ideias para o futuro

Transcrição

ideias para o futuro
A REVISTA PARA OS VOITHIANOS
Report
#2 | 2012
FOCO Inovação
Ideias para
o futuro
Insight
Group
Conference 2012
No Local
O importante é participar –
a Voith nas Olimpíadas
Marcos
A mistura
perfeita
Gente inteligente na Voith
O Diretor de Produtos Jörg Lochschmidt
trabalha na Voith desde 2007.
Junto com outros especialistas da Voith,
ele desenvolveu a StreamDiver,
miniturbina coberta por água para uso em
estruturas transversais existentes, tais
como barragens e soleiras submersas
(ver Foco Inovação p. 14). Seu lema é:
trabalhar de modo sustentável pelo meio
ambiente, pela sociedade e pela empresa.
Expediente
Edição:
Voith GmbH
Comunicações Corporativas
St. Pöltener Straße 43
89510 Heidenheim, Alemanha
www.voith.com
Responsável pela publicação:
Lars A. Rosumek
Editores-Chefes:
Dr. Eric Marzo-Wilhelm, Gudrun Köpf,
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Em colaboração com:
Burda Creative Group GmbH, Munique
va bene publishing GmbH, Munique
Britta Frühling
Gráfica:
Wahl Druck GmbH, Aalen
Papel:
A Voith Report é impressa em Respecta Silk.
Este papel consiste de até 60 por cento de fibras
secundárias e foi fabricado em uma máquina Voith.
Créditos das fotos:
Dawin Meckel: capa, p. 3, p. 6, p. 7 (1), p. 12, p.16,
p.18, 22–23, p.24, p. 25, p. 26–27, p. 28–29, p. 36
Hans Herbig: p.14, p.15
Siegfried Geyer: p. 24
Christian Wesser: p. 19, p. 21, p. 38–39
Patrick Oberem@iStockphoto: p. 44–45
Andras Deak@iStockphoto: p. 45 (1)
Transport for London 2005: p. 30, S. 31
Londres, 2012: p. 32–33
Todas as outras fotos fornecidas pela Voith
Direitos autorais:
Reimpressão e reprodução de artigos
e imagens permitidas apenas com prévia
autorização da Voith GmbH.
A Revista Voith Report é publicada em alemão,
inglês, português e chinês.
Editorial
Caros Voithianos,
Inovações são um tema crucial para toda empresa que queira
continuar sendo bem-sucedida. Na atual conjuntura de competitividade, fazer sucesso com inovações é mais importante do
que nunca. Para cada ideia fascinante é preciso encontrar logo
o modelo de negócio apropriado. Inovar significa desenvolver
soluções para as questões certas. Soluções que serão objeto
de grande demanda durante as próximas décadas. Não é apenas uma questão de interesse próprio, mas também de bemestar da coletividade. Muitas inovações na Voith – leia sobre
elas a partir da página 10 – são não apenas exemplos bemsucedidos da arte da engenharia, como também contribuições
bem-sucedidas para temas de grande relevo e importância, tais
como eficiência no uso de recursos naturais, geração de energia e urbanização.
“Futuro e ação futura” é também o lema da Group Conference deste ano. Tendo como tema geral “Voithianos em 2020”,
cerca de 500 executivos internacionais de todas as unidades
da Voith debateram durante três dias, em Heidenheim, a perspectiva para os próximos anos. Veja na página 22 algumas impressões que reunimos do evento.
Aliás, a convenção inteira reluziu com o branco e azul do
novo design corporativo. Este assumirá um papel cada vez
maior em nosso cotidiano como elemento harmonizador de todas as divisões do grupo e todos os continentes e como forte
sinal distintivo de nossa igualmente forte marca-mãe. Em escala global. Leia mais sobre isso a partir da página 26. Esse caráter harmonizador em escala global está presente também nos
frutos de nosso trabalho coletivo como Voithianos. Em Londres, por exemplo, milhões de pessoas serão transportadas de
uma ponta a outra da cidade todos os dias e com naturalidade
– com ajuda da Voith (página 30). E uma demonstração do interesse que a tecnologia Voith tem despertado em todo o mundo é quando duas corajosas freiras da Tanzânia arrumam as
malas para participar de um curso na Kössler, nossa subsidiária
em St. Georgen, Áustria (página 36).
Desejo-lhes uma boa leitura!
Cordialmente,
Lars A. Rosumek
Vice-Presidente Sênior de Comunicações Corporativas
report 2/2012 | 3
40
42
Conteúdo
FOCO
10
Como crescem as ideias
Mundo Inovações são vitais para empresas como a Voith.
Como elas surgem? Que resultados geram? Quem está por trás delas?
12 Para que as ideias gerem produtos bem-sucedidos para o mercado,
muitos fatores têm de estar entrelaçados.
15 O carbono é tido como o “aço do século XXI”.
No Voith Composite Center, o futuro desse minério já começou.
16 Com a StreamDiver, Jörg Lochschmidt e sua equipe exploram novos
caminhos rumo à extração de energia hidráulica.
17 O SteamTrac converte o calor residual de motores em energia aproveitável.
18 A inspiração para inovações pode estar oculta em qualquer lugar –
inclusive na natureza.
20 Chidi Wang, da Voith Hydro Xangai, sabe que as inovações têm de ser
desenvolvidas sob medida para mercados locais.
21 Mesmo detalhes supostamente pequenos podem gerar grandes resultados.
Em Mergelstetten isso não é novidade.
21 Em São Paulo, os clientes podem experimentar e vivenciar as
inovações de perto.
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38
30
Insight
22 Group
Conference 2012
Heidenheim “Nosso
futuro começa agora”.
Foi esse o tema condutor desse encontro
internacional.
44
34
no local
30 Rumo ao ouro!
Grã-Bretanha Lon-
dres inteira em êxtase
olímpico – e a Voith
marca presença com
potência máxima.
34 Um belo papel
25 Transformação
e deslocamento
Heidenheim Hubert
Lienhard explica as
­metas e resultados da
Group Conference.
Índia Mercados emer-
gentes como a Índia e
a China querem fabricar seu próprio papelmoeda. A Voith é parceira em papéis
especiais.
26 Sob um único teto
Mundo Marca forte,
presença forte: o design corporativo no
­cotidiano de trabalho.
28 O mercado não espera
Mundo Entrevista com
Hans-Peter Sollinger
sobre as mudanças
nas posições de mercado da Paper.
18
marcos
38 Um peso-pesado
em alto-mar
Mundo A hélice radial
da Voith: 108 toneladas de impulso concentrado.
40 A mistura
perfeita
Suíça O Advanced CT
Control System garante máxima precisão na
fabricação de papel.
Panorama
42 Local da boa
esperança
África do Sul Alunos
com deficiência física
recebem com prazer
a doação de smart­
boards da Voith.
44 Uma metrópole
no paraíso
Austrália
Michelle McLain, chefe
de escritório da unidade
da Voith em Brisbane,
apresenta as atrações
turísticas de sua cidade.
36 Com muita
energia
Tanzânia Duas freiras
africanas arrumaram
as malas para fazer um
curso rápido de turbinas hidráulicas em
St. Georgen, Áustria.
02 Expediente 03 Editorial 06 Notas
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em suma
O site do grupo Voith agora tem novo visual e maior facilidade de uso www.voith.com.
Casa virtual
Mundo A Voith incrementou sua pre-
sença no mundo virtual com um site
totalmente reformulado e novos sites
nacionais para suas regiões de atuação. Duas mil e seiscentas páginas
únicas, centenas de fotos, muitas ilustrações e clipes de vídeo com um visual direto e generoso que corresponde ao novo design corporativo fazem
6 | report 2/2012
do Voith.com um site global e moderno. Foi dada importância sobretudo à
clareza do conteúdo e à rapidez do
acesso à informação. Afinal, este é o
local onde a Voith apresenta mais de
4.000 produtos diferentes. Fazem parte
do site global os sites regionais: em junho foram inaugurados os sites próprios dos escritórios regionais no Brasil
e na China e outros já estão sendo planejados. A propósito, a estratégia de
estabelecimento de raízes nos países
onde a empresa mantém escritórios
está sendo seguida também pelos novos membros da família da revista corporativa da Voith. Já estão sendo editadas as Regional Reports para a China
e Brasil e outras regiões seguirão. //
em suma
Novo CEO na Turbo
Mundo Desde julho, Carsten J. Rein-
hardt é membro da Direção do Grupo
Voith e novo diretor-presidente da divisão Voith Turbo. Formado em engenharia mecânica e pós-graduado em
engenharia automobilística, Reinhardt,
43 anos, traz para a Voith cerca de 20
anos de experiência em gestão internacional em renomadas empresas
das áreas de veículos comerciais e indústrias. Ele começou a carreira na
Mercedes-Benz AG, na divisão de veículos de uso comercial, e, mais tarde
trabalhou para a Daimler nos EUA.
Sua mais recente função foi como
presidente e diretor operacional de
equipamentos automotivos comerciais e industriais e de reposição da
Meritor, empresa norte-americana fabricante de peças para automóveis.
Um dos feitos de sua administração
foi modernizar as atividades produtivas e impulsionar a ampliação dos
­negócios nos mercados emergentes
da América do Sul e Ásia. A próxima
­edição do Voith Report conterá uma
entrevista detalhada com Carsten
J. Reinhardt. //
265.000
horas sem acidentes
Alemanha/Inglaterra Na Voith, se-
gurança no trabalho é prioridade máxima há anos. A Voith Industrial Services, com a campanha “Safety – it’s
your life”, montou um amplo pacote de
medidas nessa área para os funcionários. Deu certo: em 2011, a empresa
recebeu de seus clientes quatro premiações por operar com segurança e
sem acidentes. A Shell nos deu o prêmio de segurança por 200.000 horas
trabalhadas sem acidentes operacionais, nem violações das normas de
segurança na Rheinland Raffinerie. A
Esso também reconheceu o zelo dos
cerca de 100 membros da equipe Voith que, no ano passado, em Fawley,
Inglaterra, concluíram os trabalhos de
parada de fábrica com 45.000 horas
trabalhadas sem acidentes. A refinaria
Heide conferiu à Voith um prêmio de
segurança por ausência total de acidentes, boa qualidade e cumprimento
de prazos durante a parada ocorrida
no segundo trimestre de 2011. Por fim,
em março de 2012, recebemos da
Exxon Mobil um prêmio de segurança
como melhor fornecedor de 2011. //
A equipe premiada da Voith com Mototsugu Ito, presidente da JMF (4º à direita)
Agregado premiado
Japão Nos últimos anos, a equipe da Voith do Japão conseguiu desenvolver
o DF Coat – um agregado de pintura para máquinas de fabricação de papel –
a tal ponto que em comparação com seu antecessor ele consome 80 por
cento menos energia. Isso teve o reconhecimento da Japan Machinery Federation (JMF), organização nacional da indústria de máquinas e engenharia
japonesa, que premiou o DF Coat da Voith com o “Energy Conserving Machinery Award 2011”. O prêmio é concedido anualmente a produtos que
geram uma economia especial de energia em máquinas industriais. Em 2011,
foram premiados apenas 13 produtos manufaturados em todo o Japão. O
DF Coat é usado na fabricação de papel, especificamente na pintura dos
trilhos de papel, a fim de obter maior qualidade. Ao contrário de outros processos de pintura nos quais se exerce pressão mecânica sobre o papel, neste processo o injetor de distribuição aplica a tinta sem contato algum. A
vantagem é que o teor sólido do papel aumenta e a tinta é aplicada de maneira mais uniforme. //
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em suma
“Ter persistência” No topo
Malásia Mingming Liu foi premiada
pela organização “Mulheres em Liderança” como a executiva mais inovadora da Ásia. Desde janeiro de 2009,
ela é presidente da Voith Paper Asia.
Liu trabalha desde 1998 para a Voith.
