Lições de candidatos a discípulos
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Lições de candidatos a discípulos
Lição 4 19 a 26 de janeiro Lições de candidatos a discípulos Sábado à tarde Bíblico: Êx 9–11 VERSO PARA MEMORIZAR: "Outro Lhe disse: Seguir-Te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa. Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus" (Lc 9:61, 62). LEITURAS DA SEMANA: Mt 8:19-22; 19:16-26; Mc 10:17-23; Lc 4:16-30; 18:18-30; Jo 3:121 A vida tem mistérios em cada nível. Desde o funcionamento das partículas subatômicas, até a própria natureza do espaço e do tempo em si, existe muita coisa que nem começamos a entender. Provavelmente, no entanto, entre todas as coisas misteriosas e difíceis de compreender, nada é mais insondável que o funcionamento do coração humano. Em dado momento, por razões que parecem imprevisíveis (talvez até para elas mesmas), as pessoas tomam decisões que podem afetar dramaticamente sua vida, para o bem ou para o mal, para toda a eternidade. Não é de admirar que a Escritura, quando fala sobre o coração, diga: "Quem o conhecerá?" (Jr 17:9). Nesta semana, vamos estudar alguns candidatos a discípulos, e a decisão de seu coração. Prévia da semana: O que os Evangelhos dizem sobre os candidatos a discípulos? Que lições podemos aprender de suas experiências para nos ajudar em nosso discipulado, fortalecer nossa fé e aprofundar nosso compromisso? Domingo Ano Bíblico: Êx12, 13 O escriba 1. Que proposta fez um escriba? O que a resposta de Jesus revela sobre a intenção dele? Na realidade, qual poderia ser a intenção do escriba? Mt 8:19, 20 (veja também Lc 9:57, 58.) Aqui está o caso de alguém que, não tendo sido chamado especificamente por Jesus, se ofereceu como voluntário. Note, também, quão intensa era sua profissão. Ele estava disposto a seguir o Senhor em qualquer lugar. É fácil, mesmo para um verdadeiro seguidor de Jesus, fazer todos os tipos de pronunciamentos sobre a fidelidade (Lc 22:33), mas não é tão fácil segui-los (vs. 5561). Também é interessante nesse encontro que a pessoa que foi a Jesus com aquela profissão era um escriba, da elite educada de Israel. Eles eram homens de "cultura, educação e boa condição de vida" – SDA Bible Commentary, v. 5, p. 365. Alguns escribas se identificaram com Jesus; eles eram muito honrados. Queriam segui-Lo, não para ser influenciados por Seus ensinos, mas para apanhá-Lo em alguma armadilha. Mas aqui estava um escriba que fora tocado pelo ensino de Jesus a ponto de se oferecer como voluntário e se tornar discípulo. Mas Jesus conhecia o coração, e Sua resposta mostra que, talvez, os motivos do escriba não fossem puros. Ele pode ter desejado se unir a Jesus com a esperança de obter vantagens mundanas. A resposta de Cristo, porém, logo deve tê-lo desiludido de qualquer noção a esse respeito. No fim, o texto não nos diz qual foi a escolha final desse escriba. Pelo que Jesus disse, não é difícil imaginar o escriba se afastando. Quando foi a última vez em que você fez alguma promessa ousada de fidelidade a Deus, e que mais tarde esqueceu? Que lição você aprendeu dessa experiência? Como podemos entender o que aconteceu, por exemplo, com esse escriba diante das palavras de Cristo em Marcos 10:30? Não temos a promessa de algumas vantagens imediatas em seguir a Jesus agora? Neste caso, por que não está errado desejar essas vantagens? Ou o sentido da promessa é outro? Segunda Ano Bíblico: Êx 14, 15 Um discípulo não mencionado 2. Quem mais pretendeu seguir Jesus e desistiu? Por que Jesus disse algo assim a alguém que desejava segui-Lo? Mt 8:21, 22 Ontem, vimos um escriba que desejava o discipulado. Hoje, encontramos outro voluntário, cujo nome nem é mencionado como indivíduo ou identificado com um grupo específico. Examinando a narrativa, pode-se perguntar se Jesus não foi irrazoável em Suas expectativas. O homem pediu para enterrar seu pai, e na fé judaica, era um dever sagrado assegurar um enterro decente ao pai ou à mãe. O que aconteceu? Ao contrário da convicção popular, o pai do homem jovem nem estava morto nem estava à morte. Era até possível que no momento ele estivesse "gozando boa saúde, e o tempo de sua morte estivesse indefinidamente no futuro." – SDA Bible Commentary, v. 5, p. 366. Se é assim, por que o homem respondeu dessa maneira? Foi uma desculpa, que Jesus percebeu? Porque, normalmente, os mortos eram