sensibilidade e juventude pela intercooperação - ocb-go
Transcrição
sensibilidade e juventude pela intercooperação - ocb-go
Ano I nº06 JORNAL DO SISTEMA OCB/SESCOOP-GO Nov/Dez 2006 SENSIBILIDADE E JUVENTUDE PELA INTERCOOPERAÇÃO Aprendizado e emoção no III Encontro Goiano de Jovens e Mulheres Cooperativistas A terceira edição do Encontro Goiano de Jovens e cooperativismo goiano. Muita reflexão, trabalhos em Mulheres Cooperativistas reuniu 300 participantes g r u p o e d e m o n s t r a ç ã o s u r p r e s a d e no Taiyo Thermas Hotel, em Caldas Novas. responsabilidade social emociou a todos. Realizado de 23 a 25 de outubro, o evento deu mostras do atual estágio de participação e PÁGINA 04 E 05 integração da juventude e das mulheres no Assembléia Geral da OCB-GO aprova nova tabela sindical e orçamento para 2007 XV SUECO Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins debateu os problemas que cercam a intercooper ação entr e os r amos do cooperativismo. PÁGINA 06 PÁGINA 08 o vism erati op do co A casa Vida nova pós ministério Roberto Rodrigues conta em entrevista que nova matriz energética e literatura são os assuntos que o movem depois que deixou o governo federal. l e um a t a N z Feli repleto o v o N Ano ações z i l a e r de Anto PÁGINA 07 lia va g Cha nio dente si Pre EDITORIAL Sem fechar para balanço E assim chegamos ao fim de mais um ano de muito trabalho. O saldo para nossas cooperativas não foi dos melhores, diferente do que foi para o conjunto do cooperativismo goiano. Essa assincronia entre ramos de produção e prestação de serviços não é difícil de entender. No campo, as quedas foram grandes, só perdendo para os embates políticos que travamos para evitar que o rombo fosse maior. Na cidade, ainda que em algumas os efeitos das perdas agropecuárias tenham sido sensíveis, o ramo de crédito cresceu a olhos vistos e tem um balanço positivo a exibir. Esse pêndulo de perde daqui e compensa dali foi o que marcou este 2006 de Copa do Mundo (também de decepção) e eleições para nós, brasileiros cooperativistas. Assim, mesmo sem soltar rojões, temos algo a comemorar neste ano. 2006 marcou uma etapa de reestruturação da OCB-GO buscando meios de fazer mais e melhor para nossas cooperativas. Unificamos a gestão da OCB-GO e do SESCOOP/GO num sistema integrado, o que trouxe mais agilidade e qualidade nos serviços que prestamos. Ampliamos o quadro funcional das assessorias e demos início ao censo do cooperativismo goiano, o maior e melhor levantamento de dados já realizado no setor. É um processo que está apenas se iniciando e temos certeza de que nos trará muitos frutos pela frente. São ações que chegaram junto com o cinqüentenário da OCB-GO, data mais do que especial para todos nós. Tempo de comemorar, mas também de refletir sobre o presente e continuar somando esforços para seguir trilhando o caminho do fortalecimento do cooperativismo no estado e no Brasil. Desafios não nos faltarão nos próximos 12 meses. 2007 será o ano em que questões fundamentais ao nosso futuro estarão em jogo. Falamos da votação da reforma da lei cooperativista em Brasília, da regulamentação do cooperativismo de Redação e Edição: Edson Wander Jornalista responsável (Mtb 31.158/SP) Diagramação e Ilustração: Bruno Neiva Assessor de Comunicação do Sistema OCB/SESCOOP-GO EXPEDIENTE trabalho, da extensão da compensação tributária (PIS/Cofins) a todos os ramos cooperativistas. No âmbito interno, estaremos também aprofundando as discussões por nossa maior integração entre as federações, confederações e os diferentes ramos que aglutinamos. É uma discussão que já vem acontecendo em Goiás, como fizemos em todos os grandes eventos realizados este ano, culminando no III Encontro de Jovens e Mulheres Cooperativistas e no XV Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins, assuntos destacados nas próximas páginas. Ressaltamos também nesta edição o belo exemplo que vem dando a cidade de Rubiataba e região, onde o cooperativismo cresce de forma ordenada e segura a partir da criação da lei própria do cooperativismo, feito raro até em nível de Brasil. Nosso Cooperjovem também se move pra frente e avante com novas adesões e queremos aqui agradecer mais uma vez aos líderes cooperativistas que prestigiaram nossa última assembléia e aprovaram as contas do sindicato para o próximo ano. Mais uma demonstração de confiança que nos enche de orgulho e de preocupação em fazer o impossível para não decepcionálos. É hora de avaliarmos o realizado e projetar novas etapas, mas sem fechar para balanço. Um feliz natal a todos e que tenhamos um 2007 bem diferente do ano que se finda. Boa leitura Antonio Chavaglia é presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO. Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás Av. Deputado Jamel Cecílio, 3427 Jardim Goiás CEP: 74810-100 Goiânia-Goiás Fone: (62) 3281-2633 Fax: (62) 3281-6755 CNPJ: 01.269.612/0001-47 e-mail: [email protected] CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EFETIVOS Antonio Chavaglia - Presidente Antonio Carlos Borges Carlos Rubens Soares Lajose Alves Godinho João Ferreira da Rocha Figueira Sizenando da Silva Campos Haroldo Max de Souza Marcos Mariath Rangel Divino Vandomar R. de Jesus CONSELHO FISCAL EFETIVOS Welber D'Assis Macedo e Silva Victor Iacovelo Filho Regis Silva Manata SUPLENTES Anádio Rosa Ribeiro Otávio D`Abadia Silva Pinto Euclécio Dionízio de Mendonça SUPERINTENDENTE Valéria Mendes Elias SESCOOP/GO Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Goiás Av. Deputado Jamel Cecílio, 3427 Jardim Goiás CEP: 74810-100 Goiânia-Goiás Fone: (62) 3281-8975 Fax: (62) 3541-6796 CNPJ: 07.012.268/0001-92 e-mail:[email protected] Site: http://www.sescoopgo.org.br CONSELHO ADMINISTRATIVO EFETIVOS Antonio Chavaglia - Presidente Antonio Carlos Borges José Abel Ximenes Paulo Carneiro Junqueira Celso Orlando Rosa Distribuição: Publicação dirigida às cooperativas e entidades ligadas direta ou indiretamente ao cooperativismo no estado de Goiás. Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores, não correspondendo necessariamente à opinião do Sistema OCB/SESCOOP-GO. Permitida a reprodução total ou parcial dos textos deste jornal, desde que citada a fonte. Fotografias: Arquivo Sistema OCB/SESCOOP-GO e divulgação das fontes Revisão : Juslene Moreira Braga Este jornal é editado com a participação do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento através do CONVÊNIO/CV/CR/TP 420013200500102 SUPLENTES João Gonçalves Vilela Adalcino Francisco dos Santos Antonio Moraes Resende Iran Chuquer CONSELHO FISCAL EFETIVOS Welber D'Assis Macedo e Silva Altran Gomes da Silva Ariomar Rezende Vilela SUPLENTES Astrogildo Gonçalves Peixoto Haroldo Max de Sousa Romeu Natal Alves Andrade SUPERINTENDENTE Valéria Mendes Elias 02 Com lei municipal, cooperativismo avança na região de Rubiataba e investe na educação O cooperativismo em Rubiataba vive um momento especial. Com suas bases fincadas há mais de 30 anos, o cooperativismo na região do Vale do São Patrício chega agora a uma pujança que continua apontando para um futuro ainda mais promissor. Com o crescimento no número de cooperativas, as lideranças conseguiram aprovar a lei municipal cooperativista da cidade e dá um passo importante rumo à formação cooperativista com a entrada do Sicoob local no programa Cooperjovem, que leva ensinamentos de cidadania cooperativista às salas de aula da rede pública de ensino. Segundo o presidente do Sicoob Rubiataba, Vanderval José Ribeiro, o crescimento do cooperativismo na cidade deriva de uma confluência de fatores ligados ao surgimento e expansão das primeiras cooperativas da região. Ele lista numa linha histórica a constituição de cooperativas que vão dos ramos de agronegócio ao crédito. “Tivemos também fortes experiências no cooperativismo familiar e até educacional, com a criação da Cooperativa de Ensino Superior de Rubiataba (Cesur), que acabou não dando certo e se tornando uma empresa privada”, conta Ribeiro. O pioneirismo desse processo ele credita à Cooperativa Agropecuária de Rubiataba (Cooperagro), criada em 1971. No ano seguinte, nascia outra grande cooperativa na cidade: a Cooperativa Agroindustrial de Rubiataba (CooperRubi). Com o crescimento do cooperativismo, as lideranças buscaram cada vez mais o apoio do poder público local, o que desaguou na aprovação da primeira lei municipal cooperativista de Goiás. “Foi um processo de mobilização das lideranças