FUNDAÇOM EDUCATIVA PESTALOZZI BOLETIM Nº3 DA CÉLULA
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FUNDAÇOM EDUCATIVA PESTALOZZI BOLETIM Nº3 DA CÉLULA
FUNDAÇOM EDUCATIVA PESTALOZZI BOLETIM Nº3 DA CÉLULA À CONSCIÊNCIA DA VIDA Nom importa se o nosso filho chegou planificado ou de surpresa, nom tardamos em quere-lo igual e desejar o melhor para ele. O seu bem-estar converte-se num dos nossos temas preferidos e escuitamos todos os conselhos que chegam aos nossos ouvidos, como alimentá-lo, curá-lo, educá-lo e estimulá-lo para que se faga inteligente. E contam-nos muitas cousas: “O meu filho está no Aristóteles, garantem-me que vai ser um sábio” “O meu está no Napoleom. Que disciplina! Metim-no bem pequerrecho, assim amolda-se mais fácil e aprende todo o que lhe ensinam. Por suposto que quando for grande deve de ir à universidade. Já se está a acostumar ao ritmo das aulas.” “Na escola do meu filho há um bom psicólogo. É até melhor que os pofessores. Jorgito era muito inquedo. Nom atendia bem nas aulas e nom rendia muito. Mas o psicólogo atina-lhe muito bem. Dá-lhe algumha prescriçom (eu nom percebo o que é) e com isso calma-o bastante. Duas vezes por semana dá-lhe tratamento num quarto aparte cheio de materiais didácticos e fai-lhe perceber as cousas que o professor nom lhe pode explicar bem. Voltou-se muito dócil. Só tem de quando em vez umha birra ao nom lhe deixar ver o TV depois das onze.” Assim os pais que querem o melhor para os seus filhos orientam-se e asseguram-se por toda a parte para poderem decidir a educaçom ideal. Uns poucos, quiçá porque já tenhem algumhas ideias novedosas noutros campos ou por simples intuiçom maternal ou paternal, fam-se algumhas perguntas problemáticas ao olhar às crianças e jovens arredor deles: por que já nom brincam como fazíamos antes? Por que nom ajudam na casa, por que se aburrem se ninguém os entretém, por que nom gostam de ler, por que já nom parecem crianças, falam, vistem-se e comportam-se como adultos? E com a mente um bocadinho mais crítica descobrem-se ainda cousas piores: cada vez mais crianças com doenças “civilizadas” que normalmente afectam aos adultos, doenças respiratórias e circulatórias, úlceras, dores de cabeça, vista má, depressons e até intentos de suicídio. Perguntamo-nos se nom haverá algumha alternativa para o nosso filho. Mas que é o que fazemos com a nossa intuiçom frente as opinions maioritárias apoiadas por técnicas pedagógicas e psicológicas, além num clima social no que umha vaga escolar para todos é a esperança proclamada para resolver os problemas do mundo? Que argumento temos para fundamentar as nossas dúvidas subjectivas e, num mar de opinions opostas, nom deixar-nos arrastar dum lado a outro e tomar plena responsabilidade pola vida do nosso filho? Se realmente queremos chegar ao fundo da problemática e zafar-nos das nossas dúvidas nom nos resta mais que regressar às mesmas bases biológicas da nossa existência e procurar resposta a perguntas muito elementares como por exemplo: Como se deu o início da vida orgánica na terra já que os humanos participamos desta vida e deveríamos respeitar as suas leis? Como se desenvolveu depois esta vida orgánica e levou às exuberantes formas de vida através dos tempos? E como nos ubicamos nós os humanos nesta evoluçom dos organismos vivos? A razom para estas perguntas básicas é singela: umha “educaçom para a vida” nom pode nunca separar-se das leis de sobrevivência e do desenvolvimento da vida orgánica. O nomeado biólogo Konrad Lorenz insistiu em que toda civilizaçom debe sempre apoiar-se firmemente nas bases biológicas para nom causar o seu próprio derrubamento. Considerando que as escolas som importantes promotores da civilizaçom, teremos que analisar em que medida respeitam elas estas bases biológicas. Os elementos chave para ganhar um critério mais claro rapidamente nos dam nas vistas de escolhermos como exemplo a primeira célula, a célula mais primitiva que começou a história dos seres vivos na Terra. Olhamo-la