Garimpando Pilotos
Transcrição
Garimpando Pilotos
REVISTA D F ANO 01.0 NUM 00.0 WRC Crise no Mundial de Rali? Exclusivo Entrevista com Tiago Monteiro Programas de Desenvolvimento Garimpando Pilotos Tadeu Martins Editorial A pós dois meses e meio de discussão produtiva e de trabalho, finalmente está pronto o primeiro exemplar da Revista Downforce. Seu número, 0, difere da publicação comum por remeter ao seu caráter experimental, já que, apesar da excelente qualidade, temos muito o que melhorar nas edições seguintes. O projeto gráfico foi entregue na mão de um profissional da área, Dox, e a equipe responsável pelas matérias é apenas uma minúscula parcela da quantidade de foristas excelentes que freqüentam o nosso Downforce. Entretanto, possuir na equipe membros de tal gabarito não nos isenta de erros que possam ter sido cometidos ao lançar essa primeira revista. Já na edição 1, teremos sensíveis melhoras as quais esperamos que você, leitor, goste. Para estrear com o pé direito, a nossa primeira matéria fala de campeões, muitos deles. Você vai poder saber, em detalhes, tudo que se passou no Race of Champions 2005, a tradicional corrida de campeões que ocorre todo final de ano e que desde 2004 é realizada dentro do Stade de France, em Paris. Já no ritmo do automobilismo 2006, uma matéria sobre o rali Lisboa-Dakar, bem como sua história no decorrer dos anos. Você poderá curtir ainda, em primeira mão, uma entrevista com o piloto português Tiago Monteiro, piloto da F1 pela Midland, realizada em parceria com o Blog Planeta F1; nela você vai saber um pouco sobre a passagem do portuense pela Champcar, de seu início na categoria máxima no automobilismo mundial através dos testes, dos seus melhores e piores momentos de 2005 e das expectativas para essa temporada. Saindo do presente para lembrar o passado, um resumo da carreira do nosso primeiro campeão na F1, Emerson Fittipaldi. No Campeonato Mundial de Rali, a saída das montadoras significa crise? É o que você vai saber na análise feita por Carlos Martinez Gomes. E na última matéria da revista, saiba um pouco mais sobre uma das novidades do automobilismo moderno: o acompanhamento de jovens promessas desde as categorias de base até as categorias top, mais conhecido como Programa de Desenvolvimento de Pilotos, que é realizado por diversas montadoras. Aprecie a coluna de nosso correspondente na Europa, Mig uel Coelho e termine se atualizando no quadro dos Campeões 2005. Esperamos também que você se divirta com a nossa foto do fato e que, apesar de curtas, as informações presentes na seção de notícias rápidas sejam de seu agrado. Após todas essas etapas, esperamos que você tenha gostado. O nosso trabalho tem como único intuito a sua diversão e informação. Qualquer coisa, é só entrar em contato com a gente através do e-mail [email protected] ou através do fórum Downforce: www.downforce.com.br. Boa Leitura. índice 3 O Encontro de Campeões .................... 4 Editor Tadeu Martins História do Rali Dakar ......................... 9 Projeto Gráfico / Diagramação Dox Rali Lisboa - Dakar 2006 ................... 14 Colaboradores Bruno Ferreira / Carlos Martinez Gomes Carlos Senhor / Cristie Concimo / Fabricio Schneider / Mario Junior / Miguel Coelho Paulo Renato Roso / Ricardo Miquimba Roberto Araujo das Neves ... por Tiago Monteiro ....................... 18 Obrigado, Indy ................................... 22 Emerson Fittipaldi ............................. 23 Todas as imagens contidas neste material foram encontradas na internet e pertencem aos seus respectivos donos. Crise no Mundial de Rali? ................. 26 Clique nas Matérias do Índice para acesso direto Garimpando Pilotos ........................... 29 Clique nos Números das Páginas para voltar ao Índice Voando Alto ........................................ 33 Clique nos Logotipos Downforce para ir ao Fórum Campeões 2005 .................................. 35 A Foto do Fato .................................... 36 Clique nas Bandeiras Quadriculadas para acessar eventuais debates no Fórum Para melhor visualização utilize Reader 5 ou superior ativando Editar/Preferências/Exibir/ Suavizar Arte Vetorial Paulo Renato Roso O Encontro de Campeões Dia 3 de dezembro aconteceu a 18ª edição do Race of Champions, a Corrida dos Campeões. Criada em 1988, era originalmente um encontro entre pilotos do mundial de Rally, como se fosse um tira-teima que nomearia o melhor entre eles. A disputa era realizada com carros iguais, mas em clima de confraternização entre os competidores. Com o passar do tempo, pilotos de outras categorias do automobilismo e até mesmo do motociclismo foram convidados a participar da festa. Atualmente, além do campeonato de pilotos, há também a disputa entre nações. A pista no Stade de France Em 2004, o evento ganhou destaque com a presença do heptacampeão mundial de Formula 1 Michael Schumacher. O evento, antes realizado nas Ilhas Canárias, foi realizado no Stade de France (o mesmo onde o Brasil foi derrotado pela França na final da Copa de 1998), numa pista de asfalto, por exigência do alemão. A pista de 7 metros de largura e 1km de extensão foi palco de um espetáculo tão grande que os organizadores resolveram repeti-lo em 2005, mesmo sem a presença de Schumacher. Engana-se, porém, quem pensa que o vencedor da Corrida dos Campeões foi Schumacher ou um dos pilotos de Rally. O vencedor foi o até então desconhecido Heikki Kovalainen, piloto da categoria World Series. Para a edição de 2005, 4 car ros foram ut ilizados, incluindo um protótipo construído especialmente para o RoC. São eles: Citroen Xsara (bicampeão mundial de Rally, com 300 cavalos de potência), Porsche 911 GT3 Road Challenge (com 380 cavalos de potência), Renault Megane (utilizado no campeonato Super Megane na europa, com 330 cavalos de potência) e o protótipo RoC O Encontro de Campeões 5 (com motor Honda de 170 cavalos de potência). Os participantes deste ano vieram das categorias mais diversas, até mesmo do motocross. Para a Copa das Nações, foram agrupados segundo o país de origem, sendo possível a formação de equipe com pilotos de nacionalidades diferentes. Confira os participantes e as categorias onde competem: BeNeLux Christijan Albers (F1), HOL, e François Duval (WRC), BEL Brasil Felipe Massa (F1) e Nelson Piquet Jr. (GP2/A1GP) Finlândia Marcus Grönholm (WRC) e Heikki Kovalainen (GP2) França Jean Alesi (DTM) e Sébastién Loeb (WRC) Team Playstation France Sébastien Bourdais (Champ Car) e Stéphane Peterhansel (Rally) Alemanha Bernd Schneider (DTM) e Armin Schwarz (WRC) Grã Bretanha David Coulthard (F1) e Colin McRae (WRC) Escandinávia Tom Kristensen (Endurance), DIN, e Mattias Ekström (DTM), SUE. Estados Unidos Jeff Gordon (Nascar) e Travis Pastrana (Motocross). Além desses pilotos, há mais dois que participaram apenas da Corrida dos Campeões. O espanhol Dani Sordo (WRC) e o britânico Dan Wheldon (IRL). A forma de disputa é bastante simples. Com carros iguais, dois pilotos dão duas voltas completas ao mesmo tempo na pista, um em cada lado. Quem fizer todo o percurso no menor tempo e sem tocar nas barreiras de proteção ganha o duelo. Para a Copa das Nações, as disputas se deram no melhor de 3 duelos. A equipe da França, campeã do ano passado, foi a grande decepção de 2005, sendo derrotada por 2 a 1 logo no primeiro confronto contra os Jeff Gordon (à direita) x Nelson Angelo Piquet compatriotas do Team Playstat ion France. A equipe brasileira, assim como no ano passado, não foi bem. Massa e Piquet foram derrotados por 2 a 1 pelo time dos EUA. A surpresa foi o time da Escandinávia, que superou as favoritas Finlândia (quartas de f inal) e Playstat ion Os participantes da Copa das Nações 2005 Em pé: Bernd Schneider, Sebastien Bourdais, Mathias Ekstrom, Travis Pastrana, Jean Alesi, Marcus Gronholm, David Coulthard, Nelson A. Piquet e Christijan Albers Sentados: Armin Schwarz, Stephane Peterhansel, Tom Kristensen, Jeff Gordon, Sebastién Loeb, Heikki Kovalainen, Colin McRae, Felipe Massa e François Duval O Encontro de Campeões France (final), levando o título sem perder um round sequer. Oitavas Escandinávia 2 x 0 Benelux Kristensen 1:44.6673 x 1:45.9915 Albers (Renault) Ekstrom 1:46.5395 x 1:48.6053 Duval (ROC car) França Alesi Loeb Alesi Grã Bretanha Coulthard McRae Brasil Piquet Jr. Massa Piquet Jr. Finlândia Kovalainen Gronholm Quartas 1 x 2 1:44.4043 x 1:44.0267 1:47.2582 x 1:45.4355 1:45.9329 x 1:45.8009 2 x 0 1:42.3108 x 1:43.2584 1:45.6080 x 1:46.7458 1 x 2 1:45.2953 x 1:44.0434 1:44.6443 x 1:46.0117 1:45.9035 x 1:44.6499 0 x 2 1:56.8013 x 1:45.3118 1:46.3587 x 1:43.7845 Playstation France Bourdais (Porsche) Peterhansel (ROC car) Bourdais (ROC car) Alemanha Schneider (Renault) Schwarz (ROC car) EUA Gordon (Porsche) Pastrana (ROC car) Gordon (ROC car) Escandinávia Kristensen (Renault) Ekstrom (ROC car) Playstation France Bourdais Peterhansel Bourdais EUA Gordon +5 Pastrana Semi-finais 2 x 1 1:43.4333 x 1:43.9026 1:52.4131 x 1:48.0446 1:44.7226 x 1:44.7976 0 x 2 1:43.7200 x 1:43.6386 2:00.0571 x 1:47.4469 Grã-Bretanha Coulthard (Porsche) McRae (Citroen) Coulthard (ROC car) Escandinávia Kristensen (Renault) Ekstrom (Citroen) Final Playstation France 0 x 2 Escandinávia Bourdais 1:44.1617 x 1:43.6516 Kristensen (Porsche) Peterhansel 1:56.3242 x 1:47.4428 Ekstrom (Citroen) 6 Após um intervalo de 2 horas, teve início a Corrida dos Campeões. Para isso, os pilotos foram separados em 2 grupos: o de pilotos de Rally e o de pilotos de outras categorias. O vencedor de cada grupo disputaria a super final do evento, e o vencedor seria consagrado o Campeão dos Campeões da temporada 2005. Diferentemente da Copa das Nações, as disputas se deram em duelo único, com exceção da super final, que seria em melhor de 3. Para dar uma emoção a mais, antes do início da Corrida dos Campeões, uma leve chuva caiu em Paris. Mesmo fraca, foi suficiente para deixar a pista úmida na hora das disputas. Tom Kristensen (àesquerda) e Mattias Ekström, vencedores da Copa das Nações No grupo 1, destinado aos pilotos que não correm em Rally, a surpresa ficou por conta de Tom Kristensen. O dinamarquês, que na semi-final superou Jeff Gordon (com problemas na largada), superou o campeão de 2004 Heikki Kovalainen na final e ganhou o direito de disputar a super final. Entre os brasileiros, Nelsinho Piquet venceu Mathias Ekstrom nas oitavas de final, mas não resistiu a Kristensen na fase seguinte. Felipe Massa teve desempenho melhor, derrotando Jean Alesi nas quartas de final e sendo derrotado por Kovalainen nas semi-finais. O Encontro de Campeões Grupo 1: Não Rally Oitavas Gordon 1 2:05.0100 Bourdais 1 1:54.8757 Piquet Jr. 1 1:52.9866 Coulthard 0 1:53.1299 (ROC car) x 0 Albers x sem tempo +5 x 0 Wheldon x 1:58.6148 x 0 Ekstrom x 1:54.2395 x 1 Kristensen x 1:52.7306 Quartas (ROC car) Kovalainen 1 x 0 Schneider 1:54.0386 x 1:57.8659 Massa 1 x 0 Alesi 1:53.8102 x 1:54.8608 Gordon 1 x 0 Bourdais 1:56.6810 x 1:56.9084 Piquet Jr. 0 x 1 Kristensen 1:55.2597 x 1:54.7267 Semi-final (Renault) Kovalainen 1 x 0 Massa 1:47.9089 x 1:48.7390 Gordon 1 x 0 Kristensen *1:53.6579 x 2:19.9630 Final (Renault) Kovalainen 0 x 1 Kristensen 1:46.2349 x 1:46.2282 7 bastién Loeb venceu tranqüilamente todos os adversários e chegou ao terceiro título