A vingança do olhar: memórias de Pablo Escobar

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A vingança do olhar: memórias de Pablo Escobar
REVISTA LUMEN ET VIRTUS
ISSN 2177-2789
VOL. III
Nº 6
JANEIRO/2012
O PAPEL DA MÍDIA NA CONSTRUÇÃO E
IMORTALIZAÇÃO DE SEUS MITOS
Andréia Perroni Escudero1
http://lattes.cnpq.br/4352353064316890
RESUMO – Este artigo traz a relação do homem com a morte, abordando os principais
sentimentos que o cercam perante este acontecimento, como angústia, dor, medo, esperança, etc.
Porém, seu principal objetivo é analisar de que forma a mídia se apropria deste fato para
impulsionar a mitificação de personalidades, que de alguma maneira atenderão às necessidades de
divulgação de novas formas de consumo, seja de produtos, hábitos ou atitudes. Estudo de caso
James Dean
PALAVRAS-CHAVE – morte; imortalidade; mito; mídia e James Dean.
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ABSTRACT – This article brings up the relationship between man and death, dealing with his
main feelings about it, such as anguish, pain, fear, hope and so on. However, its main objective is
to analyse how the media takes possession of this fact to stimulate characters’ mythification,
which anyway may attend to release necessities of new ways of consuming either products, habits
or attitudes. To exemplify this theory we will make use of the James Dean’s history.
KEYWORDS – death; immortality; myth; media, James Dean.
A transformação de algumas figuras públicas em mitos após sua morte sejam elas ligadas
à política, à arte, à saúde ou à religião, é um fato que se verifica com certa recorrência nas
sociedades desde o início dos tempos.
Quando o indivíduo é admirado na coletividade por seus atos, pensamentos ou atitudes
esse sentimento é amplificado no momento em que a morte ceifa suas possibilidades de
convivência com as pessoas. Assim, essa figura pública passa a ser mais respeitada por não estar
no mesmo patamar de convívio e seus ideais e memórias são replicados com mais respeito e
intensidade do que o seriam antes de sua morte.
Andréia Perroni Escudero é docente no curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Anhembi Morumbi.
Também é doutoranda do Programa de Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica, bolsista Capes
e pesquisadora do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia – Cisc.
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Na contemporaneidade, outros fatores interferem neste processo de mitificação e a mídia
tem papel fundamental na medida em que propõe os padrões estéticos sobre os quais pretende
trabalhar. Um caso clássico neste sentido é o do ator James Dean que morreu em 1955 aos 24
anos, no auge de sua carreira. Se precisássemos escolher uma música que retratasse o espírito de
James Dean seria Decadence Avec Elegance do compositor brasileiro Lobão, especificamente o
refrão que diz, “Melhor viver dez anos a mil do que mil anos a dez”. Isto porque James Dean
vivia com urgência.
Aos quatro anos já tocava violino e sapateava. Na fazenda, cuidava dos animais, arava a
terra, fazia a colheita, caçava patos selvagens. Na escola jogava basquete, baiseball, corria,
organizava concursos de caretas, recitava poesias, pertencia ao grupo de teatro e ainda era bom
aluno. Depois, começou a correr de moto, esculpir, fotografar, desenhar, patinar, pintar, tocar
bongo e gaita. Foi grumete em veleiro, garçom, segurança e garoto-propaganda, além de ator. Só
na gravação do filme Assim Caminha a Humanidade, aprendeu a pegar bezerro no laço, cair
sentado do alto de uma grua de cinema na garupa de um Mustang e a barrar uma corrida de
novilhos selvagens2.
Tudo isso denotava um excesso de vitalidade, de necessidade de descobrir e fazer coisas.
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Costumava dizer, “Ah, é preciso viver depressa. A morte chega cedo” (SALGUES, 1992, p. 75)
E para ele realmente chegou. Com 24 anos, teve uma das mais fulgurantes e breves carreiras do
cinema. Com apenas três filmes realizados em Hollywood, somente um havia sido lançado antes
de sua morte. Do dia para a noite, Jean virou fenômeno da juventude da época, por abordar,
através de seus personagens, os problemas que os adolescentes tinham com os pais. Símbolo
contestador, exemplo de ator e de comportamento marcante, criava uma nova postura para uma
juventude em transição. Só esses fatos já lhe davam possibilidades para virar um mito na época.
Porém, caso não tivesse morrido, estaria hoje com 75 anos, e no percorrer deste período, o
epíteto de rebelde com fúria de viver já seria coisa do passado. Mas o fator “morte precoce”
mudou o destino do mito. Pode-se dizer que foi ela, juntamente com o culto à juventude da
cultura de massas, quem potencializou os “efeitos James Dean” na sociedade da década de 50 e
até hoje perpetuados.
