O desenho do tapete_Henry James
Transcrição
O desenho do tapete_Henry James
106 H€ NRY la MEs desorientadojovem?A melhor Íesposta,talvez,é que ele está fazendoo possível,ma-saindaécedodemaisparadizer.Quando seu novo livro saiu publicado no outono, Mr' e Mrs St. Georgeacharam-norealmentemagnífico. St Georgeafuc1'r não publicou nada,rnasPaul aindanão sesentcseguro.Posso viesse dizer a seufavor,no entanto,que se caleventualìdade 'r o que tl a apreciáJa ocorrer,eleseriarealmenteo primeiro talvezurna provade que o Mestreestâvâabsolutamentecertt' e de quc a Naturczao haviadestinadoà paixãoinreÌectual'nii" O DËSENHO DOTAPETE ç L u iá haviaproduridoalgumr coisae ganhoalgumdinheiror rido tempode .omelar a pen(arque er.ì talrez atè houvesse melhor do que aspessoas induÌgentesimaginavâm;mâs!luândo avalioa curta extensãode minha trajetória- um hábito pois não é límuito longa ainda-, consideÍomeu apressado, verdadeirocomeçoa pardÍ danoite em que GeorgeCorvick, ofegântee preocupâdo,veio me pedir um favor.Ele haviaproduzido maisdo que eu, e ganhomaisdinheiro,emboraeu achasseque, àsvezes,perdiaalgumasoportunidadesde mostrarsua inteligêncìa.Nessanoite,porém,pudeapenascleclararìheque nunca perderaa oportunidade de mostrâr suâ gentilezâ.Foi pârâ O quaseem êxtâseque o ouvi propor-meque escrevesse assimcharnadopela Meio o órgãode nossaselucubraçóes, posição,na semana,do dia de sua publicação um artigo pelo qual tinha se responsabilizado e cujo assunto,amarrado por um barbantegrosso,colocousobrea mesa.Precipitei-me sobreminha oportunidade- isto é, sobreo prirneirovolume acençãoà expÌicaçãode meu amigo dela- e presteiescassa sobreseupedido. Que expÌicaçãopoderiaserrnaisperrinente do que a minha óbvia competênciaparaa tarefà?Eu já escrevera 1lO NENRY A V r DA IAM€5 sobreHugh Vereker,mas rÌuncâ uma paiavrasequerpara O Mrla, no qual minhasâtribuiçõeseramprincipalmentecom as mulherese os poetasmenores,Tìatava-sede seunovo romance,um exemplarantecipado,c não importa o muito ou o pou, co que fizessepor sua repuÌação, tive certezaimediata do quanto faria pelaminha. Além do rnaìs,sesemprelia seuslivros assimque conseguiadeitarlhes a mão, rinha agorauma r.rz;oespe.irì par: desej.rr Ìerer.e:, rr haria aceirou m convire parapassaro próximo domingo em Bridgese Lady]ane havia mencìonadoem seucârtãoque Mr. Verekerestariapresente, Eu era jovem o bastantepara alvoroçar-mecom a icléiade conhecerum homem com seupr€srígìo,e ingênuoo bâstânte paraacreciitar que aocasiãoexigiriaa exibiçãodo conhecimento de seu "ú1timo" lançamenro. Corvick, que prometerauma critica sobreo Ìivro, não ti \ e r d r e m p on cm de Iè-Ìo:rinhr fir:do muiro n e rv o s orm conseqiiênciadc uma notícia que deteÍminâva como julgo u c ì cem r e Íìe r 5 o pr.cipirada qrredereria p e g a ro n o ru r. no paraParis.Ele receberaum telegramade GwendolenErme em respostâà suâcârtaem que sepunha à suaìnteira disposição.Eujáouvira falarsobreGwendolenErme; nuncaa encontrârã, mas tinha minhas convicções,que eram no seoddo de que Corvick se casariacom ela se, por venrurâ, a rnãe dela morresse,Essasenhorapareciaesraragoraprest€sa obseqlriálo; depoisde um terrivelenganocom reÌacãoa um clima ou a uma "curi', ela de repentepioraraào voltar de suaviagem.A filha, desamparadae assrrstada, desejandochegaÍlogo em c;rsâ, nas hesitandopor causado risco, aceitaraa ajuda de nosso amigo,e eu rinha asecreraopiniãode que aovêlo, Mrs. Erme recuperariaa saúde.A opinião delemal podia serdenorninad:r de secreta;de qudquer modo, diferiapeÍceprivelmente da minha. EÌe me havia mostrado a fotografia de Gwentlolen com o comenr"rio dc queel; nro err bonira.nr.rser'.r rnuirointercssante; aosdezenoveanoshaviapublicadoum românceen1 PR r vÀD À E Ou ÌÀÁs H sr ó i as 1 1 'l llêsvoIumeq Lá no Funlo, sobreo qual, em O Meio, ele escrevera de forma realmentebrilÌrante.Ele gostoudo meu ardor prestârivoe proml3reuque o perióclicoem questãonão seempenhâriâmenos;então,no fìnal, com a mão nâ maçânetadâ portâ, eÌeme disse: Tenho certezade que sesairábem, é claro. queeufiqueium poucoconfi.ro,acrescentou: Percebendo bobagem. - Quet dizer,não vai escrever - Bobagem,sobreVereker!Mas sesempreo acheitre-^-,{ ^* -^.- ;-" -l ;---. - ) Bem, o que é issosenãobobagemìAÍìnalo que quer dizer 'tremendamenteinteÌigente"ìPeloamor de Deüs, tente realmenteentcnclê-lo.Náo dcixc que clc saiaperdendocom essenossotrâto. EscrevasobrceÌe,escreva, sepuder, como se eu mesÌÌ10estlvesse escreveDdo. Eu fiquei pensandoum instante. -Você quer dizer,porcxempÌo..."positivamenteo trrelhor de todos"...essetipo de coisaì CorvicL quasesoÌtouum gemido. -Ai, não, não os comparodessamaneirâ;issoé coisâ de crítico principiantelMas eleme causaum prazertão singular; a sensação... ele relleriu um pouco - ... dc qualquer Eu fiquei pensandonovamente. Sensação de que, diga-me? - Meu caroi issoé justamenteo que quero que você próprio digal Antes mesmo dele rer baticlo a porta eu já começara, livro em punho, a preparar-mepan dizêJo. Passeimetadeda noite acordado€m companhiade Vereker:Corvick ráo teria sido capazdcsair-sernelhor'.Verekereratremendamenreinteì ig e n re m: rn rc n ho .er x p r e ( . ã o- . l n . r \ u a o e r a n e m u m pouco o melhor de todos.Todavia,não Íìz alusãoaosoutros; âlimentei :Ì esper:Ìnçade estar,nessaocasião,emergindo da .^" .l i .i ^.J" -.i ..i .i ..i " 112 HENRY JÀMEs - Está tudo ótimo - declararamanimadamentena editora. E quandoo número da revistasaiu,sentique tinha uma basepara pocìeraproximar-medo grandehomem. Senri-me conÍìantepor un ou dois dias;e entãoessaconfiançadespencou.Eu o imaginaraÌendoo art;gocom prazet masseCorvick não ficara satisfeìto,como poderiaele,Vereker,ficar! Refleti mesmo que o entusiasmodo admirador era,àsvezes,mais forte ainda do que o apetitedo escrevinhadorDe qualquermodo, de Parisde uma forma um pouco malCorvìck escreveu-me humorada,Mrs, Erme estavaserecuperando,e eu não dissera qual eraa sensação queVerekerlhe causava. absolutamente tã efeito de minha visita a Bridgesfoi proporcionâr-meum conhecimentomais profundo. Como pude veriÍìcar,a comunicaçãocom Hugh Verekereratão destituídade ar€stasque me envergonheida pobrezadeimaginaçãoque minhastolaspreocupaçõesencerravam.Se estavaalegre,não era por ter lido o meu aftigo;nâ verdâde,namanhãde domingo, tive certezade que não o lera,emboraO Meio játivessesaídohá trêsdiase vicomo me certifiquei,no espesso ceja-sse, canteirode periódicos que conferiaa uma dasmesasde bronzeo ar de uma bancade estação.A impressãoque eÌeme causoupessoaÌmente foi taÌ que desejeique o lesse,e com essafinalidaclecorrigi com máo sub-reprícìao quepoderìaestarerradonaposiçãopouco conspícua da revista,e devo dizer cluefiquei atévigiando paraver o resulradode minha manobra,masaré:rhora do almoçorninha esperafui inútil. Depois disso,quando,no decorrerde nossopasseio gregário,encontrei-medurantemeiahora,náo semoutra manobra possiveimente,ao lado do grandehomem, o efeito de A V D À PR r va o a E Ou ÌR As H sr ô R r Às 113 suaamabiìidadefoi um clesejoainda maisintensode que não continuasseignorando o tratamentojusto e especiaÌque Ìhe dera.Não que eÌepatecesse estarsedentodejustica;pelo contririo, eu ainda nio percelrera em iuâ convcr\âo minilno murmúrio de ressentimento - um som que minha pouca já rne deracapacidade experiêncìa de reconhecerUltimamentevinha merecendomaior atenção,e eraagradável,como cosrumlvamosdizerem O Meìa, verihcarcomo issoo roln;r: maisexpansivo.Ele não erapopular,semdúvida,masacredito q u e u ma d a 5f o n resd e . e u b o m h u m o r e " r a r ,pr r t . i s a m e n r e . no fâto de que seusucesso náo dependiadisso.Entreranto,tornarâ-se,de certâformxl um escdtorem fÌoda; pelo menosos cÍíticosdenm uma aceÌerada e o alcançaram. Havíamosafinal descobertoo quanto eleera inteligentee ele dnhâ que tirâr o rnelhor parridoda perdade ser mistério.Enquanto caminhâva a seu laclo, senti-me fortemente tentado a fazêlo sabet quanto dessârevelâçãoerâ obra minha, e houve um momento em que provavelmentereriaËito issose uma dassenhorâs de nossogrupo, apoderando-sede um lugar a seu lado, não tivesse,ness€instant€,solicitâdo sua âtençãonuma atitude reÌativarnenteegoísta.Foi bastantedesanimador:chegueia sentir que asliberdadesque ela tomara foram comigo e não com ele, Quanto a mim, eu tinhâ na ponta da língua uma otr duas frasessobre "a palavra certa no momento certo", mas mais tarde âquei contentede náo ter faÌâdo,pois quando, ao voltarmos, nos reunìmospara o chá, vi LadyJane, que não tìnha saídoa passeioconosco,agitaodo O Meio com o braço levantado.Ela o apanharapan ler duranteseurepoLrso c estavâ encântâdacorn o que encontriríÌ e eu percebique, como a muÌher freqüentemente acerraquanclo o hom€m erra,elâprâticamenteiria fazerpor mim o que eu mesmo não fora capâz (el de lazer."Algum;. rmjveisvcrd,ldczioha.s que preci5Jv,rm ditas",ouvi-a declarar,estendendoo perìódicopara um casal 114 HENRY .]ÀM€5 meio àturdido seÌìtadoperto dâ lâreirâ.Agarrou-onovâmente aover reaparecer Hugh Vereker,que depoisdo passeiotinha ìdo ao andarsuperiorrrocarqualquercoisa."Sei que em geral náo olha pârâ essctipo de coisa,mas é uma boa ocasiãopar:r fazêlo. Não o Ìeu ainda?Precisaler O homem conseg(irlrealmente entendêJo, corno €u mesmâsempreo entendi, sernprc". LadyJanelançouum olhal quepretendia,evidentemente, dar uma idéiade como elasempreo entendefa;masâcrescentou que não seriacapazde expressíJo.0 crítico da revisr:rexpÌessara-ode umâ mâneira admirável. "Veja só isto aqui, e aqui, onde sublinhei, como ele ressaltacerfosponros". Ela haviapraticamenteassinalado paraeleostrechosmaisbrilhantesde minha prosa,e seeu estavaberncontente,Verekertambém devi:restar,com toda certeza,Ele mostrou quanto estâvâ quando LadyJanequìsler algumacoisaem voz alta diantede nós. De qualquerfonna gosteida rnaneiracomo ele frustrou scuspropósitos arrancandocarinhosamenteo periódico de suasrnãos.Èlc o levariapara seusaposentosquando fossese vestir e o examinârixentão.Foi o que fez meiâ hora mais tarde; eu vi a revistana suamão quandosetiirigia parao quarro. E foi nessemomento que, pensandoestarcausandoprazera LadyJane,expliquei-lhcque eu erao autor da resenha.Certa, rnente,causei-lheprazer,acrediro,mastaÌveznão tanto quãnto imaginara.Seo autor'era "apenaseu", a coisanão deviaser tão admirávc1assim.Pareceque o efcitofoi maisno senddode diminuir o brìlho do artigo do qüe de aumentâro meu pró, prio. SuaseÌìhoriaesrâva sujeitaasmaisextraordinárias decep, . o e . . N ao r ình , im po r. n.i.r:o unicoefeiroqu €me in re re 5 . . r. va erao que teriasobrcVerekerláem cima, sentadoao lado da Ìareìrade seuquarto. Durante o jantar espereipelossinaisdesseefeito,tentei imaginar um brilho maisl_elizem seuolhar; mâs,pala minhâ decepção,Lady Janenão me deu oportunidadede certiÍìcar'me. Eu tinÌra esperança que elâgritâssetriunfancementepara A V D À PR va D A E Ou r R As H 5 Ìó R r À5 115 rodosnamesã,inquirindo publicamentesenáo tiveranzáo O clefora também,m:Ìseu rìungrupo erâgrâ[de; hâviapessoas câ vila umâ mesa,por mais comprida que fosse,câPazde privar LadyJanede um triunfo. Na verdade,eu estavajustamente refletindo que essâinterÌÌìinávelPeçade madeira iria pdvâr-me,a mim, de um triunfo, quandoâ convidadââ meu lado (amível senhora!)