo a se casar com ela. 131 Barbie Um Natal Perfeito Barbie a Princesa e a Pop Star Barbie e suas irmãs Conseguem perceber que o natal perfeito pode ser em Personificação qualquer lugar, da boneca só depende de Barbie e suas como encaram os irmãs em uma fatos, com aventura de cooperação e natal. amizade entre elas passam juntas o melhor natal de suas vidas. Queriam chegar à Nova York para passar o natal com sua tia Milli, cada A mudança uma tinha planos de tempo individuais para o que impede seu natal, mas os planos uma nevasca as impede de chegar, deixando-as desapontadas. Tori (interpretada por Barbie) Consegue salvar o reino com a ajuda de Keira, elas impedem Crider de fugir com a gardênia de diamantes, plantam diamantes que colocaram em seus colares e conseguem fazer brotar uma nova planta. Tenta roubar a gardênia de diamantes, mas sem a planta todo o reino fica ameaçado, as plantas morrem, além disso os diamantes mantém o reino financeiramente. Jovem princesa herdeira do reino. Crider (homem) 132 Tabela 4: Características das personagens femininas Filme Características físicas da personagem Características de atitudes/Condutas da personagem Roupas e acessórios da personagem Rapunzel (interpretada por Barbie) Jovem, pele branca, cabelos longos e loiros, magra e tem olhos azuis. Doce, gentil, obediente, amiga, verdadeira, curiosa e destemida, enfrenta os ricos para salvar seu amor, gosta de pintura. Usa um vestido longo em tom rosa claro, com manga curta, ou longa, variando em algumas cenas. Gothel Mulher sem idade definida, aparentando se mais idosa, muito magra e alta, pele branca, cabelos grisalhos. Tem o rosto fino e alongado com ângulos bem definidos e olhos verdes claros. Egoísta, vingativa, cruel, despreza todas as pessoas a sua volta. Usa um longo vestido em tom de verde musgo e um chapéu na mesma cor, leva no pescoço sua doninha de estimação (também conhecido como furão). Dragão criança do sexo feminino, tem a pele em tom violeta, asas pequenas e olhos verdes, apresenta o corpo com formas arredondadas. Desastrada, costuma bater a cauda nas coisas a sua volta, fiel a sua amiga, tem medo de voar, vive desapontada por não agradar a seu pai, mas se descobre corajosa e valente ao final do filme. Não usa nenhum tipo de acessório Personagem analisada Barbie A Rapunzel Penelope 133 Odete (interpretada por Barbie) Jovem, pele branca, cabelos longos e loiros, magra e tem olhos azuis. Tímida, gosta de dançar, é dedicada a família, preocupada com as outras pessoas, romântica, gentil e educada, se considera fraca, mas no decorrer do filme se descobre corajosa. Usa no início do filme um longo vestido azul com detalhe branco na gola e manga. Na primeira dança com o príncipe o vestido se transforma na cor rosa, modelo princesa com mangas longas e fofo na parte do ombro. Ao final do filme aparece usando um vestido de ballet, em tom rosa com detalhes de penas azuis, tudo com muito brilho, podendo ficar curto para dançar. Mulher magra, pele branca, olhos e cabelos castanhos. Cuidadora da floresta, dedicada a proteção de todos/as que ali vivem, gentil e educada. Usa um vestido longo em tom lilás de magas fofas e todo brilhante. Unicórnio feminino com tom de pelo lilás Destemida, aventureira, corajosa, audaciosa e teimosa. Não usa nenhum tipo de acessório Obediente, gentil, doce, corajosa, preocupada com o bem de outras pessoas. Usa um vestido longo em tom rosa, mangas longas e com renda e laço nos pulsos. Em seguida usa uma camisola rosa com detalhes em renda branca, ao se tornar a princesa Caramelo usa um vestido rosa brilhante com predarias no busto e saia luminosa. Barbie em Lago dos Cisnes Rainha Lila Barbie em O Quebra-Nozes Clara (interpretada por Barbie) Jovem, pele branca, cabelos longos e loiros, magra e tem olhos azuis. 134 Tia Elizabeth Annika (interpretada por Barbie) Mulher magra, pele branca, olhos e cabelos castanhos. Gosta de viajar, solteira, despreocupada. Jovem, pele branca, cabelos longos e loiros, magra e tem olhos azuis. Usa inicialmente uma calça jeans, casaco rosa e botas marrons, em seguida aparece com um vestido curto de Corajosa, valente, babados e magas determinada, longas em tom destemida, rosa bebê e com inteligente, geniosa, um laço na considerada por cintura. Após todos/as como aparece usando petulante, um vestido longo preocupada com o em tom lilás, saia bem de outras rosa, com mangas pessoas. longas e fofas. Ao final aparece usando um vestido de saia bem volumosa e de alças em tom lilás e uma coroa na cabeça. Barbie e a Magia de Aladus Brietta Usa um vestido longo vermelho e com magas longas, na manhã seguinte usa um vestido semelhante, mas de cor azul. Égua alada em tom rosa claro. Depois transformada em humana se torna uma jovem mulher de pele branca, cabelos castanhos longos e olhos azuis Gentil, educada, preocupada com o bem da irmã. Usa uma coroa na cabeça, um sino no pescoço e enfeites na crina. Quando humana usa um vestido no modelo princesa, longo de manga fofa nos ombros, e saia volumosa na cor perola. 135 Rosella (interpretada por Barbie) Jovem, pele branca, cabelos longos e loiros, magra e tem olhos azuis. Gentil, educada, preocupada com os animais. Usa um vestido branco tomaraque-caia, aparentemente feito de uma peça de tecido amarado ao lado na cintura. Após aparece usando um vestido rosa de mangas longas, com detalhe branco na frente. Tika Elefante do sexo feminino, apresentada como jovem, tem a pele em tom azul claro. Tem ciúmes de Rosella, medo de enfrentar o desconhecido, mas se mostra companheira nas adversidades. Não usa nenhum tipo de acessório Gentil, educada, doce, romântica, quer se casar por amor, Toca arpa e gosta de ópera. Usa um vestido violeta longo no modelo princesa, saia volumosa, manga longa e fofa nos ombros, detalhes dourados na gola e busto do vestido. Ardilosa, vingativa, não ouve sua filha. Usa um vestido vermelho de mangas curtas com detalhes em branco. Na parte da frente do vestido tem detalhes dourados. Barbie em a Princesa da Ilha Princesa Luciana Jovem, pele branca, magra, cabelos longos e castanhos, a mesma cor nos olhos. Rainha Ariana Mulher, pele branca, com corpo um pouco mais volumoso que das outras mulheres no filme, cabelos avermelhados presos em um grande topete, olhos castanhos. 136 Geneveive (interpretada por Barbie) Barbie em as 12 Princesas Bailarinas Ashlyn Blair Jovem, magra, pele branca, cabelos longos e loiros preso em coque, olhos azuis. Jovem, magra, pele branca, cabelos longos e castanhos preso em coque, olhos azuis. Jovem, magra, pele branca, cabelos longos e pretos preso em coque, olhos azuis. Gentil, preocupada com as irmãs, lidera as princesas, dança Muito bem, está sempre atrasada. Usa um vestido no modelo princesa em tom rosa Pink de manga 3/4, o busto de vestido e as mangas são em tom mais claro, a saia é volumosa e a manga é fofa nos ombros, com laços próximos ao cotovelo. Na gola traz uma flor, os detalhes são em tom dourado. Gentil, gosta de dançar. Usa um vestido no modelo princesa em tom violeta de manga 3/4, o busto de vestido e as mangas são em tom mais claro, a saia é volumosa e a manga é fofa nos ombros, com laços próximos ao cotovelo. Na gola traz uma flor, os detalhes são em tom dourado. Gosta de cavalgar e dançar. Usa um vestido no modelo princesa em tom vermelho de manga 3/4 com tom mais claro, a saia é volumosa e a manga é fofa nos ombros, com laços próximos ao cotovelo. Na gola traz uma flor, os detalhes são em tom dourado. 137 Courtney Della Edeline Jovem, magra, pele branca, cabelos longos e castanhos preso em coque, olhos na mesma cor. Jovem, magra, pele branca, cabelos longos e loiros preso em coque, olhos verdes. Jovem, magra, pele branca, cabelos longos e castanhos preso em coque, olhos verdes. Adora ler livros, é distraída, gosta de dançar. Usa um vestido no modelo princesa em tom azul de manga 3/4 com tom mais claro, a saia é volumosa e a manga é fofa nos ombros, com laços próximos ao cotovelo. Na gola traz uma flor, os detalhes são em tom dourado. É boa em esportes, adora dançar. Usa um vestido no modelo princesa em tom verde de manga 3/4 com tom mais claro, a saia é volumosa e a manga é fofa nos ombros, com laços próximos ao cotovelo. Na gola traz uma flor, os detalhes são em tom dourado. É boa em esportes, adora dançar. Usa um vestido no modelo princesa em tom azul de manga 3/4 com tom mais claro, a saia é volumosa e a manga é fofa nos ombros, com laços próximos ao cotovelo. Na gola traz uma flor, os detalhes são em tom dourado. 138 Fallon Hadley Ilsa Jovem, magra, pele branca, cabelos longos e loiros preso em coque, olhos castanhos. Adolescente, magra, pele branca, cabelos longos e loiros presos em rabo de cavalo. Olhos azuis. Adolescente, magra, pele branca, cabelos longos e castanhos presos em rabo de cavalo. Olhos azuis. Gentil, adora dançar. Usa um vestido no modelo princesa em tom rosa de manga 3/4 com tom mais claro, a saia é volumosa e a manga é fofa nos ombros, com laços próximos ao cotovelo. Na gola traz uma flor, os detalhes são em tom dourado. É agitada, gosta de andar com pernas de pau e dançar. Usa um vestido no modelo princesa em tom lilás de manga 3/4 com tom mais claro, a saia é volumosa e a manga é fofa nos ombros, com laços próximos ao cotovelo. Na frente tem uma faixa mais clara, na cintura uma flor. É agitada, gosta de andar com pernas de pau e dançar. Usa um vestido no modelo princesa em tom azul piscina de manga 3/4 com tom mais claro, a saia é volumosa e a manga é fofa nos ombros, com laços próximos ao cotovelo. Na frente tem uma faixa mais clara, na cintura uma flor. 139 É gentil, educada, gosta de colecionar insetos e dançar. Usa um vestido um pouco abaixo do joelho, manga curta e fofa, a cor é azul claro com arabescos, na cintura uma fita na mesma cor com uma flor na frente. Gentil, educada e gosta de dançar. Usa um vestido um pouco abaixo do joelho, manga curta e fofa, a cor é rosa clara com arabescos, na cintura uma fita na mesma cor com uma flor na frente. Menina de cinco anos, pele branca, magra, cabelos loiros olhos azuis. Gentil, educada e gosta de dançar, é considerada desastrada. Usa um vestido um pouco abaixo do joelho, manga curta e fofa, a cor é lilás bem suave com arabescos, na cintura uma fita na mesma cor com uma flor na frente. Rowena Mulher, pele branca, cabelos grisalhos, olhos azuis. Tem a voz doce, fala de forma suave, quer roubar o reino e se livras das princesas, maltrata as princesas e tenta matar o rei. Usa um vestido em tom azul escuro com arabescos, saia muito volumosa com babados, manga 3/4 e detalhes em dourado. Polegarzinha Aparenta ser adolescente, sem idade definida, magra, pele branca, cabelos loiros com mechas rosa, olhos azuis, tem pequena estatura. Corajosa, determinada, amiga, preocupada com o bem comum, gosta de se divertir. Usa um vestido rosa com detalhes verdes, saia brilhante, usa uma flor na frente do vestido e outra no cabelo. Janessa Kathleen Lacey Barbie apresenta A Pequena Polegar Menina de cinco anos, pele branca, magra, cabelos castanho escuro, olhos azuis. Menina de cinco anos, pele branca, magra, cabelos ruivos, olhos azuis. 140 Janessa Aparenta ser adolescente, sem idade definida, magra, pele branca, cabelos castanhos claros com mechas verdes, olhos verdes, tem pequena estatura. Desajeitada, tem coragem, mas se atrapalha em tudo que faz. Usa um vestido verde com detalhes laranja, uma flor no ombro e outra no cabelo. Chrysella Aparenta ser adolescente, sem idade definida, magra, pele branca, cabelos castanhos com mechas lilás, e olhos castanhos claros, tem pequena estatura. Medrosa, gosta de se sentir em segurança, não gosta de se arriscar. Usa um vestido rosa com muitos detalhem em lilás, e uma flor no cabelo. Aparenta ter por volta de doze anos, magra, pele branca, cabelos na altura dos ombros em tom castanho, olhos verdes. Mimada, tem tudo que quer, tenta manter o padrão de consumo de sua amiga Violet, mas muda ao conhecer Polegarzinha e se torna uma pessoa preocupada com o bem das outras pessoas e uma amiga leal. Usa uma blusa verde com uma legging lilás, depois uma blusa verde com calça jeans. Egoísta, mimada, arrogante, impiedosa, mas se transforma ao longo do filme e ao final se torna generosa, gentil, amiga e preocupada com outras pessoas. Usa no início do filme um vestido longo com saia volumosa em tom verde, no pescoço uma joia com pedra verde, durante a maior parte usa uma camisola lilás, e ao final usa um vestido vermelho com um capuz da mesma cor, na cintura um laço dourado. Makena Barbie em A Canção de Natal Eden (interpretada por Barbie) Jovem, magra, pele branca, cabelos loiros e com cachos, olhos azuis. 141 Catherine Barbie Generosa, amiga, dedicada ao cuidado com outras pessoas, solidária. Usa um vestido rosa com laços brancos na frente e ombros, a saia do vestido é branca com detalhes em rosa, no cabelo usa laços brancos e no pescoço uma joia com pedras rosa. Jovens, magra, alta, pele branca, cabelos longos e loiros, olhos azuis. Gentil, preocupada com o bem estar de suas irmãs, generosa, ajuda em tudo que pode às pessoas. Usa uma blusa rosa com detalhes em violeta na frente, calça violeta e botas pretas. Após usa um casaco rosa com calça branca e botas rosa com preto. Ao final usa um vestido tomara-que-caia longo modelo sereia em cor rosa com listras douradas e um laço na mesma cor preso próximos ao joelho e sapatos brancos. Adolescente, por volta dos dezesseis anos, magra, pele branca, cabelos castanhos com mechas rosa, olhos azuis. Usa uma blusa azul, um casaco rosa com estampa de pintas de onça em azul, calça jeans, sapato azul. Após usa Gosta de música, um casaco azul compõe e edita suas com calça jeans e canções no botas azuis ao computador, possui final usa uma um blog de música. blusa rosa brilhante, saia xadrez em tom verde sobreposta a uma leggin branca e sapatos de salto brancos. Jovem, magra, pele negra, cabelos negros e cacheados, olhos castanhos. Barbie Um Natal Perfeito Skipper 142 Stacie Chelsea Criança, por volta dos onze anos, magra, pele branca, cabelos loiros e olhos verdes. Usa um casaco fechado violeta com listras brancas, calça lilás e por cima uma saia azul com tênis na mesma cor. Após Esportista, gosta de usa um casaco patinar no gelo, rosa bebê, calça sonha em fazer uma azul e luvas Pink grande e botas azuis. Ao apresentação em final usa um Nova York. vestido branco com estampa de cata-vento, na barra flores corde-rosa e na gola uma faixa na mesma cor com um laço e sapatos vermelhos. Criança, por volta de seis anos, magra, pele branca, cabelos loiros, olhos azuis. Usa no início uma blusa verde, casaco rosa com listras laranjadas e corações rosa nas listras, calça e sapatos rosa. Após usa seu casaco rosa brilhante, calça em tom rosa mais claro e botas azuis. Ao final usa um vestido com estampa em xadrez verde na parte superior e saia branca com detalhes rosa e desenhos de bola, uma fita rosa com laço abaixo do busto e sapatos azuis. Agitada, falante, gosta de imitar a irmã Stacie, sonha em ver o show de leões marinhos. 143 Merliah (interpretada por Barbie) Jovem de 16 anos, meio humana meio sereia, pele branca, magra, olhos azuis, cabelos loiros com mechas rosa. Surfista que gosta de aventuras, gentil, educada, preocupada com o bem de seus súditos, amiga, corajosa, inteligente. Usa um biquíni na parte de cima do corpo, em baixo usa um short curto, ambos em tom rosa com flores. No oceano usa uma cauda falsa em tom rosa com lilás e decorado com conchas e top na mesma cor. Ao final, quando ganha cauda de verdade, ela é rosa brilhante com detalhe de uma flor e estampa de conchas, o top é na mesma cor com uma alça só e uma flor no ombro. Egoísta, mantém a irmã em cativeiro, maltrata sereias inocentes, tirana. Tem cauda laranjada com estampa verde, a blusa é em tom laranja, usa uma coroa grande e um colar no pescoço. Generosa, cuidadora de seus súditos, gentil. Tem a cauda azul clara com rajados em brancos, top na mesma cor, no busto um adorno dourado e uma pedra, usa uma coroa e braceletes. Vaidosa, gosta de moda, corajosa, se dedica a ajudar Merliah. Tem cauda azul com babados em baixo, a parte de cima é continuação da cauda em modelo tomara-que-caia, usa um colar de coração. Barbie em Vida de Sereia Eris Calissa Kayla Mulher Sereia, pele branca, cabelos ruivos, magra, olhos castanhos. Mulher sereia, magra, pele branca, cabelos loiros com mechas azuis, olhos azuis. Jovem sereia, pele branca, magra, cabelos longos loiros com mechas azuis, olhos azuis. 144 Xylie Merliah (interpretada por Barbie) Vaidosa, gosta de moda, corajosa, se dedica a ajudar Merliah. Tem cauda violeta com babados rosa em baixo, a parte de cima é continuação da cauda com babados rosa na gola, alças e flores, na cintura um cinto de flores. Jovem de 17 anos, meio humana meio sereia, pele branca, magra, olhos azuis, cabelos loiros com mechas rosa. Gentil, dividida entre sua vida humana e as obrigações de ser princesa sereia, abre mão de tudo para salvar seu reino. Usa um biquíni na parte de cima do corpo em tom pink com detalhes azuis, em baixo um short curto em tom azul claro com detalhe Pink na cintura. No oceano quando se torna sereia tem uma cauda pink brilhante com dourado na parte de baixo, o top é da mesma cor com mito brilho e detalhes em dourado e azul. Jovem humana, pele branca, magra, cabelos castanhos, olhos castanho claro. Competitiva, quer se dar bem a qualquer custo, mas muda ao passar pela experiência de ser sereia, se torna amiga, dedicada a ajudar os/as outros/as tornandose leal. Usa um biquíni na parte de cima do corpo, em baixo usa um short curto, ambos em violeta com detalhes lilás, no oceano ganha uma cauda lilás com detalhes violeta, o top é violeta. Jovem sereia, pele branca, magra, cabelos longos castanhos escuros com mechas rosa, olhos azuis. Barbie em Vida de Sereia 2 Kylie 145 Liana (interpretada por Barbie) Jovem, magra, pele branca, cabelos loiros, olhos azuis. Barbie e o Castelo de Diamante Alexa Barbie e as Três Mosqueteiras Corinne (interpretada por Barbie) Jovem, magra, pele branca, cabelos castanhos, olhos verdes. Jovem de 17 anos, magra, pele branca, olhos azuis, cabelos longos e loiros levemente ondulados. Inteligente, gentil, caridosa, boa cantora, amiga, leal, preocupada com o bem comum. Usa um vestido longo de manga curta na cor rosa, na barra um detalhe em violeta e um corpete lilás por cima. No cabelo um laço e uma flor em violeta. Gentil, educada, boa cantora, amiga, leal, preocupada com o bem comum. Usa um vestido longo de manga curta em cor azul na saia e rosa na blusa, um corpete azul mais escuro por cima. Gentil, educada, corajosa, determinada, destemida, luta por seus sonhos, treina para ser mosqueteira e salva o príncipe. No início do filme usa calça comprida, camisa com colete, botas e chapéu. Na segunda parte passa a usar saia, blusa com colete, sapatos e uma meia fina. Na parte final usa um longo vestido de festa na cor rosa e com muito brilho, esse mesmo vestido fica curto com a retirada de uma saia, deixando à mostra uma bota de cano alto na mesma cor do vestido. Carrega uma espada como acessório para luta. 146 Viveca Aramina Jovem, pele branca com olhos castanhos, cabelos longos em tom castanho levemente ondulado. Jovem, pele branca com olhos castanhos, cabelos longos e ruivos levemente ondulados. Gosta de moda e confecção de roupas, treina para ser mosqueteira. Usa no início do filme uma saia lilás com colete na mesma cor, blusa branca e sapatos com meia fina. No final aparece com um vestido lilás longo com detalhes em pedraria, esse mesmo vestido fica curto com a retirada de uma saia, deixando à mostra uma bota de cano alto na mesma cor do vestido. Esconde sob a roupa um acessório de fitas que usa como arma nas lutas. Gosta de dança, rosas e poesia, treina para ser mosqueteira. Usa no início do filme uma saia verde com colete na mesma cor, blusa branca e sapatos com meia fina. No final aparece com um vestido verde longo com detalhes em pedraria, esse mesmo vestido fica curto com a retirada de uma saia, deixando à mostra uma bota de cano alto na mesma cor do vestido. Esconde sob a roupa dois leques que usa como armas nas lutas. 