muito frágil, aparentemente insignificante e microscopicamente pequena. No entanto é ela a que representava um novo começo e um enorme salto na qualidade da vida. Frente ao caos de matéria e energia do mundo inorgánico essa célula guardava dentro dela umha estrutura própria, umha nova ordem, a capacidade de medrar, de multiplicar-se e organizar-se. Era indispensável que esta nova manifestaçom vital tinha de se proteger contra o caos exterior para nom ser invadida e destruida por ele. Mas fechar-se por completo contra o mundo significava igualmente a sua aniquilaçom, porque o caos que a ameaçava era ao tempo o seu provedor de energias necessárias. A soluçom da natureza neste dilema era genial. A contestaçom era a membrana semipermeável e o seguinte, o primeiro e mais básico princípio da inteligência vital: a célula já podia diferenciar entre as energias do mundo, podia valorar o que correspondia à sua estrutura interna e podia eleger os elementos que serviam para a sua sobrevivência e desenvolvimento. O princípio era muito rigoroso: escolher só o “mínimo necessário” para nom pôr em perigo o seu delicado equilíbrio interno. Assim começou umha nova dinámica vital, um “afora” e um “adentro”. Um regulador próprio dirigia desde dentro toda interacçom com o meio. Graças a ele a célula punha os limites, estabelecendo as bases para todo futuro intercámbio entre o interno e o externo. O “mínimo necessário” quiçá semelhe um princípio inverosímil para o desenvolvimento que a vida orgánica tivo desde entom, criando cada vez novos instrumentos de interacçom e de transformaçom do mundo, estruturas cada vez mais complexas, a memória de todo o que servia para a sobrevivência, e a criaçom de novos órgaos com capacidade de experimentar com novas exigências dum mundo em mudança. O desenvolvimento era penosamente lento para a nossa capacidade de imaginaçom, no entanto assim chegou a produzir as nossas complicadas estruturas psíquicas humanas, nom como “último triunfo da natureza”, mas como umha estaçom mais na sua história global. E cá estamos nós, inseparavelmente enraizados na vida orgánica e as suas leis. A nossa pele, a nossa “membrana semipermeável”, ainda enriquecida por novos órgaos receptivos, continua sendo o limite entre o eu e o mundo. Mas também para nós está em vigor o princípio básico da inteligência vital: distinguir, valorar, escolher. Que é que nos fai crer que um ser humano, ainda que for recémnascido, tenha menos capacidade que um protozoário para interactuar inteligentemente com o mundo? Mais adiante seguiremos os passos que a maduraçom humana tem que fazer para chegar à “tomada de consciência” e olharemos como o programa completo nom poderá comprir-se sem respeito à lei básica de interacçom do organismo vivo com o meio. Será que frente aos problemas difíceis do mundo moderno nos coste confiar na sabedoria de mecanismos vitais tam arcaicos? Será que nos semelham mais atraintes e confiáveis as novas técnicas desenhadas para dirigir, programar e apressurar as apredizagens de conhecimentos balanceados e dosificados? Será que nom compreendemos todavia como as crianças elaboram as suas próprias estruturas de compreensom transformando os elementos do mundo e utilizando a sua capacidade interna de ordenar o “caos”? Nos sistemas educativos regularizados desde fora este computador interno que deveria pilotar o curso do desenvolvimento julgando realidades internas e externas atrofia-se como qualquer órgao que nom se usa. A sua destruiçom tem como consequência lógica toda classe de patologias que se complicam com cada nova interferência exterior. A orientaçom para sabermos que fazer com a própria vida e como ubicar-se no mundo translada-se entom desde o seu ponto interno cara fora. A “tomada de consciência” converte-se em “aprender a ciência”. A interacçom vital e criadora entre o eu e o meio é substituida por umha contínua imitaçom que nos fai dependentes de conselhos alheios. R.W.
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