leitura para todos: ampliar as opções de alfabetização
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LEITURA PARA TODOS: AMPLIAR AS OPÇÕES DE ALFABETIZAÇÃO O ensino para o uso do alfabeto Braille transformou-se em um tema controvertido em todo o país. Conhecido também como Braille Grau I sem contrações, o termo se refere ao código Braille feito com as letras do alfabeto, símbolos de pontuação e números. Possui 180 regras. Em contraste, o Braille Grau 2 consiste no alfabeto além de 189 contrações de uma ou duas celas (Nota do tradutor: o Braille é composto por 6 pontos, que são agrupados em duas filas verticais com três pontos em cada fila (cela Braille). A combinação desses pontos forma 63 caracteres que simbolizam as letras do alfabeto convencional e suas variações como os acentos, a pontuação, os números, os símbolos matemáticos e químicos e até as notas musicais) que representam várias combinações de letras. O Braille contraído, com 450 regras, é um sistema mais complexo de letras, além de palavras completas e contrações de partes de palavra. O Braille Grau 2 é considerado como a forma padrão de alfabetização para as pessoas deficientes visuais totais. É reconhecido por suas propriedades para economizar espaço e pela velocidade de leitura alcançada por seus leitores mais aplicados. Desde a década de 1950, a maioria do material publicado pela imprensa americana para os deficientes visuais foi pela American Printing House for the Blind e por outras organizações editoras de Braille foi feito em Braille Grau 2, e a maioria dos ensinamentos proporcionados para os alunos de leitura em Braille, tanto em escolas locais como especializadas, foi feito em sua forma contraída. A Equipe VI Outreach em TSBVI interessou-se pelo Braille alfabético como uma maneira de incrementar as opções de alfabetização para os alunos com deficiência visual. Existe uma procura nacional por estratégias para ajudar mais alunos com deficiência visual total e parcial a desenvolver habilidades de leitura e um sentimento de que muitos alunos que poderiam e deveriam ser leitores não estão dominando o braille. Durante visitas de campo às escolas, assim como, em conversas com professores de deficientes visuais totais (TVI), encontramos alunos que lutam para obter habilidade na leitura, apesar do nível adequado dos serviços especializados. Outros alunos não receberam instrução em Braille já que se acredita que suas deficiências adicionais limitam sua habilidade para ler as contrações em Braille. Nós nos familiarizamos com One Is Fun: Guidelines for Better Braille Literacy (Um é divertido: diretrizes para uma melhor alfabetização em Braille), de Marjorie Troughton, escrito em 1992. Nesta publicação canadense (disponível no site de TSBVI em www.tsbvi.edu), Marjorie Troughton revisou a pesquisa sobre o processo para ensinar alfabetização Braille, comparando o ensino em Braille com contrações e sem contrações. Enumerou vários argumentos para reconsiderar a atual prática de introdução ao Braille com as contrações de Grau 2. Convidamos a Dra. Linda Mamer, da Columbia Britânica, no Canadá, para apresentar os materiais de One Is Fun na 1 “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Título original: Lectura para Todos: Ampliar las opciones de alfabetización – Autores: Cyral Miller, Diretor de Outreach e Ann Rash, Mestre Capacitadora – TSBVI, Outreach VI. Retirado do site: http://www.tsbvi.edu/Outreach/seehear/summer01/braille-span.htm - Acesso/2006 Tradução: Miriam Xavier/2006 – Revisão: Denise T. Dias e Shirley Rodrigues Maia/2007. conferência Texas Focus, na cidade de El Paso. Ela consolidou a idéia de que a introdução ao Braille com sistemas sem contração pode oferecer maiores oportunidades de alfabetização para muitos dos nossos alunos. Para explorar mais este tema, fizemos uma pesquisa com alguns profissionais com experiência em alfabetização Braille e procuramos documentos escritos a respeito. Nosso questionário tinha quatro perguntas: 1. Você já teve experiência ensinando ou observando o ensino de Braille sem contrações? 