147 Renée Anneliese (interpretada por Barbie) Jovem, pele morena com olhos pretos, cabelos longos e pretos levemente ondulados. Jovem, magra, pele branca, cabelos longos e loiros, olhos azuis. Gosta de música e toca violino, treina para ser mosqueteira. Usa no início do filme uma saia azul com colete na mesma cor, blusa branca e sapatos com meia fina. No final aparece com um vestido azul longo com detalhes em pedraria, esse mesmo vestido fica curto com a retirada de uma saia, deixando à mostra uma bota de cano alto na mesma cor do vestido. Leva no pescoço um colar de pedras que usa como arma nas lutas. Gentil, aceita passivamente as ordens da mãe, obediente, educada, estudiosa, preocupada com o bem de seu reino. Usa a maior parte do filme um vestido longo em tom rosa bebê, a saia é volumosa e brilhante, na parte de cima a manga é 3/4, na frente tem uma faixa na cor branca com uma pedra lilás e detalhes em dourado. Gentil, resignada, sonha com liberdade, boa cantora. Usa a maior parte do filme um vestido longo com saia volumosa em tom azul bebê com uma parte rosa bebê na frente e detalhes em dourado. Barbie em A Princesa e a Plebeia Erika Jovem, magra, pele branca, cabelos longos e castanhos, olhos azuis. 148 Elina (interpretada por Barbie) Jovem fada, magra, pele branca, cabelos loiros e olhos verdes. Corajosa, gentil, educada, bondosa, preocupada com o bem comum. Usa um vestido tomara-que-caia curto com saia feita de pétalas de flores, na parte de cima tem detalhes de pétalas na parte da frente. Ao final do filme ganha um par de asas rosa brilhante Mulher fada, magra, pele branca, olhos verdes, cabelos esverdeados. Invejosa, tenta ser a rainha das fadas, enfeitiça a própria irmã para conseguir isso. Usa um vestido longo em tom violeta escuro furta-cor, asas violeta translúcida. Jovem fada, magra, pele branca, cabelos loiros e olhos verdes. Corajosa, gentil, educada, bondosa, preocupada com o bem comum. Começa usando a roupa do filme Barbie Fairytopia, mas troca sua asas por cauda, ela se transforma em uma sereia de cauda pink, a parte de cima da roupa também é da mesma cor com relevo de flores, nos braços leva braceletes com flores. Ao recuperar as asas elas estão pink, a parte de cima da roupa fica a mesma e a parte de baixo volta a ser uma saia de pétalas, mas em tom da cor inicial na cor da blusa. Jovem sereia, pele branca, magra, cabelos azuis, olhos na mesma cor. Impetuosa, grosseira, egoísta, mas preocupada com Nalu, ao passo que convive com Elina vai mudando sua maneira de ser, fica mais educada e gentil. Usa na parte de cima uma blusa azul com detalhes em rosa, na cintura tem babados mais longos que lembram uma saia, a cauda é Barbie Fairytopia Laverna Elina (interpretada por Barbie) Barbie Fairytopia Mermaidia Nori 149 em tom lilás com azul. Corajosa, gentil, educada, bondosa, preocupada com o bem comum. Usa um vestido Pink com relevo de flores, nos braços leva braceletes com flores, a parte de baixo é uma saia de pétalas de flor. Ao final ganha asas com as cores do arco-íris, seu vestido muda de formato, a parte de cima tem as cores das asas na frente e azul nas costas, a saia continua pink feita de pétalas de margarida. Jovem fada, magra, pele branca, cabelos alaranjados e olhos castanhos. Explosiva e briguenta. Não gosta de Elina mesmo antes de conhecê-la. Mas muda de atitude ao ser salva por ela. Usa um vestido alaranjado com detalhes amarelos, na frente tem um sol, a saia é de pétalas na cor laranja, as asas são na mesma cor com detalhes amarelos. Butterfly (interpretada por Barbie) Jovem, magra, pele branca, cabelos loiros com mechas rosa, olhos castanhos e asas pink. Se sente desajustada, não gosta de ficar entre muitas pessoas, sonha em conhecer o mundo fora de Flutterfield, diante da necessidade se enche de coragem e enfrenta os desafios, é inteligente gentil e generosa. Usa um vestido pink com flores na frente a saia é de pétalas e tem as bordas bem definidas em cor escura. Rayna Vaidosa, só pensa Jovem, magra, pele em si mesma, se branca, cabelos cor-dearrisca para ajudar rosa com mechas o príncipe a fim de branca, olhos azuis, se tornar sua Elina (interpretada por Barbie) Jovem fada, magra, pele branca, cabelos loiros e olhos verdes. Barbie Fairytopia A Magia do Arco-Íris Fada Solar Barbie Butterfly a Nova aventura em Fairytopia Usa um vestido pink, com colete e saia de pétalas. 150 asas pink. Diário da Barbie esposa, mas deixa de ser egoísta no final do filme. Rayla Jovem, magra, pele branca, cabelos Azuis, olhos e asas na mesma cor com mechas brancas. Vaidosa, só pensa em si mesma, se arrisca para ajudar o príncipe a fim de se tornar sua esposa, mas deixa de ser egoísta no final do filme. Usa um vestido azul com detalhe de borboletas na parte de cima e saia de pétalas. Willa Jovem, magra, pele branca, cabelos roxo com mechas lilás, olhos azuis e asas roxas. Generosa, amiga de Butterfly, corajosa, ajuda o príncipe a descobrir os planos de Henna. Usa um vestido roxo com flores na frente e saia de pétalas. Henna Jovem, magra, pele branca, cabelos violeta, olhos azuis e asas violeta furta-cor Egoísta, quer se tornar a rainha, para isso a envenena. Usa um vestido violeta na parte de cima e lilás na parte de baixo feita de pétalas. Educada, quer ter mais visibilidade na escola, magoa suas amigas para atingir seus objetivos, mas reconhece seus erros e pede desculpas. Troca de roupa várias vezes durante o filme, usa calça jeans, saias, blusas, casacos, o mais especial é o vestido do baile, um vestido curto na cor rosa, com borboletas em relevo na frente e sem manga. Educada, determinada, organizada, amiga. Troca de roupa várias vezes durante o filme, usa calça jeans, saias, blusas, casacos, vestidos. Barbie Jovem, magra, pele branca, cabelos loiros levemente ondulados, olhos azuis. Tia Jovem, pele morena, cabelos negros cacheados, olhos castanhos claros. Courtney Jovem, magra, pele branca, cabelos lisos negros com mechas castanhas, olhos verdes. Educada, despreocupada, amiga. Troca de roupa várias vezes durante o filme, mas em geral usa calça jeans e blusa. Raquelle Jovem, magra, pele branca, cabelos loiros escuro lisos, olhos verdes. Se considera a mais popular da escola, tenta desqualificar Barbie. Troca de roupa várias vezes durante o filme, usa calça jeans, saias, blusas, 151 casacos, vestidos. Regen Jovem, magra, pele branca, cabelos castanhos claros curtos, olhos azuis. Se diz amiga de Raquelle, mas quando está longe faz fofocas sobre ela. Troca de roupa várias vezes durante o filme, usa calça jeans, saias, blusas, casacos, vestidos. Dawn Jovem, magra, pele branca, cabelos pretos bem curtos, olhos castanhos claros. Se diz amiga de Raquelle, mas quando está longe faz fofocas sobre ela. Troca de roupa várias vezes durante o filme, mas em geral usa calça jeans e blusa. Jovem, magra, pele branca, cabelos loiros e longos, olhos azuis. Gentil, generosa, inteligente, preocupada com o bem de outras pessoas, apaixonada. Troca de roupas várias vezes durante o filme, usa calça jeans, blusas, saias, vestidos, casacos, joias. Tia Millicent Mulher aparentando ser mais idosa, magra, pele branca, cabelos grisalhos em corte Chanel e olhos azuis. Gentil, educada, grande estilista que está desistindo de seus sonhos. Troca de roupas várias vezes durante o filme, usa calça jeans, blusas, saias, vestidos, casacos, joias. Marie Alicia Jovem, magra, pele branca, cabelos castanhos e longos, olhos castanhos claros. Gentil, educada, sonha em ser estilistas como Millicent. Troca de roupas várias vezes durante o filme, usa blusas, saias, vestidos, casacos, joias. Jaqueline Jovem, magra, pele branca, cabelos loiros bem curtos, olhos verdes. Invejosa, quer acabar com a confecção Millicent’s, desonesta, trapaceia para conseguir o que quer. Troca de roupas várias vezes durante o filme, usa blusas, saias, vestidos, casacos, joias. Delphine Jovem, magra, pele branca, cabelos ruivos em corte Chanel, olhos castanhos. Desajeitada, sem vontade própria, faz tudo que Jaqueline manda. Troca de roupas várias vezes durante o filme, usa saias, vestidos, casacos, joias. Barbie Barbie Moda e Magia 152 Shyne Shimmer Glimmer Barbie a Princesa e a Pop Star Tori (interpretada por Barbie) Tem poder de dar glamour as roupas que gosta, entende de moda e está determinada a tentar salvar a confecção Millicent's. Usa um vestido tomara-que-caia curto, busto pink, rosa no corpo com pedraria e saia com muitos babados. Tudo com muito brilho. Fada da moda, magra, pele branca, cabelos lilás com mechas prata, olhos azuis. Tem poder de por glitter nas roupas que gosta, entende de moda e está determinada a tentar salvar a confecção Millicent's. Usa um vestido azul marcado na cintura por um sinto branco com pedras, a saia do vestido é sobreposta, por branco, rosa e o azul igual a parte de cima. Tudo com muito brilho. Fada da moda, magra, pele branca, cabelos rosa com mechas prata, olhos verdes. Tenta dar brilho as roupas, mas não funciona, ao final do filme descobre que tem o poder de transformar as roupas, entende de moda e está determinada a tentar salvar a confecção Millicent's. Usa um vestido tomara-que-caia curto, branco no busto e marcado acima da cintura, a saia é rosa com um tecido transparente por cima. Não leva a sério seus deveres reais, quer ser livre, mas se preocupa com seu povo, toma providências para melhorar a vida de todos. É gentil, educada amiga e inteligente. Usa a maior do filme um vestido longo pink brilhante com bordados de flores em prata, saia volumosa, abaixo do busto uma pink com laço, e um colar com três corações no pescoço. Porém varia quando está na vida de Keira usando roupas diferentes. Fada da moda, magra, pele branca, cabelos pink com mechas prata, olhos violeta. Jovem, magra, pele branca, cabelos loiros e longos, olhos azuis. 153 Barbie e O Segredo das Fadas Keira Jovem, magra, pele branca, cabelos castanhos e longos, olhos azuis. Usa a maior do filme um vestido lilás brilhante na parte de cima, estilo “mula manca”, saia de babado, bota de cano longo na mesma cor, na Famosa estrela da cintura um cinto música, quer ter azul com estrela e mais tempo pra si, é uma colar com amiga e generosa. três estrelas no pescoço. O mesmo vestido aparece longo com detalhes diferentes. Quando está no lugar de Tori o vestido fica pink. Tia Amélia Mulher, aparentando ser mais idosa, tem o corpo um pouco mais volumoso que das outras personagens, cabelos grisalhos em corte Chanel, olhos azuis. Tia de Tori, tenta controlar a princesa, dita regras e cobra de Tori atitudes e comportamentos que se enquadrem na regra de etiquetas para princesas. Usa um conjunto de saia e blazer vermelhos com detalhes dourados e com pedrarias, usa um colar de pedras verde e um chapéu na mesma cor da roupa. Famosa estela de cinema, gentil, educada, determinada a salvar Ken de viver o resto de seus anos no mundo das fadas. Troca de roupa algumas vezes durante o filme, o vestido que ganha ao descobrir o perdão e a amizade é pink com saia de babados sendo dois azuis, um cinto rosa brilhante, sandália modelo gladiador na cor rosa, um colar com borboleta e asas coloridas com as cores do arco-íris e muito brilho. Barbie Jovem, magra, pele branca, cabelos loiros e longos, olhos azuis. 154 Raquelle Taylor Jovem, magra, pele branca, cabelos pretos e longos, olhos azuis. Jovem fada, magra, pele branca, cabelos castanhos claros, olhos azuis. Tem inveja de Barbie por achar que ela faz tudo melhor, tenta ‘roubar’ Ken de Barbie, mas se arrisca para salválo de viver o resto de seus anos no mundo das fadas. Troca de roupa algumas vezes durante o filme, o vestido que ganha ao descobrir o perdão e a amizade é violeta tomara-que-caia com saia rodada, um cinto prata, sandália modelo gladiador violeta, um colar com borboleta e asa coloridas em rosa e violeta com brilho. Fada estilista, tem seus poderes nos sapatos, foi banida de Glossangeles e trabalha com Barbie. Usa a maior parte do tempo um vestido rosa curto sem manga, com laços na frente e um cinto dourado, por ser a fada dos sapatos usa uma sandália de salto alto modelo gladiador. No pescoço usa um colar de perolas rosa. E uma tiara com flor na cabeça. 155 Carrie Graciella Jovem fada, magra, pele morena, cabelos castanhos escuros, olhos castanhos. Jovem fada, magra, pele branca, cabelos cor-de-rosa, olhos azuis. Fada estilista, tem seus poderes nas bolsas, foi banida de Glossangeles e trabalha com Barbie. Usa a maior parte do tempo um vestido lilás curto, mangas curta na cor branca, tem uma fita fina com laço abaixo do busto, usa um cinto um pouco mais claro e brilhante na mesma cor da bolsa que carrega por ser a fada das bolsas. No pescoço um colar de pérolas brancas com uma borboleta e uma tiara de pérolas na cabeça. Princesa de Glossangeles, foi enfeitiçada por Cristal e sequestra Ken para obrigá-lo a se casar com ela. Usa a maior parte do filme um vestido rosa bebê com uma faixa na cintura em pink, no busto e na barra detalhes em dourado. Na cabeça uma tiara em forma de coroa. 156 Blair (interpretada por Barbie) Jovem, magra, pele branca, cabelos loiros e longos, olhos azuis. Educada, gentil, preocupada com a família, desastrada, derruba as coisas, se suja, não tem equilíbrio no corpo, mas tem força de vontade e caráter. Usa a maior parte do filme o uniforme da escola, uma blusa branca sobreposta por um colete azul, uma saia xadrez rosa e gravata na mesma cor. Ao final usa um vestido longo pink, manga em um ombro só. O busto lembra a lapidação de um diamante com detalhe dourado na borda. A saia é sobreposta por outra também em cor pink com estampa de flores e na cintura um laço xadrez. Jovem, magra, pele branca, cabelos loiro escuro e longos, olhos castanhos. Mimada, vai assumir o trono de Gardênia e se tornar rainha, tenta sabotar Blair, mas ao final ajuda a protagonista a assumir seu lugar de princesa. Usa a maior parte do filme o uniforme da escola, uma blusa branca sobreposta por um colete azul, uma saia xadrez rosa e gravata na mesma cor. Mulher em meia idade, magra, pele branca, cabelos loiro escuro, olhos verdes. Quer comandar Gardênia, para isso provocou a morte da família real, faz de tudo para que sua filha assuma o trono. Usa vestidos colados ao corpo, com golas bufantes, varia nas cores. Futura princesa, gosta de jogar futebol, ajuda Blair a derrotar Madame Devin. Usa a maior parte do filme o uniforme da escola, uma blusa branca sobreposta por um colete azul, uma saia xadrez rosa e gravata na mesma cor. Barbie Escola de Princesas Delancy Dama Devin Hadley Jovens, magra, alta, pele branca, cabelos castanho claro, olhos verdes. 