Relaxation by Modified Logarithmic Barrier Applied to the Problem
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Relaxation by Modified Logarithmic Barrier Applied to the Problem
Relaxation by Modified Logarithmic Barrier Applied to the Problem of Optimal Power Flow DC with Overload M. V. Coelho, A. Santos Jr. and A. R. L Oliveira Abstract— The Interior Point Methods primal-dual when applied to problems of optimal power flow has great results, but when the system presents overloads in generation and/or transmission, not converge because these overloads imply violation of operating limits, causing some variables cease to be interiors. In order to eliminate these difficulties of these methods is proposed an exchange of barrier function, replacing the classical logarithmic barrier by modified logarithmic barrier. This change allows for controlled violations in some inequality constraints and can be used in solving problems such as optimal power flow with overloads. In practice, such violations can be performed in a short period without damaging the system. Finally, computational tests are made simulating overloads the system suggesting good results. Keywords— Modified Logarithmic Barrier, Interior Points Methods, Optimal Power Flow, Overload. I. INTRODUÇÃO O MODELO de fluxo de potência ótimo tem aplicações em diversos problemas de análise e operação de sistemas tais como análise de confiabilidade, análise de segurança, programação da geração em curto prazo e planejamento de expansão do sistema geração/transmissão. Em muitas das aplicações tem sido adotada a representação linearizada (CC) devido à maior simplicidade e ao grau de precisão satisfatório de seus resultados [1]. Considerando o despacho ótimo de potência ativa através de modelo CC, pode-se formulá-lo como um modelo de fluxo em redes com restrições adicionais [2], ao invés da abordagem clássica baseada na formulação nodal, tendo aplicações em diversos problemas como o estudo de confiabilidade, capacidade de atendimento da carga, despacho econômico e análise de contingências. Uma alternativa viável para resolução de problemas de otimização em engenharia de potência são os métodos de pontos interiores (MPIs). Uma variedade destes métodos tem sido aplicados a um grande número de problemas de sistemas de potência, incluindo estimação de estado [3], fluxo de potência ótimo em geral [4], colapso de tensão e avaliação de confiabilidade [5], gerenciamento de multi-reservatórios [6] e planejamento à longo prazo de combustível [7]. Estes métodos são numericamente robustos e independem de ajustes de parâmetros para cada problema. Além disso, resultados baseados em redes de potência com tamanhos entre M. V. Coelho, Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), Poços de Caldas, Minas Gerais, Brasil, [email protected] A. Santos Jr., Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brasil, [email protected] A. R. L. Oliveira , Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brasil, [email protected] 9 e 2423 barras em [8] e 1832 e 3467 barras [9] mostram que o número de iterações necessárias para a convergência do método primal-dual com barreira logarítmica clássica não é sensível ao tamanho do problema. Entretanto, estes métodos podem apresentar erros numéricos quando variáveis de decisão ficam muito próximas a valores de fronteira por diversas iterações. Em se tratando de problemas de fluxo de potência ótimo, estes erros numéricos podem ocorrer com mais frequência quando há sobrecargas de geração e/ou transmissão no sistema, pois variáveis atingem seus limites rapidamente, o que pode ocasionar blackouts devido a incapacidade de satisfazer a demanda ou mesmo de transmitir a carga gerada, representada pela não convergência do método. Sobrecargas implicam em operar com algumas restrições operacionais no limite, ou seja, em aumento de riscos operativos, devido a desligamentos de elementos da rede, como também de responsabilidade civil no caso de acidentes, refletindo em perda econômica devido a desgastes antecipados de equipamentos ou necessidade de indenizações. Quando há contingências nas linhas de transmissão ou em unidades geradoras pode não ser possível evitar a ocorrência de sobrecargas no sistema, assim, são necessárias ações que visam operar com o sistema