2. Quais alunos, em sua opinião, poderiam ser bons candidatos ao ensino a curto prazo do Braille sem contrações (para continuar com a instrução do Braille com contrações)? Por quê? Como você define “a curto prazo”? 3. Quais alunos, em sua opinião, poderiam ser bons candidatos ao ensino a longo prazo do Braille sem contrações (sem necessidade de mudança)? Por quê? 4. Por favor, compartilhe conosco seu conhecimento a respeito de pesquisas relevantes para os praticantes que tomam decisões sobre que tipo de ensino em Braille é apropriado para alunos específicos. Recebemos respostas de 16 pessoas, incluindo Tanni Anthony, a Dra. Anne Corn, Francis Mary D'Andrea, Dr. Cay Holbrook, Dr. Alan Koenig, Ora. Linda Mamer, Dra. Sally Mangold, Dr. Dixie Mercer, Debra Sewell, Anna Swenson, Nancy Toelle, e 5 TVI da Califórnia e do Colorado. Todos os 16 que responderam possuem experiência ensinando ou observando o ensino do Braille sem contrações, confirmando o uso estendido desta técnica. Incluímos abaixo muitos dos comentários de suas pesquisas, do que pudemos extrair da leitura dos textos e das discussões. Na apresentação deste tema na conferência 2001 do Texas AER, muitos participantes reconheceram utilizar este método com os alunos. Nós estávamos interessados em encontrar vários que admitissem sentirem-se culpados por utilizar o Braille alfabético, já que lhes ensinaram que o verdadeiro Braille é o Braille Grau 2 (com contrações). Existem vários tipos de alunos para os quais deve ser considerada a possibilidade do ensino a curto prazo do Braille alfabético. A maioria dos que responderam à pesquisa sugeriram que especialmente os leitores principiantes e os alunos que perderam totalmente a visão recentemente seriam beneficiados ao aprender o Braille em sua forma sem contrações. Geralmente o ensino para os leitores principiantes nas salas de aula do primário é através da fonética. No Texas, a Iniciativa de Leitura do Texas (Texas Reading 2 “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Título original: Lectura para Todos: Ampliar las opciones de alfabetización – Autores: Cyral Miller, Diretor de Outreach e Ann Rash, Mestre Capacitadora – TSBVI, Outreach VI. Retirado do site: http://www.tsbvi.edu/Outreach/seehear/summer01/braille-span.htm - Acesso/2006 Tradução: Miriam Xavier/2006 – Revisão: Denise T. Dias e Shirley Rodrigues Maia/2007. Initiative), programa baseado em pesquisa desenvolvida em 1997 e implementado em todo o Estado, baseia-se em grande parte na fonética para o ensino primário. Jennifer Dorwin, conselheira para o lar da Fundação Bebês Deficientes Visuais (The Blind Babies Foundation) na Califórnia, destaca: "Muitos leitores jovens com visão usam o método fonético para decifrar palavras e aprender a ler. Creio que é justo que não privemos os nossos leitores de Braille dos mesmos procedimentos". Outras respostas à pesquisa também destacaram a correspondência entre o Braille alfabético e a letra impressa normal. Por exemplo, Debra Sewell diz: "Os alunos em uma sala de aula de educação geral, que utilizam uma aproximação de habilidades baseada na fonética para ler" seriam bons candidatos a começar com o Braille alfabético. O Braille alfabético é um paralelo direto da letra impressa, com escrita e leitura letra por letra, desta forma, as regras fonéticas são as mesmas para ambos os sistemas. No Braille Grau 2, as contrações com freqüência combinam sílabas e grupos de letras em um só símbolo. Nancy Toelle compartilhou sua experiência de ensinar Braille Grau 1 com uma aluna do Jardim da Infância, que aprendeu a ler e a escrever no mesmo ritmo utilizando os mesmos métodos que seus companheiros. Além do ensino direto de seu professor (TVI), todas as atividades da sala