Hidronefrose Fetal - Unidade de Nefrologia Pediátrica
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Hidronefrose Fetal - Unidade de Nefrologia Pediátrica
HIDRONEFROSE FETAL Abordagem pediátrica de RN com hidronefrose fetal Unidade de Nefrologia Pediátrica HC-UFMG [email protected] Histórico Ultra-sonografia em obstetrícia Ian Donald et al, Lancet, 1958 Ultra-sonografia do trato urinário fetal o primeiro relato de uma anomalia do trato urinário associada a hidronefrose ocorreu em 1975 Hidronefrose + megaureter + megabexiga Garret, Kossof & Osborn, 1975 in: Br. J. Obstet. Gynaeco Conceitos Hidronefrose fetal é a observação ecográfica no pré-natal de dilatação da pelve e cálices renais Hidronefrose fetal • Considera-se como hidronefrose fetal uma medida AP da pelve renal maior que 5 mm em qualquer idade gestacional D = diâmetro ântero-posterior da pelve renal Classificação Classificação Society of Fetal Urology (SFU) Adaptado de Kletscher, 1991 Classificação Diâmetro anteroposterior (DAP) da pelve renal DAP (mm) Classificação >= 5 < 10 leve >= 10 < 15 moderada >= 15 grave Achados ecográficos no pré-natal Hidronefrose • isolada • associada (megaureter, megabexiga, cistos) Doenças císticas • Doença policística autossômica dominante • Doença policística autossômica recessiva • Rim multicístico Agenesia/hipoplasia renal Abordagem Dados essenciais da ultra-sonografia obstétrica Lateralidade: unilateral/bilateral Dimensão da pelve renal Alterações associadas: • dilatação do ureter, megabexiga Volume do líquido amniótico Abordagem pré-natal hidronefrose fetal Unilateral Bilateral seguimento ecográfico avaliação e tratamento no pós-natal oligoidrâmnio sim Abordagem pré-natal avaliar parâmetros prognósticos US renal bioquímica urinária maturidade pulmonar bom prognóstico maturidade plmonar bom prognóstico imaturidade pulmonar mau prognóstico indução do parto tratamento pós-natal derivação intra-útero nenhuma intervenção aconselhamento Abordagem pré-natal a derivação vésico-amniótica estaria indicada nos casos de hidronefrose bilateral + megabexiga + oligoidrâmnio com bom prognóstico para a função renal “pig-tail” Abordagem pós-natal Abordagem Clínica Unidade Neonatal Ambulatório Exame clínico Pós-alta 1m/6m/12m/Semestral lojas renais jato urinário Profilaxia cefalexina 50 mg/dia Consultas Laboratório Crescimento Pressão arterial Urinálise/urocultura uréia/creatinina 24 horas de vida Exame clínico/profilaxia: cefalexina (50 mg/dia) Após 72 horas de vida Função renal sérica: uréia e creatinina Final da primeira semana de vida Ultra-sonografia completa do trato urinário Após 15 dias de vida Uretrocistografia miccional Após 30 dias de vida Cintilografia renal estática e dinâmica Imagens Causas de hidronefrose fetal n = 290 obst. ureteropélvica 35% idiopática 37% outros 6% Megaureter 8% VUP 4% RVU 10% Unidade de Nefrologia Pediátrica – HC –UFMG Principais uropatias Obstrução de junção ureteropélvica Refluxo vésicoureteral Rim displásico multicístico Válvula de uretra posterior Obstrução ureteropélvica • hidronefrose isolada unilateral • Ureteres e bexiga normal • LA volume normal OBSTRUÇÃO DE JUNÇÃO URETEROPÉLVICA • Causa obstrutiva mais freqüente • A OJUP detectada no neonato assintomático difere da obstrução diagnosticada após ITU ou outros sintomas • Há relatos de melhora espontânea, sem cirurgia em 50 