O chazan e suas funções
Transcrição
Chazanut NO MOVIMENTO MASORTI O chazan e suas funções Nos tempos talmúdicos o chazan tinha sob sua responsabilidade várias funções, tais como: a retirada dos rolos da Torá para sua leitura, o tocar do shofar para anunciar o início do Shabat e das festividades e também a atuação, em alguns casos, como oficiante dos serviços religiosos. Naqueles tempos não havia um chazan permanente e qualquer membro da comunidade podia agir como tal. Foi nos tempos dos Gaonim que o chazan passou a ser um sheliach tzibur (enviado da comunidade) permanente. Surgia assim o desejo, por parte das comunidades, de ornamentar suas preces através de um conteúdo musical. A época desde o final do século XIX até a Segunda Guerra Mundial é considerada como a era de ouro da chazanut, que se popularizou pelos grandes intérpretes (chazanim) como Gerson Sirota, Iosele Rosemblat, Mordechai Herschman, etc. E no período pós-guerra contamos com Moshé Kusewitzky e seus irmãos, Leib Glantz, etc. Já nos tempos bíblicos encontrávamos a expressão do sentimento religioso através dos cânticos e poesias. No templo de Jerusalém a música e a composição poética tinham suma importância. Na atualidade, sobretudo com o surgimento do Movimento Conservativo, o chazan cumpre outro tipo de atividades, mais relacionadas com a docência, e não é convocado apenas para a participação em serviços religiosos. Na maioria das comunidades o chazan deve assumir atividades de moré (professor) na instrução das crianças para seu Bar/Bat Mitzvah e no curso de Talmud Torá e, ao mesmo tempo, desenvolver atividades musicais na preparação e direção dos corais para diferentes oportunidades como serviços religiosos, eventos culturais e sociais. No campo pessoal, vivi duas experiências muito distintas nos últimos 40 anos no que tange ao papel do chazan e da chazanut na Argentina. Na década de setenta tive a oportunidade, após vários e árduos testes e exames estritamente de musach hatefilá, de ser admitido no Templo da Calle Paso, que naquela época era o local em que os congregantes podiam escutar e desfrutar da liturgia mais pura e tradicional. Era apenas uma sinagoga (linha ortodoxa), em que minhas funções se limitavam a participar dos ofícios religiosos e cerimoniais em que a musica litúrgica era necessária. Nos serviços também participava um coral, formado apenas por vozes masculinas. A participação dos congregantes era praticamente nula. Eles, em sua grande maioria, vinham para escutar o Chazan e o coro, já que lá se entoavam composições litúrgicas que pareciam sinfonias. No ano de 1990, ingressei na Comunidade Bnei Tikvá, onde os serviços eram muito diferentes. Ou seja, a participação da congregação tem um valor fundamental e as funções do chazan não se limitam apenas a interpretar as tefilot, mas, ao mesmo tempo, a desenvolver uma missão docente, tanto no quesito educativo quanto musical. Chazan Oscar Fleischer Comunidad Benei Tikva Buenos Aires, Argentina With support of the WZO.
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