de aula que adotaram a arte da linguagem foram realizadas junto com seus companheiros de classe utilizando os mesmos materiais do Braille Grau 1. Os alunos que perderam a visão em anos posteriores e que precisavam mudar da letra impressa para o Braille, também foram considerados como bons candidatos para aprender o Braille alfabético, pelo menos, inicialmente. "A maioria dos adultos que já leram a letra impressa precisam experimentar a leitura em Braille com sucesso o mais rápido possível para manter sua motivação em aprender. O Braille sem contrações permite a eles ler literatura de adultos rapidamente, depois de aprender o alfabeto", escreveu Sally Mangold em sua resposta à nossa pesquisa. Como destacou Harley, "um fator muito importante no programa de leitura Braille para os deficientes visuais recentes é o sucesso que proporciona na leitura, já que os recentemente cegos são, em geral, inseguros e muito sensíveis ao fracasso". (Harley et al, 1987). Muitas das respostas da pesquisa também indicaram que o Braille alfabético é uma boa escolha para a população de alunos que foram descritos como aqueles com deficiências adicionais, problemas de aprendizagem, menores capacidades cognitivas ou que aprendem em um nível acadêmico funcional. Carson Nolan concluiu em 1974 que as velocidades de compreensão e leitura com palavras contraídas eram mais difíceis de aprender para os alunos qualificados como "de aprendizagem lenta". (Lowenfeld, 1969). Baseado nos estudos realizados com o Braille com contrações, "a evidência do estudo sugere com insistência que para os estudantes cujo QI é menor do que 85, o Braille é um meio de comunicação extremamente ineficiente e a 3 “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Título original: Lectura para Todos: Ampliar las opciones de alfabetización – Autores: Cyral Miller, Diretor de Outreach e Ann Rash, Mestre Capacitadora – TSBVI, Outreach VI. Retirado do site: http://www.tsbvi.edu/Outreach/seehear/summer01/braille-span.htm - Acesso/2006 Tradução: Miriam Xavier/2006 – Revisão: Denise T. Dias e Shirley Rodrigues Maia/2007. necessidade de dominá-lo pode constituir uma desvantagem educacional adicional". (Nolan e Kederis, 1969). Como a complexidade das contrações faz o Braille Grau 2 ser difícil de ler, ele não deveria ser ensinado para alunos de Braille com deficiências adicionais. Em One Is Fun, a Sra. Troughton afirma que ao eliminar a maioria das contrações e simplificar as regras necessárias, estes grupos tornam-se mais aptos para ler e obtêm mais sucesso na alfabetização em Braille. Frances Mardy D'Andrea descreveu uma aluna que tinha extraído um tumor cerebral: "Antes de tentar o Braille sem contrações, ela já tinha conseguido aprender a ler, ainda que memorizando o alfabeto. Tinha boas habilidades auditivas e fonológicas. No final do ano escolar, estava lendo vários livros pequenos que eu tinha feito para ela. Mudou-se no final daquele ano e me ligou no ano seguinte para dizer que agora estava lendo livros em Braille Grau 2". Em Instructional Strategies far Braille Literacy (Estratégias de ensino para alfabetização em Braille), encontramos o exemplo de um aluno, Tony, que enfrentava dificuldades para ler Braille. Seu professor (TVI) tinha lhe ensinado o alfabeto utilizando o programa Mangold. Utilizava as séries de Patrones, mas ele tinha problemas para recordar as letras do vocabulário de um dia para outro e, inclusive, de uma hora para outra. O professor tentou várias estratégias adicionais e depois decidiu consultar um professor de alunos com dificuldades de aprendizagem (LO em inglês), na escola de Tony. A recomendação do professor LO foi a de utilizar um método lingüístico. Orientou o professor TVI a usar famílias de palavras, tais como, a família "at" (fat, cat, sat e mat - em inglês), para criar histórias que Tony pudesse ler. O TVI também criou jogos e utilizou outras estratégias