cooperativistas porque os recursos que conseguíamos para o setor no orçamento do município acabavam não sendo efetivamente aplicados As verbas eram sempre desviadas para outros fins. A lei veio para acabar com isso”, relembra o presidente do Sicoob Rubiataba. Com apoio dos vereadores e do próprio prefeito José Luiz Fernandes, a promulgação da lei nº 1.095 se deu em abril de 2005, dois meses depois da assinatura da lei estadual do cooperativismo O SESCOOP/GO é um dos apoiadores do projeto, que conta com parcerias firmadas também com as secretarias estadual e municipal de Educação, a Faculdade de Ciências e Educação de Rubiataba (Facer), as cooperativas Sicoob Rubiataba, Cooperagro, Cooper-Rubi e a Central de Associações de Pequenos Produtores Rurais de Em Seminário, cooperativistas debatem desafios e comemoram conquistas goiano (Lei nº 15.109/2005). Vanderval Ribeiro avalia que o surgimento da lei foi importante para impulsionar outros projetos de maior fôlego do setor cooperativista rubiatabense, com o Cooperjovem, iniciado nos últimos dois meses. Batizado de “Formação de Formadores da Cultura Cooperativista: uma ação multiplicadora no ensino fundamental de Rubiataba”, o projeto deve atingir 59 professores e 2.357 alunos do ensino fundamental e médio das redes estadual e municipal de Rubiataba. Até uma escola indígena está prevista para integrar o projeto (Escola Carretão, da aldeia dos tapuias . Rubiataba. Para o fechamento do programa, em outubro de 2007, está prevista a realização da Feira Municipal de Cooperativismo de Rubiataba. “É um processo que para nós não tem mais volta. Daqui para frente agora é continuar crescendo para outros níveis educacionais e sensibilizar cada vez mais nossa população da importância do sistema cooperativista para nossa cidade e região”, finalizou o presidente do Sicoob Rubiataba, que é odontólogo e produtor rural com cursos de especialização em gestão cooperativista. Sicoob Rubiataba e Comiva devem integrar o Cooperjovem As coordenadoras do Cooperjovem em Mineiros com os alunos O programa que leva educação cooperativista às escolas públicas, o Cooperjovem, deve ganhar mais dois reforços importantes em Goiás. O Sicoob Rubiataba e a Cooperativa Mista Agropecuária do Vale do Araguaia (Comiva, de Mineiros) aguardam confirmação do Sescoop para apadrinhar escolas em suas respectivas cidades. Pelo SESCOOP/GO, os projetos já receberam parecer favorável. O Sicoob Rubiataba deve "adotar" várias escolas do município . Em Mineiros, a Comiva acompanhará o desenvolvimento das atividades do programa na Escola Municipal Padre Maximino Alvarez Gutierrez. A escola é de ensino fundamental e atende a 420 alunos em turmas do infantil a 4ª série, informa Tatiane Marques Santeiro Moraes, que deverá ser a coordenadora da cooperativa no programa. Tatiane conta que a idéia de adotar a escola começou na última edição do Intercooop, os Jogos Intercooperativos de Goiás, realizado em agosto passado em Rio Verde. Nas atividades de abertura dos jogos, Lenilda Silva Brito Rezende, coordenadora da escola Padre Maximino (e esposa de cooperado da Comiva), viu uma apresentação de alunos que já participam do programa em Rio Verde e se interessou em levar a idéia a Mineiros. Em contato constante com a Comiva, Lenilda e Tatiane conseguiram carta branca da direção da cooperativa para levar a idéia adiante. As futuras coordenadoras de ambos os lados já se reuniram com a direção da escola, representantes da Secretaria Municipal de Educação e com a prefeita de Mineiros, que prometeu o apoio necessário ao início do programa na cidade. "Mineiros possui mais de 20 escolas públicas, mas queremos começar aos poucos para avançar com segurança. Este programa será muito importante tanto para a escola quanto para a Comiva, daí a importância de realizá-lo com consistência", afirmou Tatiane. 