consecutivo neste grupo. Marcus Gronholm, u m do s pr i nc ip a i s adversários de Loeb no Mundial de Rally e no RoC, não foi páreo para o francês na final e teve que se contentar com o segundo lugar. Restava então a decisão do título de Campeão dos Campeões de 2005. Sebastian Loeb tentaria seu 2º título na competição e tentaria se redimir da derrota no ano de 2004. Tom Kristensen, o azarão da noite, tentaria o feito de derrotar Loeb diante da torcida francesa. Na primeira corrida, a disputa foi equilibrada, com os dois pilotos cruzando a linha de chegada praticamente juntos, mas com Loeb à frente por pouco mais de 1 décimo de segundo . Na segunda corrida, a disputa foi acirrada até o momento em que, na metade da volta, Kristensen erra e se choca Felipe Massa, com Heikki Kovalainen (ao fundo), em confronto válido pela semi final Grupo 2: Rally Quartas (Porsche) Gronholm 1 x 0 Peterhansel 1:56.9406 x 1:57.9043 McRae 1 x 0 Schwarz 1:52.8600 x 1:53.2096 Quartas (Citroen) Duval 0 x 1 Sordo sem tempo x 1:56.2400 Loeb 1 x 0 Pastrana 1:53.9708 x 2:15.5375 Semi final (Citroen) Gronholm 1 x 0 Sordo 1:54.0491 x 1:56.0218 McRae 0 x 1 Loeb 1:54.6190 x 1:52.8756 Loeb passa pelo carro de Kristensen e ruma à vitória na Superfinal * punição dada à Jeff Gordon por problemas na largada No grupo 2, destinado aos pilotos de Rally, não houve surpresa no resultado final. Se- Final (Citroen) Gronholm 0 x 1 Loeb 1:54.1724 x 1:51.7369 contra a barreira de proteção. O choque foi forte o suficiente para impedir o piloto de voltar à pista e à disputa com Loeb. Assim, após o acidente, Loeb O Encontro de Campeões apenas levou o carro até o final para comemorar o segundo título de Campeão dos Campeões. 8 PIT STOP Markko Martin vira chefe de equipe Nada de WRC em 2006. Neste ano, o piloto estoniano Markko Martin será chefe de equipe no campeonato de rali de sua terra natal. Markko terá em seu time dois Subaru Impreza que competirão no Grupo N. Apesar das férias forçadas, o novo chefe de equipe declarou que isso não é fim da sua paixão pela pilotagem. “Sempre gostarei de dirigir um carro de rali rápido”, disse ele. Quanto ao retorno ao mundial de rali da FIA, ele se mostrou esperançoso. “Não se deve nunca dizer nunca”, respondeu. Após 2006, Michelin pula fora Depois de uma série de desentendimentos com os d i r igentes da Federação Internacional de Automobilismo, a francesa Michelin decidiu que após o término da temporada 2006 abandonará a posição de fornecedora de pneus da Fórmula 1. Em face ao anúncio, a FIA deu de ombros: “Com um único fornecedor de pneus a Fórmula 1 ficará mais justa, mais segura, menos dispendiosa e, acima de tudo, não teremos a repetição do problema ocorrido no GP dos Estados Unidos de 2005”, lia-se na nota oficial lançada pela Federação. Na mesma Volkswagen na Stock Car Super-final Kristensen 0 x 2 Loeb Renault 1:45.7349 x 1:45.6482 Citroen sem tempo x 2:36.9539 fotos: www.raceofchampions.com A Volkswagen irá disputar o campeonato 2006 da Stock Car Brasil. De acordo com Carlos Col, promotor e organizador da categoria, a montadora terá dez de seus carros alinhados no grid, com pilotos e equipes ainda a serem definidas. O anúncio só será feito em fevereiro. Quanto ao modelo, rumores mais fortes dão conta da ut ilização da carenagem do Bora. Entretanto, já circulam em vários meios de comunicação fotomontagens de um VW Polo sedan alterado para os padrões da Stock. A VW será a terceira montadora a investir na categoria, que já tem General Motors e Mitsubishi. nota, foi destacado que, dessa forma, a idéia de um campeonato monomarca de pneus seria antecipada para 2007. A fornecedora única, como vem sendo dito, provavelmente será eleita através de licitação. Carlos Senhor História do Rali Dakar A história da mítica prova do Paris-Dakar, remonta a 1977, ano em que o piloto francês Thierry Sabine se apaixonou pelo deserto. Nesse ano, Sabine participava no Rally Abidjan-Nice em moto e perdeu-se no deserto do Sahara. Há cerca de 28 anos atrás, não existiam sistemas de GPS ou estruturas de apoio como as que existem na atualidade. As buscas para tentar encontrar o desaparecido piloto no deserto foram concluídas, sem sucesso, ao cabo de 3 dias. Mas Thierry continuava vivo e perdido no deserto, com poucas esperanças de sobreviver por muito mais tempo. Apesar de tudo, a sorte ainda não havia abandonado o piloto. Quando as perspectivas de sobreviver já eram quase nulas, um pequeno avião monomotor avistou Sabine, salvando-o de um destino quase certo. Apesar de todo o sofrimento por que passou perdido no deserto, Thierry Sabine adquiriu daquela experiência uma paixão intensa pelo deserto. Toda a travessia daquele troço transmite fortes emoções e foram estas emoções que o piloto francês quis transmitir aos seus colegas pilotos e ao mundo. Desta vontade nasceu aquela que hoje é a prova rainha, naquilo que se entende por aventura em Todo-o-Terreno. O maior rali do mundo tinha como objetivo atravessar África, partindo de algum ponto da Europa. A largada da primeira prova do projeto deste jovem aventureiro aconteceu a 26 de Dezembro de 1978. 170 participantes partiram da Place du Trocadero, frente à Torre Eiffel, com o objetivo de chegar a Dakar. Apenas 69 aventureiros completaram a travessia desta prova que ficou para sempre conhecida como “Paris - Dakar”, os nomes das cidades de partida e chegada da primeira edição. Neste ano, carros, caminhões e motos correram numa mesma categoria, vencendo o francês Cyril Neveu, aos comandos de uma Yamaha XT 500. Só a partir de 1980 foram divididas as categorias de carros, motos e caminhões. A “Paris - Dakar” tornou-se reconhecida nos quatro cantos do Mundo como a maior prova off-road jamais percorrida. “Um desafio para os que vão; um sonho para os que ficam” - Thierry Sabine História do Rali Dakar 1979 26 de Dezembro de 1978 Aconteceu a largada do primeiro Dakar, na Place du Trocadéro, em frente à Torre Eiffel, na capital francesa. Cento e setenta concorrentes partiram para a aventura num percurso de 10.000 quilômetros que passava por França, Espanha, Argélia, Niger, Mali e Senegal. Nesta primeira edição motos, carros e caminhões competiram numa categoria única. O campeão foi o jovem piloto Cyril Neveu, aos comandos de uma Yamaha XT500. 1980 Percurso: Paris - Alger - Dakar (10.000 km) O Dakar obteve imediatamente um grande sucesso e constituiu uma paixão tanto para os competidores como também para os organizadores. As grandes marcas participantes naquele ano foram a Yamaha, Volkswagen, Lada e BMW. Cyril Neveu ganhou pela segunda vez consecutiva com uma Yamaha. Na recém-criada categoria carros, Freddy Kotulinsky e Luffelman, em Volkswagen, foram os vencedores. Nos caminhões Ataquat/Boukrif/Kaoula arrecadaram a vitória para a marca Sonacome. 1981 Percurso: Paris - Alger - Dakar (10.000 km) Se o ano da primeira edição do rally foi sem dúvida o mais marcante, 1981 foi o mais emocionante. A prova atraiu multidões. O embarque dos veículos para a África foi um 10 espectáculo à parte. Todos os tipos de veículos estavam presentes na largada (4x4, buggies, side-cars), alguns inesperados como, o RollsRoyce de Thierry de Montcorgé ou o Citroën CX de Jacky Ickx e de Claude Brasseur. “Reunir” era a vontade de Thierry Sabine, mas “prudência” também era a palavra de ordem como mostra Michel Merel. “A pista é como o mar, não se brinca com ela”. Hubert Auriol, venceu a prova na categoria moto com um BMW e a lenda começava a ser escrita. A dupla Metge/Giroux, de Range Rover, foi a vencedora nos carros. 1982 Percurso: Paris - Alger - Dakar (9.393 km) A largada foi dada no Place de la Concorde, em Paris. 382 competidores estavam presentes no início da prova, isto é, mais que o dobro em 1979. Os irmãos Marreau, conhecidos como “as raposas do deserto”, venceram com um Renault 20. Cyril Neveu continuava a crescer. Ele venceu o Dakar com uma moto Honda e deu ao grupo japonês a primeira de várias vitórias. A edição foi marcada pela presença do filho da primeira-ministra inglesa Margareth Thacther, que se perdeu durante a prova. 1983 Percurso: Paris - Alger - Dakar (10.000 km) Pela primeira vez o deserto do Teneré foi cruzado pelo rali as paisagens fizeram com que todos os competidores e espectadores sonhas- sem, como Thierry Sabine. Mas os elementos naturais fizeram um grande estrago: apanhados por uma terrível tempestade de areia, sem nenhuma visibilidade, quarenta competidores ficaram perdidos. Felizmente todos foram salvos em quatro dias. Estes pequenos episódios, entretanto, serviram para reforçar a lenda do Dakar e a grandiosa vitória de Hubert Auriol, que ganhou a etapa no deserto do Ténéré com mais de uma hora de vantagem para os outros competidores com uma moto BMW. Na categoria carros, a vitória ficou com a dupla Ickx/Brasseur (Mercedes). Groine/De Saulieu/Malferiol foram os melhores com caminhões (Mercedes). 1984 Percurso: Paris - Alger - Dakar (12.000 km) Com ideia de “fazer com que os que fizeram sonhassem ainda mais”, Thierry Sabine decidiu quebrar fronteiras. Para dar à competição uma nova dimensão, ele conseguiu o impossível: o rali passou pela Guiné, Serra Leoa e Mauritânia. O número de inscrições cresceu e chegou a 427. A atenção dos espectadores ficou voltada para a corrida dos carros: Jack Ickx convenceu a Porche a inscrever uma equipe. Os grandes vencedores foram Metge/Lemoyne (Porsche), na categoria carros, e Gaston Rahier na categoria motos com uma BMW. Na categoria caminhões, a vitória ficou com a dupla Lalleu/Durce (Mercedes). 1985 Percurso: Paris - Alger - Dakar (14.000 km) História do Rali Dakar A largada foi em Versalles, cidade próxima de Paris. O Mitsubishi Pajero obteve uma excelente performance e esta foi apenas a terceira participação do carro. Patrick Zanilori e o navegador Jean da Silva escaparam de todas as armadilhas da Mauritânia e deram à marca japonesa a vitória. Hubert Auriol deixou a moto BMW e formou a equipe Ligier-Cagiva. A marca Mercedes, na categoria caminhões, sagrou-se campeã com a dupla Capito/Capito. 1986 Percurso: Paris - Alger - Dakar (15.000 km) O ano sombrio. O pai do Paris-Dakar, Thierry Sabine, o cantor francês Daniel Balavoine, a jornalista Nathaly Odent, o piloto do helicóptero François Xavier-Bagnoud e o técnico de rádio Jean-Paul Le Fur morreram em um acidente de helicóptero. Diz a história que na hora do acidente acontecia uma tempestade de areia. Patrick Verdoy e Gilbert Sabine, pai de Thierry, assumiram o comando do rali. Cyrill Neveu ganhou nas motos com uma Honda e nos carros a dupla Metge/ Lemoyne (Porsche) venceu a prova. As cinzas de Thierry Sabine foram espalhadas no deserto. 