157 Isla Jovens, magra, alta, pele branca, cabelos pretos, olhos castanhos escuros. Futura princesa, gosta de fazer músicas eletrônicas, ajuda Blair a derrotar Madame Devin. Usa a maior parte do filme o uniforme da escola, uma blusa branca sobreposta por um colete azul, uma saia xadrez rosa e gravata na mesma cor. 158 Apêndice B – Histórias detalhadas Barbie em O Quebra-Nozes Barbie in the Nutcracker, 2001, 76 min. Escrito por Hilary Hinkle, Linda Engelsiepen e Hob Hundnut Dirigido por Owen Hurley O filme começa com Barbie ensaiando passos de balé com Kelly, a garota não acerta os passos, fica chateada e quer desistir. Para motiva-la Barbie conta a história de Clara do balé “quebra-nozes”. A voz de Barbie conta a história em off enquanto começamos a ver as cenas. A história começa na casa da família de Clara – protagonista da história − ela mora com o irmão mais novo e o avô. É chegado o natal, estão fazendo os preparativos para a ceia. Clara pendura na arvore uma bailarina que ganhou de sua mãe no primeiro balé em que a viu dançando. Neste momento a campainha toca, o avô reclama dizendo que “não está na hora de chegar convidados”. A visita é Elizabeth, tia de Clara, uma mulher solteira que adora viajar pelo mundo. Clara fica feliz ao vê-la e questiona sobre suas viagens. Elizabeth começa a contar, mas o avô interrompe dizendo para ela não influenciar Clara com suas histórias. Tia Elizabeth presenteia Clara com um quebra-nozes de madeira em formato de soldado, mas o irmão tenta toma-lo de suas mãos e quebra o utensílio. Clara fica chateada e enfaixa o braço do soldado. Na cena seguinte já é noite, Clara dorme no sofá da sala. O avô quer acorda-la para ir para o quarto, mas a tia pede que a deixe dormir e completa “A clara não é mais uma criança merece a chance de perseguir seus sonhos” o avô responde “uma moça deve ser responsável e prática”. Vão todos se deitar e na sala algo entranho acontece. O relógio marca meia noite, a câmera enquadra a coruja de madeira sobre o relógio abrindo os olhos e depois um buraco de ratos na parede de onde começam a sair luzes e ratos vestido de soldados guerreiros. Eles começam a destruir tudo na sala, mas uma das luzes que saiu do buraco atinge o Quebranozes e o utensílio ganha vida. Começa uma luta entre ele e os ratos. Outro rato, coroado como rei, também aparece e tenta jogar o quebra-nozes no fogo, neste momento Clara acorda e intervém na briga deixando o Rei Rato irritado. Com seu cetro mágico ele encolhe Clara, deixando-a do tamanho do Quebra-nozes. Ela fica assustada, mas não desiste, com ajuda do Quebra-nozes sobe pela decoração de natal para se proteger. Ao ver o Quebra-nozes em perigo joga seu chinelo na cabeça do Rei Rato que desmaia e assim o soldado consegue 159 escapar. Clara conversa com ele e pede para voltar ao seu tamanho real, mas a coruja aparece e diz que apenas a princesa Caramelo poderá quebrar os feitiços do Rei Rato, ela tira o colar da bailarina que está pendurada na arvore e da a Clara, dizendo que para voltar para casa basta abrir o pingente em forma de coração. Mesmo com medo Clara se arrisca para buscar a solução. Ela entra com o Quebranozes pelo buraco na parede e vai parar na terra do gelo, porém eles iriam para outro reino. Clara ajuda uma fadinha desajeitada que encontrou no caminho, em agradecimento a fadinha trás um grupo de outras fadinhas que fazem um balé no ar, abrindo uma passagem para outro mundo e os dois seguem viagem. Porém, são avistados por um morcego que trabalha para o Rei Rato, o animal corre para contar ao rei o que viu. Enquanto isso Clara e o Quebra-nozes encontram duas crianças na aldeia Pão-de-mel, tudo está destruído, as crianças dizem que é tudo culpa do príncipe Erick, o Quebra-nozes abaixa o olhar envergonhado, e logo partem em busca de um lugar seguro para deixar as crianças. No caminho encontram o exercito do rei rato, correm para a floresta e são socorridos por dois soldados do antigo rei, Major Menta e Capitão Doce. Clara fala sobre a princesa Caramelo, então, movidos pela esperança, os quatro decidem partir em busca da tal princesa, a essa altura Clara já percebeu que o Quebra-nozes é o príncipe Erick que todos consideram desaparecido. Enquanto eles buscam pela princesa salvadora, Rei Rato manda um gigante de pedras para caçar e matar o Quebra-nozes. No percurso encontram um campo árido, ao procurarem por água libertam fadinhas do campo que estavam aprisionadas em um poço. Elas dançam no ar enquanto devolvem vida e vitalidade ao campo destruído. Mas logo a felicidade acaba, o gigante de pedra aparece e persegue os dois. Com a ajuda das fadas do gelo eles fogem pelo mar congelado e o gigante afunda nas águas. Finalmente chegam a uma ilha e acreditam ter encontrado o castelo da princesa Caramelo, mas era uma armadilha. Os três homens são presos e Clara fica sozinha. Ela pensa em desistir e voltar para casa abrindo o pingente, mas se sente responsável em ajuda-los, pois ela é a única esperança que eles têm. Neste momento as fadas do campo aparecem e levam Clara até o castelo do Rei Rato. Ela consegue entrar escondida e vai até a prisão, despista um dos guardas e entra na cela, mas não vê nada, intrigada por haver segurança em uma cela vazia Clara resolve jogar uma tocha contra a parede e assim liberta os prisioneiros. O Quebra-nozes se enche de coragem e resolve enfrentar o rei mesmo sem a princesa Caramelo e vão ao encontro dele. Começa novamente um duelo entre o rato e o príncipe, em meio à luta o Quebra-nozes está em desvantagem e Clara intervém mais uma vez, o rato tenta 160 encolhê-la ainda mais, porém a espada do Quebra-nozes a protege e o feitiço atinge o próprio rato. Nesse momento todas as maldades do rato são desfeitas. O Quebra-nozes esta caído, Clara vai até ele e lhe da um beijo no rosto, nesse momento ele volta a ser príncipe. Clara estende a mão para levantar o príncipe e suas roupas se transformam, e na cabeça tem uma coroa, eles percebem que ela era a princesa Caramelo. Todos estão felizes, princesa Caramelo e príncipe Erick dançam apaixonados, mas o rato reaparece e rouba da princesa o cordão que a levaria de volta para casa. A princesa desaparece dos braços do príncipe e Clara acorda no sofá de casa. Ela procura pelo quebra-nozes, mas não o encontra, então acredita que tudo foi real. Neste momento toca a campainha, tia Elizabeth aparece com um jovem chamado Erick filho de um amigo seu, ele entrega a Clara o colar com pingente de coração que o rato tirou do pescoço da princesa caramelo, e os dois dançam juntos sozinhos na sala. Kelly fica inspirada com a história e volta a ensaiar com Barbie, elas acertam os passos e se abraçam felizes. Barbie A Rapunzel Barbie as Rapunzel, 2002, 83 min. Escrito por Cliff Ruby e Elana Lesser Dirigido por Owen Hurley O filme começa em um ateliê, Kelly está fazendo aula de pintura com Barbie, mas não sabe o que pintar, ela pede a ajuda de Barbie que diz para Kelly usar a imaginação, a garota se mostra temerosa, então Barbie resolve contar a história de uma garota que teve a vida salva pela pintura. Ouvimos a voz de Barbie em off e as cenas da história começam a aparecer na tela. A história é sobre Rapunzel, uma jovem que vivia presa em um solar oculto no meio de uma floresta sombria, ela aparece pintando um quadro com a imagem do mar, enquanto sonha em um dia passear por um lugar como aquele. Estão com ela Hobie – um coelho – e Penelope – um filhote de dragão. Rapunzel fala de seu sonho quando o coelho avisa que Gothel está chegando, Rapunzel corre para arrumar o chá antes que a mulher chegue. Gothel chega exigindo seu chá, mas ao ver uma marca de tinta no rosto de Rapunzel fica irritada, pergunta se ela já cumpriu suas obrigações mencionando uma lista de trabalhos domésticos, Rapunzel diz estar tudo pronto. Gothel diz que vai para o quarto descansar enquanto aguarda o chá. 161 Rapunzel fica na cozinha com os animais. Esta tudo pronto quando Penélope bate a cauda na bandeja e joga tudo para o ar, eles conseguem aparar todos os objetos, menos uma colher que cai sobre o nariz de um dragão de pedra abrindo uma passagem secreta. Rapunzel é curiosa e resolve descer as escadas, Hobie e Penelope descem com ela. Ao final das escadas descobrem um porão secreto com muitos objetos guardados, Rapunzel encontra uma caixa antiga onde tem uma escova de cabelo guardada, na escova tem uma frase gravada que diz “como as estrelas são lá do céu, nosso amor é teu Rapunzel. A nossa filha Rapunzel em seu primeiro aniversário com amor eterno mamãe e papai”. Rapunzel não entende, pois acreditava que tinha sido abandonada com apenas alguns dias de vida. Enquanto ela tenta entender a frase da escova Penelope espira e queima o chão e derrubando um armário, em meio a confusão Gothel chama por Rapunzel pedindo seu chá. Rapunzel volta e a atende, fecha a cortina do quarto para Gothel dormir até a hora do jantar e depois volta para o porão. Rapunzel vasculha os objetos a procura de mais pistas, mas Penelope pula fazendo um buraco no chão. Rapunzel percebe uma corrente de ar e decide descer pelo buraco para ver onde vai dar, ela encontra um túnel e segue por ele descobrindo que dá acesso a uma vila fora dos muros encantados do solar. Enquanto Rapunzel passeia pela vila, no solar Penelope e Hobie estão preocupados com medo que Gothel acorde e descubra que Rapunzel saiu. Hobie avisa a Penelope que seu pai está chegando, ela sai para recebê-lo. Ele chega sério, cobra dela se está fazendo os treinamentos para ser um dragão, Penelope tenta mostrar algumas coisas, porém não consegue e seu pai sai desapontado. Na aldeia Rapunzel entra no espaço de castelo, três garotas estão brincando no campo quando uma delas cai em um buraco, Rapunzel corre para ajudá-la, tirando a garota do buraco, mas quase caem novamente quando um rapaz aparece e segura às duas. As garotas saem e o rapaz conversa com Rapunzel. Porém ele sai para procurar as garotas e diz que volta logo, Rapunzel ouve o sino do relógio tocando e volta correndo para casa, quando o rapaz volta já não a encontra mais. No solar Rapunzel conta aos amigos sobre o que viu na aldeia, ela está radiante e feliz por ter conhecido o rapaz. Oto, doninha de estimação de Gothel, ouve a conversa e conta para a bruxa que viu Rapunzel na aldeia conversando com um rapaz. Gothel vai tomar satisfação de Rapunzel, questionando o nome do rapaz com quem ela conversava, Rapunzel diz que não sabe, Gothel insiste, e diante da recusa da jovem em revelar o nome do tal rapaz, decide estraga todos os seus objetos de pintura. Em fúria transforma o quarto de Rapunzel em uma 162 torre isolada do resto do solar, ordena a Hugo – pai de Penelope – que vigie a torre não permitindo que Rapunzel saia. Enquanto isso no palácio o rapaz – príncipe Stefan – conversa com seu pai sobre um ataque ao reino vizinho. Na torre Rapunzel dorme e sonha com o rapaz, ela joga seu cabelo para que ele suba, mas Gothel aparece gigante e a prende entre as mãos, Rapunzel acorda assustada, pega a escova com a dedicatória e volta a dormir, algo mágico acontece enquanto ela dorme e a escova se transforma em um pincel. Na manhã seguinte dois guardas do castelo do reino do príncipe Stefan andam pela floresta sombria a procura de Rapunzel, mas são perseguidos pelo dragão, eles voltam para o palácio e contam o que aconteceu, Stefan fica preocupado por não encontra-la. Na Aldeia os homens do Rei Wilhelm – rei de um reino vizinho que vive em guerra com o reino de Frederick, pai de Stefan – destruíram tudo em um ataque. No solar Penélope e Hobie colhem frutas para fazer tinta para Rapunzel, Hugo aparece e briga com a filha por ela não cumprir com suas obrigações de dragão, dizendo que ela deveria se dedicar aos treinamentos e não ficar brincando. Mesmo assim ela e Hobie levam a tinta para Rapunzel, ela agradece, mas diz que não tem como pintar, pois Gothel destruiu tudo, Hobie encontra o pincel e Rapunzel descobre que tudo que ela imagina é desenhado com um simples passar de pincel. Animada ela desenha toda a aldeia na parede de seu quarto, Penelope vira bruscamente e bate a cauda em Hobie, o coelho é arremessado contra a parede ficando preso, com parte do corpo no desenho. Com isso Rapunzel descobre que o desenho é mágico e resolve entrar por ele, ao entrar pela pintura a jovem aparece no jardim do palácio e encontra o rapaz, ele vai se apresentar, mas ela pede para que ele não diga seu nome. Rapunzel mostra o pincel e pede ajuda para descobrir o fabricante, eles encontram o irmão do artesão, mas ele mora no reino do Rei Wilhelm e as pessoas de um reino não podem visitar o outro. De volta ao palácio Stefan entrega um convite de sua festa de aniversário para Rapunzel, nesse momento Penelope aparece e pede para Rapunzel voltar, pois se Gothel descobre que ela saiu poderá castigar Hugo. Para ajudar o dragão Rapunzel resolve voltar, para isso desenha a torre do solar em uma porta e volta para sua prisão. Gothel a interroga novamente sobre o nome do rapaz, Rapunzel diz que não sabe e Gothel vai embora. No palácio, motivado pelas coisas que Rapunzel disse sobre o dialogo, Stefan pede para convidar o Rei Wilhelm, ele e o pai discutem sobre o assunto e acabam brigando já que o pai não aceita os argumentos do príncipe. 163 Na torre do solar Rapunzel está animada e resolve pintar um vestido para ir ao baile, enquanto ela e os animais se divertem Oto entra no quarto e pega o convite levando-o para Gothel. A bruxa vai até a torre para corta o cabelo de Rapunzel, e nesse momento descobre o desenho pintado na parede, ela percebe que é magico e o destrói, quebrando também o pincel. Ao sair da torre Gothel joga um feitiço para prender o coração mentiroso, acreditando que Rapunzel ficará presa. Após, prende Hugo com uma corrente mágica como punição pela fuga de Rapunzel, em seguida vai para a festa. No reino vizinho Rei Wilhelm se prepara para atacar o castelo do rei Frederick. No palácio, ansioso, Stefan espera por Rapunzel. Gothel chega à festa disfarçada com o cabelo de Rapunzel e atrai Stefan para fora do salão, levando-o até um labirinto no jardim, ela ataca o príncipe, mas ele consegue fugir. Enquanto isso no solar Penélope conta a seu pai que Rapunzel tinha saído da torre e só voltou para protegê-lo de Gothel, ela pede para que ele a ajude a libertar Rapunzel. Hugo não pode sair da corrente, mas orienta a filha para que ela ajude a amiga. Penelope tem medo, mas Hugo reconhece o valor de sua filha e a motiva para sobrevoar o muro. Ela voa com Rapunzel sobre o muro mágico e a leva para o baile. Os homens do Rei Wilhelm atacam os guardas do palácio e invadem a festa, os dois reis se encontram e lutam com espadas. Stefan aparece fugindo de Gothel e entra na luta também. Porém a bruxa consegue desarmar os dois reis, Wilhelm a reconhece, os dois discutem sobre o passado e ela revela que raptou Rapunzel – filha do Rei Wilhelm – quando ainda era criança. Gothel se prepara para destruir a todos, mas Rapunzel aparece e a desafia. Com a ajuda de Penelope conseguem levar Gothel para o jardim, e fazem com que a bruxa entre na torre pela pintura na porta, ficando presa em seu próprio feitiço. Stefan estava prestes a sair a procura de Rapunzel quando ela aparece. Ela e Rei Wilhelm se reencontram e conversam sobre o ocorrido quando Rapunzel era um bebê. O rei se desculpa com Frederick por tudo que fez por pensar que ele era responsável pelo sumiço da princesa. Depois da revelação os dois reis selam a paz. Rapunzel se casa com Stefan e mudam para seu próprio palácio onde viveram felizes para sempre com Hobie, Penelope e Hugo. A cena volta para o ateliê, Kelly fica inspirada com a história e começa a pintar as coisas com as quais sonha. Barbie em Lago dos Cisnes Barbie of Swan Lake, 2003, 83 min. Escrito por Cliff Ruby e Elana Lesser 164 Dirigido por Owen Hurley O filme começa com Barbie em um acampamento, ela vai até o alojamento das meninas e encontra Liana fora da Cama, a garota esta receosa com as atividades e quer ir embora, Barbie conta para ela a história do balé “lago dos cisnes” para motiva-la. A história começa com Odete Dançando enquanto trabalha na confeitaria de seu pai. O pai olha com admiração e a incentiva a ir para a cidade dançar como sua irmã, mas ela diz que o pai trabalha demais e não pode deixa-lo. Sua irmã aparece cavalgando a toda velocidade, Odete entrega a ela o café da manhã e ela sai novamente. Odete continua dançando, um pássaro cai em uma bacia de farinha de trigo e Odete o socorre, ao levar o pássaro para fora ela avista um unicórnio que adentrou na vila, um homem atira uma flecha e Odete grita que ele espere, pois vai machucar o animal. O unicórnio continua fugindo e alguns homens o perseguem, ele se livra deles, mas é laçado por uma corda, e em seguida escapa. Odete segue o animal que vai até a floresta entrando por uma passagem secreta que dá acesso a um lugar mágico, no qual todos os animais falam. Odete avista o unicórnio preso, ela conversa com o unicórnio e procura algo para cortar a corda, ela retira um cristal de uma arvore e com ele liberta o unicórnio. Todos os seres da floresta ficam admirados por Odete ter retirado o cristal. A rainha daquele lugar aparece e Odete se desculpa por ter retirado o cristal, a rainha diz a ela que há muito tempo a esperam. Agradece por ter libertado a unicórnio que se chama Lila, depois diz a Odete que ela tem nas mãos o cristal mágico e conta que: há muitos anos seu primo, Robert, foi embora da floresta quando seu tio a escolheu como sua sucessora. Anos depois ele voltou com sua filha Odila, agora mestre das artes negas começou a tomar a floresta encantada. Ela e algumas de suas fadas e seus duendes tentaram impedi-lo, mas alguns foram transformados em animais e obrigados a trabalhar na construção de seu castelo. Conta também que a profecia diz que quem retirar o cristal vai derrotar Robert e libertar a floresta, e Odete foi a única a conseguir isso. Odete diz que pegaram a garota errada, não pode ser ela, pois jamais venceu alguém em sua vida. Odete esta deixando a floreta quando Robert aparece com sua filha e ironiza o potencial da jovem como salvadora; Lila o afronta e ele transforma Odete em um cisne. Com a ajuda de Lila Odete consegue fugir de Robert, a rainha vai ao encontro dela e oferece uma coroa com o cristal para protegê-la do feiticeiro. Robert a encontra e tenta mata-la, mas a coroa a protege. Ele vai embora e Odete descobre que não poderá voltar a ser humana, como todos os seres encantados ela só será humana do por do sol 165 ao amanhecer. Como não poderá voltar para casa decide ficar para enfrentar Robert. Para isso ela precisa do livro de feitiços da floresta. Odete parte com Lila para procurar esse livro. Elas chegam ao local onde o gigante guarda o livro, Odete tem medo de entrar, mas Lila a motiva, dizendo que ela é mais corajosa do que pensa. Elas encontram o gigante e descobrem que ele é um baixinho hospitaleiro, os três procuram pelo livro, mas já é quase manhã e Odete volta a ser cisne. Enquanto isso Robert pensa em como pegar a coroa de Odete, ele tem a ideia de atrair um humano para matar Odete, pois a coroa não a protegeria nesse caso. Robert atrai o príncipe daquele reino e o leva até a floresta mágica. Odete dorme no lago, o feiticeiro a assusta e ela sai voando, o príncipe a vê, mira sua flecha, mas não atira por acha-la muito linda. Quando ele abaixa o arco o sol se põe e Odete volta a ser humana. Ele se aproxima e pergunta quem é ela, Odete o reconhece, enquanto eles conversam e Odete conta o ocorrido Robert os surpreende, ele tenta transformar o príncipe em porco, mas Odete o protege com sua coroa. O príncipe agradece a Odete por tê-lo protegido, ela o leva para conhecer o lago dos cisnes. Começa a tocar uma musica e todos dançam enquanto preparam um jantar para Odete e o príncipe, ele a convida para dançar, os dois dançam a beira do lago. Antes de amanhecer o príncipe convida Odete para o baile que acontecerá a noite, ele se propõe a protegê-la em seu castelo, mas Odete diz que não pode ir, ficará para ajudar a todos da floresta, pede apenas para que ele avise sua família que está bem e que logo estará de volta. O dia amanhece e Odete volta a ser cisne, com a promessa de que irá na festa na noite do dia seguinte. O gigante finalmente encontrou o livro e o leva para Odete, ela lê a profecia que diz: “quem retirar o cristal mágico vai compartilhar um amor tão verdadeiro que vencerá toda a magia do mal” “se, porém, o verdadeiro amor jurar amor a outra, o cristal mágico perderá o seu poder”. O gigante diz que o “verdadeiro amor é quando duas pessoas amam a outra mais que a si mesmas”. A rainha complementa dizendo que “sozinhas elas são duas, mas juntas são uma só, esse tipo de amor desprendido tem um pode incrível”. Eles decidem que Odete irá ao baile para salvar a todos da floresta, eles se preparam para o baile que será na noite seguinte, mas Robert aparece e sequestra o gigante com o livro. Neste momento o poder da rainha acaba e todos voltam a ser animais, Odete, transformada em cisne, decide que não poderá deixar Robert vencer. Robert prepara um plano para fazer o príncipe jurar amor a outra e acabar com o poder do cristal. Ele faz um feitiço para que o príncipe veja Odete quando olhar para Odila, caberá a Odila fazer o príncipe jurar a ela o seu amor. A rainha e os animais chegam no castelo de 166 Robert, e Odete com ajuda dos animais consegue resgatar o gigante e sair do castelo. De