- Miss Poyle,irmã do pároco,uma cfiâturarobustâ,devoz monótona- teveâ felizinspiraçíoe a insólita coragemde se dirigir a Vereker,que estavâdo outro lacloda mesa,masnão nasuâfrente,de formâ que quando cÌe parafre[te. Elâ Perrespondeu,âmbostiveramque inclinar_se guntou (ingênuacriàtura!)o que eleachavado "panegírico"de semassociálo,todaviâ,ao seu LadyJane,o qual havialido vizinho da direita; e enquânto eu espichâvàos ouvidos pâra escutarâ resPostarouvi-oi Parameu esPanto,gritâr de voltâ alegremente,com a boca cheia de pão: 'a!.-aaaa maq: a!tolices de semprc!". *--T.1Ììã1"p,"do o olhar de VereLer quando fâlou, ma.s a surpresade Miss Poylefoi uma feliz proteçãoparaa rninha - O senhorquer dizer que ele não lhe fez justiça?Perguntouã cxc€lentecriâturà. Verekerdcu uma risadâ,e Êqueicontenteem poder fâzer o mcsmo, - É um artigo encanrador- dise eledescuidadamente Miss Poyleesticouo queixoquaseatéo meio d3 toâlhã eÌajnsistiu. - Corno o senhoré profundol Profunclocomo o oceano!Tirdo que desejoé clueo v e i-. . . -u ro r n : o Mas nessemomento pâssaramumâ trâvessapol sobre seuombro e tivemosque esperârenquantoseselvlâ continuou elà. - Não vejao quêì Não veia nada. Meu Dì Lrs.luãi gnr,r-rntel 116 f rNRy lÀMrs - Nem um pouco disseVereker,rindo novamente ninguém vê. Á scnìroraa seulado requereusuaatençãoe Miss poyle , volcouà sua posiçãonorrnalao meu lado. - Ninguém vê nadal- declarouelaanìmadamente. Ao que respondiquecu tambrmsemprepensara a,,irn. mas que de quaÌquerforma consideravaessemodo de pensar como prova de que, de minha parte,eu possuíauma e"traor_ d ì n , í ria .r i w o. N ão lh( conrcique o aligo €ram e u :e p e rc e b i q u e I àd yJì nc. o L uprddrìoourroex(remo dd m e \ a ,n io t in h , l escutadoaspaÌavrasde Vereker. Procureievitá-Ìodepoisclojantar,pois confessoque ele me.pareceuinsensívele presunçoso,e essarevelaçáofoi peno_ sa.'As tolicesde sempre",o meu pequcnc,e peneüanreestu, do crícico!O fato de que nossaaãmiraçãoincluíssealgumas pequenasrestricõcsdeveriairrirá-lo a esseponto?Eu o julgara r,rlsuperfiiieerr o crisr,rl 'ereno,e elecla b"rrrntesereno: d'uro e pglig!5u c er.errera asqLrirrquilh:ril de ,* ,ria^a. t, ." t a v aÍ eâ tm en r a c b orrccrdo, e meu único conso loe rr q u e s e ninguémvìanada,Geol€eCorvickestavâtão porfora de tudo quanto eÌr.Esseconsolonão foi, todavia,suficientepara,de_ pois que assenhorassedispersaram,conduzir-medc maneira apropriada isto é, usancloumajaquecamalhadae cantaro_ lando umacanção- atéo salío de fumar.Um tanro deprirni_ do, tomei o caminhotlâ camâ;masno corredorencont;i Mr. Vereker,quc subiramaisumavez parasetrocar,saindode sctr quarto.Ele rambérnestavacantarolandouma cançãoe vestia umajaquetamdhada, e logoque meviu esrremeceu de âlegria. - Meu queridojovem - exclamouele._ Esro;táo contenteem encontrálol Receiotêlo Êeridode maneiracom_ pl.eram, nLeinrolunrjliacom aquelr_s p,:l.rvras qrrrrroqueicom Miss Poyleno jantar Há apenaimeiahorafiq,r.i."bàdo po. Lady Janeque é o autor do pequenocomenúrjo em O M)io. Assegurei-lheque não quebraranenhum osso;mas ele caminhoucomigo âté â porta do meu quarro,com a mão A V r DÁ PR r vÀD À € Oú ÍR Âs H sr ó R Ás 117 sobre meu ombro, apalpando delicadamenteà procura de uma frârura; e ao saberque eu dnha subido para ir dormir, pediu-me permissãopârâ cruzff â soÌ€irade minha porta e dizer-meem apenastrês palavraso que haviam representado suasressalvalaosmeus comentáios. Erâ evidenteque ele estavarcalmentecom medo de ter me magoadoe o significado de suasoÌicitudefoi mÌrito importante paramim. Minha insignificanteresenhabateuaJâJe sumiu no espaço,e âsmelhorescoisasque dnhaescritonelâtornârâm-seinsípidasperto do brilho de suapresença. Ainda possovêJo ali, sobremeu tâpete, à luz do fogo, com suajaquetr mâlhadae seu belo rosto claro iluminado pelo desejode ser carinhosocom minha juvenrude.Não sei o que pretenderadizer de início, mâs âúo que a visãodo meu alívio deixou-oemocionado,agitado,fez brotaremdos seusiábiospaÌavrasvindaslá de dentro. Foi aspaÌavrarÌogo rne comunicaramâÌgoque, como sim qlre essas soubemais tarde,ele nuncâ tmnsmitirâ a ninguém. Sempre âprecieidevidâmenteo impulso generosoque o fez falar; foi simplesmentearrependimentopor uma descortesia dirigida a um homem de letrâsernposiçíoinferior à suâ,umhomem d€ letras,além dìsso,no flâgranteato de Ìouvá-lo.Muito acertadamenteconversoucomigode iguaÌparaigualsobreo assurìto que maisamívamos.Ahora, o lugar,o inesperadointensiÍìcavam â impressão:eÌenão poderia ter agido de mâneirâmâis ^-^Â,-J----.- -rì--,,, áo sei bem como lhe explicat- disseele.- Mas foi o próprio fâto de suâcríricâsobremeu livro mostríÌrumâ centelhâ de inteligência,foi justamentesua excepcionalacuidadeque despertouem mim o sentimento uma história antigaque semprese repetecomigo, imploroJhe que acredite- sob a 114 HÈNRY.Ja MEs momentâneaiÌrÍÌuênciado qual pronunciei,ao falar com âqueÌaboâ senhorâ,âspalavrasque você naturalmentetanto ressentiu.Eu não leio os escritosque saemnos jornais, a não serque me sejamìmpostoscomo foi aquele...E sempreo nos_ so meÌhor amigoque seencarrega disso!Mastinha o hábito de Ìô-losàs vezes...dez anosatrás.Sen dúvida eram, em geral, bem maisÊracos então;de qualquermodo,scmpreme pâreceu que eÌesomitiam uma pequenapeculiaridademinha com uma maestria igualmente admirável, tanto quando me davam pancadinhasnascostas,como quandome atingiamascanelas. Desde enrão,toda vez que aconteceude eu dar uma oÌhada neÌes,elescontinuâvâmatirândo...e não acertendo,de uma m a n ei r lm uir o diverridr.V ocerambéma omi t iu , me u t a ro , com segurançainimitável; o fato de sertremendarnenre inteÌigentee de seuartigoseÌtremendamentesimpático,não faza mínima diferença.É exatamentecom jovensem começo de carreiracomo você Verekerriu - que sinto maiso fracasso que soul Eu our ia com viro inrere\\e. que5erorna\âmris vivo a câdainstanre. - O senhor,um fracasso, DeusmeulAfinal, o que pode vir a sersua"pequenapeculìaridade"? -E precisoque eu lhe contedepoisde todos esses ânos de Ìura? Havia algo na amávelcensuradessafrase,jocosâmence exagerada que,sendoeu um ârdenteejovem anante daverdade, me fez corar até a raiz dos cabelos.Como sempre,estava compleramenteàsescuras;embola,de cerromodo, tenhame acostumadoà minha obtusidade,aindaassim,naqueleinstante, o tom alegrede Verekerme fezsentìr,e eleprovavelmente concordariacomigo,um verdadeiroasno.Eu estavaaponto de excÌamar,"ah, claro, não me conre; pela minha honra, pela honra do nossoofício, não me diga nada!",quando ele lo.,tinuou de umâ maneira que mosrravaque havia lido meus A V D A PR ÌvÁD Á E Ou ÌR Às H 5 r ó R r Às 119 pensamentose dnhãsuasprópriasidéiassobrea possibilidade de, algur:rdia, nos redimirmos: Quando falo de minhâ pequenapecuÌiaridâdeestou ponto espeme referindoàquele...como podereicharná-lo?... cíficoque é aprincipaÌrazáode eu ter escritomeuslivros.Acaso não eriste em cadaescritorum Ponto assimespecíÍìco,no qual elemais se concentra,que sem o esforçopara alcançáJo nadâescreveiâ,o amor de seusâmores,a partedo trabalhona qual, paraele,a chamada arrebrilha com maior intensidade? Poisbem, é exatamenteeste! palavras Eu penseiuminstante,isro é, acompaoÌreisuas quasesemtespiràr.Estavafascinaâ uma distâncierespeitosai do, naturalmente,mas,apesâÍd€ tudo, não iame deixâÌpegar desprevenido. - Suadescriçãoé reaÌmentebeÌâ,mâsnão torna o que descrevemuito cÌaro. a compreender Assegurolhe que seriaclarosechegasse Percebique parameu companheiroo fàscíniode nosso ÌÌuma emoçãotão intensaquanto a minhâ. tefìa extrâvâsâva-s€ De qualquerrnodo continuou ele-, possodizer o seguinte:lìá em minha obra uma idéia sem à quâl eu Dáo daria um tostãopelo trabalhointeiro. E a intençáomâiscompleta e mais perfeitade todas,e suâ utilizâçãofoi, na minha opinião, um triunfo da paciência,da inventividade.Eu deveisso;mâs o fâto de que ninria deixar que outros dissessem guém o faz é precisamenteo âssuntode nossaconvetsa.Esse de um Ìivro pata outro, e tudo o melr truquezinhoestende-se ernsuasuperfície.TalvezaÌgum rnais,relativamente,reflete-se P o n t o llu e râ De ro (r l t l c o p r o c u rla' Jr r, e c e _ m e m c s m om e u que é o ponto que cabeao visitânteâcrescentousorrindo crítico encontrâr, Pareciamesmouma responsabilidade. 120 HrNRY Ja Mrs Chama-o de truquezinho? Issoé apenasminha humilde modéscia.Na verclade, trata-sede um esquemarequintâdo. E o senhorafìrmaque executouesseesquema? - O modo como o executeié uma dascoisâsnâ vida que me deixamaissatisfeitocomigo mesmo. Fiz uma pausa. - Não achaque deveria...só um pouquinho... ajudar os críticosì - Ajudáìos?Que outra coisatenhofeito em cadalinha I escrwoì Bradeiminha inteoçáono carãoatônito delesl lQue Ao dizerisso,Vereker,rindo novamente,colocoua mão sobremeu ombro para mostrar que a alusáonão se referiaà minha aparênciapessoal. - Mas o senhorfala em iniciados.Deve haverentão... devehaver.. uma iniciação. - E que outra coisaa crítìcatern obrigaçãode ser,pelo âmor de Deos? Receioter coradonovamente,mas esquivei-mede responder, repetindo que a descriçãode seupreciosoconreúdo apresentavaqualquer deficiênciaque o impedia de ser reco, nhecido pelo homem comurn. Ìssoé justamenteporquevocênuncadeuumaolhada nglç- 1s11uç9u. SetivesseolhadoumavezJo elemento€m quesraologoviria a s.r pr;ricamenLe a únicacoisaqrreveri:. Paramim, é tão palpávelcomo o mármoredessachaminé.De mais a mâis, o crítìco náo é absolutamenteum homem comum: sefosse)diga-me,o que esrariafazendorìa horta do vizinho?Vocô mesmo é tudo menos um homem comumj e a próp|a raisanzl'êtrede todos vocêsé que são uns demoniozinhosde sutileza.Semeu grandetemaé um segredo,é sìmplesmenteporqte virou um segredosemquerer:um resultadosurp r e e nd e n Íeo to r n ou iì.'im. fu náo 'omente n u n c , rro me i a menor precâuçãopara conservá-losecretocorno também A VrDA PR r vÁD Â È Oú r ÀÀ3 H sÌó R Âr 121 nuncâsonheicom umâ contingênciadessas. S. ti.,..r..orrh"- I (ido do. eu. de antemao,nao teria a cordgemde continuar. / Aconteceque só tomei consciênciado fato aospoucos,e nes- / J seínt€rim, eu dnha produzidomeu trabalho. - E agoraestá muito sadsfeitocom ele?- arrisquei Perguntaf. - Com meu trabalhoì - Com seusegredo.É â mesmâcolsâ. O fato de presumirisso- replicouVereker- é uma provade clueé tão inteljgeotequanto penso. Senrime encorajado com eisJrerposid. a ponlo de co. m€ntâr que ele iria c€rtàmentesofrer ao separar-sede serÌ segredo,e ele confessouçlue,no presentemomentor esseerâ rcâlmenteseugràndediverrimenrona vida. -Mvo praticamenteparaver seserádescobertoalgumdia. Ele olhou-me com ar de alegredesaÍìo;lá no fundo cie seusolhos algopareciabrilhar - Mas não precisopreocupar-m€:issonão vai acontecer! O senhorme estimulacomo nunca fui estimulado 211s5- ds6lxrsi.