análise da concentração de óxido nítrico na saliva de indivíduos
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análise da concentração de óxido nítrico na saliva de indivíduos
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Faculdade de Odontologia ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO DE ÓXIDO NÍTRICO NA SALIVA DE INDIVÍDUOS PORTADORES DE DOENÇA PERIODONTAL Vanessa Goulart Sampaio Reher Belo Horizonte 2005 Vanessa Goulart Sampaio Reher ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO DE ÓXIDO NÍTRICO NA SALIVA DE INDIVÍDUOS PORTADORES DE DOENÇA PERIODONTAL Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Odontologia, Área de Concentração em Clínicas Odontológicas - Ênfase em Periodontia, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Clínicas Odontológicas. Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Villamarim Soares Co–orientador: Prof. Dr. Elton Gonçalves Zenóbio Belo Horizonte 2005 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher FOLHA DE APROVAÇÃO 3 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 4 DEDICATÓRIA À minha mãe, Neyde, pela educação recebida, pelo amor, incentivo e apoio constante. Ao meu marido, amigo e companheiro, Peter, pelo amor incondicional durante nossos quinze anos. Aos meus Lucas e Mariana, alegrias da minha vida, por todo o amor e pela compreensão pelas ausências constantes durante esse período. DEDICO A REALIZAÇÃO DESTE SONHO Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 5 AGRADECIMENTOS Aos meus irmãos (Alessandra, Júnior e Roney) e à tia Neuza, por estarem sempre perto, mesmo que a quilômetros de distância. Ao meu imprescindível e indispensável braço direito (e esquerdo também) Célia, que me ajudou a manter a vida organizada, o tempo livre, a casa em ordem e meus filhos felizes. Aos amigos queridos: Fernanda Vale, Júnia Neves, Maria Ilma Côrtes e Jorge Espeschit pela amizade que nos une, pelo carinho no dia a dia e pelo apoio durante todo esse período. Ao Prof. Dr. Rodrigo Villamarim Soares, com quem tanto aprendi, pela sua orientação durante meu desenvolvimento acadêmico. Agradeço pela amizade e confiança, por ter acreditado em meu trabalho principalmente nos momentos difíceis, por sua valiosa colaboração e pronta atenção durante todo este período de convivência. Ao Prof. Dr. Elton Gonçalves Zenóbio, exemplo de competência e profissionalismo, pela amizade, pelos conhecimentos transmitidos e por todo apoio e incentivo que recebi durante este período. Ao Prof. Dr. Fernando de Oliveira Costa, a quem tanto admiro pela dedicação à ciência e ao ensino, pela amizade e pela valiosa oportunidade de poder discutir os resultados dos experimentos de maneira clara e objetiva. A todos os professores do domínio conexo, pela excelência das aulas, pela dedicação e pelos conhecimentos transmitidos. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 6 Às queridas Silvania e Angélica, secretárias da pós-graduação da Faculdade de Odontologia da PUCMinas, pela amizade, competência, disponibilidade, alegria e apoio constantes. Aos colegas do mestrado, pela agradável convivência, pelo apoio mútuo e incentivo constantes, em especial aos colegas Geraldo Lúcio Silva, Elias Abdallah e Fernando Mauad, companheiros das horas difíceis e dos estudos intermináveis... Aos professores de Periodontia da Faculdade de Odontologia da PUC-Minas pela amizade, apoio e disponibilidade em ajudar, especialmente as professoras Patrícia Soares Ribas e Elizete dos Reis Borges. À Profª. Drª. Gerluza Aparecida Borges Silva, ao Prof. Dr. Alfredo Miranda de Góes e à Profª.Drª. Valderez Ornelas Dutra, professores do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, por me receberem em seus laboratórios. À Aylla Martins de Araújo, por todo o auxílio, disponibilidade e energias positivas em todo esse período. Aos alunos da graduação e pós-graduação em Periodontia da PUC-Minas, pelo auxílio fundamental para a realização deste trabalho. Aos funcionários da Faculdade de Odontologia da PUC-Minas, pela disponibilidade, atenção e agradável convivência. Aos pacientes que se disponibilizaram para a realização deste trabalho. Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 7 “No meu ponto de vista, o mais urgente, não é educar para uma vida já feita, mas sim para uma vida criadora.” José Ortega y Gasset Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 8 RESUMO A doença periodontal é uma reação inflamatória dos tecidos periodontais, em decorrência de uma infecção provocada por um grupo específico de bactérias. Novas técnicas de diagnóstico, incluindo a análise de constituintes salivares, vêm sendo amplamente desenvolvidas e utilizadas no seu diagnóstico. O objetivo do presente estudo foi mensurar a concentração de óxido nítrico (NO) na saliva de indivíduos portadores de doença periodontal crônica generalizada (DPCG) e sem periodontite, verificando se há alterações entre estes grupos. Procurou-se ainda determinar se esta mensuração pode ser utilizada como parâmetro auxiliar no diagnóstico diferencial entre as formas moderada e avançada da doença, bem como observar se há correlação positiva entre os critérios de diagnóstico clínico e os níveis de NO. Foram selecionados 30 indivíduos, e estes divididos em 3 grupos. O grupo controle foi formado por indivíduos sem periodontite, o grupo moderada, por portadores de DPCG moderada, e o grupo avançada por portadores de DPCG avançada, segundo os critérios da AAP. Após exames clínico e periodontal, amostras de saliva foram coletadas, centrifugadas e armazenadas a -20˚C. A concentração de NO foi analisada indiretamente por meio da mensuração das concentrações de nitrito pelo método colorimétrico de Griess. Os resultados mostraram uma diferença significativa (p = 0,0024) entre as concentrações médias de nitrito no grupo controle (5,86 µM) em relação ao conjunto dos grupos moderada e avançada (11,79 µM). Analisando-se separadamente os grupos moderada e avançada, os valores obtidos foram respectivamente de 7,78 µM e 15,79 µM, e estes também apresentavam uma diferença estatisticamente significativa entre si (p < 0,01). Houve correlação positiva entre os níveis de nitrito na saliva em relação aos níveis de profundidade de sondagem, sendo que o número de dentes com PS ≥ 7 mm obteve o maior valor (correlação = 0,69). Conclui-se que a concentração de nitrito está aumentada na saliva de indivíduos com DPCG, sendo este aumento maior nos casos de DPCG avançada. Os resultados do presente estudo sugerem que a avaliação da concentração do NO na saliva pode ser utilizada como marcador biológico da doença periodontal crônica generalizada. Palavras Chave: saliva, doença periodontal, óxido nítrico, marcadores biológicos. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 9 ABSTRACT Periodontal disease is an inflammatory reaction of the periodontal tissues in response to infection caused by a specific group of bacteria. New diagnostic techniques, including analysis of salivary constituents have been developed and used in the diagnosis of this disease. The aim of the present study was to measure the concentration of nitric oxide (NO) in the saliva of individuals with generalized chronic periodontal disease (DPCG) and in individuals without periodontitis, evaluating possible differences among groups. The ability of these measurements to differentiate between moderate and advanced forms of this disease was also analyzed, as well as the occurrence of positive correlations between clinical parameters and nitrite levels. Thirty individuals were selected and divided into 3 groups. The control group, was formed by individuals without periodontitis, the moderate group by individuals with moderate DPCG, and the advanced group by individuals with advanced DPCG, according to AAP criteria. After clinical and periodontal exam, saliva was collected, centrifuged, and stored at -20˚C. The NO concentration was analyzed indirectly measuring the nitrite concentration by the Griess colorimetric assay. Results showed a significant difference (p=0,0024) between the mean nitrite concentration in the control group (5,86 µM) compared to the moderate and advanced groups pooled together (11,79 µM). Comparison of mean values obtained by the moderate (7,78 µM) and advanced (15,79 µM) groups also revealed a significant difference (p<0,01). A positive correlation between salivary nitrite levels and probing depth levels was also observed, and the higher correlation (correlation = 0,69) occurred with the number of teeth with probing depth ≥ 7 mm We conclude that the nitrite concentrations were elevated in saliva of individuals with DPCG, and that the highest levels occurred in individuals with the advanced DPCG These results suggest that it may be possible to use indirect measurements of NO as a biological marker of generalized chronic periodontal disease. Key Words: saliva, periodontal disease, nitric oxide, biological markers 10 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 A via bioquímica L-arginina-óxido nítrico.................................................28 FIGURA 2 Centrífuga refrigerada Centra CL3R, IEC................................................52 FIGURA 3 Placa de Elisa após a reação de Griess. Amostras utilizadas na elaboração de uma curva padrão de NaNo2 nas duas últimas fileiras....54 FIGURA 4 Leituras das amostras teste e padrão.....................................................55 FIGURA 5 Curva padrão de amostras pré-determinadas de Nitrito de Sódio..........57 FIGURA 6 Concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal (grupos moderada e avançada) e de indivíduos do grupo controle...................................................................................................59 FIGURA 7 Concentração de NO2 na saliva de indivíduos dos grupos: controle, doença periodontal crônica generalizada moderada e doença periodontal crônica generalizada avançada...............................................................61 FIGURA 8 Correlação entre a maior profundidade de sondagem e os valores da concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal crônica generalizada moderada e avançada. ........................................63 FIGURA 9 Correlação entre o número de dentes com PS ≥ 7mm e os valores da concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal crônica generalizada moderada e avançada. ........................................64 FIGURA 10 Correlação entre o número de dentes com PS ≥ 4mm e os valores da concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal crônica generalizada moderada e avançada. ..................................... 65 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 11 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal (grupos moderada e avançada) e de indivíduos do grupo controle....................................................................................................58 TABELA 2 Concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal crônica generalizada moderada, avançada e de indivíduos do grupo controle. ..................................................................................................60 TABELA 3 Correlações entre parâmetros de profundidade de sondagem e os valores da concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal crônica generalizada............................................................62 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher LISTA DE ABREVIATURAS AAP American Academy of Periodontology BCG Bacilo Calmette-Guérrin BH4 Tetrahidrobiopterina CNS Conselho Nacional de Saúde COX Cicloxigenase Des. Pad. Desvio Padrão DNA Ácido desoxirribonucléico DP Doença periodontal DPCG Doença periodontal crônica generalizada ELISA Enzyme linked immunosorbent assay FAD Flavina adenina dinucleotideo FMN Flavina mononucleotídeo HGF Fator de crescimento de hepatócitos I.C. Intervalo de Confiança iCa++ Cálcio intracelular Ig Imunoglobulina IL Interleucina IFN-γ Interferon gama LPS Lipopolissacarídeos MEG Mercaptoetilguanidina MMPs Metaloproteinases NADP Fosfato nicotinamida adenina dinucleotídeo NO Óxido nítrico 12 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher NO2 Nitrito NO3 Nitrato NOS Óxido nítrico sintase NOSc Óxido nítrico sintase constitutiva NOSe Óxido nítrico sintase endotelial NOSn Óxido nítrico sintase neuronal NOSi Óxido nítrico sintase induzida PAF Fator de ativação de plaquetas PDGF Fator de crescimento derivado de plaquetas PGE Prostaglandina PI Perda de inserção PMN Polimorfonucleares PS Profundidade de sondagem TIMP Inibidor tecidual de matriz de metaloproteinase TNF Fator de necrose tumoral VEGF Fator de crescimento vascular endotelial 13 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 14 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 16 2. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................................ 20 2.1. DOENÇA PERIODONTAL - MECANISMOS CELULARES E MOLECULARES............................................. 20 2.1.1 Marcadores Biológicos ........................................................................................................ 22 2.2. O ÓXIDO NÍTRICO ......................................................................................................................... 25 2.2.1 Enzima Óxido Nítrico Sintase (NOS)................................................................................... 28 2.2.2 Propriedades Citotóxicas do Óxido Nítrico.......................................................................... 31 2.2.3 Propriedades Citoprotetoras do Óxido Nítrico..................................................................... 32 2.2.4 Propriedades Anti/Pró-inflamatórias e Antiinfecciosas do Óxido Nítrico............................. 34 2.2.5 Óxido Nítrico e a Destruição Tecidual ................................................................................. 35 2.2.6 Participação do Óxido Nítrico nas Doenças Periodontais................................................... 