Ela foi gerente do primeiro escritório de
representação da Voith em Pequim e é
tida como a entusiasmada precursora
de muitos megaprojetos da Voith Paper na Ásia e especialmente na China.
Agora, o comprometimento da executiva foi reconhecido pela sociedade internacional com uma premiação.
A senhora acha que hoje em dia
uma mulher que ocupa um cargo
de liderança na Ásia ainda é uma
exceção?
Pode-se dizer que sim. No setor industrial, há poucas mulheres na liderança. Por exemplo, entre todas as
candidatas, eu fui a única mulher da
área de engenharia de máquinas e
instalações.
Quais são os motivos de seu sucesso?
Ocorrem-me quatro fatores: ter persistência e nunca desistir, manter um
diálogo franco com os clientes e com
a Voith na Europa, ter inovação e
criatividade e, por último, liderar uma
grande equipe com transparência e
sempre com espírito empreendedor.
Como a senhora descreveria sua
personalidade?
Acho que sou otimista, receptiva e
gosto de aceitar novos desafios. Isso
implica em assumir responsabilidade,
inclusive em situações de estresse,
saber pensar no grande plano e saber
tomar iniciativas e decisões.
Informações sobre a Women in Leader­
ship estão no site:
www.womeninleadership.ca
Mundo A Voith do Brasil foi eleita
a melhor empresa do ramo brasileiro de Bens de Capital. Este prêmio foi concedido à divisão Voith
Hydro pela “Exame”, uma das
principais revistas brasileiras de
economia. O ranking anual publicado pela revista apresenta as
500 empresas mais sólidas do
país e é o mais importante desse
tipo no mercado brasileiro. Neste
ano, 3.500 empresas de 18 ramos foram avaliadas com base
em 31 critérios, entre eles crescimento, lucratividade, solidez financeira, investimentos e produtividade por funcionário. “Ficamos
muito honrados com essa premiação. Ela é o reconhecimento
de nosso trabalho no Brasil”, disse Osvaldo San Martin, presidente e CEO da Voith Hydro do Brasil.
A Voith ajudou a escrever uma
parte da história da energia no
Brasil. O grupo está presente há
cerca de 50 anos no país com
uma unidade de produção própria. Além disso, quase 50 por
cento da capacidade de energia
hídrica disponível na América Latina está instalada em usinas equipadas pela Voith. //
Doação para escola
Japão Foi instalado o gerador de
energia solar no telhado de uma escola de Ensino Fundamental em Motomiya, para cuja construção a Voith
havia doado 100.000 euros (ver Voith
Report 1/2012). A partir de agora, o
gerador pode extrair energia solar e,
com isso, poupar o meio ambiente. A
doação foi feita sob o impacto do trágico acidente de Fukushima após o
forte terremoto de março de 2011.
Motomiya está a cerca de 60 quilômetros da usina nuclear. //
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Os alunos da escola de Ensino Fundamental de Motomiya recebem com prazer a doação.
em suma
Veículo do deserto: o navio instalador recebe as hélices Schneider da Voith no gigantesco hangar de Dubai antes de ser navegar no Mar do Norte.
Hélice Schneider da Voith
oferece plataforma estável
Dubai Cento e trinta e um metros de comprimento, 39 e largura e 11,4 megawatts de potência de acionamento – são
essas as principais especificações técnicas dos dois navios
instaladores de construção idêntica que serão montados respectivamente até setembro no hangar da Lamprell Energy,
em Dubai. Os dois navios destinam-se ao transporte e instalação de usinas de energia eólica off-shore, sobretudo no Mar
do Norte. Para isso, sua proprietária, a norueguesa Fred. Olsen Windcarrier, encomendou pela primeira vez a montagem
de três hélices Schneider da Voith (VSP) em cada um deles. A
impulsão precisa, que pode ser alterada em apenas três segundos, impede que o navio seja controlado pelo vento, cor-
renteza e ondulações do mar. O importante é o posicionamento exato, sobretudo no momento em que as colunas de
içamento se fixam no leito marinho, elevam o navio e com
isso o transformam em uma estável plataforma de trabalho.
Outra vantagem das hélices é que elas permitem que o casco
tenha uma forma especialmente favorável à correnteza, possibilitando economia de combustível. Além disso, o sistema
especial de estabilização de rolagem garante que o navio oscile menos até mesmo em condições difíceis de navegação.
Isso certamente vai fazer o investimento valer a pena, pois o
Mar do Norte, assim com o Cabo Horn, é tido como uma das
regiões mais propensas a ventos do mundo. //
report 2/2012 | 9
Foco
Inspiração
Como
crescem
as ideias
O crescimento sustentável precisa de inovações.
Apenas se encontrarmos hoje as respostas às
­perguntas de amanhã é que conseguiremos manter
nossa posição no mercado. Para isso, precisamos
não apenas de boas ideias, como também
de pessoas que as reconheçam e implementem.
10 | report 2/2012
Quem mantém os
olhos e ouvidos abertos
encontra muitas bases
para novas ideias.
Foco
Evolução
Desenvolver uma ideia
muitas vezes produz novas
e surpreendentes possi­
bilidades de aplicação.
Concentração
Manter sempre a atenção.
Detalhes menores
também podem levar a
grandes progressos.
Adaptação
Revolução
Para chegar a territórios
desconhecidos,
é preciso ter também
­disposição para explorar
novos caminhos.
Uma inovação é boa apenas
se for bem apresentada
no mercado. O sucesso
é determinado por necessi­
dades locais.
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Fokus | Innovation
O Fórum de Novas Tecnologias foi local de
­discussão para (da esquerda para a direita:)
Christian Naydowski, Ulrich Begemann,
Stefan Lutzmann e Falko Baier.
Inovação – ideias para o mercado
Inovações são importantes para as empresas. Mas quais são os
­requisitos para que as ideias de fato produzam algo de novo?
Entre eles está, sobretudo, uma cultura empresarial transparente.
S
eria bom se as coisas fossem sempre tão
simples! Ao entrar em uma banheira cheia
até a borda e observar a água transbordando, o matemático e engenheiro Arquimedes de Siracusa viu-se de repente diante da solução para a
incumbência que lhe havia sido dada pelo rei Hierão: para comprovar que a coroa do rei era realmente de ouro puro, Arquimedes teria de comparar se a coroa e uma barra de ouro de igual peso
deslocariam a mesma quantidade de água quando
mergulhadas em um recipiente. Nascia ali o Princípio de Arquimedes. Naturalmente, o relato de
que o gênio da Antiguidade teria ficado tão entusiasmado com sua descoberta que saiu nu em pelo
pelas ruas da cidade gritando “Eureka!” – que significa “Encontrei!” em grego – permanece envolto em lendas...
Hoje em dia, os herdeiros de Arquimedes
precisam fazer jus a requisitos bem diferentes. Na
atual era da concorrência global e de mercados
que se saturam com rapidez cada vez maior, nunca
foi tão difícil fazer uma nova descoberta ou invenção. A área de Pesquisa e Desenvolvimento e a
inserção de novos produtos no mercado com a
maior rapidez possível tornaram-se fatores decisivos na concorrência. Mais do que isso: “Inovações
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são uma questão de sobrevivência no mercado”,
diz Ulrich Begemann com convicção. “Elas são
como novos brotos que surgem em uma árvore na
primavera. Possibilitam o crescimento e a adaptação a condições de vida alteradas.”
Begemann é Diretor de Novas Tecnologias.
Sua missão é procurar e avaliar projetos de desenvolvimento inovadores que complementem no
médio prazo as áreas de negócios já existentes e
sobretudo abram acesso a novos e rentáveis mercados. Isso ele faz estabelecendo contatos externos
para ficar sabendo das novidades o quanto antes
possível, filtrando uma grande quantidade de ideias e projetos para selecionar os que podem trazer
crescimento para a Voith e acompanhando-os até
que seja possível tomar uma decisão definitiva.
Uma troca de experiências entre especialistas
das diversas divisões da empresa é possibilitada
pelo “Fórum de Novas Tecnologias”. Os membros do fórum reúnem-se regularmente para se
informar e atingir um consenso sobre projetos interessantes em desenvolvimento em instituições
de pesquisa ou jovens empresas. Além disso, várias
vezes por ano, palestrantes de alto nível fazem palestras para funcionários da Voith sobre tendências tecnológicas atuais.
Foco | INOVAÇÃO
“Precisamos de alguém que tenha
uma grande ideia e acredite nela, que
seja receptivo para o novo e que
em vez de se dar por satisfeito com
o status quo prefere questioná-lo.”
Falko Baier, Diretor de Tecnologias da Voith Turbo
“Articular a integração de pessoas criativas
ente si, estimulá-las a um contato pessoal, oferecer-lhes liberdade de ação” – esse é o melhor celeiro de inovações que o fórum oferece na opinião
de Falko Baier. Baier pertence ao grupo de organizadores do Fórum e é Diretor de Tecnologias da
divisão Voith Turbo. “As ideias”, acredita ele,
“não surgem sob pressão. A criatividade é liberada
quando existe um bom equilíbrio entre liberdade
de ação e necessidade”. O motivo disto é óbvio:
inventores e indivíduos criativos são um tipo humano específico, acredita Baier. “Precisamos de
alguém que tenha uma ótima ideia e acredite nela,
que seja receptivo para o novo e que em vez de se
dar por satisfeito com o status quo, prefere questioná-lo.”
Para isso faz-se necessária uma cultura empresarial específica. Franqueza, tolerância e paciência são o complemento ideal. “A empresa tem
de estar preparada para permitir falhas na fase de
desenvolvimento inicial. É preciso ter liberdade
para experimentar algo novo, mesmo quando isso
pareça uma loucura à primeira vista”. As descobertas não estão nos velhos moldes de pensamento. Em suma: é preciso não só ter visões,
como também conhecer o assunto. A regra de
ouro de Begemann para Pesquisa e Desenvolvimento é ter liberdade criativa suficiente na frase
inicial e, em seguida, foco gradual e implementação sistemática. Christian Naydowski, Diretor
de Tecnologia Química da Voith Paper, complementa: “Quando os especialistas trocam experiências e mantêm um bom contato entre si, a solução logo surge entre eles”. “Os cientistas”,
acrescenta ele, “precisam de companheiros de
treino”.
Mas por que isso tudo é tão importante?
Porque a experiência demonstra que de muitas
centenas de ideias apenas algumas resultam em
produtos bem-sucedidos. Isso soa frustrante à primeira vista, mas é algo bastante normal em um
processo de inovação. Afinal, as ideias puras são seguidas de estudos de viabilidade, planos de negócios e testes – até chegar a hora da inserção do produto no mercado. E esta não pode fracassar. Mas
nisso a intuição não é relegada a segundo plano.
Diz Falko Baier: “Os projetos descartados não são
em vão, pois essas experiências também são parte
valiosa de nosso cabedal de conhecimentos”. Para
Baier, é imprescindível saber esperar. “Temos de
possuir a capacidade de observar com pouco dis-
“As inovações são ideias introduzidas
no mercado de maneira bem-sucedida.”
Stefan Lutzmann, Diretor de Inovação da Voith Hydro
pêndio as ideias que são boas já em termos de princípio. Em épocas de recursos naturais escassos e
emissões de dióxido de carbono crescentes, certas
questões que hoje já são tecnicamente solucionáveis somente muito mais tarde se tornam interessantes do ponto de vista econômico.”
Mas como os especialistas do grupo definem
inovações? A resposta nem sempre é semelhante:
a ênfase não é na pesquisa pura tal como é praticada nas universidades, mas sim no desenvolvimento
de produtos e, portanto, na visão de mercado.
Stefan Lutzmann, ele também membro do grupo
de organizadores do Fórum de Novas Tecnologias
e Diretor de Inovação da divisão Voith Hydro, comenta: “As inovações são ideias introduzidas no
mercado de maneira bem-sucedida.”
