relatório anual 2006
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relatório anual 2006
RELATÓRIO ANUAL 2006 VERSÃO RESUMIDA Original : Francês © Banco Central dos Estados da África Ocidental Avenida Abdoulaye Fadiga - BP 3108 - Dakar - Senegal ISSN 0850-8712 ÍNDICE PÁGINAS MOMENTOS IMPORTANTES DO BCEAO EM 2006 ................................................................................viii COMPOSIÇÃO DOS ORGÃOS ESTATUÁRIOS E ORGANIGRAMA DO BCEAO ....................................xiii VISTA GLOBAL ..............................................................................................................................................3 I - CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO ............................................................................................5 1 - CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO INTERNACIONAL ........................................................5 2 - CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO DA UMOA......................................................................7 2.1 - Produto Interno Bruto ..................................................................................................................7 2.2 - Produção agrícola ........................................................................................................................8 2.3 - Extracção mineira ........................................................................................................................9 2.4 - Produção industrial e volume de negócios do comércio a retalho ............................................10 2.5 - Evolução de preços....................................................................................................................10 2.6 - Finanças públicas ......................................................................................................................11 2.7 - Balança de pagamentos ............................................................................................................11 2.8 - Mobilização de recursos e situação da dívida externa ..............................................................12 II - APLICAÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA ..............................................................................................14 1 - OBJECTIVO DA POLÍTICA MONETÁRIA ..........................................................................................14 2 - ACÇÃO MONETÁRIA ........................................................................................................................14 2.1 - Política das taxas de juro ..........................................................................................................14 2.2 - Operações de open market........................................................................................................15 2.3 - Acções nos balcões permanentes de refinanciamento..............................................................15 2.4 - Dispositivo das reservas obrigatórias ........................................................................................15 3 - RESULTADOS DA ACÇÃO MONETÁRIA E EVOLUÇÃO DOS AGREGADOS MONETÁRIOS ......16 3.1 - Activos externos líquidos............................................................................................................16 3.2 - Crédito interno ............................................................................................................................18 3.2.1 - Posição líquida dos Governos........................................................................................18 3.2.2 - Créditos à economia ......................................................................................................19 3.2.3 - Evolução dos créditos registados na Central de riscos ................................................20 3.3 - Massa monetária e base monetária ..........................................................................................21 3.4 - Poupança privada mobilizada por bancos e contas de poupança ............................................24 3.5 - Crédito do Banco Central ..........................................................................................................25 3.6 - Evolução das reservas obrigatórias ..........................................................................................27 3.7 - Operações do mercado interbancário e evolução das taxas de base bancárias ......................28 3.8 - Operações do mercado de títulos de créditos negociáveis ......................................................29 III - EMISSÃO MONETÁRIA E SISTEMAS DE PAGAMENTO ....................................................................30 1 - GESTÃO DA CIRCULAÇÃO FIDUCIÁRIA ........................................................................................30 1.1 - Levantamentos e depósitos nos balcões ..................................................................................30 1.1.1 - Levantamentos ................................................................................................................30 1.1.2 - Pagamentos ....................................................................................................................30 1.2 - Composição da circulação fiduciária..........................................................................................31 2 - EXECUÇÃO DOS PAGAMENTOS NO SEIO DA UMOA ..................................................................32 2.1 - Movimentos de notas externas nas caixas das Agências do BCEAO ......................................32 2.2 - Disposições entre os Estados membros da UMOA ..................................................................33 Relatório Anual do BCEAO - 2006 iii 3 - EXECUÇÃO DOS PAGAMENTOS COM O EXTERIOR ....................................................................33 3.1 - Operações sobre notas com o exterior ......................................................................................33 3.2 - Transferências escriturais ..........................................................................................................33 4 - FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DE PAGAMENTO ..................................................................34 4.1 - Sistema de Transferência Automatizado e de Pagamento na UMOA (STAR-UEMOA) ............35 4.2 - Sistema interbancário de Compensação Automatizado na UMOA (SICA-UEMOA) ................36 4.3 - Sistema monético interbancário regional ..................................................................................38 4.4 - Textos regulamentares ..............................................................................................................39 4.5 - Sistema de telecomunicações....................................................................................................39 4.6 - Normalização bancária e financeira ..........................................................................................39 4.7 - Central dos incidentes de pagamento........................................................................................40 IV - SISTEMA BANCÁRIO E FINANCEIRO ................................................................................................41 1 - EVOLUÇÃO DO SISTEMA BANCÁRIO 1.1 - Textos regulamentares ..............................................................................................................41 1.2 - Evolução da rede bancária ........................................................................................................41 1.3 - Actividade dos bancos e estabelecimentos financeiros ............................................................42 1.4 - Situação em relação ao dispositivo prudencial..........................................................................43 1.5 - Dispositivo dos acordos de classificação ..................................................................................44 2 - EVOLUÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO REGIONAL ..................................................................45 3 - EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS FINANCEIROS DESCENTRALIZADOS ..........................................46 3.1 - Indicadores de actividade ..........................................................................................................46 3.2 - Aplicação do PRAFIDE ..............................................................................................................46 3.3 - Quadro jurídico e dispositivo prudencial ....................................................................................46 3.4 - Reforço das capacidades ..........................................................................................................47 3.5 - Estudos e publicações ..............................................................................................................47 3.6 - Fiscalização do sector................................................................................................................47 V - OUTRAS ACTIVIDADES DO BCEAO ....................................................................................................48 1 - GESTÃO DAS RESERVAS DE CÂMBIO ..........................................................................................48 2 - INTEGRAÇÃO ECONÓMICA DOS ESTADOS MEMBROS DA UEMOA ..........................................48 3 - COOPERAÇÃO MONETÃRIA E FINANCEIRA..................................................................................49 3.1 - Relações com as instituições de Bretton Woods ......................................................................49 3.2 - Relações com as outras instituições..........................................................................................49 4 - OUTRAS ACTIVIDADES E PROJECTOS DO BCEAO ....................................................................50 4.1 - Recolha, gestão e difusão de informações estatísticas ............................................................50 4.2 - Central dos balanços..................................................................................................................51 VI - QUADRO INSTITUCIONAL E ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO ............................................................52 1 - VIDA E FUNCIONAMENTO DOS ORGÃOS ESTATUTÁRIOS..........................................................52 1.1 - Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União ....................................................52 1.2 - Conselho dos Ministros da UMOA ............................................................................................52 1.3 - Conselho de Administração do BCEAO ....................................................................................52 2 - ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO ..........................................................................................................53 2.1 - Gestão dos recursos humanos ..................................................................................................53 2.1.1 - Organigrama e medidas individuais ..............................................................................53 2.1.2 - Efectivo global do BCEAO ............................................................................................53 2.1.3 - Formação........................................................................................................................54 iv Relatório Anual do BCEAO - 2006 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 - Evolução da rede do BCEAO ....................................................................................................56 Sistema de informação e de comunicação ................................................................................56 Modernização da documentação e dos arquivos ......................................................................57 Dispositivo de controlo das actividades e das operações ........................................................58 Dispositivo do controlo de gestão ..............................................................................................59 VII - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BCEAO ..............................................................................61 1 - ANÁLISE DO BALANÇO ....................................................................................................................61 1.1 - Análise das rubricas do Activo ..................................................................................................61 1.2 - Análise das rubricas do Passivo ..............................................................................................63 2 - CONTA DE PERDAS E GANHOS ....................................................................................................64 2.1 - Proveitos ....................................................................................................................................64 2.2 - Custos ........................................................................................................................................65 3 - AUDITORIA DAS CONTAS ................................................................................................................66 4 - RELATÓRIO RELATIVO Á AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BCEAO ........................................................................................................................................67 5 - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BCEAO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2006 ......................68 ANEXOS ......................................................................................................................................................71 LISTA DOS GRAFICOS Gráfico Gráfico Gráfico Gráfico Gráfico Gráfico Gráfico Gráfico Gráfico 1 2 3 4 5 6 7 8 9 : Taxa de crescimento do PIB da UEMOA ................................................................................7 : Produções agrícolas da exportação ........................................................................................8 : Produções de subsistência ......................................................................................................9 : Crédito interno ........................................................................................................................18 : Massa monetária ....................................................................................................................21 : Base monetária ......................................................................................................................23 : Situação monetária integrada ................................................................................................23 : Poupança interna privada e empresarial ..............................................................................25 : Evolução de nùmero de funcionários do BCEAO de 1993 para 2006 ..................................54 LISTA DOS QUADROS Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro 1 : Variação das taxas de câmbio médias anuais (FCFA por unidade monetária) ......................6 2 : Variação das taxas de câmbio médias trimestriais (FCFA por unidade monetária) ................6 3 : Variação de preços no consumidor em 2005 e 2006 (em %) ..............................................11 4 : Coeficientes de reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos ..............................................15 5 : Situação monetária integrada ................................................................................................16 6 : Variação por país dos activos externos líquidos ..................................................................17 7 : Variação por país da posição líquida do Governo ................................................................19 8 : Variação por país dos créditos à economia ..........................................................................20 9 : Variação por país da massa monetária ................................................................................22 10 : Variação da poupança privada mobilizada por bancos e caixas de poupança por país ....24 11 : Créditos do Banco Central ..................................................................................................25 12 : Intervenções do BCEAO em 2006 ......................................................................................26 13 : Créditos à economia e refinanciamentos ............................................................................26 14 : Repartição dos financiamentos de créditos à economia por balcão ..................................27 15 : Evolução das reservas obrigatórias dos bancos ................................................................27 16 : Evolução das reservas obrigatórias das instituições financeiras ........................................28 Relatório Anual do BCEAO - 2006 v Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Quadro 28 Quadro 29 Quadro 30 Quadro 31 Quadro 32 Quadro 33 vi : : : : : : : : : : : Evolução das taxas interbancárias (média ponderada) ......................................................28 Evolução de empréstimos interbancários na UMOA ..........................................................29 Repartição dos levantamentos nos balcões das agências do BCEAO ..............................30 Repartição dos pagamentos nas caixas das agências do BCEAO ....................................31 Composição das notas e moedas em circulação ................................................................31 Movimentos de notas externas nos balcões das Agências do BCEAO ..............................32 Disposições entre os países da UEMOA ............................................................................33 Fluxo das transferências via BCEAO - exercício de 2006 ..................................................34 Fluxo das transferências via AMAO - exercício de 2006 ....................................................34 Evolução de alguns indicadores de STAR-UEMOA em 2006 ............................................36 Dados característicos dos intercâmbios no SICA-UEMOA a 31 de Dezembro de 2006 ................................................................................................................................37 : Quota por país de cada tipo de instrumento de pagamento trocada na União em 2006 ....................................................................................................................37 : Dados procedentes da centralização dos incidentes de pagamento em 2006 ..................40 : Repartição dos estabelecimentos de crédito por país ........................................................42 : Evolução das aplicação e recursos dos bancos e estabelecimentos financeiros da UMOA..............................................................................................................................44 : Accordos de classificacão tratados em 2006 ......................................................................45 : Evolução comparada do balanço ........................................................................................61 Relatório Anual do BCEAO - 2006 A União Monetária da África Ocidental (UMOA) instituída pelo Tratado de 14 de Novembro de 1973 que substituiu o de 12 de Maio de 1962, agrupa os seguintes oito Estados membros da África Ocidental : BENIN MALI BURKINA NIGER CÔTE D’IVOIRE SENEGAL GUINÉ-BISSAU TOGO O Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) cujo quadragésimo quarto exercício de actividade é objecto deste relatório, é o Instituto emissor comum da UMOA , encarregue, nomeadamente, de assegurar a gestão da sua moeda comum, o Franco da Comunidade Financeira Africana (FCFA), das suas reservas de câmbio bem como de implementar uma política monetária comum. NB. Salvo indicação contrária todos os valores estão expressos em FCFA. Relatório Anual do BCEAO - 2006 vii MOMENTOS IMPORTANTES DO BCEAO EM 2006 O exercício passado do BCEAO foi marcado pelos eventos seguintes : INTEGRAÇÃO ECONÓMICA E COOPERAÇÃO MONETÁRIA Reunião da Direcção da Associação dos Bancos Centrais Africanos (ABCA) A Direcção da ABCA reuniu-se em sessão ordinária, na Sexta-Feira 3 de Março de 2006, na Sede do BCEAO. Muitos Governadores de Bancos Centrais membros participaram nessa reunião, entre os quais, pode-se mencionar, nomeadamente, o Dr Paul ACQUAH, Governador do Banco do Gana, Presidente da ABCA, o Sr Jean-Claude Masangu MULONGO, Governador do Banco Central do Congo, o Sr Zeine Ould Zeidane, Governador do Banco Central da Mauritânia, a Sra Linah K. MOHOHLO, Governadora do Banco do Botswana, assim como representantes dos Governadores do Banco da Namíbia e do Banco Nacional da Rwanda. A cerimónia de abertura da reunião foi presidida pelo Governador interino do BCEAO, o Sr Damo Justin BARO. A ordem do dia desta reunião, comportava, nomeadamente, a análise dos relatórios dos Presidentes das Comissões sub-regionais da ABCA, relativos à integração monetária e à implementação de um sistema de pagamento proposto pelo grupo de trabalho de peritos dos bancos centrais africanos. Mesa redonda dos doadores do Programa Económico Regional (PER) Nos dias 2 e 3 de Novembro de 2006, teve lugar em Dakar, no Hotel Meridien Président, a Mesa Redonda dos doadores dedicada ao financiamento do Programa Económico Regional (PER) da UEMOA 2006-2010, sob o patrocínio de S.Exª. Maître Abdoulaye Wade, Presidente da República do Senegal. Nesta Mesa Redonda, participaram : - Os Estados membros da União Económica e Monetária da África Ocidental, as Instituições comuns da União (Comissão da UEMOA, Banco Central dos Estados da África Ocidental, Banco Oeste Africano de Desenvolvimento, Câmara Consular Regional), as organizações sub-regionais e interafricanas (CEDEAO, Autoridade do Liptako Gourma, FAGACE, Fundo de Solidariedade Africana) e o sector privado ; - A Argélia, o Canada, a Itália, o Japão, a República Francesa, a República Federal de Alemanha, a República Popular da China, o Reino da Bélgica, o Reino dos Países-Baixos e o Reino de Marrocos ; - Os outros parceiros de desenvolvimento ( Banco Mundial, FMI, PNUD, BAD, BID,...). O montante total das contribuições financeiras anunciadas pelos parceiros de desenvolvimento atingiu 2.438 mil milhões de FCFA, capaz de cobrir, largamente, o montante de 2.002 mil milhões de FCFA submetido à Mesa Redonda para as necessidades presentes. NO PLANO MONETÁRIO E FINANCEIRO Implementação do Sistema Interbancário de Compensação Automatizado na UEMOA (SICA-UEMOA) Iniciada em 1999 pelo BCEAO, a reforma dos sistemas e meios de pagamento traduzida pela implementação de um Sistema de Transferência Automatizado e de Pagamento na UEMOA (STARUEMOA) e de um Sistema Interbancário de Compensação Automatizado na UEMOA (SICAUEMOA). O dia 17 de Novembro de 2005 marcou o início das actividades, o Sistema Interbancário de Compensação Automatizado na UEMOA (SICA-UEMOA), tendo sido implementado em 19 de Novembro de 2006 no Benin. viii Relatório Anual do BCEAO - 2006 Com este novo sistema, os bancos, podem, a partir das suas instalações e locais, todas as cidades onde esteja representado o BCEAO, transmitir ficheiros electrónicos das suas diferentes operações de compensação. Os cálculos dos saldos de compensação fazem-se na base das apresentações electrónicas, apoiadas pela troca de imagens digitalizadas (cheques, títulos do comércio, títulos de transferência). Este sistema deveria permitir, nomeadamente, a redução dos : - prazos de transmissão das ordens, pela desmaterialização dos títulos do comércio e cheques ; - prazos de pagamento dos saldos de compensação, pela automatização deste sistema ; - prazos de imputação das contas da clientela dos bancos ; - riscos ligados à manipulação dos títulos e ao seu transporte. Início dos pagamentos das operações da Bolsa no STAR-UEMOA Em 3 de Fevereiro de 2006, o Sistema de Transferência Automatizado e de Pagamento na UEMOA (STAR-UEMOA) registou o pagamento das operações compensadas do Depositário Central/Banco de Pagamentos (DC/BR) da Bolsa, com a participação de todas as Sociedades de Gestão e de Intermediação (SGI) da União. A integração do pagamento das operações da Bolsa Regional de Valores mobiliários (BRVM) no STAR-UEMOA deveria contribuir para uma maior eficácia do desenvolvimento das operações do mercado financeiro regional. Início da difusão dos produtos da Central dos Balanços Em 27 de Fevereiro de 2006, a Central dos Balanços das Empresas da UEMOA (CBE/UMOA) iniciou a difusão dos seus produtos. As primeiras edições referem-se as «Centralizações sectoriais», o «Dossier individual de empresa» e o «Anuário das Empresas». As «Centralizações sectoriais» são agregados de demonstrações de resultados das empresas (balanços acumulados, contas de resultados acumuladas, quadros financeiros acumulados dos recursos e dos empregos) por sector de actividade, definido por referência à nomenclatura de actividades dos Estados membros da AFRISTAT (NAEMA). O Dossier Individual de Empresa é constituído pela análise financeira da entidade envolvida. A cada empresa é posicionada no seu sector de acordo com os seus valores característicos relativamente aos calculados para o referido sector. O terceiro produto da CBE/UMOA, no presente caso, o Anuário das empresas, foi divulgado a 5 de Outubro de 2006. Seminário relativo à normalização dos meios de pagamento escriturais no espaço UEMOA De 3 a 5 de Maio de 2006, teve lugar na Sede do BCEAO um seminário sobre a normalização de cheques, de letras de câmbio e da livrança promissória. Este seminário visava a definição das especificações funcionais e técnicas de referência ou normas, aplicáveis em toda a União Económica e Monetária Oeste Africana, em matéria de fabricação e de utilização dos meios de pagamentos escriturais. Este seminário reuniu, cerca de cinquenta participantes vindos dos bancos da União, das Direcções Nacionais e das Direcções dos Serviços Centrais do BCEAO, assim como tipógrafos e fornecedores de programas para o tratamento de cheques e dos efeitos de comércio. Primeira reunião do Conselho de Administração da Sociedade de Comercialização de Informações de Empresa na UEMOA No quadro da realização da Central dos Balanços das Empresas (CBE), foi criada uma sociedade de direito privado para produzir e divulgar as informações relativas às empresas não financeiras da Relatório Anual do BCEAO - 2006 ix UEMOA. Denominada Sociedade de Comercialização de Informações de Empresa (SCIE), esta teve a sua primeira reunião de Conselho de Administração em 6 de Julho de 2006, nas instalações da Sede do BCEAO em Dakar. Nesta reunião participaram seis (6) dos oito (8) Administradores da SCIE representando o BCEAO, o Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD), o Fundo Africano de Garantia e de Cooperação Económica (FAGACE), o grupo Bank Of Africa (BOA), Banco Nacional de Investimento de Côte d’Ivoire (BNI-CI) e o Banco Togolês de Desenvolvimento (BTD). A Bolsa Regional dos Valores e o Banco Comercial do Burkina (BCB) foram representados. Reforço do quadro jurídico dos sistemas de pagamento na UEMOA O quadro