enterrados no mesmo dia, e se o pai realmente estivesse morto, não teria sido problema, porque ele poderia ter atendido a questão e então, retornado ao discipulado. Essa resposta do homem revelou seu caráter. Em contraste com a precipitação e a impulsividade do escriba, ele era lento, apático, carente de zelo para o trabalho, indeciso e propenso à procrastinação. De fato, Ele estava adiando o discipulado para o futuro indefinido porque não queria fazer um compromisso imediato. Se ele não se submetesse a Cristo naquele momento, talvez nunca mais fizesse isso. Aparentemente, o homem estava dizendo que só poderia começar o discipulado quando fosse conveniente para ele. Além disso, Jesus queria mostrar que, por causa do limitado tempo que tinha para preparar os discípulos, o discipulado exigia atenção não dividida e compromisso pleno. O Senhor está chamando você a fazer algo (encerrar uma relação? Abandonar um hábito? Ser fiel no dízimo? Testemunhar a alguém?) que você pretende fazer, mas não agora? Quais são os perigos dessa demora? Terça Ano Bíblico: Êx. 16, 17 O jovem rico 3. O que impediu o jovem rico de seguir a Jesus? Que lições podemos tirar da história desse candidato a discípulo? Mc 10:17-23. (Veja também Mt 19:16-26; Lc 18:18-30) A lição de hoje menciona um personagem colorido. Ele não foi a Jesus com timidez ou encoberto. Ele fez uma entrada solene. Marcos diz que ele correu a Jesus e caiu de joelhos diante dEle. Enquanto Marcos e Mateus não identificam o homem, Lucas diz que ele era um "homem de posição" e, assim, talvez fosse membro do honrado conselho dos judeus. Mateus diz que ele era jovem. O nome, o "jovem príncipe", ou "jovem rico" é uma descrição derivada das três histórias. Em presença de Jesus, ele começou imediatamente uma discussão, buscando, parece, bajular Jesus, que não Se deixou iludir pela lisonja. Ao contrário, Jesus foi direto ao cerne de sua pergunta, apontando ao homem a lei de Deus. 4. Por que Jesus, que sabia que a salvação não pode ser alcançada pelas obras da lei (Rm 3:28; Gl 2:16), apontou em direção à lei? Em certo sentido, a resposta para aquela pergunta se encontra na resposta do jovem. Embora guardasse a lei, ele sentia que não era suficiente. Algo estava faltando, e foi por isso que ele perguntou: "Que me falta ainda?" (Mt 19:20). Em outras palavras, embora exteriormente, em suas ações, ele parecesse ser um fiel seguidor do Senhor, estava faltando alguma coisa mais. As palavras de Jesus e a resposta do homem a essas palavras mostram que seu coração não estava verdadeiramente convertido. Apontando para os mandamentos, Jesus lhe mostrou que a verdadeira salvação se manifesta em uma obediência à lei que envolve a morte para o eu. A riqueza do homem se havia tornado um ídolo para ele, e Jesus lhe mostrou que, apesar de sua retidão exterior, seu tesouro estava na Terra, e não no Céu, e ele precisava de uma radical mudança de coração. Você pode estar guardando os mandamentos, pelo menos exteriormente, mas onde está seu tesouro? Que razões você tem para justificar sua resposta? Quarta Ano Bíblico: Êx 18–20 Nicodemos Uma das histórias mais famosas no Novo Testamento é a de Nicodemos, que foi a Jesus à noite e fez a pergunta: "Como pode suceder isto?" (Jo 3:9). 5. Sobre que Nicodemos estava perguntando? Jo 3:1-21 O interessante é que Jesus estava falando com Nicodemos sobre a atuação do Espírito Santo quando, de fato, era óbvio pelas palavras e ações de Nicodemos que ele próprio estava sendo convicto pelo Espírito Santo. O fato de ele ir a Jesus, não para tentar apanhá-Lo em contradição (como tantos de seus contemporâneos fizeram) mas para aprender, mostra a sinceridade de seu coração. 6. Pelo que Jesus disse a Nicodemos, o que podemos aprender sobre o discipulado? A resposta de Jesus a Nicodemos não foi talhada só para a necessidade dele, mas, no Evangelho de João, serve para identificar as características satisfatórias e as inadequadas do discipulado. Diz que o nascimento e a descendência física da nação judaica são insuficientes para o discipulado autêntico. Discipulado pressupõe um renascimento que nos une ao reino divino e à constante operação do Espírito Santo. O fato de Nicodemos haver entendido mal tudo isso revelava ainda mais que o nascimento como judeu ou na família certa era insuficiente; fornecia também a oportunidade para uma instrução adicional sobre a natureza do