- px2-mesentir determinadoa v€ncerou morrer, Em seguidapergunrei: -frx13-5g dç Ììrnx çspéciede mensagemesotérica? Ele assumìuuma expressão consternada; estendeu-mea máo como sefossedizer boa-noite. Ah, meu caro,não sepodedescrevêJo em linguagêm de jornalismo baratol Eu sabiatnaturalmente,que eledevlaserextremamenre sensível,mâsnossaconversame fezsentir quânto seusnervos estâvâmà mostre.Eu náo estavaconvencido;continuei segurardo suamão. Então não vou usar a expressãono artigo em que fìnalmente anunciaÍ minha descoberta,embora acredite que vai ser difícil prescindirdela.Mas enquantoisso,só pârâ 122 HENRY laMEs apr€ssar esseparto difícil, náo podeme cir uma pista? perguntei, sentindo-memuito maisàvontâde. . - Toda a minha lúcida produçãoforneceessapista... Cada página, cada linha, cadaletra. A coisaé tão concreta corìlo um p:issâronuma gaiola, uma iscano anzol, um pedaço de queijo numa ratoeira.Está enÊadaem cadavolume como seupé estáenfiadoernseusapato.Dirige todasaslinhas,escoihe rodasaspalavras,põe os pingosem todos os is, coÌocâtodasasvírgulas. Espicheio pescoço. - Tèm âlgumâcoisââ ver com o €stilo,ou com o pensaf L mento?Um elementoda forma ou um eÌementoda emoçãoì EÌe apertouminha mão mais uma vez, com ar condescrrm g ro s . e irae' mic e n d r n r ee. sen tiqueminh.l pergunr'r. nhasdistinçóesdesprezíveis. È^. \ótu tàyét...r.JoseP Í e o c u P ceo m -^i,- - ,, isso.Apesarde tudo vocêgostarealmentede mim. E uma pequenainformaçãopoderiaprejudicar?perguntei,detendo-oainda. EÌevacilou. ÊBem, temosum coraçãono corpo.É um elementoda Íòrmaou daemoçãolp que alegoé que ninguémnuncamencionouem meu {raballroo órgãoda vidr. Já sei...é algumaidéiaa respeitoda vida, algum tipo com a animação de filosofin.A menosque sela- acrescentei, alegreainda- algum tipo de uma lembrançapossivelmente de jogo que está querendofazercom seuestilo,âÌgumâcoisa que está procurandona linguagem.Talvezsejaumapreferênarrisquei,de modo irreverente.- Papai, cia pelaletra"P"l pepino, pêssego... essetipo de coisa? tolerante:dìsseapenasque eu Ele foi convenientemente não tinhr acertadoa letra.Mas a graçatinha acabadoparaele; pude perceberque estavaentediado.Havia,porém,outra coisa que cu dnha necessidade absolutade saber. A V r D Á PR r vÀo À € O u Ì R À5 H r sÌó R as 123 - O senhormesmoseriacapazde pegarnâ pene e claramente...de citálo, intitulá-lo, formulálo? expressá-lo Ah!-suspirou eÌemm algumaexaÌtação. -Se pelo menosâo pegârna penaeu fosseum de vocês! -É clatotìueseriauma grandeoportunidade.Mas por que nos desprezârpor não fazermoso que o senhor mesmo não conseguefazet? - Não consigo? Ele arregalouos olhos. - Não o fiz em vinte volumes?Faço-odo meu rnodo - disseele.- Vocêsque continuem com a tolice de não o fazeremdo seu. dificil oÌ:serveicom - Q n655e{ s111çmarnenre brandura. SemcoâO meu também!Cadaum com suxescoÌhâ. ção.Não quer descerpara fumar? - Náo; quero refletirsobretudo isso. Vai entãome dizer amanhãde marúã que me decifrouì -Vou vcr o que possofazer Vou dormir pensandosobre o assunto.Só mais uma palavra... Tínhamos saído do quarto. Caminhei alguns pâssos comp! pelo corredor Essaextraordinária"intençãogeral",como a chama I - pois essaé a descriçãomaisviva que consigoinduzi-lo a fazer , éentão,em princípio,umaespécie detesouroescondidoì iluminou-se. Seurosto - É, châÌne-aâssim,sebem que não cabea mim dìzê-lo. disseeu rindo. -Sabe rnuito bem que -Bobagem!senteimensoorgulho dela. Bem, não pretendiadizer-lhe,masé realmentea alegria da minhavida. Quer dizer que é de uma belezamuito grande, muito rara? Ele esperouum instantepararesponder: 124 I ' HENRY lÀMÉs A coisamaisÌindado mundol palavras, eledeiNóstíúamos parado,e, aodizeressas xou-me;masno fim do corredor,enquantomeu oÌharo segr.ria com ansiedade,virou-se e avistoumeu semblanteperpÌexo. Issoo fez sacudira caì:eçacom ar sério;na verdade,acheiaté quc ba.ranteangustiado. e brrndir o dedopar; mim. Desista,desista! Não erauma provocação;era um òonseìhopaternal.Se eu pudesseier em mãosum de seuslivros,teria repetidomeu metadeda noite com ele.À três ato defé recente;teriapassado horasda rna.lrugada,não conseguindodormir, e aÌémdo mais lembrando-me do quanto ele era indispensáveÌpara Lady Jane,esgueirei-meem direçãoà bibliotecacom uma vela na rnão. Segundopude colstatat não havia na casauma Ìinha sequerde seusescfltos, lLt etornando à cidade,pus-meagitadamentea reunir todos os seuslivros;pegueium de cadavezde acordocom suaordem e o aproximeide uma luz. Issome custouum mêsenlouqueceváriascoisas.Uma delas,a dor, no cursodo qual aconteceram írltima, parece-merazoávelmencionar imediatamente- é que aceiteio conselhode Vereker:renuncieiao meu ridículo intento. Na verdacle,náo conseguientendernadado assunto; foi um completo fracasso.Apesarde tudo, como ele mesmo notour eu semprcgostaradeÌe;e o que estavaocorlendoâgorâ erasimplesmentequemeu novo coúecimento evã preocuPação estavamprejudìcandominha avaliaçáo.Não apenâseu não conseguirâd€tectara intençáogeraÌ,como percebitamqueâpreciâra anteriormente se(Lrndiriâ( bêmque ar intençoer estavâmme escapândo.SeusÌivros perderamate o encanto que sempretiveram paramim; a exasperação da minha busca a v oÀ PR vaDÁ E ouÌ ÀÀs H sÌ óRr as 125 deixou-medescontentecom eles.Em vez de ser urrr pmzer a mais tornaram-seum recursoa menos; pois a partir do momento em que Âri incapazde investigara indicaçãodo autor, senti,naturâlmente,serum ponto de honra não fezerusoprofissionaldo meu conhecimentodeles.Na verdade,não tinha conhecimentoalgum; ninguém tinha. Era humilhante, mas conseguisuportar;agoraelesapenasme aborÌeciam.No fim atéme entediâvâm,e eu explicavaa causade minha perturbaçáo - injustamente,admito - com a idéia de que Vereker fizera-mede bobo. O tesouro escondidoera uma piada de mau gosto,e a intenção,uma afetaçãomonstruosa. O que importa nissotudo, porém,é que conteia Geoge Corvick o que tinha me acontecidoe minha informaçãotwe um enormeefeitosobreele.Ele tinha voltado afinaÌ,mas,infeiizmente,Mrs. Erme tambémvoltara,e, segundopude perceber,não havia,por hora)nenhumâperspectivâcom relãção àssuasnúpcias.A históriaque eu lhe uouxerade Brìdgesdeicompletamenteà xou-o extremâmenteexcicado;adaptava-se idéiaoue tiveradesdeo início de ouehaviamaisem Verekerdo quea visrapodiaalcançar. paQuandopondereique,sequndo para seÍ inventada tecia,a páginaimpressatora expressamente alcançadapela vista, eÌeirnediatamenteacusou-mede estar detP el l ado P or nâo ler I lO o eXlt o, l\ o\ ! Jl t eiaçO eSSem Pr e Í lVe --ÌdfiÌssããÉãÍéIÏSerdãüe. O que Verekerme havia mencionacodo eraexatamente o queele.Corvick.queriaqueeu (ives\e mentado em minha resenha.Quando sugeri, por fim, que com a ajudaque eu agoralhe deraestariacertamentepreparado para fazer ele mesmo os devidos comentários, admitiu queantesde fazê-losprecisariaentendermeespontaneârnente Ihor certorarpecto'.O que eìereriadiro. çe rives.ee"ctiroa reseúa do novolivro,é quehavia.evidenremenLe. naartemaic íntima do autor, algumacoisaa serrealmenteentendida.Eu nem insinuaraisso:não admiraque o escritornão tivesseficado satisfeito!Pergunteia Corvick o que elerealmentepensava ' 126 HENRY lÀMEs e ele,evidenque queriadizer coÌì suâprópria supersutilezà, tcmcnte inspirâdo,resPo11deu: Não é paraqualquerum... não é paraqualqueruml Ele agarraraalgumacoisapelorabo:ia agarrarfirme, náo ia soltar Extraiu-merodaa estranhacolfidência deVerekere, proclamandome o mai. rforrunadodo. morrri\. mencionou ardentemente uma meia dúzia de questões,âs quâisdesejava que eu civ€sse tido a iniciativade colocar.Por outro lado, potudo: estragarìa o prazerdever rém, não queriaqueÌhc dissesse nãoerâ.nr oc,ì o queaduiria.O fracarro Jo mçu p,r"sarempo siáo de nossoencontroJcompletoi mas pude antevê-lo,e CorvicÌ<percebeuisso.De minha pate, percebiigualmenre que uma dâs primeìrascoisasque ele faria seriair correndo contar minha hìsróriapara GwendoÌen. No mesmo dia de minha conversacom Corvick tive a surpresade receberum bilhete de Hugh Vereker,que, como mencionou, lembrara-sede nosso encontro em Bridges ao dcparar-se, em uma revista,com utr artigoque levavaa minha assinatura:"Li-o com grandeprazer",escreveuele,"e sob sua influênciarecordeinossaanimadaconversaao lado da lareira de seucluarto.A conseqüênci:r dissoé que começoa avaliara temeridadede têlo sobrecarregado com uma informaçáoque talvezconsiderequaseum estorvo.Agorâ que voltei a min, n á o . o r .i goi m r gin;rcomopudemedeixrrlevrrp a rat ; o ì o n ge dos meushábitos.Eu nuncahaviamencionadoantes,não importa em que estadocÌeexpalsividade,a existênciâde meu pequenosegredo,e nunca falareinessemistério novamente. Com você eu fui, aciclentalmcnte,táo maìs explícito do que planejaraser,como partedo meu jogo que,percebo- refiromc ao prazerde jogá-io , sofreuconsideráveldano.Ern reprejudiqueibastantemeu divertisumo,seé possíveÌ entender', mento. Eu realrnentenão desejooferecera ninguém o que acreditoque vocês,.jovens inteligentes,chamamde'dicJ. Tiata-sc,naturalmente, de urna preocupaçãoegoísca,e faço-o A V L D A PR r vÀD Á E Ou ÌR À, H r 5 Ío R Ás 127 sabedordissoparaque Ìhe possaserde aiguna valia Seremintençáode atenderà minha vontade,não reproduzaminha revelação.Considere-msdsÌnçDgs- ç5çi em seudireito; mas não conte a ninguém o motivo". O resultadodessacomunicaçáofoi que, na manhá seguinte,ftri diretobaterà porrade Ml. Vereker,tão cedoquanto permitiu minha ousadia.Nessaépocaeleocupavauma dasauRecebeu-me imetênticâscâsâsantìgasde KensìngtonScluare. o não havìaperdido que entrei percebique diatamente,e logo poder de contribuir parasuââlegria.Ele Íiu âover mìnha cara que, indubitavelmente,exprirniaminha perturbaçáo.Eu fora indiscreto;meu arrependimentoera grande. O casoé que eu contei a alguérn dissecom voz ofegante.- E tenho certezade que a essaalturaessapessoãjá deveter conradoamaisalguémlEuma mulher aindapor cina. A pessoaâ quem vocêcontou? - \!6, 1 6uç1x.fsnÌro certezade que eÌecontou a ela. - Apesar da vant"gem que traga a ela (ou mesmo a mìm), uma mulher nunca adivinhará! - Não, masvai espalharparatodo mundo: fará exatamenle o que o senhofnão quer. Verekerrefletiu um inscante,mas náo estavatão Perturbado como eu temera:sentiaque seo pior âconteceraeleo havia merecido. - Não tem importância,não sepreocupe. Fareio possível,prometo-Ìhe,paraque suaconversa comigo não passeadiante. Muito bem; façao que for possível. prossegui-, quanro a George - Nesseínterim que seu conhecimento da informação CoruicL, é possível resultereâÌmenteem aÌgumacoisa, Seráum dia extraordinário. Eu lhe faleisobrea inreligênciade Corvick, suaadmiração,a ìntensidadede seuinteressepela minha história; e sem 124 HENRY A V r D Á PR vÀD À r O u ÌR Às iÀM€3 exag€rârmuito as divergênciâs€ntre nossasrespectivâsâvâliâçóes,mencioneique melr amigo acreditavâsercâpâzde Penetrar mâislongeno íntimo de um determinadoassuntodo que Estavatão entusiasmadoquanto eu esa maioria daspessoas. tivera em Bridges.AIém disso,estavaapâixonadopelajovem dama:talvezos dois juntos encontrariamalgumasolução. com isso: Verekerprreceuimpre'sionado - Você quer dizer que eÌesestãoparaseca-sari - Provavelmenteé o que vai acontecer admitiu ele.