Para formatar este processo, é preciso entender a relação arcaica do homem com a morte,
isto é as questões envolvidas na perda de entes queridos e na morte inevitável de todas as
Yves Salgues – James Dean Biografia -1992; Documentário The Real James Dean – 2005 – Produtora, Creative
Media LLC Production; Documentário Forever James Dean de Ara Chekmayan, 1988.
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pessoas, inclusive de si mesmo, as angústias presentes em diversas culturas que cercam o “pósmorte” e as solicitações de imortalidade, entre outros, conforme segue.
Toda a morte individualizada, isto é, toda a consciência da morte, provoca
sempre reações infantis, pois a morte é a única coisa que está para além do
poder do homem, a única coisa perante a qual ele é totalmente impotente,
como uma criança. (MORIN, 1970, p. 143)
Mas o que é certo é que não há nada mais contraditório do que as emoções e os
sentimentos libertados pela morte. Apesar de a humanidade conviver diariamente com esta
possibilidade, há sempre um assombro que se renova quando um ente querido é por ela
acometido ou um terror quando a possibilidade recai sobre si mesmo.
O mais difícil é aceitar que a sua individualidade, cultivada e preservada ao longo de uma
vida pode ser invadida a qualquer instante e, sem alternativa, ser extinta. Daí a recusa violenta da
morte como acontecimento natural.
De acordo com Morin, “isto se dá porque o conhecimento da morte é externo,
aprendido, não inato” (1970, p. 59). É no decorrer da vida de cada indivíduo que ela se
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estabelece. Assim, há uma luta do ser humano para tê-la como uma realidade, mas acaba sendo
sempre vista como uma fatalidade. Por isso, é incessantemente necessário reaprendê-la a cada
nova perda.
Em outras palavras, o medo da morte é o sentimento, a consciência da perda da individualidade.
Sentimento que é o de uma ruptura, de mal-estar, de uma catástrofe, isto é, um sentimento
traumático.
Outro fator de angústia para o homem no que tange a morte está relacionado com a
decomposição do cadáver. Nos primórdios, este processo era percebido como contagioso. Mas
até hoje persistem algumas práticas funerárias que têm o objetivo de evitar que isto aconteça
como a cremação do corpo e o período de luto, ou quarentena, no qual vestir preto e isolar a
família dos acontecimentos “externos” protegem-na tanto quanto à comunidade deste possível
“contágio pela morte”.
São inúmeros os ritos e rituais que acercam este acontecimento em todo o mundo.
Alguns deles trazem muito mais dor ao indivíduo que o fato da morte em si. Um exemplo disto
são os funerais que, normalmente, conduzem a excessos emocionais provocados muitas vezes
pelo sentimento de coletividade, que faz explodir toda a insegurança do homem perante o seu
maior inimigo.
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Isto pode ser visto no caso da morte de James Dean. Quando foi enterrado em Indiana
até a polícia teve de ser chamada para conter a multidão de cerca de 2.000 pessoas que
participaram do ritual, porém, cenas de profundo desespero foram presenciadas na coletividade,
mas não no funeral e sim nas salas de diversos cinemas quando da estréia do filme Juventude
Transviada, cerca de um mês depois de sua morte nos Estados Unidos, “Houve três desmaios e
algumas cenas histéricas na sala escura, entremeados de ondas de choro”. (SALGUES, 1992, 24)
Os temores que envolvem a morte acabam por impelir o indivíduo a procurar “saídas” mágicas
que amenizam psicologicamente esse conflito.
Os pensamentos e discursos sobre a imortalidade, o reino dos céus, a salvação e todas as
sugestões de uma vida melhor pós-morte, apresentadas pelas diferentes religiões do mundo
inteiro, procuram minimizar essa dor, pois o temor à morte é universal, assim como a crença na
imortalidade.
A partir daí verifica-se uma dualidade de sentimentos, que se refere ao horror da perda
em conjunto com a alegria da obtenção de uma vida imortal. Morin descreve essas três
perspectivas com as quais o ser humano se depara quando analisa a morte em toda a sua
42
amplitude (1970, p. 33).
1. A consciência do acontecimento da morte como algo inevitável e intransferível, um mal
que alcança cada membro da espécie e todo o ecossistema, a própria realidade;
2. o impacto que envolve a falta de arbítrio sobre tal acontecimento, um ceifar da vida
imposto, uma invasão de sua privacidade, uma perda da própria individualidade, da
própria consciência, em outras palavras o traumatismo da morte;
3. a crença na imortalidade (sobrevivência de espectro ou morte-renascimento, uma forma
da consciência reconhecer a morte como acontecimento e negá-la como aniquilamento.