jurídico dos sistemas de pagamentos da UEMOA foi reforçado pela assinatura da Instrução do Governador do BCEAO, relativa à emissão de moeda electrónica e aos estabelecimentos de moeda electrónica. Tendo entrado em vigor em 31 de Julho de 2006, esta Instrução visa favorecer o desenvolvimento da moeda electrónica na Zona UEMOA, contribuindo, ao mesmo tempo, para assegurar a protecção das populações e para preservar a estabilidade financeira na União. Os estabelecimentos emissores da moeda electrónica são os bancos, os Serviços dos Cheques Postais, o Tesouro Público, os Sistemas Financeiros Descentralizados e os organismos habilitados por lei a exercerem actividades de emissão de moeda electrónica, ao passo que os estabelecimentos de distribuição são constituídos pelas empresas que oferecem à clientela um serviço de carregamento, recarregamento e cobrança de moeda electrónica. Normas relativas, nomeadamente, ao capital social mínimo e aos fundos próprios, foram definidas para estas estruturas. A emissão e a distribuição de moeda electrónica estão sujeitas a uma autorização do Banco Central. O Governador do BCEAO designado membro do Grupo de Peritos das Nações Unidas para a aplicação das recomendações do Ano Internacional do Microcrédito No quadro da comemoração, em 2005, do Ano Internacional do Microcrédito (AIM), o Governador do Banco Central foi cooptado para fazer parte do Grupo dos Conselheiros formado pelo Secretário Geral das Nações Unidas. Relativamente ao mandato deste Grupo, foi sugerida a criação, sob a égide das Nações Unidas, de uma Comissão de Peritos com mandato de acompanhar, por um período de dois (02) anos, a aplicação das principais recomendações formuladas durante o AIM. O Secretário Geral das Nações Unidas decidiu, no início de 2006, traduzir esta proposta por actos concretos, criando um Grupo de Peritos das Nações Unidas para o sector financeiro. O Governador do BCEAO foi, de novo, designado para fazer parte dos vinte e quatro (24) membros desta entidade que reúne, entre outros, os Governadores dos Bancos de Israel, de Malásia e da Suíça, assim como o Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento. As missões do Grupo de Peritos comportam, entre outras, uma larga difusão do «Livro Azul sobre a microfinança» e as suas recomendações, a promoção de sistemas de pagamento eficientes, a divulgação das melhores práticas em matéria de gestão financeira e de melhoria da contribuição dos actores privados e públicos para o desenvolvimento da microfinança. As duas primeiras reuniões deste Grupo tiveram lugar em Nova Yorque (Estados Unidos), em 30 de Junho de 2006, e em Halifax (Canada) de 15 a 16 de Novembro de 2006. Estes encontros evidenciaram a necessidade de reconsiderar a problemática do acesso alargado das populações aos serviços financeiros pela definição de indicadores pertinentes e de tomar em consideração a diversidade das instituições financeiras. Lançamento das transacções monéticas pelo Centro de Tratamento Monético Interbancário da UEMOA (CTMI-UEMOA) De 11 a 15 de Dezembro de 2006, teve lugar, em Bamako, no Mali, a reunião do Agrupamento Interbancário Monético (GIM-UEMOA) e do Centro de Tratamento Monético Interbancário da UEMOA (CTMI-UEMOA). x Relatório Anual do BCEAO - 2006 Resulta destes encontros que o início operacional do CTMI-UEMOA pode ser previsto para o ano de 2007. Com efeito, a solução monética foi instalada, a sala de informática dedicada à execução das transacções está funcional e a infraestrutura de telecomunicação articulada à volta de uma rede VSAT, igualmente funcional no Mali e no Senegal, está a ser implementada no Burkina, Estado onde foram criados bancos experimentais. A instalação da rede VSAT em todos os Estados membros da União, anunciado para 2007, acontecerá simultaneamente com a preparação dos outros bancos membros do Agrupamento. A GESTÃO DO BCEAO Terceira reunião das Direcções encarregadas da Formação dos Bancos Centrais Francófonos De 27 a 29 de Março de 2006, a Sede do Banco Central dos Estados da África Ocidental acolheu a 3ª reunião do Grupo de Trabalho dos Directores responsáveis pela Formação nos Bancos Centrais dos países francófonos. Depois das reuniões de Paris em Janeiro de 2004 e de Argel em Fevereiro de 2005, este encontro reuniu os Directores titulares da Formação do Banco da Argélia, do Instituto Bancário e Financeiro Internacional (IBFI), do Banco da França, do Bank Al Maghrib de Marrocos, do Banco Central da Mauritânia, do Banco Central da Tunísia e do Banco Central da República da Guiné. O Bundesbank, que estabeleceu parceria com o IBFI, estava igualmente representado nesta reunião na qualidade de observador. Seminário sobre a implementação e a actualização do plano de empresa 2006-2008 do BCEAO A Direcção do Controlo de Gestão, em colaboração com a Direcção da Formação, organizou de 14 a 15 de Junho de 2006, um seminário-atelier sobre a implementação e a actualização do plano de empresa 2006-2008 do BCEAO. Transmitido por visioconferência, o seminário reuniu os Controladores de Gestão e os correspondentes do Controlo de Gestão das Direcções Nacionais, das Direcções dos Serviços Centrais, do Secretariado Geral da Comissão Bancária da UMOA e da Representação do BCEAO junto à Comissão da UEMOA. Para os participantes, o seminário permitiu a troca de experiências sobre o carácter transversal das actividades do Banco que solicitam a mobilização de todo o pessoal. Os trabalhos resultaram, por outro lado, na adopção dos principais indicadores e na identificação das acções prioritárias para 2007. Implementação do Sistema Automatizado de Gestão dos Indicadores de Actividades (SAGINA) O Instituto emissor procedeu, em 24 de Agosto de 2006, à implementação de uma nova aplicação denominada SAGINA ( Sistema Automatizado de Gestão dos Indicadores de Actividades). SAGINA é uma aplicação informática de tipo «Web», centralizada na Sede, acessível a todos os sítios, via rede do Banco, parametrizável e evolutiva. Visa facilitar a elaboração dos quadros de bordo de gestão, minimizando os riscos ligados aos tratamentos manuais dos dados. Por outro lado, possibilita a partilha, em tempo real, de informações comuns a todos os sítios e a uniformização dos métodos de trabalho. Cerimónia em honra das altas autoridades do Banco Central, admitidas à reforma em 2006 Em 26 de Dezembro de 2006, teve lugar na Sede do BCEAO, uma cerimónia em homenagem às altas autoridades do Banco Central, admitidas à reforma em 2006. Estes veneráveis homens e mulheres, que se despediam do Banco Central depois de três décadas de uma carreira prestigiosa, inteiramente dedicada à União, eram dez.(10) . Trata-se de : Relatório Anual do BCEAO - 2006 xi - Sr Amadou Sadickh DIOP, Secretário Geral do BCEAO ; - Sr Mamadou DIOP, Secretário Geral da Comissão Bancária da UEMOA ; - Sr Tiemoko Meyliet KONE, Conselheiro Especial do Governador, Controlador Geral ; - Sr Pascal Irenée KOUPAKI, Conselheiro Especial do Governador, Director do Departamento dos Estudos Económicos e da Moeda ; - Sr Sosthène Bourëima BAMBARA, Conselheiro do Governador, Director do Departamento da Administração Geral e da Formação ; - Sr Ambroise KONE, Director do Departamento da Emissão, da Contabilidade e das Finanças ; - Sra Sockhna BEYE SAKHO, Directora do Departamento da Segurança e dos Assuntos Jurídicos ; - Sr Idriss Lyassou, Director Nacional do BCEAO para o Benin ; O Governador BARO e o Vice-Governador GAMATIE con alguns quadros superiores reformados. - Sr Seyni NDIAYE, Director Nacional do BCEAO para o Senegal ; - Sr Abdoulaye SOUMANA, Director Nacional do BCEAO para o Niger. Dirigindo-se a estes quadros superiores do Banco Central, o Governador BARO saudou a competência profissional, a sua probidade e discrição assim como o desinteresse que demonstraram no exercício das funções que assumiram durante as suas carreiras. Relativamente aos serviços honráveis prestados ao Instituto emissor comunitário, o Sr BARO, em nome de todo o pessoal e no seu nome próprio, expressou-lhes toda a sua satisfação pelo seu trabalho e formulou votos para uma reforma tranquila, feliz e satisfatória. xii Relatório Anual do BCEAO - 2006 COMPOSIÇÃO DOS ORGÃOS ESTATUTÁRIOS E ORGANIGRAMA DO BCEAO Relatório Anual do BCEAO - 2006 xiii COMPOSIÇÃO DA CONFERÊNCIA DE CHEFES DE ESTADO DA UMOA a 31 de Dezembro de 2006 PRESIDENTE : S.E. Mamadou TANDJA, Presidente da República do Níger. S.E. Boni YAYI, Presidente da República do Benin. S.E. Blaise COMPAORE, Presidente do Burkina Faso. S.E. Laurent GBAGBO, Presidente da República de Côte d’Ivoire S.E. João Bernado VIEIRA, Presidente da República da Guiné-Bissau. S.E. Amadou Toumani TOURE, Presidente da República do Mali. S.E. Mamadou TANDJA, Presidente da República do Niger S.E. Abdoulaye WADE, Presidente da República do Senegal. S.E. Faure GNASSINGBE, Presidente da República do Togo Relatório Anual do BCEAO - 2006 xv COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS DA UMOA a 31 de Dezembro de 2006 PRESIDENTE : Sr Jean Baptiste COMPAORE, Ministro das Finanças e do Orçamento do Burkina Faso República do Benin Srs Pascal Irenée KOUPAKI, Ministro do Desenvolvimento, da Economia e Finanças ; Albert Segbegnon HOUNGBO, Ministro Delegado responsável pelo Orçamento junto do Ministro do Desenvolvimento, Economia e das Finanças. Burkina Faso Srs Jean-Baptiste COMPAORE, Ministro das Finanças e do Orçamento ; Jean de DIEU SOMDA, Ministro Delegado junto do Ministro das das Relações Exteriores e Cooperação Regional, encarregue da Cooperação Regional. República de Côte d'Ivoire Srs Koffi Charles DIBY, Ministro Delegado junto do Primeiro Ministro, encarregue da Economia e das Finanças ; Albert TOIKEUSE MABRI, Ministro da Cooperação e da Integração Africana. República da Guiné-Bissau Srs Vítor MANDINGA, Ministro das Finanças ; Issufo SANHA, Ministro da Economia. República do Mali Srs Abou-Bakar TRAORE, Ministro da Economia e das Finanças ; Oumar Hammadoun DICKO, Ministro dos Malianos do Exterior e da Integração Africana. República do Níger Srs Ali Mahamane Lamine ZEINE, Ministro da Economia e das Finanças ; Seyni OUMAROU, Ministro de Estado e do Equipamento. República do Senegal Srs Abdoulaye DIOP, Ministro da Economia e das Finanças ; Cheikh Hadjibou SOUMARE, Ministro Delegado junto do Ministro da Economia e Finanças, encarregue do Orçamento. República do Togo Srs Payadowa BOUKPESSI, Ministro das Finanças o Orçamento e das Privatizações ; Daniel Kaboè KLOUTSE, Ministro da Economia e do Desenvolvimento. xvi Relatório Anual do BCEAO - 2006 COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO a 31 de Dezembro de 2006 PRESIDENTE : M. Damo Justin BARO Governador interino do BCEAO República do Benin Srs Félicien C. ZACHARIE, Director Geral do Tesouro e da Contabilidade Pública no Ministério do Desenvolvimento, da Economia e das Finanças ; Dieudonné C.ASSOGBA, Suplente do Director de Gabinete do Ministro do Desenvolvimento, da Economia e das Finanças. Burkina Faso Srs Lucien Marie Noël BEMBAMBA, Director Geral do Tesouro e da Contabilidade Pública, no Ministério das Finanças e do Orçamento ; Léné SEGBO, Director Geral da Cooperação no Ministério das Finanças e do Orçamento. República de Côte d’Ivoire Srs Kouamé KOUASSI, Director Geral do Orçamentoe das Finanças no Ministério da Economia e das Finanças ; Claude Yao BEUGRE, Conselheiro especial do Ministro Delegado junto do Primeiro Ministro, encarregue da Economia e das Finanças. República da Guiné-Bissau Srs Fernando Jorge Maria CORREIA, Director Geral do Tesouro no Ministério das Finanças ; João Viriato RODRIGUES, Director da Dívida no Ministério das Finanças. República do Mali Srs Aboubacar Alhousseyni TOURE, Director Nacional do Tesouro e da Contabilidade Pública no Ministério da Economia e das Finanças ; Sambou WAGUE, Secretário Geral do Ministério da Economia e das Finanças. República do Niger Srs Boubacar Moumouni SAIDOU, Comissário encarregue da Economia no Ministério da Economia e das Finanças ; Abdou SOUMANA, Secretário Geral do Ministério da Economia e das Finanças. República do Senegal Srs Falilou Mbacké DIAGNE, Tesoureiro Geral, Agente Contabilístico Principal do Tesouro no Ministério da Economia e das Finanças. Adama DIEYE, Conselheiro Técnico no Ministério da Economia e das Finanças. República do Togo Srs Essowédéou AGBA, Secretário Geral do Ministério das Finanças, do Orçamento e das Privatizações ; Marc Dèdèriwè, ABLY-BIDAMON, Director Geral das Alfândegas no Ministério das Finanças, do Orçamento e das Privatizações ; República francesa Srs Xavier MUSCA, Director Geral do Tesouro e da Política Económica no Ministério da Economia, das Finanças e da Indústria ; Jean-Christophe DEBERRE, Director das Políticas de Desenvolvimento no Ministério das Relações Externas. Relatório Anual do BCEAO - 2006 xvii xviii Relatório Anual do BCEAO - 2006 BANCO CENTRAL DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL a 31 de Dezembro de 2006 GOVERNO Governador interino Vice-Governador Secretário Geral Conselheiro Especial do Governador : : : : Sr Damo Justin BARO Sr Ali Badjo GAMATIE Sr Amadou Sadickh DIOP Sr Tiémoko Meyliet KONE CONSELHEIRO DO GOVERNADOR : Sr Sosthène Boureima BAMBARA CONTROLO GERAL Controlador Geral : Sr Tiémoko Meyliet KONE ASSISTENTE DO GOVERNADOR : Sr Alain KOUTANGNI DEPARTAMENTOS Director do Departamento de Administração Geral e da Formação Director do Departamento da Emissão, da Contabilidade e das Finanças Director do Departamento de Estudos Económicos e da Moeda Director do Departamento de Projectos e das Missões Directora do Departamento de Segurança e Assuntos Jurídicos : Sr Sosthène Boureima BAMBARA : Sr Ambroise KONE : Sr Jean-Claude BROU : Sr Ousmane OUEDRAOGO : Sra Sockna Bèye SAKHO CONSELHEIROS DO CONTROLADOR GERAL E DE DIRECTORES DE DEPARTAMENTO Conselheiro do Controlador Geral Conselheiro do Director do Departamento de Emissão, Contabilidade e Finanças Conselheiros do Director do Departamento de Estudos Económicos e da Moeda : Sr Thiémoko DIARA : Sr Christian KOFFI : Sr Mawuena Kodzo DOSSA : Sr François de Salles NARE : Sr Mahamadou GADO DIRECÇÕES DOS SERVIÇOS CENTRAIS Director Director Director Director Director Director Director Director Director Director Director dos Assuntos Administrativos dos Assuntos Jurídicos da Comunicação da Contabilidade e do Orçamento do Controlo de Gestão dos Controlos e Prevenção dos Riscos do Crédito da Emissão dos Estudos da Formação da Informática : : : : : : : : : : : Sr Marcel de SOUZA Sr Elpídio FREITAS Sr Venance Adama KANGNI Cargo vago Sr Alain KOUTANGNI Sr Soumaïla OUEDRAOGO Sr Charles KI-ZERBO Sr Amadou BACHIR Sr Armand BADIEL Sr Modienne GUISSE Sr Abdoulaye SECK Relatório Anual do BCEAO - 2006 xix Director Director Director Director Director Director Director Director Director Director Director da Inspecção e Auditoria Interna das Operações Financeiras do Património das Relações Internacionais da Investigação e Estatística dos Recursos Humanos da Segurança dos Serviços Gerais dos Sistemas de Pagamento dos Sistemas Financeiros Descentralizados junto do Secretário Geral : Sr Denis N’GBE : Sr Oumar Tatam LY : Sr Siriki KONE : Sr Samuel MEANGO : Sr Ismaïla DEM : Sr Jean-Baptiste Ayayé AMAN : Sr Paul Marie KIELEM : Sr Félix DJAN DJE : Sra Fatoumata Zahra DIOP : Sr Eric Amah EKUE : Sr Mamadou Lamine DIOUF MISSÕES Director Encarregue da Missão para a Realização da Central dos Balanços Coordenador Principal da Missão de Assistência Técnica na Direcção Nacional do BCEAO para a Guiné-Bissau : Sr Joseph Pindana SAMA : Sr Blaise Djomand DIPLO REPRESENTAÇÕES Representante Residente do Governador junto da Comissão da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) Representante do BCEAO junto das Instituições Europeias de Cooperação : Sr Théophile Ahoua N’DOLI : Cargo vago DIRECÇÕES NACIONAIS Director Director Director Director Director Director Director Director xx Nacional Nacional Nacional Nacional Nacional Nacional Nacional Nacional para para para para para para para para o Benin o Burkina a Côte d’Ivoire a Guiné Bissau o Mali o Niger o Senegal o Togo Relatório Anual do BCEAO - 2006 : Sr Lyassou Idriss DAOUDA : Sr Bolo SANOU : Sr Kablan YAO SAHI : Sr Aguinaldo EMBALO : Sr Idrissa TRAORE : Sr Abdoulaye SOUMANA : Sr Seyni NDIAYE : Sr Ayéwanou GBEASOR ENDEREÇOS DOS DIFERENTES SÍTIOS DO BCEAO SEDE SOCIAL Avenida Abdoulaye FADIGA – Caixa Postal : nº 3108 – Dakar Telefone : (221) 839 05 00 – Telefax: (221) 823 93 35 e 822 61 09 Telex: BCEAO 21 833 SG, 21 815 SG, 21 530 SG, 21 597 SG Site Internet: http://www.bceao.int BENIN Cotonou Avenida Jean-Paul II 01 Caixa Postal : n° 325 RP Telefone : (229) 21 31 24 66 e 21 31 24 67 Telex : 5211 BCEAO COTONOU Telefax : (229) 21 31 24 65 Director da agência Principal : Sr Roger AGBOZOGNIGBE Parakou Caixa Postal : n° 201 Telefone : (229) 23 61 03 25 Telex : 5099 BCEAO PARAKOU Telefax : (229) 23 61 10 91 Chefe da Agência auxiliar : Sr Moussibaho SANNI BURKINA Ouagadougou Avenida Gamal Abdel NASSER Caixa Postal : n° 356 Telefone : (226) 50 30 60 15/16/17 Telex : 0978 5205 BCEAO BF e 0978 5235 BCEAO BF Telefax : (226) 50 31 01 22 Director da Agência Principal : Sr Lallé COULIBALY Bobo-Dioulasso Caixa Postal : n° 603 Telefone : (226) 20 97 04 44/45/46 Telex : 0978 8228 BCEAO BF Telefax : (226) 20 97 04 58 Chefe da Agência Auxiliar : Sr Zoukou KERE Abengourou Caixa Postal : n° 905 Telefone : (225) 35 91 37 15 e 35 91 39 15 Telex : 59 103 ABENGOUROU CI Telefax : (225) 35 91 31 76 Chefe da Agência Auxiliar : Cargo vago Bouaké Caixa Postal : n° 773 Telefone : (225) 31 63 33 13 e 31 63 33 14 Telex : BCEAO BOUAKE 69 109 Telefax : (225) 31 63 38 31 Chefe da Agência Auxiliar : Cargo vago Daloa Caixa Postal : n° 46 Telefone : (225) 32 78 38 85 Telex : BCEAO DALOA Telefax : (225) 32 78 13 10 Chefe da Agência Auxiliar : Sr Célestin Angoua NANGOH Korhogo Caixa Postal : n° 54 Telefone : (225) 36 86 01 10 e 36 86 01 11 Telex : 63 106 KORHOGO CI Telefax : (225) 36 86 15 30 Chefe da Agência Auxiliar : Cargo vago Man Caixa Postal : n° 1017 Telefone : (225) 33 79 02 67 Telex : BCEAO MAN 89 106 Telefax : (225) 33 79 02 28 Chefe da Agência Auxiliar : Cargo vago COTE D’IVOIRE Abidjan Avenida Terrasson de Fougères Caixa Postal : n° 01 1769 ABIDJAN 01 Telefone : (225) 20 20 84 00 e 20 20 85 00 Telex : BC ABJ CI 23 474 – 23 761 et 23 607 Telefax : (225) 20 22 28 52 et 20 22 00 40 Director da Agência Principal : Sr Ernest ADOHI ASSEU San Pedro Caixa Postal : n° 387 Telefone : (225) 34 71 21 74 Telex : BCEAO 91 130 SAN PEDRO Telefax : (225) 34 71 24 48 Chefe da Agência Auxiliar : Sr Niangoran ALLE Relatório Anual do BCEAO - 2006 xxi GUINE-BISSAU Bissau Caixa Postal : n° 38 Telefone : (245) 21 55 48 - 21 41 73 e 21 14 82 Telex : 289 BCGB 1 Telefax : (245) 20 13 05 e 20 13 21 Directora da Agência Principal : Sra Felicidade Soares Correia de Brito ABELHA MALI Bamako Boulevard de 22 de Outubro de 1946 Caixa Postal : n° 206 Telefone : (223) 22 25 41 et 22 54 06 Telex : 2574 BCEAO BAMAKO Telefax : (223) 22 47 86 Director da Agência Principal : Sr Soumaïla KIDA Mopti Caixa Postal : n° 180 Telefone : (223) 43 01 02 e 43 05 65 Telex : BCEAOMPT 8001 MJ Telefax : (223) 43 05 07 Chefe da Agência Auxiliar : Sr Idrissa Matoti TOURE Sikasso Caixa Postal : n° 453 Telefone : (223) 62 06 57 Telefax : (223) 62 08 79 Chefe da Agência Auxiliar : Sr Ibrahima TOURE NÍGER Niamey Rua do urânio Caixa Postal : n° 487 Telefone : (227) 72 33 30 e 72 33 40 Telex : BCEAO 5218 NI Telefax : (227) 73 47 43 Director da Agência Principal : Sr Oumarou GAGERE Maradi Caixa Postal : n° 265 Telefone : (227) 41 00 96 Telex : BCEAO 8244 NI Telefax : (227) 41 00 45 Chefe da Agência Auxiliar : Sr Sahaka MAHAMAN SALAH xxii Relatório Anual do BCEAO - 2006 Zinder Caixa Postal : n° 133 Telefone : (227) 51 00 94 Telex : BCEAO 8226 NI Telefax : (227) 51 07 24 Chefe da Agência Auxiliar : Cargo vago SENEGAL Dakar Boulevard General De Gaulle x Triangle sud Caixa Postal : n° 3159 Telefone : (221) 889 45 45 Telex : BCEAO SG 21 839 Telefax : (221) 823 57 57 Director da Agência Principal : Sr Birame SENE Kaolack Caixa Postal : n° 79 Telefone : (221) 941 13 86 e 941 13 87 Telex : BCEAO SG 74071 Telefax : (221) 941 33 23 Chefe da Agência Auxiliar : Sr Alain Serge NICOD Ziguinchor Caixa Postal : n° 317 Telefone : (221) 991 10 39 Telex : BCEAO SG 73027 Telefax : (221) 991 16 59 Chefe da Agência Auxiliar : Cargo vago TOGO Lomé Rua Abdoulaye FADIGA Caixa Postal : n° 120 Telefone : (228) 221 53 84 Telex : 5216 BCEAO TO Telefax : (228) 221 76 02 Director da Agência Principal : Sr Kokou Seretti GOZAN Kara Caixa Postal : n° 75 Telefone : (228) 660 60 79 e 660 61 37 Telex : 7202 Telefax : (228) 660 62 69 Chefe da Agência Auxiliar : Sr Novignon GABOUTOU REPRESENTAÇÃO DO GOVERNADOR JUNTO DA COMISSÃO DA UEMOA Avenida Gamal Abdel NASSER, Ouagadougou, Burkina Caixa Postal : n° 64 OUAGADOUGOU 01 Telefone : (226) 50 30 60 15 Telex : BCEAO 5205 BF Telefax : (226) 50 30 63 76 REPRESENTAÇÃO DO BCEAO JUNTO DAS INTITUIÇÕES EUROPEIAS DE COOPERAÇÃO 29, rua du Colisée, 75008 Paris, França Telefone : (33) 1 42 25 71 60 Telex : BCEAO PARIS 650087 Telefax : (33) 1 42 56 00 37 Relatório Anual do BCEAO - 2006 xxiii Sr Damo Justin BARO, Governador interino do BCEAO. Mensagem do Governador do BCEAO informação de empresa constitui, hoje em dia, um instrumento estratégico de apoio a tomada de A decisão para os Estados e para as empresas. Para as autoridades públicas, ela favorece o reforço da análise das capacidades económicas, financeiras e comerciais das empresas e dos sec- tores de actividade e uma melhor formulação e implementação da política económica. Para os investidores, muito exigentes em matéria de dados de confiança em prazos breves, esta informação melhora a percepção do risco e permite a aplicação das estratégias de investimento modernas e eficientes. Desde logo, num mundo cada vez mais globalizado, a qualidade da informação de empresa tornou-se uma das condições necessárias para a captação de capitais, a securização das relações comerciais e o desenvolvimento de um sistema financeiro dinâmico e estável. Nos últimos anos, o desenvolvimento das centrais dos balanços de empresas em várias regiões do mundo, contribuiu para a melhoria significativa da qualidade e da disponibilidade da informação de empresa. A nível da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA), o Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) iniciou em Outubro de 1991 um projecto de realização de uma central dos balanços. A execução deste projecto requerem a uniformização da regulamentação contabilística aplicável às empresas não financeiras da União, a estandardização da informação de empresa e a implementação de orgãos encarregues da normalização contabilística e da organização da profissão contabilística. Todas estas acções permitiram a melhoria da qualidade da informação de empresa e a facilitação da sua recolha, tratamento e análise. O projecto da Central dos Balanços da UEMOA foi totalmente executado em 2006. A base de dados constituída comporta cerca de 30.000 empresas e será regularmente actualizada e desenvolvida. Hoje em dia, o Banco Central pretende promover um mercado moderno da informação de empresa, garantia de acesso livre à informação, de transparência e de boa governação. A este respeito, iniciou, com a autorização do Conselho de Ministros da UEMOA, a criação de uma estrutura de direito privado : a Sociedade de Comercialização de informações de empresa (SCIE). Esta sociedade empenhar-se-á na produção e difusão das informações relativas às empresas não financeiras, no âmbito de uma delegação de missão de serviço público. O Instituto emissor responsabilizou-se pela recolha da informação e a gestão da base de dados. A nova sociedade resulta de uma parceria regional bem sucedida, associando, num projecto comum, o BCEAO e os promotores institucionais que são o Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD), o Fundo Africano de Garantia e de Cooperação Económica (FAGACE), a Bolsa Regional dos Valores mobiliarios e vários estabelecimentos de crédito da praça. Para garantir o sucesso deste projecto e contribuir,assim, para a edificação de um sistema financeiro diversificado, estável e saudável, a aplicação de medidas de acompanhamento revela-se imprescindível a nível dos principais parceiros do projecto, isto é, o sector privado, os Estados membros da UEMOA e o Banco Central. Relatório Anual do BCEAO - 2006 1 Ao nível das empresas, dever-se-á insistir na governação de empresa e na organização interna para poder produzir, nos devidos prazos, demonstrações de resultados fiáveis para alimentar a Central dos Balanços da UEMOA. Os organismos públicos envolvidos, nomeadamente as administrações fiscais, deveriam velar pela aplicação estrita das convenções de recolha da informação de empresa que as ligam ao BCEAO. Atendendo a todas as disposições legais e regulamentares que condicionam o sucesso da Central dos Balanços, as conquistas, também, deverão ser consolidadas. O BCEAO, por sua parte, fiel à sua missão de protecção da estabilidade do sistema financeiro, continuará a assegurar o desenvolvimento da Central dos Balanços, preservando, nomeadamente, a integridade, a fiabilidade, a disponibilidade e a actualização da base de dados que alberga. Damo Justin BARO Governador interino do Banco Central dos Estados da África Ocidental, Presidente do Conselho de Administração 2 Relatório Anual do BCEAO - 2006 VISÃO GLOBAL economia internacional continuou a sua expansão em 2006, sustentada pelos resultados dos países emergentes, apesar do nível relativamente elevado do preço do barril de petróleo bruto. O ritmo do crescimento da economia internacional atingiu 5,4 %, em termos reais, contra 4,9 % em 2005. A Neste contexto, a actividade económica manteve-se constante nos países em via de desenvolvimento. Na América Latina, a produção continuou sustentada pela progressão das exportações, ligada ao aumento da procura internacional. Em África, o crescimento económico, essencialmente impulsionado pela melhoria da conjuntura nos países produtores de petróleo, estabeleceu-se em 5,5% depois de 5,6% em 2005. As apreensões ligadas a uma recrudescência da inflação, induzida pelo encarecimento dos produtos petrolíferos, levaram vários bancos centrais a continuarem na restrição da sua política monetária. No mercado de câmbios, a actividade económica sustentada nos Estados Unidos, abrandou parcialmente as preocupações dos operadores relativas à importância dos défices no orçamento e na balança de pagamentos correntes americanos. Por conseguinte, o dólar dos Estados Unidos só se depreciou de 0,9% em média, em relação ao euro. O papel do ouro como valor refúgio confortou-se, devido a relativa fraqueza do dólar e a vontade de alguns bancos centrais em diversificar a sua carteira de activos. Nos mercados das matérias primas, os preços dos principais produtos agrícolas de exportação dos Estados membros da União Monetária Oeste Africana (UMOA), nomeadamente o café, o cacau e o algodão, continuaram com a sua tendência em alta, devido ao aumento da procura. Em termos reais, o produto interno bruto dos países da UMOA progrediu de 3,0% em 2006 contra 4,1% no ano precedente. A desaceleração do crescimento económico resulta da persistência das dificuldades encontradas por alguns sectores agrícolas, da crise do sector da energia consecutiva ao disparo da cotação do petróleo e do contexto socio-político de certos