sobrecarregado por um curto período de tempo até que operações corretivas aliviem as sobrecargas. Além de riscos, operar nos limites operacionais pode incorrer em violações de capacidade de transmissão e/ou geração, impedindo o uso dos MPIs, visto que tais violações acarretam em pontos não interiores. Nestes casos de violações de limites operacionais nos MPIs, é possível relaxar algumas restrições de modo que tais pontos se tornem interiores. Esta relaxação pode ser feita permitindo que variáveis de folga assumam valores negativos, mas para isso é preciso a troca da função barreira pela proposta modificada por Polyak em [10]. Inserindo um fator de deslocamento na função logarítmica, Polyak combinou as melhores propriedades da função Lagrangeana com a de barreira clássica, mas eliminando suas deficiências, como por exemplo, o mau condicionamento da matriz Hessiana quando seu fator de barreira tende a zero e a não existência de derivada na solução. Deste modo, este trabalho propõe a aplicação da função barreira logarítmica modificada para o estudo de viabilidade operacional de um problema de fluxo de potência ótimo CC com sobrecargas, visando manter o sistema operando de forma segura, sem a ocorrências de blackouts. II. MODELO DE FLUXO DE POTÊNCIA ÓTIMO CC VIA FLUXO EM REDES O despacho ótimo de potência ativa através de modelo CC pode ser formulado como um modelo de fluxo em redes com restrições adicionais [11]. Uma vantagem dessa abordagem é que, com a representação independente das leis de Kirchhoff, os fluxos de potência se tornam explícitos, permitindo a consideração direta dos limites de transmissão como restrições e das perdas de transmissão como um critério de desempenho. O modelo em interesse pode ser escrito da seguinte forma: min + 2 = = 2 . ≤ ≤ Onde: • • • • • • • • • • • • ( + − 0 ≤ ≤ ) (1) (2) (3) (4) , e : são os números de barras, linhas de transmissão e de geradores respectivamente; Q: Matriz diagonal × da componente quadrática do custo de geração; : Matriz diagonal × de resistência das linhas; : Vetor × 1 da componente linear do custo de geração; : Matriz × de incidência da rede de transmissão; : Matriz ( − + 1) × de reatância das linhas; : Vetor × 1 de fluxo de potência ativa; : Vetor $ × 1 de geração de potência ativa; : Vetor × 1 de demanda de potência ativa; E$: matriz de ordem × cuja j-ésima coluna contém exatamente um elemento igual a 1 na linha correspondente à j-ésima barra de geração, e os demais elementos nulos; , , e : limites mínimo e máximos de fluxo e de geração de potência ativa, respectivamente; e : ponderações dos objetivos a minimizar. O sistema de transmissão é representado por um modelo de fluxo de carga CC com limites no fluxo das linhas. Para que as variáveis de geração e transmissão possam ser expressas simultaneamente no modelo, as leis de Kirchhoff para nós e ramos (1) e (2) são apresentadas separadamente [12]. O conjunto de restrições para este problema é linear onde, as equações (1) e (2) representam a rede de geração/transmissão e as equações (3) e (4) representam as capacidades de transmissão e de geração do sistema. No modelo utilizado, as duas componentes da função objetivo são quadráticas com variáveis separáveis, a primeira representando o valor econômico das perdas de transmissão e a segunda representando o custo de geração das usinas, tanto térmicas quanto hidrelétricas. A função de perdas na geração hidráulica, com sendo matriz diagonal, modela as três formas mais importantes de perdas: as provocadas pelas variações na cota de jusante; as provocadas pela tubulação de adução da unidade geradora; perdas de eficiência do par turbina-gerador. O custo de geração associado às termoelétricas também é uma função quadrática independente para cada gerador. Utilizando o modelo descrito para minimizar as perdas na geração hidráulica e custos na geração térmica, as duas componentes da função objetivo são quadráticas com variáveis separáveis, uma vez que a matriz também é diagonal. Os MPIs para problemas com estas características apresentam desempenho similar ao obtido para problemas lineares. Em particular, o esforço por iteração é virtualmente o mesmo em ambas as situações [13]. Para a aplicação dos MPIs o problema deve ser escrito na forma padrão, deste modo, o problema apresentado pode