Volta a floresta o gigante conta quais são os planos de Robert, Odete parte para o castelo a fim de impedir que o plano de certo. No castelo o príncipe dança com Odila pensando ser Odete, o plano de Robert da certo e os poderes do cristal acabam. Odete volta a ser humana e o feiticeiro tenta mata-la. O príncipe a encontra e entra em luta com Robert, enquanto isso os seres da floresta fogem com Odete desmaiada. Robert parte atrás dela e na perseguição eles chegam até a floresta mágica. O príncipe também aparece, em meio a luta Robert tenta atingi-lo, mas Odete acorda no momento exato e se põe a frente do príncipe, assim o feitiço atinge os dois ao mesmo tempo. Eles caem, Odete está sobre o peito do príncipe e as mãos se entrelaçam... neste momento os poderes de Robert desaparecem e tudo volta ao normal. Eles acordam e o príncipe pede Odete em casamento. Na cena seguinte uma festa acontece a beira do lago, Odete dança com seu pai, ele diz que ainda não acredita que ela salvou a floresta. O príncipe aparece e dança com Odete. Barbie termina narrando a história, a garota agora está animada para a corrida do dia seguinte e vai dormir para acordar disposta. Barbie em A Princesa e a Plebeia Barbie as the Princess and the Pauper, 2004, 85 min. Escrito por Cliff Ruby e Elana Lesser Dirigido por William Lau O filme começa com a voz de uma narradora contanto que ha muitos anos nasceram ao mesmo tempo dois bebês idênticos, um era a princesa Anneliese, a outra era a plebeia Erika, ao passar dos anos Anneliese aprendia seus deveres reais e Erika trabalhava arduamente de costureira para pagar uma divida dos pais. O ouro do reino havia acabado, para cuidar do povo e salvar o reino da miséria a rainha decide casar sua filha com um rei de um reino próximo que procurava por uma esposa. Anneliese aceita o casamento para não desobedecer a sua mãe, ela aparece experimentando seu vestido de noiva, então vai em direção à sacada cantando uma canção que fala de seus sonhos. Na vila Erika trabalha cantando outra parte da mesma música, ela também vai em direção a sacada e as duas cantam juntas uma parte que fala de seus anseios enquanto as duas cenas dividem a tela. 167 Na mina real dois homens roubam ouro a mando do conselheiro real Preminger, ele canta uma canção que fala de sua vida e sonhos de se tornar rei. Os homens contam que a princesa vai se casar com rei Dominick para salvar o reino. Preminger decide raptar a princesa para impedir o casamento e depois casar-se com ela para assumir o reino. Na manhã seguinte rei Dominick chega ao palácio disfarçado de embaixador, pois quer conhecer a princesa antes de se casar. Anneliese conversa com Julian, seu professor, e fala de seu sonho de liberdade, então Julian decide levar Anneliese para passear pelo povoado antes do casamento. Quando Julian se afasta para comprar um pão Anneliese ouve alguém cantando e vai até lá, é Erika que está se apresentando na rua. Anneliese conversa com ela e descobre que as duas são muito parecidas, a diferença entre as duas é apenas o cabelo e uma marca de realeza que Anneliese tem no ombro. Anneliese volta deixando a promessa de um dia levar Erika para cantar no palácio. Quando anoitece Preminger manda seus homens sequestrarem a princesa. Para conseguir isso atraem a gatinha Serafina, quando Anneliese sai a sua procura é raptada e levada para uma cabana na floresta. Amanhece e a rainha não encontra a filha, encontra apenas um bilhete na mesa dizendo que a princesa fugiu para não se casar, Julian vê o bilhete e desconfia que não seja verdadeiro. Então decide procura por Erika e a convence a ir com ele para assumir o lugar de Anneliese até que ela seja encontrada, para ajudar Anneliese Erika aceita a farsa, mesmo correndo risco de ser presa. Julian providencia uma peruca loira e ensina a Erika como se portar como uma princesa, para isso usa o livro de etiqueta de princesa, ele diz algumas coisas e começa a cantar as regras. O casamento está prestes a ser cancelado, mas Erika aparece no lugar da princesa, rei Dominick a vê e se encanta, decidindo manter o casamento. Preminger não entende o que ocorreu e vai até o cativeiro, Julian o segue, mas é capturado e levado para mina real. Porém Anneliese já tinha fugido, ela chega ao palácio e tem sua entrada barrada. Sem saber o que fazer vai a procura de Erika no povoado, madame Carter a confunde com Erika e deixa a princesa presa na confecção. Anneliese tenta indicar sua localização, para isso manda seu anel junto com a etiqueta de um vestido de madame Carter preso ao pescoço de Serafina. No palácio Erika e Dominick se conhecem, ele toca piano enquanto ela canta, os dois fazem um dueto cantando uma musica de amor. Saem para um passeio enquanto a música segue em off. O dia está chegando ao fim e os dois apreciam o por do sol. Serafina consegue chegar ao palácio, mas quem a encontra é Preminger, o vilão encontra Anneliese e a leva para mina, deixando-a presa com Julian. Preminger volta ao palácio e revela que Erika é uma farsa, acusando-a de ter planejado com Julian um ataque para tomar o reino, sem ter como escapar 168 Erika é levada presa. Preminger mostra o anel de Anneliese e diz que ela está morta, em seguida se oferece para casar com a rainha e salvar o reino, sem saída a rainha aceita o casamento. Na mina enquanto buscam uma forma de fugir Anneliese revela a Julian que está apaixonada por ele, com ajuda dos animais o dois conseguem sair da mina e seguem para o palácio. Quando chegam, o casamento está prestes a acontecer, Erika também fugiu da prisão e aparece com rei Dominick; em meio à confusão Preminger é levado preso e tudo fica esclarecido. Anneliese revela a mãe que quer se casar com Julian e que encontrou outra riqueza na mina. Erika consegue pagar suas dividas e resolve partir para cantar pelo mundo, Dominick insiste que ela fique, mas aceita a partida ficando na esperança que ela volte. Depois de viajar por meses cantando Erika para decide voltar para encontrar Dominick. Os dois casais se unem em uma mesma cerimônia e partem para a lua de mel na mesma carruagem. Wolfie, gato de Erika, e Serafina também ficaram juntos e nascem muitos filhotes. Barbie Fairytopia Barbie Fairytopia, 2004, 70 min. Escrito por Elise Allen e Diane Duane Dirigido por William Lau Esse filme conta uma história que se passa em Fairytopia, um mundo mágico onde vivem muitas fadas, todas elas têm asas, menos Elina, conhecida como fada do campo. As outras fadas zombam dela por isso, mas Dandelion, sua melhor amiga a defende e as duas se divertem juntas. Logo depois as fadas que estavam zombando de Elina voltam e dizem que Topaz – uma das guardiãs do reino – foi sequestrada por Laverna, irmã malvada da rainha. Elas vão para casa sem saber exatamente o que esta acontecendo. Amanhece em Fairytopia e Elina descobre que todas as plantas do campo estão doentes, Dandelion aparece e diz que muitas fadas também estão doentes e não podem voar, a doença é provocada por um veneno que Laverna espalhou no ar. Elina decide ir à cidade para tentar falar com Azura – outra guardiã que pode ajuda-las, ela parte com Bibble – seu bichinho de estimação, e Dandelion, mas a amiga entra em contato com o veneno e também adoece. Elina e Bibble seguem sozinhos, pois como Elina não tem asas não se contamina com o veneno. Chegando a cidade Elina enfrenta alguns obstáculos, mas consegue encontrar Azura. Ela fica na casa da guardiã, 169 Azura informa que partira na manhã seguinte para falar com Dahlia – ex-assistente de Laverna, por segurança deixa seu colar de guardiã com Elina. No castelo de Laverna explica seus planos as/aos guardiãs/ões, ela pretende roubar todo o poder de seus colares para tomar o reino de sua irmã. Os Fungus, funcionários de Laverna, chegam com Azura, porém Laverna vê que ela está sem o colar, indispensável para concretizar seus planos. Enquanto isso Elina procura por Dahlia, ao encontra-la descobre que a fragilidade do plano de Laverna está no ponto de união. Sem entender o que isso significa Elina parte com ajuda de amigas e amigos e consegue entrar no castelo de Laverna. Mas ao chegar Elina fica sob o feitiço da fada malvada, ela caminha para devolver o colar ao pescoço de Azura. Ao se aproximar da Guardiã acaba acordando com as palavras proferidas sobre amizade. Neste momento ela entende o significado do “ponto de união”, atira o colar contra o cristal que concentra os poderes das/os guardiãs/ões e consegue derrotar Laverna. Depois de tudo terminado, a rainha vai até o campo para agradecer a Elina por sua coragem. Em retribuição entrega para ela um colar de borboleta que lhe confere um par de asas coloridas. Ela e as outras fadas brincam felizes pelo campo. Barbie e a Magia de Aladus Barbie and the Magic of Pegasus, 2005, 84 min. Escrito por Cliff Ruby e Elana Lesser Dirigido por Greg Richardson É aniversário de Annika e sua mãe, a rainha, leva um presente para ela no quarto, mas ao chegar descobre que a princesa não está lá. Desesperada a rainha soa o alarme do castelo. Em seguida vemos a princesa patinando no gelo, ela esbarra em um filhote de urso polar e cai, então decide levar o filhote para casa. Chegando ao palácio Annika tenta entrar escondida, mas a rainha a vê, os pais a repreendem e dizem que ela não pode sair sem permissão. A princesa discute com os pais e diz que não é mais um bebê, eles a proíbem de patinar no gelo, Annika chorando vai para seu quarto. É noite, ela vê as pessoas do reino patinando em uma praça e decide sair para comemorar seu aniversário, pega seus patins e sai às escondidas. Todos patinam alegremente quando todas as luzes se apagam, logo acendem em um tom azul frio, aparece Wenlock – um feiticeiro poderoso – que convida Annika a ser sua noiva, ela recusa o convite com arrogância. Neste momento seus pais aparecem e Annika descobre que tem uma irmã. Wenlock transforma todos em estatuas de pedras e ameaça a princesa, dando 170 três dias para que ela decida o que fazer, ou todos serão estatuas para sempre. Mas, antes que ela responda aparece uma égua alada que resgata e a leva para as nuvens. Annika quer voltar para enfrenta-lo, mas o animal não deixa. Annika descobre que Brietta – a égua alada – é sua irmã, ela foi transformada em animal por Wenlock quando seu pai recusou o pedido de casamento, e por isso os pais a protegiam tanto. Para enfrentar Wenlock elas decidem fazer uma varinha de luz, para isso precisam de uma “medida de coragem”, um “anel de amor” e uma “joia de gelo”, iluminada pela chama eterna da esperança. Annika e Brietta partem para floresta a floresta proibida, chegam até a parte mais distante da floresta, onde precisam encontrar uma medida de coragem. Shiver – o filhote de uso polar – desce por um tobogã enquanto Brietta e Annika caem em redes de armadilhas. Elas são resgatadas por Aidan, mas Annika decide ir atrás de Shiver, pula no tobogã onde o animal caiu, ele leva direto ao caldeirão de um gigante. Para conseguir fugir Annika desafia o gigante, com astucia ela consegue fazer o gigante se prender em correntes, depois que o gigante está preso usa uma fita de seu cabelo para sair do caldeirão. Ao sair encontra Aidan e Brietta, que procuravam por ela. A princesa mostra a fita que usou para fugir e ela se transforma em um cajado. Elas falam da varinha de luz e convencem Aidan a ajudar na busca Eles procuram um negociante de joias para descobrir sobre a joia de gelo, para conseguir a informação Annika entrega seus patins. Eles saem à procura da joia, mas já é noite e está nevando, então decidem acampar no alto da montanha. Na manhã seguinte eles avistam um pico iluminado pela luz do sol, deduzem que a joia está lá e partem montados em Brietta. Eles conseguem a pedra, então Aidan começa a forjar o anel de amor, isso usaria sua espada, mas Brietta oferece sua coroa que nesse momento se fecha formando um anel. Aidan junta as três partes e faz a varinha, para testar o objeto Annika deseja que Brietta volte a ser humana e ela se transforma. Para sair da montanha e encontrar Wenlock, pedem ajuda a rainha das nuvens que envia cavalos alados para resgata-las. Enquanto regressam Wenlock aparece e as persegue, elas caem e Annika tenta usar a varinha o feiticeiro, mas o objeto não funciona, pois a princesa está com raiva. Decepcionada Annika decide aceitar o casamento desde que o feiticeiro liberte seus pais e os súditos. Porém Wenlock rouba a varinha e deixa Annika soterrada na neve. Aidan aparece e consegue resgatar novamente a princesa. Annika não desiste e resolve ir até o castelo do feiticeiro para recuperar a varinha. Com a ajuda de Aidan ela recupera o objeto e finalmente quebra os feitiços de Wenlock, pois agora entende que é o amor que liberta e não a raiva. 171 Annika reencontra os pais e trás Brietta de volta. Pede desculpas a seus pais por tudo que fez e eles se desculpam por ter escondido a verdade dela. Ao final, a rainha das nuvens guarda a varinha em segurança e Annika dança com Aidan e todos patinam felizes. Barbie em as 12 Princesas Bailarinas Barbie in the 12 Dancing Princesses, 2006, 82 min. Escrito por Cliff Ruby e Elana Lesser Dirigido por Greg Richardson Esse filme conta a história de um do rei Randolph que tinha 12 filhas, sua esposa faleceu no nascimento das trigêmeas caçulas que agora estão completando cinco anos. As garotas agem livremente, sem cobranças ou imposições de regras. O filme começa com rei Randolph recebendo um convite para levar as filhas a um baile no reino vizinho. Enquanto o mensageiro fala as trigêmeas entram correndo trazendo um besouro azul, elas falam com o pai sem respeitar o mensageiro que proclama o convite. Logo aparecem duas jovens brincando com um jogo que usa taco e bola, elas falam alto e correm pelo salão, em seguida aparecem gêmeas adolescentes andando com pernas de pau. As trigêmeas batem nas pernas de pau e todas vão ao chão rindo. Elas vão correndo para fora enquanto o mensageiro fica perplexo com a atitude das princesas, retira o convite e sai caminhando enquanto diz: “princesas? parecem animais selvagens!”, o rei olha com tristeza para as filhas. Na cena seguinte o rei aparece a mesa para o jantar, as filhas começam a chegar e o pai cumprimenta uma a uma dizendo seus nomes. Geneveive – interpretada por Barbie – é a ultima a chegar, o pai finaliza dizendo, “minhas doze princesas!”. Neste momento elas começam a conversar entre sim falando alto e fazendo muito barulho, pegam os pães com pressa, estendem os braços sobre a mesa. O rei pede silêncio às filhas e com certo custo as garotas ficam em silêncio, ele começa dizendo que chamaram sua atenção para o fato de que elas precisarem se comportar mais como princesas, mas, antes que ele termine de falar elas são avisadas que o sapateiro real chegou, as princesas se retiram da mesa e saem correndo, o rei fica sozinho e desapontado. No jardim as garotas chegam correndo para pegar os sapatos, Derek, o sapateiro real, entrega para cada uma as sapatilhas, depois toca uma flauta para que elas dancem. O rei olha pela janela enquanto as jovens dançam, diz que as adora, mas não consegue entende-las, olha 172 para o retrato da esposa falecida e reclama sua ausência. Na cena seguinte já é noite, as meninas estão no quarto, uma delas joga objetos ao pé da cama, outra diz “para que usar o armário se o chão é mais perto?” uma das trigêmeas coleciona insetos, um deles some e todas se assustam, mas o animal é encontrado e elas vão dormir. Na manhã seguinte chega ao palácio Rowena, prima do rei que ele chamou para ajudar na educação das filhas. Ele apresenta as doze princesas para Rowena, ela diz ao rei: “Você me chamou na hora certa, querido! Suas filhas são terrivelmente despreparadas para a vida real”. O rei comunica que a duquesa Rowena veio para cuida da educação das meninas, Geneveive tenta protestar, mas o rei responde que um dia elas herdarão o reino e precisam ser princesas de verdade para isso, e que a duquesa poderá prepara-las. Rowena começa as mudanças pelo vestuário, os vestidos coloridos das garotas são substituídos por modelos em tom cinza, mas guardando características do modelo princesa. O segundo passo é ensinar as garotas a usarem leques. No quarto Rowena muda as roupas de cama, deixando tudo cinza também, o único acessório no quarto é um relógio, ela ordena que às oito horas todas as princesas estejam na cama. Chega mais uma manhã, Geneveive, a pedido das irmãs, conversa com o pai sobre Rowena, mas ele não aceita a reclamação da filha. Mais um dia se passa e chega o dia do aniversário de cinco anos das trigêmeas. As irmãs as acordam com uma canção. Elas cantam e dançam em comemoração, mas Rowena aparece e as repreendem por estarem atrasadas. Uma das garotas responde e a duquesa interrompe dizendo: “uma princesa não discute! Sem música e dança até que aprendam a agir com nobreza”. O dia chega ao fim e as meninas estão chateadas, pois o pai não apareceu para lhes dar os parabéns. As irmãs entregam as trigêmeas um exemplar do livro favorito de sua mãe, cada princesa ganhou o seu ao completar cinco anos. O livro conta a história das doze princesas bailarinas, e trás na capa uma flor diferente para cada uma. Elas começam juntas a ler a história, mas uma das garotas derruba seu livro, neste momento elas percebem que a flor da capa é idêntica a flor desenhada no piso do quarto. Elas decidem dançar como na história, e descobrem uma passagem para um jardim mágico, nesse lugar tudo que desejam vira realidade. A noite acaba e elas voltam para o quarto. Na manhã seguinte as princesas descobrem que o pai está doente. Elas cantam para ele, mas Rowena aparece e as obriga a sair do quarto. Chega um médico que receita um tônico para melhorar a saúde do rei Randolph, porém Rowena joga o remédio fora, ela está envenenando o rei com uma erva misteriosa. Geneveive a vê em atitude suspeita recebendo um pacote de um homem, então pede a Derek que descubra quem é o homem e qual seu negócio com Rowena. 