1987 Percurso: Paris - Alger - Dakar (13.000 km) O rali sobrevive. Gilbert Sabine assume o controle da prova com a ajuda da dupla VerdoyMetge. Metge Hoej organiza o Master Rally, que ficou famoso em 1995 quando fez o percurso 11 Paris-Moscovo-Paris, da França até a China. O Dakar não parou de se desenvolver, especialmente com a chegada de uma nova marca, a Peugeot. Ari Vatanen e Bernard Giroux venceram a categoria carros. Hubert Auriol, Cyril Neveu e Gaston Rahier lutavam pelo título na categoria moto. Perto da vitória, Hubert Auriol foi vítima de uma terrível queda e partiu os dois tornozelos. Cyril Neveu venceu pela quinta vez o Paris-Dakar. O trio De Rooy/ Geusens/Van ganharam nos caminhões com um DAF. 1988 Percurso: Paris - Alger - Dakar (14.000 km) Todos os recordes batidos! Este ano, o número de participantes passou de 600. Um óptimo sinal para o rali que completava 10 anos. Devido ao terrível acidente com o protótipo DAF, cujo navegador alemão Van Loevezijn morreu, Jan de Rooy retirou a equipe da prova. Aproximadamente 100 competidores abandonaram a competição antes da etapa de El Oued, que era particularmente árdua. Ari Vatanen viu o seu veículo, um Peugeot 405 T16, roubado. Até hoje, essa história protagonizada por Vatanen gerou versões diferentes. A dupla Kankkunen/Pironen venceu nos carros com um Peugeot e Edi Orioli foi o vencedor entre as motos com uma Honda. Os checos Loprais/ Stachura/Muck, de Tatra, levaram o título nos caminhões. 1989 Percurso: Paris - Tunis - Dakar (10.831 km) Ari Vatanen teve sua vingança vencendo a prova na categoria carros com um Peugeot 405 T16. A grande novidade foi o percurso na Líbia. Neste ano, a Yamaha investiu todo o dinheiro num jovem piloto: Stephane Peterhansel, piloto de moto. Desde a segunda etapa, a equipe Mitsubishi perde a vitória. Todas as esperanças ficaram com a Peugeot, que contabilizou o primeiro lugar no Dakar pela terceira vez. Na categoria motos, Edi Orioli ficou na primeira posição com uma Cagiva. Hubert Auriol continuou a inovar, desta vez correndo com um buggy. 1990 Percurso: Paris - Tripoli - Dakar (11.420 km) De volta à Líbia, os 465 competidores encontraram um deserto cheio de armadilhas. Todos as esperanças ficaram para a Peugeot, que contabilizou o primeiro lugar no Dakar pela terceira vez. Na categoria motos, Edi Orioli ficou na primeira posição com uma Cagiva. 1991 Percurso: Paris - Tripoli - Dakar (9.186 km) Na categoria moto, Stephane Peterhansel deu mais uma vez a vitória à equipe Yamaha. Infelizmente a euforia do resultado de Peterhansel foi encurtada pelo trágico acidente que tirou a vida a Charles Cabanne, piloto de um dos caminhões de assistência da Citroën. Nos carros, a dupla Vatanen/Berglund de Citroën foi campeã. História do Rali Dakar 1992 Percurso: Paris - Cidade do Cabo (12.427 km) Mudança de direção do rali. A largada foi no Château de Vincennes, e Gilbert Sabine, que queria dar uma nova “vida” à competição, decidiu mudar a chegada. O Paris-Dakar tornou-se o “Paris - Cidade do Cabo” e forneceu aos competidores um cenário de tirar o fôlego. Apesar da mudança de direção, muita coisa não saiu como planejado: uma tempestade de areia, Chade em guerra, um rio inundado na Namíbia: os elementos naturais explodiram. Entretanto, os problemas não impediram Hubert Auriol de obter uma incrível vitória nos carros. Na categoria moto, Stephane Peterhansel confirmou o título. Uma grande novidade também marcou este Paris-Dakar: a chegada do GPS! 1993 Percurso: Paris - Dakar (8.877 km) O rali volta ao seu percurso original com a largada no Trocadéro e chegada em Dakar, mas o número de inscritos não foi compatível ao número de competidores presentes na largada. Já em relação ao percurso, as dunas de El Goléa foram tão horríveis como as de Agadem ou de El Oued. Alguns competidores ficaram presos na areia. Hubert Auriol teve problemas nas dunas da Mauritânia. Bruno Saby, nos carros, e Stephane Peterhansel, nas motos, terminaram na primeira posição. Gilbert Sabine foi, mais uma vez, o diretor da prova. A lenda continua. 12 1994 Percurso: Paris - Dakar (13.379 km) O número de inscrições volta a subir. Gilbert Sabine e sua equipe retiram-se da organização da prova. O Paris-Dakar passa a pertencer ao grupo Amaury Sport Organisation (ASO). O percurso marca a primeira inovação do grupo: um Paris-Dakar-Paris. Presos, os carros não conseguiram ultrapassar os 70 quilômetros de dunas da especial Atar-Nouadhibou. A equipe Mitsubishi persistiu, enquanto a Citroën, conquistou a primeira vitória. Edi Orioli venceu pela primeira vez nas motos. Loprais/Stachura/ Kalina venceram nos caminhões. 1995 Percurso: Granada - Dakar (10.109 km) A edição deste ano teve início em Granada, na Espanha, e término em Dakar. A prova durou aproximadamente 15 dias. Hubert Auriol torna-se o “chefe” do Dakar e assiste as performances de Stephane Peterhansel que, perto de abandonar a etapa de Ouarzazate, miraculosamente consegue chegar ao topo do ranking dois dias antes do término da prova. Ele foi o vencedor do Dakar. Na categoria carros, Pierre Lartigue é o vencedor e Bruno Saby terminou na segunda posição. Loprais e Stachura conquistam mais um título nos caminhões. 1996 Percurso: Granada - Dakar (7.579 km) O mesmo percurso do ano anterior, mais competidores, a terceira vitória de Pierre Lartigue nos carros e a quarta de Edi Orioli, nas motos. Após um rali difícil, marcado pelo desaparecimento de Laurent Geugeun, piloto do caminhão de assistência, os vencedores fizeram parte dos “Clássicos do Dakar”. 1997 Percurso: Dakar - Dakar (8.049 km) Pela primeira vez a prova saiu de Dakar, para uma volta Dakar-Dakar, com passagem por Niger e pelo mítico deserto de Ténéré. Na categoria carro, a dupla Kleinschmidt-Boutaireficou em quinto lugar e foi a primeira mulher a vencer uma etapa no Dakar. Peterhansel conquistou a quinta vitória. A Shinozuka/Magne venceu entre os carros com Mitsubishi. Jean Azevedo foi campeão em motos. 1998 Percurso: Paris - Granada - Dakar (10.593 km) O Dakar completa 20 anos! A prova saiu de Versailles e cruzou a Espanha, terminando em Dakar. O percurso passava por muitas dunas e reencontrou nesta edição o espírito da prova: dificuldades e maratona. Fontenay/Picard venceu nos carros (Mitsubishi). Stephane Peterhansel ganha pela sexta vez nas motos com Yamaha. Nos caminhões, Loprais/Stachura/Cermak foram os mais rápidos. 1999 Percurso: Granada - Dakar (9.393 km) História do Rali Dakar Pela terceira vez na história do Dakar, a largada foi dada em Granada, na Espanha. O rali passou em seguida por Marrocos e depois pela Mauritânia. Durante a última etapa marroquina, Jutta Kleisnchmidt estava no primeiro lugar da classificação geral. Na chegada do rali a Dakar, duas marcas foram mais uma vez vitoriosas: a BMW triunfou nas motos com Richard Sainct e Jean-Louis Schlesses e Philipe Monnet venceram com um buggy 4x2. Karel Loprais, Radek Stachura e Joseph Kalina são os melhores de caminhão. 2000 Percurso: Dakar - Cairo (7.863 km) A 22ª edição ofereceu uma surpresa nos quilômetros: o rali atravessou pela primeira vez a África de leste a oeste, do Senegal ao Egito. O número de inscritos (400) traduziu o entusiasmo que gerou este percurso. A rota foi seguida pela Líbia, em direção ao Cairo e tudo se desenrolou da melhor maneira possível. Dois vencedores ficaram célebres aos pés das pirâmides: Richard Sainct (BMW) e Jean-Louis Schelesser (carro). O russo Tchaguine ganhou com um caminhão Kamaz. 2001 Percurso: Paris - Dakar (10.739 km) A edição 2001 foi baseada no sonho de colocar em prática os valores fundamentais do Dakar. Muitas coisas mudaram, como por exemplo a decisão de reduzir a assistência aérea (mecânicos), dando ênfase à 13 assistência na própr ia pista. O percurso “clássico”, de norte ao sul, permitiu à T. S. O. (Thierry Sabine Organisation), a empresa organizadora do Dakar, inovar em matéria de etapas, com muitas novidades. A vitória, pela primeira vez, foi para uma mulher: Jutta kleinschmidt de Mitsubishi. Nas motos o título foi para o piloto italiano Fabrizio Meoni, de KTM. 2002 Percurso: Arras - Madrid - Dakar (9.436 km) Pela primeira vez a largada do rali foi feita no início da noite, em Arras. A ideia deu resultado. A cerimónia foi acompanhada por uma multidão, que lotou a praça central da pequena cidade francesa. O japonês Hiroshi Masuoka venceu na geral dos carros com um Mitsubishi Pagero Full e Fabrizio Meoni conquistou o bicampeonato nas motos com KTM. 2003 Percurso: Marselha - Sharm Sheikh (8.552 km) O Dakar 2003 foi histórico e marcou o aniversário de 25 anos da competição. A prova foi difícil e estava muito competitiva devido à entrada de mais carros de equipes oficiais de fábrica. Foram 17 etapas, sendo três na Europa e 14 na África. Richard Sainct foi o campeão na geral das Motos, Hiroshi Masuoka e Andreas Schulz ganharam nos carros e Vladimir Tchaguine, Semion Yakoubov e Serguei Savostine foram os grandes vencedores nos caminhões. 2004 Percurso: Région D’Auvergne - Dakar (11.163 km) O Dakar 2004 foi um tremendo teste na verdadeira tradição do evento, sendo que este traçado foi um dos mais duros desde há dez anos. Um Dakar muito técnico, com muita navegação que terminou em Lac Rose e não nas praias de Dakar como vinha sendo tradição. Da edição deste ano, saíram vencedores o francês Peter Hansel de carro, Nani Roma (Espanha) em moto e o russo Vladimir Tchaguine em caminhão. 2005 Percurso: Barcelona - Dakar (9.039 km) 2005 contou com mais uma vitória do francês Stephane Peterhansel no carros a bordo de um Mitsubishi. Na categoria caminhões a glória coube ao russo Firdaus Kabirov, dirigindo um Kamaz. Finalmente, na categoria motos, mais uma vitória francesa com Cyril Després, com uma KTM. O lado triste desta última disputa foi o registro de duas mortes durante o evento. O piloto espanhol José Manuel Pérez morreu depois de ter sofrido uma grave queda de sua moto, e não resistiu aos ferimentos. Além dele, o piloto italiano da KTM, de 47 anos, Fabrizio Meoni, bicampeão nas motos, morreu durante a prova. Ele, que havia vencido duas vezes a competição nas motos, em 2001 e 2002, foi vítima de um ataque cardíaco fulminante, de acordo com a organização da prova, e morreu em consequência da queda. Carlos Senhor Rali Lisboa - Dakar 2006 Pela sua posição geográfica, que constitui um traço de união entre a Europa e a África, Portugal tinha naturalmente vocação para receber o Dakar. As semanas passadas na confecção do percurso permitiram-nos descobrir que a região tem ainda para oferecer muito mais que um majestoso quadro para a grande partida. Depois de aproveitar a serenidade de Lisboa, será de imediato questão de desporto, de competição, de autêntico rali raid. Este ano, não haverá um prólogo, mas o espetáculo estará realmente presente. As duas especiais portuguesas serão dignas das grandes horas da Baja de mesmo nome. Mas cuidado com as máquinas, pois estamos apenas no começo do rali. Verificações técnicas e administrativas (Centro Cultural de Belém) 28-29-30/12 Após as verificações técnicas, os veículos passam em zona mista, antes do controle final. Todos os veículos são em seguida colocados em Parque Fechado. Parque fechado automóveis, motos e quads: Rua Bartolomeu Dias, diante do Mosteiro dos Jerónimos Parque fechado caminhões: Praça do Império Não há parque fechado “assistência”: após as verificações, os veículos de assistência ficam livres. As assistências estão livres em toda a Europa e, em Lisboa, poderão estacionar no parque de descarga situado na saída da autoestrada, na Praça de Dom Manuel, na entrada da Avenida da Índia. No dia 1 de Janeiro de 2006, após a segunda especial, os concorrentes moto e quad serão autorizados a carregar as suas máquinas até ao controle horário (CH) do Porto de embarque, que deverão passar com o motor em funcionamento. Rali Lisboa - Dakar 2006 28 e 29 de Dezembro Verificações administrativas