que já tinham sido comprovadas, mas desta vez com Grau 1 e com as novas estratégias de leitura. A auto-estima de Tony melhorou e seu nível de leitura aumentou. Depois, transformou-se em um leitor de Grau 2 e alcançou o nível de seus companheiros no quarto grau (Wormsley, 1997). A pesquisa Outreach perguntou sobre outras categorias de alunos que inicialmente poderiam ter que utilizar o Braille sem contrações. Os alunos que estão estudando inglês como segundo idioma também foram mencionados. Estes alunos partem de seu conhecimento de uma linguagem escrita que já aprenderam e se confundem ao precisar dominar novos símbolos e regras de escrita, além do novo vocabulário. Para alguns destes alunos, o alfabeto Braille foi descrito como uma porta para a alfabetização, um ponto de entrada de sucesso desde o qual poderiam avançar para o Braille Grau 2, completamente com contrações. Alguns alunos podem aprender o Braille alfabético e não mudar para o Grau 2. Debbie McCune, do Colorado, afirmou que esta categoria inclui alunos com "limitações 4 “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Título original: Lectura para Todos: Ampliar las opciones de alfabetización – Autores: Cyral Miller, Diretor de Outreach e Ann Rash, Mestre Capacitadora – TSBVI, Outreach VI. Retirado do site: http://www.tsbvi.edu/Outreach/seehear/summer01/braille-span.htm - Acesso/2006 Tradução: Miriam Xavier/2006 – Revisão: Denise T. Dias e Shirley Rodrigues Maia/2007. cognitivas e alunos que não têm necessidade de ler muito." Tanni Anthony acrescentou: "Existirão alunos com limitações de memória que precisem permanecer neste tipo de sistema ou os que precisem de contínuo reforço do código Braille em seu meio ambiente e, portanto, precisem ter todos os dias pessoas ao seu redor para entender o código Braille". Dixie Mercer também identificou os alunos desmotivados para utilizar o Braille e cuja principal necessidade de alfabetização é a de um sistema de etiquetas funcional. Um código alfabético simples poderia ser o sistema de maior êxito para este tipo de alunos. Frances Mardy D'Andrea afirmou: “Para mim, a prova seria: é funcional? É prático? Contribui para que o aluno possa utilizar parte de sua capacidade leitora?”. Linda Mamer e outros mencionam que os alunos que são surdocegos e que estão aprendendo muitos códigos de linguagem, incluindo alfabeto manual tátil, poderiam permanecer no Braille alfabético. Todos os participantes da pesquisa enfatizam a necessidade de assessoria permanente, ter a possibilidade de aprender o Braille Grau 2 sempre em mente. Sally Mangold afirmou que: "podem existir alunos que aprendem mais lentamente e possuem certas dificuldades de aprendizagem que podem funcionar melhor com o Braille sem contrações durante anos. A determinação de mantê-los ou não em um Braille sem contrações deveria ser feita com base na avaliação do nível de aprendizado bem-sucedido no qual se encontram". Muitos educadores baseiam-se mais na arte popular e no instinto do que nos estudos formais. Alan Koenig e Cay Holbrook destacaram que existe uma pesquisa limitada no uso do Braille sem contrações, sem contar com One Is Fun. Em muitos casos, as estratégias de ensino podem ser baseadas nos materiais disponíveis. Marjorie Troughton escreveu: "Quando estas decisões foram tomadas (de publicar todos os livros em Braille Grau 2), não era física nem financeiramente possível publicar livros em dois códigos diferentes. Entretanto, com a tecnologia atual, computadores, digitalizadores (scanners) e impressoras, isto já é possível. As razões para que exista um só código já não são válidas. As razões para que existam dois códigos são evidentes. É o momento de dar a mais usuários potenciais de Braille a oportunidade de ter um código que seja útil para eles." (Troughton, 1992). Anna Swenson resumiu nossa exploração sobre o tema ao dizer que "Continuo sentindo que não existe uma