38 3. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 44 3.1. OBJETIVO GERAL ......................................................................................................................... 44 3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................................. 44 4. HIPÓTESES ...................................................................................................................................... 45 5. METODOLOGIA ............................................................................................................................... 46 5.1. SELEÇÃO DA AMOSTRA E DIVISÃO DOS GRUPOS ............................................................................ 46 5.1.1 Critérios de Exclusão........................................................................................................... 46 5.1.2 Critérios de Inclusão ............................................................................................................ 47 5.2 CONSENTIMENTO PARA A PESQUISA ............................................................................................... 48 5.3 EXAME PERIODONTAL .................................................................................................................... 49 5.3.1 Calibração............................................................................................................................ 49 5.3.2 Sangramento à sondagem .................................................................................................. 50 5.3.3 Supuração ........................................................................................................................... 50 5.3.4 Profundidade de sondagem ................................................................................................ 50 5.3.5 Perda de inserção................................................................................................................ 51 5.4. COLETA DAS AMOSTRAS DE SALIVA ............................................................................................... 51 5.5. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE NITRITO ........................................................................... 53 5.5.1 Componentes do Reagente de Griess ................................................................................ 53 5.5.1 Montagem da Placa e Leitura Espectofotométrica.............................................................. 54 5.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................................... 55 6. RESULTADOS.................................................................................................................................. 57 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 15 6.1. CURVA PADRÃO DE NaNO2 .......................................................................................................... 57 6.2. GRUPO CONTROLE X GRUPOS COM DOENÇA PERIODONTAL .......................................................... 58 6.3. GRUPOS COM DOENÇA PERIODONTAL CRÔNICA MODERADA X AVANÇADA ...................................... 59 6.4. CORRELAÇÃO ENTRE OS PARÂMETROS CLÍNICOS E AS MEDIDAS DE NITRITO NAS AMOSTRAS DE SALIVA ....................................................................................................................................... 61 7. DISCUSSÃO ..................................................................................................................................... 66 8. CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 72 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 73 ANEXOS ............................................................................................................................................... 88 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 16 1. INTRODUÇÃO A doença periodontal é uma reação inflamatória dos tecidos periodontais de suporte dos dentes (ligamento periodontal, cemento e osso alveolar) em decorrência de uma infecção provocada por um grupo específico de bactérias (BECK e OFFENBACHER, 1998). O grupo bacteriano que inicia e perpetua a doença periodontal é formado por bactérias anaeróbicas gram-negativas que colonizam o ambiente subgengival. No entanto, a intensidade e a gravidade da doença são dependentes do equilíbrio dinâmico entre a agressão microbiana e a resposta imuno-inflamatória do hospedeiro (PAGE e KORNMAN, 1997). A microbiota subgengival se organiza em biofilmes, o que permite que as bactérias fiquem menos susceptíveis às defesas do hospedeiro e desenvolvam resistência a agentes quimioterápicos (SOCRANSKY e HAFFAJEE, 2002). É importante ressaltar que embora as bactérias sejam essenciais para o estabelecimento da doença, isoladamente são insuficientes para instituir a patologia (SOCRANSKY e HAFFAJEE, 1992). A doença periodontal crônica é a forma mais comum das doenças periodontais em adultos e pode ser definida como um processo infeccioso que resulta na inflamação dos tecidos de suporte dos dentes com progressiva perda de inserção e óssea (FLEMMIG, 1999; AAP, 2000a), podendo ser classificada pela gravidade e extensão (PAGE et al., 1983; ZAMBON, CHRISTERSSON e GENCO, 1986; ARMITAGE 1999; LINDHE, KARRING e LANG, 1999; AAP, 2000b). Até o presente momento o diagnóstico e a classificação das diversas doenças periodontais são ainda baseados essencialmente em parâmetros clínicos. O avanço no campo molecular e genético tem permitido uma maior compreensão das vias e Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 17 mecanismos pelos quais tais bactérias iniciam e perpetuam a reposta imunoinflamatória (SOCRANSKY e HAFFAJEE, 1992). Novas técnicas suplementares de diagnóstico, que utilizam componentes de fluidos, a microflora subgengival e a susceptibilidade genética estão sendo amplamente desenvolvidas (ARMITAGE et al, 2003). Elas podem ser usadas na detecção de substâncias associadas a determinados patógenos, enzimas derivadas do hospedeiro, assim como na mensuração de produtos da lise celular e de mediadores inflamatórios. Estas novas técnicas ainda não são utilizadas rotineiramente na clínica já que seu valor diagnóstico – sensitividade e especificidade - ainda está sendo avaliado, entretanto, a continuidade do seu estudo é fundamental para o desenvolvimento de novos instrumentos de diagnóstico da doença periodontal (ARMITAGE et al., 2003). Diversas fontes de amostras como saliva, fluido e células do sulco gengival, soro e células sanguíneas, podem ser utilizadas na detecção de marcadores biológicos da doença periodontal (PAGE, 1992). A saliva é um fluido facilmente coletado que pode conter marcadores biológicos locais e sistêmicos da doença periodontal. Os marcadores biológicos encontrados na saliva incluem proteínas e enzimas do hospedeiro, marcadores fenotípicos, células do hospedeiro, hormônios, bactérias, produtos bacterianos, compostos voláteis e íons (KAUFMAN e LAMSTER, 2000). O óxido nítrico (NO) também tem sido proposto como um potencial marcador biológico da doença periodontal (BATISTA et al, 2002). Ele é um gás com um elétron não pareado, sendo, portanto, um radical livre que é capaz de reagir com diversas moléculas biológicas. Na década de 80 o NO ficou conhecido como potente “fator de relaxamento endotelial”, e inúmeras funções biológicas já foram atribuídas a este composto na literatura (MONCADA, PALMAR e HIGGS, 1991). Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 18 O NO é sintetizado a partir da L-arginina por uma família de coenzimas chamadas NO-sintases (JENKINS et al, 1995). Duas das três sintases são expressadas constitutivamente, e a expressão da terceira é induzida através de estímulos imunológicos. Como a meia vida do NO é da ordem de segundos, medições diretas do mesmo são difíceis, mas podem ser feitas com técnicas de quimioiluminescência. Entretanto, o mais comum é avaliá-lo indiretamente, através das medidas da conversão da L-arginina radiomarcada em L-citrulina (BREDT e SNYDER, 1990), ou medindo o acúmulo de nitrato (NO3) e nitrito (NO2) (GREEN et al, 1982). Os estímulos inflamatórios existentes na doença periodontal também são capazes de induzir a formação do NO e há relatos na literatura de que o mesmo possa atuar interferindo na progressão da periodontite (MATEJKA, et al., 1998; RAUSCH-FAN e MATEJKA, 2001; KENDALL, MARSHALL e BARTOLD, 2001). No osso, assim como em outros tecidos, a produção de NO pode ser estimulada pelos lipopolisacarídeos (LPS) bacterianos (VAN’T HOF e RALSTON, 2001; KIM et al 2004). Matejka et al. (1998) estudaram diferentes mediadores pró-inflamatórios, entre eles as prostaglandinas e o óxido nítrico, em tecido gengival de pacientes portadores de doença periodontal crônica moderada e observaram que a concentração de prostaglandina, L-arginina e L-citrulina estava significativamente elevada nestes indivíduos. Daghigh et al. (2002) e Hirose at al. (2001) demonstraram que fibroblastos gengivais coletados de portadores de periodontite crônica apresentam uma expressão significativamente maior de NOs do que aqueles obtidos de tecidos gengivais sadios. No entanto, mais estudos são necessários para Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 19 aumentar a compreensão do efeito do NO na etiologia e na progressão da doença periodontal, bem como seu uso como um potencial marcador biológico. Assim, o objetivo do presente estudo é mensurar a concentração de NO na saliva de indivíduos portadores de doença periodontal crônica generalizada e em indivíduos sem periodontite. Pretende-se verificar se esta mensuração pode ser utilizada como parâmetro auxiliar no diagnóstico diferencial entre as formas moderada e avançada da doença e avaliar a existência de uma possível correlação entre parâmetros clínicos periodontais e os níveis de NO na saliva dos indivíduos avaliados. Desta maneira espera-se determinar se a avaliação do NO na saliva apresenta potencial para ser utilizada como um marcador biológico da doença periodontal contribuindo assim para a obtenção de um diagnóstico preciso da doença na elaboração de programas preventivos e terapêuticos. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 20 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. Doença Periodontal - Mecanismos Celulares e Moleculares O periodonto abrange os tecidos que recobrem e suportam os dentes: a gengiva, livre e inserida; o cemento, que cobre a superfície radicular de cada dente; o ligamento periodontal, que liga a superfície radicular do dente ao processo ósseo alveolar adjacente (COHEN e SLAVKIN, 2002). As principais funções do periodonto são a inserção do dente no tecido ósseo dos maxilares e a manutenção da integridade da superfície da mucosa mastigatória da cavidade bucal (LINDHE, KARRING, LANG, 1999). O início e a evolução da doença periodontal (DP) depende de inúmeros fatores que modificam e interferem na expressão da mesma. Para KORNMAN (1996), a patogênese da DP envolve os seguintes fatores: bactérias periodontopatogênicas, quantidade de placa bacteriana e tipos de bactérias encontradas na placa; fatores genéticos e ambientais e a reposta imune do hospedeiro. A DP se apresenta inicialmente como uma gengivite induzida pela presença da placa bacteriana, caracterizada pela inflamação da porção marginal da gengiva. Esta gengivite apresenta caráter reversível e pode ou não progredir para uma periodontite, que é uma alteração inflamatória destrutiva que afeta os tecidos de sustentação dos dentes, levando à formação de bolsa periodontal pela perda de inserção (McCLANAHAN et al., 2001). Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 21 Neste contexto, Page e Schroeder (1976) consideram que a degradação das fibras conjuntivas, seguida por uma migração apical do epitélio juncional e por reabsorção óssea, a fronteira entre a gengivite e a periodontite. A forma mais prevalente de periodontite é a periodontite crônica. Essa doença está diretamente associada ao acúmulo de placa e cálculo e apesar de ser mais prevalente em adultos, também pode ocorrer em crianças. A periodontite crônica é uma doença infecciosa associada a uma microbiota predominantemente gramnegativa, mas apenas a presença desses patógenos não é suficiente para causar a mesma. A expressão clínica da doença – extensão e gravidade – depende da resposta do hospedeiro à virulência dos microorganismos (NEWMAN; TAKEI; CARRANZA, 2004). A extensão da periodontite crônica é avaliada pela distribuição da doença nos sítios examinados podendo ser localizada ou generalizada. A gravidade da periodontite crônica está relacionada com o grau de destruição tecidual causado pela doença e pode ser descrita como leve, moderada e avançada (ARMITAGE,1999). Segundo Socransky et al. (1984), a periodontite crônica não é contínua, podendo progredir em sítios específicos durante surtos de destruição ativa seguida de períodos de aquiescência e possivelmente reparo. A velocidade da progressão da doença vai depender da interação de fatores locais, sistêmicos e ambientais que influenciam o equilíbrio hospedeiro-bactéria. Estudos prévios relataram que a susceptibilidade do indivíduo para desenvolver formas avançadas de periodontite não é causada pela ação das bactérias (FIGUEIREDO e RIBEIRO, 2001) e que a ação desta é necessária, mas não suficiente para causar a doença em indivíduos susceptíveis (OFFENBACHER, 1996). 