(1970, 49).
Para essas perspectivas, deu o nome de o triplo dado da consciência humana da morte,
consciência realista, consciência traumática e afirmação de um ‘para além da morte (MORIN,
1970, p. 36).
Há muitos séculos, os ritos de imortalidade permitem ao indivíduo amenizar sua angústia
com relação à morte de entes queridos e a futura morte de si próprio.Freud sugere que “no
fundo, ninguém acredita na sua própria morte, ou, o que vem a ser o mesmo, que cada um, no
seu inconsciente, está persuadido da sua própria imortalidade”. (apud MORIN, 1970, p. 143).
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No período arcaico a morte era sinônimo de renascimento. Isto porque a base do
conhecimento do homem era o ciclo da natureza, ou seja, a noite que gerava o dia, e o dia que
tinha seu fim na noite; uma estação que se findava para dar início à outra; as flores que morriam e
fertilizavam a terra; os frutos que alimentando o ser humano alimentam a vida, etc. Como o
provérbio árabe “a noite é a placenta, o banho de renascimento do dia que vai nascer; as noites
estão grávidas” (apud MORIN, 1970, p. 118).
Hoje o que assistimos ao analisar alguns mitos da mídia que sofreram morte prematura é
um ciclo semelhante a este, a vida que morre, porém que gera outra vida. Uma espécie de
apropriação pelo homem desta metamorfose sofrida na natureza. Quanto mais visibilidade o
indivíduo possui, quanto mais identificação e projeção fornece ao grupo, quanto mais bem
sucedida sua vida, mais violento é o choque da sua morte e mais poderes são concedidos “ao
deus pai, que tudo pode”, para que através de preces seja concedida a imortalidade àquele
indivíduo.
James Dean é prova deste ciclo onde a vida vence a morte, não por meios naturais, ou
por magia tradicional, porém através dos meios de comunicação.
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Pode-se parafrasear neste caso que, como diz Lévy Bruhl “viver é precisamente pertencer
intimamente ao seu grupo” (apud MORIN, 1970, p. 38). James Dean vive porque sua imagem
pertence a um grupo forte da mídia, a Warner Bros. Pictures. A Warner fez com que a magia e o
mito triunfassem sobre a morte, dominando-a.
Mas, a princípio, a própria Warner acreditou que a morte, além de levar um de seus
principais atores de forma tão trágica, levaria também ao fracasso o filme Juventude Transviada
que estreou uma semana após o acidente, em Nova Iorque, conforme descrito no Documentário
The Real James Dean.
Para surpresa do meio, o filme ganhou um impulso extraordinário, pois as pessoas,
movidas pelo sentimento de perda, assistiam-no uma, duas, três vezes ou mais.
Assim que James Dean apareceu na tela, a sala pareceu tomada pelas reações
mais diversas por parte dos jovens (...) Ouvia-se um rumor nervoso de lenços e
echarpes, a emoção presa na garganta, alguns abandonavam-se às lágrimas,
outras soluçavam. Os diretores das salas onde havia sessões contínuas
divulgaram, ‘Os jovens – fossem estudantes ou operários – viam o filme duas,
três vezes seguida. (SALGUES,1992, p. 23)
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Neste ciclo a esperança da imortalidade tornou-se realidade. A Warner, como a maior
parte das empresas que integram os meios de comunicação, consciente desse desejo de
renascimento e imortalidade que os fãs desenvolvem com relação ao ídolo morto, fez com que,
através de doses de visibilidade e periodicidade, a imagem de James Dean se fortificasse e se
ampliasse invadindo fronteiras e perpassando décadas, como uma religião, que acalma a dor pelo
falecimento de um ente querido.
Várias estratégias são utilizadas pelo “poder midiático” para imortalizar uma pessoa que
em vida tenha sido referência. No caso de James Dean, ele reunia perfeitamente as características
necessárias para se tornar um imortal. Mas, a mais eficaz delas foi sua morte trágica aos vinte e
quatro anos.
Hoje, 50 anos após a morte do ator, o que temos é apenas um resquício do que foi o
trauma de um falecimento brutal. A presença constante nos meios de comunicação minimiza o
mórbido terror individual à morte, pois recria a imortalidade.
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(...) os deuses são os mortos e a sua omnipotência nascerá do abismo da morte.