discipulado. Embora Nicodemos não tivesse dado uma resposta imediata e aberta ao discipulado, ele às vezes agia como discípulo secreto. Pelo menos inicialmente, ele era um candidato a discípulo, porque não se entregou naquele tempo. Como sabemos, mais tarde, isso mudou (Jo 19:39). Você pode vir da descendência certa; isto é, você pode estar na igreja certa, com as doutrinas e ensinos certos. Mas por que isso não é suficiente? Como podemos evitar o perigo de pensar que pertencer à igreja certa, ou mesmo o conhecimento das doutrinas verdadeiras, é tudo o que precisamos? Quinta Ano Bíblico: Êx 21–23 Mentalidade de manada A salvação, como sabemos, é pessoal. Não somos salvos em grupo; não somos levados coletivamente ao reino do Céu (veja Ez 14:20). No fim, cada um de nós terá que responder por nossas próprias ações, não pelas ações de outros (Rm 14:12). Não obstante, a maioria de nós não vive em isolamento. Estamos em contato com outras pessoas, e influenciamos os outros, assim como somos influenciados por eles. Faz parte da natureza humana, e mesmo da natureza humana não caída (veja Gn 3:6), que influenciamos uns aos outros, para o bem ou para o mal. Infelizmente, a menos que sejamos cuidadosos, as influências podem ser negativas. 7. Qual foi a resposta do povo de Nazaré ao discurso de Jesus? O que levou essas pessoas a rejeitar Jesus? Lc 4:16-30 Embora, a princípio, todos eles se tivessem maravilhado com Suas palavras, quando essas palavras se tornaram penetrantes, eles se voltaram em massa contra Ele. Imagine se algum candidato a discípulo que lá estivesse, em vez de sucumbir à raiva, se tivesse submetido humildemente à repreensão. Quem sabe qual poderia ter sido sua influência sobre os outros? Mas o relato diz que todos na sinagoga se iraram, tão zangados que tentaram matá-Lo. Sem dúvida, a ira de um influenciou a de outro, e depois, outro, até que toda a sinagoga, que fora lá para adorar ao Senhor, procurou matá-Lo em um espasmo de ira. Se qualquer uma dessas pessoas tivesse aceito a repreensão de Jesus em base individual, eles poderiam ter ficado zangados, mas é mais provável que teriam ido embora. Mas, sentindo a força da turba, eles agiram de modo horrível. Sexta Ano Bíblico: Êx 24–27 Estudo adicional Leia, de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 167-177, 333-341, 518-523. "Nesta época de piedade doentia e princípio pervertido, os que são convertidos na vida e na prática revelarão espiritualidade saudável e influente. Os que têm conhecimento da verdade como se acha revelada na Palavra de Deus, devem agora vir para a linha de frente. Meus irmãos, Deus requer isso de vocês. Cada jota de sua influência deve agora ser usado do lado certo. Devem todos aprender agora como permanecer firmes na defesa da verdade que é digna de aceitação." – Ellen G. White, Medicina e Salvação, p. 22. "Mas, conquanto não tivesse publicamente reconhecido a Cristo, repetidamente havia ele no concílio do Sinédrio impedido os desígnios dos sacerdotes para destruí-Lo. Quando afinal Cristo foi levantado na cruz, Nicodemos se lembrou das palavras que Ele dissera na noite da entrevista no Monte das Oliveiras: ‘Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado’ (Jo 3:14); e ele viu em Jesus o redentor do mundo." – Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 104. Perguntas para consideração 1. Houve alguma ocasião em que você foi apanhado pela mentalidade de manada, quando você aceitou a multidão, talvez em um momento de emoção, e fez algo que mais tarde lamentou? Neste caso, o que você aprendeu dessa experiência para se proteger de fazer a mesma coisa outra vez? 2. Pense mais no que foi dito na lição desta semana, a respeito da idéia de que ser parte da igreja verdadeira não é suficiente. Que mensagem existe para nós como adventistas do sétimo dia? Como estamos em perigo de cair nessa mesma armadilha porque acreditamos que temos a verdade, e isso é tudo de que precisamos? Fale em classe sobre como podemos nos proteger dessa ilusão. 3. Recapitule os motivos que esses candidatos a discípulos utilizaram para não assumir um compromisso (com a conhecida exceção de Nicodemos). Que outras desculpas as pessoas usam? Como podemos, como igreja, ajudar aqueles que estão lutando com essa solene decisão? 4. Qual é a diferença entre ser "crente" e ser discípulo?
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