Um exemplo típico, segundo o engenheiro, é a
hélice Schneider da Voith. Para Ulrich Begemann,
report 2/2012 | 13
Foco | INOVAÇÃO
outros exemplos são o Voith WinDrive e a pintura por cortina dos equipamentos de fabricação
de papel – ambas são avanços com os quais a Voith
pôde conquistar novos mercados e para os quais
ela contribuiu, por assim dizer, com o necessário
fôlego: “Lançar inovações rapidamente no mercado não funciona.” Falko Baier tem a mesma opinião e considera “um tanto curto” o período de
sete anos transcorridos desde os planejamentos
iniciais até os protótipos da usina de energia maremotriz e da turbina de marés.
O decisivo para a seleção de conceitos de produtos interessantes é ver as coisas do ponto de vista do cliente. Os membros do Fórum de Novas
Tecnologias são unânimes: “Temos de entender
muito bem as necessidades que nossos clientes
terão daqui a cinco ou dez anos. A serviço do cliente, temos de ter visão de futuro, avaliar e analisar o desenvolvimento de mercados e tecnologias.” É mais fácil falar do que fazer. Muitas
tecnologias têm um alto grau de desenvolvimento.
Ou, em outras palavras: muitos mercados estão esgotados. Não é fácil avaliar, mas as tecnologias e
produtos derivados de tendências tais como escassez de recursos naturais, proteção ambiental ou
mobilidade crescente (tal como o exemplo da
StreamDiver – ver página 16) estão vinculadas a
grandes oportunidades para a Voith.
Além disso, há também a integração global:
novas ideias difundem-se em ritmo estonteante e
os avanços aceleraram-se enormemente. Se nos
anos 70 o ciclo de vida de um automóvel ainda era
de oito anos, hoje ele encurtou-se para, em média,
de dois a três anos. E a indústria dos eletrônicos
de consumo ainda está literalmente a todo vapor:
no caso de computadores, o ciclo de vida já se
conclui em alguns meses e para televisores ele é
calculado em intervalos semestrais.
É claro que no caso de bens de produção, tais
como os que a Voith fabrica, os relógios não giram
tão rapidamente como no mercado consumidor.
Porém, também nessa área o intervalo entre a
centelha criativa e o primeiro contrato de compra
deve ser mantido o mais curto possível.
Para Arquimedes o relógio também andava
acelerado. Talvez o brilhante pensador nunca teria
chegado a sua genial descoberta sem a pressão de
ter um contrato do rei para cumprir. A descoberta,
aliás, sobreviveu intocada por quase 2.000 anos.
Ela foi resgatada apenas por volta de 1750, com as
pesquisas de hidrodinâmica do matemático suíço
Leonhard Euler. //
14 | report 2/2012
Foco | Revolução
Mudar o paradigma
para avançar
Devido as suas propriedades versáteis, o carbono é tido como
material do futuro. Quem quiser usá-lo terá de trilhar novos caminhos.
As atividades do novo Centro
de Desenvolvimento e Produção da
­Voith Composites (VOC) inaugurado
em Garching, nas proximidades de
­Munique, em setembro do ano passado, estão ajudando a transformar o
futuro em realidade. Com instalações
­produtivas ultramodernas, o Centro
estuda e manipula o carbono, o “aço
do século XXI”.
“Queremos ajudar a construir esse
avanço e ser parceiros preferenciais
da indústria no desenvolvimento de
novos processos de produção. Um
primeiro passo nessa direção foi o sinal de largada para nossa parceria de
desenvolvimento com a Audi no ano
passado”, conta Lars Herbeck, Diretor
Executivo e responsável pela área automotiva da VOC. A montagem de
componentes de fibras de carbono
em veículos pressupõe uma mudança
de paradigma: os veículos têm de ser
projetados de outra forma e faz-se necessária uma nova tecnologia de produção. Por isso o desenvolvimento de
processos de produção para a produção em série em larga escala industrial é para a Voith um importante passo rumo ao sucesso do novo material
em aplicações industriais. A linha-piloto para a produção já foi montada e a
produção pode começar.
Diferente da produção seriada em
larga escala, no caso dos produtos
feitos de compósito de carbono reforçado com fibras de carbono (CRFC)
para instalações industriais são produzidas apenas algumas centenas de
unidades por ano. Porém, nessa área,
a Voith – tal como na produção de rolos
de CRFC para máquinas de fabricação
de papel – já tem bastante experiência.
O processo foi desenvolvido pela própria
Voith. “Agora, com novos processos
de produção, queremos firmar a construção leve como uma área de negócios
da Voith”, explica Markus Lang, Diretor
Executivo para a área industrial. O futuro
é promissor. O “aço do século XXI”
não é só mais leve que o metal. “Graças
ao emprego de componentes feitos
de CRFC podemos também reduzir
oscilações nos equipamentos e aumentar a capacidade das máquinas”,
explica Lang. Lang vê aplicações para
componentes de CRFC tanto em máquinas de fabricação de papel e lâmina
como no setor energético. //
Queremos ajudar a construir esse avanço e ser
parceiros preferenciais da indústria no desenvolvimento de novos processos de produção.
Lars Herbeck, Diretor Executivo
da Voith Composites, área automotiva
Material do futuro: fibras
de carbono a caminho da
­impermeabilização.
Martin Bartl, funcionário
da Voith, cuida do correto
­entrelaçamento das fibras.
report 2/2012 | 15
Foco | Evolução
Força invisível
Jörg Lochschmidt, Diretor de
Produtos da Small Hydro, coordena
o projeto desde 2010.
A energia hidráulica tem importância
central na geração de energia, mas
muitas inovações estão mal começando. A StreamDiver, um dos projetos de
desenvolvimento mais recentes da
Voith, agora permite usar áreas onde
até agora não era possível construir
usinas hidrelétricas convencionais,
gerando energia sem agredir o meio
ambiente. É um marco rumo à intensi-
A StreamDiver é de fácil colocação
e só precisa passar por manutenção
preventiva a cada cinco anos.
16 | report 2/2012
ficação do uso de energia renovável.
Apenas na Alemanha, poderiam ser
gerados 3,5 terawatts-hora adicionais
de eletricidade – sem agressão ao clima, nem ao meio ambiente. Esse
novo conceito de usina é especialmente interessante para operadores
de energia na Europa Central. O foco
do interesse são as chamadas estruturas transversais – construções tais
como barragens ou soleiras submersas, que já são usadas para regular o
nível da água ou estabilizar o leito do rio.
Nas palavras de Jörg Lochschmidt,
Diretor de Produtos da Small Hydro e
coordenador do projeto desde 2010:
“Há muitas estruturas transversais em
áreas de proteção paisagística próprias para a geração de energia em
locais onde o potencial de usinas hidrelétricas convencionais está praticamente esgotado.” Ao mesmo tempo,
nessas áreas há uma grande conscientização ecológica: a usina hidrelé-
trica deve estar integrada à paisagem,
praticamente invisível. Nenhuma obra
de construção civil pode alterar a natureza, nem prejudicar os peixes.
O ponto nevrálgico dessa invenção – a turbina com o nome de
StreamDiver – foi apresentado em
uma convenção para clientes em Zell
am See, Áustria. A Verbund AG, uma
das maiores produtoras de eletricidade oriunda da energia hidráulica na
Europa, é nossa parceira para um projeto-piloto. A empresa pretende explorar estruturas transversais para a geração de eletricidade. Por exemplo, às
margens do rio Salzach. Com 225 quilômetros de extensão, esse rio atinge
quase a mesma largura do Danúbio,
desloca grande volume de água, mas
tem quedas-d’água baixas. Para a
Verbund AG, esses são os requisitos
ideais para testar a geração de energia renovável em condições semelhantes. Três barragens no Salzach
podem ser usadas para tal.
Foco | Evolução
O funcionamento é assim: todo o
grupo motopropulsor é encaixado em
uma caixa de concreto na qual a água
flui de cima por meio de uma tela. A
tela impede a passagem de ramos, folhagem e lixo. O grupo motopropulsor
é formado por turbina, eixo, mancais e
gerador. O importante é cobri-lo completamente com água, pois os mancais não são lubrificados com óleo,
mas com água. Onde não há óleo,
não há vazamento de óleo e não se
põe a qualidade da água e os peixes
em risco. Além disso, a StreamDiver
precisa de pouca manutenção preventiva. Ela só precisa ser desmontada e submetida a uma inspeção técnica a cada cinco anos.
A Voith desenvolveu o processo
de cobrir o grupo motopropulsor com
água há alguns anos para usinas de
energia maremotriz. No projeto da
StreamDiver, a equipe de desenvolvimento fez parceria com as Universidades Técnicas de Munique e Stuttgart.
Um primeiro protótipo para testes dos mancais lubrificados com
água está sendo usado no rio Brenz,
que passa pela área da fábrica da
Voith em Heidenheim. Após um ano,
a estação não mostra sinais de desgaste. “A StreamDiver é especial para
nós”, enfatiza o engenheiro, pois “usinas hidrelétricas convencionais são
sempre projetadas individualmente,
enquanto o objetivo da StreamDiver é
ser um produto em série de baixo
custo para operadores de energia do
mundo todo”. De início, a meta é
concentrar-se sobretudo na Europa,
mas mercados como EUA, Canadá
ou BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China)
também serão interessantes nos próximos anos.
A futura unidade de produção
será a Kössler, subsidiária da Voith,
em Sankt Georgen, Áustria. A invenção é interessante também para o poder público. O governo alemão apoia
a parceria entre a Voith e as universidades de Stuttgart e Munique com
fundos de incentivo. //
O SteamTrac pode reduzir o consumo de combustível
­também em veículos ferroviários com propulsão a diesel.
Propulsão econômica
Você sabia? Os motores de combustão usam nada mais que um terço da energia armazenada no combustível. O resto é desperdiçado na
maioria das vezes na forma de calor
residual, sem ser aproveitado. Os
engenheiros da Voith tomaram essa
realidade como oportunidade para
desenvolver uma pequena sensação: o SteamTrac, um novo tipo de
sistema que torna reaproveitável
uma parte da energia desperdiçada.
O sistema funciona segundo o
seguinte princípio: o calor residual
do motor é usado para aquecer um
fluido – tal como água destilada – à
temperatura de aproximadamente
370 °C em um refervedor, e o vapor
gerado é encaminhado por meio de
um dilatador de pistões. Ali, ele é
submetido a alívio de tensão ao movimentar um pistão em um cilindro.
Isso gera uma energia mecânica que
pode ser conduzida novamente ao
motor. Resultado: menos consumo
de combustível, menos emissão de
dióxido de carbono, mais potência.
“Esse princípio também pode
ser aplicado à propulsão de um gerador. Desta forma, ele é ideal para
a geração de eletricidade descentralizada em pequenas usinas, tais
como usinas de biogás ou centrais
de aquecimento distrital”, explica
Jürgen Berger, responsável pelo desenvolvimento do sistema juntamente com sua equipe de 14 pessoas. “Com essa tecnologia, a Voith
faz mais uma contribuição para a
revolução energética”.
O SteamTrac já comprovou sua
eficácia várias vezes. Em um rebocador que faz a linha entre Roterdã e
Duisburg, o consumo anual de diesel
reduziu-se em 40.000 litros por motor e a emissão de dióxido de carbono
em 106 toneladas. Em três centrais de
aquecimento distrital na Alemanha e
Grã-Bretanha, os motores a gás a
atingiram uma potência dez por
cento maior sem necessidade de
mais combustível e sem dióxido de
carbono adicional. Em uma locomotiva a diesel com turbo-engrenagem
da Voith, o SteamTrac também reduziu o consumo de combustível
em até dez por cento.