Hamlet não tem razão, há muito mais coisas nos reinos da morte do que na
morada terrestre. Hamlet tem razão, todas essas coisas nasceram da terra,
saíram da vida, foram concebidas pelo homem real. (MORIN, 1970, p. 99)
Se há muitos anos as pedras funerárias eram uma forma de “segurar” os mortos em suas
tumbas, hoje não há pedra que o faça quando a máquina midiática quer ressuscitá-los.
A morte e o homem contemporâneo
“Nos dias de hoje, os indivíduos solitários temem mais a morte do
que os que vivem constantemente em grupos” (MORIN, 1970, p.
47).
Isto porque em comunidade a vida está no ar, no movimento constante de pessoas e
ideia s, nos hábitos comuns, como ir à igreja, participar de suas festas, fazer parte de grupos, bem
como no trabalho diário desenvolvido. Sentimentos esses que estão cada vez mais raros nos dias
atuais, devido à crise da comunidade.
Quando o vazio e o tédio tomam conta da individualidade, da consciência, normalmente
o homem solitário, por opção ou rejeição social, acaba por trazer à tona uma obsessão à morte.
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A própria ciência moderna fez com que essa crise se agravasse porque trouxe a certeza que não
só o indivíduo falece, mas tudo na natureza, inclusive o próprio planeta, o universo.
Tal questão tornou mais complexa e traumática a relação morte e indivíduo, pois o
homem sempre viu a ciência também como uma porta de acesso à descoberta da imortalidade,
porém, dificilmente essa avançará a ponto de descobrir a “cura” para a morte do universo.
Então, o homem está definitivamente fadado à morte.
Sendo assim, uma forma de esquecê-la nas sociedades modernas é procurá-la, desafiá-la,
persegui-la no perigo (na velocidade, na guerra, no heroísmo).
O porquê do risco de morte
Tendo em conta os perigos de morte que implica qualquer vida que queira ser
vivido, aquele que tentasse evitar ao máximo o risco de morte para se
conservar vivo o mais tempo possível nunca conheceria a vida; o medo ou a
mediocridade impedem de viver. (MORIN, 1970, p. 250).
O instinto é um sistema de proteção contra a morte. Optar por correr riscos implica
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derrotar os instintos de defesa individual. Neste caso, o instinto de autoproteção que aflora
frente ao perigo eminente é negligenciado, sendo transformado em estímulos, impulsos, que por
sua vez têm o poder de levar os sentidos à embriaguez, à euforia, à adrenalina.
Em geral, quem opta por encarar o risco de morte com maior frequência a fim de realizar
proezas que levem a esse tipo de alteração de sentidos são pessoas que não suportam a ideia da
morte. James Dean amava a vida, mas a afrontava constantemente em nome da adrenalina e da
sensação de liberdade que a velocidade lhe proporcionava. Acreditava que a vida não teria sentido
se não fosse para nela aventurar-se.
Morin descreve o que impele essa procura pela adrenalina da seguinte forma,
uma volúpia que vale bem o risco (...) por amor, por êxtase, por vaidade,
(...) por amor ao próprio risco, por amor à vida, para dela fruir mais
intensamente e dela se embriagar, mesmo ao preço da própria vida.
(1970, p. 168)
Essa obsessão pelo risco é também uma forma de encarar a morte de frente. Mas a
necessidade de desafiar a morte pode ter também raízes em uma história pessoal de perda. No
caso de James Dean, sua mãe faleceu quando ele tinha apenas nove anos de idade. Segundo sua
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prima Joan Winslow Peacock3 “Jimmy ficou muito abalado com esta perda. No trem, ele descia a
cada parada para ver se o vagão que levava o caixão da mãe continuava ali.”
Quando se tem consciência que determinada ação traz certo risco de morte, insistir em
realizá-la é aceitar este risco. Leonard Rosenman, músico responsável pelas trilhas sonoras do
filme Juventude Transviada perguntou ao ator James Dean, “O que pretende fazendo coisas
perigosas?” James respondeu, “Apenas sinto que tenho que conquistar a morte4”. Resta saber se
James se utilizava da velocidade para fugir da morte ou para persegui-la. Uma coisa é fato, ela não
saia de sua cabeça,
De memória e nas posições mais extravagantes, ele desenhava
frequentemente nos espaços em branco dos jornais, entre as letras dos
títulos ou nos textos das script-girls, minúsculos aviões acidentados,
dentro de caixões de vidro, caveiras e tíbias cruzadas” o que James Dean
justificava assim, “É o meu lado macabro. (SALGUES, 1992, 58).