- Mas precisa- Issopode ajudíJos mos darJhestempo. Falei-lhesobreo recomeçode minha própria investidae confesseiminhasdificuldades;ao que elerepetiuseuconselho anterlor: - Desista,desistal Evidentemente,náo rne julgavaintelectualmenteequipado paraa aventura.Fiquei lá meiahorae elefoi muito amável, mas não pude deixarde considerálo um homem de humoresinstáveis.Dependendodelesele,numahora, abtira-se e agota,tornara-seindiferencomigo; noutra, arrependera-sq te. Essainconstânciagerallevou-meâ âcredirarque,no tocante ao assuntoda "dica",não haviagrandecoisaali. Consegui, porém, fazê-lorespondera mais algumasperguntas,embora ele o fizessecom visíveiimpaciência.Paraele,semdúvidaaìguma, qLren05dei\rvd(àoperplexo'ertdvanitidamenrcìj. o asDec(o [Err rlgu-i .oi.r, i-rginei. no pianoorigirra|algocornoum l_desenhocomplexo num tapete persa.Ele aprovou com elogios a imagemque useie elemesmousououtra: no qualminhaspéro- L o própriofio - disseele =--l--+ _,-> -,1 ''- --Alaácdeíeu bilhetefora que eÌerealmentenão queiia nos dar nem um grão de ajuda: nossaignorância era, a seu modo, absolutademaisparaserinfÌuenciada.Ele acostumara!e â confârcom issoe seeraparao entanLosequebrerque se H I sÌ0 R r Ás 129 quebrasse por suaprópria força.Ele mevem à lembrançadesde essaúltima ocasião- pois nunca mais foi me dado falar corn elenovamente , como um homerncom aÌgumasreservx segurasde bom humor. EnquaDtome retiravafiquei imaginando onde elepróprio conseguirasua "dica'. , uandofaleicom GeorgeCorvicLsobrea advertênciâque recebera,eleme fez sentir que qualquerdúvida sobreseuzelo seiia quaseum insulto. Ele contaraa Gwendolen,mâs a reâção apaixonadade Gwendolenera,em si, uma garantiade discrie oferecer-lhes um pasçáo.O problemairia agoraabsorvê-los satempopreciosodemaisparasercompartilhadocom asmassas.Eìes pareciam ter-se apossadoda importante idéia de entretenirnentode Vereker.Seu orgulho intelectual,porém, não erade calordem a ponto de tornáJosindiferentesa qualquer Ìuz adicionalque eu pudesselançarsobreo assuntoque tinham em mãos.Os dois erarnrealmentedotadosde "temperamentoartístico"e fiqueivivamenteimpressionado corn acapacidadedo meu colegadeieemocionarcomum problemade arte-Ele-lbe-d+ria-o-oomç-el,qlitçra.t.ura-ss-Lüa,_eaqçl+-r umacoisasó.De acordocom o que dizia,passeientãoaenten| der que elerulâvârguâlmenre por Cwendoìen.;quem,arsim que Mrs. Errne meÌhorou o suficientepara permitir-lhe um pouco de folga,fez questáode apresentar-me. Lembro-me de termosidojuntos, em um domingo de agosto,ã uma casaem desordemem Chelsea,e da rninha renovadainvejade Corvick poÍ possuiruma amigaque tinha algumasidéiaspara semisturar com âsdelepróprio. Ele podia dizer a ela coisasque eu nunca poderiadizera ele.Na verdade,elanáo tinha nenhum seosode humor e, com suamaneira graciosade sustentara cabeçade urn lado,eraumadessas pessoas que nos dãovontade, -1--"""'7'| ' l30 A V r DA HENRY la MÊs literalmente,de sacudir,ma-sque aprenderamo idioma húngaro sozinhas.É possívelque convemasse com Corvick em húngaro; seu ingÌêsera extremamenteinsufìcientepara seu amigo. Posteriormente,Corvick disse-meque eu ârrefecera bastanteseuentusiasmocom minha aparentefalta de disposiçãode obsequiáìoscorn mais detalhessobreas coisasque Verekerme dissera. Admiti que achavaque rinhadadoatenção suficientea essarevelação: eu não chegaramesmoà conclusão de que eravã e náo levariaa nada?A importânciaque lhe derarn era irritante a agravavademaisminhas dúvidas. Essadeclaração parecepouco âmável,e o que provaveÌmenteaconteceué queme sentiahumilhadodeverouoaspessoasdivertindo-seintensamentecom uma experiênciaque só me ttouxeradissabores, Eu estavado lado clefora, no frio, en, quanto eles,ao pé do fogo, ì luz de velas,;'ers€guÌama caça paraa qual eu mesrnosoaraatrombeta.Elesfizenm o mesmo que eu fi2, apenasde forma rnaissociávele deliberada:examinaram o autor detalhadamentedesdea primeira obra. Náo havia pressa,disseCorviclq o futuro estavaà frente delese o fascíniosó poderiaaumentar;eleso examinariampáginapor página,como se faziacom os autoresclissicos,e o inalariâm em pequenasdoses,deixando-oentranhar,sero!âlmente.Pro, vavelmentenáo teriam s€ interessadotanto, imagino, se não estivessem apaixonâdos:a iitenção secr€rado pobre Vereker forneceu-lhesocasiões sem Êm pârâcolocâre manter suasjovenscabeçasunidas.Todavia,ela representava o tipo de probÌemaparaoqualCorvickdnhauma aptidãoespecial,podendo desenvolvera penetrantepaciênciapessoaÌda qual tivesse elevivido mais, teria nos dado exemplosmais admiráveise, espera-se, maisproveitosos.Ele, pelo rnenos,era,naspalavras deVereker,um demoniozinhode sutiÌeza.Tínhamoscomeça, do disputando,mas logo percebique, sem minha ajuda,sua vaidadeiria passarpor maus momentos.Ele se arirâriâsobre PR r va D Á E O!ÌÂÀ5 H L sr ó R as 131 pistx falsascomo eu o Êzera;aplaudirianovasluz€ssó paravêlas apagaren-secorn o deslocamentode ar da páginavirada. lo. . omo Ihedirre,a rlaosercornaqueNio .e podiacomparzlesmaníacosque abraçâmâlgumateoriadoida sobrea identide Shakespeare. A issoeleretrucouque setivéssedadesecrera próprio Shakespearede que sua mos rido a palavra do eleateriaaceitoimediatamente.O caso identidadeerasecreta, aqui era completementediferente:não tínhâmos nâdâ a não que estâvâpâsser a palavrado Mr BrincaÌhão.Eu repÌiqr.rei assim às palavrasde mo de vê-lo atribuir tanta importânciâ âsPaÌavns Mr. Vereker Ele quis entáosaberseeu consid€râva prepârâdo,nâ de Mr Verekermentirosâs.Talveznão estivesse minhainfeliz reação,parairtão longe,mâsinsistique atéprova em contrário, eu asconsiderâÌiacomo produto de uÍna imaginaçãoingênuademais.Eu não disse,confesso(eu não sabia bem nessaépoca),tudo o que sentiâ.Bem Iá no frlndo, como No cernede diria Miss Erme, eu estavainquieto,esperânçoso. (pois minhahabitual curiosidameu confusoestâdode ânimo cinzâs) esravâ a sensaçáo agudade que de sobreviviasob suas Corvick provavelmenteiria, aÍ:ìnal,chegara âlgum resultado. o fâto de Em defesade suacredulidade,eleressaltouba-stânte <cu\ e5tudo.sobrees'egènio.c:pque.hj muito tempo.em e.inxi\ de não 'ei o qur. dibei' nor.. p.rdìãã ràrdexrlàçõe5 -ffifiìilãã.ult* t**r-"",. ,i ; qïe á,rii,aaiaridadã e à b e le ràd o là ro :t ud o5 er j u \ r r v al a o D e ma o q u ee u r e l r l a r r l Se em diversasocasióesvoltei à casinhade Chelsea,é possívelque o tenha feito tanto para ter notíciasde Vereker como dã enfermâprogenitorade Miss Erme. As horasque lá paiseifaziam-meimâginârCorvick como urn silenciosojogador de xadrez,de semblantesombrio, curvado,durante todo o inverno e ì luz de ìampióes,sobreseutabuleiroe suasjogâdas.Na medidaemque minha imaginaçãoampÌiavao qua&o, esreme âbsorviacompletamente a atenfo. No Ìadoopostoda 132 llENRY.lÁM!s mesaÍìcavaumâ figura maisfanrâsmagórica, a Íìguraindisrinta de um antagonisrâconfiante e bem-humorado, mas urn poucoentediado;um anrigonistaqu€seinclinavaparâtrál em suacadeiracom asmáosnos bolsose um sorrisono rosto belo e sereno.Pertode Corvick, atrás<lele,Íìcavaa moçâque no comeco me pârecerapáÌida e debilitadr c depois,num exarne maisínrimo, bem bonita, equeseapoiavaem seuornbro e dejogada".tle pegavaum.rpecíìe màrìribruçara-,e 'obre.ua, nhâ-âsuspensa por âlgumtempo sobreum dospequenosquâdrados, e então colocâva-âclevolta em seu lugar com um suspirode desaponcanìento. Nisso,ajovem damaconúafeita mudavaligeiramence cleposiçãoe lançavaao indistinto parricipanteclojogo um olhar muito intenso,muito longo, muiro estranho.Numa fasemais inicial do caso,eu ihes havia perguntado se não podetia contribuir para seu êxito estabelccer um convívìomaisíntimo com Ver€ker.As circunsrânciâs especiaisseriamcertamenterespeitadas no sentidode me daremo direito de apresentáìos.Corvick imediatamenreícpÌicou qu.: não tinhavontadede aproximar,sedo altaranresde ter prepxradoo sarrifí<io. Con(ordrvainleirrm(nrecom no\\o dmigo tanto quânro com o pmzercomo quanto com e honÌadezda caçada;abateriao animal com seupróprio rifle, Quando lhe pergunteiseMiss Erme era umâ atindorâ:Ìssimtão ciosa,ele dissedepoisde pensarum pouco: - Não, tenho vergonhade dizer,mas o que ela quer é armarumâ cilxcla.FariaqualquercoisaparaconhecéJo;diz que necessita de outra "dica'. O assuntodeixa-arearmenreooeite. Mas ela precisaaceitaras regrâsdo jogo: não vai conhecê-lo de forma alguma!- acrescentou eleem tom enÊático. Fiquei imaginandose elesnão reriam aÌé discurido um pouco por causado assunto- uma suspeitanão retificada pelamaneiracomo eÌeexclamoumaiscleuma vez: - Ela é de fato incrivelmente...fantasticamente...Ìitcrárial A V D À PR va D A È Ou ÌR Ás H sr ÕR a r 133 Lembro-me de ouvi-lo dizer que elasentiaem itálico e 1 t^ ì pensavaem marusculâs, t/ Quanclo Ênalmente o tiver clecifrado dìsseele também -, então bâterei em suâ porta. Mais exatâment€i acredite-me)ouvirei de seuspróprios lábios: "Você acertou meu rapaz,dessavezconseguiu!".EÌe mc cingirácom x coroa da vicória....o laurelda crícica. Ne 5 . eme iot em p o( l c r e a l m e n rper o c u r o ret ' r 1 u i r a r . ' e clasopottunidadesque a vida londrina lhe ofereciade conhecer o ilustre romancistâ.Esseperigo deixotl, no entanto, de da InglaterraPor um pe_ existir,quandoVerekerausentou-se ríodo indetcrrninado,como os jornâisanuìciârâm, indo Pârx com a saúdedeslramuÌhe! que o sulpormotivos relàcionados já há longo tempo mantinha-seâfastadado convívjo socìâl Um ano...maisde um ano...hâviasepassâdodesdeo incidente de Bridges,mas eü não o vira mais Acho que no ftudo estâvaum Poucoenvergonhâdo:detestavalembrar-lheque ernbora tivesse,de maneirairremediável,falhadona identi{ìcação de suapeculiaridade,estavârâpidamenteadquidndo a reputaEsseesdúpulocausou-meProçãode serun críticopersPìcaz. blemas;mantevc-rneafastadodacasade LadyJane,fez_meaté declinar (quando, apesarde minha falta de modos, ela teve pelasegundavez.