O sistema pode ser acoplado a estações já existentes. Para isso, a Voith
desenvolveu a SteamDrive. O sistema
já está sendo empregado em várias
centrais de aquecimento distrital e,
assim como o Steam Trac, pode ser
usado em embarcações e veículos
ferroviários. //
report 2/2012 | 17
Foco | Inspiração
Árvore do
conhecimento
18 | report 2/2012
Foco | Inspiração
Às vezes, as ideias vêm do
melhor laboratório do mundo:
a natureza. A chave é saber
reconhecê-las. Zsolt Roth
­encontrou a ponte entre a
­natureza e a tecnologia.
Desde Newton e sua maçã, a humanidade sabe que uma árvore pode levar a uma solução. Hoje, entretanto,
não se consegue uma solução deitando-se na sombra, ao lado do tronco
de uma árvore, e esperando a inspiração chegar. Ao contrário, apenas
quem vive com olhos e ouvidos abertos é capaz de reconhecer potenciais
inexplorados.
É assim que faz Zsolt Roth. Engenheiro da Voith, ele assistiu a uma palestra do renomado biomecânico Prof.
Claus Mattheck em fevereiro de 2008,
em Crailsheim. O assunto da palestra
era um princípio da natureza, a chamada “construção triangular com força tênsil” (Zugdreieckskonstruktion),
encontrada em troncos de árvores.
Roth recorda-se: “De repente, ficou
claro para mim que temos de construir
a forma pedicular de nossas rodas
dentadas segundo esse princípio a fim
de manter uma maior capacidade de
sustentação e transmitir um momento
de torção maior sem alterar o tamanho”.
O engenheiro de desenvolvimento
de 54 anos é responsável pelo cálculo
de engrenagens na Voith. Em seus
cálculos, ele lida com milionésimos de
metro. “Engrenagens e suas rodas
dentadas devem ter uma longa durabilidade e grande firmeza. Elas têm de
rodar de maneira ideal e ter a maior
leveza possível”, resume ele a quintaessência de seu trabalho. Há 22 anos
tudo na vida profissional de Roth gira
em torno dessa ambição.
Participar do desenvolvimento de
sistemas de acionamentos e engrenagens é para ele sempre uma questão
de envolvimento pessoal. Desde o
curso de engenharia mecânica, ele
tem se especializado em sistemas de
acionamento e quando ingressou na
Voith, em 1984, atuou como construtor mecânico na área de desenvolvimento de engrenagens. Logo, ele
descobriu que no fim de um projeto de
desenvolvimento pode estar sempre o
descarte de um conceito. “Quando há
uma alteração repentina no mercado,
isso significa o abandono de projetos
de desenvolvimento”, conta ele. Por
isso ele está convencido de que sua
profissão exige certa obstinação especial. “Não se pode desistir jamais.”
Para Roth, abnegação, persistência e
idealismo estão entre as características mais importantes que um inventor
deve ter. E sobretudo paixão e criatividade. “O trabalho com equipamentos
é para mim não só uma profissão como
também uma vocação”, admite ele.
A profissão está sempre ocupando os pensamentos de Roth. Quando
ele tem uma ideia, registra-a imediatamente em papel. “Quando há entusiasmo, a centelha do pensamento de
alguma forma surge sozinha.”
É útil, claro, manter os olhos e ouvidos abertos e não se fechar para novas ideias. Nos anos seguintes, juntamente com vários estudantes
empenhados e motivados – Roth é
também docente nas escolas superiores duais de Heidenheim – ele usou o
que aprendeu naquela palestra rica
em conhecimentos e trabalhou em
uma patente do “perfil biônico de base
de roda” (bionische Zahnfußkontur),
recebendo da Voith os recursos para
os experimentos necessários. O sucesso veio em seguida: hoje, as rodas
dentadas fabricadas segundo a patente – que aliás, já está registrada
mundialmente – passaram no teste de
resistência. A invenção também pode
ser empregada também em jogos de
engrenagens e grandes turbo-engrenagens. Roth mal pode esperar: “Espero que a inserção no mercado ganhe uma ímpeto.” Essa, afinal,
constata ele, satisfeito, “é a verdadeira
recompensa para o desenvolvedor”. //
O perfil biônico de base de roda
desenvolvido segundo o modelo
presente na natureza.
Um precursor da biônica
O prof. Claus Mattheck, do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, é tido como precursor
da biônica, ramo da ciência que investiga o
modo como os princípios e modos de operação encontrados na natureza podem ser
empregados em aplicações tecnológicas – tal
como na construção triangular com força
tênsil. Mattheck é professor de Análise e Prevenção de Falhas de Construção e estudou
por que as árvores formam intumescências
de raízes na base de seu tronco. A intumescência faz a “extremidade aguda” entre o
tronco e o solo – chamado entalhe – adquirir
a forma de um triângulo que alivia a tensão
que atua sobre a árvore devido a ventos fortes.
Muitos componentes mecânicos também
têm entalhes. Trata-se de locais onde o componente adquire fora ramificada ou concentrada – como, por exemplo, na transição da
rosca ao cilindro de um parafuso. Como as
forças de tensão e pressão aumentam enormemente nesses locais, muitas vezes
formam-se fissuras ou pontos de fratura que
produzem avaria do material. De suas observações, Mattheck inferiu constatações sobre
como se pode neutralizar essa avaria. Tais
constatações tiveram influência decisiva no
conceito de perfil biônico de base de roda,
desenvolvido por Roth e sua equipe.
Outras informações estão no site
em alemão e inglês do prof. Mattheck:
www.mattheck.de
report 2/2012 | 19
Foco | Entrevista
Compreender
e mudar
As inovações têm de se adaptar ao mercado ao qual se
destinam. Chidi Wang, da Voith Hydro Xangai, sabe que
a adaptação a necessidades locais é uma obrigação.
Qual a chave para se conseguir implementar a tecnologia de ponta da Voith entre clientes na China?
A Voith da China é uma empresa relativamente pequena.
Para que a tecnologia da Voith seja implementada também
nas empresas que são nossas clientes na China, temos de
usar nossa experiência em energia hídrica e nossas habilidades de comunicação para poder explicá-la em “chinês”,
isto é, de um modo tal que ela seja compreendida pelos
chineses. Temos de compreender totalmente as necessidades e especificações de nossos clientes para sermos capazes de escolher exatamente as soluções que melhor se
adequam aos projetos em questão. Até lá devemos evitar
riscos e dar o melhor de nós para construir produtos competitivos e deixar nossos clientes satisfeitos.
Quais desafios se enfrenta quando se aplica mundialmente os padrões de qualidade da Voith no processo
de estabelecimento de raízes regionais?
No decorrer dos últimos dez anos, a
Voith Hydro Xangai implementou tecnologias e padrões de qualidade da
Voith em projetos na China. Além disso, também trabalhamos em inovações locais. De posse do conhecimento sobre a tecnologia de ponta,
podemos otimizar e até aperfeiçoar
tais inovações, transmitindo-as a outras unidades operacionais na China.
Exemplos típicos são a fabricação de
rotores para as usinas de An Khe, no
Vietnã, e Jin Ping II, na China. Não nos restringimos a apenas usar a tecnologia existente, mas sim desenvolvemos
uma nova tecnologia de rotores – com base no produto, no
projeto e nos requisitos de produção. A Voith Hydro Xangai
é a unidade operacional líder na China em construção de
rotores, qualidade em engenharia mecânica e controle de
qualidade e de processos. Essa é, afinal, a tecnologia de
nossa empresa, a mesma que tem marcado os padrões de
20 | report 2/2012
construção e produção na Hydro chinesa. Até agora fizemos o requerimento de oito patentes e três delas já foram
concedidas, enquanto as outras cinco já passaram por
todo o processo de seleção. Além disso duas outras patentes estão sendo testadas neste momento. Superamos os
desafios de aplicar os padrões de qualidade da Voith no
estabelecimento de raízes na região e fizemos grandes progressos. Tenho muito orgulho de ser Voithiano.
Que conselhos e expectativas o senhor tem para os jovens engenheiros chineses?
Como veterano da Voith, eu diria que o mais importante é
construir uma equipe profissional de engenheiros e incentivá-la a aperfeiçoar cada vez mais a tecnologia hídrica. Temos um programa de treinamento organizado que possibilita que nossos engenheiros aprendam, se mantenham
atualizados e possam trabalhar com engenheiros alemães a
cada dois ou três anos na matriz da Voith, em Heidenheim.
Isso tem efeito positivo não só para a
construção de cooperações profissioChidi Wang é
nais, como também de amizades pesVice President of Ensoais – e esse efeito, por sua vez, ajugineering na Voith
da a manter baixos os custos de
Hydro Xangai. Ele é
responsável pelo innossos projetos, elevar a qualidade e
tercâmbio de conhegarantir a pontualidade nos prazos de
cimentos entre a
conclusão. O programa de treinamenChina e a Alemanha
e pelas inovações
to forma uma boa base para o estabelocais.
lecimento de raízes locais. Até agora
quase 30 engenheiros já participaram
e todos passaram a ter a oportunidade de trabalhar com autonomia e liderar projetos de maneira bem-sucedida. Atualmente, a competitividade mais
acirrada está em como atrair funcionários qualificados.
Nossa meta definitiva é formar uma equipe sólida e profissional. //
Este foi um trecho da entrevista publicada na
Voith Regional Report China nº 2/2012.
Foco
Os funcionários
cheios de ideias
da fábrica da
Voith Turbo, em
Mergelstetten
Desenvolver
ideias
Buscar sempre novas formas de aperfeiçoamento – isso também pode ser
uma mola propulsora de processos inovadores. Justamente no cotidiano de trabalho é onde as pequenas mudanças
são capazes de produzir grandes efeitos.
Um exemplo é nossa fábrica em Mer-
gelstetten, onde 104 Voithianos contribuíram com suas ideias para ajudar a
economizar tempo e dinheiro e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade, a segurança no trabalho e o balanço ambiental.
Ao todo, foram recebidas 155 sugestões,
correspondendo a 1,5 por funcionário. //
tissue innovation Center
Após a reforma em novembro do ano passado,
o Tissue Innovation Center de São Paulo foi reinaugurado.
Cerca de 150 empresários, diretores
e engenheiros-chefes atuantes em
empresas clientes em todo o mundo
vieram conferir de perto a capacidade
do novo centro.
E ela é considerável: na metrópole brasileira, encontra-se em operação
uma das mais rápidas máquinas de
fabricação de papel tissue do mundo.
Atualmente, a máquina atinge a velocidade máxima de 2.500 metros por
minuto na produção de papel higiênico convencional e 1.800 metros por
minuto no caso de papel higiênico
premium. Na categoria premium, é
empregado o processo ATMOS, que
consome cerca de 60 por cento menos energia e 30 por cento menos fibras que processos tradicionais. O
importante é que o equipamento pode
ser configurado rapidamente de um
tipo de produção para o outro, seja
convencional ou premium.
A máquina deve sua velocidade à
grande capacidade de secamento. O
novo cilindro Yankee tem um diâmetro
maior que o de seu predecessor e o
capuz secador Ultra Hood permite
temperaturas de até 650 graus. A
prensa de sapata NipcoFlex T, desenvolvida especialmente para a produção de papel tissue, reduz em 20 por
cento o consumo de energia. Os sistemas de ventilação e recuperação de
calor também são novos. O Tissue Innovation Center oferece aos clientes a
oportunidade de realizar eles mesmos
testes na máquina – atração que tem
gerado grande interesse, pois até dezembro a agenda está lotada para novos interessados. A Voith Paper também usa a máquinas de papel tissue
para atividades de Pesquisa e Desenvolvimento. No Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento de São Paulo, inaugurado em 1994, já foram desenvolvidos muitos novos componentes e
processos. //
report 2/2012 | 21
INSIGHT
Group
Conference
2012
22 | report 2/2012
INSIGHT
Como será o mundo de
2020? A Group Conference 2012 analisou as
perspectivas do futuro.