A forma de afrontar a morte, correndo riscos, é uma tentativa de mostrar que se é capaz
de vencê-la. Pode-se dizer que este papel assumido pelo indivíduo é de uma autoafirmação
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heroica. “Autoafirmação tanto mais rica quanto o herói não se sente nunca tão fortemente ‘ele
próprio’ senão no momento do risco, sentindo-se ao mesmo tempo viver ‘intensamente’,
sentindo-se ao mesmo tempo ligado a uma realidade que o ultrapassa”. (MORIN, 1970, p. 70).
Apesar de não reconhecer que existe a intenção do auto sacrifício, atos de afirmação da
identidade são também uma forma de confrontar a morte, um caminho para o reconhecimento
da liberdade e da individualidade. “Os mais obcecados pela morte são aqueles que se precipitam
em guerras e aventuras perigosas” (MORIN,1970, p.160), como em um auto sacrifício onde o
indivíduo solitário se afirma violentamente sobre si mesmo. A busca pelo instante glorioso
justifica a fatalidade da morte. Arrisca-se a morte por orgulho, por prestígio, por uma alegria, e
principalmente, para se sentir vivo.
Deste ângulo, melhor uma vida intensa e curta do que uma longa e medíocre, da mesma
forma a morte gloriosa deve ser preferida à medíocre, pois esta suscita uma memória coletiva e
uma consequente exaltação pessoal que tende a recair até em uma forma de culto.
Depoimento retirado do Documentário The Real James Dean – 2005 - Produtora,
Production.
4 Depoimento retirado do Documentário The Real James Dean – 2005 – Produtora,
Production.
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Creative Media LLC
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“Os mortos tornam-se tão presentes como os vivos, mais ainda, governam-nos. São
mortos consolidados, mortos que vivem no interior dos vivos, mortos que falam” (MORIN,
1970, p. 45). Sem dúvida por muito tempo James Dean tornou-se um exemplo de “morto que
fala”. Principalmente porque quando faleceu seus filmes estavam apenas começando a fazer
sucesso.
Deve-se levar em conta que os lançamentos não aconteciam simultaneamente no mundo
todo. Aliás, as variações chegavam a mais de um ano. Em muitos países o primeiro filme nem
havia sido lançado na data da morte o que impulsionava a curiosidade das pessoas em ver o
garoto prodígio do cinema que não estava mais entre eles. Mais do que isto, impulsionava a
formação do mito. “James Dean estava morto, mas não esquecido. Durante três anos após sua
morte, as cartas endereçadas à Jimmy superaram em número as cartas enviadas por fãs à qualquer
astro de Hollywood” 5.
Em um ano mais de quatro milhões de fãs foram cadastrados em fã-clubes 6, o que não é
um número desprezível se considerarmos que se trata de dados de 1956, quando a população
mundial era, pelo menos, quatro vezes menor.
Uma das coisas que desperta a admiração e inveja nas pessoas é a volúpia dos que, sem
47
pensar nos perigos, sabem viver e lutar e até morrer pelo que gostam e acreditam, se tornando
heróis, referência que suscita mimetismos, inspira atos e atitudes, muda comportamentos e
gerações.
Do que são compostos os heróis
Heróis são, originariamente, espíritos de homens defuntos que residem
no interior da Terra onde vivem eternamente como os deuses, e se
aproximam destes pelo seu poder. (MORIN, 1970, 172).
Um pré-requisito na biografia da maioria dos heróis7 é o abandono voluntário ou não por
um ou ambos os pais na infância. Suas obras fabulosas poderão ser entendidas como uma revolta
As cartas eram endereçadas à família e ao próprio ator, já que alguns admiradores acreditavam que ele não havia
morrido de fato e sim havia ficado transfigurado por causa do acidente e por isso se internara em uma clínica.
Documentário Forever James Dean de Ara Chekmayan, 1988.
6 Documentário The Real James Dean – 2005 – Produtora, Creative Media LLC Production.
7 Segundo Edgard Morin, o termo ‘herói’ será sempre aplicado àquele que procura a morte voluntariamente e
conquista assim a imortalidade (religiosa ou cívica). (1970, p. 174)
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por este abandono. Também, devido a este fato, sua luta pela sobrevivência, luta contra a morte
começa muito mais cedo do que para os mortais “normais” e se estende por toda sua existência.
Um confronto diário que após vitórias sucessivas dá ao herói o gosto da imortalidade. Elvis
Presley conta com uma história semelhante quando viu aos dois anos seu pai Vernon Presley ser
preso por estelionato. Passou sua primeira infância sem a presença paterna.
