Livre circulação para todos
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Igualdade de direitos e oportunidades. Campanha juvenil Petição a favor do 13°mês para aprendizes. 2 Sector terciário Trabalho sindical 3 Campanha pela segurança laboral e protecção da saúde. Assembleias informativas em lingua portuguesa. 4 Nr. 9 | Dezember 2008 | português Erscheint als Beilage zur Zeitung «work» | Redaktion T +41 31 350 21 11, F +41 31 350 22 11 | [email protected] | www.unia.ch Comissão de Migração do Unia Novos desafios em 2009 No passado dia 29 de Novembro, a Comissão de Migração do Unia reuniu-se pela última vez este ano. Na reunião foi feito um balanço de 2008 e foram definidos os objectivos para 2009. O balanço das actividades levadas a cabo em 2008 é positivo, esta foi a conclusão dos membros que constituem a Comissão de migração. O Congresso do Unia foi considerado um dos momentos mais importantes em 2008, já que aí foi discutido e aprovado um importante documento de posicionamento político em relação à política de migração e integração, bem como definido um plano de acção sindical neste domínio. mativas destinadas a trabalhadores temporários, empregadas no ramo do trabalho doméstico, trabalhadores com contratos a tempo parcial e sem horários de trabalho fixos. Entre a comunidade portuguesa continuará a ser levada cabo a Campanha de informação e sensibilização no âmbito da formação profissional contínua – «Aproveite as Oportunidades!». No próximo ano, também se quer atingir alguns avanços no domínio do reconhecimento de competências informais («Validation des Acquis»), bem como de diplomas e certificados estrangeiros. A nível sindical, será importante desenvolverem-se acções, de modo a permitir uma maior participação de trabalhadores e sócios sindicais migrantes. Objectivos 2009 Alterações As actividades a desenvolver em 2009 deverão contribuir para a melhoria das condições de vida e de trabalho dos/das migrantes. O Unia compromete-se a empenhar-se, no sentido da introdução de regulamentações anti discriminatórias ao nível dos CCT. Prevêem-se várias campanhas infor- A Comissão despediu-se do colega Amilcar Cunha, que após alguns anos abandona o trabalho do Grupo de interesse migração no cantão Vaud. Foram dadas as boas vindas a Oscar Valero que substitui Vania Alleva na coordenação das funções relativas à área de Migração no Unia. Fim do Visto Schengen para cidadãos extra comunitários Livre circulação para todos Maior possibilidade de movimento no espaço Schengen. No final do mês Novembro, o Conselho da União Europeia (UE) fixou definitivamente o dia 12 de Dezembro como a data em que entra em vigor o Acordo Schengen. A Suíça passa a ser reconhecida como membro integral do espaço Schengen. Graças a um grande e longo empenho dos sindicatos, alcança-se com es- ta medida uma importante melhoria para milhares de trabalhadores provenientes de países não membros da UE e suas famílias. Estes cidadãos, com autorização de estadia na Suíça, poderão, a partir de 12 de Dezembro, circular livremente no espaço europeu Schengen sem necessitarem de um visto. São beneficiados por este Acordo cerca de 700 000 pessoas que vivem na Suíça, mas não possuem um passaporte suíço ou da UE. O Unia, que durante anos se empenhou de forma determinante para que a obrigatoriedade do visto Schengen fosse abolida, congratula-se com esta decisão do Conselho europeu. Um primeiro sucesso tinha já sido alcançado, quando no Verão de 2006 o visto de trânsito para cidadãos não pertencentes à UE, com a autorização de estadia na Suíça, tinha sido eliminado. Iniciativa a favor da idade flexível da reforma AHV/AVS É urgente reforçar o AHV/AVS A 30 de Novembro, foi a votação a iniciativa lançada pelos sindicatos para a introdução da reforma flexível do seguro da AHV/AVS, sem reduções, a partir dos 62 anos. A mesma foi chumbada nas urnas, com 58,6 % de votos contra. O sindicato Unia lamenta que a iniciativa a favor da idade flexível