ser escrito da seguinte forma: + min + . − + + , , Onde ≔ − , ≔ − = = , , , , = 0 , + = = = ̅ ≥ 0 (5) ≔ − , = + , − ̅= − ≔ − − , . Para facilitar o entendimento, é procedido conforme os MPIs primal-dual seguidor de caminhos. Estes métodos usam das variáveis barreira clássica no conjunto = , , , primais e aplicam o Método de Newton às condições de KKT da Função Lagrangeana associada a cada iteração. Resolvido desta maneira, o método obtém bons resultados quando há solução factível [12], ou seja, quando a demanda pode ser satisfeita ou quando não há congestionamento nas linhas de transmissão. III. RELACIONANDO SOBRECARGAS E RELAXAÇÃO Em se tratando de sistemas elétricos, os MPIs se limitam a situações normais de operação. Em emergências nas quais os recursos de geração e de capacidade de transmissão são comprometidos o método falha. Na prática, quando o sistema está sobrecarregado, é possível permitir que algumas restrições operacionais sejam violadas por um curto período de tempo, como por exemplo, permitir que alguma unidade geradora, ou linha de transmissão trabalhe acima de sua capacidade. Em [14] são estabelecidos procedimentos para a determinação da capacidade operativa das instalações de transmissão integrantes da rede básica e das demais instalações. No art. 2º desta resolução são descritos os diversos tipos de capacidade operativa, dentre elas destaca-se a de curta duração, tanto para linhas de transmissão quanto para unidades geradoras, utilizadas em condições de emergência, como por exemplo, para linhas de transmissão as capacidades operativas podem variar de 10% e 40% acima do estipulado, dependendo da temperatura específica do projeto. Caso as violações de limites de geração e/ou transmissão forem relativamente baixas, ou seja, estiverem dentro dos limites operacionais de curto prazo, pode-se, por alguns instantes, trabalhar com sobrecargas em componentes do sistema geração/transmissão, pensando em possíveis situações de sobrecarga e na capacidade operativa de curto prazo, reformula-se o problema (5) de modo a permitir violações operacionais. Estas violações podem ser modeladas matematicamente como sendo uma relaxação nas variáveis de folga e da seguinte forma: ≥− ≥− (6) Onde >0 e > 0 podem ser consideradas como sendo as violações permitidas na transmissão e na geração respectivamente, ou seja, a diferença entre os limites operacionais de curto e de longo prazo. Ter conhecimento destes parâmetros é de extrema importância, visto que estão diretamente relacionados à integridade do sistema. Observe que a relaxação em (6) possibilita que e se tornem negativas, componentes das variáveis deixando de ser interiores, porém, possibilitando que as variáveis e ultrapassem seus limites operacionais quando necessário. Esta função é chamada de Função Barreira Logarítmica Modificada, se encaixando em nosso problema, deste modo, a troca da função barreira pode ser feita e então proceder de modo similar ao dos MPIs, controlando em cada iteração para que os pontos do novo problema permaneçam na região relaxada Ω . Deste modo, o problema (5) relaxado pode ser escrito da seguinte forma: min . ( ) ( ) ≥ 0, = 1,2, … , ∈Ω . Onde Ω = { ∈ ℝ | ( ) ≥ 0}, seja utilizada a seguinte função barreira: Ψ( , ) = ( )= ln( ∞ Onde Ω = { | barreira. ( ) + 1 ≥ 0} e ( ) + 1) , ∈Ω , ∉Ω é o parâmetro de + − + + , ( , + ̅ = = = (7) ≥ − ≥ − ) Onde e são vetores de uns de dimensões apropriadas. No problema (7), a relaxação foi feita em todas as variáveis primais, simplificando o uso de apenas uma função barreira. Em [15] é proposta uma estratégia similar de relaxação aplicada apenas nas variáveis de folga do problema, mas ainda impedindo que as demais variáveis se tornem negativas no decorrer do processo iterativo. Ao problema (7) associa-se a Função Lagrangeana Modificada a seguir: , ℒ( , ) = ( )− ∑ ∈ ( , ) − ( ) (8) , Onde = ( ) = = = = ( ) = , ) = IV. APLICANDO BARREIRA LOGARÍTMICA MODIFICADA Mesmo com a relaxação em (6) os MPIs não são capazes de resolver o problema em caso de sobrecargas, pois fazem uso de barreira logarítmica clássica que impedem a negatividade das variáveis. Uma forma de superar esta situação é modificando a função barreira de modo a contemplar a nova condição utilizando a proposta por Polyak em [10]. Em seu trabalho Polyak propõe