Podemos confrontar a teoria acima com o exemplo de vida de James Dean, cuja morte da
mãe pode ser considerada como um divisor de águas em sua vida. A partir disto, dá-se início a
uma vida difícil. Abandonado pelo pai e levado a morar com tios em uma fazenda, supera a
morte que segundo a mitologia espreita os heróis desde que são abandonados por seus pais na
infância. Cumprindo seus rituais de iniciação, deixa sua cidade em busca de uma carreira como
ator. Passa por necessidades e luta pelo que acredita.
Verifica-se que James conta com uma saga semelhante à de diversos heróis e que tais
fatos foram muito bem aproveitados pela mídia para construir sua imortalidade. Porém, faz parte
do histórico do herói ser “traiçoeiramente” assassinado. Às vezes atraiçoado pelo destino, por um
simples descuido, como em seu caso que dirigia um Porsche prata Spyder 130 na State Highway
48
41, Califórnia, ao lado de seu mecânico Rolf Weutherick quando um Ford Sedan em um
entroncamento entrou na pista sem vê-los. A colisão foi inevitável. O mecânico foi atirado para
fora do carro sofrendo alguns ferimentos. James morreu na hora. “O acidente que o matou
(James Dean) não foi por descuido dele ou por estar em velocidade. 110 km por hora não é
muito naquela estrada com aquele carro. O acidente era para acontecer. Foi o destino”8.
A vitória da morte sobre os heróis nunca é leal (Aquiles, Hércules, Jesus, entre outros).
Mas, com isso, é promovido a imortal e pelos seus feitos o herói tem sua vitória sobre a morte.
A TV como replicadora do “rebelde” James Dean
A cronologia (calendário) é provavelmente a suprema força simbólica da
vida cotidiana. (PROSS, 1989, p. 76).
Apesar de James Dean ser considerado um ícone do cinema, pode-se dizer que a TV deu
grande contribuição, e ainda dá, na construção da imortalidade do mito, principalmente, após sua
morte. Foi ela que levou de casa em casa a história do jovem que fez sucesso no cinema e que
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Depoimento de Geroge Barris, Custom Car Maker documentário Forever James Dean, 1988).
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morreu de forma trágica. Atendeu prontamente às necessidades de seus expectadores levando ao
ar detalhes da história do ator contados por amigos, parentes, conhecidos e críticos. Essas
informações eram veiculadas em programas de auditório, entrevistas e, também, em
documentários. Ainda, em 1955, foi realizado o primeiro documentário sobre a vida de James
Dean, The Rare Movies produzido pelo Stúdio Cherry Red UK.
A partir daí, até os dias atuais, podemos contar com cerca de 60 documentários à venda,
de acordo com o site oficial de James Dean. O número pode parecer baixo se compararmos aos
livros lançados, em torno de 3009. Porém, precisamos levar em consideração que o lançamento do
VCR aconteceu em 1970. Então, nos vinte primeiros anos, os mais expressivos no caminho da
imortalidade, esse material produzido por canais de TV, produtoras, estúdios como a Warner era
impossibilitado de ser comercializado, e quando isto foi possível, talvez não tenha sido
disponibilizado.
O ponto é que ano após ano, nos aniversários de morte e de vida do ator a TV levava,
novamente, o astro às telas. Reprisava seus filmes, descobria novos fatos, criava novos
documentários, isto é recriavam a vida do mito como num ritual sagrado.
Essa repetição de fatos em cima do calendário, trazida pelos meios de comunicação é,
49
também, o que Harry Pross designa como uma das supremas forças simbólicas da vida cotidiana
(1989, p. 74-78), pois a repetição programada de acontecimentos e imagens faz com que esses
mesmos fatos se instalem em nossa memória recente e lá permaneçam sempre aguardando uma
rememoração, que acaba trazendo consigo as dores, as angústias e as lembranças do momento da
morte e até do clima de tristeza da época.
Assim, mitos como James Dean, Marilyn Monroe, Elvis Presley e Ayrton Senna acabam
sendo superiores à cronologia imposta pela vida cotidiana. Eles têm seu próprio calendário e por
mais que os anos passem, suas mortes nos parecem sempre recentes.
Segundo o jornalista Antônio Bivar, “na formação do mito (James Dean) foram investidos
milhares de dólares da Warner Bros10”. Investimento esse que tem como objetivo principal
atualizá-lo como produto ainda em moda. É dessa aparição periódica que o ídolo sobrevive, bem
como tudo aquilo que representa. Nesta linha, Norval Baitello Jr. observa que:
9
Conforme relação de livros à venda disponível no site oficial do ator <http, //www.jamesdean.com>.