Estados. A inflação estabeleceu-se em 2,3%, em média anual, baixando significativamente em relação ao nível de 4,3% atingido em 2005. Esta evolução do nível geral dos preços no consumidor relativa aos preços dos produtos alimentares, resulta do efeito dos resultados favoráveis da campanha agrícola 2006/2007. O défice global das finanças públicas, excluindo as dons, situou-se em 1.288,5 mil milhões. Relacionado ao PIB, 5,0% contra 5,3% em 2005. O stock da dívida externa atingiu 8.809,4 mil milhões contra 12.741,8 mil milhões em 2005. Esta diminuição de 3.932,4 mil milhões provém essencialmente, do cancelamento de dívidas, no quadro da Iniciativa de Alívio da Dívida Multilateral (IADM) por um montante global de 4.431,1 mil milhões, cujo impacto foi atenuado por novos desembolsos de empréstimos. Por conseguinte, as dívidas existentes representaram, em finais de 2006, o equivalente a 34,0% do PIB contra 52,1 % em 2005. A balança de pagamentos externos agregada dos Estados membros da União apresentou um excedente de 686,4 mil milhões contra 98,3 mil milhões em 2005. O défice das transacções correntes, excluindo as transferências oficiais, baixou para 6,4% do PIB contra 7,7% em 2005. A orientação prudente dada pelo BCEAO à sua acção monetária no decorrer destes últimos anos, foi mantida com vista a controlar as pressões inflacionistas, consolidar a poupança e promover o crescimento. Num contexto marcado pelas preocupações devidas à evolução dos preços nos Estados membros da UEMOA, o Banco Central aumentou de um quarto de ponto a percentagem das suas taxas de Relatório Anual do BCEAO - 2006 3 referência , a partir de 24 de Agosto de 2006. A taxa de cedência de liquidez passou, assim, para 4,25%.A taxa de desconto, por seu lado, passou para 4,75 %. Considerando a evolução dos créditos a economia nos Estados membros da União, o Banco Central não alterou os coeficientes de reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos da União e fixados, desde 16 de Junho de 2005, em 15,0% no Benin, 9,0% no Mali, no Níger e no Senegal, 7,0% no Burkina, 5,0% em Côte d’Ivoire e 3,0% na Guiné-Bissau e no Togo. Tendo em conta a situação da tesouraria bancária, o BCEAO não organizou nenhuma operação de injecção retoma de liquidez em 2006. A posição externa líquida credora das instituições monetárias reforçou-se de 586,9 mil milhões chegando a 3.884,7 mil milhões. As reservas de câmbio fixaram-se em 4.013,4 mil milhões, elevando a taxa de cobertura da emissão monetária a 117,1% em 2006. O crédito interno registou uma subida de 3,4% para os 4.783,0 mil milhões, na sequência da progressão dos créditos a economia, cujo impacto foi atenuado pela melhoria da posição líquida dos governos. As intervenções do Banco Central estabeleceram-se em 342,0 mil milhões em Dezembro de 2006, recuando de 24,4 mil milhões em relação ao nível registrado no ano precedente. Esta evolução está ligada ao efeito conjugado da redução de 37,8 mil milhões relativos à assistência aos Estados e do aumento de 13,4 mil milhões dos refinanciamentos a favor dos bancos e dos estabelecimentos financeiros. Reflectindo a evolução das suas contrapartidas, a massa monetária progrediu de 11,4% chegando assim aos 7.170,8 mil milhões. O Banco Central prosseguiu com a modernização dos seus sistemas e meios de pagamentos com o arranque do Sistema Interbancário de Compensação Automatizado na UEMOA (SICA-UEMOA). Além disso, convém sublinhar a apropriação gradual do Sistema de Transferência Automatizado e de Pagamento (STAR-UEMOA) pelos utilizadores, que se traduz pelo aumento do volume e do valor das trocas efectuadas e uma melhoria dos indicadores de desempenho. A centralização dos balanços das empresas não financeiras deu um passo decisivo com a criação da Sociedade de Comercialização de Informações de Empresa e a difusão, a nível do próprio Banco Central, das primeiras edições das "Centralizações sectoriais", do " Dossier individual de empresa" e do "Anuário das empresas". O Banco Central também levou a cabo acções visando a promoção dos Sistemas Financeiros Descentralizados (SFD) e a cooperação monetária regional. O BCEAO contribuiu igualmente para o reforço do processo de integração através da sua participação nas acções de sensibilização e de implementação do Programa Económico Regional (PER), visando, nomeadamente, impulsionar um crescimento dinâmico, com vista a lutar eficientemente contra a pobreza. Em 2006, por aplicação do Art. 64 dos seus Estatutos, as contas do BCEAO foram auditadas pelos Controladores Nacionais e pelo Comissário Controlador nomeado pelo Conselho de Ministros. O Comissário Controlador, juntamente com o Controlador nomeado pela França, procederam a verificação da aplicação do Acordo de Conta de Operações. 4 Relatório Anual do BCEAO - 2006 I - CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO 1 - CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO INTERNACIONAL m 2006, a economia mundial continuou a sua expansão. O seu ritmo de crescimento acelerou-se efectivamente atingindo 5,4% contra 4,9% no ano precedente. O crescimento mundial continuou a ser sustentado pelas economias emergentes, nomeadamente as asiáticas. E Uma aceleração do ritmo de crescimento económico foi registada na quase totalidade dos países industrializados .Nos Estados Unidos, o Produto Interno Bruto (PIB) progrediu de 3,3% em 2006, contra 3,2% em 2005. A procura interna, sustentada pelas despesas públicas ligadas à reconstrução, depois da desastrosa estação dos furacões no final de 2005, foi a causa determinante do crescimento. As exportações também, seguiram uma boa orientação, impulsionadas pela depreciação do dólar. No Japão, a retoma da economia foi confirmada. A actividade progrediu de 2,2% contra 1,9% em 2005, sustentada pelos investimentos e pelas exportações. No Reino-Unido, a taxa de crescimento do PIB, ligada ao rigor da procura interna, fixouse em 2,7% contra 1,9,% em 2005. A procura interna constituiu igualmente a causa determinante do crescimento na Zona euro onde a taxa de crescimento do PIB foi de 2,6% contra 1,4% em 2005. Nos países emergentes, a actividade continua sustentada, num contexto internacional favorável, caracterizado pelo aumento dos preços dos produtos de base, o dinamismo do comércio internacional, os progressos registados relativamente às reformas macroeconómicas e à forte afluência dos investimentos estrangeiros. Em 2006, nestes países, o PIB progrediu de 7,9% contra 7,5% em 2005. Esta tendência reflecte as evoluções constatadas de um grupo de países para outro. A taxa de crescimento económico, em África, estabeleceu-se em 5,5% depois de 5,6% em 2005.O nível relativamente baixo dos preços das matérias primas agrícolas, nomeadamen- te o algodão, e a persistência das crises sociopolíticas em vários países da África Ocidental, Oriental e Austral, abrandaram os desempenhos económicos do continente africano, mesmo quando alguns países, exportadores líquidos de petróleo, beneficiaram da alta do preço do petróleo bruto. A relativa melhoria da situação do emprego nos países industrializados e a alta do preço internacional do petróleo, provocaram algumas pressões inflacionistas que, no entanto, ficaram relativamente controladas. Assim, a variação do índice de preços no consumidor, nos Estados Unidos, fixou-se em média em 3,2% contra 3,4% no ano precedente. No Reino Unido, estabeleceu-se em 2,4% depois de 2,0% em 2005. Na Zona euro, a taxa de inflação situou-se em 2,2% , a mesma taxa de 2005. No Japão, a alta de preços no consumidor situou-se em 0,5%, depois de uma regressão de 0,3% registada em 2005. Neste contexto marcado por pressões inflacionistas, os bancos centrais dos principais países industrializados deram à sua política monetária uma orientação restritiva, aplicada a um ritmo variável, conforme a situação conjuntural das economias. Assim, nos Estados Unidos, a Comissão Federal do Open Market (FOMC) da Reserva Federal aumentou, respectivamente, a taxa objectiva dos fundos federais e a taxa de redesconto para 5,25% e para 6,25%, depois de quatro aumentos consecutivos de um quarto de ponto de percentagem no decorrer de 2006. Uma subida mais importante das taxas de referência foi aplicada na Zona do euro pelo Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE). Também, a taxa de submissão mínima aplicada às principais operações de refinanciamento, a taxa de facilidade de empréstimo marginal e a da facilidade de depósitos, foram respectivamente aumentadas para 3,50%, 4,50% e 2,50%, ou seja, um aumento global de 1,25 pontos de percentagem em 2006. No Reino Unido, o Banco da Inglaterra aumentou a sua principal taxa de referência para 5,00%, o seu nível mais elevado desde Setembro de 2001. No Japão, o registo de cifras positivas para a inflação e a perspectiva do afastamento definitivo da deflação levaram o Banco do Japão a pôr fim a Relatório Anual do BCEAO - 2006 5 CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO sua política de injecção de liquidez a taxa zero, nos mercados e a aumentar a sua taxa de redesconto para 0,25%. Os sinais de melhoria da situação global das economias dos países industrializados não dissiparam as preocupações dos operadores dos mercados de câmbio, resultantes da importância e da persistência do défice na balança de pagamentos correntes americanas. Os receios induzidos pelos riscos corridos e a vontade, por parte de alguns Estados, de reduzir o peso da divisa americana nas suas reservas de divisas constituíram factores de enfraquecimento do dólar. No entanto, nomeadamente, por razão do diferencial das taxas de juro favoráveis, resultante da política monetária da Reserva Federal, a depreciação da nota verde foi atenuada pela robustez relativa da economia dos Estados Unidos e pela atracção constante exercida por este país sobre os capitais. Por conseguinte, a divisa americana só se depreciou em média de 6 Relatório Anual do BCEAO - 2006 0,9% em relação ao euro. A moeda única europeia apreciou-se igualmente em 6,2%, face ao iene, fixando-se, em média anual, em 146,02 ienes por euro. Em compensação, estabeleceuse em 0,68 libras esterlinas, recuando de 0,3%. Por estar vinculado ao euro, o franco CFA teve um comportamento idêntico ao da moeda única europeia, face às principais moedas. No plano sub-regional, a evolução da cotação média das principais moedas da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) em relação ao franco CFA, revelouse contrastada em 2006. Com efeito, em 2006, o franco guineense e o cedi ganeense retrocederam de 40,0% e de 2,8%. A importante depreciação da moeda guineense traduz a alteração do contexto económico deste país desde 2005. Em compensação, o naira nigeriano e o dalassi gambiano apreciaram-se de 1,8% e 4,3% no mesmo período. CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO A baixa relativa do dólar favoreceu o preço mundial do ouro, cujo papel de valor refúgio foi reforçado. Além disso, a diversificação das reservas de divisas de certos bancos centrais a favor do ouro, constituiu um factor de sustento suplementar. O preço médio anual da onça de ouro aumentou assim de 35,9%, atingindo 604,9 dólares em 2006. Os preços de outras matérias primas como o petróleo, a borracha natural, o café, o cacau e o algodão, também, progrediram com rebustez da procura, e as perturbações na esfera sociopolítica e as incertezas climáticas, que reduziram a oferta. Em compensação, os preços internacionais dos óleos vegetais recuaram. 2 - CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO DA UEMOA A dinâmica económica da União Monetária Oeste Africana (UMOA) foi favorecida pelas boas colheitas, devido a uma pluviometria globalmente satisfatória e bem repartida, assim como uma, produção industrial relativamente boa. 2.1 - Produto Interno Bruto O produto interno bruto da União progrediu em termos reais de 3,0% em 2006 contra 4,1% no ano precedente. A desaceleração do crescimento económico está ligada à persistência das dificuldades encontradas por alguns sectores agrícolas, à crise do sector da energia, essa relacionando-se com o aumento súbito das cotações do petróleo e o contexto socio-político em alguns países. A produção agrícola foi favorecida pela boa estação de chuvas e a sua repartição satisfatória por todos os territórios dos Estados membros da UEMOA. Na maioria dos Estados, as produções das culturas de subsistência e de exportação da campanha 2006/2007 registaram globalmente uma melhoria. Todos os Estados membros da União registaram taxas de crescimento reais positivas do seu PIB em relação ao ano precedente. Todavia, o ritmo de crescimento foi contido em vários países. No Burkina, a actividade progrediu de 6,4% contra 7,1% no ano precedente. No Mali, o PIB aumentou de 5,3% contra 6,1% no ano precedente. No Niger, a taxa de crescimento do PIB situou-se em 4,8% depois de 7,2% atingido em 2005. No Benin, o PIB estabeleceu-se em 3,8% contra 2,9% em 2005. No Senegal, a progressão do PIB passou de 5,3% em 2005 para 2,1%. A taxa de crescimento económico da Guiné-Bissau situou-se em 1,8% contra 3,8% no ano precedente. No Togo , fixou-se em 1,9% contra 1,3% em 2005. Em Côte d’Ivoire, o ritmo de crescimento da actividade económica estabeleceu-se em 1,2% contra 1,8% em 2005. Gràfico 1 : Taxa de crescimento do PIB da UEMOA Fonte : BCEAO. Relatório Anual do BCEAO - 2006 7 CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO 2.2 - Produção agrícola A campanha agrícola 2006/2007 resultou num aumento da produção das principais culturas, à excepção do cacau e do amendoim. Com efeito, a produção do algodão semente na União subiu de 2,1%, estabelecendo-se em 1.846.823 toneladas. A quantidade de café recolhido situou-se em 122.300 toneladas contra 118.600 toneladas no ano precedente ou seja, um aumento de 3,1%. Em compensação, as colheitas de amendoim estimadas em 1.415.283 toneladas, baixaram de 12,6% em relação à campanha precedente, por causa do recúo da produção registada no Senegal. A colheita do cacau, estimada em 1.354.200 toneladas, retrocedeu de 4,1%, devido a queda da mesma importância na produção da Côte d’Ivoire. Em Côte d’Ivoire e no Togo, a produção do cacau finou-se, respectivamente, em 1.350.000 toneladas e 4.200 toneladas. Gràfico 2 : Produções agricolas da exportação Fonte : BCEAO. A produção de subsistência da União melhorou em todos os Estados, salvo no Senegal e no Benin. No Senegal, a produção diminuiu em 1.387.100 toneladas ou seja, de 32,3%, por causa do cultivo tardio induzido pela parada pluviométrica de 10 dias observada em todo o território. No Benin, as estimativas apontam para uma baixa de 10,2% da produção de subsistência, avaliada em 5.568.400 toneladas. No entanto, no Burkina, a produção atingiu 3.858.200 toneladas, que representa uma progressão de 5,7%. Em 8 Relatório Anual do BCEAO - 2006 Côte d’Ivoire, as colheitas de subsistência aumentaram de 2,9%, ao atingir 9.725.400 toneladas. Na Guiné-Bissau, situaram-se em 221.900 toneladas ou seja, 6,4% de crescimento em relação às realizações da campanha precedente. No Mali, a produção de subsistência estabeleceu-se em 3.638.100 toneladas ou seja, uma melhoria de 8,0%. Apresentou um aumento de 10,5% no Níger, estabelecendo-se em 4.040.000 toneladas. No Togo, atingiu 2.288.800 toneladas, ou seja, uma progressão de 2,8%. CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO Gràfico 3 : Produções de subsistência Fontes : Organismos nacionais de comercialização. Colheita de tomates numa exploração agrícola no Sénégal 2.3 - Extracção mineira No sector mineiro, as principais produções da União apresentaram uma tendência em alta. A produção do ouro registou uma progressão de 14,1%, estabelecendo-se em 66.442 quilogramas devido à abertura de novas minas no Mali. Esta produção registou um aumento de 25,0% no Burkina, e 18,2% no Mali. A produção do petróleo bruto estabeleceu-se em 21.955.000 barris em Côte d’Ivoire, ou seja, um aumento de 50,5% em relação a 2005. A abertura de novos poços explica este resultado. A extracção do urânio aumentou de 14,4% no Niger, fixando-se em 3.431,5 toneladas. Relatório Anual do BCEAO - 2006 9 CONTEXTO CONTEXTOECONÓMICO ECONÓMICOE EFINANCEIRO FINANCEIRO Em compensação, a extracção dos fosfatos recuou de 34,4%, fixando-se em 1.778.703 toneladas, devido à diminuição da produção senegalesa. No Togo, a produção rendeu 1.171.261 toneladas, ou seja, um aumento de 14,7% em relação ao nível atingido em 2005. 2.4 - Produção industrial e volume de negócios no comércio a retalho O índice global da Produção industrial da União registou uma subida de 3,9% em 2006, depois de uma progressão de 4,6% em 2005. Esta evolução está ligada à melhoria da situação no Mali (23,6%), no Níger (13,0%), em Côte d’Ivoire (6,1%), no Togo (2,3%), na GuinéBissau (2,1%), e no Burkina (0,3%). Nos outros Estados membros da União, a actividade industrial retrocedeu. Com efeito, diminuiu de 15,5% no Senegal e de 1,3% no Benin. Do modo geral, a actividade industrial, reflectida pelo crescimento do índice do volume de negócios no comércio a retalho, foi sustentada pelo consumo doméstico. Com efeito, este índice progrediu de 6,9% contra 5,8% no ano precedente. Esta tendência resulta do crescimento das vendas de produtos alimentícios, de produtos farmacêuticos e cosméticos, de carros, motocíclos e peças sobressalentes, de bens mobiliários, de produtos petrolíferos e de bens diversos. As vendas aumentaram em quase todos os Estados membros da União. Assim, o índice do volume de negócios no comércio a retalho apresentou um aumento de 36,1% no Niger, 19,7% no Burkina, 12,1% no Mali, 8,9% na Guiné-Bissau, 5,9% no Senegal e 4,7% em Côte d’Ivoire. A boa orientação do volume de negócios no comércio a retalho, reflexo da confiança doméstica, foi favorecida pela progressão da procura. Em contrapartida, a actividade comercial retrocedeu de 5,8% no Benin e não progrediu no Togo por causa da concorrência exercida pelo sector informal. 2.5 - Evolução de preços A inflação medida pela variação do índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC), registou uma desaceleração em 2006. Com efeito, o nível geral de preços no consumidor na UEMOA, subiu, em média de 2,3% em 2006 contra 4,3% em 2005. Em todos os países da UEMOA, observou-se uma desaceleração da inflação, com a excepção do Senegal onde foi registada uma aceleração da progressão dos preços. A dispersão das taxas de inflação atenuou-se igualmente. Assim, o desvio padrão da distribuição das taxas de inflação, em média e por Estado, situou-se em 1,0 ponto contra 2,1 pontos em 2005, traduzindo assim uma melhoria da convergência dos níveis de inflação na UEMOA. Esta evolução do nível geral de preços foi favorecida pelo aumento da produção de subsistência em vários Estados da União e pelo abastecimento dos mercados em cereais, nomeadamente, depois de duas boas campanhas agrícolas consecutivas. Todavia, o impacto da baixa dos preços dos cereais foi atenuado pelo aumento da cotação do barril de petróleo que induziu um encarecimento de 11,1% dos combustíveis e de 10,7% dos serviços de transportes. Por outro lado, o encarecimento das carne aviária, da carne bovina e dos produtos da pesca, devido, nomeadamente, à epizootia da gripe aviária no Burkina, em Côte d’Ivoire e no Níger, à subida do custo das chamadas telefónicas no Benin, o aumento dos preços da electricidade no Burkina e no Senegal e o encarecimento do pão em Côte d’Ivoire, contribuiram regularmente para a progressão da inflação. A inflação subjacente1, que constitui a componente de longo prazo da evolução do nível geral de preços, situa-se, em média anual, em 1,7% em 2006 na UEMOA contra 2,7% em 2005, recuando-se de 1,0% em relação a 2005, o que reflete parcialmente o impacto da prudente política monetária levada a cabo pelo Banco Central. Situa-se, por país, em 0,9% na GuinéBissau, no Mali e no Togo, 1,0% no Níger, 1,2% no Benin e no Senegal, 1,9% no Burkina e 2,1% em Côte d’Ivoire. O diferencial de inflação revela-se favorável à União e atinge 6,7 pontos em relação aos países vizinhos, 3,1 pontos em relação aos outros países africanos da Zona franco. Em compensação, a diferença dos preços é desfavorável à UEMOA de 0,1 ponto, em relação aos países industrializados e de 0,1 ponto em relação à Zona euro. 1. A inflação subjacente na óptica do BCEAO é calculada pela média assimétrica aplicada às variações mensais do índice de preços. O método consiste essencialmente em eliminar, temporariamente no cabaz de consumo, os produtos cujas variações mensais de preço constituem valores extremos para o mês em referência. 10 Relatório Anual do BCEAO - 2006 CONTEXTO CONTEXTO ECONÓMICO ECONÓMICO E FINANCEIRO E FINANCEIRO 2.6 - Finanças públicas Com a excepção da Côte d’Ivoire, da GuinéBissau e do Togo, os Estados membros da União implementaram o seu orçamento 2006 no quadro dos programas económicos e financeiros, concluídos com as Instituições de Bretton Woods. Nesta base, a execução das transacções financeiras dos Estados resultou em 2006, a nível da União, num pequeno retrocesso do défice global excluindo os donativos, na base dos compromissos, fixando em 1.288,5 mil milhões ou seja 5,0% do PIB contra 5,3% em 2005. Por país, este défice ou percentagem do PIB, estabeleceu-se em 20,4 % na Guiné-Bissau, 10,5% no Burkina, 7,2% no Mali, 6,5% no Senegal, 5,9% no Níger, 4,2% no Togo, 2,5% no Benin e 1,6% em Côte d’Ivoire. Assim, a situação das finanças públicas ficou caracterizada por tensões de tesouraria, nomeadamente em alguns Estados da União, traduzindo-se por acumulações de atrasados de pagamentos. nos e pelo alívio ao nível do serviço da dívida externa. 2.7 - Balança de pagamentos Em 2006, as trocas externas dos Estados membros da União resultaram num excedente global de 686,4 mil milhões contra 98,3 mil milhões em 2005. Esta evolução foi induzida pelo retrocesso do défice nas transacções correntes, reforçado pelo excedente da conta de capital e das operações financeiras. Com efeito, os défices nas transacções correntes tiveram uma redução de 348,6 mil milhões, estabelecendo-se em 1.193,6 mil milhões, devido, nomeadamente, os bons resultados ao nível do comércio externo. Excluindo os donativos, o défice corrente diminuiu de 7,7% do PIB em 2005 a 6,4% em 2006. A melhoria da balança comercial excedentária de 18,5 mil milhões, depois de um défice de 289,0 mil milhões em 2005, deve-se a um aumento das exportações mais importante que o das importações. Na sua maioria, os Estados membros da União não respeitaram os critérios de convergência indicados no Pacto de convergência, de estabilidade, de crescimento e de solidariedade. O défice na balança dos serviços, ligado à alta das importações, agravou-se de 40,0 mil milhões, situando-se em 1.383,9 mil milhões. Além da emissão de títulos do Tesouro, os défices registados foram, em parte, financiados por desembolsos de empréstimos exter- As saídas líquidas, a título de rendimentos, que passam de 570,7 mil milhões para 627,0 mil milhões, explicam-se, nomeadamente, pelo Relatório Anual do BCEAO - 2006 11 CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO crescimento da remuneração dos investidores privados estrangeiros, pelos juros relativos à dívida externa pública, que totalizaram 222,5 mil milhões contra 241,5 mil milhões em 2005. O aumento do excedente das transferências correntes, de 661,4 mil milhões para 798,8 mil milhões, é imputável às transferências privadas, nomeadamente, às transferências de fundos dos trabalhadores ; o excedente na conta de capital e das operações financeiras melhorou de 271,9 mil milhões, principalmente, pelas poupanças nos encargos devido a anulação de dívidas no âmbito IADM pelo FMI (301,9 mil milhões). Por país, a análise da balança de pagamentos de 2006 revela, excluindo as transferências oficiais, défices na conta corrente, superiores à norma comunitária fixada em 5% do PIB em todos os Estados membros, com a excepção da Côte d’Ivoire que realizou um excedente equivalente a 2,3% do PIB. O ratio do défice corrente em relação ao PIB agravou-se no Benin e no Senegal, passando respectivamente de 6,2% para 6,8% e de 9,1% para 10,3% entre 2005 e 2006. Retrocedeu no Burkina, na Guiné-Bissau, no Mali, no Níger e no Togo. Os recursos externos mobilizados no âmbito da conta de capital e das operações financeiras possibilitaram a criação, em 2006, de saldos globais excedentários na balança de pagamentos em todos os Estados membros. 2.8 - Mobilização dos recursos e situação da dívida externa Os Estados membros da União continuaram a beneficiar do apoio financeiro da comunidade internacional no quadro da execução dos seus programas de reorganização económica e financeira. Os apoios dados para estes programas representaram 552,4 mil milhoes contra 473,3 mil milhões em 2005. A taxa de mobilização estabeleceu-se em 70,6% contra uma realização de 59,5% no ano precedente. Os montantes mobilizados junto dos organismos multilaterais fixaram-se em 418,0 mil milhões contra 394,6 mil milhões em 2005. Os financiamentos concedidos pelas Instituições de Bretton Woods estabeleceram-se em 204,1 12 Relatório Anual do BCEAO - 2006 mil milhões contra 191,8 mil milhões no ano precedente. As contribuições do Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) conheceram um aumento passando de 51,3 mil milhões em 2005 para 76,6 mil milhões em 2006. As da União Europeia, avaliadas em 74,9 mil milhões em 2006, revelaram uma baixa de 10,4 mil milhões em relação ao nível atingido no ano precedente. As contribuições do Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD) passaram de 20,0 mil milhões em 2005 para 14,6 mil milhões em 2006. As contribuições dos parceiros bilaterais situaram-se em 13,4 mil milhões em 2006 contra 78,6 mil milhões em 2005. Os principais doadores foram os Países Baixos, a França, a Suécia e o Fundo Kuweitiano. Além disso, no quadro da aplicação da Iniciativa de Alívio da Dívida Multilateral (IADM) proposta pelo grupo dos oito países mais industrializados do mundo (G8) a favor dos países pobres, o Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional ( FMI) procedeu, em 31 de Dezembro de 2004, à anulação da totalidade dos saldos das dívidas contraídas junto por cinco países da União: o Benin, o Burkina, o Mali, o Níger e o Senegal. O Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento agiram do mesmo modo respeitante à dívida contraída por estes países antes do final do ano de 2003. O montante global dos alívios concedidos a estes cinco Estados membros da UEMOA atingiu 4.431,1 mil milhões dos quais, 2.951,7 mil milhões do Banco Mundial, 1.177,5 mil milhões do Banco Africano de Desenvolvimento e 301,9 mil milhões do FMI. Por país, as dívidas anuladas situaram-se em 570,3 mil milhões para o Benin, 859,4 mil milhões para o Burkina, 1.097,6 mil milhões para o Mali, 791,8 mil milhões para o Níger e 1.112,0 mil milhões para o Senegal. Consequentemente, o saldo global da dívida externa dos Estados membros da União registou uma diminuição líquida em 2006. Foi avaliado em 8.809,4 mil milhões contra 12.741,8 mil milhões nos finais de Dezembro de 2005, ou seja uma baixa de 3.932,4 mil milhões. Os desembolsos sobre empréstimos atingiram 524,3 mil milhões, ou seja um aumento de 13,6 mil milhões. O ratio do saldo da dívida externa em relação ao PIB, melhorou-se fixando-se em CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO 34,0 % contra 52,1% no ano precedente por país, estabeleceu-se em 14,9% contra 40,0% no Benin,15,9% contra 38,6% no Burkina, 25,9% contra 61,3% no Mali, 11,5% contra 54,3% no Niger e 20,3% contra 42,6% no Senegal. Os países da União que não beneficiaram de alívio nem de anulação da sua dívida externa continuaram com dificuldades financeiras traduzidas por uma acumulação de novos atrasados de pagamentos externos, avaliados em 428,4 mil milhões. Relatório Anual do BCEAO - 2006 13 II - APLICAÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA 1 - OBJECTIVOS DA POLÍTICA MONETÁRIA Os programas monetários para o ano de 2006 foram elaborados conforme as directivas de política da moeda e do crédito aprovado pelo Conselho de Ministros da UEMOA, na sua sessão de 16 de Setembro de 2005. Estes programas levam igualmente em consideração as orientações ou política económica definidas ao nível regional, nomeadamente, a continuação dos esforços de saneamento das finanças públicas, a aceleração das reformas estruturais, nomeadamente, nos sectores agrícolas, e a fixação, para o fim de 2006, da data limite relativa ao acesso dos países elegíveis à Iniciativa PPTE. Esta, confere um carácter altamente prioritário à conclusão de um acordo com as Instituições de Bretton Woods, que condiciona a elegibilidade à decisão recente de anulação da dívida multilateral. 