maneira "correta" de ensinar Braille, dadas as múltiplas variáveis envolvidas. Os professores devem selecionar o método adequado que melhor responda às necessidades individuais de uma criança no ambiente educativo específico. Existem divertidas histórias de sucesso em ambos os lados deste debate. Já que dispomos de um número cada vez maior de pesquisas que podem esclarecer qual é a melhor prática em determinadas situações, devemos ampliar, em lugar de reduzir, o número de opções que permitirá aos professores tomar as melhores decisões no que diz respeito a melhor opção de ensino para os seus alunos". 5 “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Título original: Lectura para Todos: Ampliar las opciones de alfabetización – Autores: Cyral Miller, Diretor de Outreach e Ann Rash, Mestre Capacitadora – TSBVI, Outreach VI. Retirado do site: http://www.tsbvi.edu/Outreach/seehear/summer01/braille-span.htm - Acesso/2006 Tradução: Miriam Xavier/2006 – Revisão: Denise T. Dias e Shirley Rodrigues Maia/2007. De modo geral, ao vermos os textos que são utilizados geralmente pelos profissionais especializados, o trabalho internacional para desenvolver um Código Braille de Inglês Unificado (Unified English Braille Code), a Iniciativa de Leitura do Texas (Texas Reading Initiative), as respostas às pesquisas e o diálogo com professores dos deficientes visuais, continuarão surgindo várias perguntas a respeito. 1. Quais são as habilidades mais importantes que os jovens leitores de Braille precisam adquirir para ler em Braille? A Iniciativa de Leitura do Texas demonstrou que os jovens leitores devem fazer uma conexão entre os sons e as letras individuais. Precisam associar e manipular os sons para formar palavras. Precisam escrever sobre as suas experiências e ser capazes de ler de novo esta informação. A leitura é formada por várias habilidades, incluindo saber identificar as letras e o uso de vocabulário significativo. Por várias razões, os jovens leitores de Braille com freqüência não têm habilidades de leitura adequadas durante os primeiros anos da escola primária. A pesquisa demonstrou que as habilidades táteis de identificação de crianças cegas no primeiro grau e seu reconhecimento de objetos comuns do lar mediante o tato, podem variar muito. (Notan y Kederis, 1969). A educação precoce deve otimizar ao máximo uma mudança bem-sucedida da experiência da linguagem oral para a escrita, focalizando as conexões entre os sons, as letras e as experiências da vida real. 2. Devemos mudar por completo do Braille com contrações para o Braille sem contrações? Todas as pesquisas que revisamos, as discussões atuais com os praticantes e os resultados da nossa pesquisa indicam que se deve incluir o Braille alfabético como uma estratégia de ensino e não incentivar o desaparecimento do Braille Grau 2. Como em todas as decisões, uma consideração cuidadosa e uma avaliação deve determinar os meios de aprendizagem da criança. Se uma criança progride com sucesso utilizando contrações, estará claramente aprendendo através do meio mais apropriado. Para a maioria dos leitores em Braille que desejam ter acesso à literatura publicada com a maior velocidade possível, a meta será dominar todo o Braille Grau 2. Atualmente, os exames estandardizados como o de Avaliação de Habilidades Acadêmicas do Texas (Texas Assessment of Academic Skills) são feitos em Braille Grau 2, assim como, a maioria dos materiais dos exames regulares. O código de Braille alfabético pode ser uma porta de entrada para muitos daqueles que, uma vez conquistados pelo entusiasmo da leitura fluida, encaminhem-se para uma instrução literária mais avançada. Em algumas áreas do Canadá e dos Estados dos Estados Unidos, os leitores de Braille passam para a leitura com contrações no final do curso primário. Outros fazem esta passagem antes ou depois, de acordo com seus estilos 6 “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Título original: Lectura para Todos: Ampliar las opciones de alfabetización – Autores: Cyral Miller, Diretor de Outreach e Ann Rash, Mestre Capacitadora – TSBVI, Outreach VI. Retirado do site: http://www.tsbvi.edu/Outreach/seehear/summer01/braille-span.htm - Acesso/2006 Tradução: Miriam Xavier/2006 – Revisão: Denise T. Dias e Shirley Rodrigues Maia/2007. apropriados de aprendizagem. O Braille sem contrações oferece um sucesso imediato aos desafios mecânicos da leitura Braille. 