BIVAR, Antonio. “A Invenção da Velocidade”, in Folha de São Paulo, São Paulo, 25/09/05. Caderno Mais, p. 4.
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A sociedade midiática reúne traços preponderantes de culturas heróico-míticas
e de culturas centradas no presente. Por um lado, descarta a informação apenas
passado o seu tempo imediato de veiculação, instaurando uma memória de tipo
‘curtíssimo tempo’. Por outro lado, permite, no vácuo criado pela destruição
do passado imediato, o ressurgimento dos fantasmas de deuses e heróis, figuras
que povoam as culturas centradas no passado. Repare-se bem que as
personagens heroicas presentes na mídia diária como seu principal motor não
representam senão aparições devidamente recicladas. (1999, p. 102)
Para demonstrar a eficácia desta estratégia, segundo a revista americana Forbes, de
7/09/2001, cujo título era: “Fama de Outro Mundo, os 13 Mortos que continuam faturando
alto”, a marca James Dean alcançou, no ano de 2000, arrecadação de US$ 4 milhões. Seu nome e
rosto aparecem nos relógios Hamilton; nos jeans Lee; na coleção de cartões postais de Franklin
Mint; em isqueiros Zippo; em cervejas; peças de vestuários e acessórios. Tudo muito bem
administrado por seu primo Marcus Winslow, que estende o merchandising pelo Japão, Europa e
América do Sul.
Sempre há novas formas de trazer o mito às telas e rememorá-lo. Isto é necessário para
torná-lo sempre presente, pois, conforme Malena Contrera (2003, 112) “O mito midiático carrega
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imagens que não sobrevivem sem que se volte a imaginá-las periódica e ritualmente”.
Diferentemente dos mitos originais o papel ‘vincular’ é feito pela TV, fundamentada exatamente
na decomposição do sagrado, ou seja, no espetáculo, mantendo os elementos ritualizadores, sendo
o principal deles a repetição.
A iconofagia atuante nas imagens midiáticas
A teoria sobre a devoração de imagens criada por Norval Baitello Jr. é chamada de
iconofagia. “Um dos tipos de iconofagia se dá quando ‘imagens desgastadas’ são devoradas por
novas imagens que as reciclam” (BAITELLO, 05, p. 17). Isto é, o primeiro degrau da iconofagia
surge quando há tal superficialização da imagem, quando esta não tem mais condições de remeter
o homem ao mundo e às coisas e sim bloqueia esse acesso, direcionando apenas ao contexto das
próprias imagens que se originaram da devoração de imagens anteriores.
Essa teoria se comprova facilmente quando utilizamos o exemplo do ator James Dean. A
mídia, de tanto relembrar sua ausência com imagens escolhidas sob o prognóstico de trazer a
presença, recorda sempre a rebeldia dos personagens que ele desempenhou no cinema. Esse
processo superficializou a imagem real do ator.
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Assim, características pessoais e sua história real acabaram por se perder no constante processo
de reatualização do mito. Neste ciclo, da mesma forma que imagem devora a si mesma e se
recicla constantemente para manter o mito vivo, se superficializa, perdendo grande parte do
referencial real, sobrando apenas o referencial comercial.
H.Belting nos traz que “A imagem devolveu ao morto um meio no qual ele encontrasse
os vivos e seria por eles recordado” (apud BAITELLO Jr. 2000, p. 8). Porém, para James Dean, a
imagem não o recorda, ela o reinventa a cada aparição, a cada nova geração. A Warner
desempenha este papel de colonização do imaginário popular, fazendo com que a atual imagem
do ator não evoque nada além do que imagens autossuficientes e autorreferentes.
“O segundo degrau da iconofagia surge quando nós humanos começamos a consumir as
imagens. Não mais as coisas, mas seus atributos imagéticos é que são consumidos”. (BAITELLO
Jr., 05, p.54). Isto se dá principalmente porque uma das principais funções do marketing
contemporâneo é a de fazer com que as pessoas adquiram bens materiais não pela função real do
objeto, mas sim pela promessa de que serão transferidas, através de seu consumo, qualidades
imaginárias, como status, modernidade, liberdade, juventude, etc.
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Sendo assim, o homem acaba por ser um devorador de imagens e com a mesma avidez
que essas são produzidas, são devoradas e expelidas, trocadas por outras. Um processo que leva à
dependência cada vez mais acentuada em paralelo com a falta de senso e critério no consumo.
A partir daí, pode-se afirmar que a avalanche de produtos que levam a marca James Dean não
tem outro objetivo além de conferir àqueles que fazem seu uso uma imagem rebelde e
contestadora.