22 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher A literatura tem demonstrado que há uma grande variação na resposta imune e nas reações inflamatórias de um indivíduo (MOLVIG et al., 1988; POCIOT et al., 1992; SHAPIRA et al., 1994). Os neutrófilos, seguidos dos monócitos/macrófagos são as células mais estudadas no processo de destruição tecidual na DP e um número elevado de neutrófilos tem sido observado em estudos relacionados à inflamação do tecido periodontal (ATTSTROM e EGELBERG, 1970, KOWASHI et al., 1979). Neutrófilos periféricos de pacientes com periodontite crônica têm demonstrado hiperatividade destas células usando a produção de radicais livres de oxigênio como marcadores da atividade celular (GUSTAFSSON e ASMAN (1996); FREDRIKSSON et al. 1998). Sua hiperatividade é uma das principais teorias para explicar a destruição tecidual na inflamação crônica. Essas células podem ser encontradas em três estágios distintos: quiescência – célula em repouso, pode receber ativação ou pré-ativação; pré-ativação – célula pronta para agir, esperando mais estímulo antes de ativar resposta oxidativa; e ativação – aumento de cálcio intracelular (iCa ++) no citosol ativando o sistema oxidativo (FIGUEIREDO e RIBEIRO 2001). Entre as substâncias capazes de pré-ativar os neutrófilos estão as citocinas pró-inflamatórias interleucina 1 (IL-1), interleucina 6 (IL-6), interleucina 8 (IL-8) e o fator de necrose tumoral (TNF). A liberação dessas substâncias ocorre em resposta a imunoestimuladores como LPS e produtos da degradação tecidual (HANAZAWA et al., 1985). 2.1.1 Marcadores Biológicos Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 23 Com o desenvolvimento da biologia celular e molecular, muitas substâncias existentes no corpo humano vem sendo analisadas. Tem sido demonstrado que substâncias imunoreativas possuem a habilidade de modular a permeabilidade microvascular e também estão associados intimamente com a defesa do organismo contra a doença periodontal. Com o atual conhecimento da resposta do hospedeiro e da patogênese da doença periodontal, é intuitivo que a inibição farmacológica da resposta do hospedeiro seja um adjunto ou uma alternativa no tratamento da mesma (PAQUETTE e WILLIAMS, 2000). Entretanto, apesar desse avanço apresentado nas últimas décadas na área da periodontia, principalmente com relação à etiopatogenia das doenças periodontais, o diagnóstico e a classificação destas doenças ainda é baseado quase inteiramente em métodos clínicos tradicionais (ARMITAGE, 2003). Baseando-se no indicador de doença periodontal, Jeffcoat (1994) propôs uma classificação dos métodos de diagnóstico periodontal em quatro grupos: testes microbiológicos; testes metabólicos; testes de susceptibilidade e medições físicas – medidas anatômicas de suporte (sondagem e radiografia). Seu estudo relata que as medições físicas são as mais utilizadas e enfatiza que estas são únicas em sua capacidade de caracterizar indivíduos pela extensão e gravidade da doença e por poder medir também progressão. Segundo Lang e Bragger (1991), a medida do nível de inserção clínica é considerada um padrão que pode ser utilizado para avaliação da progressão da doença periodontal uma vez que se aproxima das medidas histológicas do periodonto. Armitage (1999, 2003) confirma que as medidas de perda de inserção clínica e profundidade de sondagem feitas com o auxílio de sonda periodontal calibrada ainda são os métodos de diagnóstico mais empregado. Ressalta, porém, a grande expectativa com relação à pesquisa de mediadores bioquímicos como Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 24 marcadores de progressão da DP, incluindo mediadores ou produtos inflamatórios, enzimas derivadas do hospedeiro ou produtos de destruição tecidual. Chapple (1997) revela a deficiência dos métodos tradicionais para diagnóstico periodontal com relação a acurácia, na habilidade em diagnosticar sítios em atividade, ou que vão entrar em atividade de doença, e sua eficiência em determinar a condição de sítios que tem história prévia de perda de tecidos de suporte. Enfatiza a importância de técnicas específicas de diagnóstico, que levariam a uma terapia voltada para áreas realmente acometidas, evitando sobretratamento. Para Litsgarten (1986), a evolução do conhecimento em relação às causas da doença, e dos mecanismos envolvidos no seu desenvolvimento podem ser utilizados para refinar os métodos de diagnóstico vigentes. As deficiências nas defesas do hospedeiro, a presença e o aumento de bactérias periodontopatogênicas e a detecção de determinantes bioquímicos em fluidos do corpo humano podem ser indicativos de desequilíbrio entre bactéria e hospedeiro. Williams et al. (1996) revelaram a importância da pesquisa no descobrimento de novos caminhos para o diagnóstico das doenças periodontais, na determinação da susceptibilidade do indivíduo para a progressão da DP, assim como da atividade da doença, da probabilidade de sucesso do tratamento proposto e da recorrência da doença. Relataram ainda a importância dos estudos na área de mediadores biológicos relacionados à destruição tecidual que poderiam ser modulados com o intuito de controlar ou prevenir a progressão da doença periodontal. Os métodos clínicos comumente utilizados no diagnóstico da DP têm demonstrado serem mais úteis na indicação da história prévia da doença do que na atividade da mesma (OZMERIC, 2004). Estudos têm demonstrado que a determinação dos mediadores inflamatórios em fluidos biológicos são um bom 25 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher indicador da atividade inflamatória. Os marcadores bioquímicos e imunobiológicos encontrados na saliva e/ou fluido do sulco gengival podem refletir a extensão da destruição periodontal e predizer a progressão da mesma (OZMERIC, 2004; PAQUETT e WILLIAMS, 2000). Análises de amostras de saliva têm sido sugeridas como de grande potencial para avaliação de marcadores biológicos devido à facilidade de obtenção das mesmas, ao baixo custo envolvido, por ser um método não invasivo, que apresenta potencial para diagnóstico e monitoramento da resposta a tratamentos implementados. Dentre os potenciais marcadores biológicos salivares destacam-se as enzimas (elastase, amilase, arginase, lisozimas, etc), as proteínas (lactoferrina, TIMP, VEGF, HGF, fibronectina, etc), as imunoglobulinas (IgA, IgG, IgM) e outras substâncias (nitrito, PAF, urato, cortisol, etc), revistas por Ozmeric (2004) recentemente. 2.2. O Óxido Nítrico Durante muitas décadas o óxido nítrico (NO), ou monóxido de nitrogênio, foi conhecido apenas por ser um gás poluente e nocivo, produzido pela combustão interna dos motores, causador das chuvas ácidas e poluição atmosférica, sendo alvo principalmente do estudo de ambientalistas e químicos (FUKUTO, 1995; BRENNAN, THOMAS e LANGDON, 2003). O cientista belga Jan Baptista van Helmont (15771644) foi o primeiro a sintetizar o NO laboratorialmente. Em 1772, Joseph Priestley observou que a putrefação da carne era reduzida quando exposta ao NO. Os efeitos do NO como agente bactericida foram revistos novamente no princípio da década de Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 26 1980, entretanto somente em 1987 é que Palmer et al., (1987) e Ignarro et al. (1987) propuseram que o fator relaxante derivado do endotélio (EDRF) era o radical livre óxido nítrico, e que o mesmo também desempenhava importante papel no funcionamento de muitos tecidos e órgãos (BRENNAN, THOMAS, LANGDON, 2003). Ainda hoje, essa é considerada uma das mais importantes descobertas no campo da fisiologia médica e uma das maiores descobertas do século XX (MONCADA, PALMER e HIGGS, 1991). Apesar dos estudos iniciais se concentrarem no papel do NO na regulação do tônus vascular, logo foi percebido que essa molécula tinha uma vasta importância nas ações patológicas e fisiológicas no ser humano, assim sendo o mecanismo de ação e a bioquímica desse importante modulador biológico foi discutido em mais de 50.000 artigos, desde 1990 (SCHECHTER, 1997; BRENANN, THOMAS e LANGDON, 2003). O NO é um gás formado pela combinação de dois dos gases mais freqüentes na atmosfera: oxigênio e nitrogênio. É uma das menores moléculas mensageiras biologicamente ativas biossintetizadas por células de mamíferos, com peso molecular de 30 Da (NATHAN, 1992). Possui um número ímpar de elétrons e é por definição considerado um radical livre com propriedades paramagnéticas, reagindo com átomos e outros radicais livres (SZABÓ e THIERMERMANN, 1995). É incolor, com densidade de 1,04 Kg/m³ relativa à do ar, pouco solúvel em água ou em substâncias alcalinas, sendo lipofílico e praticamente apolar, o que lhe confere especial capacidade de difusão pelas membranas (MILLER e GRISHAM, 1995, PENHA-OLIVEIRA, 1998; KRÖNCKE et al., 1997). O NO é produzido através das ações sintetizadoras de uma família de coenzimas chamadas óxido nítrico sintases (NOS) (JENKINS et al., 1995). Essas Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 27 enzimas deaminam a L-arginina liberando NO, havendo co-produção de L-citrulina (MONCADA, PALMER e HIGGS, 1991; NATHAN, 1992) (Fig. 1). Sua produção é realizada por diversas células (MONCADA e HIGGS, 1993) como macrófagos derivados de monócitos, macrófagos alveolares e monócitos de sangue periférico (HUNT e GOLDIN, 1992), neutrófilos (MONCADA, PALMER e HIGGS, 1991), linfócitos, hepatócitos, fibroblastos (GRABOWSKI, MACPHERSON e RALSTON, 1996), células da medula óssea e osteoblastos (RIANCHO et al., 1995). Estas células geralmente são estimuladas quando expostas à endotoxinas bacterianas ou citocinas inflamatórias como a interleucina-1 (IL-1), fator de necrose tumoral (TNF) e interferon gama (IFNγ) (GRABOWSKI, MACPHERSON e RALSTON, 1996; VAN’T HOFF e RALSTON, 1997). Sendo uma molécula altamente instável (vida média de 5 a 10 segundos), o NO reage rapidamente com o oxigênio formando dióxido de nitrogênio e logo em seguida, nitrato (NO3-) e nitrito (NO2-). Além disso, combina-se com a hemoglobina para formar metahemoglobina (KRÖNCKE et al, 1997). Devido à sua rápida meia vida, a mensuração direta do NO é difícil, mas pode ser realizada por técnicas de quimioluminescência. Entretanto o mais comum é a mensuração indireta do NO, medindo a conversão da L-arginina radiomarcada em Lcitrulina (BREDT e SNYDER, 1990) ou o acúmulo de NO3 e NO2 em fluidos biológicos como o plasma, urina e cultura de células (GREEN et al., 1982). 28 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher L-Arginina + O2 Análogos da Arginina (L-NAME L-NMMA etc.) NADPH FAD FMN BH4 NOS NADP+ NOSi + Citocinas LPS + iCa++ NOSe NOSn L-Citrulina + NO. NO3- NO2- FIGURA 1 – A via bioquímica L-arginina-óxido nítrico. Legenda - FAD, flavina adenina dinucleotídeo; FMN, flavina mononucleotídeo; BH4, tetrahidrobiopterina; NADP, nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato; NOSe, NOS ++ endotelial; NOSn, NOS neuronal; NOSi, NOS induzida; iCa , cálcio intracelular; LPS, lipopolisacarídeo. FONTE: Ralston, 1997 (adaptação) 2.2.1 Enzima Óxido Nítrico Sintase (NOS) Apesar do NO ser uma molécula pequena (30 Da), para sua síntese são necessárias 17 reações de ligação em uma cadeia de eventos que utiliza a maquinaria de cerca de 300 kDa das enzimas NOS. Já foram identificadas três diferentes isoformas da NOS, que são hemeproteínas e possuem significativa homologia com a enzima citocromo P-450 redudase na seqüência C-terminal (BREDT et al., 1991; LOWENSTEIN e SNYDER, 1992; MARLETTA, 1994; KNOWLES e MONCADA, 1994). As NOS podem ser divididas em dois grandes grupos. O primeiro grupo de enzimas é formado pelas isoformas constitutivas (NOSc), que produzem Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 29 continuamente quantidades nanomolares de NO e compreende a enzima endotelial (NOSe) (LAMAS et al., 1992) e a enzima neuronal (NOSn). A ativação dessas enzimas depende de cálcio/calmodulina e requer fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo (NADPH), tetrahidrobiopterina (BH4), flavina adenina mononucleotídeo (FMN) e flavina adenina dinucleotídeo (FAD) como cofatores. A ativação ocorre principalmente por intermédio de mediadores, como acetilcolina e bradicinina, que mobilizam cálcio para o citosol das células. As NOSc existem na membrana das células endoteliais e no citosol dos neurônios, tanto central quanto perifericamente. (BRET e SNYDER, 1994). Quando ativadas essas células produzem, por curtos períodos de tempo, o NO que de maneira geral mediará processos fisiológicos vitais, como a vasodilatação e a neurotransmissão (MONCADA, PALMER e HIGGS, 1991). O segundo grupo de enzimas compreende a isoforma induzida (NOSi), que libera quantidades micromolares de NO e é expressa transitoriamente após ativação imune/inflamatória ou por citocinas. As NOSi não são encontradas em células não estimuladas (NATHAN e XIE, 1994) já que sua síntese requer indução. A indução da expressão de NOSi pode se dar por meio de estímulos antigênicos e inflamatórios, de endotoxinas (como LPS) e certas citocinas (IL-1, TNF e IFN-γ), que podem agir individualmente ou em conjunto. A enzima NOSi é citosólica e cálcio-independente, porém requer NADPH, BH4, FAD e FMN como cofatores de ativação, como as outras isoformas (MORRIS e BILLIAR, 1994). A enzima NOSi é induzida como uma primeira linha de defesa, mediando a citotoxicidade não-específica de macrófagos contra patógenos e células tumorais, também regulando respostas específicas mediadas por células, suprimindo a proliferação alogênica e mitogênica de linfócitos T (HOEY et al., 1997). Ela é responsável direta pela atividade anti-microbiana e anti-parasitária dos macrófagos Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 30 já que a produção de NO, que se segue à indução de NOSi em macrófagos ativados, é responsável pelos efeitos citotóxicos e/ou citostáticos desses fagócitos (SZABÓ e THIEMERMANN, 1995). Estas células também usam o NO para ações anti-virais (CROEN, 1993; KARUPIAH et al., 1993). Entretanto, uma grande quantidade de NO pode lesar os tecidos circunjacentes, direta ou indiretamente, através da geração de produtos de oxidação como o peroxinitrito ou o íon hidroxila (HOEY et al., 1997). Além do macrófago, diversos outros tipos celulares também expressam NOSi quando estimulados. (LOWENSTEIN et al., 1992). Dentre eles pode-se citar os leucócitos mono- e polimorfonucleares (KIRK et al., 1990; CARRERAS et al., 1994; DEL POZO et al., 1997), fibroblastos (WERNER_FELMAYER et al., 1990), hepatócitos (FREESWICK et al.,1994), células de músculo liso vascular (BUSSE e MULSCH, 1990), condrócitos (CHARLES et al., 1993), miócitos cardíacos, células das ilhotas pancreáticas (LAYCHOCK el al., 1991), pneumócitos (ROBBINS et al., 1994), plaquetas, células mesangiais (KUNZ et al., 1994), micróglia e neurônios (KOPROWSKI et al., 1993), megacariócitos, células de Kupfer, celulas endo- e epiteliais (SZABÓ e THIEMERMANN, 1995). Por outro lado, citocinas como interleucina-4 (IL-4), interleucina-10 (IL-10), interleucina-13 (IL-13) e fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) inibem a indução de NOSi em certos tipos de células (NUSSLER e BILLIAR, 1993; KNOWLES e MONCADA, 1994). Glicocorticóides também inibem a indução da NOSi, mas não a ação da mesma na maioria dos tipos celulares (MONCADA, 1992; KNOWLES e MONCADA, 1994). Além dessas substâncias, as enzimas NOS também são inibidas por análogos da L-arginina, derivados do imidazol e indazol Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 31 heme-ligantes, antagonistas da calmodulina e inibidores de flavoproteínas (JUN e WENNMALM, 1994; FUKUTO e CHAUDURI, 1995). Em relação à auto-regulação da síntese de NO, estudos confirmam que elementos que dão origem ao NO promovem inibição de funções dos neutrófilos humanos, sugerindo que o NO produzido por eles agiria como um mecanismo de “feedback” negativo frente aos próprios neutrófilos, tentando limitar o processo inflamatório (MOILANEN et al.,1993). Segundo Assreuy et al., (1993), a desativação da NOSi nos macrófagos não se deve à falta de substrato ou de cofatores para a enzima, ou mesmo a alguma substância inibitória presente nos sobrenadantes, mas ao fato de que o próprio NO liberado pela NOSi tem capacidade de inibir a enzima, ou seja, uma inibição pelo produto. 