03 Encontro congregou 300 jovens e mulheres cooperativistas goianos em Caldas Novas Foi um misto de descontração e reflexão. A terceira edição do Encontro Goiano de Jovens e Mulheres Cooperativistas reuniu 300 pessoas no Taiyo Thermas Hotel, em Caldas Novas. Realizado de 23 a 25 de outubro, o evento deu mostras do atual estágio de participação e integração da juventude e das mulheres no cooperativismo goiano. Organizados em comitivas, os participantes chegaram no hotel por volta das 14 horas de segunda-feira (23) em ônibus, vindos de várias cidades goianas. Alguns dos par ticipantes estiveram nas edições anteriores do encontro e fizeram coro à maioria que saiu de Caldas elogiando a organização e as atividades realizadas. Na aber tura, o presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO Antonio Chavaglia agradeceu a expressiva participação e enfatizou o caráter didático do evento. “Fazemos o planejamento com um ano de antecedência de um evento como este com o objetivo de trazer conhecimentos que possam ser aplicados depois nas nossas cooperativas. Quando encontramos essa dedicação de vocês, isso muito nos orgulha. Espero que possamos fazer um bom trabalho e que todos possam sair daqui com conhecimentos novos para o seu dia-a-dia”, disse Chavaglia à platéia que lotou o auditório do hotel. O evento fechou as comemorações do cinqüentenário da OCB-GO e foi mais uma realização do Sistema OCB/SESCOOP-GO com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Na composição da mesa de abertura estiveram ainda Marcos Mariath Rangel, gerente executivo de cooperativismo da Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan), que representou o governador Alcides Rodrigues, a vice-prefeita de Caldas Novas, Silvânia Fernandes, Ariomar Rezende Vilela, presidente da Cooperativa Mista Agropecuária do Vale do Araguaia (Comiva) e Valéria Mendes Elias, superintendente do Sistema OCB/SESCOOP-GO. A abertura oficial, depois da palestra A Magia do Cooperativismo proferida por Dalmir Sant´Anna, foi seguida de um jantar com música ao vivo. Acima e ao lado : Imagens das várias atividades do encontro que mostrou a força das mulheres e jovens do cooperativismo goiano 04 Responsabilidade social cooperativista Com palestras de cunho motivacional, juntando o lúdico à reflexão sobre a vida e o trabalho cooperado, o III Encontro Goiano de Jovens e Mulheres Cooperativistas ampliou os temas abordados em relação aos anos anteriores. Na noite de abertura, o publicitário Dalmir Sant´Anna prendeu a atenção de todos ao falar do cooperativismo de forma “mágica”. Usando truques típicos dos mágicos, o palestrante abordou a dualidade de ganhar ou perder nas relações sociais e de trabalho. Durante quase duas horas, Dalmir Sant´Anna falou de forma divertida e interativa procurando fixar três aspectos que ele considera importantes no desenvolvimento das cooperativas e de qualquer empresa: treinamento constante, criatividade e espírito de equipe. Para Sant´Anna, a vida nos reserva situações de uma dualidade até curiosa. “O bem e o mal possuem o mesmo número de letras, assim como verdade e mentira, tudo e nada, sim e não”, repetiu Sant´Anna várias vezes durante sua preleção. Na manhã do dia 24, Ney Guimarães começou o ciclo de palestras tratando do tema “Coopervida – Formação Humana na Linha da Motivação e Sensibilização”. Na segunda parte, com João Carlos e Indakéia Marisol, da Coopernet Consultora, veio a parte mais prática do evento, com um trabalho vivencial que surpreendeu a todos no final. Depois de abordarem o tema “Cooperativismo, Família e Emoção à vista : Paulo Romanhol, presidente do Lar São Francisco de Assis, acompanhado de duas senhoras atendidas pela entidade no evento Negócios: Uma Combinação”, os palestrantes dividiram a turma em 10 grupos para um exercício de constituição de cooperativas. Na apresentação das diferentes cooperativas criadas, na manhã do dia 25, a Cooperplay (cooperativa criada para “vender” o material didático usado nas palestras) deu um exemplo de responsabilidade social que sensibilizou a todas as outras cooperativas. O grupo se mobilizou e conseguiu contactar na cidade a entidade Lar São Francisco de Assis, um asilo para idosos existente há 52 anos. O grupo levou o presidente da entidade, Paulo Romanhol, acompanhado de duas senhoras atendidas pela instituição. A iniciativa comoveu a todos e rendeu R$ 711, 95 em doações para o Lar São Francisco. O encerramento se deu com a palestra do professor da Universidade Unimed, José da Paz Cury, com o tema “Cooperação: O Resgate de uma Cultura Revolucionando os