3. Poderíamos incrementar as opções de alfabetização para os nossos estudantes com dificuldades de aprendizagem? Todos os alunos são diferentes e nenhum método de ensino de leitura funcionará para todos. É essencial ter uma variedade de métodos para enfrentar as necessidades individuais do(a) aluno(a), especialmente para os alunos com limitações de aprendizagem especiais. Várias estratégias de leitura utilizadas pela maioria dos alunos com dificuldades de aprendizagem não são recomendáveis para os leitores de Braille, já que "as contrações em código Braille nem sempre correspondem às letras individuais". (Sack e Silberman, 1998). A leitura baseada na fonética, o ensino com ênfase no código, e os métodos Orton-Gillingham, entram nesta categoria. No lugar de limitar as metodologias potenciais utilizadas para ensinar a ler, o ensino do Braille alfabético para os alunos com deficiência visual e dificuldades de aprendizagem poderia ampliar a capacidade do professor para individualizar o ensino da leitura. 4. Poderíamos incrementar as opções de alfabetização para os nossos estudantes com múltiplas deficiências? Os alunos com visão residual que possuem alguma deficiência lêem e escrevem utilizando a letra impressa, de acordo com sua capacidade máxima. Os professores que trabalham com estes alunos estão motivados a continuar proporcionando-lhes instrução já que sabem a importância de que seus alunos sejam capazes de ler e escrever seus nomes, anotar listas de compras, ler um cardápio ou escrever um recado para um amigo. Nossos alunos com deficiência visual e intelectual deveriam ter a mesma oportunidade e os mesmos meios para realizar estas tarefas funcionais. Se o Braille é seu meio, então precisam ter bastante prática de leitura e escrita. O Braille sem contrações pode ser a estratégia que lhes permita utilizar o alfabeto de maneira funcional. Ao usar o Braille sem contrações, poderiam escrever em Braille uma lista de alimentos, ler um cardápio em Braille do McDonald's, discar no telefone os números em Braille de seus amigos e familiares, assim como, ler indicações em muitos edifícios públicos. O Braille sem contrações seria mais fácil para que os professores e outras pessoas trabalhassem com o(a) aluno(a), permitindo que eles oferecessem respostas rápidas a eles(os alunos). Os alunos com visão residual são capazes de utilizar materiais que vinculem palavras com imagens e símbolos para ajudá-los a decodificar a letra impressa. Os alunos com impedimentos visuais e deficiências adicionais também podem ser beneficiados dos 7 “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Título original: Lectura para Todos: Ampliar las opciones de alfabetización – Autores: Cyral Miller, Diretor de Outreach e Ann Rash, Mestre Capacitadora – TSBVI, Outreach VI. Retirado do site: http://www.tsbvi.edu/Outreach/seehear/summer01/braille-span.htm - Acesso/2006 Tradução: Miriam Xavier/2006 – Revisão: Denise T. Dias e Shirley Rodrigues Maia/2007. símbolos táteis que se relacionam com o Braille sem contrações para apoiar a comunicação e as atividades de alfabetização. 