“Our future starts now” – nosso futuro começa agora. O lema da Group
Conference deste ano era, ao mesmo tempo, também um claro objetivo. Durante três dias, de 23 a 25 de
julho, este que foi o maior evento
desse tipo organizado pela Voith
para executivos teve como tema
central as oportunidades e desafios
dos próximos anos. De que forma o
mundo se transformará até 2020? E
quais impulsos temos de dar hoje
para lidar corretamente com essa
transformação?
Cerca de 500 altos executivos internacionais de 31 países ouviram atentamente todos os dias as palestras e
experiências de seus colegas nesse
quesito e, durante o programa noturno, discutiram os conhecimentos adquiridos – sem problema de compreensão algum, apesar das 29 línguas
presentes no evento. Pela primeira
vez, a matriz da Voith em Heidenheim
sediou a Group Conference, evento
realizado a cada três anos. Muitos
Voithianos ajudaram a fazer com que
a convenção fosse um acontecimento
elogiado por todos os participantes. O
participante que veio de mais longe foi
Mats Hansson, da Voith Turbo Austrália. Ele percorreu cerca de 16.500 quilômetros de distância em linha reta de
Wetherill Park até Heidenheim. A viagem, enfatiza Hansson, valeu a pena
com toda certeza. //
report 2/2012 | 23
INSIGHT
EINBLICK
O evento, no estilo de “audiência
pública”, ofereceu oportunidade
para uma minuciosa sessão de
perguntas e respostas com toda
a direção do grupo.
As inúmeras palestras dos colegas
vindos de todos os escritórios
regionais da Voith geraram motivos
para reflexão …
… e tema de conversa
para os intervalos no Cento de
Convenções de Heidenheim.
24 | report 2/2012
Transformação
e deslocamento
INSIGHT
Como a Voith se prepara para os desafios do futuro?
O CEO do grupo, Hubert Lienhard, explica as metas
e resultados da Group Conference 2012.
“Heidenheim I” já foi a quarta Voith Group Conference.
Por que fazer um evento assim na era da internet, do
Lync e das videoconferências?
A Voith Group Conference é o evento para executivos mais importante em nossa empresa. As discussões grupais, os impulsos lançados em conjunto e as emoções e experiências pessoais que surgem nesses momentos através do contato com
outros Voithianos tudo isso são oportunidades inigualáveis.
Qual foi a meta da convenção?
A Group Conference abriu o caminho
para a Voith chegar a 2020. Discutimos
como nosso mundo se transformará
nas próximas décadas e como a Voith
lidará com essa transformação: o que
temos de fazer hoje para continuar na
rota de crescimento obtida com sucesso até agora.
Quais transformações teremos nos próximos anos?
Os pesos políticos e econômicos no mundo se deslocarão
de modo irreversível. A Europa não continuará sendo o centro do mundo por muito tempo. Quando meus filhos tiverem
a idade que tenho hoje, estarão vivendo em um mundo em
que a Ásia será o centro político e econômico mundial. As
empresas que não participarem desse deslocamento nos
próximos anos e não ajudarem a defini-lo ativamente perderão cada vez mais importância ou desaparecerão totalmente do mercado.
O senhor fez uma apresentação durante a convenção
com o tema “Voith em 2020”. Que tipo de empresa será
a Voith em 2020?
Em 2020, a Voith será uma empresa com muitos centros
profundamente arraigados em suas regiões. Uma empresa
verdadeiramente internacional que se sente em casa nas
regiões importantes, que atende perfeitamente às necessidades do mercado em cada região e cresce nessas regiões
com produtos locais e gestão local. Mas, em 2020, a Voith
continuará sendo a Voith, apesar de todas as transforma-
ções. Uma empresa familiar com uma matriz forte em
Heidenheim, com valores e cultura próprios.
Qual é o recado da “Heidenheim I” ao grupo?
Da “Heidenheim I” saem três recados.
Em primeiro lugar, que as transformações na Voith e para a
Voith não são uma finalidade em si. Vivemos em um mundo
que passa por grandes transformações talvez jamais vistas.
Temos de enfrentar esse tema hoje. O
mundo não esperará por nós.
Em segundo lugar, que todas essas
Hubert Lienhard,
diretor-presidente
transformações trazem imensas oporda Voith GmbH,
tunidades para a Voith. Estamos conapresentou durante
seguindo lidar com todas as megatena Group Conference
uma palestra sobre
dências decisivas e temos as ideias,
o tema “Voith em
tecnologias e recursos humanos para
2020” e sobre o
continuar crescendo com elas. Ou
futuro do grupo.
seja, podemos encarar o futuro com
confiança e coragem.
E o terceiro recado é que aproveitar as oportunidades nos
mercados internacionais nos garante um crescimento de longo prazo, independência financeira e prosperidade econômica. Tudo isso abre para nós as possibilidades de preservar
nossa tradição e nossos valores de forma contínua. Não
manteremos a constância – sem o deslocamento.
Em sua opinião, qual foi o destaque desta edição da
Voith Group Conference?
Por um lado, as muitas conversas com os Voithianos, nas
quais pude sentir a imensa dedicação e o grande comprometimento deles com nossa empresa. E também a disposição para ajudar a definir e sustentar as transformações
dos próximos anos. E, por outro lado, o discurso do representante da família acionista no último dia da convenção, durante o qual ficou muito claro que a família apoia
a empresa sem restrições. Nossos sócios ajudam sem
­exceção a sustentar nosso atual curso de sucesso. A
­Voith é e continuará sendo uma empresa familiar. E não foi
só em mim que essas palavras deixaram uma impressão
marcante. //
report 2/2012 | 25
EINBLICK
INSIGHT
1
Sob um único teto
Quem quiser ter sucesso mundialmente precisa de uma marca forte. E uma marca forte
precisa de um design corporativo vivido na prática. Desde o lançamento, no ano
passado, cada vez mais materiais de trabalho têm incorporado a moderna imagem da Voith.
O mais novo exemplo da aplicação do novo design corporativo
é a total reformulação do site
www.voith.com. Equipamentos e
utensílios de escritórios (classificadores, material gráfico, cartões de visita
etc.) assumirão cada vez mais o
novo visual. Desde a implantação oficial do novo design, em maio de
2011, o processo avançou muito.
Reformulamos sistematicamente materiais de trabalho e comunicação e
definimos diretrizes e manuais detalhados.
A Voith é uma empresa internacional que quer ter raízes estabelecidas como marca forte local em cada
país. O design corporativo cumpre o
requisito para comunicarmos nossa
26 | report 2/2012
identidade corporativa de modo uniforme e inequívoco, independente de
fronteiras nacionais e divisões do
grupo.
O objetivo é claro e ambicioso: a
partir de 30/9/2012, o design corporativo será obrigatório mundialmente.
Até lá, ainda se pode consumir o material de escritório antigo. Outras mudanças exigirão mais tempo e preparação. Os sistemas de sinalização e
orientação não precisarão ser radicalmente revistos, mas aplicados
apenas em unidades do grupo novas
ou reformadas.
Quanto à intranet, antes de ela
assumir o novo visual queremos planejar e testar longamente todas as
medidas de reformulação. Um importante elemento de apoio na transição
é o portal Branding & Identity, disponível na intranet em branding-identity.
voith.com. Ali, os funcionários da
Voith receberão todas as informações e todas as instruções e modelos para publicações, anúncios, equipamentos para escritórios e muito
mais, em alemão e inglês.
Também há assistentes on-line
para criar material gráfico de escritório pronto para impressão. Muitas
vezes, o usuário nem precisa digitar
seus dados – o assistente obtém as
informações necessárias diretamente da intranet. O arquivo PDF assim
gerado é recebido por e-mail e pode
ser enviado diretamente à gráfica. //
EINBLICK
2
3
4
5
VISÃO GERAL DA IMPLEMENTAÇÃO
DO DESIGN CORPORATIVO
(1) Equipamentos e utensílios para
escritórios
Dos classificadores às capas de CD,
pastas e blocos de notas, do cartão
de mesa aos crachás de lapela: o logotipo azul da Voith agora brilha cada
vez mais no cotidiano de trabalho sobre um branco radiante e generoso.
Os comunicados enviados aos murais
de avisos, que, aliás, também foram
reformulados, agora serão afixados
com o design corporativo atual.
(2) Revistas
Justamente as revistas – tais como a
Voith Report e as Regional Reports –,
que são lidas tanto por Voithianos
como por clientes e agregados, terão
de se apresentar da melhor maneira
usando o novo design corporativo.
Para seguir esse alto padrão, também
há tutoriais no portal Branding & Identity. Existem ainda modelos prontos
para que as newsletters e folheteria
sejam reconhecidas e apreciadas à
primeira vista como publicações da Voith.
(3) Material gráfico
Foram estabelecidas diretrizes claras
para papéis timbrados, cartões de visita, cartões de cumprimentos e embalagens de postagem. Os assistentes online de CD ajudam na criação rápida e
segura de envelopes de postagem,
cartões de cumprimentos, papéis timbrados e cartões de visitas.
(4) Anúncios de recursos humanos
Como empregador cobiçado, a Voith
dá o tom já no anúncio de vaga. Dire-
trizes e manuais de design disponíveis
no portal Branding & Identity ajudam a
montar os anúncios de forma estruturada.
(5) Sistema de sinalização externa
As novas placas de sinalização já estão
sendo usadas na unidade de Garching.
A implementação em outras unidades
passará por longo planejamento antes
de se concretizar.
6
(6) Feiras
Em feiras setoriais, a marca Voith
apresenta-se de modo uniforme, franco e moderno. As diretrizes e instruções para a montagem do estande de
exposição ideal serão publicadas no
final do atual exercício no portal Branding & Identity. //
www.branding-identity.voith.com
report 2/2012 | 27
Insight | Entrevista
O MERCADO NÃO ESPERA
A indústria papeleira passa por uma transição estrutural radical e irreversível.
nosA Voith Paper também teve de reagir à mudança na situação do mercado.
Nesta época difícil, planejar para o longo prazo compensa ainda mais.
Senhor Sollinger, há tempos se fala da substituição de
papéis gráficos por mídias digitais. Os atuais desdobramentos do mercado não eram previsíveis?
Observamos o mercado mundial de papel nos mínimos detalhes e há anos começamos a nos adaptar a um retrocesso entre os produtos gráficos. Entretanto, a velocidade da
transição supera todas as previsões. Isto porque foram vendidas as mídias eletrônicas em enormes quantidades. No
período de um ano, a demanda por novas máquinas de fabricação de papel para impressão caiu cerca de 90 por
cento. E como estamos falando de uma transformação estrutural, trata-se não de uma queda momentânea, mas de
uma tendência irreversível.
Que repercussões concretas tem
essa situação para a Voith Paper?
Devido à situação do mercado, enfrentamos uma contínua redução do
faturamento com máquinas de papel
gráfico. Isso gera consequências negativas também para outras linhas de
produtos ligadas à fabricação de máquinas. Em uma situação como esta,
é decisivo reagirmos oportunamente,
de maneira refletida e firme, às transformações do mercado. Mesmo que isso provoque medidas bastante dolorosas para todos nós. O retrocesso no
setor de máquinas de papel gráfico não é um movimento de
mercado cíclico, mas estrutural e, a nosso ver, irreversível.
Por isso somos obrigados a adaptar nossas unidades de
Heidenheim, Ravensburg, Krefeld e St. Pölten – todas são
centros de fabricação de máquinas gráficas ou componentes de tais máquinas. O corte de empregos é inevitável. Seria negligente de nossa parte se esperássemos parados.
As grandes máquinas de papel gráfico foram durante
muito tempo o carro-chefe da Voith Paper. Que linhas
preencherão essa lacuna?
28 | report 2/2012
Faz mais de dez anos que começamos a montar novas linhas. Graças a isso nossa posição já é bem mais ampla e
podemos manter parcialmente sob controle uma drástica
transformação de mercado como a que estamos vivendo agora.
Com muita dedicação de todos os envolvidos, conseguimos ampliar nosso negócio com outros tipos de papel.