da reforma AHV/AVS não tenha obtido uma vitória nas urnas. Contudo, é de salientar que a elevada percentagem (41,4%) dos votos a favor da iniciativa, bem como os debates e as discussões que decorreram nas últimas semanas e meses, em torno deste tema, provam que as soluções que prevêem uma reforma flexível e social correspondem à necessidade de uma grande parte da população. O Conselho federal e o Parlamento têm que, no âmbito da 11. revisão da AHV/AVS, levar a cabo medidas neste sentido. Reforço da AHV/AVS Os sindicatos não estão, de modo algum, dispostos a aceitar os planos de desmantelamento do seguro da AHV/AVS que os partidos de direita têm preparado. Se for necessário, não hesitarão em levar a referendo essa nova revisão. A actual crise financeira, com perdas dramáticas ao nível dos seguros do segundo pilar (Caixa de pensões), prova claramente que é urgente reforçar o primeiro pilar (AHV/AVS). Reforma antecipada é responsabilidade do patronato As associações patronais que nas últimas semanas se pro- puseram a apresentar soluções de reforma antecipada para os seus ramos de trabalho têm que dar cumprimento à sua palavra. O Unia fará pressão para que tanto o patronato, como as autoridades competentes assumam responsabilidade nesta área e tomem medidas adequadas. horizonte Notícias breves Em memória das vitimas da greve geral Há 90 anos, três jovens trabalhadores do ramo da relojoaria perderam, em Grenchen (cantão Solothurn), a sua vida na luta a favor de melhores condições de trabalho. Tal sucedeu na sequência de disparos das tropas que entraram em acção para impedirem os operários de levarem a cabo o seu protesto. Em memória das vítimas foi erguida, na praça onde ocorreram os confrontos, uma placa comemorativa dos 90 anos da greve geral. Presentes estiveram o Presidente da USS, Paul Rechsteiner, e o Presidente da cidade, Boris Banga. Petição do Grupo de Interesse da Juventude Unia Discriminação salarial Aprendizes exigem 13° mês Salário igual por trabalho igual Através da nova brochura «Salário igual para trabalho de igual valor», o Unia informa em oito línguas diferentes como podem as mulheres defender-se contra a discriminação salarial. Comentário ao CCT da indústria química Jovens aprendizes reivindicam 13° mês. No âmbito da Campanha sindical «Os aprendizes valem ouro» o Grupo de interesse da Juventude do Unia lançou uma petição, reivindicando o 13° mês para todos os jovens durante o período da sua aprendizagem profissional. CCT são importantes para todos. Foi publicado recentemente pelo Unia um comentário ao CCT em vigor nos ramos de trabalho da industrias farmacêutica e química, bem como dos serviços. O comentário surge em formato de um folheto, está escrito de forma bastante acessível e destina-se a sócios sindicais, membros de comissões de pessoal e outros interessados. O mesmo pode ser solicitado aqui: Unia Zentralsekretariat, Bern, Ruth Zbinden, Tel. 031 350 23 93. Conflito no centro comercial Letzipark em Zurique Há meses que os/as empregados/as do centro comercial Letzipark em Zurique protestam contra o prolongamento do horário de abertura aos sábados dos estabelecimentos comerciais. Contudo, a direcção continua a ignorar tais protestos, avançando com a abertura do centro comercial até às 20 horas aos sábados. A grande maioria do pessoal não está abrangida por um contrato colectivo de trabalho, encontrando-se, assim, numa situação desprotegida. O sindicato Unia exige, por isso, que sejam estabelecidos pontos de referência, de modo a regulamentar as condições de trabalho. Contudo, a direcção do Leitzipark recusa-se a negociar com o sindicato. O Unia continuará a fazer tudo ao seu alcance para proteger os/as trabalhadores/as, bem como as suas condições laborais e os seus direitos. Despedimentos na empresa Benninger Textil AG A gerência da empresa têxtil Benninger Textil AG, em Uzwil (cantão St.Gallen), não aceita as propostas para um plano social. Tal significa que um terço do pessoal da empresa ficará sem o seu posto de trabalho. Os sindicatos reivindicam que os dirigentes da empresa assumam o sua responsabilidade como empregador e que recorram a todos os meios, de modo a assegurar um plano social que proteja os/as cerca de 160 empregados/as ameaçados/as pelo desemprego. Da direcção é também exigido uma postura e uma comunicação clara e transparente, em relação à reestruturação que está a ser levada a cabo dentro da empresa. 