Primeira convocação: 8h00 Última convocação: 19h30 Verificações técnicas Início: 8h00 Final: 23h00 30 de Dezembro Verificações administrativas Primeira convocação: 8h00 Última convocação: 15h00 Verificações técnicas Início: 8h00 Final: 18h30 Etapa 1 • 31/12 LISBOA - PORTIMÃO Terminar a preparação da máquina e testar as suas capacidades em condições de corrida são os exercícios habituais na Europa. Pela primeira vez, os concorrentes devem treinar-se também com a navegação. As pistas, bastante rolantes, permitem à vontade a pilotagem, mas as inúmeras mudanças de direção constituem outras 15 tantas armadilhas. Na noite do réveillon, já haverá uma verdadeira classificação geral. a maior quilometragem percorrida até agora em especial antes da entrada na Mauritânia. Etapa 2 • 01/01 Etapa 3 • 02/01 PORTIMÃO - MÁLAGA Uma especial de mais de 100 km na Europa: mais uma estreia. Nesta pista rápida e montanhosa, os arrepios da pilotagem e a beleza do sítio recordam por vezes a célebre subida de Pikes Peak (Colorado). Depois de uma especial disputada sob o signo das maravilhas, a Espanha será visitada apenas em ligação, por uma estrada de 400 km NADOR - ER RACHIDIA Quando se procura bem até se encontra. Apesar do título da etapa aparecer três vezes na história do rali, o traçado da especial até ao embarcadouro de Málaga. A travessia dura sete horas. O pr imeiro contato com a África é decisivo. Os concorrentes nunca tiveram tantas boas razões de apreender a travessia de Marrocos com todo o respeito que se lhe deve. Embora alguns possam equivocar-se, não se trata de uma fase de transição. Aliás, após três etapas exigentes, os contadores marcarão cas de desenterrar, antes de atacar os lagos salgados, as passagens de uades arenosas, outras cheias de pedras... Para os co-pilotos, o nariz no road-book será a única atitude possível. Etapa 5 • 04/01 é totalmente inédito. As travessias dos uades, armadilhas clássicas de Marrocos, estão no programa, e os primeiros grandes erros de navegação devem ser previstos. Os habitués da tecnologia GPS versão antiga podem pagar caro um período de adaptação delicado. OUARZAZATE - TAN TAN Uma cumplicidade máxima entre o piloto e o co-piloto será obrigatória devido à alternância entre as passagens rápidas e as armadilhas de pilotagem. Em relação à edição 2005, os concorrentes qua- Etapa 4 • 03/01 ER RACHIDIA - OUARZAZATE Poderíamos pensar numa clássica do Dakar, mas aqui também haverá incógnitas. Talvez seja a especial mais variada do rali. Com as primeiras dunas, será sem dúvida a ocasião de puxar pelas pás e as pla- se terão triplicado a quilometragem em especial antes de saírem de Marrocos. A cronometragem dos 1 Rali Lisboa - Dakar 2006 250 km já percorridos deveria revelar uma hierarquia coerente. Especialidade nacional: a areia. A travessia da Mauritânia desempenha o papel de justiceiro na hierarquia do rali. Aqueles que lá se apresentarem em plena posse dos seus meios terão todas as probabilidades de brilharem, mas também se pode perder lá tudo. Reino das dunas e do fora de pista, o coração do Sahara é por excelência o sítio onde os navegadores se manifestam. Etapa 7 • 06/01 ZOUERAT - ATAR A delicadeza da navegação será recompensada durante a grande dificuldade desta primeira semana, que se disputa em fora da pista total. Ao entrar no Mali, o rali muda de universo. O contraste entre as vastidões desérticas e as pistas As indicações não serão muitas no road-book, e aqueles que falharem os WPO terão as maiores dificuldades para encontrarem as boas passagens. Depois das dunas, os concorrentes circularão também pelos planaltos empedrados e praticarão o slalom na erva dos camelos. NOUAKCHOTT Chegar ao dia de repouso é já metade de uma vitória para muitos concorrentes, visto a consistência das oito etapas que ficaram para trás. Na capital mauritana, situada numa encruzilhada tanto geográfica como cultural entre a vida nómada e a vida sedentária, os momentos de sossego serão curtos mas preciosos. É a primeira vez que Nouakchott recebe um dia de repouso. Etapa 8 • 07/01 Etapa 9 • 09/01 KIFFA - KAYES É a entrada no Mali, no meio da selva. A vegetação torna-se densa. Entre os embondeiros, a pista de NOUAKCHOTT - KIFFA Para a maior especial do rali, os extensos cordões de dunas muito densas, de mais de vinte quilômetros, sucedem-se no começo e no fim do percurso. Entre as duas passagens arenosas, a pilotagem efectua-se numa pista rápida e pedregosa. Em alguns sítios, o percurso cruza grandes dunas a contornar para ficar nos grandes planaltos de chão preto. terra, estreita e ravinosa, serpenteia através da savana. Esta especial ATAR - NOUAKCHOTT Na primeira parte da especial, o partida da especial será efectuada de noite, em condições que exigem o máximo de vigilância. A primeira parte do sector selectivo disputa-se numa pista larga e rápida, antes de atacar em meados da especial uma porção muito mais arenosa. percurso é muito sinuoso atravessando canyons e uades. Através dos maciços, os concorrentes vão sentir-se sacudidos como uma bola de flipper. Depois desta série ziguezagues, uma parte bem rápida incitará os mais nervosos a meter medo aos cronômetros. Porém, um excesso de confiança poderia trazer más surpresas. Dia de repouso • 08/01 Etapa 6 • 05/01 TAN TAN - ZOUERAT As horas de sono economizadas nas etapas precedentes serão um trunfo para abordar esta longa rota. A extensa ligação em direção da 16 traçadas no coração das florestas é arrebatador para as tripulações, que enfrentam, por conseguinte, condições de pilotagem totalmente diferentes. Os encontros com as aldeias do ocidente africano também dão uma dimensão nova à viagem. Etapa 10 • 10/01 Rali Lisboa - Dakar 2006 rápida irá favorecer a pilotagem e o deslize nas primeiras porções de laterite. Apesar dos lagos salgados cheios de armadilhas que acompanharão o percurso, será uma jornada de transição antes dos pedaços de primeira escolha da África Negra. Etapa 11 • 11/01 KAYES - BAMAKO Embora o traçado tenha tentado evitar a reserva de fauna de Badinko e a reserva de biosfera do arco do Baoulé, a caravana progride num cenário sumptuoso, com uma sucessão contínua de florestas e savanas. Como as pistas são estreitas, recomenda-se uma extrema prudência no caso de erro de navegação que implica meia volta. Apesar da última visita do Dakar à Guiné ser de 1996, os concorrentes vão sentir-se, apesar de tudo, em terreno conhecido. As pistas guineenses requerem, na verdade, as mesmas qualidades que as pistas utilizadas no Mali e no Senegal. Como recompensa, 17 a vegetação é aqui tradicionalmente mais densa e os pilotos terão o prazer de descobrir um relevo “semi-montanhoso” que oferece uma variedade de paisagem única na região. quecível, as últimas voltas das rodas nem sempre são as mais fáceis. Com um erro de pilotagem ou uma quebra mecânica, o rali também se pode perder no Senegal. Etapa 12 • 12/01 Etapa 13 • 13/01 BAMAKO - LABE A saída do Mali efetua-se em ligação. O traçado desta estréia especial guineense leva os pilotos em configurações muito variadas. As zonas de todo-o-terreno sucedemse às pistas rolantes em laterite, e os motards não deixarão de molhar os pés nas passagens de vaus. Quanto à vegetação, não se avança com uma catana, mas quase! Na chegada, LABE - TAMBACOUNDA As etapas de montanha, também podem existir no Dakar. Embora não seja necessário recorrer às máscaras de oxigênio, o rali vai atingir ainda há minutos a perder ou a ganhar. A entrada em Dakar faz-se depois de uma bonita passeata em ligação, com visita sossegada das aldeias senegalesas no programa. Etapa 15 • 15/01 DAKAR - DAKAR A volta do Lago Rosa: com os anos, o exercício tornou-se num clássico do desporto automóvel. Alguns ainda têm vontade de procurar um nesta especial o seu ponto culminante, ladeando os 1000 m em algumas travessias de cimos. Como na véspera, as pistas percorridas serão estreitas, e com a ajuda da poeira as ultrapassagens serão bem difíceis. exigências da etapa sem assistência, não haverá veículos de assistência. O Senegal é a euforia da libertação para os concorrentes que lá chegam. É igualmente uma lição de humildade e de paciência. Se o Lago Rosa é realmente o local ideal para terminar uma aventura de três semanas tão atribulada como ines- Etapa 14 • 14/01 TAMBACOUNDA - DAKAR Nas pistas senegalesas, os copilotos retomam o serviço. A especial é mais longa que no ano passado e as inúmeras mudanças de direção podem levar os mais distraídos a perder a pista. Por outras palavras, punhado de segundos para ganhar um ou dois lugares na geral. Outros aproveitam tranquilamente um momento que imaginaram longamente antes de o viverem. Para todos, é a grande emoção. Miguel Coelho ... por Tiago Monteiro Tiago Monteiro é o nome que mais agitou o meio automobilístico português neste ano de 2005. Sem grandes agitações e emoções, o jovem portuense surgiu na F1 e eram poucos aqueles que o conheciam tão bem como o conhecem passados cerca de 10 meses. Sem grandes patrocinadores e com poucas atenções dos media internacionais, o português tímido sorri na Praça Vermelha em Moscovo juntamente com os companheiros de equipa da Jordan e os míticos carros de cor amarela. Nascido em 1976 no Porto desafiou todos os preconceitos e estereótipos durante toda a sua progressiva carreira, desde a Porsche Cup onde começou já tardiamente com 21 anos até à Formula 1, sete anos depois. Tiago na realidade pensava ter nascido para as duas rodas, mas foi o circuito Paul Ricard em França que o viu nascer para as quatro rodas. Uma volta num Porsche RS e a vida deste jovem nunca mais iria ser igual. Conquista o campeonato francês de Porsche Carrera Cup (grupo B), vence a final da Formula Renault Campus em pleno Estoril e faz performances admiráveis na F3 onde é inclusive por duas vezes Vice-Campeão de França. Em 2003, em Miami, assegura um lugar na Champ Car, na equipa Fittipaldi - Dingman Racing onde tem uma passagem de aprendizagem mas que deixa Emerson Fittipaldi com grandes recordações como foi o caso da pole-position em Laguna Seca. Pedi ao Tiago para nos escolher os momentos que guarda como boas recordações: “Existem várias. Penso que seria injusto escolher apenas um. Cada um dos Campeonatos ... por Tiago Monteiro 19 nos e menos tecnolóa recém-estreada GP2. gicos. Por isso mais Mas é nesta alpesados, e em certas tura, no Grande Préalturas mais difíceis mio da Austrália que é apresentado como de guiar. Não há ajudas como controlo de piloto de testes da Mitracção etc. Mas tamnardi onde se inclui num programa de debém por essas razões senvolvimento de pinão são tão rápidos lotos, uma experiência como os F1. Os dois Correndo na F3000 em São Paulo que foi bastante prodão prazeres diferentes, mas sensações muito fortes”. veitosa: “Os testes com a Minardi foram muito importantes para adquirir conhecimentos reSaído da Champ Car, rumou à Europa onde lacionados com os carros de F1. É um mundo iria competir pela Carlin Motorsport na World e um carro tão diferente que todas as expeSeries by Nissan onde conheceu pilotos como riências são importantes”. Viria mais tarde a Heikki Kovalainen ou Narain Karthikeyan. sagrar-se vice-campeão da WSN, apenas batido Teve uma época fantástica num campepor Kovalainen que só irá entrar na F1 em 2006 onato tão