Temos hoje uma posição de liderança na área de máquinas
de fabricação de papel para caixas e embalagens e de papéis especiais. Além disso, graças a uma equipe incrivelmente motivada, ingressamos novamente no mercado de
máquinas de papel tissue. E não só isso: hoje somos um
fornecedor completo por atuarmos também em automação, soluções ambientais e sistemas pneumáticos e ampliamos nossas atividades nas áreas de produtos e serviços. Essas conquistas só foram
possíveis com a dedicação e força
inovadora dos envolvidos em escala
global. Graças ao trabalho de desenHans-Peter Sollinger,
diretor-presidente da
volvimento realizado nos últimos anos
Voith Paper, explica as
em muitas áreas, oferecemos à indústransformações no
tria papeleira tecnologias cruciais que
mercado papeleiro
mundial e os próximos
nos ajudam a compensar permanenpassos para essa
temente o retrocesso de volumes na
divisão do grupo.
área de papéis gráficos.
A situação do mercado parece estar se transformando
não só nos produtos gráficos. Há também sinais de uma
tendência de redução do porte de máquinas …
Isso mesmo. As máquinas de papel de porte médio estão
ganhando cada vez mais importância. A era dos grandes
equipamentos parece ter acabado. Nossos clientes, sobretudo na crescente área de caixas de papelão e papéis para
embalagens, pedem máquinas que exijam menos investimento e ainda assim não desperdicem os recursos naturais. Nesses casos, para poder oferecer um preço de mercado, temos de reduzir consideravelmente nossos custos e
somos obrigados a manter uma fabricação essencialmente
local dessas máquinas.
Insight | Informativo
A demanda por papelão e
material para embalagens
cresce sobretudo na Ásia.
Esse é um dos motivos para a reorganização da Voith
Paper. Estamos separando funções regionais e globais de
nossa empresa para poder trabalhar de modo eficiente e
centrado no cliente. Temos de nos estabelecer com firmeza ainda maior nas regiões para que nosso mercado doméstico seja não um país específico, mas o mundo. Precisamos ter sólidas organizações regionais em cada local
que sejam parceiras de nossos clientes e conheçam as especificidades dos fabricantes de papel locais. Além disso,
contamos com um crescimento de nossos serviços, onde
a atuação centrada no cliente muitas vezes é decisiva.
Nossas divisões da Voith Paper não continuarão existindo
na forma atual, mas continuaremos oferecendo todos os
nossos produtos e soluções – através de uma de nossas
organizações locais.
Em sua opinião, como será a Voith Paper daqui
a cinco anos?
A Voith Paper é bem situada no mercado papeleiro, que
continua sendo um campo interessante para nós. Para garantir nossa posição de liderança, ouvimos o que o mercado tem a dizer. Estamos trabalhando para ampliar nossa
posição ainda mais. Por exemplo, em breve seremos capazes de oferecer novidades na área de máquinas de secagem de celulose. Máquinas de papel gráfico, por outro lado,
contribuirão para o faturamento em medida bem menor do
que no passado.
Além disso, o segmento de máquinas de médio porte
ganhará importância para nós. E, claro, a Ásia continuará
sendo um tema importante. Assim como nos últimos
anos, grande parte dos contratos mundiais também virá
dessa região.
Cortes e mudanças, como os que temos de fazer
atualmente, são sempre difíceis. Mas são necessários para
mantemos nossa sólida posição. //
MUDANÇA
DE HÁBITO
A transição para a sociedade digitalizada, que
ocorre em muitos lugares, tem repercussões
profundas para a demanda por papel. Elas atingem principalmente os chamados papéis gráficos, usados sobretudo para fazer jornais, revistas e livros. Esse tipo de papel enfrenta agora a
pesada concorrência das mídias digitais. Portais
de notícias, tablets como o iPad ou aparelhos leitores de livros fizeram a demanda recuar consideravelmente em todo o mundo. A substituição
por mídias digitais é uma transição estrutural não
apenas na América do Norte e Europa. Também
na Ásia já se espera um crescimento menor do
consumo de máquinas de papel gráfico.
Por outro lado, a perspectiva do papelão e
papéis para embalagens é positiva. A demanda
por esses papéis cresce sobretudo na Ásia, graças ao crescimento econômico de países asiáticos e à globalização. Entretanto, procura-se
cada vez mais equipamentos de médio porte,
que exigem menos investimento. Além disso, o
desenvolvimento econômico e cultural na Ásia e
nos mercados em crescimento no mundo todo
eleva o padrão de vida local. Isso se mostra na
crescente demanda por papel tissue e papéis especiais. Mas o mercado papeleiro mundial continua crescendo. //
report 2/2012 | 29
No local
Do final de julho até setembro,
serão disputados em Londres os
Jogos Olímpicos de Verão e os
Jogos Paralímpicos.
30 | report 2/2012
No local
Rumo
ao ouro!
Neste verão europeu, cerca de 10.000 atletas de 200 nações disputaram medalhas olímpicas em Londres e milhões de espectadores de
todo o mundo povoaram a capital britânica. Além de 70.000 auxiliares
voluntários, a Voith também prestou importante contribuição para
o sucesso do evento. Participar do evento é uma grande realização –
e foi exatamente isso que a Voith tornou possível.
I
magine que é época de Olimpíadas e ninguém
consegue chegar ao local dos jogos! Quem já
tentou ir de uma extremidade de Londres à outra atravessando o denso tráfego da cidade não vê
nada de absurdo nessa ideia. Uma das condições
impostas pelo Comitê Olímpico às cidades candidatas à realização dos XXX Jogos Olímpicos de
Verão foi um perfeito planejamento de transportes para os esperados 800.000 passageiros diários.
E Londres de fato se preparou bem – juntamente
com a Voith.
Onibus e trens sempre foram os meios de
transporte mais importantes da metrópole de oito
milhões de habitantes – cerca de 3,5 milhões de
pessoas utilizam diariamente o chamado “tube”, o
metrô londrino. É como se a população inteira de
Berlim estivesse usando o metrô ao mesmo tempo.
O passageiro de um dos 3.000 trens do metrô londrino que atravessa os túneis subterrâneos sempre
é acompanhado por um engate Wedgelock da
Voith. Esse passageiro pode ter certeza de que os
vagões permanecerão unidos não apenas mecanicamente, como também por vias pneumática e elé-
trica, para que as portas continuem se abrindo e os
cabos elétricos não terminem subitamente.
Para os jogos, Londres apostou ainda mais no
metrô e nos ônibus vermelhos de dois andares,
mundialmente conhecidos. O perfeito funcionamento de tudo dependeu não apenas de equipamentos com componentes de primeira categoria,
tais como as engrenagens automáticas DIWA e engates da Voith, como também da assistência técnica. Realizar manutenção e limpeza e manter os
equipamentos e cabines de carros em perfeitas
condições: para isso também se precisa dos especialistas da Voith, que fazem um trabalho digno de
premiação olímpica.
Desde 2011, uma equipe de 80 pessoas da
Voith Industrial Services cuida da conservação de
600 ônibus da empresa de transportes London
United. Em centros de assistência técnica da Voith
Turbo em Croydon e Greenford, componentes
tais como engrenagens, sistemas de refrigeração
ou engates Scharfenberg de trens de curta e longa
distância passam por manutenção, com até 10.000
componentes diferentes.
report 2/2012 | 31
Vor Ort
3.000
1.500
50
Todos os 3.000 trens do metrô lon-
Circulam em Londres 1.500 ônibus
Três balsas percorrem o Tâmisa,
drino são equipados com engates
de dois andares com engrenagens
movidas por hélices Schneider da
Wedgelock da Voith, entre eles as
DIWA da Voith. Além disso, em
Voith (VSP) modelo 20E. Elas en-
linhas que conduzem ao parque
quatro garagens de ônibus da
frentam um desafio: quando as
olímpico. Em toda a malha de trens
companhia de transporte de curta
condições da corrente são difíceis,
são transportadas diariamente
distância London United, a Voith
isso exige uma especial capacida-
mais de três milhões de pessoas.
Industrial Services é responsável
de de manobra – nisso a VSP tem
Nos trens de curta distância, foram
pela manutenção diária e pela lim-
eficiência testada e comprovada
montados 4.000 engrenagens
peza interna e externa de cerca de
há 50 anos.
axiais, 2.700 turbo-engrenagens,
600 ônibus.
1.600 eixos articulados, 1.000 limitadores de torque, 500 engates de
alta elasticidade e 300 conjuntos
radiadores da Voith.
Quebra de recordes
não apenas durante os Jogos Olímpicos
50 anos de Voith
na Grã-Bretanha
1962
1970
1977
Fundação da
Ampliação dos
Venda da primeira
Voith Engineering
setores de Vendas
engrenagem para
Limited; entrega
e Atendimento ao
ônibus DIWA
da primeira turbo-
Cliente. Mudança
D851. Inicia-se a
engrenagem
para Thornton
área de negócios
à British Rail
Heath, nas cerca-
de pós-venda
nias de Londres; a
fábrica muda para
West Norwood
32 | report 2/2012
400.000
No Local
Na King’s Lynn, a maior fábrica de
Enquanto as disputas por medalhas são realizadas no estádio olímpico novo em folha, as empresas de transporte correm contra o tempo. Apenas
o Javelin, primeiro trem de alta velocidade da
Grã-Bretanha, que também tem equipamentos
Voith, transporta milhares de passageiros por hora
e gasta apenas cerca de sete minutos da London
St. Pancras International Station, no centro de
Londres, à Stratford International Station, no leste. O Eurostar, com seus engates Voith, transporta
visitantes vindos de Paris ou Bruxelas pelo túnel
abaixo do Mar do Norte, enquanto outros trens
trazem os passageiros da Escócia ou outras partes
da Grã-Bretanha. Apenas a companhia ferroviária
Virgin Train ampliou os horários de operação
para trens de longa distância de 18 para 22,5 horas
– e mais de 470 funcionários da Voith Industrial
Services mantêm os compartimentos em perfeitas
condições 24 horas por dia.
Não importa a qual evento esportivo que se
queira assistir em Londres: a Voith muito provavelmente estará presente na viagem à cidade-sede
dos jogos. De qualquer forma, a Voith já está estabelecida na Grã-Bretanha há 50 anos: a Voith Industrial Services oferece “Make Ready Services”
sob medida para empresas de transportes; a Voith
Turbo é uma parceira competente na área de sistemas de acionamento; e quem quiser se informar
sobre os resultados dos jogos lendo um jornal terá
nas mãos um pedaço da Voith, pois o papel é fabricado na maior fábrica de papel do mundo, a King’s
Lynn, equipada com uma máquina de produção de
papel da Voith. No Tâmisa também se vê a tecnologia testada e comprovada da Voith: as hélices
Schneider da Voith movem as três balsas no distrito de Woolwich, no sul da cidade. Cada uma delas
transporta por viagem passageiros e veículos com
um peso total de até 200 toneladas – e isso também
ocorre desde 50 anos atrás. //
papel jornal do mundo, é usada
uma máquina de fabricação de papel da Voith. Ela produz 400.000 toneladas por ano, com velocidade
de 2.200 metros por minuto. A estação Deinking para tratamento de
papel usado também é um equipamento Voith. O TwinDrum, o maior
tambor desagregador do mundo, é
capaz de processar 2.000 toneladas de papel usado por dia.
225
Não só o Eurostar como também o
Javelin Train é totalmente equipado
com engates automáticos Scharfenberg da Voith. Ele atinge a velocidade de 225 quilômetros por hora
e gasta apenas sete minutos para
percorrer os cerca de doze quilômetros da St. Pancras International
à Stratford International Station, no
parque olímpico. Oito trens transportam por hora 25.000 passageiros. Além disso, por encomenda da
Alstom Transport, a Voith Industrial
Services assume a limpeza de bordo dos trens e galpões de manutenção da Virgin Trains, na West
Coast Main Line, e a limpeza de
bordo e externa dos vagões-dormitório que transitam entre as estações de Euston e Glasgow.