Ì gentilezade me fazerum aceno)um convite parasu:ÌbelacasãdecÌmpo. tÌmâ veznotei a presençadela, escoltadapor Vereher,em um conceltoJe tenÌrocertezadeque Senti,nessaocaserPercebido. elesme viram, mâsescâPeisem siáo,enquânto me âfàstavachâpinhandonâ chuva,que não poderiater agido dc outra maneirâ;mesmoâssimlembro-me de dizerparacomigo que eradificil- eraatécruel.Eu não só perderâos livros, mâs também o próprio Ìromem: os livros e iguâimenteinúteisparamim. Sabìa seuautor tornâram-se tarnbémqual a perdaque maislamentâvaEu me âfeiçoâraao homem muito mais do que jâmaisme âleiçoaraa serÌslivros I 134 A V , DA ,, eis mesesdepoisde nossoâmigo ter deixadoa IngÌaterra, foi contrataGeotgeCorvick, que vivia do ofício de escrever, do paraum trabalhoque lhe impunha uma ausênciamais ou menoslongae umaviagemmaisou menospenosa,e do quaÌ, paramiúa grandesurpresa, resolveuincumbir-se.Seucunhagrandejornaì regionâI,e essegrândo tornara-sediretor de um de jornal regional,num belo rasgode imaginação,concebera a idéia de enviar um "correspondenteespecial"à índia. A especiais tiverainício na "imprenmoda closcorrespondentes jornal questão deveter sentidoque sametropolitana",e o ern decorreratempo mais que suficientepara um simplesprimo interiorano adotála. Corvick, na minha opinião, não tinha talento para asfortespinceladasde um correspondente,mas issoeraproblemade seucunhado,e o fato de uma determinada tarefanão fazcrpartedeseuramo de atividadepodia ser,de suaparte,exatamentea mzáoparaaceitáJa.EÌeestavadisposto a esbravejar maisdo que a imprensametropoÌitana;tomou sériasprecauçóesconrrâ o sencimenmlismo,infringiu habiimente o bom gosro.Ninguém nunca soube:essecricérioda injúria erauma de suaspeculiaridades. Além dasdespesas pes(e soais,Corvick deveriaserconvenientementepago descobri que podia ajudíJo) pelo livro volumoso de sempre(conseguindo um acordorazoávelcom o volumoso cditor de scrnpre). Inferi, natura.lmente, que seuóbvio desejode ganharalgum dinheiro não eraalheioì perspectivrde uml união com GwendolenErme. Eu erasabedorde que as objeçõesda máe principalmenteà suaescassez derecnrsos dajovem referiam-se e de habilidadeslucrativâs,mâs aconreceuque na última vez que o vi, aodizerqualquercoisaque serelacionavacorn o problemade suaseparaçáo de nossajovemdama,eleexpressou-se com uma ênfaseqr.reme surpreendeu: PR ,vÀD À E Ou ÍR Á5 H r sÌó R r Às 135 - Não tenho nenhurn comprornisso de casamento com elâ,nenhum. porquea mãedela -Oficialmente náo-respondi-, não gostade você. Mas sempredei como certo de que havia um acordoParticulâr. - Bem,de larohavir;masnãohi mais. Foi tudo o que eledissecom €xceçãode algo sobreMrs Erme ter recuperadonovamentea sâúdeda Íòrma mais exque, a meu ve! levavaà contraordinátia- uma observação clusáo de que acordospârticülaressão de pouca utilidade quandoos médìcosnão compartilhamdeles.O que tomei aliberdadede inferir rnaisacuradamenteé que a moça poderia, de algumamaneira,ter ferido seussentimentos.Bem, se,por exemplo, ele tivesseâgido por ciúmes,seriapouco provável que fossepor ciúmesde mim. Nessecaso- além do absurdo da coisa-, elenão iria seafastarjustamenteParanos deixara sós,um com o outro. Por algumtempo antesde eÌepartir náo nos permitíramosalusóesaotesouroescondido,e, deseusilêncio, que a minha discriçãosimplesrnenteemulava,eu havia tirado uma conclusáobem definida:suacorâgemtinhâ seesgotadolsemardo! seguiraomesmocamiúo que o meu; pelo menos essafoi a exterioridadeque me permitiu perscrurar. Mais do que issoelenáo podia fazer;não seriacapazde encarar o ar de triunfo com o qual eu teria acolhidouma confissão expÌícita.Ele náo precisavater tido essereceio,pobre coitado, devanglopois a essaalturaeu haviaperdidotodanecessidade riar-me.Na verdade,acheique fui magnânimonáo censurando-o por seu malogro, pois a idéia de ele ter renunciado ao jogo me fez sentit mais do que nunca o quanto eu afinal deeu nunca Êcariasabendo; pendia dele.SeCorvick Êracassasse ninguérn rnaisconseguirianada se ele, Corvick, não conse_ verdadeque eu tivessecessâdo guisse.Não era absolutamente pelo assunto;poucoa pouco,minha curioside interessar-rne dade não apenashaviacomeçadoa doer novamentecomo se 136 HÉNRY A v D À PR va D A iaMEs tornãrao tormento lìabirualdos meusdiase dasminhas noites.Indiscutiv€lmente,há pessoas paraquem tormentosdess:r oÌdempàrccemÌÌlenosnaturaiscìoqueasconrorçóesde dor de uma enfennìdade;masaÊnalde conras,não sei porque deveri:Ì scquermencionálasa essepropósiro.De qu:rlquermanci, r . . .p JL rr \ po u cJ\p\\.ors.anornr.ri, orrn;r', co m rs q L t . ri. mi. nÌrahistóriaseocupa,a lirerattuaé urn jogo de habilidacles,c habilidadesignifìcacoragem,e coÌagemsignificahonra, e honra significapaixão,vida. O prêmio em consideraçáo tinha um e.pc, i r Ì L e.t rolcr.' eram no',r' menl( a g irà t .m: r, ' . r r tid o s e r ì r J\ Jm o -Ììo\enI volLado prno vcrdetio aL(lllrm(n t c(lu ,nr . to ossorurnosjogadorcsde Montc Carlo.Dc Íàro,Gwcndolen Erme, com suasfèiçõespílidas e olhar fixo, eriÌo mooeroexato daquelasmulheresmacilcntasenconuadasnesscstemplos da fortune. Na ausênciade Corvick notei que elaesrimulavâcsse analogia.Era cxtravagante,admito, o Ìnodo como elâ vivia parâa ârte de escrever. Suapaixãoatormcntava-âvisivelmente, e cÌlì suil prescnça,eu me sentiâqLlaseinerte. Resolvircler Lí no Funda:cra um deseftono qual ela se perdera,mas no q u , r ì r ::m b e m ;br irrurnrurprcrndenrebrr ra c o n . r. rre i. r , L rmf cavidadcda qual Corvick, mais extraordinariamenteainda, No começode março,reccbiurn relegramadela,em conseqüência do qual clirigi-meimediar:rmcnte a Chelsea, orde a primeira coisaque me dissefoi: ' LIedescobriu, eledcscobriuj 5 u ae m ,,ça o. com,,pudever.: ringirralir rre n . id z dqerre Llr ,ó p61lç;i2 6,1rr rele-indoru grand,2conlerimcnro. "" A idéiadc VereÌ<er? - Suaintençãogcral.Georgetelegrafoude Bombairn. EÌa tinha em máos a mcnsagem,abertajera enfíticn e concisa:Ìomesrnorempo:"Eureka!Imensa!".Issoeratudo; ele haviaeconomizadoo custodaassinâtura. Compartilhei de sua emoçáo,mâs estavadccepcionâclo. E Ou ÌR Ás H sÌó n as 137 EÌe não diz o que é. num telegramaÌELevâiescrever' Cornoscriapossível... é que ele sabc? M:Lscomo AÌr, tenho ccÍtezâde Sabequc é :r idéia verdadeira? panrìt deat* que ao descobri-laÊcarásabcndo.Verainrcssu Você d que é urna "veri' amìgapor mc dar essanotícial - eu lazia o PossíveÌpar:rrne rnostrarentusiasmado. cle Vixenu! no temPlo nossa deusâ inagine encontrâr Mas Não é estranho(ìcorge ter-senovâmentejnteÌessâdoPeÌoase tão diferentcs? tão Poderosâs sunto no meio de soÌicitaçóes Não foi cle quem se intcÍessou;foi o pfóPrio âssulrto que,deixadoigorosÌmente de lâdo duranteseisÌÌeses,sim- .'i.1.i ro da Ílo-'plc.menrerrlto,rìobreeìeLomou mr liglet.-dcdc-nt leçott Verr k( | com ele, d( -i tteuliur''lìvro de ÃÌT]Eteìfiõ de fazê-lo:conhe- ' tcria necessidade rra verdade, não pffisito; ce todas as páginasde cor, como eu.'lodâs elaspenetrarân-Ì ' '.' i ;'i'l neleao mesmotempo,e unÌ dia, em um lugar quaÌquc! qu:Ìn-\ ern toda do não estavanem peosando,elâsseúans€ormârâm) O decombinãção certâ. na únìca suasobcrbâcomplexiclade, ;p:Ìreceu.EÌesabiâque eraassimque ìaìïóììl" serho do. -.tapete ..:_*...-ì. rc . õ i e e ' r. rlo i , r \ . r d J d e i r r - ê / . 1 ô v o . è n a o , r l e n d e ur ì e m um pouco,mâsàcredìtoque PossâllÌecoÌìtarâgorâ Por que elesc foi e por que consenrique setôsse.Sabíamoscluea mudançaresulrarianisso;que a diferençade pensamento,de ceo toquemágico.Tínhanário,produziriao choqueÌìecessário, rnos tudo câlculado,com admir:ívelperfeiçiro.Os elementos estavâmtodosem suirmenre,e na Jc,?z$?de uma experiê4ciâ^. tïtfrâC novâ e ìntensxelcssimplesmentei-ôìIúminìr"-.\ Positivamenteelatambémseilrrminou: seurostoEstava Murmurei qllxlquer coisesobrc literalmenreresplandeccnte. e e l d .oììrirì.rou: , ( re b rJ ç J irc o o n ' ci e n r - Elc vìr:i direto patacâsâ...Issoo tfará clcvoltâ. vocêquer dizerÌ - Parr ver Verelcer, - ' leÌo rrdar r'dscrverdrdeirr deusi'NngiÌio,t.i&). 134 H€NÀY lÁMEs A V D Á PR va D A - Paraver Verekere paraver a rnim. Penscno quc ele tem parame dizer! Eu fiquei ern dúvid:r: ì olì r c , r in d i .ra Qr r el nd i' n. d. i rol,reV rreker..oL rc ,J, c ' c rlro d o tlÌPetc. -Mas como vocêdisse,elecertrmenrevarnos cscrever Fìlaficou pensativa,com ar inspirado,e me lembrci clc como CoÍvick mc disscrâ,lÌá algum tempo, que seurosro erâ iuteressante. -Glvez não caibanurna carta,se for "ìrnenso". Tah'eznão, se l:or uma imcnsaasneira.Se ele possui aìgrrrrr: ver. cui'aq uerr.rocrbenumr , Jrlr. nJopo*ri :r, , 'i\., que próprio dadeira.O o Verekeimc esscverou é exatarÌenre que o oelcnnô c:geltanLLlllJ cJrta, Bem,j:i passcium telegramaão George...duaspÌlì\rri di'reCrvenclolen. - Sctiaindiscretode milha parteperguntârqueissão? Eia demorou um pouco mas finalmente enunciou-:ìs: exclàmci.- (f timol enviar-Ìheum tcÌcgnma iguaì. Vr)u irì.ìstir também; vou v:i coloq u eoi u rr. rc n ì .r 1 ; i n l r r , pr lr r r ..' n .r ololm. lor.m. igu.ris: (p r\ ' r, , t iL o L rp J J. V l r r o I u g,'r d,':r '1 ,. :e. oo,reriormerìre.om(u tecendoatémaisapropriado,pois qtancÌo finalnente tivemos notícir de nossoviâjânteÍòi paraficarmossimplcsc comple, tamcntctantalizados. Ele foimagníÍìcocm seutriunfo, descreveu suadescoberracomo scncÌograndiosa;mas seu rcbâtxmento só :r ocultou: não haveriapormenoresâtó que tivesse € Ou r R As H sÌo R r a 5 139 submetidosu:ridéiaà autorìdadesupremâ.EÌc desistirade sua nissão, desistirado livro, desistirxde tudo nìerÌosda necessionde dadeimediatadc correrpâraRapaÌlo,na cost:Ìgcnovesâ, uma cartaque deveriafìcar seenconrrâvàV€reker.F,screvi-lhc minha anà suaesperaem Aclen;nelarogavaJheclueaÌiviassc sieclade.O indícìo de cluereccberÌminlÌa cartafoi-me clado por um telegramaque, tendo chegadoàsmìnhasmãosdepois de dias tediosose sem que tivesserecebidoquâÌquerresposta à lacônicamensagemenviadaa Bombrim, rinha aevidenteitrtençãode servircomo rcspostàâsduascomunicrçõcs.Estâvâ escÍitoenì frâncêscoloquial,francêsatuxl,cloqual Con'ick faziâ uso freclüenteparamostmr que não era pedante.SobrcaÌo efeito era o contrátio, mas su:rmensagem gumas pesso:Ìs, "Tenhapacìência;quero pode perfeitamentescrpârâfrâseâda: ver a cxri que vai fazerquando ficâr sâbenclo!"("Tellement envieclevoir ta rêtel",foi o que tive quc agüentarem siLêncio). Não sc pode dizerque me tenharcalmentemânddo em silênc io .p o i. ì . n rh ro Í Ì ìcd e q u e .n e . . . ré p " c : . r i v i . rm o v i m e n r " n ' do-mc ruidosamenteentte minha cu:r e a casinhade ChelseaNossairnpaciência,a dc Grvendolene a minhaJerascmeÌh:Ìnte, maseLÌcontinuâvâcomespennçasde qucseLlconhecimenclenoss:Ìs to fossemaior. Durântc csseepìsódio,para pessoas posscsig:Ìst:Ìmosmuito dinheiro cm telegrâmase canos de lrluglreÌ,e eu coÌÌtâvarecebernoticias dc R:rpalloirnediatamente após:Ì rcunião do descobridorcorn o dcscobcrto.Esse intervalo p:rreceuclurâr uÌÌ século,mas urrr dia bem târdc, ouvi um veículoprecipitar-seem clircçãoì minÌra porta com por unìa sugestãode magnanimio estardaÌhaço ocasiorìâclo cladc.Eu vir'ìa corn o coraçáotrasmáos e dessemodo pulei pâraajanela,um Ìnovimcnto que me proporcìonouavisáode umã jovem senlìorade pé no estribode um cabrioléolÌr:rnclo paramìnha casa.Ao rnever elabrandiu um paârÌsiosamente pel com um gestoclLr. fcz descerimeài"t"rtr.ní., o gè"tã -e 140 HrNÂY laM.s A com o qual,em melodramal,brandeÌr-selerÌçose comLltâções clóTërããoÈ-ídõìü;f:ii":õ. .--" !Acã'bõtle nrc crcontrar con Vcrckcr: Nem um:Ì virgula erreda.Abrâçou-meforrernenre.Flospcda-mcum mês".Foi o que li no papeÌenquantoo cocheirodo dto de seupoicifo nos lançavaum sorrisodìvertido. Na niÌìha excirlção,paguci-o gcncrosxmcntc,c eÌa,na dela,consentiu;então,erÌqu:Ìntoele seretifava,começamosa caminharde um ÌâcìopÌra o outro c a conversar;jÍ tínhamosconvcrsadobastanteantes,só Deus sabequanto,masdessavezfoi urÌÌaeuforir meravilhosa.Imaginamostoda ir cenaem RapaÌlo,paraoncìctcria cscrito,rnencionaÌrcÌollleu noure,pedìncloperrnissãopar:rf:rzerrLnu visitr; isto l, cu ó <1ue imagineiascoisasassim,tendo mais dados do qrLca minÌra companheira,que sesenriâpresaàs minhas paÌavrasenquantoparávamosde propósito dianre de virrinc._ cluenão ollìávaÍÌos.De uma coisatínhamoscertezã:se ele ia esreÌÌdersu:Ìesr:Ìdjxcom vistasa um diálogo rÌÌaiscornplero, deveríamos, peÌomenos,recebeÍúmx cartxque nos ajudasse a ârÍÌvess:Ìros peÍcâÌçoscÌacÌcmora.Compreendiamosque quisesscproÌongatsuaestadia,e no enranto,cadâum de nós pcrcebìa,creio,que o oLLtroodiavacssapossibilidade. A carta,que tínÌumos cerrez:r<lercccbcrchcgoui era para Grvendolen,e âprcssci-mca irvisitá-la paraihe poupero tr:rbalhodc trazôla ató minha casa.EÌa não a leu pare mim, o qLlcó b:ÌstanteÌìatúrâÌ; m:rstransmitiLr-meseuconteúdoprincipal. Esscconsistia na extraordináriadeclaraçãocleque clcpoisclecasadoseLe Ìhe contariamiruciosamentetudo o que ela querìas:Ìbcr. - Só errtão,só quancloeu for sLl:rmL hcr; antesÌrãoexplicouela. Issoequivalea dizcrque precjsome casarcorÌì eleirrredi.rr..menrcl Ela sorrìaenqu:rntoeu Íìcavevcrmelho de contrariedade corn o espectrodc um novo adiarnento,o qrrc, no início, não me permitiu ter consciênci:r de minha surpresa. PâÍeciàsct m:risdo quc um indiciode quetambéma mim eleilia impor II : V LD A P R Lv À o^ E OuÌR  5 È 5ÍoR as 141 aÌguma aborreciclacondição. l)c repente, cnquânto ela mc lelatavaalgunsoutrosdetalhcsda carta,lembrei-medo cluccÌe haviame dito :rntesde viajar AcharaMr. VereLerum:r Pessoa vcrdadeirementc e sentia_sc extraofdinâriaÌrentcinteressaÌìte O tesourocsconexultanrecom su:rprópria possedo segreclo. Agora que cstâv.