2005, essencialmente ligadas ao reembolso dos créditos monetários directos consolidados e à amortização dos títulos de Estado, ou seja 5% em 2006. O montante global do crédito aos Estados devia ser limitado a 294,0 mil milhões, baixando de 71,9 mil milhões. Os refinanciamentos a favor dos estabelecimentos de crédito estavam previstos de 6,0 mil milhões, ou seja uma diminuição de 6,2 mil milhões em relação às previsões revistas em fim de Dezembro de 2005. 2 - ACÇÃO MONETÁRIA Em 2006, a acção monetária do Banco Central baseiou-se principalmente na utilização dos instrumentos indirectos de regulação da liquidez para confortar a estabilidade monetária e contribuir para o financiamento não inflacionista do crescimento. 2.1 - Política das taxas de juro Com estas considerações, o objectivo fixado para a acção monetária foi a estabilidade dos preços, com uma taxa de inflação de 2,0%, para consolidar a âncora da moeda comum. Os equilíbrios monetários projectados fixava, para a União, as seguintes evoluções para 2006 : - uma melhoria de 305,0 mil milhões da posição externa líquida das Insituições monetárias da União ; - uma progressão de 73,7 mil milhões (1,7%) do crédito interno, devido a uma melhoria de 77,3 mil milhões (11,6%) da posição líquida dos governos e a um crescimento de 151,0 mil milhões (4,1%) dos créditos à economia ; - um aumento da massa monetária de 6,4%. Além disso, as intervenções do Banco Central estavam previstas a 300,1 mil milhões, ou seja um recúo de 78,0 mil milhões em relação às previsões revistas em fim de Dezembro de 14 Relatório Anual do BCEAO - 2006 A política das taxas de juro do Banco Central visa garantir a estabilidade dos preços através da regulação da liquidez bancária, da promoção da poupança, da retenção e da reciclagem optima das disponibilidades líquidas na União. A sua implementação é feita através do mercado monetário e das intervenções nos balcões. As taxas de referências do Instituto emissor sofreram um acréscimo de 0,25 ponto percentual, a partir de 24 de Agosto de 2006. Assim, a taxa de pensão passou de 4,00% para 4,25% e a taxa de redesconto de 4,50% para 4,75%. Esta decisão visou confortar a contribuição da política monetária para a estabilidade macroeconómica num contexto interno marcado por apreensões resultantes, nomeadamente, da evolução previsível dos preços nos Estados membros da UMOA. Enquadra-se num contexto internacional caracterizado, nomeadamente por um aumento sustentado do preço mundial do petróleo, um aumento progressivo das taxas de referência dos principais bancos centrais e um encarecimento do custo do APLICAÇÃO ICAÇÃO DA DA POLÍTICA POLÍTICA MONETÁRIA MONETÁRIA dinheiro no curto prazo, capaz de reduzir o impacto dos esforços levados a cabo para a retenção e afectação óptima dos recursos na União. As taxas interbancárias estabeleceram-se, em média, em 4,38% a um dia, 4,60% a uma semana, 5,11% a duas semanas, 5,26% a um mês, 5,02% a três meses, 5,99% a seis meses, 4,67% a nove meses e 5,44% a doze meses, marcando, em relação ao ano precedente, um aumento no conjunto dos prazos, com a excepção da taxa a um dia que apresenta uma baixa. As taxas base bancárias ficaram numa escala de 4,00% a 12, 00%, como no ano precedente. A taxa regulamentar aplicável à remuneração das pequenas poupança manteve-se nos 3,5%. 2.2 - Operações de open market Considerando as características estruturais da evolução da liquidez bancária, o BCEAO, tal como no ano precedente, não organizou nenhuma operação da injecção ou de retoma de liquidez em 2006. 2.3 - Acções nos balcões permanentes de refinanciamento No decorrer de 2006, o excedente da tesouraria dos bancos foi reduzido de modo significa- tivo, nomeadamente no último trimestre. Consequentemente, o crédito do Banco Central aos bancos e estabelecimentos financeiros atingiram 25,0 mil milhões nos finais de Dezembro de 2006 contra 11,6 mil milhões em 2005. 2.4 - Dispositivo das reservas obrigatórias O sistema das reservas obrigatórias visa reforçar a eficácia das taxas de juro no dispositivo de gestão monetária do Banco Central, influindo na liquidez dos bancos e na sua capacidade a conceder créditos. O sistema permite diferenciar, por Estado, os coeficientes de reservas obrigatórias e dos estabelecimentos financeiros em função das evoluções constatadas. A este respeito, o Instituto emissor manteve os mesmos coeficientes de reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos da União, fixados desde 16 de Junho de 2005, em 15,0% no Benin, 9,0% no Mali, no Níger e no Senegal, 7,0% no Burkina, 5,0% em Côte d’Ivoire e 3,0% na Guiné-Bissau e no Togo. A base para o cálculo das reservas continua a ser depósitos a vista, os créditos de curto prazo, incluindo os créditos de campanha e os créditos brutos sobre o exterior. O coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos estabelecimentos mantive-se inalterado em 5%, o nível vigente desde 1 de Outubro de 1993. Relatório Anual do BCEAO - 2006 15 APLICAÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA 3 - RESULTADOS DA ACÇÃO MONETÁRIA E EVOLUÇÃODOS AGREGADOS MONETÁRIOS A taxa de inflação média anual fixou-se em 2,3% em 2006, próximo do objectivo de inflação de 2,0%, depois de uma realização de 4,3% em 2005. 3.1 - Activos externos líquidos Em 2006, os activos externos líquidos das instituições monetárias estabeleceram-se em 3.884,7 mil milhões, ou seja um aumento de 589,0 mil milhões em relação a 2005. Este reforço da posição externa líquida traduz, em parte, o impacto da anulação da dívida num montante de 301,9 mil milhões, a favor de cinco países da União, no quadro da Iniciativa de Alívio da Dívida Multilateral (IADM). A consolidação da posição externa líquida das instituições monetárias está essencialmente ligada ao Instituto emissor cujos activos externos líquidos atingiram os 3.710,8 mil milhões progredindo 544,3 mil milhões. As reservas oficiais de câmbio aumentaram de 243,7 mil 16 Relatório Anual do BCEAO - 2006 A inflação foi principalmente impulsionada pela subida da cotação do barril de petróleo. Além disso, a situação monetária da União foi caracterizada, em 2006, por uma consolidação da posição externa líquida das instituições monetárias e um aumento do crédito interno e da massa monetária. milhões para se situar em 4.013,4 mil milhões em 2006. Desta situação resultou uma taxa de cobertura dos compromissos monetários à vista do Banco Central de 117,1%. No que diz respeito aos compromissos externos do Instituto emissor, eles registaram um recuo em 300,6 mil milhões, estabelecendo-se em 302,6 mil milhões, devido ao alívio da dívida no quadro da IADM. Além disso, os activos externos líquidos dos bancos registaram um aumento de 44,7 mil milhões, estabelecendose em 173,9 mil milhões em resultado do aumento de 104,2 mil milhões dos activos externos brutos, cujo impacto foi atenuado pelo aumento de 59,5 mil milhões de compromissos. O aumento dos activos externos líquidos foi registado em todos os países da União. APLICAÇÃO CONTEXTO DA ECONÓMICO POLÍTICA MONETÁRIA E FINANCEIRO Relatório Anual do BCEAO - 2006 17 CONTEXTO APLICAÇÃO ECONÓMICO DA POLÍTICA E MONETÁRIA FINANCEIRO 3.2 - Crédito interno Ao estabelecer-se em 4.783,0 mil milhões em 2006, o saldo do crédito interno na União registou, em ritmo anual, uma progressão de 3,4%. Esta situação resulta da alta de 388,4 mil milhões dos créditos ao sector privado, e da diminuição de 230,5 mil milhões dos créditos líquidos aos Estados. Gràfico 4 : Crédito interno - UEMOA = 4.783,0 bilhões Fonte : BCEAO. 3.2.1 - Posição líquida dos Governos A posição líquida, globalmente devedora, dos Governos em relação ao sistema bancário situou-se em 485,8 mil milhões em 2006, representando uma melhoria de 230,5 mil milhões em relação ao nível atingido em 2005. Esta evolução resulta do recuo de 158,9 mil milhões das responsabilidades dos Estados e da progressão de 71,6 mil milhões dos seus depósitos no sistema bancário. A diminuição das obrigações dos Estados resulta principalmente dos reembolsos de créditos do FMI, na 18 Relatório Anual do BCEAO - 2006 sequência do alívio de dívida no quadro da IADM. O aumento dos haveres dos Estados está, em parte, ligada ao reforço dos depósitos junto do Instituto da emissão. Os créditos do Banco Central aos Estados passaram de 354,8 mil milhões em 2005 para 317,0 mil milhões em 2006, ou seja uma baixa de 37,8 mil milhões (10,7%). Trata-se essencialmente das consolidações dos créditos estatutários, cujo saldo estabeleceu-se em 311,3 mil milhões em 2006, registando um decréscimo de 340,7 mil milhões em 2005. APLICAÇÃO CONTEXTODA ECONÓMICO POLÍTICA MONETÁRIA E FINANCEIRO 3.2.2 - Créditos a economia O crédito a economia passou de 3.908,8 mil milhões em 2005 para 4.297,2 mil milhões em 2006, ou seja uma progressão de 388,4 mil milhões (9,9%), devido respectivamente, aos créditos ordinários, que aumentaram de 387,7 mil milhões (10,4%) e aos créditos de campanha, que progrediram de 0,7 mil milhões (seja 0,4%). Globalmente, a evolução dos créditos ordinários deve-se a uma expansão dos créditos de curto prazo de 129,2 mil milhões, mas também de médio e longo prazos de 259,2 mil milhões. Relatório Anual do BCEAO - 2006 19 CONTEXTO APLICAÇÃO ECONÓMICO DA POLÍTICA E FINANCEIRO MONETÁRIA 3.2.3 - Evolução dos créditos registados na Central de riscos O montante global dos créditos registados na Central de riscos estabeleceu-se em 4.021,8 mil milhões em 2006 contra 3.613,7 mil milhões em 20 Relatório Anual do BCEAO - 2006 2005, ou seja um aumento de 408,1 mil milhões. Os créditos de curto prazos subiram de 2.790,8 mil milhões para 3.054,4 mil milhões, ou seja 75,9% do total dos riscos registados em 2006 contra 77,2% no ano precedente. Os créditos de médio e longo prazo fixaram-se em 967,4 mil APLICAÇÃO CONTEXTO DA ECONÓMICO POLÍTICA MONETÁRIA E FINANCEIRO milhões contra 822,9 mil milhões no ano precedente, ou seja um aumento global de 144,5 mil milhões em 2006. 4,1% para Níger, 28,5% para Senegal e 4,5% para Togo. 3.3 - Massa monetária e base monetária O crescimento dos créditos em 2006, deve-se à progressão dos créditos concedidos a todos os sectores de actividades: agricultura, silvicultura e pesca (49,3 mil milhões), indústrias extractivas (4,6 mil milhões), indústrias manufactureiras (13,2 mil milhões), electricidade, gás e água (2,9 mil milhões), construções e obras públicas (25,3 mil milhões), comércio (137,6 mil milhões), transportes, armazenamento e comunicações (45,6 mil milhões), seguros, sector imobiliário e serviços às empresas (27,1 mil milhões) e serviços à colectividade, serviços sociais e pessoais (102,5 mil milhões). Em termos relativos, a situação por país se apresenta como se segue : 12,5% para Benin, 10,1% para Burkina, 28,1% para Côte d’Ivoire, 0,1% para Guiné-Bissau, 12,1% para Mali, A massa monetária aumentou de 11,4% em 2006, estabelecendo-se em 7.170,8 mil milhões. As suas contrapartidas progrediram de 9,1 pontos de porcentuais e 2,4 pontos a título da melhoria dos activos externos líquidos e dos créditos internos respectivamente. Em compensação, os outros activos líquidos diminuíram de 0,1 ponto de percentual. O aumento da massa monetária foi sustentado pelos depósitos que se consolidaram de 555,7 mil milhões, subindo para 4.940,9 mil milhões e a circulação fiduciária que aumentou de 180,6 mil milhões, atingindo assim 2.229,9 mil milhões. A contribuição da circulação fiduciária na massa monetária estabeleceu-se em 31,1% contra 31,8% no ano precedente. Gràfico 5 : Massa monatària - UEMOA = 7.170,6 bilhões Fonte : BCEAO. Relatório Anual do BCEAO - 2006 21 CONTEXTO APLICAÇÃO ECONÓMICO DA POLÍTICA E MONETÁRIA FINANCEIRO Por seu lado, a base monetária fixou-se em 3023,4 mil milhões, ou seja um aumento de 219,1 mil milhões em relação a 2005. Esta evolução resultou da melhoria da circulação 22 Relatório Anual do BCEAO - 2006 fiduciária, dos depósitos e das reservas dos bancos, respectivamente de 180,6 mil milhões, 34,4 mil milhões e 4,1 mil milhões. APLICAÇÃO CONTEXTO DA ECONÓMICO POLÍTICA MONETÁRIA E FINANCEIRO Gràfico 6 : Base monatària - UEMOA = 3.023,4 bilhões Fonte : BCEAO. Gràfico 7 : UEMOA - Situação monatària integrada Fonte : BCEAO. Relatório Anual do BCEAO - 2006 23 CONTEXTO APLICAÇÃO ECONÓMICO DA POLÍTICA E MONETÁRIA FINANCEIRO 3.4 - Poupança privada mobilizada por bancos e caixas de poupança A poupança mobilizada pelo sistema bancário nos países da UEMOA está avaliada em 2.255,6 mil milhões em 31 de Dezembro de 2006, ou seja um aumento de 209,8 mil milhões (10,2%) em relação ao seu nível registado no ano precedente. 24 Relatório Anual do BCEAO - 2006 Esta evolução é principalmente devida aos depósitos a prazo e às contas em regimes especiais que, respectivamente aumentaram de 124,3 mil milhões e de 83,8 mil milhões. O quadro e o gráfico seguintes apresentam, por país, a poupança privada mobilizada pelos bancos e pelas caixas de poupança. APLICAÇÃO CONTEXTO DA ECONÓMICO POLÍTICA MONETÁRIA E FINANCEIRO Gràfico 8 : Poupança interna privada e empresarial - UEMOA = 2.255,6 bilhões Fonte : BCEAO. 3.5 - Créditos do Banco Central As intervenções do Banco Central estabeleceram-se em 342,0 mil milhões em 31 de Dezembro de 2006, ou seja uma baixa de 24,4 mil milhões em relação ao nível registado em 2005. Este movimento vem na sequência do reembolso de 37,8 mil milhões dos créditos aos Estados, atenuado pelo aumento de 13,4 mil milhões dos refinanciamentos a favor dos bancos e das instituições financeiras. Relatório Anual do BCEAO - 2006 25 APLICAÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA Os créditos sobre os Tesouros Nacionais estabeleceram-se em 317,0 mil milhões em 2006 contra 354,8 mil milhões em 2005, depois do reembolso dos financiamentos monetários directos consolidados do BCEAO aos Estados (29,4 mil milhões), o reembolso quase integral do stock restante de 8,3 mil milhões de títulos de Estado 5%-2006, e da amortização de 0,1 mil milhões dos créditos consolidados relativo ao antigo Banco Central da Guiné-Bissau (BCGB) e do antigo Banco de Crédito Nacional (BCN) da Guiné-Bissau. O saldo dos títulos de Estado 5%-2006 na carteira do Banco Central decresceu de 8,6 mil milhões em 2005 para 0,3 mil milhões, na sequência das amortizações semestrais efectuadas. Os créditos consolidados no quadro do antigo BCGB e do antigo BCN da Guiné-Bissau fixa- 26 Relatório Anual do BCEAO - 2006 ram-se em 5,4 mil milhões contra 5,5 mil milhões no ano precedente. De um saldo de 11,6 mil milhões em 2005, os refinanciamentos de crédito à economia foram aumentados para 25,0 mil milhões em 2006, representando 0,6% dos créditos a economia. Em 2005, os créditos aos bancos e estabelecimentos financeiros foram exclusivamente concedidos, em 2006 através do balcão apartir de cedências da operação de liquidez. Em termos anuais, aumentaram 13,4 mil milhões. Do modo geral, em relação às metas estabelecidas nos programas monetários para 2006, as realizações, em fim de Dezembro de 2006, a título dos créditos aos Tesouros Nacionais e dos refinanciamentos a favor dos bancos e instituições financeiras, apresentam-se por país, como se segue : APLICAÇÃO CONTEXTO DA ECONÓMICO POLÍTICA MONETÁRIA E FINANCEIRO 3.6 - Evolução das reservas obrigatórias A quantidade de bancos sujeitos ao dispositivo das reservas obrigatórias fixou-se em noventa (90) contra setenta e um (71) estabelecimentos em 2005. Em 2006, quatro (4) estabelecimentos financeiros foram submetidos ao sistema das reservas contra cinco (5) no ano precedente, depois da suspensão da autorização da STOCA no Togo, ocorrida em 3 de Maio de 2006. O montante das reservas a constituir pelos bancos situou-se em 442,6 mil milhões em 31 de Dezembro de 2006 contra 420,2 mil milhões no ano precedente. As reservas efectivamente constituídas recuaram de 624,0 mil milhões para 572,4 mil milhões, dos quais 50,0 milhões de títulos de Estado. Assim, as reservas excedentárias dos bancos diminuíram de 74,1 mil milhões, situando-se em 129,8 mil milhões em finais de Dezembro de 2006. Em média anual, estas reservas decresceram de 359,9 mil milhões em 2005 para 205,0 mil milhões em 2006. Relativamente aos estabelecimentos financeiros, o montante das reservas a constituir estabeleceu-se em 560,0 milhões em 31 de Dezembro de 2006, para reservas constituídas de 254,0 milhões, apresentando assim um défice global médio líquido de 306,0 milhões. De modo geral, o excedente da liquidez bancária diminuiu. Relatório Anual do BCEAO - 2006 27 CONTEXTO ECONÓMICO E MONETÁRIA FINANCEIRO APLICAÇÃO DA POLÍTICA 3.7 - Operações no mercado interbancário e evolução das taxas de base bancárias O mercado interbancário da União registou uma recrudescência de actividade durante o ano de 2006. O volume médio semanal das transacções fixou-se em 22,6 mil milhões contra 17,5 mil milhões no ano precedente. As operações dizem respeito a uma larga gama de prazos, indo de um (1) dia a doze (12) meses. Todavia, os prazos de uma (1) semana, um (1) mês, duas (2) semanas, um (1) dia, e três (3) meses foram os mais activos com médias de transacções semanais respectivas de 9,7 mil milhões, 4,4 mil milhões, 4,1 mil milhões, 1,9 mil milhões e 1,9 mil milhões. Como no ano precedente, os prazos de seis (6), nove (9) e doze (12) meses foram os menos activos. Em 2006, as praças mais activas da União, em termos de ofertas semanais, foram as de Dakar 28 Relatório Anual do BCEAO - 2006 (7,3 mil milhões), de Abidjan (5,3 mil milhões) e de Lomé (4,7 mil milhões). As principais praças beneficiárias de créditos, em média semanal, foram Dakar ( 5,8 mil milhões), Ouagadougou (5,1 mil milhões) e Cotonou (4,8 mil milhões). As taxas de juro mínimo e máximo, estabeleceram-se respectivamente em 2,50% e 8,25% em 2006 contra respectivamente 2,50% e 8,50% no ano precedente. Esta amplitude das taxas reflecte essencialmente operações marginais em termos de volume. No compartimento principal de uma (1) semana, as taxas médias ponderadas variaram entre 4,10% e 5,26% ao ano, com uma tendência altista desde Maio de 2006. Tal como em 2005, as taxas base bancárias situaram-se numa média de 4,00% a 12,00% em 2006. APLICAÇÃO CONTEXTO DA ECONÓMICO POLÍTICA MONETÁRIA E FINANCEIRO 3.8 - Operações do mercado dos títulos de créditos negociáveis As emissões dos títulos de créditos negociáveis por adjudicação do Banco Central estabeleceram-se globalmente em 216,2 mil milhões contra 270,7 mil milhões em 2005, dos quais 198,0 mil milhões relativos aos Bilhetes de Tesouro e 3,2 mil milhões de F CFA referentes às obrigações dos estabelecimentos financeiros e 15,0 mil milhões de obrigações do BOAD. Dez (10) emissões de Bilhetes do Tesouro foram realizadas, por adjudicação à taxas variáveis, por seis Estados da União : A emissão de títulos de tesouraria dos estabelecimentos financeiros de maturidade de dezoito (18) meses à taxa de 7,25% , foi realizada em Côte d’Ivoire em Julho de 2006. As obrigações BOAD, foram emitidas em Julho de 2006, à uma taxa de 4,91% por 7 anos. Relativamente aos títulos de tesouraria e certificados de depósito, nenhuma emissão foi registada durante o ano em referência. Em 2006, o valor dos títulos de créditos negociáveis fixou-se em 222,0 mil milhões de F CFA contra 237,4 mil milhões em 2005, dos quais : Três (3) pelo Burkina por um montante cumulado de 50,9 mil milhões ; Duas (2) pelo Benin e Níger por montantes cumulados de 45,6 mil milhões e 23,3 mil milhões, respectivamente. Uma (1) pela Guiné-Bissau, pelo Mali e Senegal por montantes de 6,7 mil milhões, 20,8 mil milhões e 50,8 mil milhões respectivamente. As taxas médias de rendimento de subscrição destes bilhetes variaram entre 3,8206% e 5,3048% contra 3,3858% e 4,9300% em 2005. bilhetes de tesouraria num montante de 15,0 mil milhões, vencido em 8 de Fevereiro de 2006 ; Dois títulos de estabelecimentos financeiros num montante de 3,3 mil milhões ; Cinco linhas de crédito das estabelecimentos financeiros regionais (BOAD) no valor de 85,2 mil milhões ;e Cinco linhas de Bilhetes de Tesouro de um montante acumulado de 118,5 mil milhões. Relatório Anual do BCEAO - 2006 29 III - EMISSÃO MONETÁRIA E SISTEMA DE PAGAMENTO 1 - GESTÃO DA CIRCULAÇÃO FIDUCIÁRIA Em 2006, as operações efectuadas nos balcões do Banco Central foram marcadas por um excedente dos levantamentos sobre os pagamentos de signos monetários. A proporção das notas na circulação fiduciária estabeleceu-se em 95,2% contra 95,0% em 2005. 1.1 - Levantamentos e pagamentos nos balcões As operações de levantamento e de pagamento recuaram em volume durante em 2006, fixando-se em 2.240,9 milhões de notas e moedas contra 2.391,9 milhões no ano precedente, ou seja uma baixa de 6,4%. 1.1.1 - Levantamentos ram 1.080,9 milhões de notas (6.525,7 mil milhões) contra 1.122,5 milhões de notas em 2005 (6.150,4 mil milhões), ou seja uma diminuição de 3,7% em volume e um aumento de 6,1% em valor. Os levantamentos mais importantes foram registados em Côte d’Ivoire (24,5%), no Burkina (17,1%), no Senegal (17,0%) e no Benin (15,9%). As saídas de moedas baixaram de 34,8%, passando de 121 milhões de unidades em 2005 para 79 milhões de unidades em 2006. Em valor, atingem, 14,0 mil milhões em 2006 contra 24,9 mil milhões no ano precedente. Por país, os levantamentos repartem-se como se segue : Os levantamentos de notas em 2006, atingi- 1.1.2 - Pagamentos Os pagamentos fixaram-se em 1.057,9 milhões de notas (por um valor de 6.251,8 mil 30 Relatório Anual do BCEAO - 2006 milhões de F CFA) contra 1.124,0 milhões de notas (por um valor de 6.011,8 mil milhões de F CFA) em 2005, ou seja, um recúo de 5,9% em volume e um aumento de 4,0% em valor. EMISSÃO MONETÁRIA E SISTEMAS DE PAGAMENTO As entradas de numerário mais importantes em valor foram observadas no Benin (20,6%), no Senegal (18,0%), no Burkina (17,7%) e em Côte d’ivoire (16,6%). Relativamente às moedas, os pagamentos efectuados nos balcões do Banco Central passaram de 23,1 milhões de unidades em 1.2 - Composição da circulação fiduciária Em 2006, a circulação fiduciária, (fora do Banco Central), estabeleceu-se em 2470,6 mil milhões contra 2213,9 mil milhões no ano precedente, ou seja, um aumento de 11,6%. 2005 para 23,2 milhões, registando assim um ligeiro aumento durante o período. Em valor, atingiram 4.831,7 milhões em 2006 contra 3.102,0 milhões de F CFA no ano precedente. O quadro 20 apresenta a repartição dos pagamentos por país. As notas de grande valor facial constituíram 88,4 % da circulação das notas em 2006 contra 85,8% em 2005. Em quantidade, representaram 58,2% das notas em circulação contra 44,1% em 2005. Relatório Anual do BCEAO - 2006 31 EMISSÃO MONETÁRIA E SISTEMAS DE PAGAMENTO Prédio aonde se situa a gráfica e o museu da moeda do BCEAO em Dakar 2 - EXECUÇÃO DOS PAGAMENTOS NO SEIO DA UMOA 2.1 - Movimentos de notas externas nas caixas das Agências do BCEAO. Os movimentos de notas externas resultantes das operações de triagem ascenderam 1.097,1 mil milhões em 2006 contra 820,1 mil milhões no exercício precedente, ou seja, um aumento de 33,8%. 32 Relatório Anual do BCEAO - 2006 As notas deslocadas são principalmente as emitidas pelas Agências de Côte d’Ivoire (28,1%), de Burkina (16,1%), de Níger (14,0%) de Benin (13,9%) e de Mali (13,4%). As Agências de Benin, Togo e Burkina registaramnos seus balcões, os montantes mais importantes de notas externas com proporções de 34,5%, 21,8% e 12,1%, respectivamente. EMISSÃO MONETÁRIA CONTEXTO E SISTEMAS ECONÓMICO DE PAGAMENTO E FINANCEIRO 2.2- Disposições entre os Estados membros da UMOA da UMOA passaram de 3694,8 mil milhões em 2005 para 4060 mil milhões, ou seja, uma progressão de 9,9%. Os fluxos líquidos entre os Estados membros 3 - EXECUÇÃO DOS PAGAMENTOS COM O EXTERIOR 3.1 - Operações sobre notas com o exterior milhões em 2005. Esta evolução provém do recúo das saídas líquidas de fundos dos bancos e do aumento dos excedentes líquidos dos Tesouros Nacionais. Em 2006, o contravalor da reserva efectiva em notas de euros atingiu 18,2 mil milhões de francos CFA contra 3,4 mil milhões de francos CFA no ano precedente. Esta evolução explica-se, por um lado, pelas entradas importantes registadas nos balcões das Agências Principais do BCEAO em Cotonou e Niamey, ligadas ao comércio transfronteiriço com a Nigeria e, por outro lado, as registadas nos balcões da Agência Principal de Lomé, relativas ao incremento da actividade turística no Togo. De salientar que durante o ano 2006, nenhum repatriamento para o Banco da França foi efectuado. As transferências emitidas pelos bancos sobre o exterior continuaram a sua tendência altista, situando-se em 1.321,0 mil milhões em 2006 contra 1.228,4 mil milhões em 2005, ou seja, uma progressão de 92,6 mil milhões. As recepções de fundos pelos bancos estabeleceram-se em 1.035,2 mil milhões, o seu nível mais elevado desde 2002, com um aumento de 286,9 mil milhões. Assim as transferências líquidas efectuadas pelo sistema bancário registou um défice de 285,8 mil milhões contra um saldo deficitário de 480,1 mil milhões em 2005, ou seja uma melhoria de 194,3 mil milhões. 3.2 - Transferências escriturais As transferências efectuadas pelos Tesouros Nacionais e outros organismos públicos para o estrangeiro, atingiram 383,4 mil milhões contra 343,8 mil milhões em 2005, ou seja, um aumento de 39,6 mil milhões de F CFA. As transferências recebidas atingiram 723,0 mil milhões contra 628,3 mil milhões em 2005, registando uma progressão de 94,7 mil milhões. No total, os fluxos de transferências dos Tesouros e outros organismos públicos resultaram em entradas líquidas de fundos num montante de 339,6 mil milhões contra 284,5 mil milhões em 2005. As transferências de fundos entre a UMOA e o exterior em 2006, foram executadas pelo Banco Central, num contexto geral favorável, marcado pela redução do serviço da dívida induzida pela Iniciativa de alívio da Dívida Multilateral (IADM) e pelos esforços sustentados de repatriamentos das receitas de exportações. Os fluxos de fundos resultaram em entradas líquidas de divisas num contravalor de 66,3 mil milhões contra saídas líquidas de 185,7 mil Relatório Anual do BCEAO - 2006 33 EMISSÃO MONETÁRIA E SISTEMAS DE PAGAMENTO Relativamente às transacções efectuadas no âmbito dos mecanismos da Agência Monetária da África Ocidental (AMAO), nenhuma operação foi registada durante o exercício em revista entre o BCEAO e os outros bancos centrais membros da AMAO. Além disso, o Comité dos Governadores dos bancos Centrais dos Estados membros da CEDEAO admitiu, por ocasião da sua 34ª sessão ordinária realizada em Dezembro de 2006, a necessidade de AMAO apostar-se na gestão operacional do mecanismo de compensação na sua forma actual. 