Negócios”. Os palestrantes em sequência : Dalmir Santana, Ney Guimarães, João Carlos e Indakéia e José da Paz Cury. Flagrantes cooperativistas Bem na fita Um mural de fotos da empresa contratada para registrar as imagens do evento virou sensação nos intervalos. Todo mundo queria ver se tinha se saído bem no clique e o mural virou ponto de disputado. O fofo Bruno Neiva, assessor de comunicação do Sistema OCB/SESCOOP-GO, virou alvo de brincadeiras durante todo o evento depois que foi “assediado” por um dos hóspedes (masculino...) do hotel com a alcunha de “o fofo”. Olha a onça... Os operadores de vídeo do evento acabaram roubando atenção da platéia na apresentação final do trabalho vivencial, na manhã do dia 25. Os rapazes esqueceram imagens da fauna brasileira no vídeo e muita gente só quis saber da onça que passeava no vídeo. Até que o instrutor João Carlos sacou e pediu o “off” do cine-onça. 05 SUECO discutiu a fundo a intercooperação XV SUECO Com participação de cerca de 400 pessoas, o XV Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins debateu a fundo os problemas que cercam a intercooperação entre os diversos ramos do cooperativismo na região e no Brasil. O evento foi realizado de 2 a 4 de novembro no Centro de Convenções do Hotel DiRoma, em Caldas Novas. Além de líderes das Unimeds da região, participaram do evento o presidente da OCB-GO Antonio Chavaglia, o presidente da OCB Márcio Lopes de Freitas, o fundador do Sistema Unimed (Edmundo Castilho) e o ex-ministro Roberto Rodrigues, que proferiu a palestra-magna do evento: “Integração Através da Intercooperação”. Além da palestra de Rodrigues, outro ponto alto do encontro foi a mesa redonda que reuniu dirigentes das várias entidades cooperativistas participantes para debater a “Intercooperação entre os diversos ramos do cooperativismo”. Com mediação de Roberto Rodrigues, o debate contou com as participações de Antonio Chavaglia (OCB-GO), Luiz Antonio Fregonesi (diretor da Federação das Unimeds de Goiás/TO), João Batista Caetano (diretor de Integração Cooperativista da Unimed do Brasil), Márcio Lopes de Freitas (OCB), Denise Damiam (Unicred do Brasil), José Abel Ximenes (presidente da Federação das Unimeds de Goiás/TO) e Fabrício Modesto (vice-presidente Sicoob). Todos deram suas razões para as dificuldades enfr entadas pelo sistema cooperativista regional e brasileiro para efetivar a intercooperação. Para Antonio Chavaglia, presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO, para fazer uma integração real é preciso alertar os presidentes de cooperativas da importância de fazê-lo. Reforçando a colocação de Chavaglia, o ex-ministro Roberto Rodrigues colocou que a intercooperação é um fator que ajuda no aumento de renda do cooperado e na gestão da cooperativa e sugeriu ao presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, a profissionalização desse busca no país, por exemplo, com a contratação de profissionais que possam trabalhar essa questão pela OCB junto às cooperativas do país. Em resposta Freitas disse que o Sescoop passe a trabalhar o assunto. Para ele, o problema da intercooperação é “econômico e estrutural”. “A intercooperação funciona quando o cooperado está convencido e atendido com resultados financeiros, que é a razão de ser da cooperativa”, disse o presidente da OCB. Para João Batista Caetano, diretor de Integração Cooperativista da Unimed do Brasil também presidente da Unimed de Belo Horizonte (MG), o problema da intercooperação no sistema é de ordem política. “Acho que falta é interesse dos dirigentes, deixarem de vaidades e trabalhar pela maior integração”, sugeriu. “É medo de mudar”, sugeriu Denise Damiam, do conselho administrativo da Unicred do Brasil e também da Unicred-BH. Denise acha que projetos de intercooperação só acontecem “quando um vai lá, faz e dá certo”. Fabrício Modesto (vicepresidente Sicoob) também acha que profissionalismo e planejamento no setor é que pode mudar o quadro de falta de intercooperação entre os diversos ramos no Brasil. Estande do Sistema foi vitrine e ponto de encontros cooperativistas Durante todo o XV Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins (SUECO), em Caldas Novas, o Sistema OCB/SESCOOP-GO montou