que para problemas da forma: + ( , 1 2 , , , ̅− + − − − − + + 1 + + 2 ln( + + 1) ∈ Assim, as condições de KKT da Função Lagrangeana Modificada (8) resultam nas condições de otimalidade do problema (7) dadas a seguir: ̅ + = = + + = + − = − + − − + − = + = + = + = + (9) = Onde = , B. Inicialização e Critérios de Convergência ∈{ , }e ∈ . Repare que comparando com os MPIs tradicionais, os multiplicadores de Lagrange , ∈ funcionam como uma perturbação personalizada para cada restrição complementar. Agora basta proceder como nos MPIs tradicionais, ou seja, aplicar o Método de Newton nas condições de otimalidade (9), atualizar as variáveis e repetir o processo até que as condições de KKT sejam satisfeitas. Porém, antes dos testes computacionais é preciso tomar os seguintes cuidados: A. Controle de Passos e Atualização das Variáveis: Além da troca de função barreira, deve-se alterar também o controle de passos para que seja possível variáveis de decisão se tornarem negativas no decorrer do processo iterativo. Para isso procede-se de forma similar ao tradicional, exigindo que + Logo, obtêm-se que ≥− ≥ ( IV. ESTUDOS DE CASOS ) , para algum . Como é factível para o problema relaxado da iteração , ou seja, ≥− , segue que + ≥ 0. Portanto, < 0. deve-se preocupar apenas com as componentes Deste modo, tem-se a seguinte expressão: ( = ) , Esta nova abordagem não tem a obrigatoriedade de que os pontos sejam factíveis, mas a inicialização das variáveis pode ser feita da mesma forma, já que o interior da região factível original está contido no interior da região relaxada. Para o parâmetro de barreira , caso se queira obter a solução do problema original sem relaxação, melhores resultados são obtidos quando este parâmetro é inicializado com um valor relativamente grande [16] mantido fixo, ou atualizado com suficientemente grande. Mas caso o problema não tenha uma solução factível e se deseja obter uma solução operacionalmente viável, pode-se mantê-lo fixo de modo a fazer com que a região relaxada contenha tal solução. Quando se deseja a solução do problema original (5), o critério de convergência é o mesmo utilizado nos MPIs. Quando o objetivo é a solução do problema (7), basta verificar as condições de otimalidade primal e dual, visto que basta obter uma solução factível no conjunto Ω − Ω. <0 Um estudo ilustrativo pode ser feito com sistema IEEE30, com 6 unidades geradoras, potência instalada de 30Mw e uma carga de 283,4Mw. A Fig. 1 mostra seu diagrama unifilar. (11) Como o valor de obtido em (11) pode ser maior que 1 e , não garante que não se tenha componentes de iguais a – toma-se o controle de passos da seguinte forma: { , 1}, ≈ 1 = (12) Assim, a atualização das variáveis primais é feita como: = (13) + Para as variáveis duais segue no modo tradicional. O parâmetro de barreira deve ser mantido fixo caso queira-se obter solução para o problema relaxado (7). Caso o intuito seja resolver o problema original (5), este parâmetro deve ser aumentado a cada iteração de modo a induzir Ω → Ω. , ∈ A atualização do multiplicador de Lagrange pode ser feita com em [10] da seguinte forma: = , ∈ (14) Esta atualização em (14) é similar a definição para as e em (9), induzindo uma relação entre variáveis duais estas variáveis. Figura 1. Diagrama Unifilar do Sistema IEEE30. Foram realizados testes computacionais com as seguintes configurações: Notebook DELL XPS com Ubuntu 12.4, 8GB RAM com processador Intel© CoreMT i7-2670QM (8 núcleos), CPU 2,20GHz, com buster de 3,0GHz. As ponderações da função objetivo do problema (7) foram consideradas como = e = 1, onde CM é o custo marginal dos geradores obtido com = 1 e = 0. Os parâmetros de barreira e são distintos, mantidos fixos e definidos conforme as porcentagens de violações permitidas. Os limites de geração são exibidos na Tabela I abaixo: TABELA I. LIMITES E CUSTO DE GERAÇÃO – IEEE30. GERADOR CAPACIDADE(MW) CUSTO(U$) 1 30 1 2 50 1 5 70 4 8 70 4 11 40 2 13 40 2 Já para os limites de transmissão foram considerados todos iguais a 50Mw para fins de ilustração. A. Simulando Sobrecargas na Geração Para simular uma contingência em uma unidade geradora, ou o aumento de demanda acima da potência instalada, é feita uma redução na capacidade de geração da unidade 1 para 10Mw, o que reduz a potência instalada do sistema para 