4 - FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DE PAGAMENTO A modernização dos sistemas de pagamento da UEMOA, iniciada pelo BCEAO em 1999, visa o reforço das infraestruturas de base do sector financeiro, a redução dos custos e dos prazos de tratamento das operações de pagamento na sub-região, a melhoria da segurança das operações e a promoção de novos instrumentos de pagamento. Assim, a reforma dos novos sistemas de pagamento articula-se à volta dos três grandes eixos seguintes : 34 A modernização do sistema de troca e de pagamento das transacções de montantes importantes, com a implementação de um sistema de pagamento bruto em tempo Relatório Anual do BCEAO - 2006 real para os pagamentos de importância sistémica. Este sistema é conhecido pela denominação de Sistema de Transferência Automatizado e de Pagamento na UEMOA (STAR-UEMOA) ; A automatização do sistema de troca e de pagamento das transacções de pequenos montantes, a saber os pagamentos de massa, com o arranque de um sistema de compensação multilateral automatizado, chamado Sistema Interbancário de Compensação Automatizado na UEMOA( SICA-UEMOA) ; O desenvolvimento de um sistema interbancário de pagamento por cartões ao nível da União, a implementar pelo sector bancário sob a iniciativa do BCEAO. EMISSÃO MONETÁRIA CONTEXTO E SISTEMAS ECONÓMICO DE PAGAMENTO E FINANCEIRO Ao nível dos novos sistemas de pagamento, o ano de 2006 foi marcado pelos seguintes eventos principais : arranque do SICA-UEMOA ocorrido, sucessivamente, no decorrer do ano de 2006 no Senegal, no Burkina, em Côte d’Ivoire e no Benin ; aplicação da Instrução N° 01/SP/2006 do 31 de Julho de 2006, relativa à emissão da moeda electrónica e aos estabelecimentos de moeda electrónica ; testes concludentes relativas à solução monética interbancária regional ; adopção da política de fiscalização dos sistemas de pagamento da União ; início do pagamento das operações compensadas da Bolsa no STAR-UEMOA. 4.1 - Sistema de Transferência Automatizado e de Pagamento na UEMOA (STARUEMOA) As actividades realizadas a título do funcionamento de STAR-UEMOA para o ano de 2006 são relativas às tarefas correntes de gestão operacional e de apoio aos participantes (Agência Principal, Sede do BCEAO, bancos, Bolsa Regional dos Valores (BRVM) e Sociedade de Gestão e de Intermediação (SGI)), à implementação da infraestrutura técnica para a difusão das operações compensadas de SICA-UEMOA, do Depositário Central/Banco de Pagamento (DC/BR) e da monética, assim como ao seguimento da aplicação dos avanços intra-diários e à revisão dos manuais de procedimentos. Assim, na sequência do arranque do SICAUEMOA no Benin, no Burkina, em Côte d’Ivoire e no Senegal, em 2006, depois do Mali em 2005, os saldos resultantes das operações compensadas deste sistema foram normalmente pagos no STAR-UEMOA. Do mesmo modo, depois dos testes que foram concludentes e da definição de esquemas contabilísticos adequados às operações compensadas da Bolsa, o STAR-UEMOA procedeu, em 3 de Fevereiro de 2006, ao pagamento das operações compensadas do Depositário Central/ Banco de Pagamento (DC/BR) com a participação de todas as Sociedades de Gestão e de intermediação (SGI) da União. Além disso, no quadro do pagamento das operações compensadas da monética no STARUEMOA, o BCEAO realizou as diligências necessárias (assinatura de uma convenção, transmissão dos ficheiros e chaves de testes) com vista a permitir ao Centro de Tratamento Monético Interbancário da UEMOA (CTMIUEMOA) a realização dos seus testes de operações reais e de encarar o início da difusão dos saldos compensados da monética interbancária no STAR-UEMOA. Relativamente à integração de um processo de avanços intra-diários para a automatização da gestão dos títulos conservados no BCEAO, o Grupo de Projecto Técnico « TRESOR » continuou os seus trabalhos que permitiram a elaboração de um caderno de encargos com vista à realização do concurso público para a aquisição do software de gestão automatizada dos títulos do BCEAO e dos avanços intra-diários. Depois de dois anos de funcionamento e considerando as experiências adquiridas na combinação de algumas dificuldades e da obsolescência dos modos operatórios previstos para o início do sistema, foi necessário rever os manuais de procedimentos do STAR-UEMOA. Este trabalho foi iniciado durante o exercício de 2006. Foi assim que, após trinta (30) meses de funcionamento do STAR-UEMOA, o objectivo prosseguido de disponibilizar serviços de qualidade a favor dos utilizadores foi alcançado, permitindo elevar o sistema de pagamento de montantes brutos do BCEAO, em tempo real, a um honorável nível, tornando-o mais competitivo em termos dos padrões internacionais nesta matéria. Convém igualmente sublinhar uma apropriação do sistema pelos utilizadores, materializada por uma participação activa dos bancos da União, um aumento em número e valor das trocas efectuadas no sistema, a melhoria, tanto qualitativa como quantitativa, dos indicadores de desempenhos do sistema (taxas de rejeição, prazos de pagamento das operações, disponibilidade do sistema e redução dos riscos) conforme nos resultados seguintes : a participação de todos os bancos da União nas compensações diárias, com um Relatório Anual do BCEAO - 2006 35 EMISSÃO MONETÁRIA E SISTEMAS DE PAGAMENTO número médio diário de 66 participantes contra 58 em 2005 ; o registo da participação de catorze (14) bancos recentemente instalados na União em 2006 ; a média diária de operações tratadas aumentou significativamente durante o período em análise, passando de 734 em 2005 para 1.119 em 2006, ou seja, uma progressão de 52,5% ; 4.2 - Sistema Interbancário de Compensação Automatizado na UEMOA (SICA-UEMOA) As acções realizadas no âmbito da implementação do Sistema Interbancário de Compensação Automatizado na UEMOA (SICA-UEMOA) referem-se ao seguimento do funcionamento operacional nos países onde o sistema foi iniciado, assim como à organização do seu arranque nos outros países. Assim, início de operações do SICA-UEMOA ocorreu no Senegal em 19 de Janeiro de 2006, no Burkina em 29 de Junho de 2006, em Côte d’Ivoire em 03 de Agosto de 2006 e no Benin em 09 de Novembro de 2006. 36 Relatório Anual do BCEAO - 2006 o valor médio diário das compensações fixou-e em 133,2 mil milhões em 2006 contra 103,3 mil milhões em 2005, ou seja, um aumento de 28,9% ; a taxa de rejeição por falta de fundos estabeleceu-se em média em 0,06% em 2006 contra 0,1% em 2005, ou seja, uma baixa largamente inferior a norma máxima de 1% ; a redução significativa dos incidentes de funcionamento do sistema em 2006. Na sequência do arranque das operações do SICA-UEMOA nestes cinco países da União, registou-se um crescimento do numero total das operações efectuadas no decorrer do ano. Em 31 de Dezembro de 2006, o numero total das operações efectuadas fixaram-se em 3.143.397 por um valor de 8.990 mil milhões de FCFA. O nível das trocas de instrumentos na União passou de 411.232 operações no primeiro trimestre para 1.301.308 operações no quarto trimestre de 2006. Este crescimento importante de 216,4% da quantidade de operações explica-se, nomeadamente, pelo desenvolvimento do SICA-UEMOA no Burkina, em Côte EMISSÃO MONETÁRIA CONTEXTO E SISTEMAS ECONÓMICO DE PAGAMENTO E FINANCEIRO d’Ivoire e no Benin durante o segundo semestre de 2006. Os cheques constituem a maioria dos instrumentos trocados, com 92,7% da quantidade total das operações, seguidos pelas transferências com 5,2% e efeitos de comércio com 2,1%. A maioria das operações está concentrada em Côte d’Ivoire e no Senegal, conforme o quadro 28, que apresenta a quota relativa por país e Assim, a quantidade de cheques passou de 388,457 no 1° trimestre para 1.193.057 no 4°trimestre, seja uma progressão de 207,1%. Em valor, as operações aumentaram de 1.113,1 para 3.331,8 mil milhões, ou seja, uma evolução de 199,3% entre o 1° e o 4° trimestre de 2006. por tipo de instrumento trocado ao nível da União durante 2006. Relatório Anual do BCEAO - 2006 37 CONTEXTO EMISSÃOECONÓMICO MONETÁRIA E FINANCEIRO SISTEMAS DE PAGAMENTO Relativamente aos países que ainda não adoptaram o sistema (Guiné-Bissau, Niger e Togo) é de salientar que os preparativos já estão muito avançados com a actualização dos roteiros para cada praça. O arranque está programado nestes países para 2007. 4.3 - Sistema monético interbancário regional As diligências realizadas no quadro da implementação do Sistema monético interbancário são relativas ao seguimento da instalação técnica do Centro de Processamento Monético Interbancário da UEMOA (CTMI-UEMOA), à realização de um estudo sobre a compensação das operações monéticas, à participação nos encontros estatutários dos orgãos das estruturas monéticas interbancárias e à análise dos pedidos de autorização para a emissão de moeda electrónica. Relativamente ao seguimento da implementação do CTMI-UEMOA, o BCEAO realizou numerosas acções entre as quais o atelier dedicado à elaboração do caderno de implementação do CTMI-UEMOA, realizado nas instalações do BCEAO de 31 de Janeiro a 15 de Fevereiro de 2006. O objectivo desta sessão dirigida, pelas estruturas monéticas regionais em colaboração com o fornecedor dos equipamentos, os emissores internacionais de cartões e os bancos pilotos, foi de iniciar o lançamento da preparação técnica dos bancos através da identificação dos requisitos relativos ao início e da elaboração do plano de implementação do CTMI-UEMOA. Resultou no lançamento da fase experimental do CTMI-UEMOA com vista a sincronizar a implementação da solução monética com a preparação dos bancos. Neste contexto, o BCEAO participou nos diferentes encontros da Comissão de Pilotagem, agrupando os prestadores técnicos e as estruturas monéticas interbancárias. Estes encontros permitiram a realização de grandes avanços na aplicação do CTMI-UEMOA. Assim, a instalação dos locais técnicos foi finalizada e a recepção do edifício teve lugar em Dezembro de 2006. Relativamente à solução monética, o CTMIUEMOA procedeu, em 15 de Dezembro de 2006, à realização de uma série de testes de 38 Relatório Anual do BCEAO - 2006 transacções interbancárias pondo em relação, por um lado, um banco instalado no Senegal com outro baseado no Mali e, por outro lado, dois bancos do Mali. O preenchimento do conjunto dos requisitos e o sucesso dos primeiros testes interbancários possibilitaram a programação do arranque do CTMI-UEMOA para 2007. O ano 2006 foi igualmente, marcado pela realização de um estudo para a determinação da solução óptima para a compensação das operações monéticas domésticas na União, tendo em conta os sistemas existentes (SICAUEMOA e STAR-UEMOA), assim como os constrangimentos técnicos e organizacionais. As conclusões deste estudo permitiram reter a compensação das operações monéticas domésticas pelo CTMI-UEMOA e a difusão dos saldos líquidos multilaterais e o seu pagamento no STAR-UEMOA. Esta proposta foi adoptada nas reuniões extraordinárias da Comité de Direcção, em Outubro de 2006 em Abidjan. No quadro do apoio dado ao projecto monético sub-regional, o BCEAO participou nas reuniões do GIM-UEMOA e do CTMI-UEMOA, realizadas de 12 a 16 de Junho de 2006 em Dakar, de 02 e 03 de Outubro de 2006 em Abidjan e de 11 a 15 de Dezembro de 2006 em Bamako. Estes encontros permitiram a tomada de decisões importantes relativas à emissão dos cartões interbancários e a sua utilização como instrumento de pagamento : a compra, pelo CTMI-UEMOA, do dispositivo de Terminais de Pagamento Electrónico (TPE) instalado pelos bancos membros do GIM-UEMOA, no quadro da implementação da aquisição comercial na União ; a iniciação relativa às negociações com Mastercard, com vista à utilização do seu algoritmo MCHIP na perspectiva da emissão das cartas « GIM-Pures » ; a criação de uma Central de compra, encarregando o CTMI-UEMOA de negociar os melhores preços com os fornecedores, na base das necessidades expressas por cada aderente. EMISSÃO MONETÁRIA CONTEXTO E SISTEMAS ECONÓMICO DE PAGAMENTO E FINANCEIRO De acordo com as prerrogativas que lhe confere a Instrução N°01/SP/2006 de 31 Julho de 2006, nomeadamente o privilégio de conceder a autorização aos estabelecimentos emissores de moeda electrónica, o BCEAO instruiu os cinco (5) pedidos de autorização para a emissão de moeda electrónica. 4.4 - Textos regulamentares Em 2006, prosseguiu a consolidação progressiva do quadro legal dos sistemas de pagamento do BCEAO com a aplicação da Instrução N° 01/SP/2006 de 31 de Julho de 2006, relativa à emissão da moeda electrónica e aos estabelecimentos de moeda electrónica. Este texto visa limitar todos os riscos ligados à emissão da moeda electrónica, proteger as populações e preservar a estabilidade financeira da União. A protecção dos nomes dos novos sistemas de pagamento do BCEAO, a saber, SICAUEMOA e STAR-UEMOA, foi realizada em 2006, na União Europeia. As diligências estão em curso para a protecção dos nomes dos sistemas do BCEAO nos EUA e no Canada. outros actores envolvidos (GIM-UEMOA, BRVM, CREPMF), o BCEAO dirigiu vários trabalhos que culminaram na elaboração dos projectos de Estatutos da Comissão Oeste Africana de Organização da Normalização Bancária e Financeira (CONOBAFI). O BCEAO participou, de 11 a 13 de Outubro 2006, em Ouagadougou (Burkina) na instalação do Conselho do Secretariado Regional de Normalização, de Certificação e Promoção da Qualidade (NORMCERQ), estrutura encarregue da elaboração das normas regionais. Convém assinalar que a CONOBAFI é membro estatutário de NORMCERQ. Os trabalhos ligados à normalização bancária e financeira, foram também relativos à revista das normas sobre o cheque, a livrança e a letra de câmbio. A este respeito, o BCEAO elaborou projectos de normas que foram examinados durante um seminário organizada, de 03 a 05 de Maio de 2006, na Sede do BCEAO, com a participação dos bancos e dos tipógrafos instalados na União. 4.5 - Sistema de telecomunicações Para as telecomunicações, as principais realizações foram relativas ao desenvolvimento e ao seguimento do funcionamento operacional da rede de telecomunicações, ligando os bancos aos sítios do BCEAO, no quadro da preparação do arranque do SICA-UEMOA e das operações da monética sub-regional. Assim, com a colaboração dos operadores nacionais de telecomunicações, foi criada, no decorrer do ano 2006 no Benin e no Togo, a rede de acesso dos participantes. Na Guiné-Bissau, a instalação das linhas de conexão entre os participantes e o Banco Central será realizada directamente, nas novas instalações da Agência Principal do BCEAO, depois da mudança. 4.6 - Normalização bancária e financeira No quadro da criação do Bureau de Normalização Bancária e financeira, em colaboração com a comunidade bancária e os As principais conclusões deste encontro são as seguintes : adopção de uma nova norma de cheque prevendo uma evolução da linha de demarcação com caracteres magnetizáveis, código de 7 barras (CMC7) e uma revista das menções a escrever no cheque ; adopção dos projectos de normas propostos para a letra de câmbio e a nota promissória, com as emendas relativas ao identificador do título. A seguir à validação destes projectos de normas, o BCEAO iniciou reflexões sobre os impactos da aplicação desta nova norma do cheque e dos outros títulos comerciais, nos sistemas de informação dos bancos e no processo de fabricação destes instrumentos de pagamento. A aplicação das novas normas está prevista para 2008. O programa para o ano 2007 de NORMCERQ para a elaboração das normas UEMOA com- Relatório Anual do BCEAO - 2006 39 EMISSÃO CONTEXTO MONETÁRIA ECONÓMICO E SISTEMAS E FINANCEIRO DE PAGAMENTO porta a decisão de analisar os projectos de normas sobre o cheque e os outros títulos comerciais (letra de câmbio a livrança e a letra de câmbio). 4.7 - Central dos Incidentes de Pagamento As actividades realizadas no quadro da Central dos Incidentes de Pagamento (CIP) são relativas à análise mensal dos incidentes de pagamento e o seguimento da implementação do novo dispositivo organizacional da CIP. A análise dos incidentes de pagamento dizem respeito às estatísticas da CIP. Estes dados são recapitulados no quadro 30. No âmbito da aplicação do novo dispositivo organizacional da CIP, o BCEAO procedeu ao seguimento dos testes de declaração de ficheiros de titulares de contas. Duas reuniões da Comissão de Pilotagem (instituídas para o seguimento da realização dos trabalhos relati- 40 Relatório Anual do BCEAO - 2006 vos à CIP) foram organizadas durante este ano. O primeiro encontro de 20 de Julho de 2006 foi dedicado à análise do avanço da preparação dos Estabelecimentos administradores de contas (ETC) e o segundo, realizado em 28 de Novembro de 2006, foi relativo à análise dos impactos da reestruturação do número de bilhete de identidade nacional ocorrida no Senegal sobre a nova aplicação informática da CIP. No total, a implementação dos novos sistemas de pagamento registou progressos importantes em 2006. Assim, o funcionamento do STAR-UEMOA, depois de dois anos e meio de actividades, continua globalmente satisfatório. O SICA-UEMOA tornou-se operacional em cinco países e a sua implementação, em todos os países da União, será realizada em 2007. Relativamente à CIP e ao sistema interbancário de pagamento por cartões, o início das duas actividades está igualmente previsto para o ano 2007. IV – SISTEMA BANCÁRIO E FINANCEIRO 1 - EVOLUÇÃO DO SISTEMA BANCÁRIO nação social da sociedade absorvente, para Equipbail Benin, com uma extensão das suas actividades à todas as categorias de operações reservadas aos estabelecimentos financeiros do primeiro grupo ; 1.1 - Textos regulamentares O projecto de lei base relativo à concepção de um quadro legal e regulamentar favorável à emergência de empresas de investimentos com capital fixo, adoptado pelo Conselho de Ministros da UMOA, na sua sessão de Março de 2003, já foi incluído no quadro jurídico do Benin, pela Assembleia Nacional, em 25 de Junho de 2006. Nos outros países, o processo de adopção da lei está em curso. 1.2 - Evolução da rede bancária Em 2006, a rede bancária da UMOA continuou a sua consolidação, com um ritmo menos acelerado do que em 2005. prossegui-se igualmente o movimento de diversificação da paisagem bancária da União com a autorização de um novo banco especializado. Assim, quatro (4) novas autorizações foram concedidas no decorrer do exercício de 2006, a três (3) estabelecimentos bancários e a um estabelecimento financeiro, pela via de autorização única. Paralelamente, foram suspensas as autorizações de dois (2) estabelecimentos financeiros. Por país, a rede bancária foi marcada pelas seguintes evoluções : No Benin, a autorização foi retirada a Equipbail Benin, depois da fusão por absorção deste estabelecimento financeiro pelo Crédit Africain.Além disso, os dirigentes decidiram modificar a denomi- Em Côte d’Ivoire, uma autorização na qualidade de banco foi acordada à sociedade Bridge Bank Group-Côte d’Ivoire (BBG-CI) ; Na Guiné-Bissau, o Grupo Ecobank Transnacional Incorporated (ETI) abriu a sua oitava filial, no quadro do reforço da sua presença na UMOA, com a autorização acordada a Ecobank-GuinéBissau ; No Senegal, a quantidade de estabelecimentos de Crédito aumentou com a autorização do Banco Regional dos Mercados (BRM) e a autorização acordada à Sociedade Africana de Crédito Automóvel (SAFCA)/Côte d’Ivoire, para a abertura de uma sucursal no Senegal, no âmbito do processo de autorização única ; No Togo, a quantidade de estabelecimentos financeiros baixou para três (3), com a suspensão da autorização concedida à Sociedade Togolesa de Crédito Automóvel (STOCA), a seu pedido ; Além disso, a Comissão Bancária da UMOA, na sua sessão de 27 de Dezembro de 2006, deu um parecer favorável relativo ao pedido de autorização da Sociedade Financeira de Garantia Interbancária do Burkina (SOFIGIB), na qualidade de estabelecimento financeiro. Relatório Anual do BCEAO - 2006 41 SISTEMA BANCÁRIO E FINANCEIRO 1.3 - Actividade dos bancos e estabelecimentos financeiros A actividade dos bancos e estabelecimentos financeiros da UMOA foi marcada por um aumento de 8,2% das aplicações e 7,2% dos recursos. Os recursos estabeleceram-se globalmente em 6.724,1mil milhões em 2006 contra 6.271,8 mil milhões no ano precedente, registando uma progressão de 452,3 mil milhões. Esta evolução resulta essencialmente de um aumento de 396,7mil milhões, dos depósitos e empréstimos e de 52,7 mil milhões de outros recursos. Os fundos próprios líquidos aumentaram ligeiramente de 3,0 mil milhões durante o mesmo período. As aplicações aumentaram de 448,2 mil milhões, fixando-se em 5.907,0 mil milhões em 31 de Dezembro de 2006. A evolução das aplicações é devida a um aumento de 387,3 mil 42 Relatório Anual do BCEAO - 2006 milhões dos créditos, dos quais 193,2 mil milhões a título de financiamentos a médio e a longo prazo, 132,4 mil milhões de créditos de curto prazo, 60,1 mil milhões das operações de créditos em mora e de 1,6 mil milhões das operações de leasing e similares. As outras aplicações registaram igualmente um aumento de 60,9 mil milhões em relação ao seu nível de Dezembro de 2005, devido a um aumento de 30,4 mil milhões das outras imobilizações, de 17,0 mil milhões das diversas aplicações, de 12,2 mil milhões dos títulos de investimento e de 1,4 mil milhões de imobilizações financeiras. O excedente de tesouraria dos bancos e estabelecimentos financeiros cresceu de 4,1 mil milhões para se fixar em 817,1 mil milhões em finais de Dezembro de 2006. A qualidade da carteira dos bancos e estabelecimentos financeiros da União, estimada na base da taxa bruta de degradação de créditos, deteriorou-se de 1,0 ponto percentual durante o período em análise, para se estabelecer em 18,5% em CONTEXTO SISTEMA BANCÁRIO ECONÓMICO E FINANCEIRO E FINANCEIRO Dezembro de 2006. A taxa líquida de degradação também registou um aumento de 0,7 ponto percentual, estabelecendo-se em 7,9% em finais de Dezembro de 2006. A cobertura dos créditos duvidosos pelas provisões baixou de 1,0 ponto percentual. Com efeito, as provisões constituídas em 2006 representam 62,5% dos créditos em mora contra 63,5% em 2005. As evoluções acima descritas correspondem mais ou menos às evoluções das actividades dos bancos, cujos recursos e aplicações representam respectivamente 98,6% e 98,7% dos que existem na totalidade do sistema bancário em 2006. Com efeito, os recursos dos bancos fixaram-se em 6.629,3 mil milhões em Dezembro de 2006, ou seja um aumento de 467,6 mil milhões em relação a situação em 2005. As aplicações estabeleceram-se em 5.830,9 mil milhões em 2006 contra 5.362,0 mil milhões no ano precedente, ou seja um aumento de 468,9 mil milhões de F CFA. A tesouraria dos bancos deteriorou-se de 1,2 mil milhões para se situar em 798,4 mil milhões em 2006. A taxa bruta de degradação dos créditos aumentou de 1,3 ponto percentual para atingir os 18,5%.A taxa líquida de degradação cresceu de 0,7 ponto percentual para os 7,8% em 2006. A evolução das actividades das estabelecimentos financeiros durante o período em análise foi caracterizada por uma redução mais acentuada das aplicações do que dos recursos. Com efeito, os recursos diminuíram de 15,4 mil milhões para se situarem em 94,8 mil milhões em 2006, enquanto que as aplicações registaram um recúo de 20,7 mil milhões para os 76,1 mil milhões contra 96,3 mil milhões no ano precedente. A tesouraria líquida melhorouse de 5,3 mil milhões, situando-se em 18,7% em finais de Dezembro de 2006. A qualidade da carteira dos créditos dos estabelecimentos financeiros da União melhorou em 2006. Assim, a taxa bruta de degradação da carteira fixou-se em 20,1% em 2006 contra 32,6% em 2005, ou seja um decréscimo de 12,5 pontos percentuais. A taxa líquida de degradação registou uma melhoria menos marcada de 0,3%, passando de 9,0% em 2005 a 8,7% em 2006. 1.4 - Situação em relação ao dispositivo prudencial Com base nos dados disponíveis até 30 de Setembro de 2006, o ratio médio de cobertura dos riscos, medindo pela relação entre os fundos próprios efectivos e os riscos ponderados dos bancos e das estabelecimentos financeiros da União, estabeleceu-se em 8,56% contra 9,17% em finais de Dezembro de 2005. O ratio dos bancos passou de 8,28% em finais de Dezembro de 2005 para 8,01% em finais de Setembro de 2006, para uma norma regulamentar de 8%. A proporção dos bancos e estabelecimentos financeiros que respeitam a norma de solvabilidade baixou ligeiramente, passando de 70% em Dezembro de 2005 a 67% em finais de Setembro de 2006. Relativamente ao coeficiente de liquidez, a proporção de bancos e estabelecimentos financeiros que respeitam a norma minimal de 75%, aumentou de 2,0 pontos de percentual para se estabelecer em 59%. Para as outras normas prudenciais, foram registadas falhas ao nível do respeito da divisão dos riscos, nomeadamente, a limitação dos compromissos com a mesma assinatura, da cobertura das aplicações a médio e longo prazo, por recursos estáveis e da estrutura da carteira. No plano geral da supervisão, osdados até 30 de Setembro de 2006 indicam que cinco(5) estabelecimentos de créditos, entre os quais dois (2) bancos, foram sujeitos a uma medida de administração provisória, devido à sua situação financeira desequilibrada e às falhas constatadas na sua gestão e funcionamento. Relatório Anual do BCEAO - 2006 43 = SISTEMA BANCÁRIO E FINANCEIRO 1.5 - Dispositivo dos acordos de classificação O dispositivo dos acordos de classificação foi instituído pelo Conselho de Ministros da UMOA em Dezembro de 1990 e revisto em Setembro de 2002. Para a carteira dos bancos e estabelecimentos financeiros, constitui, a posteriori, um instrumento de controlo de qualidade. Neste quadro, cada estabelecimento de crédito deve respeitar uma relação mínima de 60% entre os seus créditos beneficiando de um acordo de classificação e o saldo total dos seus créditos brutos. 44 Relatório Anual do BCEAO - 2006 Além disso, os bancos e estabelecimentos financeiros têm a obrigação de submeter ao BCEAO os pedidos de acordos de classificação para, pelo menos, as cinquenta empresas mais importantes que utilizam este crédito. Foi assim que, durante o exercício de 2006, 465 pedidos de acordos de classificação de um montante global de 861,9 mil milhões, foram instruídos pelo Banco Central, contra 364 pedidos de um valor de 826,8 mil milhões, no ano precedente. Depois de examinar os pedidos, 341 dentre eles, respeitando as normas previstas pelo dispositivo, receberam um parecer favorável em CONTEXTO SISTEMA BANCÁRIO ECONÓMICO E FINANCEIRO E FINANCEIRO 2006, no montante de 341,9 mil milhões, seja respectivamente 73,3% e 39,7% dos pedidos instruídos e dos montantes apresentados. A quantidade dos pedidos recusados por nãoobservância de um ou vários ratios de decisão, estabeleceu-se em 124 pedidos por um montante de 519,9 mil milhões em 2006 contra 111 pedidos, de um saldo global de 373,3 mil milhões em 2005. 