um estande que serviu de vitrine e ponto de referência no evento para contatos e intercooperação cooperativista. O estande expôs gratuitamente produtos e serviços de cinco cooperativas goianas: Complem, Comigo, Comiva, Coetagri e Multicooper. No estande com 18 metros quadrados de espaço, a equipe do Sistema manteve uma TV de plasma de 42” que veiculou vídeos de realizações do Sistema OCB/SESCOOP-GO e vídeos institucionais das cooperativas participantes. A exposição teve ainda degustação de produtos, exibição de embalagens, folders e outros materiais publicitários das cooperativas. O encontro foi fechado no sábado (4/11) com show-baile com a Banda Ciclone e a dupla Chrystian e Ralf. Fachada da estande do Sistema OCB/SESCOOP-GO no evento Antonio Chavaglia acompanhado de Marcos Mariath, Márcio Lopes de Freitas (OCB), Valéria Mendes e Roberto Rodrigues Cooperativas participantes do estande do cooperativismo no 06 XV SUECO ENTREVISTA Cinco questões para Roberto Rodrigues Agroenergia e literatura ocupam vida pós-ministério Ele não deixa de ser chamado de ministro, talvez pelo pouco tempo em que deixou o cargo. Mas, por certo, a consideração permanece pela reverência ao cargo e pela história dele no setor agropecuário. Aonde vai, Roberto Rodrigues ainda é chamado de ministro, apesar de ter deixado a pasta federal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento há cinco meses. “Ainda sou chamado de ministro especialmente em São Paulo”, diz sem pingo de vaidade. O “ministro” deixou o ministério, mas, como sempre, segue às voltas com estratégicas questões agrárias para o País. Assumiu há pouco a presidência de um conselho de agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) criado pensando nele. Mantém ainda mais alguns cargos em organismos acadêmicos e de mercado voltados ao setor, mas o que passa a ocupar a vida desse engenheiro agrônomo e produtor rural paulista respeitado mundialmente é o desenvolvimento de uma nova matriz energética no Brasil e literatura, como contou o ex-ministro nessa entrevista, na oportunidade em que veio a Goiás para participar do XV Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins, em Caldas Novas. Rodrigues falou da chegada da agroenergia e dos livros que prepara, incluindo a estréia na literatura. “Estou escrevendo um romance que vai misturar algo de Guimarães Rosa e Mario Vargas Llosa”, disse. Confira os principais trechos da entrevista: respeito. 1 - O relator da reforma da Lei Cooperativista, o senador goiano Demóstenes Torres, disse que a nova lei do setor só não foi votada por causa das eleições. O senhor acredita que ela saia no novo mandato do Congresso ? E será de fato benéfica para o cooperativismo brasileiro? Não acho que o projeto não tenha sido votado por causa das eleições e sim por radicalismo de alguns senadores. Acho que a relatoria da reforma está em muito boas mãos, o senador é um homem que tem conhecimento de causa e sensibilidade sobre o assunto e confio na aprovação dessa reforma neste novo mandato dos senadores. A discussão que havia travado em alguns pontos avançou muito no final, mesmo porque o governo amadureceu muito com relação ao cooperativismo e acho que o presidente Lula apóia integralmente o setor. De forma que não creio haver mais sobressaltos nessa discussão e a reforma da lei trará avanços significativos ao cooperativismo brasileiro. 2 – O segundo mandato do presidente Lula será melhor para o agronegócio brasileiro? Arriscaria um palpite do nome do próximo ministro da Agricultura? O governo avançou muito e acho que reconheceu que a crise na agricultura era um fato e não uma mera reclamação partidária como se enxergava em alguns setores do próprio governo. Ajudaram nessa reavaliação casos emblemáticos como o do Rio Grande do Sul, onde houve quebra de vários setores sem vínculos diretos com o setor agrícola. Tivemos lá casos de escolas que fecharam por falta de alunos, conseqüência direta da crise, comércio demitindo, lojas de todo tipo fechando suas portas. Então eu me sinto com o dever cumprindo de ter alertado e defendido o tempo todo que a crise não era algo fabricado e acho que o novo mandato do presidente Lula terá um outro quadro no setor agrícola e se