competitivo como este e que ainda como piloto de testes da equipa Renault. hoje divide a honra de ser um dos campeonatos Apesar da dificuldade de chegar à Formula que projecta pilotos para a F1, juntamente com 1, levado por Trevor Carlin para uma equipa em época de transição, Tiago Monteiro realizou uma época memorável e nunca vivida até então por um português: termina 16 corridas consecutivas, bate largamente o recorde de Sir Jackie Stewart, termina por 4 vezes no top 10, duas vezes pontua, nos EUA onde vai ao pódio de uma corrida estranha e o ponto no circuito molhado de Spa-Francorchamps. Denota durante toda a temporada aquilo que habitou quem o acompanhou de perto: racionalidade, frieza e rapidez. Possui uma forma de preparação peculiar: sendo rookie e não conhecendo grande parte dos circuitos onde iria correr, era habitual vê-lo a percorrer a pista Monteiro com Fittipaldi na Champ Car às quintas-feiras, anotando e memorizando as por onde passei deixaram todos boas recordações e ensinaram-me muito. Acho que o mais importante foi isso mesmo, a aprendizagem e experiência que adquiri. Tenho excelentes memórias da Porsche, da Formula 3 e Champ Car sobretudo”. A Champ Car porque foi a experiência por ventura mais internacional e mais competitiva que encontrou. É também importante sabermos como foi trabalhar com um campeão do mundo de F1: “O Emerson foi um excelente piloto que tem uma excelente visão das coisas. Ensinoume muito e estou-lhe muito grato por isso. A experiência dele é enorme e aprendi mesmo muito com ele”. Fui incumbido de perguntar – numa altura em que alguns acham que a Champ Car está prestes a ocupar o lugar da F1 – quais eram as grandes diferenças entre ambos os monolugares: “Os Champ Cars são carros menos moder- ... por Tiago Monteiro particularidades de cada circuito. A preparação faz em privado, mas não lhe chama ritual: “Não sei se lhe podemos chamar ritual. Gosto de ficar só e de visualizar na minha cabeça o traçado. É algo que faço há muito tempo e que me faz lembrar de cada detalhe do circuito”. Alguns admiradores comparam a sua racionalidade à de Alain Prost, mítico piloto francês que tinha como habito surpreender tudo e todos em corrida. Com apenas 1 desistência, Tiago aponta o seu melhor momento e pior momento, que foi também para os entusiastas sentido da mesma forma “O melhor, penso ter sido o pódio em Indianapolis e o ponto que alcancei em Spa. O pior, a desistência no Brasil”. Acaba por ser considerado em várias publicações como Rookie of the Year, como foi o caso das revistas conceituadas F1 Racing ou Autosport o que confere normalmente uma pressão extra para a seguinte época mas a qual o piloto nega que o assuste: “Assustar, não assusta mas dá-me mais responsabilidade. Espero conseguir corresponder a todas as expectativas criadas à minha volta. É uma motivação acrescida, e essa pressão é normal, faz parte da minha profissão”. Em 2006 tudo aponta para que o Rookie do ano se sente aos comandos do M16, o novíssimo carro da Midland F1 Racing. Um carro que será baseado na evolução dos EJ’s, antigos carros da equipa de Eddie Jordan e no qual é depositada grande esperança de boas performances. Irá ser companheiro de equipa de Christijan Albers, tido como um piloto rápido e que fez uma temporada relativamente boa na Minardi, ao ponto de chamar a atenção da Midland. Sobre as performances de Albers, Tiago não adianta muito: “Acho que fez o que estava ao seu alcance com o material que teve. Mas também não estive sempre a seguir a sua época. Tinha demasiado para me concentrar do meu lado”. O peculiar feitio de Albers poderá eventualmente complicar o trabalho de equipa ao piloto português. Foi o próprio holandês que criticou com clareza o seu companheiro de equipa, Robert Doornbos, afirmando que este não ajudou em nada a Minardi. Contudo, o portuense prefere a contenção e maturidade, pontos que o piloto já aprendeu que a Fórmula 1 exige e quando se perguntou se iria ter uma boa relação mesmo sabendo destes acontecimentos, afirmou: “Acho que sim. Não costumo ligar muito àquilo que se diz. Prefiro dar atenção a tudo aquilo que se fala na minha presença e àquilo que vejo com os meus olhos. Alguns pilotos falam muito... mas acho que o Albers é profissional e por isso vamos trabalhar bem juntos”. 20 A época que fez conferiu-lhe conhecimentos profundos sobre a Fórmula 1. Apesar de ter corrido em 2005 sobre determinadas regras, algumas vão mesmo alterar-se. A Formula 1 está em mudança constante e em 2008 será totalmente diferente daquilo que conhecemos. A maior diferença já para o próximo ano será a substituição dos motores V10 por motores V8. Esta alteração é mais profunda daquilo que se pensa. A revista F1 Racing chega mesmo a dizer que irão nascer os pilotos de condução táctica e o piloto português confirma dizendo que o estilo de pilotagem deverá mudar bastante: “Estamos em fase de testes e penso conseguir adaptar-me bem. Acho que tudo é uma questão de tempo. Mas a nível de custos está a ser superior ao que se pensava. O nosso estilo de pilotagem vai mudar bastante”. Apesar da FIA querer baixar os custos, parece que não é isso que está a conseguir. O Bas Leinders, Gianmaria Bruni, Zsolt Baumgartner e Tiago Monteiro na Minardi ... por Tiago Monteiro piloto está atento e tem uma opinião bastante breve mas clara acerca do que actualmente se está a passar acerca das alterações e decisões desportivas e técnicas na F1: “Há decisões que estão a ser tomadas de maneira muito leve e sem verdadeiro pensamento para o futuro. Só espero que estejam a pensar no futuro da F1 quando as tomam”. Falando agora a nível do apoio enorme que o piloto sentiu nesta sua primeira temporada, onde podemos destacar o aumento das audiências das transmissões televisivas das corridas, ou a exposição mediática do piloto em eventos promocionais de patrocinadores, levaram a que muitas pessoas voltassem a ver a categoria e que muitos aprendessem a ver a Formula 1 tendo como Tiago Monteiro um verdadeiro ídolo. A sua simpatia e humildade conquistaram Portugal. Contudo, também surgiram alguns autênticos fanáticos que defendem o piloto com unhas e dentes, mas esse fanatismo não é sen- 21 tido pelo portuense: “Não sinto esse fanatismo. Sinto muito apoio, isso é verdade e é ainda mais motivante para mim!”. A titulo de curiosidade, perguntei se a época foi a nível monetário, uma época lucrativa ou uma época com prejuízos, ao qual me respondeu que ainda não sabia: “Ainda não porque as contas não estão fechadas. Ainda faltam alguns pagamentos.” Deverá estar de certeza em falta o prémio monetário do 3º lugar em Indianapolis. Para terminar, uma palavra do Tiago Monteiro para os nossos leitores: “Que continuem a ver F1 porque vale a pena e que me apoiem ainda mais! Eu retribuo com melhor show na pista e fora dela !!” (risos) PIT STOP Audi V12 Diesel em Le Mans A Audi apresentou ao público, em Paris, o modelo R10, que disputará as 24 Horas de Le Mans de 20 06. A inovação da Agradecimentos à Duarte Cancella Abreu News (agência de relações publicas do piloto) em particular a Rute Vieira. Vice-campeão na World Series by Nissan marca das quatro argolas fica por conta do motor do modelo, um V12 5,5 litros biturbo a diesel, capaz de gerar 650HP. Complet amente feito em a lum í n io, uma das maiores vantagens do motor, segundo a própria montadora, é o baixo consumo de combustível. Entretanto, na disputa da mítica prova, isso pouco ajudará, já que 75% da volta em Le Mans é feita de pé embaixo. O combustível, que será fornecido pela Shell, é obtido a partir do gás natural, o que transforma o R10 num supercarro ecologicamente correto. Ricardo Miquimba Obrigado, Indy Volta de apresentação, aquecem-se os pneus. Público ansioso pela primeira volta. Michael ou Alonso? Quem leva essa? Quem sabe largando bem, Rubens não belisca sua primeira vitória no ano. Kimi? Talvez até Juan. Uma corrida cheia de incógnitas e favoritos. Após a entrada na parte oval, um susto: os carros de pneus Michelin entram nos boxes e o mundo fica atônito. Mais uma pegadinha da Fórmula 1, afirmaram os mais otimistas. É o fim da Fórmula 1, lamentaram os apaixonados pelo esporte, como eu e você. A corrida começa com 6 carros no grid. Rubens vai para cima de Schumacher e ambos contracenam bem em mais um papelão de vergonha para o esporte. Enquanto Rubens e Michael tentam se pegar na frente, as Jordans com as Minardis fazem a corrida da sua vida. Lá atrás, ele, o conhecido Vagaroso Português faz uma boa corrida e se firma como o “melhor dos pequenos”. Karthikeyan também guiou bem, fez sua parte sem se importar com os problemas extra-pista, assim como as duas Minardis. Michael venceu com sabor amargo, mas venceu. Rubens não venceu, mas tentou e chegou em segundo. Monteiro completou o podium e comemorou muito o resultado, e com razão. Pulou feito uma criança e não acreditou no que tinha acontecido. Não quis saber do problema, claro, a culpa não era dele e por isso vibrou emocionado. Karthikeyan que chegou em quarto, afirmou após a corrida “Estes são meus primeiros pontos na F-1 e realmente não me importa a forma como eles foram conquistados. Pontos são pontos. Essa é a primeira vez que um indiano marca pontos na F-1, por isso estou tão feliz”. E deve ficar mesmo, eu também ficaria. Não importa o que aconteceu com os outros carros, você fez aquilo que deveria ser feito. Largou, acelerou o que podia e queria e fez um papel bonito. Estupidez, palhaçada, vergonha, imbecilidade, cretinice. Escolha o adjetivo para o ocorrido em Indi 2005. Não, nem um desses vai tirar a alegria de Monteiro no podium. Nenhum desses adjetivos vai apagar a felicidade que Karthikeyan descreveu após seu suado quarto lugar. A Fórmula 1 pode até tentar acabar com a esportividade, tentar acabar com o respeito com sua platéia, mas nunca, eu disse nunca, vão conseguir destruir a alegria de quem, queria apenas conquistar seus primeiros pontos, mesmo que bastasse apenas completar a corrida para isso. Cristie Concimo Emerson Fittipaldi Bem, ele pode não disputar a lista dos 10 melhores pilotos de todos os tempos, mas com certeza além de ser um excelente piloto, foi o responsável por abrir as portas do automobilismo mundial para nós brasileiros, e por causa dele conseguimos amar um esporte que até então naquela época pouquíssimos se interessavam, pois só gostávamos de Pelé, Garrincha e cia. Estamos falando de Emerson Fittipaldi, que é conhecido carinhosamente de Emmo, um piloto técnico que soube quando e como trocar de equipe, ganhou dois títulos na F1 e um título na Formula Indy. Por causa dele começamos a acordar aos domingos de manhã e a ficar acordados durante as madrugadas nos dias de corrida. Por isso ele será o primeiro a ser homenageado nesta sua nova revista. Abaixo segue um resumo sobre a car- reira do nosso querido Emerson Fittipaldi. O local é Interlagos, o ano é 1963. O piloto Emerson Fittipaldi, aos 17 anos, era uma jovem promessa que ganhava muitas corridas no motociclismo brasileiro. Na foto, Emerson está em velocidade reduzida, aquecendo o motor de sua Mondial de 50 cm³ antes da corrida. Por isso, nem se preocupou em colocar os óculos de proteção - uma displicência surpreendente para um piloto que, anos depois, tornou-se um líder na luta pela