2 Nr. 9 | Dezember 2008 | português Com base nos resultados do inquérito realizado pelo Unia entre os aprendizes, um terço dos futuros profissionais não recebe o 13° mês. O mesmo inquérito revela que mais de metade dos inquiridos considera que o seu salário não corresponde ao trabalho que realiza. Contudo, aqueles que têm o 13° mês estão mais satisfeitos com o seu ordenado, do que os que não o recebem. Integrado na campanha «Os aprendizes valem ouro», lançada a 30 de Setembro de 2008, o Unia reivindica o 13° mês para todos os aprendizes. Este pagamento suplementar suporia uma importante valorização do trabalho dos jovens aprendizes e contribuiria para melhorar os seus baixos salários Lançamento da petição De forma a apoiar esta reivindicação, o Unia lançou uma petição que será apresentada na Primavera de 2009 às associações patronais e autoridades competentes. A petição pode ser assinada até 31 de Março de 2009, através da Internet em www.unia.ch/jugend, ou os formulários correspondentes podem ser solicitados nos secretariados do Unia. Nas primeiras semanas da Campanha «Os aprendizes valem ouro» o Unia, através de visitas a centros de formação profissional, pôde confirmar a insatisfação que reina entre os aprendizes e como é importante que haja alguém a representar os seus interesses. Esta campanha está a ser bem acolhida entre os jovens e é importante que as reivindicações destes, que representam o futuro dos diferentes ramos e sectores de trabalho e contribuem para a sua inovação, sejam levadas a sério. Há 12 anos que, na Suíça, está em vigor a Lei da paridade (igualdade), contudo as mais recentes estatísticas federais revelam que os salários das mulheres estão, em média, 20% abaixo dos dos seus colegas homens. As mulheres continuam a ser vítimas de discriminação salarial! Com o objectivo de informar sobre este problema e sobre as formas como as mulheres se podem defender contra este tipo de discriminação, o Unia publicou uma brochura informativa. A mesma está disponível em oito línguas (alemão, francês, italiano, português, espanhol, turco, servo-croata, albanês), para deste modo se poder chegar mais facilmente a mulheres migrantes. Estas são frequentemente duplamente discriminadas, simplesmente pelo facto de serem mulheres e migrantes. A referida brochura é co-financiada pelo Gabinete federal para a paridade entre mulher e homem e pretende esclarecer melhor as mulheres sobre os seus direitos. «16 dias contra a violência sobre as mulheres» De 25 de Novembro a 10 de Dezembro decorreu pela primeira vez, na Suíça, uma Campanha internacional intitulada «16 dias contra a violência sobre as mulheres» que foi coordenada pela organização feminista cfd. O principal objectivo desta campanha foi o de sensibilizar a opinião pública para as várias formas de violência de que as mulheres são vítimas: as mulheres são afectadas por violência doméstica, são prejudicadas no mundo de trabalho, não têm as mesmas oportunidades a nível profissional ou social, etc. Muitas organizações aderiram a esta campanha, realizando actividades diversas. O Unia participou de forma activa na Campanha, organizando em várias regiões o dia da porta aberta contra a discriminação salarial, já que esta é, também, uma forma de violência estrutural contra as mulheres. Neste dia foram também distribuídas muitos exemplares da brochura atrás referida. A brochura «Salário igual por trabalho de igual valor» será uma referencia nos serviços de aconselhamento jurídico do Unia e será utilizada