Ìdìandido eratodo ouro e pedr:rspreciosas. te dele pareciãÌLLmentarcad:Ìvez Ìrais; tornâr-se-ia,atlnvés todosos idionas, um dos mais dos tempose considerândo orDamcntosda artc literárie.Acima de tudo, maravilhosos frentea fienre,via-secluenáo Poder;atcr depoisde o tet a.ssirn sido realizadode urna ÌlraneirâmaisPcrleitâ.QuanclochegouI â vez de ap ece! apareccu;Íìcou ali, com uÌr espÌc[dor que i envefgonlÌava;e não hxvia a mílimà razão- s:rlvona vulga- 'i corrompiclâse selÌì I ridadeinsondávelda épocx,com aspessoâs - per:rque tivessc i gosto cstético,a scnsibìlidadeparalislç13 tão simPles; c no entanto Em grandioso sido negÌigcnciado. era simplese no cntinto táo grandioso;e o conhecinÌento fi nel deleela umaexperìênciainteìranentc independente.LìÌc o clescjode esgotá_ insinuou que o encantodessaexPcriência, la em scu frescol até ì írltima gota, era o que o mântinha lá perto de fonte. (ìrvendolen, oslensivalncntceufórica ao mc diantc de uma exibiao elrtusiasmo fragmentos, ariraresscs expccrâtivalllais certado quc a minha. Issome trouxe de voÌra ao problemade seucâsimento,ìmpeÌìu-rnea pcrgunrarse o que elaqucià dizerconì o que há Poucome causaìasrÌrPresacrà que ela cstavânoiva dc Corvick. - Vocênãosabiâ? - Claro queestoul- IcsPondeueL:r' cstrÌvâ mais aindâ, pois mas eu Ela pareciaespanrada, Corvick havia nc diro justamentco contrário.Não mencionci o fâto, porém;àpenaslembrci-lhequáopoucoeu gozaracLe srÌaconÂclênciacom resPeitoa essclÌssunto,ou lììcsmo da cleCorvick, e, além disso,eu não ìgnoravaa ploibiçiro de sua mãe.No Àmdo eu estevacmbâraçadocoÌÌ rÌ disparidadeclas cluasversões,rn:rspassaLloüm ìnsaantescnri que era da cÌc 142 A V o À PR va D A IIEN RY l ÁM r s CorvickqueeudrLvìdavameios. Issosimplesmenrecompeliu, Dlea indagar-meseâ moça não haviaimprovisadoum noivado naquclc exatomonento rememor:rndoum antigo ou lascunhandounÌ rÌovo a fim dc alcançara sarisfação descjada. EÌa deveter tido recursosque me fâltxvamJmas tornou seucasoum pouco maìsinteligíveiexplicandoem seguida: Asituaçãoé que nossentìrÌosrÌâturâÌmentcn:Ì obì ig.rç,-'o de n.-'oLr,,^rr'-Jr. n,1ua'rro maÌÌìnee.ri\ervi\.r. Mas agorevocêachaque poder dìspensaro conscntiÌì1entoda mxÌnáeÌ A h hh- ' " " -.h " -" " ' i " .-l Eu fiquei imaginandoaondepoderiachegar,e elâ continuou: -Pobrezinha, épossívcÌquc eÌaengulair pílula.Na vercladc,..- acrescentoucom ì.rmxrisâdi , cla realmentevai ter que engoli-Ìa! uma aiìrmaçãocuja fòrça, enÌ Ììonle dc todâsâì^pessoas eDvolvidas,admiti plcnamente. \í1i, adamaisvexrtório jamaìsme aconrecera: anresda chegadade Corvick à lnglaterra,dei-me conrade quc náo estafialá püa recebêlo.Fui chrm:rdoabruptamenteà Alemenlu por causa claaÌarmantcdoençade meu irmío mais moço, que, conrrÌ, rianclomeusconselhos, rinhaiclocstuclaremMunique aertc cla pìnruraa riÌeo,como discípulodc um gnnclemesüe.Apârenrâ próxìm:rqrLcÌhc davauma mes:Ìdaameâç:Ìrnretirále se,sob quaisquerpretextos, elclbsscàprocurade algurnavenlaclcsuperior em Pâris sendoParis,de algumaforma,paraunra tia cle ChcÌtenharr,a própria escolado mal, o abisno. Deplorci €sse tipo de preconceirona ocr,sìáo e seuprofundo e danosoefèito fazia-sever :rgora:prineiro pelo fato de quc não salvariro pobre menino, que erirralenroso,m:rsfracoe tolo, da infìamação I l E o u r R Ás H 5 Ìó R À5 143 dos pulmõesie, segundo,pelâmaiof distânciade Londtesa . Ì u ( o e \ e , ì ron ì e \ un d e l ì . 1 -çr:.n l oJ i / e r . ì L ro q u e r r : i ' n r er i de ansiedadecra nha à cabeçadurantetodis aqucl:ÌssernarÌâs elÌÌ Paris,podetiacìar a impÍessãodc que,selÌo rnenosestivesse e i, a Londfcs encontrâr-meconì Corvick. Isso uma escapada erx reaimenteimPossívcl,sob todos os pontos dc vista: mctl deu-nos,a mim c a ele, mutto o quc irmão, cuja recuperação fazer,frcou doenretrêsmeses)durânteos quaisnão saído seu lado c ao ténlìno dos quaistivemosque nos clefrontarcorn a proibição :rbsolut:rde um retorno à In8ÌífeÍra () morivo do clina impôs-sce rneu irmão não estavâem condiçõesde suì:nÌeter-sea elcsozinlÌo.Levei-oparaMcrano e Ì:í passeio veráo corn ele,tentãndoensinarJhe,por cxemplo,coÌllo volt a ttâ_ uÌn liPo de ràìvaquc rbsolutementenáo balhar,e crrlcivanclo tentei lhe cnsinar. 'loda a siruaçáodemoÌìstrouserâ primeira de uma série dc fenômcnosintcrligadosde um modo táo esrranfroque, to_ ÍÌados em conjunlo - que erâ corno eu tinha que tomá-los -! coDstituemum exemplo,tão bom quanto PossalÌe lembra! da maneiracomo,palâ o bem de suaalmâProvavclmente, o destinoàsvezestrataâ ìvìdez de unÌ Ììomern Essesincìdcnrc ' rr' e , ' m re . u l' . , d oI ', a i ' . . r n p , ' < 1 oq u . ' c o t r t p ar r i r ' r t n e r r ' ' e r-, r' lí o c re , , , n . e r l ü .i r. 'c o c . q u ' l n , ^ o c u p r m o ' q u i . m bor:reu considelecssaconscqiiênciacomo algo a sertambém tratâdocom respeìrc.É sob csseàsPectoPrincìpalrnente,confruto de rrreu fofmâ, que o desagfad:ível fesso,de qua1,1.ter exilio é lembradopor mim agora Mesmo no começo,é vercladc, o espírito com o qual minlÌa avidez,coÌno â denoninei, me fez consideraresseresdtâdo, náo devianem unìa PÌrceÌa de tr:rnqüìlitladeao fato de qüc ântesclevoÌtat de RapaÌÌo, GeorgcCorvick escreveu-nede Lün.lrneneiraque náo gostei. Suecarta nadatinha dâ açãotr.ÌnquìlizâdoraqlÌc, devo recoatribuirlhc, e a marchàdos âcontenhecerhoje, ele clesejara cimentosnão €oi táo ordenadaa ponto c1ecoÌÌPensaro que 144 HÈNRY laMÉj faltava.Ele começaraa escrcverimediaEmenre!para uma publicaçãorrimestral,a última e definitiva palavrasobrea obra de Vereker,e esseestudoexaustivo,o único a ser levado em conta, .Ì existi! âcenderiauma novâ luz e expressaria - ah, com tanta discriçío! - a verdadeinimaginível. Em ourras palavras,reconsrituiriao dcseohodo tapeteem todasassuas convoluçõese o reproduzjriaem todosos seusmârizes.O rc_ sultado, seguDdomeu amigo, seriao maior retrato licerário .jamaispintado, e o que eleme pediaerâcxatamenteque Íòsse bem bonzinho e não o percurbasse com pergunmsareque ele pendurasse suaobra-primadiantede mim. Ele deu,mc ihonrâ de declararque,pondo de lacloo eminelte moclelo,pairando nasalturasem suaindiferença,eu eraindividualmenteo especiaÌisca a quem seutrabalhomaisse dirigia. Èu tinhr então que me compoftar couro um bom meniuo e não tenrir olhar por baixo da cortina antesdo espetáculoconeçârj eu o âpreciariamujto maisse espera.sse sentado,bem quierinho. Eu fiz rodo o possívelp:rraesperarientado bem quieto, masnão pude deixarde dar um pulo tluando li no The Times, depoisde estarhá uma ou duassemanajem Municlue,e, como eusabia,antesque Corvick rìvesse chegadoa Londres,o anúncio da morte súbitada pobre Mrs. Erme. Imediarameite,por cârtajpedì pormenoÌesa Gwendolen,e eÌa ...r.u"., .àrl, -" tândo quc sua mãc r;nha sucumbicloà insuÍìciência cardíaca que a ameaçavahá longo tempo. EÌa não disse,mas tomei a Ìiberdadede Ìer nasenrelinhas quc do ponto de vir^tade seu câsâmento,e também de sua impaciência que fazia uma boa parelhacom a minha-, essaerauma soÌuçãomais rápidado que se esperavac mais simples d,_,,1ucesperarclre a veÌhasenhoraeugolissea pílula. Na verdade,admito Íì.anca, mcrre que neç\depuc.r poi\ me (orrespondi.r com ej.rcom freqüência li algumascoisassingularesem suaspalavrase outrasmeisexrrâoÌdinátias ainda em seussilêncios.Dcsse modo, pegandoda pena,revivo esserempo, c cre me rrâz oe A V L D Á PR vÁÒÁ E O u Ì ÂÀ5 H r sÌo R a s 145 voÌtÌ â estranhajmpressáode eu ter sido,duriÌnremeses,e sem que o desejasse, umâ espéciede espcctadorforçado.Toda minha vida refugiara-seem meus ollÌos, os quais o dcsfile de acontecimentospareciaempenhacÌoem manter alrcgalados. Houve diasen que penseiem escrevera Hugh Velcl<cre simplesmenteapelârpâmsuabenevolência. Mas tinha a mris profunda consciência de cllrenáo decaíratântoassim,rlinr <loque ele,muìto aproprìadamenre, iria mandar-metratar dc nrinha vida.A morte de Mrs. Elne trouxeCorvickdirero parl cirsire durante urn mês ele reuniu-se"mu;to discretamerÌte"- tÍo discretamentecomo, deduzi,elepretendia,em seuartjgo, fcvefu srlLtraatai/le- coÌn a jovem damaque elehavia anrirdo e abandonado.Useì esseúltimo termo, possodizer entrr porque postedormentetive cadavezmarscertczrr Parênteses, de que na épocaem que elefoi paraa india, na épocada grande notíciaquemandou de Bomblim, náo hâviaabsolunmente nenhum compromissoexpÌícitoentle eles.Não hâviâ nen h u m n o mo n ' c n toe m q u e e l J m e J f i r m , . v ,jìu ' f . r m c n ( eo contrário.Por outro lâdo, tenhocertezade que ficaramnoivos no dia de seuretorno.O feliz casalfoi passara lua-de-meÌem Torquay,e lá, num momento de irresponsabilidade, ocorreu ao pobre Corvick levarsua noiva para um p:rsseiodc tílburi. Ele não sabiaconduzir essetipo de veículo:tiveraprovadisso há muito tempo numa pequenaviagemque fizemosjunros. Em um tílburi eleempoleirousuacompanheirae sâiuem LLm p:rsseioruidosopelascolinasde Devonshire.Em uma dasmais apropriadasparaesseÊm, dcrrubouseucavalocom tâl violênciâ é bernverdadeque essedisparara qtc osocupantesdo cârro foram arremessados para a frente e ele bateu com a cabeçano chão.Ele rnorreu na hora; Gwendolenescapousem ferirnentos. Vou passarrapidrmcnte sobreo problemadessaimplacáveltragédia,sobreo que a perdade meu melhor amigo 146 HENRÍ l^M!s sìgnificou para mim, e vou comPletara Pequenahistórii de e da mìnha dor com a afirmâçãosincerudc minha persisrência gue,em vn postscriptun à minha primeiríssimacarcaparaeÌa dcpoìsda tertívelnoticia, eu pergunteia Mrs. Corvick seseu o impo rL ; n t , rr' rig o ma r i <]or r :o r cr i : :o ttrennstertttirlado tãoimediataquantominhaper_ Suarcspostafoi sobreVereker gunta:o artigo,que malfora inìcìaclo,craapenasun fragmenÈla explìcouque nossoamigo, ailda no exto constrangedor. terior, tinha acabldo de se acomodarpara escrevêìoquando fora ìnterrompido pelarrorte de suamáee que então,âo voltar, Êcaraimpcciidode t.abalharpelasocupeçõesàs qu:ris os arrastara.As páginasiniciaiseram tuclo cal.rrnidade a<1uela rnasnão etam Promissoras, o que existie;elaseramatlmirár'eis, ol'viamenÌirerárìa iria, o ídolo.A grandefaçanhe desvelavam EÌanão dissemaisnada,nadaqueme constituiÌ sct1clímax. tc, sobrea condiçío de seupróprio conhecimentodo esclarecesse e u . r irn a g inrrr i ì \ 5 u nr o co r h c,itnentop.'r''cujr colrqui'r.r Acima de tudo eu queriasaberamandode forma assornbrosa. ì 'l-criahavìdo uma o seguinte:elaafinâl\,ireo ídolo ciesvelado cerimônia particular para um palpitante públìco dc uma só pcssoa? Por quc outra razáoa não seressrcerimôniativcram lug:rrasbodas?