2.2.2 Propriedades Citotóxicas do Óxido Nítrico O NO é citostático ou citotóxico tanto para células eucariotas quanto para células procariotas (FREEMAN, 1994). Apesar do NO existir na forma de um gás, suas reações, sob condições biológicas, ocorrem em solução. O NO pode ser produzido por uma célula e agir localmente em outras células (SOUTHAM e GARTHWAITE, 1991). A interação mais significativa do NO envolve oxigênio molecular, radical superóxido (O2-) e metais como o cobre, o ferro e manganês, que são geralmente ligados a uma proteína. O NO atua sobre essas metalo-proteínas ativando-as ou interferindo em suas ações, seqüestrando o metal nos sítios de ativação. Danos graves mediados pela ação do NO sobre o ácido desoxirribonucléico (DNA) também podem desencadear a morte celular através de necrose ou Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 32 apoptose. A necrose vai resultar em lise da célula, extravasamento dos componentes celulares e inflamação. A apoptose vai resultar em fragmentação do DNA e condensação dos componentes celulares, que serão fagocitados e não extravasados (KENDALL, MARSHALL e BARTOLD, 2001). Segundo Patel et al. (1999), o NO também pode reagir com outras biomoléculas intra e extracelulares, formando componentes citotóxicos. As reações do NO levam à oxidação, nitração (adição de NO2), nitrosação (adição de NO+) e nitrosilação (NO) da maioria das biomoléculas. O peroxinitrito resultante da reação equimolar de NO e O2- é capaz de levar à oxidação ou nitração de diversas biomoléculas resultando os produtos finais, nitrito e nitrato, que são excretados na urina. Diversos pesquisadores têm sugerido que o peroxinitrito, devido à sua capacidade de oxidar diretamente grupos sulfidril e bases de DNA, catalisar a peroxidação de membranas lipídicas sem ferro e reagir com metaloporeínas ou metais para formar o íon tóxico nitronio (NO2-), deve ser mais importante em mediar a citotoxicidade do que o NO (MILLER e BRITIGAN, 1997; SZABÓ e OHSHIMA, 1997; PATEL et al., 1999). Contudo, para que o efeito final destas interações seja de toxicidade, depende ainda das condições do meio interno da célula e do nível da concentração de NO gerada (KENDALL, MARSHALL e BARTOLD, 2001). 2.2.3 Propriedades Citoprotetoras do Óxido Nítrico Apesar da capacidade citotóxica do NO de agir, ele também pode exercer um efeito protetor antioxidante devido à sua habilidade de seqüestrar o radical superóxido (MILES et al., 1996). O papel citoprotetor do NO ainda não está Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 33 totalmente claro. Grisham et al. (1999) categorizaram as interações do NO como diretas e indiretas. As interações diretas com moléculas biológicas ocorrem sob condições fisiológicas normais e baixa produção de NO, enquanto as interações indiretas são aquelas mediadas pelos intermediários derivados pelo NO, que predominam durante o processo inflamatório. Wallace e Tigley (1995) citam diversas evidências implicando o NO como um mediador de defesa das mucosas por um variado mecanismo incluindo manutenção do fluxo sanguíneo e interações com a expressão das prostaglandinas. As prostaglandinas são mediadores críticos da inflamação, e como o NO, apresentam ações citoprotetoras. A literatura relata haver uma possível regulação recíproca entre a expressão da cicloxigenase (COX) e a do NO (SALVEMINI et al., 1993), e que na periodontite a COX deve ser induzida pelas endotoxinas bacterianas, pelas citocinas proinflamatórias e provavelmente pelo óxido nítrico e/ou pelo peroxinitrito (LOHINAI; STACHLEWITZ; SZÉKELY et al., 2001). Estudos indicam que a baixa produção de NO direta ou transitória, exerce função homeostática/regulatória e anti-inflamatória. No entanto, condições fisiológicas alteradas, como as que ocorrem durante a inflamação, podem resultar no aumento da NOSi e da produção de NO, e em reações pró-inflamatórias indiretas. É evidente que as ações do NO também são comandadas pelo ambiente intra e extracelular das células alvo e geradoras (KENDALL, MARSHALL e BARTOLD, 2001). 34 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 2.2.4 Propriedades Anti/Pró-inflamatórias e Antiinfecciosas do Óxido Nítrico Devido à duplicidade das suas propriedades, ora benéficas ora deletérias (GRANGER et al., 1990; GREEN et al., 1990; LIEW et al., 1991), o NO tem sido, geral e figurativamente, descrito como uma “faca de dois gumes” (MONCADA et al., 1991; CHENSUE et al., 1994; SCHIMIDT e WALTER, 1994), principalmente em processos infecciosos ou inflamatórios. Inúmeros trabalhos têm demonstrado que o NO é uma molécula versátil e fundamental nos processos inflamatórios agudos e crônicos e nos mecanismos de defesa do hospedeiro. A ampla expressão de NOSi que ocorre em inflamações e infecções tem sido bem caracterizada e aceita como um componente vital da resposta adaptativa do hospedeiro aos estímulos nocivos e patógenos (LIEW e COX, 1991). Contudo existem evidências de que a indução de NOSi, em algumas condições fisiopatológicas, seja parte de uma ativação imune descontrolada e deletéria, já que a inibição de NOS pode exercer efeitos protetores nessas condições. O papel da formação aumentada de NO tem sido investigado e discutido na insuficiência circulatória associada com o choque endotóxico e séptico (THIEMERMANN, 1994; SZABÓ e THIEMERMANN, 1994), na artrite reumatóide e osteoartrite (FARRELL et al, 1992; IALENTI et al., 1992) e na doença intestinal crônica (MILLER et al., 1993) Diversos estudos também abordam o envolvimento de TNF-α, IFN-γ e IL-2 na indução de NOSi em vários modelos animais de infecção. Assim, em um modelo murino de choque causado por Pseudomonas aeruginosa, um anticorpo monoclonal anti-TNF inibiu acentuadamente o aumento de níveis plasmáticos de nitrito/nitrato (SHI et al., 1993). Em macrófagos peritoneais obtidos de camundongos tratados Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 35 com o bacilo Calmette-Guérin (BCG) de Mycobacterium bovis, TNF-α também suprimiu a produção de nitrito (GREEN et al., 1993). Em vários órgãos de camundongos submetidos a endotoxinas, TNF-α e um anticorpo policlonal contra IL1 inibiram a indução de NOSi (CUNHA et al., 1994). A neutralização de INF-γ com anticorpos monoclonais bloqueia a indução de NOSi no fígado de camundongos com infecção por Gram-negativos (EVANS et al., 1992) e em macrófagos peritoneais de camundongos tratados com BCG (GREEN et al., 1993). Além disso, macrófagos peritoneais obtidos de camundongos ou deficientes para o receptor de IFN-γ ou com genes defeituosos para o INF-γ não produzem NO sob estímulo com endotoxina (HUANG et al., 1993; DALTON et al., 1993). Sob o ponto de vista celular, o NO exerce efeitos variados sobre a função leucocitária, incluindo, mas não se limitando, a indução de apoptose (ALBINA et al., 1993), o estímulo da motilidade citoplasmática em macrófagos (FUKUSHIMA et al., 1995), a modulação da adesão neutrofílica (KUBES et al., 1991) e a regulação diferencial da síntese de citocinas pelos leucócitos (LIEW, 1995). Como a atividade da NOS é vital para a produção de NO, a análise dessa atividade se faz extremamente importante e o uso de inibidores da NOS é um recurso bastante utilizado. 2.2.5 Óxido Nítrico e a Destruição Tecidual Os mais citados mediadores da destruição tecidual na periodontite são a IL1ß, o TNF-α, a prostaglandina-2 (PGE2) (PAGE, 1991) e a cicloxigenase-2 (COX-2) (LOHINAI et al. 2001). A IL-1 induz a co-expressão tanto da NOSi quanto a isoforma Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 36 da cicloxigenase induzida, a COX-2 (CORBETT et al., 1993). Entretanto a autoregulação da COX-2 pelo NO deve ser dependente da expressão da NOSi, já que o NO endógeno parece inibir a produção da COX-2 (STADLER et al.,1993). A prolongada produção de mediadores pró-inflamatórios resultam no aumento da produção do NO e na estimulação da COX-2 resultando na síntese da PGE2. A resposta inflamatória é autolimitante, entretanto, quando a inflamação está desregulada ou quando os fatores causais persistem, como no caso da doença periodontal, ela pode levar a uma perda tecidual excessiva. A destruição dos tecidos moles é causada principalmente por enzimas do hospedeiro como a plasmina e as metaloproteinases (MMPs) (BIRKEDAL-HANSEN et al., 1993). Os radicais livres são ativos na despolimerização de componentes da matriz extracelular, na peroxidação de lipídios, na oxidação de enzimas como as antiproteases, na alteração do DNA e na indução de citocinas pró-inflamatórias (CHAPPLE, 1997). A ativação de neutrófilos pró-colagenase (MMP-8) pelos derivados intermediários do NO, peroxinitito e dióxido de nitrogênio, deve ser o mecanismo pelo qual a produção de radicais livres deve contribuir para o início precoce da perda de colágeno nas lesões gengivais (OKAMOTO et al., 1997). Em estudos com animais o NO tem potencializado a degradação da matriz, a supressão da síntese de proteoglicanas e colágeno, assim como a super-regulação da atividade das metaloproteinases (TASKIRAN et al., 1994; MURRELL et al., 1995). Assim como em modelos animais, a produção de NO nos fibroblastos do tecido gengival de seres humanos vai ser exacerbada nos processos inflamatórios (DAGHIGH et al. 2002). A elevada indução de NOSi pelos fibroblastos gengivais vai resultar no comprometimento do processo de cicatrização e contribuir para o desequilíbrio entre destruição tecidual sobre o reparo tecidual, que é característico Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 37 na periodontite (KENDALL et al. 2000; KENDALL, MARSHALL e BARTOLD, 2001; GUTIERREZ-VENEGAS et al., 2005). As interações entre célula-célula, célula-matriz e moléculas bioativas são complexas. A homeostase é mantida pelo equilíbrio entre a morte celular e o crescimento celular e o NO pode induzir a paralisação desse crescimento ou mesmo a apoptose, logo, é provável que alterações no ambiente intracelular como os que ocorrem durante os processos de inflamação devem resultar em alterações na concentração do NO e na indução da expressão do NOSi pelos fibroblastos (KENDALL, MARSHALL e BARTOLD, 2001). Também há evidências de que o NO é uma molécula reguladora importante do tecido ósseo e com múltiplas funções metabólicas, como a fisiologia, a resposta ao estrógeno, a dinâmica mecânica e com as citocinas. (RALSTON, 1997). A remodelação óssea é um processo de equilíbrio, caracterizado por episódios de formação óssea, mediado pelos osteoblastos, e episódios de reabsorção óssea, mediado pelos osteoclastos. Tanto osteoclastos quanto osteoblastos produzem e respondem ao NO (RALSTON et al., 1994; BRANDI et al., 1995). O NO é um regulador parócrino e autócrino do metabolismo ósseo e o NO gerado pelos osteoblastos agem tanto sobre os osteoblastos quanto sobre os osteoclastos durante a remodelação (BRANDI et al, 1995; CHAE et al.,1997; DAMOULIS e HAUSCHKA, 1997). O NO em altas concentrações suprime a formação de osteoclastos e a atividade de osteoclastos maduros, inibindo a reabsorção óssea, enquanto baixa concentração de NO é necessária para a regulação da atividade dos osteoclastos. (MacINTYRE et al., 1991; BRANDI et al., 1995; RALSTON et al., 1995). As interações do NO com os radicais livres, gerados pelas citocinas e ou macrófagos ativados pelo LPS também são significantes para a Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 38 função dos osteoclastos, como o superóxido e o peróxido de hidrogênio estimulando a reabsorção óssea (GARRETT et al, 1990). A produção de NOSi gerada pelas citocinas e pelo LPS tem sido determinante na inibição do crescimento e na diferenciação dos osteoblastos (RALSTON, 1994), sendo que altas concentrações induzem apoptose. (DAUMOULIS e HAUSCHKA, 1997). A periodontite e a artrite reumática são doenças inflamatórias crônicas que resultam em perda óssea localizada e destruição tecidual ocasionadas pela ativação das citocinas inflamatórias e de mediadores como o TNF-α, a IL-1 e as prostaglandinas. A indução do NOSi no tecido ósseo ocorre durante a inflamação (FOX e CHOW, 1998), e é provável que o NO e as prostaglandinas atuem juntas inibindo a expressão do fenótipo osteoblástico, estimulando a reabsorção óssea (HUGHES et al., 1999; RALSTON, 1997). Segundo Kendall et al., 2001, um processo inflamatório persistente e a produção de NOSi induzida pelas citocinas resultam no desequilíbrio entre formação e reabsorção do tecido ósseo. 