aspectos alimentares e viabilidade na produção de betta
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aspectos alimentares e viabilidade na produção de betta
V Simpósio de Ciências da UNESP – Dracena VI Encontro de Zootecnia – UNESP Dracena Dracena, 22 a 24 de setembro de 2009. ASPECTOS ALIMENTARES E VIABILIDADE NA PRODUÇÃO DE BETTA SPLENDENS Juliane Cristine Rocha da Cruz¹, Leonardo Susumu Takahashi², Omar Jorge Sabbag2 1 Graduandos em Zootecnia, Faculdade de Zootecnia–UNESP/Dracena-SP, [email protected] Docentes da Faculdade de Zootecnia – UNESP/Dracena-SP 2 Resumo: O estudo sobre as alimentação do Betta splendens ainda é bastante defasado. Desta forma pesquisas sobre diferentes tipos de alimentos que proporcionam um melhor aproveitamento dos nutrientes e desenvolvimento da espécie, são de extrema importância para o aumento da produtividade. Portanto, informações sobre a digestibilidade dos principais nutrientes desses alimentos permitem a formulação de dietas mais adequadas à espécie, de forma a minimizar os excessos e desperdícios de nutrientes. Tendo o presente trabalho como objetivo conceituar e revisar os aspectos ligados a alimentação da espécie. Palavras–chave: Betta splendens, alimentação, peixe de briga. ALIMENTARY ASPECTS AND VIABILITY IN THE PRODUCTION OF BETTA SPLENDENS Abstract: The study on the feed aspects of the Betta splendens still is sufficiently unbalanced. In such a way research on different types of foods that provide to one better exploitation of the nutrients and development of the species, is of extreme importance for the increase of the productivity. Therefore, information on the digestibility of the main nutrients of these foods allows formulation of adjusted diets to the species, of form to minimize the excesses and wastefulness’s of nutrients. Having the present work as objective to appraise and to revise the aspects on the feeding of the species. Keywords: Betta splendens, feed, Siamese fighting fish. Introdução Entre algumas espécies ornamentais, o Betta splendens (peixe de briga ou Siamese fighting fish) destaca-se como um dos peixes de grande demanda pelo mercado, não só pela beleza e variedade de cores, como também pela rusticidade, e pelo fato deste peixe apresentar um sistema acessório de respiração aérea, que lhe permite sobreviver em pequenos aquários (beteiras). Esta espécie ornamental é uma das cinco mais importadas pelos Estados Unidos, tanto em número de peixes como em dólares gastos anualmente (CHAPMAN et al., 1997). Essa espécie é originária do sudeste asiático, mais precisamente do Camboja, Vietnã, Tailândia e da Malásia. Pode ser encontrado em pequenas poças d’água e lagoas de baixa profundidade, como alagamentos ocasionados nas culturas de arroz (WOLFSHEIMER, 2003). Segundo este autor, o beta, assim como muitos outros peixes, precisa de um cuidado maior em relação à alimentação durante a larvicultura, pois nessa fase ocorre a formação das nadadeiras e labirinto. Além disso, na produção em escala deste peixe, a alimentação adequada tem grande influência na lucratividade desta atividade. Neste contexto o objetivo deste trabalho foi apresentar uma revisão atualizada sobre aspectos ligados a alimentação dessa espécie. 1 V Simpósio de Ciências da UNESP – Dracena VI Encontro de Zootecnia – UNESP Dracena Dracena, 22 a 24 de setembro de 2009. Revisão de Literatura Segundo Rainboth (1996), o beta se alimenta em seu ambiente natural de zooplâncton, zoobentos e larvas de insetos. De acordo com Tullock (2006), os betas quando são submetidos a um único tipo de alimentação, tendem a rejeitá-la quando fornecida por um longo prazo. Desta forma, diferentes tipos de alimentos podem ser combinados para formulação de dietas, podendo ser incluídos alimentos vivos como vermes e Artemia ssp, alimentos em flocos, peletizados, extrusados, congelados e produtos liofilizados (algas, Daphnia ssp, krill), os quais suprem os requisitos essenciais para um bom desempenho nutricional da espécie. Os alimentos utilizados no cultivo comercial (Figura 1) devem fornecem uma boa nutrição para estas espécies alimentadoras de superfície. De uma forma geral, como aponta Tullock (2006), as vitaminas ajudam a fazer os tecidos do corpo resistentes à doença, combatendo