280Mw, ou seja, um déficit de 3,5Mw. Neste cenário, a Tabela II exibe o despacho obtido, com violação permitida de no máximo 10% em cada gerador e de 30% nas linhas de transmissão. Observe que os dados da Tabela IV indicam a necessidade de investimento nas unidades 5 e 8, mas apesar da unidade 11 também sofrer violação, esta não deve ter prioridade com relação as demais. Também foram realizadas simulações com sistemas elétricos maiores como por exemplo IEEE57, IEEE118, IEEE145, IEEE162, SSE810, SSE1675, SEE1732 e BRASIL. Para estes, algumas unidades geradoras tiveram seus limites reduzidos de modo que a carga do sistema fosse insuficiente para satisfazer a demanda. A Tabela V exibe a sobrecarga máxima obtida em cada sistema. TABELA V. SOBRECARGA NA GERAÇÃO – SITEMAS MAIORES TABELA II. DESPACHO COM SOBRECARGA NA GERAÇÃO – A. GERADOR DESPACHO(MW) SOBRECARGA(%) 1 2 5 8 11 13 10.00 50.00 71.80 71.59 40.01 40.00 0.00 0.00 2.57 2.28 0.01 0.00 Observe que a demanda é satisfeita e que a sobrecarga em cada unidade não ultrapassa 3%. Estes resultados foram obtidos em 21 iterações, enquanto que o tradicional MPIs diverge. Vale lembrar que estes despachos não são únicos, dependem dos parâmetros de relaxação iniciais, por exemplo, relativo a 50% de violação permitida tem-se o extrapolando despacho da Tabela III a seguir: TABELA III. DESPACHO COM SOBRECARGA NA GERAÇÃO – B. GERADOR DESPACHO(MW) SOBRECARGA(%) 1 2 5 8 11 13 11.00 55.00 64.70 64.70 40.00 40.00 10.00 10.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Apesar de permitir 50% de violação, o método obteve outro despacho viável com apenas 10% de sobrecarga máxima. Outro fator importante é que o multiplicador de Lagrange nos fornece informações importantes sobre a manutenção da rede, indicando onde há a necessidade de investimento e qual a influência deste no custo associado ao despacho, um exemplo pode ser analisado com os dados da Tabela IV referentes ao despacho da Tabela III. TABELA IV. MULTIPLICADOR DE LAGRANGE . SISTEMA SOBRECARGA(%) SISTEMA SOBRECARGA(%) IEEE57 IEEE118 IEEE145 IEEE162 0.36 5.45 2.55 2.46 SSE810 SSE1654 SSE1732 BRASIL 0.49 3.85 3.41 7.75 Em todas os cenários simulados até então não houveram violações de linhas de transmissão. B. Simulando Sobrecargas na Transmissão Voltando para o sistema IEEE30, mantendo os limites de geração da Tabela I, é simulada uma contingência em uma linha de transmissão reduzindo seu fluxo máximo para 0Mw de modo que resulte em um congestionamento. Considerando violações apenas nas linhas de transmissão e permitindo uma sobrecarga de 40%, é simulada a queda da linha 27-28 (Vide Figura 1). O método MPI novamente não converge com este cenário, porém, o método proposto obtém um despacho ótimo sem violações. Esta situação ocorre pois o se método proposto permite que as variáveis de folga tornem negativas no decorrer do processo iterativo, deixandoas não negativas apenas na última iteração. Um fato a se destacar é que o multiplicador de Lagrange associado a linha 27-28 é o único que apresenta um valor muito alto, indicando a necessidade desta linha para o sistema. No MPI todos os multiplicadores de Lagrange tendem ao infinito. Agora retornando a linha 27-28 para o sistema e simulando uma queda parcial em uma linha de transmissão de fluxo alto, reduzindo seu limite, como por exemplo, para 23Mw na que liga as unidades geradoras 2 e 5. Neste cenário, o MPI não obtém uma solução factível devido a incapacidade de transmissão por esta linha. Já o método proposto obtém um despacho viável, com sobrecarga somente na linha 2-5 de apenas 18.7%. Para sistemas maiores a simulação é feita de modo análogo e os resultados podem ser vistos na Tabela VI a seguir: GERADOR 1 2 5 8 11 13 2.77 × 10 2.37 × 10 1.00 × 10 2.79 × 10 2.06 × 10 2.06 × 10 TABELA V. SOBRECARGA NA TRANSMISSÃO – SITEMAS MAIORES SISTEM A LINHA SOBRECAR IEEE57 IEEE118 IEEE145 IEEE162 4-5 8-5 51-57 5-129 19.2 28.3 30.0 29.7 GA(%) SISTEMA LINHA SOBRECAR SSE810 SSE1654 SSE1732 BRASIL 413-414 61-1106 61-1106 207-269 30.0 30.0 0.2 0.5 GA(%) Deste modo, o método proposto obtém despachos viáveis que satisfazem as cargas dos sistemas, com sobrecargas, porém dentro dos limites de segurança pré-definidos. Mais análises e resultados podem ser vistos em [17], onde apresenta-se também uma discussão