1983
1984
1990
2000
2005
2010
Encomenda de
Venda da primeira
Cerimônia de
Voith Turbo
A Voith Industrial
Inauguração do
grande volume
máquina de
inauguração da
­L imited incorpora
Services incorpo-
Rail Service Cen-
da British Rail:
fabricar papel
unidade de
a Fluidrive
ra a Premier
ter em Greenford,
turbo-engrena-
completa à
Croydon, com
­E ngineering
Manufacturing
nas cercanias de
gens T-211-
Thomas Tait,
50 convidados.
­( produção, ven-
Support Services,
Londres
para 150 trens
Escócia
Escritórios e
das e assistência),
com sede em
rápidos. Pós-
fábrica passam
do grupo de TI
Warwick, Inglaterra
venda em rápida
a funcionar no
ascensão
mesmo local
report 2/2012 | 33
No local
Um belo papel
O dinheiro não apenas movimenta o mundo, como também
­viaja pelo mundo. Na forma de cédulas, ele passa por
­incontáveis mãos. Por isso, os padrões de qualidade deste
­cobiçado pedaço de papel são elevados.
Cada vez mais países querem passar a fabricar suas próprias cédulas bancárias. A Índia, por exemplo, fechou com
a Voith, em março, o contrato de maior volume nesta área
até agora, para construção de duas máquinas de fabricação de cédulas.
O contratante é o Bank Note Paper Mill India, que encomendou a construção de uma fábrica completa para fabricação de cédulas com duas máquinas de papel. Por trás
desse contrato, está o fato de que a Índia, assim como a
China, também quer se tornar completamente independente
na fabricação de cédulas de dinheiro. “A China já está em
ótimo caminho rumo à independência”, diz Wolfgang Neuss,
Diretor de Vendas da Voith Paper de Düren responsável pelas máquinas de fabricação de papel-moeda e papel de segurança. Com as duas novas máquinas de papel – além de
uma fábrica já encomendada em 2010 – a Índia preenche o
requisito para cobrir a demanda interna por rupias.
O papel-moeda contém
cerca de 200 diversos
atributos de segurança.
Essa é uma tendência que a Voith, como líder de mercado na fabricação de máquinas de papel de segurança,
considera bem-vinda. A Europa ainda é o maior fabricante
de papel-moeda, mas de três anos para cá tem crescido
muito a demanda por máquinas de fabricação de papel de
segurança em outros continentes, sobretudo na Ásia. “A
demanda crescente, tal como na China, Índia e Indonésia,
tem a ver também com o crescimento econômico desses
países”, explica Neuß.
34 | report 2/2012
Os padrões de qualidade do mais cobiçado pedaço de
papel do mundo são elevados: durante sua vida útil, as
cédulas bancárias passam por incontáveis mãos, carteiras
de dinheiro e bolsas. Elas precisam resistir à sujeira e umidade e à lavagem acidental na lavadora de roupas e não
podem rasgar nem quando forem amassadas e dobradas
pela milésima vez. Isso é possível graças ao robusto material de base usado na maioria das cédulas: o algodão. Para
a fabricação de papel-moeda usa-se na maioria das vezes
o chamado estame do algodão, resíduo produzido pela indústria da fiação.
A “receita” de fabricação do papel-moeda está entre os
segredos mais bem guardados do mundo financeiro. Isso
não surpreende: os criminosos estão sempre tentando fabricar notas fraudulentas com a aparência mais autêntica
possível. Até o euro, tido como especialmente à prova de
falsificações, sempre cai na mira dos gatunos: apenas no
primeiro semestre de 2008 o Banco Central Alemão registrou quase 20.000 fraudes.
Para evitar o máximo possível casos assim, a qualidade
e fabricação do papel devem ser sempre inspecionadas e
aperfeiçoadas. Além disso, o papel-moeda contém cerca
de 200 diversos atributos de segurança. Entre os mais
­conhecidos estão a marca-d’água, fibras fluorescentes e
um fio de segurança feito de material sintético com alumínio
vaporizado, que é inserido na máquina de fabricação de
­papel.
Na MasterVat, uma peneira redonda alimentada por
corrente contínua e otimizada pela Voith, a marca-d’água
se forma juntamente com o papel-moeda. As máquinas especiais necessárias para esses processos são responsabilidade de uma equipe de engenheiros de Düren, cidade às
margens do rio Reno e perto de Colônia. A equipe da Voith
Paper não apenas desenvolve continuamente essas máquinas, como também as constrói e distribui mundialmente. A
No local
A Índia, assim como a China, ­também quer
se tornar completamente independente na
fabricação de cédulas de dinheiro.
MasterSizer, desenvolvida recentemente, também foi
concebida em Düren: ela revoluciona o processo de impermeabilização e já se tornou padrão em todas as máquinas
da Voith para fabricação de papel-moeda e papel de
segurança.
A Voith é líder de mercado nesse segmento. Cerca de 45
máquinas da empresa são usadas mundialmente na fabricação de papel-moeda e papel de segurança. Mas isso não
é tudo: nos últimos anos, a Voith participou de todos os
contratos para construção de fábricas novas. “O consumo
em países de economias prósperas cresce continuamente.
A China e a Índia são bons exemplos”, diz Neuss, com otimismo. Segundo ele, outras nações seguirão, inclusive
para não terem de importar suas cédulas bancárias fabricadas no exterior. Essas são as condições ideais para que o
grupo possa continuar fornecendo fábricas e ampliando
sua posição de mercado. Diz Neuss: “Estamos muito
bem preparados.” //
Líder em papel especial
Suíça Em 2010, a Voith forneceu ao
fabricante suíço de cédulas bancárias LandQuart o equipamento completo para formação de folhas, umedecimento e impermeabilização usado na conversão de uma máquina
Fourdrinier convencional em uma máquina
para fabricação de papel-moeda.
India No mesmo ano, a SPMCIL Hoshangabad, fabricante indiano de papel-moeda, assina um contrato de fornecimento de uma f
para fabricação de papel para cédulas. A
obra será iniciada no início do ano que vem.
Rússia Ainda em 2010, a Goznak, fabricante de papel russa, encomenda uma fábrica para fabricação de papel para cédulas e
outros tipos e papel de segurança -- abrangendo desde o depósito de matéria-prima
até a fase de embalagem. A operação deverá
começar em 2014.
India O contrato de maior volume até agora
é assinado em março com a Bank Note
Paper Mill India, abrangendo a construção
de uma fábrica completa com duas máquinas de papel. A Voith será responsável também por toda a transferência tecnológica e
treinamento de técnicos qualificados.
report 2/2012 | 35
No local
Com muita energia
Circunstâncias incomuns exigem medidas incomuns: duas monjas do
mosteiro ­beneditino das Irmãs Africanas da Comunidade de Santa Agnes
de Chipole arrumaram as malas para fazer um curso em St. Georgen, Áustria.
­Elas queriam aprender a fazer consertos e manutenção por conta própria
em sua própria central hidrelétrica no sudoeste da Tanzânia.
S
uaves colinas separadas por extensos gramados e terrenos
agrícolas com terra de cor vermelha escura, cortadas por inúmeros
rios. A cidade mais próxima, com eletricidade e telefone, fica a 30 quilômetros. A 900 metros de altura encontrase o mosteiro no qual 300 freiras vivem
com autossuficiência total e cuidam de
seus protegidos – cerca de 1.200 órfãos
e meninas de famílias pobres. Ali há
um jardim de infância, uma escola de
Ensino Fundamental, Ensino Médio e
Ensino Profissionalizante, um orfanato, uma farmácia própria, serralheria,
marcenaria, açougue e padaria, onde as
crianças também recebem formação
profissional em trabalhos manuais.
Para tudo isso é preciso energia,
E a energia é fornecida, há quase
sete anos, por uma pequena central
hidrelétrica localizada nas proximidades e construída por um empresário
suíço e mecenas do mosteiro, com
ajuda de doações. Os componentes
principais foram doados pela Kössler,
subsidiária da Voith em St. Georgen,
Áustria. Com 418 quilowatts de
potência nas turbinas, a central abastece exclusivamente o complexo do
mosteiro com suas diversas instituições. Não há rede elétrica pública.
Antes da instalação da central hidrelétrica, ­havia eletricidade apenas duas
vezes por dia, durante duas horas –
graças a geradores a diesel. Os equi-
pamentos da serralheria e marcenaria
funcionavam com motores a gasolina.
Porém, recentemente, houve uma parada da central hidrelétrica. “A central
simplesmente parou e não sabíamos o
que fazer”, conta a madre superiora,
Yoela Luambano. “A falta de eletricidade traz grandes restrições em nossa vida
cotidiana. Não é possível realizar tarefas
de escritório com computador, e não
podemos cozinhar, nem lavar.” Nem
mesmo a irmã Hildegarda Mwalongo,
técnica em eletricidade e responsável
pela central hidrelétrica, conseguiu encontrar a causa. Ela entrou em contato
por e-mail várias vezes com a Kössler
para localizar as falhas, mas não teve sucesso. Todo equipamento elétrico deve
Para poderem fazer sozinhas
a manutenção na estação de
força, as irmãs Yoela Luambano e Hildegarda Mwalogo (à
esquerda) receberam treinamento na Kössler, na Áustria.
Aqui elas são fotografadas ao
lado de Roland Münch, diretor-presidente da Voith Hydro
(direita), e Josef Lampl, diretor
executivo da Kössler.
36 | report 2/2012
No local
passar por manutenção, mas, para isso,
faltam tanto mão de obra especializada
local como dinheiro.
A única possibilidade é aprender por
conta própria os meios de eliminar as
panes. A Kössler ofereceu às monjas um
treinamento e o patrocinador suíço assumiu os custos. Acompanhada pela
irmã Yoela, que já havia viajado várias
vezes para fora da África, a irmã Hildegarda foi de avião à Europa.
IEssa não só foi a primeira vez que ela
deixou sua terra, como também foi sua
primeira viagem de avião – para um
mundo totalmente desconhecido. Apesar das muitas novas experiências na terra estrangeira, ela esteve bastante concentrada: “Ela pegava a ferramenta e
preferia trabalhar em vez de apenas observar”, diz Marcel Bösch, que sete anos
antes atuou no mosteiro como
coordenador de projeto.
Durante duas semanas, as irmãs ficaram hospedadas no Lilienhof, lar das
Irmãs da Comunidade Maria Ward, em
St. Pölten, bem perto da Kössler.
Durante o dia, elas participavam da instalação e ajudavam a montar uma turbina Kaplan e eliminar panes em outros
equipamentos. “Durante dois dias, elas
foram treinadas também no uso do programa de computador para o controle
da estação de força”, conta Karl Hen-
ninger, gerente de produto da Kössler.
O que significam as mensagens de erro?
Quais delas são simples alertas e quais
significam que a estação de força deve
ser desativada? “Fizemos simulações de
falhas para que elas aprendessem como
proceder para encontrar a causa”, diz
Henninger. E deu certo: a central hidrelétrica voltou a funcionar. A causa da
falha foi um erro no indicador de posição do rotor. “Estávamos prestes a
contratar um técnico por nossa própria
conta para ir à Tanzânia”, recorda Henninger. “Foi então que a irmã
Hildegarda resolveu o problema sozinha. Tiro o chapéu para as irmãs.” //
No sudeste da Tanzânia, no
centro do país, uma pequena
central hidrelétrica fornece
energia ao complexo do
mosteiro das Irmãs da
­Comunidade de Santa Agnes.
300 monjas vivem aqui
­cuidando de cerca de
1.200 crianças de famílias
­pobres e órfãos ­vítimas da AIDS.
Dependência de doações
Chipole
Tanzânia
O mosteiro beneditino de Santa Agnes de
Chipole foi fundado em 1938 com a missão de
ajudar os pobres e necessitados da região.