em seminários e cursos. A mesma pode ser solicitada através do E-mail [email protected] ou nos secretariados sindicais. Campanha pelos direitos de crianças «ilegalizadas» Não compreendo por que somos ilegais Por que os pais carecem de uma autorização de estadia, também os seus filhos são considerados «sem papéis». Legalmente falando não existem, mas estão neste país. Como vivem? O que os preocupa? No Dia Internacional dos Direitos das Crianças, os mesmos falaram sobre si. Os centros de aconselhamento dos «sem papéis», organizações como terre des hommes suisse, HEKS e os sindicatos Unia e vpod/ssp criaram este ano a associação «Pelos direito das crianças ilegalizadas». Esta associação lançou, no passado dia 20 de Novembro, Dia Internacional dos Direitos das Crianças, uma campanha de dois anos – «Nenhuma criança é ilegal». A mesma quer chamar a atenção para a situação das crianças ilegalizadas e tem como objectivo melhorar a sua situação. Em Berna, na escola de Munzinger, a associação apresentouse aos meios de comunicação e os alunos tiveram oportunidade de falar sobre o tema com alguns dos afectados. As jovens equatorianas Liliana e Andrea Estrada falaram de sua vida quando eram «crianças sem-papéis». «Sabíamos pouco da nossa situação. Perguntávamo-nos por que é que os nossos pais tinham tanto medo de serem descobertos e expulsos, e por que é São milhares as crianças ‚sem-papéis’ que vivem entre nós. que nos pediam para passarmos despercebidas», contou Liliana de 18 anos. «Muitas vezes pensava – Não compreendo por que somos ilegais!», comentou. Contudo, a família foi descoberta. «Um dia apanharam-nos no eléctrico sem bilhete e assim, se ficou a saber que estávamos aqui sem papéis», recorda Andrea. Foi depois deste acontecimento que se iniciou um longo e complicado processo de legalização da estadia desta família. Hoje as duas irmãs apoiam a campanha, querem sensibilizar a opinião pública e animar outras crianças e jovens «sem-papéis» a lutar pelos seus direitos. A amarga realidade O medo de serem descobertas e expulsas, o isolamento social, a pobre- za, assim como a falta de perspectiva de futuro marcam a vida de muitas crianças que vivem entre nós sem uma permissão de estadia. Apesar da Suíça ter ratificado a Convenção da ONU sobre os direitos das crianças e esta estar em vigor desde 1997, e dos direitos consagrados na Constituição, as crianças «sem-papéis» não são abrangidas por aquelas. Ao nível da educação, por exemplo, é quase impossível para os pais poderem inscrever os seus filhos num infantário ou numa creche. Após a escola obrigatória (do 1° ou 9° ano), os jovens não têm possibilidade de fazer uma aprendizagem, acabando por optar pelo trabalho ilegal. A Campanha «Nenhuma criança é ilegal» visa alterar esta situação. Reivindicações da campanha 1. Um amplo direito à educação para todas as crianças, desde serviços de educação infantil até a possibilidade de realizar uma aprendizagem profissional. 2. O respeito da Convenção da ONU sobre os direitos das crianças por parte da Suíça, especialmente, no que diz respeito à detenção de menores. 3. Medidas de simplificação dos critérios de regularização das famílias sem estatuto de estadia regularizado. horizonte 3 Nr. 9 | Dezember 2008 | português A maioria das negociações salariais termina bem Acto de protesto contra o plano de salvamento do UBS Salários aumentam Por uma mudança política e social em média 3% Os sindicatos terminam o ano satisfeitos, de um modo geral, com os resultados obtidos na maioria das rondas negociais sobre o aumento salarial para 2009. Os salários subirão em média 3% e o aumento dos salários mínimos poderá ir de 3 a 7,5%. Um dos objectivos das rondas de negociações salariais para 2009, levadas a cabo nas últimas semanas, era o de alcançar a compensação do aumento do custo de vida, ou seja, da taxa de inflação. Um outro objectivo era conseguir um aumento significativo para os salários mínimos, de modo a alcançar-se a meta dos 3 500 francos. Neste momento muitas das rondas negociais estão concluídas e em bastantes ramos os objectivos propostos foram alcançados. Ramo dos trabalhos de isolamento Também neste ramo todos os operários beneficiarão de um aumento mensal de, pelo menos. 