2.2.6 Participação do Óxido Nítrico nas Doenças Periodontais Considerando a enorme quantidade de artigos publicados sobre o NO, há relativamente poucos estudos que abordam o papel desta molécula nas doenças bucais, sendo que a sua maioria contempla a patogênese e a biologia tumoral do câncer bucal. Os trabalhos que abordam a participação do NO na doença periodontal em sua maioria citam o aumento da síntese do NO como resultado da infiltração dos macrófagos nos tecidos periodontais (PAQUETTE e WILLIAMS, 2000; BRENANN, THOMAS E LANGDON, 2003). Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 39 No ligamento periodontal de incisivos de ratos, a distribuição positiva de NADPH-diaforase pelas células coincide com a expressão de NOSi (ICHIKAWA e SUGIMOTO, 1998). No sistema nervoso periférico, particularmente nos vasos sanguíneos, no sistema nervoso entérico e nas vias aéreas, é provável que o NO atue como um co-transmissor assim como um neuromodulador inibindo outros processos de transmissão (LINCOLN et al., 1997). Isto indica que as formas constitutivas do NOS são necessárias para o desenvolvimento das funções normais e que estão envolvidas na percepção da dor, na inervação do periodonto, na manutenção do fluxo sanguíneo e na modulação da resposta inflamatória. Nas lesões periodontais sabe-se que quantidades consideráveis de NO devem ser geradas principalmente por macrófagos, PMNs, linfócitos e fibroblastos induzidos pelas citocinas e pelos LPS (BRENANN, THOMAS E LANGDON, 2003). Bactérias periodontopatogênicas são capazes de provocar a produção de NO em macrófagos de cobaias (BLIX e HELGELAND, 1998; FROLOV et al., 1998; ROSEN ET AL., 1999). O LPS de Prevotella intermedia, uma importante bactéria periodontopatogênica, induziu a produção de NO através da indução de NOSi em cultura de macrófagos RAW264.7 (KIM et al. 2004). Apesar da produção de NO ter um papel primário bactericida, é provável que essa produção em altas concentrações resultem em danos aos tecidos periodontais do hospedeiro (BRENANN, THOMAS E LANGDON, 2003). Ratos que não possuem a NOSi quando expostos à bactéria Porphyromonas gingivalis apresentaram infecções mais significativas do que ratos normais, sugerindo que o NO é um elemento importante na defesa do hospedeiro contra este microorganismo (GYURKO et al. 2003). O mesmo grupo demonstrou ainda que a NOSi promove reabsorção óssea durante o desenvolvimento ósseo assim como após infecção Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 40 bacteriana por Porphyromonas gingivalis, e que o NOSi é uma importante molécula sinalizadora na diferenciação osteoclástica normal (GYURKO et al. 2005). Matejka et al. (1998) descreveram um aumento significativo nos níveis de Larginina e L-citrulina em amostras de tecidos gengivais inflamados humanos quando comparados a um controle. Citocinas pró-inflamatórias como o TNF-α, IL-1β, estão aptas a super-regular a produção de PGE2 e das metaloproteínas pela ativação de macrófagos e fibroblastos e são citados como mediadores críticos da destruição tecidual na periodontite (BIRKEDAL-HANSEN et al, 1993; LAPPIN et al., 2000). Já que os LPS e as citocinas produzidas pelas células inflamatórias, como o TNF-α, IL1β e INF-γ, promovem a produção de NOSi em quantidades significativas, a produção subseqüente de NO deve contribuir para o desequilíbrio da resposta inflamatória na periodontite e na destruição tecidual associada (SALVI e LANG, 2005). Lohinai et al. (1998, 2001) levantam a hipótese de que é provável que as bactérias patogênicas da placa bacteriana sejam responsáveis pela ativação da NOSi, já que nenhuma atividade de NOSi é encontrada no tecido gengival de animais estéreis. Diversos estudos têm demonstrado que fibroblastos gengivais em periodontite crônica, quando comparados com tecido gengival saudável, tem um aumento significativo na expressão de NOSi (KENDALL et al. 2000; HIROSE et al. 2001; DAGHIGH et al. 2002). O NO deve influenciar tanto na patogênese da periodontite quanto na perda óssea, seja direta ou indiretamente, através da modulação da produção de outras citocinas pró-inflamatórias (LOHINAI et al. 2001). Um estudo in vitro mostrou que inibidores da NOSi reduziram a produção de fibroblastos gengivais, e foi postulado que a inibição farmacológica do NO poderia ser de grande valor no tratamento da doença periodontal (DAGHIGHI et al. 2002). A Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 41 inibição da NOSi com isosorbida previne a reabsorção óssea alveolar na periodontite induzida em ratos (LEITÃO et al. 2004, 2005). Lohinai et al. (1997, 1998) avaliando a periodontite induzida em ratos, detectaram a expressão de NOSi nas células inflamatórias e na camada basal do epitélio gengival. O tratamento de ratos com periodontite induzida, pela administração de mercaptoetilguanidina (MEG) (30mg/Kg, intraperitoneal, quatro vezes ao dia, por 8 dias), um inibidor seletivo de NOSi, resultou em uma significativa diminuição na reabsorção óssea quando comparado ao grupo controle (LOHINAI, 1998). Para Szabó et al. (1997) estes efeitos protetores podem ser atribuídos à habilidade do MEG de agir como um radical livre de oxigênio, como um seqüestrador de peroxinitrito bem como um inibidor da atividade da cicloxigenase. O uso de inibidores seletivos de NOSi tem mostrado efeitos benéficos no caso de artrites, choques e inflamação (KENDALL, MARSHALL e BARTOLD, 2001). Outros autores sugerem o uso de outro inibidor da NOS, a aminoguanidina, usando o mesmo modelo de periodontite induzida por ligadura em ratos. Observouse também uma redução nos parâmetros inflamatórios, sugerindo que este inibidor da NOS reduz a produção de NO e o stress oxidativo (DI PAOLA et al. 2004). O mesmo grupo testou ainda outra substância, semelhante à dismutase superóxida, o M40403, que remove anions superóxidos sem interferir em outras repostas inflamatórias, observando uma redução dos níveis da inflamação (DI PAOLA et al. 2005). As propriedades da tetraciclina relacionadas à sua habilidade de inibir as MMPs e seu potencial terapêutico são de considerável interesse no tratamento das doenças inflamatórias crônicas (GOLUB et al.,1984;1991). A ação da tetraciclina sobre as MMPs se deve tanto à inibição direta da atividade enzimática quanto à Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 42 inibição da produção da NOSi que é conhecida por potencializar a atividade da MMP (MURRELL et al.,1995). A modulação racional da atividade da MMP nas desordens crônicas inflamatórias tem sido desenvolvida no tratamento da doença periodontal associando baixas doses de tetraciclina ao tratamento mecânico (GOLUB et al., 1997). A análise imunohistoquímica de pacientes com gengivite e periodontite crônica revelou um aumento das células coradas para iNOS quando comparadas aos indivíduos do grupo controle. As células mais imunoreativas foram as células polimorfonucleares (PMN), que, além de atuarem no mecanismo de defesa através do sistema imune, com a produção de enzimas, citocinas e fatores de crescimento, estão provavelmente envolvidas na patogênese da doença periodontal via produção de óxido nítrico (BATISTA et al., 2002). Resultados semelhantes foram observados por CHEN et al. (2000), que obervaram aumento de NOS e de endotelina em tecido gengival de 20 pacientes com periodontite crônica, comparados a um grupo controle. O trabalho de Carossa et al. (2001), demonstrou um aumento na produção de óxido nítrico bucal durante o início da deposição da placa dental. Este aumento ocorre provavelmente devido à super-regulação da expressão da NOSi pelas células gengivais, induzidas não só pela proliferação bacteriana, mas também através da produção de citocinas estimulada pela placa bacteriana (RAUSCH-FAN e MATEJKA, 2001). A arginase é uma enzima que parece estar envolvida no metabolismo do NO, já que compete pelo mesmo substrato deste, a L-Arginina. Sabendo-se que a Larginina é determinante na síntese do NOS, a arginase atuaria diminuindo a produção do NO através da competição pelo mesmo substrato (ÖZMERIÇ, ELGÜN e URAZ, 2000). Um artigo recente comparou os níveis de NOSi e de arginase em Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 43 biópsias de pacientes submetidos à tratamento periodontal por curetagem ou cirurgia com retalho de Widman modificado (GULLU et al., 2005). Os autores observaram que após 2 meses de tratamento houve uma diminuição dos níveis de expressão da NOS, e um aumento dos níveis da enzima arginase. Até a presente data, foram encontrados poucos artigos avaliando o NO ou componentes de sua via bioquímica na saliva. Özmeriç, Elgün e Uraz (2000) avaliaram a presença de arginase na saliva. A arginase é uma enzima depletora de arginina, pertencente ao complexo L-arginina/óxido nítrico, responsável pela síntese das poliaminas que são encontradas na saliva e que são fundamentais para a nutrição de diversas bactérias bucais. Os autores observaram um aumento da atividade da arginase em pacientes com periodontite comparados com indivíduos saudáveis. Contudo a atividade da arginase não parece ser um bom marcador biológico, pois não pôde ser correlacionada com os parâmetros clínicos de periodontite (ÖZMERIÇ, ELGÜN E URAZ, 2000; ÖZMERIÇ, 2004). Encontramos apenas dois artigos que utilizaram o método de Griess para análises da concentração de nitrito na saliva, e com resultados conflitantes. Um dos artigos descreve um aumento significativo da concentração do nitrito na saliva de indivíduos portadores de doença periodontal quando comparado ao grupo controle (CHEN e SUN, 1999). A outra análise salivar foi realizada por Aurer et al. (2001), e seus resultados mostraram grande variabilidade, mas com tendência de uma diminuição nos níveis de nitrito nos pacientes com doença periodontal crônica e agressiva, quando comparados ao grupo controle. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 44 3. OBJETIVOS 3.1. Objetivo Geral • Determinar se a mensuração da concentração de óxido nítrico na saliva pode ser utilizada como método auxiliar de diagnóstico da doença periodontal crônica generalizada. 3.2. Objetivos Específicos • Medir indiretamente os níveis de óxido nítrico por meio da mensuração da concentração de nitrito na saliva de indivíduos sem periodontite e de indivíduos portadores de doença periodontal crônica generalizada. • Determinar se a mensuração da concentração de óxido nítrico na saliva pode ser utilizada como parâmetro auxiliar no diagnóstico diferencial entre as formas moderada e avançada da doença periodontal crônica generalizada. • Determinar se existe correlação entre os parâmetros clínicos de diagnóstico da doença periodontal e os níveis de óxido nítrico mensurados na saliva. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 45 4. HIPÓTESES • A mensuração indireta da concentração de óxido nítrico na saliva é utilizada como método auxiliar no diagnóstico da doença periodontal crônica generalizada. • Diferenças entre os níveis de óxido nítrico na saliva de indivíduos portadores de doença periodontal crônica generalizada são utilizados como parâmetro auxiliar no diagnóstico diferencial entre as formas moderada e avançada da mesma. • Existe correlação entre os parâmetros clínicos de diagnóstico da doença periodontal e os níveis de óxido nítrico na saliva. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 46 5. METODOLOGIA 5.1. Seleção da Amostra e Divisão dos Grupos Para seleção da amostra foram examinados aproximadamente 200 indivíduos que se apresentaram nas clÍnicas de periodontia da Faculdade de Odontologia da PUC-Minas. Deste total foram selecionados 30 indivíduos, e estes divididos em 3 grupos. O grupo controle, constituído por 10 indivíduos sem doença periodontal; o grupo moderada, constituído por 10 indivíduos portadores de doença periodontal crônica generalizada moderada e o grupo avançada, constituído por 10 indivíduos portadores de doença periodontal crônica generalizada avançada. 5.1.1 Critérios de Exclusão Foram excluídos deste estudo os indivíduos que apresentassem pelo menos uma das seguintes situações: • Doenças sistêmicas e outros problemas médicos relevantes, para não contaminar o método • Pacientes imunodeprimidos • Tabagismo recente (1 ano) • Gravidez • Medicamentos de uso contínuo • Antibioticoterapia recente (< 3 meses) Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher • Traumatismo bucal recente • Doenças bucais (além da doença periodontal) 47 5.1.2 Critérios de Inclusão Indivíduos de ambos os sexos, faixa etária de 20 a 55 anos e grupo racial heterogêneo participaram do estudo. Os indivíduos sem periodontite foram selecionados entre os alunos do 4˚ período do curso de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (FO/PUC-Minas) e os pacientes portadores de doença periodontal que procuraram as clínicas de periodontia da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (FO/PUC-Minas). Os critérios de inclusão específicos para cada grupo foram: Grupo Controle • Assinatura do termo de consentimento • Indivíduos com profundidade de sondagem ≤ 3 mm • Presença mínima de 16 dentes na boca Grupo Moderada (Doença periodontal crônica generalizada moderada) • Assinatura do termo de consentimento • Presença mínima de 16 dentes na boca • Ausência de tratamento periodontal por pelo menos 1 ano • Pacientes com diagnóstico clínico de doença periodontal crônica generalizada moderada, baseado nos critérios da American Academy of Periodontology (AAP) (AAP 2000 a e b): Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 48 o Pelo menos quatro dentes examinados (30%) com profundidade de sondagem de 4 a 6 mm e perda de inserção até 4 mm. Grupo Avançada (Doença periodontal crônica generalizada avançada) • Assinatura do termo de consentimento • Presença mínima de 16 dentes na boca • Ausência de tratamento periodontal por pelo menos 1 ano • Pacientes com diagnóstico clínico de doença periodontal crônica generalizada avançada, baseado nos critérios da AAP (AAP 2000 a e b): o Pelo menos quatro dentes examinados (30%) com profundidade de sondagem ≥ 7 mm e perda de inserção maior que 4 mm. 5.2 Consentimento para a Pesquisa Os procedimentos realizados nesta pesquisa obedeceram à resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e foram aprovados, pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (anexo 1). Para que a pesquisa pudesse ser conduzida dentro dos padrões éticos que regem estudos em humanos, todas as facilidades e meios (gratuidade e acesso direto às instituições, esclarecimentos sobre a importância e necessidade do tratamento, possibilidade de abandonar a pesquisa, dentre outros) foram oferecidos aos indivíduos afetados. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 49 O formulário de consentimento foi assinado por todos os participantes do estudo que, também, receberam por escrito todos os esclarecimentos necessários para a realização da pesquisa (anexo 2). 5.3 Exame Periodontal Foram avaliados o sangramento à sondagem, a supuração, a profundidade de sondagem e a perda de inserção em todos os dentes presentes na cavidade bucal, com exceção dos 3º molares. Os dados coletados foram registrados em uma ficha clínica periodontal própria, baseada no modelo padronizado do curso de especialização em periodontia da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (anexo 3). O conjunto de instrumental padronizado para o exame incluiu: espelho bucal, pinça de algodão e sonda periodontal milimetrada modelo Williams (Hu Friedy®). Todos os procedimentos foram realizados seguindo normas de biosegurança (uso de paramentação adequada: avental, gorro, óculos de proteção, máscaras e luvas descartáveis). Os instrumentos clínicos foram esterilizados e acondicionados em pacotes individuais (COTTONE; THERAZALMY; MOLLINARI, 1991). 5.3.1 Calibração O exame clínico foi realizado por um único examinador. A calibração prévia foi realizada e o mesmo submetido ao exame de concordância intra-examinador (Teste Kappa). O resultado do teste Kappa (concordância entre valores menores e maiores que 4 mm) foi K=0,86. Em escala ordinal, pelo teste t-Student pareado, a Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 50 concordância intra-examinador não apresentou diferenças significativas entre os dois exames utilizados no teste (p<0,001). 5.3.2 Sangramento à sondagem O sangramento à sondagem é um sinal clínico da presença de um processo inflamatório no tecido gengival, e este processo pode provocar a atrofia ou a ulceração do epitélio do sulco gengival ou da bolsa periodontal (NEWMAN; TAKEI; CARRANZA, 2004). A leitura clínica dos pontos sangrantes foi realizada no momento da medida da profundidade de sondagem até 60 segundos após a mesma. A ocorrência de sangramento foi registrada na ficha clínica, nos campos específicos por superfície dental (mesial, distal, vestibular e lingual/palatina), de forma dicotômica, para sua presença (+) ou ausência (-). 5.3.3 Supuração A leitura clínica das áreas com supuração foi realizada no momento da medida da profundidade de sondagem e/ou por compressão digital na gengiva. A ocorrência de supuração foi registrada na ficha clínica, nos campos específicos por superfície dental (mesial, distal, vestibular e lingual/palatina), de forma dicotômica, para sua presença (+) ou ausência (-). 5.3.4 Profundidade de sondagem 51 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher A profundidade clínica do sulco gengival ou da bolsa periodontal é definida como a distância da margem gengival ao fundo do sulco e/ou bolsa periodontal e é obtida por meio de uma sonda periodontal (NEWMAN; TAKEI; CARRANZA, 2004). A mensuração da profundidade de sondagem foi realizada em todos os dentes presentes com uma sonda periodontal modelo Williams (Hu-Friedy®). As sondagens na face vestibular dos dentes foram realizadas em três sítios (mesio-vestibular, vestibular e disto-vestibular), sendo anotado o valor de cada sítio. Uma sondagem circunferencial foi realizada nas demais faces dentais (mesial, distal, e lingual/palatino) sendo anotado o maior valor como representante de cada superfície. 5.3.5 Perda de inserção A perda de inserção é a distância, em milímetros, do limite amelo-cementário até o fundo do sulco e/ou bolsa gengival, e pode ser um indicativo de história de doença e do grau de destruição dos tecidos periodontais (LINDHE; KARRING; LANG, 1999). Foram registrados os valores de perda de inserção em todos os dentes, através da leitura com sonda milimetrada modelo Williams (Hu-Friedy®), tendo como base os sítios mesial, distal, vestibular e lingual/palatino. 5.4. Coleta das Amostras de Saliva Foi solicitado aos participantes do estudo que se abstivessem de ingerir alimentos e bebidas nas duas horas que precederam à coleta. Os indivíduos enxaguaram a cavidade bucal com água e em seguida a produção de saliva foi Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 52 estimulada pela mastigação de 20cm² de filme plástico, aproximadamente 1g, (Rolopack®) durante 5 minutos. A saliva foi coletada em tubos Falcon de 50 ml, mantidos em gelo durante e após a coleta. As amostras foram centrifugadas a uma temperatura de 4ºC, 4.000 rpm, durante 10 minutos (Centra CL3R, IEC) (Fig. 2), e o sobrenadante foi aliquotado em tubos tipo Eppendorf de 1,5 ml e congelado a –20oC até a sua utilização nos experimentos subseqüentes. FIGURA 2 – Centrífuga refrigerada Centra CL3R, IEC. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 53 5.5. Determinação da Concentração de Nitrito A concentração de nitrito na saliva foi mensurada pelo método colorimétrico de Griess (GREEN et al, 1982). O reagente de Griess é uma mistura 1:1 de 1% de sulfanilamida (Reagen) e 0.1% de naftiletilenodiamino-bicloridrato (Vetec) em ácido ortofosfórico (H3PO4) a 5% (Vetec). 5.5.1 Componentes do Reagente de Griess Ácido Fosfórico 5% H3PO4.85% P.A. (Vetec).........................................................................................20ml Água deionizada Milli-Q.......................................................................................320 ml Solução l – Sulfanilamida 1% p/v Sulfanilamida (Reagen)...........................................................................................0,5g H3PO4.5%...............................................................................................................50ml Solução II - Naftiletilenodiamino – bicloridrato 0,1% p/v Naftiletilenodiamino - bicloridrato (Vetec)..............................................................0,05g H3PO4.5%...............................................................................................................50ml Deixar as soluções estoque I e II a 4ºC. No momento do ensaio, misturar uma parte da solução I e uma parte da solução II, formando o reagente de Griess. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 54 5.5.1 Montagem da Placa e Leitura Espectofotométrica As amostras (50µl de saliva) foram transferidas em triplicatas, para uma placa tipo ELISA de 96 poços. O mesmo volume (50µl) do reagente de Griess foi adicionado em cada poço (Fig. 3). FIGURA 3 – Placa de Elisa após a reação de Griess. Amostras utilizadas na elaboração de uma curva padrão de NaNo2 se encontram nas duas últimas fileiras. Após 10 minutos, a densidade óptica (absorbância) foi medida por espectofotometria em leitor de ELISA (SpectraMax 340, Molecular Devices), Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 55 utilizando um filtro de 570 nm (Fig. 4). As concentrações de nitrito foram calculadas a partir de uma curva padrão realizada com uma solução de nitrito de sódio (NaNO2) em PBS (pH 7,2), expressos em µM. Os valores utilizados para o cálculo da curva padrão de NaNO2 foram de 100; 50; 25; 12,5; 6,25; 3,12; 1,56 e 0,78 µM. FIGURA 4 – Leitura das amostras teste e padrão. (Espectofotômetro SpectraMax 340, Molecular Devices) 5.6. Análise Estatística Os resultados individuais foram analisados em triplicatas, e portanto utilizouse a média destas observações para calcular um valor único para cada indivíduo ou Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 56 amostra padrão. Para a análise dos grupos estudados, os valores individuais foram então agrupados, calculando-se a média, o desvio padrão e o intervalo de confiança (95%). Para comparações entre doença e grupo controle foi utilizado o teste t de Student, considerando-se significativos os valores de p<0,05. Nas análises descritas utilizou-se o programa Excel ®. Para as comparações entre os 3 grupos utilizou-se análise de variância (ANOVA) usando o teste de correção de Tukey. Valores de p<0,05 foram considerados significativos, portanto as conclusões apresentam pelo menos 95% de confiança. O teste de ANOVA foi rodado no programa BioEstat® 3.0. Foram realizadas correlações (Pearson) entre os diversos parâmetros clínicos de diagnóstico avaliados, comparado-os com os níveis de nitrito mensurados. Esta análise foi realizada em todos os indivíduos com doença periodontal, unindo os grupos moderada e avançada, na tentativa de correlacionar a gravidade da doença com os níveis de nitrito. Os cálculos de correlação foram realizados usando os programas Excel ® e BioEstat® 3.0. 57 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 6. RESULTADOS 6.1. Curva Padrão de NaNO2 Após a plotagem da curva padrão da concentração de NaNO2 (µM) versus sua densidade óptica (570 nm), calculou-se a linha de tendência para a mesma (Fig. 5). Quanto mais esta linha coincide com os valores obtidos, mais fiéis serão os resultados das leituras ópticas. Obteve-se uma ótima linha de tendência (R2=0,99), já que quando a linha tem o valor de 1, a linha coincide exatamente com os valores plotados. A equação obtida foi: y = 28,33x – 2,22 Concentração de Nitrito de Sódio (microMolar) Curva Padrão Nitrito de Sódio X Densidade Óptica 120 y = 28,334x - 2,228 2 R = 0,9952 100 80 60 40 20 0 0 1 2 3 4 Densidade óptica (570 nm) FIGURA 5 – Curva padrão de amostras pré-determinadas de Nitrito de Sódio. 58 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 6.2. Grupo Controle X Grupos com Doença Periodontal As médias, desvio padrão e intervalo de confiança (95%) da concentração de nitrito na saliva dos indivíduos portadores de doença periodontal e do grupo controle estão listadas na tabela 1. Para a comparação entre os indivíduos sem periodontite (grupo controle) e os indivíduos com doença periodontal, os grupos moderada e avançada foram agrupados. Os valores médios obtidos estão representados em forma gráfica na figura 6, e foram de 5,86 µM e de 11,79 µM para controle e doença respectivamente (Figura 6). A análise estatística mostra que existe diferença altamente significativa entre os grupos (p=0,0024). TABELA 1 Concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal (grupos moderada e avançada) e de indivíduos do grupo controle (detalhes no anexo 4). Controle Doença Periodontal Crônica n 10 n 20 Média 5,86 Média 11,79 Des. Pad. ±1,58 Des. Pad. ±5,99 I. C. 95% 4,88 – 6,84 I. C. 95% 9,16 – 14,42 Teste ‘t’ de Student (Controle X Doença) - p = 0,0024 Valores de média, desvio padrão (Des. Pad.) e intervalo de confiança (I.C.) expressos em µM. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher Concentração de NO2 59 Concentração de Nitrito na Saliva na Doença Peridontal Crônica 16,00 * 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 - Controle Doença Periodontal FIGURA 6 – Concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal (grupos moderada e avançada) e de indivíduos do grupo controle (Valores expressos em µM, barras de erro ± intervalo de confiança de 95%) Legenda: * p = 0,0024 6.3. Grupos com Doença Periodontal Crônica Moderada X Avançada Quando os grupos controle, moderada e avançada são analisados separadamente, pode-se avaliar melhor se a mensuração de nitrito na saliva é capaz de diferenciar as formas moderada e avançada da doença periodontal crônica generalizada (Tabela 2, Figura 7). Ao observarmos a tabela 2, verifica-se que não houve diferença significativa entre os grupos controle e moderada pela análise de ANOVA (p > 0,05). Contudo, comparando-se os grupos controle e o grupo avançada, as diferenças foram altamente significativas (p < 0,01). 60 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher TABELA 2 Comparação entre os valores da concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal crônica generalizada moderada, avançada e de indivíduos do grupo controle (detalhes no anexo 5). Controle Moderada Avançada n 10 n 10 n 10 Média 5,86 Média 7,78 Média 15,79 Des. Pad. I. C. 95% Des. ±1,58 4,88-6,84 Pad. I. C. 95% Des. ±3,02 5,91-9,65 Pad. I. C. 95% Análise de ANOVA (Tukey): Controle X Moderada p > 0,05 Controle X Avançada p < 0,01 Moderada X Avançada p < 0,01 ±5,59 12,33-19,25 Valores de média, desvio padrão (Des. Pad.) e intervalo de confiança (I.C.) expressos em µM. Ao analisarmos as diferenças entre as duas formas de doença periodontal crônica, podemos observar que a medida de nitrito na saliva foi capaz de diferenciar estes grupos (Figura 7). Os valores médios calculados foram de 7,78 µM para o grupo moderada e 15,79 µM para o grupo avançada, sendo que esta diferença foi significativa (ANOVA p<0,01). Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher Concentração de NO2 61 Concentração de Nitrito na Saliva na Doença Periodontal Crônica Moderada e Avançada 20,00 18,00 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 - Controle Moderada Avançada FIGURA 7 – Concentração de NO2 na saliva de indivíduos dos grupos: controle, moderada e avançada. (Valores expressos em µM, barras de erro ± intervalo de confiança de 95%) Legenda: Controle X Moderada p > 0,05 Controle X Avançada p < 0,01 Moderada X Avançada p < 0,01 6.4. Correlação entre os Parâmetros Clínicos e as Medidas de Nitrito nas Amostras de Saliva Os valores da concentração de nitrito na saliva foram comparados com todos os parâmetros clínicos avaliados. A presença de sangramento à sondagem e supuração foi freqüentemente observada nos pacientes avaliados, e não possibilitou a distinção entre a gravidade dos grupos moderada e avançada. Portanto estes parâmetros não obtiveram correlação com as medidas de nitrito na saliva. 