ìÌrLnão queriâPressioná_la Por enquanto,cmenttc nós com referônno quc sepàssara boraquandopcns:rva cia ao assuntodurantea ausênci:rde Corvick, suasreticências Por essar:rzáonão foi senáomuito mais rne surprcendessenì. tarde, de Merano, que arrìsqueìfazeroutro tpeÌo, arristluci pois eÌacontinurva náo mc dizendo com algumaapreensão, fènada."Vocêouviu naquelesseuspoucosdiasdc desgraçada tanto ouvir?". Ìiciclade",escrevi,"aquilo tlue nós desejávamos Eu escrevi"nós" para fàzer-lheurla ligcira insinuaçáo;e ela mostroLrquc eràcapazclccntendetuma Ìigeirainsinuaçáo "Eu ouvituclo", respondeueÌ:l,"e não pretcÌìdocontar nad:Ì:l ninguém!". A V D Á Pi vÁo À E Ou Ìn Àr Fi sÌó R r Ás 147 1v f , ra imp " * iv c l n io . er . r [ e u d op e ì , '' . n r i m e n r od e g r r n d e . o m l: p : i' ju p o r e lae . " o r e g r e ' . air I n g l . r r e r r ; . . u m u l e id- ae r o d - r asgendlezâsâo meu alcance.A morte da mãe a deixaracom rendimentossuíìcientese elafora morar num ÌocaÌmaisapropriaclo.Mas sofrerauma grandcperdae suaprovaçãofora cnrel; nunca mc teriaocorrido, aÌérndo mais,suporque elaviessea ter a idéia de cluca possede uma infôrmaçáotécnim, de um fragmentode experiêncialiterária,poderìasctvit cÌccontrapesoì sua dor. Por mais csttanhoque pareçalno entantoi náo possodeixarde acreditar,depoisde têlavisitado algumas vezes,que vislumbreialgumacoisasinguÌr nessesentido. Apresso-mca acrescentarque houvc ourrascoisasnas quais não pude deixattlc:rcredirar,ou, pelo menosrpensàr;e coÍìo nuncâsentique a5entendiacom clareza,entáo,no que diz rcspeito ao assunroque mencionei,admiro que não possoduvidar de sua inocência.Sofrìdae só, trruito inteÌigente,e agora - em suâtristezaprofunda,suagraçarnaismadura,seusoftibcÌa,eÌapareciaestar mento resignâdo ìncontestavelmente e dignidade. A princlpio vivendo uma vida de singularbclcza eu encontr:uaurn meio de me convencerde que logo Ìevariaa melhor sobrea ressalva formulaclana semanaseguinteà cat:ístrofc crn su:rrespostaa um apeÌo,a tcspeirodo quaÌeu mesrno náo ignoravaque deviaterJhe parecidoinoportuno. Sem dúalgum abaÌo;sem dúvida vìda aquelaressalvâ câLlsou-me , e'mo q u I n ro Í n J i\ p e n . ar : r r e l a .n ' a i . , ì r m c i n r r i g a v . rm quandocu tcntavaexplicála atribuindo-aa serìtimentosexâlsupersaìcìosos, a algumrequintcde lealdade. tados,cscríLpulos Ao mesmotempo, sem dúvida, eÌaaurnentâvâcnorÌÌcmente o preçodo segredodeVereker,por maispteciosoquc essemishumildementequc Dcvo tambémconfessar tériojá parecessc. arituclede Mrs. Corvick foi a irltima martcÌ:rdano a inesperada 144 HENRY lÁMrs pregoque deveriaprenderÊrmementea mìnha infelizfantasia, da qual tenho eternaconsciência. convertendo-ana obsessáo Mas issosó me levoua ficar maisastuto,maisengenhoantesde renovf meu peso, a permitir que o tempo passasse a faze! e uma dido. Nesseínterim havia muitas especulâções delaseraprofundamenteabsorvente.Corvick havia ocultado a inforrnaçãoàsuajovemamigaatéa remoçãodo último obstáculo à intimidade entreeles:só entãotirara o coeÌhodx cârtola. Foi idéiade Gwendoleo,aceitandoumâ sugestãodeÌe,a delìberarcsscadrnal apenascom baseno rentamentode tal relaçãoìSeráque o desenhodo tapetesó poderiaserpercebido e descritopormaridos e suasmuÌheres- poramantesunidos pelollço supremo?Veio-meàmemória, de uma maneiraconfusa,que em KensingtonSquare,quando mencioneique Corvick poderiater contadoa nossaconvetsaà moçâ por quem estavaapaixonado,\&reker dìsseraqualquer coisaque sugeriaessapossibilidade.Podianão havernada de sério nissereriâque me .o. mrr haviro sufi.ientep;ra me la;crpens,ìr casarcom Mrs. Corvick paraconseguiro que quedâ. Ësrâriâ preparadoparaoferecerJheessepreçopelagraçade suainforrnaçáo?"4h, essccaminhoconduzàloucural", pelo menosera de perpìexid;def-Eno que eu diziaa mim mcsmÊn4. \oras veríìJlocrìr queelase pas\rr quanrol\(u, eu.pod(fir recu\avâa , . . .i< ' adiantecontinuâÍ âcesano recinto de sua memória e emitir, atravéscleseusoÌhos,urna luz que brilhavaem suacasadesert1\Ao fim cleseismesestive c€rtezaabsolutada compensaçáo qË essapresençacalorosalhe dava.Tínhamos repeddasvezes convers"dosobrco homem que nos unira- sobreseutalento, sua personalidade,seuencantopessoaÌ,sua carreiravitotiosa,seu terrível destino,e mesmo sobreseu ptopósito brilbante naquelenotávelestucloque deveriater-setorrradoum supremo,um reoaroliteLario um Velásouezcrítico.Ela rne deraa entendercom insistência q r r ee sL a r .,.r r r n p ossibilirâda de lalarpor su.ro b ' lrn r(in . s u rì A V DÀ PR VADA ! OU TR Á s H s ÌóR ]À s 149 lealdade;que nuncaquebrariao silêncio,que não fora dado à "pessoacerta'- como dizia paraque o quebrasse. A hora, porém, chegouÍìnalmente.Uma noite em que me encoÌÌtrava a seuladonumavisitamaìslongado que de costume,apoiei minha mão com firmezano seubraço' Mas afinaÌ o que é, realrnenteì Elalez um longo.demoradoe silencio'omeneiocom a cabeça,generosoapenaspelo fato de serinarticulado.Essagenerosidadenão a impediu de me atirar o maior, o mais agudo e o maisdesanimador"Nunca!" quejáreceberanodecorrerde e tive que recebêumavidâ que conhecerainúmerasrejeiçóes, lo ern plenacara.Recebi-oe sentique com o duro golpemeus olhos se encherarnde lágrimas.Então, por algunsinstantes, permanecemos sentadosollìãndo-nosmutuamente;ernseguida, levantei-meern silêncio.Eu estavaimaginandose ela rne em paÌavras. aceitariaalgumdia; nas não foi issoclueexpressei Eu disseenquantoalisavameu chapéu: -Já sei o que pensarentão.Não é nada! compaixáopoÌ mim forUma lorgínqua e desdenhosa mou-seem seusorrisovago;e entãoelafalou com um com de voz que ouço até agora: f É minha própriavidal \ E.rqo".,o .u ..p.r"u" p..dd" port4 .1" "crescentou: - Você o insuÌtou! - Está se referir,do a Vereker? - Estou me referindoao faÌecido! Quando aìcanceia rua, reconheciajustiçade suaacusação.E, erasuavida, reconheciissotambém;mas suavida,no (orn o p.r..rrdo tempo.deu Iugara outro inLererse, enLanro. Um ano depoisda morte de Corvick eÌapubÌicou, num únisobreo qualme co volume, seusegundoromaoce,Subjugaàa, precipiteina esperança de encontrarnelealgum ecodenunciador,ou algumaexpressão rweladora.Tircloque encontreifoi melhor do que o que produziraquando mais um livro mqito A 150 HENRY V rDA P R !À D Á E O!ÌR A s ll i Ío a5 151 iÀM€5 jovem,-nostr:rndo,pensci,que aÌldarâerÌÌ melhorcscompaintricado, eraum tâPetecon rhias.lDe tcciclorazoavelmente um dcsenhopróprio; mas o dcsenhonão cra o que elr PÍoctlrava.ìAo cnviar uma críricasobrecle para O Meia, tive a sur' pÃi.1. fi.". snlt.rldo na tcdaçãoque um comentárioi:i es.ava pronto pâraserpüblicado.Qu:rndo a revistasaiu náo tivc dúvida cm :rrribuiro artigo, quc consicleÍeino geraÌbastante exagelado,:r Drayton Deane, cluc nos velhos ternposhavi:r sido amigo t1eCowick, mas que só há poucr'ssemanasÍicar:r conhccendosuaviúva. Eu rcccberaun dos primeiros exemplaresdo livro, rnasDeane,cvidenteÌrentc,receberaum:rnrerìor ao meuSssim nresmoelenão possuíaamáo lcvecorn que Corvick doulavaornatosde gesso;eleaplicavâo ouro fâlsoàs borradclas.I x (- ei, rnr,c, m.1,.rarJ(.ìn-feceu J. ,uìdnadc Pn"agen.t i|ritn.' . l'l'ofJn.ìo\uultc\\eerrtdoq,rcn o ' ' e ri' . l' c l' J o p . , rrun i,ìr d eer clcnos redimitmos.Esclito inreiramentcdurantea esrâdiade Verekerno exterìor,o livro foraanunciadoem centenasdc perágrafos,com astolicescostumeiras.Leveiimediatamenteum vez alimcntava dos primeiros excmplaresscm dírvida (cÌcss:r a Mrs. Corvick. Esseeraa ítnicaurilidadetlue essaespcr:rnça), rinlra paracle; cleixeia inevitár'elhornenagemdc O Meio pa,rtr alguémde rnenteum pouco maisengenhosac de humot um pouco rnenosirrirado. - Mas já o reccbi disseGwendolen. Drayton Deanc tevea gentilezade trazô-loontem, c acabode tcrmírar leiLur:. 'u,L Ontcm? Como é que eleo conscguiutáo dcpressaÌ Ele é que vai fàzcra - ÌJleconseguetudo tão depressa! resenhado Ìivro em O,41ela. - 81e...Dteyron Deane...resenh:rndoo livro cìe Vereker? Eu não podia acrcditarno qlÌe ouvra Por que nãoi lgnorârc;apor ignorânciâqrÌalqlÌcr F-uestremeci,nas disseJhelogo em seguida: Você é quem dcveriaescrcvera rescdrado livrol - Eu ÌÌáo "rescnho"- clisseeÌar'indo.- Eu sou resenhada'l Nesseinst:rnte,a porta abriu_sede pat cm par' é issomesmo,e aqui estáscu resenhadorl -Al, Draycon Dcane lá estâvâcom sL1âs PerÌìascomprÌdasc suatestaalta; ele tinha vintlo p:rrasabcro que eÌaacÌrarade Seruldãa& Passagrtne traz-crlhe uma norícia especialmentcrelevante.Os jornais vcspertinostinhânr acâbadode seir com ern lìoma, encono autordcssaoì:ra,<1ue, um telegramasobrc comLunataquecìemaláril. trava-sehá algunsdiasaclocnrado, graveno comcço)nÌas,clÌ conO casonão Íòra consiclcr:rdo tornaraum rumo quc poderiadcsseqüênciade compiicaçóes, de fàto começaraÌìl1Ì Essaspreocupaçóes peftaf Preocupxções. aparecernasúÌtìmashoras. notícias,com a in!-iquei inpressionatlo,diantedessas diferençafundamcnttl de quc a apalenteafliçãode Mrs. issome deu a medidade dissimular; Corvicknão conseguia sua consumadaindependêncìa.Iiss:rindependênciaatestava seuconhecimentoclosegredo,conhecinento cluenadapoderia desttuiragorac que nadapoderiamodifìcar O dcsenhono tapetepodcria aprescntarun," o.Lduasvoltasclifelentcs,mas a palavr:rfinal fora virtualmente esctita.O esctitor poderia descerà scpultura;ela era no mundo a pesso:ÌParaqlrcm como sefor"sueherdeiraprir'ìlegìada a continuaçãode sr'ra Issomc lrezlembrarcomo existênciaer:rde mcnor necessiclacle. eu percebera,cm um dado momento - clePoisdâ morle de Corvick , a diminuição de seudesejode cnconrrá-loficnre 152 HrNRY lÀMEs a frente.Ela conseguirao que queriasemisso.Eu tinha certeza de que senáo o tivesseconseguidoeÌanão iria privar-sedo por causadaquelasresrriempeúo de sondáJopessoalmente nos homensdo que nas ç6essuperiores,mais compreensíveis mulheres,que, no meu caso,só serviramcomo fator de inibiçáo.Não que o meu caso,porém, apresso-mea acrescentar, apesardacomparaçáoinjusta,náo fossebastanteambíguo.