130 francos, estando previsto a possibilidade de aumentos a nível individual. Tendo em conta ainda a contribuição patronal para um novo plano de reforma para o ramo, podemos dizer que a subida salarial atinge 3,9%. Ramo da indústria metalúrgica O aumento salarial generalizado neste ramo é de 115 francos mensais. Se a este valor acrescentarmos os dias de férias suplementares para determinadas categorias, a subida dos salários para 2009 situa-se nos 3,3%. Numerosas pessoas responderam ao apelo dos sindicatos da USS (União dos sindicatos suíços) e de outras organizações, apresentando-se em Zurique, no dia 15 de Novembro. Numa das principais praças da cidade, Paradeplatz, onde ficam as sedes dos maiores bancos suíços, protesteram contra o plano de salvamento do UBS e exigiram uma mudança do rumo da política social e económica. A praça em Zurique, Paradeplatz, encheu-se de manifestantes. vindicações como um seguro de velhice mais sólido, melhores salários, e um programa conjuntural eficiente. A nível mundial reivindicou uma política económica e instituições financeiras internacionais que funcionem, tenham em conta as necessidades reais das pessoas e sejam capazes de dar resposta a graves problemas, como o fome no mundo, as desigualdades sociais, a destruição do meio ambiente, etc. As diferenças sociais Destes aumentos salariais, que deverão ser aprovados pelo Conselho federal, beneficiam cerca de 32 000 trabalhadores da Suíça de expressão alemã, Ticino e de alguns cantões da Suíça de expressão francesa (excluídos estão os cantões de Genebra, Vaud e Valais) No discurso de abertura Paul Rechtsteiner, Presidente da USS, criticou duramente o plano de salvamento de 68 biliões do governo federal para o banco UBS e classificou a bancarrota da especulação financeira com o resultado de 30 anos de neoliberalismo. Rechtsteiner também referiu que as diferenças sociais na Suíça têm aumentado de forma massiva: «No cantão de Zurique 1% dos mais ricos tem em sua posse um património equivalente a 95% do resto da população.» As dieferenças sociais são também notárias na formação dos jovens, nos salários e nas pensões de reforma. Ramo da relojoaria e micro-técnica Ramo da construção Ramo dos técnicos de eletricidade e telecomunicações Os trabalhadores deste ramo receberão no mínimo mais 130 francos de salário por mês. Os ordenados mínimos serão aumentados em 250 a 300 francos, o que corresponde a uma subida de 6%. Os salários poderão ainda ser aumentados individualmente em 1%. Neste ramo os operários sem experiência profissional passam a beneficiar de um salário mínimo de 3500 francos. Neste ramo nenhum salário mínimo estará abaixo deste valor. No dia 15 de Novembro, cerca de 3500 pessoas estiveram presentes na manifestação que se realizou em Zurique, sob o lema «Basta de especulação – Sim à AHV/ AVS a 30 de Novembro». Mais salário em 2009. A Associação patronal Convention partonale (CP) e o sindicato Unia chegaram a um acordo quanto à compensação para o aumento do custo de vida relativamente aos salários a serem pagos no ramo da relojoaria e micro-técnica, em 2009. A partir de Janeiro de 2009 todos os operários do ramo receberão, pelo menos, mais 140 francos de salário por mês. Ramo dos técnicos da construção Está prevista uma subida salarial generalizada de 2,9% para o ramo dos técnicos da construção. Os salários mínimos sofrem um aumento significativo, dependendo da categoria profissional, o mesmo pode ir até aos 720 francos mensais. Mais justiça social Paul Rechsteiner. A crise como oportunidade O Presidente da USS vê na actual crise a oportunidade para que se produza uma mudança social. Não basta apenas levar a cabo alguns retoques no sistema, mas