62 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher O parâmetro clínico de perda de inserção também não se mostrou eficaz na determinação da gravidade da doença e não obteve correlação com as medidas de nitrito na saliva. O parâmetro clínico que obteve correlações positivas com a medida de nitrito na saliva foi a profundidade de sondagem (Tabela 3). Subdividimos as medidas de profundidade de sondagem (PS) nos seguintes subgrupos: 1) Maior PS medida no indivíduo (Figura. 8). 2) Número de dentes com PS ≥ 7 mm (Figura. 9). 3) Número de dentes com PS ≥ 4 mm (Figura. 10). TABELA 3 Correlações observadas entre diversos parâmetros de profundidade de sondagem com os valores da concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal crônica generalizada (detalhes no anexo 6). Número de Número de [NO2] na Maior PS dentes com dentes com saliva (µM) (mm) PS ≥ 7mm PS ≥4mm 20 20 20 20 Média 11,79 7,90 3,90 13,75 Des. Pad. ±5,99 ±1,91 ±3,24 ±5,68 I.C. 95% 9,17 – 14,41 7,06 – 8,74 2,48 - 5,32 11,26 – 16,24 0,14 0,68 0,54 n Correlação com a [NO2] Cada um dos critérios acima foi comparado com a concentração de nitrito na saliva dos indivíduos nos grupos moderada e avançada. Pode-se observar na tabela 3 que todos os quesitos avaliados apresentaram correlação positiva, ou seja, quanto maior o valor do parâmetro clínico avaliado, maior a medida de nitrito (anexo 6). 63 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher As correlações com valores mais elevados foram obtidas para os parâmetros do número de dentes com PS ≥ 7mm (0,68) e número de dentes com PS ≥ 4mm (0,54). As figuras 9 e 10 ilustram as curvas de correlação destes subgrupos. Correlação [NO2] X Maior Profundidade de Sondagem Profundidade de Sondagem (mm) 12 10 R2 = 0,0239 8 6 4 2 0 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 [NO2] FIGURA 8 – Correlação entre a maior profundidade de sondagem e os valores da concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal crônica generalizada moderada e avançada Correlação (Pearson) = 0,14 64 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher Correlação [NO2] X Número de dentes com P.S. ≥ 7 mm 12 R2 = 0,4831 Número de dentes 10 8 6 . 4 2 0 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 [NO2] FIGURA 9 – Correlação entre o número de dentes com PS ≥ 7mm e os valores da concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal crônica generalizada moderada e avançada Correlação (Pearson) = 0,68 As linhas de tendência (R2) da figura 8, bem como dos outros critérios avaliados obtiveram valores baixos. As linhas das figuras 9 e 10 obtiveram valores mais altos, mas ainda mostram dispersão dos dados. 65 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher Correlação [NO2] X Número de dentes com P.S. ≥ 4 mm 30 Número de Dentes 25 R2 = 0,2853 20 15 10 5 0 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 [NO2] FIGURA 10 – Correlação entre o número de dentes com PS ≥ 4mm e os valores da concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal crônica generalizada moderada e avançada Correlação (Pearson) = 0,54 66 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 7. DISCUSSÃO Os marcadores bioquímicos e imunobiológicos encontrados na saliva e/ou fluido do sulco gengival podem, em parte, refletir tanto a extensão da destruição periodontal quanto predizer a progressão da mesma (OZMERIC, 2004; PAQUETT e WILLIAMS, 2000). Dentro deste contexto, a utilização da análise dos constituintes salivares têm sido sugerida devido à facilidade de obtenção das amostras, inclusive repetidamente se necessário, e em especial ao fato de se tratar de um procedimento não invasivo. Além disto, as amostras podem ser coletadas por indivíduos sem treinamento especial, apresentando assim baixo custo de coleta e conseqüentemente, considerável potencial para uso em estudos epidemiológicos. Contudo, ainda são necessários estudos prospectivos controlados em grandes populações para determinar a importância da utilização de marcadores específicos. Atualmente, a maioria dos marcadores salivares estudados avalia a presença ou ausência da DP, e não são capazes de distinguir a gravidade ou extensão da doença. Exceções relatadas na literatura são o NO, que pôde ser correlacionado com PS (CHEN e SUN, 1999), o fator de crescimento de hepatócito (OHSHIMA et al, 2002), que também conseguiu correlacionar seus valores com a PS (PS ≥ 4 mm e PS ≥ 6 mm), e o fator de atividade plaquetária (GARITO, PRIHODA e McMANUS, 1995), que pôde ser correlacionado com a extensão da DP. Estudos prévios sugerem que o uso de medicamentos e substâncias com potencial de inibir a NOSi ou os seus produtos finais como o NO e outros radicais livres, podem ser de grande valor no tratamento da doença periodontal (DAGHIGH et al. 2002). A inibição da NOSi com isosorbida previne a reabsorção óssea alveolar Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 67 na periodontite induzida em ratos (LEITÃO et al. 2004, 2005). O tratamento de ratos com periodontite induzida, pela administração de mercaptoetilguanidina (MEG), um inibidor seletivo de NOSi, resultou em uma significativa diminuição na reabsorção óssea quando comparado ao grupo controle (LOHINAI, 1998). Para Szabó et al. (1997) estes efeitos protetores podem ser atribuídos à habilidade do MEG de agir como um radical livre de oxigênio, como um seqüestrador de peroxinitrito e como um inibidor da atividade da cicloxigenase. O uso de inibidores seletivos de NOSi tem mostrado efeitos benéficos no caso de artrites, choques e inflamação (KENDALL, MARSHALL e BARTOLD, 2001). A aminoguanidina também tem sido usada para este propósito, e foi relatada a ocorrência de uma redução nos parâmetros inflamatórios que sugere que este inibidor da NOS reduz a produção de NO e o stress oxidativo (DI PAOLA et al. 2004). O mesmo grupo testou ainda outra substância, semelhante à dismutase superóxida, o M40403, e relatou que este remove anions superóxidos sem interferir em outras repostas inflamatórias causando uma redução dos níveis inflamatórios (DI PAOLA et al. 2005). Neste contexto, outras substâncias parecem agir inibindo indiretamente a produção de NOSi, como por exemplo a tetraciclina. Este antibiótico age tanto pela inibição direta da atividade enzimática quanto pela inibição da produção da NOSi que é conhecida por potencializar a atividade das MMPs (MURRELL et al.,1995). A modulação racional da atividade das MMPs nas desordens crônicas inflamatórias tem sido utilizada no tratamento da doença periodontal associando baixas doses de tetraciclina ao tratamento mecânico (GOLUB et al., 1997). Outra frente de tratamento pode ser através de um aumento da enzima arginase, já que ela compete pelo mesmo substrato do NO, a L-Arginina. Sabendose que a L-arginina é determinante na síntese do NOS, a arginase atuaria Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 68 diminuindo a produção do NO (ÖZMERIÇ, ELGÜN e URAZ, 2000). Um artigo recente comparou os níveis de NOSi e de arginase em biópsias de pacientes submetidos à tratamento periodontal por curetagem ou cirurgia com retalho de Widman modificado (GULLU et al., 2005). Os autores observaram que após 2 meses de tratamento houve uma diminuição dos níveis de expressão da NOS, e um aumento dos níveis da enzima arginase. Os diversos estudos mencionados acima indicam que a utilização de amostras de saliva pode ser de grande valor na condução de estudos científicos sobre a avaliação e o diagnóstico da DP. Também revelam que o NO e as enzimas que participam de sua biossíntese participam da modulação da DP e, portanto fundamentam e corroboram a execução do presente. Pôde-se observar no nosso estudo que houve um aumento significativo do óxido nítrico na saliva dos indivíduos com DPCG. Estes resultados estão em acordo com autores que observaram aumentos de aminoácidos relacionados com o NO na doença periodontal (MATEJKA et al 1998), aumentos da expressão de iNOS em biópsias teciduais (LOHINAI et al 1998; LAPPIN et al, 2000; GULLU et al, 2005) assim como em cultura de fibroblastos gengivais (KENDALL et al, 2000; DAGHIGH et al 2002). O aumento de NO na saliva também pode ser justificado em parte pelo aumento do NO decorrente do acúmulo de placa dental. O estudo conduzido por Carossa et al. (2001), demonstrou um aumento na produção de óxido nítrico bucal durante o início da deposição da placa dental. Um estudo similar postulou que este aumento seria provavelmente um resultado da super-regulação da expressão da NOSi pelas células gengivais, induzida não só pela proliferação bacteriana, mas também através da produção de citocinas estimuladas pela presença da placa bacteriana (RAUSCH-FAN e MATEJKA, 2001). Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 69 Nossos resultados estão de acordo com os de Chen e Sun (1999), que também utilizaram o método de Griess, descrevendo um aumento do nitrito na saliva na doença periodontal, relatando concentrações de 28,80 microns/L no grupo controle e 55,36 microns/L na DP (p<0,01). Os valores absolutos são maiores do que os nossos, o que pode ser justificado por variações na curva padrão, mas não alteram a análise mais importante, que é a comparativa. Uma redução nos níveis de óxido nítrico na saliva de indivíduos portadores de doença periodontal, sobretudo portadores de periodontite agressiva foi descrito previamente (AURER et al, 2001). Estes resultados são contrários aos obtidos no presente estudo e podem ser em parte explicados pela grande variabilidade da amostra utilizada pelos autores, fato este que foi explicitado no referido artigo. Adicionalmente, os resultados dos referidos autores estão em desacordo com a vasta maioria da literatura que relata que um aumento na concentração de NO na saliva de pacientes com DPCG é esperado tendo em vista que a expressão de NO é aumentada após estímulos com LPS e outras toxinas bacterianas presentes nesta patologia (BLIX e HELGELAND, 1998; KENDALL et al 2000; CARROSSA et al, 2001; RAUSCH-FAN e MATEJKA, 2001). É importante salientar que no presente estudo a mensuração de NO na saliva de indivíduos com DPCG foi capaz de distinguir com clareza as formas moderada e avançada da mesma. Até a presente data, este é o primeiro estudo que utilizando a quantificação do NO em amostras salivares pôde demonstrar esta diferença. O aumento dos níveis de nitrito no grupo de indivíduos com DPCG avançada revela uma maior atividade de doença no mesmo e, portanto indica que apresenta um potencial adicional no seu diagnóstico. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 70 Outro ponto de discussão que merece ser destacado refere-se à correlação entre parâmetros clínicos de doença periodontal e os níveis de NO. Dentre os critérios clínicos de classificação indicados pela AAP, correlações positivas entre os níveis de NO e os níveis de profundidade de sondagem foram observadas. As correlações mais representativas foram observadas em relação ao número de dentes com PS ≥ 7 mm, e número de dentes com PS ≥ 4 mm respectivamente. Uma correlação positiva entre os níveis de PS e o critério de sítio com a maior PS também foi observada. Como o valor obtido nesta última foi inferior aos dois anteriores, estes resultados indicam que os níveis de NO na saliva avaliam melhor a extensão do que a gravidade da DPCG. Contudo, esta observação ainda deve ser avaliada com cautela, pois houve dispersão razoável dos dados. É possível que com uma amostra maior esta dispersão possa vir a ser reduzida, melhorando as linhas de tendência e confirmando ou não esta hipótese. Correlações com os outros parâmetros clínicos, como perda de inserção, sangramento à sondagem e supuração não foram significativas em relação aos níveis de NO nas amostras de saliva. Sangramento à sondagem e supuração foram tão freqüentes na amostra que não tiveram valor diagnóstico para distinguir os grupos avançada e moderada, e, portanto também não puderam ser correlacionados com os níveis de NO. Quanto à perda de inserção, a falta de correlação observada era esperada, já que este critério avalia muito mais o histórico da doença do que sua atividade atual. Os resultados obtidos neste trabalho indicam que, a mensuração do óxido nítrico na saliva pelo método de Griess apresenta grande potencial de utilização como método auxiliar no diagnóstico da doença periodontal. Além das facilidades de coleta descritas previamente, o método de Griess é de fácil execução, já que o Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 71 reagente é composto apenas de duas substâncias. Uma possível dificuldade, a necessidade de se fazer a leitura em espectrofotômetros não representa uma grande limitação tendo em vista que os laboratórios de análises clínicas dispõem e estão familiarizados com a utilização desta tecnologia. Assim, a avaliação do NO como meio de diagnóstico necessitaria apenas da coleta salivar em campo ou em consultório, seguida do congelamento das amostras e de uma fase laboratorial simples. Tendo em vista os resultados e as considerações mencionadas, podemos concluir que estudos futuros utilizando o NO como marcador biológico apresentam um grande potencial e valor clínico para testar diferentes terapias coadjuvantes no tratamento da DPCG e como meio auxiliar de diagnóstico na DPCG. Além de sua utilização como marcador, a avaliação de novas terapias envolvendo a modulação do NO tem potencial no tratamento da DPCG. Finalmente, torna-se necessário validar este método através de estudos clínicos prospectivos controlados. Após este tipo de validação, a mensuração do NO na saliva pode vir a ser utilizada em estudos epidemiológicos e como meio auxiliar de diagnóstico e controle da DPCG. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 72 8. CONCLUSÕES • Os níveis de nitrito na saliva de indivíduos portadores de doença periodontal crônica generalizada foram significativamente maiores do que os observados no grupo controle. • Observou-se diferenças significativas nos níveis de nitrito na saliva entre as formas moderada e avançada da doença periodontal crônica generalizada. • Os maiores níveis de nitrito na saliva foram observados no grupo da doença periodontal crônica avançada. • Uma correlação positiva entre a gravidade da doença e a mensuração dos níveis de nitrito na saliva foi observada. • O parâmetro clínico de melhor correlação com o nível de nitrito na saliva foi o de profundidade de sondagem. • Os resultados do presente estudo indicam que a mensuração da concentração de óxido nítrico na saliva parece ter potencial de utilização como marcador biológico da doença periodontal crônica generalizada. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 73 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AINAMO, J.; BAY, I. Problems and proposals for recording gingivitis and plaque. International Dental Journal, v.25, p.229-235, 1975. ALBINA, J.E.; CUI S.; MATEO, R.B.; REICHNER, J.S. Nitric oxide-mediated apoptosis in murine peritoneal macrophages. Journal of Immunology, v.150, n.11, p.5080-5085, 1993. AMERICAN ACADEMY OF PERIODONTOLOGY (AAP). Parameter on chronic periodontitis with slight to moderate loss of periodontal support. Journal of Periodontology, v.71, p.853-855, 2000(a). AMERICAN ACADEMY OF PERIODONTOLOGY (AAP). Parameter on chronic periodontitis with advanced loss of periodontal support. Journal of Periodontology, v.71, p.856-858, 2000(b). AMERICAN ACADEMY OF PERIODONTOLOGY (AAP). Parameter on aggressive periodontitis. Journal of Periodontology, v.71, p.867-869, 2000(c). ARMITAGE, G.C. 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Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher ANEXOS ANEXO 1 – Parecer do Comitê de Ética e Pesquisa 88 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 89 ANEXO 2 – Termo de consentimento Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Título do projeto: Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Este termo de consentimento pode conter palavras que você não entenda. Peça ao pesquisador que explique as palavras ou informações não compreendidas completamente. 1) Introdução: Você esta sendo convidado(a) a participar da pesquisa sobre a diferença da saliva nas pessoas com e sem problemas na gengiva. Vamos selecionar pessoas com e sem problemas na gengiva. Se decidir participar dela, é importante que leia estas informações sobre o estudo e seu papel nesta pesquisa. Você foi selecionado porque é de um dos dois grupos (com problemas na gengiva e sem problemas na gengiva) e portanto queremos examinar a sua saliva. Sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recua não trará nenhum prejuízo em sua relação como o pesquisador ou com a instituição, PUCMinas. É preciso entender a natureza e os riscos da sua participação e dar o seu consentimento livre e esclarecido por escrito. 2) Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar se a saliva de pessoa que têm a gengiva inflamada é diferente da saliva de pessoas que não têm a gengiva inflamada. 3) Procedimento do Estudo: Se concordar em participar deste estudo você será solicitado doar uma pequena quantidade de saliva (5ml). Será necessário que você não coma ou beba (refrigerantes, sucos ou qualquer outro tipo de bebida) nada, nas duas horas antes da coleta. Você vai enxaguar a boca com água, vai mastigar um pequeno pedaço de plástico (macio) e vamos coletar a sua saliva. Vamos guardar a sua saliva em tubos e vamos congelar a saliva para depois fazermos alguns exames dela. Depois de examinarmos a sua saliva e a de outras pessoas, vamos poder entender se a saliva de pessoas com problemas na gengiva é diferente a saliva de pessoas sem problemas na gengiva. 4) Riscos e Desconfortos: Nesta pesquisa não existem riscos adicionais ao exame feito pelo dentista e por ele coletar um pequeno volume da sua saliva. 5) Benefícios: - A participação na pesquisa não acarretará gasto para você, sendo totalmente gratuita. O conhecimento que você adquirir a partir da sua participação na pesquisa poderá beneficiá-lo com informações e orientações futuras em relação ao seu problema/tratamento/situação de vida, especialmente em relação à modificação de hábitos de vida, alimentação, trabalho e u melhor conhecimento dos fatores de risco sobre o tema, beneficiando-o de forma direta ou indireta. - O tratamento poderá ou não trazer benefícios a você, mas as informações obtidas por meio do estudo poderão ser importantes para a descoberta de novos Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 90 tratamentos/técnicas/tecnologia, capazes de diminuir os problemas existentes em relação ao objeto pesquisado. - As consultas, os procedimentos relacionados ao estudo e a terapêutica utilizada serão inteiramente gratuitos. - Se diagnosticado algum problema, este será tratado e/ou encaminhado para tratamento apropriado. 6) Tratamento Alternativo Se você decidir não participar deste estudo, receberá o tratamento padrão para o seu problema/doença de acordo com as normas desta instituição. 7) Custos/Reembolso Você não terá nenhum gasto com a sua participa’~ao no estudo. A medicação, as consultas, os exames e todo o tratamento serão gratuitos e também não receberá pagamento pela sua participação. Você não receberá cobrança por nenhum tratamento e exame adicional ou qualquer outro procedimento feito durante o estudo. 8) Caráter Confidencial dos Registros Algumas informações obtidas a partir de sua participação neste estudo não poderão ser mantidas estritamente confidenciais. Além dos profissionais de saúde que estarão cuidando de você, agências governamentais locais, o Comitê de Ética em Pesquisa da instituição onde o estudo está sendo realizado, o patrocinador do estudo e seus representantes podem precisar consultar seus registros. Você não será identificado quando o material de seu registro for utilizado, seja para propósitos de publicação científica ou educativa. Ao assinar este consentimento informado, você autoriza as inspeções em seus registros, que será realizada na presença do pesquisador responsável e somente a pedido dos órgãos citados acima. 9) Participação Sua participação nesta pesquisa consistirá em ser examinado por um dentista e doar uma pequena quantidade de saliva. É importante que você esteja consciente de que a participação neste estudo de pesquisa é completamente voluntária e de que você pode recusar-se a participar ou sair do estudo a qualquer momento sem penalidades ou perda de benefícios aos quais você tenha direito de outra forma. Em caso de você decidir retirar-se do estudo, deverá notificar ao profissional e/ou pesquisador que esteja atendendo-o. A recusa em participar ou a saída do estudo não influenciarão seus cuidados nessa instituição. 10) Para obter informações adicionais Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço do pesquisador principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento. Caso você tenha mais dúvidas sobre o estudo, por favor, ligue para a PUCMinas, Faculdade de Odontologia, Programa de Mestrado em Clínicas Odontológicas. Avenida Dom Gaspar, 500 – Prédio 46, Coração Eucarístico Belo horizonte, MG – Brasil CEP 30535-610 Telefone (31) 3319-4414; Fax (31) 3319-4415 E-mail: [email protected] Pesquisadora: Vanessa Goulart S. Reher Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 91 Se você tiver perguntas com relação a seus direitos como participante do estudo clínico, você também poderá contatar o Coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa desta instituição, no telefone (31) 3319-4298, Fax (31) 3319-4229 ou E-mail: [email protected] 11) Declaração de Consentimento Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de assinar este termo e consentimento.Declaro que fui informado sobre os métodos do estudo a ser utilizado, das inconveniências, dos riscos, dos benefícios e dos eventos adversos que podem vir a ocorrer em conseqüência dos procedimentos. Declaro que tive tempo suficiente para ler e entender as informações acima. Declaro também que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas. Confirmo também que recebi uma cópia deste formulário de consentimento. Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra penalidade. Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade e sem reservas para participar como paciente deste estudo. _____________________________________________ Nome do participante ( em letra de forma) _______________________________________________ Assinatura do participante ou representante legal _________________ Data Atesto que expliquei cuidadosamente a natureza e o objetivo deste estudo, os possíveis riscos e benefícios da participação do mesmo, junto ao participante e/ou seu representante autorizado. Acredito que o participante e/ou seu representante recebeu todas as informações necessárias, que foram fornecidas em uma linguagem adequada e compreensível e que ele/ela compreendeu essa explicação. _______________________________________________________ Assinatura do pesquisador ________________ Data 92 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher ANEXO 3 – Ficha Clínica FICHA CLÍNICA Identificação Nome ________________________________________________ Prontuário nº: _______________ Data: ___/___/___ Nascimento: ___/___/____ Naturalidade ________________________________ Gênero: ________ Raça (cor): ____________ Estado civil: ___________ Profissão: _____________ Endereço: Rua (Av.) __________________________________________ N° _____ Apt° _____ Bairro _______________ CEP ___________ Cidade _________________________ Telefones: Res.:( ) ____________ Trab.:( ) _____________ Cel: ( ) __________________ Anamnese História Médica: 1) Você tem algum problema de saúde? ( ) Sim ( ) Não 2) Em caso afirmativo, qual problema se aplica ao seu caso? ( ) Problemas cardíacos ( ) Pressão alta ( ) Infarto ou Angina ( ) Cirurgia cardíaca ( ) Marca passo ( ) Febre Reumática ( ) Anemia ( ) Doenças respiratórias ( ) Asma ( ) Hemofilia ( ) Leucemia ( ) Câncer ( ) Diabetes ( ) Problemas renais ( ) Reumatismo ( ) Doenças sexuais ( ) Epilepsia, convulsões ( ) Outros Descreva o problema ___________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 3) Já esteve internado ou submeteu-se a alguma cirurgia recentemente? ( ) Sim ( ) Não Descreva: ____________________________________________________________________________________ 4) Sofreu algum traumatismo na boca no último mês? ( ) Sim ( ) Não 5) Fez tratamento com antibióticos nos últimos 3 meses? ( ) Sim ( ) Não 6) Está usando algum medicamento no momento? ( ) Sim ( ) Não Qual(is) ______________________________________________________________________________________ 7) Tem alergia a algum medicamento? ( ) Sim ( ) Não Qual(is) ______________________________________________________________________________________ Caso possua algum outro problema médico que ache importante, favor descrever: ___________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ Belo Horizonte, ____/___ /_____ Assinatura do paciente: _________________________________________________ 93 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher Volume de Saliva: _____________ Exame Periodontal Sangramento D 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 37 36 35 34 33 32 31 41 42 43 44 45 46 47 V M Perda Inserção L D V M Supuração L D V M Profundidade de Sondagem L D VD V VM M L Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher ANEXO 4 – Detalhamento da Tabela 1 Concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal crônica generalizada e de indivíduos do grupo controle. Controle Doença Periodontal Crônica n Valor n Valor 1 4,48 11 7,22 2 8,26 12 10,33 3 8,16 13 12,13 4 6,65 14 8,07 5 3,06 15 12,13 6 5,52 16 4,01 7 5,52 17 7,59 8 6,27 18 7,31 9 5,04 19 5,42 10 5,61 20 3,63 21 12,79 22 20,34 23 9,67 24 11,66 25 16,76 26 16,38 27 11,94 28 15,81 29 29,03 30 13,54 Média Média 5,86 11,79 Des. Pad. Des. Pad. ±1,58 ±5,99 I. C. 95% I. C. 95% 4,88 – 6,84 9,16 – 14,42 Teste ‘t’ de Student (Controle X Doença) - p = 0,0024 Valores de média, desvio padrão e intervalo de confiança expressos em µM. 94 Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 95 ANEXO 5 - Detalhamento da Tabela 2 Comparação entre os valores da concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal crônica generalizada moderada, avançada e de indivíduos do grupo controle. Controle Moderada Avançada n Valor n Valor n Valor 1 4,48 1 7,22 11 12,79 2 8,26 2 10,33 12 20,34 3 8,16 3 12,13 13 9,67 4 6,65 4 8,07 14 11,66 5 3,06 5 12,13 15 16,76 6 5,52 6 4,01 16 16,38 7 5,52 7 7,59 17 11,94 8 6,27 8 7,31 18 15,81 9 5,04 9 5,42 19 29,03 10 5,61 10 3,63 20 13,54 Média Média Média 5,86 7,78 15,79 Des. Pad. Des. Pad. Des. Pad. ±1,58 ±3,02 ±5,59 I. C. 95% 4,88-6,84 I. C. 95% 5,91-9,65 I. C. 95% 12,33-19,25 Análise de ANOVA (Tukey): Controle X Moderada p > 0,05 Controle X Avançada p< 0,01 Moderada X Avançada p < 0,01 Valores de média, desvio padrão e intervalo de confiança expressos em µM. Análise da Concentração de Óxido Nítrico na Saliva de Indivíduos Portadores de Doença Periodontal Vanessa Goulart Sampaio Reher 96 ANEXO 6 – Detalhamento da Tabela 3 Correlações observadas entre diversos parâmetros de profundidade de sondagem com os valores da concentração de NO2 na saliva de indivíduos com doença periodontal crônica generalizada. [NO2] na n saliva (µM) 11 7,22 12 10,33 13 12,13 14 8,07 15 12,13 16 4,01 17 7,59 18 7,31 19 5,42 20 3,63 21 12,79 22 20,34 23 9,67 24 11,66 25 16,76 26 16,38 27 11,94 28 15,81 29 29,03 30 13,54 Média 11,79 Des. Pad. ±5,99 I.C. 95% 9,17 – 14,41 Correlação com a [NO2] Maior PS (mm) 8 7 5 10 7 5 5 6 10 6 10 9 10 10 7 10 9 7 7 10 7,90 ±1,91 7,06 – 8,74 0,14 Número de dentes com PS ≥ 7mm 3 1 0 3 3 0 0 0 3 1 11 7 4 5 4 9 4 5 9 6 3,90 ±3,24 2,48 - 5,32 0,68 Número de dentes com PS ≥ 4mm 24 10 11 11 14 17 4 7 6 12 19 19 14 10 21 18 12 12 24 10 13,75 ±5,68 11,26 – 16,24 0,54