E o terceiro e último degrau se dá quando a imagem devora o homem. “Como o alimento
das imagens é o olhar, e como o olhar é um gesto do corpo, transformamos o corpo em alimento
do mundo das imagens”. (BAITELLO, 05, p. 86).
Na sociedade midiática, o homem é bombardeado diariamente por uma quantidade de
imagens que está muito além de sua capacidade de absorção. Essa convivência, ou até mesmo
esse acuamento, tem suas consequências e uma delas é a diminuição da capacidade humana de
enxergar tais imagens. Para suprir essa “deficiência” humana, mais imagens são lançadas pelas
mídias, cujo lema é a visibilidade. Assim, pode-se dizer que elas procuram desesperadamente pelo
olhar humano, disputam o momento desse “encontro” de todas as formas, conforme explica
Baitello:
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(...) há muito as imagens declararam sua independência do mundo da vida e das
coisas, há muito fundaram um mundo próprio, o mundo das imagens. E
tentam nos seduzir a nos transferir para lá. Sua sedução conta, além disso, com
um poderoso aliado, a extenuação dos nossos olhos diante de seu insistente
apelo. (05, p. 46).
A imagem de James Dean, que vive hoje com seus eternos 24 anos, ainda possui uma
força irresistível de atração perante seus fãs. Em seu 50º aniversário de morte, a cidade natal do
ator, Marion, foi transformada no próprio mundo das imagens. Isto porque milhares de corpos
foram seduzidos e transportados para um lugar que não rememorava uma pessoa e sim uma
imagem.
Lá, esses corpos consumiam vorazmente tudo o que podiam ligá-los à imagem do ator,
isto é, roupas com sua logomarca, objetos decorativos, alimentos, mas principalmente, atitude e
comportamento, até em disputas de quem mais se parecia com o ator (clonagem estética).
Mas, o que acontece toda vez que uma moto com o nome James Dean é vendida ou
roupas que carregam sua grife são usadas, e principalmente, quando pessoas imitam seu jeito de
ser e se vestir o que se dá é a devoração dessas pessoas pela imagem. Ao tentar se transformar em
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imagens o indivíduo doa seu corpo a esta imagem, se expropriando. Processo que se dá
voluntariamente, pois só o abandono de si próprio, permite, neste caso, o acesso ao “outro”.
Em resumo, pode-se dizer que James Dean morreu realmente no acidente. O que se tem
hoje é apenas a imagem espetacular do ator criada por Hollywood, ou seja, apenas simulacro. Do
real só a silhueta que insiste em aparecer nas fotos, nos filmes, em parte dos produtos que levam
seu nome. Isto porque “o simulacro, a duplicação trazem sempre a possibilidade de morte para o
original (...) a morte está presente na sedução operada pela imagem espetacular”. (SODRÉ, 1990,
p. 41).
As imagens que devoraram o ator e o transformaram em simulacro dele mesmo hoje
devoram também os fãs que não conseguem mais se alimentar delas por terem perdido o
histórico original, não remetem a nada, são planas, rasas, mas aproveitam-se da referência original
e continuam seu processo de devoração (estético e comercial).
James Dean inaugura e perpetua a era na qual para ser jovem deve-se seguir padrões de
moda, de comportamento e de atitude. E nesta era, o objeto de consumo mais almejado não é
mais aquilo que diferencia as pessoas pela personalidade e gosto pessoal, mas sim o que as
assemelha o que as torna iguais.
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Os grandes mortos diferenciar-se-ão e aumentarão o seu poder em relação ao
comum dos mortais. (...) E quanto mais os mortos-antepassados se
divinizarem, tanto mais os seus atributos divinos submergirão os seus
caracteres de mortos, até os transformarem em mortos jamais nascidos, ou
vivos jamais mortos, que desde o seu nascimento terão vivido a vida gloriosa
do além – isto é, de puros imortais (MORIN, 1970, p.167).
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BAITELLO Jr., N. O Homem que parou os relógios. São Paulo, Annablume, 1999.
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Filmes
Vidas
Amargas,
diretor
Elia
Kazan,
1955,
Warner
Bros.
Pictures
Juventude Transviada, diretor Nicholas Ray, 1955. Warner Bros. Pictures
Assim Caminha a Humanidade, diretor George Stevens, 1956. Warner Bros. Pictures
Documentários
James Dean em Alta Velocidade – 1976 – dirigido por Robert Butler
James Dean, Forever Young – 2005 – dirigido por Michel J. Sheridan
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