2 - EVOLUÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO REGIONAL Setembro de 2006, devido ao aumento da cotação das acções SONATEL e a admissão à cotação das acções ECOBANK. A baixa de 27,7% das cotações das acções ECOBANK entre Setembro e Novembro de 2006 acarretou a dos índices BRVM10 e BRVM compósito que se estabeleceram, respectivamente a 137,37 e 116,95 pontos. A actividade bolseira foi marcada, em finais de 2006, pela admissão à cotação de ECOBANK TRANSNATIONAL LIMITED em Setembro de 2006 resultando no aumento de todos os indicadores bolseiros no mercado das acções. Globalmente, os indicadores bolseiros registaram uma evolução favorável não obstante a baixa constante das cotações das acções ECOBANK até o final do ano. Para o primeiro trimestre de 2006, os indicadores BRVM10 e BRVM compósito registaram um aumento de 25,6% e 20,6% situando-se respectivamente a 188,20 pontos e 135,89 pontos. Esta evolução reflecte a orientação favorável das cotações dos títulos, nomeadamente os da SONATEL que passaram de 67.015 FCFA em finais de Dezembro de 2005 para 91.000 FCFA em finais de Março de 2006, depois de ter atingido 91.500 FCFA em Fevereiro de 2006. Os índices BRVM10 e BRVM compósito situaramse em baixa em Maio, Junho e Julho de 2006, correlativamente à evolução das cotações SONATEL. Subiram depois, em Agosto e Em finais de Dezembro de 2006, o saldo dos acordos de classificação estabeleceu-se a 235,6 mil milhões contra 242,9 mil milhões no ano precedente, seja uma baixa de 3,0%. O volume total das transacções passou, em finais de Dezembro de 2006, para 3.002.401 títulos trocados contra 3.207.646 títulos em finais de Dezembro de 2005, seja uma baixa de 6,4%. No mercado das acções, o volume das transacções efectuadas estabeleceu-se em 2.371.155 títulos trocados contra 3.088.465 títulos durante o ano de 2005. No sector obrigacionista, o volume das transacções registou um aumento significativo, situando-se a 631.246 títulos contra 119.181títulos cambiados em 2005. Aos 31 de Dezembro de 2006, 61 títulos estavam inscritos à cotação, dos quais 40 acções e 21 obrigações, contra 57 títulos repartidos em 39 acções e 18 obrigações aos 31 de Dezembro de 2005. Relatório Anual do BCEAO - 2006 45 SISTEMA BANCÁRIO E FINANCEIRO 3 - EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS FINANCEIROS DESCENTRALIZADOS O sector da microfinança está em progressão constante na União Monetária Oeste Africana (UMOA). Os resultados, confirmados pelos indicadores de acesso e os fluxos financeiros, foram reforçados durante os dois últimos anos, pela continuação, por exemplo, da execução do Programa Regional de Apoio à Finança Descentralizada (PRAFIDE). 3.1 - Indicadores de actividade Em finais de Dezembro de 2006, as estimativas relativas à evolução do sector deram informações sobre o dinamismo da finança de proximidade. Com efeito, a oferta de serviços subiu, devido ao aumento de 7,4% da quantidade de sistemas financeiros descentralizados (SFD). Em 31 de Dezembro de 2006, cerca de 700 SFD foram registados na União, com 4.200 pontos de serviço. O acesso a serviços financeiros de proximidade alargou-se, estabelecendo-se a 6,9 milhões de pessoas, representando cerca de 15% a população da União. As operações financeiras realizadas pelos SFD estabelecem-se em 327,2 mil milhões, para a recolha dos depósitos e a 335,9 mil milhões, para a concessão dos créditos. ção dos SFD na melhoria durável das condições de vida das populações desfavorecidas e vulneráveis. 3.2 - Aplicação do PRAFIDE Para favorecer a aplicação efectiva de todas as actividades do PRAFIDE, travaram-se discussões com parceiros do desenvolvimento, nomeadamente com o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) que vai iniciar, durante o ano de 2007, uma missão de avaliação nos Estados membros da UMOA. Além disso, o Banco Central procedeu à assinatura de uma convenção, relativa ao montante de 450.000 dólares americanos, com o Fundo de Equipamento das Nações Unidas (FENU). Com estas considerações, durante o ano de 2006, foi sublinhada a realização das actividades seguintes : a ordenação do quadro jurídico e do dispositivo prudencial ; o reforço das capacidades ; os estudos e publicações ; a fiscalização dos SFD. 3.3 - Quadro jurídico e dispositivo prudencial A rentabilidade dos SFD medida pelo ratio dos resultados líquidos relativos aos fundos próprios (excluindo as subvenções) situou-se a 10,5% em 2004, seja uma ligeira melhoria em relação a 2003 quando estava a 9,7%. Todavia, este indicador fica abaixo da norma de 15% aceite a nível internacional no domínio da microfinança. A taxa bruta de amortização da carteira situouse em 6,5% em finais de Dezembro de 2006 contra 6,2% em Dezembro de 2005.Todavia, melhorou em relação a 1998 quando estava a 10,2%. Esta situação pode ser explicada por factores internos ( avaliação e controlo pouco satisfatórios dos riscos pelos SFD, por exemplo) e externos (fraqueza da conjuntura económica nalguns Estados). Os resultados registados pelo sector da microfinança evidenciam a importância da contribui- 46 Relatório Anual do BCEAO - 2006 O quadro jurídico que deve reger a actividade financeira dos SFD foi ordenado pelo Banco Central com vista à sua submissão ao Conselho de Ministros para adopção. Para a sua adaptação à evolução do sector da finança descentralizada, comporta disposições relativas à intervenção do Banco Central e da Comissão Bancária no controlo das instituições de uma dada importância financeira, a implementação de novos instrumentos de seguimento (Central dos riscos), assim como um reforço do dispositivo prudencial pela instauração de novas normas (capitalização) e processos (certificação obrigatória das contas e criação de um fundo de segurança para a preservação dos depósitos). O projecto de Acta Uniforme relativo ao direito das sociedades cooperativas e mutualistas deveria ser objecto de uma concertação com os intervenientes nos Estados membros da SISTEMA CONTEXTO BANCÁRIO ECONÓMICO E FINANCEIRO E FINANCEIRO OHADA antes da sua submissão às instâncias de validação e de decisão desta organização durante o ano de 2007. 3.4 - Reforço das capacidades Para garantir uma larga difusão do referencial contabilístico próprio aos SFD e elaborado pelo BCEAO, foi organizado em todos os Estados da União, excepto na Guiné-Bissau, acções de formação e de vulgarização. Os ateliers e seminários permitiram a duzentos e trinta (230) actores da microfinança da sub-região familiarizarem-se com as novas normas e práticas contabilísticas. Para alargar o campo dos beneficiários, serão realizadas em 2007 formações dos agentes dos SFD dos países da União por formadores seleccionados no finais das sessões nacionais de formação. Também foram organizados ateliers e seminários de reciclagem a favor dos agentes ligados às Autoridades de Fiscalização. 3.5 - Estudos e publicações No quadro da melhoria da informação relativa ao sector da finança descentralizada, o Banco Central iniciou um estudo sobre os custos e o preçário dos serviços oferecidos pelos SFD no Senegal. Este estudo deveria permitir a compreensão dos custos e das tarifas reais dos produtos financeiros oferecidos por estas instituições e a identificação dos eixos capazes de resultar na sua redução. Além disso, procedeu-se à elaboração e publicação das monografias dos SFD e à produção das notas trimestrais relativas à situação da microfinança. O ano de 2006 registou o início das diligências relativas à tradução em língua portuguesa do referencial contabilístico dos SFD e a continuação dos trabalhos de recolha de informações para o estudo de viabilidade, relativo à implementação de uma central dos riscos próprios à microfinança. Assim, uma missão de informação visitou a Alemanha e a África do Sul para recolha de informações sobre as experiências de implementação e de gestão de centrais de informação. En finais, um estudo global sobre o sector da microfinança na UMOA foi realizado com vista a avaliar o sector e levar a cabo uma reflexão prospectiva sobre as suas perspectivas de evolução. 3.6 - Fiscalização do sector Para reforçar o seguimento do sector, vinte e três (23) missões conjuntas de inspecção das principais instituições de microfinança da União foram efectuadas por agentes do BCEAO e dos Ministérios encarregues das Finanças junto dos SFD do Benin (4), do Burkina (2), de Côte d’Ivoire (6), do Mali (4), do Senegal (5) e do Togo (2). Em 2005, só quatro (4) missões conjuntas tinham sido realizadas Além disso, o primeiro relatório sobre o balanço da fiscalização dos SFD foi publicado e transmitido às Autoridades monetárias dos Estados membros da UMOA. O alargamento do acesso das populações, nomeadamente, as da UMOA, a serviços financeiros de proximidade, constitui um dos maiores desafios encontrados pelas Autoridades monetárias. Para reforçar as reflexões neste domínio, o BCEAO participou nas iniciativas em andamento para relevar as potencialidades da microfinança e, além disso, o papel de impulsor que pode desenvolver na edificação de sectores financeiros acessíveis à maioria. Nesta óptica, participou da animação e da organização de conferencias tidas em Dakar, aos 5 e 6 de Junho de 2006, sobre a inclusão financeira na África e de 18 a 20 de Outubro de 2006, em Bamako, com o tema de « Microfinança e criação de empregos : desafios ». Os esforços vão continuar, através do PRAFIDE, para favorecer a realização desta ambição. Relatório Anual do BCEAO - 2006 47 V - OUTRAS ACTIVIDADES DO BCEAO 1 - GESTÃO DAS RESERVAS DE CÂMBIO Para o ano de 2006, a gestão das reservas de câmbio da UMOA foi levada a cabo conforme o quadro organizacional implementado a partir do 1° de Setembro de 2005, depois das ordenações feitas nas condições de centralização das reservas de câmbio da União, na Conta de operações, pelo Acto adicional n° 1 à Convenção de Conta de operações de 4 de Dezembro de 1973. A política de gestão das reservas de câmbio está, doravante, orientada para uma diversificação dos suportes de investimento dos activos em divisas não depositados na Conta de operações, no devido respeito dos princípios e práticas de prudência geralmente aceites na gestão de reservas oficiais de câmbio pelos bancos centrais, nomeadamente, os Regulamentos do FMI, neste domínio. A gestão das reservas de câmbio efectuou-se em 2006 num quadro económico internacional marcado pela recuperação dinâmica do crescimento económico na Zona do euro e a desaceleração, nos Estados Unidos (depois de uma forte progressão no primeiro trimestre) e pela persistência das pressões inflacionistas, devidas aos preços elevados dos produtos energéticos. Considerando este contexto, a Comissão de Política Monetária da Reserva Federal Americana prosseguiu, durante o primeiro semestre de 2006, a subida gradual das suas taxas de referência iniciada desde Junho de 2004 (aumento das taxas de juro de 100 pontos base), antes de adoptar um statu quo monetário, quando o Banco Central Europeu procedeu à supressão progressiva do carácter complacente da sua política monetária no decorrer do ano de 2006 (aumento cumulado das taxas de juro de 125 pontos base). Neste contexto, a política de gestão das reservas de câmbio foi levada, mantendo o nível dos activos detidos na Conta de operações ligeiramente acima da taxa convencional de centralização das disponibilidades externas da União na dita conta. Aos 31 de Dezembro de 2006, as reservas de câmbio do BCEAO foram de 53,6% na Conta de operações contra 53,3% em finais do ano de 2005. 48 Relatório Anual do BCEAO - 2006 Os activos em divisas retirados da Conta de operações são detidos sob forma de activos obrigatórios e aplicações monetárias, repartidos entre uma carteira de investimento, uma carteira de liquidez e um fundo de cobertura de riscos. 2 - INTEGRAÇÃO ECONÓMICA DOS ESTADOS MEMBROS DA UEMOA O Banco Central participou activamente na implementação do dispositivo de fiscalização multilateral das políticas e desempenhos macroeconómicos dos Estados membros da União. A este respeito, contribuiu nas reflexões que resultaram na decisão- tomada em Niamey, a 27 de Março de 2006 pela Conferência dos Chefes de Estados e de Governo- de prorrogar o prazo de convergência de 31 de Dezembro de 2005 até o 31 de Dezembro de 2008. Além disso, o Instituto emissor participou nos trabalhos do Secretariado Conjunto (BCEAO, Comissão da UEMOA e BOAD) encarregue da fiscalização das políticas e desempenhos macroeconómicos dos Estados membros da UEMOA e nos trabalhos da Comissão Estatuária dos Peritos. A este título, contribuiu para a avaliação dos programas plurianuais de convergência 2006-2008 e para a elaboração dos relatórios semestrais de execução da fiscalização das políticas e desempenhos macroeconómicos dos Estados membros da União a título do ano de 2006. As análises realizadas revelaram as dificuldades encontradas pela maioria dos Estados da União na realização da convergência das suas economias para os objectivos comunitários. Assim, esforços suplementares são necessários para acelerar o ritmo de convergência das economias, com vista a respeitar o novo prazo de convergência e a reforçar os fundamentos da moeda comum. Estes são relativos à implementação das reformas macroeconómicas e estruturais, nomeadamente, em matéria de saneamento das finanças públicas. Por outro lado, um impulso político forte e uma implicação acrescida dos Estados na implementação efectiva do dispositivo de fiscalização multilateral tornam-se necessários para realizar a convergência macroeconómica. OUTRAS ACTIVIDADES DO BCEAO O Banco Central, por outro lado, contribuiu para as reflexões que resultaram na adopção, em 29 de Junho de 2006, dos indicadores complementares dos critérios do Pacto de convergência. Trata-se, nomeadamente, do saldo orçamental de base corrigido dos apoios orçamentais e a inflação subjacente. Estes ajustamentos visam uma análise mais apurada dos indicadores, para uma melhor apreciação das orientações de política económica, na perspectiva de uma entrada dos Estados em fase de estabilidade. A título do desenvolvimento do processo de integração na UEMOA, o Banco Central prosseguiu as suas actividades relativas à implementação do Programa Económico Regional (PER) ; o Instituto emissor participou, nomeadamente, na Mesa redonda dos doadores do PER, organizada em Dakar nos dias 2 e 3 de Novembro de 2006. 3 - COOPERAÇÃO MONETÁRIA E FINANCEIRA 3.1 - Relações com as instituições de Bretton Woods As operações efectuadas pelo Banco Central e o Fundo Monetário Internacional, por conta dos Estados membros da UMOA, resultaram em saídas líquidas de recursos de 12,5 milhões de DES, ou seja o equivalente de 9,4 mil milhões de FCFA, contra saídas líquidas de 88,8 milhões de DES correspondendo a 69,9 mil milhões, no ano precedente. A baixa das saídas líquidas de capitais é essencialmente imputável à redução dos reembolsos, resultante da implementação da Iniciativa de alívio da Dívida Multilateral (IADM) a favor do Benin, do Burkina, do Mali, do Níger e do Senegal. Os saques brutos, a título de Facilidade para a Redução da Pobreza e o Crescimento (FRPC), atingiram, em 2006, 37,5 milhões de DES representando 29,0 mil milhões de FCFA contra 27,7 milhões de DES, ou 21,6 mil milhões de FCFA, no ano precedente. Esta melhoria do montante dos saques está essencialmente ligada à execução, pela maioria dos Estados membros da União, de programas ecomómicos e financeiros apoiados pelos recursos da FRPC. Os reembolsos dos empréstimos concedidos pelo FMI atingiram 46,0 milhões de DES, seja 35,3 mil milhões de FCFA contra 111,0 milhões de DES, correspondendo a 87,1 mil milhões de FCFA em 2005. Estas operações foram traduzidas em lucros câmbiais de 1,3 mil milhões de FCFA, contra perdas cambiais de 654,0 milhões de FCFA em 2005. Os pagamentos de juros e de comissões saíram a 5,1 milhões de DES, equivalente a 3,9 mil milhões de FCFA contra 5,9 milhões de DES, seja 4,7 mil milhões de FCFA, no ano precedente. São relativos às comissões pagas a título da utilização dos recursos gerais (4,2 milhões de DES ou 3,2 mil milhões de FCFA) e o pagamento dos juros a título da utilização dos recursos administrados (0,9 milhão de DES ou 0,7 mil milhões de FCFA). No quadro do pagamento dos encargos relativos aos pagamentos dos juros e comissões, os Estados membros da União adquiriram 3,4 milhões de DES, equivalendo a 2,6 mil milhões de FCFA. As cedências representaram 4,2 milhões de DES, seja 3,2 mil milhões de FCFA. Além disso, o FMI pagou 1,1 milhão de DES ou 0,8 mil milhões de FCFA aos Estados membros da UMOA a título da remuneração das suas posições credoras contra 0,4 milhão de DES equivalente a 0,3 mil milhões de FCFA no ano precedente. Aos 31 de Dezembro de 2006, as obrigações líquidas dos Estados membros da UMOA, a título dos empréstimos da Facilidade para a Redução da Pobreza e o Crescimento (FRPC) estabeleceram-se globalmente a 175,7 milhões de DES contra 535,0 milhões de DES no ano precedente, registando assim uma baixa de 67,2%. En finais , no quadro do reajustamento de seus activos em moeda dos Estados membros, regido pelo Artigo V, secção11 dos seus Estatutos, aos 31 de Abril de 2006, O FMI procedeu ao aumento de cerca de 1,5 mil milhões dos seus activos em francos CFA nos livros do Banco Central, em relação com a depreciação de cerca de 2,3% do franco CFA face ao DES, devido à sua âncora nominal com o euro. 3.2 - Relações com as outras instituições No quadro do reforço da cooperação monetária no seio da Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO), o Banco Central participou na terceira reunião Relatório Anual do BCEAO - 2006 49 OUTRAS ACTIVIDADES DO BCEAO anual do Conselho de Convergência da CEDEAO, tida em Ouagadougou aos 20 de Dezembro de 2006. A este respeito, as acções de seguimento atenderam, nomeadamente, aos aspectos relativos à convergência macroeconómica, à harmonização das estatísticas e à aplicação efectiva do dispositivo institucional e organizacional da convergência. Além disso, o instituto emissor participou nas reflexões sobre a racionalização das instituições de integração regional. Nas recomendações, sublinhou-se a necessidade, para a AMAO, de concentrar as suas actividades em estudos visando favorecer a formulação de políticas económicas capazes de acelerar o processo de convergência e a proceder a uma revisão dos sistemas de pagamento existentes na Comunidade, com vista à sua harmonização. A título da aceleração do processo de convergência das economias da Zona Monetária da África Ocidental (ZMOA)2, o Banco Central participou, na qualidade de observador, à décima sexta reunião da Comissão dos Governadores dos Bancos Centrais da Zona, tida a 23 de Novembro de 2006 em Accra . Estes encontros permitiram aos governadores de apreciar o cumprimento, pela nova equipa do Instituto Monetário da África do Oeste (IMAO), dos objectivos que constam da Declaração de Banjul e relativa à aceleração do processo de convergência, com vista ao advento da união monetária em 1 de Dezembro de 2009. No quadro dos preparativos da concepção da arquitectura da Sede do Banco Central da ZMAO, uma delegação da Zona visitou de 12 a 14 de Fevereiro de 2006, a Sede do BCEAO e a Direcção Nacional do BCEAO para o Senegal. No plano da cooperação monetária em África, o BCEAO participou na 30a sessão ordinária do Conselho dos Governadores da Associação dos Bancos Centrais Africanos (ABCA), realizada em Windhoek aos 18 de Agosto de 2006, e no simpósio sobre o tema « Mercados nacionais de capitais e mobilização de recursos » organizado à margem das reuniões da ABCA. O Instituto de emissão participou igualmente no seminário continental organizado pela Associação sobre a harmonização dos conceitos, metodologias e quadros estatísticos em Nairobi, de 3 a7 de Abril de 2006. En finais, o Banco Central participou nos trabalhos da Comissão de convergência da Zona do franco, trazendo uma contribuição ao exercício da supervisão multilateral das políticas macroeconómicas, principalmente, para a definição de indicadores de convergência complementares. 4 - OUTRAS ACTIVIDADES E PROJECTOS DO BCEAO 4.1 - Recolha, gestão e difusão de informações estatísticas A recolha e a gestão de informações estatísticas relativas, nomeadamente, aos Estados membros da UEMOA, corresponde à necessidade, para o Banco Central, de dispor, a qualquer momento, de informações necessárias à elaboração de estudos, à execução dos trabalhos de investigação (económica, sociológica, histórica) assim como à edição das publicações oficiais do Banco. Foi criado, para o efeito, uma base de dados estatísticos. Criada desde 1998, esta base de dados estatísticos do BCEAO, denominada BASTAT, disponibiliza para os Serviços do Banco, dados antigos e recentes relativos à situação económica, monetária e financeira dos Estados da União e à administração e gestão do Banco Central. Em finais de Dezembro de 2006, a base comporta 30.439 séries estatísticas, das quais 37% referem-se ao sector monetário, 24% à administração e à gestão do BCEAO, 12% às finanças públicas, 11% ao sector real, 10% ao sector externo e 3% ao sector social. Além disso, 2% dos dados são indicadores de desempenho macroeconómico e 1% relativo ao meio ambiente. Os dados da base relativos ao período de 1960 a 2006, estão, na maioria, disponíveis. A difusão de estatísticas pelo Instituto emissor realiza-se através das diferentes publicações do BCEAO, assim como pela actualização do sítio web do Banco. 2. A ZMOA agrupa a Gâmbia, o Gâna, a Guiné, a Libéria, a Nigéria e a Serra Leôa. Visa a criação de uma moeda única entre estes países daqui 2009. Esta Zona deveria juntar-se à UEMOA ao termo de um processo bem acertado, para formar a Zona Monetária Única da CEDEAO. 50 Relatório Anual do BCEAO - 2006 CONTEXTO OUTRAS ECONÓMICO ACTIVIDADESEDO FINANCEIRO BCEAO 4.2 - Central dos balanços Durante o ano de 2006, as repartições da Central dos balanços existentes em todos os Estados da União, excepto na Guiné-Bissau, recolheram 23.658 pacotes de demonstrações de resultados, seja 21.803 do exercício 2005 e 1.855 dos exercícios precedentes, contra 22.223 pacotes recolhidos em 2005, seja um aumento de 6% do volume. A proporção dos pacotes completos aumentou ligeiramente, passando de 95% em 2005 para 96% em 2006. O volume das demonstrações de resultados exploráveis recolhidas registou um aumento de 4 pontos de percentagem, situando a taxa a 47% em 2006 contra 43% em 2005. Todavia, 53% dos pacotes recolhidos não foram exploráveis devido à presença de anomalias nos dados financeiros. A conclusão da realização do sistema de informação da Central dos balanços possibilitou a constituição de uma base de dados relativa a mais de 31.000 empresas não financeiras, favorecendo assim a difusão interna de um Anuário das empresas, de Centralizações sectoriais para a quase totalidade dos países da União e de Dossiers individuais de empresa. No quadro da externalização das actividades de produção e de difusão de informações de empresa, o Conselho de Ministros da UEMOA, por ocasião da sua sessão de 23 de Março de 2006, autorizou o BCEAO a confiar a uma estru- tura privada a exploração da sua base de dados relativa às empresas não financeiras. Por aplicação desta decisão e em parceria com o Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD), a Bolsa Regional dos Valores (BRVM), o Fundo Africano de Garantia e de Cooperação Económica (FAGACE) e vinte oito (28) estabelecimentos de créditos da União, o Banco Central criou, em Junho de 2006, a Sociedade de Comercialização de Informações de Empresa (SCIE-SA), dotada de um capital social de 687,5 milhões. O cumprimento do projecto de realização da Central dos balanços das empresas da UMOA abre perspectivas de implementação para um mercado estruturado da informação de empresas na União, possibilitando a contribuição do BCEAO para uma maior securização das relações de negócios e o desenvolvimento do mercado financeiro regional. Por outro lado, participando numa missão de avaliação da aplicação do Sistema Contabilística Oeste Africano (SYSCOA) no Benin, no Senegal e no Togo, organizada em Janeiro de 2006 pelo Conselho Contabilista Oeste Africano (CCOA), o Banco Central contribuiu para a identificação das dificuldades encontradas pelos administradores de contas, e as carências notadas nas demonstrações pelos utilizadores de contas. As informações recolhidas deviam permitir ao CCOA de estabelecer um plano de acções para uma melhor aplicação do SYSCOA. Relatório Anual do BCEAO - 2006 51 VI - QUADRO INSTITUCIONAL E ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO I - VIDA E FUNCIONAMENTO DOS ORGÃOS ESTATUÁRIOS Durante o exercício de 2006, os Orgãos da União realizaram as suas reuniões, conforme as disposições do Tratado de 14 de Novembro de 1973, constituinte da União Monetária Oeste Africana (UMOA) e os Estatutos do Banco Central que lhe são anexos. 1.1- Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União A Conferência de Chefes e Estado e de Governo da União realizou a sua 10a sessão ordinária aos 27 de Março de 2006, no Palácio dos Congressos de Niamey, sob a presidência de S.Exa o Sr Mamadou TANDJA, Presidente da República do Níger, Presidente em exercício. YENTCHABRE, o Sr Daniel Koboè KLOUSTE, Ministro da Economia e Desenvolvimento, foi designado membro do Conselho. Durante o ano de 2006, o Conselho de Ministros realizou três (03) sessões ordinárias respectivamente, em 23 de Março de 2006, na Agência Principal do BCEAO em Abidjan ; em 29 de Junho de 2006, na Sede do BCEAO em Dakar e em 08 de Setembro de 2006, na Agência Principal do BCEAO em Lomé. Reuniu-se, igualmente, em sessão extraordinária em 30 de Junho de 2006 e realizou duas (02) sessões extraordinárias preparatórias relativas às reuniões da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da União, em 09 de Outubro e 20 de Dezembro de 2006 na Agência Principal do BCEAO em Ouagadougou. 1.3 - Conselho de Administração do BCEAO 1.2 - Conselho de Ministros da UMOA Durante o exercício de 2006, o Conselho de Ministros da União Monetária Oeste Africana (UMOA), presidido pelo Sr Jean-Baptiste COMPAORE, Ministro das Finanças e Orçamento do Burkina, procedeu às seguintes modificações : 52 Para a República do Benin, em 08 de Abril de 2006, substituindo o Sr Cosme SEHLIN, o Sr Pascal Irénée KOUPAKI, Ministro do Desenvolvimento, Economia e Finanças, foi nomeado membro do Conselho. Em 24 de Abril de 2006, substituindo o Sr Zul Kifi SALAMI, o Sr Albert Sègbègnon HOUNGBO, Ministro Delegado encarregue do Orçamento junto do Ministro do Desenvolvimento, Economia e Finanças, foi designado membro do Conselho ; Em 2006, o Conselho de Administração do BCEAO, sob a presidência do Sr Damo Justin BARO, Governador interino do Banco Central, Presidente estatuário, realizou quatro (04) sessões ordinárias respectivamente, em 22 de Março de 2006 na Agência Principal do BCEAO em Abidjan ; em 28 de Junho de 2006, na Sede do BCEAO ; em 07 de Setembro de 2006, na Agência Principal do BCEAO em Lomé e em 28 de Dezembro de 2006 na Agência Principal do BCEAO em Dakar. Reuniu-se igualmente em sessão extraordinária em 28 de Junho de 2006 na Sede do BCEAO. Durante o exercício em análise, o Conselho procedeu às seguintes modificações da sua composição : Para a República de Côte d’Ivoire, em 31 de Janeiro de 2006, substituindo o Sr Théodore MEL EG, o Sr Albert TOIKEUSE MABRI, Ministro da Cooperação e Integração Africana, foi designado membro do Conselho ; Para a República do Togo, em 04 de Outubro de 2006, substituindo o Sr Yandja Relatório Anual do BCEAO - 2006 Para a República do Benin, substituindo o Sr Georges Denis Marc QUENUM, o Sr Félicien C. ZACHARIE foi nomeado Administrador do BCEAO, a partir do 29 de Maio de 2006. A esta mesma data, o Sr Dieudonné C. ASSOGBA, substituindo o Sr Mathias N. HOUNDONOUGBO, foi nomeado Administrador do BCEAO ; Para a República de Côte d’Ivoire, substituindo o Sr Charles Koffi DIBY, o Sr Claude QUADRO INSTITUCIONAL E ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO Yao BEUGRE foi nomeado Administrador do BCEAO, a partir do 02 de Maio de 2006 ; Para a República da Guiné-Bissau, substituindo o Sr Amizade Fará MENDES, o Sr Fernando Jorge Maria CORREIA foi nomeado Administrador do BCEAO, a partir de 24 de Fevereiro de 2006. A esta mesma data, substituindo o Sr Gabriel Lopes SO, o Sr João Viriato RODRIGUES foi nomeado Administrador do BCEAO ; Para a República do Togo, substituindo o Sr Hémou Badibawu BAKALI, o Sr Marc Dèdèriwè ABLY-BIDAMON foi nomeado Administrador do BCEAO, a partir do 02 de Maio de 2006 ; Para a República Francesa, substituindo o Sr Serge TOMASI, o Sr Jean-Christophe DEBERRE foi nomeado Administrador do BCEAO, a partir do 29 de Agosto de 2006. mente em missão de serviço junto do Governo guineense, foi reintegrado e nomeado Conselheiro do Director do Crédito. 