sim alterar-se profundamente a orientação económica e social. Rechsteiner apresentou rei- Para além da Paul Rechtsteiner, também outros políticos, sindicalistas e gente das Artes participaram neste acto de protesto para reivindicar mais justiça social. Para que esta seja alcançada será necessário um vasto e forte movimento social capaz de obrigar os governantes a alterar as suas políticas. Salários para 2009 Para o ramo da construção foram já estabelecidos os salários para 2009. Os mesmos são válidos para toda a Suíça, estando definidos por zona geográfica e classe salarial. À zona salarial vermelha pertencem a cidade de Berna, bem como os cantões de Genebra, Basileia, Vaud e Zurique. Os restantes cantões são abrangidos pela zona salarial azul. As classes salariais no sector da construção são as seguintes: C Trabalhador não qualificado B Trabalhador qualificado sem carteira profissional A Trabalhador qualificado sem carteira profissional, mas com diploma de curso ou assim enquadrado pelo empregador Q Trabalhador qualificado com carteira profissional V Chefe de equipa Salários brutos para 2009: Zona Vermelha Azul Verde Classe salarial V 6219/35.35 5966/33.90 5713/32.45 Q 5528/31.40 5449/30.95 5375/30.55 A 5322/30.25 5248/29.80 5174/29.40 B 5016/28.50 4884/27.75 4752/27.00 C 4462/25.35 4393/24.95 4330/24.60 Sector terciário, ramo dos serviços Segurança laboral e protecção da saúde No passado mês de Novembro os delegados e as delegadas do sector terciário, ramo dos serviços, participantes da Assembleia profissional do Unia decidiram lançar uma campanha para melhorar a segurança de trabalho e a protecção da saúde do pessoal deste ramo. Judith Stofer, colaboradora do sindicato Unia, teve ocasião de entrevistar Dário Mordasini, especialista do Unia em matéria de segurança laboral e protecção da saúde. De seguida apresentamos parte da entrevista. Por que necessita o sector terciário, nomeadamente o ramo dos serviços, uma campanha para melhorar a segurança laboral e a protecção da saúde? Nos últimos anos alcançamos importantes melhorias no que diz respeito à prevenção de acidentes. Desta evolução beneficiaram principalmente os trabalhadores da construção e da indústria. Contudo, nas profissões ligadas ao sector terciário e ao ramo dos serviços muito pouco se fez nesta matéria, principalmente em relação à protecção da saúde. Por esta razão decidimos lançar esta campanha. Quais são os factores que influenciam negativamente a saúde do pessoal do ramo dos serviços? Primeiramente, são factores directos, como o calor, o frio, o ruído ou as correntes de ar. Mas há, também, uma série de factores específicos, como o ter que passar muitas horas de pé, por exemplo, que afectam negativamente a saúde das pessoas que trabalham neste ramo. É de referir, ainda, a má organização do trabalho e a falta de respeito pelas disposições legais relativas às pausas e à comunicação dos horários de trabalho, o que contribui para um aumento do stress. E, por fim, existe muitas vezes uma forte pressão de terceiros, por exemplo, dos clientes, sobre o pessoal empregado nos serviços. Há reivindicações sindicais concretas nesta área? O Unia preparará esta campanha con- juntamente com os trabalhadores e as trabalhadoras. Na Assembleia de delegados do sector fixaram-se três pontos importantes que devem servir de referência para o desenrolar da campanha. Antes de mais, os delegados exigem mais respeito pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras. Entre outros aspectos, esta reivindicação inclui horários laborais que permitam uma melhor conciliação da vida laboral e familiar, ritmos de trabalho menos stressantes e uma planificação mais eficaz dos horários de trabalho. Em segundo lugar, os delegados exigem melhorias ao nível da consulta e participação dos trabalhadores e das trabalhadoras. Finalmente, é importante que a campanha goze de um amplo apoio e que se consiga o envolvi- Dario Mordasini, o responsável do Unia em