173 Chega a noite e a duquesa prende as garotas no quarto, ordenando que seu capanga vigie a porta, mas, pra sua surpresa na manhã seguinte os sapatos das jovens estão gastos. Como castigo Rowena as obriga a limpar todo o jardim do palácio. Chega à terceira noite, e as meninas ficam presas no quarto novamente. Rowena diz que elas são culpadas pela doença do pai, que ele está doente de desgosto. Diante das circunstâncias as princesas decidem ir para o jardim mágico e viver lá eternamente. Derek chega ao palácio e descobre que as jovens sumiram, vai até o quarto e se lembra dos passos de dança, assim consegue chegar ao jardim. Rowena vai atrás dele, ela descobre o jardim, então quebra o piso de flores que dá acesso ao lugar, deixando as jovens presas lá. Depois conta que o homem estava trazendo veneno, as garotas entendem o plano de Rowena e decidem voltar para proteger o pai, para retornar Geneveive precisa dançar com Derek, os dois dançam e todas saem do jardim flutuando até chegar ao jardim de dança que foi da rainha. Contudo Rowena já havia tomado o lugar do rei, ele assinou um documento a nomeando rainha até que ele volte a suas funções. Quando as princesas regressam são perseguidas pelos guardas. Elas armam um plano para conseguir chegar ao rei e contar o que está acontecendo. Cada uma desempenha um papel na missão, e trabalhando juntas conseguem encontrar o pai. Ao chegarem ao quarto encontram o rei quase morto. Rowena tenta lançar um feitiço de dança eterna em Geneveive, mas ela usa o leque para devolver o feitiço na própria duquesa que desaparece dançando. Geneveive não sabe o que fazer para salvar o pai, mas uma das trigêmeas havia guardado um pouco da água da fonte do jardim mágico, e ao beber dessa água o rei se recupera, voltando a vida. Ele fica sabendo de tudo que aconteceu e se desculpa com as filhas, diz que não quer que elas mudem e reconhece o valor de cada uma. O tempo passa e chega o dia do casamento de Geneveive e Derek, a cerimônia acontece no jardim do palácio, todas dançam felizes, inclusive o rei. Diário da Barbie The Barbie Diaries, 2006, 70 min. Escrito por Elise Allen e Laura Mccreary Dirigido por Eric Fogel O filme começa com Barbie, Courtney e Tia – amigas de Barbie – se apresentando e tocando, na verdade elas estão ouvindo musica na garagem e sonhando em serem famosas. 174 Kevin – amigo das garotas – aparece lembrando que o ultimo dia de féria está acabando, eles vão até a uma estrada a beira-mar e falam de seus projetos e sonhos para o novo ano letivo. Tia fala que numerou seus jeans para não usar repetido, e quer ser presidente da escola. Kevin diz que fez filmes curta-metragem de animação, mas não revela seu pedido. Barbie pede para ser a ancora do canal de noticias da escola, quer que no novo ano seja tudo diferente, pois no ano anterior se sentia invisível. Courtney quer arrasar como baterista. No dia seguinte elas chegam à escola, Courtney tenta estacionar, mas Raquelle – garota mais popular da escola e inimiga de Barbie – entra na frente ocupando a vaga. Elas entram na escola e Barbie vê Todd – namorado de Raquelle, ele a cumprimenta e ela fica sem saber o que fazer, pois é apaixonada por ele. Barbie vai falar com o diretor para ocupar a bancada do canal de notícias, mas Raquelle já ocupou o cargo isso deixa Barbie desapontada, mas acaba aceitando ser assistente de Raquelle, pois o diretor pede para contar com ela, e dessa forma ela não consegue dizer não. Porém para sua felicidade Todd e Raquelle rompem o namoro, dado a Barbie a oportunidade de se aproximar do garoto. Ele com vida Barbie para ir ao baile anual da escola com ele, ela aceita prontamente e depois disso começam a andar mais juntos. Animada para o baile Barbie vai ao shopping com as amigas para comprar um vestido especial para o grande dia. Porém quando vai ao caixa pagar o vestido escolhido recebe uma ligação de Todd desafazendo o convite, o rapaz alega que reatou com Raquelle. Barbie fica decepcionada, e ao ver sua tristeza a vendedora lhe oferece uma pulseira que vem acompanhada de um diário. Barbie resolve relatar no diário tudo que sente e que acontece em sua vida. E toma algumas atitudes para mudar a situação em que se encontra. O primeiro passo é inscrever sua banda para tocar no baile da escola. O segundo passo é preparar uma matéria sobre o universo dos “populares” da escolar, isso poderá lhe render a bancada do canal de noticias. Depois disso inventa um brilho labial camuflado em uma caneta, isso lhe rende muitos contatos, pois todas as garotas querem um. O objeto é descoberto e Barbie e suas amigas são chamadas na sala da diretoria, Barbie assume a culpa, mas as três são punidas tendo que lavar pratos no almoço. As amigas estão bravas, mas começam a brincar na cozinha, nesse momento ouvem que a banda foi escolhida para tocar no baile. Além disso, começa a receber bilhetes de um admirador secreto que acredita ser Todd. A protagonista está muito feliz com tudo que vem acontecendo, ela acredita que todo seu sucesso vem do diário que ganhou, atribuindo poderes mágicos ao objeto. Sua matéria 175 começa a desenrolar, ela conquista a confiança das amigas de Raquelle e consegue adentrar no “mundo dos populares”. Para conseguir informações para sua matéria Barbie acaba se envolvendo em fofocas, começa a faltar nos ensaios e deixa suas amigas na mão sempre que precisam. Barbie percebe isso, mas da prioridade a reportagem que está preparando e quer que as amigas entendam isso. Quando ela finalmente consegue um horário especial para exibir sua reportagem se dá conta da situação caótica em que se encontra sua vida. Suas amigas romperam a amizade e resolveram tocar sozinhas no baile. Sua pulseira foi roubada por Raquelle, com isso Barbie não pode escrever no diário. Ela pensa em desistir de tudo, pois acredita que não é capaz de realizar nada sem sua pulseira. Nesse momento ela se da conta de todos os erros que cometeu, reflete sobre suas atitudes e para se redimir com as amigas decide não exibir a matéria, em lugar dela exibe os vídeos de curta-metragem que Kevin produziu nas férias. Barbie volta para casa e toca seu violão sozinha na garagem, enquanto pensa em tudo que aconteceu. Kevin aparece para leva-la ao baile, para sua felicidade as amigas a perdoaram e estão com um vestido especial para o evento. Barbie diz que não consegue sem sua pulseira, Kevin tira a corda do violão e faz uma pulseira com ela, nesse momento Barbie se dá conta de que o objeto não é o responsável pelas coisas que ela realizou, tudo aconteceu graças a sua dedicação e empenho. Elas tocam no baile e a banda faz um grande sucesso. Barbie desce do palco e Todd vai cumprimenta-la, os dois dançam juntos e Barbie descobre que não é ele o autor dos bilhetes, então se da conta de que seu admirador é Kevin e deixa Todd na pista, indo atrás de seu amor. Eles dançam juntos em clima de romance. Barbie aparece em seu quarto escrevendo no diário, ela conclui: “Eu acho que coisas incríveis acontecem mesmo quando a gente bota os sonhos no papel, então da próxima vez que alguém perguntar se você acredita em mágica, a única resposta é sim! A pulseira era mágica? Claro! Pois sem ela jamais teria descoberto quem eu era de verdade, a pulseira destrancou o diário e o diário me destrancou”. Ela fecha o diário e Kevin aparece para assistirem juntos a um filme, eles estão na letra Z, e a comida de acompanhamento deve ter o nome começando com a mesma letra do nome do filme, os dois conversam sobre comida e riem, e assim o filme acaba. Barbie Fairytopia Mermaidia Barbie Fairytopia Mermaidia, 2006, 75 min. Escrito por Elise Allen 176 Dirigido por William Lau e Walter P. Martinshius O filme começa com cenas do filme Barbie Fairytopia, enquanto Azura narra os acontecimentos. Logo após aparecem algumas fadas brincando no campo com Bibble – bichinho de estimação de Elina. Ele corre assustado, pois uma garotinha o está seguindo. Agarota é uma fada que está à procura de Elina, pois Nalu – o príncipe das aguas – foi capturado pelos Fungus – funcionário de Laverna – e corre perigo. Elina decide ir até a enseada de cristal para ajuda-lo. O objetivo de Laverna é conseguir a frutinha da imunidade para que ela possa ficar imune a qualquer magia, já que foi punida no filme anterior. Porém Nalu se nega a leva-los até a tal frutinha. Para força-lo a mudar de ideia um Fungus joga um veneno na água que escorre em direção as águas de Mermaidia, antes que o veneno contamine tudo Nalu resolve leva-los até a frutinha. Neste momento Elina está chegando a enseada e vê a água envenenada, ela vai até lá para tentar descobrir o que está acontecendo. Ela avista Nori – sereia amiga de Nalu – e vai falar com ela, mas Nori não gosta de Elina, pois pensa que Nalu é apaixonada por ela. Elina conta sobre o sequestro, porém a sereia dispensa a ajuda da fada e parte sozinha para procurar o príncipe. Elina come a alga que permite respirar embaixo d’agua e com ajuda de uma tartaruga vai até Mermaidia. Enquanto seguem aparece um golfinho que se junta a eles. Elina consegue chegar e encontra Nori que a maltrata novamente, mas a sereia muda de ideia e decide aceitar a ajuda de Elina, pois precisa dela. Com educação e gentileza Elina consegue uma informação para encontrar o príncipe. Um oráculo as orienta a ir até as “profundezas do desespero” e encontrar o “espelho da neblina”, mas para isso Elina terá de desistir de suas asas para obter uma cauda, Elina diz que não será preciso, mesmo assim o oráculo entrega um colar de pérolas que a trará de volta caso mude de ideia, para voltar a ser fada Elina precisa estar fora da água quando a ultima perola voltar a ficar branca. As duas seguem a missão e chegam às profundezas do desespero, elas precisam descer, mas Elina não consegue, pois a correnteza é muito forte. A sereia vai sozinha, mas fica presa e pede ajuda a fada, sem opção Elina troca suas asas por uma cauda de peixe, e assim consegue resgatar a sereia. Depois de passar por todos os obstáculos elas conseguem descobrir onde está Nalu e partem atrás dele, o caminho é perigoso e elas precisam trabalhar juntas. Elas chegam ao jardim mágico, encontram Nalu e o libertam. Mas a frutinha já está com um dos Fungus, então Elina tem a ideia de trocar a frutinha por outra parecida, ocorre uma disputa pela fruta, e nesse momento o colar de Elina esta voltando a cor branca, ela precisa sair imediatamente da 177 água, caso contrário será sereia para sempre. Ela sai e aguarda, um Fungus joga o frasco de veneno no mar. Para impedir a contaminação, Elina se joga na água e perde suas asas. Ela chora por suas asas, mas se sente feliz por ter conseguido salvar o reino das águas. Tudo parece perdido, mas Nori tem a ideia de dar a Elina uma frutinha que revela “seu verdadeiro eu”, a fada come a fruta e volta a ter asas, elas estão ainda maiores que antes. Os Fungus levam a frutinha para Laverna, acreditando ser a fruta correta, mas é a mesma fruta que Elina comeu, aquela que revela “seu verdadeiro eu”. Laverna come e se transforma em uma rã. A Fada do campo volta para casa e todas as fadas querem saber de sua nova aventura. Barbie em a Princesa da Ilha Barbie as the Island Princess, 2007, 86 min. Escrito por Cliff Ruby e Elana Lesser Dirigido por Greg Richardson O filme começa apresentando uma praia tropical, um panda vermelho e um pavão chegam na praia depois de uma noite de tempestade. Eles encontram objetos na praia e logo após avistam uma garota desmaiada na areia, Sagi – o panda vermelho – decide ajuda-la, Azul – o pavão – é contra, mas acaba cedendo, eles socorrem a garota. O narrador informa uma passagem de dez anos. Vemos uma jovem correndo com um elefante em direção a areia da praia, são Ro e Tika – o elefante, elas se juntam a Azul e Sagi, juntos cantam uma canção que fala sobre a ilha e a amizade entre eles. Na manhã seguinte um navio se aproximando da ilha, ele trás príncipe Antônio que decide aporta na ilha, Ro e os animais observam de longe, Ro fica surpresa por ver pessoas semelhantes a ela. Príncipe Antônio e o cientista real caminham pela ilha quando caem em um lago de crocodilos, quando os animais se aproximam para ataca-los Ro e conversa com eles, deixando os homens surpresos pela sua habilidade de falar com os animais. Ela os leva para o local que habita com seus amigos e apresenta Azul, Sagi e Tika para eles. O príncipe convida Ro para ir ao seu reino, ela aceita, mas leva os animais consigo. Eles chegam ao reino e Antônio apresenta a moça aos pais. Mas descobre que seus pais arranjaram um casamento para ele enquanto esteve fora. O príncipe se recusa a casar com Luciana, pois está apaixonado por Ro, mas o pai não aceita. Na cena seguinte rainha Ariana – mãe da noiva – revela seus planos, ela quer casar a filha com o príncipe para se vingar do rei, 178 pois no passado sua família tentou matar o rei e foi punida com o banimento do reino. Na manhã seguinte Tika pede para ir embora, mas Ro quer procurar sua família. O rei oferece um baile para anunciar o casamento do filho. Por insistência dos animais Ro decide ir ao baile, quando ela aparece Antônio a convida para dançar. Rainha Ariana percebe um sentimento entre os dois, e apressa o rei para realizar o casamento. Logo depois da festa o pai comunica a Antônio que ele se casará em dois dias, ele se recusa e briga com o pai. Procura por Ro para fugirem justos, não a encontra. Rainha Ariana resolve antecipar seu plano envenenando todos os animais do reino. Ro é acusada do crime e levada presa, para liberta-la Antônio aceita se casar com a noiva escolhida por seu pai. Ro e seus animais são mandados de volta para a ilha, mas ao partir Ro descobre que rainha Ariana pretende matar a todos, ela tenta voltar, mas é atirada ao mar, no incidente recupera sua memoria e lembra que seu nome é Rosella. De volta ao palácio Ro consegue salvar os animais e provar sua inocência. Com tudo resolvido o rei e a rainha se desculpam com Ro por acusa-la. Antônio pede Ro em casamento, nesse momento aparece a rainha mãe de Rosella. Chega o dia do casamento de Rosella com Antônio, eles partem com os animais de navio para a lua de mel. Barbie Fairytopia A Magia do Arco-Íris Barbie Fairytopia Magic of the Rainbow, 2007, 74 min. Escrito por Elise Allen Dirigido por William Lau O filme começa com Azura narrando as aventuras do primeiro filme com a Fada do Campo Barbie Fairytopia e do segundo filme Barbie Fairytopia Mermaidia. Começam as cenas do terceiro filme e aparecem Elina, Dandelion, Bibble e outras fadinhas voando e brincando no campo. Algumas fadas se aproximam e querem saber das aventuras de Elina, ela se tornou a heroína de Fairytopia. Neste momento Azura aparece para conversar com Elina, e convida a fada para ser sua aprendiz, pois as/os guardiãs/ões decidiram ensinar outras fadas a realizar o primeiro voo da primavera. Elina aceita o convite temerosa de suas capacidades para assumir essa missão. Apesar disso, parte com Bibble para o castelo de Cristal, local onde aprenderá o ritual. Elina se aproxima do castelo, mas para a alguns metros com receio de encontrar as/os outras/os aprendizes. Nesse momento ouve uma voz, é um rapaz chamado Linden, que 179 também é aprendiz, depois de conversar com o novo colega Elina decide ir ao dormitório. Ela chega, mas, não sabe qual é o seu, a medida que vai procurando seu quarto também conhece outras/os colegas. Elas/es são hostis com Elina, principalmente fada Solar, que já ouviu falar da Fada do Campo e mesmo sem conhecê-la já não gosta dela. Finalmente encontra Glee, uma fada que a trata com educação e mostra seu quarto. Na manhã seguinte as/os guardiãs/ões reúnem as/os aprendizes e explicam como será o ritual, delegando as tarefas de cada um. Elina vai para aula de magica, lá descobre que tem poderes que desconhecia. Na aula de “voança” – uma mistura de voo com dança – Elina mais uma vez se sai bem, isso desperta ainda mais a inveja da fada Solar. A noite chega e elas vão para aula de “luminescência”, Elina tem dificuldades controla seus poderes e acaba atingindo fada Solar que revida e as duas começam a brigar; Azura as repreende e proíbe de usar magia uma contra a outra. Começa um novo dia, Elina está na mata e conversa com Linden, aparece uma rã, dizendo que foi enfeitiçada por uma bruxa, a fada acredita que o feitiço é obra de Laverna e resolve desfazê-lo, porém a rã é a própria Laverna que agora está livre novamente para usar seus poderes. Elina corre para contar as/os guardiãs/ões, que ficam em dúvida, pois aparentemente Laverna continua presa no pântano, mesmo assim Azura reforça a segurança do castelo. Quando chega ao dormitório a fada é hostilizada pelos colegas. Azura ordena que façam rondas noturnas em grupo. Porém já é tarde, Laverna tomou o lugar de fada Solar, assumindo sua aparência, a bruxa planeja destruir o primeiro voo da primavera para tomar o reino. O plano começa a dar certo, Laverna envenena todas/os guardiãs/ões com veneno de sapo antes que tenham terminado de treinar as/os aprendizes. A rainha convoca todas/os para uma reunião e passa a elas/es a responsabilidade de fazer o voo da primavera. Chega o dia do ritual, as/os aprendizes vão para o pátio onde acontecerá o primeiro voo da primavera. Começam o ritual e conseguem fazer a primeira parte que é a câmara onde será realizada a cerimônia. Porém, em meio ao ritual Laverna se revela para Elina, que entende finalmente que era o plano da Vilã. Elina decide sair para procurar a fada Solar, pois somente com a fada verdadeira o ritual poderá dar certo. Depois de tensos momentos de busca Elina finalmente encontra fada Solar e as duas voltam para o palácio de cristal. Laverna finalmente se revela e exige que sua irmã – a rainha – entregue seu trono, a rainha aceita a exigência com a promessa de que o primeiro voo da primavera será protegido. Porém Laverna não cumpre sua promessa e tenta destruir o botão de flor que representa o primeiro voo da primavera. Neste momento Elina se põe a frente do feitiço de Laverna para salvar o botão, ela 180 começa a ficar fraca, pede a ajuda das/os colegas e todas/os se juntam enviando seus poderes a Elina que derrota Laverna. Mas já é tarde, um tenebroso inverno se abate sobre Fairytopia. Elina não desiste e convoca as/os aprendizes para retomarem o ritual. Finalmente a flor se abre e milhares de borboletas saem voando, um arco-íris aparece, o inverno desaparece e Fairytopia está salva. Depois de tudo terminado a rainha reúne a todas/os guardiãs/ões e aprendizes para agradecer a bravura de cada uma/um, concedendo uma medalha de honra pelo empenho. Elina se despede das/os colegas e volta para sua casa no campo. Barbie Butterfly a Nova aventura em Fairytopia Barbie Mariposa, 2007, 74 min. Escrito por Elise Allen Dirigido por Conrad Helten O filme começa com Bibble ensaiando para seu encontro com Dizzle – bola de pelos, como ele, que conheceu no filme Barbie Fairytopia A Magia do Arco-Íris – ele esta com medo de conhecer as/os amigas/os de Dizzle, por isso desiste de ir ao encontro dela. Para motivar seu bichinho de estimação Fada do Campo conta a história de Butterfly – uma fada Borboleta sua amiga – que vive no reino de Flutterfield. Enquanto Elina conta a história começamos a ver as cenas. Esse reino era cercada por Skeezites – seres enormes que comiam as fadas borboletas – elas tinham que se esconder durante a noite para salvar suas vidas, mas a rainha Marabella colocou flores magicas iluminadas nas arvores que brilhariam enquanto ela vivesse, isso matinha os Skeezites afastados. Butterfly é tímida e não gosta