mais detalhada sobre a aplicação em problemas lineares gerais. V. CONCLUSÃO Os testes feitos com o método proposto para problemas de fluxo de potência ótimo com sobrecargas foram bem promissores, obtendo despachos que satisfazem as demandas, não ocasionando blackouts no sistema e operando dentro dos limites de segurança. O método proposto fornece informações sobre possíveis melhorias no sistema, mesmo quando há sobrecargas no sistema, através do estudo de seus multiplicadores de Lagrange, que não tendem ao infinito como ocorre nos MPIs, indicando onde devem ser feitos investimentos e sua influência no valor da função objetivo. O método pode ser melhorado com estudos mais aprofundados sobre os critérios de parada em casos em que não há solução factível para o problema original, mas há para o problema relaxado, além de inserir restrições de custos de violação tanto para linhas quanto para geradores. A não convergência do método esteve ligada a escolha do parâmetro de barreira e sua atualização, ou ao ajuste de passos primais e duais. AGRADECIMIENTOS Ao CNPq pelo financiamento desta pesquisa. REFERÊNCIAS [1] A. Azevedo, C. Castro e S. S. A. Oliveira, “Security constrained optimal active power flow by network model and interior point method,” SBA Controle & Automação, vol. 20(2), pp. 206-2016, 2009. [2] A. R. L. Oliveira, S. Soares e L. Nepomuceno, “Optimal active power dispatch combining network flow and interior point approaches,” IEEE Transactions on Power Systems, vol. 18(4), pp. 1235-1240, 2003. [3] H. Wei, H. Sasaki, J. Kubokewa e R. Yokoyama, “An interior point nonlinear programming for optimal power flow problems with a novel data structure.,” IEEE Transactions on Power Systems, vol. 13(3), pp. 870-877, 1998. [4] X. Yan e V. H. Quintana, “An efficient predictor-corrector interior point algorithm for security constrained economic dispatch,” IEEE Transactions on Power Systems, vol. 12, pp. 803-810, 1997. [5] A. Melo, J. Mello e S. 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Sofer, “A numerical comparison of barrier and modified-barrier methods for large-scale bound-constrained optimization,” Large Scale Optimization - Kluwer Academic Publishers B.V., pp. 319-338, 1994. [17] M. V. Coelho, Relaxação via barreira logarítmica modificada aplicada ao problema de fluxo de potência ótimo cc com sobrecargas, Tese de Doutorado ed., Campinas: UNICAMP, 2013. Mayk Vieira Coelho Graduou-se em Matemática (2000) pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brasil. Mestre (2008) e de Doutor (2013) em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Desde 2010 é professor da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Suas pesquisas se concentram na área de pesquisa operacional, métodos de pontos interiores e métodos de barreira, otimização e planejamento de sistemas elétricos de potência. Anésio dos Santos Júnior Graduou-se em Engenharia Elétrica (1977), Mestre (1981) e Doutor (1986) pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Orientação de Pesquisa (Mestrado e Doutorado) na área de Engenharia de Potência (Planejamento, Controle, Operação). Ensino de pós-graduação e graduação nas áreas de Circuitos Elétricos, Dispositivos Eletromagnéticos e Análise de Sistemas de Potência. Experiência como consultor junto a IBM Brasil em programas de Educação Tecnológica no período de Junho de 1988 a Maio de 1990. Tem interesses nas áreas de Planejamento, Operação e Controle de Sistemas Elétricos, Alocação de Fontes de Reativos, Minimização de Perdas, Controle de TensãoReativos Cálculo de Índices de Estabilidade de Tensão e Despacho de Reativos. Atualmente é professor na Universidade Estadual de Campinas UNICAMP. Aurélio Ribeiro Leite de Oliveira Graduou-se em Física (1985) e Ciência da Computação (1986), Mestre em Engenharia Elétrica (1989) pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Doutor em Matemática Aplicada e Computacional pela Rice University, Houston, Texas, EUA. Pós-doutorado em Engenharia Elétrica e Computacional (1997-2000) pela UNICAMP. De 1987 a 1990 trabalhou na Companhia de Distribuição Elétrica do Estado de São Paulo (CPFL). Deste 2001 é professor no Departamento de Matemática Aplicada e Computacional da UNICAMP. Suas pesquisas em otimização e planejamento de sistemas elétricos de potência.