Áo pensarque VerekerpoderiaestarmorrenclonessemomentoJ uma onda de angústiaenvolveu-metor{o,uma dolorosasensaçãodo quão contraditoriamenteeu ainda dependia clele. Um problernade saúdedelicadado qual a minha única compensaçáofoi permitir que me refreasse haviadeixadoosÂÌpes e osApeninosentrenós,masaconsciênciada aproximaçãodo Íìrn sugeriaque em meu desespero poderiater ido, afinal, ao seuencontro.E claro que náo teria feito nada disso.Esperei sobre uns cinco minutos enquantorneusamigosconversavam o novo Ìivro, e quando Dralton Deaneinvocou minÌra opinião, respondi-ihe,levantando-me,que detestavaHugh Verekere que simple-smente Ìlão conseguiaÌê-lo. Parti com a certezamoralde que ao fechar-seaporraarrís de rnim, Deane me :rcusaria de serterrìvelmentesuperficial.Suaanfitriã náo o contestaria,nesseponto pelo menos. Vou continuar a regisrrarnum ritmo maisligeiro a profundamenteestranhasucessão de acontecimentos. Tiês semanasdepoisdissoveioa morte de Verekere antesdo ano terminar,amorte de suamulher Eu não conheceraa pobresenhora, mas tinha avá teoriade clueseelativessesobrevividoao marido o remposuficienre prra rornar-se con\enientemente a.e'sível,eu poderiater-meaproximadodelacom âtênue esperânça de neu apelo.Ela conhecerìao segredoìE se o conhecia, falarìa?Era de sepresumirque, por inúmerasrazóes,náo teria nadapara dizer;mas cluandoelasaiucompletamentefora do m e u al.an .e 'e n ti re;lrnentcqLiea rcnún(i2 c r. ì , r mâ rc , l do meu destino.Eu estavaparasempreaprisionadoà minha A V rDA PÂr vÀDÀ r O úr ÀÁs Hr r r óÀ Ás 153 meus carcereiroshaviam partido e levadoa chave. obsessáo; S in t o -meq u rs elà o c o n f u \ o q u a n r ou m p r i , i o n e i r on u m a masmorra com relaçãoao tempo que passouantesde Mrs. Corvick tornar-sea esposade Drayton Deane. Eu antevira, atravésdasgradesdaminhaprisão essedesenlace, emboranão tivessehavido precipitaçáoirnoraÌ e nossaamizadetivessearrefecidobastante.Ambos eram tão "tremendamenteintelectualizados" que o casamentopareceuadequadoàspessoas,mas eu calcuÌaramelhor do que ninguém a riqueza de conhecimento com a quaÌ a noiva contribuiria pârâ essauniáo. Jamais,em um casamentonos círculosliterários assimos jornais descreveram a união , uma noiva receberaum dote tão rnagnífico.Com a devidarapidezcomeceiaprocurarpeio eleitodo evenro.i'ro d, aquelee[eitocujo.sinrom:rs premonitórios seriamespecialmente visíveisno marido.Admitindo-se o esplendordo presentenupcial da outra partícipe,esperavâ vê-lo fazeruma demonstraçãoproporcional à ampliaçãode seu're.ursor.Eu .abìaqurir eramseu.re.ursos:seuanigo'obre \eruidàode Pas,agen haviarrosdado uma imagempreci"r. Como eÌeseencontravââgomexâÌâmentena posiçãona qual, mâisexâtamente aindõ eu não me enconüâvâ,Êqueiàespreita nos prováveisperiódicos,mês apósmês, tentendo âvistara mensagemde grândeimpacto que o pobreCorvick não pudera transmitir e cuja responsabilidade teriasido affibuída a seu sucessorA viúva e esposa,ao lado da Ìareirareacendida,teria quebradoo silêncioque sornenteuma viúva e esposapoderia qlrebrar,€, Deane teria ficado tão infÌamadocom o conhecimento do segredoquanto Corvick na sua própria hora, ou Gwendolenna dela.Bem, eleinflamou-sesem dúvida,mas o fogo aparentementenão viria a tornar-seuma fogueira.Exarninei os pedódicosem vão: Drayton Deaneenchia,asde páginas exuberântes,mâs retinha a página que eu mais febrilmente ptocurava.Ele escreviasobre milharesde assuntos,mas nuncasobreVereker.Suaespecialidade eradizerverdadesque, A VrDA 154 HENRY PR r vÀD À E Ou ÌR À5 H L sÌó A a5 155 lÀMÊs ou receavamou ignoravam,mas nuncâ como dizia,âsPessoas dissea única verdacleque me pãreciarelevantenaqueÌesdias Encontreio casalnaquelescírcuÌosÌiteráriosmencionadosnos círjornais:já dei indíciossuficientesde que eraapenasnesses culos que rínhamosestabelecidonos encontrar'GwendoÌen estavamais que nunca compromedd:Ìcom elespela publicaçãode seuterceiroromancee €u mesmome juntei deÊnitivamente ao grupo mantendoa opinião de que essetrabalhoera Era pior porqueelaestavaandaninferior ao que o precedera. do em pior companhiaìSeseusegredoera,como me disserâ, viço. um .rr em seucrescenre rua uida- um lato discernivel com inteligeotemente de privilégioconscienteque, corrigido amáveisgestosde boavontade,davadistinçãoà suaaPârência -não tinhaporém uma ìnfluênciadiretasobrcsuaobra. Isso maispor ele; apenasfazia- tudo fazia- com que seansiasse apenasenoolvia-onum mistério maisrefinrtlo e maissutil X' oipor issoque não conseguimaistirar os olhosde cirÌlade seu de ral maneiraque devotêlo deixadoconmarido: assediei-o com trafeito.Chegueimesmoâtéao Pontode travarconversas como o segredo, ele.Ele oão sabiamesmo,oão tinhaherdado Essaperguntazumbiano meu cérebro.CÌaerade seesperar? ro que sabia;casocontrário não retribuiria meu olhar de mâneira tão estranha.Suamulher contaraa ele o que eu queria sabere elesedivertiaamigavelmentecom minha impotência. Ele não ria, não erado tipo que ri: seumétodo eÍasubmeterà cruamenteiumâ ' minhairritação,afimde queeu me eÍpusesse conversade urn vaziotáo vastoquântosuaenormetesta.Sernde eu me afastarcom uma firme convicçãodespre aconceceu sasvastidões despovoadas,que pareciam completar uma e iuntas simboìizara deficiênciade à outra geograficamente e àparênciaem Drâyton Deane: eÌesimplesmente expressáo náo tinha a habilidadeparausaro que sabia,era literalmente incompetentepararetomaro serviçoondeCowick parara.Fui maisalém erao único lampejode fqlicidadeque dnha: connáo.stavainteressado, venci-mede que o seruiço.reàá "t "f não seimportava.Éverdade,confortava-mebastanteconsidecom aquilo que me faìráJo escúpidodemaispararegozijar-se tava.Continuavatáo estúpidocomo semPrefora, e isso,para mim, realçavao esplendordouradoem que seenvoÌviao mistério. E cÌaro,entreranto,que eu precisavater em mente que sua mulher poderia ter imposto suascondiçõese exigàrcias. Acima de tudo, rinha que lembrar a min mesmoque com a EÌe aí morre de Verekero incentivo principaÌ desaparecera. que sobre ele; paraser gloriÊcado no escrevessem estavaainda masnão estavamaisaí paradar suaaprovação.E quem, a não serele,tinha autoridadeparaissoì Nasceramcloisfilhos ao casal,mas o segundocustou a vida da máe.Depois dessegolpepareceu-mevislunbrar uma outm oportunidade.Pulei sobreela em pensamentormas espereialgumtempoparaa ação;finaÌmenterniúa oportunidade chegoudc umn manetrau;nLaìo"r.faria um ano que 'ua rnulher falecera qlrãndo encontrei Drayton Deane no salãode fum,rr de um pequenoclube do qual amboséramos sócios,mas onde eu não o via há meses,calvezporque o frerârârnente.O saÌãoestava vazioe a ocasiãoerapropíqüentasse para acabârcom o assunto ofereci-lhe, cia. Deliberadamente pala seÌnpre,â oPortlrnidadea quaÌ sentique eleestiveraprocurandohá longo tempo. Tendo conhecidosuafalecidamuÌher antesainda do que você- comecei , permita-me dizerJhe ãlgo que me preocupa.Terei prazerem fazerqualqueracordo que queira propor pela informaçãoque ela deveter recebidode George Corvick, a informação,você sabe,que eÌepróprio recebera, pobre rapaz,em um dos momencosmais felizesde suavida, diretamentede Hugh Vereker. ç 156 i I : HENRÌ A V o^ lÁMÉs Pn va D A ! Ou ÌR ^ 5 H sÌÓR ^s 157 Palavrade honr:r? P:rlavrirclchonral Quc diabo est:í âconiecctdo com resmungouele. Eu querit rirá-lo Flstouatônito...estoudccepcionado. Ele olhou pararrim como un obtusobusrofrenológico: A ìnformaçío. .? - O segredode Vcrcker,rneu caro,â intencãogeraldc seuslivros:o Íìo no qualaspérolâsestãoenfiadas,o tesouroescondido, o ciesenhoclo talrcte. os númerosn:rssaliênciasclcr Êic corneçoua enrubcscer, scucrânÌocomeçâràmiÌ aParecer. Os livros dc Verekertinham urna intençáogcralì Ioì minhe vcz de olhar espantado. -Você não vai qucrerrne dizerquc não sabedisso? brincendocomigo. Porum momcnropenseique cstivesse - Mrs. Deanesabìa.Éleobtevea infòrmaçãocomo disse,direramentede Corvick, que, pot suavez, depoisde uma buscainfinita e paraa alegrìado próprioVerekcr,descobriraa f)cpois verdadeiraentradad:rcavetne.Onde fìcacssaentrada? elecortou, e contou unic:ÌmerÌteà pcssoaque, de casaclos quandoascircunstàrciasforan reproduzidas,devctcr contacloavocê tamblnl. Estouelrado ern suporquc elao fez participar,como um dosm:risaltosprivilégiosda reìaçáoque tinha com ela,do scgredoclo qual era a única dcposirárìadepoiscì:r morte dc Corvic]<?Tütloque eu reaÌmenteseiéquc cssesegre_ do é infinitamenteprccioso,e o quc queroque compreendaé que se,porsuavczrme fizerparticipardelc,far-me-áuma gcrrtilczl pelaqual sereieternarnenreagradecido. Ele Íìcara,afinal,completamenterubro;acteditoque no começotenha pensadoque eu cnlouquecela.Poucoa pouco eleÍôi entendendo;quantoã mirn, olhei_omais espantado ainda.Então eÌefalou: - Não sei o que está tlucrendodiz-er eraa absurdrverdade. Ele nío estavarcpresentando;cssa - EÌa niro lhe contou rnesmo...? - Nada sobreHugh Vereker' Iiquei estupefato;a salaconeçou a rodar' Eta bom denaìs, apesarde tudo. você?dc você. - Não está comigol - eleriu desajeitadarrcnte- E mesmoque estivesse,.. vocêpermitiri:rque o usasse. ah, pcrmtSecsrivesse, tiria sim...peloberr cornum.Mas actcditoem você.Enten_ do... entendol Eu estavaconsciente,com a virada conplcte da situaçáo,do meu grandeengano,da minha visáolìlsa sobrea etitude do pobre homcm. O que percebì,cmbora náo Puciesse dizêìo, é que sua mulher não o julgaramerecedorde ur Issome patcceuestranhotratando-sede unì:Ì esclarecimento. pessoaque o jrLlgaramcrecedorclcser seu nurido Por fìm' acheìuma cxplicaçáo,refÌetindoqrreelanáo poderiacieforma alguma cer-secasadocom clc por seuinreiecto EÌ:rse casara com eÌc por aÌguna outra tazão mas est:Ìvâ Até certo ponto cle estavaagoraesclarecido, levoualgum temPo aindarnaisperpÌexo,m:risdesconcertado; Ìemcomparando minÌra história com as suasressuscitadas dìzer etn scgrLi0 rcsultadodc suasmeditaçõesfbi elc br:rnç:rs. da com aparênciabastanreapawalhacla: - É a primcira vez que ouço fàìarno assurìtoâ que se refcre.Acho quc cleveestarenganadoquanto ao fàto de Mls. Deaneter tido quaÌqucr conhecimento,não rnencionadoc, menos:rinda,náo mencìonável,sobreHugh Verekcr'Ela certamentetcria desejado,câsotivesserelacãocom suaperson:llid:rdeliterária,que fosseutiÌizâdo. - Foi utilizado sim. EÌa mcsm:ro utilizou. Ela me disse com scuspróprios lábiosque "vivia' àscustm disso. Eu malacabarade falare jáme arrependiade minhaspalavr:rs;eleficou tão pálidoquesenticomoseo tivessegolPeado 7 I 154 HENRY - laMEs Ah, "vìvia'...1 - murrnutou ele,afascando-se um POUCOClemlm. Meu remorsoerâsincero;coloqueiuma mão no seu ombro. - Peçoìhe que me perdoe...eu me enganei.Você não sabemesmo o que penseique soubesse. Você poderia, se eu esrivesse cerro, rer-me presradoum serviço;e tinha minhas razõespâr-âsuporque estariaem condiçõesde me atender - Suasràzõcs- ecooueie.- Quaiseramsuasrazócs? Olheì bem paraele;hesirei;pensei - Venhasentar-seaqui comigo e vou lhe contar. Lcvei-o até um solí, acendioutto charuto e, começando com a históriada únicadescidadeVerekerdasnuvens,nar, rei-lhea extraordináriacadeiade eventosque,apesârdo clarão iniciaÌ,havja-rnedeixadono escuroatéaquelemomento. Em suma, contei-lhe exatâmenteo que escreviaqui. Ele ouviu com profunda arençãoe percebi,para minha surpresa,por suasexcÌamaçóes, suaspergrÌntas) que ââÌralelenão teriasic{o indigno de merecera confiançade sua muÌher. O conÌrecimento tão âbrupto d€ suâ fxlta de confiançateve um efeito perturbadorsobreele;mas eu vi o choqueiosta[tâneo ir deixando de doer pouco a pouco € entãoavolumâr-senovaJnen te em ondasde espanroe curiosidade- ondasque prometiam, eu podia perfeitamenteavaliar,arrebeltar no finaÌ ao encontro da fúria das minhas mais altasmarés.Hoje posso âlÌrmar que como vírimas de um insaciáveldesejonão há nuita clifereuçaencrenós dois. O cstadodo pobre homem é quâseum consolopâramim; hí momentosreâlmerÌteem que me sìnto completamentevingado. A VIDA PRIVADA
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