de se misturar as grandes multidões, prefere a companhia um livro e de um lugar silencioso onde possa ver as estrelas. Butterfly e Willa – sua amiga – trabalham para Rayna e Rayla, duas fadas espanholas, vaidosas e que vivem brigando entre si. Haverá um baile a noite, elas querem se preparar para arrasar no baile, entregam uma lista de coisas para Willa providenciar, Butterfly fica na casa para atender as ordens das irmãs. É noite, em um local afastado Henna – assistente da rainha – prepara uma poção para matar a rainha e tomar seu lugar. Butterfly deixa as irmãs Rayna e Rayla nas entrada do baile e sai, nesse momento encontra príncipe Carlos, mas não o reconhece, ele se apresenta como Andreos e os dois conversam. Na manhã seguinte Butterfly acorda com Andreos batendo em sua janela, ele revela que é o príncipe e que a rainha está doente, envenenada por Ilios, ele entrega um mapa a fada 181 e pede que ela procure pelo antídoto. No trabalho Butterfly descobre que o príncipe está preso no castelo e conta sobre o mapa, as irmãs resolvem que elas vão buscar o antidoto e Butterfly vai junto como criada. Depois de passar por inúmeras dificuldades e contar com ajuda de outras pessoas, as fadas finalmente chegam ao local que guarda o antídoto, elas decidem que Butterfly deve continuar, pois apenas uma poderá entra. O remédio está em uma estrela, a fada precisa escolher a estela certa e tem apenas uma chance, com inteligência ela descobre a estrela e consegue o antidoto, e num passe de mágica voltam direto a Flutterfield. No reino a situação está caótica, a rainha está a beira da morte e Henna ordenou que os Skeezites invadissem a cidade, as fadas enfrentam os monstros com luzes. Butterfly apare trazendo o antidoto que é uma flor, ela a aproxima do nariz da rainha, mas Henna toma de suas mãos e a destrói. Tudo parece acabado, mas a rainha volta a vida e as luzes protetoras de Flutterfield se acendem novamente afastando os Skeezites. Henna consegue fugir, mas deixa a promessa de voltar para retomar o reino. Depois de tudo resolvido a rainha oferece uma condecoração as garotas que foram bravas e corajosas salvando o reino. Aparece novamente fada do Campo que termina a história, Bibble está otimista e mudou de ideia sobre conhecer as/os amigas/os de Dizzle. Ela finalmente chega e eles se abraçam felizes. As amigas são mini fadas que gostam muito dele. Elas saem voando e brincando animadas. Barbie e o Castelo de Diamante Barbie The Diamond Castle, 2008, 83 min. Escrito por Cliff Ruby e Elana Lesser Dirigido por Gino Nichele O filme começa com Barbie e Tereza – sua amiga – ensaiando uma música que fala de amizade. Stacie – irmã de Barbie – entra no local brava por ter brigado com sua melhor amiga. Para fazer Stacie pensar melhor sobre amizade Barbie conta a história de duas amigas e um castelo de diamante. As cenas começam, Liana e Alexa colhem flores no campo para vender. As duas moram na mesma casa e dividem todas as tarefas. Liana encontra no fundo do lago duas pedras em forma de coração e decide fazer colares de amizade, para serem “melhores amigas hoje, amanhã e sempre”. Depois disso começa uma grande tempestade na manhã seguinte o campo está completamente destruído. As jovens recolhem as flores que sobraram, arrumam 182 um pão com geleia para o lanche e vão para a cidade vender. No caminho elas encontram uma senhora com roupas maltrapilhas, então resolvem dar o pão a mulher que em troca oferece um de “seus tesouros”, Liana escolhe um espelho velho. Ao chegar em casa ela limpa o espelho, a peça dourada fica brilhante. Elas vão trabalhar no campo e enquanto cantam descobrem uma voz que vem do espelho, elas pegam o objeto e veem uma jovem dentro dele. O espelho esconde Melody, uma aprendiz das ninfas da música. Ela conta para as garotas que a muitos anos Lydia – uma das ninfas – resolveu tomar o Castelo de Diamantes e ser a única ninfa, para isso transformou as outras em estátuas de pedra. Melody conseguiu ocultar o castelo – que guarda os instrumentos mágicos – e salvar a própria vida se escondendo no espelho. Porém quando Melody cantou com as amigas um dragão – serviçal de Lydia – conseguiu localiza-la, o animal parte em busca da garota e descobre que ela está no espelho. Desajeitado o dragão acaba incendiando a cabana das garotas, destruindo tudo. Depois do estrago Liana consegue convencer Alexa a irem juntas para derrotar Lydia e salvar as musas da música. Elas partem para realizar a missão, mas estão famintas. Chegando em uma aldeia encontram o dono de um restaurante bravo por que seus músicos não apareceram. As duas resolvem tocar no lugar dos rapazes para ganhar comida, enquanto elas se apresentam Melody não resiste e canta junto atraindo o dragão, isso permite a Lydia partir no encalço delas. Antes de sair do local elas conhecem os músicos, são dois irmão Ian e Liam que as ajudará até o fim da missão. Lydia aparece no caminho e tenta enfeitiça-las para pegar o espelho, mas as pedras de coração as protege e elas conseguem fugir com a ajuda dos irmãos. Na manhã seguinte elas chegam a um local que pode dar acesso ao local do castelo. Existe uma ponte oculta que é guardada por um Ogro, ele prende os dois rapazes, para liberta-los e liberar a ponte o Ogro faz uma charada que Liana consegue desvendar. Elas seguem caminhando cansadas quando avistam uma fumaça, é uma casa, elas vão até lá e encontram uma família enfeitiçada por Lydia. O casal diz que a mansão é delas, pois uma lenda fala de duas melhores amigas que herdarão tudo aquilo. Alexa quer ficar, mas Liana quer seguir para levar Melody, as duas se desentendem, Alexa decide ficar e Liana segue. Logo após a saída de Liana, Alexa joga seu colar, nesse momento Lydia aparece e leva Alexa para seu castelo. Quando finalmente chegam ao local que oculta o castelo o dragão aparece e captura Liana e o espelho. No castelo Lydia consegue tomar o espelho e o dragão tenta matar Liana e Alexa, porém as duas conseguem escapar. Elas voltam para o local do castelo e conseguem enganar Lydia. Para fazer aparecer o castelo as duas cantam a canção de Melody, enquanto cantam o castelo emerge de um lago. Elas entram no castelo e Lydia 183 reaparece, mas antes que ela consiga destruir os instrumentos Liana e Alexa os pegam e os tocam. Nesse momento Lydia se transforma em estátua e todos os seus feitiços se desfazem. As musas voltam ao castelo, e declaram as amigas como “princesas da música”. Melody se torna a terceira musa. As garotas são convidadas a ficar no castelo, mas decidem voltar para casa. Com sementes mágicas recuperam o jardim que havia sido destruído. As novas plantas produzem flores com diamantes e as garotas vivem felizes. Ao final da história Stacie resolve procurar sua amiga para pedir desculpas. Tereza e Barbie terminam o ensaio da música que fala de amizade. Barbie apresenta A Pequena Polegar Barbie Presents Tumbelina, 2008, 75 min. Escrito por Elise Allen Dirigido por Conrad Helten O filme começa em um campo colorido e ensolarado. Barbie está acompanhando um grupo de crianças que irão plantas arvores neste campo. Uma das meninas escolhe a menor muda para plantar, outras crianças riem dela dizendo que aquela muda não serve pra nada por ser pequena. Barbie contesta dizendo que mesmo os/as mais pequenos/as podem fazer uma grande diferença, então começa a contar a história da pequena Polegar. Começamos a ver as cenas e em off a voz de Barbie narra os fatos. Perto de uma cidade grande havia um campo florido e calmo onde existe o mundo dos/as Twillerbees, pequenas criaturas que tem o poder de ajudar as plantas a crescerem. Essas criaturas tem medo dos seres humanos, mas Polegarzinha é diferente, ela é a mais corajosa dos/as Twillerbees. A garota resolveu fazer, com pétalas de flores, asas para ela e suas amigas, Chrysella e Janessa, para que pudessem voar sobre o campo. Com as asas prontas vão até o topo de uma arvore para alçar voo. Depois do primeiro voo as garotas descobrem que estão chegando ao campo alguns humanos com maquinas para trabalhar ali. Chega também, um carro com Makena e seu pai e sua mãe, eles são os responsáveis pela obra que vai acontecer no campo. Makena conversa por telefone com Violet, sua amiga, uma garota rica que tem tudo que quer. Violet conta a Makena que ganhou uma ilha e pergunta se ela ganhou algo, para dizer que também ganhou alguma coisa, Makena pede ao pai um canteiro de flores para por em seu quarto. As flores floram levadas e com elas as Twillerbees que estavam escondidas nas pétalas, foram todas para o apartamento de Makena na cidade. Na primeira 184 oportunidade as garotas decidem fugir, antes de sair ouvem que o campo será destruído para dar lugar a uma fábrica. Polegarzinha decide ficar na cidade para tentar fazer algo que impeça a destruição de seu lar, Janessa e Chrysella voltam para o campo, elas se juntam as/os demais Twillerbees para impedir o funcionamento das máquinas. Polegarzinha ouve uma conversa de Makena com Violet e se propõe a ajudar para impressionar a amiga, mas em troca a garota teria que ajuda-la a impedir a construção da fábrica. Os dias vão passando e os/as Twillerbees continuam fazendo de tudo para segurar as maquinas. Enquanto isso Polegarzinha insiste com Makena para falar com seu pai e sua mãe. Inicialmente Makena não pensa em ajudar, ela quer apenas exibir Polegarzinha como objeto exclusivo para impressionar Violet. Quando Polegarzinha descobre a intenção de Makena fica magoada e decide ir embora. Mas, ao conviver com Polegarzinha, Makena descobre o que significa uma amizade, por isso rompe relações com Violet e vai a procura da nova amiga para se desculpar com ela. Reconciliadas as duas voltam para tentar convencer os adultos a pararem a construção. Com muito esforço Makena leva a família para um chá na estufa do apartamento, ela pede a interrupção do projeto, mas não é atendida. Nesse momento Polegarzinha se revela ao pai e a mãe da amiga e fala de seu lar, conta que muitos/as Twillerbees vivem lá e que ficarão sem casa se o campo for destruído. Comovidos eles decidem parar imediatamente a construção e partem para o campo. No caminho encontram um engarrafamento, então Makena segue de bicicleta para chegar mais rápido. Ela enfrenta com coragem o chefe de obras que se recusa a parar a derrubada do campo, finalmente sua família chega e impedem o funcionário de continuar o trabalho. Depois de tudo resolvido vão para o local onde ficam os twiller-brotos e assistem ao nascimento dos twiller-bebês que são imediatamente adotados pelos/as Twillerbees adultos. Para garantir que nada aconteça ao campo e ao mundo dos/as Twillerbees Makena e sua família transformaram o campo em uma área de preservação permanente. O filme termina com Barbie finalizando a história, ela diz que não importa o tamanho, cada um pode fazer a diferença. As crianças saem agitadas procurando por Twillerbees no campo do piquenique. Polegarzinha, Janessa e Chrysella aparecem a fazem a pequena arvore plantada no início, crescer e ficar grande como as outras. Barbie em A Canção de Natal Barbie in A Christmas Carol, 2008, 76 min. Escrito por Elise Allen 185 Dirigido por William Lau O filme começa com Barbie procurando por Kelly, sua irmã. A garota está chateada e não quer ir ao baile beneficente de natal, alega que prefere ficar em casa para fazer as coisas que fazem todos os anos. Barbie resolve contar uma história para Kelly sobre a importância do natal. Ouvimos sua voz em off enquanto as cenas começam a aparecer na tela. Vemos Eden – famosa cantora lírica da era vitoriana – cantando no palco a música “pinheirinho”. Quando o espetáculo termina Eden deixa o palco e começa a reclamar de tudo a sua volta. Ela chama por Catherine – sua amiga e figurinista – que não aparece, pois está com os/as demais funcionários/as do teatro arrumando a decoração de Natal. Ao vê-los/las cantando felizes Eden avisa que não terão o feriado de natal, as pessoas reclamam e a cantora ameaça demitir quem não vier trabalhar. Os/as funcionários/as ficam tristes, mas precisam do emprego e por isso se submetem as vontades da cantora. Logo depois Eden está dormindo, mas é acordada pelo espírito de sua tia Marie que aparece no quarto arrastando correntes com espelhos nas pontas. O espírito da tia interpela Eden a mudar de atitudes, para que não tenha um fim tão trágico quanto o seu. Tia Marie sempre repetia que “num mundo egoísta só os egoístas se dão bem”, e este passou a ser o lema da cantora, a tia reconhece que estava errada sobre isso, mas Eden não acredita no que vê e pensa se tratar de algo planejado pela sua equipe. Revoltada com a atitude da sobrinha tia Marie avisa que ela receberá naquela noite os três espíritos do natal, sendo essa sua última chance de mudar seu destino. Eden volta a dormir, mas é acordada pelo ‘espírito do natal passado’ que a leva para um dos natais de sua infância. A cantora, ainda criança, está em casa ensaiando para melhorar a voz. Ela pede para ir a festa de natal na casa da família de Catherine, mas a tia a proíbe de sair. Mesmo assim a garota sai escondida, ela e a amiga prepararam uma apresentação para a noite de natal, mas tia Marie aparece e a leva para casa, deixando-a de castigo por ter fugido. Eden sofre com a lembrança do passado e volta para seu quarto. Tão logo voltou a dormir aparece o ‘espírito do natal presente’ que a leva para a situação ocorrida horas antes. Eden descobre que os/as funcionários/as estão furiosos/as com ela. Depois seguem Catherine que foi até um orfanato, no qual trabalha como voluntária, ela organizou uma apresentação de natal com as crianças. Eden fica desapontada, pois tinha acusado Catherine de estar trabalhando para outra companhia de teatro sem sua autorização. De volta ao quarto Eden fica comovida com tudo que viu, mas continua irredutível sobre o ferido para os/as 186 funcionários/as. Após alguns minutos de sono aparece o ‘espírito do natal futuro’ que a leva para visitar um futuro sombrio e solitário. A cantora demitiu sua equipe por chegar atrasada, depois disso, seus espetáculos começaram a perder público até perder completamente a fama e ficar pobre. Ela descobre que Catherine se tornou uma estilista famosa e vai pedir ajuda a ela, mas encontra uma pessoa egoísta e mesquinha, agora é Catherine que repete a frase: “num mundo egoísta só os egoístas se dão bem”. Eden fica desamparada, abandonada na rua com frio e fome. É manhã, Eden acorda em seu quarto e percebe que foi tudo um sonho, mas algo mudou em sua forma de pensar. Ela resolve liberar sua equipe para passar o natal com os familiares, oferece presentes e uma bonificação para cada pessoa, depois pede para ir com Catherine na apresentação das crianças do orfanato e se torna colaboradora do mesmo, oferecendo ajuda financeira. Cumprida a agenda as duas partem para a festa na casa da família de Catherine, como faziam na infância. Barbie termina de contar a história que Kelly ouviu atentamente, a menina percebe que está sendo egoísta ao se recusar a passar o natal com os/as amigos/as e resolve ir ao baile com a irmã. Barbie e as Três Mosqueteiras Barbie and the Three Musketeers, 2009, 81 min. Escrito por Amy Wolfram Dirigido por William Lau O filme conta a história de Corinne, filha de Dartagnan, famoso mosqueteiro da história de Alexandre Dumas. A jovem sonha em ser mosqueteira como o pai, enquanto desenvolve as atividades na fazenda em que mora com a mãe, aproveita para realizar seu treinamento de mosqueteira. Apoiada pela mãe Corinne parte em busca de seu sonho, vai acompanha do cavalo Alexander, que foi de seu pai, e de sua gatinha de estimação, Miette. Mas ao chegar a Paris descobre que não será fácil se tornar a primeira mulher mosqueteira. Corinne procura o chefe dos mosqueteiros e apresenta a carta de sua mãe, porém o homem diz que não pode ajuda-la, pois ela não tem os requisitos necessários para ser mosqueteira. Corinne sai do local desapontada, senta-se em um banco e pensa na situação que está vivendo, nesse momento aparece um cachorro perseguindo Miette, os animais vão em direção ao castelo e Corinne segue atrás para ajudar sua gata de estimação. Ao chegar ao castelo a jovem é convidada para trabalhar como arrumadeira, sem outra opção, aceita o trabalho e conhece 187 outras três jovens que também trabalham no castelo, elas convidam a nova funcionária para passar uma semana com elas, até que arrume um lugar para ficar. Em um dia normal de trabalho as garotas estão limpando o castelo quando o príncipe aparece, ele está testando um balão movido a ar quente, mas enquanto o príncipe desce as escadas um lustre despenca do teto, quase caindo sobre ele, estilhaços do lustre voam por todos os lados e cada uma das meninas mostra sua habilidade ao se desvencilhar dos objetos. Depois de tudo resolvido elas conversam e descobrem que nutrem em comum o sonho de serem mosqueteiras. Hélène, uma senhora que trabalha há muitos anos no castelo, percebe o talento das garotas e as leva para treinarem em um local secreto no castelo. Dias depois Corinne vê o príncipe em apuros, ele estava testando sua máquina de voar quando a corda se rompe e o balão levanta voo. Corinne parte para salvá-lo e consegue retornar com o balão ao chão em segurança. As jovens avaliam os acidentes e percebem que alguém está atentando contra a vida do príncipe. Em uma noite, despois do trabalho, elas descobrem que os atentados são obra do regente, responsável por cuidar do reino até que o príncipe se tornasse adulto. Elas tentam avisar os mosqueteiros da guarda real, mas como não conseguem provar nada são banidas do castelo. Para salvar a vida do príncipe elas decidem arrumar fantasias para entrar no baile sem serem reconhecidas, produzem roupas especiais e armas discretas que entrarão camufladas sob as roupas. Chega o grande dia e as jovens conseguem entra na festa, chega o momento do ataque e elas entram em ação, enfrentam os mosqueteiros aliados do regente e os derrotam. Corinne mais uma vez salva a vida do príncipe que estava prestes a ser lançado do topo do castelo. Em retribuição a bravura e coragem das garotas o rei, príncipe já coroado, nomeia a cada uma como mosqueteira, dando a elas uma vaga na guarda real. Ao final o novo rei convida Corinne para um passeio de balão, mas ela recebe a notícia de um novo complô contra o rei e parte em missão, adiando o passeio para o momento que for possível. Barbie Moda e Magia Barbie in A Fashion Fairytale, 2009, 82 min. Escrito por Elise Allen Dirigido por William Lau Neste filme Barbie interpreta a si mesma em um episódio de sua vida. Ela está atuando na gravação do filme A princesa e a ervilha quando questiona o diretor e é demitida. Ela fica 188 sem saber o que fazer, foi a primeira vez que isso lhe aconteceu, logo após