quiser poderá avançar muito mais. Agora, com relação ao novo ministro eu não arriscaria nenhum palpite, sei de boatos de nomes que saem na imprensa, mas não tenho palpite nenhum a 3 – Há estudos indicando que o Brasil deve liderar nos próximos anos a produção mundial de alimentos. Isso significa dominar também o comércio mundial do setor? Que gargalos precisam ser vencidos para o país conquistar esta posição? O Brasil pode e deve atingir rapidamente esse patamar, mas temos de fato alguns gargalos a vencer. Primeiro eu diria que temos que atacar os problemas da pesquisa agropecuária e defesa sanitária. Já avançamos muito, mas pesquisa é algo que requer constantes investimentos, atualizações, mesmo porque você tem os outros países concorrentes que não param de investir nessa área. Depois temos o problema da logística, não dá mais para competir carregando soja em caminhões a quilômetros de distância até o porto mais próximo, os outros países usam arrojados sistemas intermodais com os quais fica difícil competir. Quarto é o respeito a contratos, tivemos vários problemas nessa área que são dificílimos de reverter, de maturação longa e danosa ao país e por último temos que tratar de organizar nossas cadeias produtivas de forma a agregar valor aos nossos produtos. Ninguém vai vencer no mercado internacional vendendo matéria-prima, precisamos aproveitar esse crescimento da economia agrícola brasileira e dar mais substância aos nossos produtos. Acho que sem investir nesses pontos dificilmente vamos conseguir liderar o mercado mundial de alimentos, mas temos uma conjuntura a nosso favor, basta fazermos a lição de casa. 4 – O mundo deve adotar no futuro próximo uma nova matriz energética com o biodiesel. Como o Brasil pode se aproveitar desse novo boom econômico? É algo que vai me mover nos próximos anos. Acredito que é onde Brasil tem mais possibilidades de se tornar líder de uma nova era econômica, social e política. Isso é muito mais importante do que imaginamos, é a possibilidade de o país mostrar ao mundo como trocar a energia fóssil por uma nova, limpa, r enovável, economicamente equânime e ambientalmente responsável. Temos tudo para liderar esse processo com terra cultivável em abundância, pesquisa de ponta, gente trabalhadora e crescente inserção no comercio internacional. Será de fato uma revolução e já me preparo para participar disso profundamente em estudos e palestras no Brasil e exterior. Assumi há pouco o Comitê da Cadeia Produtiva do Agronegócio da Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo] com essa missão: levar essa discussão do desenvolvimento da agroenergia no Brasil e no mundo. 5 – O senhor deixou o governo com a intenção de se voltar à família e a projetos pessoais como escrever livros. Sobre o que pretende escrever? Mais de 30 anos de participação nas discussões sobre agricultura me renderam cerca de 450 artigos escritos. Depois de anos, os amigos me sugeriram compilar essa produção que perfaz aí três décadas de documentação das questões que envolvem a agricultura brasileira. Muitos brincam comigo dizendo que eu tenho uma memória de elefante, então é isso o que estou fazendo, juntando um pouco desses textos, atualizando e reescrevendo algumas coisas para dar origem a dois livros, coisa que já está em andamento. Um terceiro livro será minha experiência na literatura com um romance que vai misturar algo de Guimarães Rosa e Mario Vargas Llosa. Vou contar a história de quatro profissionais amigos (um médico, um engenheiro agrônomo, um agricultor e um sitiante) que se juntam numa mesa de truco e entre goles de bebida vão desvelando a participação deles num crime. É uma história que deve ter como pano de fundo o desenvolvimento do interior de São Paulo. Vamos ver o que sai, mas não tenho pressa para isso. Obrigado pela entrevista. 