2.1.2 - Efectivo global do Banco Central Aos 31 de Dezembro de 2006, o efectivo global do pessoal do Banco Central, incluindo todos os corpos, conta 4.036 funcionários contra 4.084 funcionários em finais de Dezembro de 2005. Este número comporta 3.947 agentes activos e 89 agentes em missão de serviço ou em disponibilidade. O pessoal em actividade, repartido entre a Sede, as oito Agências Principais, as quinze Agências Auxiliares, as duas Representações do BCEAO e o Secretariado Geral da Comissão Bancária da UMOA, baixou de 1,45% em relação ao seu nível de 4.005 agentes em 31 de Dezembro de 2005, devido essencialmente às saídas ligadas à reforma normal ou antecipada de agentes. 2 - ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO 2.1 - Gestão dos recursos humanos 2.1.1 - Organigrama e medidas individuais Durante o exercício de 2006, não houve modificações na estrutura do organigrama do Banco Central. No plano das medidas individuais, foram tomadas as seguintes decisões : Sr Jean-Claude BROU, precedentemente Director dos Estudos, foi nomeado Director do Departamento dos Estudos Económicos e Moeda ; Sr Ismaïla DEM, precedentemente Director Adjunto da Pesquisa e Estatística, foi nomeado Director da mesma Direcção ; Com 1.383 agentes, o pessoal técnico superior representa 35,04% do pessoal activo. Comporta 66 membros do Governo e Directores (Gvno/Dir), 703 técnicos superiores (QS) e 614 técnicos médios (QM). a quantidade dos quadros baixou de 58 pessoas em relação à situação de 31 de Dezembro de 2005. Em 31 de Dezembro de 2006, O pessoal não quadro (PNQ) conta 2.564 agentes, seja 64,96% do pessoal activo. Este corpo, composto de 772 agentes de escritório, 47 agentes técnicos, 1.104 agentes de serviço e 641 agentes de caixa e de triagem, ficou estável de um ano para outro. Por centro de actividade, a quantidade global do pessoal activo em 31 de Dezembro de 2006 reparte-se da seguinte maneira : Sr Armand BADIEL, precedentemente Director Adjunto dos Estudos foi nomeado Director da mesma Direcção ; Sr Nestor WADAGNI, precedentemente Conselheiro do Director dos Estudos foi nomeado Director Auxiliar da Pesquisa e Estatística ; Sr Filomeno LOBO DE PINA, precedente- Sede : 841 agentes ; Direcções Nacionais (Agências Principais e Auxiliares) :2.985 agentes ; Representação do BCEAO junto das Instituições Europeias de Cooperação : 05 agentes ; Representação do Governador junto da Comissão da UEMOA : 14 agentes ; Relatório Anual do BCEAO - 2006 53 QUADRO INSTITUCIONAL E ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO Secretariado Geral da Comissão Bancária da UMOA : 102 agentes. A evolução da quantidade do pessoal activo por corpo, desde 1993, apresenta-se da seguinte forma : Gràfico 9 : Evolução de nùmero de funcionàrios do BCEAO de 1993 para 2006 2.1.3 - Formação O Centro Oeste Africano de Formação e de Estudos Bancários (COFEB) prosseguiu as suas acções de formação a favor do pessoal do BCEAO, das administrações económicas e financeiras e dos bancos e estabelecimentos financeiros dos Estados membros da União. - 18 para o Instituto do Fundo Monetário Internacional ; Para a formação permanente dos agentes do BCEAO, o Centro organizou cursos e seminários iniciados pelo Banco Central ou por outras instituições, reunindo 2.044 agentes assim repartidos : Várias formações organizadas pelas instituições parceiras, inclusive cursos de línguas (Inglês, Francês e Português) : 150 participantes Estas formações foram assim repartidas : - 5 para o Instituto Bancário e Financeiro Internacional ; - 19 para o Instituto Multilateral de África ; - 3 para o Banco da Argélia ; 54 10 cursos e seminários na Sede : 627 participantes ; 14 sessões de formação no quadro das acções descentralizadas nas Direcções Nacionais do BCEAO : 275 participantes ; 10 acções de formação por visioconferência : 653 participantes ; Relatório Anual do BCEAO - 2006 - 1 para a Reserva Federal de Nova Iorque ; - 1 para o Banco Central Europeu ; - 24 para o Centro de Formação na Profissão Bancária, seja 6 para o Diploma de Aptidões Profissionais (CAP) e 18 para o Diploma de finais de Estudos Profissionais (BP) ; QUADRO INSTITUCIONAL E ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO - 9 para o Instituto de Técnica Bancária ; - 53 para os cursos de língua inglesa ; - 14 para os cursos de língua portuguesa ; - 3 para o curso de língua francesa ; 14 outras acções de formação : 339 participantes. Além disso, a campanha de informação e de sensibilização do pessoal contra os incêndios, organizada de 24 a 28 de Julho de 2006 na Sede do BCEAO, registou a participação de quatrocentos e dezasseis (416) agentes. guiu as suas actividades de formação de habilitação. Durante o exercício de 2006, o Centro enquadrou as 28ª e 29ª promoções. A 28ª promoção, que concluiu o seu ciclo de formação com apresentação de um relatório em Dezembro de 2006, reuniu 42 estagiários vindos dos seguintes organismos : - Administrações económicas e financeiras : 33 ; - Banco Central da República da Guiné : 02 ; - Banco Nacional da Rwanda : 03 ; - Bancos e estabelecimentos financeiros : 04 ; A plataforma de formação em rede entrou também na sua fase activa de produção desde 3 de Julho de 2006. Durante o ano de 2006, setecentos e catorze (714) agentes num efectivo total de três mil novecentos e trinta e nove (3.939) agentes beneficiando de uma conta de utilizador informática, seguiram uma formação, seja 18,1% do efectivo total. A taxa global média de conexão era de cerca de seis horas e meia (6,5) por agente. Quanto à 29a promoção, cujos cursos foram iniciados em 02 de Novembro de 2006, os estagiários, que eram 46, foram assim repartidos, conforme o organismo de origem : Por outro lado, depois de uma baixa significativa no ano precedente, as actividades da sala de auto-formação em línguas recomeçaram em 2006, com a assistência de um professor de Inglês do CESAG. A frequência média da sala foi de 14 agentes durante o ano. - Banco Central da República da Guiné (BCRG) : 01 ; O BCEAO iniciou igualmente um projecto de desenvolvimento de um módulo intranet capaz de fornecer aos agentes informações actualizadas sobre as acções de formações e de apresentar no seu sítio as suas candidaturas para as acções de formação. A implementação desta aplicação foi realizada em 2006. Neste quadro, as acções de formação, para o ano de 2006, foram levadas no dito sítio e disponibilizadas em finais de Março de 2006. Na espectativa da sua utilização efectiva no início do ano de 2007, os testes relativos às inscrições a partir do sítio continuaram durante o ano, paralelamente à utilização do suporte clássico de papel. No quadro das acções de reforço das capacidades das administrações económicas e financeiras, e dos estabelecimentos de créditos dos Estados membros da União, o COFEB prosse- - Administrações públicas : 34 ; - Bancos e estabelecimentos financeiros : 03 ; - Administração dos Correios (SP) : 06 ; - Instituto Nacional de Previdência Social do Mali (INPS) : 02. Para as formações específicas, foram organizadas as seguintes acções : - 02 sessões de formação sobre o referencial contabilístico próprio aos sistemas financeiros descentralizados. Estas sessões registaram a participação de 207 auditores, dos quais 51 do BCEAO ; - 01 atelier de validação das conclusões e soluções preconizadas para a normalização do cheque e dos efeitos de comércio, destinado a 60 participantes, dos quais 21 do BCEAO ; - 01 seminário sobre a validação do projecto de direcção relativo à luta contra o financiamento do terrorismo nos Estados membros da UEMOA, a favor de 71 auditores, dos quais 28 do BCEAO ; - 01 atelier sobre o balanço da adopção e aplicação da lei-base relativa à repressão da fal- Relatório Anual do BCEAO - 2006 55 QUADRO INSTITUCIONAL E ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO sificação de moeda nos Estados membros da UEMOA destinado a 19 auditores, dos quais 12 do BCEAO ; - 01 sessão sobre a prática do mercado internacional dos câmbios, a favor de 58 tesoureiros dos Bancos da UMOA. A formação dos agentes das administrações económicas e financeiras no quadro da cooperação com os parceiros externos realiza-se através do Projecto conjunto BCEAO/BEAC de reforço das capacidades na África do Centro e do Oeste e o Instituto do Fundo Monetário Internacional. Para o projecto conjunto BCEAO/BEAC de reforço das capacidades na África do Centro e do Oeste, as seguintes acções foram levadas a cabo : - vertente formação em gestão macroeconómica : a terceira fase foi iniciada em 1° de Julho de 2006. Dois (02) cursos foram organizados para 65 participantes, dos quais 06 do BCEAO ; - vertente formação em gestão da dívida : dois ateliers nacionais tiveram lugar no Togo e no Congo para, respectivamente, 30 e 33 auditores. Cinco (05) seminários regionais foram realizados com a participação de 160 actores dos serviços da dívida, dos quais 10 do BCEAO. Para o Instituto do Fundo Monetário Internacional (FMI) : o seminário regional conjunto BCEAO/Instituto do FMI sobre a programação e as políticas financeiras registou a participação de 30 quadros, dos quais 10 do BCEAO. Por outro lado, de 7 a 9 de Novembro de 2006, realizou-se na Sede do BCEAO, o seminário sobre o tema « Supervisão baseada nos riscos », iniciado conjuntamente pelo Instituto para a Estabilidade Financeira e a Comissão dos Fiscais de Banco na África. Registou a participação de 20 quadros, dos quais 03 do Secretariado Geral da Comissão Bancária da UMOA e 02 da Sede do BCEAO. 56 Relatório Anual do BCEAO - 2006 De modo geral, as acções de formação organizadas pelo COFEB durante o ano de 2006, levaram ao desenvolvimento da modernização da formação para o pessoal do BCEAO graças à consolidação da formação por rede e à utilização da visioconferência. Por outro lado, foi salientada a formação dos agentes das adminitrações económicas e financeiras, nomeadamente, com a continuação da formação dos que são ligados a estruturas ministeriais de controlo do sector da microfinança. 2.2 - Evolução da rede do BCEAO As obras de construção da nova Agência Principal do BCEAO em Bissau estão na sua fase final e o prédio será completamente acabado e equipado em 2007. Em relação à realização dos centros recreativos das Agências Principais a favor do pessoal, as obras de Niamey, Ouagadougou, Abidjan, Lomé e Bamako estão na sua fase final e serão operacionais em 2007, depois da entrega do mobiliário e do equipamento nestes centros de lazeres, de cultura e de desporto. No que diz respeito ao centro recreativo de Cotonou, o projecto está na fase de estudos arquitecturais e chegará ao seu término em 2008. O programa de reforço dos dispositivos de segurança iniciado em 2005 em todos os sítios do BCEAO e relativo aos sistemas de video-vigilância, de controlo dos acessos, de protecção contra as infracções e de luta contra os incêndios, foi levado a cabo durante o primeiro semestre de 2006. Assim, todas as instalações de segurança foram modernizadas e renovadas, conforme a evolução das normas e da regulamentação e a política levada a cabo pelo BCEAO para a securização das pessoas e dos bens. En finais, para as obras importantes de modernização das salas de triagem e das caixas, iniciadas nas agências, foram concluídas em todos os sítios, salvo no Senegal. As realizações feitas neste quadro permitiram adoptar a configuração dos locais à mecanização das operações e melhorar as condições de trabalho. 2.3 - Sistema de informação e de comunicação As acções iniciadas durante o ano de 2006 no quadro da gestão do sistema de informação e QUADRO INSTITUCIONAL CONTEXTO E ADMINISTRAÇÃO ECONÓMICO E DO FINANCEIRO BCEAO de comunicação do Banco tinham por objectivo prosseguir a generalização do uso de plataformas livres para a realização das aplicações informáticas, proceder à reforma e à renovação das infraestruturas da rede VSAT e reforçar a segurança e a disponibilidade dos sistemas pela criação de um sítio de emergência instalado na Agência Principal de Dakar. Assim, as principais acções iniciadas foram relativas : - à reforma da rede VSAT ; - ao reforço da disponibilidade das aplicações implementadas ; - à implementação de nòs de acesso aos sistemas de pagamento ; - à implementação de um novo portal colaborativo do Banco ; - à realização e desenvolvimento de novas aplicações. A reforma da rede VSAT tem por objectivo aumentar as capacidades e os desempenhos da rede, com vista a tolerar o crescimento do tráfego e a estender o sistema de videoconferência para as Agências Auxiliares. A disponibilidade da nova rede foi melhorada graças à criação de uma arquitectura específica em cada sítio e de um Hub de emergência, instalado na Agência Principal de Dakar. O sistema de emergência automática das aplicações centralizadas na Sede, transferido no sítio da Agência Principal de Dakar, foi elaborado para efectivar a aplicação prevista para a gestão da contabilidade, das aquisições e dos fornecedores. Com efeito, os materiais e softwares necessários, nomeadamente, os servidores, as redes e os equipamentos de protecção e de restauração automática foram instalados e testados com sucesso. Assim, em caso de sinistro na Sede, o sistema de informação do Banco prosseguirá o seu funcionamento graças a uma reorientação das conexões nos servidores e bases de dados de emergência. No quadro da gestão das operações de compensação interbancária no SICA-UMOA, a rede de acesso foi efectivada em todos os países, salvo na Guiné-Bissau. Este dispositivo permite conectar o sistema informático do Banco com o dos bancos primários. Respeitante a Intranet, foi instalado um portal colaborativo. O novo sistema facilita a produção, a partilha e a publicação de documentos para o trabalho de grupo. Para os softwares, os trabalhos de migração para programas livres foram continuados. Além disso, a aplicação de recolha e de processamento dos indicadores de actividade (SAGINA) e a aplicação de gestão das férias dos agentes do Banco (CACTUS) foram activadas em todos os sítios. Os testes foram realizados para a aplicação de Cálculo Automático dos Indicadores de Actividade económica (ACACIA) e a aplicação de seguimento dos tempos de actividade dos agentes (ACAJOU), com vista a efectivar a sua produção em 2007. Os trabalhos de recolha continuam para as aplicações BAOBAB, relativas à gestão da caixa e das operações de caixa, COSMOS para a contabilidade analítica e MIMOSA para a gestão das imobilizações. 2.4 - Modernização da documentação e dos arquivos A modernização da documentação e dos arquivos do BCEAO, iniciada desde o ano de 2000, tem por finalidade dotar o Banco de um sistema integrado capaz de favorecer a partilha dos recursos arquivísticos e documentais por todos os seus sítios, valendo-se de instrumentos informáticos adequados, de tornar os locais de armazenamento dos documentos mais funcionais e conformes com as normas de conservação e de segurança, e de reforçar o pessoal encarregue da gestão das funções ligadas aos arquivos e à documentação do Banco. As acções realizadas em 2006 neste quadro, visaram essencialmente a finalização da reforma dos processos da documentação, a informatização da gestão dos arquivos, a reorganização dos elementos existentes e o reforço do pessoal quantitativa e qualitativamente. O "Guia do documentalista do BCEAO", manual de processos aplicáveis pelos documentalistas em todos os sítios do BCEAO, foi editado em 300 exemplares durante o ano de 2006. No quadro da informatização dos arquivos do BCEAO, um software único foi escolhido para gerir os arquivos em todos os sítios do Banco. Os testes de funcionalidade do software foram finalizados e permitiram a implementação de um Relatório Anual do BCEAO - 2006 57 QUADRO INSTITUCIONAL E ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO sistema de gestão dos arquivos chamado Sistema Integrado de Gestão dos Arquivos do BCEAO (SIGA-BCEAO). Estes testes precederam uma fase experimental de desenvolvimento do SIGA-BCEAO a nível das cinco direcções na Sede e de três serviços na Agência Principal de Dakar. Os agentes das estruturas envolvidas utilizaram o software para declarar transferências de documentos de arquivos, procurar documentos declarados e pedir a sua consulta. A utilização do software de gestão dos arquivos nas outras agências foi igualmente iniciada em 2006, precisamente nas Agências Principais de Abidjan, Cotonou, Ouagadougou e Bamako. Foi uma instalação bem sucedida e seguida por uma fase de testes do sistema nestes sítios. A operação de aplicação prosseguir-se-á nos outros sítios durante o ano de 2007. continuação do reforço do dispositivo de controlo vigente desde 2003, baseado na gestão eficiente dos riscos. Estes trabalhos trataram essencialmente da consolidação dos instrumentos de controlo, da realização das missões de fiscalização da regularidade das operações e da avaliação da qualidade dos controlos e de acções de formação. A reorganização dos elementos existentes envolve o processamento do estoque de arquivos provindo das transferências anteriores e a introdução de dados de referências de identificação e de localização dos documentos na base de dados, realizada através do software Damaris. As acções realizadas em 2006 respeitavam a classificação dos documentos por códigos de barras e a rotulagem das novas estantes instaladas na armazém central dos arquivos da Sede. As caixas dos documentos de arquivos foram igualmente identificadas por códigos de barras elaborados a partir do software Damaris. Com efeito, no quadro da elaboração da cartografia dos riscos do Banco, procedeu-se à autoavaliação do controlo interno. A realização desta operação necessitou a concepção e a disponibilização, para as estruturas operacionais, de uma aplicação informática para o tratamento do processo de auto-avaliação, a apreciação da qualidade do controlo interno e a actualização das suas listas de riscos. A auto-avaliação permitiu a determinação dos riscos residuais e a elaboração de planos de acção visando a correcção das fraquezas identificadas no funcionamento do seu dispositivo de controlo. Em 2006, o BCEAO prosseguiu os seus esforços iniciados desde vários anos para dotar as suas estruturas com pessoal de gestão dos arquivos e da documentação. Para assegurar um processamento automatizado e uma exploração eficiente dos relatórios dos controladores das operações, uma aplicação relativa à gestão dos resultados dos controlos foi realizada, com vista a uma melhor análise dos riscos incorridos pelo Banco. Neste quadro, 9 agentes foram recrutados durante o ano e postos à disposição das Agências Principais, levando assim para 27 a totalidade do pessoal encarregue da gestão dos arquivos e da documentação do Banco. Para melhorar as prestações do pessoal, uma sessão de formação para as funções avançadas do software Damaris foi organizada de 27 de Novembro ao 1° de Dezembro na Sede do BCEAO. Reuniu 16 participantes vindos da Sede do Banco Central, das suas Direcções Nacionais e do Secretariado Geral da Comissão Bancária da UMOA. 2.5 - Dispositivo de controlo das actividades e das operações Os trabalhos realizados durante o ano de 2006 enquadram-se essencialmente no contexto da 58 Relatório Anual do BCEAO - 2006 No que respeita ao controlo do primeiro nível, para os instrumentos de controlo, as diligências envolvem a exploração dos resultados de autoavaliação do controlo interno e dos relatórios dos controladores das operações, a elaboração dos procedimentos e modos operatórios, a melhoria da subida dos resultados dos controlos e a actualização da base de dados dos textos e procedimentos regulamentares na rede intranet. A elaboração dos manuais de procedimentos e modos operatórios prosseguiu em 2006, para facilitar a execução diária das tarefas, reforçar a qualidade dos controlos e assegurar a transmissão da habilidade no seio do Banco. Portanto, a maioria das estruturas operacionais na Sede concluíram a redacção dos seus manuais de procedimentos. O processamento destes documentos continua, conforme a Decisão do Governador relativa à sua validação e registo assim como a sua conservação. O reporting dos resultados do controlo das operações foi objecto de um seguimento permanente para assegurar a exaustividade e reforçar a qualidade das informações relativas aos riscos QUADRO INSTITUCIONAL CONTEXTO E ADMINISTRAÇÃO ECONÓMICO EDO FINANCEIRO BCEAO incorridos, assim como as causas dos danos constatados. Além disso, a auto-avaliação favoreceu uma melhoria dos reportings disponibilizando, a favor das estruturas operacionais, todos os elementos necessários à análise da informação relativa aos riscos, nomeadamente a cotação dos riscos residuais. Do mesmo modo, para permitir uma melhor apreciação da natureza dos riscos durante os controlos, as estruturas operacionais foram apoiadas no quadro da identificação de novos riscos relativos à evolução do quadro do Banco. Para reforçar as capacidades operacionais, foi organizado, de 11 a 15 de Dezembro de 2006 e em relação com a Direcção da Formação, um seminário de formação dos controladores das operações relativas à avaliação do controlo interno e à elaboração da cartografia dos riscos. Por finais, a base de dados dos textos e processamentos regulamentares, foi reforçada pela difusão, pela rede intranet, de novos documentos publicados pelo Banco em 2006 para facilitar o seu acesso a todo o pessoal. Relativamente ao controlo do segundo nível, as diligências relativas à implementação do dispositivo de controlo das actividades e das operações foram prosseguidas. Assim foram efectuadas missões de fiscalização da regularidade das operações e da boa aplicação das regras e instruções nas diversas estruturas do Banco. Além disso, missões de avaliação da qualidade do controlo das operações e da apreciação da eficiência das actividades levadas por estruturas operacionais, foram realizadas em Direcções dos Serviços Centrais na Sede e em Agências. Foram nomeadamente relativas à gestão das actividades da sala de mercado, a gestão das operações administrativas e contabilísticas por ORACLE, as aquisições de bens e serviços, a gestão dos sistemas de pagamento STARUEMOA e SICA-UEMOA. Ao mesmo tempo, para habituar os Inspectores e Auditores à utilização dos instrumentos de controlo, acções de formação foram realizadas a seu favor de 20 a 24 de Fevereiro e de 08 a 12 de Maio de 2006. Foram orientadas, por um lado, para a continuação da aquisição do domínio da metodologia e dos fundamentos da audi- toria interna e, por outro lado, para as actividades da sala de mercado através, nomeadamente, da sua organização, do seu funcionamento e do domínio dos riscos associados. Para o controlo externo, os trabalhos realizados foram essencialmente relativos à organização de um concurso público para a escolha dos Fiscais Nacionais e do Comissário Fiscal para os exercícios de 2006, 2007 e 2008 e o seguimento da aplicação das recomendações. No quadro deste concurso público, aos 8 de Setembro de 2006, o resultado dos procedimentos de exame foi submisso ao Conselho dos Ministros da UMOA que procedeu à designação dos 8 Fiscais Nacionais e do Comissário Fiscal do BCEAO para os três exercícios em questão. Foi realizado o seguimento das recomendações , nomeadamente as formuladas pelo Comissário Fiscal e relativas ao controlo interno do Banco e pelo FMI durante a missão de avaliação de salvaguarda dos seus recursos. 2.6 - Dispositivo do controlo de gestão Durante o exercício de 2006, a aplicação do controlo de gestão no BCEAO foi continuado na expectativa da disponibilidade da totalidade dos instrumentos, em particular a contabilidade analítica. Neste quadro, várias diligências foram tomadas, a saber, a automatização da produção dos quadros de gestão, a actualização do plano de empresa (PE) 2006-2008 e a instalação na rede intranet do Banco, de um portal relativo ao controlo de gestão. A automatização da produção dos quadros de gestão consistiu em desenvolver e realizar, a 24 de Agosto de 2006, a produção de uma aplicação de tipo « web » chamada SAGINA (Sistema Automatizado de Gestão dos Indicadores de Actividades), a nível de todos os sítios do BCEAO, salvo na Representação junto das Instituições Europeias de Cooperação. Esta realização da produção pôs finais a três anos de processamento manual. Os diferentes centros informam directamente os seus indicadores no programa, permitindo a elaboração dos quadros de gestão descentralizados destinados aos responsáveis dos sítios e aos quadros de gestão do Governador. O programa SAGINA está centralizado na Sede, acessível pela rede Intranet do Banco. Permite Relatório Anual do BCEAO - 2006 59 QUADRO INSTITUCIONAL E ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO minimizar os riscos ligados ao processamento manual dos dados, a saber, a perda das informações, a não-conformidade dos dados e os erros ligados ao reprocessamento dos resultados dos indicadores .Oferece igualmente a possibilidade de realizar automaticamente os quadros de gestão e de partilhar, em tempo real, informações comuns a todos os sítios. Em relação ao plano de empresa do Banco, teve um início de aplicação durante o exercício de 2006.Para os dois outros exercícios cobertos por este plano, isto é 2007 e 2008, a sua actualização tornou-se necessária. Para o Instituto de emissão, tratou-se de rever, anualmente, as suas prioridades, para analisar as suas realizações e também a evolução do contexto e os novos desafios. Nesta perspectiva, depois de um processo participativo, uma nova edição deste plano, com enumeração das acções prioritárias de 2007, foi adoptado pela Comissão Executiva do BCEAO em 10 de Julho de 2006. O plano de empresa, como na edição precedente, fica organizado à volta dos dezoito (18) profissões do Banco Central. Para cada profissão, o plano de empresa : - indica o(s) responsável(eis) da profissão e os actores principais ; - define as acções prioritárias a curto prazo, para 2007, que resultam da realização dos objectivos a médio prazo. Para facilitar a aplicação operacional do controlo de gestão, um portal foi instalado em rede em 19 de Dezembro de 2006. Este projecto visa vulgarizar a cultura da gestão por objectivo. Como quadro permanente, este interface electrónico deveria permitir uma melhor âncora do sistema de controlo de gestão do Banco Central e a apropriação dos seus instrumentos pelos centros de responsabilidade. A disponibilidade futura dos primeiros dados da contabilidade analítica, assim como as novas atribuições da Direcção do Controlo de Gestão e do Orçamento em matéria orçamental, abrem novas perspectivas para a implementação do sistema de controlo de gestão no Banco Central. Assim, para o próximo exercício, o controlo de gestão deveria , em particular, proceder : ao aprofundamento dos métodos de previsão orçamental e dos instrumentos de análise ; à realização dos trabalhos de benchmarking ; ao desenvolvimento de novos módulos no programa SAGINA ; - expõe as orientações estratégicas ; - enumera estas orientações com objectivos a médio prazo ; 60 Relatório Anual do BCEAO - 2006 à implementação, em SAGINA, dos indicadores de seguimento do plano de empresa. VII - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BCEAO As contas do Banco Central para o exercício encerrado em 31 de Dezembro de 2006 são marcadas pelos efeitos de implementação da Iniciativa de alívio de Dívida Multilateral (IADM) e o primeiro ano de plena aplicação do novo dispositivo institucional e regulamentar de gestão das reservas de câmbio a nível da conta de operações. 