matéria de segurança laboral e protecção da saúde. mento na mesma dos empresários, das organizações responsáveis pela protecção de saúde e das associações que representam os clientes. horizonte Pergunte, que nós respondemos Abonos de família serão aumentados a partir de 1 de Janeiro de 2009 Tenho dois filhos, dos quais me ocupo sozinha, por esta razão posso trabalhar apenas dois dias por semana. Trabalho num salão de cabeleireira e, como ganho pouco, para mim o abono de família pelos meus dois filhos é muito importante. Neste momento recebo 140 francos. Se bem me lembro, há algum tempo foi aprovada em votação uma iniciativa para aumentar os abonos que recebemos pelos filhos para 200 francos. Quando é que esta nova lei entra em vigor? A 26 de Novembro de 2008 aprovou-se, com uma ampla maioria, a Lei federal sobre os complementos (ou abonos) de família, a qual contempla 4 Nr. 9 | Dezember 2008 | português o direito de todos os trabalhadores e todas as trabalhadoras a um complemento por filho, para os filhos menores de 16 anos, de, pelo menos, 200 francos mensais. Para os filhos maiores de 16 anos que estudam, a Lei federal estabelece o direito a um complemento por filho de, pelo menos, 250 francos. A nova Lei federal sobre os abonos de família passa a ser aplicada a partir de Janeiro de 2009. Por tanto, até final deste ano (2008) estão em vigor as disposições cantonais vigentes. Para trabalhadores a tempo parcial, como é o seu caso, a nova lei traz claras vantagens. Até agora tinha direito apenas a uma parte parcial do abono de família. A partir de 2009, todas as pessoas que ganham pelo menos 6840 francos ao ano terão direito ao abono de família completo. Nova brochura para sócios activistas do Unia Activo por um sindicato forte O sindicato Unia publica uma nova brochura informativa destinada aos seus associados activistas. Com a brochura pretende-se reforçar a importância que estes têm para o trabalho sindical, bem como apresentar várias possibilidades de participação nas estruturas e actividades sindicais e suas vantagens. Várias centenas dos 200 000 membros do sindicato Unia são sócios/as activistas. Dispõem do seu tempo livre na colaboração com o sindicato e participam em variadas actividades – estão representados nos grémios sindicais, assistem a reuniões, participam nas discussões, contribuem para a definição das linhas orientadoras do trabalho sindical, são membros de grupos profissionais ou de interesse e delegados sindicais. Outros, ainda, representam as reivindicações sindicais em comissões de pessoal dentro das empresas, ou são especialistas em comissões profissionais. Assembleias informativas em português Porque informação é poder No último trimestre deste ano, em diversos pontos da Suíça, o Unia levou a cabo sessões informativas em português, com o objectivo de fazer chegar às pessoas informações relevantes e esclarecê-las sobre os seus direitos e deveres. Assembleia informativa no Centro português de Laufen. O número de trabalhadores/as portugueses/as na Suíça continua a aumentar, assim como a necessidade de informação e esclarecimento. O Unia, sendo a organização suíça que mais portugueses (cerca de 23 000) representa neste país, vê como uma das suas principais funções levar a cabo um vasto trabalho de informação em língua portuguesa. Ao esclarecer e ao dar a conhecer aos/às trabalhadores/as os seus direitos, fornece-lhes instrumentos de defesa. Pois quanto melhor estiverem informados, melhor se podem defender, já que informação é poder. Assembleias contaram com uma boa participação Para além de material informativo, como panfletos, folhetos, brochuras e este jornal, o Unia também organiza sessões de esclarecimento ou assembleias informativas, sempre que as regiões/secções sindicais ou associações portuguesas assim o solicitem. Nos meses de Outubro e Novembro, graças ao empenho de alguns secretários sindicais e ao apoio do secretariado central, o Unia organizou nos cantões de