Hoje, as atividades do mosteiro estão concentradas na assistência a portadores do HIV e doentes de AIDS. Um dos maiores problemas do
país são os inúmeros órfãos que perderam seus
pais e muitas vezes também os avós na epidemia. A finalidade do mosteiro é oferecer a crianças e adolescentes a melhor educação possível
para que eles possam ter um futuro melhor.
Para isso, o convento depende de doações.
Mais informações:
www.chipolestagnes.org ou procure
a Voith Hydro pelo tel. +49-73 21-37-65 29
report 2/2012 | 37
Marcos
38 | report 2/2012
Marcos
Um peso-pesado
em alto-mar
Quando comparada com os funcionários da Voith
Christian Aumüller e Dennis Mertens (à dir.), a nova
hélice Voith Raial Propeller (VRP), com 80 toneladas,
mostra suas dimensões consideráveis. Com uma
potência de entrada de 5.500 quilowatts, esse propulsor gigante gera um impulso de 108 toneladas. A
título de comparação, os quatro mecanismos propulsores de uma aeronave Boeing 747 geram 80 toneladas. O colosso é empregado em um navio para
construção de usinas de energia eólica off-shore. O
navio recebe quatro desses pacotes de força. Além
dessa área de aplicação, a VRP é usada também em
plataformas flutuantes no transporte off-shore de petróleo e gás natural, bem como em navios-sonda.
Um primeiro protótipo acaba de ser fabricado.
O desenvolvimento e a construção ficaram a cargo
da unidade da Voith em Heidenheim. Em comparação com modelos de fabricantes concorrentes,
a VRP atinge a eficiência energética máxima. Isso foi
confirmado em minuciosos ensaios-piloto realizados
no Instituto de Ensaios de Engenharia Naval de
Potsdam. //
report 2/2012 | 39
Marcos
Mistura
perfeita
40 | report 2/2012
Sensores em locais estipulados
medem continuamente
todos os parâmetros críticos da
fabricação de papel. Isso
permite uma rápida e sistemática
reação a eventuais desvios.
marcos
O Advanced CT Control
System é capaz de controlar
todo o processo de fabricação
de papel – aqui ele é usado
pela Perlen Papier AG,
nossa cliente.
Quem fabrica papel precisa de mais do que apenas celulose e água. É necessário ter também a exata mistura e
dosagem de inúmeros aditivos. O Advanced CT Control
System da Voith permite fazer isso com precisão.
Sem o uso de produtos químicos e minerais, a moderna
fabricação de papel é impensável. São diversas as funções
dos princípios ativos empregados, entre elas: garantir as
características desejadas do papel, tais como grau de
brancura, brilho ou firmeza, manter o processo de produção operando 24 horas por dia e garantir a qualidade da
água utilizada. “Hoje”, explica Christian Naydowski, “cada
fábrica de papel tem em média 15 fornecedores que as
abastecem com diversas substâncias”.
Naydowski é gerente de Pesquisa e Desenvolvimento
na área de tecnologia química na Voith. Juntamente com
sua equipe, ele comprovou que a quantidade de produtos
químicos acrescentados só é realmente eficaz dentro de
certos limites restritos. Caso haja quantidade a menos, isso
gera custos para o fabricante de papel, mas sem o efeito
desejado. Por outro lado, no caso de quantidades a mais,
os custos não só aumentam como também surgem efeitos
colaterais indesejados. Diz Naydowski: “A máxima de que
”mais é melhor” é falsa também no caso da produção de papel”.
De fato, muitas vezes, mais equivale apenas a “caro demais”.
O que torna essa questão complicada é que a quantidade de aditivos é apenas uma entre centenas de diversos
parâmetros que influenciam a qualidade do papel, da água
e do processo de fabricação como um todo. Outros fatores
de influência são, por exemplo, os minerais empregados, o
teor de gás e oxigênio ou a temperatura no equipamento.
Não só cada parâmetro específico como também a combi-
nação desses parâmetros entre si é que influencia o processo e a qualidade do produto final. Diz Naydowski: “Por
isso deve-se supervisionar e controlar toda a produção de
papel, de modo que o equipamento tenha sempre o desempenho ideal e a qualidade do papel e da água seja exatamente aquela especificada pelo fabricante”. Para isso,
todos os parâmetros críticos têm de ser medidos continuamente. Em caso de detecção de desvios, a dosagem de
determinadas substâncias tem de ser alterada.
É exatamente isso que faz o Advanced CT Control System da Voith, que controla todo o processo de fabricação
de papel. O sistema compreende medidores e sensores colocados em posições estipuladas durante a etapa de tratamento de materiais e na máquina de fabricação de papel.
Os resultados das medições são registrados on-line e avaliados. Ao mesmo tempo, o sistema permite um controle
dos equipamentos de dosagem em questão de segundos.
O sistema de controle já passou pelo teste de fogo.
Como ele foi concebido como novo componente do Integrated EcoMill, a Voith pôde testar o Advanced CT Control
System em uma de nossas clientes, a Perlen Papier. A estratégia deu certo: “Nunca teríamos imaginado que os sensores CT funcionariam de modo tão confiável e estável”,
admite Jörg Michel, membro da direção da empresa suíça.
“O diagnóstico CT on-line nos convenceu totalmente e é um
perfeito complemento para o Integrated EcoMill.” Com o
Advanced CT Control System, a fábrica de papel do futuro
está um passo mais próxima de se tornar realidade. //
report 2/2012 | 41
PANORAMA
Local da boa esperança
Localizada nas proximidades da Voith Turbo da África do Sul, a Ithembelihle Lsen School é uma instituição para crianças com deficiências
físicas. No decorrer dos anos, estabeleceu-se uma espécie de parceria
que a Voith deseja fortalecer ainda mais no futuro.
C
omo prova disso, a empresa
doou dez smartboards, juntamente com projetores e laptops, no valor de 37.000 euros, permitindo que professores montem suas aulas
com mais participação e dinamismo.
Em vez dos tradicionais quadros
de giz, os cerca de 200 alunos agora
sentam de frente para grandes quadros
brancos eletrônicos, que são conectados a um computador e funcionam
como telas interativas. A tela é equipa42 | report 2/2012
da com sensores que reagem ao toque.
Assim, todas as fotos e ilustrações que
o professor projeta na tela com o projetor são complementadas à mão com canetas especiais.
Isso faz com que as crianças descubram o mundo de uma forma que elas,
devido a suas respectivas deficiências,
nunca puderam conhecer e talvez nunca conhecerão. “Elas escutam o barulho de ondas e o rugir de um leão e têm
condições de participar ativamente da
aula. Graças a esse equipamento multifuncional e multimídia, elas ficam virtualmente sedentas de novos conhecimentos”, explica Leonor Ngozi,
diretora da escola. As crianças, que têm
deficiências tais como ausência de
membros, doenças do aparelho motor
ou da musculatura, recebem cuidados e
aulas de uma equipe de 20 professores,
fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Os smartboards
facilitam também o trabalho dessa
Panorama
Janela para o mundo
Ithembelihle é uma escola financiada pelo Estado, mas depende de doações para comprar materiais didáticos e equipamentos. O
princípio máximo da escola é receber qualquer criança independente de sua situação
social e origem. A mensalidade custa o equivalente a 100 euros por ano e apenas 20 dos
pais de alunos têm condições de pagar esse
valor.
A escola foi fundada no início dos anos 90
por iniciativa de professores. A instituição
compõe-se de salas de aula, administração,
alojamento, refeitório e centro de mídia com
biblioteca. Nesta última, os livros e as histórias representam para os alunos uma janela
para o mundo.
Joanesburgo
África do Sul
equipe: é possível salvar a imagem criada no quadro e, por exemplo, disponibilizá-la aos alunos como material de
estudo.
“A maioria dos alunos vem de famílias pobres. Por isso temos orgulho
de poder ajudar a possibilitar que eles
tenham uma educação melhor”, diz
Graham Russell, diretor executivo da
Voith Turbo da África do Sul. A escola usa o equipamento inovador desde
agosto de 2011. Mas desde já se vê
que cada vez mais alunos conseguem
ser promovidos para uma série escolar
superior e, dessa forma, conseguem
uma oportunidade real de se estabelecerem no mercado de trabalho local.
“Além dos smartboards, a Voith equipou a administração da escola com
modernos programas de computador
e prestou apoio ensinando a usá-los”,
diz Russell. Assim, a escola fará realmente jus a seu nome, pois Ithembelihle significa “local da boa esperança”. //
Com os smartboards da Voith,
os alunos da Ithembelihle
Lsen School têm à disposição
um moderno recurso didático.
Em todas as regiões africanas
com déficits educacionais, o
acesso ao ensino qualificado é
importante para o indivíduo
poder se firmar no mercado de
trabalho. Para os professores,
o smartboard (foto inferior) é
um grande alívio de trabalho e
para as crianças ele significa
interatividade em sala de aula.
report 2/2012 | 43
Panorama
Uma metrópole
no paraíso
T
Michelle McLain, 65,
­trabalha há oito anos na
Voith Turbo em Brisbane,
Austrália. Aqui, ela conta
por que vale a pena visitar
essa jovem cidade – tanto
no verão como no inverno.
44 | report 2/2012
enho a satisfação de lhe apresentar a minha cidade. Nasci e fui
criada aqui. Brisbane é a capital
do estado de Queensland e tem cerca
de dois milhões de habitantes. Esse
fato a torna a terceira maior cidade da
Austrália. Comparativamente jovem –
com menos de 200 anos – desde 1990
Brisbane é uma das cidades australianas
com o maior ritmo de crescimento.
A cidade também obteve reconhecimento internacional – tal como nos
Jogos da Commonwealth de 1982, na
Exposição Universal de 1988, bem
como em 2001, durante os Jogos da
Boa Vontade, espécie de Olimpíadas
alternativas.
Adoro aproveitar o tempo livre
para correr em nossas extensas praias,
caminhar em nossos bosques tropicais,
comer em nossos muitos restaurantes
internacionais e estar com minha famí-
lia e amigos. Nosso fantástico clima
subtropical, com verões quentes e úmidos e invernos frios e ensolarados, e as
espetaculares paisagens locais nos estimulam a viver a vida literalmente ao ar
livre.
Em termos de esportes, por exemplo, o rúgbi, o críquete, o tênis e a natação são elementos importantes de
nossa cultura. Ou então, explore Brisbane em passeios a pé ou de bicicleta. A
cidade é cortada por passeios para pedestres e pontes. Eles se estendem do
South Bank aos quarteirões artísticos
localizados a pouca distância e ao
Central Business District, que é o centro da cidade.
Estou muito curiosa para saber se
minha cidade lhe deixou uma boa impressão. Para isso, claro, você precisa
vir aqui. Receba minhas calorosas boas-vindas! //
Panorama
O Lo
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O rio Brisbane passa serpenteando próximo
ao centro da cidade até atingir sua foz e
despejar suas águas no mar de corais.
sua equipe
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Michelle McL
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Mineração
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dos setores
Nossa unidade
Nossa empresa está sediada em Archerfield,
um dos principais centros industriais de
Brisbane. Em 1994, a Voith incorporou a
Hydraulic Company, onde trabalho há oito
anos. Isso faz de mim um dos primeiros
membros da Voith aqui em Brisbane. Somos
uma fantástica equipe de 15 pessoas trabalhando na área de Transporte Ferroviário
e Rodoviário e Indústria.
Brisbane
Austrália
Oferecemos um amplo suporte pós-venda
a nossos clientes atuantes sobretudo nos
setores de Transporte e Mineração. Como
chefe de escritório, sou responsável pelo
impecável transcorrer das operações diárias
e presto apoio também à administração
e a todos os funcionários.
A Gold Coas
t fica a menos
de uma hora
carro de Bris
de
bane em dire
ção ao sul
report 2/2012 | 45
Quer saber mais sobre nós?
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#33 | 2012
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