1 - ANÁLISE DO BALANÇO O total do balanço cifrou-se em 5.068,0 mil milhões de FCFA, baixando de 31,9 mil milhões em relação 1.1 - Análise das rubricas do Activo O valor mercantil do estoque de ouro atingiu 357,5 mil milhões em31 de Dezembro de 2006 contra 315,5 mil milhões no ano precedente, seja uma progressão de 42 mil milhões, devida exclusivamente à apreciação do preço médio da onça de ouro que passou de 269.001 FCFA em 31 de aos 5.099,9 mil milhões do exercício precedente. Para o activo, esta evolução resulta essencialmente do efeito contrastado da diminuição de 61,1% das operações por conta dos Tesouros Nacionais, atenuada pela melhoria de 7,2% dos activos em moeda estrangeira. Para o passivo, a regressão é principalmente imputada aos compromissos para com o Fundo Monetário Internacional, cuja baixa de 57,5% é parcialmente compensada pelo aumento de 9,3% das notas e moedas em circulação. Dezembro de 2005 para 304.794 FCFA em 31 de Dezembro de 2006. Com efeito, o volume do estoque de ouro ficou estável de um exercício para outro com 36.484,42 quilogramas, seja 1.173.001,38 onças. Os activos sobre o Fundo Monetário Internacional (FMI) que comportam a posição de reserva e os Relatório Anual do BCEAO - 2006 61 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BCEAO activos em DES passaram de 48 mil milhões em 31 de Dezembro de 2005 para 24,0 mil milhões em 31 de Dezembro de de 2006, seja uma baixa de 24 mil milhões ou 49,9 %. Com efeito, a posição de reserva dos Estados da União junto do FMI alterou-se de 23,2 mil milhões estabelecendo-se a 22,6 mil milhões aos 31 de Dezembro de 2006 contra 45,9 mil milhões em 31 de Dezembro de 2005. Do mesmo modo, os activos em DES dos Estados da União retrocederam passando de 2,1 mil milhões em finais de Dezembro de 2005 para 1,4 mil milhões aos 31 de Dezembro de 2006, sob os efeitos conjugados da diminuição do montante dos activos referidos em DES (1.938.724 DES em 31 de Dezembro de 2006 contra 2.662.879 DES em 31 de Dezembro de 2005) e da depreciação da cotação do DES. Os activos em moeda estrangeira consolidaram-se de 249,5 mil milhões, passando de 3.453,8 mil milhões em 2005 para 3.703,3 mil milhões em 2006. Esta evolução resulta essencialmente do efeito contrastado dos aumentos de 118 mil milhões dos activos na conta de operações, de 375 mil milhões da carteira de instrumentos financeiros em divisas e da baixa de 272 mil milhões de empréstimos interbancários. Em finais de Dezembro de 2006, a carteira em divisas comporta essencialmente obrigações adquiridas depois da adopção do novo quadro institucional e regulamentar de gestão das reservas de câmbio do Banco Central e constituídas, na maioria, de títulos soberanos, emitidos pela França (888,9 mil milhões) e quotas 62 Relatório Anual do BCEAO - 2006 de fundo comum de investimento subscritas junto do BRI (268,8 mil milhões). Os créditos do BCEAO revelaram-se em baixa de 25,6 mil milhões em relação ao recuo das assistências aos tesouros que passaram de 461,3 mil milhões em 2005 a 422,3 mil milhões, seja uma diminuição de 39 mil milhões. Em 31 de Dezembro de 2006, a situação dos créditos do Banco Central apresenta-se como segue : As operações efectuadas por conta dos Tesouros Nacionais fixaram-se em 199,7 mil milhões contra 514,3 mil milhões em 2005, seja uma contracção de 314,6 mil milhões essencialmente induzida pela anulação da dívida de alguns Estados da União para com o FMI, a título da Facilidade para a redução da Pobreza e o Crescimento (FRPC) : Com efeito, no quadro da implementação da Iniciativa de alívio da Dívida Multilateral proposta pelo grupo dos oito grandes países industrializados (G 8) para libertar recursos financeiros com vista a ajudar os países pobres a realizarem os objectivos do Milénio para o Desenvolvimento, o Conselho de Administração do FMI procedeu à anulação da totalidade do saldo em 31 de Dezembro de 2004, das dívidas concedidas por ele a países que atingiram as condições da iniciativa a favor dos países pobres muito endivida- DEMONSTRAÇÕES CONTEXTO FINANCEIRAS ECONÓMICO EDO FINANCEIRO BCEAO dos. O montante da redução concedida pelo FMI atinge 351.122.100 DES, ou seja 301.873 milhões de FCFA. ção à reclassificação em reservas do saldo do « Fundo de Acções Comunitárias da UMOA » (37,3 mil milhões). As imobilizações passaram de 211,9 mil milhões em 2005 para 217 mil milhões em 2006, seja um aumento de 5,1 mil milhões, resultantes essencialmente do aumento de 3,8 mil milhões das imobilizações financeiras depois da consolidação da participação do Banco no capital das instituições regionais. As reservas de reavaliação são constituídas pela reserva de reavaliação do ouro e a reserva das divisas anteriormente classificadas nos capitais próprios. 1.2 - Análise das rubricas do Passivo As notas e moedas em circulação situaram-se em 2.420,5 mil milhões, seja um aumento de 206,6 mil milhões em relação ao ano precedente. As contas credoras passaram de 1003,9 mil milhões em 2005 para 1056,6 mil milhões aos 31 de Dezembro de 2006, seja um aumento de 52,7 mil milhões, relacionados com o crescimento dos passivos dos bancos e instituições comuns, e das estruturas públicas. De um exercício para outro, estas reservas aumentaram de 239,3 mil milhões em 31 de Dezembro de 2005 para se situarem em 246,2 mil milhões em 31 de Dezembro de 2006, seja um aumento de 6,9 mil milhões resultantes, por um lado, da reavaliação o estoque de ouro devido à variação favorável do preço da onça, e por outro lado, do saque de 35,2 mil milhões sobre a reserva de reavaliação para a cobertura da perda líquida de reavaliação constatada no finais do exercício considerado. A rubrica capital e reservas registou um crescimento de 41,8 mil milhões, situando-se a 951,1 mil milhões aos 31 de Dezembro de 2006 contra 909,3 mil milhões no ano precedente, sob o efeito conjugado do aumento de 1,3 mil milhões da reserva estatutária e a de 40,5 mil milhões das outras reservas. A evolução das outras reservas explica-se nomeadamente, pela reclassificação nesta rubrica do saldo da conta « Fundo de Acções Comunitárias da UMOA » (37,3 mil milhões). No que respeita às operações com o Fundo Monetário Internacional, os compromissos situaram-se em 220,5 mil milhões contra 519,2 mil milhões em 2005, uma baixa de 298,7 mil milhões. As provisões para riscos e encargos baixaram de 2 mil milhões, situando-se em 29 mil milhões em 2006 contra 31 mil milhões em 2005. Os outros passivos passaram de 163 para 124,6 mil milhões de um ano para outro, registando uma baixa de 38,4 mil milhões, em rela- Relatório Anual do BCEAO - 2006 63 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BCEAO 2 - CONTA DE PERDAS E GANHOS Depois das dotações para amortizações e provisões, a demonstração de resultados do Banco Central indica um resultado excedentário de 6,7 mil milhões, seja uma baixa de 2 mil milhões em relação ao resultado de 8,7 mil milhões do exer- 2.1 - Proveitos Os proveitos do exercício revelam 195,8 mil milhões em 2006, seja um aumento de 22,1 64 Relatório Anual do BCEAO - 2006 cício precedente. Esta baixa resulta dos efeitos contrastados de um aumento dos produtos que passaram de 173,7 mil milhões para 195,8 mil milhões, seja um aumento de 22,1 mil milhões, e de uma progressão dos encargos que passaram de 165,0 mil milhões para 189,1 mil milhões, seja um aumento de 24,1 mil milhões. mil milhões, ou 12,7%, essencialmente induzida pelo crescimento dos rendimentos gerados pela carteira de instrumentos financeiros e os outros produtos. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BCEAO Os proveitos das operações de crédito cresceram de 1,2 mil milhões ou 9,8% situando-se em 13,5 mil milhões contra 12,3 mil milhões em 2005. Esta variação é devida essencialmente aos efeitos contrastados do ligeiro aumento dos proveitos gerados pelos apoios aos estabelecimentos de crédito, da quase estabilidade das receitas resultando dos apoios aos Tesouros Nacionais, e da baixa dos proveitos da remuneração dos títulos de Estado detidos pelo Banco Central. Os rendimentos gerados pelos activos externos passaram de 100,6 mil milhões em 31 de Dezembro de 2005 para 113,9 mil milhões em 31 de Dezembro de 2006, seja um aumento de 13,3 mil milhões ou 13,2%. Esta evolução resulta do pleno efeito da aplicação, durante um exercício completo, do novo dispositivo institucional e regulamentar de gestão das reservas de câmbio implementado a partir de 1 de Setembro de 2005. Assim, os proveitos gerados pela carteira de instrumentos financeiros progrediram de 6,4 mil milhões em 2005 contra 36,2 mil milhões em 2006, seja uma melhoria de 29,8 mil milhões. Os proveitos resultantes das operações de câmbio atingiram a 24,1 mil milhões em 2006, retrocedendo de 31,1 mil milhões em relação ao nível de 55,2 mil milhões atingido em 2005, essencialmente, pelo facto da incidência da baixa da cotação do dólar dos Estados Unidos e da apreciação da taxa de câmbio do euro em relação ao DES. Os outros produtos passaram de 5,6 mil milhões em 2005 para 44,3 mil milhões em 2006, principalmente por causa de um saque de 35,2 mil milhões sobre a « Reserva de reavaliação dos activos em divisas » para compensar as perdas líquidas de reavaliação constatadas durante o exercício considerado. 2.2 - Custos Os custos do exercício atingiram 189,1 mil milhões contra 165 mil milhões em 2005, seja um aumento de 24,1 mil milhões resultando essencialmente do efeito compensado do aumento de 105,2% dos encargos sobre operações de câmbio e da diminuição de 4,6% das despesas de funcionamento. Com efeito, os custos sobre operações de câmbio registaram uma progressão de 29,6 mil milhões de um ano para outro, passando de 28,1 mil milhões em 2005 para 57,7 mil milhões em 2006, principalmente, sob o impulso do aumento das perdas resultando da reavaliação das contas em divisas que se estabelecem em 56,1 mil milhões em 2006. A importância destas perdas explica-se nomeadamente, pela incidência sobre a reavaliação das contas em DES, da anulação da dívida de alguns Estados pelo FMI no quadro a implementação da Iniciativa de alívio da Dívida Multilateral. A contracção de 4,5 mil milhões das despesas de funcionamento, que se situaram em 94,4 mil milhões em 31 de Dezembro de 2006 contra 98,9 mil milhões no ano precedente, resulta do efeito conjugado de uma baixa de 46,7% das despesas de manutenção da circulação fiduciária e de um aumento de 11,7 % das despesas gerais. As dotações para as amortizações e as provisões situaram-se em 17,5 mil milhões contra 19,6 mil milhões em 2005. Os outros encargos tiveram um ligeiro aumento de 0,2 mil milhões, situando-se a 2,4 mil milhões em 2006 contra 2,3 mil milhões em 2005. Relatório Anual do BCEAO - 2006 65 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BCEAO 3 - AUDITORIA DAS CONTAS A auditoria das contas das Agências do BCEAO foi efectuada pelos Controladores Nacionais designados pelos Ministros encarregues das Finanças, em aplicação do Art. 64° dos Estatutos, depois de um procedimento de concurso público : - no Benin, o gabinete Fiduciaire de l'Afrique, representado pelo Sr Johannes DAGNON ; - no Burkina, o gabinete SOFIDEC Audit & Conseil, representado pelo Sr Paulin OUEDRAOGO ; - em Côte d’Ivoire, o gabinete MAZARS de Côte d’Ivoire, representado pelo Sr Armand FANDOHAN ; - na Guiné-Bissau, o gabinete BDO MBA do Senegal, representado pela Sra Marie BA ; - no Mali, o gabinete FAACIM-SARL, representado pelo Sr Cheikh Abdoulaye CISSE ; 66 Relatório Anual do BCEAO - 2006 - no Níger, os gabinetes KMC Audit &Conseil do Níger e MAZARS de Côte d’Ivoire, representados respectivamente pelos Srs Hassane KANEYE e Armand FANDOHAN ; - no Senegal, o gabinete Aziz DIEYE, representado pelo Sr Abdoul Aziz DIEYE ; - no Togo, o gabinete AFRIQUE AUDIT & CONSULTING, representado pelo Sr Anani K. CLOMEGAH. A auditoria centralizada foi realizada pelo gabinete ERNST & YOUNG RACINE do Senegal, representado pelo Sr Makha SY. A supervisão da aplicação das disposições da Convenção de Conta de operações modificadas pelo Acto adicional n°1- assinado aos 20 de Setembro de 2005 entre a França e os Estados da União-foi efectuada, para a República francesa, pelo Sr Serge TOMASI e pelo gabinete ERNST & YOUNG, Comissário Fiscal. DEMONSTRAÇÕES CONTEXTO FINANCEIRAS ECONÓMICODO E FINANCEIRO BCEAO 4 - RELATÓRIO RELATIVO À AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BANCO CENTRAL DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL PARECER DO AUDITOR Exercício encerrado EM 31 de Dezembro de 2006 RACINE SA com Capital de FCFA 100.300.000 CCM : SN. DKR.95.B.73-NINEA : 00661012S3 22,rue Ramez Bourgi- BP 545- DAKAR Tel. : (221) 849.22.22- Fax : (221) 823.80.32 MEMBRO DO GABINETE ERNST & YOUNG Exmos Senhores Administradores do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) Avenue Abdoulaye Fadiga-Dakar Senhores Administradores, Em execução da missão que nos foi confiada pelo Conselho de Ministros da União Monetária Oeste Africana (UMOA), no ensejo da sua sessão do 8 de Setembro de 2006, apresentamos aqui o nosso relatório relativo à verificação das demonstrações financeiras do BCEAO para o exercício encerrado em 31 de Dezembro de 2006. A nossa missão de Comissário Fiscal comporta a auditoria das contas da Sede do BCEAO e da centralização das contas das agências principais e auxiliares auditadas pelos Controladores Nacionais designados em cada país membro da UMOA. Procedemos à auditoria das demonstrações financeiras, a saber, o balanço, as contas de perdas e ganhos, o quadro de variação dos capitais próprios, o quadro dos fluxos de tesouraria, assim como as notas anexas às demonstrações financeiras para o exercício encerrado em 31 de Dezembro de 2006. Estas das demonstrações financeiras foram estabelecidas sob a responsabilidade da Direcção do Banco Central. Cabe-nos, na base da nossa auditoria, exprimir o nosso parecer sobre estas demonstrações financeiras. A nossa auditoria foi realizada conforme as normas internacionais de auditoria definidas pela International Federation of Accountants (IFAC), à excepção da limitação abaixo descrita. Estas normas requerem a implementação de diligências capazes de abonar razoavelmente a ausência de anomalias significativas na demonstração de resultados. Uma auditoria consiste em examinar, por sondagens, os elementos comprovantes dos dados que constam destas demonstrações financeiras. Consiste, igualmente, em apreciar os princípios contabilísticos utilizados e as estimativas significativas consideradas para a liquidação das contas e consiste, en finais, em apreciar a sua apresentação geral. Baseandonos nestas considerações, pensamos que os nossos controlos fundamentam razoavelmente o parecer abaixo expresso. Devido à crise socio-económica em Côte d’Ivoire desde Setembro de 2002, as Agências de Bouaké, Korhogo e Man suspenderam as suas actividades entre Setembro e Outubro de 2002. Além disso, estas Agências foram objecto de assaltos cujo prejuízo ainda não foi completamente avaliado, devido à insegurança vigente na zona. Por conseguinte, o Controlador Nacional para a Côte d’ivoire não conseguiu proceder à auditoria das contas destas Agências para que possamos dar o nosso parecer respeitante a estas contas. Ao nosso ver, à excepção da incidência eventual dos ajustamentos que poderiam vir a ser necessários, se tivéssemos procedido à auditoria das contas das agências de Bouaké, Korhogo e Man, estes resultados são conformes e sinceros e dão uma imagem fiel da situação financeira do BCEAO em 31 de Dezembro de 2006, dos seus resultados e da variação das demonstrações financeiras para o exercício encerrado a esta data, conforme as regras e métodos contabilísticos descritos nas notas anexas. Relatório Anual do BCEAO - 2006 67 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BCEAO Sem questionar a opinião acima expressa, chamamos a atenção sobre as notas 19 e 20 do documento anexo descritivo da modificação feita na apresentação do balanço da reserva de reavaliação de ouro e da reserva de reavaliação dos activos em divisas. Feito em Dakar, aos 24 de abril de 2007 RACINE MEMBRO DE ERNST & YOUNG Makha SY 5 - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BCEAO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2006 68 Relatório Anual do BCEAO - 2006 DEMONSTRAÇÕES CONTEXTO FINANCEIRAS ECONÓMICO DO E BCEAO FINANCEIRO Relatório Anual do BCEAO - 2006 69 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BCEAO 70 Relatório Anual do BCEAO - 2006 ANEXOS CRONOLOGIA DAS PRINCIPAIS MEDIDAS DE POLÍTICA MONETÁRIA ADOPTADAS PELO BCEAO ENTRE 2002 E 20061 7 de Janeiro de 2002 No quadro da regulação da liquidez bancária na União Monetária Oeste Africana (UMOA), o Banco Central dos Estados da África do Oeste procedeu, valor 7 de Janeiro de 2002, ao seu primeiro concurso público de emissão de obrigações do Banco Central a título do ano de 2002. Para o efeito, foram adjudicadas 400 obrigações de um valor nominal global de 20,0 mil milhões e de uma duração de duas semanas. O concurso público registou a participação de seis intervenientes cujas licitações de um montante global de 17,3 mil milhões foram tomadas em consideração à altura de 16,8 mil milhões. A taxa marginal fixou-se em 5,00%. 16 de Abril de 2002 O Banco Central dos Estados da África do Oeste decidiu aumentar de 3,00% a 9,00% o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos bancos no Mali, a partir do período de constituição que começou aos 16 de Abril de 2002. Assim, os coeficientes das reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos na UMOA fixaram-se como segue a partir de 16 de Abril de 2002 : - Benin : 9,00% ; - Burkina : 3,00% ; - Côte d’Ivoire : 5,00% ; - Guiné-Bissau : 3,00% ; - Mali : 9,00% ; - Níger : 5,00% ; - Senegal : 9,00% ; - Togo : 3,00%. No que diz respeito às estabelecimentos financeiros distribuidoras de créditos, não foi alterado o coeficiente das reservas obrigatórias mantendo se em 5,0% para todos os Estados da UMOA. 7 de Julho de 2003 Considerando os resultados favoráveis registados em matéria de domínio da inflação e, de modo geral, da estabilidade monetária, o Banco Central decidiu reduzir as suas taxas de referência de 100 pontos base, seja um ponto de percentagem, a partir da 2a-Feira 7 de Julho de 2003. Assim, a taxa de desconto passou de 6,50% para 5,50% e a taxa de pensão passou de 6,00% a 5,00%. 1. Trata-se de medidas que trouxeram uma modificação na situação dos instrumentos de política monetária. Relatório Anual do BCEAO - 2006 71 Esta flexibilidade da política das taxas de juros foi o sinal de confiança do Instituto emissor comum na capacidade do sistema financeiro da União de garantir o financiamento saneado e adequado da recuperação económica da região. Acompanhou igualmente a dinâmica do mercado financeiro regional que se recobrou, nomeadamente, graças às emissões de títulos públicos, organizadas em vários Estados da União, com a assistência do BCEAO. En finais, esta flexibilidade monetária traduziu a confiança do sector privado, dos poupadores, dos investidores e das estabelecimentos financeiros na firmeza dos mecanismos de funcionamento da União Monetária. 20 de Outubro de 2003 Considerando a conjuntura económica e financeira que dá sinais positivos de uma retoma da actividade económica na maioria dos Estados da União, a confirmação da desaceleração dos preços e uma consolidação das reservas de câmbio, o Banco Central decidiu prosseguir a flexibilidade das suas condições monetárias, reduzindo as suas taxas de referência de 50 pontos base, a partir da 2aFeira 20 de Outubro de 2003. Assim, a taxa de desconto passou de 5,50% a 5,00% e a taxa de pensão baixou de 5,00% para 4,50%. Esta nova expansão da política monetária foi a expressão da confiança do Instituto emissor comum na capacidade do sistema financeiro a contribuir para o financiamento saudável, e a custo mínimo, da reorganização económica nos Estados membros. Acompanhou igualmente a dinâmica do mercado financeiro regional que se recuperou graças às emissões de títulos públicos, organizadas em vários Estados da União, com a assistência do BCEAO. 16 de Março de 2004 O Banco Central decidiu alterar de 9,00% para 13,00% o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos bancos do Benin, a partir do período de constituição iniciado aos 16 de Março de 2004. Assim, os coeficientes das reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos na UMOA fixaram-se da seguinte maneira, a partir de16 de Março de 2004 : - Benin : 13,00% ; - Burkina : 3,00% ; - Côte d’Ivoire : 5,00% ; - Guiné-Bissau : 3,00% ; - Mali : 9,00% ; - Níger : 5,00% ; - Senegal : 9,00% ; - Togo : 3,00%. Relativamente às estabelecimentos financeiros distribuidoras de créditos, não foi alterado o coeficiente das reservas obrigatórias que se fixou-se a 5,00% para todos os Estados da UMOA. 22 de Março de 2004 Face às evoluções favoráveis a nível da orientação da actividade económica, do domínio da inflação e da consolidação das reservas de câmbio, o Banco Central decidiu prosseguir a flexibilidade das 72 Relatório Anual do BCEAO - 2006 A N E X O S suas condições monetárias, reduzindo as suas taxas de referência de 50 pontos base, a partir da 2aFeira 22 de Março de 2004. Assim, a taxa de desconto baixou de 5,00% para 4,50% e de taxa de pensão, de 4,50% para 4,00%. Esta nova expansão da política monetária, depois das baixas de 150 pontos base das taxas de referência em 2003, foi a tradução da confiança do Instituto emissor comum na capacidade do sistema financeiro a apoiar, por um financiamento a custo mínimo, a retoma económica constatada nos Estados membros da União. Visava igualmente encorajar as iniciativas de investimentos necessários à consolidação da actividade económica. 16 de Junho de 2005 O Banco Central alterou os coeficientes das reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos de 13,00% a 15,00% no Benin, de 3,00% para 7,00% no Burkina e de 5,00% para 9,00% no Níger, a partir do período de constituição iniciado aos 16 de Junho de 2005. Assim, os coeficientes das reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos da UMOA fixaram-se de maneira seguinte, a partir de 16 de Junho de 2005 : - Benin : 15,00% ; - Burkina : 7,00% ; - Côte d’Ivoire : 5,00% ; - Guiné-Bissau : 3,00% ; - Mali : 9,00% ; - Níger : 9,00% ; - Senegal : 9,00% ; - Togo : 3,00%. Para as estabelecimentos financeiros distribuidoras de créditos, não mudou o coeficiente das reservas obrigatórias que se fixou em 5,00% para todos os Estados da UMOA. 24 de Agosto de 2006 O Banco Central dos Estados da África do Oeste (BCEAO) alterou as suas taxas de referência de 0,25 ponto de percentagem a partir da 5a-Feira 24 de Agosto de 2006. A partir desta data, a taxa de pensão subiu de 4,00% para 4,25% e a taxa de desconto de 4,50% para 4,75%. Esta decisão que visa confortar a contribuição da política monetária para a estabilidade macroeconómica, enquadra-se num contexto marcado por preocupações suscitadas nomeadamente pela evolução previsível dos preços no seio dos Estados membros da União Monetária da África Ocidental (UMOA), de natureza a dificultar a realização do objectivo de estabilidade dos preços e, por conseguinte, de um crescimento económico saudável e sustentável. A decisão tomada pelo Banco Central intervém num contexto marcado, a nível internacional, por preocupações ligadas ao aumento sustentado das cotações mundiais do petróleo que atingiram níveis recordes. Esta dinâmica que afecta o poder de compra das populações e a situação das finanças públicas, constitui um factor suplementar de pressões sobre os preços na União. O aumento das taxas de referência do BCEAO contribui para a contenção da inflação no seio da UMOA e, daí, a protecção da competitividade das economias dos Estados membros. Relatório Anual do BCEAO - 2006 73 A N E X O S PRINCIPAIS DOCUMENTOS PUBLICADOS PELO BANCO CENTRAL DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL Periódicos 1 - Relatório anual do BCEAO- de 1956 a 2006 (anual) 2 - Notas de Informação e Estatísticas - de 1956 a 2004 - Estatísticas monetárias (mensal) Estatísticas económicas (trimestrial) Estudos e investigação (trimestrial) Informações gerais (trimestrial) 3 - Boletim mensal de conjuntura - de Outubro de 2005 a Dezembro de 2006 4 - Boletim mensal de estatísticas monetárias e financeiras - de Janeiro de 2005 a Dezembro de 2006 5 - Nota trimestral de informação - de Março de 2005 a Dezembro de 2006 6 - Anuário estatístico - 2004 (anual) 7 - Anuário dos bancos e estabelecimentos financeiros - de 1967 a 2005 (anual) 8 - Balanços dos bancos e estabelecimentos financeiros - de 1967 a 2003 (anual) - Balanços dos bancos e estabelecimentos financeiros de 1967 a 2003 - Balanços e contas de resultados dos bancos e estabelecimentos financeirosde 2004, 2005 9 - Recolha dos textos legais e regulamentares - 2003 10 - Monografias dos Sistemas Financeiros Descentralizados - de 1993 a 2004 (anual) 11 - Perspectivas económicas dos Estados da UEMOA (2006, 2007) 12 - Revista da estabilidade financeira na UEMOA (2006) Obras 13 - Plano Contabilístico Bancário da UEMOA ( 4 volumes) - Dakar : edição BCEAO, Agosto de 1994 - Recolha das instruções relativas à contabilização e à avaliação das operações bancárias Volume I : Quadro regulamentar geral Volume II : Documentos de síntese Volume III : Transmissão dos documentos de síntese 14 - História da UMOA ( 3 volumes em Francês e em Inglês) - Paris : editora Georges Israël, Janeiro de 2000 15 - Sistema Contabilístico Oeste Africano ( SYSCOA) ( 4 volumes) - Plano Contabilístico Geral das empresas- Paris : editora Foucher, Dezembro de 1996 Guia de aplicação - Paris : editora Foucher, Outubro de 1997 Sistema minimal de tesouraria - Paris : editora Foucher, Outubro de 1997 Quadro de passagem- Paris : editora Foucher, Outubro de 1997 16 - Metodologia de Análise Financeira - Dakar : editora BCEAO, 2004 Relatório Anual do BCEAO - 2006 75
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