segurança nas pistas. Atrás de Emerson, aparece seu amigo de escola Oscar Ferro. A carreira de Emerson no motociclismo terminou com uma vassourada na cozinha de casa: sua mãe, Dona Juze, passou a ter horror a corridas de moto desde o acidente que deixou o marido, Wilson, internado durante seis meses com fratura no crânio. Depois disso, foi preciso esperar mais dez anos para um brasileiro - Adu Celso - vencer um GP válido pelo Campeonato Mundial, e outros 20 para Alexandre Barros conseguir uma vitória na categoria rainha, a 500 cm³. Na VII Mil Milhas de 1966, correu de Malzoni DKW-GT junto com Jan Balder no carro número 7 - superstição de Emerson - aplicado com fita adesiva importada moderno para a época - produzido pelos irmãos Gilberto e Eliseo, apelidados também de irmãos metralha, onde a dupla fez questão de colar um “ratinho”, que era o apelido de Emerson dos tempos que empurrava o kart do seu irmão Tigrão, e do outro lado no pára-lama um “ovo estrelado”, um “omelete” do apelido de Jan. A carreira internacional de Emerson Fittipaldi começou em 1969, na Inglaterra, quando aos 22 anos disputou e se sagrou campeão da Fórmula 3 inglesa. Seu talento foi notado por Colin Chapman, proprietário da equipe Lotus de Fórmula 1, que o contratou no ano seguinte para correr pela sua equipe. Emerson Fittipaldi A corrida de estréia foi em 1970 no Grande Prêmio da Inglaterra, em Brands Hatch, onde terminou a prova em oitavo. Três semanas depois, em Hockenhein, marcaria seus primeiros pontos, com um quarto lugar. No final daquele ano, em Monza, seu companheiro de equipe, o austríaco Jochen Rindt, viria a morrer em um acidente enquanto liderava a pontuação geral do campeonato. A Lotus retirou-se por duas corridas em luto, e voltaria no último GP da temporada, em Watkins Glen. Neste dia, Emerson venceu sua primeira corrida, e ao mesmo tempo impossibilitou que os adversários alcançassem a pontuação de Rindt, que assim se sagraria campeão mundial póstumo. O ano de 1971 não viu vitórias de Emerson, embora sua atuação consistente tenha lhe garantido subir 3 vezes ao pódio. Em 1972, com 5 vitórias, Emerson tornouse o campeão mundial mais jovem da história da F1, com 24 anos, recorde que persistiu por mais de três décadas e foi quebrado somente em 2005, pelo piloto espanhol Fernando Alonso. Em 1973 Emerson venceu mais três corridas, mas perdeu o título para o escocês Jackie 24 Stewart, mas naquela altura, seu sucesso e influência favoreceram a entrada do Grande Prêmio do Brasil no calendário internacional neste mesmo ano, no circuito de Interlagos, vencida por ele mesmo. Em 1974, o piloto brasileiro trocou a Lotus pela McLaren, e com 3 vitórias (uma delas no Brasil), sagrou-se bicampeão do mundo. Ainda competitivo, venceu mais 2 corridas pela mesma equipe no ano seguinte. Ainda em 1975, fundou a equipe Fittipaldi, inteiramente brasileira, com apoio da empresa estatal Coopersucar, nome pelo qual a equipe se tornou mais conhecida entre os brasileiros. O primeiro ano em sua própria equipe, em 1976, foi frustrante, com constantes abandonos. Em 1977, Emerson conquistou alguns resultados razoáveis, como três quarto lugares, mas foi em 1978 que ocorreu o grande momento de Emerson em sua própria equipe, ao terminar o Grande Prêmio do Brasil no circuito de Jacarepaguá em segundo lugar. A partir de então houve um declínio na equipe, e ao final de 1980, no mesmo circuito de Watkins Glen onde vencera sua primeira prova, Emerson se retiraria da F1 como piloto. Em 1982, após seu piloto Chico Serra marcar um ponto no Grande Prêmio da Bélgica, sua equipe fecharia as portas. Após três anos fora das pistas, Emerson voltou a correr, e desta vez foi nos Estados Unidos em uma prova de IMSA (International Motor Sports Association) em Miami. Pat Patrick, o dono da equipe Patrick Racing, lhe fez o convite para estrear na categoria em 1984. Sendo empurrado por um motor Cosworth, da Ford, e um chassi March 1983, Emerson estreou nas ruas de Long Beach, largando da 12º posição e fazendo uma belíssima prova, terminando na quinta colocação. Sua primeira participação nas 500 milhas de Indianápolis com certeza não foi do jeito que desejava. Largando da 23º posição Emerson completou apenas 37 voltas e teve problemas de pressão de óleo no motor, acabando ali o sonho da tão esperada corrida histórica. Nas próximas corridas o melhor resultado de Emerson, foi um quarto lugar em Mid Ohio, até então sua melhor colocação na Formula Indy. Emerson Fittipaldi 25 Abaixo segue alguns números da carreira de Emerson Fittipaldi. Fórmula 1 Ano 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 Posição 10 6 1 2 1 2 16 12 9 21 15 Total Equipe Lotus Lotus Lotus Lotus McLaren McLaren Fittipaldi Fittipaldi Fittipaldi Fittipaldi Fittipaldi Corridas Vitórias 5 1 10 0 12 5 15 3 15 3 13 2 15 0 14 0 16 0 15 0 14 0 144 14 Poles 0 0 3 1 2 0 0 0 0 0 0 6 Pontos 12 16 61 55 55 45 3 11 17 1 5 281 Poles 0 0 2 0 1 4 2 2 2 2 2 0 0 17 Pontos 30 104 103 78 105 196 144 140 151 183 178 67 29 1508 Indy - CART Ano 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 Posição 15 6 7 10 7 1 5 5 4 2 2 11 19 Total Equipe Patrick Patrick Patrick Patrick Patrick Patrick Penske Penske Penske Penske Penske Penske Hogan-Penske Corridas Vitórias 9 0 15 1 17 1 15 2 15 2 15 5 16 1 17 1 16 4 16 3 16 1 16 1 12 0 195 22 Suas melhores posições no Grid de largada foram dois sextos lugares, em Las Vegas e Mid Ohio. A bordo do seu carro nº 47, Emerson terminou a temporada na 15º posição, marcando trinta pontos. Isso fez com que todos vissem que o piloto brasileiro, aquele mesmo vencedor da F1 dos anos 70, estava de volta ao trabalho, em seus plenos 38 anos de idade. Em 1985, Emerson permaneceu na Patrick Racinge com o patrocínio da 7 eleven, e conseguiu pilotar um carro melhor, que lhe deu sua primeira vitória na Formula Indy, em Michigan. Ao final da temporada terminaria na sexta colocação geral do campeonato. Em 1986, conseguiu sua primeira pole, em Portland, e também sua primeira vitória em circuito de rua, em Elkhart Lake. Em 1989 veio a consagração, venceu as 500 milhas de Indianápolis, e da melhor maneira possível, tomando a liderança do Al Unser Jr. apenas duas voltas do final e ainda acabou sendo campeão daquele ano, ainda na equipe Patrick. Na década de 90 mudou-se para a equipe Penske, mas provavelmente por causa da já avançada idade e com um carro pouco competitivo, Emerson ainda conseguiu brilhar, ganhou novamente as 500 milhas de Indianápolis em 93 e teve dois vice-campeonatos em 93 e 94. Em 1995 conseguiu sua última vitória na Formula Indy, com um carro Penske antes de sofrer um acidente em 1996, que por pouco menos de 1 milímetro não ficou paralítico, fazendo com que encerrasse a sua carreira. Este foi Emerson Fittipaldi, que como eu disse no começo do texto devemos muito a ele, e acho que a melhor maneira de retribuirmos isso é pararmos com a mania de falarmos de um piloto antigo e o tratarmos como ex-campeão, se ele ganhou e escreveu o nome devemos falar: Emerson Fittipaldi Bi-Campeão do Mundo de F1 e Campeão de Formula Indy. Carlos Martinez Gomes Crise no Mundial de Rali? No final de 2004, Citröen e Peugeot - duas de 2005, apenas Ford e Subaru permanecerão no Mundial de Rali - que se inscreveu como M2 gigantes do Mundial de Rali - anunciaram sua de maneira oficial no próximo campeonato. A poderá pela primeira vez entrar na luta pelo saída do campeonato a partir do ano de 2006. saída da montadora japonesa foi, com certeza, mundial de construtores. Muita especulação se gerou a partir deste anúna mais inesperada: sua dupla de pilotos oficial A entrada e saída de montadoras no WRC é cio, inclusive dando conta de que tal notícia se(Rovanperä e Gigi Galli) já contava como certa algo corriqueiro. Mas a saída conjunta de tantas ria apenas um blefe das montadoras para que a a permanência no time para o ano seguinte, e - nada menos que 4 - montadoras sem a entrada FIA olhasse com cuidado a questão da redução vinham pilotando o Lancer adaptado a algumas de outras é, porém, algo sem precedentes. Diante disso, como ficará o mundial de construtores de custos na categoria. Infelizmente, porém, a das novas regras - como a mudança para o diferencial passivo - que serão obrigatórias no ano deste ano? realidade mostrou ser outra: durante o ano de que vem. Enquanto que o time japonês estará Para 2006 haverá um campeonato de cons2005 a decisão foi ratificada e ambas estarão totalmente fora do campeonato , uma vez que fora - pelo menos oficialmente - do próximo trutores único, como é o habitual. A novidade campeonato. consiste no fato de haver 2 tipos de equipes: Esta confirmação as Manufacturer 1 e Majá era esperada, e os pilotos destes times tranufacturer 2 (que chataram de resolver logo maremos de M1 e M2). suas situações para não O primeiro grupo será ficar sem um bom lugar formado pelos carros no próximo campeototalmente de acordo nato. O que provavelcom as regras de 2006, mente ninguém espee que firmarão comproFord x Subaru. Assim será o mundial de construtores em 2006 no WRC? Não exatamente... rava, no entanto, é que misso de participar de apenas se resumirá a fornecer seus carros a mais duas montadoras iriam anunciar sua todas as provas do campeonato, podendo ser equipes privadas que não disputam o campeoretirada também para 2006: a Skoda (do grupo ou não uma equipe oficial de fábrica, bastando Volkswagen) e a Mitsubishi (que chegou a ser nato, a Skoda já fechou com algumas equipes, preencher os requisitos para ser uma M1. Na tetracampeã de pilotos com o finlandês Tommi sendo a principal delas a Red Bull - que parece prática, são os mesmos exigidos a uma equipe Makinen entre 1996 e 1999). Isso significa que não se cansar de investir em nenhuma categooficial em outros campeonatos. Quem se reria esportiva e agora resolve dar o ar da graça gistrou como M2, por sua vez, não poderá usar das 6 montadoras que participaram do ano Crise no Mundial de Rali? carros homologados para 2006 ou mesmo peças homologadas após o dia 02/01/2006 (não estará, portanto, sujeitas a todas as mudanças das regras válidas para este ano). Em contrapartida, sofrem restrição na contratação de pilotos, Mitsubishi e Skoda também estarão fora em 2006. pois não poderão contar em seus quadros com pilotos que tenham ficado entre os 6 primeiros colocados em algum campeonato dos últimos 5 anos. Seu compromisso de participação é mais brando, e se resume a apenas 10 provas, como número mínimo. Das 6 equipes inscritas no mundial de construtores, três correrão como Manufacturer 27 2: a OMV Peugeot Norway, que correrá com o Peugeot 307, e terá a dupla de pilotos Manfred Stohl e Henning Solberg,. a M-Sport (equipe “B” da Ford) e a já mencionada Red Bull. Três equipes se inscreveram como Manufacturer 1: As oficiais Ford e Subaru e a Kronos, única não oficial. Isso significa ela não sofre a restrição de contratação de pilotos (poderão ter ficado entre os 6 primeiros nos últimos 5 anos), só que ela deverá acompanhar completamente o regulamento de 2006, tal como se uma equipe oficial fosse. Todas as 6 disputarão normalmente o mundial de construtores. Assim, não teremos, felizmente, apenas 2 equipes disputando o título de construtores, mas sim seis equipes, exatamente o mesmo número do ano passado. Os