descobre varias críticas a seu trabalho circulando na internet, e para piorar sua situação recebe uma ligação de seu namorado Ken rompendo o namoro. Diante de tantos problemas decide visitar sua tia Millicent em Paris. Quando chega a cidade Barbie descobre que a confecção de sua tia está falida e terá que entregar o prédio em três dias. Barbie começa a ajudar a guardar tudo para desocupar o prédio, mas junto com Alice, assistente de Millicent, descobre um armário mágico onde surgem três fadas da moda que transformam as roupas, elas colocam nas peças glamour, glitter e brilho. As garotas começam a trabalhar duro para produzir um desfile com a finalidade de salvar a confecção. Enquanto elas trabalham, Ken descobre por meio das amigas de Barbie que o namoro dos dois foi rompido. Ele foi vítima de um plano de Raquelle para separa-lo de sua amada, então decide ir a Paris para fazer um grande gesto romântico e provar a Barbie seu amor. Ele enfrenta todo tipo de adversidade e empecilhos pelo caminho, mesmo assim não desiste de encontra-la. Jaqueline e Delphine, concorrentes de Millicent, tentam impedir o desfile e chegam a sequestrar as fadas da moda, mas suas peças são ruins e o desfile organizado por elas se torna um fracasso. Enquanto isso, com muito trabalho e com a ajuda das fadas Barbie e Alice promovem o desfile conseguindo um numero expressivo de público, todas as peças são vendidas e elas conseguem o dinheiro para recuperar o prédio da confecção. Quando o desfile está prestes a acabar Ken finalmente chega e revela seu amor a Barbie. Os dois se reconciliam e selam o amor com um beijo. Ao final são convidados/as para uma luxuosa festa em um castelo de Paris, a turma toda segue em carruagens até o castelo. Barbie recebe um convite para ser diretora do próximo filme, e sua vida finalmente parece estar voltando ao normal. Barbie em Vida de Sereia Barbie in A Mermaid Tale, 2010, 74 min. Escrito por Elise Allen Dirigido por Adam L. Wood Neste filme Barbie interpreta Merliah, uma jovem surfista disputando um campeonato em Malibu. Em meio a uma prova a garota descobre que seu cabelo ganhou mechas rosa, envergonhada e sem saber o que fazer ela se esconde e desiste da prova. Merliah mora com seu avô e em conversa com ele descobre que é filha de uma sereia. A jovem não acredita na 189 história e volta para a praia, lá encontra com suas amigas e enquanto conversam aparece um golfinho procurando por ela. Esse golfinho é Zuma, amiga da rainha Calissa, mãe de Merliah. O animal conta para Merliah que sua mãe foi aprisionada pela própria irmã, Eris, e por essa razão todo o reino de Oceana está em perigo, pois as águas estão sendo envenenadas pela Marvita de má qualidade produzida por Eris. Merliah decide partir com o golfinho, pois sua mãe a ajudará a resolver as transformações que estão correndo com ela. Ao chegar a Oceana Merliah descobre que precisará de três itens para vencer Eris, com a ajuda de duas amigas sereias e dos animais marinhos a jovem começa sua busca. Ela encontra o pente celestial, primeiro item de sua lista, depois conquista a admiração de um peixe dos sonhos e por fim consegue pegar o colar da própria Eris. Porém mesmo com os três itens em mãos nada acontece, Eris descobre que ela é a filha de Calissa e a joga em um redemoinho que a levará para a vala mais funda do oceano. Neste momento Merliah pede ajuda ao peixe dos sonhos, ele aparece e oferece a ela a possibilidade de voltar para sua vida sem jamais se lembrar do que ocorreu e sem as mudanças que estavam acontecendo em seu corpo. A jovem fica tentada a aceitar, mas reflete sobre o que está acontecendo e decide que não pode fugir, reconhece que como princesa de Oceana é seu dever ficar para ajudar seu povo. Neste momento algo mágico acontece, suas pernas se transformam em calda de sereia e Merliah sai do redemoinho, ela enfrenta Eris e consegue jogar a vilã na prisão da vala mais profunda do mar. Em seguida liberta sua mãe que produz uma explosão de Marvita recuperando as águas do oceano. Depois de tudo resolvido Calissa oferece um colar para a filha que lhe permitirá escolher ter pernas ou calda sempre que precisar. Merliah volta para Malibu e vence o campeonato, ela agora está feliz com sua condição de sereia e não liga mais para a mudança na cor de seu cabelo. Barbie e O Segredo das Fadas Barbie a Fairytopia Secret, 2010, 71 min. Escrito por Elise Allen Dirigido por William Lau O filme começa com Barbie e Ken chegando ao evento de lançamento de mais um filme da Barbie. Raquelle também atuou no filme, mas fica com inveja do vestido e da atenção dedicada a Barbie, com raiva ela rasga a peça, mas para felicidade de Barbie suas 190 estilistas conseguem consertar e ela volta para o evento. No dia seguinte Barbie, Ken e suas amigas estilistas Carrie e Taylor estão em uma lanchonete quando Raquelle aparece. Revoltada com as atitudes da garota Barbie resolve tirar satisfação sobre o episódio da noite anterior, mas enquanto ela e Raquelle discutem aparecem algumas fadas que sequestram Ken levando-o para Glossangeles, terra das fadas, onde será obrigado a se casar com princesa Graciella. Carrie e Taylor também são fadas, elas tentam impedir o sequestro, mas não conseguem, então se revelam para as garotas e as quatro decidem ir ao reino das fadas para salvar Ken. Elas vão até Paris para encontrar um portal por onde possam entrar em Glossangeles. A fada que cede o portal desconfia que a princesa Graciella possa estar sob o feitiço do amor, ela entrega as garotas um frasco com o antídoto para libertar a princesa do feitiço. Quando chegam ao reino descobrem que o casamento já está sendo organizado. Trabalhando em equipe elas conseguem passar pela segurança do castelo e encontram Ken, mas ele está em um duelo com Zane, jovem fada apaixonado por Graciella. Barbie tenta impedir o duelo e revela a Graciella que ela está sob feitiço, mas a princesa não acredita e prende as garotas em ira-esferas, elas tentam escapar de todas as maneiras que podem, mas nada funciona contra as esferas. Sem alternativa Barbie e Raquelle começam a conversar, elas falam sobre o passado e descobrem que tudo entre elas foi um mal entendido. No momento em que se perdoam mutuamente a esfera se desfaz, livres as duas vão mais uma vez tentar impedir o casamento. Ken está acorrentado no altar, ele se recusa a dizer sim, mas Graciella faz uma mágica para obrigá-lo a responder, neste momento as garotas aparecem interrompendo a cerimônia. Inicia-se uma perseguição até que finalmente Barbie joga o antídoto em Graciella que recobra a razão. Depois de tudo esclarecido princesa Graciella se desculpa pelo ocorrido e pede que não contem a ninguém sobre Glossangeles, mas Raquelle diz que será impossível guardar esse segredo. Para proteger o reino das fadas Graciella apaga a memoria de Barbie, Ken e Raquelle, eles acordam no dia seguinte pensando que tiveram um sonho. Porém Raquelle e Barbie ainda sentem que se tornaram amigas, e tudo indica que será o início de uma grande amizade entre elas. Barbie Escola de Princesas Barbie Princess Charm School, 2011, 79 min. Escrito por Elise Allen 191 Dirigido por Zeke Norton O filme começa com Blair trabalhando em uma cafeteria, depois do trabalho ela volta para casa, um lugar humilde onde vive com a mãe adotiva e a irmã mais nova. Emily assiste pela televisão o sorteio anual de uma vaga para alguma plebeia do reino ingressar na escola de princesas e ter a oportunidade de se tornar ‘dama real’. Ela inscreveu a irmã sem seu conhecimento e para surpresa de Blair foi ela a garota sorteada. Inicialmente a jovem se recusa a ir e deixar a mãe que está adoecida, mas com incentivo da mãe e da irmã Blair resolve ir. Chegando ao castelo Blair fica admirada com o prédio monumental. Ela é recepcionada pela diretora da instituição que apresenta as regras da instituição e o espaço físico. Durante sua estada na escola Blair contara com a assistência de Grace, uma mini fada que ficará a disposição para ajuda-la. Blair é hostilizada logo no primeiro contato com Delancy, jovem que herdará o trono de Gardênia, ela diz a Blair que a escola de princesas não é lugar para uma garota como ela. Já no quarto Blair conhece suas colegas, Isla e Hadley, ambas são aprendizes de princesa, mas uma gosta de jogar futebol e a outra de compor músicas eletrônicas. Não tarda a começarem as aulas, Balir tem dificuldades para acompanhar as outras garotas, ela é desengonçada para andar, pisa nos pés das colegas nas aulas de dança e derruba tudo no refeitório. Diante de tantas dificuldades a jovem pensa em abandonar a escola e voltar para casa, mas decide ficar para ter condições de ajudar sua família a ter uma vida melhor. A diretora da instituição ouve que Blair é filha adotiva de uma família pobre e decide ajudar a garota a se manter na escola, para isso oferece aulas particulares de etiqueta, equilíbrio, postura e atividades relacionadas ao cargo de dama real. As coisas estavam correndo relativamente bem, mas Dama Devim, mãe de Delancy, continua tentando expulsar a jovem da escola. Em um passeio pelo castelo Blair e suas amigas encontram um retrato da rainha Isabella, morta com toda a família em um acidente ocorrido a dezoito anos, elas notam que Blair tem uma grande semelhança com a rainha e começam a achar que ela é a princesa Sofia, supostamente a única sobrevivente do acidente. Delancy ouve a conversa e começa a desconfiar das atitudes de sua mãe contra Blair. As garotas resolvem investigar o caso, para isso precisam encontrar a coroa real, ela se iluminaria quando colocada na cabeça da herdeira legítima do trono, assim provariam que Blair é a verdadeira princesa. Antes que as garotas encontrem a coroa Dama Devim consegue incriminá-las por roubo e as manda para a prisão, porém Delancy resolve ajudar, liberta as garotas e entrega um 192 mapa indicando o local onde a coroa está guardada. Elas conseguem entrar no cofre, mas a vilã aparece deixando-as presas para que não possam comparecer a cerimônia. Depois de muitas horas trancafiadas as garotas conseguem escapar, chegando a igreja no exato momento em que Delancy seria coroada. Blair exige para si a coroa se revelando princesa Sofia, mas Dama Devim exige que a filha seja coroada. Ocorre uma disputa pela coroa até que finalmente ela chega as mãos de Delancy, a jovem, contrariando a mãe, entrega a coroa a Blair que em um passe de mágica se transforma em princesa. Ao final dama Devim revela em rede nacional que provocou o acidente com a família real apenas para que sua filha fosse coroada e após a confissão a vilã é levada presa. Blair escolhe Delancy para ser sua dama real, todas as garotas vão para o baile onde se encontram com os garotos da escola de príncipes. A família de Blair chega para a festa e o filme termina na celebração festiva. Barbie em Vida de Sereia 2 Barbie in A Mermaid Tale 2, 2011, 72 min Escrito por Elise Allen Dirigido por William Lau O filme começa com a apresentação do programa ‘Bom dia Oceana’ o apresentado faz um resumo da história de Merliah contada no filme Barbie em Vida de Sereia. O povo de Oceana está na torcida pela jovem princesa que vai competir em um torneio de surf na Austrália. Merliah chega a Oceana e é cumprimentada e reconhecida pela população, ela vai até o castelo para conversar com a mãe. Calissa convida a filha para ir à cerimonia de ‘renovação do poder de fazer Marvita’, mas o evento será no mesmo dia e horário da competição de Merliah, por isso a jovem se recusa a ir, mãe filha discutem, uma não entende a necessidade da outra e Merliah vai embora. Em terra firme a jovem tira seu colar, que permite a transformação em sereia, para fazer fotos para a grife com a qual assinou contrato. Aproveitando a oportunidade Kylie, rival de Merliah na competição, rouba o colar a pedido de um peixe, ela se transforma em sereia e desce ao fundo do oceano. O peixe levou Kylie a mando de Eris que usou a jovem para escapar da prisão, deixando-a em seu lugar. A vilã pretende tomar o lugar da irmã na cerimônia para que possa ter o poder de fazer Marvita e assim consiga tomar o reino. Merliah fica sabendo que algo está acontecendo no mar e consegue encontrar Kylie libertando-a da prisão. A garota se desculpa e devolve o colar para 193 Merliah, mas como não consegue respirar embaixo d’agua fica com o colar até saírem do mar. Mas antes que possam voltar Merliah descobre que a mãe está aprisionada em um feitiço de Eris e não poderá fazer o ritual, então parte para o local em que se realizará a cerimônia. Ao chegar descobre que Eris já está no trono aguardando o momento do ritual, como não consegue libertar Calissa, a jovem decide que ela cumprirá o rito, ainda que isso signifique se tornar sereia para sempre. Ela parte com Kylie e alguns animais para tirar Eris do trono, depois de muita luta Merliah assume o trono e passa pelo ritual. Finalmente Eris foi punida com seu próprio feitiço, e todos os/as seus/as prisioneiros/as foram libertados/as. Merliah está feliz, pois conseguiu salvar Oceana da dominação de Eris, mas perdeu a possibilidade de voltar a ser humana. Depois de tudo resolvido ela e a mãe levam Kylie de volta a terra, as duas se despedem, pois Merliah não poderá voltar para o campeonato. Porém algo mágico acontece e a calda de sereia da garota se transforma em pernas novamente, ela descobre que é uma pessoa completa tanto na sua metade sereia quanto na sua metade humana, e por isso sua transformação não foi permanente. Merliah volta para o campeonato, e em meio a uma onda descobre seu poder de fazer Marvita, ela fica encantada com seu novo poder e se esquece da competição, fica apenas apreciando o momento. Kylie vence o campeonato e fica em primeiro lugar. Ela e Merliah se tornam grandes amigas. Barbie Um Natal Perfeito Barbie in A Perfect Christmas, 2011, 73 min. Escrito por Elise Allen Dirigido por Mark Baldo Barbie e suas irmãs estão em sua casa em Malibu arrumando as malas para a viagem de natal, elas vão a Nova York, passar o natal com tia Milli. Cada uma tem uma ideia do que seja seu natal perfeito, a medida que arrumam as malas vão cantando seus planos para aquele natal. Elas partem para o aeroporto, no voo Barbie vai ao lado de Skipper, ela lê uma revista de moda enquanto a outra edita músicas no computador, Barbie oferece ajuda a Skipper para divulgar sua música, ela agradece, mas diz que pode cuidar disso sozinha. Chelsea vai ao lado de Stacie e imita tudo o que a irmã faz, deixando-a irritada. Devido a uma nevasca são obrigadas a passar a noite em Minnesota, ao ver a decepção das irmãs Barbie resolve alugar um carro para seguirem viagem, mas as estradas estão fechadas, por isso se veem obrigadas a 194 parar. Elas encontram uma pousada e decidem passar a noite ali. Essa pousada está toda no clima de natal, pessoas organizam presentes e decorações. Chelsea começa a creditar que estão na oficina do papai-noel. No quarto elas descobrem que existe uma tempestade ainda maior cancelando os voos, provavelmente não chegarão a Nova York. Barbie não consegue dormir preocupada por não poder cumprir sua promessa de levar as irmãs para o natal perfeito. Amanhece e chega a confirmação de que todos os voos foram cancelados. Chelsea vê renas pela janela e sai correndo para ver de perto, mas na verdade são cães de abrigo que farão uma apresentação de natal, depois serão encaminhados para adoção. Chelsea e Stacie brigam enquanto tentam ensaiar os cães, então a garota vê um cãozinho em um trenó e sai para passear com ele. As irmãs tentam resgatá-la, enquanto isso, fazem um longo passeio que termina em uma guerra com bolas de neve. Ao regressarem encontram um grupo de rapazes ensaiando em uma garagem, Barbie sugere a Skipper que cante sua música com a banda dos garotos na apresentação de natal. Skipper começa a organizar o show, mas quer fazer tudo sozinha, não aceita ajuda nem de Barbie e nem de outras pessoas. Stacie e Chelsea brigam o tempo todo, até que por fim, as três discutem enquanto Barbie apenas observa. Depois da ultima briga Chelsea desaparece, as irmãs e outras pessoas saem a procura dela, anoitece e não tem nada preparado para o Show. Elas encontram Chelsea e junto com ela um lugar todo decorado e preparado onde o evento poderá ser realizado. As irmãs se reconciliam e tudo dá certo. O show começa e Skipper canta sua música, depois convida as irmãs para cantarem com ela. Ao final tia Milli chega para a festa, todas as pessoas saem do salão e lá fora encontram uma enorme arvore de natal, se reúnem em torno dela para entoar uma canção de natal. Barbie a Princesa e a Pop Star Barbie in The Princess & The Popstar, 2012, 73 min. Escrito por Steve Granat e Cydne Clark Dirigido por Zeke Norton Neste filme Barbie interpreta Tori, uma jovem princesa do reino de Meribella. O filme começa com um show comemorativo aos 500 anos do reino, quem canta é a pop star Keira. A princesa vê o show da sacada de seu quarto, ela quer ir ao evento, mas sua tia Amélia não deixa, obrigando-a a descer para receber os convidados que estão no castelo. Tori desce 195 escorregando pelo corrimão da escada, ao encontrar as irmãs mais novas começa a brincar com elas correndo pelo salão e esbarrando nos/as convidados/as. Ao final do evento tia Amélia vai ao quarto da princesa para reclamar de sua conduta, enquanto a tia reclama e corrige o comportamento de Tori, esta se diverte usando uma escova mágica para mudar o cabelo da tia de vários jeitos. O show acabou e Keira repassa as ordens para sua equipe, quando finalmente fica só em seu camarim olha para a foto da família real em sua parede e deseja viver um dia de princesa, enquanto isso Tori olha para a foto da pop star e sonha em viver a vida dela. No dia seguinte é oferecido no castelo um chá para o qual Keira foi convidada. Ela e a princesa se encontram e Tori a leva para conhecer o castelo, elas vão ao quarto da princesa e em meio a conversas descobrem os utensílios mágicos, a escova de Tori, que permite mudar o cabelo instantaneamente, e o microfone de Keira, que permite mudar de roupa num passe de mágica. Elas ficam com cabelo igual, então percebem que são idênticas. Tori tem a ideia de trocar de lugar com a pop, depois de alguma insistência elas combinam de passar um dia no lugar da outra. Antes de trocarem uma ensina a outra como se portar como princesa ou pop star. Com a troca realizada Tori vai cumprir a agenda de Keira, quando tem um tempo decide sair para passear pelo reino, ela percebe uma situação de pobreza na região e ao encontrar duas meninas que brincavam na rua descobre que Meribella passa por sérias dificuldades devido a seca prolongada. Keira passa o dia no castelo se divertindo e fazendo coisas que não poderia fazer em sua rotina de cantora. Ao final do dia as duas conversam e decidem ficar mais um dia com as vidas trocadas. Tudo estava correndo bem, porém antes que as garotas desfizessem a troca tia Amélia resolve trancar a princesa no quarto até que ela escreva o discurso para o evento comemorativo do aniversário do reino. Keira não consegue sair, enquanto Tori se desespera sem saber como se apresentar no palco. Sem ter opção a princesa começa a cantar timidamente, mas quando está empolgada na apresentação percebe que algo de errado está acontecendo. Ela corre para o castelo e descobre que uma planta mágica do reino foi roubada, ela e Keira enfrentam o ladrão e o derrotam, mas já é tarde, a planta está morta, assim como todas as outras plantas de Meribella. Elas tentam como ultimo recurso plantar dois diamantes de seus colares para ver se a planta brota novamente, tudo parece perdido, mas minutos depois a planta brota e com ela renasce a vida no reino. Com tudo resolvido as garotas voltam ao local do show, Keira convida Tori para cantar com ela no palco e as duas se divertem. 