07 Chavaglia é reconduzido Assembléia Geral da à direção da Fecoop Centro-Oeste/Tocantins OCB-GO aprova contas e tabela sindical para 2007 Reunidos na tarde do dia 22 na sede do Sistema OCB/SESCOOP-GO, líderes cooperativistas goianos apreciaram e votaram favoráveis ao plano orçamentário para 2007 e à correção da tabela de contribuição sindical da OCB-GO. Na apresentação da proposta de correção da tabela de contribuição sindical, o presidente Antonio Chavaglia informou que o assunto já vem sendo objeto de discussão na OCB em Brasília, nas federações e na como da indústria (CNI) e do comércio (CNC). “A base de cálculo da tabela é determinada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)”, lembrou a superintendente. Na seqüência, o presidente Chavaglia colocou em discussão também a proposta orçamentária do sindicato para o ano que vem. Depois de algumas questões dos participantes, o presidente solicitou à assembléia a indicação de três integrantes para formar a comissão de votação. Planos: Antonio Chavaglia (ao centro) comanda a Assembléia cooperativista Confederação Nacional do Cooperativismo com a orientação de se estabelecer um alinhamento nas correções. “A Fecoop CO/TO já tem sua tabela pronta, tirada de acordo com que vem sendo adotado pelas organizações estaduais que a integram. E dessas, a menor tabela é a nossa. A proposta é que nos enquadremos num patamar mínimo em relação a todos os outros estados”, explicou o presidente. A superintendente do Sistema, Valéria Mendes Elias, mostrou um histórico da tabela sindical, comparando-a com a tabela de sindicatos cooperativistas de outros estados e também de outros sindicatos classistas, Na urna: O presidente da Cooperbelgo, João Batista da Paixão Jr., deposita seu voto Em Assembléia Geral Ordinária realizada no último dia 1º de dezembro em Goiânia, o presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO foi reconduzido à presidência da Federação dos Sindicatos das Cooperativas do Distrito Federal e dos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins (Fecoop CentroOeste/TO). Na pauta da assembléia, além da eleição da nova diretoria, foram discutidos e votados a eleição dos delegados representantes da Fecoop Centro-Oeste/TO junto a outras instâncias do cooperativismo, como a Confederação Nacional (CNCoop), a tabela de contribuição sindical para 2007 (que será a mesma adotada pela CNCoop), o orçamento da entidade para 2007 e outros assuntos de interesse da federação. A composição da nova diretoria para o período 2007-2010 contará ainda com Celso Ramos Regis (da OCB-MS) na vice-presidência para assuntos financeiros, Roberto Marazi (OCDF) na vice-presidência para assuntos administrativos, Ruiter Luiz Andrade Pádua (OCB-TO) na vicepresidência para assuntos sindicais e Onofre Cezário de Souza Filho na vice-presidência para assuntos cooperativos. Para o Conselho Fiscal foram eleitos como membros efetivos Antonio Carlos Borges (OCB-GO), Celso Ronaldo Ragunozzi Figueira (OCB-MS) e Haroldo Toti (OCDF) e na suplência ficaram Haroldo Max de Sousa (OCB-GO), Pedrinho Luiz Zanola (OCBMT) e Antonio Joel Leopoldino (OCB-TO). Foram sugeridos e acatados os nomes de Ariomar Rezende Vilela (Comiva), João Gonçalves Vilela (Cagel) e João Batista da Paixão Junior (Cooperbelgo). A apuração da votação secreta revelou aprovação da assembléia às duas principais discussões da pauta. A nova tabela sindical aprovada será registrada em cartório e publicada posteriormente, como determina o estatuto da OCB-GO. Sobre a proposta de orçamento da entidade para o ano que vem, Chavaglia destacou que os valores praticamente repetem o executado neste ano e que a OCB-GO está mantendo a política Dirigentes cooperativistas do centro-oeste ao final da reunião em que reelegeram de evitar correções das contribuições das Antonio Chavaglia para mais quatro cooperativas, o que sendo feito há seis anos. “Acho anos a frente da Fecoop regional que [o orçamento] está bem distribuído. Temos feito de tudo para realizar a planilha orçada e o conselho fiscal tem acompanhado”, complementou Chavaglia Participe lembrando as últimas iniciativas do Conselho de Administração para cortar custos. “Investimos em VEM AÍ O I FÓRUM GOIANO novos sistemas de ar condicionado e telefonia que já DE PRESIDENTES E DIRETORES nos geraram cerca de 60% de economia”, COOPERATIVISTAS arrematou o presidente. FEVEREIRO/2007 08
Documentos relacionados
jornal edson.pmd - ocb-go
Victor Iacovelo Filho Regis Silva Manata SUPLENTES Anádio Rosa Ribeiro Otávio D`Abadia Silva Pinto Euclécio Dionízio de Mendonça SUPERINTENDENTE Valéria Mendes Elias
Leia mais