demais times privados continuam não marcando pontos para o mundial de construtores. a acontecer, a FIA editou diversas regras para as equipes participantes - cujos detalhes serão abordados em um guia especial da Revista Downforce sobre a categoria - que incluem, por exemplo, a controvertida regra que obriga o uso de determinadas peças dos carros em mais de uma prova, a exemplo do que acontece na Fór- E o que o futuro reserva à categoria? mula 1, e redução de peças sobressalentes que a equipe pode levar a uma determinada etapa. A ordem do dia chama-se redução de custos. Houve rumores de um possível retorno da Renault (talvez com a marca Nissan) foram ventilados, mas não há nada de concreto. Ainda que sem um pouco de seu charme de ser uma grande disputa entre as mais tradicionais montadoras do planeta, a categoria ainda possui material humano e técnico suficiente para nos brindar com mais uma excelente temporada em 2006, com grandes disputas e imagens marcantes. A presença maciça de público ocorrida neste ano, principalmente nas Superespeciais ocorridas em estágios fechados, não nos deixa mentir. É esperar para ver. Começando pelos franceses: a Citröen anunciou que estará de volta em 2007, já com o seu próximo carro, o C4, cujo desenvolvimento já começou e deve continuar em 2006. Há quem afirme, inclusive, que a Citröen não deixará de fato o campeonato, uma vez que a Kronos terá todo apoio do time, e deve continuar sob a supervisão de Guy Frenquelin. A Peugeot, por outro lado, não fez qualquer previsão de retorno. O plano de reestruturação da Mitsubishi Motors que se iniciou e resultou na saída da equipe japonesa do mundial deve durar pelo menos 2 anos, com promessa de retorno ao WRC em 2008. Como forma de evitar que isso continue Crise no Mundial de Rali? 28 Fique de Olho! Falando nisso... O Mundial de Rali 2006 começa já no fim deste mês com a tradicional prova de Monte Carlo. Logo em seguida, os competidores enfrentam um clima único em meio à neve na Escandinávia. Confira: Nest a matér ia falamos do C4, carro a ser usado pela Citröen em 2007. Conf ira agora alg umas fotos do modelo nos seus primeiros testes: Mônaco - de 20 a 22 de janeiro O Rali de Mônaco acontece nas estreitas vias asfaltadas das montanhas do principado. De um lado, um paredão de rochas; do outro, precipícios vertiginosos. Por ser disputado no ápice do inverno europeu, esta etapa tem no clima o seu fator mais dramático. No alto das montanhas, gelo na superfície é quase uma certeza e a neve também pode aparecer, fazendo com que a escolha de pneus seja crucial. Suécia - de 3 a 5 de fevereiro O Rali da Suécia é um evento ímpar no WRC, sendo atualmente o único disputado puramente na neve. As temperaturas podem cair a -30ºC e a neve exige pneus especiais, com cravos de metal que ajudam a manter o carro no percurso. As estradas geralmente têm nas suas laterais enormes bancos de neve que são usados pelos pilotos como apoio nas saídas de curvas - uma técnica perigosa que pode render vários segundos por estágio ou então uma reação inesperada do carro e um provável acidente. Bruno Ferreira Garimpando Pilotos A F1 é um esporte que está em constante renovação. Quando há mudanças nos principais cockpits da categoria, há também a preocupação dos chefes de equipe quanto ao talento e a preparação dos pilotos que neles ingressam. Por isso, as grandes equipes tendem a aderir um método que testa e prepara os jovens talentos, os “Programas de Desenvolvimento de Pilotos”. Trata-se de um apoio que a equipe dá ao piloto e que o desenvolve nas áreas técnica, física e psicológica, tornando o competidor apto a chegar à F1 preparado para encarar os pilotos mais experientes – e vencêlos. McLaren, Renault, Honda, Toyota e Red Bull possuem seus programas, alguns deles em estágios mais avançados, já tendo pilotos na elite do automobilismo mundial. A Toyota iniciou seu programa junto com sua entrada na F1. A dupla que atuava na debutante equipe nipo-germânica era formada pelos experientes Mika Salo e Allan McNish, o que transformou a busca de novos talentos em uma necessidade. Em 2001, o único integrante do programa era Ryan Briscoe, que assinara um contrato de 10 anos com a equipe de Colônia. O australiano foi bem nas categorias de base (foi campeão da competitiva F3 Européia), mas seu trabalho nos testes junto à equipe de F1 não convenceu. Perera é o piloto do programa da Toyota que mais se envolve com o F1 (foto: f1-live.com) Das lotadas baterias de kart, sai apenas um campeão no fim do ano no “Red Bull Driver Search” (foto: Red Bull) Sem vaga na F1, o piloto foi parar na IRL, mas sem se desligar da Toyota, já que corria com propulsores da montadora japonesa na tradicional Chip Ganassi. Visto que apostar todas as fichas em Briscoe não seria seguro, a Toyota decidiu expandir seu programa de desenvolvimento de pilotos, que ganhou novos membros para 2004. O espanhol Borja Garcia, o brasileiro Roberto Streit, o francês Franck Perera e os japoneses Katsuyuki Hiranaka, Kouhei Hirate e Kamui Kobayashi foram os escolhidos para o programa, rebatizado de “Toyota Drivers Academy”. A principal aposta da equipe é aparentemente Perera, já que, além de ser este o piloto que apresenta os melhores resultados nas categorias de base, é escalado com freqüência para sessões de testes com um F1. A Red Bull possui o programa mais variado e avançado de todas as equipes. Planejado em 2000 e iniciado em 2002, pode ser dividido em dois programas distintos: um tem apenas como objetivo levar um americano à F1; o outro patrocina um piloto de qualquer nacionalidade e o apóia nas categorias de base. O primeiro, chamado de “Red Bull Driver Search” é um programa muito mais complexo, que seleciona ape- Garimpando Pilotos nas um vencedor por ano (com idades entre 13 e 20 anos), testando-o desde em karts até em monopostos. Na verdade, os karts servem como “peneirões”, pois é necessário eliminar os menos talentosos dos mais de 1000 inscritos no programa. Destes, apenas 200 passam para a segunda fase (chamada de Run Offs), que também é disputada com karts. Os 15 melhores avançam para a Semi-Final, fase em que é utilizado o F-Barber Dodge. Passam para a finalíssima os oito mais bem colocados. A final é disputada com um F3 e um juri formado por expilotos e chefes de equipe escolhe o campeão. Vale lembrar que nem sempre o piloto que faz o melhor tempo é o vencedor do programa, mas sim aquele que souber se comportar melhor com o carro (ou seja, no acerto do carro, na quantidade de erros, etc.)”. O programa, liderado pelo ex-piloto Danny Sullivan, é mesmo levado a sério pela Red Bull americana. Em setembro de 2002, foi anunciada a criação de uma equipe americana na F1 bancada pela marca de bebidas energéticas, para abrigar os vencedores no programa. O projeto, que seria liderado por Phil Hill (campeão mundial em 1961) e por Dan Gurney, acabou não saindo do papel, mas o desejo de a Red Bull ter uma equipe mostrou-se desde en- 30 tão. Passaram pelo “Red Bull Driver Search” nomes conhecidos do automobilismo norte-americano, como Ryan-Hunter Reay, A.J. Allmendinger (ambos com passagem pela Champ Car), Colin Fleming (vencedor do programa em 2004 e competidor da World Series by Renault) e o novo piloto da Scuderia Toro Rosso, Scott Speed (vencedor do programa em 2002). I nc lu s i v e, c omo o principal objetivo do prog rama já foi atingido (levar um norte-americano à F1), ele não deve existir em 2006. Maldonado, Duval, di Grassi, Lopez e Kovalainen: as apostas da Renault (foto: Renault) Porém, os vencedores com mais destaque (Colin Fleming e John Edwards, de apenas 14 anos), foram inclusos no Red Bull Junior Team. Tratase do programa que tem como único objetivo levar o piloto à F1, de uma maneira rápida e produtiva. Christian Klien, Vitantonio Liuzzi, Enrique Bernoldi, Patrick Friesacher e Narain Karthikeyan já participaram do programa, que contava com uma equipe na F3000. Christian Klien, quando participava do Red Bull Jr. Team. “Competição desde o início” (foto: motorsport.com) Por ser também um patrocinador, a Red Bull apóia muitos pilotos, e o Red Bull Junior Team é o programa mais “inchado”. 14 pilotos de 11 nacionalidades estão nele, sendo os mais promissores o português Filipe Albuquerque, o alemão Sebastian Vettel, o suíço Neel Jani, fora Fleming e Edwards. Outro programa que vem se aperfeiçoando é o da Renault. Iniciado em 2002, o Renault Drivers Development conta com cinco integrantes, todos muito talentosos. O principal nome do grupo é o do já conhecido finlandês Heikki Kovalainen, que ingressou no programa em sua criação. Piloto de testes do time de F1 desde 2004, especula-se que o finlandês deva estrear como titular em 2007, já que em 2006 será o test-driver principal. O argentino Jose Maria Lopez, ou simplesmente “Pechito”, é membro desde 2003 e se torna um candidato forte a pintar na F1 no futuro. Pechito participa de freqüentes testes com o F1 Garimpando Pilotos francês e pode se tornar o 3º piloto da equipe, caso Kovalainen seja mesmo promovido a titular. Porém, um nome que cresce no cenário do automobilismo internacional é o do brasileiro Lucas di Grassi, participante do programa desde 2004. Vencedor do sonhado GP de Macau de 2005, Lucas já fez testes com um F1 e provavelmente continuará no RDD em 2006, onde será reencaminhado para a GP2. Loïc Duval é a aposta da Renault para ter um francês em um de seus bólidos no futuro, para reviver os tempos vividos no fim da década de 70. Sempre correndo em categorias de base da Renault, o piloto venceu a corrida classificatória do último GP de Macau. Quem perdeu força dentro do programa foi o venezuelano As jovens promessas do automobilismo são cada vez mais disputadas pelas grandes equipes. Algumas preferem adotar a prática de contratá-los antes mesmo de brilharem. Pastor Maldonado. Envolvido em um incidente grave na etapa de Mônaco da World Series by Renault, onde atropelou um fiscal, o piloto nunca mais poderá correr no circuito monegasco. 