196 Apêndice C – Letras das músicas Músicas do filme Barbie A Princesa e a Pop Star Ser uma Princesa / Ser uma Pop Star Tori: Uma princesa sabe qual talher usar Uma princesa tem sapatos de arrasar Café servido na cama Usa joias quando quer Faz massagem, paparicos ao acordar Uma princesa vê seu sonho se realizar Convites de príncipes vai aceitar E saber qual vestido usar E o tempo todo saber como se portar Pose como uma pena no chapéu Alongue o corpo todo para o céu Tenha postura e usa luvas pra acenar Ombros pra trás / E a barriga / Bem pra dentro Olha o queixo / E a cabeça vire devagar Se controle, pise leve / E sorria, bem polida E de você vão se orgulhar Deslizar Uma princesa sabe seu brasão honrar Uma princesa seu melhor vai sempre dar Keira: Uma pop star sabe qual microfone usar Uma pop star sabe sempre comandar Sabe o que tem que ensaiar Para no show arrasar Ela é uma estrela que sabe brilhar Uma pop star tem que sua carreira amar O que a moda eu vou usar Voa para o México pra jantar E não tem os amigos / Só seu cão e o violão Suas notícias tweetar Mil entrevistas poder dar E amar os fãs que podem ser fantásticos Ou não! Uma câmera, outra câmera Uma outra, e mais outra E mil autógrafos pra dar Com amor, Troque a roupa, faça pose Toda gente, cumprimenta Na internet vou postar Brilhar Uma pop star sua idade não vai falar Uma pop star vai fazer o mundo cantar Juntas: Ombros pra trás / Faça pose Olha o queixo / Troque a roupa E a cabeça vire devagar Entendi!!!! Uma câmera / Pise leve Outra câmera / Bem polida E de você vão se orgulhar, deslizar! Aqui Estou Keira: Antigamente, eu só tocava Por diversão, ninguém ligava Agora enfim, olham pra mim Tudo mudou, num sonho estou Tenho essa sensação, tudo está certo, então Aqui estou, sendo quem eu sou Dou tudo de mim, sei o que quero Lá vou eu, com muita emoção Brilho na escuridão! Tori: Eu adoro com a luz da manhã A duquesa pergunta quando eu vou me consertar Eu sei que ela pensa que tenho sorte Mas princesas querem se divertir Nós, princesas, queremos só É só o queremos, diversão! Quando o dia real acaba Princesas querem se divertir! Keira: Eu vou subir, bem alto ir Assim eu sou, sei aonde vou! Estou no comando, em mim eu mando Pra ser assim, confio em mim Eu vou sair do chão, cantar com o coração! Aqui estou, sendo quem eu sou Dou tudo de mim, sei o que quero! Lá vou eu, com muita emoção Brilho na escuridão, outra vez, outra vez Outra vez, outra vez, outra vez! Tori: Princesas querem se divertir Ô, princesas querem se divertir Juntas: Há uma estrela em você Qualquer um consegue ver Está na hora de nos mostrar E cantar! 197 Uma princesa seu melhor vai sempre dar E uma pop star vai a todos impressionar! Sua Vida Quero Ter Tori: Olha só, é uma pop star Adoro seu visual, ela faz só o que quer Não existe nada igual Não tem que ser o que não quer ser Sua vida eu quero ter Ser livre, ser feliz! Sua vida eu quero ter Isso é o que eu sempre quis... Keira: Olha só, é uma princesa Tudo em seu lugar de manhã, toma seu chá Mimos tem sempre lá, é onde eu quero estar Sua vida eu quero ter Ser livre, ser feliz! Sua vida eu quero ter Isso é o que eu sempre quis... Juntas: Só relaxar, poder passear Só vestir, o que quiser E me divertir, com tempo pra mim Mas nunca vai ser, assim Sua vida eu quero ter Ser livre ser feliz E tudo de repente ser do jeito que eu sempre sonhei Dia Perfeito Tori: Acordei, depois do meio- dia Mais tarde que devia, Trabalhar eu não queria, Dizem que, a fase vai mudar Eu vou me comportar E aqui estou Nesse dia perfeito Nada pode me parar É um dia perfeito Ninguém vai estragar É um dia perfeito O amanhã já vai chegar Ficaria pra sempre como eu sou É um dia perfeito Keira: O sol se pôs, logo depois das seis Vou pegar meus amigos Pra passear comigo Acorde! Não diga que é um sonho Porque eu já cansei vou te avisar Não ouse tentar estragar O meu dia perfeito Nada pode me parar É um dia perfeito Ninguém vai estragar É um dia perfeito O amanhã já vai chegar Ficaria pra sempre como eu sou Nesse dia perfeito Estou na corrida, mas eu já ganhei E quando eu chegar vai ter diversão Não pare que eu quero chegar Ninguém pode estragar Dia perfeito Músicas do filme Barbie A Princesa e a Plebeia Eu Sou Assim Como Você Erika: Se eu quiser tomar um bom café A Madame vai tentar Transformá-lo num tormento só Difícil de aceitar O sol nasceu e lá estou eu Com as galinhas a correr / E eu vou pegar e preparar esses ovos pra comer Anneliese: Se eu quiser comer é só tocar O sininho de manhã A empregada traz os ovos com As torradas e a maçã E do salão eu ouço então a música a correr Só queria estar em qualquer lugar onde eu Como ser uma princesa Julian: Uma princesa sabe usar uma colher Tem mil sapatos pra escolher o que quiser Tem conduta exemplar, é discreta ao jantar E demonstra interesse para ouvir Um princesa nunca esquece de sorrir Pés delicados ao dançar O protocolo respeitar Goste ou não a solução é dizer sim Sua postura por favor Mais elegante que uma flor Saber curvar e sempre acenar assim O seu porte é perfeito Sem mania ou trejeito 198 pudesse ler Erika: Eu sou assim Como você Um outro mundo quero ter Algum lugar com sonhos pra viver Eu sou igual a você Jamais pensei que fosse assim Achar alguém igual a mim É como o sol que todos podem ver Eu sou igual a você Erika: Do estoque que a Madame tem Um tecido vou escolher Costurando como se convém Um vestido vai nascer Anneliese: Já vou vestir, me divertir Dançando sem pensar Juntas: Nesse noivo que eu nem sei quem é E jamais irei amar Anneliese: Eu sou assim Erika: Eu sei que é Anneliese: Como você Erika: Eu posso ver Juntas: Sabemos bem obedecer Anneliese: Não hesitar Erika: Não hesitar Juntas: Se temos que sofrer Eu sou igual a você Erika: Eu sou assim Anneliese: Eu sou assim Erika: Como você Anneliese: Como você Juntas: E todo mundo pode ver Anneliese: Um coração Erika: Um coração Juntas: Com tanto pra dizer Eu sou igual a você A cabeça vira devagar Erika: Eu vejo Julian: Caminhando com cuidado Um sorriso delicado O que sente nunca demonstrar... voar Uma princesa sabe como se portar Uma princesa nunca pode descansar Ser paciente e ouvir Ter elegância ao dormir Quando falar saber mostrar erudição Condes e Lordes conhecer Mil instrumentos aprender Ser afinada pra cantar qualquer canção Juntos: Canção Julian: E o seu lindo olhar Nos faz sonhar Não importa onde for Então tudo é inspiração Que perfeição, ela é como uma flor.... Pés delicados sim Erika: É hora de dançar Julian: E com disposição Erika: Atender se alguém chamar Julian: Sempre pronta para o que acontecer Sua postura sim Erika: A postura por favor Julian: Um golinho assim Erika: Tenha sempre bom humor Julian: Esperar a hora certa pra dizer Uma princesa não precisa cozinhar Uma princesa sabe como encantar Livre Anneliese: Eu queria só um dia Ter uma tempo só pra mim Nada a fazer só olhar pro céu do meu jardim Sem ter aula ou almoço Ou tarefas pra fazer Sem ter que ouvir quando posso ler, cantar, comer / Ia só viver Erika: Eu queria só um dia Não ter tanto pra fazer Sem trabalhar como escrava até o anoitecer Sem camisas engomadas e Nem blusas pra passar Nenhum vestido de noiva para decorar Nada pra pagar Erika: Como eu queria ser... Anneliese: Como eu queria ser... Livre Um Verdadeiro Amor Uma vez um rapaz Uma jovem encontrou Será ele capaz de um verdadeiro amor? E sorrindo ele diz que me ama com fervor Só espero de ti um verdadeiro amor Serei eu a escolhida? Serei eu sua paixão? Quero ter por toda vida só o seu coração Quem espera a verdade Tem que ás vezes procurar A esperança que invade Pro coração amar Serei seu pra sempre Juntos a viver enfim um verdadeiro amor Sentirá o final 199 Erika: Livre Anneliese: Livre assim pra sonhar Erika: Livre de tanto rancor Anneliese: Livre assim Erika: Pra cantar Anneliese: Casar só por amor Anneliese: Dizem que eu tenho sorte de ter tanto só pra mim Porque será que então não sou feliz assim Erika: Mesmo tendo tão pouco não pretendo desistir A minha história o Mundo vai querer ouvir Costureira: Posso te seguir? Anneliese: Acho que jamais vou ser... Erika: Para sempre eu vou ser... Juntas: Livre Tento sonhar me vejo voar, tão livre pra viver Posso partir, mas como fugir, ficar é meu dever! Anneliese: Eu serei real pra sempre Erika: O que eu devo vou pagar Juntas: O coração muitas vezes deve aceitar Anneliese: Mas não perco a esperança Erika: Esse não é o meu fim Juntas: Quando sonhar vou criar um mundo só pra mim Livre sim, eu vou ser! Como a história terminou Mas contigo eu terei Serei seu pra sempre Juntos a viver enfim Um verdadeiro amor Se ouvir o coração Como a borboleta voa no céu Flutuando leve no ar A esperança faz o seu coração Também viajar Começar de novo é só querer Nunca deixe de acreditar Se escutar a voz do seu coração Não vai errar Eu sei que você vai ser A minha melhor amiga Juntas, para sempre A vida celebrar O amor é uma canção Que você jamais esquece E a coragem é a chave pra brilhar Mesmo sem saber quando vai chegar Se o caminho é certo ou não O seu sonho vai se realizar Se ouvir o coração Músicas do filme Barbie e o Castelo de Diamante Amigas Para Sempre Se a vida é uma montanha russa pra trilhar Com os olhos vendados cruze os dedos Quero alguém pra me abraçar. Então eu vou enfrento as curvas Sem medo de sentir solidão Penso em você Sei que não vai me abandonar Pra sempre unidas pra vida Contigo quero estar Não importa o lugar Entende (entende), defende ( defende) E nada de mal pode me afetar Não tem mais volta, não tem mais volta Isso não volta atrás Unidas, unidas demais Ficamos afastadas por uma razão Mas sempre soube Amiga você mora no meu coração Você voltou e eu pude ver A minha força vem de você Não tem mais fim Eu não me canso de dizer Pra sempre unidas, pra vida Castelo de Diamante E então, vamos nós Longe de casa tão famintas e sós Mais não faz mal, não não faz mal Até aqui está tudo bem Não sei o que ainda vem Mais não faz mal, não não faz mal Não tem nada não Temos fé e determinação Temos a força da união Vamos pro Castelo de Diamante Sei que nós vamos achá-lo, Vamos achá-lo, vamos achá-lo Nossa sorte vai mudar Nosso dia vai chegar E o sol vai iluminar Vamos lá prosseguir Sem saber onde ir Mias não faz mal Vai ser real Não vai ser em vão Temos fé e determinação Temos a força da união Vamos pro Castelo de Diamante 200 Contigo quero estar Não importa o lugar Entende (entende), defende ( defende) E nada de mal pode me afetar Não tem mais volta, não tem mais volta Isso não volta atrás Unidas, unidas demais Toda vez que eu respiro sinto essa energia e viro Ela está bem aqui Vem de mim e vem de ti É um sonho real amizade sem igual Almas gêmeas demais Juntas pra viver em paz Pra sempre unidas, pra vida Contigo quero estar Não importa o lugar Entende (entende), defende ( defende) E nada de mal pode me afetar Unidas ( unidas) pra vida ( pra vida) Como é bom pensar, tudo em seu lugar Entende (entende), defende (defende) E nada de mal pode me afetar E não tem mais volta Não tem mais volta, isso não volta atrás Unidas, (unidas),unidas demais Unidas, (unidas),unidas demais Sei que nós vamos achá-lo, Vamos achá-lo, vamos achá-lo Um sonho de lugar pra nós Pra Melody soltar a voz. Temos fé e determinação Temos a força da união Vamos pro Castelo de Diamante Sei que nós vamos achá-lo, Vamos achá-lo, vamos achá-lo vamos achá-lo, vamos acha-lo vamos achá-lo, vamos sim. A Nossa Canção É raro achar amiga assim Você está sempre lá, torcendo por mim Nós temos tanto pra falar, Você faz tudo melhorar, Minhas piadas, as palhaçadas, Te fazem gargalhar Tudo o que eu quero pedir, É o que te faça sorrir É que cultivemos pra sempre essa união Sigamos sonhando assim Eu cantarei por você e você por mim A nossa canção.. Esteja onde estiver por perto vou estar, E se chamar por mim, vou sempre te escutar Tudo o que eu quero pedir, É o que te faça sorrir, É que cultivemos pra sempre essa união, Sigamos sonhando assim Eu cantarei por você e você por mim A nossa canção... Músicas do filme Barbie em a Princesa da Ilha Na Nossa Ilha Ro: Na minha ilha o mar diz alô Golfinhos nadam por onde eu vou Vem o vento e me diz Que aqui sou feliz Quem bom falar com os amigos que eu fiz Azul: Na minha ilha eu posso brincar Sagi: Pra escorregar Tika: Não precisa esperar Ro: Tem um mundo sem fim Tika: Pra ver do trampolim Todos: Vivemos mil aventuras assim Sagi: Aves, bananas Azul: E boas cabanas Ro: E vasos de conchas pra encher Sagi: Copos irados Tika: Com menta e melado Preciso Saber Rosella: De onde será que venho Pra onde será que eu vou Como vou entender quem eu sou E se eu tiver família Além do mar sem fim O que será que espera por mim Digam porque não durmo E porque esta emoção me invade Será que hora do meu coração me guiar Porque ele olha aquilo E esconde os pés assim Não sei porque ele faz bem para mim Será que é sua árvore De onde vai avistar Um novo horizonte Pra me mostrar 201 Azul: E abacaxis pra comer Ro: Na minha ilha só tem diversão Sagi: Tem mil balanços Azul: Dormir é bonzão Tika: Lama é Bom pra brincar Sagi: Galhos pra chacoalhar Todos: Tem mil tesouros pra gente encontrar Ro: Vou pelo alto Sagi: E eu lá por baixo Azul: Eu acho que quero voar Ro: Eu cruzo o rio Sagi: Escalo a montanha Tika: Da nossa torta, quero cuidar Todos: Na nossa ilha a vida é assim Ficamos juntos do início ao fim É uma celebração De amizade e união Na nossa ilha tudo é diversão! O amor que faz brilhar (Princesa Luciana) Livros que eu li, Me fizeram descobrir: Todo Mundo quer um par. Saiba que ao invés, de colares e anéis, É o amor que faz brilhar.. E tesouro igual não há.. Como É Bom Sonhar Quando o sol se põe e finda a tarde Vaga-lumes piscam sem cessar Fique aqui, que o sonho te invade Como é bom sonhar Me faz bem te ter bem ao meu lado Venha cá, me deixe te abraçar E assim eu tenho o que preciso Como é bom sonhar, sonhar Com você posso ver Estrelas a brilhar Melodias, tem magias Doces sons no ar Quando o sol se põe e finda a tarde Vaga-lumes piscam sem cessar Fique aqui, que o sonho nos invade Como é bom sonhar, sonhar São perguntas que ficam rondando fazendo alarde Que sentimentos são esses que ele me traz Anseio por respostas A onde estão não sei Sei que o futuro Vem do que passei Quero sentir no peito Meu coração bater O que me espera A vida vai dizer Preciso saber... Príncipe: Ela não é incrível Ela é sensacional Eu nunca vi garota igual Será que eu a agrado Eu vou impressionar Deixo meu coração me levar São perguntas que ficam rondando fazendo alarde Que sentimentos são esses que ela me traz Juntos: Anseio por respostas A onde estão não sei Sei que o futuro Vem do que passei Quero sentir no peito Meu coração bater O que me espera A vida vai dizer Preciso saber... Amor Maior Sentimento é pra cuidar Dividir e compartilhar Ao invés de guardar só para nos Se um encanto me aconteceu Seu espaço não se perdeu É o amor generoso e veloz O amor chegou se tornou maior E então vai ficar melhor Quanto mais amor eu oferecer Mais amor eu sei que vou receber És minha Tica e eu sou tua Ro Pra todo sempre pra onde a gente for Pois, o amor chegou se tornou maior E então vai ficar melhor Bem melhor 202 Músicas do filme Barbie em Escola de Princesas No Topo do Mundo Não tenho equilíbrio Não quero cair Queria esse talento Gostaria de fugir Não aguento mais Suportar essa pressão É um grande desafio Controlar minha emoção Chegou a hora de me libertar Isso só depende de mim Se me dedicar vou ficar No topo do mundo Onde verei tudo bem de perto Quase o céu poder tocar No topo do mundo Meus sonhos vindo ao meu encontro Terei asas pra voar No topo do mundo Não vou desanimar Eu vou fazer o certo Mesmo que eu tente Uma hora eu acerto Nada é muito fácil Busco a solução Mas não penso em derrota Pois é forte o meu coração Chegou a hora de me libertar Isso só depende de mim Se me dedicar vou ficar No topo do mundo Onde verei tudo bem de perto Quase o céu poder tocar No topo do mundo Meus sonhos vindo ao meu encontro Terei asas pra voar No topo do mundo Mais uma vez Sempre a lutar O meu sonho Vou alcançar Posso sentir Vou chegar Ao topo subir No topo do mundo Onde verei tudo bem de perto Quase o céu poder tocar No topo do mundo Meus sonhos vindo ao meu encontro Terei asas pra voar No topo do mundo Ela É Uma Princesa Ela é uma princesa E da pra se notar Ela é uma princesa Nasceu para brilhar Que estilo ela tem Seu sorriso nos faz bem Elegância tem também E sua coragem vai além Rodando /rodando Girando / girando Dançando / dançando Ela é uma princesa E da pra se notar Ela é uma princesa Nasceu para brilhar Ombros para trás Sempre está demais E mesmo até caindo Levanta e sai sorrindo Ela é uma princesa E da pra se notar Ela é uma princesa Nasceu para brilhar O segredo de sua majestade Tem uma razão É a bondade mostrando Que a realeza Está em seu coração Ela é uma princesa Que estilo ela tem E da pra se notar Seu sorriso nos faz bem Ela é uma princesa Elegância tem também Nasceu para brilhar E sua coragem vai além Fonte: Sites da internet. 203 Apêndice D – Lista de filmes da Barbie produzidos entre 2013 e 2015 Tabela 5: Lista de filmes produzidos entre 2013 e 2015 (não compõem a pesquisa) Título em português Título original Dur. Ano Barbie in the Pink Shoes 74 min 2013 Barbie Butterfly e a Princesa Fada Barbie Mariposa And The Fairy Princess 79 min 2013 Barbie e Suas Irmãs em uma aventura de cavalos Barbie and Her Sisters – in a Pony Tale 74 min 2013 Barbie A Sereia das Pérolas Barbie The Pearl Princess 74 min 2014 Barbie And The Secret Door 84 min 2014 Barbie e as Sapatilhas mágicas Barbie e o Portal Secreto Barbie em Super Princesa Barbie in Princess Power 73 min 2015 Barbie Rainhas do Rock Barbie Rock’n Royal 84 min 2015 Fonte: Sites da internet. 204