a 70% dos casos OJUP: abordagem conservadora Neonato (1998) pelve 21 mm 6 meses (1998) pelve 17 mm 12 meses (1999) pelve 14 mm 2 anos (2000) pelve 10 mm Principais uropatias Obstrução de junção ureteropélvica Refluxo vesicoureteral Rim displásico multicístico Válvula de uretra posterior REFLUXO VESICOURETERAL FETAL É a causa não obstrutiva mais freqüente de o RVU fetal difere do refluxo diagnosticado após ITU • predomínio do sexo masculino 3.5:1 Refluxo vesicoureteral fetal • Dados de 53 crianças (83 ureteres) com refluxo fetal na UNP - HC - UFMG 4,8% 12% 26% 29% 28% Silva JMP, Oliveira EA, Diniz JSS et al, Pediatric Nephrology (2006) p < 0,05 RR = 3.4, 95%CI, 1.4 – 8, p = 0.002 RVU FETAL: correlação grau do refluxo e dano renal Principais uropatias Obstrução de junção ureteropélvica Refluxo vésicoureteral Rim displásico multicístico Válvula de uretra posterior RIM DISPLÁSICO MULTICÍSTICO É a alteração renal cística mais freqüente detectada intra-útero US fetal US pós-natal Doença Policística Autossômica Recessiva Rim hipoplásico Rim displásico multicístico Rim policístico infantil Unilateral Macrocistos Rim tamanho variado, não funcionante Bilateral Microcistos Rins aumento volume e hiperecogênico Rim displásico multicístico Doença policística infantil Abordagem do rim multicístico • A conduta atual é conservadora com controles ecográficos e seguimento clínico incluindo avaliação da pressão arterial Ultra-som neonatal 18 meses 33 meses N = 43 inalterado 12% involução total 19% involução parcial 69% Principais uropatias Obstrução de junção ureteropélvica Refluxo vesicoureteral Rim displásico multicístico Válvula de uretra posterior Válvula de uretra posterior É a mais grave uropatia obstrutiva detectada intra-útero A incidência estimada 1: 10.000 nascidos vivos do sexo masculino Válvula de uretra posterior Abordagem da válvula de uretra posterior PRÉ-NATAL • conservadora • derivação intra-útero • fulguração (experimental) PÓS-NATAL • • • • profilaxia sonda uretral uretrocistografia miccional vesicostomia ou fulguração Controvérsia Hidronefrose fetal isolada leve O que fazer? ESTUDO DE COORTE PROSPECTIVO DE HIDRONEFROSE FETAL ISOLADA Unidade de Nefrologia Pediátrica 1998 - 2008 Nova proposta – Baixo risco US FETAL DAP 5 – 10 mm US PÓS-NATAL DAP 5 -10 MM Seguimento clínico/ecográfico 3 e 6 meses de idade Alta se DAP < 7mm Nova proposta – Médio risco US FETAL DAP 10 – 15 mm OU US PÓS-NATAL DAP 10 -15 mm PROFILAXIA UCM RVU(+) Manter profilaxia RVU (-) Seguimento clínico/ ecográfico Nova proposta – Médio risco US FETAL DAP > 15 mm OU US PÓS-NATAL DAP > 15 mm PROFILAXIA Cintilografia renal DMSA/DTPA UCM RVU(+) Manter profilaxia RVU (-) Seguimento clínico ecográfico Captação renal < 35% Padrão obstrutivo Avaliar pieloplastia ALTO RISCO US FETAL DAP > 15 mm US PÓS-NATAL DAP > 15 mm PROFILAXIA FUNÇAÕ RENAL UCM Cintilografia renal DMSA/DTPA RVU(+) Manter profilaxia VUP (+) Tratamento cirúrgico Hidronefrose bilateral >15mm Megaureter bilateral Megabexiga Oligoidrâmnio Rins hipodisplásico OJUP BILATERAL? Avaliar pieloplastia Importância diagnóstico pré-natal Reconhecimento da história natural das anomalias do trato urinário Tratamento precoce da obstrução do trato urinário Prevenção das infecções urinárias Tratamento conservador da maioria das uropatias
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