Zurique, Berna e Basileia diversas assembleias informativas. As mesmas contaram com um grande número de presentes que com atenção e interesse seguiram a apresentação de temas, como salários, discriminação salarial, trabalho temporário, o direito ao fundo de desemprego e o 2° pilar, caixa de pensões. É de salientar a cooperação de alguns centros portugueses com o Unia na organização das referidas sessões informativas, nomeadamente a de Laufen (cantão Baselland) e a de Rüti (cantão Zurique). Mais uma vez ficou provado que o trabalho de parceria entre várias organizações, a favor da comunidade portuguesa, pode ser bastante frutífero. Levantamento do capital da caixa de pensões continua a ser possível Está garantido! O capital acumulado no segundo pilar pode continuar a ser levantando, no caso de regresso definitivo a Portugal. Activistas sindicais são a força do sindicato. Sócios activistas – elementos chave No primeiro Congresso ordinário do Unia, realizado este ano, em Lugano, os membros sindicais activistas ou delegados sindicais assumiram um papel central. Ficou claro que os mesmos são os elementos chave para um sindicato de sucesso. Um dos mais importantes posicionamentos políticos aprovados no Congresso prende-se com a participação dos/as sócios/as activistas nas estruturas sindicais e a sua maior protecção no mundo do trabalho. É na sequência desta decisão do Congresso que o Unia publi- cou uma nova brochura, intitulada «Activo por um sindicato mais forte» (em alemão: «Aktiv für eine starke Gewerkschaft», em francês: «Agir pour un syndicat fort»). Através desta brochura sublinha-se a importância dos membros activistas e são apresentadas várias possibilidades de participação dentro do Unia e as vantagens que daí advêm. A brochura está disponível em três línguas (francês, alemão e italiano) e pode ser adquirida nos secretariados do Unia. Campanha a favor da formação profissional contínua Aproveite as oportunidades Decorre neste momento uma grande campanha de informação e sensibilização no domínio da formação e do aperfeiçoamento profissionais. A Campanha assenta na distribuição de uma brochura informativa intitulada «Aproveite as oportunidades!» que inclui informações importantes sobre a formação profissional. Esta inclui também um inquérito, de modo a ficarmos a conhecer as necessidades e os interesses de trabalhadores/as portugueses/as neste área. Participe na Campanha «Aproveite as oportunidades!», pedindo através do E-mail [email protected] ou do n° de telefone 031 350 23 94 a brochura informativa e o inquérito. Informe-se e dê a conhecer a sua opinião! Colabore! São estas as condições a cumprir: I Pedir o reembolso à instituição de previdência profissional ou caixa de pensões. I Abandonar definitivamente a Suíça e fixar residência em Portugal. I Não estar afiliado obrigatoriamente na Segurança Social portuguesa durante um período mínimo de 90 dias, a contar da data do regresso ou do pedido de reembolso do capital. Em Portugal está obrigatoriamente afiliado à Segurança Social quem trabalha por conta própria e quem trabalha por conta de outrem, assim como quem recebe subsídio de desemprego. Para mais informações dirija-se ao secretariado do Sindicato Unia. A equipa do Horizonte deseja aos seus leitores um feliz Natal e um próspero Ano Novo. Em Fevereiro estaremos de novo convosco. Beilage zu den Gewerkschaftszeitungen work, area, Événement syndical | Herausgeber Verlagsesellschaft work AG, Zürich, Chefredaktion: Marie-José Kuhn; Événement syndical SA, Lausanne, Chefredaktion: Alberto Cherubini; Edizioni Sociali SA, Lugano, Chefredaktion: Françoise Gehring Amato | Redaktionskommission M. Akyol, M. Pereira, D. Filipovic, H. Gashi, M. Martín | Sprachverantwortliche Margarida Pereira | Layout Simone Rolli, Unia | Druck Ringier Print, Adligenswil | Adresse Redaktion «Horizonte», Weltpoststrasse 20, 3000 Bern 15, [email protected] www.unia.ch
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