31 Sua entrada na F1 fica dificultada, já que sempre ficaria de fora de um Grande Prêmio. Parado em 2005, Alan van der Merwe tenta bater o recorde de velocidade com um BAR (foto: motorsport.com) A Honda possui o programa mais novo de todos. Criado em outubro de 2004, o Honda Young Driver Programme tem o envolvimento direto do diretor esportivo da equipe, Gil de Ferran, e de Jock Clear, inglês, que foi engenheiro de corridas de Takuma Sato. O prog rama ainda está “engatinhando”, mas é o que mais envolve seus pilotos com os carros de F1. O motivo disto é que a Honda seleciona pilotos com mais exper iência no automobilismo, sendo todos aptos a guiar um carro de tamanha potência. Dos quatro membros do time, apenas o brasileiro Danilo Dirani não teve contato com o F1, já que ingressou no pro- grama apenas em meados de 2005, sendo que os outros membros participam desde a criação. Porém, todos eles estão envolvidos na puxada preparação física, que envolve de musculação até canoagem e escalada. Os ingleses Adam Carroll e James Rossiter e o sul-africano Alan van der Merwe se revezam nos testes de F1, mas o nome de Carroll é o que parece mais brilhar: ele é cotado para estar entre os titulares da nova Super Aguri, isso se a nova equipe participar do mundial de 2006. Enquanto isso, Alan van der Merwe esteve envolvido no inusitado projeto “Bonneville 400”, que tem como objetivo fazer um F1 superar a barreira dos 400km/h. Enquanto o programa da Honda é o mais recente, pode-se dizer que o da McLaren é o mais discreto. Pupilo de Dennis desde 1999, Hamilton correrá na GP2 em 2006 Quase todas as fic h a s d a e qu ip e s ão apostadas em Lew is Hamilton, protegido de Ron Dennis desde 1999, quando foi assinado um contrato de dez anos entre as duas partes. A vitoriosa campanha do jovem inglês no Europeu de F3 foi com um carro equipado com motor Mercedes, parceira da McLaren. Hamilton teve a oportunidade de Garimpando Pilotos guiar um F1 no fim de 2004, em Silverstone, o que definiu como “um sonho que se tornou realidade”. Em 2006, Lewis Hamilton disputará a GP2 pela equipe campeã, a ART. Caso consiga bons resultados, é nome praticamente certo para a F1 em 2007. Ainda mais com os crescentes boatos de que a McLaren terá um time B. Cheng Congfu testou um MP4-17D em Brno, na República Tcheca (Foto: West) A McLaren também apóia o chinês Cheng Congfu desde 2003 (talvez mais por questões mercadológicas do que por talento), e 32 presenteou o jovem asiático com um teste com um F1, em Brno, na República Tcheca. Discreto em seus resultados, o chinês pelo também é discreto em seus objetivos: quer ser o primeiro chinês a disputar um GP de F1. Enquanto esses novos programas não formam um campeão do mundo, fica a expectativa. Talento é o que não falta; apoio muito menos. Muitos talentos na F1 foram desperdiçados por falta de apoio, mas a chance de que isso aconteça diminui com esse tipo de trabalho das equipes. Porém, uma coisa é certa: a competitividade está começando cada vez mais cedo. Performance Piloto F. Perera (FRA) B. Garcia (ESP) R. Streit (BRA) H. Kovalainen (FIN) J. M. Lopez (ARG) L. di Grassi (BRA) A. Carroll (ING) A. V. der Merwe (AFS) D. Dirani (BRA) C. Fleming (EUA) S. Vettel (ALE) N. Jani (SUI) L. Hamilton (ING) Programa Toyota Toyota Toyota Renault Renault Renault Honda Honda Honda Red Bull Red Bull Red Bull McLaren Melhor Resultado 4º - F3 Européia (2005) 1º - F3 Espanhola (2004) 1º - F-Chevrolet Brasil (2001) 1º - WS by Renault (2004) 6º - F3000 Internacional (2004) 3º - F3 Européia (2005) 2º - F3 Inglesa (2004) 1º - F3 Inglesa (2003) 1º - F3 Sul-Americana (2003) 3º - F-Renault Européia (2004) 1º - F-BMW Alemã (2004) 2º - F-Renault V6 (2003) 1º - F3 Européia (2005) Resultado em 2005 F3 Européia (4º colocado) GP2 (14º colocado) F3 Japonesa (6º colocado) GP2 (2º colocado) GP2 (9º colocado) F3 Européia (3º colocado) GP2 (5º colocado) F3 Inglesa (6º colocado) WS (14º colocado) F3 Européia (4º colocado) GP2 (7º colocado) F3 Européia (campeão) PIT STOP Mil Milhas com mais estilo Nos dias 20 e 21 de janeiro serão realizadas as Mil Milhas Brasileiras, no autódromo de Interlagos. Este ano, a mais tradicional prova de endurance do país ganha um atrativo a mais: os carros do mundial de Grã-Turismo da FIA. Após uma redivisão dos grupos que disputarão a corrida por cilindrada, carros como Aston Martin DBR9, Mercedes-Benz CLK-GTR e Ferrari 550 GT estão aptos a correr a prova. Porém, um desfalque: o Audi DTM TT-R dos campeões de 2005 não correrá. Xandy, Xandinho, Guto Negrão e Giuliano Losacco não participarão com o carro porque o mesmo não se enquadra em nenhuma das categorias criadas. Seria necessária a adição de um lastro de 80 quilos, para que o mesmo tivesse o peso mínimo previsto para poder participar na MMGTP1 (Mil Milhas Grã-Turismo Protótipos 1), mas o próprio fabricante do carro alertou que tal mudança traria risco de danos estruturais. Bia Figueiredo na F-3 SudAm A equipe Cesário confirmou a participação de Bia Figueiredo no campeonato Sulamericano de Fórmula 3. A piloto, que pela mesma equipe terminou o campeonato de Fórmula Renault em terceiro lugar, venceu três corridas em 2005. Miguel Coelho Voando Alto Que a Red Bull brinca, já todos nós sabemos. Que não está para brincadeiras... só alguns perceberam agora. A contratação de Adrian Newey é um alerta para a Fórmula 1: a equipa quer mesmo dar asas aos seus carros. Sou sincero a dizer-vos que no início da temporada não acreditava que a Red Bull iria ser a escuderia-revelação de 2005. Por razões válidas: quem iria pensar que Dietrich Mateschitz iria ceder tantos milhões? quem iria pensar que o chassis herdado da Jaguar tinha sido tão desenvolvido? quem iria pensar que a Red Bull conseguia montar uma estrutura tão profissional logo na primeira época? Eu cá pensei, mas não acreditei. Sabia que a Red Bull já tinha experiências nas lides automobilísticas, mas a Fórmula 1 é a Fórmula 1 e não há espaço para meninos. Lá fui seguindo atenciosamente a época da equipa do refrigerante. Coulthard rejuvenesceu e Klien – que apesar de eu lhe ter prometido uma critica só para ele – fez melhor no final da temporada (especialmente porque sentiu o lugar a arrefecer) o que lhe valeu o silêncio do Planeta F1. Arrumados os carros, 2005 saldouse positiva para esta equipa. Um primeiro ano surpreendente, que valeu na nossa opinião, nota 8 em 10. Colocaram-se à frente de equipas que prometeram muito como foi o caso da BAR ou da Williams numa temporada de mudanças e surpresas como foi 2005. E agora 2006? Eu não sei se todos estão tão atentos como eu à Red Bull, mas todas as semanas há novas aquisições para a equipa, sejam mecânicos, engenheiros ou pessoal em geral, tudo para reforçar a já bastante competente estrutura da equipa. Exemplos? Williem Toet da Honda ou os jovens engenheiros inovadores que militavam na Renault. É preciso dizer que não é só o dinheiro que faz um F1 andar mais que os outros (veja-se a Toyota ou o falhanço do F2005) mas a marca austríaca já disse que não vai no Voando Alto imediato ganhar Grandes Prémios mas sem antes deixar um aviso: “Lá para 2008”. Com a competência de quem lá anda aliada a bastante capital, a máxima “quanto mais investes, mais o carro anda” torna-se uma realidade. E depois surge a Toro Rosso. Acaba-se a Minardi da formação e ganha-se uma equipa competente de formação (e com muitos mais dolares) onde irá sentar-se Liuzzi e Speed. Duvido das capacidades de ambos: Liuzzi nada fez e Scott Speed na A1GP passeou-se sem nada fazer. É uma equipa de formação aparente, mas também um grande empurrão publicitário: Speed é americano… e que delicioso mercado americano. E mais! Serão 6 carros com a inscrição “Red Bull” a rodar às sextas-feiras aquando dos treinos. Incrível não é? Mas será que esta equipa continuará assim? De formação? Não sou vidente, mas acho que vai dar um empurrãozinho quando a RB assim o desejar. Eu apesar de achar benéfica a Red Bull na F1, compreendo quando Ross Brawn diz que está preocupado com estas equipas que aparecem a dar milhões de forma a atrair os grandes engenheiros da F1. Mas talvez lhe desse razão se a Ferrari tivesse recusado fornecer motores para 2006. Irónico mas é a realidade. Apesar de Christian Horner afirmar que a Red Bull não é o Chelsea da Formula 1, às vezes mais parece: 2 equipas para vender umas latinhas de refrigerante tem que se lhe diga. O problema é que eu não consigo ver estas 2 equipas a correrem juntas daqui a 10 anos. Com esforço, lá consigo imaginar.. mas acreditar, ainda custa. Mas também me custava ver a Minardi vendida… e puff... Red Bull dá-te asas... 34 PIT STOP BH também vai ter autódromo o compromisso assumido é de colocar a cidade no circuito internacional de eventos automobilísticos. “Champcar e Stock Car são alguns deles”, disse. Alonso na McLaren em 2007 Belo Horizonte agora também vai ter um autódromo de padrões internacionais. As confederações brasileiras de automobilismo e motociclismo, em parceria com a Falgo S/A Empreendimentos e Participações deram início ao projeto ainda em 2004 e anunciaram, no final de novembro, a construção do autódromo. A empresa, que assumiu uma divida de R$ 2 mi do Jockey Club local, arrendou a área do antigo hipódromo e promete que até o final primeiro trimestre de 2007 já terá finalizado a construção da pista e de suas instalações, com investimentos de R$ 50 mi. Segundo a diretora de negócios da Falgo, Bárbara Lara, A M c L a r e n a nu n c i o u , n o d i a 1 9, a contratação do espanhol Fernando Alonso para disputar a temporada 2007 do Mundial de Fórmula 1. Não foi divulgada a duração do cont rato, nem qual piloto o at ual campeão substituiria após a sua ida para o time de Woking. Como qualquer notícia na categoria, a ida do espanhol para a McLaren desencadeou uma série de boatos; os dois mais fortes dariam conta da ida de Kimi Raikkonen para a Ferrari e da saída da Renault, atual campeã de construtores, no final de 2006. Campeões 2005 Monopostos Fórmula 1 Fernando Alonso (ESP) Champ Car Sebastian Bourdais (FRA) IndyCar Series Dan Wheldon (ING) GP2 Series Nico Rosberg (ALE) Toyota Atlantic Charles Zwolsman (HOL) Infiniti Pro Series Wade Cunningham (ING) World Series by Renault Robert Kubica (POL) F3000 Italiana Luca Filippi (ITA) 3000 Pro Series Massimiliano Busnelli (ITA) Fórmula Nippon Satoshi Motoyama (JAP) Fórmula 4000 Peter Hackett (AUS) F3 Euro Series Lewis Hamilton (ING) F3 Britânica Alvaro Parente (POR) F3 Australiana Aaron Caratti (AUS) F3 Japonesa João Paulo de Oliveira (BRA) F3 Asiatica Ananda Mikola (IDN) F3 Sudam Alberto Valério (BRA) F3 Alemã Elkmann Peter (ALE) F3 Italiana Luigi Ferrara (ITA) F3 Espanhola Andy Soucek (ESP) F-BMW UK Dean Smith (ING) F-BMW ADAC Nicolas Hülkenberg (ALE) F-BMW Asia Salman Rashid Al Khalifa (BAH) F-BMW USA Richard Philippe (EUA) F-Renault Euro Kamui Kobayashi (JAP) F-Renault Brasil Nelson Merlo Neto (BRA) F-Renault UK Oliver Jarvis (ING) F-Renault Italia Kamui Kobayashi (JAP) Formula Toyota Japão Kazuya Oshima (JAP) Formula Toyota Nova Zelandia Brent Collins (NZL) Formula Junior Visconti M. (ITA) Formula JR. 1.6 by Renault Pasquale Di Sabatino (ITA) Formula Dream Koudai Tukagoshi (JAP) Formula Azzura Davide Rigon (ITA) 35 Formula Ford Australia Daniel Elliot (AUS) Formula Ford Inglaterra Charlie Donnelly (IRL) Eventos Especiais 500 Milhas de Indianapolis Dan Wheldon (ING) Grande Prêmio de Macau Lucas di Grassi (BRA) Marlboro Masters Lewis Hamilton (ING) Final Mundial de F-BMW Nicolas Hülkenberg (ALE) The Race of Champions (ROC) Sebastién Loeb (FRA) Kart Oliver Oakes (ING) Rali World Rally Championship Sebastién Loeb (FRA) Le Mans Endurance Series LMP1 Emmanuel Collard (FRA) Jean-Christophe Boullion (FRA) LMP2 Gary Evans (ING) GT1 Matteo Cressoni (ITA) GT2 Xavier Pompidou (FRA) Marc Lieb (ALE) Turismo FIA GT Gabriele Gardel (SUI) DTM Gary Paffett (ING) WTCC Andy Priaulx (ING) NASCAR Tony Stewart (EUA) Motos MotoGP Valentino Rossi (ITA) 250 cc Daniel Pedrosa (ESP) 125 cc Thomas Lüthi (SUI) Superbikes (WSB) Troy Corser (AUS) Categorias Nacionais Stock Car Brasil Giuliano Losacco (SP) Stock Car Light Renato Jader David (SP) Copa Clio José Cordova (PR) Fórmula Renault Nelson Merlo (SP) Fórmula Truck Wellington Cirino (PR) Kart Clemente Faria Júnior (MG) foto do fato 36
Documentos relacionados
rumo ao oeste - Winkingbooks
Praticamente com 28 anos cumpridos, o Dakar mantém o vigor da sua juventude e apresenta a maturidade necessária para assegurar o futuro. Um passado rico, movimentado e recheado de aventuras, bem co...
Leia mais