5. De que maneira o uso do Braille sem contrações causaria impacto no leitor de Braille que usa a corrente principal? O Braille alfabético, graças a sua simplicidade, permite a que todos na vida do leitor(a), possam se transformar em participantes da sua alfabetização. O pessoal da educação geral, assim como, os companheiros e a família, podem aprender de maneira rápida tanto os símbolos das letras como os sinais de pontuação. O uso do Braille alfabético na aprendizagem precoce permite ao aluno de Braille escutar e aprender as mesmas lições de leitura de seus companheiros na sala de aula. As normas que regem como soletrar as letras são as mesmas para todos os alunos e os materiais podem ser revisados com mais facilidade pelo professor de educação geral, sem esperar que chegue um TVI especializado na leitura em Braille. O TVI certificado poderia precisar explorar as fontes publicadas para encontrar os materiais de Braille alfabético. As instituições como a APH estão começando a pesquisar o uso do Braille alfabético e planejam produzir alguns títulos neste formato, no futuro. Os primeiros 16 blocos de Braille Fundamentals, um currículo Braille novo de TSBVI, ensina o código alfabético. A divisão de livros de textos da Agência de Educação Texas (Texas Education Agency), levará em consideração as solicitações de textos em Braille Grau 1; atualmente produz alguns títulos que foram pedidos neste formato. Neste momento, a maioria das publicações existentes está disponível em Braille Grau 2, entretanto, com os arquivos eletrônicos, é possível produzir todos os formatos. É fascinante que os avanços da tecnologia para a produção de Braille tenham dado aos nossos alunos mais opções de alfabetização. Depois de compilar as respostas da pesquisa, de examinar alguns dos recursos disponíveis e de falar com os TVI do Texas, estamos convencidos de que o uso do Braille alfabético tem potencial para aumentar as opções de alfabetização para muitos alunos com impedimentos visuais no Texas. Você já teve alguma experiência ensinando Braille sem contrações? Quer experimentar esta estratégia com seus alunos? Estamos muito interessados em participar com as localidades ou TVIs que queiram explorar o ensino do Braille alfabético. Para entrar em contato com um membro da nossa equipe VI Outreach, poderá ligar ou escrever para Ann Rash no tel. (512) 206-9269 ou através do e-mail [email protected] ou Cyral Miller no tel. (512) 206-9224 ou pelo e-mail [email protected] 8 “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Título original: Lectura para Todos: Ampliar las opciones de alfabetización – Autores: Cyral Miller, Diretor de Outreach e Ann Rash, Mestre Capacitadora – TSBVI, Outreach VI. Retirado do site: http://www.tsbvi.edu/Outreach/seehear/summer01/braille-span.htm - Acesso/2006 Tradução: Miriam Xavier/2006 – Revisão: Denise T. Dias e Shirley Rodrigues Maia/2007. 9 “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Título original: Lectura para Todos: Ampliar las opciones de alfabetización – Autores: Cyral Miller, Diretor de Outreach e Ann Rash, Mestre Capacitadora – TSBVI, Outreach VI. Retirado do site: http://www.tsbvi.edu/Outreach/seehear/summer01/braille-span.htm - Acesso/2006 Tradução: Miriam Xavier/2006 – Revisão: Denise T. Dias e Shirley Rodrigues Maia/2007. Referências e leituras Beginning Reading Instruction: Components and Features of a Research-Based Reading Program (1997). Publication Number CU7 105 01. Texas Education Agency, Austin, Texas. Harley, R K., Truan, M. B., and Sanford, L. D., (1987). Communication Skills for Visually Impaired Learners. Charles C. Thomas, Publishers, Springfield, 111. p. 233. Lowenfeld, B., Abel, G.L. & Hatlen, P.H. (1969). Blind Children Learn to Read. Charles C. Thomas, Publishers, Springfield, Illinois, p. 27. Nolan, C.Y. & Kederis, C.J. (1969). Perceptual Factors in Braille Word Recognition. Research Series No. 20. 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Retirado do site: http://www.tsbvi.edu/Outreach/seehear/summer01/braille-span.htm - Acesso/2006 Tradução: Miriam Xavier/2006 – Revisão: Denise T. Dias e Shirley Rodrigues Maia/2007.
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