problemas do olho, hemorragia da pele e anemia. Os minerais são importantes na formação do osso e no regulamento do líquido. Desta forma, alimentos preparados que contêm algas são ricos em fonte mineral. As proteínas fornecem a energia e ajudam na formação de tecido muscular. Assim, são essenciais para o crescimento. Os peixes mais novos precisam mais proteína do que os adultos. Os alimentos vivos, tais como o camarão fornecem proteína. Já os carboidratos fornecem a energia para o beta e ajuda a resistir à doenças, sendo prejudiciais em níveis excessivos. Kim (2007), analisando a influência de três tipos de alimentos: artêmia recém-eclodida, gema de ovo cozida e ração comercial extrusada em pó, em 2000 larvas, com três dias de idade sendo o peso e comprimento dos animais (0,143 mg e 2,97 mm) quanto à sobrevivência e a qualidade da água, observou que as larvas alimentadas com artêmias apresentaram melhores resultados de desempenho produtivo. Além de menor aporte de nitrogênio e fósforo, sendo que as demais apresentaram dados de sobrevivência insatisfatórios, alta liberação de nitrogênio e fósforo na água. O autor também verificou que a utilização da gema na alimentação de larvas é inadequada; isto corrobora com o fato de que este alimento é comumente utilizado na formulação de dietas, porém pouco utilizado como única fonte de alimento. Já Zuanon et. al (2007), ao avaliar os resultados dos coeficientes de digestibilidade aparente de MS, PB, EB e EE encontrou, respectivamente, esses valores de 69,4; 72,5; 67,9 e 55,5% para farelo de soja; 60,7; 51,2; 75,6 e 58,3% para farinha de peixe; 63,9; 87,2; 77,6 e 50,4% para fubá de milho; e 61,1; 93,4; 58,2 e 65,5% para farelo de trigo, comprovando um bom aproveitamento dos nutrientes e da energia desses alimentos. Esses resultados indicam a possibilidade de substituição da farinha de peixe por fontes protéicas vegetais, o que contribui para diminuição dos custos de produção dessa espécie. Além disso, informações sobre a digestibilidade dos principais nutrientes desses alimentos permitem a formulação de dietas mais adequadas à espécie, de forma a minimizar os excessos e desperdícios de nutrientes, reduzindo assim a eutrofização da água de cultivo e o impacto ao meio ambiente. Considerações Finais Ao fornecer um alimento que busca atender as exigências nutricionais da espécie, deve-se ficar atento na administração de uma mesma fonte de nutrientes por um longo período de tempo, pelo fato do beta poder rejeitá-la. Assim, podemos utilizar diferentes tipos de alimentos, como os de origem vegetal, que quando comparados aos de origem animal possuem valores de energia digestível e digestibilidade de MS, PB e EE, que permitem formulações de dietas mais adequadas, tendo melhor aproveitamento do alimento, evitando excessos e desperdícios de nutrientes, podendo 2 V Simpósio de Ciências da UNESP – Dracena VI Encontro de Zootecnia – UNESP Dracena Dracena, 22 a 24 de setembro de 2009. reduzir a eutrofização da água de cultivo e o impacto ao meio ambiente, podendo diminuir os custos na produção. De qualquer modo, a pesquisa bibliográfica realizada mostrou que existem poucas informações científicas a respeito dos aspectos alimentares desta importante espécie ornamental, sendo este um campo muito interessante a ser explorado. Figura 1. O alimento de peixes comerciais (Betta) disponível em uma variedade de formas. Fonte: Tullock (2006). Referências CHAPMAN, F.A. et al. United States of America trade in ornamental fish. Journal of the World Aquaculture Society, v.28, p.1-10, 1997. KIM, C.Y. Efeito de dietas e altura da coluna d’água na sobrevivência de larvas de Betta splendens e o aporte de nitrogênio e fósforo. Jaboticabal, 2007. 53f. RAINBOTH, W.J. Fishes of the cambodian mekong. FAO species identification field guide for fishery purposes. Rome: FAO, 1996. 265p. TULLOCK, J.H. Betta. 2nd Edition. New Jersey: Willey Publishing, 2006. 128 p. ZUANON et. al. Digestibilidade de alimentos protéicos e energéticos para fêmeas de beta. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.4, p.987-991, 2007. WOLFSHEIMER, G. The guide to owning Bettas. Neptune City: T.H.F. Publications, 2003. 63p. 3
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